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Aula de apresentação:

teste- 25/10
Duas aulas de texto 1 aula de discussão
teste- 13/12

pg 13 à 79 il libro del cortegiano

baco desce de neptuno no canto 6- Lusíadas

hallowed relics- reliquias sagradas


mãe das musas- memória pai das musas-apolo
thou- tu arcaico
slow- endeavouring art- arte que se faz com esforço, lenta
numbers- versos
bereaving- privada
epitafio- inscriçao tumular
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Il Libro del Cortegiano:
No livro "Cortegiano" é descrito o ideal do cortesão renascentista, quais devem ser as suas qualidades e
habilidades, um indivíduo que é habilidoso em diversas áreas e possui um comportamento refinado na corte.
O livro é estruturado como uma série de diálogos entre membros da corte italiana, discutindo os atributos
que um cortesão deve ter para ser considerado ideal e tentam chegar a um consenso sobre a melhor maneira
de se comportar na corte. O personagem principal é o Conde Ludovico que reúne alguns cortesãos para
discutir o que é necessário para se tornar um cortesão ideal.
Ao longo dos diálogos, são abordadas várias características do cortesão ideal, como conhecimento em
literatura, música, dança, esgrima e outras formas de arte. Além disso, é enfatizada a importância da virtude
moral, bem como o respeito pelas regras sociais.
O cortesão também deve ser bem-educado e ter um conhecimento profundo de história, filosofia e literatura.
Além disso, o cortesão deve ser capaz de falar com eloquência e ter uma personalidade agradável.
Castiglione argumenta que essas habilidades são necessárias para que o cortesão possa se destacar na corte e
ganhar a admiração dos outros.
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Livro do renascimento, faz renascer tradições clássicas como os colóquios e os diálogos
Cidade de Urbino- inacessível- onde plantas são cultivadas, flores de estufa falam de si e das suas
experiências, “Flores de estufa a falar no que é ser flor de estufa”, como os cortesãos falam do que é ser
cortesão na corte
Conjunto de pessoas reunido num palácio deslumbrante, “parece uma cidade em forma de palácio”, cidade
de Urbino.
Tentam descrever o que é o perfeito cortesão (como Platão tentou descrever a sociedade perfeita; Cicero o
orador perfeito)
Senhora da corte- não cortesã
O cortesão deve ser de familia nobre, artes que deve cultivar- música, o canto, a execução instrumental

Porque não é um tratado?


-Pois não pensam todos da mesma forma, seria difícil definir regras definitivas de como deve ser o cortesão
ideal;
-A forma de dialógo apresentada permite um debate a várias opiniões e princípios

Não é um manual de boas maneiras


Só se aprende a ser cortesão ao ser-se, imintando as pessoas- única maneira disponível para ser um bom
cortesão
Ser um bom cortesão e ter uma boa educação, estar disposto a ouvir conselhos
Não há regras para se ser um bom cortesão
Não há uma opinião uniforme, absoluta
Exemplos de pessoas de uma graça excelente, nascem já cortesãos perfeitos e há aqueles que fazem tolice
insensata
O mundo não tem de ser ou só cortesãos que já são perfeitos quando nascem nem tem de ser só compostos
por pretenciosos, encontra-se um justo meio
Os que não são dotados por natureza podem com estudo ou educação limar os seus defeitos naturais
É possivel desenvolver uma graça não natural mas artificial que compense pela arte e pela técnica para nos
aproximarmos às pessoas que já nascem com todas as graças
Phronesis- Sabedoria Prática (só se aprende praticando)
Cortesão deve saber lutar, deve usar em tudo o que faz o seu juízo
Não se pode dar uma receita de como ser um bom cortesão
Graça- boa maneira que fazemos as coisas, o melhor que conseguimos
É preciso dar provas a tudo aquilo que se faz
É preciso provar e exibir uma “sprezzatura”, é uma regra universal, aplica-se a tudo, desprezar, não mostrar o
nível de esforço colocado em algo, para não mostrar a falta de aptidão/talento, permite-nos estar nas boas
graças do princípe
O cortesão deve ser dotado de bom juízo
Desgraça- ausência de graça
“Ars celare artem”- A verdadeira arte consiste em não exibir a arte, fazer as coisas sem que parecem que
estão a mostrar a arte. O Castiglione dá o exemplo das mulheres que usam maquiagem em excesso
Alguém que mostre muita aplicação naquilo que fez revela um certo desespero para conseguir alguma coisa
Agradar ao príncipe tem a sua arte e o cortesão tem de ser credível
O príncipe não quer pessoas desesperadas
A “sprezzatura” também tem de ser aplicada com uma certa “sprezzatura”
A “sprezzatura” também é suscetível a ser utilizada em excesso
Fazer tudo com simplicidade é o verdadeiro objetivo do cortesão
Galhardo- elegante, vaidoso, contrário de afetado
Não há nada mais afetado do que parecer ser que não se é afetado
É preciso encontrar a quantidade de esforço que se pode ou não mostrar
Diversas formas de chegar à graça: Por aproximação, imitação, sugestões que vão sendo dadas, por
recompensas positivas e negativas, aproximar-mos das pessoas que parecem boas
Este livro aplica-se à moral como se aplica à estética
No capítulo 49 fala-se de pintura e no capítulo 50 compara-se às artes. Muitos artistas que escreveram sobre
arte tentaram perceber qual das artes é melhor, se é a pintura ou a escultura. A sugestão que vem descrita no
livro é de que a pintura é superior pois é capaz de sugerir muitos mais detalhes do que a escultura. Utiliza o
argumento de que a pintura é mais intelectual do que a escultura.
A pintura é vista como uma arte liberal
Na página 71, o Castiglione diz que o cortesão deve ter conhecimentos sobre a arte da pintura
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Renascimento- ascensão da burguesia, as cortes precisavam de burgueses, os burgueses poderiam passar a
ser cortesãos, as cidades voltaram a ganhar força
Os burgueses viram uma forma de ascender a um cargo que antes não era possível
O que antes pertencia só à nobreza começou a dinfundir para outros estratos sociais
Castiglione escreveu o cortesão quando estava na corte de Espanha
A corte de Urbino era nas terras conquistadas pelo papa
O único objetivo do livro não é só representar o cortesão, também glorifica diversas figuras que Castiglione
conheceu, os intervenientes dos diálogos existiram e eram amigos de Castiglione e tinham cargos superiores
na Europa, também servia para dar autoridade às teses expostas, argumentos e contra-argumentos que ele
próprio pensou, preserva a personalidade e a crença destas pessoas
O próprio livro é um exemplo de “Sprezzatura”
Figura central- Conde Luduvico
República de Platão- perfeita república
É difícil ter todas as características que o perfeito cortesão deve ter
O perfeito cortesão é um ideal e não é algo alcansável, mas sim algo que se possa aproximar
Dona Emília serve como moderadora
Livro que não visa destacar regras, que toca no uso, no hábito e na prática
Dificuldade da tarefa de definir o que é um perfeito cortesão
Semelhança de Castiglione representar a corte de Urbino e Homero representar Aquiles
As pessoas da nobreza estão sujeitas a uma educação diferente- boa educação
Os nobres mais facilmente serão bons cortesãos pois têm a pressão de suceder
Todos podem chegar à graça através da aprendizagem e do engenho
Ar que à primeira vista o torne agradável a qualquer um
É preciso ter a avalição do príncipe através da graça
Evitar a afetação
A verdadeira arte é que parece não ser arte- mostrar naturalidade, ser modesto, fazer as coisas sem
excesso/exagero
Mais do que ser natural tem de parecer natural
“Sprezzatura”- príncipio universal da obra
Bom juízo- sabedoria prática
Phronesis- sabedoria que depende da prática, equivalente ao bom juízo
A imitação é fulcrar para desenvolver a graça
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Castiglione leva-nos ao longo da obra num diálogo feito num jogo por membros da corte, que depois
do jantar, juntam-se todas as noites com a senhora Duquesa para dançar, jogar, conversar. A senhora Duquesa
põe a senhora Emília como chefe para decidir a melhor proposta de jogo.
Todos dão ideias mas o que prevalece é o Federico Fregoso que sugere um jogo em que se diga as qualidades
que o melhor cortesão deverá ter assim como as ccondições necessárias para obter essas qualidades. A
senhora Emilia a escolher este jogo aponta para o Conde Luduvico.
Luduvico começa por dizer que o cortesão deverá ser de família nobre, isto pois os que nascem
nobres têm uma boa educação e por natureza uma graça necessária do que os não nobres. Aqui podemos
começar a ter um senso do conceito justo meio (“Entre a tolice insensata e a graça excelente há um meio” e
que “aqueles que não são perfeitamente dotados por natureza podem, com estudo e dedicação, limar e
corrigir os seus defeitos naturais”). Não só ser da nobreza, nem o engenho ou bela forma de corpo e rosto,
mas que à primeira vista tenha uma graça que o torne agradável.
Gaspar Pallavicino contradiz dizendo que ambos os nobres e não nobres podem ter engenho ou bela forma de
corpo e rosto ou não, no qual o conde explica que dos nobres já se espera o bom e por isso os nobres não têm
de fazer tanto esforço para causar boa impressão.
O cortesão perfeito (lembrando que não há perfeição apenas os ideais de cada um sobre o que é
perfeito) tem que ser versátil: ter mestria na arte das armas (sendo esforçado, corajoso e leal a quem serve
não fazendo gestos reprováveis que estraguem a sua reputação), mas que não deixe esta mestria tornar-se em
presunção que não possa fazer mais nada (continue a dançar, brincar e tenha relações humanas
permanecendo honesto e comedido, que fuja ao autoelogio e à ostentação)- Contradição de Gaspar em que
dando o exemplo de Alexandre o Grande diz que há homens que sentem que o seu valor e feitos não são
reconhecidos então assim o procuram e o Conde Luduvico diz que há homens que pelos feitos pode ser
perdoado esta procura pelo elogio desde que não tenha um espírito vil.
O cortesão tem que saber lutar e ser o perfeito cavaleiro em sela, que saiba a arte da caça (costume antigo e
necessário para fazer demonstrações na corte), mas também saber fazer exercícios mais tranquilos para ter
boas relações (fazer tudo o que os outros fazem sem se afastar dos atos louváveis) tudo isto com diligência,
cuidado e bom juízo em tudo o que faz e diz para parecer um homem inteligente e discreto. Porém não
esquecer que o cortesão tem que ultrapassar os outros em cada profissão respetiva.
O cortesão também tem de ter um rosto que não seja mole e delicado em demasia, que o seu corpo não seja
muito pequeno nem muito grande e que seja bem proporcionado, revele força, leveza e desenvoltura que
pertence a um homem de guerra.
Para aprender os exercícios tem que começar cedo e ter homens excelentes perto de si, o bom discípulo deve
não só fazer bem mas tentar assemelhar-se ao mestre, lembrando que destes temos que tirar o melhor de cada
um e depois desenvolver com essa inspiração a nossa própria graça. Esta graça é uma estética moral e física
que depende da avaliação dos outros.
Tudo neste livro tem a ver com um justo-meio, pois nada pode ser feito em exagero, não se pode mostrar
demasiado esforço- “sprezzatura” contrário de afetação- perfeição de esconder a arte. A “sprezzatura” é a
indiferença, é fazer parecer natural.
Discute-se temas relevantes mas que não fazem parte do jogo como usar língua recente (o lombardo)
ou a língua antiga (o toscano).
Luduvico afirma a importância de falar a língua recente e abraçar as mudanças que ocorrem naturalmente em
tudo. O cortesão tem de saber falar bem e escrever.
Volta-se a falar da afetação com exemplo das mulheres que utilizam demasiada maquiagem.
O cortesão deve ser instruído em letras, que não conheça apenas a língua latina mas também a grega, que
seja hábil a escrever em prosa e que suprima os seus trabalhos se não são dignos de louvor, que seja
prevenido e tímido em vez de audacioso para não pensar que sabe o que não sabe, modesto, não se deixe
pensar que as coisas medíocres que fez são muito grandes ou deixe-se persuadir disso pelos outros (quase
recusar elogios). O cortesão tem que ser músico, tocar diversos instrumentos (algo que Platão e Aristóteles
dizem que o homem deve saber fazer), saber desenhar e ter conhecimento sobre a pintura (algo que os
antigos queriam que as crianças soubessem).
Num debate Luan Cristoforo é perguntado se a escultura é capaz de maior arte que a pintura, ao qual afirma
que sim, mas o Conde Luduvico argumenta que a escultura tem grandiosidade em tamanho porém em
detalhe deixa muito a desejar, não tem tanta técnica precisa.
No fim é preciso denotar que o Conde demonstra insatisfação perante os ouvintes que não são dignos
de discurso, reflete sobre a imparcialidade da senhora Emilia, como fizera mais cedo com Pietro Bembo que
quando defende a prevalência das letras, demonstra-se parcial (é poeta). Todos estes personagens são
pessoass que Castiglione conheceu e servem para mostrar as suas teses.

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