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SEEDF

1 Estado, Governo e Administração Pública: conceitos, elementos, poderes e organização; natureza,


fins e princípios. ...................................................................................................................................... 1

2 Organização administrativa do Estado. Administração direta e indireta. ........................................ 16

4 Agentes públicos: espécies e classificação, poderes, deveres e prerrogativas, cargo, emprego e


função públicos. .................................................................................................................................... 27

5 Poderes administrativos. ................................................................................................................ 35

6 Atos administrativos: conceitos, requisitos, atributos, classificação, espécies e invalidação. ......... 45

7 Controle e responsabilização da administração: controle administrativo, controle judicial, controle


legislativo, responsabilidade civil do Estado. ......................................................................................... 57

8 Lei Complementar nº 840/2011 (Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis do Distrito Federal,
das Autarquias e das Fundações Públicas Distritais.) ........................................................................... 78

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1 Estado, Governo e Administração Pública: conceitos, elementos,
poderes e organização; natureza, fins e princípios.

Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br

O Estado foi datado do século XIII como “conjunto das instituições (governo, forças armadas,
funcionalismo público etc.) que controlam e administram uma nação; país soberano, com estrutura própria
e politicamente organizado. O Estado é uma sociedade natural, no sentido de que decorre naturalmente
do fato de os homens viverem necessariamente em sociedade e aspirarem realizar o bem geral que lhes
é próprio, isto é, o bem comum. Por isso e para isso a sociedade se organiza em Estado.
Entende-se o Estado como comunidade, soberania e nação, para utilizarmos categorias de hoje, dado
que o Estado é ao mesmo tempo Estado-comunidade, ou república, Estado-aparelho, ou principado, e
comunidade de gerações, ou nação. Por Estado entende-se a unidade administrativa de um território.
Não existe Estado sem território. O Estado é formado pelo conjunto de instituições públicas que
representam, organizam e atendem (ao menos em tese) os anseios da população que habita o seu
território. Entre essas instituições, podemos citar o governo, as escolas, as prisões, os hospitais públicos,
o exército, dentre outras.

O Estado é pessoa jurídica territorial soberana.


Pessoa jurídica é a unidade de pessoas reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e
obrigações. Por exemplo, o Estado tem o direito de cobrar impostos e o dever de oferecer serviços à
população como saúde e educação.
A extensão de terra na qual o Estado exerce sua soberania é o território. O território é composto pelo
solo, subsolo, águas interiores, o mar territorial e o espaço aéreo.

A soberania é o poder supremo. No âmbito interno refere-se à capacidade de autodeterminação e, no


âmbito externo, é o privilégio de receber tratamento igualitário perante os outros países.

A Sociedade é o conjunto de pessoas que compartilham propósitos, preocupações e costumes, e que


interagem entre si constituindo uma comunidade. A origem da palavra sociedade vem do latim ‘societas’,
uma “associação amistosa com outros”. ‘Societas’ é derivado de ‘socius’, que significa “companheiro”, e
assim o significado de sociedade é intimamente relacionado àquilo que é social.
A sociedade é objeto de estudo comum entre as ciências sociais, especialmente a sociologia, a
história, a antropologia e a geografia. A sociedade é um grupo de indivíduos que formam um sistema
semiaberto, no qual a maior parte das interações é feita com outros indivíduos pertencentes ao mesmo
grupo. Uma sociedade é uma rede de relacionamentos entre pessoas. Uma sociedade é uma comunidade
interdependente. O significado geral de sociedade refere-se simplesmente a um grupo de pessoas
vivendo juntas numa comunidade organizada.
A sociedade pode ser vista como um grupo de pessoas com semelhanças étnicas, culturais, políticas
e/ou religiosas ou mesmo pessoas com um objetivo comum. Uma delimitação física (como um território,
um país ou um continente) não pode definir uma sociedade, já que entre eles podem ter diferenças que
podem se afastar do conceito da sociedade.
Está implícito no significado de sociedade que seus membros compartilham interesse ou preocupação
mútua sobre um objetivo comum. Como tal, sociedade é muitas vezes usado como sinônimo para o
coletivo de cidadãos de um país governados por instituições nacionais que lidam com o bem estar cívico.

Território é a base espacial do poder jurisdicional do Estado onde este exerce o poder coercitivo
estatal sobre os indivíduos humanos, sendo materialmente composto pela terra firme, incluindo o subsolo
e as águas internas (rios, lagos e mares internos), pelo mar territorial, pela plataforma continental e pelo
espaço aéreo.

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Povo é a população do Estado, considerada pelo aspecto puramente jurídico. É o grupo humano
encarado na sua integração numa ordem estatal determinada; é o conjunto de indivíduos sujeitos às
mesmas leis, são os súditos, os cidadãos de um mesmo Estado, detentores de direitos e deveres.

Nação é um grupo de indivíduos que se sentem unidos pela origem comum, pelos interesses comuns,
e principalmente, por ideias e princípios comuns. É uma comunidade de consciência, unidas por um
sentimento complexo, indefinível e poderosíssimo: o patriotismo.
A administração pública é a forma como o Estado governa, ou seja, como executa as suas atividades
para o bem estar de seu povo. Lembrando que povo são os habitantes de um determinado território. É
organizado política, social e juridicamente, ocupando um território definido e onde normalmente a lei
máxima é uma constituição escrita, e dirigida por um governo que possui soberania reconhecida tanto
interna como externamente. Um Estado soberano é sintetizado pela máxima: um governo, um povo, um
território. O Estado é responsável pela organização e pelo controle social, pois detém, segundo Max
Weber, o monopólio da violência legítima (coerção, especialmente a legal).

Governo é o conjunto das funções necessárias à manutenção da ordem jurídica e da administração


pública. A palavra governo tem dois sentidos, coletivo e singular. O primeiro, como conjunto de órgãos
que orientam a vida política do Estado. O segundo, como poder executivo, órgão que exerce a função
mais ativa na direção dos negócios públicos. É um conjunto particular de pessoas que, em qualquer
tempo, ocupam posições de autoridade dentro de um Estado, que tem o objetivo de regrar uma sociedade
política e exercer autoridade. Neste sentido, os governos se revezam regularmente, ao passo que o
Estado perdura e só pode ser mudado com dificuldade e muito lentamente. O tamanho do governo vai
variar de acordo com o tamanho do Estado, e ele pode ser local, regional ou nacional.
O governo é a instância máxima de administração executiva, geralmente reconhecida como a liderança
de um Estado ou uma nação. É formado por dirigentes executivos do Estado e ministros.

A forma de governo é a maneira como se dá a instituição do poder na sociedade e como se dá a


relação entre governantes e governados. Existem diversos tipos de governo, como anarquismo (quando
existe a ausência ou falta de governo), democracia (os cidadãos elegíveis participam igualmente),
ditadura (não há participação popular), monarquia (chefe de governo se mantém no cargo até a morte),
oligarquia (poder político concentrado em um pequeno número de pessoas), tirania (utilizada
normalmente em situações excepcionais) e outros.

O sistema de governo não pode ser confundido com a forma de governo, pois a forma é o modo
como se relacionam os poderes e o sistema de governo é a maneira como o poder político é dividido e
exercido no âmbito de um Estado.
Segundo o jurista italiano Norberto Bobbio, a primeira vez que a palavra “estado” foi utilizada, com o
seu sentido contemporâneo, foi no livro Arte da Guerra, do imperador e general que fundou a dinastia dos
Sun Tzu e posteriormente no livro denominado O Príncipe, do diplomata e militar Nicolau Maquiavel.
Normalmente, grafa-se o vocábulo com letra maiúscula, a fim de diferenciá-lo de seus homônimos. Há,
entretanto, uma corrente de filólogos que defende sua escrita com minúscula, como em cidadania ou civil.
O objetivo nãoé ferir a definição tradicional de Estado, mas equiparar a grafia a outros termos não menos
importantes.
O reconhecimento da independência de um Estado em relação aos outros, permitindo ao primeiro
firmar acordos internacionais, é uma condição fundamental para estabelecimento da soberania. O Estado
pode também ser definido em termos de condições internas, especificamente (conforme descreveu Max
Weber, entre outros) no que diz respeito à instituição do monopólio do uso da violência.
O Estado é uma organização que conta com o monopólio da violência legítima (uso da força), pelo que
dispõe de instituições como as forças armadas, a polícia e os tribunais, pelo fato de assumir as funções
de governo, defesa, segurança e justiça, entre outras, num determinado território. O Estado de Direito é
aquele que enfoca a sua organização na divisão de poderes (Executivo, Legislativo e Judicial). É
importante esclarecer que os conceitos de Estado e governo não são sinônimos. Os governantes são
aqueles que, temporariamente, exercem cargos nas instituições que conformam o Estado.
O conceito parece ter origem nas antigas cidades-estados que se desenvolveram na Antiguidade, em
várias regiões do mundo, como na Suméria, na América Central e no Extremo Oriente. Em muitos casos,
estas cidades-estados foram a certa altura da história colocadas sob a tutela do governo de um reino ou
império, seja por interesses econômicos mútuos, seja por dominação pela força.
O Estado como unidade política básica no mundo tem, em parte, vindo a evoluir no sentido de um
supranacionalismo, na forma de organizações regionais, como é o caso da União Europeia. Os governos

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são transitórios e apresentam diferentes formas, que variam de um lugar para outro, enquanto os Estados
são permanentes (ao menos enquanto durar o atual sistema capitalista).
Dessa forma, o governo seria apenas uma das instituições que compõem o Estado, com a função de
administrá-lo. Várias correntes filosóficas opõem-se à existência do Estado tal como o conhecemos. O
anarquismo, por exemplo, promove o total desaparecimento do Estado e a respectiva substituição pelas
associações livres e organizações participativas.
O marxismo, em contrapartida, considera que o Estado é uma ferramenta de domínio que se encontra
sob o controle da classe dominante. Como tal, aspira à sua destruição para que seja substituído por um
Estado Operário como parte constituinte da transição para o socialismo e o comunismo, onde já não será
necessário um Estado, uma vez superada a luta de classes (burguesia x proletariado).
A Nação, por outro lado, tem seu conceito ligado à identidade, à cultura e aos aspectos históricos. Por
nação entende-se um agrupamento ou organização de uma sociedade que partilha dos mesmos
costumes, características, idioma, cultura e que já possuem uma determinada tradição histórica. Alguns
autores chegam a afirmar que o Estado seria a institucionalização da Nação.
Entretanto, observa-se a existência de Estados com muitas nações – ou multinacionais – e algumas
nações sem Estado constituído. Existem nações sem Estado (nação palestina, nação basca) e Estados
que reúnem e abarcam várias nações. No Direito Administrativo contemporâneo, Governo é a expressão
que define o núcleo diretivo do Estado, alterável por eleições e responsável pela gerência dos interesses
estatais e pelo exercício do poder político. É a organização e autoridade governante de uma unidade
política. O poder de regrar uma sociedade política e o aparato pelo qual o corpo governante funciona e
exerce autoridade. O governo é usualmente utilizado para designar a instância máxima de administração
executiva, geralmente reconhecida como a liderança de um Estado ou uma nação. Os Estados que
possuem tamanhos variados podem ter vários níveis de Governo conforme a organização política daquele
país, como por exemplo o Governo local, regional e nacional. A forma de governo é a política base que
define como o Estado exerce o poder sobre a sociedade. O sistema de governo é a divisão do poder no
Estado. Há ainda o regime político, que é uma relação entre o governante e a força exercida entre ele.

Aristóteles (384-322 a.C.) na obra Política, dividiu o governo de três formas:

1) Monarquia: cujo governo tem caráter hereditário, visa o bem comum, como a obediência ás leis e
ás tradições. O governo cabe a uma única pessoa, que possui poderes não só para fazer as leis, como
também para aplicá-las. A forma distorcida da monarquia é a Tirania, na qual o governo é de um homem
só que ascende ao poder por meios ilícitos.

2) Aristocracia: o Estado é governado por um pequeno grupo de pessoas, que tem tese, seria o grupo
ou classe mais apta a conduzir o Estado. No entanto, a distorção da aristocracia, e a Oligarquia, uma
forma impura de governo. Na oligarquia em governa são os mais poderosos, geralmente, os mais ricas,
possuidores de títulos de nobreza ou que conquistaram o poder pela força.

3) Politéia: governo do povo, exercido com respeito ás leis e em benefício de todos. A forma distorcida
da Politéia é a Democracia, na qual a maioria exerce o poder, favorecendo preferencialmente os pobres
(POLIZEL, 2010). Apresentamos as formas puras de governo (Monarquia, Aristocracia e Politéia) que
forma propostas por Aristóteles, e também as formas impuras (Tirania, Oligarquia e Democracia).

No entanto, a Democracia, no ocidente, tem uma conotação mais expandida, por exemplo, para
Lincoln, a democracia “é o regime do povo, pelo povo e para o povo”. Hans Kelsen expande essa ideia
na liberdade de consciência, trabalho, religião, igualdade etc.
Podemos considerar o Estado moderno como uma sociedade com base territorial, dividida em
governantes e governados, com ambições, dentro do território que lhe é reconhecido e com supremacia
sobre todas as demais instituições. Estão sob seu domínio todas as formas de atividade cujo controle ele
julgue conveniente. Surge no auge da monopolização do poder do governante do estado.
Segundo Norbert Elias, o governo monopolista, fundamentado nos monopólios da tributação e da
violência física, atingira assim, nesse estágio particular, como monopólio pessoal de um único indivíduo,
sua forma consumada. Era protegido por uma organização de vigilância muito eficiente. O rei latifundiário,
que distribuía terras ou dízimos, tornara-se o rei endinheirado, que distribuía salários, e este fato dava à
centralização um poder e uma solidez nunca alcançados antes. O poder das forças centrífugas havia sido
finalmente quebrado. Todos os possíveis rivais do governante monopolista viram-se reduzidos a uma
dependência institucionalmente forte de sua pessoa. Não mais em livre competição, mas apenas numa
competição controlada pelo monopólio, apenas um segmento da nobreza, o segmento cortesão, concorria

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pelas oportunidades dispensadas pelo governante monopolista, e ela vivia ao mesmo tempo sob a
constante pressão de um exército de reserva formado pela aristocracia do interior do país e por elementos
em ascensão da burguesia.
A corte era a forma organizacional dessa competição restrita. Com o surgimento de uma classe social
e econômica, formada de moradores da cidade, homens livres, comerciantes, banqueiros, estudiosos,
artesões, entre outras atribuições autônomas e sustentáveis, que conseguiram por meio de seus dotes e
por meio do pagamento de tributo de proteção aos senhores feudais formarem os burgos, vindo daí a
origem da expressão “burguês”. Este monopólio do poder, pelo soberano, afora a ingerência da Igreja, foi
evoluindo para o absolutismo ao mesmo tempo em que a classe burguesa igualmente evoluía, mas
achacada pelos altos tributos cobrados de todos os meios e de todos os lados, evoluindo para uma
situação, quem em torno do século XVIII já seria insustentável. Classifica-se a evolução do Estado de
Direito em:

a) Estado Liberal - Liberalismo é forma ao mesmo tempo racional e intuitiva de organização social em
que prevalece a vontade da maioria quanto à coisa pública, e que está livre de qualquer fundamento
filosófico ou religioso capaz de limitar ou impedir a liberdade individual e a igualdade de direitos, e no qual
o desenvolvimento e o bem estar social dependem da divisão do trabalho, do direito de propriedade, da
livre concorrência e do sentimento de fraternidade e responsabilidade filantrópica frente à diversidade de
aptidões e de recursos dos indivíduos. Surge com a revolução burguesa na França, suas características
básicas são a não intervenção do Estado na economia, igualdade formal, autonomia e divisão dos
poderes. A Constituição é tida como norma suprema e limitadora dos poderes públicos e garantidora de
direitos fundamentais individuais. Segundo parte da doutrina, nesse estado somente se fala nos direitos
de primeira geração que são aqueles que pregam a liberdade, também chamados de direitos individuais,
posto que protegem o cidadão contra os arbítrios e abusos do Estado.

b) Estado Social – Segundo La Bradbury (2006), a igualdade tão somente formal aplicada e o
absenteísmo do Estado Liberal em face das questões sociais, apenas serviram para expandir o
capitalismo, agravando a situação da classe trabalhadora, que passava a viver sob condições miseráveis.
O descompromisso com o aspecto social, agravado pela eclosão da Revolução Industrial, que submetia
o trabalhador a condições desumanas e degradantes, a ponto de algumas empresas exigirem o trabalho
diário do obreiro por doze horas ininterruptas, culminou com a Revolução Russa de 1917, conduzindo os
trabalhadores a se organizarem com o objetivo de resistir à exploração. Esse movimento configurava a
possibilidade de uma ruptura violenta com o Estado Liberal, devido à grande adesão de operários do
ocidente europeu. A burguesia, hesitante à expansão dos ideais pregados pela Revolução Russa, adotou
mecanismos que afastassem os trabalhadores da opção revolucionária, surgindo, então, o Estado Social,
com as seguintes características: intervenção do Estado na economia, aplicação do princípio da igualdade
material e realização da justiça social. A burguesia, agora detentora do poder político, passou a defender
o intervencionismo estatal no campo econômico e social, buscando acabar com a postura absenteísta do
Estado, preocupando-se com os aspectos sociais das classes desfavorecidas, conferindo-lhes uma
melhor qualidade de vida, com o único intuito de conter o avanço revolucionário. Para alcançar tal intento,
os capitalistas tiveram que substituir a igualdade formal (igualdade perante à lei), presente no Estado
Liberal, que apenas contribuiu para o aumento das distorções econômicas, pela igualdade material
(igualdade de fato), que almejava atingir a justiça social. O princípio da igualdade material ou substancial
não somente considera todas as pessoas abstratamente iguais perante a lei, mas se preocupa com a
realidade de fato, que reclama um tratamento desigual para as pessoas efetivamente desiguais, a fim de
que possam desenvolver as oportunidades que lhes assegura, abstratamente, a igualdade formal. Surge,
então, a necessidade de tratar desigualmente as pessoas desiguais, na medida de sua desigualdade. O
Estado Social (ou do Bem Estar), apesar de possuir uma finalidade diversa da estabelecida no Estado de
Direito, possuem afinidades, uma vez que utiliza do respeito aos direitos individuais, notadamente o da
liberdade, para construir os pilares que fundamentam a criação dos direitos sociais. Surgem, desta forma,
os “direitos de segunda geração”, que se situam no plano do ser, de conteúdo econômico e social, que
almejam melhorar as condições de vida e trabalho da população, exigindo do Estado uma atuação positiva
em prol dos explorados, compreendendo, dentre outros, o direito ao trabalho, à saúde, ao lazer, à
educação e à moradia, (La Bradbury, 2006). Carlos Ari Sundfeld sintetiza afirmando que: “O Estado torna-
se um Estado Social, positivamente atuante para ensejar o desenvolvimento (não o mero crescimento,
mas a elevação do nível cultural e a mudança social) e a realização da justiça social (é dizer, a extinção
das injustiças na divisão do produto econômico).”

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c) Estado Democrático - Surge após a Segunda Guerra Mundial, dissociando-se das políticas
totalitárias como o nazismo e fascismo, sendo suas características principais a representatividade política
pelo voto do povo, detentor da soberania e uma Constituição não apenas limitadora de poderes e políticas
públicas, mas regulamentadora das prestações positivas do Estado em prol do cidadão e da coletividade.
Declara e assegura direitos fundamentais individuais e coletivos, tais como, direito a paz, ao meio
ambiente ecologicamente correto, às tutelas de liberdade do pensamento, expressão, autoria e
intimidade, o respeito e a autodeterminação dos povos, as políticas de reforma agrária e moradia popular,
os benefícios e aposentadorias previdenciários, a assistência social, entre outros, surgindo os direitos de
terceira geração e outros, denominados de quarta geração, ligados ao constante progresso científico e
tecnológico contemporâneo e outros fenômenos políticos como a globalização e a unificação dos países,
de modo à regular a cibernética, a informática, a biogenética, entre outros.

A reforma do Estado brasileiro e de seu aparelho

A reforma da Administração Pública visa a eficiência dos serviços que são prestados para os cidadãos,
com maior qualidade. Visa-se a redução de custos ao mesmo tempo em que promove-se a revisão e
aperfeiçoamento das rotinas, com a desburocratização e aplicação de metas e indicadores de
desempenho.

A reforma do aparelho do Estado é fundamental para que se assegure a estabilidade do plano real. O
que o governo visa é impedir o aumento dos gastos, sem que haja a perda da qualidade e eficiência dos
serviços prestados.

Com a melhoria da eficiência exige-se também a descentralização dos serviços, aproximando-se da


sociedade e do cidadão, retirando do Estado as atividades que possam ser melhor executadas por
entidades públicas.

Com a reforma do Estado poderão ocorrer mudanças na Constituição, permitindo ainda a revisão de
leis e normas, aplicando-se novos instrumentos de gestão e organização da administração.

A organização político-administrativa do Estado brasileiro compreende a União, os Estados, o


Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos da Constituição. Os Estados podem
incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos
Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de
plebiscito e do Congresso Nacional, por lei complementar. A criação, a incorporação, a fusão e o
desmembramento de Municípios far-se-á por lei estadual, dentro do período determinado por lei
complementar federal e dependerá de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma
da lei. Passemos ao estudo específico da Administração Pública.
O Estado brasileiro adotou a tripartição de poderes, assim são seus poderes o Legislativo, o Executivo
e o Judiciário, conforme se infere da leitura do art. 2º da Constituição Federal:

“São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o


Judiciário.”.

a) Poder Executivo: No exercício de suas funções típicas, pratica atos de chefia do Estado, do
Governo e atos de administração, ou seja, administra e executa o ordenamento jurídico vigente. È uma
administração direita, pois não precisa ser provocada. Excepcionalmente, no exercício de função atípica,
tem o poder de legislar, por exemplo, via medida provisória.

b) Poder legislativo: No exercício de suas funções típicas, é de sua competência legislar de forma
geral e abstrata, ou seja, legislar para todos. Tem o poder de inovar o ordenamento jurídico. Em função
atípica, pode administrar internamente seus problemas.

c) Poder judiciário: No exercício de suas funções típicas, tem o poder jurisdicional, ou seja, poder de
julgar as lides, no caso concreto. Sua atuação depende de provocação, pois é inerte.
A partir do momento que a controvérsia é julgada em decisão transitada em julgado, é impossível
modificá-la.

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Como vimos, o governo é o órgão responsável por conduzir os interesses de uma sociedade. Em
outras palavras, é o poder diretivo do Estado.
Importante destacar o conceito de governo dado por Alexandre Mazza: “... é a cúpula diretiva do
Estado, responsável pela condução dos altos interesses estatais e pelo poder político, e cuja composição
pode ser modificada mediante eleições.1
O Governo organiza-se em:

Ministérios: órgãos subordinados ao presidente da República e que auxiliam nas atividades do Poder
Executivo.
Secretarias: também são subordinadas à presidência da República e estão relacionadas a assuntos
de interesses sociais.
Conselhos: são responsáveis por recomendar diretrizes, tomar decisões relacionadas às políticas ou
administrar programas.
Agências reguladoras: fiscalizam os serviços públicos realizados pelas entidades privadas.

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Como brevemente exposto acima, os princípios jurídicos orientam a interpretação e a aplicação de


outras normas. São verdadeiras diretrizes do ordenamento jurídico, guias de interpretação, às quais a
administração pública fica subordinada. Possuem um alto grau de generalidade e abstração, bem como
um profundo conteúdo axiológico e valorativo.
Os princípios da Administração Pública são regras que surgem como parâmetros para a interpretação
das demais normas jurídicas. Têm a função de oferecer coerência e harmonia para o ordenamento
jurídico. Encontram-se de maneira explícita ou não no texto da Constituição Federal. Os primeiros são,
por unanimidade, os chamados princípios expressos (ou explícitos), estão previstos no art. 37, caput, da
Constituição Federal. Os demais são os denominados princípios reconhecidos (ou implícitos), estes
variam de acordo com cada autor, sendo trabalhado, no presente estudo, apenas os princípios
reconhecidos pela doutrina majoritária e que são mais exigidos e concursos.

Assim, são os princípios expressos da Administração Pública os que estão inseridos no artigo 37
“caput” da Constituição Federal (CF): legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Perfazem um total de cinco princípios, podendo ser facilmente memorizados através da palavra LIMPE,
vejam:

L (legalidade);
I (impessoalidade);
M (moralidade);
P (publicidade); e
E (eficiência).

Esses princípios têm natureza meramente exemplificativa, posto que representam apenas o mínimo
que a Administração Pública deve perseguir quando do desempenho de suas atividades. Exemplos de
princípios implícitos: supremacia do interesse público, razoabilidade, motivação, segurança das relações
jurídicas.
Ressaltamos que não há hierarquia entre os princípios (expressos ou não), visto que tais diretrizes
devem ser aplicadas de forma harmoniosa. Assim, a aplicação de um princípio não exclui a aplicação de
outro e nem um princípio se sobrepõe ao outros.
Os princípios da Administração abrangem a Administração Pública direta e indireta de quaisquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (art. 37 da CF/88).

1. Princípio da Legalidade
Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei (art. 5.º, II, da
CF). O princípio da legalidade representa uma garantia para os administrados, pois qualquer ato da
Administração Pública somente terá validade se respaldado em lei. Representa um limite para a atuação
do Estado, visando à proteção do administrado em relação ao abuso de poder.
O princípio em estudo apresenta um perfil diverso no campo do Direito Público e no campo do Direito
Privado. No Direito Privado, tendo em vista o interesse privado, as partes poderão fazer tudo o que a lei
1
MAZZA, Alexandre. Manual de direito administrativo/Alexandre Mazza. 4. Ed. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 49

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não proíbe; no Direito Público, diferentemente, existe uma relação de subordinação perante a lei, ou seja,
só se pode fazer o que a lei expressamente autorizar.

Nesse caso, faz-se necessário o entendimento a respeito do ato vinculado e do ato discricionário, posto
que no ato vinculado o administrador está estritamente vinculado ao que diz a lei e no ato discricionário
o administrador possui uma certa margem de discricionariedade. Vejamos:

a. No ato vinculado, o administrador não tem liberdade para decidir quanto à atuação. A lei previamente
estabelece um único comportamento possível a ser tomado pelo administrador no fato concreto; não
podendo haver juízo de valores, o administrador não poderá analisar a conveniência e a oportunidade do
ato.

b. O ato discricionário é aquele que, editado debaixo da lei, confere ao administrador a liberdade para
fazer um juízo de conveniência e oportunidade.

A diferença entre o ato vinculado e o ato discricionário está no grau de liberdade conferido ao
administrador.
Tanto o ato vinculado quanto o ato discricionário só poderão ser reapreciados pelo Judiciário no
tocante à sua legalidade, pois o judiciário não poderá intervir no juízo de valor e oportunidade da
Administração Pública.
Importante também destacar que o princípio da legalidade, no Direito Administrativo, apresenta
algumas exceções: Exemplo:

a. Medidas provisórias: são atos com força de lei que só podem ser editados em matéria de
relevância e urgência. Dessa forma, o administrado só se submeterá ao previsto em medida provisória
se elas forem editadas dentro dos parâmetros constitucionais, ou seja, se presentes os requisitos da
relevância e da urgência;

b. Estado de sítio e estado de defesa: são momentos de anormalidade institucional. Representam


restrições ao princípio da legalidade porque são instituídos por um decreto presidencial que poderá
obrigar a fazer ou deixar de fazer mesmo não sendo lei.

2. Princípio da Impessoalidade
Significa que a Administração Pública não poderá atuar discriminando pessoas de forma gratuita, a
Administração Pública deve permanecer numa posição de neutralidade em relação às pessoas privadas.
A atividade administrativa deve ser destinada a todos os administrados, sem discriminação nem
favoritismo, constituindo assim um desdobramento do princípio geral da igualdade, art. 5.º, caput, CF.
Ex.: Quando da contratação de serviços por meio de licitação, a Administração Pública deve estar
estritamente vinculada ao edital, as regras devem ser iguais para todos que queiram participar da licitação.

3. Princípio da Moralidade
A atividade da Administração Pública deve obedecer não só à lei, mas também à moral.
A Lei n. 8.429/92, no seu art. 9.º, apresentou, em caráter exemplificativo, as hipóteses de atos de
improbidade administrativa; esse artigo dispõe que todo aquele que objetivar algum tipo de vantagem
patrimonial indevida, em razão de cargo, mandato, emprego ou função que exerce, estará praticando ato
de improbidade administrativa. São exemplos:
1. Usar bens e equipamentos públicos com finalidade particular;
2. Intermediar liberação de verbas;
3. Estabelecer contratação direta quando a lei manda licitar;
4. Vender bem público abaixo do valor de mercado;
5. Adquirir bens acima do valor de mercado (superfaturamento).

Os atos de improbidade podem ser combatidos através de instrumentos postos à disposição dos
administrados, são eles;
1. Ação Popular, art. 5.º, LXXIII, da CF; e
2 Ação Civil Pública, Lei n. 7347/85, art. 1.º.

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4. Princípio da Publicidade
É o dever atribuído à Administração, de dar total transparência a todos os atos que praticar, ou seja,
como regra geral, nenhum ato administrativo pode ser sigiloso.
A regra do princípio que veda o sigilo comporta algumas exceções, como quando os atos e atividades
estiverem relacionados com a segurança nacional ou quando o conteúdo da informação for resguardado
por sigilo (art. 37, § 3.º, II, da CF/88).
A publicidade, entretanto, só será admitida se tiver fim educativo, informativo ou de orientação social,
proibindo-se a promoção pessoal de autoridades ou de servidores públicos por meio de aparecimento de
nomes, símbolos e imagens. Exemplo: É proibido placas de inauguração de praças com o nome do
prefeito.

5. Princípio da Eficiência
A Emenda Constitucional nº 19 trouxe para o texto constitucional o princípio da eficiência, que obrigou
a Administração Pública a aperfeiçoar os serviços e as atividades que presta, buscando otimização de
resultados e visando atender o interesse público com maior eficiência.
Para uma pessoa ingressar no serviço público, deve haver concurso público. A Constituição Federal
de 1988 dispõe quais os títulos e provas hábeis para o serviço público, a natureza e a complexidade do
cargo.
Para adquirir estabilidade, é necessária a eficiência (nomeação por concurso, estágio probatório etc).
E para perder a condição de servidor, é necessária sentença judicial transitada em julgado, processo
administrativo com ampla defesa e insuficiência de desempenho.

Há ainda outros princípios que a Administração Pública deve perseguir, dentre eles:

a) Princípio da Motivação: É o princípio mais importante, visto que sem a motivação não há o devido
processo legal.
No entanto, motivação, neste caso, nada tem a ver com aquele estado de ânimo. Motivar significa
mencionar o dispositivo legal aplicável ao caso concreto, relacionar os fatos que concretamente levaram
à aplicação daquele dispositivo legal.
Todos os atos administrativos devem ser motivados para que o Judiciário possa controlar o mérito do
ato administrativo quanto à sua legalidade. Para efetuar esse controle, devem-se observar os motivos
dos atos administrativos.
Hely Lopes Meirelles entende que o ato discricionário, editado sob a lei, confere ao administrador uma
margem de liberdade para fazer um juízo de conveniência e oportunidade, não sendo necessária a
motivação, porém, se houver tal motivação, o ato deverá condicionar-se à referida motivação. O
entendimento majoritário, no entanto, é de que, mesmo no ato discricionário, é necessária a motivação
para que se saiba qual o caminho adotado.

b) Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular: Sempre que houver


necessidade de satisfazer um interesse público, em detrimento de um interesse particular, prevalece o
interesse público. São as prerrogativas conferidas à Administração Pública, porque esta atua por conta
dos interesses públicos.
O administrador, para melhor se empenhar na busca do interesse público, possui direitos que
asseguram uma maior amplitude e segurança em suas relações.
No entanto, sempre que esses direitos forem utilizados para finalidade diversa do interesse público, o
administrador será responsabilizado e surgirá o abuso de poder.

c) Indisponibilidade do Interesse Público: Os bens e interesses públicos são indisponíveis, ou seja,


não pertencem à Administração ou a seus agentes, cabendo aos mesmos somente sua gestão em prol
da coletividade. Veda ao administrador quaisquer atos que impliquem renúncia de direitos da
Administração ou que, injustificadamente, onerem a sociedade.
Impõe limitações ao Estado, correspondendo a uma contrapartida às prerrogativas estatais,
decorrentes da supremacia do interesse público sobre o particular. Assim, o Estado tem o poder de
desapropriar um imóvel (prerrogativa decorrente da supremacia do interesse público), porém, deverá
indenizar, como regra o proprietário, respeitando o direito à propriedade (limitação imposta ao Estado).

d) Continuidade do Serviço Público: Os serviços públicos por serem prestados no interesse da


coletividade devem ser adequados e seu funcionamento não deve sofrer interrupções. A Lei 8.987/95

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(estabelece normas gerais sobre as concessões e permissões de serviços públicos) em seu art. 6º, dispõe
que serviço público adequado é aquele que atende a alguns requisitos, dentre eles, o da continuidade.
Porém, devemos ressaltar que isto não se aplicará às interrupções por situações de emergência ou
após aviso prévio – nos casos de segurança, ordem técnica ou inadimplência do usuário.
Ainda como decorrência da aplicação de tal princípio, a CF, em seu art. 37, VII, impõe que os limites
ao exercício de greve do servidor público sejam estabelecidos em lei específica.

e) Probidade Administrativa: A conduta do administrador público deve ser honesta, pautada na boa
conduta e na boa-fé. Ganhou status constitucional com a atual Constituição de 1988. O art. 37, §4º traz
as consequências de um ato de improbidade administrativa e o art. 85, V, dispõe que é crime de
responsabilidade do Presidente da República a prática de atos que atentem contra a probidade
administrativa. A improbidade administrativa é regulamentada pela Lei 8.428/92.

f) Autotutela: Decorre do princípio da legalidade. Por esse princípio a Administração pode controlar
seus próprios atos, anulando os ilegais (controle de legalidade) e revogando os inconvenientes ou
inoportunos (controle de mérito). De forma sucinta, é o princípio que autoriza que a Administração Pública
revise os seus atos e conserte os seus erros. Não deve ser confundido com a tutela administrativa que
representa a relação existente entre a Administração Direta e Indireta.

g) Razoabilidade e da Proporcionalidade: São tidos como princípios gerais de Direito, aplicáveis a


praticamente todos os ramos da ciência jurídica. No âmbito do Direito Administrativo encontram aplicação
especialmente no que concerne à prática de atos administrativos que impliquem restrição ou
condicionamento a direitos dos administrados ou imposição de sanções administrativas.
Funcionam como os maiores limitadores impostos à liberdade de atuação do administrador público, ou
seja, limitam a discricionariedade administrativa. Trata-se da aferição da adequação da conduta escolhida
pelo agente público à finalidade que a lei expressa.
Visa sempre analisar se a conduta do agente público foi razoável e se os fins atingidos foram
proporcionais a determinado caso em concreto.

h) Segurança Jurídica: O ordenamento jurídico vigente garante que a Administração deve interpretar
a norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada
aplicação retroativa de nova interpretação.
O princípio da segurança jurídica não veda que a Administração mude a interpretação dada
anteriormente sobre determinada norma administrativa, porém, veda que a Administração aplique
retroativamente essa nova interpretação.
Por força de tal princípio, por exemplo, veremos que a Administração Pública terá um prazo
decadencial de 5 anos para anular atos administrativos que beneficiem os seus destinatários, salvo se
comprovada a má-fé do administrador público.

Questões sobre Estado, Governo e a Administração Pública

01. (TRT /8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Administrativa – CESPE/2016). A
respeito dos elementos do Estado, assinale a opção correta.
(A) Povo, território e governo soberano são elementos indissociáveis do Estado.
(B) O Estado é um ente despersonalizado.
(C) São elementos do Estado o Poder Legislativo, o Poder Judiciário e o Poder Executivo.
(D) Os elementos do Estado podem se dividir em presidencialista ou parlamentarista.
(E) A União, o estado, os municípios e o Distrito Federal são elementos do Estado brasileiro.

02. (IF/AP - Auxiliar em Administração – FUNIVERSA/2016). No sistema de governo brasileiro, os


chefes do Poder Executivo (presidente da República, governadores e prefeitos) exercem, ao mesmo
tempo, as funções administrativa (Administração Pública) e política (governo). No entanto, são funções
distintas, com conceitos e objetivos bem definidos. Acerca de Administração Pública e governo, assinale
a alternativa correta.
(A) Administração Pública e governo são considerados sinônimos, visto que ambos têm como objetivo
imediato a busca da satisfação do interesse coletivo.
(B) As ações de Administração Pública têm como objetivo a satisfação do interesse público e são
voltadas à execução das políticas públicas.

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(C) Administração Pública é a atividade responsável pela fixação dos objetivos do Estado, ou seja,
nada mais é que o Estado desempenhando sua função política.
(D) Governo é o conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas de que o Estado dispõe para colocar
em prática as políticas públicas.
(E) A Administração pratica tanto atos de governo (políticos) como atos de execução das políticas
públicas.

03. (STJ -: Técnico Judiciário – Administrativa – CESPE/2015). Julgue o item a seguir, acerca dos
conceitos de Estado, governo e administração pública.
A Presidência da República integra a administração pública federal direta.

( ) Certo ( )Errado

04. (MPOG - Atividade Técnica - Direito, Administração, Ciências Contábeis e Economia –


FUNCAB/2015). A soberania, que permite afirmação na ordem externa,é atributo:
(A) da Administração Pública.
(B) do Governo.
(C) do Estado.
(D) do Poder Executivo.
(E) do Poder Judiciário.

05. (TJ/CE - Analista Judiciário - Área Administrativa – CESPE/2014). No que se refere ao Estado,
governo e à administração pública, assinale a opção correta.
(A) O Estado liberal, surgido a partir do século XX, é marcado pela forte intervenção na sociedade e
na economia.
(B) No Brasil, vigora um sistema de governo em que as funções de chefe de Estado e de chefe de
governo não são concentradas na pessoa do chefe do Poder Executivo.
(C) A administração pública, em sentido estrito, abrange a função política e a administrativa.
(D) A administração pública, em sentido subjetivo, diz respeito à atividade administrativa exercida pelas
pessoas jurídicas, pelos órgãos e agentes públicos que exercem a função administrativa.
(E) A existência do Estado pode ser mensurada pela forma organizada com que são exercidas as
atividades executivas, legislativas e judiciais.

06. (SEGER/ES - Todos os Cargos – CESPE/2013). Acerca de governo, Estado e administração


pública, assinale a opção correta.
(A) Atualmente, Estado e governo são considerados sinônimos, visto que, em ambos, prevalece a
finalidade do interesse público
(B) São poderes do Estado: o Executivo, o Legislativo, o Judiciário e o Ministério Público.
(C) Com base em critério subjetivo, a administração pública confunde-se com os sujeitos que integram
a estrutura administrativa do Estado.
(D) O princípio da impessoalidade traduz-se no poder da administração de controlar seus próprios
atos, podendo anulá-los, caso se verifique alguma irregularidade
(E) Na Constituição Federal de 1988 (CF), foi adotado um modelo de separação estanque entre os
poderes, de forma que não se podem atribuir funções materiais típicas de um poder a outro.

07. (UFAL - Auxiliar em Administração – COPEVE-UFAL/2014). O termo Administração Pública, em


sentido estrito e objetivo, equivale
(A) às funções típicas dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
(B) à noção de governo.
(C) ao conceito de Estado.
(D) ao conceito de função administrativa.
(E) ao Poder Executivo.

08. (CESPE – INSS - Perito Médico Previdenciário – CESPE). Acerca do direito administrativo, julgue
os itens a seguir.
Povo, território e governo soberano são elementos do Estado.
( ) Certo ( ) Errado

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Respostas

01. Resposta: A
Segundo Celso Antônio Bandeira De Mello, em sua obra: Curso de Direito Administrativo. São Paulo:
Malheiros Editores, 2010.
O Estado é uma pessoa jurídica territorial, composta dos elementos povo, território e governo
soberano. Esses três elementos são indissociáveis e indispensáveis para noção de um Estado
independente: o povo, em um dado território, organizado segundo sua livre e soberana vontade.

02. Resposta: B
Segundo Hely Lopes Meireles:
Governo em sentido formal, é o conjunto de Poderes e órgãos constitucionais; em sentido material, é
o complexo das funções estatais básicas;em sentido operacional; é a condução política dos negócios
públicos.Administração Pública- em sentido formal; é o conjuntos de órgãos instituídos para consecução
dos objetivos do Governo;em sentido materia, é o conjunto das funções necessárias ao serviços públicos
em geral; em acepção funcional, é o desempenho perene e sistemático, legal técnico, dos serviços
públicos do Estado ou por ele assumidos em benefícios da coletividade

03. Resposta: Certo


A Administração Pública Direta refere-se às pessoas políticas, que exercem suas funções por
intermédio de seus órgãos. Em âmbito federal temos a Presidência da República, Ministérios, Casa Civil,
entre outros, em âmbito estadual as Governadorias, Secretarias Estaduais, Procuradorias Estaduais, nos
municípios as Prefeituras, órgãos de assessoramento ao Prefeito, Secretarias Municipais e outros
diversos.

04. Resposta: C
O Estado é pessoa jurídica territorial soberana.
A soberania é o poder supremo. No âmbito interno refere-se à capacidade de autodeterminação e, no
âmbito externo, é o privilégio de receber tratamento igualitário perante os outros países.
Um Estado soberano tem como característica, um governo que é o elemento condutor, um povo, que
representa o componente humano e um território que é o espaço físico que ocupa.

05. Resposta: E
O Estado, sob o ponto de vista constitucional, é pessoa jurídica territorial soberana; é uma nação
politicamente organizada, dotada de personalidade jurídica própria, sendo pessoa jurídica de direito
público que contém seus elementos e três Poderes.
A organização do Estado é matéria constitucional no que concerne à divisão política do território
nacional, à estruturação dos Poderes, à forma de Governo, ao modo de investidura dos governantes, aos
direitos e garantias dos governados.

06. Resposta: C
De acordo com a definição proposta pela Prof.ª Maria Sylvia Di Pietro: Pode-se definir Administração
Pública, em sentido subjetivo, como o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o
exercício da função administrativa do Estado.

07. Resposta: D
A Administração Pública em sentido objetivo (material ou funcional) relaciona-se ao conjunto de
atividades relacionadas à função administrativa do Estado. São consideradas atividades típicas da
Administração Pública: o fomento (estímulo à iniciativa privada), a polícia administrativa (atividade de
restrições aos direitos individuais), o serviço público (atividades destinadas a satisfazer as necessidades
da coletividade) e a intervenção (regulação e fiscalização estatal sobre as atividades econômicas).

08. Resposta: Certo


São elementos do Estado:
O povo que é o conjunto de pessoas submetidas à ordem jurídica estatal, que compreende o nacional
residente e o que está fora dele.

Território é o elemento material, espacial ou físico do Estado. Compreende a superfície do solo que o
Estado ocupa, seu mar territorial e o espaço aéreo (navio, aeronaves, embaixadas e consulados “fictos”).

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Governo é a organização necessária ao exercício do poder político.

Questões sobre Princípios

01. (IF Sul/MG - Assistente em Administração – IFSUL-MG/2016). A divulgação oficial do ato da


Administração para ciência do público em geral, com efeito de início da atuação externa, ou seja, de gerar
efeitos jurídicos, corresponde à qual Princípio da Administração Pública, conforme Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988?
(A) Princípio da Moralidade.
(B) Princípio da Legalidade.
(C) Princípio da Publicidade.
(D) Princípio da Impessoalidade.

02. (TRT/8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Administrativa – CESPE/2016). A respeito
dos princípios da administração pública, assinale a opção correta.
(A) Decorre do princípio da hierarquia uma série de prerrogativas para a administração, aplicando-se
esse princípio, inclusive, às funções legislativa e judicial.
(B) Decorre do princípio da continuidade do serviço público a possibilidade de preencher, mediante
institutos como a delegação e a substituição, as funções públicas temporariamente vagas.
(C) O princípio do controle ou tutela autoriza a administração a realizar controle dos seus atos, podendo
anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de decisão do Poder
Judiciário.
(D) Dado o princípio da autotutela, a administração exerce controle sobre pessoa jurídica por ela
instituída, com o objetivo de garantir a observância de suas finalidades institucionais.
(E) Em decorrência do princípio da publicidade, a administração pública deve indicar os fundamentos
de fato e de direito de suas decisões.

03. (TRT/8ª Região (PA e AP) - Técnico Judiciário - Área Administrativa – CESPE/2016). A respeito
dos princípios da administração pública, assinale a opção correta.
(A) Em decorrência do princípio da autotutela, apenas o Poder Judiciário pode revogar atos
administrativos.
(B) O princípio da indisponibilidade do interesse público e o princípio da supremacia do interesse
público equivalem-se.
(C) Estão expressamente previstos na CF o princípio da moralidade e o da eficiência.
(D) O princípio da legalidade visa garantir a satisfação do interesse público.
(E) A exigência da transparência dos atos administrativos decorre do princípio da eficiência.

04. (Prefeitura de Sobral – CE - Técnico Legislativo – Área Legislativa - INSTITUTO


CIDADES/2015). Suponha que um servidor público dotado de um cargo de confiança receba alguns
presentes de um determinado fornecedor, em agradecimento pela concorrência que o mesmo ganhou
em uma disputa licitatória. Ao aceitar esse presente, o servidor está infringindo um princípio da
Administração Pública. Esse princípio é a da:
(A) Legalidade
(B) Impessoalidade
(C) Moralidade
(D) Publicidade

05. (Câmara Municipal do Rio de Janeiro - Assistente Técnico Legislativo - Inspetor de


Segurança - Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ/2015). O princípio segundo o qual o administrador
público não deve dispensar os preceitos éticos, que devem estar presentes em sua conduta, é o da:
(A) publicidade
(B) legalidade
(C) impessoalidade
(D) moralidade

06. (Câmara Municipal de Jaboticabal – SP - Assistente Administrativo Jurídico –


VUNESP/2015). Entre os princípios constitucionais consagrados à Administração Pública, aquele que é
específico do Estado de Direito, que o qualifica e que lhe dá a identidade própria, é o da
(A) impessoalidade.

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(B) legalidade.
(C) moralidade.
(D) publicidade.

07. (TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal - FCC/2014) O
princípio que traduz a ideia de que a Administração tem que tratar a todos os administrados sem
discriminações, benéficas ou peculiares denomina-se princípio da
(A) responsabilidade.
(B) moralidade.
(C) publicidade.
(D) supremacia do interesse público.
(E) impessoalidade.

08. (SEFAZ/RS - Técnico Tributário da Receita Estadual - Prova 2 - FUNDATEC/2014) São


Princípios da Administração Pública, expressos na Constituição Federal, exceto
(A) Legalidade
(B) Probidade
(C) Impessoalidade.
(D) Eficiência.
(E) Publicidade.

09. (DOCAS/RJ - Especialista Portuário - Contratos, Compras e Licitações: Makiyama/2014). São


princípios constitucionais da Administração Pública:
(A) Moralidade, contraditório e devido processo legal.
(B) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
(C) Legalidade, supremacia do interesse público e proporcionalidade.
(D) Razoabilidade, motivação, publicidade, probidade e eficiência.
(E) Proporcionalidade, razoabilidade, motivação e publicidade.

10. (TCE/RS - Auditor Público Externo - FCC/2014) A necessidade de publicação dos atos
administrativos no Diário Oficial e, em alguns casos, em jornais de grande circulação é forma de
observância do princípio da:
(A) legalidade, ainda que essa obrigação não esteja prevista na legislação.
(B) impessoalidade, na medida em que os atos administrativos são publicados sem identificação da
autoridade que os emitiu.
(C) eficiência, posto que a Administração deve fazer tudo o que estiver a seu alcance para promover
uma boa gestão, ainda que não haja lastro na legislação
(D) supremacia do interesse público, pois a Administração tem prioridade sobre outras publicações.
(E) publicidade, na medida em que a Administração deve dar conhecimento de seus atos aos
administrados.

11. (PC/MG - Investigador de Polícia - FUMARC/2014) O Chefe da Polícia Civil, por razões
estritamente pessoais, com o objetivo de prejudicar determinado Perito Criminal, determina sua remoção
ex offício, da Capital para localidade bem distante. Diante da situação apresentada, é CORRETO afirmar
que o ato administrativo praticado é
(A) ilícito, porque ofende o princípio da impessoalidade.
(B) lícito, porque atende o interesse da Administração Policial.
(C) lícito, porque o servidor policial está sujeito a ser lotado em qualquer Unidade do Estado.
(D) lícito, porque originário de Autoridade Administrativa competente.

12. (TJ/PA - Auxiliar Judiciário - VUNESP/2014) Não basta ao administrador o cumprimento da


estrita legalidade; ele deverá respeitar os princípios éticos de razoabilidade e justiça. A afirmação se
refere ao princípio constitucional da
(A) publicidade.
(B) efetividade.
(C) impessoalidade.
(D) eficiência.
(E) moralidade.

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13. (PC/SC - Delegado de Polícia - ACAFE/2014) Correlacione os cinco princípios do serviço público
com seus requisitos específicos.
(1) Continuidade
(2) Eficiência
(3) Generalidade
(4) Modicidade
(5) Cortesia

( ) O princípio que consagra o direito do cidadão, dentro das modalidades estabelecidas, exigir, tanto
da Administração Pública, quanto dos prestadores delegados, a prestação do serviço público, sem se
negar a um usuário o que foi concedido a outro, é o da (...).
( ) Apesar de garantido pela Constituição Federal, em seu art. 37, VII, o direito de greve dos servidores
públicos só pode ser exercido dentro dos limites definidos em lei, sob pena de ferimento do princípio da
(...).
( ) O prestador do serviço público que busca o aperfeiçoamento do serviço, incorporando os melhores
recursos e técnicas possíveis, de modo que a execução seja mais proveitosa, com o menor dispêndio,
está agindo consoante com o princípio da (...).
( ) O princípio que traduz a preocupação da Administração Pública em estabelecer, em sentido mais
amplo possível, o direito do cidadão de receber, do agente público competente, tratamento digno e que
respeite os seus direitos como cidadão, é o da (...).
( ) Se um serviço público for tarifado em valor que impeça o usuário de utilizá-lo, em razão de ausência
de condições financeiras, excluindo-o do universo de beneficiários, estará ferindo o princípio da (...).

A sequência correta, de cima para baixo, é:


(A) 5 - 3 - 4 - 2 - 1
(B) 2 - 5 - 1 - 4 - 3
(C) 3 - 1 - 2 - 5 - 4
(D) 1 - 4 - 5 - 3 - 2
(E) 4 - 2 - 3 - 1 – 5

Respostas

01. Resposta: C
Constituição Federal
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

02. Resposta: B
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Direito Administrativo, 2014. pp. 71-72:
Por esse princípio entende-se que o serviço público, sendo a forma pela qual o Estado desempenha
funções essenciais ou necessárias à coletividade, não pode parar. Dele decorrem consequências
importantes:
Necessidade de institutos como a suplência, a delegação e a substituição para preencher as funções
públicas temporariamente vagas;”

03. Resposta: C
Constituição Federal
Art.37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência. (LIMPE)

04. Resposta: C
O princípio da legalidade está intimamente ligado ao princípio da moralidade, pois não basta que o
agente administrativo obedeça apenas o que diz a lei, não basta a conformação do ato administrativo

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com a lei, é preciso que o agente, além da legalidade, proceda suas atividades observando a moralidade
administrativa, que seria, em última análise, um controle moral essencial à Administração Pública.

05. Resposta: D
Segundo José dos Santos Carvalho Filho, Manual de Direito Administrativo, o princípio da moralidade
impõe que o administrador público não dispense os preceitos éticos que devem estar presentes em sua
conduta. Deve não só averiguar os critérios de conveniência, oportunidade e justiça em suas ações, mas
também distinguir o que é honesto do que é desonesto.” (, 16ª Ed. pág. 20).

06. Resposta: B
Segundo Alexandre Mazza, Inerente ao Estado de Direito, o princípio da legalidade representa a
subordinação da Administração Pública à vontade popular. O exercício da função administrativa não pode
ser pautado pela vontade da Administração ou dos agentes públicos, mas deve obrigatoriamente respeitar
a vontade da lei.

07. Resposta: E
O princípio da impessoalidade estabelece que a Administração Pública, através de seus órgãos, não
poderá, na execução das atividades, estabelecer diferenças ou privilégios, uma vez que deve imperar o
interesse social e não o interesse particular.

08. Resposta: B
Pelo disposto no artigo 37, caput, da CF/88, a administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

09. Resposta: B
Art. 37, CF A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência ...

10. Resposta: E
(A) ERRADA – Segundo o Princípio da Legalidade, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude de lei. Para a Administração o Princípio da Legalidade veda tudo que a
lei não permite.
(B) ERRADA – Pela Impessoalidade, o administrador deve atuar de forma impessoal, abstrata,
genérica.
(C) ERRADA – Segundo o Princípio da Eficiência, a Administração deve ter a melhor produtividade
possível, com o máximo de economia e agilidade.
(D) ERRADA – A supremacia do interesse público, traduz-se na superioridade do interesse público em
relação ao interesse privado.
(E) CORRETA – Reproduz o Princípio da publicidade.

11 Resposta: A
(A) CORRETA - Pelo Princípio da Impessoalidade, o administrador deve atuar de forma impessoal,
abstrata, genérica. Assim, quando o Chefe da Polícia Civil, determina a remoção de um subordinado por
razões estritamente pessoais, com o objetivo de prejudicá-lo fere a Impessoalidade.
(B) ERRADA – Conforme exposto na alternativa “A”.
(C) ERRADA – Conforme exposto na alternativa “A”.
(D) ERRADA – Conforme exposto na alternativa “A”.

12. Resposta: E
(A)ERRADA – Pelo Princípio da Publicidade os atos da Administração devem ser públicos, de modo
que todas as pessoas têm direito a receber dos seus órgãos informações de interesse particular, coletivo
ou geral.
(B) ERRADA – Para muitos autores a efetividade e a eficiência se assemelham. Para outros, a
efetividade é mais abrangente que a eficácia, aduzindo que a medida deve, além de ter a melhor
produtividade possível, com o máximo de economia e agilidade, trazer melhorias para a população visada.
(C) ERRADA – Pela Impessoalidade, o administrador deve atuar de forma impessoal, abstrata,
genérica.

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(D) ERRADA – Segundo ele, a Administração deve ter a melhor produtividade possível, com o máximo
de economia e agilidade.
(E) CORRETA - É o conceito da Moralidade.

13. Resposta: “C”.


(1) Continuidade - Apesar de garantido pela Constituição Federal, em seu art. 37, VII, o direito de greve
dos servidores públicos só pode ser exercido dentro dos limites definidos em lei, sob pena de ferimento
do princípio da legalidade
(2) Eficiência - O prestador do serviço público que busca o aperfeiçoamento do serviço, incorporando
os melhores recursos e técnicas possíveis, de modo que a execução seja mais proveitosa, com o menor
dispêndio, está agindo consoante com o princípio da Eficiência
(3) Generalidade - O princípio que consagra o direito do cidadão, dentro das modalidades
estabelecidas, exigir, tanto da Administração Pública, quanto dos prestadores delegados, a prestação do
serviço público, sem se negar a um usuário o que foi concedido a outro, é o da Generalidade
(4) Modicidade - Se um serviço público for tarifado em valor que impeça o usuário de utilizá-lo, em
razão de ausência de condições financeiras, excluindo-o do universo de beneficiários, estará ferindo o
princípio da Modicidade
(5) Cortesia - O princípio que traduz a preocupação da Administração Pública em estabelecer, em
sentido mais amplo possível, o direito do cidadão de receber, do agente público competente, tratamento
digno e que respeite os seus direitos como cidadão, é o da Cortesia.

2 Organização administrativa do Estado. Administração direta e indireta.

A Organização Administrativa compõe a parte do Direito Administrativo que estuda os órgãos e


pessoas jurídicas que a compõem, além da estrutura interna da Administração Pública.
Em âmbito federal, o assunto vem disposto no Decreto-Lei n. 200/67 que “dispõe sobre a organização
da Administração Pública Federal e estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa”.
Para que as suas competências constitucionais sejam cumpridas, a Administração utiliza-se de duas
formas distintas: a descentralização e a desconcentração.
A análise desses dois institutos é basilar para analisar a organização interna da Administração Pública.
Administração pública é o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado que procuram satisfazer
as necessidades da sociedade, tais como educação, cultura, segurança, saúde, etc. Em outras palavras,
administração pública é a gestão dos interesses públicos por meio da prestação de serviços públicos,
sendo dividida em administração direta e indireta.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA

A Administração Pública Direta é o conjunto de órgãos públicos vinculados diretamente ao chefe da


esfera governamental que integram. Não possuem personalidade jurídica própria, patrimônio e autonomia
administrativa e cujas despesas são realizadas diretamente através do orçamento da referida esfera.
Assim, ela é responsável pela gestão dos serviços públicos executados pelas pessoas políticas via de
um conjunto de órgãos que estão integrados na sua estrutura.
Sua competência abarca os diversos órgãos que compõem a entidade pública por eles responsáveis.
Exemplos: Ministérios, Secretarias, Departamentos e outros que, como característica inerente da
Administração Pública Direta, não possuem personalidade jurídica, pois não podem contrair direitos e
assumir obrigações, haja vista que estes pertencem a pessoa política (União, Estado, Distrito Federal e
Municípios).
A Administração direta não possui capacidade postulatória, ou seja, não pode ingressar como autor
ou réu em relação processual. Exemplo: Servidor público estadual lotado na Secretaria da Fazenda que
pretende interpor ação judicial pugnando o recebimento de alguma vantagem pecuniária. Ele não irá
propor a demanda em face da Secretaria, mas sim em desfavor do Estado que é a pessoa política dotada
de personalidade jurídica para estar no outro polo da lide.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA

São integrantes da Administração indireta as fundações, as autarquias, as empresas públicas e as


sociedades de economia mista.

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Essas quatro pessoas são criadas para a prestação de serviços públicos ou para a exploração de
atividades econômicas, com o objetivo de aumentar o grau de especialidade e eficiência da prestação do
serviço público.
O Poder Público só poderá explorar atividade econômica a título de exceção em duas situações
previstas na CF/88, no seu art. 173:
- para fazer frente à uma situação de relevante interesse coletivo;
- para fazer frente à uma situação de segurança nacional.
O Poder Público não tem a obrigação de gerar lucro quando explora atividade econômica. Quando
estiver atuando na atividade econômica, entretanto, estará concorrendo em grau de igualdade com os
particulares, estando sob o regime do art. 170 da CF/88, inclusive quanto à livre concorrência.
AUTARQUIAS

As autarquias são pessoas jurídicas de direito público criadas para a prestação de serviços públicos,
contando com capital exclusivamente público, ou seja, as autarquias são regidas integralmente por regras
de direito público, podendo, tão-somente, serem prestadoras de serviços e contando com capital oriundo
da Administração Direta (ex.: INCRA, INSS, DNER, Banco Central etc.).

Características
Temos como principais características das autarquias:
- Criação por lei: é exigência que vem desde o Decreto-lei nº 6 016/43, repetindo-se no Decreto-lei nº
200/67 e constando agora do artigo 37, XIX, da Constituição;
- Personalidade jurídica pública: ela é titular de direitos e obrigações próprios, distintos daqueles
pertencentes ao ente que a instituiu: sendo pública, submete-se a regime jurídico de direito público,
quanto à criação, extinção, poderes, prerrogativas, privilégios, sujeições;
- Capacidade de autoadministração: não tem poder de criar o próprio direito, mas apenas a
capacidade de se auto administrar a respeito das matérias especificas que lhes foram destinadas pela
pessoa pública política que lhes deu vida. A outorga de patrimônio próprio é necessária, sem a qual a
capacidade de autoadministração não existiria.
Pode-se compreender que ela possui dirigentes e patrimônio próprios.
- Especialização dos fins ou atividades: coloca a autarquia entre as formas de descentralização
administrativa por serviços ou funcional, distinguindo-a da descentralização territorial; o princípio da
especialização impede de exercer atividades diversas daquelas para as quais foram instituídas; e
- Sujeição a controle ou tutela: é indispensável para que a autarquia não se desvie de seus fins
institucionais.
- Liberdade Financeira: As autarquias possuem verbas próprias (surgem como resultado dos serviços
que presta) e verbas orçamentárias (são aquelas decorrentes do orçamento). Terão liberdade para
manejar as verbas que recebem como acharem conveniente, dentro dos limites da lei que as criou.
- Liberdade Administrativa: As autarquias têm liberdade para desenvolver os seus serviços como
acharem mais conveniente (comprar material, contratar pessoal etc.), dentro dos limites da lei que as
criou.

Classificação
Para Carvalho Filho, pode-se apontar três fatores que de fato demarcam diferenças entre as
autarquias. São eles:
- o nível federativo: as autarquias podem ser federais, estaduais, distritais e municipais, conforme
instituídas pela União, Estados, Distrito Federal e pelos Municípios;
- quanto ao objeto: dentro das atividades típicas do Estado, as que estão pré-ordenadas; e
- as autarquias podem ter diferentes objetivos: as autarquias assistenciais são aquelas que visam
a dispensar auxílio a regiões menos desenvolvidas, ou à categorias sociais específicas, para o fim de
minorar as desigualdades regionais e sociais, conforme artigo 3º, inciso III, da Constituição (ex.:
SUDENE).

Segundo di Pietro, a classificação pode ser de acordo com vários critérios:


- tipo de atividade: Econômicas, de crédito e industriais, de previdência e assistência, profissionais
ou corporativas;
- capacidade administrativa: geográfica ou territorial e a de serviço ou institucional;
- estrutura: fundações e corporativas; e
- âmbito de atuação: federais, estaduais e municipais.

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Quanto ao tipo de atividade elas ainda podem ser distribuídas em 5 grupos de classificação:
- Econômicas: São destinadas para incentivar a produção e controle de produtos. Como é o exemplo
do Instituto do Açúcar e do Álcool;
- De crédito e industriais: Para gestão de recursos financeiros, bem como sua distribuição mediante
empréstimo. Atualmente foram substituídas por empresas públicas, como é o caso da Caixa Econômica
Federal;
- De previdência e assistência: Para atividades de seguridade social. Como é o caso do INSS e o
IPESP;
- As profissionais ou corporativas: Para fiscalizar as profissões;
- As culturais ou de ensino: Universidades federais.
Patrimônio
A questão patrimonial diz respeito à caracterização dos bens em públicos e privados. Em 1916, o
sistema jurídico administrativo sofreu várias mudanças com a criação desse tipo especial de pessoas
jurídicas - as autarquias - que, mesmo sem integrar a organização política do Estado, a ela está vinculada,
ostentando personalidade jurídica de direito público. Vários doutrinadores, com intuito de adaptarem-se
à norma do Código Civil e mais ainda de proteger os bens das pessoas federativas, qualificaram os bens
públicos como aqueles que integram o patrimônio das pessoas administrativas de direito público. Dessa
forma, pacificou-se o entendimento de que os bens das autarquias são considerados como bens públicos.

Pessoal
Com o artigo 39 da Constituição, em sua redação vigente, as pessoas federativas (União, Estados, DF
e Municípios) ficaram com a obrigação de instituir, no âmbito de sua organização, regime jurídico único
para todos os servidores da administração direta, das autarquias e das fundações públicas. Segundo
Carvalho Filho, o art. 39 da CF, foi a maneira que o legislador encontrou de manter planos de carreira
idênticos para esses setores administrativos, acabando com as antigas diferenças que, como é sabido,
por anos e anos, provocaram inconformismos e litígios entre os servidores.

Controle Judicial
As autarquias, por serem dotadas de personalidade jurídica de direito público, podem praticar atos
administrativos típicos e atos de direito privado (atípicos), sendo este último, controlados pelo judiciário,
por vias comuns adotadas na legislação processual, tal como ocorre com os atos jurídicos normais
praticados por particulares. Já os atos administrativos, possuem algumas características especiais, pois
eles são controlados pelo judiciário tanto por vias comuns, quanto pelas especiais, como é o caso do
mandado e da ação popular.
Necessário se faz destacar que os elementos do ato autárquico que resultam de valoração sobre a
conveniência e oportunidade da conduta, são excluídos de apreciação judicial, assim como os atos
administrativos em geral que trazem o regular exercício da função administrativa e são privativos dos
seus agentes administrativos.

Foro dos litígios judiciais


Os litígios comuns, onde as autarquias federais figuram como autoras, rés, assistentes ou oponentes,
têm suas causas processadas e julgadas na Justiça Federal, o mesmo foro apropriado para processar e
julgar mandados de segurança contra agentes autárquicos.
Quanto às autarquias estaduais e municipais, os processos em que encontramos como partes ou
intervenientes terão seu curso na Justiça Estadual comum, sendo o juízo indicado pelas disposições da
lei estadual de divisão e organização judiciárias.
Nos litígios decorrentes da relação de trabalho, o regime poderá ser estatutário ou trabalhista. Sendo
estatutário, o litígio será de natureza comum, as eventuais demandas deverão ser processadas e julgadas
nos juízos fazendários. Porém, se o litígio decorrer de contrato de trabalho firmado entre a autarquia e o
servidor, a natureza será de litígio trabalhista (sentido estrito), devendo ser resolvido na Justiça do
Trabalho, seja a autarquia federal, estadual ou municipal.

Responsabilidade civil
Prevê a Constituição que as pessoas jurídicas de direito público respondem pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.
A regra contida no referido dispositivo, consagra a teoria da responsabilidade objetiva do Estado,
aquela que independe da investigação sobre a culpa na conduta do agente.

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Prerrogativas autárquicas
As autarquias possuem algumas prerrogativas de direito público, sendo elas:
- imunidade tributária: previsto no art. 150, § 2 º, da CF, veda a instituição de impostos sobre o
patrimônio, a renda e os serviços das autarquias, desde que vinculados às suas finalidades essenciais
ou às que delas decorram. Podemos, assim, dizer que a imunidade para as autarquias tem natureza
condicionada.
- impenhorabilidade de seus bens e de suas rendas: não pode ser usado o instrumento coercitivo
da penhora como garantia do credor.
- imprescritibilidade de seus bens: caracterizando-se como bens públicos, não podem ser eles
adquiridos por terceiros através de usucapião.
- prescrição quinquenal: dívidas e direitos em favor de terceiros contra autarquias prescrevem em 5
anos.
- créditos sujeitos à execução fiscal: os créditos autárquicos são inscritos como dívida ativa e podem
ser cobrados pelo processo especial das execuções fiscais.
- presunção de legitimidade de seus atos administrativos:
- principais situações processuais específicas:

As autarquias são consideradas como fazenda pública, razão pela qual, nos processos em que é parte,
tem prazo em dobro para recorrer (art. 183 do NCPC). Elas estão sujeitas ao duplo grau de jurisdição. A
defesa de autarquia em execução por quantia certa, fundada em título judicial, se formaliza em outros
apensos ao processo principal e por meio de embargos do devedor.

Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais,
cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.

Chamamos a atenção com relação aos prazos:

A redação do Código de Processo Civil de 1973, previa prazo em dobro para a Fazenda Pública e o
Ministério Público se manifestarem e prazo em quádruplo para recorrer.

Com o novo Código de Processo de 2015, esse prazo sofreu modificações, de forma que o Ministério
Público, à Fazenda Pública e à Defensoria Pública gozam de prazo em dobro para manifestação nos
autos, exceto nos casos em que a lei estabelecer, de maneira expressa, outro prazo específico para
esses entes.

Entretanto, esse benefício da contagem do prazo em dobro, não se aplica ao ente público, Ministério
Público ou Defensoria Pública, quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente
público. (art. 183, §2º, NCPC)

§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa,
prazo próprio para o ente público.

FUNDAÇÕES PÚBLICAS

Fundação é uma pessoa jurídica composta por um patrimônio personalizado, destacado pelo seu
instituidor para atingir uma finalidade específica. As fundações poderão ser tanto de direito público quanto
de direito privado.
As fundações que integram a Administração indireta, quando forem dotadas de personalidade de
direito público, serão regidas integralmente por regras de Direito Público. Quando forem dotadas de
personalidade de direito privado, serão regidas por regras de direito público e direito privado.
O patrimônio da fundação pública é destacado pela Administração direta, que é o instituidor para definir
a finalidade pública. Como exemplo de fundações, temos: IBGE (Instituto Brasileiro Geográfico
Estatístico); Universidade de Brasília; FEBEM; FUNAI; Fundação Memorial da América Latina; Fundação
Padre Anchieta (TV Cultura).

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Características:
- Liberdade financeira;
- Liberdade administrativa;
- Dirigentes próprios;
- Patrimônio próprio: Patrimônio personalizado significa dizer que sobre ele recai normas jurídicas que
o tornam sujeito de direitos e obrigações e que ele está voltado a garantir que seja atingido a finalidade
para qual foi criado.

Não existe hierarquia ou subordinação entre a fundação e a Administração direta. O que existe é um
controle de legalidade, um controle finalístico.
As fundações governamentais, sejam de personalidade de direito público, sejam de direito privado,
integram a Administração Pública. A lei cria e dá personalidade para as fundações governamentais de
direito público. As fundações governamentais de direito privado são autorizadas por lei e sua
personalidade jurídica se inicia com o registro de seus estatutos.
As fundações são dotadas dos mesmos privilégios que a Administração direta, tanto na área tributária
(ex.: imunidade prevista no art. 150 da CF/88), quanto na área processual (ex.: prazo em dobro).
As fundações respondem pelas obrigações contraídas junto a terceiros. A responsabilidade da
Administração é de caráter subsidiário, independente de sua personalidade.
As fundações governamentais têm patrimônio público. Se extinta, o patrimônio vai para a
Administração indireta, submetendo-se as fundações à ação popular e mandado de segurança. As
particulares, por possuírem patrimônio particular, não se submetem à ação popular e mandado de
segurança, sendo estas fundações fiscalizadas pelo Ministério Público.

EMPRESAS PÚBLICAS

Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado, criadas para a prestação de serviços
públicos ou para a exploração de atividades econômicas que contam com capital exclusivamente público
e são constituídas por qualquer modalidade empresarial. Se a empresa pública é prestadora de serviços
públicos, por consequência está submetida a regime jurídico público. Se a empresa pública é exploradora
de atividade econômica, estará submetida a regime jurídico igual ao da iniciativa privada.
Alguns exemplos de empresas públicas:
- BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social): Embora receba o nome de banco,
não trabalha como tal. A única função do BNDS é financiar projetos de natureza social. É uma empresa
pública prestadora de serviços públicos.
- EBCT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos): É prestadora de serviço público (art. 21, X, da
CF/88).
- Caixa Econômica Federal: Atua no mesmo segmento das empresas privadas, concorrendo com os
outros bancos. É empresa pública exploradora de atividade econômica.
- RadioBrás: Empresa pública responsável pela “Voz do Brasil”. É prestadora de serviço público.

As empresas públicas, independentemente da personalidade jurídica, têm as seguintes características:


- Liberdade financeira: Têm verbas próprias, mas também são contempladas com verbas
orçamentárias;
- Liberdade administrativa: Têm liberdade para contratar e demitir pessoas, devendo seguir as regras
da CF/88. Para contratar, deverão abrir concurso público; para demitir, deverá haver motivação.
Não existe hierarquia ou subordinação entre as empresas públicas e a Administração Direta,
independentemente de sua função. Poderá a Administração Direta fazer controle de legalidade e
finalidade dos atos das empresas públicas, visto que estas estão vinculadas àquela. Só é possível,
portanto, controle de legalidade finalístico.
A lei não cria, somente autoriza a criação das empresas públicas, ou seja, independentemente das
atividades que desenvolvam, a lei somente autorizará a criação das empresas públicas, não conferindo
a elas personalidade jurídica.

A empresa pública será prestadora de serviços públicos ou exploradora de atividade econômica. A


CF/88 somente admite a empresa pública para exploração de atividade econômica em duas situações
(art. 173 da CF/88):
- Fazer frente a uma situação de segurança nacional;
- Fazer frente a uma situação de relevante interesse coletivo: A empresa pública deve obedecer aos
princípios da ordem econômica, visto que concorre com a iniciativa privada. Quando o Estado explora,

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portanto, atividade econômica por intermédio de uma empresa pública, não poderão ser conferidas a ela
vantagens e prerrogativas diversas das da iniciativa privada (princípio da livre concorrência).

Quanto à responsabilidade das empresas públicas, temos que:

Empresas públicas exploradoras de Empresas públicas prestadoras de serviço


atividade econômica público
A responsabilidade do Estado não existe, pois, Como o regime não é o da livre concorrência,
se essas empresas públicas contassem com elas respondem pelas suas obrigações e a
alguém que respondesse por suas obrigações, Administração Direta responde de forma
elas estariam em vantagem sobre as empresas subsidiária. A responsabilidade será objetiva, nos
privadas. Só respondem na forma do § 6.º do art. termos do art. 37, § 6.º, da CF/88.
37 da CF/88 as empresas privadas prestadoras
de serviço público, logo, se a empresa pública
exerce atividade econômica, será ela a
responsável pelos prejuízos causados a terceiros
(art. 15 do CC);
Submetem-se a regime falimentar, Não se submetem a regime falimentar, visto
fundamentando-se no princípio da livre não estão em regime de concorrência.
concorrência.

Vale fazer uma ressalva quanto às empresas públicas prestadoras de serviço público, muitos
doutrinadores divergem se eles podem ou não falir. Trouxemos os entendimentos apontados por alguns
doutrinadores no sentido que essas empresas não se submetem ao regime falimentar. Vejamos:

Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, na obra: DIREITO ADMINISTRATIVO, 27ª edição, editora
ATLAS, 2014.

“As empresas públicas e sociedades de economia mista não estão sujeitas à falência, conforme está
expresso no artigo 2º da Lei nº 11.101 de 9-2- 2005 (Lei de Falências). Essa lei deu tratamento diferente
às empresas concessionárias e às empresas estatais (sociedades de economia mista e empresas
públicas). Estas últimas foram excluídas da abrangência da lei (art. 2º, I) . A diferença de tratamento tem
sua razão de ser: é que as empresas estatais fazem parte da Administração Pública indireta, administram
patrimônio público, total ou parcialmente, dependem de receitas orçamentárias ou têm receita própria,
conforme definido em lei, e correspondem a forma diversa de descentralização: enquanto as
concessionárias exercem serviço público delegado por meio de contrato, as empresas estatais são
criadas por lei e só podem ser extintas também por lei. Sendo criadas por lei, o Estado provê os recursos
orçamentários necessários à execução de suas atividades, além de responder subsidiariamente por suas
obrigações.
Só cabe fazer uma observação: a lei falhou ao dar tratamento igual a todas as empresas estatais, sem
distinguir as que prestam serviço público (com fundamento no artigo 1 75 da Constituição) e as que
exercem Administração Indireta atividade econômica a título de intervenção (com base no artigo 1 73 da
Constituição). Estas últimas não podem ter tratamento privilegiado em relação às empresas do setor
privado, porque o referido dispositivo constitucional, no § 1 º, II, determina que elas se sujeitem ao mesmo
regime das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações.”

Também ensina Celso Antônio Bandeira de Mello:

“Quando se tratar de exploradoras de atividade econômica, então, a falência terá curso absolutamente
normal, como se de outra entidade mercantil qualquer se tratara. É que a Constituição, no art. 173, §1º,
II, atribui-lhes sujeição "ao regime jurídico próprio das empresas privadas inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais (...).”

Para Jose dos Santos Carvalho Filho

“De plano, o dispositivo da Lei de Falências não parece mesmo consentâneo com a ratio inspiradora
do art. 173, § 1º, da Constituição Federal. De fato, se esse último mandamento equiparou sociedades de
economia mista e empresas públicas de natureza empresarial às demais empresas privadas, aludindo
expressamente ao direito comercial, dentro do qual se situa obviamente a nova Lei de Falências, parece

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incongruente admitir a falência para estas últimas e não admitir para aquelas. Seria uma discriminação
não autorizada pelo dispositivo constitucional. Na verdade, ficaram as entidades paraestatais com
evidente vantagem em relação às demais sociedades empresárias, apesar de ser idêntico o objeto de
sua atividade. Além disso, se o Estado se despiu de sua potestade para atuar no campo econômico, não
deveria ser merecedor da benesse de estarem as pessoas que criou para esse fim excluídas do processo
falimentar.”

Para Hely Lopes Meirelles, o entendimento é o mesmo:

“A nova Lei de Falências (Lei 11.101, de 9.2.2005, que `regula a recuperação judicial, extrajudicial e a
falência do empresário e da sociedade empresária’) dispõe expressamente, no art. 2º, I, que ela não se
aplica às empresas públicas e sociedades de economia mista. Não obstante, a situação continuará a
mesma. Tal dispositivo só incidirá sobre as empresas governamentais que prestem serviço público; as
que exploram atividade econômica ficam sujeitas às mesmas regras do setor privado, nos termos do art.
173, §1º, II, da CF [...].”

SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de Direito Privado criadas para a prestação
de serviços públicos ou para a exploração de atividade econômica, contando com capital misto e
constituídas somente sob a forma empresarial de S/A. As sociedades de economia mista são:
- Pessoas jurídicas de Direito Privado.
- Exploradoras de atividade econômica ou prestadoras de serviços públicos.
- Empresas de capital misto.
- Constituídas sob forma empresarial de S/A.

Veja alguns exemplos de sociedade mista:


a. Exploradoras de atividade econômica: Banco do Brasil.
b. Prestadora de serviços públicos: Petrobrás, Sabesp, Metrô, CDHU (Companhia de Desenvolvimento
Habitacional Urbano) e CPOS (Companhia Paulista de Obras e Serviços, empresa responsável pelo
gerenciamento da execução de contratos que envolvem obras e serviços públicos no Estado de São
Paulo).
As sociedades de economia mista têm as seguintes características:
- Liberdade financeira;
- Liberdade administrativa;
- Dirigentes próprios;
- Patrimônio próprio.

Não existe hierarquia ou subordinação entre as sociedades de economia mista e a Administração


Direta, independentemente da função dessas sociedades. No entanto, é possível o controle de legalidade.
Se os atos estão dentro dos limites da lei, as sociedades não estão subordinadas à Administração Direta,
mas sim à lei que as autorizou.
As sociedades de economia mista integram a Administração Indireta e todas as pessoas que a
integram precisam de lei para autorizar sua criação, sendo que elas serão legalizadas por meio do registro
de seus estatutos.
A lei, portanto, não cria, somente autoriza a criação das sociedades de economia mista, ou seja,
independentemente das atividades que desenvolvam, a lei somente autorizará a criação das sociedades
de economia mista, não conferindo a elas personalidade jurídica (art. 37, XX, da CF/88).
A Sociedade de economia mista, quando explora atividade econômica, submete-se ao mesmo regime
jurídico das empresas privadas, inclusive as comerciais. Logo, a sociedade mista que explora atividade
econômica submete-se ao regime falimentar. Sociedade de economia mista prestadora de serviço público
não se submete ao regime falimentar, visto que não está sob regime de livre concorrência.

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Para maior complemento de seus estudos, trouxemos as diferenças entre a empresa pública e
a sociedade de economia mista

Empresa Pública Sociedade de Economia Mista


Forma jurídica: As empresas públicas podem Forma Jurídica: As sociedades de economia
revestir-se de qualquer das formas previstas em mista utilizam-se da forma de Sociedade
direito (sociedades civis, sociedades comerciais, Anônima (S/A), sendo regidas, basicamente, pela
Ltda, S/A, etc). Lei das Sociedades por Ações (Lei n°
6.404/1976).
Composição do capital: o capital é composto Composição do Capital: o capital é composto
por integrantes da Administração Pública, por recursos públicos e privados, sendo, portanto
portanto é integralmente público. Dessa forma, as ações divididas entre a entidade
não se permite a participação de recursos governamental e a iniciativa privada.
particulares na formação de capital das empresas
públicas.
Foro processual: Será competente para Foro processual: Será competentes para
julgamento das empresas públicas federais, julgamento das sociedades de economia federal
quando estas se encontrarem nas condições de a Justiça Estadual, não usufrui de privilégios da
autoras, rés, assistentes ou opoentes, exceto as Justiça Federal.
de falência, as de acidente do trabalho e as
sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do
Trabalho, à Justiça Federal.

Diferença entre Autarquia e Fundações Públicas

Autarquia Fundação
Criação: ocorre por lei ordinária e específica Criação: ocorre por autorização legislativa e
lei complementar, o que permite definir a área de
atuação.
Personificação: serviço público. Personificação: patrimônio.
Pessoa Jurídica: de direito público. Pessoa Jurídica: de direito público ou
privado.
Funções: exerce função típica do Estado. Funções: exerce funções atípicas do Estado.
Natureza: administrativa Natureza: social

Questões

01. (PC/PE - Escrivão de Polícia – CESPE/2016). Com referência à administração pública direta e
indireta, assinale a opção correta.
(A) Os serviços sociais autônomos, por possuírem personalidade jurídica de direito público, são
mantidos por dotações orçamentárias ou por contribuições parafiscais.
(B) A fundação pública não tem capacidade de autoadministração.
(C) Como pessoa jurídica de direito público, a autarquia realiza atividades típicas da administração
pública.
(D) A sociedade de economia mista tem personalidade jurídica de direito público e destina-se à
exploração de atividade econômica.
(E) A empresa pública tem personalidade jurídica de direito privado e controle acionário majoritário da
União ou outra entidade da administração indireta.

02. (Prefeitura de São Paulo/SP - Assistente de Gestão de Políticas Públicas I – CESPE/2016).


No que se refere à administração pública direta e indireta, assinale a opção correta.
(A) As pessoas administrativas que formam a administração pública indireta são aquelas dotadas de
personalidade jurídica de direito público (como as autarquias e as fundações públicas).
(B) Na esfera municipal, a administração direta é formada pelos órgãos que compõem a prefeitura e a
câmara municipal, além das fundações e das empresas públicas de âmbito local.
(C) A administração indireta compreende as pessoas administrativas que, vinculadas à respectiva
administração direta, desempenham atividades administrativas de forma descentralizada.

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(D) Tanto a administração direta quanto a indireta são compostas por órgãos e por pessoas jurídicas
administrativas, com a diferença de que todas as que integram a administração indireta estão submetidas
a regime de direito privado.
(E) O aspecto mais relevante que caracteriza a administração indireta é o fato de ela ser, ao mesmo
tempo, titular e executora de serviço público.

03. (Prefeitura de São Lourenço/MG - Advogado – FUNDEP/2016). Entre os requisitos legais da


alienação de um bem imóvel pertencente a uma sociedade de economia mista, não se inclui:
(A) autorização legislativa.
(B) motivação.
(C) licitação.
(D) avaliação prévia.

04. (CASAN - Advogado - INSTITUTO AOCP/2016). Quanto à Administração Pública Indireta,


assinale a alternativa correta.
(A) Somente por lei específica poderá ser criada autarquia, empresa pública, sociedade de economia
mista e fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.
(B) A criação de subsidiárias pelas empresas públicas e sociedades de economia mista, bem como
sua participação em empresas privadas, depende de autorização legislativa, exceto se já houver previsão
para esse fim na própria lei que instituiu a empresa de economia mista matriz, tendo em vista que a lei
criadora é a própria medida autorizadora.
(C) A fundação pública não pode ser extinta por ato do Poder Público.
(D) O chefe do Poder Executivo poderá, por decreto, extinguir empresa pública ou sociedade de
economia mista.
(E) A sociedade de economia mista poderá ser estruturada sob qualquer das formas admitidas em
direito.

05. (JUCEPAR/PR - Administrador – FAU/2016). A Administração Pública pode ser exercida por
meio de órgãos ou instituições diretas e indiretas, de várias formas e com conceitos e caracterizações
bem definidos. Neste sentido questiona-se: a que tipo de órgão ou instituição pertence a seguinte
caracterização?

“(...) o patrimônio, total ou parcialmente público, dotado de personalidade jurídica, de direito público ou
privado, e destinado por lei, ao desempenho de atividades do Estado na ordem social, com capacidade
de autoadministração e mediante controle da Administração Pública, nos limites da lei.”
(A) Autarquia.
(B) Sociedade de Economia Mista.
(C) Fundação.
(D) Agência Reguladora.
(E) Administração Direta.

06. (TCE/PR - Auditor – CESPE/2016). Na organização administrativa do poder público, as autarquias


públicas são
(A) entidades da administração indireta com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios.
(B) sociedades de economia mista criadas por lei para a exploração de atividade econômica.
(C) organizações da sociedade civil constituídas com fins filantrópicos e sociais.
(D) órgãos da administração direta e estão vinculadas a algum ministério.
(E) organizações sociais sem fins lucrativos com atividades dirigidas ao ensino e à pesquisa científica

07. (EPT – Maricá -Assistente Administrativo –IESAP/2015). Sobre as autarquias não é correto
afirmar:
(A) Deve ser criada mediante lei específica.
(B) Executa atividades típicas da administração pública, que requeiram, para seu melhor
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
(C) É uma entidade com personalidade jurídica de direito privado, criada por lei.
(D) São entes de direito público com personalidade jurídica e patrimônios próprios.

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08. (ESAF - Analista de Planejamento e Orçamento - Conhecimentos Gerais – ESAF/2015). São
características das autarquias, exceto:
(A) criação por lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo.
(B) personalidade de direito público, submetendo-se a regime jurídico administrativo quanto à criação,
extinção e poderes.
(C) capacidade de autoadministração, o que implica autonomia referente às suas atividades de
administração ordinária (atividade meio), bem como às suas atividades normativas e regulamentares.
(D) especialização dos fins ou atividades, sendo-lhes vedado exercer atividades diversas daquelas
para as quais foram instituídas.
(E) sujeição a controle ou tutela, o que não exclui o controle interno.

09. (TJ/SC - Técnico Judiciário Auxiliar – FGV/2015). São pessoas jurídicas de direito privado,
integrantes da Administração Indireta do Estado, criadas por autorização legal, sob qualquer forma
jurídica adequada a sua natureza, para que o Governo exerça atividades gerais de caráter econômico ou,
em certas situações, execute a prestação de serviços públicos, as:
(A) autarquias;
(B) fundações públicas;
(C) fundações privadas;
(D) empresas públicas;
(E) agências reguladoras.

10. (Prefeitura de Rio de Janeiro – RJP- Assistente Administrativo - Prefeitura do Rio de Janeiro
– RJ/2015). De acordo com o entendimento doutrinário, as empresas públicas podem ser conceituadas
como:
(A) pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Indireta, criadas por lei sob a
forma de sociedades anônimas para desempenhar funções que, despidas de caráter econômico, sejam
próprias e típicas de estado
(B) pessoas jurídicas de direito público, integrantes da Administração Indireta, criadas por autorização
legal sob qualquer forma jurídica adequada a sua natureza, para que o governo exerça atividades gerais
de caráter econômico ou, em certas situações, execute a prestação de serviços públicos
(C) pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Indireta, criadas por autorização
legal sob qualquer forma jurídica adequada a sua natureza, para que o governo exerça atividades gerais
de caráter econômico ou, em certas situações, execute a prestação de serviços públicos
(D) pessoas jurídicas de direito público, integrantes da Administração Indireta, criadas por autorização
legal sob a forma de sociedades anônimas, cujo controle acionário pertença ao Poder Público, tendo por
objetivo, como regra, a exploração de atividades gerais de caráter econômico e a prestação de serviços
públicos

Respostas

01. Resposta: C
Decreto 200/67
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita
próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.

02. Resposta: C
Segundo José dos Santos Carvalho Filho, a Administração Pública Indireta é o conjunto de pessoas
administrativas que, vinculadas à respectiva Administração direta, têm o objetivo de desempenhar as
atividades administrativas de forma descentralizada. (José dos Santos Carvalho Filho).

03. Resposta: A
Lei nº 8666/1993
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público
devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e
entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de
avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:( )

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04. Resposta: B
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
( )
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso,
definir as áreas de sua atuação.

05. Resposta: C
Fundação pública – a entidade dotada de personalidade jurídica de direito público ou privado, sem fins
lucrativos, criada por lei (Fundação de Direito Público) ou criada em virtude de autorização legislativa
(Fundação de Direito Privado), para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por
órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos
respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.

06. Resposta: A
Autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno, pertencentes à Administração Pública
Indireta, criadas por lei específica para o exercício de atividades típicas da Administração Pública.

Algumas das autarquias mais importantes do Brasil são: Instituto Nacional do Seguro Social – INSS,
Banco Central – Bacen, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis –
Ibama.

São dotadas de autonomia gerencial, orçamentária e patrimonial: autonomia é capacidade de


autogoverno representando um nível de liberdade na gestão de seus próprios assuntos, intermediário
entre a subordinação hierárquica e a independência.

07. Resposta: C
Criação: ocorre por lei ordinária e específica
Personificação: serviço público.
Pessoa Jurídica: de direito público.
Funções: exerce função típica do Estado.
Natureza: administrativa

08. Resposta: C
Embora possua capacidade de autoadministração e autonomia para o desenvolvimento de suas
atividades, as autarquias não possuem autonomia nas suas atividades normativas e regulamentares, pois
só podem editar normas e regulamentos nos limites definidos na lei. Nesse sentido, o STJ já decidiu que
não caberia a determinada autarquia expedir atos de caráter normativo por inexistir norma expressa que
lhe conferisse tal competência (Resp. 1.103.913/PR).

09. Resposta: D
Art. 5º, Decreto 200/1967.Para os fins desta lei, considera-se:
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita
próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio
próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o
Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa podendo
revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado,
criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações
com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta.
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins
lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não
exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio
próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e
de outras fontes.

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10. Resposta: C
MAZZA (2014) — Empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, criadas por autorização
legislativa, com totalidade de capital público e regime organizacional livre. Exemplos: Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT,
Caixa Econômica Federal – CEF, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa e Empresa
Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária – Infraero.

4 Agentes públicos: espécies e classificação, poderes, deveres e


prerrogativas, cargo, emprego e função públicos.

Agente público refere-se àquela pessoa física a qual exerce uma função pública, seja qual for esta
modalidade de função (mesário, jurado, funcionário público aprovado em concurso público, etc.).

Agente público é toda pessoa física que presta serviços ao Estado e às pessoas jurídicas da
Administração Indireta.2

Antes da Constituição atual, ficavam excluídos os que prestavam serviços às pessoas jurídicas de
direito privado instituídas pelo Poder Público (fundações, empresas públicas e sociedades de economia
mista). Hoje o artigo 37 exige a inclusão de todos eles.

A denominação “agente público” é tratada como gênero do qual são espécies os agentes políticos,
servidores públicos, agentes militares e particulares em colaboração.

Agentes políticos:

A primeira espécie dentro do gênero agentes públicos é a dos agentes políticos. Os agentes políticos
exercem uma função pública (munus publico) de alta direção do Estado. Ingressam, em regra, por meio
de eleições, desempenhando mandatos fixos ao término dos quais sua relação com o Estado desaparece
automaticamente. A vinculação dos agentes políticos com o aparelho governamental não é profissional,
mas institucional e estatutária.
Os agentes políticos são, definidos por Celso Antônio Bandeira de Melo como os titulares dos cargos
estruturais à organização política do País. Exemplos: Presidente da República, Governadores, Prefeitos
e respectivos vices, os auxiliares imediatos dos chefes de Executivo, isto é, Ministros e Secretários das
diversas pastas, bem como os Senadores, Deputados Federais e Estaduais e os Vereadores.
Exercem funções e mandatos temporários. Não são funcionários nem servidores públicos, exceto para
fins penais, caso cometam crimes contra a Administração Pública.

Agentes de Fato

Para que um ato administrativo seja praticado é necessário que o agente esteja legitimamente
investido no cargo para que possa exercer a competência prevista em lei. Exemplo: “falta de requisito
legal para investidura, como certificado de sanidade vencido; inexistência de formação universitária para
função que a exige, idade inferior ao mínimo legal; o mesmo ocorre quando o servidor está suspenso do
cargo, ou exerce funções depois de vencido o prazo de sua contratação, ou continua em exercício após
a idade-limite para aposentadoria compulsória”.3

Os atos praticados pelo agente de fato presumem-se válidos, com base na conformidade da lei,
visando tutelar a boa-fé dos administrados. A validade dos atos decorre de exame caso a caso, visando
assegurar a segurança jurídica e da boa-fé da população. Caso os atos praticados por agente público
não sejam de sua competência, os mesmos serão considerados nulos, como no caso do usurpador de
função.

2
Di Pietro, Maria Sylvia Zanella, Direito Administrativo, editora ATLAS, São Paulo, 2014:
3
Di Pietro, Maria Sylvia Zanella, “Direito Administrativo” (13ª edição, São Paulo, Atlas, 2001, p. 221.

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Agentes Militares

Os agentes militares formam uma categoria à parte entre os agentes políticos na medida em que as
instituições militares são organizadas com base na hierarquia e na disciplina. Aqueles que compõem os
quadros permanentes das forças militares possuem vinculação estatutária, e não contratual, mas o regime
jurídico é disciplinado por legislação específica diversa da aplicável aos servidores civis.
Assim, os militares abrangem as pessoas físicas que prestam serviços às Forças Armadas - Marinha,
Exército e Aeronáutica (art. 142, caput, e § 3.º, da Constituição) - e às Polícias Militares e Corpos de
Bombeiros Militares dos Estados, Distrito Federal e dos Territórios (art. 42), com vínculo estatutário sujeito
a regime jurídico próprio, mediante remuneração paga pelos cofres públicos.

Particulares em colaboração

Os particulares em colaboração com a Administração constituem uma classe de agentes públicos, em


regra, sem vinculação permanente e remunerada com o Estado. São agentes públicos, mas não integram
a Administração e não perdem a característica de particulares. Exemplos: jurados, recrutados para o
serviço militar, mesário de eleição.
De acordo com Hely Lopes Meirelles, são chamados também de “agentes honoríficos”, exercendo
função pública sem serem servidores públicos. Essa categoria de agentes públicos é composta, segundo
Celso Antônio Bandeira de Mello, por:
a) requisitados de serviço: como mesários e convocados para o serviço militar (conscritos);
b) gestores de negócios públicos: são particulares que assumem espontaneamente uma tarefa pública,
em situações emergenciais, quando o Estado não está presente para proteger o interesse público.
Exemplo: socorrista de parturiente;
c) contratados por locação civil de serviços: é o caso, por exemplo, de jurista famoso contratado para
emitir um parecer;
d) concessionários e permissionários: exercem função pública por delegação estatal;
e) delegados de função ou ofício público: é o caso dos titulares de cartórios.
Importante destacar que os particulares em colaboração com a Administração, mesmo atuando
temporariamente e sem remuneração, podem praticar ato de improbidade administrativa (art. 2.º da Lei
n. 8.429/92) e, enquanto exercerem a função, são considerados funcionários públicos para fins penais,
respondendo, assim, pelos crimes que cometerem. A Administração Pública responde pelos danos
causados a terceiros por este agente, voltando-se, depois, contra o agente público delegado.

Servidores Públicos

São servidores públicos, em sentido amplo, as pessoas físicas que prestam serviços ao Estado e às
entidades da Administração Indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos
cofres públicos.
Os servidores públicos, por sua vez, são classificados em:

1. Funcionário público: titularizam cargo e, portanto, estão submetidos ao regime estatutário.

2. Empregado público: titularizam emprego, sujeitos ao regime celetista. Ambos exigem concurso.
É o agente público que tem vínculo contratual, ou seja, sua relação com a Administração Pública decorre
de contrato de trabalho. Possui, então, vínculo de natureza contratual celetista (CLT). Assim, o
Empregado Público é regido pela CLT e o Servidor Público é regido por lei específica - no caso do servidor
público federal, será regido pela Lei 8.112/90.

3. Contratados em caráter temporário: são servidores contratados por um período certo e


determinado, por força de uma situação de excepcional interesse público. Não são nomeados em caráter
efetivo, que tem como qualidade a definitividade – art. 37, inc. IX, da Constituição Federal.

O trabalho temporário é regulado pela Lei nº 6.019/74 - é aquele prestado por pessoa física a uma
empresa para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou
a acréscimo extraordinário de serviços. O vínculo empregatício do trabalhador temporário não se dá com
a empresa tomadora de serviços, mas sim com a empresa de trabalho temporário.

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Essa modalidade de contratação tem como objetivo atender a serviços extraordinários de serviços
(época de Páscoa e Natal), além de atender à necessidade transitória de substituição de pessoal regular
e permanente.
O contrato do trabalhador temporário deve ser feito de forma escrita, além de constar expressamente
a causa que enseja sua contratação.
Quanto ao prazo, este não poderá exceder 3 meses, caso seja a mesma empresa tomadora e o mesmo
empregado, salvo autorização conferida pelo órgão local do Ministério do Trabalho e Previdência Social.
No aludido instrumento deve constar expressamente o prazo que vigerá o contrato, data de início e
término da prestação de serviço.

Os agentes públicos são classificados da seguinte forma:

- Agentes políticos: pessoas físicas que exercem determinada função (legislativa, executiva ou
administrativa) descrita na Constituição Federal. São exemplos: deputado federal, senador, governador
de estado, procurador do trabalho, entre outros.
- Agentes administrativos: são servidores sujeitos a uma relação hierárquica com os agentes políticos,
isto é, são os servidores públicos propriamente ditos (ocupam cargo efetivo ou em comissão e respeitam
o estatuto da respectiva instituição na qual trabalham), os empregados públicos (trabalham em empresas
públicas e respeitam a legislação trabalhista) e os servidores temporários (contratados temporariamente
para suprirem necessidade temporária de excepcional interesse público).
- Agentes honoríficos: pessoas que desempenham atividade administrativa em razão de sua
honorabilidade (honra). Exemplos: mesário da eleição ou jurado convocado para júri de algum crime
doloso contra a vida.
- Agentes delegados: pessoas que recebem a incumbência de executarem, por sua conta e risco, um
serviço público ou uma atividade de interesse público. Podem ser os notários, os registradores de imóveis,
os tradutores públicos, os concessionários ou permissionários de serviço público, entre outros.
- Agentes credenciados: pessoas que representam a Administração Pública em um determinado
evento ou atividade.

PODERES, DEVERES E PRERROGATIVAS

Os poderes que são conferidos ao administrador público dentro dos órgãos públicos são espécies de
deveres administrativos. Enquanto no setor privado os deveres não passam de mera faculdade, no setor
público se trata de um compromisso para com a humanidade, em virtude do cargo que exercem.

Os deveres mais citados pela doutrina são:

a. Dever de Probidade: uma das mais importantes condutas a ser praticada pelo administrador diz
respeito a probidade. Com efeito, além de estar consolidada na Lei, a conduta dos agentes públicos deve
ser honesta, respeitando a noção de moral administrativa e em seio social.

Tem força de status constitucional, conforme se vê no § 4º, art. 37 da Carta Magna, verbis:

Os atos de improbidade importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo
da ação penal cabível.

b. Dever de Eficiência: a atividade administrativa deve ser cada vez mais célere, não devendo se
falar apenas em aumento quantitativo, mas também no aspecto qualitativo que é desempenhado pelo
profissional público. Quanto mais eficiente for a atividade desenvolvida mais benéfico será para a
coletividade.

c. Dever de prestar contas: para que se torne público o que vem sendo desenvolvido pela
Administração Púbica, o administrador tem o dever de prestar contas de suas tarefas desenvolvidas para
toda a coletividade.
A prestação de contas deve ser feita em todas as esferas, tanto as privadas quanto as públicas. Não
há como não pensar em “mexer, controlar dinheiro alheio” e não demonstrar como está sendo prestado
esse serviço.

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d. Poder-dever de agir: Segundo Hely Lopes Meirelles:
“Se para o particular o poder de agir é uma faculdade, para o administrador público é uma obrigação
de atuar, desde que se apresente o ensejo de exercitá-lo em benefício da comunidade. É que o Direito
Público ajunta ao poder do administrador o dever de administrar”.

Conclui-se, portanto que o administrador não terá margem de escolhas sobre o dever de agir, caso se
demonstre em silêncio com os fatos ocorridos, será considerado agente omisso e a obtenção do ato se
dará por via judicial, por regra, utiliza-se o mandado de segurança, caso ferir direito líquido e certo do
interessado.

Deveres: Previsto no artigo 116, da Lei 8112/90:


Art. 116. São deveres do servidor:
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
II - ser leal às instituições a que servir;
III - observar as normas legais e regulamentares;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
V - atender com presteza:
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de
interesse pessoal;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade
superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade
competente para apuração;
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
X - ser assíduo e pontual ao serviço;
XI - tratar com urbanidade as pessoas;
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e
apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando
ampla defesa.

Prerrogativas: são os direitos e vantagens dos servidores públicos, quais sejam: vencimento,
indenizações, gratificações, diárias, adicionais, férias, licenças, concessões e direito de petição.

Indenizações: de acordo com o art. 51 da Lei nº 8.112/90 as indenizações são constituídas pela ajuda
de custo, diárias, transporte e auxílio moradia.

Diárias: essa prerrogativa está regulamentada no art. 58 da Lei nº 8.112/90. É devida ao servidor que
se afastar da sede em caráter eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou para o
exterior. São destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinárias com pousada, alimentação
e locomoção urbana.

Gratificações e Adicionais: são tratados no art. 61 da Lei nº 8.112/90 que as discrimina, a saber:
retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento, gratificação natalina, adicional
pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas, adicional pela prestação de serviço
extraordinário, adicional noturno, adicional de férias, outros (relativos ao local ou à natureza do trabalho),
gratificação por encargo de curso ou concurso.

Férias: é um direito que o servidor alcança após cumprir o período aquisitivo (12 meses). Consiste em
um período de 30 dias de descanso que podem ser cumuladas até o máximo de dois períodos, bem como
podem ser parceladas em até três etapas.

Licenças: de acordo com o art. 81 da referida lei a licença é concedida por motivo de doença em
pessoa da família, de afastamento do cônjuge ou companheiro, para o serviço militar, para a atividade
política, para capacitação, para tratar de interesses particulares e para desempenho de mandato
classista.

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Concessões: existem quando é permitido ao servidor se ausentar sem ter que arcar com quaisquer
prejuízos. O art. 97 da Lei nº 8.112/90 elenca as hipóteses de concessão, vejamos: por um dia para
doação de sangue, pelo período comprovadamente necessário para alistamento ou recadastramento
eleitoral, limitado, em qualquer caso a dois dias, por oito dias consecutivos em razão de casamento,
falecimento de cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda
ou tutela ou irmãos.

Direito de Petição: o direito de petição existe para a defesa do direito ou interesse legítimo. É
instrumento utilizado pelo servidor e dirigido à autoridade competente que deve decidir.

CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA

A Constituição federal, em vários dispositivos, emprega os vocábulos cargo, emprego e função para
designar realidades diversas, porém que existem paralelamente na Administração. Cumpre, pois,
distingui-las.
Para bem compreender o sentido dessas expressões, é preciso partir da ideia de que na Administração
Pública todas as competências são definidas na lei e distribuídas em três níveis diversos: pessoas
jurídicas (União, Estados e Municípios), órgãos (Ministérios, Secretarias e suas subdivisões) e
servidores públicos; estes ocupam cargos ou empregos ou exercem função.

Cargo público: é o lugar dentro da organização funcional da organização funcional da Administração


Direta e de suas autarquias e fundações públicas que, ocupado por servidor público, submetidos ao
regime estatuário, tem funções específicas e remuneração fixada em lei ou diploma a ela equivalente.
Para Celso Antônio Bandeira de Melo são as mais simples e indivisíveis unidades de competência a
serem titularizadas por um agente. São criados por lei, previstos em número certo e com denominação
própria.
Com efeito, as várias competências previstas na Constituição para a União, Estados e Municípios são
distribuídas entre seus respectivos órgãos, cada qual dispondo de determinado número de cargos
criados por lei, que lhes confere denominação própria, define suas atribuições e fixa o padrão de
vencimento ou remuneração.
Criar um cargo é institucionalizá-lo, atribuindo a ele denominação própria, número certo, funções
determinadas, etc. Somente se cria um cargo por meio de lei, logo cada Poder, no âmbito de suas
competências pode criar um cargo através da lei.
A transformação ocorre quando há modificação ou alteração na natureza do cargo de forma que, ao
mesmo tempo que o cargo é extinto, outro é criado. Somente se dá por meio de lei e há o aproveitamento
de todos os servidores quando o novo cargo tiver o mesmo nível e atribuições compatíveis com o anterior.
A extinção corresponde ao fim do cargo e também deve ser efetuada por meio de lei.
O art. 84, VI, “b” da Constituição Federal traz exceção ao atribuir competência para o Presidente da
República para dispor, mediante decreto, sobre a extinção de funções ou cargos públicos quando vagos.

Empregos públicos: são núcleos de encargos de trabalho permanentes a serem preenchidos por
pessoas contratadas para desempenhá-los, sob relação jurídica trabalhista e somente podem ser criados
por lei.

Função pública: é a atividade em si mesma, é a atribuição, as tarefas desenvolvidas pelos servidores.


São espécies:
a) Funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e
destinadas ás atribuições de chefia, direção e assessoramento;
b) Funções exercidas por contratados por tempo determinado para atender a necessidade temporária
de excepcional interesse público, nos termos da lei autorizadora, que deve advir de cada ente federado.

Acumulação de Cargos, Empregos e Funções Públicas:


Em regra, o ordenamento jurídico brasileiro proíbe a acumulação remunerada de cargos ou empregos
públicos. Porém, a Constituição Federal prevê um rol taxativo de casos excepcionais em que a
acumulação é permitida. Importantíssimo destacar que, em qualquer hipótese, a acumulação só será
permitida se houver compatibilidade de horários e observado o limite máximo de dois cargos.
As hipóteses de acumulação constitucionalmente autorizadas são:
a) a de dois cargos de professor (art. 37, XVI, a);
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico (art. 37, XVI, b);

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c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas
(art. 37, XVI, c);
d) a de um cargo de vereador com outro cargo, emprego ou função pública (art. 38, III);
e) a de um cargo de magistrado com outro no magistério (art. 95, parágrafo único, I);
f) a de um cargo de membro do Ministério Público com outro no magistério (art. 128, § 5º, II, d).

Questões

01. (CRAISA de Santo André/SP - Advogado – CAIP-IMES/2016). Assinale a alternativa incorreta


sobre o tema agentes públicos.
(A) Agentes delegados são pessoas físicas que desempenham atividades estatais remuneradas pelos
cofres públicos.
(B) São espécies de agente público: os agentes políticos; os servidores públicos; os empregados
públicos; os servidores temporários; os agentes delegados; os agentes honoríficos e os militares
(C) Militares são as pessoas físicas que exercem funções nas Polícias Militares e nos Corpos de
Bombeiros Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, e nas Forças Armadas.
(D) Agentes honoríficos são particulares que atuam colaborando com o Poder Público exercem função
pública sem contraprestação específica.

02. (TRT - 8ª Região (PA e AP) - Técnico Judiciário - Área Administrativa – CESPE/2016). No que
diz respeito aos agentes públicos, assinale a opção correta
(A) Permite-se que os gestores locais do Sistema Único de Saúde admitam agentes comunitários de
saúde e agentes de combate às endemias por meio de contratação direta.
(B) Não se permite o acesso de estrangeiros não naturalizados a cargos, empregos e funções públicas.
(C) O prazo de validade de qualquer concurso público é de dois anos, prorrogável por igual período.
(D) As funções de confiança somente podem ser exercidas pelos servidores ocupantes de cargo
efetivo.
(E) Como os cargos em comissão destinam-se à atribuição de confiança, não há previsão de
percentual mínimo de preenchimento desses cargos por servidores efetivos.

03. (SUPEL/RO - Engenharia Civil – FUNCAB/2016). Os agentes públicos cujos cargos são providos
por nomeação política, sem concurso público, com atribuições de direção, chefia e assessoramento e que
são passíveis de exoneração imotivada são os:
(A) ocupantes de cargo comissionado.
(B) contratados temporários.
(C) empregados públicos.
(D) agentes honoríficos.
(E) agentes políticos.

04. (IBGE - Analista - Processos Administrativos e Disciplinares – FGV/2016). Em matéria de


regime jurídico dos agentes públicos, especificamente quanto aos cargos em comissão e às funções de
confiança, a Constituição da República dispõe que:
(A) ambos são exercidos por cinquenta por cento de servidores de carreira e cinquenta por cento de
pessoas não concursadas com livre nomeação e exoneração;
(B) ambos são exercidos exclusivamente por servidores de carreira e destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento;
(C) os cargos em comissão são providos exclusivamente por pessoas não concursadas, com livre
nomeação e exoneração e para atribuições de direção, chefia e assessoramento;
(D) as funções de confiança são exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo;
(E) os cargos em comissão são providos exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo.

05. (Prefeitura de Caieiras/ SP - Assistente Legislativo – VUNESP/2015). A contratação por tempo


determinado
(A) é admitida durante todo o período eleitoral.
(B) é admitida em todas as circunstâncias em que haja interesse público.
(C) depende da discricionariedade e vontade do administrador público.
(D) é admitida para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público.
(E) não é admitida pela Constituição Federal.

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06. (TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário – IESES/2014). São deveres do servidor,
EXCETO:
(A) Guardar sigilo sobre assunto da repartição.
(B) Cumprir as ordens superiores, mesmo quando manifestamente ilegais.
(C) Ser leal às instituições a que servir.
(D) Zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público.
(E) Manter conduta compatível com a moralidade administrativa.

07. (SEPLAG/MG - Gestor de Transportes e Obras – Direito - IBFC/2014) Caio, servidor público, foi
eleito para exercer o mandato eletivo de Vereador. Nessa hipótese, a Constituição da República dispõe
que Caio:
(A) Deverá ficar afastado de seu cargo, percebendo cumulativamente as vantagens de seu cargo de
servidor com a remuneração do cargo eletivo.
(B) Deverá perceber somente a remuneração do cargo de Vereador, pois não lhe é permitido optar a
remuneração que pretende receber, se houver incompatibilidade de horários.
(C) Perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, desde que
haja compatibilidade de horários.
(D) Será imediatamente afastado de seu cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração,
independentemente da possibilidade de cumular o exercício das duas funções.

08. (DPE/MS - Defensor Público – VUNESP/2014). Os cargos, empregos e funções públicas são
acessíveis
(A) aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros,
na forma da lei.
(B) aos brasileiros e aos estrangeiros, igualmente, nos termos específicos previstos nas leis de cada
ente federativo.
(C) aos brasileiros que preencham os requisitos previstos em lei, excluindo-se qualquer forma de
acesso por estrangeiros.
(D) aos brasileiros que preencham os requisitos legais e aos estrangeiros, se houver reciprocidade em
favor dos brasileiros no exterior.

09. (CEASA/CAMPINAS – Advogado – SHDIAS/2014) Entre os princípios e regras constitucionais


aplicáveis aos servidores públicos, é CORRETO afirmar:
(A) Pela Constituição Federal, não há impedimento à Administração que, durante o prazo de validade
de um concurso de ingresso no serviço público, outro seja aberto, levado a efeito e classificados os
aprovados.
(B) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos em lei e aos estrangeiros naturalizados, na forma da lei.
(C) O concurso restrito ou interno somente tem respaldo constitucional quando utilizado para elevação
de servidores na carreira ou para ascensão funcional, na forma da lei.
(D) A Constituição Federal, com a redação da Emenda Constitucional 19/98 estipulou como prazo de
validade do concurso o prazo de dois anos, não podendo ser inferior a tal período.

10. (TJ/CE - Técnico Judiciário - Área Judiciária – CESPE/2014). Assinale a opção correta no que
se refere aos poderes e deveres dos administradores públicos.
(A) Caracteriza-se desvio de finalidade quando o agente atua além dos limites de sua competência,
buscando alcançar fins diversos daqueles que a lei permite.
(B) Há excesso de poder quando o agente, mesmo que agindo dentro de sua competência, exerce
atividades que a lei não lhe conferiu.
(C) Em caso de omissão do administrador, o administrado pode exigir, por via administrativa ou judicial,
a prática do ato imposto pela lei.
(D) No exercício do poder hierárquico, os agentes superiores têm competência, em relação aos
agentes subordinados, para comandar, fiscalizar atividades, revisar atos, delegar, avocar atribuições e
ainda aplicar sanções.
(E) O poder de agir da administração refere-se à sua faculdade para a prática de determinado ato de
interesse público.

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Respostas

01. Resposta: A
Agentes delegados: são particulares – pessoas físicas ou jurídicas, que não se enquadram na acepção
própria dos agentes públicos – que recebem a importância da execução de determinada atividade, obra
ou serviço público e o realizam em nome próprio, por sua conta e risco, mas segundo as normas do
Estado e sob a permanente fiscalização do delegante. Esses agentes não são servidores públicos, nem
honoríficos, nem representantes do Estado; todavia, constituem uma categoria à parte de colaboradores
do Poder Público.
Exemplos: concessionários e permissionários de obras e serviços públicos, os serventuários de ofícios
ou cartórios não estatizados, os leiloeiros, os tradutores e intérpretes públicos; as demais pessoas que
recebam delegação para a prática de alguma atividade estatal ou serviço de interesse coletivo”
(MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo brasileiro. – 37ª ed. São Paulo Malheiros, 2011, pág. 81
e 82).

02. Resposta: D
Constituição Federal:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
( )
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e
os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento.

03. Resposta: A
CF/88
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
( )
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração.
( )
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e
os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento.

04. Resposta: D
Conhecidos popularmente como “cargos de confiança”, os cargos em comissão ou comissionados
estão reservados a atribuições de direção, chefia e assessoramento (art. 37, V, da CF). Qualquer outra
atribuição de função a comissionados – e que não envolva direção, chefia ou assessoramento – deve ser
considerada como inconstitucional.

Tais cargos são acessíveis sem concurso público, mas providos por nomeação política. De igual modo,
a exoneração é ad nutum, podendo os comissionados ser desligados do cargo imotivadamente, sem
necessidade de garantir contraditório, ampla defesa e direito ao devido processo legal.

05. Resposta: D
Art. 37 da CF: IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público;

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06. Resposta: B
Art. 116, lei 8112/90. São deveres do servidor:
(...)
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;

07. Resposta: C
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego
ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens
de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

08. Resposta: A
Art. 37 I, CF os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham
os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.

09. Resposta: A.
a) CORRETO. A CF não veda a realização de novo concurso, porém deve ser observado o disposto
no art. 37, IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em
concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos
concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
b) ERRADO. Art. 37, I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que
preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
c) ERRADO.
d) ERRADO. Art. 37, III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável
uma vez, por igual período.

10. Resposta: C
Segundo José dos Santos Carvalho Filho assim nos ensina:
"Corolário importante do poder-dever de agir é a situação de ilegitimidade de que se reveste a inércia
do administrador: na medida em que lhe incumbe conduta comissiva, a omissão (conduta omissiva)
haverá de configurar-se como ilegal. Desse modo, o administrado tem o direito subjetivo de exigir do
administrador omisso a conduta comissiva imposta na lei, quer na via administrativa, o que poderá fazer
pelo exercício do direito de petição (art. 5º, XXXIV, "a", da CF), quer na via judicial, formulando na ação
pedido de natureza condenatória de obrigação de fazer (ou, para outros, pedido mandamental)."

5 Poderes administrativos.

O administrador público para exercer suas funções necessita ser dotado de poderes. Esses poderes
podem ser definidos como instrumentos que possibilitam à Administração cumprir com sua finalidade,
contudo devem ser utilizados dentro dos limites legais.

O administrador público, por sua vez, deve se pautar na observância das normas legais, bem como
pelos princípios que o regem. O controle da legalidade e validade de seus atos torna-se imprescindível e
obrigatório, e neste sentido, ao administrador cabe conhecer e aplicar os princípios que regem as relações
públicas.

Além da observância dos princípios administrativos, o administrador público, para desempenhar suas
funções, deve observar algumas normas de cumprimento obrigatório.

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Vale ressaltar que o administrador deve velar pelo dever de probidade, o dever de prestar contas e o
dever de pautar seus serviços com eficiência. Caso o administrador não cumpra com o que lhe é imposto,
deverá ser condenado a diversos tipos de sanções.

São características dos poderes administrativos:

- obrigatoriedade: o administrador deve exercer os poderes obrigatoriamente, ou seja, o poder não


tem o exercício facultativo, não cabe ao administrador exercer juízo de valor sobre o exercício ou não do
poder;
- irrenunciabilidade: se o administrador deve exercer o poder, ele não pode renunciá-lo. Cabe
destacar que se a Administração deixar de exercê-lo, caberá responsabilização.
- limitação legal: embora seja um poder irrenunciável e seu exercício seja obrigatório, o administrador
deve agir dentro dos limites legais, vale dizer, deve cumprir exatamente com o que o a lei determina, sob
pena de ser responsabilizado.
Lembre-se que em Direito Administrativo vige o princípio da estrita legalidade que determina que o
agente público só atue nos casos e na forma permitida em lei.
Na maior parte dos outros ramos do direito, a pessoa pode fazer tudo o que a lei não proíba, mas em
Direito Administrativo, só se pode fazer o que a lei autoriza.

Agir dentro dos limites da lei significa agir de acordo com a necessidade, a proporcionalidade e a
adequação.

São subcaracterísticas dos poderes administrativos:

Necessidade: o administrador deve, antes de agir, verificar se o ato é realmente necessário, se ele é
preciso. Ex: Determinada escola não cumpre com as regras de acessibilidade. É necessário fechá-la por
isso? Cidade X fará aniversário e a prefeitura realizará festa comemorativa. É necessário contratar cantor
famoso?

Proporcionalidade: o ato deve ser proporcional à situação. No exemplo acima, o fechamento da


escola é desproporcional, haja vista que trará muito mais malefícios do que benefícios para a população.
Ato proporcional é a determinação de adequação.
Adequação: é a verificação sobre a medida ou ato a ser tomado de forma a se descobrir se esse é o
melhor caminho a ser seguido.

Adequação: proporcionalidade e adequação caminham juntas, por isso muitas vezes se confundem.
O agente público somente age nos limites da lei quando suas ações são pautadas por essas três
subcaracterísticas. A ausência de uma ou mais implica em excesso de poder, que resulta em
responsabilização.

ESPÉCIES DE PODERES

Poder Vinculado: quando o poder é vinculado, o administrador não tem possibilidade de exercer juízo
de valor, ou seja, não tem campo de discricionariedade. Ocorre quando a lei determinada que se atue de
determinada forma, não dando escolha para o agente.
Ex: licença para construir. Se um cidadão cumpre com todos os requisitos legais, a licença deve ser
concedida, assim a concessão da licença é ato vinculado, não cabendo ao agente público não concedê-
la.
Também é exemplo de poder vinculado, o poder que tem o agente público de instaurar processo
administrativo para averiguação de irregularidades cometidas por um servidor.

Poder Discricionário: contrariamente ao poder vinculado, o poder discricionário é aquele em que o


agente público pode exercer juízo de valor, ou seja pode analisar a conveniência e a oportunidade do ato
a ser praticado. Embora haja esse grau de liberdade, o poder discricionário também é balizado pela lei,
porque é a própria lei que confere esse poder ao administrador público.
São exemplos de poder discricionário: a nomeação para cargo em comissão, uma vez que o
administrador irá nomear aquele que é de sua confiança.
Também é exemplo de poder discricionário a aplicação de penalidades. Acima vimos que a instauração
do processo administrativo é poder vinculado. Uma vez sendo verificado o ilícito, o agente que assim

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atuou deve ser punido. No mais das vezes a lei confere mais de um espécie de sanção, então, cabe ao
administrador, de acordo com o juízo de conveniência e oportunidade, escolher qual punição será
aplicada.

Poder Hierárquico: a Administração Pública é hierarquizada, ou seja, existe um escalonamento de


poderes entre as pessoas e órgãos. É pelo poder hierárquico que, por exemplo, um servidor está obrigado
a cumprir ordem emanada de seu superior. É também esse poder que autoriza a delegação, a avocação,
etc.

O direito positivo define as atribuições dos órgãos administrativos, cargos e funções, de forma que
haja harmonia e unidade de direção.
Percebam que o poder hierárquico vincula superior e subordinados dentro do quadro da Administração
Pública.

Quando a organização administrativa corresponda a aumento de despesa será de competência do


Presidente da República e quando acarretar aumento de despesa será matéria de lei de iniciativa do
Presidente da República.

Compete ainda a Administração Pública:


a. editar atos normativos (resoluções, portarias, instruções), que tenham como objetivo ordenar a
atuação dos órgãos subordinados, pois refere-se a atos normativos que geram efeitos internos e não
devem se confundir com os regulamentos, por serem decorrentes de relação hierarquizada, não se
estendendo as pessoas estranhas;

b. dar ordens aos subordinados, com o dever de obediência, salvo para os manifestamente ilegais;

c. controlar a atividade dos órgãos inferiores, com o objetivo de verificar a legalidade de seus atos e o
cumprimento de suas obrigações, permitindo anular os atos ilegais ou revogar os inconvenientes, seja ex
officio ou por provocação dos interessados, através dos recursos hierárquicos.

d. aplicar sanções em caso de cometimento de infrações disciplinares;

e. avocar atribuições, caso não sejam de competência exclusiva do órgão subordinado;

f. delegação de atribuições que não lhe sejam privativas.

Podemos perceber que a relação hierárquica é acessória da organização administrativa, é permitida a


distribuição de competências dentro da organização administrativa, retirando a relação hierárquica com
relação a determinadas atividades. Exemplo: quando a própria lei atribui urna competência, com
exclusividade, a alguns órgãos administrativos, principalmente os colegiados, excluindo a influência de
órgãos superiores.

Segundo Mário Masagão (1968 : 55), a relação hierárquica caracteriza-se da seguinte maneira :

a) é uma relação estabelecida entre órgãos, de forma necessária e permanente;


b) que os coordena;
c) que os subordina uns aos outros;
d) e gradua a competência de cada um.

Com base nestas peculiaridades, poder hierárquico pode ser definido como o vínculo que subordina
uns aos outros órgãos do Poder Executivo, ponderando a autoridade de cada um.

Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, em sua obra Direito Administrativo, editora: Atlas, São Paulo,
2014.

“Nos Poderes Judiciário e Legislativo não existe hierarquia no sentido de relação de coordenação e
subordinação, no que diz respeito às suas funções institucionais. No primeiro, há uma distribuição de
competências entre instâncias, mas uma funcionando com independência em relação à outra; o juiz da

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instância superior não pode substituir-se ao da instância inferior, nem dar ordens ou revogar e anular os
atos por este praticados.
Com a aprovação da Reforma do Judiciário pela Emenda Constitucional nº 45/2004, cria-se uma
hierarquia parcial entre o STF e todos os demais órgãos do Poder Judiciário, uma vez que suas decisões
sobre matéria constitucional, quando aprovadas como súmulas, nos termos do artigo 103-A, introduzido
na Constituição, terão efeito vinculante para todos. O mesmo ocorrerá com as decisões definitivas
proferidas em ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade de
lei ou ato normativo federal ou estadual (art. 102, § 2º). No Legislativo, a distribuição de competências
entre Câmara e Senado também se faz de forma que haja absoluta independência funcional entre uma e
outra Casa do Congresso.”

Poder Disciplinar: para que a Administração possa organizar-se é necessário que haja a possibilidade
de aplicar sanções aos agentes que agem de forma ilegal. A aplicação de sanções para o agente que
infringiu norma de caráter funcional é exercício do poder disciplinar. Não se trata aqui de sanções penais
e sim de penalidades administrativas como advertência, suspensão, demissão, entre outras.
Estão sujeitos às penalidades os agente públicos quando praticarem infração funcional, que é aquela
que se relaciona com a atividade desenvolvida pelo agente.
Acima vimos que a aplicação de sanção é ato discricionário, ou seja, cabe ao administrador público
verificar qual a sanção mais oportuna e conveniente para ser aplicada ao caso concreto. Para tanto ele
deve considerar as atenuantes e as agravantes, a natureza e a gravidade da infração, bem como os
prejuízos causados e os antecedentes do agente público.
É necessário que a decisão de aplicar ou não a sanção seja motivada para que se possa controlar sua
regularidade.

Poder Regulamentar ou Poder Normativo: é o poder que tem os chefes do Poder Executivo de criar
regulamentos, de dar ordens, de editar decretos. São normas internas da Administração.

É o poder conferido aos Chefes do Executivo para editar decretos e regulamentos com a finalidade de
oferecer fiel execução à lei. Temos como exemplo a seguinte disposição constitucional (art. 84, IV, CF/88):

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


[...]
IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para
sua fiel execução.

De acordo com Alexandre Mazza4, o poder regulamentar decorre do poder hierárquico e consiste na
possibilidade de os Chefes do Poder Executivo editarem atos administrativos gerais e abstratos, ou gerais
e concretos, expedidos para dar fiel execução à lei.
O poder regulamentar enquadra-se em uma categoria mais ampla denominada poder normativo, que
inclui todas as diversas categorias de atos gerais, tais como: regimentos, instruções, deliberações,
resoluções e portarias.
O fundamento constitucional da competência regulamentar é o art. 84, IV, acima descrito
Embora frequentemente confundidos, o conceito de decreto não é exatamente igual ao de
regulamento: aquele constitui uma forma de ato administrativo; este representa o conteúdo do ato.
Decreto é o veículo introdutor do regulamento. O certo é que decretos e regulamentos são atos
administrativos e, como tal, encontram-se em posição de inferioridade diante da lei, sendo-lhes vedado
criar obrigações de fazer ou deixar de fazer aos particulares, sem fundamento direto na lei. É isso que
prega o art. 5º, II, da CF.
Sua função específica é estabelecer detalhamentos quanto ao modo de aplicação de dispositivos
legais, dando maior concretude, no âmbito interno da Administração Pública, aos comandos gerais e
abstratos presentes na legislação.
É comum encontrar na doutrina a afirmação de que decretos e regulamentos são atos administrativos
gerais e abstratos. A assertiva, no entanto, contém uma simplificação.
Normalmente esses dois atributos estão presentes. São atos gerais porque se aplicam a um universo
indeterminado de destinatários. O caráter abstrato relaciona-se com a circunstância de incidirem sobre
quantidade indeterminada de situações concretas, não se esgotando com a primeira aplicação. No

4
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. Ed. Saraiva. 4ª edição. 2014.

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entanto, existem casos raros em que os atos regulamentares são gerais e concretos, como ocorre com
os regulamentos revogadores expedidos com a finalidade específica de extinguir ato normativo anterior.
Trata-se, nessa hipótese, de ato geral e concreto porque se esgota imediatamente após cumprir a
tarefa de revogar o regulamento pretérito.

A competência regulamentar é privativa dos Chefes do Executivo e, em princípio, indelegável. Tal


privatividade, enunciada no art. 84, caput, da Constituição Federal, é coerente com a regra prevista no
art. 13, I, da Lei nº 9.784/99, segundo a qual não pode ser objeto de delegação a edição de atos de caráter
normativo. Entretanto, o parágrafo único do art. 84 da Constituição Federal prevê a possibilidade de o
Presidente da República delegar aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao
Advogado-Geral da União a competência para dispor, mediante decreto, sobre:
A- organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa
nem criação ou extinção de órgãos públicos; e
B- extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
Deve-se considerar as hipóteses do art. 84, parágrafo único, da CF, como os únicos casos admitidos
de delegação de competência regulamentar.
Cabe destacar que as agências reguladoras são legalmente dotadas de competência para estabelecer
regras disciplinando os respectivos setores de atuação. É o denominado poder normativo das agências.
Tal poder normativo tem sua legitimidade condicionada ao cumprimento do princípio da legalidade na
medida em que os atos normativos expedidos pelas agências ocupam posição de inferioridade em relação
à lei dentro da estrutura do ordenamento jurídico.
Além disso, convém frisar que não se trata tecnicamente de competência regulamentar porque a
edição de regulamentos é privativa do Chefe do Poder Executivo (art. 84, IV, da CF). Por isso, os atos
normativos expedidos pelas agências reguladoras nunca podem conter determinações, simultaneamente,
gerais e abstratas, sob pena de violação da privatividade da competência regulamentar.
Portanto, é fundamental não perder de vista dois limites ao exercício do poder normativo decorrentes
do caráter infralegal dessa atribuição:
A- os atos normativos não podem contrariar regras fixadas na legislação ou tratar de temas que não
foram objeto de lei anterior;
B- é vedada a edição, pelas agências, de atos administrativos gerais e abstratos.

Poder de Polícia: é o poder conferido à Administração para condicionar, restringir, frenar o exercício
de direitos e atividades dos particulares em nome dos interesses da coletividade. Ex: fiscalização.
O art. 78 do Código Tributário Nacional assim conceitua poder de polícia:

Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de
interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção
e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do
Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo
órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de
atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

O que autoriza o Poder Público a condicionar ou restringir o exercício de direitos e a atividade dos
particulares é a supremacia do interesse público sobre o interesse particular.
O poder de polícia se materializa por atos gerais ou atos individuais.
Ato geral é aquele que não tem um destinatário específico (Exemplo: Ato que proíbe a venda de
bebidas alcoólicas a menores – atinge todos os estabelecimentos comerciais).
Ato individual é aquele que tem um destinatário específico (Exemplo: Autuação de um estabelecimento
comercial específico por qualquer motivo de irregularidade, por exemplo, segurança).
O poder de polícia poderá atuar inclusive sobre o direito da livre manifestação do pensamento. Poderá
retirar publicações de livros do mercado ou alguma programação das emissoras de rádio e televisão
sempre que estes ferirem valores éticos e sociais da pessoa e da família (Exemplo: Livros que façam
apologia à discriminação racial, programas de televisão que explorem crianças, etc.).
A competência surge como limite para o exercício do poder de polícia. Quando o órgão não for
competente, o ato não será considerado válido.
O limite do poder de atuação do poder de polícia não poderá divorciar-se das leis e fins em que são
previstos, ou seja, deve-se condicionar o exercício de direitos individuais em nome da coletividade.

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Quanto aos atributos do poder de polícia, é certo que busca-se garantir a sua execução e a
prioridade do interesse público. São eles: discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade.
Discricionariedade: A Administração Pública goza de liberdade para estabelecer, de acordo com sua
conveniência e oportunidade, quais serão os limites impostos ao exercício dos direitos individuais e as
sanções aplicáveis nesses casos. Também confere a liberdade de fixar as condições para o exercício de
determinado direito.
No entanto, a partir do momento em que são fixadas essa limites com sua posteriores sanções, a
Administração será obrigada a cumpri-las, ficando dessa maneira com seus atos vinculados.
Por exemplo: fixar o limite de velocidade para transitar nas vias públicas.
Autoexecutoriedade: Não é necessário que o Poder Judiciário intervenha na atuação da
Administração Pública. No entanto, essa liberdade não é absoluta, pois compete ao Poder Judiciário o
controle desse ato.
Somente será permitida a autoexecutoriedade quando esta for prevista em lei, além de seu uso para
situações emergenciais, em que será necessária a atuação da Administração Pública.
Coercibilidade: Limita-se ao princípio da proporcionalidade, na medida que for necessária será
permitido o uso da força par cumprimento dos atos.

Uso e Abuso De Poder


Sempre que a Administração extrapolar os limites dos poderes aqui expostos, estará cometendo uma
ilegalidade. A ilegalidade traduz o abuso de poder que, por sua vez, pode ser punido judicialmente.
O abuso de poder pode gerar prejuízos a terceiros, caso em que a Administração será
responsabilizada. Todos os Poderes Públicos estão obrigados a respeitar os princípios e as normas
constitucionais, qualquer lesão ou ameaça, outorga ao lesado a possibilidade do ingresso ao Poder
Judiciário.
A responsabilidade do Estado se traduz numa obrigação, atribuída ao Poder Público, de compor os
danos patrimoniais causados a terceiros por seus agentes públicos tanto no exercício das suas
atribuições quanto agindo nessa qualidade.

Questões

01. (IF/BA - Assistente em Administração – FUNRIO/2016). O poder de polícia tem atributos


específicos e peculiares ao seu exercício, sendo eles:
(A) discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade.
(B) imperatividade, direção e coercibilidade.
(C) objetividade, imperatividade e autoexecutoriedade.
(D) exclusividade, coercibilidade e objetividade.
(E) discricionariedade, tempestividade e direção.

02. (ANS -Técnico em Regulação de Saúde Suplementar – FUNCAB/2016). No tocante aos poderes
administrativos pode-se afirmar que a delegação e avocação decorrem do poder:
(A) hierárquico.
(B) discricionário.
(C) disciplinar.
(D) regulamentar.
(E) de polícia.

03. (Prefeitura de Rio de Janeiro/ RJ - Administrador - Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ/2016).


Ao editar leis, o Poder Legislativo nem sempre possibilita que elas sejam executadas. Cumpre, então, à
Administração criar os mecanismos de complementação das leis indispensáveis a sua efetiva
aplicabilidade. Essa atividade é definida pela doutrina como base do exercício do poder:
(A) regulamentar
(B) hierárquico
(C) disciplinar
(D) vinculado

04. (MPOG - Atividade Técnica - Direito, Administração, Ciências Contábeis e Economia –


FUNCAB/2015) A aplicação da penalidade de demissão a um servidor público exemplifica o exercício de
um dos poderes da Administração Pública. O referido poder denomina-se
(A) de polícia.

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(B) disciplinar.
(C) hierárquico.
(D) regulamentar.
(E) delegatório.

05. (MJ - Gerente de Projetos em Tecnologia da Informação – FUNCAB/2015). São poderes cujo
exercício tem efeitos apenas no âmbito interno da Administração Pública:
(A) hierárquico e regulamentar.
(B) hierárquico e disciplinar.
(C) disciplinar e regulamentar.
(D) regulamentar e de polícia.
(E) disciplinar e de polícia.

06. (MPOG - Atividade Técnica - Direito, Administração, Ciências Contábeis e Economia –


FUNCAB/2015). Delegação e avocação são institutos relacionados ao poder interno e permanente da
Administração Pública denominada:
(A) disciplinar.
(B) restritivo.
(C) policial.
(D) consultivo.
(E) hierárquico.

07. (TRE/RR - Técnico Judiciário - Área Administrativa – FCC/2015). A edição de atos normativos
de efeitos internos, com o objetivo de ordenar a atuação dos órgãos subordinados decorre do poder
(A) disciplinar.
(B) regulamentar.
(C) hierárquico.
(D) de polícia.
(E) normativo.

08. (Câmara Municipal de Caruaru/ PE - Analista Legislativo – Direito – FGC/2015). A


Administração Pública escalona, em plano vertical, seus órgãos e agentes com o objetivo de organizar a
função administrativa, por meio do poder
(A) disciplinar.
(B) de polícia.
(C) regulamentar.
(D) hierárquico.
(E) vinculado.

09. (PC/CE - Escrivão de Polícia Civil de 1a Classe – VUNESP/2015). O Delegado Geral da Polícia
Civil, ao organizar e distribuir as funções de seus órgãos, estabelecendo a relação de subordinação entre
os servidores do seu quadro de pessoal, estará exercendo o seu
(A) poder de polícia.
(B) poder disciplinar.
(C) poder hierárquico.
(D) poder normativo.
(E) poder regulamentar.

10. (Prefeitura de / PR - Procurador – UFPR/2015). Sobre o poder de polícia, é correto afirmar:


(A) Um dos fundamentos do poder de polícia é o princípio da supremacia do interesse público sobre o
particular.
(B) O poder de polícia é uma das manifestações subjetivas da Administração Pública.
(C) O princípio da proporcionalidade é um dos limites impostos ao exercício do poder de polícia, porém
a ele (poder da polícia) não se aplica o princípio da motivação, por ser uma atividade de cunho
discricionário.
(D) São características do poder de polícia a coercibilidade, a autoexecutoriedade e a eficácia, esta
considerada como a relação entre o direito individual e o dano a ser prevenido.
(E) A competência do agente, por se situar no plano da eficácia da medida de polícia, deve ser
observada, sob pena de ilegalidade da atuação administrativa.

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11. (Prefeitura de Rio Grande da Serra/ SP - Procurador – IMES/2015). São características
inerentes ao poder de polícia da Administração Pública:
(A) legalidade, impessoalidade e facultatividade.
(B) moralidade, coatividade e proporcionalidade.
(C) autoexecutoriedade, discricionariedade e coercibilidade.
(D) eficiência, imperatividade e derrogabilidade.

12. (DPE/RS - Defensor Público – FCC/2014) Sobre os poderes administrativos, é correto afirmar:
(A) Os atos administrativos decorrentes do exercício do poder discricionário não são passíveis de
apreciação judicial.
(B) A possibilidade de o administrador interpretar a lei equivale ao exercício do poder administrativo
discricionário.
(C) O poder administrativo discricionário pressupõe que a norma legal apresente conceitos jurídicos
indeterminados, mas determináveis.
(D) A doutrina dos motivos determinantes estabelece que o administrador deve enunciar os motivos
de fato que ensejaram o ato administrativo discricionário.
(E) O motivo, como pressuposto do ato administrativo decorrente do poder discricionário, poderá vir
expresso em lei ou deixado à escolha do administrador.

13. (TJ/RJ- Analista Judiciário - Especialidade Assistente Social – FGV/2014) Prefeito municipal
praticou ato administrativo escolhendo, por meio de critérios de oportunidade e conveniência, quais ruas
da cidade serão asfaltadas nos próximos meses. Foi-lhe permitido estabelecer tais prioridades a partir do
poder administrativo:
(A) vinculado;
(B) hierárquico;
(C) normativo;
(D) discricionário;
(E) regulamentar.

14. (Prefeitura de Florianópolis/SC - Fiscal de Serviços Públicos - Tipo 1 – FGV/2014) Nem


sempre, as leis editadas pelo Poder Legislativo podem ser, de plano, executadas. Assim, cabe à
Administração criar os mecanismos de complementação das leis indispensáveis a sua efetiva
aplicabilidade. Nesse contexto, o poder administrativo que autoriza o Prefeito Municipal a editar um
decreto ou regulamento é o poder:
(A) discricionário;
(B) vinculado;
(C) regulamentar;
(D) hierárquico;
(E) disciplinar.

15. (TJ/GO - Analista Judiciário - Apoio Judiciário e Administrativo – FGV/2014) De acordo com
a moderna doutrina de direito administrativo, a atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos
direitos individuais em benefício do interesse público é chamada de poder:
(A) regulamentar;
(B) hierárquico;
(C) disciplinar;
(D) de polícia;
(E) de império.

16 (Câmara Municipal de São José dos Campos/SP - Analista Legislativo – Advogado –


VUNESP/2014). São atributos do poder de polícia:
(A) legitimidade e moralidade.
(B) legalidade e imperatividade.
(C) discricionariedade e autoexecutoriedade.
(D) vinculação e coercibilidade.
(E) positividade e proporcionalidade.

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17. (TRE/AM - Técnico Judiciário - Área Administrativa – FCC). A exigência de que o administrador
público, no desempenho de suas atividades, deve atuar sempre com ética, honestidade e boa-fé, refere-
se ao dever de
(A) eficiência.
(B) moralidade.
(C) probidade.
(D) legalidade.
(E) discricionariedade.

Respostas

01. Resposta: A
São atributos do Poder e Polícia:
- Discricionariedade: Consiste na livre escolha, pela Administração Pública, dos meios adequados para
exercer o poder de polícia, bem como, na opção quanto ao conteúdo, das normas que cuidam de tal
poder.
- Autoexecutoriedade: Possibilidade efetiva que a Administração tem de proceder ao exercício imediato
de seus atos, sem necessidade de recorrer, previamente, ao Poder Judiciário.
- Coercibilidade: É a imposição imperativa do ato de polícia a seu destinatário, admitindo-se até o
emprego da força pública para seu normal cumprimento, quando houver resistência por parte do
administrado.
- Atividade Negativa: Tendo em vista o fato de não pretender uma atuação dos particulares e sim sua
abstenção, são lhes impostas obrigações de não fazer.

02. Resposta: A
O poder hierárquico é aquele conferido à autoridade administrativa para distribuir e escalonar funções
de seus órgãos, estabelecendo uma relação de coordenação e subordinação entre os servidores sob sua
chefia. Essa relação de subordinação (hierarquia) acarreta algumas consequências, como o dever de
obediência dos subordinados, a possibilidade de o superior delegar ou avocar atribuições e, também, a
de rever os atos dos seus subordinados.

03. Resposta: A
O exercício do poder regulamentar encontra fundamento no art. 84, IV, da Constituição Federal,
consistindo na competência atribuída aos Chefes de Poder Executivo para que editem normas gerais e
abstratas destinadas a detalhar as leis, possibilitando a sua fiel execução (regulamentos).

04. Resposta: B
Poder disciplinar é o poder atribuído a Administração Pública para aplicar sanções administrativas aos
seus agentes pela prática de infrações de caráter funcional. O poder disciplinar abrange somente as
sanções administrativas, como por exemplo, a advertência, a multa, a suspensão e a demissão.
Entretanto, não podemos esquecer que existem sanções penais e civis que podem ser aplicadas ao caso
concreto, embora não façam parte do poder disciplinar.

05. Resposta: B
Poder Hierárquico - É a relação de subordinação existente entre os vários órgãos e agentes
administrativos, com distribuição de funções e a gradação de autoridade de cada um. Lembrando que
não há hierarquia entre a administração direta e indireta.
Poder Disciplinar - O poder disciplinar é o poder-dever de punir internamente as infrações funcionais
dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. Não se
aplica penalidade administrativa sem o devido processo administrativo.

06. Resposta: E
A avocação e a delegação são institutos que nascem do Poder Hierárquico:

a. Avocação: trata-se de forma de concentração de competência, na medida que o agente público


chama para si a competência de um subordinado. No Brasil, existe apenas a avocação vertical (de cima
para baixo). Tal espécie de avocação depende do vínculo de subordinação.

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b. Delegação: trata-se de forma de distribuição de competência. O agente delega parte de sua
competência a um subordinado ou não subordinado, portanto, diferentemente da avocação, a delegação
não depende do vínculo de subordinação. É o caso, por exemplo, do oficial de justiça que cumpre os
mandados do colega que está de férias.

07. Resposta: C
O Poder Normativo e o Regulamentar guardam algumas semelhanças com a função legislativa (apesar
de não se confundirem), pois de ambos emanam normas gerais e atos com efeitos erga omnes e
abstratos. Nisto diferem do Poder Hierárquico, que apesar de também editar normas gerais e atos
normativos, o faz direcionado aos subordinados, apenas, ou seja, carente do efeito erga omnes.

08. Resposta: D
Segundo Hely Lopes Meirelles, “é o de que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções
de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação
entre os servidores do seu quadro de pessoal”.

09. Resposta: C
Conforme o Mestre HELY LOPES, é o de que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções
de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação
entre os servidores do seu quadro de pessoal; Hierarquia é a relação de subordinação existente entre
vários órgãos e agentes do Executivo, com distribuição de funções e garantias da autoridade de cada um.

10. Resposta: A
Para Celso Antônio Bandeira de Mello,.
"Poder de Polícia é a atividade da Administração Pública, que expressa em atos normativos ou
concretos, de condicionar, com fundamento em sua supremacia geral e na forma da lei, a liberdade e a
propriedade dos indivíduos, mediante ação ora fiscalizadora, ora preventiva, ora repressiva, impondo
coercitivamente aos particulares um dever de abstenção (non facere) a fim de conformar-lhes os
comportamentos aos interesses sociais consagrados no sistema normativo."

11. Resposta: C
A discricionariedade se traduz na livre escolha pela Administração Pública, da oportunidade e
conveniência de exercer ou não o Poder de Polícia. A autoexecutoriedade é a faculdade de que dispõe a
Administração de decidir e executar diretamente sua decisão, por seus próprios meios, sem a intervenção
do Poder Judiciário. E a coercibilidade, que é a determinação por parte da própria Administração das
medidas de força que se tornarem necessárias para a execução do ato ou aplicação da penalidade
resultante do exercício do Poder de Polícia.

12. Resposta: E
O poder discricionário é aquele que, editado debaixo da lei, confere ao administrador a liberdade para
fazer um juízo de conveniência e oportunidade. Assim, tem-se que o motivo é o porquê daquele ato
administrativo ser praticado, podendo estar tanto expresso na lei ou ser deixado á escolha do
administrador.

13. Resposta: D
A questão trata do poder discricionário onde estão presentes os critérios de conveniência e
oportunidade, isto é, há certa margem de liberdade quando da atuação do prefeito em escolher quais ruas
seriam asfaltadas nos próximos meses.

14. Resposta: C
O poder regulamentar é o poder conferido aos Chefes do Executivo para editar decretos e
regulamentos com a finalidade de oferecer fiel execução à lei.

15. Resposta: D
Poder de Polícia é o poder conferido à Administração para condicionar, restringir, frenar o exercício de
direitos e atividades dos particulares em nome dos interesses da coletividade.

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16. Resposta: C
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, são características do poder de polícia: a discricionariedade
e a autoexecutoriedade.

17. Resposta: C
Neste caso questão se referiu a um dever imposto ao agente público, e portanto o correto foi probidade.
De outro lado, se a banca estiver se referindo ao princípio que impõe a observância da ética, decoro e
boa-fé, a resposta será moralidade."

6 Atos administrativos: conceitos, requisitos, atributos, classificação,


espécies e invalidação.

Ato administrativo é toda manifestação lícita e unilateral de vontade da Administração ou de quem


lhe faça às vezes, que agindo nesta qualidade tenha por fim imediato adquirir, transferir, modificar ou
extinguir direitos e obrigações.
Os atos administrativos podem ser praticados pelo Estado ou por alguém que esteja em nome dele.
Logo, pode-se concluir que os atos administrativos não são definidos pela condição da pessoa que os
realiza. Tais atos são regidos pelo Direito Público.
Deve-se diferenciar o conceito de ato administrativo do conceito de ato da Administração. Este último
é ato praticado por órgão vinculado à estrutura do Poder Executivo.
Nem todo ato praticado pela Administração será ato administrativo, ou seja, há circunstâncias em que
a Administração se afasta das prerrogativas que possui, equiparando-se ao particular.
Ato jurídico é todo ato lícito que possui por finalidade imediata adquirir, resguardar, transferir, modificar
ou extinguir direitos. Ato administrativo é espécie de ato jurídico, é ato infralegal.

Conceitos de acordo com alguns doutrinadores:

Para Hely Lopes Meirelles: “toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que,
agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e
declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria”.5

Para Maria Sylvia Zanella di Pietro ato administrativo é a “declaração do Estado ou de quem o
represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito
público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário”.6

Deve-se diferenciar o conceito de ato administrativo do conceito de ato da Administração. Este último
é ato praticado por órgão vinculado à estrutura do Poder Executivo.
Nem todo ato praticado pela Administração será ato administrativo, ou seja, há circunstâncias em que
a Administração se afasta das prerrogativas que possui, equiparando-se ao particular.

Todo ato praticado no exercício da função administrativa é conhecido como Ato da Administração.
Essa expressão possui sentido mais amplo do que a expressão ato administrativo, que irá abranger
apenas uma categoria de atos praticados em decorrência da função administrativa.
O ato administrativo terá sua identidade oriundos de seus atributos normativos que são conferidos pela
lei. Esses atributos são: presunção de legitimidade, exigibilidade, imperatividade e autoexecutoriedade.

Requisitos:

São as condições necessárias para a existência válida do ato. Do ponto de vista da doutrina
tradicional (e majoritária nos concursos públicos), os requisitos dos atos administrativos são cinco:

Competência: o ato deve ser praticado por sujeito capaz, trata-se de requisito vinculado. Para que um
ato seja válido deve-se verificar se foi praticado por agente competente.

5
Direito administrativo brasileiro, p. 145.
6
Direito administrativo, p. 196.

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No Direito Administrativo quem define as competências de cada agente é a lei, que deverá limitar sua
atuação e fazer as atribuições de cada agente.

Objeto lícito: É o conteúdo ato, o resultado que se visa receber com sua expedição. Todo e qualquer
ato administrativo tem por objeto a criação, modificação ou comprovação de situações jurídicas referentes
a pessoas, coisas ou atividades voltadas à ação da Administração Pública.

Forma: é o requisito vinculado que envolve a maneira de exteriorização e demais procedimentos


prévios que forem exigidos com a expedição do ato administrativo. Via de regra, os atos devem ser
escritos, permitindo de maneira excepcional atos gestuais, verbais ou provindos de forças que não sejam
produzidas pelo homem, mas sim por máquinas, que são os casos dos semáforos, por exemplo.

Motivo: Este integra os requisitos dos atos administrativos tendo em vista a defesa de interesses
coletivos. Por isso existe a teoria dos motivos determinantes;

Difere-se de motivação, pois este é a explicação por escrito das razões que levaram à prática do ato.

Finalidade: O ato administrativo somente visa a uma finalidade, que é a pública; se o ato praticado
não tiver essa finalidade, ocorrerá abuso de poder.

ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Atributos são prerrogativas que existem por conta dos interesses que a Administração representa, são
as qualidades que permitem diferenciar os atos administrativos dos outros atos jurídicos. São eles:

1. Presunção de Legitimidade: É a presunção de que os atos administrativos devem ser


considerados válidos, até que se demonstre o contrário, a bem da continuidade da prestação dos serviços
públicos. Isso não significa que os atos administrativos não possam ser contrariados, no entanto, o ônus
da prova é de quem alega.
2. Imperatividade: É o poder que os atos administrativos possuem de gerar unilateralmente
obrigações aos administrados, independente da concordância destes. É a prerrogativa que a
Administração possui para impor determinado comportamento a terceiros.

3. Exigibilidade ou Coercibilidade: É o poder que possuem os atos administrativos de serem exigidos


quanto ao seu cumprimento sob ameaça de sanção. A imperatividade e a exigibilidade, em regra, nascem
no mesmo momento. Excepcionalmente o legislador poderá diferenciar o momento temporal do
nascimento da imperatividade e o da exigibilidade. No entanto, a imperatividade é pressuposto lógico da
exigibilidade, ou seja, não se poderá exigir obrigação que não tenha sido criada.

4. Autoexecutoriedade: É o poder de serem executados materialmente pela própria administração,


independentemente de recurso ao Poder Judiciário. A autoexecutoriedade é atributo de alguns atos
administrativos, ou seja, não existe em todos os atos (Exemplo: Procedimento tributário, desapropriação,
etc.). Poderá ocorrer em dois casos:
a) Quando a lei expressamente prever;
b) Quando estiver tacitamente prevista em lei (nesse caso deverá haver a soma dos seguintes
requisitos:
- situação de urgência; e
- inexistência de meio judicial idôneo capaz de, a tempo, evitar a lesão.

CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Quanto à formação: Os atos se dividem em simples, complexo e compostos.


Simples: decorre da vontade de um único órgão, seja ele singular ou colegiado - exemplo: nomeação
pelo Presidente da República, decisão de um Conselho, etc.7
Complexo: decorre da manifestação de dois ou mais órgãos; de duas ou mais vontades que se unem
para formar um único ato. Exemplo: Decreto do prefeito referendado pelo secretário.

7
http://www.jurisway.org.br/v2/cursoonline.asp?id_curso=835&id_titulo=10596&pagina=5

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Composto: manifestação de dois ou mais órgãos, em que um edita o ato principal e o outro será
acessório. Exemplo: nomeação de ministro do Superior Tribunal feito pelo Presidente da República e que
depende de aprovação do Senado. A nomeação é o ato principal e a aprovação o acessório.

Quanto a manifestação de vontade:

Atos unilaterais: Dependem de apenas a vontade de uma das partes. Exemplo: licença
Atos bilaterais: Dependem da anuência de ambas as partes. Exemplo: contrato administrativo;
Atos multilaterais: Dependem da vontade de várias partes. Exemplo: convênios.

Quanto aos destinatários

Gerais: os atos gerais tem a finalidade de normatizar suas relações e regulam uma situação jurídica
que abrange um número indeterminado de pessoas, portanto abrange todas as pessoas que se
encontram na mesma situação, por tratar-se de imposição geral e abstrata para determinada relação.

“Atos administrativos gerais ou regulamentares são aqueles expedidos sem destinatários


determinados, com finalidade normativa, alcançando todos os sujeitos que se encontrem na mesma
situação de fato abrangida por seus preceitos.” 8

Individuais: atos individuais são aqueles destinados a um destinatário certo, impondo a norma
abstrata ao caso concreto. Nesse momento, seus destinatários são individualizados, pois a norma é geral
restringindo seu âmbito de atuação. Exemplo: promoção de servidor público

Quanto à supremacia do poder público:

- Atos de império: Atos onde o poder público age de forma imperativa sobre os administrados,
impondo-lhes obrigações. Exemplos de atos de império: A desapropriação e a interdição de atividades.
- Atos de expediente: São aqueles destinados a dar andamento aos processos e papéis que tramitam
no interior das repartições. Os atos de gestão (praticados sob o regime de direito privado. Ex: contratos
de locação em que a Administração é locatária) não são atos administrativos, mas são atos da
Administração. Para os autores que consideram o ato administrativo de forma ampla (qualquer ato que
seja da administração como sendo administrativo), os atos de gestão são atos administrativos.

Quanto à natureza do ato:

- Atos-regra: Traçam regras gerais (regulamentos).


- Atos subjetivos: Referem-se a situações concretas, de sujeito determinado.
- Atos-condição: Somente surte efeitos caso determinada condição se cumpra.

Quanto ao regramento:

- Atos vinculados: Possui todos seus elementos determinados em lei, não existindo possibilidade de
apreciação por parte do administrador quanto à oportunidade ou à conveniência. Cabe ao administrador
apenas a verificação da existência de todos os elementos expressos em lei para a prática do ato. Caso
todos os elementos estejam presentes, o administrador é obrigado a praticar o ato administrativo; caso
contrário, ele estará proibido da prática do ato.
- Atos discricionários: O administrador pode decidir sobre o motivo e sobre o objeto do ato, devendo
pautar suas escolhas de acordo com as razões de oportunidade e conveniência. A discricionariedade é
sempre concedida por lei e deve sempre estar em acordo com o princípio da finalidade pública. O poder
judiciário não pode avaliar as razões de conveniência e oportunidade (mérito), apenas a legalidade, os
motivos e o conteúdo ou objeto do ato.

8
MEIRELLES, 2006. p.163

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Quanto aos efeitos:

- Constitutivo: Gera uma nova situação jurídica aos destinatários. Pode ser outorgado um novo direito,
como permissão de uso de bem público, ou impondo uma obrigação, como cumprir um período de
suspensão.
- Declaratório: Simplesmente afirma ou declara uma situação já existente, seja de fato ou de direito.
Não cria, transfere ou extingue a situação existente, apenas a reconhece. Também é dito enunciativo. É
o caso da expedição de uma certidão de tempo de serviço.
- Modificativo: Altera a situação já existente, sem que seja extinta, não retirando direitos ou
obrigações. A alteração do horário de atendimento da repartição é exemplo desse tipo de ato.
- Extintivo: Pode também ser chamado desconstitutivo, é o ato que põe termo a um direito ou dever
existente. Cite-se a demissão do servidor público.

Quanto à abrangência dos efeitos:

- Internos: Destinados a produzir seus efeitos no âmbito interno da Administração Pública, não
atingindo terceiros, como as circulares e pareceres.
- Externos: Têm como destinatárias pessoas além da Administração Pública, e, portanto, necessitam
de publicidade para que produzam adequadamente seus efeitos. São exemplo;s a fixação do horário de
atendimento e a ocupação de bem privado pela Administração Pública.

Quanto à validade:

- Válido: É o que atende a todos os requisitos legais: competência, finalidade, forma, motivo e objeto.
Pode estar perfeito, pronto para produzir seus efeitos ou estar pendente de evento futuro.
- Nulo: É o que nasce com vício insanável, ou seja, um defeito que não pode ser corrigido. Não produz
qualquer efeito entre as partes. No entanto, em face dos atributos dos atos administrativos, ele deve ser
observado até que haja decisão, seja administrativa, seja judicial, declarando sua nulidade, que terá efeito
retroativo, ex tunc, entre as partes. Por outro lado, deverão ser respeitados os direitos de terceiros de
boa-fé que tenham sido atingidos pelo ato nulo. Cite-se a nomeação de um candidato que não tenha nível
superior para um cargo que o exija. A partir do reconhecimento do erro, o ato é anulado desde sua origem.
Porém, as ações legais eventualmente praticadas por ele durante o período em que atuou permanecerão
válidas.
- Anulável: É o ato que contém defeitos, porém, que podem ser sanados, convalidados. Ressalte-se
que, se mantido o defeito, o ato será nulo; se corrigido, poderá ser "salvo" e passar a ser válido. Atente-
se que nem todos os defeitos são sanáveis, mas sim aqueles expressamente previstos em lei.
- Inexistente: É aquele que apenas aparenta ser um ato administrativo, mas falta a manifestação de
vontade da Administração Pública. São produzidos por alguém que se faz passar por agente público, sem
sê-lo, ou que contém um objeto juridicamente impossível. Exemplo do primeiro caso é a multa emitida por
falso policial; do segundo, a ordem para matar alguém.

Quanto à exequibilidade:

- Perfeito: É aquele que completou seu processo de formação, estando apto a produzir seus efeitos.
Perfeição não se confunde com validade. Esta é a adequação do ato à lei; a perfeição refere-se às
etapas de sua formação.
- Imperfeito: Não completou seu processo de formação, portanto, não está apto a produzir seus
efeitos, faltando, por exemplo, a homologação, publicação, ou outro requisito apontado pela lei.
- Pendente: Para produzir seus efeitos, sujeita-se a condição ou termo, mas já completou seu ciclo de
formação, estando apenas aguardando o implemento desse acessório, por isso não se confunde com o
imperfeito. Condição é evento futuro e incerto, como o casamento. Termo é evento futuro e certo, como
uma data específica.
- Consumado: É o ato que já produziu todos os seus efeitos, nada mais havendo para realizar.
Exemplifique-se com a exoneração ou a concessão de licença para doar sangue.

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ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO

Existem diversas classificações que trata das espécies dos atos administrativos. Ainda considerando
a simplicidade do presente trabalho, trataremos apenas das principais espécies apresentadas pela
doutrina.
Para facilitar o estudo, dividimos a análise do ato administrativo utilizando dois critérios distintos: o
conteúdo e a forma.

Quanto ao conteúdo, os atos administrativos podem ser classificados em autorização, licença,


admissão, permissão, aprovação, homologação, parecer e visto.

1. Autorização: ato administrativo unilateral, discricionário e precário pelo qual a Administração faculta
ao particular o uso de bem público (autorização de uso), ou a prestação de serviço público (autorização
de serviço público), ou o desempenho de atividade material, ou a prática de ato que, sem esse
consentimento, seriam legalmente proibidos (autorização como ato de polícia).

2. Licença: é o ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual a Administração faculta àquele que
preencha os requisitos legais o exercício de uma atividade. A diferença entre licença e autorização é
nítida, porque o segundo desses institutos envolve interesse, “caracterizando-se como ato discricionário,
ao passo que a licença envolve direitos, caracterizando-se como ato vinculado”. Na autorização, o Poder
Público aprecia, discricionariamente, a pretensão do particular em face do interesse público, para outorga
ou não a autorização, como ocorre no caso de consentimento para porte de arma; na licença, cabe à
autoridade tão somente verificar, em cada caso concreto, se foram preenchidos os requisitos legais
exigidos para determinada outorga administrativa e, em caso afirmativo, expedir o ato, sem possibilidade
de recusa; é o que se verifica na licença para construir e para dirigir veículos automotores. A autorização
é ato constitutivo e a licença é ato declaratório de direito preexistente.

3. Admissão: é ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração reconhece ao particular, que
preencha os requisitos legais, o direito à prestação de um serviço público. É ato vinculado, tendo em vista
que os requisitos para outorga da prestação administrativa são previamente definidos, de modo que todos
os que os satisfaçam tenham direito de obter o benefício. São exemplos a admissão nas escolas públicas,
nos hospitais e nos estabelecimentos de assistência social.

4. Permissão: em sentido amplo, designa o ato administrativo unilateral, discricionário, gratuito ou


oneroso, pelo qual a Administração Pública faculta a execução de serviço público ou a utilização privativa
de bem público. O seu objeto é a utilização privativa de bem público por particular ou a execução de
serviço público.

5. Aprovação: é ato unilateral e discricionário pelo qual se exerce o controle a priori ou a posteriori do
ato administrativo. No controle a priori, equivale à autorização para a prática do ato; no controle a
posteriori equivale ao seu referendo. É ato discricionário, porque o examina sob os aspectos de
conveniência e oportunidade para o interesse público; por isso mesmo, constitui condição de eficácia do
ato.

6. Homologação: é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração Pública reconhece a


legalidade de um ato jurídico. Ela se realiza sempre a posteriori e examina apenas o aspecto de
legalidade, no que se distingue da aprovação. É o caso do ato da autoridade que homologa o
procedimento da licitação.

7. Parecer: é o ato pelo qual os órgãos consultivos da Administração emitem opinião sobre assuntos
técnicos ou jurídicos de sua competência. O parecer pode ser facultativo, obrigatório e vinculante. O
parecer é facultativo quando fica a critério da Administração solicitá-lo ou não, além de não ser vinculante
para quem o solicitou. Se foi indicado como fundamento da decisão, passará a integrá-la, por
corresponder à própria motivação do ato. O parecer é obrigatório quando a lei o exige como pressuposto
para a prática do ato final. A obrigatoriedade diz respeito à solicitação do parecer (o que não lhe imprime
caráter vinculante). O parecer é vinculante quando a Administração é obrigada a solicitá-lo e a acatar a
sua conclusão. Por exemplo, para conceder aposentadoria por invalidez, a Administração tem que ouvir
o órgão médico oficial e não pode decidir em desconformidade com a sua decisão. Se a autoridade tiver
dúvida ou não concordar com o parecer, deverá pedir novo parecer. Apesar do parecer ser, em regra, ato

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meramente opinativo, que não produz efeitos jurídicos, o STF tem admitido a responsabilização de
consultores jurídicos quando o parecer for vinculante para a autoridade administrativa, desde que
proferido com má-fé ou culpa.

8. Visto: é o ato administrativo unilateral pelo qual a autoridade competente atesta a legitimidade
formal de outro ato jurídico. Não significa concordância com o seu conteúdo, razão pela qual é incluído
entre os atos de conhecimento, que são meros atos administrativos e não encerram manifestações de
vontade. Exemplo de visto é o exigido para encaminhamento de requerimento de servidores subordinados
a autoridade de superior instância; a lei normalmente impõe o visto do chefe imediato, para fins de
conhecimento e controle formal, não equivalendo à concordância ou deferimento do seu conteúdo.

Quanto à forma, os atos administrativos podem ser classificados em decreto, resolução e portaria,
circular, despacho, alvará.

1. Decretos: São atos emanados pelos chefes do Poder Executivo, tais como, prefeitos, governadores
e o Presidente da República. Podem ser dirigidos abstratamente às pessoas em geral (decreto geral), ou
a pessoas, ou a um grupo de pessoas determinadas. (decreto individual). O decreto geral é ato normativo,
apresentado efeitos e conteúdos semelhantes à lei.

2. Resoluções e Portarias: São atos emanados por autoridades superiores, mas não os chefes do
Poder Executivo. Ou seja, é a forma pelo qual as autoridades de nível inferior aos Chefes do Poder
Executivo fixam normas gerais para disciplinar conduta de seus subordinados. Embora possam produzir
efeitos externos, as resoluções e portarias não podem contrariar os regulamentos e os regimentos,
limitando-se a explicá-los.

3. Circular: É o instrumento usado para a transmissão de ordens internas uniformes, incumbindo de


certos serviços ou atribuições a certos funcionários. É o ato que envolve a decisão da Administração
sobre assuntos de interesse individual ou coletivo submetido a sua apreciação.

4. Despacho: Quando a administração, por meio de um despacho, aprova parecer proferido por órgão
técnico sobre determinado assunto de interesse geral, este despacho é denominado de despacho
normativo. O despacho normativo deverá ser observado por toda administração, valendo como solução
para todos os casos que se encontram na mesma situação.

5. Alvará: é instrumento pelo qual a Administração se vale para conferir ao administrado uma licença
ou autorização. Ou seja, é o formato pelo qual são emitidas as licenças e autorizações. Como se pode
notar, enquanto as licenças e autorizações representam o conteúdo, o alvará representa a forma.

Ainda cabe trazer ao estudo a classificação apresentada por Hely Lopes Meirelles, onde podemos
agrupar os atos administrativos em 5 cinco tipos:

a) Atos normativos: São aqueles que contém um comando geral do Executivo visando o cumprimento
de uma lei. Podem apresentar-se com a característica de generalidade e abstração (decreto geral que
regulamenta uma lei), ou individualidade e concreção (decreto de nomeação de um servidor).
Os atos normativos se subdividem em:

Regulamentos – São atos normativos posteriores aos decretos, que visam especificar as disposições
de lei, assim como seus mandamentos legais. As leis que não forem executáveis, dependem de
regulamentos, que não contrariem a lei originária. Já as leis auto-executáveis independem de
regulamentos para produzir efeitos.

Instruções normativas – Possuem previsão expressa na Constituição Federal, em seu artigo 87, inciso
II. São atos administrativos privativos dos Ministros de Estado.

Regimentos – São atos administrativos internos que emanam do poder hierárquico do Executivo ou da
capacidade de auto-organização interna das corporações legislativas e judiciárias. Desta maneira, se
destinam à disciplina dos sujeitos do órgão que o expediu.

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Resoluções – São atos administrativos inferiores aos regimentos e regulamentos, expedidos pelas
autoridades do executivo.

Deliberações – São atos normativos ou decisórios que emanam de órgãos colegiados provenientes de
acordo com os regulamentos e regimentos das organizações coletivas. Geram direitos para seus
beneficiários, sendo via de regra, vinculadas para a Administração.

b) Atos ordinatórios: São os que visam a disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta


funcional de seus agentes. Emanam do poder hierárquico, isto é, podem ser expedidos por chefes de
serviços aos seus subordinados. Logo, não obrigam aos particulares.

São eles:
Instruções – orientação do subalterno pelo superior hierárquico em desempenhar determinada função;

Circulares – ordem uniforme e escrita expedida para determinados funcionários ou agentes;

Avisos – atos de titularidade de Ministros em relação ao Ministério;

Portarias – atos emanados pelos chefes de órgãos públicos aos seus subalternos que determinam a
realização de atos especiais ou gerais;

Ofícios – comunicações oficiais que são feitas pela Administração a terceiros;

Despachos administrativos - decisões tomadas pela Administração.

c) Atos negociais: São todos aqueles que contêm uma declaração de vontade da Administração apta
a concretizar determinado negócio jurídico ou a deferir certa faculdade ao particular, nas condições
impostas ou consentidas pelo Poder Público.

Licença – ato definitivo e vinculado (não precário) em que a Administração concede ao Administrado
a faculdade de realizar determinada atividade.

Autorização – ato discricionário e precário em que a Administração confere ao administrado a


faculdade de exercer determinada atividade.
Permissão - ato discricionário e precário em que a Administração confere ao administrado a faculdade
de promover certa atividade nas situações determinadas por ela;

Aprovação - análise pela própria administração de atividades prestadas por seus órgãos;

Visto - é a declaração de legitimidade de deerminado ato praticado pela própria Administração como
maneira de exequibilidade;

Homologação - análise da conveniência e legalidade de ato praticado pelos seus órgãos como meio
de lhe dar eficácia;

Dispensa - ato administrativo que exime o particular do cumprimento de certa obrigação até então
conferida por lei. Ex. Dispensa de prestação do serviço militar;

Renúncia - ato administrativo em que o poder Público extingue de forma unilateral um direito próprio,
liberando definitivamente a pessoa obrigada perante a Administração Pública. A sua principal
característica é a irreversibilidade depois de consumada.

d) Atos enunciativos: São todos aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a atestar
um fato, ou emitir uma opinião sobre determinado assunto, constantes de registros, processos e arquivos
públicos, sendo sempre, por isso, vinculados quanto ao motivo e ao conteúdo.

Atestado - são atos pelos quais a Administração Pública comprova um fato ou uma situação de que
tenha conhecimento por meio dos órgãos competentes;

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Certidão – tratam-se de cópias ou fotocópias fiéis e autenticadas de atos ou fatos existentes em
processos, livros ou documentos que estejam na repartição pública;

Pareceres - são manifestações de órgãos técnicos referentes a assuntos submetidos à sua


consideração.

e) Atos punitivos: São aqueles que contêm uma sanção imposta pela lei e aplicada pela
Administração, visando punir as infrações administrativas ou condutas irregulares de servidores ou de
particulares perante a Administração.
Esses atos são aplicados para aqueles que desrespeitam as disposições legais, regulamentares ou
ordinatórias dos bens ou serviços.
Quanto à sua atuação os atos punitivos podem ser de atuação externa e interna. Quando for interna,
compete à Administração punir disciplinarmente seus servidores e corrigir os serviços que contenham
defeitos, por meio de sanções previstas nos estatutos, fazendo com que se respeite as normas
administrativas.

ANULAÇÃO OU INVALIDAÇÃO (DESFAZIMENTO)

Trata-se de uma das formas de extinção dos atos administrativos. É a retirada, o desfazimento do ato
administrativo em decorrência de sua invalidade, ou seja, é a extinção de um ato ilegal, determinada pela
Administração ou pelo judiciário, com eficácia retroativa – ex tunc.
A anulação pode acontecer por via judicial ou por via administrativa. Ocorrerá por via judicial quando
alguém solicita ao Judiciário a anulação do ato. Ocorrerá por via administrativa quando a própria
Administração expede um ato anulando o antecedente, utilizando-se do princípio da autotutela, ou seja,
a Administração tem o poder de rever seus atos sempre que eles forem ilegais ou inconvenientes. Quando
a anulação é feita por via administrativa, pode ser realizada de ofício ou por provocação de terceiros.
A anulação de um ato não pode prejudicar terceiro de boa-fé.

Vejamos o que consta nas Súmulas 346 e 473 do STF:

SÚMULA 346
A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.

SÚMULA 473
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Um ponto muito discutido pela doutrina diz respeito é o caráter vinculado ou discricionário da anulação.
Os que defendem que deve-se anular, embasam esse entendimento no princípio da legalidade e outros
defender como a faculdade de invocar o princípio da predominância do interesse público sobre o
particular.

O entendimento por nós defendido, em regra, tem o dever de anular os atos ilegais.

Questões

01. (CONFERE - Assistente Administrativo VII - INSTITUTO CIDADES/2016). A anulação do ato


administrativo:
(A) Pode ser decretada à revelia pelo administrador público.
(B) Pode ser decretada somente pelo poder judiciário, desde que exista base legal para isso.
(C) Pode ser decretada tanto pelo poder judiciário como pela administração pública competente.
(D) Não pode ser decretada em hipótese alguma, pois o ato administrativo tem força de lei.

02. (TRT/14ª Região (RO e AC) - Técnico Judiciário - Área Administrativa – FCC/2016). Sobre atos
administrativos, considere:
I. Os atos administrativos vinculados comportam anulação e revogação.
II. Em regra, os atos administrativos que integram um procedimento podem ser revogados.

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III. A competência para revogar é intransferível, salvo por força de lei.
Está correto o que se afirma em
(A) III, apenas.
(B) I, II e III.
(C) I e III, apenas.
(D) I e II, apenas.
(E) II, apenas.

03. (Câmara Municipal de Atibaia/SP - Advogado – CAIP-IMES/2016). Assinale a alternativa


incorreta.
Os atos administrativos:
(A) decorrem de manifestação bilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa
qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou
impor obrigações aos administrados, apenas.
(B) decorrem de manifestação unilateral de vontade da Administração Pública no exercício da função
administrativa típica.
(C) decorrem de manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa
qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou
impor obrigações aos administrados ou a si própria.
(D) decorrem de manifestação unilateral de vontade da Administração Pública, portanto são de
exclusividade do Poder Executivo no exercício da função típica. Contudo, os demais poderes (Judiciário
e Legislativo) também podem exercê-los, atipicamente.

04. (Prefeitura de Goiânia/GO - Auditor de Tributos – CS-UFG/2016). Os atos administrativos,


segundo lição de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, podem ser definidos como “manifestação ou
declaração de vontade da administração pública, nessa qualidade, ou de particulares no exercício de
prerrogativas públicas, que tenha por fim imediato a produção de efeitos jurídicos determinados, em
conformidade com interesse público e sob regime predominante de direito público (2015, p. 480/481).
Diante disso, no tocante à extinção dos atos administrativos, conclui-se que
(A) a caducidade, que na maioria das vezes funciona como uma sanção, é a forma de extinção
decorrente da desobediência pelo beneficiário dos requisitos outrora impostos.
(B) a revogação é a extinção do ato quando, no âmbito da discricionariedade administrativa, tenha se
tornado inoportuno e inconveniente. São suscetíveis de revogação, por exemplo, os atos consumados.
(C) a cassação ocorre quando surge novo diploma legislativo, com requisitos diferentes daqueles que
fundamentaram a edição do ato, obstando, desse modo, a permanência dele no mundo jurídico.
(D) a anulação é a retirada do ato, do mundo jurídico, pela constatação de um vício, sanável ou não,
relativo à legalidade e legitimidade. Sendo o vício insanável, a anulação é obrigatória.

05. (TJ/RS - Juiz de Direito Substituto – FAURGS/2016). No que se refere aos atos administrativos,
assinale a alternativa correta.
(A) Em face de sua competência para apreciar a legalidade de quaisquer atos administrativos para fins
de registro, a declaração de invalidade ou anulação por vícios legais desses atos é exclusiva do Poder
Legislativo respectivo.
(B) O direito da Administração de anular seus próprios atos de que decorram efeitos favoráveis aos
destinatários prescreve em 3 (três) anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada
má-fé.
(C) A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
revogá-los por motivos de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
(D) Têm natureza política e são excluídos de apreciação pelo Poder Judiciário os atos administrativos
dotados de vinculação resultantes do exercício do poder de polícia administrativa que limitam ou
disciplinam direito, interesse ou liberdade dos administrados.
(E) Os atos administrativos eivados de vício que os tornem ilegais somente podem ser declarados
inválidos ou revogados pelo Poder Judiciário.

06. (CNMP -Técnico do CNMP – Administração – FCC/2015). Ato administrativo é:


(A) realização material da Administração em cumprimento de alguma decisão administrativa.
(B) sinônimo de fato administrativo.

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(C) manifestação bilateral de poder da Administração pública que, agindo nessa qualidade, tenha por
fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir, declarar direitos e impor obrigações aos
administrados.
(D) manifestação unilateral de vontade da Administração pública que visa impor obrigações aos
administrados ou a si própria ou alguma realização material em cumprimento a uma decisão de si própria.
(E) manifestação unilateral de vontade da Administração pública que, agindo nessa qualidade, tenha
por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor
obrigações aos administrados ou a si própria.

07. (DPE/PE - Estagiário de Direito - DPE-PE/2015). São elementos do ato administrativo:


(A) presunção de legalidade, economicidade, eficiência e motivação.
(B) competência, forma e vinculação.
(C) presunção de legitimidade e impessoalidade.
(D) competência, forma, objeto, finalidade e motivo
(E) vinculação e discricionariedade.

08. (PC/CE - Delegado de Polícia Civil de 1ª Classe – VUNESP/2015). São atos administrativos
ordinatórios, entre outros,
(A) os Decretos, os Despachos, os Regimentos e as Resoluções.
(B) os Despachos, os Avisos, as Portarias e as Ordens de Serviço.
(C) os Decretos, as Instruções, os Provimentos e os Regimentos.
(D) as Instruções, as Deliberações, as Portarias e os Regulamentos.
(E) os Regulamentos, as Instruções, os Regimentos e as Deliberações.

09. (PC/CE - Inspetor de Polícia Civil de 1ª Classe – VUNESP/2015). Diz-se que os atos
administrativos são vinculados quando
(A) observam corretamente os princípios constitucionais da moralidade administrativa.
(B) a lei estabelece que, diante de determinados requisitos, a Administração deve agir de forma
determinada.
(C) o administrador público os pratica ultrapassando os limites regrados pelo sistema jurídico vigente.
(D) a autoridade competente deixa de observar dispositivo constitucional obrigatório, quando deveria
fazê-lo.
(E) a lei estabelece várias situações passíveis de apreciação subjetiva pela autoridade competente.

10. (UFRB - Assistente em Administração – FUNRIO/2015). Quanto a seus destinatários, os atos


administrativos se classificam em
(A) simples e compostos.
(B) gerais e individuais.
(C) fechados e abertos.
(D) unilaterais e complexos.
(E) internos e especiais.

11. (DPE/MA - Defensor Público – FCC/2015). No que tange à competência para revogar atos
administrativos, é correto afirmar que
(A) a revogação de atos que se sabem eivados de nulidade é possível, desde que devidamente
motivada por razões de interesse público.
(B) a competência para revogar é sempre delegável.
(C) atos já exauridos podem ser revogados, desde seja expressamente atribuído efeito retroativo ao
ato revocatório.
(D) atos ineficazes, porque ainda não implementada condição deflagradora de sua eficácia, estão
sujeitos à revogação.
(E) é possível revogar atos vinculados, desde que sua edição seja de competência autoridade que
editará o ato revocatório

12. (DPE/RS - Defensor Público Sobre atos administrativos – FCC/2014) É correto afirmar:
(A) A autoexecutoriedade é um atributo de alguns atos administrativos que autoriza a execução
coercitiva, independente da concorrência da função jurisdicional.
(B) A autoexecutoriedade constitui atributo dos atos administrativos negociais, que, como contratos,
dependem da concorrência de vontade do administrado.

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(C) A arguição de invalidade de ato administrativo por vícios ou defeitos impede a imediata execução
e afasta a imperatividade.
(D) Todos os atos administrativos possuem como atributos a presunção de legitimidade, a
imperatividade e a autoexecutoriedade.
(E) A administração deverá fazer prova da legalidade do ato administrativo quando sobrevier
impugnação pelo destinatário.

13. (IF-BA - Assistente em Administração - FUNRIO/2014) O ato administrativo pelo qual os órgãos
consultivos da Administração emitem opinião sobre assuntos técnicos ou jurídicos de sua competência é
(A) a homologação.
(B) o visto.
(C) o parecer.
(D) o relatório.
(E) a declaração.

14. (TCE/GO - Analista de Controle Externo - FCC/2014) Enzo, servidor público e chefe de
determinada repartição pública, na mesma data, editou dois atos administrativos distintos, quais sejam,
uma certidão e uma licença. No que concerne às espécies de atos administrativos, tais atos são
classificados em
(A) ordinatórios e negociais, respectivamente.
(B) enunciativos.
(C) negociais.
(D) enunciativos e negociais, respectivamente.
(E) normativos e ordinatórios, respectivamente.

Respostas

01. Resposta: C
A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-
los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
O ato administrativo também pode ser anulado pelo Poder Judiciário

02. Resposta: A
Segundo a obra de Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Direito administrativo, 2014. p. 262:
"Só quem pratica o ato, ou quem tenha poderes, implícitos ou explícitos, para dele conhecer de ofício
ou por via de recurso, tem competência legal para revogá-lo por motivos de oportunidade ou conveniência,
competência essa intransferível, a não ser por força de lei, e insuscetível de ser contrasteada em seu
exercício por outra autoridade administrativa".”

03. Resposta: A
Os atos administrativos enquadram-se na categoria dos atos jurídicos. Logo, são manifestações
humanas, e não meros fenômenos da natureza. Ademais, são sempre manifestações unilaterais de
vontade (as bilaterais compõem os chamados contratos administrativos).

04. Resposta: D
A anulação (também chamada de invalidação) é a retirada, desfazimento ou supressão do ato
administrativo, em razão de ele ter sido produzido em desconformidade com a lei ou com o ordenamento
jurídico. Quando é a Administração quem anula o seu próprio ato, dizemos que ela agiu com base no seu
poder de autotutela, consagrado nas seguintes Súmulas do STF:

Súmula 346: a Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.

05. Resposta: C
Súmula 473
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

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06. Resposta: E
Para Hely Lopes.
Ato Administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo
nessa qualidade, tenha por fim IMEDIATO adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar
direitos ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.

Para Maria Sylvia.


É a declaração de vontade do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos,
com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e se sujeita a controle do Poder Judiciário.

Para Celso Antônio.


É a declaração de vontade do Estado ou de lhe faça as vezes, no exercício de prerrogativas Públicas,
manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei a título de lhe dar cumprimento e
sujeitas a controle de legitimidade dos órgãos jurisdicionais.

07. Resposta: D
Lembre-se da dica: COM - FI – FO – M - OB

Competência: o ato deve ser praticado por sujeito capaz, trata-se de requisito vinculado. Para que um
ato seja válido deve-se verificar se foi praticado por agente competente.
Finalidade: O ato administrativo somente visa a uma finalidade, que é a pública; se o ato praticado
não tiver essa finalidade, ocorrerá abuso de poder;

Forma: é o requisito vinculado que envolve a maneira de exteriorização e demais procedimentos


prévios que forem exigidos com a expedição do ato administrativo. Via de regra, os atos devem ser
escritos, permitindo de maneira excepcional atos gestuais, verbais ou provindos de forças que não sejam
produzidas pelo homem, mas sim por máquinas, que são os casos dos semáforos, por exemplo.

Motivo: Este integra os requisitos dos atos administrativos tendo em vista a defesa de interesses
coletivos. Por isso existe a teoria dos motivos determinantes;

Objeto lícito: É o conteúdo ato, o resultado que se visa receber com sua expedição. Todo e qualquer
ato administrativo tem por objeto a criação, modificação ou comprovação de situações jurídicas referentes
a pessoas, coisas ou atividades voltadas à ação da Administração Pública.

08. Resposta: B
Atos ordinatórios são aqueles que tem por objetivo disciplinar o funcionamento da Administração e a
conduta funcional dos seus agentes, representando exercício do poder hierárquico do Estado. São
espécies de atos ordinatórios: as portarias, as instruções, os avisos, as circulares, as ordens de serviço,
os ofícios e os despachos.

09. Resposta: B
Alexandre Mazza narra:
“Fala--se em poder vinculado ou poder regrado quando a lei atribui determinada competência definindo
todos os aspectos da conduta a ser adotada, sem atribuir margem de liberdade para o agente público
escolher a melhor forma de agir. Onde houver vinculação, o agente público é um simples executor da
vontade legal. O ato resultante do exercício dessa competência é denominado de ato vinculado. Exemplo
de poder vinculado é o de realização do lançamento tributário (art. 3º do CTN).”

10. Resposta: B
Atos Gerais - São aqueles expedidos sem destinatários determinados, possuem finalidade normativa,
atingindo todos os sujeitos que se encontrem na mesma situação de fato, abrangida por seus preceitos.
Apresenta cunho normativo, não se sabe quem o ato vai atingir por não ter individualização. Ex.: Ato que
concede promoção a uma categoria profissional.

Atos Individuais – São aqueles voltados a destinatários certos. Apresenta cunho ordinário e
enunciativo, sem caráter normativo.
Ex: Secretaria de Esportes convoca seus diretores para participarem de reunião.

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11. Resposta: D
Um ato administrativo pode ser ineficaz por algumas razões, ou não está formado ou foi extinto. Dessa
forma, os atos que apresentam condição deflagadora de eficácia, estão sujeitos à revogação.

12. Resposta: A
A assertiva está plenamente correta já que a autoexecutoriedade autoriza a execução do administrativo
sem o aval do Poder Judiciário.

13. Resposta: C
O enunciado da questão apresenta o conceito de parecer sendo este o ato pelo qual os órgãos
consultivos da Administração emitem opiniões sobre assuntos de sua competência.

14. Resposta: D
Os atos praticados pelo servidor são atos enunciativos e negociais. Atos enunciativos: São todos
aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião sobre
determinado assunto, constantes de registros, processos e arquivos públicos, sendo sempre, por isso,
vinculados quanto ao motivo e ao conteúdo. Atos negociais: São todos aqueles que contêm uma
declaração de vontade da Administração apta a concretizar determinado negócio jurídico ou a deferir
certa faculdade ao particular, nas condições impostas ou consentidas pelo Poder Público.

7 Controle e responsabilização da administração: controle


administrativo, controle judicial, controle legislativo,
responsabilidade civil do Estado.

A Administração Pública se sujeita a controle por parte dos Poderes Legislativo e Judiciário, além de
exercer, ela mesma, o controle sobre os próprios atos.
Embora o controle seja atribuição estatal, o administrado participa dele à medida que pode e deve
provocar o procedimento de controle, não apenas na defesa de seus interesses individuais, mas também
na proteção do interesse coletivo.
A Emenda Constitucional nº 19/98 inseriu o § 3º no artigo 37, prevendo lei que discipline as formas de
participação do usuário na administração pública direta e indireta: é o chamado controle popular. Essa
lei ainda não foi promulgada.
Atualmente, uma instituição que desempenha importante papel no controle da Administração Pública
é o Ministério Público. Além da tradicional função de denunciar autoridades públicas por crimes no
exercício de suas funções, ainda atua como autor da ação civil pública, seja para defesa de interesses
difusos e coletivos, seja para repressão à improbidade administrativa.
O controle abrange a fiscalização e a correção dos atos ilegais e, em certa medida, dos inconvenientes
ou inoportunos.

Com base nesses elementos, Maria Sylvia Zanella di Pietro conceitua “o controle da Administração
Pública como o poder de fiscalização e correção que sobre ela exercem os órgãos dos Poderes
Judiciário, Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de sua atuação com
os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico”.

CONTROLE ADMINISTRATIVO

O controle administrativo é o que decorre da aplicação do princípio do autocontrole, ou autotutela, do


qual emerge o poder com idêntica designação (poder de autotutela). A Administração tem o dever de
anular seus próprios atos, quando eivados de nulidade, podendo revogá-los ou alterá-los, por
conveniência e oportunidade, respeitados, nessa hipótese, os direitos adquiridos. É o poder de
fiscalização e correção que a Administração Pública (em sentido amplo) exerce sobre sua própria
atuação, sob os aspectos de legalidade e mérito, por iniciativa própria ou mediante provocação.
O controle sobre os órgãos da Administração Direta é um controle interno e decorre do poder de
autotutela que permite à Administração Pública rever os próprios atos quando ilegais, inoportunos ou
inconvenientes, sendo amplamente reconhecido pelo Poder Judiciário (Súmulas 346 e 473 do STF).

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Controle Administrativo Exercitado de Ofício
O controle é exercitado de ofício, pela própria Administração, ou por provocação. Na primeira hipótese,
pode decorrer de: fiscalização hierárquica; supervisão superior; controle financeiro; pareceres
vinculantes; ouvidoria; e recursos administrativos hierárquicos ou de ofício.
a) fiscalização hierárquica: Procede do poder hierárquico, que faculta à Administração a
possibilidade de escalonar sua estrutura, vinculando uns a outros e permitindo a ordenação, coordenação,
orientação de suas atividades.
Delas derivam as prerrogativas ao superior hierárquico de delegar e avocar atribuições, assim também
o dever de obediência. A fiscalização hierárquica pode ser realizada a qualquer tempo, antes ou depois
da edição do ato, e independentemente de qualquer provocação.
b) supervisão superior: Difere da fiscalização hierárquica porque não pressupõe o vínculo de
subordinação, ficando limitada a hipóteses em que a lei expressamente admite a sua realização. No
âmbito da Administração Pública Federal é nominada de “supervisão ministerial” e aplicável às entidades
vinculadas aos ministérios
c) controle financeiro: O art. 74 da Constituição Federal determina que os Poderes mantenham
sistema de controle interno com a finalidade de “avaliar o cumprimento das metas previstas no plano
plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; comprovar a legalidade e
avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos
órgãos e entidades da Administração Federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades
de direito privado; exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos
e haveres da União; apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional”.
d) pareceres vinculantes: Trata-se de controle preventivo sobre determinados atos e contratos
administrativos realizado por órgão técnico integrante da Administração ou por órgão do Poder Executivo
(como ocorre com a Procuradoria-Geral do Estado).
e) ouvidoria: limita-se a proceder ao encaminhamento das reclamações que recebe. Ouvidoria tem-
se dedicado a receber reclamações de populares e usuários dos serviços públicos.
f) recursos administrativos hierárquicos ou de ofício: por vezes a lei condiciona a decisão ao
reexame superior, carecendo ser conhecida e eventualmente revista por agente hierarquicamente
superior àquele que decidiu. O reexame é decorrente do poder hierárquico, que consagra prerrogativas
próprias do agente superior (delegar atribuição, avocá-las, fiscalizar, rever decisões).

Controle Administrativo Exercitado Por Provocação


Nesta hipótese de controle interno, ou administrativo (por provocação), pode decorrer de: direito de
petição; pedido de reconsideração; reclamação administrativa; e recurso administrativo.
a) direito de petição: A Constituição Federal assegura a todos, independentemente do pagamento
de taxas, “o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso
de poder” (art. 5º, XXXIV, a).
O direito individual consagrado no inciso XXXIV é amplo, e seu exercício não reclama legitimidade ou
interesse comprovado. Pode, assim, ser a petição individual ou coletiva subscrita por brasileiro ou
estrangeiro, pessoa física ou jurídica, e ser endereçada a qualquer dos Poderes do Estado.
Enquanto o direito de petição é utilizado para possibilitar o acesso a informações de interesse coletivo,
o direito de certidão é utilizado para a obtenção de informações que dizem respeito ao próprio requerente.
O sigilo é lícito na administração pública em situações nas quais a publicidade possa acarretar lesão
a outro direito protegido constitucionalmente.
b) pedido de reconsideração: Próximo do recurso administrativo, o pedido de reconsideração abriga
requerimento que objetiva a revisão de determinada decisão administrativa. Diferentemente do “direito de
petição”, exige a demonstração de interesse daquele que o subscreve, podendo ser exercido por pessoa
física ou jurídica, brasileira ou estrangeira, desde que detentora de interesse. O prazo para sua
interposição deve estar previsto na lei que autoriza o ato; no seu silêncio, a prescrição opera-se em um
ano, contado da data do ato ou decisão.
c) reclamação administrativa: Trata-se de pedido de revisão que impugna ato ou atividade
administrativa. É a oposição solene, escrita e assinada, a ato ou atividade pública que afete direitos ou
interesses legítimos do reclamante. Dessas reclamações são exemplos a que impugna lançamentos
tributários e a que se opõe a determinada medida punitiva.

Esta modalidade de recurso administrativo tem a finalidade de conferir à oportunidade do cidadão


questionar a realização de algum ato administrativo.
As reclamações administrativas, na maioria das vezes são julgadas por um órgão especifico da
administração pública, criados com este intuito.

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Caso não ocorra outro prazo previsto pela legislação, a reclamação deve ser interposta perante o
órgão da administração pública dentro de até um ano, contados da realização do ato eivado de vício.
A reclamação administrativa, de acordo com Meirelles:
“É a oposição expressa a atos da Administração que afetem direitos ou interesses legítimos do
administrado.”
O prazo interposto para interpor a reclamação administrativa é fatal e peremptório para o administrado,
permitindo que a Administração não tome conhecimento do pedido se feito fora do prazo determinado.
Porém, nada impede que a Administração reconheça a reclamação extemporaneamente, desde que
não tenha ocorrido a prescrição da ação e a reclamação seja procedente.

d) recurso administrativo: Recurso é instrumento de defesa, meio hábil de impugnação ou


possibilitador de reexame de decisão da Administração. Os recursos administrativos podem ser: a)
provocados ou voluntários; b) hierárquicos ou de ofício. Quanto aos efeitos: a) suspensivos; b) meramente
devolutivos.
Assim, recurso provocado é o interposto pelo interessado, pelo particular, devendo ser dirigido à
autoridade competente para rever a decisão, contendo a exposição dos fatos e fundamentos jurídicos da
irresignação.
O recurso implicará o exame da matéria já decidida, devendo tal decisão ser fundamentada, seja para
o acolhimento das razões recursais, seja para o não provimento do recurso (STF, RDA, 80/147). O
reexame será amplo, podendo ir além do pedido e mesmo ser decidido contra o recorrente (admite-se a
reformatio in pejus), salvo se se tratar de recurso hierárquico ou de ofício. Nada impede, ainda, que,
presente o recurso, julgue o administrador conveniente a revogação da decisão, ou a sua anulação, ainda
que o recurso não objetive tal providência. Os recursos sempre produzem efeitos devolutivos, permitindo
o reexame da matéria decidida (devolve à Administração a possibilidade de decidir), e excepcionalmente
produzirão efeitos suspensivos, obstando a execução da decisão impugnada.
O Recurso administrativo ou hierárquico é o pedido de reexame do ato dirigido à autoridade superior
à que o proferiu. Só podem recorrer os legitimados, que, segundo o artigo 58 da Lei federal 9784/99, são:
I – os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo; II – aqueles cujos direitos ou
interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida; III – organizações e associações
representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; IV – os cidadãos ou associações, quanto a
direitos ou interesses difusos. Pode-se, em tese, recorrer de qualquer ato ou decisão, salvo os atos de
mero expediente ou preparatórios de decisões.
O recurso hierárquico tem sempre efeito devolutivo e pode ter efeito suspensivo, se previsto em lei.
Atente-se que, se cabe recurso administrativo com efeito suspensivo e esse for interposto, é vedada a
impetração de mandado de segurança, conforme estabelece o art. 5º, I da Lei federal nº 1.533/51, que
regula o mandado de segurança, até que seja decidido.
O recurso hierárquico pode ser voluntário ou de ofício.
Na decisão do recurso, o órgão ou autoridade competente tem amplo poder de revisão, podendo
confirmar, desfazer ou modificar o ato impugnado. Entretanto, a reforma não pode impor ao recorrente
um maior gravame (reformatio in pejus).
Pedido de revisão é o recurso utilizado pelo servidor público punido pela Administração, visando ao
reexame da decisão, no caso de surgirem fatos novos suscetíveis de demonstrar a sua inocência. Pode
ser interposto pelo próprio interessado, por seu procurador ou por terceiros, conforme dispuser a lei
estatutária. É admissível até mesmo após o falecimento do interessado.

Coisa julgada administrativa


Quando inexiste, no âmbito administrativo, possibilidade de reforma da decisão oferecida pela
Administração Pública, está-se diante da coisa julgada administrativa. Esta não tem o alcance da coisa
julgada judicial, porque o ato jurisdicional da Administração Pública é tão-só um ato administrativo
decisório, destituído do poder de dizer do direito em caráter definitivo. Tal prerrogativa, no Brasil, é só do
Judiciário.
A imodificabilidade da decisão da Administração Pública só encontra consistência na esfera
administrativa. Perante o Judiciário, qualquer decisão administrativa pode ser modificada, salvo se
também essa via estiver prescrita.
Portanto, a expressão “coisa julgada”, no Direito Administrativo, não tem o mesmo sentido que no
Direito Judiciário. Ela significa apenas que a decisão se tornou irretratável pela própria Administração.

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CONTROLE LEGISLATIVO

O controle legislativo, ou parlamentar, é exercido pelo Poder Legislativo (Congresso Nacional, Senado
Federal, Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas, Câmara Distrital e Câmara de Vereadores),
tendo em mira a administração desempenhada pelos Poderes Executivo e Judiciário.
O controle que o Poder Legislativo exerce sobre a Administração Pública limita-se às hipóteses
previstas na Constituição Federal. Alcança os órgãos do Poder Executivo, as entidades da Administração
Indireta e o próprio Poder Judiciário, quando executa função administrativa.
O exercício do controle constitui uma das funções típicas do Poder Legislativo, ao lado da função de
legislar.

Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI)


As Comissões Parlamentares de Inquérito são constituídas pelo Senado ou pela Câmara, em conjunto
ou separadamente, para investigar fato determinado e por prazo certo. Exige-se que o requerimento para
a instalação contenha um terço de adesão dos membros que compõem as Casas Legislativas, sendo
suas conclusões encaminhadas, quando for o caso, ao Ministério Público.
Têm-se, pois, os seguintes requisitos para a instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito.
- Quanto à competência para constituí-la, pode ser:
a) do Congresso Nacional;
b) do Senado Federal;
c) da Câmara dos Deputados e, pelo princípio da simetria, das Assembleias Legislativas e da Câmara
de Vereadores.

- Quanto ao objeto:
a) qualquer fato certo e determinado relacionado ao exercício da função administrativa.

- Quanto à instalação e término:


a) pode ser instalada se contiver um terço da adesão dos membros das Casas Legislativas, como já
dissemos;
b) terá prazo certo e determinado para a conclusão, conquanto admita prorrogações.

- Quanto à natureza de seus atos:


a) tem amplo poder de investigação, similar à competência do Judiciário.

As Comissões detêm poderes de investigação, mas não competência para atos judiciais. Assim,
investigam com amplitude, mas não julgam e submetem suas conclusões ao Ministério Público.

Pedido de Informações
O controle exercido por “pedido de informações” está previsto no art. 50, § 2º, da Constituição Federal,
podendo ser dirigido a ministro de Estado ou a qualquer agente público subordinado à Presidência da
República, a fim de aclarar matéria que lhe seja afeta. Tal pedido somente pode ser formulado pelas
Mesas da Câmara e do Senado, devendo ser atendido no prazo de trinta dias, sujeitando o agente, no
caso de descumprimento, a crime de responsabilidade. A norma é aplicável, por simetria, aos Estados e
Municípios.

Convocação de Autoridades
A Constituição Federal (art. 50) permite às Casas Legislativas e às suas Comissões a convocação de
ministros de Estado para prestarem esclarecimentos sobre matéria previamente definida. Tais
esclarecimentos, ou informações, deverão ser prestados pessoalmente e o descumprimento, repetimos,
pode corresponder à prática de crime de responsabilidade.
Nos Estados e Municípios, a Constituição Estadual e as Leis Orgânicas também disciplinam,
invariavelmente, a convocação de secretários municipais e dos dirigentes de autarquias, fundações,
sociedades de economia mista, empresas públicas ou outras entidades. Não há previsão constitucional
para a convocação do chefe do Executivo.

Fiscalização pelo Tribunal de Contas


Ao Poder Legislativo compete a fiscalização financeira, orçamentária, contábil, operacional e
patrimonial dos demais Poderes, instituições e órgãos encarregados da administração de receitas e
despesas públicas. Essa função conta com o auxílio do Tribunal de Contas.

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A Constituição regula, apenas, o controle exercido pelo Congresso Nacional com o auxílio do Tribunal
de Contas da União, ordenando a aplicação de idêntico tratamento aos Tribunais dos Estados e dos
Municípios.
A função desempenhada pelo Tribunal de Contas é técnica, administrativa, e não jurisdicional. Apesar
de auxiliar o Legislativo, detém autonomia e não integra a estrutura organizacional daquele Poder.
A fiscalização não se restringe ao “controle financeiro”, mas inclui a fiscalização contábil, orçamentária,
operacional e patrimonial da Administração Pública direta e indireta, bem como de qualquer pessoa física
ou jurídica que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos (CF,
art. 70, parágrafo único).
O controle pode tanger a: legalidade, legitimidade, economicidade e aplicação de subvenções e
renúncia de receitas (CF, art. 70).
A Constituição Federal ampliou significativamente as atribuições das Cortes de Contas, dentre as quais
se destacam:
a) oferecer parecer prévio sobre contas prestadas anualmente pelo chefe do Poder Executivo;
b) examinar, julgando, as contas dos agentes públicos e administradores de dinheiros, bens e valores
públicos;
c) aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, sanções
previstas em lei;
d) fiscalizar repasses de recursos efetuados pela União a Estados, Distrito Federal ou a Municípios,
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres;
e) conceder prazo para a correção de irregularidade ou ilegalidade;
f) realizar auditorias e inspeções de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial em qualquer unidade administrativa dos três Poderes, seja da Administração direta, seja da
indireta.

A atual Constituição Federal coloca o Tribunal de Contas como órgão integrante do Poder Legislativo,
já que a atribuição de fiscalizar faz parte das atribuições típicas do Poder Legislativo.
Outros afirmam que o TCU não pertence a nenhum dos Poderes e entendem que ele é um órgão
independente e autônomo, assim como o Ministério Público e que, ao auxiliar o Poder Legislativo, a ele
não se subordina.
Não obstante as várias interpretações constitucionais, o entendimento majoritário é no sentido de ser
o TCU um órgão de extração constitucional, independente e autônomo, que auxilia o Congresso Nacional
no exercício do controle externo.
Deste modo, o Tribunal de Contas auxilia o Poder Legislativo mas não o integra. Embora o nome sugira
que faça parte do Poder Judiciário, o TCU está administrativamente enquadrado no Poder Legislativo.
Essa é a posição adotada no Brasil, pois em outros países essa corte pode integrar qualquer dos outros
dois poderes. Sua situação é de órgão auxiliar do Congresso Nacional, e como tal exerce competências
de assessoria do Parlamento, bem como outras privativas.

CONTROLE JUDICIAL

O Direito brasileiro adotou o sistema de jurisdição una, pelo qual o Poder Judiciário tem o monopólio
da função jurisdicional, ou seja, do poder de apreciar, com força de coisa julgada, a lesão ou ameaça de
lesão a direitos individuais e coletivos (art. 5º, XXXV CF/88). Afastou, portanto, o sistema da dualidade
de jurisdição, em que, paralelamente ao Poder Judiciário, existem os órgãos de Contencioso
Administrativo, que exercem, como aquele, função jurisdicional sobre lides de que a Administração
Pública seja parte interessada.
O Poder Judiciário pode examinar os atos da Administração Pública, de qualquer natureza, sejam
gerais ou individuais, unilaterais ou bilaterais, vinculados ou discricionários, mas sempre sob o aspecto
da legalidade e da moralidade (art. 5º, LXXIII, e art. 37).
Quanto aos atos discricionários, sujeitam-se à apreciação judicial, desde que não invadam os aspectos
reservados à apreciação subjetiva da Administração, conhecidos sob a denominação de mérito
(oportunidade e conveniência).
Não há invasão do mérito quando o Judiciário aprecia os motivos, ou seja, os fatos que precedem a
elaboração do ato; a ausência ou falsidade do motivo caracteriza ilegalidade, suscetível de invalidação
pelo Poder Judiciário.
Os atos normativos do Poder Executivo, como Regulamentos, Resoluções, Portarias, só podem ser
invalidados pelo Judiciário por via de ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade), cujo julgamento é de
competência do STF, quando se tratar de lei ou ato normativo federal ou estadual que contrarie a

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Constituição Federal; e do Tribunal de Justiça, quando se tratar de lei ou ato normativo estadual ou
municipal que contrarie a Constituição do Estado.
Nos casos concretos, poderá o Poder Judiciário apreciar a legalidade ou constitucionalidade dos atos
normativos do Poder Executivo, mas a decisão produzirá efeitos apenas entre as partes, devendo ser
observada a norma do art. 97 da Constituição Federal, que exige maioria absoluta dos membros dos
Tribunais para a declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
Com relação aos atos políticos, é possível também a sua apreciação pelo Poder Judiciário, desde que
causem lesão a direitos individuais ou coletivos.
Quanto aos atos interna corporis (atos administrativos que produzem efeitos internos), em regra, não
são apreciados pelo Poder Judiciário, porque se limitam a estabelecer normas sobre o funcionamento
interno dos órgãos; no entanto, se exorbitarem em seu conteúdo, ferindo direitos individuais e coletivos,
poderão também ser apreciados pelo Poder Judiciário.

Privilégios da Administração Pública


A Administração Pública, quando é parte em uma ação judicial, usufrui de determinados privilégios não
reconhecidos aos particulares:

1. Juízo privativo. Na esfera federal, é a Justiça Federal; excetuam-se apenas as causas referentes
à falência e as de acidente de trabalho (justiça comum) e as relativas à Justiça Eleitoral e Justiça do
Trabalho. Esse juízo privativo beneficia a União, entidade autárquica ou empresa pública, excluídas as
fundações de direito privado e as sociedades de economia mista.

2. Prazos dilatados. Pelo CPC/2015, a Fazenda Pública e o Ministério Público têm prazo em prazo
em dobro para manifestar-se nos autos. A Lei nº 9.469/97 estendeu igual benefício às autarquias e
fundações públicas.

OBS: o Ministério Público possui previsão no artigo 180, CPC e a Fazenda Pública no artigo 183.

3. Duplo grau de jurisdição. O art. 496 do CPC/2015 determina que está sujeita ao duplo grau de
jurisdição, não produzindo efeitos senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença proferida contra
a União, o Estado, o DF, o Municípios e as respectivas autarquias e fundações de direito público, bem
como a que julgar improcedente, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da
Fazenda Pública.

4. Processo especial de execução. O art. 100 da Constituição prevê processo especial de execução
contra a Fazenda Federal, Estadual e Municipal, e que abrange todas as entidades de direito público.
Esse processo não se aplica aos débitos de natureza alimentícia e aos pagamentos de obrigações
definidas em lei como de pequeno valor.
Conforme o dispositivo constitucional, o Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda
expede ofício precatório à entidade devedora, que fará consignar no seu orçamento verba necessária ao
pagamento dos débitos constantes dos precatórios judiciais apresentados até 1º de julho, fazendo-se o
pagamento até o final do exercício seguinte, com atualização monetária.

Questões

01. (Prefeitura de Matozinhos/MG - Advogado – FUMARC/2016). Acerca do controle jurisdicional


dos atos da Administração Pública, é INCORRETO afirmar que
(A) o abuso de poder e o desvio de finalidade podem sujeitar o ato administrativo a controle jurisdicional
por meio de ações individuais ou coletivas, conforme os pressupostos de cada uma.
(B) o ato administrativo que imponha punição disciplinar pode ser sujeito a controle jurisdicional se for
emitido por autoridade incompetente.
(C) os atos administrativos vinculados são, em regra, sujeitos a controle jurisdicional.
(D) qualquer ato praticado pelo chefe da Administração Pública pode ser sujeito a controle jurisdicional,
ainda que expresse no seu mérito decisão discricionária.

02. (IF/AP - Auxiliar em Administração – FUNIVERSA/2016). Acerca dos tipos e das formas de
controle da Administração Pública, é correto afirmar que o controle
(A) administrativo não pode ser exercido pelos Poderes Legislativo e Judiciário.
(B) exercido pelas comissões parlamentares de inquérito (CPI) é um exemplo de controle judicial.

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(C) administrativo, o controle legislativo e o controle judicial são formas de controle da Administração
Pública.
(D) popular ou social não é uma forma de controle aceita no regime jurídico brasileiro.
(E) administrativo é exercido exclusivamente pelo Poder Executivo.

03. (UFPB - Administrador – IDECAN/2016). Quanto ao controle da administração pública, a


autotutela constitui espécie de controle:
(A) Judicial.
(B) Externo.
(C) Legislativo.
(D) Administrativo.

04. (TJ/RS - Juiz de Direito Substituto – FAURGS/2016). Acerca do controle externo e interno da
Administração Pública, assinale a alternativa correta.
(A) O controle externo dos Municípios onde não houver Tribunal de Contas ou Conselhos ou Tribunais
de Contas dos Municípios será exercido pelo respectivo Tribunal de Contas do Estado de cujas decisões
cabe recurso à Câmara Municipal.
(B) As agências reguladoras integram o sistema de controle externo da administração pública direta e
indireta como auxiliares do Tribunal de Contas.
(C) A Constituição Estadual, em função da autonomia dos Estados-membros, fixará o número de
Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado.
(D) O Tribunal de Contas, como auxiliar do controle externo, a cargo do Poder Legislativo e dele
integrante, será organizado segundo o modelo constitucional das corporações legislativas respectivas.
(E) Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle
interno, com a finalidade de, entre outras, apoiar o controle externo no exercício da sua missão
institucional.

05. (TCE/PB - Procurador – CESPE/2014). No exercício do controle político da administração pública,


compete;
(A) às CPIs apurar irregularidades e determinar sanções.
(B) ao Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar, sustando, se for o caso, seus efeitos independentemente de prévia manifestação do Poder
Judiciário.
(C) ao Senado Federal ou à Câmara dos Deputados — excetuadas suas comissões — convocar
titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República.
(D) privativamente ao Congresso Nacional e ao Senado Federal apreciar, a priori, os atos do Poder
Executivo.
(E) ao Senado Federal dispor, por proposta do presidente da República, sobre limites globais e
condições para a operação de créditos externo e interno da União, dos estados, dos municípios e do DF,
exceto das autarquias.

06. (TJ/CE - Técnico Judiciário - Área Administrativa - CESPE/2014) Acerca do controle da


administração pública, assinale a opção correta.
(A) Controle legislativo é a prerrogativa atribuída ao Poder Legislativo de fiscalizar atos da
administração pública sob os critérios jurídicos, políticos e financeiros.
(B) O controle judicial incide sobre a atividade administrativa do Estado, seja qual for o Poder em que
esteja sendo desempenhada, de modo a alcançar os atos administrativos do Executivo, do Legislativo e
do próprio Judiciário.
(C) O controle da administração pública contempla os instrumentos jurídicos de fiscalização da atuação
dos agentes e órgãos públicos, não podendo haver controle sobre pessoas administrativas que compõem
a administração indireta, uma vez que aquelas são entes independentes.
(D) Um importante instrumento de controle administrativo é o direito de petição, que consiste na
obrigatoriedade que têm os indivíduos de formular pretensões aos órgãos públicos quando verificarem
uma irregularidade, sob pena de multa.
(E) Coisa julgada administrativa é a situação jurídica pela qual determinada decisão firmada pela
administração não mais pode ser modificada na via administrativa e judicial.

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07. (TC/DF – Analista - CESPE/2014) No que se refere ao controle da administração pública, julgue
o item que se segue.
O controle judicial dos atos da administração ocorre depois que eles são produzidos e ingressam no
mundo jurídico, não existindo margem, no ordenamento jurídico brasileiro, para que tal controle se dê a
priori.
( ) correto ( ) errado

08. (TJ/MT – Juiz - FMPRS/2014) Com relação ao controle da Administração Pública, assinale a opção
correta.
(A) No exercício do controle externo, é possível tanto a revogação quanto a invalidação dos atos
administrativos.
(B) No exercício de suas funções, a Administração Pública sujeita-se a controle por parte do Poder
Legislativo e Poder Judiciário, além de exercer, ela mesma, o controle sobre os próprios atos.
(C) O controle exercido pelo Poder Legislativo está restrito às hipóteses previstas na Constituição
Federal e somente pode ocorrer no âmbito da Administração Pública Direta, Autarquias e Fundações
Públicas.
(D) O controle exercido pelo Poder Judiciário deverá ser precedido do esgotamento das vias
administrativas.
(E) O controle exercido pelo Poder Judiciário tanto pode revogar quanto invalidar os atos
administrativos; quanto aos efeitos, no primeiro caso, não retroage; no segundo, retroage.

09. (TEM – Contador - CESPE/2014) Acerca das licitações e do controle da administração pública,
julgue os itens subsequentes.
Na hipótese de um servidor, que foi demitido pelo ministro do MTE, impetrar mandado de segurança
em desfavor dessa autoridade, estará sendo realizado, por meio do julgamento do mencionado remédio
constitucional, o controle judicial da administração pública.
( ) correto ( ) errado

10. (Polícia Federal - Nível Superior - CESPE/2014) Julgue o item a seguir, no que concerne aos
atos administrativos e ao controle da administração pública.
Suponha que uma autoridade administrativa delegue determinada competência a um subordinado e
que, no exercício dessa delegação, este pratique ato ilegal que fira direito líquido e CORRETA. Nessa
situação, eventual mandado de segurança deve ser impetrado em face da autoridade delegante.
( ) correto ( ) errado

11. (TJ/MG – Juiz - Gestão de Concursos/2014) O controle judicial da administração pública é


exercido por meios específicos e outros inespecíficos. Assinale a alternativa que RELATA COM
FIDELIDADE, os meios específicos de controle.
(A) São meios específicos de controle da administração pública, o Mandado de Segurança, a Ação
Popular, o Habeas Corpus, o Habeas Data, o Mandado de Injunção e a Ação Civil Pública.
(B) O controle, além dos meios indicados na alternativa anterior, pode ainda ser exercido com o manejo
da Ação Monitória.
(C) O controle específico só pode ser exercido por meio do manejo das ações ordinárias cíveis, ações
penais, interditos possessórios, a nunciação de obra nova e a consignação em pagamento, dentre outros.
(D) É meio específico de controle da administração pública, o uso das ações cíveis em geral, utilizadas
na defesa dos direitos que regem a atividade privada.

12. (TRT - 18ª Região/GO - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador – FCC/2013). A
atuação da Administração pública está submetida a controle interno e externo. É correto afirmar que;
(A) o controle exercido pelo Legislativo é mais restrito do que o exercido pelo Judiciário, na medida em
que se restringe ao controle de legalidade dos atos administrativos.
(B) o controle de economicidade, exercido com auxílio do Tribunal de Contas, limita-se a exame de
legalidade, visto que o controle Legislativo não admite análise discricionária.
(C) o controle exercido pelo Legislativo é mais restrito que aquele desempenhado pelo poder judiciário,
porque não admite análise de mérito da atuação administrativa.
(D) a fiscalização exercida pelo Legislativo está expressamente delimitada pela Constituição Federal
brasileira, incluindo o controle político, que abrange análise de mérito, em algum grau e medida.

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(E) não se admite controle exercido pelo Legislativo, em razão do princípio da separação de poderes,
cabendo, apenas excepcionalmente controle pelo Judiciário, admitindo-se algum grau de controle de
discricionariedade.

13. (ANTAQ - Técnico em Regulação – CESPE/2014). Em relação ao controle na administração


pública, julgue o próximo item.
O controle administrativo, que visa verificar a conveniência dos atos administrativos, é exercido de
forma exclusiva pelo Poder Executivo.

( ) Certo ( ) Errado

14 (ANTAQ - Especialista em Regulação - Econômico-Financeiro - CESPE/2014). No que se refere


aos tipos de controle e atuação dos tribunais de contas, julgue o item que se segue.
O Poder Judiciário exerce controle judicial e administrativo.

( ) Certo ( ) Errado

Respostas

01. Resposta: D
O Poder Judiciário exerce controle sobre atos do Executivo, sendo que o controle será sempre de
legalidade ou legitimidade, e não de mérito. Assim, o resultado do controle jurisdicional deverá ser,
sempre, a anulação do ato controlado. Jamais sua revogação ou convalidação, sob pena de invasão do
mérito administrativo e, por conseguinte, violação do princípio da separação de poderes (art. 2º, CF/88).

02. Resposta: C
Com base nesses elementos, Maria Sylvia Zanella di Pietro conceitua “o controle da Administração
Pública como o poder de fiscalização e correção que sobre ela exercem os órgãos dos Poderes Judiciário,
Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de sua atuação com os princípios que
lhe são impostos pelo ordenamento jurídico”.

03. Resposta: D
O controle administrativo é reconhecido pela Súmula STF nº 473 e é decorrente do poder de autotutela.
Por meio do poder de autotutela, as entidades e órgãos da Administração Pública controlam e corrigem
a conveniência, a oportunidade e a legalidade dos seus próprios atos.

04. Resposta: E
Constituição Federal
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de
controle interno com a finalidade de:
( )
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

05. Resposta: B
Art. 49, Constituição Federal. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites
de delegação legislativa;
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo,
incluídos os da administração indireta;".

06. Resposta: “B”.


CORRETA - O controle judicial recai sobre a atividade administrativa do Estado, independente do
Poder em que esteja sendo desempenhada, podendo alcançar os atos administrativos do Legislativo,
Executivo, do Legislativo e Judiciário.

07. Resposta: ERRADA


Os atos da administração existem sobre um controle judicial, a priori, como por exemplo, o caso da
Ação Civil Pública, para o caso de agressão ao meio ambiente.

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08. Resposta: B
A Administração Pública sujeita-se a controle por parte do Poder Legislativo e Poder Judiciário,
podendo exercer o controle sobre os próprios atos, no exercício de suas funções

09. Resposta: CORRETA


O ato jurídico movido pelo administrado será julgado pelo Poder Judiciário, caracterizando o controle
judicial da administração pública.

10. Resposta: ERRADA


É visível a discordância com a Súmula 510, STF:
Súmula nº 510. Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe
o mandado de segurança ou a medida judicial.

11. Resposta: A
A) CORRETA - Os meios específicos de controle da administração pública são o Mandado de
Segurança, a Ação Popular, o Habeas Corpus, o Habeas Data, o Mandado de Injunção e a Ação Civil
Pública.

12. Resposta: C
Segundo Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, Direito Administrativo Descomplicado
O controle legislativo somente pode ocorrer nas situações e nos limites diretamente previstos no texto
da Constituição Federal. (...) possui marcada índole política, razão pela qual ele não se limita ao estrito
controle da legalidade formal, abrangendo outros aspectos, como a eficiência e, para alguns autores, até
mesmo a conveniência pública de determinadas atuações do Poder Executivo."

13. Resposta: errado


O controle administrativo é exercido pela Administração Pública, em sentido amplo, sobre seus
próprios atos. Desta forma, o controle administrativo não é exercido exclusivamente pelo Poder Executivo,
mas por todos os Poderes quando atuando em suas funções administrativas.

14. Resposta: certo


O Poder Judiciário exerce controle administrativo quando atuando em sua função atípica
administrativa. O controle administrativo é exercido por todos os Poderes quando atuando em suas
funções administrativas.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

Desde os tempos do Império que a Legislação Brasileira prevê a reparação dos danos causados a
terceiros pelo Estado, por ação ou omissão dos seus agentes. Problemas de omissão, abuso no
exercício de função e outros tipos de falhas sempre existiram no serviço público, o que é perfeitamente
plausível dadas as características da Administração Pública, tanto do ponto de vista da sua complexidade
quanto do seu gigantismo.

Quando falamos em responsabilidade extracontratual, devemos pensar que será excluída a


responsabilidade contratual, pois será regida por princípios próprios

As Constituições de 1824 (art. 179) e de 1891 (art. 82), já previam a responsabilização dos funcionários
públicos por abusos e omissões no exercício de seus cargos. Mas a responsabilidade era do funcionário,
vingando até aí, a teoria da irresponsabilidade do Estado.
Durante a vigência das Constituições de 1934 e 1937 passou a vigorar o princípio da
responsabilidade solidária, por ele o lesado podia mover ação contra o Estado ou contra o servidor, ou
contra ambos, inclusive a execução.
O Código Civil de 1916, em seu art. 15, já tratava do assunto, a saber: “As pessoas jurídicas de direito
público são civilmente responsáveis por atos dos seus representantes que nessa qualidade causem
danos a terceiros, procedendo de modo contrário ao direito ou faltando a dever prescrito por lei, salvo o
direito regressivo contra os causadores do dano”.
Entretanto, a figura da responsabilidade direta ou solidária do funcionário desapareceu com o advento
da Carta de 1946, que adotou o princípio da responsabilidade objetiva do Estado, com a possibilidade
de ação regressiva contra o servidor no caso de culpa. Note-se que, a partir da Constituição de 1967

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houve um alargamento na responsabilização das pessoas jurídicas de direito público por atos de seus
servidores. Saiu a palavra interno, passando a alcançar tanto as entidades políticas nacionais, como as
estrangeiras.
Esse alargamento ampliou-se ainda mais com a Constituição de 1988, que estendeu a
responsabilidade civil objetiva às pessoas jurídicas de direito privado, prestadoras de serviços públicos,
os não essenciais, por concessão, permissão ou autorização.

OS TIPOS DE RESPONSABILIDADE CIVIL

A responsabilidade civil pode demonstrar-se de diversas formas, espécies e tipos e podem ser
subjetiva, objetiva, pré-contratual, contratual, pós-contratual e extracontratual.

A. Subjetiva

A responsabilidade subjetiva difere-se da responsabilidade objetiva com relação à forma, em ambas é


exigido a reparação e indenização do dano causado, diferenciando-se com relação à existência ou não
de culpa por parte do agente que tenha causado dano à vítima.

Na responsabilidade subjetiva, o dano contra a vítima foi causado por culpa do agente, já na
responsabilidade objetiva, o fundamento está contido na teoria do risco, onde não se deve provar a culpa,
para que exista o dever de indenizar.

Para que o agente repare o dano causado é necessário a plena consciência do erro causado,
caracterizando, desta forma o dolo ou até mesmo a culpa por negligência, imprudência e imperícia.
Contudo, se o dano não tiver sido causado por dolo ou culpa do agente, compete à vítima suportar os
prejuízos, como se tivessem sido causados em virtude de caso fortuito ou força maior.

B. Objetiva

Na responsabilidade objetiva, o dano ocorre por uma atividade lícita, que apesar deste caráter gera
um perigo a outrem, ocasionando o dever de ressarcimento, pelo simples fato do implemento do nexo
causal. Para tanto, surgiu a teoria do risco para preencher as lacunas deixadas pela culpabilidade,
permitindo que o dano fosse reparado independente de culpa.

Para Rui Stoco:

“a doutrina da responsabilidade civil objetiva, em contrapartida aos elementos tradicionais (culpa, dano,
vínculo de causalidade) determina que a responsabilidade civil assenta-se na equação binária, cujos
polos são o dano e a autoria do evento danoso. Sem considerar a imputabilidade ou investigar a
antijuricidade do evento danoso, o que importa, para garantir o ressarcimento, é a averiguação de que se
sucedeu o episódio e se dele proveio algum prejuízo, confirmando o autor do fato causador do dano como
o responsável.”9

C. Pré-contratual

O homem é um ser social e completo e devido a estas características, algumas discordâncias acabam
conflitando na sociedade, com opiniões, acordos e interesses opostos. Desta forma, para que um contrato
seja firmado é necessário um etapa preliminar em que as partes acordam suas opiniões para chegar a
um consenso, onde então será firmado um negócio jurídico.

O contrato gera responsabilidades e as partes contratantes reconhece essa obrigação a ser cumprida,
sob pena de responder juridicamente, seja por responsabilidade civil subjetiva ou objetiva.

Eis o entendimento de Lissandra de Ávila Lopes:

A responsabilidade pré-contratual também chamada de culpa in contrahendo, é a fase que precede a


verdadeira celebração do contrato e pode ser dividida de duas maneiras: a discussão pura e simples das

9
STOCO, Rui. Responsabilidade civil e sua interpretação jurisdicional. 4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999.

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1258626 E-book gerado especialmente para ALEXANDRE FREITAS ALVES
premissas do futuro contrato; momento de profunda negociação que possibilita o início de um contrato
preliminar, por meio da fixação antecipada das bases do contrato final, obrigando apenas os promitentes
contratantes a outorgarem a escritura definitiva conforme o previamente decidido no contrato inicial. No
primeiro caso, tem-se as suposições, os pactos preparatórios; no segundo, existe uma conjuntura
contratual definitiva, mesmo que a sua finalidade seja um contrato futuro.

O Código Civil, contempla em seus artigos 421 e 422:

Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.

Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua
execução, os princípios de probidade e boa-fé.

O dano pré e pós-contratual, decorrem de um dever de comportamento ligado à figura dos sujeitos do
contrato, que é regido pelo princípio da boa –fé.

D. Contratual e Extracontratual

A responsabilidade contratual decorre da inexecução de um contrato, unilateral ou bilateral, ou seja,


foi quebrado o acordo de vontade entre as partes, o que acabou causando um ilícito contratual. Esse
pacto de vontades pode se dar de maneira tácita ou expressa, uma das partes pretende ver sua
solicitação atendida e a outra, da mesma forma, assume a obrigação de cumpri-la, mesmo que seja de
forma verbal.

A responsabilidade extracontratual relaciona-se com a prática de um ato ilícito que origine dano a
outrem, sem gerar vínculo contratual entre as partes, devendo a parte lesada comprovar além do dano a
culpa e o nexo de causalidade entre ambos, o que é difícil de se comprovar. Irá se preocupar com a
reparação dos danos patrimoniais.

Este tipo de responsabilidade caracteriza o estado democrático de direito, conferindo liberdade


individual em face da coletividade, através de leis.

A evolução da responsabilidade extracontratual do estado, se divide basicamente em três teorias, ou


seja, teoria da irresponsabilidade, teoria civilistas e teorias publicistas.

O que ambas tem em comum é que existe a obrigação de reparar o prejuízo, ou por violação a um
dever legal, ou por violação a um dever contratual.

O Código Civil distinguiu a responsabilidade contratual e extracontratual através de seus dispositivos


legais:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
[...]

Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização
monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
[...]
Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos
valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
[...]

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Ao observarem os dispositivos legais supracitados, Castro e Trad (2010) dizem que os arts. 186 e 927
abordam, de maneira genérica, a responsabilidade extracontratual, e os artigos 389 e 395, de forma
novamente genérica, abordam a responsabilidade contratual.

. 68
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RESPONSABILIDADE POR AÇÃO E POR OMISSÃO DO ESTADO

O dano indenizável pode ser material e/ou moral e ambos podem ser requeridos na mesma ação, se
preencherem os requisitos expostos.
Aquele que é investido de competências estatais tem o dever objetivo de adotar as providências
necessárias e adequadas a evitar danos às pessoas e ao patrimônio.
Quando o Estado infringir esse dever objetivo e, exercitando suas competências, der oportunidades a
ocorrências do dano, estarão presentes os elementos necessários à formulação de um juízo de
reprovabilidade quanto a sua conduta. Não é necessário investigar a existência de uma vontade psíquica
no sentido da ação ou omissão causadoras do dano.
A omissão da conduta necessária e adequada consiste na materialização de vontade, defeituosamente
desenvolvida. Logo, a responsabilidade continua a envolver um elemento subjetivo, consiste na
formulação defeituosa da vontade de agir ou deixar de agir.
Não há responsabilidade civil objetiva do Estado, mas há presunção de culpabilidade derivada da
existência de um dever de diligência especial. Tanto é assim que, se a vítima tiver concorrido para o
evento danoso, o valor de uma eventual condenação será minimizado.
Essa distinção não é meramente acadêmica, especialmente porque a avaliação do elemento subjetivo
é indispensável, em certas circunstâncias, para a determinação da indenização devida.
A Constituição Federal de 1988, seguindo uma tradição estabelecida desde a Constituição Federal de
1946, determinou, em seu art. 37, §6º, a responsabilidade objetiva do Estado e responsabilidade subjetiva
do funcionário.
Em que pese a aplicação da teoria da responsabilidade objetiva ser adotada pela Constituição Federal,
o Poder Judiciário, em determinados julgamentos, utiliza a teoria da culpa administrativa para
responsabilizar o Estado em casos de omissão. Assim, a omissão na prestação do serviço público tem
levado à aplicação da teoria da culpa do serviço público (faute du service). A culpa decorre da omissão
do Estado, quando este deveria ter agido e não agiu. Por exemplo, o Poder Público não conservou
adequadamente as rodovias e ocorreu um acidente automobilístico com terceiros.

Com relação ao comportamento comissivo ou omissivo do Estado, importante destacar o que dispõe
MAZZA10 sobre o tema:
Existem situações em que o comportamento comissivo de um agente público causa prejuízo a
particular. São os chamados danos por ação. Noutros casos, o Estado deixa de agir e, devido a tal inação,
não consegue impedir um resultado lesivo. Nessa hipótese, fala-se me dano por omissão. Os exemplos
envolvem prejuízos decorrentes de assalto, enchente, bala perdida, queda de árvore, buraco na via
pública e bueiro aberto sem sinalização causando dano a particular. Tais casos têm em comum a
circunstância de inexistir um ato estatal causador do prejuízo.
(...)
Em linhas gerais, sustenta-se que o estado só pode ser condenado a ressarcir prejuízos atribuídos à
sua omissão quando a legislação considera obrigatória a prática da conduta omitida. Assim, a omissão
que gera responsabilidade é aquela violadora de um dever de agir. Em outras palavras, os danos por
omissão são indenizáveis somente quando configura omissão dolosa ou omissão culposa. Na omissão
dolosa, o agente público encarregado de praticar a conduta decide omitir-se e, por isso, não evita o
prejuízo. Já na omissão culposa, a falta de ação do agente público não decorre de sua intenção deliberada
em omitir-se, mas deriva da negligência na forma de exercer a função administrativa. Exemplo: policial
militar que adorme em serviço e, por isso, não consegue evitar furto a banco privado.

REQUISITOS PARA DEMONSTRAÇÃO DA RESPONSABILIDADE DO ESTADO

Assim, pode-se afirmar que são requisitos para a demonstração da responsabilidade do Estado a ação
ou omissão (ato do agente público), o resultado lesivo (dano) e nexo de causalidade.

Dano: decorre da violação de um bem juridicamente tutelado, que pode ser patrimonial ou
extrapatrimonial.
Para que seja ressarcido deve ser certo, atual, próprio ou pessoal.
Insta dizer que o dano não é apenas patrimonial (atinge bens jurídicos que podem ser auferidos
pecuniariamente) ele também pode ser moral (ofende direitos personalíssimos que atingem integridade
moral, física e psíquica).

10
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. Ed. Saraiva. 4ª edição. 2014.

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1258626 E-book gerado especialmente para ALEXANDRE FREITAS ALVES
Logo, o dano que gera a indenização deve ser:
- Certo: É o dano real, efetivo, existente. Para requerer indenização do Estado é necessário que o
dano já tenha sido experimentado. Não se configura a possibilidade de indenização de danos que podem
eventualmente ocorrer no futuro.
- Especial: É o dano que pode ser particularizado, aquele que não atinge a coletividade em geral; deve
ser possível a identificação do particular atingido.
- Anormal: É aquele que ultrapassa as dificuldades da vida comum, as dificuldades do cotidiano.
- Direto e imediato: O prejuízo deve ser resultado direito e imediato da ação ou omissão do Estado,
sem quebra do nexo causal.

REPARAÇÃO DO DANO

Quanto à reparação do dano, esta pode ser obtida administrativamente ou mediante ação de
indenização junto ao Poder Judiciário. Para conseguir o ressarcimento do prejuízo, a vítima deverá
demonstrar o nexo de causalidade entre o fato lesivo e o dano, bem como o valor do prejuízo.
Uma vez indenizada a vítima, fica a pessoa jurídica com direito de regresso contra o responsável, isto
é, com o direito de recuperar o valor da indenização junto ao agente que causou o dano, desde que este
tenha agido com dolo ou culpa. Observe-se que não está sujeito a prazo prescricional a ação regressiva
contra o agente público que agiu com dolo ou culpa para a recuperação dos valores pagos pelos cofres
públicos, conforme inteligência do art. 37, parágrafo 5º da Constituição Federal:
§5º: A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente servidor ou
não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

RESPONSABILIDADE PRIMÁRIA E SUBSIDIÁRIA

A responsabilidade primária tem relação com a centralização, ou seja, com o fato de os entes da
federação atuarem de forma direta no alcance de seus objetivos, portanto, sem delegação.
Dessa forma se presentes os requisitos para a responsabilização do Estado, a responsabilidade será
primária.
De outra banda, encontra-se a responsabilidade subsidiária que está intimamente ligada com a
descentralização.
A descentralização ocorre quando os entes da federação atuam por meio dos órgãos da administração
indireta, ou seja, das autarquias, empresas públicas, etc, e das concessionárias e permissionárias.
Nesse caso se houver um dano causado por um desses órgãos, ele será responsabilizado civilmente
e, em não sendo suficiente o seu patrimônio para o pagamento da indenização, o Estado deverá fazê-lo,
por isso diz-se que a responsabilidade é subsidiária, porque o Estado só será responsável quando o
patrimônio do primeiro responsável não for o bastante para o cumprimento da indenização.

CAUSAS EXCLUDENTES E ATENUANTES DA RESPONSABILIDADE DO ESTADO

A responsabilidade do Poder Público não existirá ou será atenuada quanto a conduta da Administração
Pública não der causa ao prejuízo, ou concorrerem outras circunstâncias que possam afastar ou mitigar
sua responsabilidade. Em geral, são chamadas causas excludentes da responsabilidade estatal; a força
maior, o caso fortuito, a culpa exclusiva da vítima e a culpa de terceiro.
Nestes casos, não existindo nexo de causalidade entre a conduta da Administração e o dano ocorrido,
a responsabilidade estatal será afastada.
A força maior pode ser definida como um evento previsível ou não, porém excepcional e inevitável.
Em regra, não há responsabilidade do Estado, contudo existe a possibilidade de responsabilizá-lo
mesmo na ocorrência de uma circunstância de força maior, desde que a vítima comprove o
comportamento culposo da Administração Pública. Por exemplo, num primeiro momento, uma enchente
que causou danos a particulares pode ser entendida como uma hipótese de força maior e afastar a
responsabilidade Estatal, contudo, se o particular comprovar que os bueiros entupidos concorreram para
o incidente, o Estado também responderá, pois a prestação do serviço de limpeza pública foi deficiente.
O caso fortuito é um evento imprevisível e, via de consequência, inevitável. Alguns autores
diferenciam-no da força maior alegando que ele tem relação com o comportamento humano, enquanto a
força maior deriva da natureza. Outros, atestam não haver diferença entre ambos.
A regra é que o caso fortuito exclua a responsabilidade do Estado, contudo, se o dano for consequência
de falha da Administração, poderá haver a responsabilização. Ex: rompimento de um cabo de energia
elétrica por falta de manutenção ou por má colocação que cause a morte de uma pessoa.

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Nos casos em que está presente a culpa da vítima, duas situações podem surgir:
a) O Estado não responde, desde que comprove que houve culpa exclusiva do lesado;
b) O Estado responde parcialmente, se demonstrar que houve culpa concorrente do lesado para a
ocorrência do dano.
Em caso de culpa concorrente, aplica-se o disposto no art. 945 do Código Civil:

Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será
fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.

A culpa de terceiro ocorre quando o dano é causado por pessoa diferente da vítima e do agente público.
Observe-se que cabe ao Poder Público o ônus de provar a existência de excludente ou atenuante de
responsabilidade.

Responsabilidade Judicial: Também chamada de responsabilidade civil por ato do Judiciário. A regra
é a irresponsabilidade, ou seja, a regra é que o Estado não seja responda pelos atos o Poder Judiciário.
Há, contudo, uma única exceção prevista no art 5.º, inc. LXXV, da Constituição Federal, veja-se:

LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do
tempo fixado na sentença;

O erro judicial configura-se quando a sentença é dada além dos limites fixados no ordenamento
jurídico. Quando a sentença é reformada em segunda instância, não há erro judicial.
A motivação da decisão serve para verificar se a sentença ultrapassa seus limites (consiste em
mencionar o dispositivo legal aplicável e relacionar os fatos que concretamente levaram à sua aplicação).
Se a pessoa fica presa além do tempo fixado na sentença, o Estado é sempre responsabilizado não
importando que a pessoa não tenha ingressado com a ação competente para a soltura no momento
cabível. Sequer pode-se falar em culpa concorrente, visto que é obrigação do Estado libertar a pessoa
após o cumprimento da pena.

Responsabilidade Legislativa: Também chamada de responsabilidade civil por ato do Legislativo. A


regra é que não haja responsabilização do Estado, havendo, porém três exceções:
- O Estado responde por leis inconstitucionais que causarem prejuízos a terceiros, desde que a
inconstitucionalidade tenha sido declarada pelo Supremo Tribunal Federal em sede de controle
concentrado de constitucionalidade
- O Estado responde pela omissão legislativa, ou seja, quando havia o dever de editar uma lei e o
Poder Legislativo não a fez de forma que essa omissão causou dano a alguém.
- Quando tratar-se de lei de efeito concreto, a saber, aquelas que destinam-se a regular
especificamente uma situação, ex: leis orçamentárias. Nesse caso, havendo dano, há o dever de
indenizar.

Responsabilidade dos Agentes Públicos: Com relação à responsabilidade dos agentes públicos,
podemos considerar que ao realizar funções públicas, os servidores públicos não estão desobrigados de
se responsabilizar por seus atos, podendo ser os atos públicos quanto aos atos administrativos, além dos
atos políticos, dependendo de sua função, cargo ou emprego.

Para a atividade administrativa, este tipo de responsabilidade é indispensável para a atividade


administrativa, ou seja, enquanto existir exercício irregular de direito ou poder, a responsabilidade deve
constar. Desta forma, mantem-se a soberania e autenticidade dos órgãos públicos.

O Estado terá direito de regresso contra o responsável, quando reparar o dano, ou seja, terá o direito
de recuperar o valor da indenização, juntamente com o agente que causou o dano.

Efetivamente, o direito de regresso, em sede de responsabilidade estatal, configura-se na pretensão


do Estado em buscar do seu agente, responsável pelo dano, a recomposição do erário, uma vez
desfalcado do montante destinado ao pagamento da indenização à vítima. Nesse aspecto, o direito de
regresso é o direito assegurado ao Estado no sentido de dirigir sua pretensão indenizatória contra o
agente responsável pelo dano, quando tenha este agido com culpa ou dolo.

O agente público poderá ser responsabilizado nos âmbitos civil, penal e administrativo.

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a) Responsabilidade Civil: Neste caso, responsabilidade civil se refere à responsabilidade patrimonial,
que faz referência aos Atos Ilícitos e que traz consigo a regra geral da responsabilidade civil, que é de
reparar o dano causado a outrem. O órgão público, confirmada a responsabilidade de seus agentes, como
preceitua a no art.37, §6, parte final do Texto Maior, é "assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa", descontará nos vencimentos do servidor público, respeitando
os limites mensais, a quantia exata para o ressarcimento do dano.
b) Responsabilidade Administrativa: A responsabilidade administrativa é apurada em processo
administrativo, assegurando-se ao servidor o contraditório e a ampla defesa. Uma vez constatada a
prática do ilícito administrativo, ficará o servidor sujeito à sanção administrativa adequada ao caso, que
poderá ser advertência, suspensão, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, destituição
de cargo em comissão ou destituição de função comissionada. A penalidade deve sempre ser motivada
pela autoridade competente para sua aplicação, sob pena de ser nula. Na motivação da penalidade,
devem estar presentes os motivos de fato (os atos irregulares praticados pelo servidor) e os motivos de
direito (os dispositivos legais ou regulamentares violados e a penalidade prevista). Se durante a apuração
da responsabilidade administrativa a autoridade competente verificar que o ilícito administrativo também
está capitulada como ilícito penal, deve encaminhar cópia do processo administrativo ao Ministério
Público, que irá mover ação penal contra o servidor
c) Responsabilidade Penal: A responsabilidade penal do servidor é a que resulta de uma conduta
tipificada por lei como infração penal. A responsabilidade penal abrange crimes e contravenções
imputadas ao servidor, nessa qualidade. Muitos dos crimes funcionais estão definidos no Código Penal,
artigos 312 a 326, como o peculato, a concussão, a corrupção passiva, a prevaricação etc. Outros estão
previstos em leis especiais federais. A responsabilidade penal do servidor é apurada em Juízo Criminal.
Se o servidor for responsabilizado penalmente, sofrerá uma sanção penal, que pode ser privativa de
liberdade (reclusão ou detenção), restritiva de direitos (prestação pecuniária, perda de bens e valores,
prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, interdição temporária de direitos e limitação
de fim de semana) ou multa (Código Penal, art. 32).
Importante ressaltar que a decisão penal, apurada por causa da responsabilidade penal do servidor,
só terá reflexo na responsabilidade civil do servidor se o ilícito penal tiver ocasionado prejuízo patrimonial
(ilícito civil). A responsabilidade civil do servidor será afastada se, no processo criminal, o servidor for
absolvido por ter sido declarada a inexistência do fato ou, quando o fato realmente existiu, não tenha sido
imputada sua autoria ao servidor. Notem que, se o servidor for absolvido por falta ou insuficiência de
provas, a responsabilidade civil não será afastada.

Direito de Regresso ou Ação de Regresso

Nos casos em que se verificar a existência de culpa ou dolo na conduta do agente público causador
do dano (Art. 37, §6º, CF), poderá o Estado propor ação regressiva, com a finalidade de apurar a
responsabilidade pessoal do agente, sempre partindo-se do pressuposto de que o Estado já foi
condenado anteriormente.
A entidade estatal que propuser a ação deverá demonstrar a ocorrência dos requisitos que comprovem
a responsabilidade do agente, ou seja, ato, dano, nexo e culpa ou dolo. Caso o elemento subjetivo,
representado pela culpa ou dolo, não esteja presente no caso concreto, haverá exclusão da
responsabilidade do agente público.
Note-se que a Administração Pública tem o dever de propor ação regressiva, em razão do princípio da
indisponibilidade. Outra questão importante é que não há prazo para propositura da ação regressiva, uma
vez que, por força do Art. 37, §5º da CF, esta é imprescritível.
Ensina mais Alexandre Mazza11: quando se tratar de dano causado por agente ligado a empresas
públicas, sociedades de economia mista, fundações governamentais, concessionários e permissionários,
isto é, para pessoas jurídicas de direito privado, o prazo é de três anos (art. 206, § 3º, V, do CC) contados
do trânsito em julgado da decisão condenatória.

São pressupostos para a propositura da ação regressiva:

1) condenação do Estado na ação indenizatória;


2) trânsito em julgado da decisão condenatória;
3) culpa ou dolo do agente;
4) ausência de denunciação da lide na ação indenizatória.

11
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 4ª edição. Ed. Saraiva. 2014.

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1258626 E-book gerado especialmente para ALEXANDRE FREITAS ALVES
Importante ressaltar a denunciação à lide, que trata-se de uma ação secundária regressiva, podendo
ser feita tanto pelo autor como pelo réu, será citada e denunciada a pessoa contra quem o denunciante
tem pretensão indenizatória ou de reembolso.

É uma espécie de garantia, permitida nos casos em que o denunciante defende em face do terceiro
interveniente, seu direito de regresso alegado ou até mesmo um direito sub-rogado.

Rezam os artigos 125 a 129 do NCPC:

Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes:
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a
fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo
de quem for vencido no processo.
§ 1o O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide for indeferida,
deixar de ser promovida ou não for permitida.
§ 2o Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu antecessor
imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado
sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso será exercido por
ação autônoma.

Art. 126. A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o denunciante for autor, ou na
contestação, se o denunciante for réu, devendo ser realizada na forma e nos prazos previstos no art. 131.

Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do
denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em seguida à citação do
réu.

Art. 128. Feita a denunciação pelo réu:


I - se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo, na ação
principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado;
II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa, eventualmente
oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva;
III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante poderá
prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de
regresso.
Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso, requerer o
cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação deste na ação
regressiva.

Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao julgamento da denunciação
da lide.
Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido
examinado, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência em
favor do denunciado.

Questões

01. (TJM/SP - Juiz de Direito Substituto – VUNESP/2016). A respeito da responsabilidade civil da


Administração, é possível afirmar que
(A) os órgãos e entidades públicas respondem diretamente pelos danos causados em decorrência da
divulgação não autorizada ou utilização indevida de informações sigilosas ou informações pessoais,
cabendo a apuração de responsabilidade funcional nos casos de dolo ou culpa.
(B) em caso de morte de torcedor em briga de torcidas, dentro do estádio de futebol, haverá o dever
de indenizar, ainda que demonstrada a culpa exclusiva da vítima.
(C) por ser objetiva a responsabilidade do Estado, deve este responder pelos danos causados por
policial militar que, em dia de folga, atropela pedestre com seu veículo, pois o agente público não se
despe dessa qualidade em função do regime de trabalho policial.

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(D) o Estado tem o dever de indenizar a família de trabalhador assassinado na rua por um assaltante,
em virtude de falha na prestação do serviço de segurança pública, que é individualmente assegurado aos
cidadãos.
(E) em caso de cumprimento de mandado de reintegração de posse, quando foram utilizados os meios
necessários à execução da ordem, haverá responsabilidade em relação ao danos causados pelos
esbulhadores à propriedade privada, pois é objetiva a responsabilidade da Administração.

02. (IPSMI - Procurador – VUNESP/2016). A respeito da responsabilidade civil do Estado, é correto


afirmar que
(A) a responsabilidade civil das concessionárias por danos causados a terceiros na execução de
serviços públicos é subjetiva, ante a inexistência de relação contratual entre as partes.
(B) a prescrição da pretensão de responsabilidade civil por danos extracontratuais em face do Estado
prescreve no prazo de 3 (três) anos, conforme entendimento consolidado pelo Superior Tribunal de
Justiça.
(C) são pressupostos para a responsabilização extracontratual do Estado a existência de conduta
culposa ou dolosa de agente público, dano e nexo causal.
(D) a responsabilidade civil objetiva para o Estado, prevista na Constituição Federal, aplica-se
indistintamente às suas relações contratuais e extracontratuais.
(E) são causas excludentes do nexo de causalidade o fato exclusivo da vítima, o fato de terceiro e o
caso fortuito e força maior.

03. (Prefeitura de Natal/RN - Advogado – IDECAN/2016). Para a doutrina e jurisprudência


dominantes, a Responsabilidade Civil do Estado é subjetiva quando:
(A) Houver dano ambiental.
(B) A sua conduta for omissiva.
(C) A sua conduta for comissiva.
(D) For o caso de danos nucleares.

04. (Prefeitura de Barbacena/MG - Advogado – FCM/2016). A respeito da responsabilidade civil


extracontratual da Administração Pública, pode-se afirmar que
(A) as autarquias estão submetidas ao princípio da responsabilidade civil subjetiva, conforme previsão
da Constituição Federal de 1988.
(B) na história das constituições republicanas brasileiras, jamais foi acolhida a teoria do risco integral
no tocante à responsabilidade civil do Estado.
(C) a teoria francesa da faute du service ou também denominada como falta do serviço caracteriza-se
como uma hipótese de responsabilidade civil objetiva.
(D) o direito de regresso, em face do agente público responsável pelo dano resultante em
responsabilidade civil do Estado, dá- se independentemente de existência de culpa ou dolo em sua
conduta, uma vez que a responsabilidade do agente é objetiva.

05. (TER/PI - Analista Judiciário – Administrativa – CESPE/2016). Acerca da responsabilidade civil


do Estado, assinale a opção correta.
(A) Se ato danoso for praticado por agente público fora do período de expediente e do desempenho
de suas funções, a responsabilidade do Estado será afastada.
(B) Os danos oriundos de ato jurisdicional ensejam a responsabilização direta e objetiva do juiz prolator
da decisão.
(C) Em razão do princípio da supremacia do interesse público, são vedados o reconhecimento da
responsabilidade e a reparação de dano extrajudicial pela administração.
(D) A responsabilidade objetiva de empresa concessionária de serviço público alcança usuários e não
usuários do serviço público.
(E) A responsabilidade objetiva do Estado não alcança atos que produzam danos aos seus próprios
agentes, hipótese em que sua responsabilidade será subjetiva.

06. (ANS - Técnico Administrativo – FUNCAB/2016). No que se refere à responsabilidade civil do


Estado, é correto afirmar que:
(A) A absolvição na esfera criminal, por qualquer motivo, de um agente público faz com que não haja
responsabilidade civil por parte do Estado, já que ambas as esferas são vinculadas.
(B) o prazo prescricional para a reparação dos danos causados pelo Estado é de 5 anos, conforme o
Código Civil Brasileiro de 2002.

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(C) caso o particular venha a sofrer dano por parte do Estado, são cumuláveis as indenizações por
dano material e dano moral oriundos desse mesmo fato.
(D) não há previsão constitucional quanto à responsabilidade civil do Estado por atos jurisdicionais.
(E) somente as pessoas jurídicas de direito público responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de
dolo ou culpa.

07. (TRE/MA - Técnico Judiciário – Administrativo – IESES/2015). Sobre a responsabilidade civil


do Estado, é correto afirmar:
(A) A Constituição afasta expressamente o dever do Estado de indenizar o condenado por erro
judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença.
(B) A Constituição determina que o Estado somente responda por danos decorrentes de atos ilícitos,
já que os danos decorrentes de atividade lícita do Estado não são indenizáveis, até porque não poderá
haver direito à indenização se o Estado agir conforme a lei.
(C) A Constituição prevê a responsabilidade do Estado fundada na culpa do agente, cabendo ao
Estado a responsabilidade se comprovada a ação dolosa ou culposa do agente, a ocorrência do dano e
o nexo de causalidade.
(D) Com base no risco da atividade administrativa, a Constituição prevê a responsabilidade objetiva
do Estado, pelos danos que os seus agentes, nesta qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

08. (MPOG - Atividade Técnica - Direito, Administração, Ciências Contábeis e Economia –


FUNCAB/2015). A responsabilidade civil do Estado estará caracterizada mesmo que inexista:
(A) dano.
(B) dever originário.
(C) nexo causal.
(D) culpa.
(E) conduta.

09. (TCE/RJ - Auditor Substituto – FGV/2015). Acerca da responsabilidade civil extracontratual do


Estado, é correto afirmar que:
(A) há responsabilidade do Estado por danos causados a particulares decorrentes de lei declarada
inconstitucional pelo Poder Judiciário;
(B) a responsabilidade civil das concessionárias e permissionárias de serviço público pressupõe a
existência de falha na prestação do serviço;
(C) o Estado é solidariamente responsável por quaisquer danos decorrentes de condutas das
concessionárias e permissionárias de serviços públicos;
(D) o direito de regresso é exercido pelo Estado contra seus agentes que, agindo no horário de
trabalho, tenham intencionalmente dado causa a danos a terceiros;
(E) a indenização devida pelo Estado à vítima deve ser proporcional ao grau de culpabilidade do agente
estatal causador do dano.

10. (PC/GO - Papiloscopista – FUNIVERSA/2015). A respeito da responsabilidade civil do Estado,


assinale a alternativa correta.
(A) As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos apenas respondem
objetivamente perante os usuários dos serviços, sendo subjetiva a responsabilidade por danos causados
a não usuários dos serviços.
(B) O STJ decidiu, em sede de recurso repetitivo, que o prazo prescricional na hipótese de
responsabilidade civil do Estado é de 3 anos.
(C) O Estado responde por danos nucleares objetivamente, aplicando-se, nesta hipótese, a teoria do
risco integral.
(D) O Estado responderá objetivamente por atos praticados por seus agentes, aplicando-se em todo
caso a teoria do risco administrativo.
(E) O agente público responderá objetivamente pelos atos que causar nesta condição, cabendo ação
regressiva contra ele por parte do Estado.

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11. (SAP e JUS/GO - Agente de Segurança Prisional – FUNIVERSA/2015). Acerca da
responsabilidade civil do Estado, assinale a alternativa correta.
(A) O Estado possui responsabilidade objetiva nos casos de morte de preso sob a sua custódia,
independentemente da culpa dos agentes públicos.
(B) Em caso de suicídio de um detento, a responsabilidade do Estado é subjetiva.
(C) O Estado possui responsabilidade objetiva nos casos de morte de preso sob a sua custódia, mas
o fato de tratar-se de responsabilidade objetiva do Estado não dispensa a prova da culpa nesses casos.
(D) Em caso de suicídio de um detento, inexiste responsabilidade do Estado, pois este não tem a
obrigação de proteger os detentos contra si mesmos.
(E) O Estado possui responsabilidade subjetiva nos casos de homicídio de preso sob a sua custódia.

12. (Prefeitura de Caieiras/SP - Assistente Legislativo - VUNESP/2015) A responsabilidade dos


agentes públicos, quando, nesta qualidade, causam danos a terceiros, é:
(A) cumulativa e objetiva.
(B) individual e objetiva.
(C) concorrente e objetiva.
(D) regressiva e subjetiva.
(E) subsidiária e subjetiva.

13. (SEFAZ/MT - Auditor Fiscal Tributário da Receita Municipal - FGV/2014) Uma ambulância do
Município, ao transportar um paciente de emergência, com os avisos luminosos e sonoros ligados,
atropelou um pedestre que atravessava a rua fora da faixa, distraído com o seu telefone celular.
Considerando o tema da responsabilidade civil da Administração Pública, assinale a afirmativa correta.
(A) Está configurada a responsabilidade civil do Município, com suporte na teoria do risco integral, que
afasta a necessidade de demonstração de culpa.
(B) A responsabilidade civil do Município está afastada, mas o motorista da ambulância responde pelos
danos causados, se agiu com culpa.
(C) A responsabilidade do Município, no caso, depende da presença dos seguintes elementos: ação
do agente estatal, dano, nexo de causalidade e culpa.
(D) Não se configura, no caso descrito, a responsabilidade do Município, uma vez que as pessoas
jurídicas de direito público somente respondem por atos ilícitos.
(E) A responsabilidade do Município independe da demonstração de culpa do agente público, mas
pode ser mitigada ou mesmo excluída caso seja demonstrada a culpa concorrente ou exclusiva da vítima.

14. (TJ/RJ - Técnico de Atividade Judiciária - FGV/2014) Em relação à responsabilidade civil do


Estado por danos causados ao particular, é correto afirmar que ela:
(A) sempre será objetiva, independentemente do comportamento do Estado e de seus agentes, que
pode ser omissivo ou comissivo;
(B) sempre será subjetiva, exigindo que seja demonstrada a falta do serviço, o nexo de causalidade
entre a conduta dos agentes do Estado e o resultado lesivo, bem como o dolo ou a culpa destes últimos;
(C) será objetiva, na hipótese de atividade nuclear, gerando para os Estados e os Municípios o dever
jurídico de indenizar todos os danos causados;
(D) será sempre subjetiva, cabendo à vítima demonstrar a falta do serviço e o elemento subjetivo dos
agentes do Estado, somente sendo afastado o dever de indenizar se demonstrada a culpa exclusiva da
vítima;
(E) será objetiva no caso de atos comissivos dos agentes das pessoas jurídicas de direito público que,
nessa qualidade, causem danos a terceiros.

Respostas

01. Resposta: A
CF
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
( )
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

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02. Resposta: E
A responsabilidade do Poder Público não existirá ou será atenuada quanto a conduta da Administração
Pública não der causa ao prejuízo, ou concorrerem outras circunstâncias que possam afastar ou mitigar
sua responsabilidade. Em geral, são chamadas causas excludentes da responsabilidade estatal; a força
maior, o caso fortuito, a culpa exclusiva da vítima e a culpa de terceiro.
Nestes casos, não existindo nexo de causalidade entre a conduta da Administração e o dano ocorrido,
a responsabilidade estatal será afastada.

03. Resposta: B
Responsabilidade por omissão: Teoria da culpa administrativa ou da culpa do serviço. Depende de:
omissão + dever de agir + fato da natureza ou comportamento material de terceiro + dano + nexo entre o
dano e a omissão.

04. Resposta: B
TST - AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. AgR-
AIRR 6831520105030087 683-15.2010.5.03.0087 (TST). Data de publicação: 06/02/2013. Ementa:
ACIDENTE. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA.
ROMPIMENTO DO NEXO DE CAUSALIDADE. Para a caracterização do dever de indenizar, mesmo em
se tratando de responsabilidade objetiva, devem estar presentes o dano e o nexo de causalidade entre
as funções desempenhadas e o acidente. A existência de culpa exclusiva da vítima rompe o próprio nexo
causal, uma vez que não se pode ter por decorrente das funções desempenhadas pelo autor um acidente
que ele causou por negligência ou imprudência própria. Em casos tais, não há dever de reparar, uma vez
que inaplicável à seara trabalhista a teoria do risco integral, salvo nos casos constitucionalmente previstos
(art. 21, XXIII, d e 225, § 3º, da CF - danos nucleares e ambientais). Agravo regimental a que se nega
provimento. [...]."

05. Resposta: D
A responsabilidade civil objetiva das concessionárias, em razão do princípio da isonomia, se estende
aos usuários e aos não-usuários do serviço público. Assim entendeu o STF no informativo 557 (RE
591.874): O entendimento de que apenas os terceiros usuários do serviço gozariam de proteção
constitucional decorrente da responsabilidade objetiva do Estado, por terem o direito subjetivo de receber
um serviço adequado, contrapor-se-ia à própria natureza do serviço público, que, por definição, tem
caráter geral, estendendo-se, indistintamente, a todos os cidadãos, beneficiários diretos ou indiretos da
ação estatal.

06. Resposta: C
Segundo a Súmula 37 STJ, é possível cumular pedido de danos morais e materiais na mesma ação:
"São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato."

07. Resposta: D
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(...)
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

08. Resposta: D
O Brasil não adota a Teoria da Culpa. Valendo-se do art. 37, § 6º, da CF, o STF consagrou o
entendimento de que são os seguintes requisitos que compõem a responsabilidade civil no Brasil:
(a) dano; (b) alteridade do dano; (c) nexo causal; (d) ato estatal; (e) ausência de causa excludente da
responsabilidade estatal.

09. Resposta: A
O Estado responde pelo dano causado em decorrência de ato praticado com fundamento em lei
declarada inconstitucional. Contudo, o dever de indenizar o lesado por dano oriundo de ato legislativo ou
de ato administrativo decorrente de seu estrito cumprimento depende da declaração prévia e judicial da
inconstitucionalidade da lei correlata.

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10. Resposta: C
Nesta teoria, a indenização é sustentada mesmo nos casos de culpa exclusiva da vítima, fato de
terceiro, caso fortuito e força maior. Portanto, não admite-se, quando diante da teoria do risco integral,
qualquer forma de excludente de irresponsabilidade. A teoria do risco integral vem sido aceita em casos
onde a atividade desenvolvida pelo Estado traz consigo um risco maior do que o normal, como por
exemplo, transporte aéreo e desenvolvimento de tecnologia nuclear.

11. Resposta: A
INF. 520 STJ: A Administração Pública está obrigada ao pagamento de pensão e indenização por
danos morais no caso de morte por suicídio de detento ocorrido dentro de estabelecimento prisional
mantido pelo Estado. Nessas hipóteses, não é necessário perquirir eventual culpa da Administração
Pública. Na verdade, a responsabilidade civil estatal pela integridade dos presidiários é OBJETIVA. STJ.
2ª Turma. AgRg no REsp 1.305.259-SC, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 2/4/2013.

12. Resposta: D
A responsabilidade dos agentes públicos é regressiva e subjetiva. É regressiva, uma vez que, primeiro,
as pessoas jurídicas indenizam os prejuízos causados a terceiros, depois, ingressam com ação judicial
contra os agentes se estes forem os causadores do dano. É subjetiva, porque, o servidor só indenizará
prejuízos que tenha causado em caso de dolo ou de culpa. (art. 37, §6º, da CF).

13. Resposta: E
Na hipótese apresentada a responsabilidade do Município é objetiva, ou seja, independe da
demonstração de culpa do agente público, mas pode ser mitigada ou mesmo excluída caso seja
demonstrada a culpa concorrente ou exclusiva da vítima.

14. Resposta: E
A responsabilidade do Estado por danos causados ao particular será, em regra, objetiva. Contudo, a
responsabilidade do Poder Público não existirá ou será atenuada quanto a conduta da Administração
Pública não der causa ao prejuízo, ou concorrem outras circunstâncias que possam afastar ou mitigar
sua responsabilidade. Assim, no caso de atos comissivos dos agentes das pessoas jurídicas de direito
público que, nessa qualidade, causem danos a terceiros a responsabilidade civil do Estado é objetiva.

8 Lei Complementar nº 840/2011 (Regime Jurídico dos Servidores


Públicos Civis do Distrito Federal, das Autarquias e das Fundações
Públicas Distritais.)

LEI COMPLEMENTAR Nº 840, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis do Distrito Federal, das autarquias e das
fundações públicas distritais.

O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL,

Faço saber que a Câmara Legislativa do Distrito Federal decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Complementar:
TÍTULO I
CAPÍTULO ÚNICO
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Esta Lei Complementar institui o regime jurídico dos servidores públicos civis da administração
direta, autárquica e fundacional e dos órgãos relativamente autônomos do Distrito Federal.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, servidor público é a pessoa legalmente investida em
cargo público.

Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura


organizacional e cometidas a um servidor público.

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Parágrafo único. Os cargos públicos são criados por lei, com denominação própria e subsídio ou
vencimentos pagos pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão.

TÍTULO II
DOS CARGOS PÚBLICOS E DAS FUNÇÕES DE CONFIANÇA
CAPÍTULO I
DO PROVIMENTO
Seção I
Das Disposições Gerais

Art. 4º A investidura em cargo de provimento efetivo depende de prévia aprovação em concurso


público.

Art. 5º Os cargos em comissão, destinados exclusivamente às atribuições de direção, chefia e


assessoramento, são de livre nomeação e exoneração pela autoridade competente.
§ 1º Para os fins desta Lei Complementar, considera-se cargo em comissão:
I – de direção: aquele cujo desempenho envolva atribuições da administração superior;
II – de chefia: aquele cujo desempenho envolva relação direta e imediata de subordinação;
III – de assessoramento: aquele cujas atribuições sejam para auxiliar:
a) os detentores de mandato eletivo;
b) os ocupantes de cargos vitalícios;
c) os ocupantes de cargos de direção ou de chefia.
§ 2º Pelo menos cinquenta por cento dos cargos em comissão devem ser providos por servidor público
de carreira, nos casos e condições previstos em lei.
§ 3º É proibida a designação para função de confiança ou a nomeação para cargo em comissão,
incluídos os de natureza especial, de pessoa que tenha praticado ato tipificado como causa de
inelegibilidade prevista na legislação eleitoral, observado o mesmo prazo de incompatibilidade dessa
legislação.

Art. 6º As funções de confiança, privativas de servidor efetivo, destinam-se exclusivamente às


atribuições de direção, chefia e assessoramento.

Art. 7º São requisitos básicos para investidura em cargo público:


I – a nacionalidade brasileira;
II – o gozo dos direitos políticos;
III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V – a idade mínima de dezoito anos;
VI – a aptidão física e mental.
§ 1º A lei pode estabelecer requisitos específicos para a investidura em cargos públicos.
§ 2º O provimento de cargo público por estrangeiro deve observar o disposto em lei federal.
§ 3º Os requisitos para investidura em cargo público devem ser comprovados por ocasião da posse.

Art. 8º São formas de provimento de cargo público:


I – nomeação;
II – reversão;
III – aproveitamento;
IV – reintegração;
V – recondução.

Art. 9º É vedado editar atos de nomeação, posse ou exercício com efeito retroativo.

Art. 10. O ato de provimento de cargo público compete ao:


I – Governador, no Poder Executivo;
II – Presidente da Câmara Legislativa;
III – Presidente do Tribunal de Contas.

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Seção II
Do Concurso Público

Art. 11. As normas gerais sobre concurso público são as fixadas em lei específica.
§ 1º (VETADO).
§ 2º O concurso público é de provas ou de provas e títulos, conforme dispuser a lei do respectivo plano
de carreira.

Art. 12. O edital de concurso público tem de reservar vinte por cento das vagas para serem preenchidas
por pessoa com deficiência, desprezada a parte decimal.
§ 1º A vaga não preenchida na forma do caput reverte-se para provimento dos demais candidatos.
§ 2º A deficiência e a compatibilidade para as atribuições do cargo são verificadas antes da posse,
garantido recurso em caso de decisão denegatória, com suspensão da contagem do prazo para a posse.
§ 3º Não estão abrangidas pelos benefícios deste artigo a pessoa com deficiência apta para trabalhar
normalmente e a inapta para qualquer trabalho.

Art. 13. O concurso público tem validade de até dois anos, a qual pode ser prorrogada uma única vez,
por igual período, na forma do edital.
§ 1º No período de validade do concurso público, o candidato aprovado deve ser nomeado com
prioridade sobre novos concursados para assumir cargo na carreira.
§ 2º O candidato aprovado em concurso público, no prazo de cinco dias contados da publicação do
ato de nomeação, pode solicitar seu reposicionamento para o final da lista de classificação.

Seção III
Da Nomeação

Art. 14. A nomeação faz-se em cargo:


I – de provimento efetivo;
II – em comissão.
§ 1º A nomeação para cargo efetivo deve observar a ordem de classificação e o prazo de validade do
concurso público.
§ 2º O candidato aprovado no número de vagas previstas no edital do concurso tem direito à nomeação
no cargo para o qual concorreu.

Art. 15. O servidor ocupante de cargo em comissão pode ser nomeado para ter exercício,
interinamente, em outro cargo em comissão, hipótese em que deve:
I – acumular as atribuições de ambos os cargos;
II – optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade.

Art. 16. É vedada a nomeação, para cargo em comissão ou a designação para função de confiança,
do cônjuge, de companheiro ou de parente, por consanguinidade até o terceiro grau ou por afinidade:
I – do Governador e do Vice-Governador, na administração pública direta, autárquica ou fundacional
do Poder Executivo;
II – de Deputado Distrital, na Câmara Legislativa;
III – de Conselheiro, Auditor ou Procurador do Ministério Público, no Tribunal de Contas;
IV – (VETADO).
§ 1º As vedações deste artigo aplicam-se:
I – aos casos de reciprocidade de nomeação ou designação;
II – às relações homoafetivas.
§ 2º Não se inclui nas vedações deste artigo a nomeação ou a designação:
I – de servidor ocupante de cargo de provimento efetivo, incluídos os aposentados, desde que seja
observada:
a) a compatibilidade do grau de escolaridade do cargo efetivo com o cargo em comissão ou a função
de confiança;
b) a compatibilidade e a complexidade das atribuições do cargo efetivo com o cargo em comissão ou
a função de confiança;
II – realizada antes do início do vínculo familiar entre o agente público e o nomeado ou designado;

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III – de pessoa já em exercício no mesmo órgão, autarquia ou fundação antes do início do vínculo
familiar com o agente público, para cargo, função ou emprego de nível hierárquico igual ou mais baixo
que o anteriormente ocupado.
§ 3º Em qualquer caso, é vedada a manutenção de familiar ocupante de cargo em comissão ou função
de confiança sob subordinação hierárquica mediata ou imediata.

Seção IV
Da Posse e do Exercício

Art. 17. A posse ocorre com a assinatura do respectivo termo, do qual devem constar as atribuições,
os direitos e os deveres inerentes ao cargo ocupado.
§ 1º A posse deve ocorrer no prazo de trinta dias, contados da publicação do ato de nomeação.
§ 2º O prazo de que trata o § 1º pode ser prorrogado para ter início após o término das licenças ou dos
afastamentos seguintes:
I – licença médica ou odontológica;
II – licença-maternidade;
III – licença-paternidade;
IV – licença para o serviço militar.
§ 3º A posse pode ocorrer mediante procuração com poderes específicos.
§ 4º Só há posse nos casos de provimento por nomeação.
§ 5º Deve ser tornado sem efeito o ato de nomeação se a posse não ocorrer no prazo previsto neste
artigo.

Art. 18. Por ocasião da posse, é exigido do nomeado apresentar:


I – os comprovantes de satisfação dos requisitos previstos no art. 7º e nas normas específicas para a
investidura no cargo;
II – declaração:
a) de bens e valores que constituem seu patrimônio;
b) sobre acumulação ou não de cargo ou emprego público, bem como de proventos da aposentadoria
de regime próprio de previdência social;
c) sobre a existência ou não de impedimento para o exercício de cargo público.
§ 1º É nulo o ato de posse realizado sem a apresentação dos documentos a que se refere este artigo.
§ 2º A aptidão física e mental é verificada em inspeção médica oficial.
§ 3º A declaração prevista no inciso II, a, deve ser feita em formulário fornecido pelo setor de pessoal
da repartição, e dele deve constar campo para informar bens, valores, dívidas e ônus reais exigidos na
declaração anual do imposto de renda da pessoa física, com as seguintes especificações:
I – a descrição do bem, com sua localização, especificações gerais, data e valor da aquisição, nome
do vendedor e valor das benfeitorias, se houver;
II – as dívidas e o ônus real sobre os bens, com suas especificações gerais, valor e prazo para
quitação, bem como o nome do credor;
III – a fonte de renda dos últimos doze meses, com a especificação do valor auferido no período.

Art. 19. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público.


§ 1º O servidor não pode entrar em exercício:
I – se ocupar cargo inacumulável, sem comprovar a exoneração ou a vacância de que trata o art. 54;
II – se ocupar cargo acumulável, sem comprovar a compatibilidade de horários;
III – se receber proventos de aposentadoria inacumuláveis com a remuneração ou subsídio do cargo
efetivo, sem comprovar a opção por uma das formas de pagamento.
§ 2º É de cinco dias úteis o prazo para o servidor entrar em exercício, contado da posse.
§ 3º Compete ao titular da unidade administrativa onde for lotado o servidor dar-lhe exercício.
§ 4º Com o exercício, inicia-se a contagem do tempo efetivo de serviço.
§ 5º O servidor que não entrar em exercício no prazo do § 2º deve ser exonerado.

Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor tem de apresentar ao órgão competente os documentos
necessários aos assentamentos individuais.
Parágrafo único. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício são registrados nos
assentamentos individuais do servidor.

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Art. 21. O exercício de função de confiança inicia-se com a publicação do ato de designação, salvo
quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer motivo legal, hipótese em que o exercício
se inicia no primeiro dia útil após o término do impedimento, que não pode exceder a trinta dias da
publicação.
Seção V
Do Estágio Probatório

Art. 22. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo fica sujeito ao
estágio probatório pelo prazo de três anos.

Art. 23. Na hipótese de acumulação lícita de cargos, o estágio probatório é cumprido em relação a
cada cargo em cujo exercício esteja o servidor, vedado o aproveitamento de prazo ou pontuação.

Art. 24. O servidor pode desistir do estágio probatório e ser reconduzido ao cargo de provimento efetivo
anteriormente ocupado no qual já possuía estabilidade, observado o disposto no art. 37.
Parágrafo único. Não pode desistir do estágio probatório o servidor que responde a processo
disciplinar.

Art. 25. É vedado à administração pública conceder licença não remunerada ou autorizar afastamento
sem remuneração ao servidor em estágio probatório.
§ 1º Excetua-se do disposto neste artigo o afastamento para o serviço militar ou para o exercício de
mandato eletivo.
§ 2º A vedação de que trata este artigo aplica-se ao gozo de licença-prêmio por assiduidade.

Art. 26. O servidor em estágio probatório pode:


I – exercer qualquer cargo em comissão ou função de confiança no órgão, autarquia ou fundação de
lotação;
II – ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargo de natureza especial ou de equivalente
nível hierárquico.

Art. 27. Fica suspensa a contagem do tempo de estágio probatório quando ocorrer:
I – o afastamento de que tratam os arts. 26, II, e 162;
II – licença remunerada por motivo de doença em pessoa da família do servidor.

Art. 28. Durante o estágio probatório, são avaliadas a aptidão, a capacidade e a eficiência do servidor
para o desempenho do cargo, com a observância dos fatores:
I – assiduidade;
II – pontualidade;
III – disciplina;
IV – capacidade de iniciativa;
V – produtividade;
VI – responsabilidade.
§ 1º O Poder Executivo e os órgãos do Poder Legislativo devem regulamentar, em seus respectivos
âmbitos de atuação, os procedimentos de avaliação do estágio probatório, observado, no mínimo, o
seguinte:
I – até o trigésimo mês do estágio probatório, a avaliação é feita semestralmente, com pontuação por
notas numéricas de zero a dez;
II – as avaliações de que trata o inciso I são feitas pela chefia imediata do servidor, em ficha
previamente preparada e da qual conste, pelo menos, o seguinte:
a) as principais atribuições, tarefas e rotinas a serem desempenhadas pelo servidor, no semestre de
avaliação;
b) os elementos e os fatores previstos neste artigo;
c) o ciente do servidor avaliado.
§ 2º Em todas as avaliações, é assegurado ao avaliado:
I – o amplo acesso aos critérios de avaliação;
II – o conhecimento dos motivos das notas que lhe foram atribuídas;
III – o contraditório e a ampla defesa, nos termos desta Lei Complementar.
§ 3º As avaliações devem ser monitoradas pela comissão de que trata o art. 29.

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Art. 29. A avaliação especial, prevista na Constituição Federal como condição para aquisição da
estabilidade, deve ser feita por comissão, quatro meses antes de terminar o estágio probatório.
§ 1º A comissão de que trata este artigo é composta por três servidores estáveis do mesmo cargo ou
de cargo de escolaridade superior da mesma carreira do avaliado.
§ 2º Não sendo possível a aplicação do disposto no § 1º, a composição da comissão deve ser definida,
conforme o caso:
I – pelo Presidente da Câmara Legislativa;
II – pelo Presidente do Tribunal de Contas;
III – pelo Secretário de Estado a que o avaliado esteja subordinado, incluídos os servidores de
autarquia, fundação e demais órgãos vinculados.
§ 3º Para proceder à avaliação especial, a comissão deve observar os seguintes procedimentos:
I – adotar, como subsídios para sua decisão, as avaliações feitas na forma do art. 28, incluídos
eventuais pedidos de reconsideração, recursos e decisões sobre eles proferidas;
II – ouvir, separadamente, o avaliador e, em seguida, o avaliado;
III – realizar, a pedido ou de ofício, as diligências que eventualmente emergirem das oitivas de que
trata o inciso II;
IV – aprovar ou reprovar o servidor no estágio probatório, por decisão fundamentada.
§ 4º Contra a reprovação no estágio probatório cabe pedido de reconsideração ou recurso, a serem
processados na forma desta Lei Complementar.

Art. 30. As autoridades de que trata o art. 29, § 2º, são competentes para:
I – julgar, em única e última instância, qualquer recurso interposto na forma do art. 29;
II – homologar o resultado da avaliação especial feita pela comissão e, como consequência, efetivar o
servidor no cargo, quando ele for aprovado no estágio probatório.

Art. 31. O servidor reprovado no estágio probatório deve ser, conforme o caso, exonerado ou
reconduzido ao cargo de origem.
Seção VI
Da Estabilidade

Art. 32. O servidor ocupante de cargo de provimento efetivo regularmente aprovado no estágio
probatório adquire estabilidade no serviço público ao completar três anos de efetivo exercício.

Art. 33. O servidor estável só perde o cargo nas hipóteses previstas na Constituição Federal.

Seção VII
Da Reversão

Art. 34. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:


I – por invalidez, quando, por junta médica oficial, ficar comprovada a sua reabilitação;
II – quando constatada, administrativa ou judicialmente, a insubsistência dos fundamentos de
concessão da aposentadoria;
III – voluntariamente, desde que, cumulativamente:
a) haja manifesto interesse da administração, expresso em edital que fixe os critérios de reversão
voluntária aos interessados que estejam em igual situação;
b) tenham decorrido menos de cinco anos da data de aposentadoria;
c) haja cargo vago.
§ 1º É de quinze dias úteis o prazo para o servidor retornar ao exercício do cargo, contados da data
em que tomou ciência da reversão.
§ 2º Não pode reverter o aposentado que tenha completado setenta anos.

Art. 35. A reversão deve ser feita no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação.
Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 34, I e II, encontrando-se provido o cargo, o servidor deve
exercer suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.

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Seção VIII
Da Reintegração

Art. 36. A reintegração é a reinvestidura do servidor no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo


resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial,
com o restabelecimento dos direitos que deixou de auferir no período em que esteve demitido.
§ 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor fica em disponibilidade, observado o disposto
nos arts. 38, 39 e 40.
§ 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante deve ser reconduzido ao cargo de
origem, sem direito a indenização, ou aproveitado em outro cargo ou, ainda, posto em disponibilidade.
§ 3º É de cinco dias úteis o prazo para o servidor retornar ao exercício do cargo, contados da data em
que tomou ciência do ato de reintegração.

Seção IX
Da Recondução

Art. 37. A recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado, observado o
disposto no art. 202, § 3º, e decorre de:
I – reprovação em estágio probatório;
II – desistência de estágio probatório;
III – reintegração do anterior ocupante.
§ 1º Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor tem de ser aproveitado em outro cargo,
observado o disposto no art. 39.
§ 2º O servidor tem de retornar ao exercício do cargo até o dia seguinte ao da ciência do ato de
recondução.

Seção X
Da Disponibilidade e do Aproveitamento

Art. 38. O servidor só pode ser posto em disponibilidade nos casos previstos na Constituição Federal.
Parágrafo único. A remuneração do servidor posto em disponibilidade, proporcional ao tempo de
serviço, não pode ser inferior a um terço do que percebia no mês anterior ao da disponibilidade.

Art. 39. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade é feito mediante aproveitamento:


I – no mesmo cargo;
II – em cargo resultante da transformação do cargo anteriormente ocupado;
III – em outro cargo, observada a compatibilidade de atribuições e vencimentos ou subsídio do cargo
anteriormente ocupado.

Art. 40. É obrigatório o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade, assim que houver vaga
em órgão, autarquia ou fundação.
§ 1º É de trinta dias o prazo para o servidor retornar ao exercício, contados da data em que tomou
ciência do aproveitamento.
§ 2º Deve ser tornado sem efeito o aproveitamento e ser cassada a disponibilidade, se o servidor não
retornar ao exercício no prazo do § 1º, salvo se por doença comprovada por junta médica oficial.

CAPÍTULO II
DOS REMANEJAMENTOS
Seção I
Da Remoção

Art. 41. Remoção é o deslocamento da lotação do servidor, no mesmo órgão, autarquia ou fundação
e na mesma carreira, de uma localidade para outra.
§ 1º A remoção é feita a pedido de servidor que preencha as condições fixadas no edital do concurso
aberto para essa finalidade.
§ 2º O sindicato respectivo tem de ser ouvido em todas as etapas do concurso de remoção.
§ 3º A remoção de ofício destina-se exclusivamente a atender a necessidade de serviços que não
comporte o concurso de remoção.

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Art. 42. É lícita a permuta entre servidores do mesmo cargo, mediante autorização prévia das
respectivas chefias.

Seção II
Da Redistribuição

Art. 43. Redistribuição é o deslocamento do cargo, ocupado ou vago, para outro órgão, autarquia ou
fundação do mesmo Poder.
§ 1º A redistribuição dá-se:
I – para cargo de uma mesma carreira, no caso de reorganização ou ajustamento de quadro de pessoal
às necessidades do serviço;
II – no caso de extinção ou criação de órgão, autarquia ou fundação.
§ 2º Nas hipóteses do § 1º, II, devem ser observados o interesse da administração pública, a vinculação
entre os graus de complexidade e responsabilidade do cargo, a correlação das atribuições, a equivalência
entre os vencimentos ou subsídio e a prévia apreciação do órgão central de pessoal.

CAPÍTULO III
DA SUBSTITUIÇÃO

Art. 44. O ocupante de cargo ou função de direção ou chefia tem substituto indicado no regimento
interno ou, no caso de omissão, previamente designado pela autoridade competente.
§ 1º O substituto deve assumir automaticamente o exercício do cargo ou função de direção ou chefia:
I – em licenças, afastamentos, férias e demais ausências ou impedimentos legais ou regulamentares
do titular;
II – em caso de vacância do cargo.
§ 2º O substituto faz jus aos vencimentos ou subsídio pelo exercício do cargo de direção ou chefia,
pagos na proporção dos dias de efetiva substituição.

Art. 45. O disposto no art. 44 aplica-se aos titulares de unidades administrativas organizadas em nível
de assessoria.

CAPÍTULO IV
DA ACUMULAÇÃO

Art. 46. É proibida a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, para:
I – dois cargos de professor;
II – um cargo de professor com outro técnico ou científico;
III – dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
§ 1º Presume-se como cargo de natureza técnica ou científica, para os fins do inciso II, qualquer cargo
público para o qual se exija educação superior ou educação profissional, ministrada na forma e nas
condições previstas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
§ 2º A proibição de acumular estende-se:
I – a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
economia mista, suas subsidiárias e sociedades controladas direta ou indiretamente pelo poder público;
II – aos proventos de aposentadoria pagos por regime próprio de previdência social do Distrito Federal,
da União, de Estado ou Município, ressalvados os proventos decorrentes de cargo acumulável na forma
deste artigo.
§ 3º O servidor que acumular licitamente cargo público fica obrigado a comprovar anualmente a
compatibilidade de horários.

Art. 47. Ressalvados os casos de interinidade e substituição, o servidor não pode:


I – exercer mais de um cargo em comissão ou função de confiança;
II – acumular cargo em comissão com função de confiança.

Art. 48. Verificada, a qualquer tempo, a acumulação ilegal de cargos, empregos, funções públicas ou
proventos de aposentadoria, o servidor deve ser notificado para apresentar opção no prazo improrrogável
de dez dias, contados da data da ciência da notificação.

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§ 1º Em decorrência da opção, o servidor deve ser exonerado do cargo, emprego ou função por que
não mais tenha interesse.
§ 2º Com a opção pela renúncia aos proventos de aposentadoria, o seu pagamento cessa
imediatamente.
§ 3º Se o servidor não fizer a opção no prazo deste artigo, o setor de pessoal da repartição deve
solicitar à autoridade competente a instauração de processo disciplinar para apuração e regularização
imediata.
§ 4º Instaurado o processo disciplinar, se o servidor, até o último dia de prazo para defesa escrita, fizer
a opção de que trata este artigo, o processo deve ser arquivado, sem julgamento do mérito.
§ 5º O disposto no § 4º não se aplica se houver declaração falsa feita pelo servidor sobre acumulação
de cargos.
§ 6º Caracterizada no processo disciplinar a acumulação ilegal, a administração pública deve observar
o seguinte:
I – reconhecida a boa-fé, exonerar o servidor do cargo vinculado ao órgão, autarquia ou fundação onde
o processo foi instaurado;
II – provada a má-fé, aplicar a sanção de demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou
disponibilidade em relação aos cargos ou empregos em regime de acumulação ilegal, hipótese em que
os órgãos ou entidades de vinculação devem ser comunicados.

Art. 49. É vedada a participação de servidor, salvo na condição de Secretário de Estado, ainda que
suplente, em mais de um conselho, comissão, comitê, órgão de deliberação coletiva ou assemelhado, na
administração direta, autárquica ou fundacional do Distrito Federal.
§ 1º É vedada a remuneração pela participação em mais de um conselho.
§ 2º É permitida, observado o disposto no § 1º, a participação remunerada de servidor em conselho
de administração ou conselho fiscal de empresa pública ou sociedade de economia mista em que o
Distrito Federal detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social.

CAPÍTULO V
DA VACÂNCIA

Art. 50. A vacância do cargo público decorre de:


I – exoneração;
II – demissão;
III – destituição de cargo em comissão;
IV – aposentadoria;
V – falecimento;
VI – perda do cargo, nos demais casos previstos na Constituição Federal.

Art. 51. A exoneração de cargo de provimento efetivo dá-se a pedido do servidor ou de ofício.
Parágrafo único. A exoneração de ofício dá-se, exclusivamente, quando o servidor:
I – for reprovado no estágio probatório;
II – tendo tomado posse, não entrar em exercício no prazo estabelecido.

Art. 52. A exoneração de cargo em comissão dá-se:


I – a critério da autoridade competente;
II – a pedido do servidor.
Art. 53. A servidora gestante que ocupe cargo em comissão sem vínculo com o serviço público não
pode, sem justa causa, ser exonerada de ofício, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após
o parto, salvo mediante indenização paga na forma do regulamento.
Parágrafo único. Deve ser tornado sem efeito o ato de exoneração, quando constatado que a servidora
estava gestante e não foi indenizada.

Art. 54. Ao tomar posse em outro cargo inacumulável de qualquer órgão, autarquia ou fundação do
Distrito Federal, o servidor estável pode pedir a vacância do cargo efetivo por ele ocupado, observando-
se o seguinte:
I – durante o prazo de que trata o art. 32, o servidor pode retornar ao cargo anteriormente ocupado,
nos casos previstos no art. 37;
II – o cargo para o qual se pediu vacância pode ser provido pela administração pública.

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TÍTULO III
DAS CARREIRAS E DO REGIME E DA JORNADA DE TRABALHO
CAPÍTULO I
DAS CARREIRAS
Seção I
Das Disposições Gerais

Art. 55. Os cargos de provimento efetivo são organizados em carreira, criada por lei, que deve fixar:
I – a denominação, o quantitativo e as atribuições dos cargos;
II – os requisitos para investidura no cargo e desenvolvimento na carreira;
III – a estrutura da carreira com a fixação dos vencimentos ou do subsídio;
IV – os critérios de capacitação;
V – o regime e a jornada de trabalho.
Parágrafo único. As alterações de requisitos para provimento de cargo público de carreira aplicam-se,
exclusivamente, àqueles servidores cujo ingresso se der após elas terem sido publicadas.

Seção II
Da Promoção

Art. 56. Salvo disposição legal em contrário, a promoção é a movimentação de servidor do último
padrão de uma classe para o primeiro padrão da classe imediatamente superior.
§ 1º A promoção dá-se por merecimento ou por antiguidade, na forma do plano de carreira de cada
categoria funcional.
§ 2º A promoção não interrompe o tempo de exercício no cargo.

CAPÍTULO II
DO REGIME E DA JORNADA DE TRABALHO

Art. 57. Salvo disposição legal em contrário, o servidor efetivo fica sujeito ao regime de trabalho de
trinta horas semanais.
§ 1º No interesse da administração pública e mediante anuência do servidor, o regime de trabalho
pode ser ampliado para quarenta horas semanais, observada a proporcionalidade salarial.
§ 2º É vedado aplicar ao regime de trabalho interpretação por analogia, extensão ou semelhança de
atribuições.
§ 3º A jornada de trabalho em sistema de escala de revezamento deve ser definida em lei ou
regulamento, observando o registro em folha de ponto do horário de entrada e de saída.

Art. 58. O servidor ocupante de cargo em comissão ou no exercício de função de confiança tem regime
de trabalho de quarenta horas semanais, com integral dedicação ao serviço.

Art. 59. No serviço noturno, a hora é considerada como tendo cinquenta e dois minutos e trinta
segundos.
Parágrafo único. Considera-se noturno o serviço prestado entre as vinte e duas horas de um dia e as
cinco horas do dia seguinte.
Art. 60. Para atender a situações excepcionais e temporárias do serviço, a jornada de trabalho pode
ser ampliada, a título de serviço extraordinário, em até duas horas.
Parágrafo único. Nos casos de risco de comprometimento da ordem e da saúde públicas, o Governador
pode autorizar, excepcionalmente, a extrapolação dos limites previstos neste artigo, para os servidores
que atuem diretamente nas áreas envolvidas.

Art. 61. Pode ser concedido horário especial:


I – ao servidor com deficiência, quando comprovada a necessidade por junta médica oficial;
II – ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente com deficiência;
III – ao servidor matriculado em curso da educação básica e da educação superior, quando
comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da unidade administrativa, sem prejuízo do
exercício do cargo;
IV – na hipótese do art. 100, § 2º.
§ 1º Para o servidor com deficiência, o horário especial consiste na redução de até vinte por cento da
jornada de trabalho.

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§ 2º Nos casos dos incisos II a IV, é exigida do servidor a compensação de horário na unidade
administrativa, de modo a cumprir integralmente o regime semanal de trabalho.
§ 3º O servidor estudante tem de comprovar, mensalmente, a frequência escolar.

Art. 62. Sem prejuízo da remuneração ou subsídio, o servidor pode ausentar-se do serviço, mediante
comunicação prévia à chefia imediata:
I – por um dia para:
a) doar sangue;
b) realizar, uma vez por ano, exames médicos preventivos ou periódicos voltados ao controle de câncer
de próstata, de mama ou do colo de útero;
II – por até dois dias, para se alistar como eleitor ou requerer transferência do domicílio eleitoral;
III – por oito dias consecutivos, incluído o dia da ocorrência, em razão de:
a) casamento;
b) falecimento do cônjuge, companheiro, parceiro homoafetivo, pai, mãe, padrasto, madrasta, filho,
irmão, enteado ou menor sob guarda ou tutela.

Art. 63. Em caso de falta ao serviço, atraso, ausência ou saída antecipada, desde que devidamente
justificados, é facultado à chefia imediata, atendendo a requerimento do interessado, autorizar a
compensação de horário a ser realizada até o final do mês subsequente ao da ocorrência.
§ 1º O atraso, a ausência justificada ou a saída antecipada são computados por minutos, a serem
convertidos em hora, dentro de cada mês.
§ 2º Apurado o tempo na forma do § 1º, são desprezados os resíduos inferiores a sessenta minutos.
§ 3º Toda compensação de horário deve ser registrada pela chefia imediata junto ao setor de pessoal
da repartição.

Art. 64. As faltas injustificadas ao serviço configuram:


I – abandono do cargo, se ocorrerem por mais de trinta dias consecutivos;
II – inassiduidade habitual, se ocorrerem por mais de sessenta dias, interpoladamente, no período de
doze meses.

Art. 65. Salvo na hipótese de licença ou afastamento prevista no art. 17, § 2º, considera-se falta
injustificada, especialmente, a que decorra de:
I – não retorno ao exercício, no prazo fixado nesta Lei Complementar, em caso de reversão,
reintegração, recondução ou aproveitamento;
II – não apresentação imediata para exercício no órgão, autarquia ou fundação, em caso de remoção
ou redistribuição;
III – interstício entre:
a) o afastamento do órgão, autarquia ou fundação de origem e o exercício no órgão ou entidade para
o qual o servidor foi cedido ou colocado à disposição;
b) o término da cessão ou da disposição de que trata a alínea a e o reinício do exercício no órgão,
autarquia ou fundação de origem.

TÍTULO IV
DOS DIREITOS
CAPÍTULO I
DO SISTEMA REMUNERATÓRIO
Seção I
Dos Conceitos Gerais

Art. 66. A retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público é fixada em lei, sob a forma de subsídio
ou remuneração mensal.
§ 1º O valor diário da remuneração ou subsídio obtém-se dividindo-se o valor da retribuição pecuniária
mensal por trinta.
§ 2º O valor horário da remuneração ou subsídio obtém-se dividindo-se a retribuição pecuniária mensal
pelo quíntuplo da carga horária semanal.
§ 3º Na retribuição pecuniária mensal de que tratam os §§ 1º e 2º, não se incluem:
I – as vantagens de natureza periódica ou eventual, as de caráter indenizatório, o adicional noturno e
o adicional por serviço extraordinário;
II – os acréscimos de que trata o art. 67, I a VII.

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Art. 67. O subsídio é constituído de parcela única, e a ele pode ser acrescido, exclusivamente:
I – o décimo terceiro salário;
II – o adicional de férias;
III – o auxílio-natalidade;
IV – o abono de permanência;
V – o adicional por serviço extraordinário;
VI – o adicional noturno;
VII – as vantagens de caráter indenizatório;
VIII – a remuneração ou subsídio:
a) pelo exercício de cargo em comissão ou de função de confiança, de que trata o art. 77;
b) decorrente de substituições.

Art. 68. A remuneração é constituída de parcelas e compreende:


I – os vencimentos, que se compõem:
a) do vencimento básico;
b) das vantagens permanentes relativas ao cargo;
II – as vantagens relativas às peculiaridades de trabalho;
III – as vantagens pessoais;
IV – as vantagens de natureza periódica ou eventual;
V – as vantagens de caráter indenizatório.

Art. 69. Os vencimentos ou o subsídio são irredutíveis.

Art. 70. A remuneração ou o subsídio dos ocupantes de cargos e funções públicos da administração
direta, autárquica e fundacional, incluídos os cargos preenchidos por mandato eletivo, e os proventos, as
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens
pessoais ou de qualquer outra natureza, não podem exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
Desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.
§ 1º O valor do teto de remuneração ou subsídio deve ser publicado no Diário Oficial do Distrito Federal
pelo Poder Executivo sempre que se alterar o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça do
Distrito Federal e Territórios.
§ 2º Excluem-se do valor do teto de remuneração o décimo terceiro salário, o adiantamento de férias,
o adicional de férias, o auxílio-natalidade, o auxílio pré-escolar e as vantagens de caráter indenizatório.

Seção II
Do Vencimento Básico e do Subsídio

Art. 71. O vencimento básico é fixado por padrão na tabela de remuneração da carreira.

Art. 72. Na fixação do subsídio ou dos padrões do vencimento básico e das demais parcelas do sistema
remuneratório, devem ser observados:
I – a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira;
II – os requisitos para investidura;
III – as peculiaridades dos cargos.

Art. 73. O subsídio ou o vencimento básico inicial da carreira não pode ser inferior ao salário-mínimo.
§ 1º O valor do subsídio ou do vencimento básico deve ser complementado, sempre que ficar abaixo
do salário-mínimo.
§ 2º (Parágrafo declarado inconstitucional: ADI nº 2013 00 2 027321-3 – TJDFT, Diário de Justiça, de
16/8/2016.)

Seção III
Das Vantagens

Art. 74. Além do vencimento básico, podem ser pagas ao servidor, como vantagens, as seguintes
parcelas remuneratórias:
I – gratificações;
II – adicionais;

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III – abonos;
IV – indenizações.
§ 1º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento, nos casos e nas condições
indicados em lei.
§ 2º As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito.

Art. 75. As vantagens pecuniárias não são computadas, nem acumuladas, para efeito de concessão
de qualquer outro acréscimo pecuniário ulterior.

Seção IV
Das Vantagens Permanentes Relativas ao Cargo

Art. 76. As vantagens permanentes relativas ao cargo, criadas por lei, compreendem as gratificações
e os adicionais vinculados aos cargos de carreira ou ao seu exercício.

Seção V
Das Vantagens Relativas às Peculiaridades de Trabalho
Subseção I
Da Gratificação de Função de Confiança e dos Vencimentos de Cargo em Comissão

Art. 77. Sem prejuízo da remuneração ou subsídio do cargo efetivo, o servidor faz jus:
I – ao valor integral da função de confiança para a qual foi designado;
II – a oitenta por cento dos vencimentos ou subsídio do cargo em comissão por ele exercido, salvo
disposição legal em contrário.
§ 1º As férias, o adicional de férias e o décimo terceiro salário são pagos proporcionalmente aos meses
de efetivo exercício do servidor efetivo no cargo em comissão ou função de confiança.
§ 2º O servidor efetivo pode optar pelo valor integral do cargo em comissão, hipótese em que não pode
perceber o subsídio ou a remuneração do cargo efetivo.

Art. 78. O disposto no art. 77 aplica-se ao servidor ou empregado requisitado de qualquer órgão ou
entidade dos Poderes do Distrito Federal, da União, de Estado ou Município.

Subseção II
Dos Adicionais de Insalubridade e de Periculosidade

Art. 79. O servidor que trabalha com habitualidade em locais insalubres ou em contato permanente
com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida faz jus a um adicional de insalubridade ou de
periculosidade.
§ 1º O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de periculosidade tem de optar por um
deles.
§ 2º O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade cessa com a eliminação das condições
ou dos riscos que deram causa a sua concessão.

Art. 80. Deve haver permanente controle da atividade de servidores em operações ou locais
considerados insalubres ou perigosos.
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante, enquanto durar a gestação e a lactação, deve
exercer suas atividades em local salubre e em serviço não perigoso.

Art. 81. Na concessão dos adicionais de insalubridade ou de periculosidade, devem ser observadas
as situações estabelecidas em legislação específica.

Art. 82. Os locais de trabalho e os servidores que operam com raios X ou substâncias radioativas
devem ser mantidos sob controle permanente, de modo que as doses de radiação ionizante não
ultrapassem o nível máximo previsto na legislação própria.
Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo devem ser submetidos a exames médicos
a cada seis meses.

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Art. 83. O adicional de insalubridade ou de periculosidade é devido nos termos das normas legais e
regulamentares pertinentes aos trabalhadores em geral, observados os percentuais seguintes, incidentes
sobre o vencimento básico:
I – cinco, dez ou vinte por cento, no caso de insalubridade nos graus mínimo, médio ou máximo,
respectivamente;
II – dez por cento, no caso de periculosidade.
§ 1º O adicional de irradiação ionizante deve ser concedido nos percentuais de cinco, dez ou vinte por
cento, na forma do regulamento.
§ 2º A gratificação por trabalhos com raios X ou substâncias radioativas é concedida no percentual de
dez por cento.
Subseção III
Do Adicional por Serviço Extraordinário

Art. 84. O serviço extraordinário é remunerado com acréscimo de cinquenta por cento em relação ao
valor da remuneração ou subsídio da hora normal de trabalho.

Subseção IV
Do Adicional Noturno

Art. 85. O serviço noturno a que se refere o art. 59 é remunerado com acréscimo de vinte e cinco por
cento sobre o valor da remuneração ou subsídio da hora trabalhada.
Parágrafo único. O adicional noturno incide sobre o adicional de serviço extraordinário.

Seção VI
Das Vantagens Pessoais
Subseção I
Das Disposições Gerais

Art. 86. Consideram-se pessoais as parcelas da remuneração que dependam da situação individual
de cada servidor perante a administração pública.

Art. 87. As vantagens pessoais, uma vez adquiridas, incorporam-se à remuneração.

Subseção II
Do Adicional por Tempo de Serviço

Art. 88. O adicional por tempo de serviço é devido à razão de um por cento sobre o vencimento básico
do cargo de provimento efetivo por ano de efetivo serviço.
Parágrafo único. O adicional de tempo de serviço é devido a partir do mês em que o servidor completar
o anuênio.

Subseção III
Do Adicional de Qualificação

Art. 89. O adicional de qualificação, instituído por lei específica, destina-se a remunerar a melhoria na
capacitação para o exercício do cargo efetivo.
Parágrafo único. Os conteúdos dos cursos de qualificação devem guardar pertinência com as
atribuições do cargo efetivo ou da unidade de lotação e exercício.

Subseção IV
Das Vantagens Pessoais Nominalmente Identificáveis

Art. 90. As vantagens pessoais nominalmente identificáveis são definidas em lei ou reconhecidas em
decisão judicial.
Parágrafo único. (VETADO).

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Seção VII
Das Vantagens Periódicas
Subseção I
Do Adicional de Férias

Art. 91. Independentemente de solicitação, é pago ao servidor, por ocasião das férias, um adicional
correspondente a um terço da remuneração ou subsídio do mês em que as férias forem iniciadas.
§ 1º No caso de o servidor efetivo exercer função de confiança ou cargo em comissão, a respectiva
vantagem é considerada no cálculo do adicional de que trata este artigo, observada a proporcionalidade
de que trata o art. 121, § 1º.
§ 2º O adicional de férias incide sobre o valor do abono pecuniário.
§ 3º A base para o cálculo do adicional de férias não pode ser superior ao teto de remuneração ou
subsídio, salvo em relação ao abono pecuniário.

Subseção II
Do Décimo Terceiro Salário

Art. 92. O décimo terceiro salário, observado o disposto no art. 66, § 3º, corresponde à retribuição
pecuniária do mês em que é devido, à razão de um doze avos por mês de exercício nos doze meses
anteriores.
§ 1º A fração superior a quatorze dias é considerada como mês integral.
§ 2º O décimo terceiro salário é devido sobre a parcela da retribuição pecuniária percebida por servidor
efetivo pelo exercício de função de confiança ou cargo em comissão, observada a proporcionalidade de
que trata este artigo e o art. 121, § 1º.

Art. 93. O décimo terceiro salário é pago:


I – no mês de aniversário do servidor ocupante de cargo de provimento efetivo, incluído o requisitado
da administração direta, autárquica ou fundacional de qualquer Poder do Distrito Federal, da União, de
Estado ou Município;
II – até o dia vinte do mês de dezembro de cada ano, para os servidores não contemplados no inciso
I.
§ 1º No mês de dezembro, o servidor efetivo faz jus a eventuais diferenças entre o valor pago como
décimo terceiro salário e a remuneração devida nesse mês.
§ 2º O Poder Executivo e os órgãos do Poder Legislativo podem alterar a data de pagamento do décimo
terceiro salário, desde que ele seja efetivado até o dia vinte de dezembro de cada ano.

Art. 94. Ao servidor demitido, exonerado ou que entre em licença sem remuneração, é devido o décimo
terceiro salário, proporcionalmente aos meses de exercício, calculado sobre o subsídio ou a remuneração
do mês em que ocorrer o evento.
Parágrafo único. Se o servidor reassumir o cargo, o décimo terceiro salário deve ser pago
proporcionalmente aos meses de exercício após a reassunção.

Art. 95. O décimo terceiro salário não pode:


I – ser considerado para cálculo de qualquer outra vantagem;
II – ser superior ao valor do teto de remuneração a que o servidor está submetido.

Seção VIII
Das Vantagens Eventuais
Subseção I
Do Auxílio-Natalidade

Art. 96. O auxílio-natalidade é devido à servidora efetiva por motivo de nascimento de filho, em quantia
equivalente ao menor vencimento básico do serviço público distrital, inclusive no caso de natimorto.
§ 1º Na hipótese de parto múltiplo, o valor deve ser acrescido de cinquenta por cento por nascituro.
§ 2º O auxílio-natalidade deve ser pago ao cônjuge ou companheiro servidor público, quando a
parturiente não for servidora pública distrital.
§ 3º O disposto neste artigo aplica-se às situações de adoção.

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Subseção II
Do Auxílio-Funeral

Art. 97. O auxílio-funeral é devido à família do servidor efetivo falecido em atividade ou aposentado,
em valor equivalente a um mês da remuneração, subsídio ou provento.
§ 1º No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio-funeral é pago somente em razão do cargo de
maior remuneração ou subsídio.
§ 2º O auxílio-funeral deve ser pago no prazo de quarenta e oito horas, por meio de procedimento
sumaríssimo, à pessoa da família que houver custeado o funeral.
§ 3º No caso de servidor aposentado, o auxílio-funeral é pago pelo regime próprio de previdência
social, mediante ressarcimento dos valores pelo Tesouro do Distrito Federal.

Art. 98. O terceiro que custear o funeral tem direito de ser indenizado, não podendo a indenização
superar o valor de um mês da remuneração, subsídio ou provento.

Art. 99. Em caso de falecimento de servidor em serviço fora do local de trabalho, inclusive no exterior,
as despesas de transporte do corpo correm à conta de recursos do Distrito Federal, da autarquia ou da
fundação pública.

Subseção III
Da Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso

Art. 100. A gratificação por encargo de curso ou concurso é devida ao servidor estável que, em caráter
eventual:
I – atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou de treinamento regularmente
instituído nos Poderes Executivo ou Legislativo;
II – participar de banca examinadora ou de comissão de concurso para:
a) exames orais;
b) análise de currículo;
c) correção de provas discursivas;
d) elaboração de questões de provas;
e) julgamento de recursos interpostos por candidatos;
III – participar da logística de preparação e de realização de concurso público envolvendo atividades
de planejamento, coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando tais atividades
não estiverem incluídas entre as suas atribuições permanentes;
IV – participar da aplicação de provas de concurso público, fiscalizá-la ou avaliá-la, bem como
supervisionar essas atividades.
§ 1º Os critérios de concessão e os limites da gratificação para as atividades de que trata este artigo
são fixados em regulamento, observados os seguintes parâmetros:
I – o valor da gratificação deve ser calculado em horas, observadas a natureza e a complexidade da
atividade exercida;
II – o período de trabalho nas atividades de que trata este artigo não pode exceder a cento e vinte
horas anuais ou, quando devidamente justificado e previamente autorizado pela autoridade máxima do
órgão, autarquia ou fundação, a duzentas e quarenta horas anuais;
III – o valor máximo da hora trabalhada corresponde aos seguintes percentuais, incidentes sobre o
maior vencimento básico da tabela de remuneração ou subsídio do servidor:
a) dois inteiros e dois décimos por cento, em se tratando de atividades previstas nos incisos I e II do
caput;
b) um inteiro e dois décimos por cento, em se tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do
caput.
§ 2º A gratificação por encargo de curso ou concurso somente pode ser paga se as atividades referidas
nos incisos do caput forem exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo de que o servidor for titular,
devendo implicar compensação de horário quando desempenhadas durante a jornada de trabalho, na
forma do art. 61, § 2º.
§ 3º A gratificação por encargo de curso ou concurso não se incorpora à remuneração do servidor para
qualquer efeito e não pode ser utilizada como base para cálculo de qualquer outra vantagem, nem para
fins de cálculo dos proventos de aposentadoria ou das pensões.

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Seção IX
Das Vantagens de Caráter Indenizatório
Subseção I
Das Disposições Gerais

Art. 101. Tem caráter indenizatório o valor das parcelas relativas a:


I – diária e passagem para viagem;
II – transporte;
III – alimentação;
IV – creche ou escola;
V – fardamento;
VI – conversão de férias ou de parte delas em pecúnia;
VII – abono de permanência;
VIII – créditos decorrentes de demissão, exoneração e aposentadoria, ou relativos a férias, adicional
de férias ou conversão de licença-prêmio em pecúnia.

Art. 102. Os valores das indenizações, assim como as condições para a sua concessão, são
estabelecidos em lei ou regulamento, observadas as disposições dos artigos seguintes.

Art. 103. O valor das indenizações não pode ser:


I – incorporado à remuneração ou ao subsídio;
II – computado na base de cálculo para fins de incidência de imposto de renda ou de contribuição para
a previdência social, ressalvadas as disposições em contrário na legislação federal;
III – computado para cálculo de qualquer outra vantagem pecuniária.

Subseção II
Da Diária e da Passagem

Art. 104. O servidor que, a serviço, se afastar do Distrito Federal em caráter eventual ou transitório faz
jus a passagem e diária, para cobrir as despesas de pousada, alimentação e locomoção urbana.
§ 1º A diária é concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o deslocamento
não exigir pernoite.
§ 2º Nos casos em que o afastamento do Distrito Federal constituir exigência permanente do cargo, o
servidor não faz jus a diária.

Art. 105. O servidor que receber diária ou passagem e não se afastar do Distrito Federal, por qualquer
motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de setenta e duas horas, contadas da data em
que deveria ter viajado.
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em prazo menor do que o previsto para o
seu afastamento, tem de restituir, no prazo previsto neste artigo, as diárias recebidas em excesso.

Subseção III
Da Indenização de Transporte

Art. 106. O servidor que realiza despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a
execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo, faz jus à indenização de
transporte, na forma do regulamento.

Subseção IV
Do Auxílio-Transporte

Art. 107. Ao servidor é devido auxílio-transporte, a ser pago em pecúnia ou em vale-transporte,


destinado ao custeio parcial das despesas realizadas com transporte coletivo, inclusive interestadual, no
início e no fim da jornada de trabalho, relacionadas com o deslocamento da residência para o trabalho e
vice-versa.
§ 1º O auxílio-transporte não pode ser computado para cálculo de qualquer outra vantagem pecuniária.
§ 2º O auxílio-transporte não é devido:
I – quando o órgão, autarquia ou fundação proporcionar, por meios próprios ou por meio de terceiros
contratados, o transporte do servidor para o trabalho e vice-versa;

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II – durante as férias, licenças, afastamentos ou ausências ao serviço, exceto nos casos de:
a) cessão do servidor para órgão da administração direta, autárquica ou fundacional do Distrito
Federal, cujo ônus da remuneração recaia sobre o órgão cedente;
b) participação em programa de treinamento regularmente instituído;
c) participação em júri e outros serviços obrigatórios por lei;
III – quando a despesa mensal com transporte coletivo for igual ou inferior ao valor resultante da
aplicação do percentual de que trata o art. 108;
IV – cumulativamente com outro benefício ou vantagem de natureza igual ou semelhante ou com
vantagem pessoal originária de qualquer forma de indenização ou auxílio pago sob o mesmo título ou
idêntico fundamento, salvo nos casos de:
a) acumulação lícita de cargos públicos;
b) servidor que exerça suas atribuições em mais de uma unidade administrativa do órgão ou entidade
a que esteja vinculado, aqui compreendidos os estabelecimentos públicos de ensino e saúde do Distrito
Federal.
§ 3º É facultado ao servidor optar pela percepção do auxílio referente ao deslocamento:
I – da repartição pública para outro local de trabalho ou vice-versa;
II – do trabalho para instituição de ensino onde esteja regulamente matriculado ou vice-versa.

Art. 108. O valor mensal do auxílio-transporte corresponde ao montante das despesas realizadas com
transporte coletivo, nos termos do art. 107, subtraído o montante de seis por cento incidente
exclusivamente sobre:
I – subsídio ou vencimento básico do cargo efetivo ocupado pelo servidor;
II – retribuição pecuniária de cargo em comissão, quando se tratar de servidor não detentor de cargo
efetivo.

Art. 109. O pagamento do auxílio-transporte, em pecúnia ou em vale-transporte, deve ser efetuado no


mês anterior ao da utilização de transporte coletivo, salvo nas seguintes hipóteses, quando pode ser feito
até o mês imediatamente subsequente:
I – efetivo exercício no cargo em razão de primeira investidura ou reinício do exercício decorrente de
licença ou afastamento previstos em lei;
II – modificação no valor da tarifa do transporte coletivo, no endereço residencial, no local de trabalho,
no trajeto ou no meio de transporte utilizado, quando passa a ser devida a complementação
correspondente;
III – mudança de exercício financeiro.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no art. 119, § 2º, no caso de pagamento indevido do auxílio-
transporte.

Art. 110. A concessão do auxílio-transporte fica condicionada à apresentação de declaração, firmada


pelo próprio servidor, de que realiza despesas com transporte coletivo, nos termos do art. 107.
§ 1º O servidor deve manter atualizados os dados cadastrais que fundamentam a concessão do auxílio-
transporte.
§ 2º Sem prejuízo da fiscalização da administração pública e de eventual responsabilidade
administrativa, civil ou penal, presumem-se verdadeiras as informações constantes da declaração
prestada pelo servidor.
Subseção V
Do Auxílio-Alimentação

Art. 111. É devido ao servidor, mensalmente, o auxílio-alimentação, com o valor fixado na forma da lei.

Art. 112. O auxílio-alimentação sujeita-se aos seguintes critérios:


I – o pagamento é feito em pecúnia, sem contrapartida;
II – não pode ser acumulado com outro benefício da mesma espécie, ainda que pago in natura;
III – depende de requerimento do servidor interessado, no qual declare não receber o mesmo benefício
em outro órgão ou entidade;
IV – o seu valor deve ser atualizado anualmente pelo mesmo índice que atualizar os valores expressos
em moeda corrente na legislação do Distrito Federal;
V – não é devido ao servidor em caso de:
a) licença ou afastamento sem remuneração;
b) licença por motivo de doença em pessoa da família;

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c) afastamento para estudo ou missão no exterior;
d) suspensão em virtude de pena disciplinar;
e) falta injustificada e não compensada.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no art. 119, § 2º, ao caso de pagamento indevido do auxílio-
alimentação.

Subseção VI
Do Abono Pecuniário

Art. 113. A conversão de um terço das férias em abono pecuniário depende de autorização do
Governador, do Presidente da Câmara Legislativa ou do Presidente do Tribunal de Contas.
§ 1º Sobre o valor do abono pecuniário, incide o adicional de férias.
§ 2º A base para o cálculo do abono pecuniário não pode ser superior ao teto de remuneração ou
subsídio.

Subseção VII
Do Abono de Permanência

Art. 114. O servidor que permanecer em atividade após ter completado as exigências para
aposentadoria voluntária faz jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição
previdenciária, na forma e nas condições previstas na Constituição Federal.

Seção X
Das Disposições Gerais

Art. 115. Se não for feita a compensação de horário de que trata o art. 63, o servidor perde:
I – a remuneração ou subsídio dos dias em que faltar ao serviço, sem motivo justificado;
II – a parcela da remuneração ou subsídio diário, proporcional aos atrasos, ausências injustificadas e
saídas antecipadas.

Art. 116. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto pode incidir sobre a
remuneração ou subsídio.
§ 1º Mediante autorização do servidor e a critério da administração pública, pode haver consignação
em folha de pagamento a favor de terceiros, com reposição de custos, na forma definida em regulamento.
§ 2º A soma das consignações de que trata o § 1º não pode exceder a trinta por cento da remuneração
ou subsídio do servidor.
§ 3º A consignação em folha de pagamento não traz nenhuma responsabilidade para a administração
pública, salvo a de repassar ao terceiro o valor descontado do servidor.

Art. 117. O subsídio, a remuneração ou qualquer de suas parcelas tem natureza alimentar e não é
objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultantes de
decisão judicial.
Parágrafo único. O crédito em conta bancária não descaracteriza a natureza jurídica do subsídio ou
remuneração.

Art. 118. A quitação da folha de pagamento é feita até o quinto dia útil do mês subsequente.
Parágrafo único. No caso de erro desfavorável ao servidor no processamento da folha de pagamento,
a quitação do débito deve ser feita no prazo de até setenta e duas horas, contados da data de que trata
este artigo.

Art. 119. As reposições e indenizações ao erário devem ser comunicadas ao servidor para pagamento
no prazo de até dez dias, podendo, a seu pedido, ser descontadas da remuneração ou subsídio.
§ 1º O desconto deve ser feito:
I – em parcela única, se de valor igual ou inferior à décima parte da remuneração ou subsídio;
II – em parcelas mensais iguais à décima parte do subsídio ou remuneração, devendo o resíduo
constituir-se como última parcela.
§ 2º No caso de erro no processamento da folha de pagamento, o valor indevidamente recebido deve
ser devolvido pelo servidor em parcela única no prazo de setenta e duas horas, contados da data em que
o servidor foi comunicado.

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Art. 120. O pagamento efetuado pela administração pública em desacordo com a legislação não
aproveita ao servidor beneficiado, ainda que ele não tenha dado causa ao erro.
Parágrafo único. É vedado exigir reposição de valor em virtude de aplicação retroativa de nova
interpretação da norma de regência.

Art. 121. Em caso de demissão, exoneração, aposentadoria ou qualquer licença ou afastamento sem
remuneração, o servidor tem direito de receber os créditos a que faz jus até a data do evento.
§ 1º O disposto neste artigo aplica-se, inclusive, aos casos de dispensa da função de confiança ou
exoneração de cargo em comissão, quando:
I – seguidas de nova dispensa ou nomeação;
II – se tratar de servidor efetivo, hipótese em que faz jus à percepção dos créditos daí decorrentes,
inclusive o décimo terceiro salário e as férias, na proporção prevista nesta Lei Complementar.
§ 2º Nas hipóteses deste artigo, havendo débito do servidor com o erário, tem ele de ser deduzido
integralmente dos créditos que tenha ou venha a ter em virtude do cargo ocupado.
§ 3º Sendo insuficientes os créditos, o débito não deduzido tem de ser quitado no prazo de sessenta
dias.
§ 4º O débito não quitado na forma dos §§ 2º e 3º deve ser descontado de qualquer valor que o devedor
tenha ou venha a ter como crédito junto ao Distrito Federal, inclusive remuneração ou subsídio de
qualquer cargo público, função de confiança, proventos de aposentadoria ou pensão, observado o
disposto no art. 119.
§ 5º A não quitação do débito no prazo previsto implica sua inscrição na dívida ativa.
§ 6º Os créditos a que o ex-servidor faz jus devem ser quitados no prazo de até sessenta dias, salvo
nos casos de insuficiência de dotação orçamentária, observado o regulamento.

Art. 122. Em caso de falecimento do servidor e após a apuração dos valores e dos procedimentos de
que trata o art. 121, o saldo remanescente deve ser:
I – pago aos beneficiários da pensão e, na falta destes, aos sucessores judicialmente habilitados;
II – cobrado na forma da lei civil, se negativo.

Art. 123. O débito do servidor com o erário ou o crédito que venha a ser reconhecido administrativa ou
judicialmente deve:
I – ser atualizado pelo mesmo índice que atualizar os valores expressos em moeda corrente na
legislação do Distrito Federal;
II – sofrer compensação de mora, na forma da legislação vigente.

Art. 124. É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei.

CAPÍTULO II
DAS FÉRIAS

Art. 125. A cada período de doze meses de exercício, o servidor faz jus a trinta dias de férias.
§ 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias, são exigidos doze meses de efetivo exercício.
§ 2º O disposto no § 1º não se aplica aos casos de férias coletivas, hipótese em que as primeiras férias
são proporcionais ao efetivo exercício.
§ 3º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.
§ 4º As férias podem ser acumuladas por até dois períodos, no caso de necessidade do serviço,
ressalvadas as hipóteses previstas em legislação específica.
§ 5º Mediante requerimento do servidor e no interesse da administração pública, as férias podem ser
parceladas em até três períodos, nenhum deles inferior a dez dias.

Art. 126. Até dois dias antes de as férias serem iniciadas, devem ser pagos ao servidor:
I – o adicional de férias;
II – o abono pecuniário, se deferido;
III – o adiantamento de parcela correspondente a quarenta por cento do valor líquido do subsídio ou
remuneração, desde que requerido.
Parágrafo único. O adiantamento de que trata o inciso III é descontado do subsídio ou remuneração
do servidor em quatro parcelas mensais e sucessivas de idêntico valor.

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Art. 127. O servidor que opera direta e permanentemente com raios X ou substâncias radioativas tem
de gozar vinte dias consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional, proibida em qualquer
hipótese a acumulação.
Parágrafo único. O servidor referido neste artigo não faz jus ao abono pecuniário.

Art. 128. As férias somente podem ser suspensas por motivo de calamidade pública, comoção interna,
convocação para júri, serviço militar ou eleitoral ou por necessidade do serviço.
Parágrafo único. A suspensão das férias depende de:
I – portaria do Secretário de Estado ou autoridade equivalente, no Poder Executivo;
II – ato do Presidente da Câmara Legislativa ou do Tribunal de Contas, nos respectivos órgãos.

Art. 129. Em caso de demissão, destituição de cargo em comissão, exoneração ou aposentadoria, as


férias não gozadas são indenizadas pelo valor da remuneração ou subsídio devido no mês da ocorrência
do evento, acrescido do adicional de férias.
§ 1º O período de férias incompleto é indenizado na proporção de um doze avos por mês de efetivo
exercício.
§ 2º Para os efeitos do § 1º, a fração superior a quatorze dias é considerada como mês integral.

CAPÍTULO III
DAS LICENÇAS
Seção I
Das Disposições Gerais

Art. 130. Além do abono de ponto, o servidor faz jus a licença:


I – por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
II – por motivo de doença em pessoa da família;
III – para o serviço militar;
IV – para atividade política;
V – prêmio por assiduidade;
VI – para tratar de interesses particulares;
VII – para desempenho de mandato classista;
VIII – paternidade;
IX – maternidade;
X – médica ou odontológica.
Parágrafo único. A concessão da licença-maternidade sujeita-se às normas do regime de previdência
social a que a servidora se encontra filiada.

Art. 131. A licença concedida dentro de sessenta dias do término de outra da mesma espécie é
considerada como prorrogação.

Art. 132. Ao término das licenças previstas no art. 130, II a X, o servidor tem o direito de retornar à
mesma lotação, com a mesma jornada de trabalho de antes do início da licença, desde que uma ou outra
não tenha sofrido alteração normativa.
Seção II
Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge ou Companheiro

Art. 133. Pode ser concedida licença ao servidor estável para acompanhar cônjuge ou companheiro
que for deslocado para:
I – trabalhar em localidade situada fora da Região Integrada de Desenvolvimento Econômico do Distrito
Federal e Entorno – RIDE;
II – exercer mandato eletivo em Estado ou Município não compreendido na RIDE.
§ 1º A licença é por prazo de até cinco anos e sem remuneração ou subsídio.
§ 2º A manutenção do vínculo conjugal deve ser comprovada anualmente, sob pena de cancelamento
da licença.
§ 3º (VETADO).

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Seção III
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família

Art. 134. Pode ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro,
padrasto ou madrasta, ascendente, descendente, enteado e colateral consanguíneo ou afim até o
segundo grau civil, mediante comprovação por junta médica oficial. (Caput com a redação da Lei
Complementar nº 862, de 2013.) 12
§ 1º A licença somente pode ser deferida se a assistência direta do servidor for indispensável e não
puder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo.
§ 2º A licença é concedida sem prejuízo da remuneração ou subsídio do cargo efetivo.
§ 3º Nenhum período de licença pode ser superior a trinta dias, e o somatório dos períodos não pode
ultrapassar cento e oitenta dias por ano, iniciando-se a contagem com a primeira licença.
§ 4º Comprovada por junta médica oficial a necessidade de licença por período superior a cento e
oitenta dias, a licença é sem remuneração ou subsídio, observado o prazo inicial previsto no § 3º.

Art. 135. É vedado o exercício de atividade remunerada durante o usufruto da licença prevista no art.
134.
Parágrafo único. São considerados como faltas injustificadas ao serviço, para todos os efeitos legais,
os dias em que for constatado, em processo disciplinar, o exercício de atividade remunerada durante a
licença prevista no art. 134, ainda que a licença se tenha dado sem remuneração ou subsídio.

Seção IV
Da Licença para o Serviço Militar

Art. 136. Ao servidor convocado para o serviço militar é concedida licença, na forma e nas condições
previstas na legislação específica.
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor tem até trinta dias sem remuneração para
reassumir o exercício do cargo.

Seção V
Da Licença para Atividade Política

Art. 137. O servidor tem direito a licença para atividade política nos períodos compreendidos entre:
I – a data de sua escolha em convenção partidária como candidato a cargo eletivo e a véspera do
registro da candidatura perante a Justiça Eleitoral;
II – o registro da candidatura perante a Justiça Eleitoral e até dez dias após a data da eleição para a
qual concorre.
§ 1º No caso do inciso I, a licença é sem remuneração ou subsídio; no caso do inciso II, é com
remuneração ou subsídio.
§ 2º Negado o registro ou havendo desistência da candidatura, o servidor tem de reassumir o cargo
imediatamente.
§ 3º O servidor candidato a cargo eletivo que exerça cargo em comissão ou função de confiança dele
deve ser exonerado ou dispensado, observados os prazos da legislação eleitoral.
Art. 138. O servidor efetivo que pretenda ser candidato deve ficar afastado de suas atribuições
habituais, quando assim o exigir a legislação eleitoral.
§ 1º Ao servidor afastado na forma deste artigo, sem prejuízo da remuneração ou subsídio, devem ser
cometidas atribuições compatíveis com seu cargo e a legislação eleitoral.
§ 2º O afastamento de que trata o § 1º encerra-se na data da convenção partidária, aplicando-se a
partir daí o disposto no art. 137, I e II.

Seção VI
Da Licença-Prêmio por Assiduidade

Art. 139. Após cada quinquênio ininterrupto de exercício, o servidor efetivo faz jus a três meses de
licença-prêmio por assiduidade, sem prejuízo da remuneração ou subsídio do cargo efetivo.

12
Texto original: Art. 134. Pode ser concedida licença ao servidor por motivo de doença em pessoa da família, mediante comprovação por
junta médica oficial.

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Art. 140. A contagem do prazo para aquisição da licença-prêmio é interrompida quando o servidor,
durante o período aquisitivo:
I – sofrer sanção disciplinar de suspensão;
II – licenciar-se ou afastar-se do cargo sem remuneração.
Parágrafo único. As faltas injustificadas ao serviço retardam a concessão da licença prevista neste
artigo, na proporção de um mês para cada falta.

Art. 141. O número de servidores em gozo simultâneo de licença-prêmio não pode ser superior a um
terço da lotação da respectiva unidade administrativa do órgão, autarquia ou fundação.

Art. 142. Os períodos de licença-prêmio adquiridos e não gozados são convertidos em pecúnia, quando
o servidor for aposentado.
Parágrafo único. Em caso de falecimento do servidor, a conversão em pecúnia de que trata este artigo
é paga aos beneficiários da pensão ou, não os havendo, aos sucessores judicialmente habilitados.

Art. 143. Fica assegurado às servidoras públicas o direito de iniciar a fruição de licença-prêmio por
assiduidade logo após o término da licença-maternidade.
Parágrafo único. O direito assegurado neste artigo aplica-se à licença-prêmio por assiduidade cujo
período de aquisição for completado até dez dias antes do término da licença-maternidade.

Seção VII
Da Licença para Tratar de Interesses Particulares

Art. 144. A critério da administração pública, pode ser concedida ao servidor estável licença para tratar
de assuntos particulares, pelo prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração, desde que:
I – não possua débito com o erário relacionado com sua situação funcional;
II – não se encontre respondendo a processo disciplinar.
§ 1º A licença pode ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou a critério da
administração.
§ 2º O servidor não pode exercer cargo ou emprego público inacumulável durante a licença de que
trata este artigo.
§ 3º A licença pode ser prorrogada por igual período, uma única vez.

Seção VIII
Da Licença para o Desempenho de Mandato Classista

Art. 145. Fica assegurado ao servidor estável o direito a licença para o desempenho de mandato em
central sindical, confederação, federação ou sindicato representativos de servidores do Distrito Federal,
regularmente registrados no órgão competente.
§ 1º A licença prevista neste artigo é considerada como efetivo exercício.
§ 2º A remuneração ou subsídio do servidor licenciado na forma deste artigo e os encargos sociais
decorrentes são pagos pelo órgão ou entidade de lotação do servidor.

Art. 146. A licença de servidor para sindicato representativo de categoria de servidores civis do Distrito
Federal é feita da forma seguinte:
I – o servidor tem de ser eleito dirigente sindical pela categoria;
II – cada sindicato tem direito à licença de:
a) dois dirigentes, desde que tenha, no mínimo, trezentos servidores filiados;
b) um dirigente para cada grupo de dois mil servidores filiados, além dos dirigentes previstos na alínea
a, até o limite de dez dirigentes.
Parágrafo único. Para cada dois dirigentes sindicais licenciados na forma deste artigo, observado o
regulamento, pode ser licenciado mais um, devendo o sindicato ressarcir ao órgão ou entidade o valor
total despendido com remuneração ou subsídio, acrescido dos encargos sociais e provisões para férias,
adicional de férias, décimo terceiro salário e conversão de licença-prêmio em pecúnia.

Art. 147. Para o desempenho de mandato em central sindical, confederação ou federação, pode ser
licenciado um servidor para cada grupo de vinte e cinco mil associados por instituição.
§ 1º O grupo de servidores referido no caput é aferido pelo número de servidores associados aos
sindicatos filiados a cada instituição de que trata este artigo.

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§ 2º O servidor deve ser eleito dirigente pela categoria.

Art. 148. A licença tem duração igual à do mandato, podendo ser prorrogada no caso de reeleição.

Art. 149. O servidor investido em mandato classista, durante o mandato e até um ano após o seu
término, não pode ser removido ou redistribuído de ofício para unidade administrativa diversa daquela de
onde se afastou para exercer o mandato.

Seção IX
Da Licença-Paternidade

Art. 150. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor tem direito a licença-paternidade de sete dias
consecutivos, incluído o dia da ocorrência.

Seção X
Do Abono de Ponto

Art. 151. O servidor que não tiver falta injustificada no ano anterior faz jus ao abono de ponto de cinco
dias.
§ 1º Para aquisição do direito ao abono de ponto, é necessário que o servidor tenha estado em efetivo
exercício de 1º de janeiro a 31 de dezembro do ano aquisitivo.
§ 2º O direito ao gozo do abono de ponto extingue-se em 31 de dezembro do ano seguinte ao do ano
aquisitivo.
§ 3º O gozo do abono de ponto pode ser em dias intercalados.
§ 4º O número de servidores em gozo de abono de ponto não pode ser superior a um quinto da lotação
da respectiva unidade administrativa do órgão, autarquia ou fundação.
§ 5º Ocorrendo a investidura após 1º de janeiro do período aquisitivo, o servidor faz jus a um dia de
abono de ponto por bimestre de efetivo exercício, até o limite de cinco dias.

CAPÍTULO IV
DOS AFASTAMENTOS
Seção I
Do Afastamento para Servir em Outro Órgão ou Entidade
Subseção I
Do Exercício em Outro Cargo

Art. 152. Desde que não haja prejuízo para o serviço, o servidor efetivo pode ser cedido a outro órgão
ou entidade dos Poderes do Distrito Federal, da União, dos Estados ou dos Municípios, para o exercício
de:
I – emprego ou cargo em comissão ou função de confiança, cuja remuneração ou subsídio seja
superior a:
a) um décimo do subsídio de Secretário de Estado no caso do Distrito Federal;
b) um quinto do subsídio de Secretário de Estado nos demais casos;
II – cargos integrantes da Governadoria ou Vice Governadoria do Distrito Federal ou da Casa Civil e
do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;
III – cargo em comissão ou função de confiança em gabinete de Deputado Federal ou Senador da
República integrante da bancada do Distrito Federal;
IV – cargo em comissão ou função de confiança de Secretário Municipal nos Municípios que constituem
a RIDE;
V – cargo em comissão ou função de confiança, nas áreas correlatas da União, de servidores das
áreas de saúde, educação ou segurança pública.
§ 1º À cessão de servidor do Poder Executivo para órgão do Poder Legislativo aplica-se o seguinte:
I – no caso da Câmara Legislativa, podem ser cedidos até cinco servidores por Gabinete Parlamentar;
II – no caso do Congresso Nacional, podem ser cedidos até dois servidores por gabinete de Deputado
Federal ou Senador da República eleito pelo Distrito Federal.
§ 2º A cessão de servidor é autorizada pelo:
I – Governador, no Poder Executivo;
II – Presidente da Câmara Legislativa;
III – Presidente do Tribunal de Contas.

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§ 3º Em caráter excepcional, pode ser autorizada cessão e requisição fora das hipóteses previstas
neste artigo e no art. 154.
§ 4º O servidor tem garantidos todos os direitos referentes ao exercício do cargo efetivo durante o
período em que estiver cedido.

Art. 153. A cessão termina com a:


I – exoneração do cargo para o qual o servidor foi cedido, salvo se houver nova nomeação na mesma
data;
II – revogação pela autoridade cedente.
Parágrafo único. Terminada a cessão, o servidor tem de apresentar-se ao órgão, autarquia ou
fundação de origem até o dia seguinte ao da exoneração ou da revogação, independentemente de
comunicação entre o cessionário e o cedente.

Art. 154. O ônus da cessão é do órgão ou entidade cessionária.


Parágrafo único. Excetua-se do disposto neste artigo, passando o ônus para o órgão, autarquia ou
fundação cedente, a cessão para exercício de cargo:
I – previsto no art. 152, II a V e § 1º;
II – em comissão da administração direta, autárquica ou fundacional de qualquer dos Poderes do
Distrito Federal.

Art. 155. Na cessão com ônus para o cessionário, são ressarcidos ao órgão cedente os valores da
remuneração ou subsídio, acrescidos dos encargos sociais e das provisões para férias, adicional de
férias, décimo terceiro salário e licença-prêmio por assiduidade.
§ 1º O órgão ou entidade cedente tem de apresentar ao cessionário, mensalmente, a fatura com os
valores discriminados por parcelas remuneratórias, encargos sociais e provisões.
§ 2º Havendo atrasos superiores a sessenta dias no ressarcimento, a cessão tem de ser revogada,
devendo o servidor reapresentar-se ao seu órgão, autarquia ou fundação de origem.
§ 3º Fica autorizada a compensação de valores, quando o Distrito Federal for cedente e cessionário
de servidores.

Art. 156. O servidor, quando no exercício de cargo em comissão ou função de confiança, fica afastado
das atribuições do seu cargo de provimento efetivo.
§ 1º O disposto neste artigo aplica-se ao servidor que acumular licitamente dois cargos efetivos.
§ 2º No caso do § 1º, a remuneração do segundo cargo efetivo depende da contraprestação de serviço
e da compatibilidade de horário com o cargo em comissão ou função de confiança.
§ 3º A contraprestação de serviço e a compatibilidade de horário com o cargo em comissão ou função
de confiança de que trata o § 2º devem ser declaradas pelas autoridades máximas dos órgãos ou
entidades envolvidos.
§ 4º Independentemente da contraprestação do serviço, se a soma das horas de trabalho dos cargos
em regime de acumulação não superar quarenta e quatro horas semanais, o servidor afastado na forma
deste artigo faz jus à remuneração ou subsídio dos dois cargos efetivos, salvo no caso da opção de que
trata o art. 77, § 2º.

Subseção II
Do Exercício em Outro Órgão

Art. 157. O servidor estável, sem prejuízo da remuneração ou subsídio e dos demais direitos relativos
ao cargo efetivo, pode ser colocado à disposição de outro órgão ou entidade para o exercício de
atribuições específicas, nos seguintes casos:
I – interesse do serviço;
II – deficiência de pessoal em órgão, autarquia ou fundação sem quadro próprio de servidores de
carreira;
III – requisição da Presidência da República;
IV – requisição do Tribunal Superior Eleitoral ou do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal.
§ 1º O interesse do serviço caracteriza-se quando o remanejamento de pessoal se destina a:
I – lotar pessoal de órgão ou unidade orgânica reestruturado ou com excesso de pessoal;
II – promover o ajustamento de pessoal às necessidades dos serviços para garantir o desempenho
das atividades do órgão cessionário;
III – viabilizar a execução de projetos ou ações com fim determinado e prazo certo.

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§ 2º No caso dos incisos I e II do caput, o afastamento do cargo efetivo restringe-se ao âmbito do
mesmo Poder e só pode ser para fim determinado e a prazo certo.

Seção II
Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo

Art. 158. Ao servidor efetivo investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:
I – tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, fica afastado do cargo;
II – investido no mandato de prefeito, fica afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela
remuneração do cargo efetivo;
III – investido no mandato de vereador:
a) havendo compatibilidade de horário, percebe as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da
remuneração do cargo eletivo;
b) não havendo compatibilidade de horário, é afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela
remuneração do cargo efetivo.
§ 1º O servidor de que trata este artigo, durante o mandato e até um ano após o seu término, não pode
ser removido ou redistribuído de ofício para unidade administrativa diversa daquela de onde se afastou
para exercer o mandato.
§ 2º O servidor tem garantidos todos os direitos referentes ao exercício do cargo efetivo durante o
período em que estiver em cargo eletivo.

Seção III
Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior

Art. 159. Mediante autorização do Governador, do Presidente da Câmara Legislativa ou do Presidente


do Tribunal de Contas, o servidor estável pode ausentar-se do Distrito Federal ou do País para:
I – estudo ou missão oficial, com a remuneração ou subsídio do cargo efetivo;
II – serviço sem remuneração em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual
coopere.
§ 1º A ausência não pode exceder a quatro anos, nem pode ser concedida nova licença antes de
decorrido igual período.
§ 2º Em caso de exoneração, demissão, aposentadoria voluntária, licença para tratar de interesse
particular ou vacância em razão de posse em outro cargo inacumulável antes de decorrido período igual
ao do afastamento, o servidor beneficiado pelo disposto no inciso I tem de ressarcir proporcionalmente a
despesa, incluída a remuneração ou o subsídio e os encargos sociais, havida com seu afastamento e
durante ele.

Seção IV
Do Afastamento para Participar de Competição Desportiva

Art. 160. Mediante autorização do Governador, do Presidente da Câmara Legislativa ou do Presidente


do Tribunal de Contas, pode ser autorizado o afastamento remunerado do servidor estável:
I – para participar de competição desportiva nacional para a qual tenha sido previamente selecionado;
II – quando convocado para integrar representação desportiva nacional, no País ou no exterior.
Parágrafo único. O afastamento de que trata este artigo é pelo prazo da competição e gera como única
despesa para o órgão, autarquia ou fundação a prevista no caput.

Seção V
Do Afastamento para Participar de Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu

Art. 161. O servidor estável pode, no interesse da administração pública, e desde que a participação
não possa ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário,
afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração ou subsídio, para participar de
programa de pós-graduação stricto sensu em instituição de ensino superior, no País ou no exterior.
§ 1º O titular do órgão, autarquia ou fundação deve definir os programas de capacitação e os critérios
para participação em programas de pós-graduação de que trata este artigo, com ou sem afastamento do
servidor, observado o regulamento.

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§ 2º O afastamento para realização de programas de mestrado, doutorado ou pós-doutorado somente
pode ser concedido ao servidor estável que esteja em efetivo exercício no respectivo órgão, autarquia ou
fundação há pelo menos:
I – três anos consecutivos para mestrado;
II – quatro anos consecutivos para doutorado ou pós-doutorado.
§ 3º É vedado autorizar novo afastamento:
I – para curso do mesmo nível;
II – antes de decorrido prazo igual ao de afastamento já concedido.
§ 4º O servidor beneficiado pelos afastamentos previstos nos §§ 1º, 2º e 3º tem de:
I – apresentar o título ou grau obtido com o curso que justificou seu afastamento;
II – compartilhar com os demais servidores de seu órgão, autarquia ou fundação os conhecimentos
adquiridos no curso;
III – permanecer no efetivo exercício de suas atribuições após o seu retorno por um período igual ao
do afastamento concedido.
§ 5º O servidor beneficiado pelo disposto neste artigo tem de ressarcir a despesa havida com seu
afastamento, incluídos a remuneração ou o subsídio e os encargos sociais, da forma seguinte:
I – proporcional, em caso de exoneração, demissão, aposentadoria voluntária, licença para tratar de
interesse particular ou vacância em razão de posse em outro cargo inacumulável, antes de decorrido
período igual ao do afastamento;
II – integral, em caso de não obtenção do título ou grau que justificou seu afastamento, salvo na
hipótese comprovada de força maior ou de caso fortuito.

Seção VI
Do Afastamento para Frequência em Curso de Formação

Art. 162. O servidor pode afastar-se do cargo ocupado para participar de curso de formação previsto
como etapa de concurso público, desde que haja:
I – expressa previsão do curso no edital do concurso;
II – incompatibilidade entre os horários das aulas e os da repartição.
§ 1º Havendo incompatibilidade entre os horários das aulas e os da repartição, o servidor fica afastado:
I – com remuneração ou subsídio, nos casos de curso de formação para cargo efetivo de órgão,
autarquia ou fundação dos Poderes Legislativo ou Executivo do Distrito Federal;
II – sem remuneração, nos casos de curso de formação para cargo não contemplado no inciso I deste
parágrafo.
§ 2º O servidor pode optar por eventual ajuda financeira paga em razão do curso de formação, vedada
a percepção da remuneração prevista no § 1º, I.

CAPÍTULO V
DO TEMPO DE SERVIÇO E DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
Seção I
Do Tempo de Serviço

Art. 163. Salvo disposição legal em contrário, é contado para todos os efeitos o tempo de serviço
público remunerado, prestado a órgão, autarquia ou fundação dos Poderes Executivo e Legislativo do
Distrito Federal.
§ 1º A contagem do tempo de serviço é feita em dias, que são convertidos em anos, considerado o
ano como de trezentos e sessenta e cinco dias.
§ 2º É vedado proceder:
I – ao arredondamento de dias faltantes para complementar período, ressalvados os casos previstos
nesta Lei Complementar;
II – a qualquer forma de contagem de tempo de serviço fictício;
III – à contagem cumulativa de tempo de serviço prestado concomitantemente:
a) em diferentes cargos do serviço público;
b) em cargo do serviço público e em emprego na administração indireta ou na iniciativa privada;
IV – à contagem do tempo de serviço já computado:
a) em órgão ou entidade em que o servidor acumule cargo público;
b) para concessão de aposentadoria em qualquer regime de previdência social pelo qual o servidor
receba proventos.

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Art. 164. Salvo disposição legal em contrário, não são contados como tempo de serviço:
I – a falta injustificada ao serviço e a não compensada na forma desta Lei Complementar;
II – o período em que o servidor estiver:
a) licenciado ou afastado sem remuneração;
b) cumprindo sanção disciplinar de suspensão;
III – o período decorrido entre:
a) a exoneração e o exercício em outro cargo de provimento efetivo;
b) a concessão de aposentadoria voluntária e a reversão;
c) a data de publicação do ato de reversão, reintegração, recondução ou aproveitamento e o retorno
ao exercício do cargo.

Art. 165. São considerados como efetivo exercício:


I – as férias;
II – as ausências previstas no art. 62;
III – a licença:
a) maternidade ou paternidade;
b) médica ou odontológica;
c) prêmio por assiduidade;
d) para o serviço militar obrigatório;
IV – o abono de ponto;
V – o afastamento para:
a) exercício em outro órgão ou entidade, inclusive em cargo em comissão ou função de confiança, de
qualquer dos Poderes do Distrito Federal, União, Estado ou Município;
b) estudo ou missão no exterior, com remuneração;
c) participação em competição desportiva;
d) participação em programa de treinamento regularmente instituído ou em programa de pós-
graduação stricto sensu;
e) (VETADO).
VI – o afastamento em virtude de auxílio-doença previsto na legislação previdenciária;
VII – o período entre a demissão e a data de publicação do ato de reintegração;
VIII – a participação em tribunal do júri ou outros serviços obrigatórios por lei.
Parágrafo único. A licença para o desempenho de mandato classista ou o afastamento para exercer
mandato eletivo federal, estadual, distrital ou municipal são considerados como efetivo exercício.

Art. 166. Conta-se para efeito de disponibilidade:


I – o tempo de serviço prestado a Município, Estado ou União, inclusive o prestado ao Tribunal de
Justiça, Ministério Público ou Defensoria Pública do Distrito Federal e Territórios;
II – o tempo de serviço em atividade privada, vinculada ao regime geral de previdência social, inclusive
o prestado à empresa pública ou à sociedade de economia mista de qualquer ente da federação;
III – a licença remunerada por motivo de doença em pessoa da família do servidor;
IV – a licença remunerada para atividade política;
V – o tempo de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingresso no serviço
público do Distrito Federal;
VI – o afastamento para frequência em curso de formação, quando remunerado.

Seção II
Do Tempo de Contribuição

Art. 167. Faz-se na forma da legislação previdenciária a contagem do tempo:


I – de contribuição;
II – no serviço público;
III – de serviço no cargo efetivo;
IV – de serviço na carreira.

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CAPÍTULO VI
DO DIREITO DE PETIÇÃO

Art. 168. É assegurado ao servidor o direito de petição junto aos órgãos públicos onde exerce suas
atribuições ou junto àqueles em que tenha interesse funcional.
§ 1º O direito de petição compreende a apresentação de requerimento, pedido de reconsideração,
recurso ou qualquer outra manifestação necessária à defesa de direito ou interesse legítimo ou à ampla
defesa e ao contraditório do próprio servidor ou de pessoa da sua família.
§ 2º Para o exercício do direito de petição, é assegurada:
I – vista do processo ou do documento, na repartição, ao servidor ou a procurador por ele constituído;
II – cópia de documento ou de peça processual, observadas as normas daqueles classificados com
grau de sigilo.
§ 3º A cópia de documento ou de peça processual pode ser fornecida em meio eletrônico.

Art. 169. O requerimento, o pedido de reconsideração ou o recurso é dirigido à autoridade competente


para decidi-lo.
Parágrafo único. A autoridade competente, desde que fundamente sua decisão, pode dar efeito
suspensivo ao recurso.

Art. 170. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato ou proferido a
primeira decisão, não podendo ser renovado.

Art. 171. Cabe recurso:


I – do indeferimento do requerimento, desde que não tenha sido interposto pedido de reconsideração;
II – da decisão sobre pedido de reconsideração ou de outro recurso interposto.
Parágrafo único. O recurso é dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato
ou proferido a decisão e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades.

Art. 172. O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é de trinta dias,
contados da publicação ou da ciência pelo interessado da decisão impugnada.

Art. 173. O requerimento, o pedido de reconsideração ou o recurso de que tratam os arts. 168 a 172
deve ser despachado no prazo de cinco dias e decidido dentro de trinta dias, contados da data de seu
protocolo.

Art. 174. Em caso de provimento do pedido de reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão


retroagem à data do ato impugnado.

Art. 175. O direito de requerer prescreve:


I – em cinco anos, quanto aos atos de demissão, de cassação de aposentadoria ou disponibilidade,
ou de destituição do cargo em comissão;
II – em cinco anos, quanto ao interesse patrimonial ou créditos resultantes das relações de trabalho;
III – em cento e vinte dias, nos demais casos, salvo disposição legal em contrário.
Parágrafo único. O prazo de prescrição é contado da data:
I – da publicação do ato impugnado;
II – da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado;
III – do trânsito em julgado da decisão judicial.

Art. 176. O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, interrompem a prescrição.

Art. 177. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela administração pública.

Art. 178. A administração pública deve rever seus atos, a qualquer tempo, quando eivados de vícios
que os tornem ilegais, assegurado o contraditório e a ampla defesa.
§ 1º Os atos que apresentarem defeitos sanáveis podem ser convalidados pela própria administração
pública, desde que não acarretem lesão ao interesse público, nem prejuízo a terceiros.
§ 2º O direito de a administração pública anular os atos administrativos de que decorram efeitos
favoráveis para o servidor decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo em
caso de comprovada má-fé.

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§ 3º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência é contado da percepção do
primeiro pagamento.
§ 4º (Parágrafo declarado inconstitucional: ADI nº 2013 00 2 010584-9 – TJDFT, Diário de Justiça, de
14/1/2014 e de 24/2/2014.)

Art. 179. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste Capítulo, salvo por motivo de força
maior.

TÍTULO V
CAPÍTULO ÚNICO
DOS DEVERES

Art. 180. São deveres do servidor:


I – exercer com zelo e dedicação suas atribuições;
II – manter-se atualizado nos conhecimentos exigidos para o exercício de suas atribuições;
III – agir com perícia, prudência e diligência no exercício de suas atribuições;
IV – atualizar, quando solicitado, seus dados cadastrais;
V – observar as normas legais e regulamentares no exercício de suas atribuições;
VI – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
VII – levar ao conhecimento da autoridade superior as falhas, vulnerabilidades e as irregularidades de
que tiver ciência em razão do cargo público ou função de confiança;
VIII – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder;
IX – zelar pela economia do material e pela conservação do patrimônio público;
X – guardar sigilo sobre assunto da repartição;
XI – ser leal às instituições a que servir;
XII – ser assíduo e pontual ao serviço;
XIII – manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
XIV – declarar-se suspeito ou impedido nas hipóteses previstas em lei ou regulamento;
XV – tratar as pessoas com civilidade;
XVI – atender com presteza:
a) o público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
b) os requerimentos de expedição de certidões para defesa de direito ou esclarecimento de situações
de interesse pessoal;
c) as requisições para a defesa da administração pública.

TÍTULO VI
DO REGIME DISCIPLINAR
CAPÍTULO I
DAS RESPONSABILIDADES

Art. 181. O servidor responde penal, civil e administrativamente pelo exercício irregular de suas
atribuições.
§ 1º As sanções civis, penais e administrativas podem cumular-se, sendo independentes entre si.
§ 2º A responsabilidade administrativa do servidor é afastada no caso de absolvição penal que negue
a existência do fato ou sua autoria, com decisão transitada em julgado.
§ 3º A responsabilidade administrativa perante a administração pública não exclui a competência do
Tribunal de Contas prevista na Lei Orgânica do Distrito Federal.

Art. 182. A responsabilidade penal abrange crimes e contravenções imputados ao servidor, nessa
qualidade.

Art. 183. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte
em prejuízo ao erário ou a terceiro.
§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente pode ser liquidada na forma
prevista no art. 119 e seguintes na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela via
judicial.
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responde o servidor perante a Fazenda Pública, em
ação regressiva.

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§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores, e contra eles tem de ser executada,
na forma da lei civil.

Art. 184. A responsabilidade perante o Tribunal de Contas decorre de atos sujeitos ao controle externo,
nos termos da Lei Orgânica do Distrito Federal.

Art. 185. A perda do cargo público ou a cassação de aposentadoria determinada em decisão judicial
transitada em julgado dispensa a instauração de processo disciplinar e deve ser declarada pela
autoridade competente para fazer a nomeação.

Art. 186. A responsabilidade administrativa, apurada na forma desta Lei Complementar, resulta de
infração disciplinar cometida por servidor no exercício de suas atribuições, em razão delas ou com elas
incompatíveis.
§ 1º A responsabilidade administrativa do servidor, observado o prazo prescricional, permanece em
relação aos atos praticados no exercício do cargo:
I – após a exoneração;
II – após a aposentadoria;
III – após a vacância em razão de posse em outro cargo inacumulável;
IV – durante as licenças, afastamentos e demais ausências previstos nesta Lei Complementar.
§ 2º A aplicação da sanção cominada à infração disciplinar decorre da responsabilidade administrativa,
sem prejuízo:
I – de eventual ação civil ou penal;
II – do ressarcimento ao erário dos valores correspondentes aos danos e aos prejuízos causados à
administração pública;
III – da devolução ao erário do bem ou do valor público desviado, nas mesmas condições em que se
encontravam quando da ocorrência do fato, com a consequente indenização proporcional à depreciação.

CAPÍTULO II
DAS INFRAÇÕES DISCIPLINARES
Seção I
Das Disposições Gerais

Art. 187. A infração disciplinar decorre de ato omissivo ou comissivo, praticado com dolo ou culpa, e
sujeita o servidor às sanções previstas nesta Lei Complementar.

Art. 188. As infrações disciplinares classificam-se, para efeitos de cominação da sanção, em leves,
médias e graves.
Parágrafo único. As infrações médias e as infrações graves são subclassificadas em grupos, na forma
desta Lei Complementar.

Art. 189. Para efeitos desta Lei Complementar, considera-se reincidência o cometimento de nova
infração disciplinar do mesmo grupo ou classe de infração disciplinar anteriormente cometida, ainda que
uma e outra possuam características fáticas diversas.
Parágrafo único. Entende-se por infração disciplinar anteriormente cometida aquela já punida na forma
desta Lei Complementar.

Seção II
Das Infrações Leves

Art. 190. São infrações leves:


I – descumprir dever funcional ou decisões administrativas emanadas dos órgãos competentes;
II – retirar, sem prévia anuência da chefia imediata, qualquer documento ou objeto da repartição;
III – deixar de praticar ato necessário à apuração de infração disciplinar, retardar indevidamente a sua
prática ou dar causa à prescrição em processo disciplinar;
IV – recusar-se, quando solicitado por autoridade competente, a prestar informação de que tenha
conhecimento em razão do exercício de suas atribuições;
V – recusar-se, injustificadamente, a integrar comissão ou grupo de trabalho, ou deixar de atender
designação para compor comissão, grupo de trabalho ou para atuar como perito ou assistente técnico em
processo administrativo ou judicial;

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VI – recusar fé a documento público;
VII – negar-se a participar de programa de treinamento exigido de todos os servidores da mesma
situação funcional;
VIII – não comparecer, quando convocado, a inspeção ou perícia médica;
IX – opor resistência injustificada ou retardar, reiteradamente e sem justa causa:
a) o andamento de documento, processo ou execução de serviço;
b) a prática de atos previstos em suas atribuições;
X – cometer a servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência
e em caráter transitório;
XI – manter sob sua chefia imediata, em cargo em comissão ou função de confiança, o cônjuge, o
companheiro ou parente, por consanguinidade até o terceiro grau, ou por afinidade;
XII – promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
XIII – perturbar, sem justa causa, a ordem e a serenidade no recinto da repartição;
XIV – acessar, armazenar ou transferir, intencionalmente, com recursos eletrônicos da administração
pública ou postos à sua disposição, informações de conteúdo pornográfico ou erótico, ou que incentivem
a violência ou a discriminação em qualquer de suas formas;
XV – usar indevidamente a identificação funcional ou outro documento que o vincule com o cargo
público ou função de confiança, em ilegítimo benefício próprio ou de terceiro.

Seção III
Das Infrações Médias

Art. 191. São infrações médias do grupo I:


I – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de
atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
II – ausentar-se do serviço, com frequência, durante o expediente e sem prévia autorização da chefia
imediata;
III – exercer atividade privada incompatível com o horário do serviço;
IV – praticar ato incompatível com a moralidade administrativa;
V – praticar o comércio ou a usura na repartição;
VI – discriminar qualquer pessoa, no recinto da repartição, com a finalidade de expô-la a situação
humilhante, vexatória, angustiante ou constrangedora, em relação a nascimento, idade, etnia, raça, cor,
sexo, estado civil, trabalho rural ou urbano, religião, convicções políticas ou filosóficas, orientação sexual,
deficiência física, imunológica, sensorial ou mental, por ter cumprido pena, ou por qualquer particularidade
ou condição.

Art. 192. São infrações médias do grupo II:


I – ofender fisicamente a outrem em serviço, salvo em resposta a injusta agressão ou em legítima
defesa própria ou de outrem;
II – praticar ato de assédio sexual ou moral;
III – coagir ou aliciar subordinado no sentido de filiar-se a associação, sindicato, partido político ou
qualquer outra espécie de agremiação;
IV – exercer atividade privada incompatível com o exercício do cargo público ou da função de
confiança;
V – usar recursos computacionais da administração pública para, intencionalmente:
a) violar sistemas ou exercer outras atividades prejudiciais a sites públicos ou privados;
b) disseminar vírus, cavalos de tróia, spyware e outros males, pragas e programas indesejáveis;
c) disponibilizar, em sites do serviço público, propaganda ou publicidade de conteúdo privado,
informações e outros conteúdos incompatíveis com os fundamentos e os princípios da administração
pública;
d) repassar dados cadastrais e informações de servidores públicos ou da repartição para terceiros,
sem autorização;
VI – permitir ou facilitar o acesso de pessoa não autorizada, mediante atribuição, fornecimento ou
empréstimo de senha ou qualquer outro meio:
a) a recursos computacionais, sistemas de informações ou banco de dados da administração pública;
b) a locais de acesso restrito.

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Seção IV
Das Infrações Graves

Art. 193. São infrações graves do grupo I:


I – incorrer na hipótese de:
a) abandono de cargo;
b) inassiduidade habitual;
II – acumular ilegalmente cargos, empregos, funções públicas ou proventos de aposentadoria, salvo
se for feita a opção na forma desta Lei Complementar;
III – proceder de forma desidiosa, incorrendo repetidamente em descumprimento de vários deveres e
atribuições funcionais;
IV – acometer-se de incontinência pública ou ter conduta escandalosa na repartição que perturbe a
ordem, o andamento dos trabalhos ou cause dano à imagem da administração pública;
V – cometer insubordinação grave em serviço, subvertendo a ordem hierárquica de forma ostensiva;
VI – dispensar licitação para contratar pessoa jurídica que tenha, como proprietário, sócio ou
administrador:
a) pessoa de sua família ou outro parente, por consanguinidade até o terceiro grau, ou por afinidade;
b) pessoa da família de sua chefia mediata ou imediata ou outro parente dela, por consanguinidade
até o terceiro grau, ou por afinidade;
VII – dispensar licitação para contratar pessoa física de família ou parente mencionado no inciso VI, a
e b;
VIII – aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
IX – exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
X – participar de gerência ou administração de sociedade ou empresa privada, personificada ou não
personificada, salvo:
a) nos casos previstos nesta Lei Complementar;
b) nos períodos de licença ou afastamento do cargo sem remuneração, desde que não haja proibição
em sentido contrário, nem incompatibilidade;
c) em instituições ou entidades beneficentes, filantrópicas, de caráter social e humanitário e sem fins
lucrativos, quando compatíveis com a jornada de trabalho.
Parágrafo único. A reassunção das atribuições, depois de consumado o abandono de cargo, não afasta
a responsabilidade administrativa, nem caracteriza perdão tácito da administração pública, ressalvada a
prescrição.

Art. 194. São infrações graves do grupo II:


I – praticar, dolosamente, ato definido em lei como:
a) crime contra a administração pública;
b) improbidade administrativa;
II – usar conhecimentos e informações adquiridos no exercício de suas atribuições para violar ou tornar
vulnerável a segurança, os sistemas de informática, sites ou qualquer outra rotina ou equipamento da
repartição;
III – exigir, solicitar, receber ou aceitar propina, gratificação, comissão, presente ou auferir vantagem
indevida de qualquer espécie e sob qualquer pretexto;
IV – valer-se do cargo para obter proveito indevido para si ou para outrem, em detrimento da dignidade
da função pública;
V – utilizar-se de documento sabidamente falso para prova de fato ou circunstância que crie direito ou
extinga obrigação perante a administração pública distrital.
Parágrafo único. Para efeitos do inciso III, não se considera presente o brinde definido na legislação.

CAPÍTULO III
DAS SANÇÕES DISCIPLINARES

Art. 195. São sanções disciplinares:


I – advertência;
II – suspensão;
III – demissão;
IV – cassação de aposentadoria ou de disponibilidade;
V – destituição do cargo em comissão.
Parágrafo único. As sanções disciplinares são aplicadas às infrações disciplinares tipificadas em lei.

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Art. 196. Na aplicação das sanções disciplinares, devem ser considerados:
I – a natureza e a gravidade da infração disciplinar cometida;
II – os danos causados para o serviço público;
III – o ânimo e a intenção do servidor;
IV – as circunstâncias atenuantes e agravantes;
V – a culpabilidade e os antecedentes funcionais do servidor.
§ 1º A infração disciplinar de menor gravidade é absorvida pela de maior gravidade.
§ 2º Nenhuma sanção disciplinar pode ser aplicada:
I – sem previsão legal;
II – sem apuração em regular processo disciplinar previsto nesta Lei Complementar.

Art. 197. São circunstâncias atenuantes:


I – ausência de punição anterior;
II – prestação de bons serviços à administração pública distrital;
III – desconhecimento justificável de norma administrativa;
IV – motivo de relevante valor social ou moral;
V – estado físico, psicológico, mental ou emocional abalado, que influencie ou seja decisivo para a
prática da infração disciplinar;
VI – coexistência de causas relativas à carência de condições de material ou pessoal na repartição;
VII – o fato de o servidor ter:
a) cometido a infração disciplinar sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento a ordem de
autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto provindo de
terceiro;
b) cometido a infração disciplinar na defesa, ainda que putativa ou com excesso moderado, de
prerrogativa funcional;
c) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após a infração disciplinar, evitar ou
minorar as suas consequências;
d) reparado o dano causado, por sua espontânea vontade e antes do julgamento.

Art. 198. São circunstâncias agravantes:


I – a prática de ato que concorra, grave e objetivamente, para o desprestígio do órgão, autarquia ou
fundação ou da categoria funcional do servidor;
II – o concurso de pessoas;
III – o cometimento da infração disciplinar em prejuízo de criança, adolescente, idoso, pessoa com
deficiência, pessoa incapaz de se defender, ou pessoa sob seus cuidados por força de suas atribuições;
IV – o cometimento da infração disciplinar com violência ou grave ameaça, quando não elementares
da infração;
V – ser o servidor quem:
a) promove ou organiza a cooperação ou dirige a atividade dos demais coautores;
b) instiga subordinado ou lhe ordena a prática da infração disciplinar;
c) instiga outro servidor, propõe ou solicita a prática da infração disciplinar.

Art. 199. A advertência é a sanção por infração disciplinar leve, por meio da qual se reprova por escrito
a conduta do servidor.
Parágrafo único. No lugar da advertência, pode ser aplicada, motivadamente, a suspensão até trinta
dias, se as circunstâncias assim o justificarem.

Art. 200. A suspensão é a sanção por infração disciplinar média pela qual se impõe ao servidor o
afastamento compulsório do exercício do cargo efetivo, com perda da remuneração ou subsídio dos dias
em que estiver afastado.
§ 1º A suspensão não pode ser:
I – superior a trinta dias, no caso de infração disciplinar média do grupo I;
II – superior a noventa dias, no caso de infração disciplinar média do grupo II.
§ 2º Aplica-se a suspensão de até:
I – trinta dias, quando o servidor incorrer em reincidência por infração disciplinar leve;
II – noventa dias, quando o servidor incorrer em reincidência por infração disciplina média do grupo I.
§ 3º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão pode ser convertida em
multa, observado o seguinte:
I – a multa é de cinquenta por cento do valor diário da remuneração ou subsídio, por dia de suspensão;

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II – o servidor fica obrigado a cumprir integralmente a jornada de trabalho a que está submetido.
§ 4º É aplicada multa ao servidor inativo que houver praticado na atividade infração disciplinar punível
com suspensão.
§ 5º A multa de que trata o § 4º corresponde ao valor diário dos proventos de aposentadoria por dia
de suspensão cabível.

Art. 201. A advertência e a suspensão têm seus registros cancelados, após o decurso de três e cinco
anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova
infração disciplinar, igual ou diversa da anteriormente cometida.
§ 1º O cancelamento da sanção disciplinar não surte efeitos retroativos e é registrado em certidão
formal nos assentamentos funcionais do servidor.
§ 2º Cessam os efeitos da advertência ou da suspensão, se lei posterior deixar de considerar como
infração disciplinar o fato que as motivou.
§ 3º A sanção disciplinar cancelada nos termos deste artigo não pode ser considerada para efeitos de
reincidência.

Art. 202. A demissão é a sanção pelas infrações disciplinares graves, pela qual se impõe ao servidor
efetivo a perda do cargo público por ele ocupado, podendo ser cominada com o impedimento de nova
investidura em cargo público.
§ 1º A demissão de que trata este artigo também se aplica no caso de:
I – infração disciplinar grave, quando cometida por servidor efetivo no exercício de cargo em comissão
ou função de confiança do Poder Executivo ou Legislativo do Distrito Federal;
II – reincidência em infração disciplinar média do grupo II.
§ 2º Se o servidor já tiver sido exonerado quando da aplicação da sanção prevista neste artigo, a
exoneração é convertida em demissão.
§ 3º Também se converte em demissão a vacância em decorrência de posse em outro cargo
inacumulável ocorrida antes da aplicação da sanção prevista neste artigo.

Art. 203. A cassação de aposentadoria é a sanção por infração disciplinar que houver sido cometida
pelo servidor em atividade, pela qual se impõe a perda do direito à aposentadoria, podendo ser cominada
com o impedimento de nova investidura em cargo público.
Parágrafo único. A cassação de aposentadoria é aplicada por infração disciplinar punível com
demissão.

Art. 204. A cassação de disponibilidade é a sanção por infração disciplinar que houver sido cometida
em atividade, pela qual se impõe a perda do cargo público ocupado e dos direitos decorrentes da
disponibilidade, podendo ser cominada com o impedimento de nova investidura em cargo público.
Parágrafo único. A cassação de disponibilidade é aplicada por infração disciplinar punível com
demissão e na hipótese do art. 40, § 2º.

Art. 205. A destituição do cargo em comissão é a sanção por infração disciplinar média ou grave, pela
qual se impõe ao servidor sem vínculo efetivo com o Distrito Federal a perda do cargo em comissão por
ele ocupado, podendo ser cominada com o impedimento de nova investidura em outro cargo efetivo ou
em comissão.
Parágrafo único. Se o servidor já tiver sido exonerado quando da aplicação da sanção prevista neste
artigo, a exoneração é convertida em destituição do cargo em comissão.

Art. 206. A demissão, a cassação de aposentadoria ou disponibilidade ou a destituição de cargo em


comissão, motivada por infração disciplinar grave do grupo II, implica a incompatibilização para nova
investidura em cargo público do Distrito Federal pelo prazo de dez anos, sem prejuízo de ação cível ou
penal e das demais medidas administrativas.

Art. 207. A punibilidade é extinta pela:


I – morte do servidor;
II – prescrição.

Art. 208. A ação disciplinar prescreve em:


I – cinco anos, quanto à demissão, destituição de cargo em comissão ou cassação de aposentadoria
ou disponibilidade;

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II – dois anos, quanto à suspensão;
III – um ano, quanto à advertência.
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da primeira data em que o fato ou ato se tornou conhecido
pela chefia da repartição onde ele ocorreu, pela chefia mediata ou imediata do servidor, ou pela autoridade
competente para instaurar sindicância ou processo disciplinar.
§ 2º A instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, uma única vez.
§ 3º Interrompida a prescrição, sua contagem é reiniciada depois de esgotados os prazos para
conclusão do processo disciplinar, previstos nesta Lei Complementar, incluídos os prazos de prorrogação,
se houver.
§ 4º O prazo de prescrição fica suspenso enquanto a instauração ou a tramitação do processo
disciplinar ou a aplicação de sanção disciplinar estiver obstada por determinação judicial.
§ 5º Os prazos de prescrição previstos na lei penal, havendo ação penal em curso, aplicam-se às
infrações disciplinares capituladas também como crime.

Art. 209. Não é punido o servidor que, ao tempo da infração disciplinar, era inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, devido a:
I – insanidade mental, devidamente comprovada por laudo de junta médica oficial;
II – embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior.
Parágrafo único. A punibilidade não se exclui pela embriaguez, voluntária ou culposa, por álcool,
entorpecente ou substância de efeitos análogos.

Art. 210. Fica isento de sanção disciplinar o servidor cuja conduta funcional, classificada como erro de
procedimento, seja caracterizada, cumulativamente, pela:
I – ausência de dolo;
II – eventualidade do erro;
III – ofensa ínfima aos bens jurídicos tutelados;
IV – prejuízo moral irrelevante;
V – reparação de eventual prejuízo material antes de se instaurar sindicância ou processo disciplinar.

TÍTULO VII
DOS PROCESSOS DE APURAÇÃO DE INFRAÇÃO DISCIPLINAR
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Seção I
Das Disposições Comuns

Art. 211. Diante de indícios de infração disciplinar, ou diante de representação, a autoridade


administrativa competente deve determinar a instauração de sindicância ou processo disciplinar para
apurar os fatos e, se for o caso, aplicar a sanção disciplinar.
§ 1º São competentes para instaurar sindicância ou processo disciplinar as autoridades definidas no
art. 255, em relação às infrações disciplinares ocorridas em seus respectivos órgãos, autarquias ou
fundações, independentemente da sanção cominada.
§ 2º A competência para instaurar processo disciplinar para apurar infração cometida por servidor
efetivo no exercício de cargo em comissão ou função de confiança do qual foi exonerado ou dispensado
é da autoridade do órgão, autarquia ou fundação onde a infração disciplinar foi cometida.
§ 3º Por solicitação ou determinação da autoridade competente, a apuração da infração disciplinar
pode ser feita pelo órgão central do sistema de correição, preservada a competência para o julgamento.
§ 4º Os conflitos entre servidores podem ser tratados em mesa de comissão de mediação, a ser
disciplinada em lei específica.

Art. 212. A infração disciplinar cometida por servidor é apurada mediante:


I – sindicância;
II – processo disciplinar.
§ 1º A representação sobre infração disciplinar cometida por servidor deve ser formulada por escrito e
conter a identificação e o endereço do denunciante.
§ 2º No caso de denúncias anônimas, a administração pública pode iniciar reservadamente
investigações para coleta de outros meios de prova necessários para a instauração de sindicância ou
processo disciplinar.

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§ 3º Em caso de infração disciplinar noticiada pela imprensa, nas redes sociais ou em
correspondências escritas, a autoridade competente, antes de instaurar sindicância ou processo
disciplinar, deve verificar se há indícios mínimos de sua ocorrência.
§ 4º Na hipótese do § 3º, no caso de não comprovação dos fatos, a autoridade competente deve se
pronunciar por escrito sobre o motivo do arquivamento da verificação.
§ 5º Se houver indícios suficientes quanto à autoria e à materialidade da infração disciplinar, a
autoridade administrativa pode instaurar imediatamente o processo disciplinar, dispensada a instauração
de sindicância.

Art. 213. Não é objeto de apuração em sindicância ou processo disciplinar o fato que:
I – não configure infração disciplinar prevista nesta Lei Complementar ou em legislação específica;
II – já tenha sido objeto de julgamento pelo Poder Judiciário em sentença penal transitada em julgado
que reconheceu a inexistência do fato ou a negativa da autoria, salvo se existente infração disciplinar
residual.
§ 1º O servidor não responde:
I – por ato praticado com fundamento em lei ou regulamento posteriormente considerado
inconstitucional pelo Poder Judiciário;
II – quando a punibilidade estiver extinta.
§ 2º Deve ser arquivada eventual denúncia ou representação que se refira a qualquer das hipóteses
previstas neste artigo.
Seção II
Da Sindicância

Art. 214. A sindicância é o procedimento investigativo destinado a:


I – identificar a autoria de infração disciplinar, quando desconhecida;
II – apurar a materialidade de infração disciplinar sobre a qual haja apenas indícios ou que tenha sido
apenas noticiada.
§ 1º O ato de instauração da sindicância deve ser publicado no Diário Oficial do Distrito Federal.
§ 2º O prazo para conclusão da sindicância é de até trinta dias, prorrogável por igual período, a critério
da autoridade competente.

Art. 215. Da sindicância pode resultar:


I – o arquivamento do processo;
II – instauração de processo disciplinar;
III – aplicação de sanção de advertência ou suspensão de até trinta dias.
§ 1º Constatado na sindicância que a infração classifica-se como leve ou média do grupo I, a comissão
de sindicância deve citar o servidor acusado para acompanhar o prosseguimento da apuração nos
mesmos autos.
§ 2º Aplicam-se, a partir do ato processual de que trata o § 1º, as normas do processo disciplinar,
incluídas as garantias ao contraditório e à ampla defesa e as normas relativas à comissão processante.
Seção III
Da Sindicância Patrimonial

Art. 216. Diante de fundados indícios de enriquecimento ilícito de servidor ou de evolução patrimonial
incompatível com a remuneração ou subsídio por ele percebido, pode ser determinada a instauração de
sindicância patrimonial.
§ 1º São competentes para determinar a instauração de sindicância patrimonial:
I – o Presidente da Câmara Legislativa ou do Tribunal de Contas, nos respectivos órgãos;
II – o Governador ou o titular do órgão central de sistema de correição, no Poder Executivo.
§ 2º A sindicância patrimonial constitui-se de procedimento sigiloso com caráter exclusivamente
investigativo.
§ 3º O procedimento de sindicância patrimonial é conduzido por comissão composta por três servidores
estáveis.
§ 4º O prazo para conclusão do procedimento de sindicância patrimonial é de trinta dias, prorrogável
por igual período.
§ 5º Concluídos os trabalhos da sindicância patrimonial, a comissão responsável por sua condução
deve elaborar relatório sobre os fatos apurados, concluindo pelo arquivamento ou pela instauração de
processo disciplinar.

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Seção IV
Do Processo Disciplinar

Art. 217. O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade do servidor por
infração disciplinar.
Parágrafo único. O prazo para a conclusão do processo disciplinar é de até sessenta dias, prorrogável
por igual período.

Art. 218. Os autos da sindicância, se houver, são apensados aos do processo disciplinar, como peça
informativa da instrução.

Art. 219. O processo disciplinar obedece aos princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade,
publicidade, eficiência, interesse público, contraditório, ampla defesa, proporcionalidade, razoabilidade,
motivação, segurança jurídica, informalismo moderado, justiça, verdade material e indisponibilidade.
§ 1º Os atos do processo disciplinar não dependem de forma determinada senão quando a lei
expressamente o exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, preencham sua
finalidade essencial.
§ 2º É permitida:
I – a notificação ou a intimação do servidor acusado ou indiciado ou de seu procurador em audiência;
II – a comunicação, via postal, entre a comissão processante e o servidor acusado ou indiciado;
III – a utilização de meio eletrônico, se confirmado o recebimento pelo destinatário ou mediante
certificação digital, para:
a) a entrega de petição à comissão processante, salvo a defesa escrita prevista no art. 245, desde que
o meio utilizado pelo remetente seja previamente cadastrado na comissão processante;
b) a notificação ou a intimação sobre atos do processo disciplinar, salvo os previstos nos arts. 243 e
245, desde que o meio eletrônico tenha sido previamente cadastrado pelo servidor acusado ou indiciado
na comissão processante.
§ 3º Se a comissão notificar ou intimar o servidor por meio eletrônico, deve, sempre que possível,
avisá-lo por meio telefônico de que a comunicação foi enviada.
§ 4º O uso dos meios permitidos nos §§ 2º e 3º deve ser certificado nos autos, juntando-se cópia das
correspondências recebidas ou enviadas.
§ 5º Não é causa de nulidade do ato processual a ausência:
I – do servidor acusado ou de seu procurador na oitiva de testemunha, quando o servidor tenha sido
previamente notificado;
II – do procurador no interrogatório do servidor acusado.

Art. 220. Os autos do processo disciplinar, as reuniões da comissão e os atos processuais têm caráter
reservado.
§ 1º Os autos do processo disciplinar não podem ser retirados da repartição onde se encontram.
§ 2º É lícito o fornecimento de cópia de peças dos autos ao servidor ou ao seu procurador, observado
o disposto no art. 168, §§ 2º e 3º.
Art. 221. Salvo quando autorizado pela autoridade instauradora, é vedado deferir ao servidor acusado,
desde a instauração do processo disciplinar até a conclusão do prazo para defesa escrita:
I – gozo de férias;
II – licença ou afastamento voluntários;
III – exoneração a pedido;
IV – aposentadoria voluntária.
CAPÍTULO II
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO

Art. 222. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da infração
disciplinar, a autoridade instauradora do processo disciplinar pode determinar o seu afastamento do
exercício do cargo, pelo prazo de até sessenta dias, sem prejuízo da remuneração.
§ 1º O afastamento preventivo pode:
I – ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessam os seus efeitos, ainda que não concluído o
processo disciplinar;
II – cessar por determinação da autoridade competente.

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§ 2º Salvo motivo de caso fortuito ou força maior, o servidor afastado não pode comparecer à repartição
de onde foi afastado, exceto quando autorizado pela autoridade competente ou pela comissão
processante.

Art. 223. Em substituição ao afastamento preventivo, a autoridade instauradora pode, no prazo do art.
222, determinar que o servidor tenha exercício provisório em outra unidade administrativa do mesmo
órgão, autarquia ou fundação de sua lotação.

CAPÍTULO III
DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO

Art. 224. No processo disciplinar, é sempre assegurado ao servidor acusado o direito ao contraditório
e à ampla defesa.

Art. 225. O servidor acusado deve ser:


I – citado sobre a instauração de processo disciplinar contra sua pessoa;
II – intimado ou notificado dos atos processuais;
III – intimado, pessoalmente, para apresentação de defesa escrita, na forma do art. 245;
IV – intimado da decisão proferida em sindicância ou processo disciplinar, sem suspensão dos efeitos
decorrentes da publicação no Diário Oficial do Distrito Federal.
Parágrafo único. A intimação de que trata o inciso II deve ser feita com antecedência mínima de três
dias da data de comparecimento.

Art. 226. Ao servidor acusado é facultado:


I – arguir a incompetência, o impedimento ou a suspeição:
a) da autoridade instauradora ou julgadora da sindicância ou processo disciplinar;
b) de qualquer membro da comissão processante;
II – constituir procurador;
III – acompanhar depoimento de testemunha, pessoalmente ou por seu procurador;
IV – arrolar testemunha;
V – reinquirir testemunha, por intermédio do presidente da comissão processante;
VI – contraditar testemunha;
VII – produzir provas e contraprovas;
VIII – formular quesitos, no caso de prova pericial;
IX – ter acesso às peças dos autos, observadas as regras de sigilo;
X – apresentar pedido de reconsideração, recurso ou revisão do julgamento.
§ 1º A arguição de que trata o inciso I do caput deve ser resolvida:
I – pela autoridade imediatamente superior, no caso do inciso I, a, ou pelo substituto legal, se exaurida
a via hierárquica;
II – pela autoridade que instaurou o processo disciplinar, no caso do inciso I, b.
§ 2º É do servidor acusado o custo de perícias ou exames por ele requeridos, se não houver técnico
habilitado nos quadros da administração pública distrital.
Art. 227. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do servidor acusado, a comissão processante
deve propor à autoridade competente que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual
participe pelo menos um médico psiquiatra.
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental deve ser processado em autos apartados e apenso
ao processo principal, após a expedição do laudo pericial.

Art. 228. Estando preso o servidor acusado, aplica-se o seguinte:


I – a citação inicial e a intimação para defesa escrita são promovidas onde ele estiver recolhido;
II – o acompanhamento do processo disciplinar é promovido por procurador por ele designado ou, na
ausência, por defensor dativo;
III – o interrogatório é realizado em local apropriado, na forma previamente acordada com a autoridade
competente.

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CAPÍTULO IV
DA COMISSÃO PROCESSANTE

Art. 229. A sindicância ou o processo disciplinar é conduzido por comissão processante, de caráter
permanente ou especial.
§ 1º A comissão é composta de três servidores estáveis designados pela autoridade competente.
§ 2º Os membros da comissão processante são escolhidos pela autoridade competente entre os
ocupantes de cargo para o qual se exija escolaridade igual ou superior à do servidor acusado.
§ 3º Nos casos de carreira organizada em nível hierárquico, os membros da comissão devem ser
ocupantes de cargo efetivo superior ou do mesmo nível do servidor acusado.
§ 4º Compete ao presidente da comissão manter a ordem e a segurança das audiências, podendo
requisitar força policial, se necessária.
§ 5º A Comissão tem como secretário servidor designado pelo seu presidente, podendo a indicação
recair em um de seus membros.
§ 6º A comissão processante, quando permanente, deve ser renovada, no mínimo, a cada dois anos,
vedado ao mesmo membro servir por mais de quatro anos consecutivos.
§ 7º Nas licenças, afastamentos, férias e demais ausências de membro da comissão processante, a
autoridade competente pode designar substituto eventual.
§ 8º O local e os recursos materiais para o funcionamento dos trabalhos da comissão processante
devem ser fornecidos pela autoridade instauradora da sindicância ou do processo disciplinar.
§ 9º Podem participar como membros da comissão processante servidores integrantes de outros
órgãos da administração pública, distintos daquele onde ocorreram as infrações disciplinares, se
conveniente para o interesse público.
§ 10. A comissão funciona com a presença de todos os seus membros.

Art. 230. O servidor não pode participar de comissão processante quando o servidor acusado for
pessoa de sua família, seu padrasto, madrasta, enteado ou parente, na forma da lei civil.
§ 1º Também não pode participar de comissão processante o servidor que:
I – seja amigo íntimo ou inimigo capital, credor ou devedor, tutor ou curador do servidor acusado;
II – seja testemunha ou perito no processo disciplinar;
III – tenha sido autor de representação objeto da apuração;
IV – tenha atuado em sindicância, auditoria ou investigação da qual resultou a sindicância ou o
processo disciplinar;
V – atue ou tenha atuado como procurador do servidor acusado;
VI – tenha interesse em decisão administrativa a ser tomada pelo servidor acusado;
VII – tenha interesse no assunto que resultou na instauração da sindicância ou do processo disciplinar;
VIII – esteja litigando, judicial ou administrativamente, com o servidor sindicado, acusado ou indiciado,
ou com o respectivo cônjuge ou companheiro;
IX – responda a sindicância ou processo disciplinar;
X – tenha sido punido por qualquer infração disciplinar, ressalvado o disposto no art. 201;
XI – seja cônjuge, companheiro, padrasto, madrasta, enteado ou parente, na forma da lei civil, de outro
membro da mesma comissão processante.

Art. 231. A comissão processante exerce suas atividades com independência e imparcialidade,
assegurado o acesso, nas repartições públicas, a informações, documentos e audiências necessários à
elucidação do fato em apuração.
Parágrafo único. O presidente da comissão de sindicância ou de processo disciplinar pode requisitar
apoio, inclusive policial, dos órgãos da administração pública para realização de diligência, segurança ou
locomoção até o local de coleta de prova ou de realização de ato processual.

Art. 232. As reuniões da comissão processante têm de ser registradas em ata, da qual deve constar o
detalhamento das deliberações adotadas.

Art. 233. Sempre que necessário, a comissão processante deve dedicar tempo integral aos seus
trabalhos, ficando seus membros dispensados dos trabalhos na repartição de origem, até a entrega do
relatório final.

Art. 234. São asseguradas passagens e diárias aos membros da comissão e ao servidor acusado, nos
casos de atos processuais serem praticados fora do território da RIDE.

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CAPÍTULO V
DAS FASES PROCESSUAIS
Seção I
Das Disposições Gerais

Art. 235. O processo disciplinar desenvolve-se nas seguintes fases:


I – instauração;
II – instrução;
III – defesa;
IV – relatório;
V – julgamento.

Seção II
Da Instauração

Art. 236. O processo disciplinar é instaurado pela autoridade competente.

Art. 237. Para a instauração de processo disciplinar, deve constar dos autos:
I – a indicação da autoria, com nome, matrícula e cargo do servidor;
II – a materialidade da infração disciplinar.
Parágrafo único. A instauração de processo disciplinar depende de ato publicado no Diário Oficial do
Distrito Federal, do qual conste:
I – a comissão processante;
II – o número do processo que contém as informações previstas no caput, I e II.

Art. 238. Instaurado o processo disciplinar, o servidor acusado deve ser citado para, se quiser,
acompanhar o processo pessoalmente ou por intermédio de procurador.
§ 1º A citação deve ser acompanhada de cópia, eletrônica ou em papel, das peças processuais
previstas no art. 237 e conter número do telefone, meio eletrônico para comunicação, endereço, horário
e dias de funcionamento da comissão processante.
§ 2º O servidor acusado que mudar de residência fica obrigado a comunicar à comissão processante
o lugar onde pode ser encontrado.
§ 3º Estando o servidor acusado em local incerto ou não sabido, a citação de que trata este artigo é
feita por edital publicado no Diário Oficial do Distrito Federal e em jornal de grande circulação no Distrito
Federal.
§ 4º Se, no prazo de quinze dias contados da publicação de que trata o § 3º, o servidor acusado não
se apresentar à comissão processante, a autoridade instauradora deve designar defensor dativo, para
acompanhar o processo disciplinar enquanto o servidor acusado não se apresentar.

Seção III
Da Instrução

Art. 239. Na fase da instrução, a comissão processante deve promover tomada de depoimentos,
acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando
necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos.

Art. 240. Para a produção de provas, a comissão processante pode, de ofício ou a requerimento do
servidor acusado:
I – tomar depoimentos de testemunhas;
II – fazer acareações;
III – colher provas documentais;
IV – colher provas emprestadas de processos administrativos ou judiciais;
V – proceder à reconstituição simulada dos fatos, desde que não ofenda a moral ou os bons costumes;
VI – solicitar, por intermédio da autoridade competente:
a) realização de buscas e apreensões;
b) informações à Fazenda Pública, na forma autorizada na legislação;
c) quebra do sigilo bancário ou telefônico;
d) acesso aos relatórios de uso feito pelo servidor acusado em sistema informatizado ou a atos que
ele tenha praticado;

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e) exame de sanidade mental do servidor acusado ou indiciado;
VII – determinar a realização de perícias;
VIII – proceder ao interrogatório do servidor acusado.
§ 1º O presidente da comissão processante, por despacho fundamentado, pode indeferir:
I – pedidos considerados impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum interesse para o
esclarecimento dos fatos;
II – pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato independer de conhecimento especial.
§ 2º São classificados como confidenciais, identificados pela comissão processante e autuados em
autos apartados, os documentos:
I – de caráter sigiloso requeridos pela comissão processante ou a ela entregues pelo servidor acusado
ou indiciado;
II – sobre a situação econômica, financeira ou patrimonial do servidor acusado ou indiciado;
III – sobre as fontes de renda do servidor acusado ou indiciado;
IV – sobre os relacionamentos pessoais do servidor acusado ou indiciado.
§ 3º Os documentos de que trata o § 2º são de acesso restrito:
I – aos membros da comissão processante;
II – ao servidor acusado ou ao seu procurador;
III – aos agentes públicos que devam atuar no processo.
§ 4º Os documentos em idioma estrangeiro trazidos aos autos pela comissão processante devem ser
traduzidos para a língua portuguesa, dispensada a tradução juramentada, se não houver controvérsia
relevante para o julgamento da infração disciplinar.

Art. 241. As testemunhas são intimadas a depor mediante mandado expedido pelo presidente da
comissão processante, devendo a segunda via, com o ciente do interessado, ser anexada aos autos.
§ 1º Se a testemunha for servidor público, a expedição do mandado deve ser comunicada ao chefe da
repartição onde tem exercício, com a indicação do dia e da hora marcados para inquirição.
§ 2º A ausência injustificada de servidor público devidamente intimado como testemunha deve ser
comunicada à autoridade competente, para apuração de responsabilidade.

Art. 242. O depoimento de testemunha é feito oralmente, sob compromisso, e reduzido a termo, não
sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito.
§ 1º As testemunhas são inquiridas separadamente.
§ 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infirmem, pode-se proceder à acareação
entre os depoentes.
§ 3º O servidor acusado, seu procurador ou ambos podem assistir à inquirição das testemunhas,
sendo-lhes:
I – vedado interferir nas perguntas e nas respostas;
II – facultado reinquiri-las, por intermédio do presidente da comissão processante.

Art. 243. Concluída a inquirição das testemunhas e a coleta das demais provas, a comissão
processante deve promover o interrogatório do servidor acusado, observados os procedimentos previstos
nos arts. 241 e 242.
§ 1º No caso de mais de um servidor acusado, o interrogatório é feito em separado e, havendo
divergência entre suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, pode ser promovida a acareação entre
eles.
§ 2º O não comparecimento do servidor acusado ao interrogatório ou a sua recusa em ser interrogado
não obsta o prosseguimento do processo, nem é causa de nulidade.
§ 3º O procurador do servidor acusado pode assistir ao interrogatório, sendo-lhe vedado interferir nas
perguntas e nas respostas, facultando-se-lhe, porém, propor perguntas, por intermédio do presidente da
comissão processante, após a inquirição oficial.

Art. 244. Encerrada a instrução e tipificada a infração disciplinar, deve ser formulada a indiciação do
servidor, com a especificação dos fatos a ele imputados e das respectivas provas.
§ 1º Não cabe a indiciação do servidor se, com as provas colhidas, ficar comprovado que:
I – não houve a infração disciplinar;
II – o servidor acusado não foi o autor da infração disciplinar;
III – a punibilidade esteja extinta.
§ 2º Ocorrendo a hipótese do § 1º, a comissão processante deve elaborar o seu relatório, concluindo
pelo arquivamento dos autos.

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Seção IV
Da Defesa

Art. 245. O servidor, uma vez indiciado, deve ser intimado pessoalmente por mandado expedido pelo
presidente da comissão processante para apresentar defesa escrita, no prazo do art. 250.
§ 1º A citação de que trata o art. 238, § 1º, não exclui o cumprimento do disposto neste artigo.
§ 2º No caso de recusa do servidor indiciado em apor o ciente na cópia da intimação, o prazo para
defesa conta-se da data declarada, em termo próprio, pelo membro ou secretário da comissão
processante que fez a intimação, com a assinatura de duas testemunhas.

Art. 246. Quando, por duas vezes, o membro ou o secretário da comissão processante houver
procurado o servidor indiciado, em seu domicílio, residência, ou repartição de exercício, sem o encontrar,
deve, havendo suspeita de ocultação, intimar a qualquer pessoa da família ou, em sua falta, a qualquer
vizinho, que voltará em dia e hora designados, a fim de efetuar a intimação.
§ 1º No dia e hora designados, o membro ou o secretário da comissão processante deve comparecer
ao domicílio ou à residência do servidor indiciado, a fim de intimá-lo.
§ 2º Se o servidor indiciado não estiver presente, o membro ou o secretário da comissão processante
deve:
I – informar-se das razões da ausência e dar por feita a citação, lavrando de tudo a respectiva certidão;
II – deixar cópia do mandado de intimação com pessoa da família do servidor indiciado ou com
qualquer vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome.

Art. 247. Junto à intimação para apresentar a defesa escrita, deve ser apresentada ao servidor acusado
cópia da indiciação.

Art. 248. O servidor indiciado que se encontrar em lugar incerto e não sabido deve ser intimado por
edital para apresentar defesa.
§ 1º O edital de citação deve ser publicado no Diário Oficial do Distrito Federal e em jornal de grande
circulação no Distrito Federal.
§ 2º Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa é de quinze dias, contados da última publicação do
edital.

Art. 249. Considera-se revel o servidor indiciado que, regularmente intimado, não apresentar defesa
no prazo legal.
§ 1º A revelia deve ser declarada em termo subscrito pelos integrantes da comissão processante nos
autos do processo disciplinar.
§ 2º Para defender o servidor revel, a autoridade instauradora do processo deve designar um servidor
estável como defensor dativo, ocupante de cargo de nível igual ou superior ao do servidor indiciado,
preferencialmente com formação em Direito.

Art. 250. O prazo para apresentar defesa escrita é de dez dias.


§ 1º Havendo dois ou mais servidores indiciados, o prazo é comum e de vinte dias.
§ 2º O prazo de defesa pode ser prorrogado pelo dobro, para diligências reputadas indispensáveis.

Art. 251. Cumpridas eventuais diligências requeridas na defesa escrita, a comissão processante deve
declarar encerradas as fases de instrução e defesa.
Parágrafo único. A comissão pode alterar a indiciação formalizada ou propor a absolvição do servidor
acusado em função dos fatos havidos das diligências realizadas.

Seção V
Do Relatório

Art. 252. Concluída a instrução e apresentada a defesa, a comissão processante deve elaborar
relatório circunstanciado, do qual constem:
I – as informações sobre a instauração do processo;
II – o resumo das peças principais dos autos, com especificação objetiva dos fatos apurados, das
provas colhidas e dos fundamentos jurídicos de sua convicção;
III – a conclusão sobre a inocência ou responsabilidade do servidor indiciado, com a indicação do
dispositivo legal ou regulamentar infringido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes;

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IV – a indicação da sanção a ser aplicada e do dispositivo desta Lei Complementar em que ela se
encontra.

Art. 253. A comissão processante deve remeter à autoridade instauradora os autos do processo
disciplinar, com o respectivo relatório.

Art. 254. Na hipótese de o relatório concluir que a infração disciplinar apresenta indícios de infração
penal, a autoridade competente deve encaminhar cópia dos autos ao Ministério Público.

Seção VI
Do Julgamento

Art. 255. Salvo disposição legal em contrário, o julgamento do processo disciplinar e a aplicação da
sanção disciplinar, observada a subordinação hierárquica ou a vinculação do servidor, são da
competência:
I – no Poder Legislativo, do Presidente da Câmara Legislativa ou do Tribunal de Contas;
II – no Poder Executivo:
a) do Governador, quando se tratar de demissão, destituição de cargo em comissão ou cassação de
aposentadoria ou disponibilidade;
b) de Secretário de Estado ou autoridade equivalente, quando se tratar de suspensão superior a trinta
dias ou, ressalvado o disposto na alínea a, das demais sanções a servidor que a ele esteja imediatamente
subordinado;
c) de administrador regional, dirigente de órgão relativamente autônomo, subsecretário, diretor regional
ou autoridade equivalente a que o servidor esteja mediata ou imediatamente subordinado, quando se
tratar de sanção não compreendida nas alíneas a e b.
§ 1º No caso de servidor de autarquia ou fundação do Poder Executivo, o julgamento do processo
disciplinar e a aplicação da sanção disciplinar são da competência:
I – do Governador, quando se tratar de demissão, destituição de cargo em comissão ou cassação de
aposentadoria ou disponibilidade;
II – do respectivo dirigente máximo, quando se tratar de sanção disciplinar não compreendida no inciso
I deste parágrafo.
§ 2º No caso de servidor de conselho ou outro órgão de deliberação coletiva instituído no Poder
Executivo, o julgamento do processo disciplinar e a aplicação da sanção disciplinar são da competência:
I – do Governador, quando se tratar de demissão, destituição de cargo em comissão ou cassação de
aposentadoria ou disponibilidade;
II – de Secretário de Estado ou autoridade equivalente a cuja Secretaria de Estado o conselho ou o
órgão esteja vinculado, quando se tratar de suspensão;
III – do respectivo presidente, quando se tratar de advertência.
§ 3º A competência para julgar o processo disciplinar regula-se pela subordinação hierárquica existente
na data do julgamento.
§ 4º Da decisão que aplicar sanção de advertência ou suspensão cabe recurso hierárquico, na forma
do art. 171, vedado o agravamento da sanção.

Art. 256. No prazo de vinte dias, contados do recebimento dos autos do processo disciplinar, a
autoridade competente deve proferir sua decisão.
§ 1º Se a sanção a ser aplicada exceder a alçada da autoridade instauradora do processo disciplinar,
este deve ser encaminhado à autoridade competente para decidir no mesmo prazo deste artigo.
§ 2º Havendo mais de um servidor indiciado e diversidade de sanções propostas no relatório da
comissão processante, o julgamento e a aplicação das sanções cabe à autoridade competente para a
imposição da sanção mais grave.
§ 3º O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do processo, observada a prescrição.
§ 4º A autoridade que der causa à prescrição de que trata o art. 208 pode ser responsabilizada na
forma do Capítulo I do Título VI.

Art. 257. A autoridade julgadora deve decidir, motivadamente, conforme as provas dos autos.
§ 1º A autoridade julgadora pode converter o julgamento em diligência para repetição de atos
processuais ou coleta de novas provas, caso seja necessário para a elucidação completa dos fatos.

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§ 2º Em caso de divergência com as conclusões do relatório da comissão processante, a autoridade
julgadora pode agravar a sanção disciplinar proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de
responsabilidade.
§ 3º A autoridade competente para aplicar a sanção disciplinar mais grave é também competente para
aplicar sanção disciplinar mais branda ou isentar o servidor de responsabilidade, nas hipóteses previstas
no § 2º.
§ 4º Se discordar da proposta de absolvição ou da inocência do servidor acusado não anteriormente
indiciado, a autoridade julgadora deve designar nova comissão processante para elaborar a indiciação e
praticar os demais atos processuais posteriores.
§ 5º Verificada a existência de vício insanável, a autoridade julgadora deve declarar a nulidade total ou
parcial do processo disciplinar e ordenar, conforme o caso:
I – a realização de diligência;
II – a reabertura da instrução processual;
III – a constituição de outra comissão processante, para instauração de novo processo.
§ 6º Os atos não contaminados pelo vício devem ser reaproveitados.
§ 7º Nenhum ato é declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a apuração dos fatos,
para a defesa ou para a conclusão do processo.
§ 8º O vício a que o servidor acusado ou indiciado tenha dado causa não obsta o julgamento do
processo.

Art. 258. O ato de julgamento do processo disciplinar deve:


I – mencionar sempre o fundamento legal para imposição da penalidade;
II – indicar a causa da sanção disciplinar;
III – ser publicado no Diário Oficial do Distrito Federal.

CAPÍTULO VI
DA REVISÃO DO PROCESSO

Art. 259. O processo disciplinar pode ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando
forem aduzidos fatos novos ou circunstâncias não apreciadas no processo originário, suscetíveis de
justificar a inocência do servidor punido ou a inadequação da sanção disciplinar aplicada, observado o
disposto no art. 175, II.
§ 1º Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor, qualquer pessoa da família
pode requerer a revisão do processo.
§ 2º No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão pode ser requerida pelo respectivo curador.
§ 3º A simples alegação de injustiça da sanção disciplinar aplicada não constitui fundamento para a
revisão.
§ 4º Não é admitido pedido de revisão quando a perda do cargo público ou a cassação de
aposentadoria decorrer de decisão judicial.

Art. 260. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente.


Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente deve pedir dia e hora para produção de provas e
inquirição das testemunhas que arrolar.

Art. 261. O requerimento de revisão do processo deve ser dirigido, conforme o caso, à autoridade
administrativa que julgou, originariamente, o processo disciplinar.
§ 1º Autorizada a revisão, o pedido deve ser encaminhado ao dirigente do órgão, autarquia ou fundação
onde se originou o processo disciplinar, para providenciar a constituição de comissão revisora,
observadas, no que couber, as disposições dos arts. 229 a 234.
§ 2º Não pode integrar a comissão revisora o servidor que tenha atuado na sindicância ou no processo
disciplinar cujo julgamento se pretenda revisar.

Art. 262. A revisão corre em apenso ao processo originário.

Art. 263. A comissão revisora tem o prazo de sessenta dias para a conclusão dos trabalhos.

Art. 264. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no que couber, as normas e procedimentos
do Capítulo V.

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Art. 265. A competência para julgamento do pedido de revisão é da autoridade administrativa que
aplicou, originariamente, a sanção disciplinar.
Parágrafo único. O prazo para julgamento é de vinte dias, contados do recebimento dos autos do
processo disciplinar, durante o qual a autoridade julgadora pode determinar diligências.

Art. 266. Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada.
§ 1º Se a conclusão sobre o pedido de revisão for pela inocência do servidor punido, deve ser declarada
sem efeito a sanção disciplinar aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em
relação à destituição de cargo em comissão, que deve ser convertida em exoneração.
§ 2º Se a conclusão sobre o pedido de revisão for pela inadequação da sanção disciplinar aplicada,
deve-se proceder à nova adequação, restabelecendo-se todos os direitos do servidor naquilo que a
sanção disciplinar aplicada tenha excedido.

Art. 267. Da revisão do processo não pode resultar agravamento de sanção disciplinar.

TÍTULO VIII
DA SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 268. A seguridade social do servidor público distrital compreende um conjunto integrado de ações
destinadas a assegurar direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

Art. 269. A previdência social destina-se exclusivamente aos servidores ocupantes de cargo de
provimento efetivo, na forma prevista na Constituição Federal e em lei complementar específica.

Art. 270. A assistência social deve ser prestada na forma da legislação específica e segundo os
programas patrocinados pelo órgão, autarquia ou fundação.

CAPÍTULO II
DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
Seção I
Das Disposições Gerais

Art. 271. A assistência à saúde do servidor ativo ou inativo, de seu cônjuge, companheiro, dependentes
e do pensionista compreende a assistência médica, hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica
e é prestada:
I – pelo Sistema Único de Saúde;
II – diretamente pelo serviço de saúde do órgão, autarquia ou fundação a que o servidor estiver
vinculado;
III – pela rede privada de saúde, mediante credenciamento por convênio, na forma estabelecida em lei
ou regulamento;
IV – na forma de auxílio, mediante ressarcimento parcial do valor despendido com planos ou seguros
privados de assistência à saúde, na forma estabelecida em regulamento.

Art. 272. O servidor deve ser submetido a exames médicos periódicos gratuitos, nos termos e
condições definidos em regulamento.

Seção II
Da Licença Médica e da Licença Odontológica

Art. 273. Pode ser concedida licença de até quinze dias para o servidor tratar da própria saúde, sem
prejuízo da remuneração ou subsídio.
§ 1º A partir do décimo sexto dia, a licença médica ou odontológica converte-se em auxílio-doença,
observadas as normas do regime próprio de previdência social do Distrito Federal.
§ 2º Aplica-se o disposto no art. 131 à licença médica ou odontológica apenas na hipótese de novo
benefício concedido em decorrência da mesma doença.

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Art. 274. A licença de que trata o art. 273 depende de inspeção feita por médico ou cirurgião-dentista
do setor de assistência à saúde.
§ 1º Se necessário, a inspeção de que trata este artigo pode ser realizada onde o servidor se encontrar.
§ 2º O atestado de médico ou de cirurgião-dentista particular só produz efeitos depois de homologado
pelo setor de assistência à saúde do respectivo órgão, autarquia ou fundação.
§ 3º No caso de atestado de comparecimento a serviços médicos, odontológicos ou laboratoriais, a
ausência ao serviço restringe-se ao turno em que o servidor foi atendido.
§ 4º O atestado ou o laudo da junta médica não pode se referir ao nome ou natureza da doença, salvo
quando se tratar de lesões produzidas por acidente em serviço, doença profissional ou qualquer das
doenças especificadas na legislação do regime próprio de previdência dos servidores públicos do Distrito
Federal.
§ 5º O atestado médico de até três dias durante o bimestre do ano civil pode ser recebido pela chefia
imediata, sem a homologação do serviço de saúde.

Art. 275. O servidor que apresentar indícios de lesões orgânicas ou funcionais deve ser submetido à
inspeção médica.
Parágrafo único. A administração pública deve adotar programas de prevenção a moléstia profissional.

Art. 276. O servidor acidentado em serviço que necessite de tratamento especializado pode ser tratado
em instituição privada, às expensas do Distrito Federal.
Parágrafo único. O tratamento referido neste artigo constitui medida de exceção e somente é
admissível quando inexistirem meios e recursos adequados em instituição pública.

Seção III
Da Readaptação

Art. 277. Ao servidor efetivo que sofrer redução da capacidade laboral, comprovada em inspeção
médica, devem ser proporcionadas atividades compatíveis com a limitação sofrida, respeitada a
habilitação exigida no concurso público.
Parágrafo único. O servidor readaptado não sofre prejuízo em sua remuneração ou subsídio.

TÍTULO IX
CAPÍTULO ÚNICO
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 278. O dia do servidor público é comemorado em vinte e oito de outubro.

Art. 279. Podem ser instituídos os seguintes incentivos funcionais, além daqueles já previstos nos
respectivos planos de carreira:
I – prêmio pela apresentação de ideias, inventos ou trabalhos que favoreçam o aumento de
produtividade e a redução dos custos operacionais;
II – concessão de medalha, diploma de honra ao mérito, condecoração e elogio.

Art. 280. Aos prazos previstos nesta Lei Complementar, salvo disposição legal em contrário, aplica-se
o seguinte:
I – sua contagem é feita em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do
vencimento, ficando prorrogado para o primeiro dia útil seguinte o começo ou o vencimento do prazo que
cair em dia:
a) sem expediente;
b) de ponto facultativo;
c) em que a repartição ficou fechada;
d) cujo expediente foi encerrado antes do horário habitual;
II – pela interrupção, extingue-se a contagem do prazo já feita e reinicia-se nova contagem a partir da
data em que o prazo foi interrompido;
III – durante a suspensão, a contagem do prazo fica paralisada, devendo ser retomada de onde parou
na data em que cessar a causa suspensiva.
§ 1º Salvo disposição legal em contrário, os prazos são contínuos, não se interrompem, não se
suspendem, nem se prorrogam.
§ 2º Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data.

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§ 3º Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente ao do começo do prazo, tem-se como
termo o último dia do mês.

Art. 281. Em razão de nacionalidade, naturalidade, condição social, física, imunológica, sensorial ou
mental, nascimento, idade, escolaridade, estado civil, etnia, raça, cor, sexo, orientação sexual, convicção
religiosa, política ou filosófica, de ter cumprido pena ou de qualquer particularidade ou condição, o servidor
não pode:
I – ser privado de qualquer de seus direitos;
II – ser prejudicado em seus direitos ou em sua vida funcional;
III – sofrer discriminação em sua vida funcional ou pessoal;
IV – eximir-se do cumprimento de seus deveres.

Art. 282. Ao servidor público civil são assegurados, nos termos da Constituição Federal, o direito à livre
associação sindical e os seguintes direitos, entre outros, dela decorrentes:
I – representação pelo sindicato, inclusive como substituto processual;
II – desconto em folha, sem ônus para a entidade sindical a que for filiado, do valor das mensalidades
e contribuições definidas em assembleia geral da categoria.

Art. 283. Para efeitos desta Lei Complementar, consideram-se da família do servidor o cônjuge ou o
companheiro, os filhos e, na forma da legislação federal sobre imposto de renda da pessoa física, os que
forem seus dependentes econômicos.
§ 1º O servidor pode requerer o registro em seus assentamentos funcionais de qualquer pessoa de
sua família.
§ 2º A dependência econômica deve ser comprovada, por ocasião do pedido, e a sua comprovação
deve ser renovada anualmente, na forma do regulamento.
§ 3º Equiparam-se à condição de companheira ou companheiro os parceiros homoafetivos que
mantenham relacionamento civil permanente, desde que devidamente comprovado.

Art. 284. As orientações normativas para a uniformização dos procedimentos de aplicação desta Lei
Complementar são formuladas, no Poder Executivo, pelo órgão central do sistema de:
I – correição, sobre questões atinentes ao regime, à sanção e ao processo disciplinar, sem prejuízo
das competências de corregedorias específicas;
II – pessoal, sobre as questões não compreendidas no inciso I.
Art. 285. As disposições desta Lei Complementar não alteram a jornada de trabalho vigente na data
de sua publicação, não extinguem direitos adquiridos, nem direitos ou deveres previstos em lei especial.

Art. 286. Até que lei específica fixe o valor do auxílio-alimentação previsto no art. 111, ficam mantidos
os valores pagos na forma da legislação vigente até a data de publicação desta Lei Complementar.

Art. 287. Fica mantido, com os respectivos efeitos, o tempo de serviço regularmente averbado na forma
da legislação anterior à publicação desta Lei Complementar.

Art. 288. Ficam mantidas, até sua adequação às disposições desta Lei Complementar, as normas
regulamentares expedidas com base na legislação anterior, exceto naquilo que conflitarem com esta Lei
Complementar.

Art. 289. O décimo terceiro salário, previsto nesta Lei Complementar, substitui a gratificação natalícia
prevista na Lei nº 3.279, de 31 de dezembro de 2003.

Art. 290. As remissões feitas na legislação distrital a dispositivo da Lei federal nº 8.112, de 11 de
dezembro de 1990, ou a dispositivos das leis revogadas por esta Lei Complementar consideram-se feitas
às disposições correspondentes desta Lei Complementar.

Art. 291. A Lei Complementar nº 769, de 30 de junho de 2008, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
Art. 1º ..................................
§ 3º Aplicam-se subsidiariamente às disposições desta Lei Complementar as normas do regime
jurídico dos servidores públicos civis do Distrito Federal.
Art. 12. ..............................

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§ 1º A dependência econômica do cônjuge e dos filhos indicados no inciso IV é presumida, e a das
pessoas indicadas nos incisos I a III deve ser comprovada.
§ 2º A existência de dependente indicado no inciso IV exclui do direito ao benefício os indicados nos
incisos I a III.
............................
Art. 18. A aposentadoria por invalidez é devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-
doença, for considerado incapaz de readaptação para o exercício das atribuições do cargo, de forma
compatível com a limitação que tenha sofrido, e deve ser paga, com base na legislação vigente, a partir
da data da publicação do respectivo ato e enquanto o servidor permanecer nessa condição.
.............................
§ 9º O servidor aposentado com provento proporcional ao tempo de contribuição, se acometido de
qualquer das moléstias especificadas no § 5º, deve passar a perceber provento integral, calculado com
base no fundamento legal de concessão da aposentadoria.
§ 10. A doença, lesão ou deficiência de que o servidor público era portador ao ingressar no cargo
público não lhe confere o direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando sobrevier incapacidade por
motivo de progressão ou agravamento das causas de deficiência.

Art. 24. O segurado em gozo de auxílio-doença, insusceptível de readaptação, deve ser aposentado
por invalidez.

Art. 29. ..................................


§ 3º A pensão deve ser concedida ao dependente que se habilitar.
§ 4º A concessão da pensão não pode ser protelada pela falta de habilitação de outro possível
dependente.
§ 5º O cônjuge ausente não exclui do direito à pensão por morte o companheiro ou a companheira.
§ 6º A habilitação posterior que importe inclusão ou exclusão de dependente só produz efeitos a contar
da data da habilitação.

Art. 30. As pensões distinguem-se, quanto à natureza, em vitalícias e temporárias.


§ 1º A pensão vitalícia é composta de cota ou cotas permanentes, que somente se extinguem ou
revertem com a morte do pensionista.
§ 2º A pensão temporária é composta de cota ou cotas que podem se extinguir ou reverter por motivo
de morte, cessação de invalidez ou maioridade do pensionista.
Art. 30-A. São beneficiários da pensão:
I – vitalícia:
a) o cônjuge;
b) a pessoa separada judicialmente, divorciada ou cuja união estável foi legalmente dissolvida, com
percepção de pensão alimentícia;
c) o companheiro ou companheira que comprove união estável;
d) a mãe ou o pai com percepção de pensão alimentícia;
II – temporária:
a) o filho ou o enteado até completar vinte e um anos de idade, ou, se inválidos, enquanto durar a
invalidez;
b) o menor sob tutela;
c) o irmão não emancipado até completar vinte e um anos de idade, ou, se inválido, enquanto durar a
invalidez, que perceba pensão alimentícia.
Parágrafo único. É vedada a concessão de pensão vitalícia:
I – ao beneficiário indicado no inciso I, c, se houver beneficiário indicado no inciso I, a;
II – a mais de um companheiro ou companheira.

Art. 30-B. O valor da pensão, calculado na forma do art. 29, deve ser rateado entre os habilitados de
modo a individualizar a cota a que cada beneficiário faz jus.
§ 1º Não havendo dependentes previstos no art. 30-A, I, b ou d, ou no art. 30-A, II, c, deve-se observar,
no cálculo da cota de cada pensionista, o seguinte:
I – havendo apenas um pensionista habilitado, o valor da cota corresponde ao valor da pensão;
II – ocorrendo habilitação às pensões vitalícia e temporária, metade do valor cabe aos habilitados à
pensão vitalícia; a outra metade, aos habilitados à pensão temporária.
§ 2º Havendo dependentes previstos no art. 30-A, I, b ou d, ou no art. 30-A, II, c, aplica-se o seguinte:

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I – a cota desses dependentes é calculada de modo proporcional ao valor da pensão alimentícia
percebida, tendo como base para cálculo o valor total da pensão;
II – a cota dos demais dependentes, se houver, deve ser calculada na forma do § 1º, tendo como base
para cálculo o saldo do valor da pensão que remanescer após deduzir a cota de que trata o inciso I deste
parágrafo.
§ 3º O valor apurado na forma do § 2º, I, fica limitado pela cota devida a cada beneficiário da pensão
vitalícia ou da pensão temporária.

Art. 30-C. A cota do pensionista que perdeu essa qualidade reverte-se, exclusivamente, para seu
ascendente, descendente ou irmão que também seja pensionista do mesmo instituidor de pensão.

Art. 30-D. Ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção cumulativa de mais de duas pensões
pagas por regime próprio de previdência social.

Art. 292. (VETADO).

Art. 293. Esta Lei Complementar entra em vigor no dia 1º de janeiro de 2012.

Art. 294. Ficam revogadas as disposições em contrário, deixando de ser aplicadas, no Distrito Federal,
a Lei federal nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e a Lei federal nº 8.647, de 13 de abril de 1993.

Art. 295. Salvo as disposições aplicáveis aos empregados das empresas públicas ou sociedades de
economia mista, ficam expressamente revogados:
I – art. 4º da Lei nº 39, de 6 de setembro de 1989;
II – art. 12 da Lei nº 51, de 13 de novembro de 1989;
III – art. 5º da Lei nº 64, de 14 de dezembro de 1989;
IV – art. 13 da Lei nº 68, de 22 de dezembro de 1989;
V – art. 11 da Lei nº 88, de 29 de dezembro de 1989;
VI – art. 1º da Lei nº 119, de 16 de agosto de 1990;
VII – art. 4º da Lei nº 125, de 29 de outubro de 1990;
VIII – arts. 12, 13 e 19 da Lei nº 159, de 16 de agosto de 1991;
IX – arts. 4º e 5º da Lei nº 197, de 4 de dezembro de 1991;
X – art. 4º da Lei nº 211, de 19 de dezembro de 1991;
XI – art. 3º da Lei nº 948, de 30 de outubro de 1995;
XII – arts. 3º e 4º da Lei nº 1.141, de 10 de julho de 1996;
XIII – arts. 1º, 2º, 3º, 5º e 6º da Lei nº 1.864, de 19 de janeiro de 1998;
XIV – art. 4º da Lei nº 2.911, de 5 de fevereiro de 2002;
XV – art. 4º da Lei nº 4.381, de 28 de julho de 2009;
XVI – Lei nº 34, de 13 de julho de 1989;
XVII – Lei nº 160, de 2 de setembro de 1991;
XVIII – Lei nº 221, de 27 de dezembro de 1991;
XIX – Lei nº 237, de 20 de janeiro de 1992;
XX – Lei nº 463, de 22 de junho de 1993;
XXI – Lei nº 786, de 7 de novembro de 1994;
XXII – Lei nº 921, de 19 de setembro de 1995;
XXIII – Lei nº 988, 18 de dezembro de 1995;
XXIV – Lei nº 1.004, de 9 de janeiro de 1996;
XXV – Lei nº 1.136, de 10 de julho de 1996;
XXVI – Lei nº 1.139 de 10 de julho de 1996;
XXVII – Lei nº 1.303, de 16 de dezembro de 1996;
XXVIII – Lei nº 1.370, de 6 de janeiro de 1997;
XXIX – Lei nº 1.448, de 30 de maio de 1997;
XXX – Lei nº 1.569, de 15 de julho de 1997;
XXXI – Lei nº 1.752, de 4 de novembro de 1997;
XXXII – Lei nº 1.784, de 24 de novembro de 1997;
XXXIII – Lei nº 1.799, de 23 de dezembro de 1997;
XXXIV – Lei nº 1.836, de 14 de janeiro de 1998;
XXXV – Lei nº 2.107, de 13 de outubro de 1998;
XXXVI – Lei nº 2.122, de 12 de novembro de 1998;

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XXXVII – Lei nº 2.226, de 31 de dezembro de 1998;
XXXVIII – Lei nº 2.469, de 21 de outubro de 1999;
XXXIX – Lei nº 2.663, de 4 de janeiro de 2001;
XL – Lei nº 2.671, de 11 de janeiro de 2001;
XLI – Lei nº 2.895, de 23 de janeiro de 2002;
XLII – Lei nº 2.944, de 17 de abril de 2002;
XLIII – Lei nº 2.963, de 26 de abril de 2002;
XLIV – Lei nº 2.966, de 7 de maio de 2002;
XLV – Lei nº 2.971, de 7 de maio de 2002;
XLVI – Lei nº 2.992, de 11 de junho de 2002;
XLVII – Lei nº 3.279, de 31 de dezembro de 2003;
XLVIII – Lei nº 3.289, de 15 de janeiro de 2004;
XLIX – Lei nº 3.389, de 6 de julho de 2004;
L – Lei nº 3.494, de 8 de dezembro de 2004;
LI – Lei nº 3.558, de 18 de janeiro de 2005;
LII – Lei nº 3.577, de 12 de abril de 2005;
LIII – Lei nº 3.648, de 4 de agosto de 2005;
LIV – Lei nº 3.692, de 8 de novembro de 2005;
LV – Lei nº 3.855, de 22 de maio de 2006;
LVI – Lei nº 3.894, de 12 de julho de 2006;
LVII – Lei nº 4.477, de 1º de junho de 2010.

Brasília, 23 de dezembro de 2011

124º da República e 52º de Brasília

AGNELO QUEIROZ

Fonte de pesquisa: https://www.cl.df.gov.br/pesquisa-de-leis-e-proposicoes, acessado dia18/10/2016,


às 10:43 horas.

Questões
01. (SEAP/DF - Analista - Direito – IADES/2014). O Regime Jurídico Único dos Servidores do Distrito
Federal dispõe, entre outros temas, acerca de seu regime disciplinar. A esse respeito, assinale a
alternativa correta.
(A) A cassação de aposentadoria é a sanção por infração disciplinar que houver sido cometida pelo
servidor quando ainda em atividade, pela qual se impõe a perda do direito à aposentadoria, vedada, nesse
caso, a cominação de impedimento de nova investidura em cargo público.
(B) É prevista a possibilidade de isenção de aplicação de sanção disciplinar.
(C) Os efeitos da advertência ou da suspensão não cessam se lei posterior deixar de considerar como
infração disciplinar o fato que as motivou.
(D) Quando o servidor incorrer em reincidência por infração disciplinar leve, aplica-se a suspensão que
não poderá exceder 90 dias.
(E) O desconhecimento de norma administrativa não pode ser alegado pelo servidor, para quaisquer
efeitos.

02. (SES/DF - Biólogo – IADES/2014). Com relação ao instituto da readaptação, previsto no regime
jurídico dos servidores públicos civis do Distrito Federal, é correto afirmar que a readaptação
(A) é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a
limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, verificada em inspeção médica.
(B) é uma das formas expressas de provimento de cargo público.
(C) será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitados a habilitação exigida, o nível de
escolaridade e a equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor
exercerá suas atribuições como excedente até a ocorrência de vaga.
(D) consiste, exigidos os requisitos legais, em proporcionar ao servidor efetivo atividades compatíveis
com a limitação sofrida.
(E) é uma das formas possíveis de vacância de cargo público.

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03. (SES/DF - Biólogo – IADES/2014). A respeito do tratamento conferido aos adicionais de
insalubridade e de periculosidade no regime jurídico dos servidores públicos civis do Distrito Federal,
assinale a alternativa correta.
(A) Observados os percentuais próprios sobre o vencimento básico, o adicional de insalubridade ou
de periculosidade são devidos nos termos das normas legais e regulamentares pertinentes aos
trabalhadores em geral.
(B) Os servidores que trabalhem com habitualidade em locais insalubres, perigosos ou em contato
permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida fazem jus a um adicional que varia
de R$ 100,00 a R$ 260,00, conforme o grau de exposição definido, sendo a periculosidade percebida no
valor de R$ 180,00.
(C) O adicional de irradiação ionizante é equiparado, para efeitos da percepção pecuniária, ao grau
máximo de insalubridade.
(D) O servidor que trabalha com habitualidade ou não em locais insalubres ou em contato permanente
com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida faz jus a um adicional de insalubridade ou de
periculosidade.
(E) O adicional por trabalhos com raios X ou substâncias radioativas é equiparado, para efeitos de
percepção pecuniária, ao adicional de periculosidade.

04. (SEAP/DF - Técnico em Contabilidade – IADES/2014). Salvo disposição legal em contrário,


conforme disposições do próprio regime jurídico único, os servidores públicos efetivos do governo do
Distrito Federal têm regime de trabalho semanal de:
(A) 20 horas.
(B) 30 horas.
(C) 36 horas.
(D) 40 horas.
(E) 44 horas.

05. (SEAP/DF - Analista - Direito – IADES/2014). No Regime Jurídico Único dos Servidores do Distrito
Federal, entre os direitos nele arrolados, consta previsão para o momento da ocorrência de morte. Acerca
desse tema, assinale a alternativa correta.
(A) É devido o auxílio-funeral à família do servidor efetivo ou ocupante de cargo em comissão falecido
em atividade ou aposentado, em valor equivalente a um mês da remuneração, subsídio ou provento; caso
já tenha ocorrido a aposentadoria, o auxílio- funeral é pago pelo regime próprio de previdência social,
mediante ressarcimento dos valores pelo Tesouro do Distrito Federal, assegurada, em qualquer caso, a
terceiro, se este houver custeado, indenização limitada ao valor de um mês da remuneração, subsídio ou
provento.
(B) É devida indenização à família do servidor efetivo falecido em atividade ou aposentado, ou a
terceiro que houver custeado o funeral, devendo ser paga no prazo de 48 horas, limitada ao valor de um
mês da remuneração, subsídio ou provento; no caso de servidor aposentado, será paga pelo regime
próprio de previdência social, mediante ressarcimento dos valores pelo Tesouro do Distrito Federal.
(C) É devido auxílio-funeral à família do servidor efetivo falecido em atividade ou aposentado, ou a
terceiro que houver custeado o funeral, em valor equivalente a um mês da remuneração, subsídio ou
provento; no caso de servidor aposentado, o auxílio-funeral é pago pelo regime próprio de previdência
social, mediante ressarcimento dos valores pelo Tesouro do Distrito Federal.
(D) É devido auxílio-funeral à família do servidor efetivo falecido em atividade ou aposentado, em valor
equivalente a um mês da remuneração, subsídio ou provento, pago diretamente pelo Tesouro do Distrito
Federal, devendo ser pago no prazo de 48 horas à pessoa da família que houver custeado o funeral,
assegurada a terceiro, se este houver custeado, indenização limitada ao valor de um mês da
remuneração, subsídio ou provento.
(E) É devido o auxílio-funeral à família do servidor efetivo falecido em atividade ou aposentado, em
valor equivalente a um mês da remuneração, subsídio ou provento; no caso de servidor aposentado, o
auxílio-funeral é pago pelo regime próprio de previdência social, mediante ressarcimento dos valores pelo
Tesouro do Distrito Federal.

06. (SEAP/DF - Auditor de Controle Interno - Planejamento e Orçamento). A respeito do Regime


Jurídico Único do Servidor Público do Distrito Federal (Lei complementar n.º 840/2011), assinale a
alternativa correta.
(A) Em caso de acumulação lícita de cargos, o estágio probatório é cumprido em relação a cada cargo
em cujo exercício esteja o servidor, permitido o aproveitamento de prazo ou pontuação.

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(B) Caso o servidor seja reprovado no estágio probatório, ele deve ser demitido a bem do serviço
público.
(C) Será reconduzido ao cargo de provimento efetivo anteriormente ocupado, no qual já possuía
estabilidade, o servidor que desistir do estágio probatório.
(D) O servidor em estágio probatório tem direito à licença não remunerada ou a afastamento sem
remuneração.
(E) Não cabe recurso da decisão que, desde que fundamentada, reprovar o servidor no estágio
probatório.

07. (SES/DF - Técnico de Laboratório - Patologia Clínica – IADES/2014). O regime jurídico dos
servidores públicos civis do Distrito Federal prevê que, durante o estágio probatório, são avaliadas a
aptidão, a capacidade e a eficiência do servidor para o desempenho do cargo. A esse respeito, assinale
a alternativa que apresenta todos os fatores a cuja observância deve obedecer o referido estágio
probatório, conforme disposição expressa desse estatuto.
(A) Assiduidade; disciplina; capacidade de iniciativa; produtividade; e, responsabilidade.
(B) Pontualidade; disciplina; capacidade de iniciativa; e, produtividade.
(C) Assiduidade; pontualidade; disciplina; capacidade de iniciativa; produtividade; e, responsabilidade.
(D) Assiduidade; pontualidade; disciplina; capacidade de iniciativa; e, produtividade.
(E) Pontualidade; disciplina; capacidade de iniciativa; e, responsabilidade.

08. Julgue o item subsequente:


A instauração de processo disciplinar depende de ato publicado no Diário Oficial do Distrito Federal,
do qual conste a comissão processante e o número do processo que contém as informações previstas no
caput, I e II.

( ) Certo ( ) Errado

09. Para o servidor com deficiência, o horário especial consiste na redução de até ________ por cento
da jornada de trabalho.
(A) 20 (vinte);
(B) 10 (dez);
(C) 15 (quinze);
(D) 5 (cinco).

10. Com relação à prescrição da ação disciplinar, assinale a alternativa incorreta:


(A) A ação disciplinar prescreve em cinco anos, quanto à demissão, destituição de cargo em comissão
ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
(B) A ação disciplinar prescreve em dois anos, quanto à suspensão;
(C) A ação disciplinar prescreve em seis meses, quanto à multa;
(D) A ação disciplinar prescreve em um ano, quanto à advertência.

Respostas

01. Resposta: B
LC 840/2011
Art. 210. Fica isento de sanção disciplinar o servidor cuja conduta funcional, classificada como erro de
procedimento, seja caracterizada, cumulativamente, pela:
I – ausência de dolo;
II – eventualidade do erro;
III – ofensa ínfima aos bens jurídicos tutelados;
IV – prejuízo moral irrelevante;
V – reparação de eventual prejuízo material antes de se instaurar sindicância ou processo disciplinar.

02. Resposta: D
LC 840/2011
Art. 277. Ao servidor efetivo que sofrer redução da capacidade laboral, comprovada em inspeção
médica, devem ser proporcionadas atividades compatíveis com a limitação sofrida, respeitada a
habilitação exigida no concurso público.
Parágrafo único. O servidor readaptado não sofre prejuízo em sua remuneração ou subsídio.

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03. Resposta: A
LC 840/2011
Art. 83. O adicional de insalubridade ou de periculosidade é devido nos termos das normas legais e
regulamentares pertinentes aos trabalhadores em geral, observados os percentuais seguintes, incidentes
sobre o vencimento básico:
I – cinco, dez ou vinte por cento, no caso de insalubridade nos graus mínimo, médio ou máximo,
respectivamente;
II – dez por cento, no caso de periculosidade.
§ 1º O adicional de irradiação ionizante deve ser concedido nos percentuais de cinco, dez ou vinte por
cento, na forma do regulamento.
§ 2º A gratificação por trabalhos com raios X ou substâncias radioativas é concedida no percentual de
dez por cento.

04. Resposta: B
LC 840/2011
Art. 57. Salvo disposição legal em contrário, o servidor efetivo fica sujeito ao regime de trabalho de
trinta horas semanais.

05. Resposta: E
LC 840/2011
Art. 97. O auxílio-funeral é devido à família do servidor efetivo falecido em atividade ou aposentado,
em valor equivalente a um mês da remuneração, subsídio ou provento.
§ 1º No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio-funeral é pago somente em razão do cargo de
maior remuneração ou subsídio.
§ 2º O auxílio-funeral deve ser pago no prazo de quarenta e oito horas, por meio de procedimento
sumaríssimo, à pessoa da família que houver custeado o funeral.
§ 3º No caso de servidor aposentado, o auxílio-funeral é pago pelo regime próprio de previdência
social, mediante ressarcimento dos valores pelo Tesouro do Distrito Federal.

06. Resposta: C
LC 840/2011
Art. 37. A recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado, observado o
disposto no art. 202, § 3º, e decorre de:
I – reprovação em estágio probatório;
II – desistência de estágio probatório.

07. Resposta: C
LC 840/2011
Art. 28. Durante o estágio probatório, são avaliadas a aptidão, a capacidade e a eficiência do servidor
para o desempenho do cargo, com a observância dos fatores:
I – assiduidade;
II – pontualidade;
III – disciplina;
IV – capacidade de iniciativa;
V – produtividade;
VI – responsabilidade.

08. Resposta: certo


LC 840/2011
Art. 237. Para a instauração de processo disciplinar, deve constar dos autos:
I – a indicação da autoria, com nome, matrícula e cargo do servidor;
II – a materialidade da infração disciplinar.
Parágrafo único. A instauração de processo disciplinar depende de ato publicado no Diário Oficial do
Distrito Federal, do qual conste:
I – a comissão processante;
II – o número do processo que contém as informações previstas no caput, I e II.

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09. Resposta: A
LC 840/2011
Art. 61. Pode ser concedido horário especial:
( )
§ 1º Para o servidor com deficiência, o horário especial consiste na redução de até vinte por cento da
jornada de trabalho.

10. Resposta: C
LC 840/2011
Art. 208. A ação disciplinar prescreve em:
I – cinco anos, quanto à demissão, destituição de cargo em comissão ou cassação de aposentadoria
ou disponibilidade;
II – dois anos, quanto à suspensão;
III – um ano, quanto à advertência.

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