Você está na página 1de 8

Os Campos Morfogenéticos

Compilado e Traduzido por: Flavio Salles –


Terapeuta Holístico Radiônico.
Homeopata (Método Hahnemann) e
Pesquisador da Psico-Bio-Energética.

A medicina e suas técnicas, atualmente, funcionam com total eficácia? A indústria química é
realmente a melhor solução para todos nós? O que dizem os novos estudos sobre a medicina
chinesa e as técnicas milenares que existem no Oriente ha mais de cinco mil anos? Como
funcionam essas terapias complementares e por que ainda há muita dificuldade em torna-las
populares? Essas abordagens diferentes podem conviver juntas?

Estes pontos de inflexão acima são exaustivamente abordados pelo pesquisador e Terapeuta
Radiônico, Sérgio Areias em seu dia a dia e relatado em seus livros publicados.

Sergio Areias, presidente fundador da Associação Brasileira de Radiestesia e Radiônica, além


de profissional de disciplinas como acupuntura, medicina chinesa e quiropraxia; apresenta o
questionamento, intitulado como “Bioinformação”, um rico material, colhido ao longo de anos
de profunda pesquisa nos campos da medicina complementar.
Sergio apresenta questionamentos decorrentes de descobertas surpreendentes, que iluminam
os próximos passos que a nossa sociedade deve tomar em busca de uma vida mais equilibrada.

Vamos ao assunto:

Na década de 1950, em uma pequena ilha chamada Koshima, pertencente ao arquipélago do


Japão, habitava um determinado grupo de macacos. Os hábitos e reações desses macacos
eram estudados por urna equipe de zoólogos que também morava na região. Para atrair os
macacos, os cientistas jogavam próximo ao mar dezenas de batatas, fazendo com que o grupo
de primatas não pensasse duas vezes em comer as batatas que encontravam na terra, mesmo
que estivessem sujas.
Certa vez, urna macaca percebeu que ao molhar as batatas na água salgada do mar, a terra do
alimento era retirada e o sabor dela ficava mais gostoso. Essa prática foi presenciada pelos
outros macacos que, ao perceberem o efeito positivo da lavagem, passaram também a repetir
o ato. Assim, todos os macacos que habitavam a região começaram a lavar as batatas antes de
ingeri-las.
Quando o centésimo macaco desse pequeno arquipélago passou a desenvolver o novo hábito,
misteriosamente macacos de todos os outros arquipélagos do Japão também começaram a
lavar suas batatas no mar. Havia acontecido uma espécie de aprendizado coletivo, passado
para todos da mesma espécie, mesmo sem necessariamente ter havido contato direto entre os
grupos de macacos.
A história aqui narrada é conhecida como “o principio do centésimo macaco” e relatada em
1979 pelo pesquisador e zoólogo Lyal Watson em seu livro "The biology of consciousness"
(A biologia do consciente), é uma das exemplificações mais famosas e polêmicas das novas
descobertas sobre a evolução das espécies e os comportamentos dos seres em nosso planeta.
A existência de uma passagem de aprendizado de um grupo para outro da mesma espécie,
através da repetição do mesmo aprendizado, foi uma das bases para a denominação da teoria
dos campos morfogenéticos, que vem revolucionando as analises do desenvolvimento dos
seres vivos na Terra e diz muito sobre as bioinformações que dão origem e modificam a vida.
O relato do aprendizado dos macacos com a lavagem de batatas abriu caminho para o
desenvolvimento da pesquisa do doutor em biologia pela Universidade de Cambridge, na
Inglaterra, Rupert Sheldrake, que em 1981 engrossou essa nova teoria com a publicação do
livro "A new Science of Life” (Urna nova ciência da vida). Nesse projeto, o pesquisador
demonstrou que todos os sistemas em nosso planeta são regulados não somente pelas
energias conhecidas e por fatores materiais, como também por campos morfogenéticos,
estruturas invisíveis que percorrem o espaço/tempo e modificam a forma e o comportamento
de todos os sistemas do mundo material.
Segundo Sheldrake, todo organismo existente em nosso planeta está ligado diretamente a um
campo organizador invisível que afeta todos os outros organismos de sua espécie.
Assim, sempre que um ser aprende um novo comportamento e esse comportamento é
repetido um número suficiente de vezes, o campo organizador passa a afetar toda a sua
espécie, moldando-a e modificando-a por inteiro. Segundo o pesquisador, essa modificação da
espécie não precisa necessariamente de um contato direto; basta a repetição das ações
aprendidas para que todos sejam afetados, atestando assim a historia do aprendizado dos
macacos, descrita por Lyal Watson.
A pesquisa apresentada por Sheldrake instaurou uma nova polêmica no universo científico,
algo que não se via desde as descobertas revolucionárias obtidas por Charles Darwin no século
19, quando o estudioso elaborou sua teoria sobre a evolução das espécies. Sheldrake dividiu
opiniões entre as mais tradicionais fontes científicas da época.
Duas das principais revistas de ciência da Inglaterra tomaram conclusões opostas ao trabalho
apresentado. Enquanto a revista “New Scientist” considerou o livro como ”uma importante
pesquisa científica”, a “New Nature” afirmou que Sheldrake era "o melhor candidato a
fogueira em muitos anos”.
Em meio à enxurrada de críticas, muito mais do que repetir a história dos primatas do
arquipélago japonês, Sheldrake, conhecidamente um grande observador da natureza, passou
a investigar o desenvolvimento de diversas espécies de animais e vegetais para dar forma à
teoria dos campos morfogenéticos. Um dos exemplos estudados pelo cientista foi o
comportamento dos pássaros chupins azuis, descrito no livro "Maravilhosa obra do acaso: para
entender nosso lugar no quebra-cabeça”, de Wim Kayzer. Por volta de 1920, um representante
dessa espécie de pássaros, que vivia na cidade de Southampton, no Reino Unido, descobriu
que ao rasgar a tampa das garrafas de leite entregues em domicílio era possível beber sua
nata.
Esse hábito, até então nunca presenciado pelos habitantes da cidade, logo passou a ser
corriqueiro entre os muitos outros pássaros que habitavam a área. Com o sucesso do roubo da
nata, pouco tempo depois o método espalhou-se de tal forma que, no final dos anos 30, os
chupins azuis de toda a Grã-Bretanha sabiam como alimentar-se das garrafas de leite.
Nos anos seguintes, a novidade também começou a ser observada na Holanda, na Suécia, na
Dinamarca e em outras partes da Europa, que também apresentavam a cultura de receber
leite em suas residências em garrafas depositadas à frente de suas portas. No entanto, em
1940, durante a Segunda Guerra Mundial, quando os Alemães tomaram a Holanda, as
entregas domiciliares de leite foram interrompidas naquele país. Todas as casas do país não
receberiam mais o leite como era de costume. Os pássaros, dessa forma, não tinham mais a
nata acessível para a sua alimentação.
Durante oito anos persistiu a interrupção das entregas de leite no país. Como é de
conhecimento científico, um chupim azul vive, em média, apenas três anos. Dessa forma,
quase duas gerações de novos chupins nasceram e foram criadas sem o habito de roubar a
nata do leite. Após oito anos da interrupção no fornecimento do leite, não havia mais nenhum
representante da espécie de pássaros que houvesse realizado o hábito.
Quando, em 1948, o fornecimento foi restabelecido, a população se surpreendeu. Assim como
no passado, as garrafas de leite passaram a serem bicadas pelos pássaros chupim azuis e a
nata fora roubada novamente. Como era possível que esses animais conhecessem a prática do
roubo da nata, já que não haveria uma transmissão direta entre sua espécie? O hábito já
estava incorporado à espécie de pássaros? Eles já nasciam sabendo inconscientemente que
poderiam roubar a nata do leite, assim como seus ancestrais? Todas as perguntas remetiam a
um mesmo lugar: a comprovação da teoria dos campos morfogenéticos.
Os estudos acerca desse tema puderam perceber que, na natureza, a sobrevivência das
espécies se faz fundamental com a modulagem dos campos morfogenéticos. Por exemplo,
uma determinada espécie de árvore vive em uma região cujo solo é muito árido e, para
conseguir sobreviver, ela começa a desenvolver raízes mais profundas para conseguir coletar a
água e os sais minerais presentes em camadas mais densas da terra. No entanto, muito mais
do que a simples sobrevivência dessa árvore na região, a informação de que “com as raízes
mais profundas as plantas conseguem viver mais” passa a ser incorporada ao campo
morfogenético de toda a espécie. Por meio da ressonância mórfica, árvores dessa determinada
espécie ao redor do planeta também passam a crescer com raízes mais profundas.
O ensinamento de como um grupo conseguiu sobreviver a condições adversas pode ajudar
uma espécie inteira a sobreviver.

A inter-relação dos animais

Uma das temáticas dissertadas por Sheldrake em seus levantamentos sobre os campos
morfogenéticos aborda a relação entre os cachorros domésticos e seus donos. Um dos mais
simples e intrigantes mistérios sem explicação estudados pelo cientista era a capacidade dos
cães de sentirem a chegada de seu dono com antecedência e sem que houvesse nenhum tipo
de contato. Quem tem um cão de estimação em casa pode facilmente notar que, quando
algum morador está retornando a casa, o animal começa a ficar agitado, como se sentisse que
algo certamente estaria por acontecer. Não há contato sonoro, visual e olfativo, mas o
cachorro entende que seu dono estará de volta em breve.
Este fenômeno despertou a atenção do biólogo. Seria tão forte a relação entre o dono e os
animais a ponto de criar uma conexão incrível entre ambos? Ou será que o cachorro apenas
havia incorporado a sua rotina a chegada do dono, e sabia como determinar com antecedência
sua chegada por conta do horário usual do regresso, ou — quem sabe? — do som do motor de
seu carro chegando? Para desvendar a questão, o pesquisador propôs uma série de pequenos
experimentos com donos de cães, e os resultados foram bastante intrigantes.
Sheldrake instalou câmeras de vídeo em um tripé que apontava para o local em que os cães
esperavam pela pessoa que retornava a casa, uma forma oculta de observar os cães sem
interferir em suas reações. Primeiro, para eliminar a questão da hora de chegada do dono, o
cientista propôs que as pessoas retornassem a suas residências em horários aleatórios:
a cada dia deveriam voltar em um horário decidido naquele mesmo dia.
E, comprovando sua teoria, não importava a hora do regresso, os animais sempre começavam
a ficar agitados próximo à chegada de seus donos. Depois, o cientista pediu para que eles
chegassem por meios também aleatórios, como de taxi, a pé ou de carona com outra pessoa.
O resultado foi o mesmo: os cães continuavam a sentir euforia momentos antes da chegada de
seus donos.
Não importava o teste que fosse feito, os animais identificavam, na maioria das vezes, o
retorno dos moradores da casa.
O resultado dos experimentos foi amplamente divulgado na Grã-Bretanha e desagradou a
diversos cientistas e céticos. A explicação, criada por Sheldrake a partir da teoria dos campos
morfogenéticos, era a de que a conexão do animal com seu dono passavam a criar um campo
invisível e forte entre ambas às partes. Como os cães são animais extremamente sociáveis,
quando estão unidos a um ser humano, seria criada uma verdadeira rede social entre ambos.
Mesmo quando há um distanciamento entre o dono e seu cachorro, segundo Sheldrake, essa
rede continua a existir e ambos permanecem conectados por esse fio invisível. Os cães, porém,
mais sensíveis a esse campo, conseguem detectar inconscientemente algo que interfira nessa
rede — no caso, a chegada do dono — e passam a sentir sua presença mesmo a quilômetros
de distância. Nesse contexto, a informação contida na rede viaja mais rápido que o próprio
regresso do dono, fazendo com que seu animal de estimação a receba com antecedência e
reaja a ela.
E não foram apenas cachorros de estimação que o biológico utilizou para realizar
experimentos que pudessem explicar sua teoria. O cientista também realizou testes com gatos
para comprovar a relação dos animais e os campos morfogenéticos.
Certo experimento retratado por Sheldrake foi realizado com urna gata que havia parido uma
grande ninhada de filhotes. Logo nas primeiras semanas de vida dos gatinhos, um grupo de
cientistas recolheu esses filhotes e os levou para o interior de um submarino que estava abaixo
da superfície. Dessa forma, não haveria nenhuma possibilidade de comunicação direta entre
a mãe e os filhotes. Após a separação, os cientistas escolheram uma determinada hora para
sacrificarem um dos filhotes, mesma hora que a gata, distante do local, estaria sendo
observada. No exato momento em que o filhote era morto, a gata na superfície ficou agitada.
Miava muito alto, se sentia incomodada, mesmo sem ver ou ouvir o que havia acontecido no
submarino.
Essa cena se repetiu em todas as vezes que os filhotes foram sacrificados. A explicação para
esse fato era exatamente a mesma do experimento com os cães. A ligação maternal entre a
mãe e seus filhotes havia criado um campo morfogenético muito forte entre ambas as partes
e, mesmo com a distância e com a falta de contato direto entre os animais, quando algo grave
acontecia a uma das partes, a outra parte também sentia. A mãe sofrera a morte dos filhotes
mesmo sem saber do acontecido, pois o campo de ligação entre ambos havia sido ferido.
Essa sensação é muito comum entre mães e filhos, independentemente da espécie. Entre os
seres humanos, muitas vezes, uma mãe, mesmo sem conseguir explicar, sente à distância
alguma situação ruim pela qual o filho esteja passando naquele determinado momento.
É bastante usual encontrar histórias de mães e filhos afirmando que possuem um ”sexto
sentido” quando algo negativo acontece a uma das partes, situação também muitas vezes
presenciada por irmãos gêmeos. O campo mórfico criado entre essas pessoas é tão forte que
sua sensibilidade pode ser sentida mesmo à distância.
Na física quântica há alguns fenômenos misteriosos e não explicados pela ciência, que
Sheldrake designa como resultados dos campos. Nesse sistema, quando partes de um mesmo
sistema local se separam, elas mantêm uma forma de ligação, mesmo de maneira não local,
um conceito muito parecido com o principio de fótons gémeos, que ainda abordarei com mais
aprofundamento adiante. Como os cachorros e seus donos e as mães e seus filhos, os sistemas
continuam a agir de forma correlacionada mesmo à distância, por conta dos campos
morfogenéticos criados.

Os humanos e os campos morfogenéticos

Embora muitos sejam os exemplos encontrados na natureza para a comprovação da teoria dos
campos morfogenéticos, a existência dessas estruturas invisíveis que regulam o
comportamento das espécies também pode ser observada facilmente entre os seres humanos
por meio de simples experimentos. Após anos de estudo, Sheldrake concluiu que todos os
seres, independentemente do grupo a qual pertencem, apresentam uma forma de memória
coletiva e inconsciente que regula hábitos de sua espécie de uma geração para a outra, como o
caso abordado sobre os chupins azul. Assim como os campos eletromagnéticos, os campos
morfogenéticos também conseguem interferir em tudo ao seu redor.
Uma das situações estudadas por Sheldrake para demonstrar a ativação dos campos
morfogenéticos foi aquela tradicional sensação que muitas pessoas sentem quando estão
sendo observadas. O pesquisador desenvolveu um estudo, em parceria com as equipes de
polícia e pelotões antiterrorismo da Irlanda do Norte, para entender melhor essa sensação de
perseguição. Os profissionais, treinados arduamente para observar outras pessoas,
compreendiam claramente a sensação de ”estar sendo observado" e puderam auxiliar
Sheldrake em sua pesquisa.
Um dos treinamentos realizados pela SAS Britânica, as forças especiais utilizadas para lidar
com possíveis atentados terroristas, era não olhar fixamente para as costas de um inimigo
quando fosse esfaqueá-lo. Era comprovado pelos agentes britânicos que se eles fixassem
diretamente o olhar sobre seu oponente antes do ataque, certamente ele se viraria e poderia
atrapalhar a ação. Esse treinamento também servia de base para os detetives particulares:
quando eles seguiam alguma pessoa, precisavam ficar atentos para não observar diretamente
seus alvos, pois certamente a pessoa seguida sentiria os olhares de seu seguidor e o disfarce
dos detetives poderia ficar comprometido.
Experimentos realizados nessas circunstâncias comprovavam o incômodo sentido pelas
pessoas enquanto eram observadas. Em áreas em que o fumo era proibido, corno um local
dentro de um hospital ou de uma escola, foi instalado câmeras ocultas de segurança.
Muitas pessoas, sem conhecer a existência desses dispositivos eletrônicos, entravam nesses
espaços para fumar escondidas. No entanto, no exato momento em que um observador as
vigiava através de um monitor que captava as imagens da área, essas pessoas repentinamente
se sentiam constrangidas e apagavam rapidamente o cigarro para sair do local.
O mesmo também poderia ser observado com câmeras de segurança em supermercados.
Muitos fiscais responsáveis pela vigilância afirmaram a Sheldrake que, caso alguma pessoa
realizasse um furto na loja, escondendo, por exemplo, algum objeto em sua mochila, se os
vigilantes ficassem direcionando seus olhares para a pessoa, mesmo que de maneira indireta,
por monitores de segurança, essa pessoa começava a procurar por quem estivesse a
observando e, muitas vezes, subitamente, desistia do furto.
Mesmo que os experimentos de Sheldrake sempre demonstrassem que sua teoria poderia de
fato ter veracidade, a comunidade científica da época relutou ao máximo em aceitar as novas
ideias. Os pesquisadores entendiam que o biólogo estava desenvolvendo uma nova visão do
mundo que iria contra todos os estudos e teorias já enraizados pela sociedade. Até então, o
DNA era visto com a resposta para todos os enigmas envolvendo a vida na Terra, e as
atividades e evoluções dos seres vivos eram explicadas exclusivamente através das interações
físico-químicas entre suas moléculas.
Sob a tentativa de desmascarar os estudos do biólogo e acabar com o questionamento sobre
as teorias tradicionais, um grupo de pesquisadores desenvolveu um experimento realizado
com os alemães para mostrar que a chamada ”consciência coletiva" não tinha fundamento.
Durante milhares e milhares de anos, os ideogramas chineses foram passados de geração para
geração pela sociedade oriental e, de acordo com a teoria de Sheldrake, eles haveriam de estar
já enraizados no consciente da humanidade por conta da repetição contínua de seus
ensinamentos. Na tentativa de provar o contrario, o grupo de cientistas decidiu realizar testes
de memorização com diversos alemães que não possuíam nenhuma ligação com a cultura
oriental: não tinham descendência chinesa e, muito menos, haviam tido contato alguma vez
com os dialetos dessa cultura.
No entanto, para colocar um obstáculo nesse experimento e tentar refutar a teoria de
Sheldrake, os cientistas criaram dois tipos de teste de memorização: enquanto um dos testes
era realizado com ideogramas orientais tradicionais, o segundo seria realizado com
ideogramas falsos. A ideia era que esses símbolos falsos, criados especificamente para o teste
e que não apresentavam valor real, não modificariam o andamento do experimento de
memorização. O objetivo era mostrar que os ideogramas tradicionais, repetidos a milhares de
anos pela sociedade oriental, em nada se diferenciavam em termos de aprendizado dos
símbolos criados exclusivamente para o teste.
Os cientistas acreditavam que a memorização iria se fazer por igual em ambos os testes.
No entanto, para a surpresa desses cientistas, não foi isso o que aconteceu. Após diversos
grupos realizarem os testes, os resultados mostraram que os experimentos com ideogramas
tradicionais conseguiram um grau de memorização muito superior aos dos testes realizados
com os ideogramas falsos.
Como Sheldrake afirmava em sua teoria, mesmo que os alemães nunca tivessem tido contato
com a simbologia oriental utilizada nesse estudo, os símbolos já haviam sido incorporados no
inconsciente coletivo da raça humana. Dessa forma, a memorização se mostrou mais eficiente
com os símbolos originais do que com os símbolos criados naquele mesmo momento e que,
dessa forma, não apresentavam um histórico de aprendizado.
A partir desse levantamento, uma série de outros experimentos começou a engrossar a teoria
dos campos morfogenéticos. Muitos deles, em vez de serem realizados com pequenos grupos,
como aconteceram no teste dos ideogramas, também puderam ser desenvolvidos com
centenas de pessoas ao mesmo tempo. E os resultados continuaram a ser positivos para
Sneldrake. Foi o caso de um levantamento realizado na Inglaterra, cujo objeto de analise era
algo simples e pertencente ao universo cotidiano das pessoas: o hábito de fazer palavras
cruzadas.
Todos os dias, como acontece em muitos países, como no Brasil, os jornais publicavam um
novo jogo de palavras cruzadas. Diariamente, as pessoas que compravam os periódicos se
deparavam com um novo teste, criado especificamente para aquele dia, ou seja, um
passatempo que não apresentava um histórico de existência.
Após diversos testes feitos com os leitores de determinado jornal, os cientistas puderam
perceber que as palavras cruzadas realizadas no dia seguinte à publicação do jornal
apresentavam um grau de rapidez e acerto maior do que quando era feitas no mesmo dia em
que iam às bancas. A explicação seguia o mesmo modelo dos ideogramas orientais: no dia em
que haviam sido criadas, não havia ocorrido um aprendizado prévio para aquele jogo, ou seja,
ainda não havia sido criada uma consciência coletiva de resolução do teste. No entanto,
no dia seguinte, após milhares e milhares de pessoas terem respondido as palavras cruzadas,
esse novo aprendizado já havia sido incorporado ao conhecimento dos humanos. Mesmo que
não houvesse comunicação entre as pessoas que tinham feito as palavras cruzadas e as que as
fariam apenas no dia seguinte, o novo hábito já havia sido criado e incorporado a um campo
morfogenético.
Este talvez seja um dos caminhos para explicar o porquê de as novas gerações atuais
conseguirem desenvolver seus conhecimentos de maneira muito mais rápida e eficaz do que
seus antecessores. Porque as crianças nascidas no final da década de 90 conseguem aprender
muito mais rapidamente o uso do computador do que as pessoas que nasceram na década de
50? Por que um adolescente hoje em dia manuseia mais facilmente um tablet do que um
adulto na faixa de seus 40 anos? Será que o motivo dessas facilidades é por que na época que
esses jovens nasceram, o uso dessas tecnologias já havia sido incorporado ao cotidiano das
pessoas? Tudo indica que sim.

Uma memória que altera a vida

A construção da memória coletiva se torna, dessa forma, responsável direta pela própria
construção do ser humano, desde seu organismo até suas relações com o ambiente e com os
outros seres humanos. A morfogênese, ou seja, a modelagem dos sistemas biológicos seria,
dessa forma, regida pelas informações contidas nos campos morfogenéticos. Assim, muito
além da especificação e do ordenamento do próprio DNA, a memória coletiva também se faz
fundamental no processo evolutivo de ativação ou desativação dos genes.
O processo de diferenciação celular passa a funcionar ligado diretamente às bioinformações
contidas nesses campos. Os seres vivos, muitas vezes, mesmo que inconscientemente,
conseguem demonstrar de forma clara a existência desses campos e sua interação com seus
próprios organismos.
Um dos experimentos mais conhecidos, utilizados por Sheldrake para demonstrar esta
afirmação, é conhecido como ”experimento do membro fantasma”. O biólogo realizou uma
série de testes para comprovar a existência desses campos e, mesmo que o organismo passe
por alguma mudança física, essa regência invisível continua a se fazer presente.
Sheldrake detectou que uma pessoa que perdeu uma parte de um membro continua a agir da
mesma forma, como se o membro ainda existisse. Uma das experiências realizadas por ele
demonstra que uma pessoa que não tem parte de um braço continua a atuar como se o
membro anda estivesse presente, como se empurrasse um membro fantasma.
Nesse experimento, o pesquisador colocou frente a frente duas pessoas, uma com o braço
comprometido e outra pessoa completamente sã, e as separou por uma fina tela. A pessoa
sem o braço deveria tentar empurrar a fina teia como se o braço existisse e, do outro lado, a
outra pessoa tentaria sentir esse toque.
Segundo os testes realizados por Sheldrake, quando esse experimento é realizado, ambas as
pessoas realmente sentem o toque. O experimento mostra que, mesmo que não haja o braço
físico, no campo morfogenético ainda há sua existência, e não apenas no cérebro da pessoa
que o perdeu. E, por isso, ambas as pessoas conseguem sentir como se ele ainda existisse.
Com esse e tantos outros experimentos e estudos acerca dos campos morfogenéticos, aos
poucos a ciência tradicional passou a ser questionada. A construção de uma consciência
coletiva reverbera a maneira como todos os seres humanos pensam, agem, relaciona-se
uns com os outros e conduzem suas vidas. Uma faísca de comportamento, uma nova simples
ideia pode refletir após muitos e muitos anos e interferir na realidade de gerações futuras.
O dramaturgo francês Victor Hugo afirmou que "nada neste mundo é tão poderoso quanto
uma ideia “cuja oportunidade chegou”. Uma ideia pode mudar tudo.
Assim como processos evolutivos do comportamento dos seres são fundamentais para um
crescimento positivo da vida em nosso planeta, processos negativos também podem ser
difundidos ao longo do tempo. Os campos morfogenéticos poderiam ser urna das explicações,
por exemplo, do surgimento de grandes doenças da vida pós-moderna, como depressão e
outras enfermidades ligadas ao estado mental.
Não só por boas ideias e bons aprendizados a ressonância mórfica pode ser responsável. Assim
como já nascemos com muitas informações e hábitos importantes para as nossas existências,
os males da sociedade também podem se tornar ingredientes dessa consciência coletiva.
“A ressonância mórfica tende a reforçar qualquer padrão repetitivo, seja ele bom ou mal”...
“por isso, cada um de nós é mais responsável do que imagina, pois nossas ações podem
influenciar os outros a repeti-las”, afirmou Sheldrake em um artigo. A teoria dos campos
mostra que nossas ações e pensamentos podem não só ser fundamentais para as mudanças
em nossas vidas, como também influenciar o desenvolvimento da vida de todos ao nosso
redor.

Você também pode gostar