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Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br
Bons estudos!
Política
Poder Executivo
O poder executivo é compreendido pelo presidente da república e seus ministros de Estado no sistema
federativo brasileiro, com atribuições e responsabilidades definidos pela constituição federal. Nos estados
da federação e no distrito federal, o poder executivo é exercido pelos governadores e seus secretários,
com atribuições e responsabilidades controlados pela constituição estadual. Nos municípios, os
representantes do poder executivo são os prefeitos e seus secretários, que também possuem atribuições
e responsabilidades, definidas na lei orgânica de cada município.
O presidente, governadores e prefeitos são eleitos através de sufrágio (voto) universal. O eleitor tem
o direito de escolher aquele que melhor se encaixa em sua visão política. Todos os candidatos devem
ser filiados a um partido político e, quando eleitos, possuem mandato com tempo determinado. No Brasil
as funções de presidente, governador e prefeito possuem duração de 4 anos cada, com a possibilidade
de reeleição. Durante suas campanhas os candidatos discutem seus programas de governo e os rumos
que pretendem dar ao país.
Existem punições ao presidente da república em caso de crime de responsabilidade, como previsto na
constituição federal, além de punição para infrações penais comuns. Para ser submetido a julgamento o
presidente precisa ter acusação admitida por pelo menos dois terços da Câmara dos Deputados. Nos
casos de infrações penais ele é julgado pelo Supremo Tribunal Federal e em caso de crimes de
responsabilidade é julgado pelo Senado Federal.
Entre as principais funções do presidente da república estão a execução de leis e expedição de
decretos e regulamentos; prover cargos e funções públicas; promover a administração e a segurança
públicas; emitir moeda; elaborar o orçamento e os planos de desenvolvimento econômico e social nos
níveis nacional, regional e setoriais; exercer o comando supremo das forças armadas; e manter relações
com estados estrangeiros.
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Além das funções executivas, o presidente conta ainda, em alguns casos, com poder legislativo. O
poder pode ser aplicado em veto a leis aprovadas pelo Congresso Nacional e a edição de medidas
provisórias com força de lei de aplicação e execução imediatas.
Os ministros de estado e auxiliares diretos do presidente podem ser nomeados ou demitidos livremente
por ele. Para assumir alguma das funções a pessoa deve ter no mínimo 21 anos de idade, brasileiros
natos, e estar no exercício dos direitos políticos. Os ministros nomeados pelo presidente são responsáveis
por diversas políticas de governo, em diversos campos de atuação, como educação, economia, cultura,
finanças e justiça, entre diversos outros. Os ministros podem ser convocados para justificar seus atos
perante a Câmara dos Deputados, o Senado ou qualquer uma de suas comissões para explicar atos ou
programas.
Poder Legislativo
O Poder Legislativo é representado por pessoas que devem elaborar as leis que regulamentam o
Estado, conhecidos por legisladores. Na maioria das repúblicas e monarquias o poder legislativo é
formado por um congresso, parlamento, assembleia ou câmara.
Seu objetivo é elaborar normas de abrangência geral ou em raros casos individual, que são
estabelecidas aos cidadãos ou às instituições públicas nas suas relações recíprocas.
Entre as principais funções do poder legislativo estão a de fiscalizar o Poder Executivo, votar
leis orçamentárias e, em situações específicas, julgar determinadas pessoas, como o Presidente da
república ou os próprios membros do legislativo.
No Brasil, o Poder legislativo é exercido em âmbito federal, estadual e municipal. O Congresso
Nacional é formados pela Câmara dos Deputados e o Senado Federal e é responsável pelo Poder
Legislativo federal. Possui a função de elaborar e aprovar as leis do país, e também controlar os atos do
executivo e impedir abusos pela fiscalização permanente. Nos estados é exercido pelas assembleias
legislativas e nos municípios pelas câmaras municipais, ou de vereadores
Poder Judiciário
O Poder Judiciário é exercido pelos juízes e possui a capacidade e a prerrogativa de julgar, de acordo
com as regras constitucionais e leis criadas pelo poder legislativo em determinado país.
No Brasil, o judiciário não depende dos demais poderes nem possui controles externos de fiscalização.
Sua função é a de aplicar a lei a fatos particulares e, por atribuição e competência, declarar o direito e
administrar justiça. Além disso, pode resolver os conflitos que podem surgir na sociedade e tomar
decisões com base na constituição, nas leis, nas normas e nos costumes, que adapta a situações
específicas.
O poder judiciário possui a divisão entre a União(Federal) e os estados, com a denominação de justiça
federal e justiça estadual, respectivamente.
Entre os órgãos que formam o poder Judiciário estão o Supremo Tribunal Federal (STF), Superior
Tribunal de Justiça (STJ), além dos Tribunais Regionais Federais (TRF), Tribunais e Juízes do Trabalho,
Tribunais e Juízes Eleitorais, Tribunais e Juízes Militares e os Tribunais e Juízes dos estados e do Distrito
Federal e Territórios.
O STF é o órgão máximo do Judiciário brasileiro. Sua principal função é zelar pelo cumprimento da
Constituição e dar a palavra final nas questões que envolvam normas constitucionais. É composto por 11
ministros indicados pelo Presidente da República e nomeados por ele após aprovação pelo Senado
Federal.
Os juízes que atuam em tribunais superiores são nomeados pelo presidente da república, porem
precisam de aprovação do Senado. Outros cargos são preenchidos através de concurso público. Os
juízes têm cargo vitalício, não podem ser removidos e seus vencimentos não podem ser reduzidos.
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19/03/2017 – Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-39317738
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"A polícia agiu mal com a maneira como divulgaram tudo. Acho que houve um certo exagero, para
precipitar a loucura que foi na imprensa ontem", disse à BBC Brasil o médico veterinário e especialista
em carnes Pedro Eduardo de Felício, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp.
A engenheira de alimentos Carmen Castillo, da ESALQ - USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz), pontua que alguns ingredientes citados nas acusações, como o ácido ascórbico, são
necessários para o processamento dos alimentos e é preciso tomar cuidado para não "demonizá-los".
"Não é problema usar esses ingredientes (em alimentos processados e embutidos), o problema é não
respeitar os níveis permitidos na lei", disse à BBC Brasil.
De acordo com a Polícia Federal, esse seria um dos delitos cometidos pelas empresas, que utilizavam
ingredientes no processamento de carnes em quantidades acima do que determina a regulamentação.
"Eles usam ácidos, outros ingredientes químicos, em quantidades muito superior à permitida por lei
pra poder maquiar o aspecto físico do alimento estragado ou com mau cheiro", explicou o delegado da
PF responsável pela investigação, Maurício Moscardi Grillo, em entrevista coletiva na sexta-feira.
A operação deflagrada pela PF foi a maior de sua história e revelou que empresas do setor, incluindo
as as gigantes JBS e a BRF, adulteravam a carne que vendiam no mercado interno e externo.
A investigação também revelou um esquema de propinas e presentes dados pelos frigoríficos a fiscais
do Ministério da Agricultura, que supostamente recebiam para afrouxar a fiscalização e liberar a
comercialização de carne vencida e adulterada.
Sobre as acusações, a JBS se manifestou dizendo que "é a maior interessada no fortalecimento da
inspeção sanitária no Brasil", ressaltando que "no despacho da Justiça Federal que deflagrou a operação,
não há qualquer menção a irregularidades sanitárias ou à qualidade dos produtos da JBS e de suas
marcas."
A BRF disse que "apóia a fiscalização do setor e o direito de informação da sociedade com base em
fatos, sem generalizações que podem prejudicar a reputação de empresas idôneas e gerar alarme
desnecessário na população."
Exagero?
O delegado Grillo explicou os problemas encontrados na carne das empresas investigadas pela
operação - que iam desde mudar a data de vencimento e a embalagem de carnes estragadas, que eram
usadas como matéria-prima para embutidos, até injetar água em frangos para alterar seu peso e mascarar
a deterioração de carnes com o uso de ácido ascórbico.
"São dois anos de análise de fatos, desde utilização de papelão por essas empresas - até essas que
já citei de grande porte (JBS e BRF) - para colocar esse tipo de situação em comidas, pra fazer enlatados,
e outras coisas que podem prejudicar a saúde humana. (...) Tudo isso mostra que o que interessa para
esse grupo é o capitalismo, é o mercado, independente da saúde pública", disse.
"Determinados produtos, cancerígenos até, em alguns casos, eram usados pra poder maquiar as
características de um produto estragado ou com cheiro."
Mas alguns especialistas ouvidos pela BBC Brasil avaliam o modo como as informações foram
divulgadas como "sensacionalista".
"A divulgação da operação foi muito sensacionalista. Essa é uma questão pontual. Estou nesse
mercado, estudando e trabalhando, há 30 anos. Uma das empresas que dirijo importava carne do Uruguai
e da Argentinos até 2012. Hoje, 100% da carne que usamos é produzida no Brasil porque melhorou muito
a qualidade", afirma Sylvio Lazzarini, dono do restaurante Varanda Grill, em São Paulo.
Já Felício ressaltou a importância da investigação e disse que a operação revela um problema no
setor, que "precisa de uma renovação no sistema de fiscalização". Ele destaca, porém, que é preciso
esclarecer melhor as informações divulgadas sobre ingredientes comuns na indústria de carnes, como o
ácido ascórbico, "que é utilizado no mundo todo".
Tanto Felício quanto Lazzarini apontaram o fato de que, ao anunciar a operação, a PF não explicitou
quais infrações foram cometidas por quais empresas, o que facilitaria uma "generalização" do problema.
A BBC Brasil procurou a Polícia Federal, mas não obteve resposta até o fechamento dessa
reportagem.
Papelão
Ao anunciar a operação, a PF mencionou que empresas envolvidas no esquema de corrupção
"usavam papelão para fazer enlatados (embutidos)".
Em uma das ligações telefônicas citadas no relatório da Polícia, funcionários da BRF falam sobre o
uso de papelão na área onde produzem CMS (carne mecanicamente separada, comumente usada na
produção de salsichas).
No áudio, é possível ouvir:
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Funcionário: o problema é colocar papelão lá dentro do cms também né. Tem mais essa ainda. Eu vou
ver se eu consigo colocar em papelão. Agora se eu não consegui em papelão, daí infelizmente eu vou ter
que condenar.
Luiz Fossati (gerente de produção da BRF): ai tu pesa tudo que nós vamos dar perda. Não vamos
pagar rendimentos isso.
Pedro Felício acredita que a referência ao papelão não foi feita como ingrediente para o processamento
da carne. "Acho muito difícil isso ter acontecido. O que acontece é que tem áreas dentro das indústrias
que são chamadas de áreas limpas, onde não podem entrar embalagens secundárias, como caixas de
papelão", diz.
"Na gravação que ouvi, duas pessoas falavam em entrar com uma embalagem de papelão na área
limpa. Evitar papelão nessas áreas faz parte das boas práticas de manufatura, mas não fazer isso não é
o mesmo que usar papelão dentro da salsicha."
Em nota, a empresa BRF afirmou que "houve um grande mal entendido na interpretação do áudio
capturado pela Polícia Federal".
A empresa afirma que um de seus funcionários falava que tentaria embalar a carne em papelão. O
produto é embalado normalmente em plásticos.
"Na frase seguinte, ele deixa claro que, caso não obtenha a aprovação para a mudança de embalagem,
terá de condenar o produto, ou seja, descartá-lo", afirma a empresa.
Ácido ascórbico
O ácido ascórbico - a popular vitamina C - também foi citado pelo delegado da PF como algo utilizado
para "maquiar" o aspecto da carne.
"Eles usam ácido ascórbico e outras substâncias na carne pra maquiar essa imagem ruim que ficaria
se ela fosse expostas dessa forma. Inclusive cancerígenas. Então se usa esses produtos multiplicados
cinco, seis vezes pela quantia permitida pela lei para que não dê cheiro, e o aspecto de cor fique bom
também", disse Grillo.
A partir daí, muitas pessoas entenderam que o ácido ascórbico é uma substância potencialmente
cancerígena.
De acordo com a OMS, ela pode contribuir com distúrbios gastrointestinais, cálculos renais e outros
problemas de saúde se for consumida em excesso e por longos períodos de tempo, mas não há
evidências de relação direta com o câncer.
Falta saber que substâncias cancerígenas estariam sendo usadas e por quais empresas, de acordo
com a investigação da Polícia Federal.
Os especialistas alertam que o uso de ácido ascórbico na carne não é problema.
"O uso dele tem benefícios e não é para mascarar carne adulterada. Ele tem uma função nas carnes
processadas como antioxidante, ajuda a melhorar a estabilidade do sabor e reduzir o teor de nitrito
residual. O nitrito é um aditivo para realizar a cura, que é uma etapa importante no processamento da
maior parte dos produtos processados. Todo ingrediente não cárneo tem função a cumprir no
processamento de alimentos", afirmou Carmen Castillo.
Pedro Eduardo de Felício pontua que o ácido ascórbico "evita que a carne fique com uma coloração
marrom" e que "isso é feito no mundo todo".
A substância, segundo Felício, conseguiria mascarar a deterioração da carne no princípio, quando ela
só tem algumas manchas, mas não quando o estado é mais avançado.
De qualquer forma, ela só deve ser usada somente em produtos embutidos como parte de seu
processamento, e não nas carnes que são vendidas como matéria-prima para estes produtos - nem nas
carnes compradas no supermercado.
"A carne usada como matéria-prima não deve ter qualquer aditivo, nem o ácido ascórbico. Se a Polícia
achou isso, não deveria acontecer", diz.
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O uso de soja e de fécula de mandioca são comuns na produção de embutidos em todo o mundo,
segundo os especialistas, porém é preciso respeitar as quantidades determinadas pela lei.
"É preciso observar as quantidades usadas, porque elas só podem ser usadas dentro dos limites da
lei. Senão, você tem um produto de carne que tem predominância de matérias-primas não cárneas", diz
Felício.
Cabeça de porco
O uso da carne de cabeça de porco ou de boi em linguiças é discutido em uma das ligações
interceptadas entre os sócios do frigorífico Peccin e é proibido no Brasil. "Usavam cabeça de porco, animal
morto, tudo para fazer esse tipo de produtos, principalmente esses derivados, salsicha, linguiça, e outros
produtos", afirmou Grillo.
A utilização de cabeça de porco é admitida em outros países, segundo Felício. "Não será a melhor
linguiça do mundo, mas não é prejudicial à saúde. Será um produto comestível, mas de categoria inferior."
"No Brasil, essa carne é considerada como matéria-prima nas formulações de embutidos cozidos,
como mortadela, mas não em linguiças, que são cruas."
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"Os erros que foram cometidos devem ser comprovados e punidos, com certeza. Mas eu não acredito
que essas acusações possam ser generalizadas, acho que esse foi problema localizado e o governo terá
que resolver", diz.
O que houve?
De acordo com a Polícia Federal, ao menos 30 empresas produtoras de carne no Brasil adulteravam
a data de validade dos produtos comercializados. Para mascarar a aparência e o cheiro ruim da carne
vencida, eram usados produtos químicos - o ácido ascórbico e o ácido sórbico. As empresas também
injetavam água nas peças, para aumentar o peso dos produtos, e acrescentavam papelão no preparo de
embutidos. As carnes chegavam aos supermercados graças ao pagamento de propina a fiscais do
Ministério da Agricultura, que afrouxavam a vigilância. Nem sempre a propina envolvia dinheiro - até
mesmo caixas de carnes, frango e botas foram dadas como forma de pagamento pela vista grossa das
autoridades.
Haverá punições?
Por ora, a Justiça Federal do Paraná já decretou o bloqueio de R$1 bi em bens das investigadas. A
Polícia Federal também cumpriu 38 mandados de prisão - 34 deles para funcionários públicos. Foram
detidos, também, quatro executivos das empresas envolvidas. Entre eles, o gerente de Relações
Institucionais e Governamentais da BRF Brasil, Roney Nogueira dos Santos, e o diretor da BRF André
Luiz Baldissera.
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18/03/2017 – Fonte: http://epoca.globo.com/brasil/noticia/2017/03/seis-perguntas-para-entender-operacao-carne-fraca.html
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Delação da JBS aponta que Temer pedia propina desde 20103
Informação está no anexo 9 do acordo de colaboração firmado junto à Procuradoria-Geral da República
(PGR)
Em um dos trechos da delação de Joesley Batista, um dos proprietários da JBS, o empresário descreve
a relação que tinha com o presidente Michel Temer, detalha os pedidos de pagamento de propina feitos
pelo presidente e conta sobre o último encontro, ocorrido no Palácio do Jaburu, em março deste ano.
Segundo o delator, Temer solicitava pagamentos irregulares à empresa desde 2010.
A informação está no anexo 9 do acordo de colaboração firmado junto à Procuradoria-Geral da
República (PGR).
O empresário relata que conheceu Temer no escritório do peemedebista, em São Paulo. Joesley
atendeu a um primeiro pedido de R$ 3 milhões em propina, sendo R$ 1 milhão através de doação oficial
e R$ 2 milhões para a empresa Pública Comunicações. Os repasses foram registrados em notas fiscais.
No mesmo ano, o empresário também concordou com outro pedido do presidente para o pagamento
de propina de R$ 240 mil à empresa Ilha Produções. Joesley disse ter se encontrado Temer ao menos
20 vezes — no escritório de advocacia do peemedebista, na sua residência e no Palácio do Jaburu.
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SCHUCH, MATHEUS. SORDI, JAQUELINE. Delação da JBS aponta que Temer pedia propina desde 2010. Gaúcha. Disponível em:
<http://gaucha.clicrbs.com.br/rs/noticia-aberta/delacao-da-jbs-aponta-que-temer-pedia-propina-desde-2010-195975.html> Acesso em 19 de maio de 2017.
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Rocha Loures é afastado do mandato de deputado4
Câmara foi notificada da decisão do Supremo Tribunal Federal. Deputado do PMDB aparece na
delação dos donos da JBS e foi filmado recebendo mala de dinheiro.
O deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) foi afastado do cargo após decisão do Supremo
Tribunal Federal (STF). O afastamento foi determinado em despacho do presidente Rodrigo Maia (DEM-
RJ) nos termos da decisão da Corte.
A Câmara foi notificada da decisão do STF na noite desta quinta-feira (18) e, no mesmo dia, determinou
a providência. Quando o conteúdo da delação começou a ser divulgado, Loures estava nos Estados
Unidos. Ele retornou ao Brasil nesta manhã.
Loures aparece na delação premiada dos donos do frigorífico JBS, Joeslye e Wesley Batista, como
intermediário do presidente Michel Temer para assuntos da empresa com o governo. Ele atuou para
resolver uma disputa relativa ao preço do gás fornecido pela Petrobras à termelétrica do grupo JBS.
Quando o conteúdo da delação começou a ser divulgado, Loures estava nos Estados Unidos. Ele
retornou ao Brasil nesta manhã.
Mala de dinheiro
Reportagem do jornal "O Globo" relata que o dono da JBS marcou um encontro com Rocha Loures
em Brasília e contou sobre sua demanda no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Pelo
serviço, segundo "O Globo", Joesley ofereceu propina de 5%, e o deputado deu o aval.
De acordo com documentos da investigação obtidos pela TV Globo, o deputado afastado foi filmado
pela PF recebendo uma bolsa com R$ 500 mil enviados por Joesley, após combinar pagamento semanal
no mesmo valor pelo período de 20 anos.
A entrega de R$ 500 mil para Rocha Loures, feita por Ricardo Saud, diretor da JBS, ocorreu em São
Paulo. Depois de passar por três endereços em um mesmo encontro (um café em um shopping, um
restaurante e uma pizzaria), Loures deixa a pizzaria levando uma mala preta com o dinheiro.
Conforme o relatório, o valor semanal poderia chegar a R$ 1 milhão se o Preço de Liquidação das
Diferenças (PLD), valor fixado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em R$/MWh,
para a comercialização da energia, ultrapassasse R$ 400.
De acordo com "O Globo", Loures teria telefonado para o presidente interino do Cade, Gilvandro
Araújo, para interceder pelo grupo. O Cade informou, em nota, que a área técnica da Superintendência
Geral recomendou a instauração, inicialmente, de Procedimento Preparatório e, posteriormente, de
Inquérito Administrativo, procedimentos padrão para apurar denúncias anticoncorrenciais.
Retorno ao Brasil
Quando o conteúdo da delação dos donos da JBS foi divulgada, Loures estava em Nova York, nos
Estados Unidos, acompanhando o evento Person of The Year (personalidade do ano), no qual o prefeito
de São Paulo João Doria foi premiado. O deputado retornou ao Brasil nesta manhã.
Ele desembarcou no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, às 7h35, uma hora depois de o avião
pousar, às 6h25.
No saguão do aeroporto, Loures foi chamado de "ladrão", "bandido" e algumas pessoas pediram
"cadeia". Ele não quis gravar entrevista, entrou em um táxi branco e não respondeu para qual cidade vai.
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G1. Rocha Loures é afastado do mandato de deputado. G1, Política. Disponível em: < http://g1.globo.com/politica/noticia/deputado-rocha-loures-e-afastado-
do-mandato-de-deputado.ghtml> Acesso em 19 de maio de 2017.
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AGUIAR, GUSTAVO. Temer revoga decreto que autorizou Forças Armadas na Esplanada. G1, Política. Disponível em: <
http://g1.globo.com/politica/noticia/governo-revoga-decreto-que-autorizou-atuacao-do-exercito-na-esplanada-dos-ministerios.ghtml> Acesso em 25 de maio de 2017.
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Art. 1º Fica revogado o Decreto de 24 de maio de 2017, que autoriza o emprego das Forças Armadas
para a Garantia da Lei e da Ordem no Distrito Federal;
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 25 de maio de 2017; 196º da
Independência e 129º da República.
A decisão se deu menos de 24 horas após a assinatura do decreto que determinou o envio de tropas
das Forças Armadas para o Distrito Federal. Na manhã desta quinta, Temer se reuniu, no Palácio do
Planalto, com ministros de seu núcleo político e de defesa para avaliar a eventual saída dos militares da
Esplanada.
Participaram da reunião com o presidente da República os ministros Raul Jungmann (Defesa), Eliseu
Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral), Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo) e
Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional).
Ações judiciais
Após a publicação da edição extra do "Diário Oficial", os ministros da Defesa e do GSI concederam
uma coletiva no Planalto para explicar a decisão de retirar as tropas do centro de Brasília.
Raul Jungmann afirmou aos jornalistas que, ao avaliar que a ordem havia sido "restaurada" na capital
federal, Michel Temer determinou a suspensão da operação de garantia da lei e da ordem.
O ministro da Defesa também comunicou que o presidente da República ordenou que a Advocacia-
Geral da União acione perícias em todos os imóveis federais da Esplanada dos Ministérios nos quais
foram registrados atos de vandalismo para que sejam ajuizadas ações judiciais – cíveis e criminais –
contra os autores dos atos de violência.
"A desordem não será tolerada. Não serão toleradas essas manifestações que descambem para o
vandalismo e para a violência", enfatizou.
Segundo Jungmann, de 2010 a 2017, foram realizadas no país 29 ações de garantia da lei e da ordem,
nas quais as Forças Armadas são enviadas às ruas.
Presidente da Câmara
Em meio à entrevista, o titular da Defesa foi indagado sobre o fato de ele ter atribuído ao presidente
da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), o pedido para que os militares fossem enviados à
Esplanada. Na véspera, foi o próprio Jungmann quem informou que havia sido determinado o uso das
tropas para atender a uma solicitação do parlamentar do DEM.
A presença de tropas do Exército nas ruas da capital federal gerou polêmica, especialmente, no
Congresso Nacional. Assim que foi anunciado o envio dos militares para a área central de Brasília,
deputados da oposição questionaram duramente o presidente da Câmara no plenário da Casa.
O notícia causou discussões e tumulto durante a sessão da Câmara. Maia, porém, disse que havia
pedido a Temer o emprego da Força Nacional, e não das Forças Armadas.
Aos jornalistas, Jungmann disse nesta quinta-feira que houve um "mal-entendido".
"Houve um mal-entendido da comunicação. A decisão foi do presidente da República, ouvindo Defesa
e GSI. Era absolutamente necessário que ocorresse, e o senhor Rodrigo Maia não tem responsabilidade
sobre a decisão", justificou o ministro.
"Esse conflito [de versões] está devidamente esclarecido. A responsabilidade foi nossa", acrescentou.
Oposição
Inconformados com a autorização para as Forças Armadas policiarem o centro de Brasília,
parlamentares da oposição chegaram a apresentar projetos na Câmara e no Senado com o objetivo de
derrubar o decreto editado nesta quarta pelo presidente da República.
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Além disso, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF)
mandado de segurança contra o ato da Presidência da República.
Na ação, o parlamentar pedi que a Suprema Corte derrubasse o decreto, argumentando que a medida
só cabia “quando esgotados todos os meios normais para o reestabelecimento da lei e da ordem”.
O mandado de segurança, que perdeu o objeto com a revogação do ato anterior do presidente da
República, será analisado pelo ministro Dias Toffoli.
Rollemberg
No mesmo dia em que Michel Temer deu aval para os militares ocuparem a Esplanada dos Ministérios,
o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), divulgou uma nota na qual classificou de
"medida extrema" o decreto presidencial. Rollemberg ressaltou no comunicado que a decisão do Planalto
não teve "anuência" do governo do DF.
Responsável pela segurança institucional do Palácio do Planalto, o general Sérgio Etchegoyen
contradisse o governador. Na versão do ministro do GSI, a conversa com o governo do Distrito Federal
foi "absolutamente harmônica" quanto ao uso do Exército para reforçar a segurança na região central de
Brasília.
"Não vou criar uma querela com o senhor governador do Distrito Federal. A conversa conosco foi
absolutamente harmônica. Não vamos imaginar que há uma briga com a polícia do DF", destacou.
Ex-ministro citado
O ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio (PMDB-PR) foi citado na 1ª etapa da Carne Fraca. Na época,
ele ainda era ministro.
Em uma ligação grampeada, Osmar Serraglio chamou de "grande chefe" um dos líderes do suposto
esquema, o ex-superintendente regional do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa)
Daniel Gonçalves Filho.
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G1 PR, RPC CURITIBA. Polícia Federal deflagra a 2ª fase da Operação Carne Fraca. G1, Paraná, RPC. Disponível em:
<http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/policia-federal-deflagra-a-2-fase-da-operacao-carne-fraca.ghtml> Acesso em 31 de maio de 2017.
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No domingo (28), o presidente Michel Temer (PMDB) decidiu transferir o ministro Torquato Jardim do
Ministério da Transparência para o comando do Ministério da Justiça, substituindo Osmar Serraglio, que
estava no cargo desde março.
A ação
A ação, proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), visava sanar dúvidas sobre a aplicação
da lei, que vinha sendo questionada em outras instâncias judiciais.
No julgamento, os ministros acompanharam o voto do relator, que defendeu que a cota de 20% vale
para concursos da administração pública federal. A assessoria de imprensa do STF informou que a regra
é válida para os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, no âmbito federal.
No voto, Barroso disse ainda que a definição não é obrigatória para órgãos estaduais e municipais,
mas pode ser seguida por eles.
Não ficou definido se a cota de 20% deve ser considerada nos concursos internos de promoção e de
transferência.
Por fim, o STF examinou se os órgãos públicos podem verificar eventuais falsas declarações de
candidatos cotistas.
O voto vencedor do relator admitiu essa verificação, por exemplo, por meio da autodeclaração
presencial, exigência de fotos e entrevista por comissões plurais posterior à autodeclaração.
Nesse caso, essa identificação deve ocorrer num processo no qual seja respeitada a dignidade da
pessoa humana e garantidos o contraditório e a ampla defesa do candidato, recomendou o ministro.
A lei diz que, constatada a falsa declaração, o candidato poderá ser eliminado do concurso ou demitido
se for constatada a fraude após sua admissão no serviço público. Essa e outras dúvidas na aplicação da
lei deverão ser melhor definidas ao final do julgamento.
No início do julgamento, a OAB e a União se manifestaram a favor da manutenção da lei. Segundo a
ONG Educafro, que também participou da discussão, atualmente, 27% dos cargos federais são
preenchidos por negros, enquanto que na população, 55% das pessoas se declaram negras.
TSE absolve a chapa Dilma-Temer por abuso de poder econômico e político nas Eleições 20148
Coube ao presidente da Corte, ministro Gilmar Mendes, desempatar o placar do julgamento
Por 4 votos a 3, os ministros que compõem o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) absolveram nesta sexta-
feira (9) a chapa Dilma-Temer por abuso de poder econômico e político nas Eleições 2014. Votaram pela
absolvição os ministros Gilmar Mendes, que foi o voto de desempate, Napoleão Maia Nunes e os recém
indicados por Temer Admar Gonzaga e Tarcísio Vieira. Votaram pela condenação os ministros Rosa
Weber, Luiz Fux e o relator Herman Benjamin.
Coube ao presidente da Corte, ministro Gilmar Mendes, desempatar o placar do julgamento. Por recair
sobre ele o peso da absolvição, o ministro fez um voto extenso. Justificou o motivo de ter votado pelo
prosseguimento da ação contra a chapa que agora absolve em 2015. Voto que foi citado pelo relator
Herman Benjamin várias vezes ao longo do julgamento.
— Havia sinais de que havia abusos, como na questão das gráficas. Mas aqui é como se fosse, no
máximo, o recebimento de uma denúncia. Quantas vezes recebemos denúncia que são depois excluídas.
7
CARAM, BERNARDO. STF considera válida cota de 20% para negros em concurso público. G1 Política. Disponível em: <http://g1.globo.com/politica/noticia/maioria-
do-stf-considera-valida-cota-de-20-para-negros-em-concurso-publico.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 09 de junho
de 2017.
8
LONDRES, MARIANA. TSE absolve a chapa Dilma-Temer por abuso de poder econômico e político nas eleições de 2014. R7, Brasil. Disponível em: <
http://noticias.r7.com/brasil/tse-absolve-a-chapa-dilma-temer-por-abuso-de-poder-economico-e-politico-nas-eleicoes-2014-10062017> Acesso em 12 de junho de
2017.
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Primeiro é preciso julgar para depois condenar. E é assim que se faz. O objeto dessa questão é sensível
e não se compara a qualquer outro porque trata da soberania popular.
O relator, ainda na quinta (8), ao finalizar o seu voto, já com a sinalização de que seria derrotado pelo
plenário, defendeu o uso das provas coletadas e das delações da Odebrecht, alvo de grande discussão
ao longo de todo o julgamento.
— Recuso papel de coveiro de prova viva. Posso participar do velório, mas não carrego caixão.
Dilma e Temer eram acusados de usar recursos de propina de contratos superfaturados da Petrobras
na campanha eleitoral que saiu vitoriosa por uma margem pequena da chapa de Aécio Neves, autor da
ação. O PSDB e o Ministério Público Eleitoral podem recorrer ao próprio TSE por meio de embargos de
declaração, assim como aconteceu no julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), mas
ainda não declararam se irão recorrer da decisão. Os embargos só podem ser apresentados após a
publicação do acórdão do julgamento, que deve demorar cerca de dez dias.
As sessões começaram na noite de terça-feira (6) e se estenderam até esta sexta (9). Somado, o
julgamento durou cerca de 30 horas, descontados os intervalos. A maior parte do tempo foi gasta na
discussão das preliminares (questões colocadas pela defesa sobre o processo, e não sobre o mérito) e
no voto do relator.
A única das sete preliminares apresentadas pela defesa aceita pela maioria dos ministros foi a de
descartar as delações da Odebrecht da ação de cassação, por terem sido reveladas depois do início da
ação (inicial).
Apesar da maioria dos ministros entenderem que as delações da Odebrecht deveriam ser descartadas,
o relator Herman Benjamin centrou o seu voto pela condenação nas informações prestadas pelos
marqueteiros João Santana e Mônica Moura.
Para o relator, as investigações da Lava Jato revelaram o esquema de distribuição de propina e os
políticos tinham conhecimento de que recebiam dinheiro ilícito nas campanhas. Benjamin usou os
depoimentos dos marqueteiros para comprovar o uso de caixa 2.
Ele chegou a dividir a propina em caixa 2, propina-gordura, ou propina-poupança (dinheiro reservado
para ser usado depois) e caixa 3 (operações de empresas que serviram como "barriga de aluguel" para
que outras doassem mais dinheiro e seus nomes não aparecessem nas contabilidades das campanhas).
— A Odebrecht está na petição inicial, queria dizer que temos Petrobras, temos uma contratante da
Petrobras, temos pagamento tirado de um crédito rotativo de uma conta poupança para o partido do
governo e esses recursos foram utilizados para os marqueteiros dessa campanha de 2014. E que sejam
relacionados a débitos de 2010, 2012 é irrelevante, pois sem esses pagamentos, eles disseram em
depoimentos, não fariam a campanha. Por isso reconheço o abuso de poder político com altos impactos
nas eleições.
Em abril, quando o julgamento começou, o tribunal aceitou pedido da defesa de incluir novas
testemunhas no processo, o ex-ministro Guido Mantega e os delatores João Santana, Mônica Moura e
André Santana, estes três últimos presos na Operação Acarajé após a descoberta do departamento de
operações estruturadas (propina) da Odebrecht.
— A Odebrecht até merecia uma fase própria. Não é um capítulo, é um título inteiro. Uma empresa
que liderou o ataque à Petrobras e que está desde o início. A Odebrecht era a matriarca da manada de
elefantes que transformou a Petrobras numa savana africana para a reprodução da rapinagem.
O julgamento foi marcado pelo embate entre os ministros Herman Benjamin, relator, e Gilmar Mendes,
presidente da Corte, que tinham visões divergentes. Apesar das discussões dentro do plenário, Benjamin
e Mendes são amigos há mais de trinta anos.
Para tentar convencer os seus colegas tanto na preliminar quanto no mérito, Benjamin chegou a usar
um voto anterior de Gilmar Mendes no próprio processo, quando ele defendeu dar seguimento a ação.
Mendes acusou Benjamin de distorcer a sua visão e chegou a chamar o relator de 'falacioso' em
um de seus argumentos.
O relator focou o seu voto quanto ao mérito no uso de caixa 2 nas eleições. Também foi discutida a
importância da reforma eleitoral para acabar com arrecadações ilegais em eleições no Brasil, como disse
o relator.
— No Brasil ninguém fazia doações por questões ideológicas. Aqui era sempre na expectativa de
cooptação e favorecimento futuro ou já ocorrido.
Para Gilmar Mendes, houve "alargamento" do pedido inicial da ação. Para ele, a Odebrecht não tem
relação com o possível pagamento de propina da Petrobras a chapa. Ele ressaltou, contudo, que não
está negando a corrupção, mas se atendo aos fatos sobre a chapa eleitoral.
— Estamos discutindo abuso de poder econômico nas eleições.
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Durante o julgamento das preliminares também foi discutido se recursos eram caixa 2 ou caixa 1
(doações legais de empresas para as campanhas). Um dos ministros, Admar Gonzaga disse que só caixa
1 deveria ser considerado. O argumento foi rechaçado pelo relator, e lembrado sempre no seu voto.
— Se foi montado um sofisticado esquema de arrecadação de dinheiro público, como não é caixa 2?
questionou o relator.
Admar Gozaga chegou a dizer que Benjamin estava tentando constranger os demais ministros.
Nos quatro dias de julgamento, apenas o assessor de Temer Gastão Toledo esteve no TSE para
acompanhar de perto das discussões. O ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, que era presidente da
corte durante o julgamento do mensalão, também esteve no plenário em uma das sessões de discussão.
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Juiz Sérgio Moro condena ex-presidente Lula a 9 anos e 6 meses de prisão
O Ministério Público Federal (MPF) havia denunciado o ex-presidente por ter recebido R$ 3,7 milhões
em propina dissimulada da OAS por meio do triplex reformado no Condomínio Solaris e pelo pagamento
de R$ 1.313.747,24 para a empresa Granero guardar itens que Lula recebeu durante o exercício da
presidência, entre 2002 e 2010. Em troca, segundo a acusação, o ex-presidente conseguiria contratos da
Petrobras para a empresa.
Com a absolvição no caso do armazenamento, Moro considerou que Lula recebeu mais de R$ 2,2
milhões em propina. "Do montante da propina acertada no acerto de corrupção, cerca de R$
2.252.472,00, consubstanciado na diferença entre o pago e o preço do apartamento triplex (R$
1.147.770,00) e no custo das reformas (R$ 1.104.702,00), foram destinados como vantagem indevida ao
ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva", diz na sentença.
Apartamento
Sobre o apartamento, Moro afirmou que, segundo o MPF, não teria havido o pagamento do preço pelo
ex-presidente, nem do apartamento nem das reformas feitas no imóvel.
Moro também lembrou que, segundo a defesa de Lula, o triplex 164-A jamais pertenceu ao ex-
presidente, e, embora tivesse sido oferecido a ele em 2014, não houve interesse na aquisição e, portanto,
não houve a compra.
Para o juiz, essa é a questão crucial do processo, pois se determinado que foi de fato concedida a Lula
pelo grupo OAS, sem o pagamento correspondente, haverá prova da concessão a Lula de um benefício
patrimonial considerável, estimado em R$ 2,424 milhões, e para o qual não haveria uma causa ou
explicação lícita.
Para o juiz, na resolução desta questão, não é suficiente um exame meramente formal da titularidade
ou da transferência da propriedade do triplex. Isso porque, segundo a acusação, a concessão do
apartamento ao ex-presidente Lula teria ocorrido de maneira "subreptícia", com a manutenção da
titularidade do bem com o grupo OAS, também com o objetivo de ocular e dissimular o ilícito.
Para Moro, apesar de não haver escritura em nome do ex-presidente, é preciso examinar as provas
documentais. O juiz afirmou que, embora não haja dúvida de que o registro da matrícula do imóvel aponte
que ele permanece em nome da OAS, isso não é suficiente para a solução do caso.
De acordo com Moro, nem a configuração do crime de corrupção, nem do crime de lavagem, que
pressupõe estratagemas de ocultação e dissimulação, exigiriam, para a sua consumação, a transferência
formal da propriedade do imóvel do grupo OAS para o nome do ex-presidente Lula.
Inicialmente, o condomínio onde está localizado o triplex era um empreendimento da Cooperativa dos
Bancários do Estado de São Paulo (Bancoop). A Bancoop passou por problemas financeiros, quebrou e
transferiu o empreendimento para o grupo OAS. Segundo o juiz, o ex-presidente teria pago, quando o
imóvel ainda pertencia à Bancoop, cerca de R$ 209 mil por um apartamento simples, de preço muito
inferior ao triplex.
Moro também aplicou a Lula uma multa. "Considerando a dimensão dos crimes e especialmente renda
declarada de Luiz Inácio Lula da Silva (cerca de R$ 952.814,00 em lucros e dividendos recebidos da LILS
Palestras só no ano de 2016), fixo o dia multa em cinco salários mínimos vigentes ao tempo do último ato
criminoso que fixo em 12/2014".
Provas
Os principais pontos da sentença que condenou o ex-presidente Lula
No decorrer da sentença, o juiz afirmou que há provas documentais contra o ex-presidente e que Lula
não apresentou resposta concreta. Disse que as reformas feitas no apartamento têm caráter de
personalização.
Uma das provas, segundo Moro, são rasuras em documentos de adesão da cota habitacional no
edifício do Guarujá. Os documentos foram encontrados no apartamento de Lula em São Bernardo do
Campo. O número 141, de um apartamento mais simples, foi escrito em cima de 174, que seria a primeira
numeração do triplex, que, depois, passou a 164-A.
Outra rasura foi identificada do lado esquerdo do documento, na palavra "triplex". Para Moro, essa
constatação revela que havia a pretensão de adquirir o apartamento.
Ainda de acordo com Moro, há registros documentais de que todos os cooperados com direito a
unidades da Bancoop tiveram que optar, em 30 dias, por celebrar novos contratos de compra e venda
com a OAS ou por desistir e solicitar a restituição do dinheiro.
Moro também afirma que a OAS informou sobre os empreendimentos que recebeu da Bancoop.
Consta no relatório que haveria 112 unidades no condomínio Solaris e que "foram vendidas para ex-
cooperados da Bancoop, bem como uma unidade do empreendimento para novo adquirente".
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Apesar dessas informações, de que todas as unidades teriam sido vendidas, de que os antigos
cooperados tinham prazo de 30 dias para adquirir as novas unidades ou pedir o dinheiro de volta, e que
não consta que o ex-presidente Lula ou sua esposa, Marisa Letícia, teriam tomado qualquer uma das
providências.
Então, para Moro, o que se tem presente até o momento é que Lula e a esposa, diferentemente dos
demais cooperados do antigo empreendimento, não atenderam prazo de 30 dias contadas da assembleia
para celebrar novo contrato com a OAS ou para requerer a devolução do dinheiro.
Moro também sustenta que não há qualquer registro de que Lula e a família foram cobrados, pela
Bancoop ou pela OAS, para realizar formalmente qualquer uma das opções.
Neste ponto da sentença, o juiz evidencia que o triplex era do ex-presidente. Ele citou as declarações
de renda de Lula e de dona Mariza de que não houve alteração formal da contratação junto à Bancoop
ou à OAS antes do início das investigações --e afirmou que documentos apreendidos na sede da Bancoop
mostram que a unidade estava reservada a Lula. Ressalta ainda que o triplex jamais foi colocado à venda,
ao contrário do apartamento mais simples, o 141, vendido em agosto de 2014.
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Réus no processo
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente: condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro a 9
anos e 6 meses de prisão no caso do triplex. Absolvido dos mesmos crimes no caso do armazenamento
de bens.
Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS: condenado por corrupção ativa e lavagem de dinheiro a 10 anos
de 8 meses de prisão no caso do triplex. Absolvido dos mesmo crimes no caso do armazenamento de
bens.
Agenor Franklin Magalhães Medeiros, ex-executivo da OAS: condenado por corrupção ativa a 6 anos
de prisão.
Paulo Gordilho, arquiteto e ex-executivo da OAS: absolvido da acusação de lavagem de dinheiro.
Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula: absolvido da acusação de lavagem de dinheiro.
Fábio Hori Yonamine, ex-presidente da OAS Investimentos: absolvido da acusação de lavagem de
dinheiro.
Roberto Moreira Ferreira, ligado à OAS: absolvido da acusação de lavagem de dinheiro.
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LIS, LAÍS. Temer sanciona texto da reforma trabalhista em cerimônia no Planalto. G1 Política. Disponível em: < http://g1.globo.com/politica/noticia/temer-sanciona-
texto-da-reforma-trabalhista-em-solenidade-no-planalto.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 14 de julho de 2017.
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O presidente Michel Temer sancionou nesta quinta-feira (13) o projeto de reforma trabalhista aprovado
pelo Congresso Nacional.
A nova legislação altera regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e prevê pontos que
poderão ser negociados entre empregadores e empregados e, em caso de acordo coletivo, passarão a
ter força de lei. As novas regras entrarão em vigor daqui a quatro meses, conforme previsto na nova
legislação.
Ao discursar na solenidade de sanção da reforma trabalhista, o peemedebista também criticou o que
chama de “passionalização” na Justiça que, na opinião dele, gera instabilidade ao país.
Temer argumentou que se "passionalizou" praticamente todas as questões que vão ao Judiciário.
Segundo ele, em vez de aplicar "rigidamente" a lei "sem qualquer emoção", há pessoas que usam
"ideologia" e "sentimentos psicológicos e sociológicos".
"Isso, naturalmente, quebra a rigidez, a higidez da ordem jurídica e, naturalmente, instabiliza o país.
Toda e qualquer desobediência à ordem jurídica significa precisamente a instabilização da ordem
jurídica", declarou o presidente da República.
'Não precisamos registrar que foi árduo o percurso', diz Temer sobre reforma trabalhista
Temer também enalteceu a atuação do ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, e do relator da
proposta na Câmara, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), na articulação política do projeto. Na
avaliação do presidente, foi "árduo o percurso" para aprovar a reforma das leis trabalhistas.
Aprovado pela Câmara em abril, o projeto da reforma trabalhista foi aprovado pelo Senado na última
terça-feira (11) em uma sessão tumultuada.
Com a reforma trabalhista, a negociação entre empresas e trabalhadores prevalecerá sobre a lei em
pontos como parcelamento das férias, flexibilização da jornada, participação nos lucros e resultados,
intervalo de almoço, plano de cargos e salários e banco de horas.
Outros pontos, como FGTS, salário mínimo, 13º salário, seguro-desemprego, benefícios
previdenciários, licença-maternidade, porém, não poderão ser negociados.
'Suposta crise'
Em meio ao discurso sobre a reforma trabalhista, Temer afirmou que o país vive uma ‘suposta crise’,
mas que há um “entusiasmo extraordinário” em relação às políticas públicas.
“Eu faço um registro curioso: nessas últimas semanas, certa e precisamente, em função de uma
suposta crise, o que tem acontecido é um entusiasmo extraordinário”, enfatizou.
O presidente também fez um balanço das medidas aprovadas, citando, além da reforma trabalhista,
as mudanças no ensino médio e a PEC do teto de gastos.
“Poderia elencar tudo que nós fizemos ao longo desses 14 meses e olhe: não são 4 anos, não são oito
anos, são 14 meses. E, toda a modéstia de lado, estamos revolucionando o país. Fizemos a reforma
trabalhista, a do ensino médio”, destacou.
Medida provisória
Diante da polêmica gerada em torno das modificações prometidas pelo Palácio do Planalto na
legislação aprovada nesta semana, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), voltou a
afirmar nesta quinta que o Executivo federal vai editar uma medida provisória para alterar os pontos
negociados com os congressistas.
O peemedebista afiançou durante a tramitação do projeto no Senado as mudanças exigidas, inclusive
por integrantes da base aliada, como o dispositivo que permite que gestantes trabalhem em ambientes
insalubres.
O acordo foi costurado com os senadores governistas para que o texto que chegou da Câmara não
fosse alterado no Senado. Se o texto retornasse para nova análise dos deputados, iria atrasar a sanção
das novas regras.
Segundo Jucá, o governo tem 119 dias para editar a MP que modificará a recém-aprovada reforma
trabalhista.
Antes da solenidade de sanção da reforma, o líder do governo no Senado divulgou o texto-prévio da
medida provisória que Michel Temer deve enviar ao Congresso com mudanças em nove pontos da
proposta.
Justiça do Trabalho
Convidado a participar da cerimônia de sanção da reforma trabalhista, o presidente do Tribunal
Superior do Trabalho (TST), ministro Ives Gandra Filho, cumprimentou Michel Temer, em meio ao seu
discurso, pelo que classificou de “coragem, perseverança e visão de futuro" do chefe do Executivo federal
ao "abraçar" as mudanças na legislação trabalhista, o ajuste fiscal e a reforma previdenciária.
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Gandra Filho afirmou ainda que a negociação coletiva, que é a espinha dorsal da reforma, é importante
porque, na avaliação dele, quem trabalha em cada segmento é que sabe as reais necessidades daqueles
trabalhadores.
“Aquilo que é próprio de cada categoria você estabelece por negociação coletiva, quem melhor
conhece as necessidades de cada ramo é quem trabalha naquele ramo”, disse.
Veja abaixo alguns pontos que a MP deve modificar:
Gestantes e lactantes
Um dos pontos que a proposta de MP deve alterar é a possibilidade de que gestantes trabalhem em
locais insalubres. O texto original previa que gestantes deveriam apresentar atestado para que fossem
afastadas de atividades insalubres de grau médio ou mínimo.
A proposta de MP divulgada por Jucá determina que “o exercício de atividades insalubres em grau
médio ou mínimo, pela gestante, somente será permitido quando ela, voluntariamente, apresentar
atestado de saúde”.
Jornada 12x36
Outra ponto que o texto-prévio da MP pretende alterar é o que permitia que acordo individual entre
patrão e empregado pudesse estabelecer jornada de 12 horas de trabalho por 36 horas ininterruptas de
descanso. A minuta divulgada por Jucá quer viabilizar essa jornada após acordo coletivo, ou convenção
coletiva.
Trabalhador autônomo
O texto aprovado prevê que as empresas poderão contratar autônomos e, ainda que haja relação de
exclusividade e continuidade, o projeto prevê que isso não será considerado vínculo empregatício.
A proposta de medida provisória quer alterar esse trecho para vedar a celebração de cláusula de
exclusividade no contrato com trabalhadores autônomos. Além disso, prevê que não será admitida a
restrição da prestação de serviço pelo autônomo a uma única empresa, sob pena de caracterização de
vínculo empregatício.
Outros pontos
A minuta também promete alterar outros pontos da proposta relativos à contribuição previdenciária e
ao pagamento de indenizações por danos morais no ambiente do trabalho.
Além disso, o texto-prévio da MP que deverá ser enviada ao Congresso prevê mudanças para
salvaguardar a participação de sindicatos em negociações de trabalho.
Pela proposta, comissão de representantes dos empregados não substituirá a função do sindicato de
defender os direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou
administrativas, sendo obrigatória a participação dos sindicatos em negociações coletivas.
Contribuição sindical
Durante a tramitação da proposta no Senado, chegou-se a postular, por senadores governistas, uma
sugestão de que a Casa Civil elaborasse uma proposta de eliminação gradual da obrigatoriedade da
contribuição sindical.
O objetivo era conquistar apoio de parlamentares ligados a sindicatos de trabalhadores.
A proposta aprovada pelo Congresso retira a obrigatoriedade dessa contribuição, o que foi alvo de
críticas de movimentos sindicais.
A proposta de medida provisória apresentada nesta quinta, no entanto, não trata do assunto.
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Emendas, promessas de cargos e pacote de bondades: veja as estratégias de Temer para barrar
denúncia na Câmara11
Denúncia por corrupção passiva contra presidente foi rejeitada nesta quarta-feira (2) em votação no
plenário e não será analisada pelo STF enquanto Temer estiver no cargo.
Bilhões liberados em emendas parlamentares, promessa de cargos a partidos, pacote de bondade
para a bancada ruralista e ministros em ação no plenário foram algumas das estratégias usadas pelo
governo Michel Temer para conseguir barrar na Câmara denúncia contra ele apresentada pela
Procuradoria Geral da República (PGR).
Era necessário o aval da Câmara para que a denúncia por corrupção passiva continuasse o trâmite no
Supremo Tribunal Federal (STF), e foi rejeitada nesta quarta-feira (2) por 263 votos, contra 227 pela
continuidade do processo.
No pronunciamento que fez após o resultado, Temer afirmou que a rejeição não foi uma vitória pessoal.
"A decisão soberana do parlamento não é uma vitória pessoal de quem quer que seja, mas é uma
conquista do estado democrático, da força das instituições e da própria Constituição", disse.
Emendas parlamentares
Nas três primeiras semanas de julho, mês que antecedeu à votação da denúncia contra Temer no
plenário da Câmara, o governo liberou R$ 2,11 bilhões em emendas parlamentares – valor equivalente
ao total de todo o primeiro semestre.
De janeiro a junho deste ano, o Planalto destinou R$ 2,12 bilhões para emendas, sendo R$ 2,02 bilhões
só no mês de junho, quando foi apresentada a denúncia contra Temer pela PGR e começou o processo
de análise na Câmara. Para efeito de comparação, nos cinco primeiros meses do ano, o governo liberou
R$ 102 milhões ao todo, mostra levantamento da ONG Contas Abertas.
O Planalto afirma que a liberação de emendas são uma imposição legal e que só está cumprindo a lei.
Emendas são recursos previstos no Orçamento com aplicação indicada pelo parlamentar. Esse
dinheiro tem de ser obrigatoriamente empregado em projetos e obras nos estados e municípios. A
liberação dos recursos é obrigatória, e o governo tem todo o ano para fazer os repasses.
A primeira etapa da análise da denúncia na Câmara foi a votação de parecer na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ). Dos 40 deputados que votaram a favor de Temer, 36 receberam R$ 134
milhões em emendas em junho. A votação na comissão ocorreu em 13 de julho e rejeitou o parecer pela
continuidade da denúncia. Os deputados que votaram contra Temer receberam, no mesmo período,
metade do valor em emendas: R$ 66 milhões.
11
G1. Emendas, promessas de cargo e pacote de bondades: veja as estratégias de Temer para barrar a denúncia na Câmara. G1 Política. Disponível em:
<http://g1.globo.com/politica/noticia/emendas-promessas-de-cargos-e-pacote-de-bondades-veja-as-estrategias-de-temer-para-barrar-denuncia-na-camara.ghtml>
Acesso em 03 de agosto de 2017.
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A CCJ aprovou por 41 a 24 o relatório alternativo do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) pela
rejeição da denúncia. Entre os parlamentares favoráveis a Temer, Abi-Ackel foi o que recebeu o maior
valor em emendas: R$ 5,1 milhões.
A oposição acusa Temer de comprar votos. A Rede e o PSOL pediram à PGR que investigue a
liberação de emendas pelo governo durante a tramitação da denúncia na Câmara.
Promessas de cargos
Na véspera da votação no plenário, Temer autorizou interlocutores a sinalizar a deputados com cargos
de 2º e 3º escalões para que eles votassem contra a denúncia da PGR, informou a colunista
do G1 Andréia Sadi.
Com a vitória na Câmara, Temer se prepara para enfrentar a demanda dos deputados do centrão por
mais espaço ministerial. Eles cobram do Planalto os cargos ocupados pelo PSDB no governo, informa
Sadi. O partido liberou a bancada, mas o líder tucano, Ricardo Trípoli, orientou voto contra Temer.
Segundo a colunista Cristiana Lôbo, partidos que fecharam questão a favor de Temer, em particular o
PP, PR e o próprio PMDB, cobraram do presidente mais espaço no governo em troca de apoio.
O Podemos e uma ala mais insatisfeita do PMDB pediram vagas no Incra, Funasa e Caixa Econômica
Federal.
Ministros em ação
Além da atuação dos aliados na Câmara, Temer mobilizou sua tropa de choque no primeiro escalão
para garantir votos que barrassem a denúncia. Nos dias que antecederam à votação em plenário, os
ministros foram convocados a ficar em Brasília de "plantão" para atender às demandas dos deputados,
informou o colunista do G1 Gerson Camarotti.
Os ministros também atuaram diretamente no plenário – dez deles reassumiram os mandatos de
deputado para votar a favor de Temer e também articular apoios durante a votação.
Trocas na CCJ
Para derrotar na CCJ o parecer de Jorge Zveiter que recomendava a continuidade da denúncia, o
governo promoveu uma dança das cadeiras entre os membros da comissão. Os partidos aliados
fizeram 26 remanejamentos entre os integrantes do colegiado, substituindo deputados que haviam
indicado voto contra Temer.
O troca-troca causou protestos e críticas por parte da oposição e de parlamentares dissidentes da
base, que chegaram a recorrer ao STF na tentativa de anular as mudanças de membros da CCJ.
Municípios e estados
Na véspera da votação do parecer sobre a denúncia na CCJ, Temer anunciou um programa de apoio
a concessões nos municípios e estados, que prevê a destinação de R$ 5,7 bilhões para investimentos de
mobilidade urbana e saneamento, e um crédito de R$ 2 bilhões via Banco do Brasil para financiamento
de projetos de saúde, educação, eficiência energética, modernização da gestão e infraestrutura viária
Comissão da Câmara aprova texto-base da reforma política; saiba o que está previsto12
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CARAM, B. CALGARO, F. Comissão da Câmara aprova texto-base da reforma política; saiba o que está previsto. G1 Política. Disponível em:
<http://g1.globo.com/politica/noticia/comissao-da-camara-aprova-texto-base-da-reforma-politica-saiba-o-que-esta-previsto.ghtml> Acesso em 11 de agosto de 2017.
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Parecer de Vicente Cândido foi aprovado após 9 horas de sessão. Entre outros pontos, ele propôs
sistema distrital misto, fundo para financiar campanhas e extinção do vice-presidente.
A comissão da Câmara destinada à análise de uma das propostas que estabelecem a reforma política
aprovou nesta quarta-feira (9), por 25 votos a 8, o texto-base do relatório apresentado pelo deputado
Vicente Cândido (PT-SP) – saiba mais abaixo o que está previsto.
O parecer de Vicente Cândido sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) foi aprovado após
9 horas de sessão. Os deputados, contudo, não haviam concluído a análise do projeto até a última
atualização desta reportagem, isso porque, após o texto-base, eles passaram a analisar os destaques,
ou seja, sugestões que podem mudar a redação.
Após passar na comissão, a PEC seguirá para o plenário da Câmara, onde deverá ser aprovada em
dois turnos antes de seguir para o Senado. A proposta precisa do apoio mínimo de 308 deputados.
Como a sessão se estendia sem previsão de encerramento, a deputada Laura Carneiro (PMDB-RJ)
distribuiu sanduíches a alguns parlamentares.
Entre outros pontos, o projeto cria um fundo para financiar campanhas eleitorais com recursos públicos
e faz mudanças no sistema eleitoral.
Durante a sessão desta quarta, o relator esclareceu que o parecer dele não prevê o chamado
"distritão", modelo que ganhou força entre parlamentares e lideranças partidárias nos últimos dias,
embora o modelo possa ser incluído por meio de uma emenda apresentada por outro parlamentar.
No "distritão", acaba o quociente eleitoral e os mais votados são eleitos, ou seja, seria uma eleição
majoritária, como para presidente. Cada estado vira um distrito eleitoral. No caso de vereador, seria o
município. O eleitor vota em um nome no distrito. Os mais votados são eleitos.
Sistema eleitoral
A proposta aprovada pela comissão estabelece o sistema distrital misto a partir de 2022 nas eleições
para deputado federal, deputado estadual e vereador nos municípios com mais de 200 mil eleitores. O
modelo é uma mistura dos sistemas proporcional e majoritário.
Pelo texto, para escolher deputados federais, por exemplo, o eleitor votará duas vezes. Uma nos
candidatos do distrito e outra nas listas fechadas pelos partidos. A metade das vagas, portanto, iria para
os candidatos eleitos por maioria simples. A outra metade, preenchida conforme o quociente eleitoral
pelos candidatos da lista partidária.
No caso de municípios de até 200 mil eleitores, será adotado o sistema eleitoral de lista preordenada
nas eleições para vereador.
Fundo de campanha
Ao apresentar o parecer, o relator Vicente Cândido (PT-SP) dobrou o valor previsto de recursos
públicos que serão usados para financiar campanhas eleitorais.
O projeto institui o Fundo Especial de Financiamento da Democracia, que será mantido com recursos
públicos, previstos no orçamento. Na versão anterior do relatório, Cândido havia estabelecido que 0,25%
da receita corrente líquida do governo em 12 meses seria destinada a financiar campanhas.
Havia uma exceção somente para as eleições de 2018, com o valor do fundo em 0,5% da Receita
Corrente Líquida, o que corresponderá a cerca de R$ 3,6 bilhões.
No novo parecer, Vicente Cândido tornou a exceção uma regra. Pelo texto reformulado, o valor do
fundo será de 0,5% da receita corrente líquida em 12 meses, de maneira permanente.
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Vacância da presidência
No caso de vacância do cargo de presidente da República, será feita eleição 90 dias após a vaga
aberta. Se a vacância ocorrer no último ano do mandato presidencial, será feita eleição indireta, pelo
Congresso, até 30 dias após a abertura da vaga.
A regra também valerá para governadores e prefeitos.
Posse
As datas das posses dos eleitos passarão a ser as seguintes:
6 de janeiro: governadores e prefeitos;
7 de janeiro: presidente da República;
1º de fevereiro: deputados e vereadores.
Suplente de senador
A proposta reduz o número de suplentes de senadores, de dois suplentes para um. Em caso de morte
ou renúncia do titular, será feita nova eleição para o cargo, na eleição subsequente. Esse substituto terá
mandato somente até o término do mandato do antecessor.
O texto define, ainda, que o suplente de senador será o candidato a deputado federal que ocupar o
primeiro lugar na lista preordenada do partido do titular do mandato.
Tentativa de adiamento
O PSOL tentou adiar a votação do parecer, sob a justificativa de que seria preciso ouvir antes a
sociedade sobre o texto final, mas não conseguiu.
"Não querer ouvir a sociedade é novamente virar de costas para a opinião popular. Há uma sofreguição
de preservação de mandatos para o sistema continuar o mesmo", afirmou o deputado Chico Alencar
(PSOL-RJ).
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Sete agentes e dois carros da PF entraram no condomínio de Geddel às 6h. Segundo a TV Bahia
(afiliada da Rede Globo), um vendedor ambulante, que estava na região, foi levado para dentro do
condomínio, possivelmente para servir de testemunha.
Segundo o MPF, a nova fase da operação busca apreender provas de crimes como corrupção passiva,
lavagem de dinheiro e organização criminosa, e que as medidas são necessárias para evitar a destruição
de provas.
O G1 tentou contato com a defesa de Geddel, mas não obteve resposta até a última atualização desta
reportagem.
14
MATOSO, F. NETTO, V. PARREIRA, M. Acordos de delação de Joesley e Saud foram rescindidos, informa PGR. G1, Política. Disponível em:
<https://g1.globo.com/politica/noticia/acordos-de-delacao-de-joesley-e-saud-foram-rescindidos-informa-
pgr.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 15 de setembro de 2017.
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De acordo com a assessoria da PGR, a rescisão do acordo de colaboração ainda precisa ser
confirmada pelo ministro Edson Fachin.
Na semana passada, o procurador-geral, Rodrigo Janot, já havia anunciado a revisão dos acordos dos
delatores por suspeitas de que os dois executivos haviam omitido informações.
Em razão disso, o Supremo Tribunal Federal suspendeu, no último fim de semana, os
benefícios concedidos a Joesley e a Saud.
A decisão de Janot
Rodrigo Janot entendeu que os dois delatores mentiram sobre fatos de que tinham conhecimento, se
recusaram a prestar informações e que ficou provado que, após a assinatura do acordo, eles sonegaram,
adulteraram, destruíram ou suprimiram provas.
Por enquanto, o procurador-geral manteve o acordo do diretor jurídico da J&F, Francisco de Assis,
enquanto aguarda informações sobre uma investigação de uso de informação privilegiada que envolve a
delação premiada.
A informação sobre a rescisão do acordo foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal.
'Confiança'
Ao decidir pela rescisão dos acordos, Janot escreveu que confiança é uma "via de mão dupla",
devendo o investigado assimilar e assumir a condição de colaborador da Justiça, "falando tudo o que
sabe e não omitindo qualquer fato relevante, ainda mais quando este fato pode configurar crime".
O procurador-geral acrescenta, então, que não cabe ao colaborador fazer juízo de valor ou escolher
os fatos que pretende entregar, fazendo, assim, com que a manutenção do acordo dependa da boa-fé e
do fiel cumprimento das cláusulas estabelecidas.
O que ocorreu nas delações de Joesley e de Saud, diz Janot, foi o descumprimento de cláusulas que
proíbem a "omissão deliberada, a má-fé, o dever de transparência" entre as partes contraentes.
"Como se vê, a consequência jurídica da rescisão do acordo por culpa exclusiva do colaborador é a
perda da premiação e a validade de todas as provas produzidas, que poderão ser usadas nos processos
em curso e futuros."
Janot acusa Temer de chefiar organização criminosa: 10 perguntas para entender a denúncia15
Mesmo ferido por graves acusações contra a atuação do Ministério Público Federal na condução da
delação da JBS, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, lançou sua segunda "flechada" contra
Michel Temer e denunciou o presidente nesta quinta-feira sob as acusações de obstrução de Justiça e
de integrar organização criminosa.
O disparo foi dado a três dias de Janot passar o cargo para a próxima procuradora-geral, Raquel
Dodge.
Agora, o Supremo Tribunal Federal (STF) deverá avaliar se encaminha a denúncia diretamente para
a análise da Câmara dos Deputados ou se vai suspender seu andamento até que se concluam as
investigações sobre a legalidade do acordo firmado com Joesley Batista e outros executivos do grupo.
Em nota, a Presidência da República, afirmou que Janot "continua sua marcha irresponsável para
encobrir suas próprias falhas", ignorando "deliberadamente as graves suspeitas que fragilizam as
delações sobre as quais se baseou para formular a segunda denúncia contra o presidente da República".
"A segunda denúncia é recheada de absurdos. Fala de pagamentos em contas no exterior ao
presidente sem demonstrar a existência de conta do presidente em outro país. Transforma contribuição
lícita de campanha em ilícita, mistura fatos e confunde para tentar ganhar ares de verdade. É realismo
fantástico em estado puro", diz o texto.
Já o PMDB informou lamentar "mais um ato de irresponsabilidade realizado pelo procurador-geral" e
afirmou que "a Justiça e sociedade saberão identificar as reais motivações" de Janot.
Entenda, em dez perguntas, as acusações contra Temer e o que deve acontecer agora:
15
SCHREIBER, MARIANA. Janot acusa Temer de chefiar organização criminosa: 10 perguntas para entender a denúncia. BBC Brasil. Disponível em: <
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-41261952?ocid=socialflow_twitter> Acesso em 15 de setembro de 2017.
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concessões de aeroportos e ações dos ministérios da Agricultura e da Integração Nacional, além da
inclusão de emendas em medidas provisórias no Congresso.
Janot diz que o grupo começou a se articular a partir de 2006, quando o PMDB passou a ocupar cargos
no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que precisou ampliar sua base de apoio após o
escândalo do mensalão.
Temer e Henrique Eduardo Alves, na época deputados, teriam negociado "cargos-chaves" para o
grupo criminoso, "tais como a presidência de Furnas, a vice-presidência de Fundos de Governo e Loterias
na Caixa Econômica, o Ministério da Integração Nacional, a Diretoria Internacional da Petrobras, entre
outros", diz a denúncia.
O procurador-geral frisa também que a organização criminosa continuou praticando crimes nos anos
de 2015, 2016 e 2017, e que Temer teria se tornado o "líder" do grupo em maio do ano passado, quando
assumiu a Presidência da República.
Temer, especificamente, teria obtido "vantagem" de R$ 31,5 milhões, sendo R$ 500 mil da JBS por
meio de Rodrigo Rocha Loures, R$ 10 milhões em doações da Odebrecht, R$ 20 milhões referentes ao
contrato PAC SMS da Diretoria Internacional da Petrobras com a Odebrecht e R$ 1 milhão entregue ao
coronel João Batista Lima Filho, amigo do peemedebista.
Além disso, Janot também acusa o presidente de tentar obstruir a Justiça ao dar aval para suposta
compra de silêncio do ex-presidente da Câmara, o peemedebista Eduardo Cunha, e do operador Lúcio
Funaro.
Para embasar essa acusação, o procurador-geral usa, por exemplo, a gravação da conversa entre o
presidente e Joesley Batista, dono da JBS. Ele sustenta que Temer instigou Batista a pagar, por meio de
Ricardo Saud, vantagens a Roberta Funaro, irmã de Lúcio Funaro.
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"Não é tipicamente uma função digamos para estatura de um chefe do Ministério Público", completou
o presidente.
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Nesta semana, o ministro do STF Luís Roberto Barroso autorizou novo inquérito contra o presidente
para apurar supostas ilegalidades na edição de um decreto sobre o setor de Portos, em maio deste ano.
"Os elementos colhidos revelam que Rodrigo Rocha Loures, homem sabidamente da confiança do
presidente da República, menciona pessoas que poderiam ser intermediárias de repasses ilícitos para o
próprio presidente da República, em troca da edição de ato normativo de específico interesse de
determinada empresa, no caso, a Rodrimar S/A", assinalou Barroso na decisão de abertura do inquérito.
Em nota, a empresa negou qualquer ilegalidade. A assessoria de Temer disse em comunicado que o
decreto foi debatido entre o governo e empresas e que o presidente "não teve interferência no debate e
acatou as deliberações e aconselhamentos técnicos, sem que houvesse qualquer tipo de pressão política
que turvasse todo esse processo".
16
AGÊNCIA ESTADO. Temer tem a pior aprovação pessoal e de governo da série histórica. O Tempo Política. Disponível em:
<http://www.otempo.com.br/capa/pol%C3%ADtica/temer-tem-a-pior-aprova%C3%A7%C3%A3o-pessoal-e-de-governo-da-s%C3%A9rie-hist%C3%B3rica-
1.1521968> Acesso em 20 de setembro de 2017.
17
BBC BRASIL. Entenda o novo fundo público para campanhas eleitorais aprovado na Câmara. BBC Brasil. Disponível em: < http://www.bbc.com/portuguese/brasil-
41507850?ocid=socialflow_twitter> Acesso em 05 de outubro de 2017.
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A repercussão das investigações desaguou na proibição de doação de empresas, determinada pelo
Supremo Tribunal Federal, em setembro de 2015.
Desde então, só a eleição municipal de 2016 foi realizada sem doação empresarial.
O impacto foi enorme: a arrecadação caiu pela metade em relação às eleições municipais de 2012,
segundo o Tribunal Superior Eleitoral. E os partidos acharam que era necessário voltar a encher o caixa
eleitoral.
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Sem dinheiro para pagar o compromisso de fato e perto de liberar todas as emendas disponíveis, o
Planalto passou a negociar em outras frentes.
Impopular, o governo Temer recuou da liberação da exploração de minério na Reserva Nacional do
Cobre e Associados (Renca), na Amazônia, depois de mobilização internacional contrária. Nesta semana,
porém, decidiu dar descontos de 60% em multas ambientais e transformar os pagamentos em
compromissos de gastos dos entes privados com reflorestamento e conservação do ambiente. A medida
pode tirar dos cofres mais de R$ 2,7 bilhões.
Segundo parlamentares ligados a centrais sindicais, o governo promete apoiar tentativas congressuais
de retomar algum tipo de contribuição para o custeio dos sindicatos.
O governo indicou também que vai desistir de privatizar o Aeroporto de Congonhas (SP), cujo leilão
poderia arrecadar R$ 6 bilhões. Administrado pela Infraero, o controle político do terminal está nas mãos
do PR, do ex-deputado Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão.
Bancada ruralista. Temer fez concessões em programas de parcelamento de dívidas para empresários
e produtores rurais, e em atos de interesse de bancadas temáticas como a dos ruralistas, que tem 214
deputados em exercício e poderia, sozinha, garantir a salvação do mandato do peemedebista.
Pleitos antigos da bancada foram atendidos recentemente pelo governo. Os ruralistas já haviam sido
agraciados com um pacote de descontos nas alíquotas de contribuição para o Fundo de Assistência ao
Trabalhador Rural (Funrural), usado para custear aposentadorias, e condições mais benéficas para quitar
dívidas com o fundo, cujo prazo de adesão foi postergado para novembro. Até agora, o governo não
recorreu de um projeto de resolução do Senado que anistiou um passivo de R$ 17 bilhões não pagos ao
Funrural.
Temer também sancionou nesta terça-feira, 24, com vetos, a Medida Provisória do Refis, deixando de
arrecadar R$ 4 bilhões, conforme estimativa do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. A pasta era
contrária à renúncia. O ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) negou que essas decisões do governo tenham
sido influenciadas por acordos em troca de apoio nas votações.
Economia
'Péssimo momento'
Mas existe um consenso: a operação da PF veio em um "péssimo momento" para o agronegócio, um
dos pilares da economia brasileira, que vinha esboçando sinais de recuperação.
"O Brasil custou para abrir novos mercados e agora a imagem do país está abalada lá fora. É difícil
prever o que vai acontecer, mas não resta dúvida de que esse escândalo será prejudicial para a economia
brasileira", diz à BBC Brasil José Carlos Hausknecht, sócio diretor da MB Agro, braço agrícola da
consultoria MB Associados.
Em outras palavras: isso pode acarretar um prolongamento da recessão, afetando a vida de todos os
brasileiros.
Já segundo estimativa da consultoria LCA consultores, no pior dos cenários - se todos os países
fecharem as portas às importações de carne brasileira - o impacto no PIB pode ser de até 1 ponto
porcentual. A previsão oficial do governo, que deve ser revisada para baixo nos próximos dias, é de
crescimento de 1%.
19
21/03/2017 – Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/qual-e-o-impacto-do-escandalo-das-carnes-na-economia-brasileira.ghtml
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1393950 E-book gerado especialmente para ANDREIA
Desemprego e inflação
A revelação do esquema de carne adulterada terá consequências para a economia brasileira, explicam
os especialistas, pela "importância do setor de carnes".
Atualmente, de toda a carne produzida no Brasil, 80% é consumida pelo mercado interno. O restante
vai para fora.
No ano passado, as exportações brasileiras do produto somaram mais de US$ 14 bilhões (R$ 43
bilhões), ou 7,5% do total exportado, atrás apenas do minério de ferro e da soja.
Além disso, o setor de carnes possui uma cadeia produtiva "muito extensa", com "efeitos indiretos",
lembra Gesner Oliveira, sócio da consultoria GO Associados.
Oliveira estima que uma redução de 10% nas exportações brasileiras de carne pode custar 420 mil
postos de trabalho e R$ 1,1 bilhão a menos em impostos - notícia nada positiva em um momento de crise
fiscal.
Já a inflação também deve subir por causa do escândalo, "devido a algum tipo de recall das carnes já
distribuídas ao comércio", diz à BBC Brasil André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos.
Apesar disso, ressalva ele, o impacto na subida dos preços deve ser residual, já que o peso total das
carnes no índice oficial (IPCA) é de apenas 3,69%.
"Nesse sentido, uma alta adicional de 2% nesses produtos iria criar um impacto de 7 pontos base (ou
0,07%) na inflação plena: neste caso, se o IPCA fosse de 4,50%, ele ficaria em 4,57%", afirma.
"Mas será preciso saber mais detalhes sobre como isso vai ocorrer, pois não há notícias de
desabastecimento e não se trata da totalidade de toda a cadeia da carne", acrescenta.
Concorrência e protecionismo
Os especialistas também apontaram que, por causa do escândalo, o Brasil poderia perder espaço para
outros competidores no mercado global de carnes.
Nesse sentido, segundo eles, seria um "grande retrocesso" para um setor que se tornou prioridade
durante os mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016).
Nesse período, recursos públicos foram direcionados (via BNDES, a agência nacional de fomento)
para a criação dos chamados "campeões nacionais" - com o apoio irrestrito do governo, empresas como
a JBS e a BRF formaram monopólios e se projetaram internacionalmente.
"Hoje em dia, o mercado é altamente competitivo. Qualquer deslize pode ser fatal", diz Oliveira, da GO
Associados.
Hausknecht, da MB Agro, concorda que o escândalo acaba gerando uma oportunidade para potenciais
concorrentes, mas avalia que, atualmente, pelas condições do mercado, não há competidores à altura do
Brasil.
"A Austrália, por exemplo, que poderia ser uma alternativa ao Brasil para a oferta de carnes à China,
ainda estão recompondo o rebanho", diz, em alusão à forte seca que forçou produtores australianos a
elevarem o escoamento de animais para o abate.
"Já os Estados Unidos, o segundo maior produtor mundial de carne bovina, tampouco tem muita
entrada no mercado chinês por causa da escalada da tensão entre Washington e Pequim."
"Por fim, a Índia também é outro grande exportador de carne bovina, mas ela é de pior qualidade",
completa.
Para Campos, da LCA Consultores, a maior consequência do escândalo é dar munição a governos
para impor mais tarifas alfandegárias ao Brasil, em um contexto de maior protecionismo no mundo.
"Trump (Donald Trump, presidente dos Estados Unidos) já deu sinais de que pretende lançar mão de
medidas protecionistas. Nesse caso, isso (escândalo das carnes adulteradas) pode ser usado como
desculpa", conclui.
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melhor esse termo, a PJ tem vínculos que caracterizam uma relação de funcionário com aquela empresa,
mas não tem sua carteira assinada e, em geral, não tem todos os direitos trabalhistas garantidos
justamente por não trabalhar em regime CLT. Já na terceirização, uma empresa tem empregados com
carteira assinada vinculados a ela, e aloca esses funcionários para prestar serviços na empresa cliente.
Em relação às leis trabalhistas, por enquanto nada mudou. Porém, a expectativa fica sobre como será
votada a lei de flexibilização do regime trabalhista. Caso aprovada, reforma trabalhista irá permitir que o
acordado entre patrões e empregados tenha poder de se sobrepor à normas trabalhistas – o chamado
“combinado sobre o legislado”.
Já o lado que apoia o projeto afirma que ele irá reduzir o alto número de desempregados atualmente
no Brasil. Para se ter ideia, segundo dados do IBGE, no trimestre encerrado em fevereiro o número de
desempregados no Brasil atingiu a marca de 13,5 milhões de brasileiros, o maior índice da série histórica
que se iniciou em 2012. O número de pessoas sem trabalho cresceu 36% em relação ao mesmo período
do ano anterior.
Eles ainda dizem que, na medida em que as empresas passam a se focar em partes específicas do
trabalho, tornam-se mais especializadas e produtivas, elevando assim os ganhos em toda sua cadeia de
produção. Por exemplo, quando uma empresa contrata uma terceirizada para cuidar da limpeza de suas
instalações, essa empresa reduz a quantidade de procedimentos que tem que lidar e acaba prestando
um melhor serviço do seu “core business”. Menos recursos indo para a burocracia resultariam em maior
produtividade. E maior produtividade significa melhores condições e mais ganhos reais ao trabalhador.
Agora, vamos aos pontos mais parciais que foram vetados na proposta. O primeiro deles é da
possibilidade de prorrogação do prazo de até 270 dias do contrato temporário de trabalho por acordo ou
convenção coletiva. O segundo assegura ao trabalhador temporário, salário, jornada de trabalho e
proteção previdenciária e contra acidentes equivalentes aos trabalhadores fixos da mesma função. Por
fim, o terceiro e último, prevê o benefício do pagamento direto do FGTS, férias e décimo terceiro
proporcionais a empregados temporários contratados até trinta dias.
Além disso, um assunto que foi muito questionado com essa lei, foi a maneira em que os concursos
públicos ficariam pós a lei entrar em vigor. A realidade é que o projeto não tem nenhum ponto específico
que fala sobre o serviço público, pois é considerado muito amplo e com poucos itens pontuais que
explicam determinada área em específico.
Segundo o juiz federal William Douglas, a abolição de concursos seria considerada inconstitucional.
Ademais, enquanto algumas pessoas interpretam que o projeto é só para o setor privado, outras acham,
por exemplo, que empresas como o Banco do Brasil, que tem “economia mista”, são afetadas pelo projeto.
Com a terceirização em vigor, as empresas tendem a se tornar mais produtivas e isso se refletirá em
melhores serviços e produtos com preços mais competitivos. Até serviços melhores poderão vir até
mesmo do governo, uma vez que produzindo mais, aumenta-se a arrecadação de impostos e com isso
orçamento público também se eleva.
21
SILVEIRA, Daniel. CAVALLINI, Marta. Desemprego fica em 13,7% no 1° trimestre de 2017 e atinge 14,2 milhões. G1 Economia. Disponível em: <
http://g1.globo.com/economia/noticia/desemprego-fica-em-137-no-1-trimestre-de-2017.ghtml> Acesso em 28 de abril de 2017.
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Taxa de desocupação, segundo a Pnad do IBGE (Foto: Editoria de arte/G1)
Em relação à taxa, as altas são de 1,7 ponto percentual frente ao trimestre de outubro a dezembro de
2016 (12%) e de 2,8 pontos percentuais em relação ao mesmo trimestre de 2016 (10,9%).
Já em relação ao número de desocupados, o contingente cresceu 14,9% (mais 1,8 milhão de pessoas)
frente ao trimestre de outubro a dezembro de 2016 e 27,8% (mais 3,1 milhões em busca de trabalho) em
relação ao mesmo trimestre de 2016, segundo o IBGE.
Segundo Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, desde o 1º trimestre de
2014, o país perdeu cerca de 3 milhões de postos de trabalho com carteira assinada. De acordo com o
IBGE, a menor desocupação foi registrada no trimestre encerrado em fevereiro de 2014, quando havia
6,6 milhões de desempregados, ou seja, esse número mais que dobrou em três anos.
“O mercado de trabalho continua a apresentar deterioração. Perdemos mais de 1,8 milhão de postos
de trabalho, sendo que cerca de 70% dessa perda foi de empregos com carteira de trabalho assinada”,
diz Azeredo.
Já a população ocupada também bateu recorde - é o menor contingente desde o trimestre fevereiro-
abril de 2012. No trimestre encerrado em março, eram 88,9 milhões de pessoas no mercado de trabalho.
O recuo se deu tanto em relação ao trimestre anterior (-1,5%, ou menos 1,3 milhão de pessoas) como
em relação ao mesmo trimestre de 2016 (-1,9%, ou menos 1,7 milhão de pessoas).
“Na passagem do 4º trimestre para o 1º trimestre percebe-se uma redução da população ocupada e
consequentemente aumento da desocupação em função da dispensa das contratações temporárias do
final do ano. Mas, o que está em questão, é o fato de o Brasil manter esse ritmo da crise no mercado de
trabalho”, analisa Azeredo.
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Número de pessoas desocupadas, segundo a Pnad do IBGE (Foto: Editoria de arte/G1)
“Não tem absolutamente nada na Pnad Contínua que mostre uma melhoria no mercado de trabalho,
na geração de empregos, ou qualquer tipo de recuperação em qualquer tipo de inserção ou grupamento
de atividade”, completa o pesquisador.
Carteira assinada
Desse total, 33,4 milhões de pessoas que estavam empregadas no setor privado tinham carteira
assinada. Esse número também recuou em ambos os períodos de comparação: frente ao trimestre
outubro/dezembro de 2016 (-1,8% ou menos 599 mil pessoas) e ao trimestre janeiro/março de 2016 (-
3,5% ou menos 1,2 milhão de pessoas). Segundo o IBGE, foi o menor contingente de trabalhadores com
carteira assinada já observado na série histórica da pesquisa.
O pico de trabalhadores com carteira assinada foi registrado no trimestre encerrado em junho de 2014
- 33,9 milhões de trabalhadores.
Segundo Azeredo, a notícia mais impactante da pesquisa é a perda expressiva de empregos com
carteira assinada. “Perder postos de trabalho com carteira significa perda de arrecadação da Previdência,
perda de acesso ao seguro-desemprego, perda de garantias trabalhistas. Além disso, a carteira de
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trabalho serve como garantia de acesso ao crédito. A grande notícia que a Pnad Contínua traz neste
primeiro semestre do ano é que o mercado continua destruindo postos de trabalho”, disse Azeredo.
De acordo com o pesquisador, a queda do número de carteiras assinadas tem relação direta com a
conjuntura política e econômica do país. “Um cenário econômico conturbado, um cenário político instável,
isso traz desestabilização para o mercado de trabalho e seus efeitos são quase imediatos. Reestruturar
postos de trabalho, recompor carteira, isso demora”, afirma.
O número de empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada (10,2 milhões)
apresentou queda em relação ao trimestre anterior (-3,2%), mas cresceu 4,7% (ou mais 461 mil pessoas)
em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
O número de trabalhadores por conta própria (22,1 milhões de pessoas) registrou estabilidade em
relação ao trimestre anterior (outubro a dezembro de 2016). Em relação ao mesmo período do ano
passado, houve queda de 4,6%, ou seja 1,1 milhão de pessoas a menos. “O trabalhador por conta própria,
que no início da crise segurou um pouco a população desocupada, mostra uma redução", diz Azeredo.
Já a categoria dos trabalhadores domésticos, estimada em 6,1 milhões de pessoas, se manteve
estável em ambos os trimestres comparativos, segundo o IBGE.
Nível de ocupação
O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi
estimado em 53,1% no trimestre de janeiro a março, apresentando queda de 0,9 ponto percentual frente
ao trimestre de outubro a dezembro de 2016, (54%).
Em relação a igual trimestre do ano anterior, houve retração de 1,7 ponto percentual, quando recuou
de 54,7% para 53,1%. Foi o menor nível da ocupação observado desde o início da série da pesquisa.
Rendimento
O rendimento médio foi estimado em R$ 2.110 no 1º trimestre de 2017, estável tanto ante o trimestre
de outubro a dezembro de 2016 (R$ 2.064) como mesmo trimestre do ano anterior (R$ 2.059).
Em relação ao trimestre anterior, houve alta para os empregados no setor público (1,9%) e para os
trabalhadores domésticos (1,7%). Em relação ao mesmo trimestre de 2016, apenas os empregados no
setor público apresentaram variação positiva (4,3%). Nas demais posições, foi estável.
“Há um crescimento do rendimento nominal do trabalhador. Isso mostra que você tem um aumento do
poder de compra da população, mas o efeito inflacionário sobre ele fez com que a massa de rendimento
se mantivesse estável”, explicou o pesquisador.
Caged
De acordo com os últimos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em
março as demissões superaram as contratações em 63.624 vagas, resultado de 1.261.332 admissões e
de 1.324.956 demissões em março. No acumulado do primeiro trimestre de 2017, o país registrou o
fechamento de 64.378 postos de trabalho.
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feitos em impostos e isenções, além da obtenção de receitas extraordinárias como o Refis [parcelamento
de débitos tributários]. Reflete também a inflação, que, apesar de ter caído, segue em patamar alto”,
analisa. Para Burti, “no segundo semestre, espera-se elevação da arrecadação em função da melhora da
atividade econômica”.
Arrecadação federal
O presidente da ACSP esclarece que, embora a arrecadação federal tenha caído em termos reais, é
o número nominal (sem descontar a inflação), o mesmo medido pelo Impostômetro, que deve ser
analisado. “Nosso painel não mede apenas tributos federais. Também entram na conta os estaduais e
municipais. O que temos que observar são os valores nominais, porque os gastos são todos nominais”.
23
VENTURA, M. SORIMA, N. J. Estados Unidos suspendem importação de carne fresca do Brasil. O Globo, Economia. Disponível em:
<https://oglobo.globo.com/economia/estados-unidos-suspendem-importacao-de-carne-fresca-do-brasil-
21508582?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo> Acesso em 23 de junho de 2017.
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O consultor Cesar de Castro Alves, da MB Agro, observa que o volume exportado de carne fresca para
os EUA não é significativo. Mesmo assim, a preocupação é com a sinalização que os EUA dão a outros
mercados importantes que o Brasil almejava entrar com esses produtos.
— O volume exportado de carne fresca aos EUA não é significativo. Mas a sinalização é ruim. O Brasil
começou a exportar carne fresca para os americanos no ano passado, depois de cerca de dez anos de
negociações. Com essa abertura, almejava entrar em mercados importantes como Japão e Coréia do Sul
— afirmou Alves.
O especialista ressalta que os EUA são muito cuidados com as exigências sanitárias estabelecidas
para carnes in natura.
— Carnes cujo rebanho não foi vacinado contra a febre aftosa, por exemplo, podem ser rejeitadas.
Isso não está relacionado a má qualidade do produto, mas à falta de cuidado com as exigências impostas
pelos EUA — diz o especialista.
Para o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, a
notícia não poderia ter sido pior. Ainda mais agora, que os EUA decidiram facilitar as importações de
carnes da China.
— A notícia é lamentável. Foram longos anos de negociações para abrir o mercado americano. É uma
péssima notícia para nós — afirmou Castro.
Entre os produtores, a notícia é "péssima" e afeta ainda mais a credibilidade da carne brasileira.
— Para o Brasil em geral é uma questão de credibilidade. Infelizmente as instituições do Brasil estão
fragilizadas. Das mais altas e inclusive a segurança sanitária — disse o vice-presidente da Sociedade
Rural Brasileira, Pedro de Camargo Neto.
MINISTÉRIO JÁ HAVIA ANUNCIADO SUSPENSÃO DE EXPORTAÇÕES
Na quarta-feira, porém, o Ministério da Agricultura anunciou que já havia suspendido as exportações
de carne de cinco frigoríficos para os Estados Unidos, desde a semana passada. Segundo a pasta, o
mecanismo de "autossuspensão" permite que as exportações sejam retomadas de forma mais rápida,
após os problemas serem resolvidos.
Em nota, o ministério afirmou que trabalha para "prestar todos os esclarecimentos e correções no
sentido de normalizar a situação. A proibição está valendo desde a última sexta-feira e continuará em
vigor até que sejam adotadas 'medidas corretivas'".
PAC perde R$ 7,48 bilhões; governo remaneja recursos para áreas essenciais24
Planejamento confirma corte adicional de R$ 5,9 bilhões e anuncia remanejamento de R$ 2,2 bilhões
para atender a áreas essenciais. Ministro diz que obras do PAC não serão suspensas.
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, informou nesta quinta-feira (27) que o governo vai
bloquear e remanejar recursos em um valor total de R$ 8,1 bilhões com o objetivo de cumprir a meta fiscal
do governo, que é fechar o ano com um déficit de R$ 139 bilhões.
Oliveira confirmou o bloqueio de R$ 5,9 bilhões em gastos, anunciado na semana passada, e informou
que serão remanejados para outras áreas R$ 2,2 bilhões, o que totaliza os R$ 8,1 bilhões, dos quais R$
7,48 bilhões serão retirados do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O ministro do Planejamento afirmou que o bloqueio de recursos do PAC não deve resultar, de imediato,
na suspensão de obras públicas.
"A expectativa é de recomposição dos limites ao longo do ano. Pode haver atraso nos empenhos, mas
isso poderá ser recuperado se conseguirmos reaver receitas", declarou o ministro.
Na lei orçamentária deste ano, aprovada pelo Congresso Nacional, os recursos para o PAC somavam
R$ 36,07 bilhões. Com os cortes realizados até agora, o valor caiu quase pela metade: para R$ 19,68
bilhões.
Além do PAC, o governo também vai remanejar recursos de emendas parlamentares.
Segundo Oliveira, o governo procura reaver R$ 2,1 bilhões em precatórios não sacados por seus
beneficiários; R$ 2,5 bilhões com a outorga de aeroportos; e R$ 1 bilhão com a privatização da Lotex.
Áreas essenciais
Entre as áreas consideradas essenciais pelo ministro do Planejamento e que serão contempladas pelo
remanejamento de R$ 2,2 bilhões, estão:
- fiscalização de trabalho escravo;
- defesa civil;
- Polícia Rodoviária Federal;
- Polícia Federal;
24
MARTELLO, ALEXANDRO. PAC perde R$7,48 bilhões; governo remaneja recursos para áreas essenciais. G1 Economia. Disponível em: <
http://g1.globo.com/economia/noticia/pac-perde-r-748-bilhoes-e-governo-remaneja-recursos-para-areas-essenciais.ghtml> Acesso em 28 de julho de 2017.
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- sistema de controle do espaço aéreo;
- agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Levantamento realizado pelo G1 mostra que o corte de verba restringiu a atuação de vários órgãos e
setores dependentes do governo federal.
Além do bloqueio adicional de R$ 5,9 bilhões em gastos no orçamento federal anunciado na semana
passada, o governo também subiu a tributação sobre os combustíveis.
O objetivo do governo, ao elevar tributos e bloquear gastos no orçamento, é tentar cumprir a meta
fiscal de 2017, fixada em um déficit (despesas maiores que receitas) de R$ 139 bilhões. A conta não inclui
as despesas com pagamento de juros da dívida pública.
A arrecadação neste ano tem ficado abaixo da esperada pelo governo. No ano passado, quando
estimou as receitas com impostos e tributos em 2017, o governo previa que a economia brasileira estaria
crescendo em um ritmo mais acelerado, o que não ocorreu.
Com o orçamento apertado e os gastos limitados pela regra do teto, que começou a valer neste ano,
o governo já reduziu investimentos e sofre para manter alguns serviços. Para analistas, as restrições
devem continuar nos próximos meses.
Apesar dos esforços da equipe econômica, economistas das instituições financeiras estimam que
o rombo das contas do governo ficará em 145,26 bilhões. O valor está acima da meta fiscal fixada para
2017, que é de um resultado negativo de até R$ 139 bilhões.
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O governo terá que cobrir um déficit fiscal maior (despesas maiores que as receitas). Para isso, ele
precisa captar recursos com a emissão de títulos públicos. Assim, ele consegue financiar os gastos que
foram liberados. Mas, como efeito, sua dívida pública fica maior em relação ao tamanho da economia,
assim como os juros a serem pagos.
"Estamos falando de um acréscimo que não é nada desprezível, R$ 20 bilhões que o governo vai ter
que tirar de algum lugar. Vai ter um aumento da dívida pública, então o ano que vem deve ter taxas de
juros mais altas. O investimento se torna mais caro, então deve ser menor em 2018", diz Inhasz.
26
MARTELLO, A. MAZUI, G. Governo anuncia privatização da Casa da Moeda; leilão de aeroportos será no 2º semestre de 2018. G1, Economia. Disponível em:
<http://g1.globo.com/economia/noticia/em-meio-a-crise-governo-fortalece-programa-de-parcerias-e-quer-privatizar-casa-da-moeda.ghtml> Acesso em 24 de agosto
de 2017.
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Segundo o ministro da secretaria-geral da Presidência, Moreira Franco, 57 novos ativos foram
disponibilizados para concessão ou desestatização nesta segunda fase do programa. A primeira foi
anunciada em setembro do ano passado e incluía 34 projetos.
Moreira Franco disse que o objetivo é "enfrentar a questão do emprego e da renda." O governo não
estimou quanto pretende arrecadar com os novos leilões, mas informou que eles representarão R$ 44
bilhões em investimentos ao longo da vigência dos contratos.
Nesta semana, o Ministério de Minas e Energia já havia anunciado a proposta de privatizar a
Eletrobras, através da venda de parte das ações da estatal que pertencem hoje à União. A proposta foi
aprovada nesta quarta pelo conselho do PPI.
Veja abaixo as propostas do governo para concessões e privatizações:
(Foto: Arte/G1)
Rodovias
O governo anunciou que quer leiloar um trecho de 806 quilômetros da BR-364, entre Porto Velho, em
Rondônia, e Comodoro, no Mato Grosso, e relicitar o trecho de 634 km da BR-153, entre Anápolis, em
Goiás, e Aliança do Tocantins.
A BR-153 foi leiloada durante o governo Dilma Rousseff, em 2014, porém a concessionária Galvão
não cumpriu os investimentos previstos e teve o contrato encerrado.
A previsão oficial é realizar os leilões dos dois trechos no último trimestre de 2018.
Terminais portuários
O Ministério dos Transportes propôs ainda a concessão de 15 terminais portuários, que são áreas
dedicadas a movimentação de carga nos portos.
Os terminais que irão a leilão ficam nos portos de Belém (GLP e granéis líquidos), Vila do Conde
(granéis líquidos), Paranaguá (grãos) e Vitória (granéis líquidos).
A proposta do governo também inclui a prorrogação antecipada do terminal de fertilizantes do porto de
Itaqui e a autorização para ampliação de capacidade do Terminal Agrovia do Nordeste, no porto de Suape.
Os leilões estão previstos para 2018.
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Aeroportos e controle aéreo
O PPI confirmou a previsão, já anunciada pelo governo, de que novos aeroportos sejam leiloados no
segundo semestre do ano que vem. De acordo com documento divulgado pelo PPI, o Ministério dos
Transportes propôs a concessão de 12 aeroportos, em dois blocos regionais:
Bloco Nordeste: Maceió, Aracaju, João Pessoa, Campina Grande, Juazeiro do Norte e Recife.
Bloco Centro-Oeste: Cuiabá, Sinop, Alta Floresta, Barra do Garças e Rondonópolis.
Além disso, segundo o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, o governo ainda vai estudar o
leilão dos aeroportos de Congonhas (SP), Vitória (ES) e Macaé (RJ). Na semana passada, o Ministério
do Planejamento deu como certo o leilão de Congonhas.
O documento confirma ainda a intenção do governo de vender a participação acionária da Infraero nos
aeroportos de Guarulhos, Confins, Brasília e Galeão, que foram leiloados durante o governo da ex-
presidente Dilma Rousseff.
Além disso, o Ministério da Defesa incluiu na relação de projetos do PPI a proposta de uma Parceria-
Público Privada (PPP), na modalidade concessão administrativa, voltada ao serviço de transporte de
sinais de telecomunicações para o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) e organizações
militares no país.
O projeto trata do controle do espaço aéreo, com previsão de investimento de R$ 1,1 bilhão ao longo
de 25 anos de concessão.
Energia elétrica
Consta ainda da lista o leilão de 11 lotes de linhas de transmissão de energia, além de subestações.
São novas estruturas, que serão construídas pelas empresas vencedoras dos leilões e que vão ampliar
a rede de transmissão de energia do país.
Os lotes estão distribuídos em dez estados: Bahia, Ceará, Pará, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Piauí,
Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Tocantins.
Eletrobras
Sobre a Eletrobras, o governo informou que a redução da participação do governo na empresa será
feita por meio de emissão de papéis pela estatal, sem subscrição da União, que, com isso, perderá o
controle acionário.
"No entanto, a União manterá o poder de veto para garantir a preservação de decisões estratégicas
para o país. Esse modelo já tem sido usado com sucesso em países como Portugal, França e Itália",
informou.
De acordo com o governo, a venda injetará "expressivos recursos" no Tesouro Nacional, mas também
proporcionará a "modernização de processos, o aumento da eficiência e melhoria da governança, sem
que as tarifas sejam afetadas."
Na reunião desta quarta, o conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) aprovou a
proposta do Ministério de Minas e Energia de privatizar a Eletrobras.
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Governo revê orçamento para 2018 e previsão de salário mínimo cai de R$ 969 para R$ 96527
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, anunciou na noite desta segunda-feira a revisão do
Orçamento de 2018 com a previsão de redução de R$ 4 no valor do salário mínimo para o próximo ano,
que passa de R$ 969 para R$ 965.
“Esse não é o valor que está sendo definido, mas uma projeção para fins orçamentários. O valor será
fixado apenas em janeiro, como determina a lei, com a publicação de um decreto. É uma estimativa com
base na estimativa da inflação”, explicou o ministro.
O valor menor ocorre devido a redução da previsão do Índice de Preços ao Consumidor (INPC).
Na mensagem modificativa do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2018, que será enviada
ao Congresso Nacional, o governo mantém a previsão de crescimento de 2% do PIB para 2018 e uma
inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,2%.
Já a estimativa do INPC, teve uma leve modificação em relação à proposta orçamentária em tramitação
no Congresso, de 4,2%, para 4,3%.
No documento que será enviado ao Congresso, o governo reduz a previsão de taxa Selic para o
próximo ao de 8% ao ano para 7,25%.
O governo está enviando ao Congresso a mensagem modificativa porque a peça orçamentária enviada
em 31 de agosto não considerou a revisão da meta de déficit fiscal para o ano que vem e a redução das
despesas.
Desemprego entre jovens no Brasil tem maior taxa em 27 anos, diz OIT28
Praticamente 30% dos brasileiros com menos de 25 anos estão sem trabalho, um índice duas vezes
maior que a média mundial e equivalente aos países árabes
GENEBRA - O desemprego entre os jovens no Brasil atinge sua maior taxa em 27 anos. Dados
apresentados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam que, ao final de 2017,
praticamente 30% dos jovens brasileiros estariam sem trabalho. "Trata-se da maior taxa desde 1991",
aponta a entidade, com sede em Genebra.
A estimativa sobre o índice brasileiro é mais de duas vezes superior à média internacional. Segundo a
OIT, o desemprego entre jovens no mundo é de cerca de 13,1%. A situação brasileira só é equivalente
às taxas registradas nos países árabes, que viram o desemprego desencadear uma importante crise
política e social a partir de 2011.
Hoje, entre as mais de 190 economias avaliadas pela OIT, apenas 36 delas tem uma situação pior que
a do Brasil para os jovens. Na Síria, por exemplo, a taxa de desemprego entre os jovens é de 30,6%,
contra 34% no Haiti.
A queda do crescimento da economia brasileira, informalidade e as incertezas de investimentos teriam
gerado o salto no desemprego dessa camada nos últimos anos, ainda que o pico possa já ter sido
atingido. "Houve uma enorme desaceleração de alguns países, entre eles o Brasil", disse a diretora de
Política de Desenvolvimento e Emprego da OIT, Azita Awad.
Em 1991, a taxa brasileira de desemprego entre os jovens era de 14,3% e, em 1995, chegou a cair
para 11,4%. Mas a segunda metade da década de 90 registrou um aumento, com um pico em 2003.
Naquele ano, o desemprego de jovens era de 26,1%. Entre 2004 e 2014, a taxa sofreu uma queda
substancial, chegando a 16,1%.
Mas a desaceleração da economia nacional teria um impacto direto no desemprego de jovens. Em
2015, a taxa subiria para 20%. Um ano depois, ela já era de 27,1% e, neste ano, bateria a marca de
29,9%. A previsão da OIT é de que, em 2018, uma leve queda deva ser registrada, com 29,8%.
A situação brasileira acabou afetando as médias de toda a região latino-americana, que teve o maior
salto de desemprego no mundo entre essa camada da população. O continente terminará 2017 com seu
nível de desemprego mais alto desde 2004. A taxa entre os jovens chegará a 19,6%, contra um índice de
apenas 14,3% em 2013. Apenas neste ano, 500 mil jovens extras ficarão desempregados e a região deve
somar 10,7 milhões de pessoas nessa situação.
Questionada sobre o impacto do desemprego entre os jovens para os países mais afetados na América
Latina, Awad fez alusão ao movimento de contestação que gerou a Primavera Árabe. "Basta ver o que
ocorreu no Norte da África", alertou. Segundo ela, empregos estão no topo das prioridades para essas
sociedades.
Os números latino-americanos se contrastam com os dados da América do Norte ou Europa. Nos EUA
e Canadá, a taxa deve ser a menor desde 2000, com 10,4% dos jovens desempregados. Na Europa, a
27
AGÊNCIA BRASIL. Governo revê orçamento para 2018 e previsão de salário mínimo cai de R$ 969 para R$ 965. Disponível em:
<http://www.itatiaia.com.br/noticia/governo-reve-orcamento-para-2018-e-previsao-d> Acesso em 31 de outubro de 2017.
28
CHADE, JAMIL. Desemprego entre jovens no Brasil tem maior taxa em 27 anos, diz OIT. Estadão, Economia & Negócios. Disponível em:
<http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,desemprego-entre-jovens-no-brasil-tem-maior-taxa-em-27-anos-diz-oit,70002091029> Acesso em 21 de novembro
de 2017.
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crise de 2009 ainda é sentida. Mas os números de desemprego começam a perder força. Para 2017, o
ano deve fechar com uma taxa de 18,2%, o quarto ano consecutivo de queda. Em 2013, essa taxa
chegava a ser de 23,3%.
No mundo, um total de 70,9 milhões de pessoas com até 24 anos estão sem trabalho. Esse número
deve piorar em 2018, com 71,1 milhões de jovens desempregados.
Os dados ainda revelam que os jovens, hoje, tem três vezes mais chances de estar desempregado
que um adulto. Mas os dados também revelam que uma parte substancial dessa camada da população
deixou de procurar emprego.
Em 1997, 55% dos jovens com até 24 anos estavam no mercado de trabalho. Hoje, essa taxa é de
45%. Para a OIT, essa queda não significa apenas que eles estão permanecendo nas escolas e
universidades por mais tempo. 21,8% dos jovens em 2017 nem trabalhavam e nem estudavam.
Outro destaque da OIT se refere ao número de jovens que, mesmo trabalhando, não conseguem sair
da pobreza. No mundo, esse total chega a 160 milhões de pessoas, que ganham menos de US$ 3,1 por
dia. "Eles representam 39% de todos os jovens que trabalham", destaca a diretora da entidade. Na
América Latina, a taxa é de 9,1%, com 4 milhões de pessoas vivendo nessa situação.
O cenário para os próximos anos não é dos melhores. A média geral de desemprego para os jovens
deve aumentar em 2018. Para a OIT, essa geração enfrentará um "futuro incerto", com salários sendo
pagos em setores temporários.
Uma das constatações, porém, é de que aqueles com maior nível de escolaridade terão uma transição
mais curta entre a escola e o mundo do trabalho. No Brasil, os índices mostram que aqueles apenas com
escolaridade primária podem levar um tempo cinco vezes maior para encontrar um emprego que
universitários.
Previdência
Um dos problemas apontados pelo banco é referente aos gastos com previdência, descrita como o
"motor do desequilíbrio fiscal" do país. Segundo o estudo, sua reforma seria a medida com maior impacto
para a economia brasileira.
Se a situação atual for mantida, em treze anos, o gasto com previdência esgotará o limite do teto de
gastos do governo federal e não haverá dinheiro para salários, manutenção de escolas e hospitais ou
investimentos. Em 2080, essas despesas corresponderiam a 150% do PIB nacional.
Além disso, a previdência brasileira é "altamente injusta", aponta o Banco Mundial. Isso porque 35%
dos subsídios beneficiam aqueles que estão entre os 20% mais ricos, enquanto penas 18% dos subsídios
vão para os 40% mais pobres.
29
DW. Brasil gasta mal e de forma injusta, diz Banco Mundial. Terra. Disponível em: <https://www.terra.com.br/noticias/brasil/brasil-gasta-mal-e-de-forma-injusta-diz-
banco-mundial,6cbd6958c84c97d4cd77ec17cfef71bb0drvk8o8.html> Acesso em 22 de novembro de 2017.
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Serviço público
Na esfera do serviço público, aposentadoria e salários registram uma injustiça ainda maior. Segundo
o relatório, os servidores públicos federais ganham, em média, 67% a mais do que os trabalhadores da
iniciativa privada. Já os servidores estaduais recebem salários 30% maiores.
A remuneração acima da média, afirma o estudo, é o que leva os gastos com funcionalismo no Brasil
serem tão altos, ultrapassando as despesas de países como Estados Unidos, França e Portugal.
O Banco Mundial revela que os gastos com servidores, em todas as esferas do governo, chegaram a
13,1% do PIB em 2015, em comparação com os 11,6% registrados há dez anos. Em outros países
desenvolvidos, esse percentual é de cerca de 9% do PIB.
Metade dos trabalhadores brasileiros tem renda menor que o salário mínimo, aponta IBGE30
Renda abaixo do mínimo é possível entre trabalhadores informais e por conta própria; pesquisa revela
que 10% da população concentra 43% da soma de rendimentos do país.
Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) revela que 50% dos trabalhadores brasileiros recebem por mês, em média, 15% menos que o
salário mínimo. Além disso, o rendimento daqueles que ganham mais é 360 vezes maior do que o dos
trabalhadores que têm renda mais baixa.
“O Brasil já é conhecido como um dos países com as piores desigualdades de rendimento do mundo.
Essa pesquisa enfatiza ainda mais o quão desigual é o país”, disse a gerente da pesquisa, Maria Lúcia
Vieira.
O levantamento foi feito ao longo de 2016 por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua (PNAD). Naquele ano, o salário mínimo era de R$ 880. Dos 88,9 milhões de trabalhadores
ocupados no ano, 44,4 milhões recebiam, em média, R$ 747 por mês.
A lei brasileira prevê um salário mínimo para os trabalhadores com carteira assinada. O rendimento
abaixo desse valor é possível entre a população com emprego informal e os trabalhadores por conta
própria, como vendedores ambulantes e donos de pequenos negócios.
Do total de trabalhadores, 4,4 milhões (5%) recebiam, em média, apenas R$ 73 mensais. Já 889 mil
(1%) recebiam, em média, R$ 27 mil. “Isso significa que aqueles com maiores rendimentos recebiam 360
vezes mais que os com menores rendimentos”, enfatizou a pesquisadora.
A soma dos rendimentos recebidos por todos os brasileiros em 2016 foi de R$ 255 bilhões por mês,
em média. Desse valor, 43,4% estava concentrado nas mãos de 10% da população do país. Já a parcela
dos 10% das pessoas com os menores rendimentos detinha apenas 0,8% da massa.
A análise regional mostrou que a Região Sudeste concentrou R$ 132,7 bilhões da massa de
rendimento do país, superior à soma das demais regiões. As regiões Sul (R$ 43,5 bilhões) e Nordeste
(R$ 43,8 bilhões) produziram cerca de 1/3 da massa de rendimentos do Sudeste. Já as regiões Centro-
Oeste (R$ 21,8 bilhões) e Norte (R$ 13,4 bilhões) produziram, respectivamente, 16,4% e 10,1% do
Sudeste.
"É claro que tem de ser maior porque é no Sudeste onde está concentrada a maior parcela da
população, 42%, do país”, destacou Cimar Azeredo, Coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Segundo Azeredo, 44% dos “outros rendimentos” pagos no país estão concentrados no Nordeste.
“Isso mostra o peso e a importância dos programas de transferência de renda para aquela população”.
“Aí a gente vê o tamanho da desigualdade econômica no país”, enfatizou Maria Lúcia.
30
SILVEIRA, DANIEL. Metade dos trabalhadores brasileiros tem renda menor que o salário mínimo, aponta IBGE. G1 Economia. Disponível em:
<https://g1.globo.com/economia/noticia/metade-dos-trabalhadores-brasileiros-tem-renda-menor-que-o-salario-minimo-aponta-ibge.ghtml> Acesso em 30 de
novembro de 2017.
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Renda domiciliar per capita
O rendimento médio real domiciliar per capita foi de R$ 1,2 mil por mês em 2016. Nas regiões Norte e
Nordeste, a média foi de R$ 772. A maior média foi observada no Sudeste, com R$ 1,5 mil.
Com isso, o índice de Gini, que calcula o nível de desigualdade de renda em um país, do rendimento
domiciliar per capita para o Brasil naquele ano foi estimado em 0,549. O Sul do país apresentou o menor
índice, de 0,473, e o Sudeste o maior, de 0,535. O índice de Gini vai de 0 (perfeita igualdade) a 1
(desigualdade máxima).
Para a gerente da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, o levantamento enfatiza a necessidade do Brasil
combater as desigualdades sociais e econômicas a fim de alavancar seu desenvolvimento.
"A gente sabe que país nenhum vai crescer sob uma base desigual", destacou.
Fontes de rendimento
Dos 205,5 milhões de habitantes no Brasil, 124,4 milhões (60,5%) possuíam algum tipo de renda em
2016, segundo o IBGE. A maior parcela do rendimento da população provém da remuneração pelo
trabalho, conforme a pesquisa.
Segundo o levantamento, 42,4% da população possuía rendimento de trabalho, ao passo que 24%
possuía algum rendimento proveniente de outras fontes, como aposentadoria e benefícios sociais.
O IBGE destacou que havia diferenças significativas entre as regiões em relação à fonte de rendimento
da população. No Sul, por exemplo, 47,1% das pessoas com renda a obtinham por meio do trabalho. Já
o Nordeste concentrava o maior percentual de pessoas que recebiam rendimento de outras fontes.
Dentre os rendimentos distintos da remuneração pelo trabalho, aposentadorias e pensões se
destacaram como a principal fonte. Da população com renda, 13,9% recebia aposentadoria ou pensão;
2,4% recebia pensão alimentícia, mesada ou doação; 1,8% tinha renda de aluguel; e 7,7% recebia algum
tipo de rendimento de outras fontes, como rendimentos de poupança, seguro-desemprego e dos
programas de transferência de renda do governo, como o Bolsa Família, por exemplo.
Considerando apenas o Bolsa Família, o IBGE constatou que 14,3% dos domicílios do país têm essa
fonte de renda. No Nordeste, este percentual salta para 29,3% dos domicílios e no Norte para 27,2%. O
menor percentual foi observado no Sul (5,4%), seguido pelo Sudeste (6,9%) e Centro-Oeste (9,4%).
Já o Benefício de Prestação Continuada (BPC), conforme apontou a pesquisa, estava presente na
renda de 3,4% dos domicílios brasileiros. Nordeste e Norte são as regiões com maior percentual deste
benefício – respectivamente 5,4% e 5,3% - seguidas pelo Centro-Oeste (3,6%), Sudeste (2,3%) e Sul
(2,1%).
Cimar Azeredo enfatizou que o rendimento médio domiciliar per capita dos domicílios onde havia
pagamento de Bolsa Família foi de R$ 331, enquanto nos domicílios onde nenhum morador o recebia foi
de R$ 1.446.
Região
A análise regional revela que o Nordeste foi a região que concentrou a maior parcela de pessoas que
tinham renda distintas de trabalho, aposentadoria, pensão e aluguel.
“Isso mostra o peso e a importância de programas sociais de distribuição de renda nestas regiões com
maior desigualdade do país”, avaliou Maria Lúcia Vieira, gerente da pesquisa.
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Congresso aprova Orçamento federal de R$ 3,5 trilhões para 201831
Texto prevê receitas e despesas do Executivo, Legislativo e Judiciário. Pela proposta, salário mínimo
será de R$ 965; fundo eleitoral terá R$ 1,7 bi; e déficit nas contas públicas pode chegar a R$ 159 bi.
Congresso Nacional aprovou no fim da noite desta quarta-feira (13) o Orçamento da União de 2018.
O valor total é de R$ 3,5 trilhões, incluindo o refinanciamento da dívida pública.
A proposta define as receitas e as despesas dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para o ano
que vem.
Mais cedo, nesta quarta, o projeto já havia sido analisado e aprovado pela Comissão Mista de
Orçamento do Congresso.
Entre outros pontos, o Orçamento do ano que vem prevê a destinação de R$ 1,7 bilhão para o fundo
eleitoral criado para financiar as campanhas eleitorais com dinheiro público.
O fundo será abastecido, em parte, com 30% das emendas parlamentares de bancada – indicações
de deputados e de senadores de obras e serviços que deverão receber verbas do Orçamento.
O Fundo Partidário, que já existia e destina recursos às legendas, terá o valor proposto pelo governo:
R$ 888,7 milhões.
Ainda no texto, está prevista a destinação de R$ 250 milhões para a implantação do voto impresso,
exigência aprovada na reforma política que passou no Congresso em outubro.
Saúde e educação
A proposta de Orçamento teve que respeitar os limites fixados pela emenda constitucional que
estabeleceu um teto de gastos públicos.
Saúde e educação, contudo, são as duas áreas que têm um montante mínimo a ser aplicado.
No parecer, o relator do Orçamento, Cacá Leão (PP-BA), ressaltou que as ações de saúde receberão
R$ 1,8 bilhão acima do mínimo, de R$ 117,4 bilhões, chegando a R$ 119,2 bilhões.
Na educação, a aplicação mínima exigida é de R$ 49,6 bilhões e, pela proposta aprovada, chegará
a R$ 89 bilhões.
O valor aprovado pelo Congresso é R$ 3,1 bilhões acima do proposta pelo governo, que previa R$
85,9 bilhões para a área.
Salário mínimo
O projeto aprovado na comissão manteve o valor do salário mínimo proposto pelo governo, de R$ 965.
O valor é definido por um cálculo que leva em conta a inflação do ano anterior e o crescimento do PIB
de dois anos antes.
No entanto, o valor definitivo do salário mínimo para 2018 só será conhecido depois que o presidente
Michel Temer assinar um decreto – no fim deste ano – com a atualização do cálculo previsto na legislação.
Déficit
O texto aprovado pelo Congresso estipula as receitas e despesas levando em consideração o déficit
primário de até R$ 159 bilhões para 2018, conforme estimativa feita pelo governo e aprovada pelo
Legislativo em agosto.
O relator do Orçamento avaliou, porém, que considerando os gastos e as receitas estimadas para o
ano que vem, as contas públicas vão fechar com um rombo um pouco menor, de R$ 157 bilhões.
31
CALGARO, FERNANDA. Congresso aprova orçamento federal de R$ 3,5 trilhões para 2018. G1 Política. Disponível em:
<https://g1.globo.com/politica/noticia/congresso-nacional-aprova-orcamento-da-uniao-para-2018.ghtml> Acesso em 14 de dezembro de 2017.
32
G1. 1% mais ricos concentram 28% de toda a renda no Brasil, diz estudo. G1 Economia. Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/noticia/1-mais-ricos-
concentram-28-de-toda-a-renda-no-brasil-diz-estudo.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 15 de dezembro de 2017.
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O estudo também aponta que os 10% mais ricos elevaram sua riqueza de 54% para 55% neste mesmo
período.
Extremos
Os 50% mais pobres também tiveram um aumento da renda, passando de 11% para 12%, um
crescimento mais rápido que os 10% mais ricos, segundo o relatório, mas com impacto bem menos
relevante devido a sua baixa renda.
A participação da classe média, por sua vez, caiu entre 2001 e 2015 de 34% para 32%. Segundo o
estudo, esse estreitamento da camada do meio é resultado da baixa participação da renda e baixa
performance de crescimento desta população.
"Enquanto a desigualdade de renda salarial declinou de acordo com nossas observações, essa queda
foi insuficiente para mitigar a concentração de capital e reverter a crescente concentração de renda entre
os mais favorecidos", diz o estudo.
Sociedade
A ONU divide os países entre os que têm o desenvolvimento humano "muito alto", "alto", "médio" e
"baixo".
Veja na imagem abaixo quais países ocupam os primeiros lugares no ranking mundial de IDH; os que
estão próximos à faixa do Brasil; e os que ocupam os últimos lugares no ranking:
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América Latina
Na América do Sul, alguns países vizinhos ao Brasil apresentaram índices de desenvolvimento
humano melhores.
O Chile, por exemplo, ficou em 38º lugar, com IDH 0,847; a Argentina, em 45º lugar (IDH 0,827); o
Uruguai, em 54º lugar (IDH 0,795); e a Venezuela, em 71º lugar (IDH 0,767).
No Mercosul, o único abaixo do Brasil no ranking é o Paraguai, no 110º lugar (IDH 0,693). O país se
enquadra naqueles com desenvolvimento humano "médio", segundo a ONU. Outros países vizinhos,
como Equador (IDH 0,739) e Colômbia (IDH 0,727), ficaram nas posições 89 e 95, respectivamente.
Na América Central, também há países melhores classificados do que o Brasil. Cuba, por exemplo,
está no 68º lugar (IDH 0,775); Trinidad e Tobago, no 65º lugar (IDH 0,780); e Barbados, na 54ª posição
(IDH 0,795).
Brics
Entre os Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o país está atrás somente
da Rússia, no 49º lugar (IDH 0,804).
Na sequência, entre os países do grupo, aparecem China, no 90º lugar (IDH 0,738, excluída Hong
Kong); África do Sul, na 119ª posição (IDH 0,666); e Índia, no 131º lugar (IDH 0,624).
Desigualdade
Ao elaborar o Relatório de Desenvolvimento Humano, o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento também divulga o "IDH ajustado à desiguldade".
Nem todos os países têm esse índice medido pela ONU. No caso do Brasil, o Pnud afirma que, se for
levado em conta o "IDH ajustado à desigualdade", o índice de desenvolvimento humano do país cairia de
0,754 para 0,561 e o Brasil cairia 19 posições no ranking mundial. Países vizinhos como Argentina e
Uruguai também perderiam posições, 6 e 7, respectivamente.
Entre os 20 primeiros países do ranking, classificados entre as nações com desenvolvimento humano
"muito alto", somente Países Baixos, Islândia, Suécia e Luxemburgo ganhariam posições, se levada em
conta a desigualdade social. Estados Unidos, Dinamarca e Israel, por exemplo, cairiam.
Metodologia
De acordo com a ONU, o Índice de Desenvolvimento Humano leva em consideração três fatores:
Saúde (expectativa de vida);
Conhecimento (média de anos de estudo e os anos esperados de escolaridade);
Padrão de vida (renda nacional bruta per capita).
Para formular o IDH, o Pnud informou que não coleta dados com os países analisados, mas, sim,
checa bases de dados internacionais, como da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização
Internacional do Trabalho (OIT).
De acordo com as Nações Unidas, é comum, após a divulgação do IDH, países reivindicarem melhores
avaliações conforme dados próprios, contrariando o "princípio de independência" que o Pnud defende
para o ranking mundial.
O IDH divulgado nesta terça foi elaborado em 2016 com base nos dados de 2015. O relatório do Pnud
abrange 188 posições (no caso da China, o IDH de Hong Kong é divulgado em separado).
Segundo a ONU, o índice foi criado como uma forma de se contrapor ao critério de desenvolvimento
de um país tendo como base somente o resultado de crescimento econômico, medido pelo Produto
Interno Bruto (PIB).
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O organismo internacional diz que outros critérios, como acesso à educação e expectativa de vida,
também devem ser usados para medir o desenvolvimento de um país.
Brasília
Rodoviários, metroviários, bancários, professores da rede pública e privada, servidores administrativos
do governo do DF e do Departamento de Trânsito (Detran), além de técnicos e professores da
Universidade de Brasília (UnB) prometeram parar suas atividades por 24 horas, informa a Central Única
dos Trabalhadores (CUT).
Também devem aderir vigilantes, trabalhadores do setor de hotéis, bares e restaurantes, servidores
da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), da Companhia Energética de Brasília (CEB) e
do Ministério Público da União, além dos trabalhadores do ramo financeiro, como os de transporte de
valores.
São Paulo
Pelo menos 15 categorias afirmaram que participarão da greve. Entre elas, estão professores da rede
pública estadual, municipal e particular, bancários, servidores municipais, trabalhadores da Saúde e
Previdência do estado e metalúrgicos do ABC.
Metroviários (com exceção da Linha Amarela), ferroviários (Linhas 7, 10, 11 e 12 da CPTM não
funcionarão) e rodoviários também cruzarão os braços por um dia, Já os funcionários dos Correios
decretaram greve nacional por tempo indeterminado.
Rio de Janeiro
A greve geral tem a adesão de funcionários do metrô, motoristas e cobradores de ônibus, policiais
civis, militares, federais; servidores da Justiça Federal e da Trabalhista; radialistas; petroleiros; carteiros
e aeroviários.
A Secretaria Estadual de Transportes, contudo, informou que os sistemas de metrô, trens, barcas e
ônibus intermunicipais funcionarão normalmente, ainda que com planos de contingência.
Professores das escolas públicas e particulares também prometeram aderir, mas as secretarias
estadual e municipal de Educação avisaram que as escolas abrirão normalmente e que os profissionais
que faltarem terão o ponto cortado.
Belo Horizonte
Rodoviários, metroviários, professores das redes pública e privada, servidores públicos, profissionais
da saúde, trabalhadores dos Correios, eletricitários, bancários, psicólogos, economistas, jornalistas,
radialistas, petroleiros e aeroportuários, entre outros, prometeram aderir à greve.
No caso dos professores das escolas municipais, foi aprovada uma greve de dois dias, que teve início
já na véspera. Professores e servidores da Universidade Federal de Minas Gerais também decidiram
parar. Algumas unidades do setor de saúde devem funcionar com escala reduzida, a exemplo do Hospital
de Pronto-Socorro João XXIII e dos hospitais Júlia Kubistchek e Odete Valadares.
O TRT-MG declarou feriado no órgão, suspendendo as audiências e os prazos que venceriam na data.
A BH Airport, concessionária do Aeroporto Internacional de Confins, afirmou que os serviços serão
oferecidos normalmente, mas pede que os passageiros se informem diretamente com as companhias
aéreas sobre a situação de seus voos.
33
DW. Brasil tem greve e protestos em 25 estados contra as reformas de Temer. DW Brasil. Disponível em: < http://www.dw.com/pt-br/brasil-tem-greve-e-
protestos-em-25-estados-contra-as-reformas-de-temer/a-38630159> Acesso em 28 de abril de 2017.
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Salvador
Rodoviários, bancários, professores das redes estadual e municipal, petroleiros, além de servidores
municipais, da Justiça e do Ministério Público Estadual afirmaram que irão parar as atividades. Os
médicos estaduais também informaram que vão suspender os atendimentos eletivos (como consultas),
mas que os serviços de urgência e de emergência serão mantidos.
No Aeroporto Internacional de Salvador, aeronautas anunciaram adesão ao movimento, e voos
poderão ser cancelados ou remarcados. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas orienta os
passageiros com viagem marcada para que entrem em contato com a empresa aérea e se informem
sobre possíveis cancelamentos e remarcações.
Recife
Policiais civis, federais, rodoviários federais, agentes penitenciários e guardas municipais do Recife
devem aderir à greve geral. Também prometeram parar servidores da Assembleia Legislativa e do
Ministério Público de Pernambuco, professores e servidores das redes estadual, municipal e privada de
educação e auditores fiscais da Secretaria da Fazenda do estado. Houve adesão ainda de metalúrgicos,
petroleiros, químicos, indústria naval, construção pesada, bancários e comerciários.
Uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT) determinou que os serviços de
ônibus e metrô funcionem com 50% da frota nos horários de pico e 30% nos demais períodos e
estabeleceu uma multa de R$ 100 mil em caso de descumprimento. O Sindicato dos Rodoviários de
Pernambuco, porém, informou que a paralisação está mantida.
Porto Alegre
Rodoviários, metroviários, aeroviários e bancários prometeram aderir à greve. Professores das redes
municipal, estadual, tanto do setor público quanto privado, também aprovaram a adesão.
Curitiba
Motoristas e cobradores de ônibus, professores e servidores das escolas municipais e estaduais,
servidores estaduais da saúde, aeroviários e trabalhadores da limpeza urbana decidiram paralisar nesta
sexta-feira.
34
G1, BRASÍLIA. 34% dizem ter vergonha de ser brasileiros, segundo Datafolha. G1, Política. Disponível em: < http://g1.globo.com/politica/noticia/34-dizem-ter-
vergonha-de-ser-brasileiros-segundo-datafolha.ghtml> Acesso em 02 de maio de 2017.
35
NASSIF, LUIS. Governo Temer empurra Brasil de volta ao mapa mundial da fome. GGN. Disponível em: <http://jornalggn.com.br/noticia/governo-temer-empurra-
brasil-de-volta-ao-mapa-mundial-da-fome> Acesso em 11 de julho de 2017.
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Segundo o veículo, "três anos depois de o Brasil sair do mapa mundial da fome da ONU — o que
significa ter menos de 5% da população sem se alimentar o suficiente —, o velho fantasma volta a
assombrar famílias" no Brasil.
O alerta conta em relatório que será apresentado às Nações Unidas na próxima semana, sobre o
"cumprimento de um plano de ação com objetivos de desenvolvimento sustentável acordado entre os
Estados-membros da ONU, a chamada Agenda 2030".
O Globo ouviu de Francisco Menezes, coordenador do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Soicias
e Econômicas) e consultor do ActionAid, que "o país atingiu um índice de pleno emprego, na primeira
metade desta década, mesmo os que estavam em situação de pobreza passaram a dispor de empregos
formais ou informais, o que melhorou a capacidade de acesso aos alimentos".
Mas a mudança na base de dados do Bolsa Família com o intuito de esvaziar o programa, realizada
no final do ano passado, além da "redução do valor investido no Programa de Aquisição de Alimentos da
Agricultura Familiar (PAA), que compra do pequeno agricultor e distribui a hospitais, escolas públicas e
presídios, são uma vergonha para um país que trilhava avanços que o colocava como referência em todo
o mundo".
O jornal lembrou que, ano passado, Temer promoveu um "pente-fino" no Bolsa Família com a desculpa
de que o programa estava cheio de beneficiários que adulteravam os dados para continuar recebendo a
ajuda de custo do governo sem ter necessidade. Com esse valor "economizado", Temer pretendia fazer
um reajuste no programa.
Porém, segundo O Globo, o pente-fino do governo só mostrou que a pobreza no Brasil avança a
passos largos, em meio à crise econômica.
"O resultado [do pente-fino], porém, foi a confirmação de um fenômeno de empobrecimento. Ao cruzar
bases de dados, a fiscalização encontrou mais de 1,5 milhão de famílias que tinham renda menor que a
declarada — haviam perdido o emprego, mas não atualizaram o cadastro — e, por isso, teriam direito a
benefícios maiores do que recebiam. Isso corresponde a 46% dos 2,2 milhões de famílias que caíram na
malha fina por inconsistência nos dados. E o prometido reajuste no benefício, que seria de 4,6%, foi
suspenso no fim do mês passado pelo governo, por falta de recursos."
No Facebook, a assessoria de Lula comentou a reportagem. "O Brasil estava no caminho da inclusão
social e da redução da fome e da miséria, com programas sociais que são referência em todo mundo.
Com a sabotagem promovida pelos golpistas e o golpe, o Brasil saiu desse caminho."
VIANA GABRIELA. Refugiado Sírio é atacado em Copacabana: ‘Saia do meu país!’. O Globo. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/rio/refugiado-sirio-atacado-
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No Facebook, diversos internautas pediram desculpas a Mohamed em nome dos brasileiros pelo
ocorrido:
"Olá, Mohamed Ali, boa noite. Em nome de todos os brasileiros e trabalhadores, peço desculpas pelo
que você passou enquanto trabalhava", escreveu uma internauta.
"Você é bem-vindo no Brasil. Perdoe este sujeito que te atacou, ele não sabe o que faz", disse outro.
Apesar do ocorrido e de ter medo de encontrar o homem que o ofendeu, Mohamed não tem intenção
de sair do Rio ou deixar de trabalhar em Copacabana.
– Passei a trabalhar em outro ponto para não encontrá-lo novamente, mas não vou sair daqui. Mudar,
trocar de casa, é difícil. Espero apenas que não aconteça novamente. Foi muito triste. Não quero outra
briga. Fico com medo. Trabalho sozinho – falou.
O titular da 12ª DP (Copacabana), Gabriel Ferrando, disse ter conhecimento das imagens, mas em
casos como o de Mohamed, a atuação da polícia depende de uma manifestação da vítima.
– O ofendido não compareceu para registrar e denunciar o feito. Ameaça e injúria dependem de
manifestação de vontade da vítima. Independente disso estamos analisando as imagens para tentar
localizar os envolvidos. Estamos diligenciando – disse.
Em nota, a Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos (SEDHMI)
afirma que acompanha o caso do refugiado agredido. O órgão repudia o ataque de xenofobia, e afirma
que já está em contato com a família do sírio, que participou do curso de português oferecido pela
secretaria no ano passado, para prestar a assistência necessária.
"É inaceitável casos de xenofobia e intolerância religiosa ainda aconteçam no Rio de Janeiro. Essas
pessoas saíram dos seus países por serem vítimas de algum tipo de perseguição e viram no Brasil uma
oportunidade de recomeço. Eles trazem uma grande contribuição para a economia do estado, além da
rica troca cultural com os fluminenses.", afirma, em nota, o secretário Átila A. Nunes.
37
NUNES, MARCOS. Suspeitos de ataques contra terreiros na Baixada Fluminense são identificados. O Globo. Disponível em:
<https://oglobo.globo.com/rio/suspeitos-de-ataques-contra-terreiros-na-baixada-fluminense-sao-identificados-
21818540?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=compartilhar> Acesso em 14 de setembro de 2017.
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Também está nos planos a criação de registros on line para denúncias de intolerância religiosa ou de
homofobia LGBT.
Já o delegado Geraldo Assed, da 37ª DP (Ilha do Governador) investiga imagens exibidas em um outro
vídeo que está circulando nas redes sociais. Elas mostram traficantes obrigando um homem a depredar
um centro espírita. A polícia investiga se o fato ocorreu no Morro do Dendê, na Ilha do Governador, na
Zona Norte do Rio.
Ação popular
Uma das autoras da ação popular que questionava a resolução é a psicóloga Rozângela Alves Justino,
que oferecia terapia para que gays e lésbicas deixassem de ser homossexuais. Ela foi punida em 2009
pela prática.
Na época, Rozângela disse ao G1 que considera a homossexualidade um distúrbio, provocado
principalmente por abusos e traumas sofridos durante a infância. Ela afirmou ter "aliviado o sofrimento"
de vários homossexuais.
“Estou me sentindo amordaçada e impedida de ajudar as pessoas que, voluntariamente, desejam
largar a atração por pessoas do mesmo sexo", disse Rozângela na ocasião.
Poema-sentença
O mesmo juiz decidiu, no ano passado, abandonar as formalidades e usou a poesia para afastar a
multa aplicada pelo Ibama a uma moradora de Brasília por manter uma arara-canindé em cativeiro sem
autorização ambiental. Nos 77 versos, o magistrado descreve a história do processo, fundamenta a
decisão, extingue a cobrança e ainda dá um "puxão de orelha" na Justiça.
Segundo a decisão, Elisabete Ramos dos Santos deveria pagar R$ 5 mil. Em depoimento, a acusada
informou à Justiça que o pássaro pertencia ao irmão desde 1993 e foi herdado por ela após a morte do
familiar.
38
MORAIS, RAQUEL. Juiz Federal do DF libera tratamento de homossexualidade como doença. G1 Distrito Federal. Disponível em: <https://g1.globo.com/distrito-
federal/noticia/juiz-federal-do-df-libera-tratamento-de-homossexualidade-como-doenca.ghtml> Acesso em 19 de setembro de 2017.
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Na sentença, o juiz da 14ª Vara Federal Waldemar Cláudio de Carvalho diz que a idosa tentou entregar
a ave ao Zoológico de Brasília, após ouvir reclamações de vizinhos, mas não teve sucesso. A arara foi
entregue à polícia. Meses depois, Elisabete recebeu a multa e recorreu à Justiça para anular a cobrança.
"Quanto recurso despendido: / salário, tempo, papel e atos demandados, / para movimentar o
Judiciário / com mais essa demanda desnecessária", diz um trecho da sentença. Carvalho diz que a ave
vivia solta na varanda e, por isso, não estava propriamente "em cativeiro".
Com a decisão, a multa foi extinta e o processo foi enviado para arquivamento.
1) As mortes ocorrem principalmente em regiões tomadas pelo tráfico, que é o que gera a
violência que existe hoje no Brasil?
Não existe uma associação direta entre tráfico e violência. São Paulo, por exemplo, estado com a
menor taxa de homicídios do Brasil, é também o principal mercado de drogas do país.
Estudos apontam uma relação entre competição e violência. Quando grupos rivais disputam mercados,
têm acesso a armas de fogo e lidam com governos politicamente fracos, a violência é maior. É o que
ocorre em estados das regiões Norte e Nordeste. Em São Paulo, o mercado é regulamentado por um
único grande grupo criminoso.
3) A maior parte das vítimas da violência é negra e pobre, resultado da desigualdade social?
De cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. A chance de um negro ser vítima de
homicídio é 23,5% maior que a de pessoas de outras raças/cores. Em estados no Norte e Nordeste, o
abismo é ainda mais profundo. Em Sergipe, por exemplo, a taxa de homicídios entre negros é de 73 por
100 mil habitantes, enquanto que a de brancos é de 13 por 100 mil.
A desigualdade social é importante para compreender a concentração, já que os homicídios se
concentram em bairros com desvantagens sociais concentradas – com boa parte de moradores negros.
O preconceito e o estigma social e racial acabam direcionando contra estes grupos controles excessivos
por parte das instituições de segurança e Justiça do estado, resultando muitas vezes em violência policial
e aprisionamentos arbitrários.
Além disso, diversos estudos sugerem que o sistema de justiça criminal opera de forma seletiva,
priorizando casos que atraem atenção da mídia e cujas vítimas são brancas ou de classe média.
4) Grande parte das mortes é resultado de brigas entre gangues ou facções, principalmente nas
regiões mais periféricas?
Parte das disputas e dos ciclos de vinganças ocorrem muitas vezes entre grupos de jovens armados
nos bairros mais violentos do Brasil – como indica a grande quantidade de homicídios com características
de execução.
As disputas entre grupos organizados foram importantes para entender fenômenos como no Rio de
Janeiro, nos anos 80 e 90. Em São Paulo, contudo, havia formatos distintos, como os justiceiros, vigilantes
bancados por comerciantes nos anos 80, que foram importantes no crescimento das mortes na década.
As gangues e as facções vão se fortalecer principalmente depois dos anos 2000, dentro dos presídios.
Atualmente, nos estados do Norte e Nordeste, as disputas transcenderam os muros das prisões e são
importantes para explicar o crescimento das mortes nos bairros mais violentos.
39
G1, SÃO PAULO. Mortes violentas no Brasil: perguntas e respostas. G1, Monitor da violência. Disponível em: <https://g1.globo.com/monitor-da-
violencia/noticia/mortes-violentas-no-brasil-perguntas-e-respostas.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 26 de setembro
de 2017.
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1393950 E-book gerado especialmente para ANDREIA
5) O feminicídio é um dos principais tipos de mortes violentas no país?
A lei do Feminicídio (13.104/2015) foi sancionada em 2015 e passou a incluir o feminicídio no rol de
qualificadoras dos homicídios dolosos justamente como reconhecimento ao fato de que parcela
significativa dos homicídios de mulheres é motivada pela condição de gênero. A lei prevê que estas razões
se configuram nos casos de violência doméstica e familiar e menosprezo ou discriminação à condição de
ser mulher.
Apesar de ainda não haver estatísticas exatas sobre o fenômeno no país, dados do Mapa da Violência
indicam que 50% das mulheres vítimas de homicídio foram mortas por um familiar, companheiro ou ex-
companheiro.
6) Grande parte das mortes ocorre por ação da própria polícia, por despreparo ou excesso, e
podem ser evitadas?
No Brasil, foram registradas 3.320 mortes em decorrência de intervenção policial (no serviço ou fora
de serviço) em 2015, o que torna a polícia brasileira a mais violenta do mundo. Considerando mortes por
100 mil habitantes, as mais violentas nesse ano foram as polícias do Amapá (5), Rio de Janeiro (3,9) e
Alagoas. São Paulo, que registra 2,2 mortos por 100 mil, foi proporcionalmente onde a polícia mais matou
em relação aos homicídios em geral, quase 20% do total de mortes violentas.
Apesar da péssima qualidade na investigação sobre esses casos, a elevada taxa de letalidade é um
indicador da baixa capacidade de planejamento e de inteligência policial.
8) A superlotação das prisões brasileiras causa grande parte das mortes, porque os presídios
estão lotados com membros do crime organizado?
O Brasil registrou 379 mortes violentas em 2016 dentro dos presídios, o que significa uma pequena
parte do total de mortes no Brasil. Neste ano, considerando só os massacres no Amazonas (56), Rio
Grande do Norte (26) e Roraima (33), foram 115 mortos. Apesar de elevados, são uma pequena parte do
total de homicídios no Brasil. Os dados sobre mortes em prisões são difíceis de obter e às vezes são
mascarados – o que parece um suicídio pode ser um homicídio. A superlotação dos presídios, no entanto,
tem contribuído para o fortalecimento das gangues prisionais e para a organização do crime.
9) Os linchamentos podem ser considerados entre as situações que mais acarretam mortes no
país?
É difícil quantificar os casos de linchamentos no Brasil. Mesmo assim, pode-se afirmar que o número
é bem menor que o total de homicídios. Pesquisa feita por Ariadne Natal, do NEV-USP, sobre os registros
de linchamentos em 30 anos (1980-2009) publicados na imprensa brasileira aponta que, na década de
1980, os casos de linchamento resultavam em mortes na maioria das vezes. Porém, a partir da década
de 1990, a polícia passou a atender mais rapidamente casos de linchamento, diminuindo a letalidade.
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que tinha esta como uma das principais diretrizes da política de segurança pública e alcançou bastante
sucesso na redução dos homicídios dolosos.
12) O desarmamento contribui para as mortes porque as pessoas não possuem armas para se
defender?
Estudo produzido pelo Ipea apresenta evidências de que a política de desarmamento praticada no
estado de São Paulo foi um dos fatores determinantes para a diminuição nos crimes violentos, em
particular nos homicídios. O mesmo estudo mostra que, a cada 1% na proliferação de armas de fogo, há
um aumento de 2% dos homicídios.
No ano de 2016, mais de 50 pesquisadores brasileiros assinaram um manifesto contra a revogação
do Estatuto do Desarmamento, apresentando uma série de evidências científicas nacionais e
internacionais que indicam que uma maior quantidade de armas de fogo está associada a uma maior
incidência de homicídios com arma de fogo.
13) A entrada de armas e drogas pelas fronteiras brasileiras contribuem para o aumento da
violência, gerando mais mortes violentas?
Segundo estudo do Ipea, quanto mais armas em circulação, maior o número de crimes, especialmente
homicídios. Contudo, estudos sobre as armas de fogo apreendidas no Brasil revelam em sua maior parte
que estas armas são de fabricação nacional.
Estudos também apontam para a relação entre competição e violência. Quando grupos rivais disputam
mercados e têm acesso a armas de fogo, a violência é maior.
15) Quando uma pessoa é ferida em um assalto e vai para o hospital com vida, morrendo dias
depois, essa morte é contabilizada como morte a esclarecer e não entra na estatística de
homicídios?
No Código Penal brasileiro, roubo seguido de morte é um “latrocínio” e, como tal, não é contabilizado
entre os homicídios. É por isso que muitas organizações que publicam estatísticas utilizam, além dos
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homicídios, categorias que agregam ambos os fenômenos como Crimes Violentos Letais Intencionais ou
Mortes Violentas Intencionais (como é utilizado no Anuário Brasileiro de Segurança Pública).
De qualquer modo, quando uma morte ocorre depois da confecção do boletim de ocorrência,
geralmente quando a vítima está no hospital, é necessário realizar procedimentos de atualização dos
boletins. Além de atualizar os boletins, é preciso atualizar as estatísticas já publicadas. Essa é uma
questão bastante sensível para a contabilidade de homicídios no país, e o Fórum Brasileiro de Segurança
Pública, em uma pesquisa publicada em 2015, encontrou que pouco mais de 50% dos órgãos
responsáveis pelas estatísticas nas unidades da federação realizavam esse procedimento.
16) A maioria das mortes ocorre em locais sem iluminação pública ou presença da Polícia
Militar?
Não há estudos que verifiquem empiricamente a relação entre iluminação pública e ocorrência de
homicídios. Os estudos sugerem, no entanto, que a falta de iluminação em locais públicos está associada
à sensação de insegurança e à percepção de abandono por parte das autoridades, podendo contribuir
com a prática de alguns tipos de delitos como roubos e estupros.
Um estudo sobre a cidade de São Paulo indicou que distritos com menores relações de efetivo policial
por habitante apresentam maior proporção de crimes de autoria desconhecida. Contudo, outro estudo
aponta que o aumento do efetivo policial pode estar relacionado à redução de crimes de oportunidade e
crimes contra o patrimônio, sem, todavia, identificar qualquer relação com a redução de crimes contra a
vida.
17) A violência no Brasil mata muito menos pessoas que doenças causadas pela falta de
saneamento básico e estrutura hospitalar?
Segundo o estudo Global Acceleration Action for the Health of Adolescents (2017), da OMS, o Brasil
encontra-se no grupo de países no qual as principais causas de mortes entre adolescentes de 10 a 15
anos são, nesta ordem: violência interpessoal, acidentes de trânsito, afogamento, leucemia e infecções
respiratórias. Já jovens na faixa de 15 a 19 anos morrem em decorrência de violência interpessoal,
acidentes de trânsito, suicídio, afogamento e infecções respiratórias.
18) Muito mais pessoas morrem em acidentes de trânsito que em ocorrências de roubo?
O percentual de mortes provocadas em assaltos é baixo em comparação com os acidentes de trânsito.
Em 2015, foram 2.314 casos de roubos seguidos de morte (latrocínios). Já as mortes por acidentes de
trânsito somaram 39.543 no mesmo ano.
20) No Brasil, há uma subnotificação das estatísticas de homicídios, ou seja, há muito mais
mortes que o contabilizado?
Há duas principais fontes oficiais de contabilização de homicídios no Brasil: o Sistema de Informação
de Mortalidade, SIM/DATASUS, e a contabilização dos boletins de ocorrências produzidos pela Polícia
Civil de cada UF. O SIM/DATASUS utiliza a Classificação Internacional de Doenças CID-10. Há uma
categoria chamada “Mortes por causa indeterminada”, que é utilizada quando o exame pericial é
inconclusivo. No Brasil, em 2009, esse indicador alcançou um patamar de 9,6%, contra um máximo de
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1% em países desenvolvidos. O mais provável é que uma parte dessas mortes assim classificadas sejam
na verdade homicídios (embora seja improvável que todas o sejam). Esse indicador tem melhorado no
país ao longo dos anos, mas ainda não atingiu um patamar satisfatório.
Na área da segurança pública, “morte a esclarecer” e “morte por causa indeterminada" são
terminologias utilizadas nos boletins de ocorrência, feitos pela Polícia Civil, quando não é possível saber,
de imediato, se foi uma morte natural (quando não há sinais externos de violência, por exemplo) ou se foi
um suicídio (quando há violência, mas não é possível saber se foi auto infligida). Cada unidade da
federação tem um procedimento diferente de contabilizar ou não essas mortes nas estatísticas de
homicídio, bem como têm procedimentos diferentes de atualização dos boletins quando o andamento do
inquérito esclarece se a ocorrência foi ou não homicídio. A classificação de uma proporção muito grande
de ocorrências em categorias como “encontro de cadáver”, “encontro de ossada”, “morte a esclarecer” e
assim por diante é um indicador de subnotificação. Além disso, é preciso estar atento para quando o
Estado publica o número de ocorrências, mas não o número de vítimas.
Brasil elimina disparidades entre homens e mulheres na educação e na saúde, mas política e
economia derrubam país em ranking global40
O Brasil é um dos países mais igualitários do mundo quando o assunto é o acesso de homens e
mulheres à educação e saúde, mas figura entre aqueles onde mais imperam disparidades de gênero nos
campos político e econômico.
A conclusão faz parte do "The Global Gender Gap Report 2017", um estudo divulgado pelo Fórum
Econômico Mundial nesta quinta-feira, que revela o tamanho da desigualdade em 144 países e aponta
quais seriam os ganhos com a reversão desse quadro.
Os dados mostram que desde o início da série histórica, em 2006, é a primeira vez que a igualdade
de gênero retrocede globalmente. No Brasil, porém, o nível de desigualdade é o maior desde 2011 - o
país caiu 23 posições no ranking, figurando em 90º lugar na lista global e com o terceiro pior desempenho
na região que engloba América Latina e Caribe, depois apenas de Paraguai e Guatemala.
A igualdade é medida no levantamento em uma escala de 0 a 1 - quanto mais próximo a 1, maior a
igualdade entre homens e mulheres. Para o Brasil, a nota registrada em 2017 ficou em 0,684, a menor
desde 2011, quando estava em 0,668.
"A posição atual do Brasil no relatório se deve a duas disparidades de gênero em particular - a política
e a econômica", disse por email à BBC Brasil Vesselina Stefanova Ratcheva, economista e coautora do
relatório.
Segundo ela, o país pouco progrediu ao longo dos últimos dez anos no sentido de resolver o problema
no campo econômico. Nessa área, perdeu 20 posições de 2006 para cá, passando do 63º para o 83º
lugar - os principais gargalos são as disparidades de salários em funções semelhantes e de renda obtida
por meio do trabalho.
Política
A desigualdade na política é outro gargalo, observa a economista.
"Nosso índice constata que 2017 tem a menor igualdade de gênero em cargos políticos no Brasil desde
que começamos a calculá-lo, em 2006. Isso contrasta com uma região que, na média, se atua fortemente
para a inclusão das mulheres no campo politico."
A participação feminina é medida pelo chamado "empoderamento político", e é considerada um dos
principais problemas para o país em relação à desigualdade. O Brasil foi da 86ª para a 110ª posição no
período de 11 anos englobado no relatório - embora sua nota tenha subido de 0.061 para 0.101, o que
indica um ambiente mais igualitário.
O estudo coloca o país entre os piores em dois aspectos: mulheres no parlamento e em posições
ministeriais, rankings em que ocupa, respectivamente, a 121ª e a 134ª posições.
Segundo o Fórum Econômico Mundial, a maior igualdade nesse âmbito foi registrada entre 2011 e
2015, período que engloba a governo Dilma Rousseff. Seu sucessor, Michel Temer, foi duramente
criticado ao assumir o governo nomeando apenas ministros homens - após as críticas, ele nomeou
mulheres para posições de destaque.
Avanços
Nos campos da educação e da saúde, o Brasil se mantém em posição estável e de liderança nos
últimos anos, dividindo o topo do ranking com pouco mais de 30 países. Mesmo assim, ainda enfrenta
desafios, diz a coautora do relatório.
40
Moura. R. Brasil elimina disparidades entre homens e mulheres na educação e na saúde, mas política e economia derrubam país em ranking global. BBC Brasil.
Disponível em: < http://www.bbc.com/portuguese/brasil-41853171?ocid=socialflow_twitter> Acesso em 03 de novembro de 2017.
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"Hoje, o Brasil acabou com a desigualdade de gênero em nível educacional, mas, como em muitas
outras economias em todo o mundo, desequilibra na contratação, retenção e remuneração, entre vários
fatores analisados no relatório, que impedem uma maior integração das mulheres no mercado de trabalho
- e de forma igualitária em todos os setores", observa Ratcheva.
Nesse campo, o relatório também leva em consideração o nível educacional de homens e mulheres
que chegam ao mercado de trabalho.
O Brasil foi o único país da América Latina e um dos seis, em meio às 144 nações, a eliminar a
desigualdade entre homens e mulheres na área de educação. Em saúde e sobrevivência, a diferença
também está próxima do fim. Tais resultados são semelhantes aos registrados nos últimos anos.
Neste ano, somente outros cinco países conseguiram resolver as disparidades nas duas áreas:
República Checa, Letônia, Lituânia, Eslováquia e Eslovênia.
No que diz respeito à educação, são consideradas a taxa de alfabetização e de matrículas nos ensinos
primário e secundário. Na saúde, a análise se dá sobre a razão entre os sexos no nascimento e a
expectativa de vida saudável entre eles.
41
CARDOSO, D. FORMENTI, L. Comissão dá aval à PEC que proíbe aborto. Estadão Brasil. Disponível em: <http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,comissao-
aprova-pec-que-impossibilita-aborto-destaques-ainda-precisam-ser-votados,70002077147> Acesso em 09 de novembro de 2017.
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A deputada Érika Kokay (PT-DF), no entanto, tem avaliação diferente. “Impede a discussão da
interrupção da gravidez e traz, no mínimo, insegurança jurídica para os casos já permitidos no Código
Penal”, afirmou.
Foi aprovado apenas o texto principal. Na próxima semana, será a vez de a comissão especial votar
os destaques. Dentre as propostas que deverão ser avaliadas está a de suprimir justamente o trecho que
determina o respeito à vida desde a concepção. Uma vez avaliados os destaques, o texto fica disponível
para o plenário da Casa, onde precisará de 308 votos para ser aprovado, em dois turnos.
Violência na gravidez
Entre as mulheres nordestinas, 6,2% sofreram agressão física durante a gestação. Dessas, 77% eram
negras. "O Nordeste é uma das regiões com mais desigualdades no país, com machismo arraigado e
concentração de população negra. A pesquisa capta a complexidade da violência de gênero com recorte
racial e geracional, que demanda respostas políticas multisetoriais como estabelece a Lei Maria da Penha
ao evocar ações integradas da saúde, segurança pública, justiça, educação, psicossocial e autonomia
econômica", afirma Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil.
Para Gasman, a pesquisa traz dados concretos que podem colaborar para a implementação do Marco
de Parceria das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável 2017-2021 pela ONU Brasil e o
governo brasileiro. A divulgação dos dados faz parte da campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da
Violência contra as Mulheres. "Mulheres e meninas devem ser significativamente apoiadas para que
levantem suas vozes", afirmou no lançamento da pesquisa, nesta quinta-feira (23).
Presente no lançamento do estudo, a farmacêutica Maria da Penha, que dá nome à lei de combate à
violência contra mulher no Brasil e incentivadora do estudo, destacou a importância da abordagem da
violência doméstica incluindo aspectos socioeconômicos e a transmissão da agressão pelas gerações.
"O banco de dados dessa pesquisa inaugura uma nova etapa nos debates sobre violência doméstica em
âmbito nacional", afirmou.
A pesquisa também revela que mulheres com mais instrução sofrem menos de violência doméstica
durante a gravidez. Por exemplo, 0,9% das mulheres com ensino superior ou nível educacional mais
42
FERNANDES, MARCELLA. Um terço das mulheres nordestinas são vítimas de violência doméstica. Huffpost BR. Disponível em:
<http://www.huffpostbrasil.com/2017/11/23/um-terco-das-mulheres-nordestinas-ja-foram-vitimas-de-violencia-
domestica_a_23286465/?ncid=tweetlnkbrhpmg00000002> Acesso em 28 de novembro de 2017.
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elevado reportaram ter sido fisicamente agredidas pelo parceiro durante a gravidez, enquanto o
percentual é dez vezes superior entre mulheres sem instrução ou ensino fundamental incompleto (9.4%).
Entre as vítimas de violência na gravidez, 82,5% delas sofreram agressões em mais de uma gestação.
"Essa evidência sugere que as agressões eram recorrentes a cada gestação, indicando um elevado grau
de vulnerabilidade da mulheres gestantes vítimas de violência doméstica", aponta o estudo.
A agressão pode levar a gestante à depressão, atenção pre-natal inadequada, sangramento vaginal,
hipertensão e ao aborto espontâneo, dentre outras consequências. Já crianças com mães agredidas na
gravidez, apresentam 0,9 pontos percentuais a mais de chance de morrer no primeiro ano de vida.
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Já a duração média do emprego para as mulheres que não sofreram violência nos últimos 12 meses
é de 74,82 meses, a duração média daquelas que sofreram é de 58,59 meses, uma queda de 22% na
duração média no emprego.
"Menores durações de emprego significam que as vítimas de violência doméstica terão a sua
capacidade econômica diminuída, enfraquecendo a sua capacidade de empoderamento dentro do
domicílio, aumentando a sua dependência em relação ao parceiro. Também significam que as vítimas de
violência terão menores chances de aquisição de habilidades específicas ao trabalho, bem como serão
preteridas nas promoções de carreira", destaca a pesquisa.
Ambos os fenômenos impactam negativamente no salário. Mulheres vítimas de violência doméstica
possuem um salário cerca de 10% menor do que aquelas que não são vítimas de violência doméstica.
Em Fortaleza, a diferença chega a 34%.
Mais uma vez a questão racial se faz presente. Mulheres brancas não agredidas tem média de R$
11,42 de salário por hora. O valor é de R$ 7,20 para negras vítimas de violência doméstica.
Diante desse cenário, a pesquisa recomenda a aprovação do Projeto de Lei do Senado nº 296/2013,
que cria um auxílio para mulheres vítimas de violência doméstica e a adoção de políticas de recursos
humanos com um foco maior nas questões de gênero nas empresas.
Jovem negra tem 2 vezes mais chances de ser morta no Brasil, diz relatório43
Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência traz recorte de gênero pela primeira vez. Entre os
homens, risco de jovem negro ser assassinado é 2,7 vezes maior que de um jovem branco.
As negras com idade entre 15 e 29 anos têm 2,19 vezes mais chances de serem assassinadas no
Brasil do que as brancas na mesma faixa etária, de acordo com o Índice de Vulnerabilidade Juvenil à
Violência 2017 (IVJ 2017), divulgado nesta segunda-feira (11).
O IVJ 2017 traz dados de 2015 e foi elaborado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura), pela Secretaria Nacional de Juventude da Presidência da República e
pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
O índice agrega dados como frequência escolar, escolaridade, inserção no mercado de trabalho e
taxas de mortalidade por homicídios e por acidentes de trânsito.
No topo da desigualdade entre as taxas de homicídio estão os estados do Rio Grande do Norte, no
qual as jovens negras morrem 8,11 vezes mais do que as jovens brancas, e do Amazonas, cujo risco
relativo é de 6,97 (o risco relativo é a variável que considera as diferenças de mortalidade entre brancos
e negros).
Em terceiro lugar aparece a Paraíba, onde a chance de uma jovem negra ser assassinada é 5,65 vezes
maior do que a de uma jovem branca. Em quarto lugar vem o Distrito Federal, com risco relativo de 4,72.
Nos estados de Alagoas e Roraima não foi possível calcular a razão entre as duas taxas por não ter
sido registrado nenhum homicídio de mulher branca nessa faixa etária em 2015. As taxas de mortalidade
entre jovens negras nesses estados, no entanto, foram altas: 10,7 e 9,5 mortes por 100 mil habitantes,
respectivamente.
Entre os homens, a chance de um jovem negro ser assassinado é 2,7 vezes superior à de um jovem
branco. O índice é maior que o registrado no levantamento divulgado em 2015.
A situação mais preocupante é a de Alagoas, onde um jovem negro tem 12,7 vezes mais chances de
morrer assassinado do que um jovem branco. Na Paraíba essa diferença é de 8,9 vezes, índice também
muito alto.
Para a representante da Unesco no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto, “a violência contra a
juventude negra no Brasil atingiu índices alarmantes”.
“[Essa violência] precisa ser enfrentada com políticas públicas estruturadas que envolvam as diversas
dimensões da vida dos jovens como educação, trabalho, família, saúde, renda, igualdade racial e
oportunidades”, diz Noleto em texto que integra o relatório.
Escravidão e racismo
O documento lembra que o Brasil foi o último país do mundo a abolir oficialmente a escravidão, em
1888 --quando os negros já eram cerca de 50% da população--, mas ressalta que a abolição não significou
a possibilidade de inserção no mercado de trabalho para essa população, que exercia trabalhos precários
e, em geral, nas zonas rurais, enquanto os imigrantes europeus eram absorvidos por fábricas em centros
urbanos, em meio ao avanço do processo de industrialização.
A partir dos resultados do levantamento, o IVJ 2017 conclui que os índices “evidenciam a brutal
desigualdade que atinge negros e negras até na hora da morte”.
43
G1. Jovem nega tem 2 vezes mais chances de ser morta no Brasil, diz relatório. G1. Disponível em: < https://g1.globo.com/politica/noticia/jovem-negra-tem-2-
vezes-mais-chances-de-ser-morta-no-brasil-diz-relatorio.ghtml> Acesso em 11 de dezembro de 2017.
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“Essa desigualdade se manifesta ao longo de toda a vida e em diversos indicadores socioeconômicos,
em uma combinação perversa de vulnerabilidade social e racismo que os acompanha durante toda a vida.
Não à toa, negros e negras ainda sofrem com enormes disparidades salariais no mercado de trabalho:
dados recentes divulgados pelo IBGE mostram que negros ganham 59% dos rendimentos de brancos
(2016)”, diz o documento.
“Assumir que a violência letal está fortemente endereçada à população negra e que este é um
componente que se associa a uma série de desigualdades socioeconômicas é o primeiro passo para o
desenvolvimento de políticas públicas focalizadas e ações afirmativas que sejam capazes de dirimir essas
inequidades”, conclui o texto.
44
DIÁRIO DE S. PAULO. 50 milhões de brasileiros vivem na linha da pobreza, aponta IBGE. Diário de S. Paulo. Disponível em:
<http://www.diariosp.com.br/_conteudo/2017/12/dia_a_dia/24209-50-milhoes-de-brasileiros-vivem-na-linha-da-pobreza-aponta-ibge.html> Acesso em 18 de
dezembro de 2017.
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Mundo – Relações e Conflitos
Ação do regime?
Para a oposição ao presidente sírio, Bashar al-Assad, e para a União Europeia, o regime sírio é
responsável pelo bombardeio. O governo da Síria nega.
A Rússia nega ter atacado a região, mas afirma que a aviação de Damasco bombardeou um "depósito
terrorista" onde eram armazenadas "substâncias tóxicas" destinadas a combatentes no Iraque. Os russos
têm poder de veto no Conselho de Segurança e apoiam o presidente sírio Bashar al-Assad contra os
rebeldes.
Alguns minutos antes, o ministro britânico das Relações Exteriores, Boris Johnson, havia dito que
"todas as provas" apontam para o regime de Bashar al-Assad como responsável pelo suposto ataque.
"Todas as provas que vi sugerem que foi o regime de Al-Assad... usando armas ilegais contra seu
próprio povo", disse Johnson.
"É a confirmação de que se trata de um regime bárbaro que torna impossível aos nossos olhos que
imaginar que possa ter a menor autoridade na Síria após o fim do conflito", completou o ministro britânico.
A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, pediu um grande esforço a favor das negociações
de paz sobre a Síria em Genebra, que tem a mediação da ONU. "Temos que unir a comunidade
internacional nas negociações", declarou Mogherini.
Estados Unidos, França e Reino Unido apresentaram na terça-feira (04/04) um projeto de resolução
ao Conselho de Segurança que condena o ataque químico na Síria e exige uma investigação completa e
rápida.
O que aconteceu?
Os aviões teriam atacado Khan Sheikhoun, que fica cerca de 50 km ao sul da cidade de Idlib, no início
da manhã desta terça-feira (04/04).
Hussein Kayal, um fotógrafo do grupo de jornalistas pró-oposição Edlib Media Center (EMC), disse à
agência de notícias Associated Press que ele foi acordado pelo som de uma explosão às 6h30 no horário
local.
Quando ele chegou ao local do ataque, disse não ter sentido cheiro de nada, mas viu pessoas no chão,
sem conseguirem se mover e com as pupilas contraídas.
Mohammed Rasoul, o chefe de um serviço caritativo de ambulâncias em Idlib, disse à BBC que os
médicos que ele transportava encontraram pessoas, muitas delas crianças, sufocando nas ruas.
O grupo Observatório Sírio também citou relatos de médicos dizendo que estavam tratando pessoas
com sintomas que incluíam desmaios, vômito e espuma na boca.
Um jornalista da agência de notícias AFP afirmou ter visto uma garota, uma mulher e dois idosos
mortos em um hospital, todos com espuma ainda visível ao redor da boca.
O jornalista também afirmou que o hospital foi atingido por um foguete na tarde de terça, e que médicos
que cuidavam dos doentes foram atingidos por pedras e destroços.
A procedência dos foguetes não está clara, mas o EMC e os Comitês de Coordenação Local, da
oposição ao governo, dizem que aviões alvejaram diversas clínicas.
Jornalistas pró-governo citaram fontes militares dizendo que houve uma explosão em uma fábrica de
armas químicas em Khan Sheikhoun - que teria sido causada por um ataque aéreo ou por acidente.
45
05/04/2017 – Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/ataque-quimico-mata-dezenas-na-siria-o-que-se-sabe-ate-agora.ghtml e
http://g1.globo.com/mundo/noticia/vai-a-72-o-numero-de-mortos-apos-ataque-quimico-na-siria-diz-ong.ghtml
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Que substância foi usada?
O Observatório Sírio de Direitos Humanos diz que não foi possível determinar que tipo de substância
teria sido usada no ataque.
O EMC e os Comitês de Coordenação Local afirmam que pode ter sido o gás sarin, que é altamente
tóxico e considerado 20 vezes mais letal do que o cianureto.
O sarin inibe a ação de uma enzima que desativa os sinais que as células nervosas humanas
transmitem aos músculos para relaxá-los. Isso faz com que o coração e outros músculos - incluindo os
envolvidos na respiração - tenham espasmos.
A exposição ao gás pode causar desmaios, convulsões e levar à morte por asfixia em minutos.
O especialista em armas químicas Dan Kaszeta disse à BBC que é difícil determinar se o sarin foi
usado no ataque apenas examinando vídeos, como os compartilhados nas redes sociais por
sobreviventes e jornalistas.
Ele afirmou que o ataque pode ter sido resultado de uma série de agentes químicos que "tendem a ter
efeitos semelhantes no corpo humano".
O sarin é quase impossível de detectar - é um líquido claro, sem cor e sem gosto que, em sua forma
mais pura, também não tem odor.
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Brexit: Reino Unido entrega carta e dá início à saída da União Europeia46
O Reino Unido deu início na manhã desta quarta-feira (29/03) ao processo de saída da União Europeia.
O afastamento efetivo só acontecerá depois de pelo menos dois anos de negociação com os outros 27
integrantes do bloco. Essa é a 1ª vez que um país pede para deixar o grupo.
O embaixador britânico na União Europeia, Tim Barrow, entregou nesta manhã ao presidente do
Conselho Europeu, Donald Tusk, uma carta que simboliza o acionamento do Artigo 50 do Tratado de
Lisboa – dando início às discussões sobre o processo de afastamento. A carta de seis páginas é assinada
pela pela premiê britânica, Theresa May.
Sem volta
Logo após a entrega da carta, Theresa May fez um pronunciamento no Parlamento britânico. “O Reino
Unido está deixando a União Europeia. Este é um momento histórico do qual não pode haver volta".
May também indicou a intenção de buscar um acordo comercial "audaz e ambicioso" ao mesmo que
tempo que negocia o Brexit.
A premiê fez um apelo pela união do Reino Unido no Parlamento britânico. "Agora é a hora de nos unir
nesta casa [do Parlamento] e em todo o país para garantir que trabalhamos para o melhor acordo possível
para o Reino Unido e para o melhor futuro possível para todos nós", declarou May. Na terça-feira, a
Escócia aprovou a realização de um novo referendo sobre a independência.
Obrigado e adeus
Tusk afirmou que a União Europeia está descontente com a saída da Grã-Bretanha. Para ele, não há
razão para dizer que esta quarta-feira é um dia feliz nem para o Reino Unido nem para a União Europeia.
O bloco tem o objetivo de minimizar o custo para os cidadãos europeus, os negócios e para os países
membros do bloco. "Já sentimos a sua falta, obrigado e adeus", declarou ao concluir uma breve coletiva
de imprensa, segundo a Reuters.
O presidente do Conselho Europeu já tinha prometido informar na sexta-feira (31/03) as primeiras
diretrizes do processo de negociação, mas uma resposta formal do bloco dificilmente será divulgada antes
do primeiro encontro oficial dos países membros, já sem a presença do Reino Unido, em 29 de abril.
Esta é a primeira vez que o artigo, criado em 2009, é invocado por um país que decide deixar o bloco,
O prazo de dois anos de negociações só pode ser prorrogado com uma aprovação unânime de todos os
países da União Europeia. A negociação é muito complexa pois exige rescisão de vários tratados
internacionais, acordos comerciais e uma nova política migratória.
Divórcio difícil
O processo para encerrar 40 anos de união não é automático e se anuncia um divórcio difícil, porque
tem de ser discutido com os outros 27 membros do bloco. O afastamento de um país-membro é inédito
no bloco.
A negociação é muito complexa, já que exige rescisão de vários tratados internacionais. Só com a
União Europeia, há pelo menos 80 mil páginas de acordos. Por isso, é provável que, após a negociação,
exista uma fase de transição.
Principais dúvidas
1. Imigração
Em seu pronunciamento nesta manhã, May afirmou que a situação dos europeus no Reino Unido será
uma das prioridades da negociação.
Atualmente, cerca de 3 milhões de cidadãos europeus vivem no Reino Unido, vindos principalmente
da Polônia (850 mil), da República da Irlanda (330 mil) e de diversos países do antigo bloco soviético.
Esses podem pedir a residência permanente no Reino Unido quando completarem cinco anos vivendo no
país. Com a Brexit, o Certificado de Residência Permanente para Cidadão da UE, no entanto, deve deixar
de valer.
Ao longo das negociações, é preciso estabelecer uma nova política migratória, uma das principais
reinvindicações dos partidários da Brexit, que exigiam medidas mais restritivas. Analistas e políticos
ouvidos pela BBC disseram na época que a mudança será gradual e que ninguém terá de deixar o país
da noite para o dia.
2. Comércio
46
29/03/2017 – Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/brexit-reino-unido-entrega-carta-e-da-inicio-a-saida-da-uniao-europeia.ghtml
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A participação na União Europeia permite que os países comprem e vendam produtos e serviços entre
si sem a aplicação de taxas e impostos dentro da área comum. O Reino Unido então passará a ter taxas
diferentes no comércio exterior com os países europeus em relação às praticadas agora, podendo
inclusive trocar de parceiros.
Segundo a União Europeia, o Reino Unido exporta principalmente para os EUA, a Alemanha e os
Países Baixos. Por sua vez, as suas importações vêm sobretudo da Alemanha, da China e dos EUA.
3. Compromissos europeus
Os defensores do Brexit alegavam que a contribuição do Reino Unido para União Europeia era muito
elevada. Nesse processo é preciso discutir quais são as dívidas britânicas com relação ao bloco, a
chamada, “conta do divórcio”, que poderá custar por volta de 50 bilhões de libras (mais de R$ 191 bilhões).
Outras questões que deverão ser discutidas são, por exemplo, regras de segurança para o cruzamento
de fronteiras; o "Mandado Europeu de Prisão", que é um mandado de prisão válido em todos os países
membros do bloco; a mudança de agências europeias que têm suas bases no Reino Unido.
Sem acordo?
May, no entanto, declarou em janeiro deste ano que o Reino Unido deixará o bloco mesmo que não
haja um pleno acordo nesse período. Segundo a primeira-ministra, ela está pronta a abandonar as
discussões se suas exigências não forem atendidas, e chegou a afirmar que “nenhum acordo para o
Reino Unido é melhor do que um acordo ruim para o Reino Unido”.
A decisão de sair da União Europeia, conhecida como Brexit, foi tomada em um referendo, realizado
em 23 de junho de 2016. Na ocasião, 51,9% dos britânicos optaram por deixar o bloco, o que provocou a
queda do então primeiro-ministro, David Cameron.
Após o referendo, o Brexit foi aprovado também pelo Parlamento britânico e no dia 16 de março deste
ano suas negociações receberam autorização formal da rainha Elizabeth 2ª.
Oposição escocesa
A decisão de deixar a União Europeia desapontou especialmente a população da Escócia, onde 66%
votaram contra o Brexit. Líderes políticos a favor da independência usaram o resultado como argumento
para justificar o pedido para um novo referendo sobre a independência do país.
O Reino Unido tenta barrar ou ao menos adiar a realização da nova consulta para o fim de 2018 ou
em 2019, que foi aprovada pelo parlamento escocês na terça-feira (28). A chefe de governo britânica já
chamou o novo referendo de "inaceitável", porém não há um artigo na Constituição que proíba a sua
realização.
Em 2014, a decisão de permanecer no Reino Unido foi aprovada com 55% dos votos em um plebiscito,
mas os nacionalistas escoceses acreditam que o temor de deixar a União Europeia será decisiva para
aprovação da independência do país.
47
O GLOBO com Agências Internacionais. Sobe para três número de mortos em protestos na Venezuela. Disponível em: <
http://oglobo.globo.com/mundo/sobe-para-tres-numero-de-mortos-em-protestos-na-venezuela-
21232749?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo> Acesso em 20 de abril de 2017.
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— Amanhã, na mesma hora, convocamos todo o povo venezuelano a se mobilizar. Hoje fomos milhões
e amanhã temos que reunir mais pessoas — declarou Capriles, em entrevista coletiva.
Nicolás Maduro
Eleito em abril de 2013 para suceder Hugo Chávez, o presidente enfrenta forte pressão por conta da
escassez de alimentos e remédios, agravada pela queda dos preços do petróleo. Trava uma guerra
política contra o Parlamento, controlado pela oposição, que o chama de ditador.
Maduro acusou o presidente da Assembleia Nacional, deputado Julio Borges, de ter violando a
Constituição ao pedir à Fanb que “esteja ao lado do povo”. Em Caracas, há a sensação de que Borges
pode ser um dos próximos perseguidos.
— Borges, mais uma vez, cometeu um delito contra a Constituição e deverá ser processado. Ele está
pedindo, abertamente, um golpe de Estado e a divisão dentro da Fanb — disse, prometendo eleições “em
breve”, mas sem falar em datas.
Já o presidente da AN assegurou que seu único objetivo é “pedir que a Constituição seja respeitada”.
E pela segunda vez em menos de um mês, a procuradora-geral da República, a chavista Luisa Ortega,
questionou publicamente o governo ao exigir a garantia ao direito de manifestações pacíficas.
48
G1. Estado Islâmico assume autoria do ataque de Londres. G1 Mundo. Disponível em: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/estado-islamico-assume-autoria-
do-ataque-de-londres.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 05 de junho de 2017.
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Rita Katz, diretora do SITE Intel Group, que monitora a ação de grupos jihadistas na internet, postou
no Twitter a reivindicação do EI:
1) Breaking: #ISIS' #Amaq claims attacks in #London carried out by #ISIS fighters, according to its
sources pic.twitter.com/M7xOxzWQq7
— June 4, 2017
"Um destacamento de combatentes do Estado Islâmico promoveu o ataque de Londres ontem", diz a
mensagem da Amaq, segundo Katz. A palavra "destacamento", ainda de acordo com a diretora, mostra
que provavelmente o atentado foi coordenado com o grupo, e não apenas inspirado nele.
De acordo com a agência Reuters, o EI difundiu uma mensagem no sábado de manhã pelo aplicativo
Telegram convocando seus seguidores a promover ataques com caminhões, facas e armas durante o
Ramadã, mês sagrado de jejum e orações para os muçulmanos.
Os terroristas envolvidos no ataque ainda não foram identificados. A polícia de Londres disse que vai
divulgar seus nomes "assim que seja operacionalmente possível". O que se sabe é que três terroristas
foram mortos pela polícia, mas não está claro quantos agiram no total e se alguém conseguiu fugir. Entre
a primeira ligação aos serviços de emergência reportando o ataque e a morte dos três terroristas foram 8
minutos. Policiais dispararam 50 balas contra eles.
Uma testemunha disse à BBC que um dos terroristas gritou "isto é por Alá" enquanto atacava. Alguns
usavam coletes com explosivos falsos, segundo os policiais.
O ataque
Por volta das 21h (horário local, 18h em Brasília), os terroristas atropelaram com uma van os pedestres
que passavam pela London Bridge, um dos cartões-postais da cidade. Relatos de testemunhas apontam
que a van deixou a área reservada aos veículos na ponte e avançou contra os pedestres na calçada a
mais de 80 Km/h.
Depois os homens sacaram facas e passaram a atacar pessoas que estavam em bares e restaurantes
nas proximidades do Borough Market.
Vítimas
Sete pessoas morreram e pelo menos 48 foram levados de ambulância a cinco hospitais da cidade,
das quais 36 seguem internadas, 21 delas "em estado crítico", segundo as últimas informações dos
serviços de emergência. Outras pessoas foram atendidas no local. A polícia ainda não detalhou quantas
pessoas ficaram feridas no atropelamento em massa e quantas receberam ferimentos nos ataques à faca
que ocorreram pouco depois.
O Reino Unido ainda não divulgou a identidade das vítimas, o que pode demorar algum tempo. Mas
Canadá e França anunciaram que há um cidadão de cada país entre os mortos. Entre os feridos estão
sete franceses, um espanhol com ferimentos leves e um australiano, de acordo com seus respectivos
governos.
Detidos
A polícia deteve neste domingo 12 pessoas sob suspeita de envolvimento no ataque. Sete deles são
mulheres e cinco, homens. Os detidos têm idades variadas, de 19 a 60 anos. Um homem de 55 anos foi
liberado sem receber acusações. As buscas continuam em outros endereços.
A polícia disse que o público verá mais agentes - armados e desarmados - nas ruas da cidade, e que
as medidas de segurança nas pontes da cidade serão reforçadas.
3º ataque em 3 meses
O ataque deste sábado foi o terceiro em três meses. Em março, cinco pessoas morreram na ponte de
Westminster, na região do Parlamento, em um ataque semelhante, quando um homem atropelou algumas
pessoas e esfaqueou outras.
No dia 22 de maio, um homem-bomba matou 22 pessoas na saída do show da cantora americana
Ariana Grande, na Manchester Arena. Outras 59 pessoas ficaram feridas.
Neste domingo, um megashow com Ariana Grande, Justin Bieber, Miley Cyrus, Katy Perry e outros
artistas foi realizado em homenageiam às vítimas do atentado em Manchester. O show beneficente One
Love Manchester durou cerca de três horas e reuniu 50 mil pessoas no estádio de Old Trafford, na grande
Manchester.
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união para conter o terrorismo extremista. "Temos que ter uma estratégia robusta. Temos que revisar a
estratégia contra terrorista no Reino Unido. Se tivermos que aumentar as penas, faremos isso. Chegou a
hora de dizer: basta. Nossa sociedade precisa continuar com os nossos valores".
Para May, os ataques recentes não estão conectados, mas mostrariam uma nova "onda" na qual
"terrorismo gera terrorismo" e fica evidente que os terroristas estariam "copiando uns aos outros e usando
as mais cruéis formas de ataque".
49
PUGLLERO, FERNANDA. Portugal vive sua maior tragédia em incêndio florestal. Correio do Povo. Disponível em: <
http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/Internacional/2017/6/620719/Portugal-vive-sua-maior-tragedia-em-incendio-florestal> Acesso em 19 de junho de 2017.
50
IG SÃO PAULO. Número de refugiados no mundo é o maior já registrado, diz relatório da ONU. Último Segundo. Mundo. Disponível em: <
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2017-06-19/refugiados.html> Acesso em 19 de junho de 2017.
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delas se deslocaram dentro de seus próprios países. As crianças representam a metade do número total
dos refugiados de todo o mundo.
As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (19) por meio do maior levantamento sobre
deslocamentos no mundo, o relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).
De acordo com os dados, os números registrados em 2016 superam os de 2015, com um aumento de
mais de 300 mil pessoas. O número de refugiados aumentou, alcançando a marca de 22,5 milhões de
pessoas.
Conflitos políticos, guerras e perseguições são as principais causas dos deslocamentos. Desse total
de pessoas, 17,2 milhões estão sob a responsabilidade do Acnur, e o restante é formado por refugiados
palestinos. O conflito na Síria mantém o país como o local de origem do maior número de deslocados (5,5
milhões).
Ainda de acordo com o Acnur, se não for levada em conta a situação dos palestinos, os afegãos
continuam sendo a segunda maior população de deslocados (4,7 milhões) no mundo, seguidos pelos
iraquianos (4,2 milhões).
O Sudão do Sul também aparece em destaque nos números de 2016, onde “a desastrosa ruptura dos
esforços de paz contribuiu para o êxodo de 739,9 mil pessoas entre julho e dezembro. No total, já são
1,87 milhão de deslocados originários do Sudão do Sul”.
No fim do ano passado, a organização registrou que 40,3 milhões de pessoas foram forçadas a se
deslocar dentro de seus próprios países.
Além disso, a Síria, o Iraque e “o ainda expressivo deslocamento dentro da Colômbia foram as
situações de maior movimento interno. Esse tipo de deslocamento representa quase dois terços dos
deslocamentos forçados em todo o mundo”, acrescenta a organização.
Países receptivos
O relatório diz ainda que, em 2016, 2,8 milhões de pessoas pediram formalmente refúgio em outros
países. Para o Acnur, os números indicam a necessidade de consolidar mecanismos de proteção para
essas pessoas e de suporte para países e comunidades que apoiam pessoas deslocadas.
O retorno das pessoas para as suas casas, em conjunto com outras soluções como reassentamento
em outros países, significou melhores condições de vidas para muitos no ano passado.
"No total, cerca de 37 países aceitaram 189.300 refugiados para reassentamento. Cerca de meio
milhão deles tiveram a oportunidade de voltar para seus países, e aproximadamente 6,5 milhões de
deslocados internos regressaram para suas regiões de origem – embora muitos deles em circunstâncias
abaixo do ideal e com um futuro incerto”, afirma a organização.
Mais da metade da população mundial não tem acesso a saneamento básico, diz ONU51
Cerca de 4,5 bilhões de pessoas no mundo – bem mais da metade da população global atual de 7,6
bilhões de habitantes - não têm acesso a saneamento básico seguro, segundo relatório recente divulgado
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Já
a quantidade de moradores do planeta com algum saneamento básico é de 2,3 bilhões. A informação é
da ONU News.
O documento das Nações Unidas indica ainda que o número de pessoas sem acesso à água potável
em casa é de 2,1 bilhões em todo o mundo. Esta é a primeira vez que a OMS e o Unicef fazem um
levantamento global sobre água, saneamento básico e higiene.
O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus afirmou que água potável encanada, saneamento e
higiene não deveriam ser privilégios apenas daqueles que vivem em centros urbanos e em áreas ricas.
Para ele, os governos são responsáveis por assegurar que todos tenham acesso a esses serviços.
Esgoto tratado
Desde 2000, quando foi lançada a agenda dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, bilhões de
pessoas ganharam acesso à água potável e saneamento, mas esses serviços não garantem
necessariamente o saneamento seguro, aquele que é ligado a uma rede de esgoto tratado.
Esse quadro gera doenças que podem ser mortais para crianças com menos de cinco anos de idade.
Todos os anos, mais de 360 mil menores morrem de diarreia, uma doença evitável. Já o saneamento
mal feito pode causar cólera, disenteria, hepatite A e febre tifóide, entre outros problemas.
O diretor-executivo do Unicef, Anthony Lake, disse que ao melhorar esses serviços para todos, o
mundo dará às crianças a chance de um futuro melhor.
51
ONU NEWS. Mais da metade da população mundial não tem acesso a saneamento básico, diz ONU. EBC Agência Brasil. Disponível em: <
http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2017-07/mais-da-metade-da-populacao-mundial-nao-tem-acesso-saneamento-basico> Acesso em 13 de julho
de 2017.
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Em 90 países, o avanço na área de saneamento básico é muito lento, o que leva a crer que a cobertura
universal não será alcançada até 2030, quando se encerra o prazo para cumprimento da Agenda 2030,
que estabelece os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, que devem
ser implementados por todos os países até aquele ano.
Latrinas compartilhadas
Dos 4,5 bilhões de pessoas sem acesso a esgoto tratado, 600 milhões têm que compartilhar um toalete
ou uma latrina com moradores de outros lares. Já o número de pessoas que defecam a céu aberto é de
892 milhões. Devido ao aumento da população, essa situação tem crescido na África Subsaariana e na
Oceania.
O relatório indica ainda que, em países que passam por conflitos, as crianças têm quatro vezes menos
chance de usar serviços de abastecimento de água e duas vezes menos de ter o saneamento básico que
crianças em outros países.
Os serviços de água potável, saneamento básico e higiene são essenciais para que o mundo alcance
o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 3: assegurar uma vida saudável e promover o bem-
estar de todos, em todas as faixas etárias.
'Sou nazista, sim': o protesto da extrema-direita dos EUA contra negros, imigrantes, gays e
judeus53
Centenas de homens e mulheres carregando tochas, fazendo saudações nazistas e gritando palavras
de ordem contra negros, imigrantes, homossexuais e judeus.
Foi a cena - surreal, para muitos observadores - que desfilou aos olhos da pacata cidade universitária
de Charlottesville, no Estado americano de Virgínia.
O protesto, na noite da sexta-feira, foi descrito pelos participantes como um aquecimento para o evento
"Unir a Direita", que acontece na tarde deste sábado na cidade e promete reunir mais de mil pessoas,
incluindo os principais líderes de grupos associados à extrema direita no país.
52
ESTADO DE MINAS. Mercosul submete Venezuela a ‘suspensão política’ do bloco. Em.com.br. Disponível em:
<http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2017/08/05/internas_economia,889588/mercosul-submete-venezuela-a-suspensao-politica-do-bloco.shtml> Acesso
em 07 de agosto de 2017.
53
SENRA, RICARDO. ‘Sou nazista, sim’: o protesto da extrema direita dos EUA contra negros, imigrantes, gays e judeus. BBC Brasil. Disponível em:
<http://www.bbc.com/portuguese/internacional-40910927?ocid=socialflow_twitter> Acesso em 14 de agosto de 2017.
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A cidade, de pouco mais de 50 mil habitantes e a apenas duas horas de Washington, foi escolhida
como palco dos protestos após anunciar que pretende retirar uma estátua do general confederado Robert
E. Lee de um parque municipal.
Durante a Guerra Civil do país (1861-1865), os chamados Estados Confederados, do sul americano,
buscaram independência para impedir a abolição da escravatura. Atualmente, várias cidades americanas
vêm retirando homenagens a militares confederados - o que tem gerado alívio, de um lado, e fúria, de
outro.
Os participantes do protesto desta sexta-feira carregavam bandeiras dos Confederados e gritavam
palavras de ordem como: "Vocês não vão nos substituir", em referência a imigrantes; "Vidas Brancas
Importam", em contraposição ao movimento negro Black Lives Matter; e "Morte aos Antifas", abreviação
de "antifascistas", como são conhecidos grupos que se opõem a protestos neonazistas.
Estudantes negros do campus da universidade da Virginia, onde ocorreu a marcha, e jovens que se
apresentavam como antifascistas tentaram fazer uma "parede-humana" para impedir a chegada dos
manifestantes à parada final do marcha, uma estátua do terceiro presidente americano, Thomas
Jefferson.
"Fogo! Fogo! Fogo!", gritavam os manifestantes, enquanto se aproximavam do grupo de estudantes.
Em número bem menor, o grupo que fazia oposição à marcha foi expulso da estátua em poucos
minutos. A reportagem flagrou homens lançando tochas sobre os estudantes, enquanto estes, por sua
vez, dispararam spray de pimenta nos olhos dos oponentes.
A polícia, que acompanhou todo o protesto de longe, interviu e separou os dois grupos, enquanto
ambulâncias se deslocavam ao local para socorrer feridos pelo confronto.
"Esta manifestação é ilegal", afirmou um dos oficiais aos manifestantes, que se afastaram. A polícia
não confirmou se houve presos.
Nazis
"Sim, eu sou nazista, eu sou nazista, sim", afirmou um homem, em frente à reportagem, durante uma
discussão com um dos membros do grupo opositor.
Ao contrário das especulações anteriores, a marcha incluiu muitas mulheres, que também seguravam
tochas.
A BBC Brasil conversou com um pai e uma mãe que levaram a filha de 14 anos ao protesto. "Eu
aprendi com meu pai que precisamos defender a raça branca e hoje estou passando este ensinamento
para a minha filha", afirmou o pai.
"Se não fizermos algo, seremos expulsos do nosso próprio país", disse a mãe. A conversa foi
interrompida por um homem forte e careca. "Vocês estão falando com um estrangeiro. Olha o sotaque
dele!", afirmou, rindo, em referência ao repórter.
A família se afastou e se juntou ao coro, que cantava "Judeus não vão nos substituir". Os três
seguravam tochas.
Outro homem afirmou que estava ali porque "têm o direito de se expressar".
"Gays, negros, imigrantes imundos, todos eles se manifestam e recebem apoio por isso. Porque
quando homens brancos decidem gritar por seus direitos e sua sobrevivência vocês fazem esse
escândalo?", questionou o homem a um grupo de jornalistas.
Perto dali, sozinho, um rapaz jovem estendia a mão e fazia uma saudação nazista, enquanto era
fotografado por fotojornalistas e gritava: "Vocês não vão nos substituir".
As tochas são uma marca da Ku Klux Klan, grupo fundado pouco depois da guerra por ex-soldados
confederados - derrotados no conflito. Originalmente concebida como um clube recreativo, a KKK
rapidamente começou a promover a violência contra populações negras do sul dos EUA.
Por muitas décadas, grupos supremacistas brancos promoveram linchamentos, enforcamentos e
assassinatos de negros.
Não houve referências ao presidente americano Donald Trump durante todo o ato. Mas as críticas à
imprensa eram constantes e faziam coro com o slogan de Trump: "Não temos medo de 'fake news', seus
mentirosos".
Chorando muito, uma estudante era amparada por amigos. "É pior do que a gente pensava. É muito
pior. Isso vai virar um inferno."
"A negra está assustada!", gritou uma mulher, rindo junto a um grupo de homens portando tochas.
Alt-right
O prefeito de Charlottesville divulgou uma nota após a marcha, classificando o ato como "uma parada
covarde de ódio, fanatismo, racismo e intolerância".
"A Constituição permite que todo mundo tenha o direito de expressar sua opinião de forma pacífica,
então aqui está a minha: não só como prefeito de Charlottesville, mas como membro e ex-aluno da
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universidade de Virginia, fico mais do que incomodado com essa demonstração não-autorizada e
desprezível de intimidação visual em um campus universitário".
Para o protesto deste sábado, são esperadas figuras como Richard Spencer, criador do termo alt-right,
uma abreviação de "alternative right", ou "direita alternativa", em português. O grupo é acusado de
racismo e antissemitismo e têm representantes no governo de Donald Trump.
Esta é a segunda vez que a cidade se torna sede de protestos de grupos supremacistas. Em 8 de
julho, aproximadamente 40 membros da sede local da Ku Klux Klan também acenderam tochas em
Charlottesville.
Presidente de uma organização que define como "dedicada à herança, identidade e ao futuro de
pessoas de ascendência europeia nos EUA", Spencer ganhou visibilidade internacional por fazer a
saudação "Hail Trump, hail nosso povo, hail vitória", logo após a eleição do republicano.
Formado em filosofia política na Universidade de Chicago, Spencer já declarou que o ativista negro
Martin Luther King Jr. era uma "fraude" e um símbolo da "desconstrução da Civilização Ocidental".
Também disse que imigrantes latinos nos EUA estavam "se assimilando ao longo das gerações rumo
à cultura e ao comportamento dos afro-americanos" e lamentou que o país estivesse se tornando diferente
da "América Branca que veio antes".
Corpos foram levados pela lama em deslizamento em Serra Leoa; mais de 400 mortes estão
confirmadas54
No continente africano, o deslizamento é um dos mais devastadores em décadas. Mulheres e crianças
foram os mais atingidos
No local em que ocorreu um deslizamento, na cidade de Freetown, capital de Serra Leoa, a
coordenadora de emergência dos Serviços Católicos, Idalia Amaya, afirma ter ficado horrorizada ao ver
casas arrastadas, vilarejos soterrados e corpos flutuando por ruas alagadas pela lama que se espalhou
e já matou centenas de pessoas - mais de 400 mortes estão confirmadas e organizações humanitárias
estimam entre 600 e 1.500 desaparecidos. Em alguns bairros, há mais gente morta do que viva.
Amaya relata que viu corpos descendo pelos córregos, enquanto muitas pessoas choravam e gemiam.
Em entrevista à Thomson Reuters Foundation, a assistente humanitária disse ter tido um visão horrível.
A encosta de uma montanha desmoronou na manhã da última segunda-feira, no subúrbio de Freetown,
o que soterrou dezenas de residências.
No continente africano, o deslizamento é um dos mais devastadores em décadas. Mulheres e crianças
foram os mais atingidos, já que os homens haviam saído cedo para trabalhar. Pelo menos 3 mil pessoas
estão desabrigadas e precisam de alimentos. Para Amaya, a chance de encontrar sobreviventes é
improvável.
MUITO SANGUE
"Estava ao lado, no Corte Inglés [loja de departamentos] e ouvi um barulho forte. Tentamos sair, mas
não pudemos. Vi quatro, cinco corpos no chão e pessoas tentado reanimá-los, e muito sangue", contou
Lily Sution, uma turista holandesa.
54
O POVO ONLINE. Corpos foram levados pela lama em deslizamento em Serra Leoa; mais de 400 mortes estão confirmadas. O Povo online. Disponível em:
<http://www.opovo.com.br/noticias/mundo/2017/08/agente-em-serra-leoa-diz-que-corpos-foram-levados-pela-lama.html> Acesso em 17 de agosto de 2017.
55
AGENCE PRESSE-FRANCE. Atentado com van em Barcelona deixa 13 mortos e mais de 100 feridos. Em.com.br Internacional. Disponível em:
<http://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2017/08/17/interna_internacional,892860/atentado-com-van-em-barcelona-deixa-13-mortos-e-mais-de-100-
feridos.shtml> Acesso em 18 de agosto de 2017.
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"Quando tudo aconteceu, saí correndo e vi destroços, quatro corpos no chão, pessoas socorrendo,
gente chorando e também havia muitos estrangeiros que perderam os seus familiares", contou à AFP
Xavi Pérez, de 26 anos e balconista.
Dois suspeitos foram detidos. O primeiro foi identificado pela Polícia como Driss Oukabir, disse à AFP
um porta-voz do sindicato policial SUP. Depois, o presidente regional da Catalunha, Carles Puigdemont,
informou um segundo detido, sem dar maiores detalhes.
Este ataque remete a outros atentados terroristas na Europa com veículos, como o de Nice em 14 de
julho de 2016, quando um caminhão conduzido por um tunisiano foi lançado contra a multidão, matando
86 pessoas e deixando mais de 400 feridos.
O atentado provocou uma dura condenação da Casa Real espanhola.
"São uns assassinos, simplesmente uns criminosos que não vão nos aterrorizar. Toda a Espanha é
Barcelona. Las Ramblas voltarão a ser de todos", reagiu o Palácio real no Twitter.
"Os terroristas nunca derrotarão um povo unido que ama a liberdade diante da barbárie", assinalou o
chefe de Governo, Mariano Rajoy, que se deslocava até Barcelona junto com a sua vice-presidente e o
ministro do Interior, confirmou um porta-voz do governo à AFP.
CENAS DE PÂNICO
Enquanto a área de Las Ramblas na segunda cidade espanhola se mantinha cercada por um cordão
de segurança, a Polícia pediu à população que evitasse se deslocar. Inúmeros veículos de emergência e
policiais estavam no local, constatou um jornalista da AFP.
Em meio a cenas de pânico, alguns feridos foram levados ao Corte Inglés, aparentemente para receber
os primeiros socorros, indicou um jornalista da AFP. Os policiais pediam às lojas próximas ao local que
deixassem os pedestres entrar e fechassem as portas.
Outros agentes evacuaram a Praça Catalunha, enquanto diziam por alto-falantes: "ataque terrorista".
As autoridades ordenaram o fechamento das estações de metrô e de trem próximas à zona, enquanto
cancelavam todas as "atividades lúdicas" do dia na cidade.
Condenação internacional
O ataque também foi condenado internacionalmente.
"Estamos consternados com o ataque em Barcelona. O Brasil se solidariza com o povo espanhol.
Nossos sentimentos à família das vítimas", escreveu o presidente Michel Temer em sua conta no Twitter.
"Os Estados Unidos condenam o ataque terrorista em Barcelona, na Espanha, e farão todo o
necessário para ajudar", tuitou o presidente Donald Trump.
O presidente francês, Emmanuel Macron, transmitiu "a solidariedade da França às vítimas", enquanto
a primeira-ministra britânica, Theresa May, disse que seu país "apoia a Espanha contra o terrorismo".
O presidente russo, Vladimir Putin, pediu que o mundo se una "em uma batalha intransigente contra
as forças do terror", após o violento ataque em Barcelona, informou o Kremlin.
"Nós pensamos com profunda tristeza nas vítimas do ataque revoltante de Barcelona - com
solidariedade e amizade nos espanhóis", escreveu Steffen Seibert, porta-voz da chanceler alemã, Angela
Merkel, em sua conta no Twitter.
A Espanha, terceiro destino turístico mundial, permaneceu até agora à margem da onda dos atentados
do grupo Estado Islâmico em grandes cidade europeias como Paris, Bruxelas, Londres, Nice e Berlim.
Mas em 11 de março de 2004 sofreu os atentados extremistas mais sangrentos cometidos na Europa,
quando cerca de 10 bombas explodiram em vários trens de Madri deixando quase 200 mortos. Os ataques
foram reivindicados em nome da Al-Qaeda por uma célula islamita radical.
56
O GLOBO. Tempestade tropical Harvey chega à Louisiania, já em estado de emergência. O Globo, Mundo. Disponível em:
<https://oglobo.globo.com/mundo/2017/08/30/2273-tempestade-tropical-harvey-chega-louisiana-ja-em-estado-de-
emergencia?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo> Acesso em 31 de agosto de 2017.
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O Centro Nacional de Furacões anunciou que Harvey tocou a terra ao oeste da cidade de Cameron
com "chuvas torrenciais" que encheram as ruas do Sudeste do Texas e do Sudoeste do estado vizinho,
Louisiana.
O presidente americano, Donald Trump, declarou na segunda-feira estado de emergência no estado
de Louisiana diante do avanço da tempestade tropical Harvey para outras partes do país. O Serviço
Nacional de Meteorologia (NWS) previa até 63,5 centímetros de chuva no estado. O nível das chuvas
atingiu recorde contínuo no território americano, excluindo o Havaí, chegando a 125,3 centímetros. O
órgão informou que o ápice das inundações no Texas deve ocorrer na quarta e na quinta-feira.
57
AGÊNCIA BRASIL E EFE. Coreia do Norte anuncia teste com bomba de hidrogênio. Época Negócios. Disponível em:
<http://epocanegocios.globo.com/Mundo/noticia/2017/09/coreia-do-norte-anuncia-teste-com-bomba-de-
hidrogenio.html?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=post> Acesso em 04 de setembro de 2017.
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A intensidade da detonação detectada neste domingo pelos países vizinhos e pela Organização do
Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBTO, na sua sigla em inglês) indica que se tratou de
um ensaio muito mais potente que os cinco anteriores executados pelo regime.
A explosão teve uma potência estimada próxima a 100 quilotons, cinco vezes maior que o teste atômico
norte-coreano anterior, de setembro do ano passado, e cerca de 11 vezes superior à detectada em janeiro
do mesmo ano, quando Pyongyang afirmou ter testado outra bomba de hidrogênio.
Uma análise posterior apontou que o teste de janeiro de 2016 foi de um artefato de características
inferiores a um termonuclear, e desta vez Seul e Tóquio assinalaram que ainda estão analisando os dados
recolhidos para determinar se tratou-se de uma bomba H.
O teste volta a demonstrar que a Coreia do Norte não tem intenção de abandonar seu programa
nuclear apesar da pressão sem precedentes da comunidade internacional e dos recentes apelos ao
diálogo de Washington e Seul.
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"A mensagem da União Europeia é clara: a República Popular Democrática da Coreia (RPDC) deve
abandonar os seus programas nucleares, de armas de destruição em massa e de mísseis balísticos de
forma completa, verificável e irreversível e pôr fim imediatamente a todas as atividades relacionadas",
afirmou em comunicado a representante da União para Assuntos Exteriores, Federica Mogherini. O
Ministério das Relações Exteriores da Rússia pediu calma e que todos os envolvidos mantenham o
diálogo. Por sua vez, o presidente sul-coreano Moon Jae-in, disse que Seul "nunca permitirá que a Coreia
do Norte continue avançando com suas tecnologias nucleares e de mísseis", segundo a agência local
"Yonhap".
EUA substituem veto migratório por restrição a 8 países, incluindo Venezuela e Coreia do
Norte58
A medida entrará em vigor no dia 18 de outubro. Sudão foi retirado da lista original e Chade, Coreia
do Norte e Venezuela foram incluídos no novo veto.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, substituiu neste domingo o polêmico veto imigratório
a seis países de maioria muçulmana, que expirou hoje, por um decreto que impõe restrições a oito nações,
entre eles a Venezuela e a Coreia do Norte.
Os países afetados pela nova medida são: Irã, Líbia, Síria, Iêmen, Somália, Chade, Coreia do Norte e
Venezuela. A medida entrará em vigor no dia 18 de outubro.
O veto de Trump, emitido em março, entrou em vigor parcialmente no final de junho e impedia durante
120 dias a entrada nos EUA de refugiados e, durante 90 dias, o de cidadãos de seis países de maioria
muçulmana (Irã, Somália, Sudão, Síria, Iêmen e Líbia).
O Tribunal Supremo dos EUA permitiu sua entrada em vigor e deu liberdade ao Executivo para definir
suas próprias normas de aplicação, ainda que em uma audiência programada para o dia 10 de outubro
estudará sua legalidade a fundo.
"As novas restrições se baseiam em uma revisão mundial em função da informação de que as nações
afetadas compartilham com os EUA, e não em critérios de religião ou raça", explicaram funcionários de
alto escalão do Governo em coletiva de imprensa.
"As restrições são vitais para a segurança nacional", destacou um desses funcionários.
"Portanto, se somam à lista Chade, Coreia do Norte e Venezuela, saindo dela o Sudão devido a seu
"melhor nível de cooperação" com as autoridades americanas", explicaram os representantes do Governo
na coletiva.
"A Venezuela foi incluída porque seu Governo não coopera em verificar se os seus cidadãos
representam ameaça para a segurança nacional ou para a segurança pública", segundo a ordem emitida
por Trump.
"Logo, as restrições se centram em funcionários do Governo da Venezuela que são responsáveis pelas
deficiências identificadas", acrescentaram na coletiva os representantes do Executivo americano.
Trump emitiu uma primeira versão do veto migratório no dia 27 de janeiro, mas teve que assinar outro
decreto em março para substituí-lo e restringi-lo, por causa dos contínuos revezes judiciais.
O segundo decreto, diferente do anterior, deixou de fora os cidadãos do Iraque e modificou a provisão
sobre os refugiados sírios, ao proibir sua entrada no país durante 120 dias e não de maneira indefinida,
como estabelecia o veto original.
58
AGENCIA EFE. EUA substituem veto migratório por restrição a 8 países, incluindo Venezuela e Coreia do Norte. G1, Mundo. Disponível em:
<https://g1.globo.com/mundo/noticia/eua-substituem-veto-migratorio-por-restricao-a-8-paises-incluindo-venezuela-e-coreia-do-norte.ghtml> Acesso em 25 de
setembro de 2017.
59
BBC BRASIL. Referendo na Catalunha: as muitas dúvidas geradas pela vitória do “sim” à independência. BBC Brasil. Disponível em:
<http://www.bbc.com/portuguese/internacional-41467201> Acesso em 02 de outubro de 2017.
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Mesmo com a proibição judicial, milhares de eleitores foram às urnas e enfrentaram a Guarda Civil,
mobilizada por Madri para fechar postos de votação, recolher urnas e cédulas e retirar, mesmo que à
força, eleitores das seções.
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, declarou em pronunciamento que não houve referendo,
mas uma "encenação".
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O primeiro-ministro belga, Charles Michel, foi um dos poucos a se posicionar publicamente. Ele
condenou os atos de violência que marcaram o plebiscito. "A violência nunca pode ser a resposta", disse
ele no Twitter.
Por sua vez, o primeiro-ministro da Eslovênia, Miro Cerar, disse estar "preocupado".
Para James Landale, o silêncio dos principais líderes internacionais, em especial os europeus, está
relacionado ao receio de que uma nova onda separatista na Europa. O apoio declarado à consulta na
Catalunha e o reconhecimento de sua validade poderiam estimular outros países onde também há uma
pluralidade de idiomas e diferenças étnicas a discutir suas respectivas independências.
A União Europeia, por sua vez, havia pedido que a Catalunha respeitasse a decisão do Tribunal
Constitucional e advertiu que só reconhecerá o resultado de um plebiscito se ele for feito dentro da
legalidade.
Nenhum país apoiou diretamente a consulta, além da Venezuela. Alguns representantes da
comunidade internacional sugeriram que o governo de Rajoy tentasse negociar com os que querem a
independência.
Histórico de desentendimentos
60
FRANCE PRESSE. Após EUA, Israel decide sair da Unesco. G1 Mundo. Disponível em: <https://g1.globo.com/mundo/noticia/apos-eua-israel-decide-se-retirar-da-
unesco.ghtml> Acesso em 13 de outubro de 2017.
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Os EUA reduziram substancialmente suas contribuições em dinheiro para a Unesco em 2011, em
protesto contra a decisão de permitir o ingresso pleno dos palestinos na entidade.
Na época, o financiamento norte-americano equivalia a pouco mais de 20% das verbas totais da
Unesco, a primeira agência da ONU em que os palestinos buscaram integração como membro total.
Israel classificou a saída dos EUA como o "início de uma nova era".
No início de julho, os Estados Unidos haviam advertido que analisavam seus vínculos com a Unesco,
chamando de "uma afronta à história" a decisão do órgão de declarar a antiga cidade de Hebron, na
Cisjordânia ocupada, uma "zona protegida" do patrimônio mundial.
Na ocasião, a embaixadora americana nas Nações Unidas, Nikki Haley, afirmou que esta iniciativa
"desacreditava ainda mais uma agência da ONU já altamente discutível".
O Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco inscreveu a Cidade Velha de Hebron nessa lista como um
local "de valor universal excepcional". Também colocou esta cidade, localizada nos territórios palestinos,
na lista de patrimônios em perigo.
Hebron é o lar de 200 mil palestinos e centenas de colonos israelenses, que estão entrincheirados em
um enclave protegido por soldados israelenses perto do local sagrado, que os judeus chamam de o túmulo
dos Patriarcas e os muçulmanos, de Mesquita de Ibrahim.
Reação da Unesco
A entidade lamentou publicamente a saída dos EUA como país membro da organização.
A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, disse lamentar profundamente a decisão dos EUA de se
retirar da entidade, após ter recebido a notificação oficial do secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson.
"No momento em que o combate à violência extremista pede maiores investimentos em educação, no
diálogo entre culturas para prevenir o ódio, é profundamente lamentável que os Estados Unidos se retirem
da agência líder das Nações Unidas que trata desses assuntos"
"No momento em que conflitos continuam a separar sociedades em todo o mundo, é profundamente
lamentável que os Estados Unidos se retirem da agência das Nações Unidas que promove a educação
para a paz e a proteção da cultura que está sob ataque", completou a diretora-geral.
Bokova acrescentou que a decisão dos EUA marca uma perda para o multilateralismo e para a "família
das Nações Unidas", destacando que o trabalho da Unesco "é fundamental para fortalecer os laços de
patrimônio comum da humanidade, diante das forças do ódio e da divisão".
Instituição centenária
Esta corporação policial, cujas origens remontam ao século XVIII, foi refundada em 1983 em pleno
processo de recuperação do autogoverno catalão, suprimido durante a ditadura de Francisco Franco
61
FRANCE PRESSE. Divisão na polícia catalã evidencia crise entre Barcelona e Madri. G1 Mundo. Disponível em: <https://g1.globo.com/mundo/noticia/divisao-na-
policia-catala-evidencia-crise-entre-barcelona-e-madri.ghtml> Acesso em 30 de outubro de 2017.
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(1939-1975) e é uma das joias da coroa da autonomia da região, com plenas competências em relação
à ordem pública.
Controlá-la é vital para Madri, que conta com apenas 6.000 agentes de suas corporações policiais na
Catalunha. Sua importância ficou patente no referendo de 1º de outubro, quando evitaram atacar os
eleitores reunidos para as seções eleitorais.
A intervenção, algumas vezes violenta, finalmente ficou a cargo da Polícia Nacional e da Guarda Civil,
subordinadas ao Ministério do Interior, que tinha enviado 10 mil efetivos como reforço.
"Fez-se um dispositivo fraudulento para que não pudéssemos fazer nosso trabalho. Muitos
companheiros da tropa de choque tiveram dia livre", diz Vicente. "Muitos nos sentimos envergonhados",
continua.
As principais críticas se dirigem ao ex-chefe dos Mossos, Josep Lluís Trapero, elogiado por sua gestão
nos atentados de extremistas islâmicos em Barcelona e Cambrils, em agosto, mas acusado de ser
próximo aos líderes políticos separatistas.
Investigado por sedição, foi destituído do cargo pelo Ministério do Interior horas depois da intervenção
da Catalunha, que também levou à destituição do diretor político da polícia catalã, Pere Soler.
Pedido de neutralidade
Agora caberá ao ministério assumir a gestão da corporação e sua atuação nas próximas semanas,
nas quais os separatistas pedem à resistência para defender a recém-proclamada república e para
impedir o controle de Madri.
Em uma circular interna, os comandos policiais pedem neutralidade aos agentes e diante do
imprevisível aumento de mobilizações, pedem-lhes que evitem a ocorrência de incidentes.
Mas entre os agentes da corporação cresce a preocupação de se verem obrigados a investir contra
manifestantes, como aconteceu com os policiais nacionais e os guardas civis em 1º de outubro.
"Não afetará à maior parte dos agentes, mas quem vai notar mais o impacto serão os antidistúrbios
[tropa de choque]. Na melhor das hipóteses, onde antes diziam 'aguentem', agora lhes dirão 'ataquem'",
explicou um comandante intermediário sob condição de ter sua identidade preservada.
"Se começar a haver ordens extremas para a polícia enfrentar a população, muitos agentes terão
dúvidas em aplicá-las ou não", explica Manel.
Mas isto pode implicar-lhes sanções salariais, inabilitações ou inclusive condenações criminais, razão
pela qual o sindicato majoritário da corporação recomenda seguir as instruções recebidas.
"A desobediência às leis nunca é uma opção para a polícia. Não temos margem para desobedecer às
leis porque então não podemos exigir ao restante dos cidadãos que as cumpram", afirma Valentín
Anadón, secretário-geral do sindicato SAP-FEPOL.
"No fim, os companheiros acatarão", assegura Vicente. "Inclusive os que são muito independentistas,
se tocarem em seu salário ou seu trabalho, tem mulher e filhos, na hora da verdade não há outra opção
que obedecer".
62
G1. Número de mortos após terremoto no Irã passa de 450. G1 Mundo. Disponível em: <https://g1.globo.com/mundo/noticia/numero-de-mortos-apos-terremoto-
no-ira-passa-de-450.ghtml> Acesso em 14 de novembro de 2017.
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O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, ofereceu seus pêsames nesta segunda-feira (13),
ordenando que todas as agências do governo façam de tudo para ajudar os afetados.
O Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em ingês) disse que o terremoto teve
magnitude de 7,3. Uma autoridade meteorológica do Iraque estimou a magnitude em 6,5, com epicentro
em Penjwin, na província de Sulaimaniyah, situada na região do Curdistão e próxima da principal
passagem de fronteira com o Irã.
Autoridades de saúde curdas disseram que ao menos oito pessoas morreram no Iraque e que no
mínimo 68 ficaram feridas. Autoridades locais e de saúde iraquianas disseram que a área mais
prejudicada foi o distrito de Darbandikham, próximo da divisa com o Irã, onde ao menos 10 casas
desabaram e o único hospital foi gravemente danificado.
O tremor foi sentido até em Bagdá, no sul iraquiano, onde muitos moradores correram para fora de
suas casas e prédios altos quando vibrações sacudiram a capital.
Cenas semelhantes foram vistas em Erbil, a capital do Curdistão, e em outras cidades do norte do
Iraque próximas do epicentro.
Várias cidades do Iraque e do Irã ficaram sem eletricidade, e o medo de tremores secundários levou
milhares de pessoas dos dois países às ruas e aos parques, apesar do tempo frio.
Maioria dos australianos vota a favor de casamento gay e premiê diz que quer aprovar lei até o
Natal63
Quase 62% se pronunciou a favor da aprovação do casamento gay. 'Grande apelo para a igualdade
matrimonial', diz premiê.
A maioria dos australianos se posicionou a favor do casamento gay no país em uma pesquisa nacional
feita pelo correio cujo resultado foi divulgado nesta terça-feira (14). Com a divulgação da aprovação ao
casamento gay, o premiê Malcolm Turnbull disse que vai trabalhar para que uma lei que o permita no
país seja aprovada até o Natal.
Das 12,7 milhões de pessoas que participaram da pesquisa, 61,6% se pronunciaram a favor da
aprovação do casamento gay, segundo divulgou o Escritório de Estatísticas da Austrália em uma coletiva
de imprensa em Canberra. Por outro lado, 38,4% das pessoas votaram contra.
"O povo da Austrália se pronunciou e eu pretendo fazer o seu desejo uma lei no país até o Natal. Este
é um grande apelo para a igualdade matrimonial", disse o premiê pelo Twitter.
Por que possível reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel pelos EUA é tão
polêmico65
63
G1. Maioria dos australianos vota a favor de casamento gay e premiê diz que quer aprovar lei até o natal. G1 Mundo. Disponível em:
<https://g1.globo.com/mundo/noticia/maioria-dos-australianos-vota-a-favor-de-casamento-gay-e-premie-diz-que-quer-aprovar-lei-ate-o-natal.ghtml> Acesso em 17
de novembro de 2017.
64
O ESTADO DE S. PAULO. EUA se retira do Pacto Mundial da ONU sobre migração e refugiados. Estação Internacional. Disponível em:
<http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,eua-se-retiram-do-pacto-mundial-da-onu-sobre-migracao-e-refugiados,70002106230> Acesso em 04 de
dezembro de 2017.
65
CORRÊA ALESSANDRA. Por que possível reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel pelos EUA é tão polêmico. BBC Brasil. Disponível em:
<http://www.bbc.com/portuguese/internacional-42235762?ocid=socialflow_twitter> Acesso em 06 de dezembro de 2017.
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O esperado pronunciamento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconhecendo
Jerusalém como capital de Israel foi recebido com alarme por líderes de diversos países do Oriente Médio,
e também na Europa, que veem na medida potencial para colocar em risco o já frágil processo de paz
entre israelenses e palestinos.
Segundo fontes do governo americano, Trump fará o anúncio em um discurso nesta quarta-feira.
Ele deve adiar, porém, a decisão sobre transferir a embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém
- uma de suas promessas de campanha e alvo de críticas na comunidade internacional pela possibilidade
de comprometer a neutralidade dos EUA na mediação do conflito.
Essa transferência é prevista em uma lei que o Congresso americano aprovou em 1995, que prevê,
ainda, o reconhecimento de Jerusalém como capital do Estado israelense.
A lei estipulava 31 de maio de 1999 como data final para a mudança de sede da embaixada, sob pena
de sanções ao Poder Executivo. Contudo, incluía a possibilidade de adiamento do prazo por seis meses,
caso necessário para "proteger os interesses de segurança nacional".
E é isso o que todos os presidentes desde então (Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama) têm
feito.
Trump seguiu o exemplo de seus antecessores e, em junho, renovou a prorrogação por seis meses -
decisão que o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, chegou a avaliar
como "sábia", na época, tendo em vista que mover a embaixada em um contexto em que os dois lados
reivindicam Jerusalém como capital poderia complicar as negociações para a retomada de um processo
de paz genuíno.
Agora, com o prazo de sua última prorrogação expirado nesta semana, Trump deve decidir se cumpre
a promessa de campanha ou opta por voltar a renová-lo.
Questão de tempo
Nesta segunda-feira, em conversa com jornalistas, o porta-voz da Casa Branca Hogan Gidley disse
que uma decisão será anunciada nos próximos dias e reiterou que, para Trump, "não é uma questão de
se, mas de quando" a embaixada será transferida.
Segundo observadores, o presidente planejaria adiar a decisão sobre a embaixada por mais seis
meses mas, ao mesmo tempo, anunciar o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel.
"Com essa medida, ele poderia dizer para o público doméstico que está sendo mais ousado em relação
a Israel que qualquer presidente antes dele, mas, ainda assim, pelo menos na sua imaginação,
apresentar-se como mediador neutro no plano de paz que seu governo espera implementar", diz o
historiador Barry Trachtenberg, diretor do Programa de Estudos Judaicos da Universidade Wake Forest,
na Carolina do Norte.
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Plano de paz em risco
Mas a avaliação de Trachtenberg e de outros analistas é de que essa medida colocaria em risco o
plano de paz, que já é encarado com ceticismo diante das dificuldades da negociação, do fracasso de
iniciativas anteriores e da inexperiência da equipe responsável, liderada por Jared Kushner, genro de
Trump.
"Pelo menos desde os anos 1990 (após os acordos de Oslo, em que israelenses e palestinos, com
mediação dos EUA, concordaram que o status de Jerusalém deveria ser abordado bilateralmente em
negociações de paz) o entendimento é de que Jerusalém Ocidental será capital de Israel e Jerusalém
Oriental será capital de um futuro Estado palestino. Ambos os reconhecimentos devem ocorrer ao mesmo
tempo", afirma à BBC Brasil Fayez Hammad, especialista em Oriente Médio da Universidade do Sul da
Califórnia (USC).
"A aplicação assimétrica coloca mais lenha na fogueira", avalia.
Trachtenberg ressalta que os EUA, em todos os governos anteriores, permitiram que Israel
continuasse construindo assentamentos no território disputado.
"Os Estados Unidos nunca tomaram medidas fortes (para impedir as construções). Então, nesse
sentido, Trump talvez seja o mais honesto sobre o assunto. Sobre o fato de que os EUA na verdade são
parciais, e não neutros", afirma.
Críticas e alerta
Mesmo sem confirmação oficial, o possível reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, que
é reivindicada como capital por ambas as partes, gerou reações no mundo árabe e por parte do presidente
da França, Emmanuel Macron.
O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, declarou que a decisão vai alimentar extremismo
e violência.
O ministro do Exterior da Jordânia, Ayman Safadi, alertou o secretário de Estado americano, Rex
Tillerson, que a medida poderia ter consequências perigosas, aumentando a tensão na região e
comprometendo os esforços de paz. Alerta semelhante foi feito pelo ministro do Exterior egípcio, Sameh
Shoukry, e pelo vice-primeiro-ministro turco, Bekir Bozdag.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que o reconhecimento americano é "inaceitável" e
representaria uma ameaça ao futuro do processo de paz.
Emmanuel Macron, da França, fez coro ao discurso. Por telefone, teria alertado a Trump que
reconhecer Jerusalém como capital de Israel seria má ideia - e que a questão deve ser resolvida por meio
de negociações entre israelenses e palestinos.
O governo Trump vem trabalhando em um plano de paz entre Israel e palestinos, objetivo no qual seus
antecessores fracassaram. Mas analistas afirmam que, ao reconhecer Jerusalém como capital de Israel,
o país comprometeria seu papel de mediador.
"O reconhecimento mostraria os EUA como completamente parciais nesse conflito", disse
Trachtenberg.
"Isso tornaria muito difícil levar os Estados Unidos a sério como árbitros", observa.
Ponto nevrálgico
No conflito entre Israel e palestinos, o status diplomático de Jerusalém, cidade que abriga locais
sagrados para judeus, cristãos e muçulmanos, é uma das questões mais polêmicas e ponto crucial nas
negociações de paz.
Israel considera Jerusalém sua capital eterna e indivisível. Mas os palestinos reivindicam parte da
cidade (Jerusalém Oriental) como capital de seu futuro Estado.
A posição da maior parte da comunidade internacional, e dos Estados Unidos até então, é a de que o
status de Jerusalém deve ser decidido em negociações de paz. Os países mantêm suas embaixadas em
Tel Aviv, a capital comercial de Israel.
Em 1947, quando a Assembleia Geral da ONU decidiu pelo plano de partilha da Palestina entre um
Estado árabe e outro judeu, Jerusalém foi designada como "corpus separatum" (corpo separado), sob
controle internacional. O plano, porém, não chegou a ser implementado.
Em 1948 foi declarada a Independência do Estado de Israel e, logo em seguida, a guerra árabe-
israelense. Ao final daquele conflito, Jerusalém foi dividida, com a parte ocidental sob controle de Israel
e a parte oriental controlada pela Jordânia.
Em 1967, Israel capturou a parte oriental da cidade e, desde então, vem construindo assentamentos
em Jerusalém Oriental. Esses assentamentos são considerados ilegais pela comunidade internacional,
posição que é contestada pelo governo israelense.
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"O reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel seria uma mudança na política adotada pelos
Estados Unidos desde a criação do plano de partilha pela Assembleia Geral da ONU", disse o especialista
em Oriente Médio Fayez Hammad.
"Desde a criação do Estado de Israel no ano seguinte, os Estados Unidos nunca reconheceram a
soberania de Israel em Jerusalém Ocidental ou da Jordânia em Jerusalém Oriental (até 1967)", ressalta
Hammad.
66
EBC AGÊNCIA BRASIL. Decisão de Trump sobre Jerusalém gera protesto em frente a embaixadas americanas. EBC Agência Brasil. Disponível em:
<http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2017-12/decisao-de-trump-sobre-jerusalem-gera-protesto-em-frente-embaixadas> Acesso em 11 de dezembro
de 2017.
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internacional. Além disso, os ministros instaram a comunidade internacional a reconhecer o Estado
palestino com Jerusalém como capital.
Trump anunciou na última quarta-feira (6) o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e
prometeu a transferência da embaixada de seu país para esta cidade, após décadas de consenso
internacional que condicionavam a decisão a um acordo de paz.
Papa Francisco
Em comunicado neste domingo, o papa Francisco fez um apelo à comunidade internacional para que
evite "uma nova espiral de violência" em Jerusalém, em meio à tensão provocada pela decisão dos
Estados Unidos de reconhecer esta cidade como capital de Israel.
O papa fez um chamado à sabedoria e à prudência de todos e pediu que as nações se comprometam
para evitar uma nova espiral de violência e respondam “com palavras e ações aos anseios de paz, de
justiça e segurança das populações dessa terra atormentada".
“Só uma solução negociada entre israelenses e palestinos pode levar a uma paz estável e duradoura,
e garantir a coexistência pacífica de dois Estados dentro de fronteiras reconhecidas internacionalmente",
diz nota divulgada pelo Vaticano. O papa disse ainda que acompanha a situação no Oriente Médio com
grande atenção e lamentou os enfrentamentos que causaram vítimas nos últimos dias.
2. Desenvolvimento sustentável;
Desenvolvimento sustentável67
Desenvolvimento sustentável é o modelo que prevê a integração entre economia, sociedade e meio
ambiente. Em outras palavras, é a noção de que o crescimento econômico deve levar em consideração
a inclusão social e a proteção ambiental
Gestão do Lixo
O lixo ainda é um dos principais desafios dos governos na área de gestão sustentável. No entanto, na
última década, o Brasil deu um salto importante no avanço para a gestão correta dos resíduos sólidos.
Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, em 2000, apenas 35% dos resíduos eram destinados
aos aterros.
Em 2008, esse número subiu para 58%. Além disso, o número de programas de coleta seletiva saltou
de 451, em 2000, para 994, em 2008.
Para regulamentar a coleta e tratamento de resíduos urbanos, perigosos e industriais, além de
determinar o destino final correto do lixo, o Governo brasileiro criou a Política Nacional de Resíduos
Sólidos (Lei n° 12.305/10), aprovada em agosto de 2010.
Créditos de Carbono
No mercado de carbono, cada tonelada de carbono que deixa de ser emitida é transformada em
crédito, que pode ser negociado livremente entre países ou empresas.
O sistema funciona como um mercado, só que ao invés das ações de compra e venda serem
mensuradas em dinheiro, elas valem créditos de carbono.
Para isso é usado o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que prevê a redução certificada
das emissões de gases de efeito estufa. Uma vez conquistada essa certificação, quem promove a redução
dos gases poluentes tem direito a comercializar os créditos.
Por exemplo, um país que reduziu suas emissões e acumulou muitos créditos pode vender este
excedente para outro que esteja emitindo muitos poluentes e precise compensar suas emissões.
O Brasil ocupa a terceira posição mundial entre os países que participam desse mercado, com cerca
de 5% do total mundial e 268 projetos.
67
Fonte: http://www.rio20.gov.br/sobre_a_rio_mais_20/desenvolvimento-sustentavel.html
68
Fonte: http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2012/04/entenda-como-funciona-o-mercado-de-credito-de-carbono
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O Protocolo de Quioto criou o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que prevê a redução
certificada das emissões. Uma vez conquistada essa certificação, quem promove a redução da emissão
de gases poluentes tem direito a créditos de carbono e pode comercializá-los com os países que têm
metas a cumprir.
“O ecossistema não tem fronteira. Do ponto de vista ambiental, o que importa é que haja uma redução
de emissões global”, ressalta o consultor de sustentabilidade e energia renovável, Antonio Carlos Porto
Araújo.
Durante a última Conferência do Clima (COP 17), realizada em 2011, na África do Sul, as metas de
Quioto foram atualizadas e ampliadas para cortes de 25% a 40% nas emissões, em 2020, sobre os níveis
de 1990 para os países desenvolvidos.
“Isso pode significar um fomento nas atividades de crédito de carbono que andavam pouco atraentes”,
disse Araújo, autor do livro “Como comercializar créditos de carbono”.
O Brasil ocupa a terceira posição mundial entre os países que participam desse mercado, com cerca
de 5% do total mundial e 268 projetos. A expectativa inicial era absorver 20%. O mecanismo incentivou a
criação de novas tecnologias para a redução das emissões de gases poluentes no Brasil.
Cálculo
A redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) é medida em toneladas de dióxido de carbono
equivalente – t CO2e (equivalente). Cada tonelada de CO2e reduzida ou removida da atmosfera
corresponde a uma unidade emitida pelo Conselho Executivo do MDL, denominada de Redução
Certificada de Emissão (RCE).
Cada tonelada de CO2e equivale a 1 crédito de carbono. A ideia do MDL é que cada tonelada de CO2
e não emitida ou retirada da atmosfera por um país em desenvolvimento possa ser negociada no mercado
mundial por meio de Certificados de Emissões Reduzidas (CER).
As nações que não conseguirem (ou não desejarem) reduzir suas emissões poderão comprar os CER
em países em desenvolvimento e usá-los para cumprir suas obrigações.
Consumo racional69
É um modo de consumir capaz de garantir não só a satisfação das necessidades das gerações atuais,
como também das futuras gerações. Isso significa optar pelo consumo de bens produzidos com tecnologia
e materiais menos ofensivos ao meio ambiente, utilização racional dos bens de consumo, evitando-se o
desperdício e o excesso e ainda, após o consumo, cuidar para que os eventuais resíduos não provoquem
degradação ao meio ambiente. Principalmente: ações no sentido de rever padrões insustentáveis de
consumo e diminuir as desigualdades sociais.
Adotar a prática dos três 'erres': Redução, que recomenda evitar o consumo de produtos
desnecessários; Reutilização, que sugere que se reaproveite diversos materiais; e Reciclagem, que
orienta reaproveitar materiais, transformando-os e lhes dando nova utilidade.
Aquecimento Global
O aquecimento global é uma consequência das alterações climáticas ocorridas no planeta. Diversas
pesquisas confirmam o aumento da temperatura média global. Conforme cientistas do Painel
Intergovernamental em Mudança do Clima (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU), o século
XX foi o mais quente dos últimos cinco, com aumento de temperatura média entre 0,3°C e 0,6°C. Esse
aumento pode parecer insignificante, mas é suficiente para modificar todo clima de uma região e afetar
profundamente a biodiversidade, desencadeando vários desastres ambientais.
As causas do aquecimento global são muito pesquisadas. Existe uma parcela da comunidade científica
que atribui esse fenômeno como um processo natural, afirmando que o planeta Terra está numa fase de
transição natural, um processo longo e dinâmico, saindo da era glacial para a interglacial, sendo o
aumento da temperatura consequência desse fenômeno.
No entanto, as principais atribuições para o aquecimento global são relacionadas às atividades
humanas, que intensificam o efeito de estufa através do aumento na queima de gases de combustíveis
fósseis, como petróleo, carvão mineral e gás natural. A queima dessas substâncias produz gases como
o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), que retêm o calor proveniente das
radiações solares, como se funcionassem como o vidro de uma estufa de plantas, esse processo causa
o aumento da temperatura. Outros fatores que contribuem de forma significativa para as alterações
climáticas são os desmatamentos e a constante impermeabilização do solo.
69
Texto adaptado de http://www.wwf.org.br/natureza_
brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/
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Atualmente os principais emissores dos gases do efeito de estufa são respectivamente: China, Estados
Unidos, Rússia, Índia, Brasil, Japão, Alemanha, Canadá, Reino Unido e Coreia do Sul. Em busca de
alternativas para minimizar o aquecimento global, 162 países assinaram o Protocolo de Kyoto em 1997.
Conforme o documento, as nações desenvolvidas comprometem-se a reduzir sua emissão de gases que
provocam o efeito de estufa, em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990. Essa meta teve que ser
cumprida entre os anos de 2008 e 2012. Porém, vários países não fizeram nenhum esforço para que a
meta fosse atingida, o principal é os Estados Unidos.
Lixo Eletrônico
Um estudo da Organização Internacional do Trabalho, OIT, destaca que 40 milhões de toneladas de
lixo eletrônico são produzidas todos os anos. O descarte envolve vários tipos de equipamentos, como
geladeiras, máquinas de lavar roupa, televisões, celulares e computadores. Países desenvolvidos enviam
80% do seu lixo eletrônico para ser reciclado em nações em desenvolvimento, como China, Índia, Gana
e Nigéria. Segundo a OIT, muitas vezes, as remessas são ilegais e acabam sendo recicladas por
trabalhadores informais. Saúde - O estudo Impacto Global do Lixo Eletrônico, publicado em dezembro,
destaca a importância do manejo seguro do material, devido à exposição dos trabalhadores a substâncias
tóxicas como chumbo, mercúrio e cianeto.
A OIT cita vários riscos para a saúde, como dificuldades para respirar, asfixia pneumonia, problemas
neurológicos, convulsões, coma e até a morte. Orientações - Segundo agência, simplesmente banir as
remessas de lixo eletrônico enviadas países em desenvolvimento não é solução, já que a reciclagem
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desse material promove emprego para milhares de pessoas que vivem na pobreza. A OIT sugere integrar
sistemas informais de reciclagem ao setor formal e melhorar métodos e condições de trabalho. Outro
passo indicado no estudo é a criação de leis e associações ou cooperativas de reciclagem.
Trump anuncia saída dos EUA do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas71
Presidente prometeu negociar um retorno futuro ou fazer um novo acordo mais justo para os
americanos. Na campanha eleitoral, ele tinha prometido abandonar consenso da ONU nos primeiros 100
dias de governo.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (1º) a saída de seu país
do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, mas prometeu negociar um retorno ou um novo acordo
climático em termos que considere mais justos para os americanos. Ele disse que o atual documento traz
desvantagens para os EUA para beneficiar outros países, e prometeu interromper a implementação de
tudo que for legalmente possível imediatamente.
"Para cumprir o meu dever solene de proteger os Estados Unidos e os seus cidadãos, os Estados
Unidos vão se retirar do acordo climático de Paris, mas iniciam as negociações para voltar a entrar no
acordo de Paris ou em uma transação inteiramente nova em termos justos para os Estados Unidos, suas
empresas, seus trabalhadores, suas pessoas, seus contribuintes ", disse Trump.
70
21/03/2017 – Fonte: http://g1.globo.com/natureza/noticia/fenomenos-climaticos-extremos-prosseguirao-em-2017-diz-onu.ghtml
71
G1. Trump anuncia saída dos EUA do acordo de Paris sobre mudanças climáticas. G1 Natureza. Disponível em: <http://g1.globo.com/natureza/noticia/trump-
anuncia-saida-dos-eua-do-acordo-de-paris-sobre-mudancas-climaticas.ghtml> Acesso em 02 de junho de 2017.
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"Estamos saindo, mas vamos começar a negociar e veremos se podemos fazer um acordo justo. Se
pudermos, ótimo. Se não pudermos, tudo bem", disse. "Fui eleito para representar os cidadãos de
Pittsburgh, não Paris", completou.
Logo após o anúncio, no entanto, o prefeito de Pittsburgh, Bill Peduto, disse que irá "garantir que
seguiremos as diretrizes do Acordo de Paris para nosso povo, nossa economia e futuro."
Ao iniciar os procedimentos oficiais de retirada, respeitando a forma de saída prevista no acordo,
Trump desencadeia um longo processo que não será concluído até novembro de 2020 -- no mesmo mês
em que concorrerá à reeleição, garantindo que a questão se torne um grande tema de debate na próxima
campanha presidencial.
O acordo, assinado em dezembro de 2015 durante a cúpula da ONU sobre mudanças climáticas, COP
21, prevê que os países devem trabalhar para que o aquecimento fique muito abaixo de 2ºC, buscando
limitá-lo a 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais.
A saída dos EUA, segundo maior produtor mundial de gás de efeito estufa, pode minar o acordo
internacional, o primeiro da história em que os 195 países da ONU se comprometem a reduzir suas
emissões.
Obama
O ex-presidente Barack Obama, que havia assinado o tratado em 2015, imediatamente reagiu ao
anúncio, dizendo que a administração Trump rejeita o futuro com essa retirada.
"Ainda que este governo tenha se unido a um pequeno grupo de países que ignoram o futuro, confio
nos nossos estados, empresas e cidades que darão um passo à frente e farão ainda mais para liderar o
caminho", disse.
Ao assinar em 2015, Washington tinha se comprometido a reduzir em 28% sua produção de gases de
efeito estufa, além de transferir cerca de US$ 3 bilhões (cerca de R$ 9,6 bilhões) para países pobres
como forma de ajudá-los a lutar contra as mudanças climáticas.
Medida anunciada
Antes de ser eleito, Trump descreveu em várias ocasiões o aquecimento global como uma enganação
criada pela China para prejudicar as empresas americanas, e anunciou que iria “cancelar” o Acordo de
Paris nos primeiros 100 dias após sua posse.
Uma decisão necessária, segundo ele, para favorecer as empresas petrolíferas e produtores de carvão
dos EUA, e dessa forma garantir mais crescimento econômico e a criação de novos empregos. Depois
de tomar posse, Trump anunciou que teria estudado o acordo antes de tomar uma decisão sobre o
assunto.
O presidente norte-americano tem poderes suficientes para retirar os EUA do tratado. Isso porque o
texto foi denominado “acordo” para permitir que Barack Obama pudesse utilizar seus poderes
presidenciais para ratificá-lo sem pedir a permissão do Congresso, então controlado pelo Partido
Republicano, hostil a qualquer redução das emissões de poluentes. Por esse motivo, a delegação dos
EUA foi obrigada a negociar por muitas horas sobre essa complexa linguagem jurídica no dia da
assinatura do documento.
VEJA PRINCIPAIS PONTOS DO ACORDO DO CLIMA
Países devem trabalhar para que o aquecimento fique muito abaixo de 2ºC, buscando limitá-lo a 1,5ºC
Países ricos devem garantir financiamento de US$ 100 bilhões por ano
Não há menção à porcentagem de corte de emissão de gases-estufa necessária
Texto não determina quando emissões precisam parar de subir
Acordo deve ser revisto a cada 5 anos
A decisão de Trump pode ter sérias consequências para o cumprimento das obrigações previstas pelo
tratado por parte de outros países e, mais em geral, sobre a condição climática do planeta, considerando
que o aquecimento global é um fenômeno que já está ocorrendo e que todos os anos perdidos na luta
contra esse fenômeno aumentam o risco de provocar efeitos irreversíveis sobre o clima.
Segundo levantamentos realizados por várias universidades e centros de pesquisa de diferentes
países do mundo, a saída dos EUA do Acordo de Paris acrescentaria 3 bilhões de toneladas de dióxido
de carbono (CO2) emitido por ano na atmosfera, aumentando a temperatura da Terra entre 0,1º e 0,3º C
até o final do século.
Apoio dividido
A decisão de Trump foi influenciada por uma carta assinada por 22 senadores republicanos, incluindo
o líder da bancada Mitch McConnell, que defendia a retirada dos EUA do tratado. Trump preferiu ignorar
a opinião de alguns dos seus assessores mais influentes, como a filha, Ivanka, o Secretário de Defesa,
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James Mattis, e o Secretário de Estado Rex Tillerson, os quais defendiam que ele mantivesse os Estados
Unidos no acordo. Mattis em particular salientou como o Pentágono, o Ministério da Defesa dos EUA, já
está produzindo uma grande quantidade de pesquisas sobre o aumento do nível dos mares, a mudança
nas rotas marinhas para os navios de guerra por causa do derretimento das geleiras do Ártico e os efeitos
de secas ou de inundações sobre a segurança nacional americana.
ONU
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu oficialmente aos EUA para que não saíssem do
Acordo de Paris, sem obter nenhum resultado. Outros países, como Alemanha e França, expressaram
suas preocupações com a posição de Trump sobre o meio ambiente e mudanças climáticas. Até o Papa
Francisco tentou persuadir o presidente norte-americano em permanecer no acordo durante sua recente
visita no Vaticano, entregando-lhe uma cópia da encíclica “Laudato si'” que o Pontífice escreveu em 2015
sobre as complexas questões das mudanças climáticas. Os líderes do G7 criticaram a decisão de Trump
de deixar o tratado e os governos do Canadá, da China e a União Europeia já informaram que continuarão
a honrar seus compromissos com o Acordo de Paris mesmo se os EUA se retirarão.
A preocupação em nível global com a saída dos Estados Unidos é o efeito de emulação: outros países
poderiam ser influenciados a reduzir ou atenuar seus compromissos internacionais sobre a questão
climática ou até abandonar completamente o acordo.
A decisão de se retirar do acordo poderia sinalizar a intenção de Trump de cortar outras leis que limitam
a produção de gases poluentes nos EUA assinadas pelo seu antecessor Obama. Entretanto, a saída dos
EUA do Acordo de Paris não seria imediata. O processo poderá demorar até três anos, assim como
estabelecido no próprio acordo, com diversas batalhas jurídicas e diplomáticas muito intensas, além do
grave desgaste de imagem internacional dos Estados Unidos.
Justiça Federal suspende ação criminal que tornou acusados réus por homicídio no desastre
de Mariana72
Samarco, Vale, BHP Billiton, VogBR e 22 pessoas são rés na ação. Decisão foi dada após pedido de
anulação feito por advogado de dois réus, que alega ilegalidade em escutas telefônicas.
A Justiça Federal em Ponte Nova, na Zona da Mata de Minas Gerais, suspendeu o processo criminal
que tornou rés 22 pessoas e as empresas Samarco, Vale, BHP Billiton e VogBR por causa do desastre
com a barragem de Fundão, em Mariana, em novembro de 2015. A reportagem teve acesso à decisão,
que data de 4 de julho deste ano. A defesa do diretor-presidente licenciado da Samarco, Ricardo Vescovi,
e do diretor-geral de operações, Kleber Terra, alegou que escutas telefônicas usadas no processo foram
feitas de forma ilícita.
O despacho é assinado pelo juiz Jacques de Queiroz Ferreira. Os advogados de Ricardo Vescovi e
Kleber Terra pediram a anulação do processo, alegando que a quebra de sigilo telefônico ultrapassou
72
ZUBA, F. CRISTINI, F. ÂNGELO, P. Justiça Federal suspende ação criminal que tornou acusados réus por homicídio no desastre de Mariana. G1 Minas Gerais.
Disponível em: < http://g1.globo.com/minas-gerais/desastre-ambiental-em-mariana/noticia/justica-federal-suspende-acao-criminal-que-tornou-acusados-reus-por-
homicidio-no-desastre-de-mariana.ghtml> Acesso em 08 de agosto de 2017.
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período judicialmente autorizado e que as conversas foram analisadas pela Polícia Federal e usadas pelo
Ministério Público Federal (MPF) na denúncia.
A pedido do MPF, companhias telefônicas foram oficiadas pela Justiça sobre o esclarecimento das
informações e o processo fica suspenso até que elas entreguem os dados solicitados. No pedido, o MPF
também se manifestou pela não interrupção do processo, o que não foi atendido pelo juiz.
Ainda conforme a Justiça, os advogados também afirmaram que houve desrespeito à privacidade dos
acusados porque dados fora do período requisitado – contudo informados pela própria Samarco – foram
analisados e considerados na denúncia.
“Acresceram que outra nulidade ocorreu quando da determinação dirigida à Samarco para que
apresentasse cópias das mensagens instantâneas (chats) e dos e-mails enviados e recebidos entre
01/10/2015 e 30/11/2015, visto que a empresa forneceu dados não requisitados, relativos aos anos de
2011, 2012, 2013 e 2014, que, da mesma forma, foram objeto de análise policial e consideradas na
denúncia, desrespeitando a privacidade dos acusados”, explica trecho da decisão.
O magistrado afirmou que a defesa dos réus levantou “duas graves questões que podem implicar na
anulação do processo desde o início” e determinou a suspensão do processo até a decisão sobre as duas
alegações.
Procurado pelo G1, o MPF contestou as alegações da defesa dos dois réus, afirmando que as
interceptações usadas na denúncia estão dentro do prazo legal.
“As interceptações indicadas pela defesa como supostamente ilegais sequer foram utilizadas na
denúncia, por isso, não teriam a condição de causar nulidade no processo penal”, informou o órgão em
nota.
Por telefone, o advogado Paulo Freitas, que representa Vescovi e Terra, reforçou que considera as
interceptações telefônicas ilegais.
O G1 entrou em contato com a Polícia Federal para saber sobre o período da quebra de sigilo
telefônico, mas a corporação respondeu apenas que ainda não foi informada oficialmente da suspensão
pela Justiça.
A Samarco, a Vale, a BHP e a VogBR disseram que não vão se pronunciar.
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A polêmica decisão de Temer de abrir uma área gigante da Amazônia à mineração73
Em meados de 1980, uma região da floresta amazônica entre o Pará e Amapá comparada à Serra dos
Carajás por seu potencial mineral despertava o interesse de investidores brasileiros e estrangeiros.
Para salvaguardar sua exploração, o então governo militar decretou em 1984 que grupos privados
estavam proibidos de explorar a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), uma área de quase
47 mil km quadrados - maior que o território da Dinamarca. A ideia era que a administração federal
pesquisasse e explorasse suas jazidas.
Nos anos seguintes, no entanto, o projeto avançou pouco, e a riqueza natural da área levou à criação
de nove zonas de proteção dentro da Renca, entre elas reservas indígenas. A possibilidade de mineração
foi, então, banida.
Mais de três décadas depois do decreto, nesta quarta-feira, o governo federal reabriu a área para a
exploração mineral, numa iniciativa que gera expectativa de empresas e preocupação de pesquisadores
e ambientalistas.
Assinado pelo presidente Michel Temer, o decreto nº 9.142 extingue a Renca e libera a região para a
exploração privada de minérios como ouro, manganês, cobre, ferro e outros.
Em meio à crise econômica, o Ministério de Minas e Energia argumenta que a medida vai revitalizar a
mineração brasileira, que representa 4% do PIB e produziu o equivalente a US$ 25 bilhões (R$ 78 bilhões)
em 2016, mas que vinha sofrendo com a redução das taxas de crescimento global e com as mudanças
na matriz de consumo, voltadas hoje para a China.
Críticas
O ministério garante que o decreto cumprirá legislações específicas sobre a preservação da área. Ou
seja, áreas de proteção integral (onde não é permitida a habitação humana) e terras indígenas serão
mantidas.
No entanto, a iniciativa foi bombardeada por especialistas brasileiros e estrangeiros, que acreditam
que os prejuízos da mineração serão sentidos amplamente.
"Não poderia ter uma notícia pior", resumiu à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, Antonio
Donato Nobre, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe, que monitora o
desmatamento da Amazônia) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Segundo o pesquisador, haverá impacto nas correntes marítimas que transportam umidade à região
amazônica e que uma seca pode ser sentida até nos vizinhos do continente.
"Isso vai afetar toda a bacia amazônica e o continente sul-americano. É o mesmo que pegar uma
pessoa pelo pescoço", afirma Nobre.
A Amazônia brasileira chegou a ter recorde de 80% na queda do desmatamento entre 2004 e 2012,
segundo dados do Ministério do Meio Ambiente. Mas voltou a crescer nos últimos cinco anos - embora
uma tendência comece a indicar novamente uma redução. Além disso, 2015 e 2016 foram anos recordes
de queimadas na região, segundo dados do Inpe.
Áreas de proteção são essenciais para conter o desmatamento, ressalta Erika Berenguer,
pesquisadora-sênior do Instituto de Mudança Ambiental da Universidade de Oxford.
"O maior impacto não será na área de mineração, mas indireto. Haverá um influxo de pessoas que
levará a mais desmatamento, mais retirada de madeira e mais incêndios", explica. "É uma visão muito
simplista do governo de dizer que só uma área será afetada."
"Fora que a mineração é altamente poluidora e tem poucos benefícios para a população local, vide a
situação socioeconômica de Carajás", acrescenta Berenguer.
Jazidas de Carajás
A Serra dos Carajás, no sudoeste do Pará, é vizinha da Renca e abriga parte das maiores jazidas de
minério de ferro, ouro e manganês do mundo. Com a corrida de minérios a partir dos anos 1960, grandes
centros urbanos se instalaram no entorno, pressionando o bioma dali.
O potencial geológico da Renca é semelhante ao de Carajás, segundo a organização WWF e o geólogo
Onildo Marini, diretor-executivo da Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral
Brasileira (Adimb). Por isso é tão interessante para investidores.
"Essa região é altamente promissora para a exploração de diversos minérios", afirma Marini.
O geólogo concorda que a abertura da área provocará "certo impacto" com a construção de rodovias,
chegada de energia elétrica e de moradores. Mas defende que ele ficará restrito.
"As empresas exploradoras precisam manter um plano de manejo adequado, e as áreas de proteção
integral não serão afetadas", garante.
73
MILHORANCE, FLÁVIA. A polêmica decisão de Temer de abrir uma área gigante da Amazônia à mineração. BBC Brasil. Disponível em: <
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-41043853?ocid=socialflow_twitter> Acesso em 25 de agosto de 2017.
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A fiscalização do local não impede o garimpo ilegal. Jos Barlow, da Universidade de Lancaster (Reino
Unido), pesquisa a Amazônia há quase duas décadas e já esteve na estação ecológica do Jari, na borda
sul da reserva.
"Eu conheço bem o Jari. Quando você está ali, escuta aviões de garimpeiros a cada 30 minutos. Todos
estão pousando na Renca", conta o professor de ciência da conservação.
O governo federal e Marini argumentam que a atividade mais extensiva no local vai inibir os garimpeiros
ilegais. Já Erika Berenguer diz o contrário: com o corte de verbas de órgãos ambientais, a abertura da
região vai dificultar ainda mais a fiscalização.
O valor de R$ 3,9 bilhões, um dos menores da história, será dividido entre Ibama e outros dez órgãos
ambientais neste ano, anunciou o Ministério do Meio Ambiente.
Temer recua e vai revogar decreto que extinguiu reserva de cobre na Amazônia74
Governo confirmou a decisão sobre a polêmica Renca, que será publicada no Diário Oficial desta terça-
feira
BRASÍLIA - O presidente Michel Temer decidiu revogar o decreto de extinção da Reserva Nacional
de Cobre e Associados (Renca), uma área da floresta entre os estados do Amapá e do Pará. O Ministério
de Minas e Energia informou ter encaminhado ao Palácio do Planalto a solicitação e o governo confirmou
a decisão.
Segundo auxiliares, a decisão levou em conta a polêmica em torno do decreto e, diante de novas
pressões, o presidente decidiu deixar que o tema seja mais debatido. Segundo fontes do Planalto, Temer
vai assinar a revogação na tarde desta segunda-feira, 25, e um novo decreto será publicada no Diário
Oficial da União de terça. Ao revogar o decreto, o governo restabelece as condições originais da área,
criada em 1984.
Em nota, o MME destacou que as razões que levaram o órgão a propor a extinção da Renca
permanecem as mesmas. “O País necessita crescer e gerar empregos, atrair investimentos para o setor
mineral, inclusive para explorar o potencial econômico da região”, diz o comunicado.
74
ARAÚJO, C. MONTEIRO, T. WARTH, A. Temer recua e vai revogar decreto que extinguiu reserva de cobra na Amazônia. Estadão Sustentabilidade. Disponível
em: < http://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,temer-recua-e-vai-revogar-decreto-que-extinguir-reserva-nacional-de-cobre,70002015457> Acesso em 26
de setembro de 2017.
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O debate sobre o tema será retomado “mais à frente”, esclareceu o órgão. “O MME reafirma o seu
compromisso e de todo o governo com a preservação do meio ambiente e com as salvaguardas previstas
na legislação de proteção e preservação ambiental. O debate em torno do assunto deve ser retomado
em outra oportunidade mais à frente e deve ser ampliado para um número maior de pessoas, da forma
mais democrática possível.”
No dia 14 deste mês, a Comissão de Meio Ambiente da Câmara já havia pedido a revogação definitiva
do decreto. "A maneira agressiva que foi feito (o decreto) não só causou constrangimento da sociedade
brasileira, mas do parlamento como um todo, atingiu a Câmara e o Senado", afirmou o presidente da
comissão, Ricardo Trípoli (PSDB-SP), na ocasião. "Estamos aguardando que o governo revogue por
definitivo e diga quais são os propósitos de exploração na área."
O decreto de extinção da reserva foi assinado pelo presidente Michel Temer no dia 23 de agosto.
Diante da repercussão negativa, o governo fez outro decreto, o que não aplacou as críticas. O Ministério
de Minas e Energia, depois, publicou portaria para congelar por 120 dias a proposta. O decreto também
era questionado no Senado.
O decreto original provocou uma onda de protestos de ambientalistas e artistas, como a modelo Gisele
Bündchen, que acusaram o presidente de estar "vendendo" uma parte da Amazônia para interesses de
mineradoras estrangeiras. As críticas chegaram até ao Rock in Rio, novamente pela voz de Gisele e da
líder indígena Sônia Guajajara, que fez um protesto durante a apresentação de Alicia Keys.
A Renca originalmente não era uma área de proteção ambiental. Ela foi criada para assegurar a
exploração mineral ao governo, mas com o passar dos anos acabou ajudando a proteger a região, na
Calha Norte do Rio Amazonas, que é hoje uma das mais bem preservadas da Amazônia.
A reserva mineral, criada em 1984, pelo então governo militar, delimitou um retângulo de 4,7 milhões
de hectares na região entre o Pará e o Amapá rico em ouro, nióbio e outros metais, onde somente o
próprio governo poderia exercer qualquer atividade mineral. Havia um bloqueio a empresas privadas, que
foi levantado pelo decreto de agosto do presidente Michel Temer.
Ao longo desses 33 anos, no entanto, a região praticamente não teve exploração mineral. Salvo a ação
de alguns garimpeiros. Por isso, diante de um cenário quase intocado, ao longo desse período os
governos federal e estaduais foram criando nove áreas protegidas na região – sete unidades de
conservação e duas terras indígenas naquela área –, que acabaram se sobrepondo à Renca.
Hoje quem de fato preserva a floresta ali são essas UCs e TIs. Com Renca ou sem Renca, só é
possível hoje ter exploração mineral em algo entre 15% e 30% desse quadrilátero de 4,7 milhões de
hectares – só é permitido ter algum tipo de exploração mineral, e ainda assim, com limites, em unidades
de conservação de uso sustentável, como é o caso das florestas estaduais do Paru e do Amapá. Nas
UCs de proteção integral e nas TIs, a mineração é vetada.
O temor de ambientalistas era que, com a extinção da Renca, haveria um novo interesse de empresas
de mineração pela região. Até mesmo o Ministério do Meio Ambiente tinha se mostrado contrário a essa
medida, e o ministro Sarney Filho disse, em entrevista ao jornal Valor Econômico, que foi pego de
surpresa com a decisão de Temer de extinguir a Renca. (Colaborou Giovana Girardi).
Globalização
Com o final da Segunda guerra Mundial e com a transformação dos Estados Unidos em grande
potência mundial, surge uma nova forma de economia. Apesar do capitalismo ter vivido a sua “Era de
Ouro” na década de 1970, com a exploração do petróleo, a Guerra Fria acabou por não permitir que esse
sistema alcançasse o mundo todo. Somente com a desintegração da União Soviética é que o mundo
passa viver sob uma nova ordem mundial, a partir do início dos anos de 1990, essa nova ordem será
construída sob o processo da globalização.
O que possibilitou para que essa nova ordem mundial se instalasse foi o grande aumento de fluxo de
informações que temos hoje. Com os grandes avanços tecnológicos, principalmente no âmbito da
telecomunicação e da informática, se tornou possível que o mundo se conectasse e se integrasse. O
mundo já vivenciou três revoluções industrial, a primeira que foi marcada pelo aparecimento da fábrica e
da máquina a vapor, a segunda pelo surgimento da ferrovia, da eletricidade, do telégrafo e do automóvel.
E a terceira, que ainda estamos vivendo, que é marcada pelo grande desenvolvimento tecnológico, como
telefones e celulares, computadores, automação da indústria, etc.
Esse grande avanço tecnológico, principalmente dentro da indústria, acabou por gerar uma maior
diversificação de produtos, além de ter barateado inúmeros produtos, tornando-os mais acessíveis.
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Contudo, para chegar a essa barateamento, o custo da produção teve que diminuir e foi através da
mecanização e automação dos serviços que esse corte foi feito. Como consequência, pequenas
empresas que não conseguem acompanhar tal desenvolvimento acabam por ser absorvidas pelas
grandes.
Com a transformação da economia mundial, surgiram as empresas multinacionais ou
transnacionais, essas empresas produzem bens montados com peças fabricadas em diversas partes do
mundo, principalmente nos países menos desenvolvidos, onde a mão-de-obra e as matérias-primas são
mais baratas. É comum que cada parte do produto seja produzido em um país diferente, desde que o
custo da produção seja ainda mais reduzido.
Apesar de gerar um grande número de empregos, quando um país recebe as empresas multinacionais,
grande parte do lucro gerado volta para o país de origem. Os países que receberam as empresas além
de quase não obter o lucro, acaba por quase nunca alcançar o desenvolvimento de países já
industrializados. A desigualdade social gerada pela globalização é outro ponto negativo, a renda e o poder
acabam por ficar concentrada nas mãos de uma minoria.
No caso do Brasil, o processo de entrada das multinacionais começa com o governo de Juscelino
Kubitschek (1956-1961), com a instalação de fábricas da Ford, Volkswagen, GM, entre outras.
Consequências da Globalização
Com o grande avanço das multinacionais, a expansão dessas empresas para países menos
desenvolvido, acabou por gerar um maior avanço da industrialização e na urbanização nos países menos
desenvolvidos, incluindo o Brasil.
Outro ponto de grande relevância que foi gerado graças a globalização, foi a formação de acordos e
blocos econômicos. Esses acordos permitem que haja uma maior troca comercial entre os países que
participam.
O grande avanço da globalização, acabou por consolidar o sistema capitalista, permitindo a sua rápida
transformação. Com a grande interação mundial, o sistema liberal ou neoliberal, acabou se estendendo
por quase todo o mundo, o liberalismo econômico acredita que o Estado deva interferir o mínimo possível
na econômica, favorecendo assim a iniciativa privada.
O aumento e a popularização do acesso à internet e a comunicação quase instantânea através dos
meios de comunicação, é um fator representativo do quanto o processo de globalização nos atinge.
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TERRA, Lygia; et. al. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. 2ª edição. São Paulo: Moderna.
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Podemos dizer que as desigualdades econômicas e sociais dividem o mundo em dois grandes grupos:
o dos países ricos, mais industrializados, desenvolvidos, com menores problemas sociais, e o dos
países pobres, menos industrializados, que contam com inúmeros problemas sociais, incluindo enorme
quantidade de pessoas que vivem em precárias condições de vida. Esses grupos não são homogêneos,
apresentando grandes diferenças.
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Os países industrializados centrais iniciaram sua industrialização ainda no século XIX, formando
uma indústria nacional e consolidando um mercado interno. Atualmente fabricam e exportam produtos da
indústria de ponta (informática, aeroespacial e outras), os quais agregam alta tecnologia.
Podemos citar como exemplos os Estados Unidos, alguns países da Europa Ocidental (Alemanha,
França, Reino Unido, Itália, Holanda, Bélgica, Suíça e Suécia), Japão e Canadá.
O grupo das sete nações mais industrializadas (Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Itália,
Reino Unido e Canadá) é conhecido como G-7. Em alguns casos a Rússia integra esse grupo, que passa
a ser denominado G-8.
Os países industrializados semiperiféricos formam um grupo muito diversificado e a maior parte
tem pouca porcentagem de participação nas exportações de produtos manufaturados.
Além das áreas centrais da Europa, outros países europeus (como Polônia, Espanha, Portugal e
Grécia) ou ex-colônias europeias (Austrália, Nova Zelândia, África do Sul) funcionam como espaços de
produção industrial anexos dos países centrais.
Alguns países da Comunidade de Estados Independentes (CEI), como Rússia, Cazaquistão, Belarus
e Ucrânia, tentam se reorganizar industrialmente após o abandono do regime socialista.
Também fazem parte desse grupo países da América Latina, como México, Brasil e Argentina, que
fabricam e exportam produtos industrializados utilizando principalmente baixa e média tecnologia, mas
também exportam produtos agrícolas, matérias-primas minerais e vegetais.
Os países semiperiféricos da Ásia têm aumentado sua participação nas exportações mundiais,
representando 31,5% do total em 2010, ano em que a China ultrapassou os Estados Unidos tornando-se
a primeira potência comercial do mundo. Os Tigres Asiáticos constituíram uma indústria nacional voltada
para o mercado internacional, abastecendo-o com produtos de tecnologia avançada (computadores,
automóveis e aparelhos eletrônicos). Investimentos em educação produziram uma mão de obra
qualificada, embora barata.
Os Novos Tigres Asiáticos, conjunto formado por Malásia, Indonésia, Filipinas e Tailândia, procuram
aumentar sua produção e exportação de manufaturados. Esses países se industrializaram na década de
1970, na mesma época da industrialização de Chile, Egito, Turquia, Ilhas Maurício, Venezuela, Colômbia,
Peru, Argélia e Marrocos.
Entre os países semiperiféricos, os exportadores mais dinâmicos, que respondem por até 80% das
exportações dos países em desenvolvimento, de baixa, média e alta tecnologia, são apenas sete: China,
Coreia do Sul, Malásia, Cingapura, Taiwan, México e Índia.
A China e a Índia, economias que têm crescido muito, integram-se ao esquema de produção e
comercialização fabricando, entre outros, partes de componentes para computadores ou carros.
Contando com um terço da população mundial e com grandes taxas de crescimento econômico, apesar
de apresentarem grandes problemas sociais, uma aliança entre essas duas potências emergentes
poderia redefinir o poder mundial.
Especialistas do mundo dos negócios dizem que no final da primeira metade do século XXI será
impossível ignorar a sigla Brics – iniciais de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (South Africa).
Inicialmente, os quatro primeiros países constituíram o Bric, um grupo de cooperação que realizava
reuniões anuais com o objetivo de aumentar sua importância geopolítica no cenário mundial. Em 2011, a
África do Sul foi formalmente incluída no grupo, por apresentar desenvolvimento similar. Esses países
são considerados a elite dos mercados emergentes com crescente importância na economia global.
Segundo prognósticos, esses cinco países deverão estar entre as maiores economias do planeta,
desbancando potências como o Japão e a Alemanha.
Os países de fraca industrialização (ou periféricos) constituem-se de parte dos países asiáticos,
parte dos latino-americanos e a maioria dos africanos. Contando com pouca industrialização e tendo por
base uma economia agroexportadora, participam marginalmente do mercado mundial, fornecendo
principalmente produtos primários.
Na África, destacam-se as exportações de cacau (Costa do Marfim), de tabaco (Zimbábue) e de
minérios, como o diamante (Botsuana e Namíbia) e o cobre (Zâmbia e Namíbia). Na América Central e
América do Sul, Jamaica e Suriname exportam bauxita; a Bolívia, gás natural; e o Chile, cobre. Na Ásia,
o Sri Lanka depende das exportações de chá.
As cotações das commodities (mercadorias em estado bruto ou produtos primários) são fixadas pelos
países ricos, sendo constantemente depreciadas. Além disso, os países ricos mantêm um conjunto de
barreiras protecionistas e de subsídios agrícolas, desfavorecendo ainda mais os países periféricos.
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internacional utilizava o padrão-ouro para definir o valor das moedas a partir do peso do ouro ou
equivalente (1870-1914). A substituição do padrão-ouro pelo padrão dólar-ouro (1944-1971), definido
na Conferência de Bretton Woods, fez do dólar dos Estados Unidos a principal moeda internacional,
assegurando seu predomínio nos bancos centrais dos países e no comércio mundial. Os Estados Unidos
se comprometiam a trocar, sempre que necessário, dólares por ouro.
Cada país era obrigado a declarar o valor de sua moeda em dólar e em ouro para o Fundo Monetário
Internacional (FMI), um dos organismos criados nessa conferência, que tinha a função de garantir a
estabilidade do sistema financeiro para favorecer a expansão e o desenvolvimento do comércio mundial.
Posteriormente esse organismo passou a supervisionar as dívidas externas dos países.
Como resultado da Conferência de Bretton Woods foi criado também o Banco Mundial, em 1945, que
financiou a reconstrução da Europa no pós-guerra. Atualmente realiza empréstimos para países
periféricos ou semiperiféricos. Uma das principais instituições que compõem o Banco Mundial é o Banco
Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (Bird).
Na fase da globalização financeira, déficits na balança de pagamentos dos Estados Unidos levaram o
país a declarar, em 1971, que não mais converteriam dólar em ouro. Em 1979, foi estabelecido o padrão
financeiro de câmbio flutuante, adotando-se o sistema de taxas de câmbio flutuantes entre divisas.
Dessa maneira, abriu-se o caminho para os programas de reajuste estrutural, impostos pelo FMI aos
países periféricos, e para a liberalização do comércio externo. Os países subdesenvolvidos obtiveram
permissão para contrair empréstimos junto ao FMI. Assim, ao final de 2003, os países em
desenvolvimento tinham uma dívida de mais de 2,5 bilhões de dólares oprimindo-os e impedindo-lhes o
desenvolvimento.
Muitas dívidas, contraídas em períodos de ditaduras, foram consideradas “odiosas” por alguns
economistas e organizações, pois não serviam aos interesses do povo. Mesmo o pagamento de enormes
quantias tem sido insuficiente para quitar parte dessa dívida externa diante dos altos encargos de juros e
dos serviços da dívida (reembolso anual de capital e interesses vencidos). Estima-se que a África
Subsaariana pagou duas vezes o montante de sua dívida externa, entre 1980 e 1996, mas encontra-se
três vezes mais endividada. Sendo assim, os países pobres passam a depender de mais empréstimos de
instituições como o FMI e o Banco Mundial para manter esse círculo vicioso, submetendo-se às
imposições de ajustes estruturais.
Outro organismo que estabelece regras para o comércio internacional, visando diminuir barreiras
comerciais, é a Organização Mundial do Comércio (OMC), criada em 1995 em substituição ao Acordo
Geral de Tarifas e Comércio (Gatt), de 1947. Em diversas negociações, esse organismo tem favorecido
os países mais industrializados, como entre 1986 e 1994, na Rodada do Uruguai; em 1999, na Rodada
do Milênio; e, em 2001, na Rodada de Doha.
De fato, a taxa de abertura econômica dos países mais ricos – 13,5% para os Estados Unidos e Japão,
e 14,3% para os da União Europeia – é muito inferior à dos países mais pobres (cerca de 30%). Isso se
deve ao fato de que a pressão da União Europeia e dos Estados Unidos foi maior para exportar seus
produtos industriais e serviços a taxas aduaneiras mais baixas do que a diminuição de subvenções e
créditos protecionistas aos seus produtos agrícolas. Esse fato acentuou ainda mais a desigualdade de
condições dos países no comércio mundial.
Por causa dessas dificuldades, outras organizações exercem um poder político importante no contexto
internacional. Esse é o caso da Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o
Desenvolvimento (Unctad), que desde 1964 presta auxílio técnico aos países em desenvolvimento para
a integração no comércio mundial. Por considerar discriminatórias as políticas da OMC, esses países
apoiam-se na Unctad para negociar com os países ricos.
A organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) também é um bom exemplo de
organização paralela de defesa de interesses.
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Por causa dessa crise, as economias do mundo rico encolheram 3,2% em 2009 e cresceram, em
média, 2% em 2010. O desemprego também aumentou nesses países, atingindo patamares acima de
8%. Em contrapartida, no Bric, a crise teve um impacto menor.
Por sua vez, o comércio mundial encontra-se fortemente concentrado nos países mais ricos, e os
principais prejudicados da crise financeira foram os mais pobres. Segundo projeções do Banco Mundial,
o número de pessoas muito pobres será maior até 2020 do que poderia ser se o crescimento econômico
não tivesse diminuído desde 2008 e os programas sociais não tivessem sido afetadas.
Mercosul
O Mercado Comum do Sul (Mercosul) começou a vigorar com o Tratado de Assunção, assinado em
1991 entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. No início, esse tratado estabeleceu uma zona de livre-
comércio ao liberar a circulação de mercadorias entre os países-membros por meio da eliminação de
tarifas alfandegárias e de restrições comerciais não tarifárias, como o estabelecimento de cotas de
importação de certos produtos. Por meio de acordos realizados depois, o bloco se converteu em uma
união aduaneira com os países-membros definindo uma tarifa externa comum (TEC) em relação às
nações não integrantes do bloco.
Acordos de livre-comércio também foram firmados com países vizinhos, que se incorporaram ao bloco
na condição de membros associados: Bolívia e Chile (1996), Peru (2003), Colômbia e Equador (2004).
Em 2012, o Paraguai foi suspenso pelo bloco em razão da deposição do governo de Fernando Lugo, e a
Venezuela foi aceita no Mercosul.
Embora o nível de integração entre os países do bloco ainda tenha um longo caminho a percorrer, a
sua criação promoveu um crescimento significativo do comércio entre os parceiros do bloco que,
atualmente, movimenta cerca de 63 bilhões de dólares (no início do acordo, esse valor era de apenas 10
bilhões de dólares). Aproximadamente 27 de todas as exportações e 34 das importações no Mercosul
são realizadas pelo comércio entre os próprios parceiros do bloco, sobretudo entre Brasil e Argentina, as
maiores economias da região.
Os impasses na integração76
Apesar dos avanços já alcançados, o processo de integração e fortalecimento das relações entre os
países do Mercosul enfrenta uma série de obstáculos e dificuldades. Inúmeras barreiras comerciais que
ainda são mantidas em certos se- tores considerados estratégicos para a economia dos países são
entraves para a livre circulação de mercadorias, capitais, serviços e pessoas no interior do bloco. Isso
ocorre porque o estabelecimento de alguns acordos comerciais pode afetar negativamente a economia
de um ou outro país. A abertura do setor agrícola, por exemplo, afeta os agricultores brasileiros, menos
competitivos que os argentinos; a abertura do setor industrial, por sua vez, traz prejuízos aos empresários
argentinos, que sofrem os efeitos da concorrência da indústria brasileira, mais competitiva e avançada do
ponto de vista tecnológico.
Por outro lado, Uruguai e Paraguai reivindicam concessões econômicas a fim de compensar
assimetrias de mercados decorrentes de suas fragilidades econômicas. Juntas, as economias desses
países representam menos de 2 do PIB total do bloco. Essas assimetrias também são observadas em
indicadores como taxas de desemprego, inflação, renda per capita, endividamento externo, entre outros
fatores, que comprovam as imensas disparidades socioeconômicas entre os países-membros do bloco.
Problemas dessa ordem emperram o avanço das negociações e dificultam o estreitamento das relações
comerciais e diplomáticas necessárias para eliminar a adoção de medidas protecionistas, que dificultam
a plena integração entre os parceiros.
Mercosul OU Alca?
A integração do Mercosul também sofre ameaças que vêm do plano externo, sobretudo da política Li
dos Estados Unidos que busca minar o fortalecimento econômico do Mercosul na tentativa de consolidar
o projeto de criação da Área de Livre-Comércio das Américas (Alca), reunindo todos os países do
continente em um único bloco econômico.
A primeira reunião para a discussão da criação da Alca ocorreu em 1994, em Miami, Estados Unidos,
durante a 1ª Cúpula das Américas, quando participaram os 34 países do continente americano, exceto
76
RATTNER, Henrique. Mercosul e Alca: o futuro incerto dos países sul-americanos. São Paulo: Edusp, 2002. p. 109-119.
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Cuba. Idealizado pelo governo dos Estados Unidos, a constituição do bloco tem como objetivo área de
livre-comércio.
O projeto de implantação da Alca revela a retomada do interesse geopolítico e estratégico dos Estados
Unidos pela América Latina, como forma de ampliar sua hegemonia sobre essa região, marginalizada
durante quase toda a segunda metade do século passado, quando os interesses de Washington
estiveram voltados à Europa, palco central da Guerra Fria. Apesar de ter expandido sua hegemonia
comercial e financeira por todo o mundo, os EUA procuraram aumentar a sua participação no comércio e
nas transferências por serviços na América do Sul face à concorrência da União Europeia, cujos
investimentos na área do Mercosul cresceram muito nos últimos anos. [ .. ] Com a criação da ALCA, os
Estados Unidos concretizarão a integração subordinada do hemisfério ocidental, consolidando essa
imensa área de influência econômica e político-militar.
Além de assegurar o livre fluxo das exportações para a região, com centenas de milhões de
consumidores potenciais, o saldo superavitário assim conseguido ajudará a equilibrar os déficits dos EUA
com as regiões da União Europeia, Japão e China. [ ... ]
As negociações para a criação da Alca, no entanto, encontram muitas resistências, especialmente por
parte do Brasil, que possui a economia mais industrializada do continente, atrás apenas dos Estados
Unidos e do Canadá. Existe o temor de que a entrada na Alca possa provocar prejuízos ao setor industrial
brasileiro que não seria capaz de competir com o poderio das empresas estadunidenses, mais
competitivas e avançadas tecnologicamente. Por outro lado, os setores com maior destaque da economia
brasileira, como os de mineração, siderurgia e agroindústria (produção de açúcar e álcool, de suco
concentrado, carnes e seus derivados), são muito prejudicados pela imposição de barreiras
protecionistas, como subsídios, cotas, dumping, restrições fitossanitárias e administrativas praticadas
pelo governo estadunidense. Por conta disso, em vez de ingressar na Alca E condições desvantajosas,
a política externa brasileira tem buscado o fortalecimento do Mercosul, ampliando as relações políticas
e econômicas com esse bloco para obter vantagens em uma negociação com os Estados Unidos.
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No plano econômico, o país tem como principais produtos de exportação o minério de ferro, aço, soja
e derivados, automóveis, cana-de-açúcar, aviões, carne bovina, café e carne de frango. O principais
produtos importados pelo Brasil são petróleo bruto, produtos eletrônicos, peças para veículos,
medicamentos, automóveis, óleos combustíveis, gás natural e motores para aviação.
Entre os países que mais compram produtos brasileiros estão China, Estados Unidos, Holanda,
Argentina e Alemanha.
5. Fontes energéticas;
“Falar de recursos naturais é falar de recurso que, por sua própria natureza, existem
independentemente da ação humana e, assim, não estão disponíveis de acordo com o livre-arbítrio de
quem quer que seja”. (PORTO GONÇALVES, Carlos Walter. O desafio ambiental. Rio de Janeiro: Record,
2004, p.66).
A exploração dos recursos naturais promovida pelas atividades humanas começou a se tornar mais
intensa nos últimos 250 anos, a partir da Revolução Industrial. A expansão da produção econômica,
apoiada principalmente no desenvolvimento das atividades industriais, promoveu o aumento da produção
em larga escala, exigindo, como consequência, a utilização cada vez maior de matérias primas e de fontes
energéticas cuja exploração alcançou níveis sem precedentes em toda a história.
Com o advento da sociedade industrial e o desenvolvimento científico e tecnológico voltado para o
aumento crescente da produção, arraigou-se na sociedade capitalista a ideia da natureza como
fornecedora de recursos econômicos, vistos como bens que podem ser explorados a fim de gerar riquezas
e lucros. Com essa mentalidade estritamente econômica, a natureza passou a ser tratada como um
simples estoque de matérias-primas, fonte inesgotável de recursos necessários para sustentar e garantir
a própria reprodução do modo de produção.
Dessa forma, a lógica que sustenta o industrialismo econômico em expansão ao longo dos últimos
séculos está centrada na concepção de natureza como recurso infinito e inesgotável. Isso significa,
77
ANGLO: GARCIA, Hélio Carlos; GARAVELLO, Tito Márcio. Geografia do Brasil. São Paulo, 4ª edição: Anglo.
COLEÇÃO OBJETIVO – Sistema de Métodos de Aprendizagem – ANTUNES, Vera Lúcia da Costa. Geografia do Brasil: Quadro Natural e Humano.
LUCCI, Elian Alabi. Geografia Geral e do Brasil. Elian Alabi Lucci; Anselmo Lazaro Branco; Cláudio Mendonça. 3ª ed. São Paulo: Saraiva.
MARTINEZ, Rogério. Novo olhar: Geografia. Rogério Martinez, Wanessa Pires Garcia Vidal. 1ª edição. São Paulo: FTD, 2013.
MARTINI, Alice de. Geografia. Alice de Martini, Rogata Soares Del Gaudio. 3ª edição. São Paulo: IBEP, 2013.
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portanto, que o sistema econômico moderno está organizado e orientado para a utilização cada vez mais
eficaz da natureza e de seus recursos. Assim, pode-se dizer que as raízes do intenso processo de
degradação da natureza e o agravamento dos problemas ambientais que presenciamos em nossa época
ligam-se diretamente a esse modelo econômico predatório do ponto de vista ambiental.
De maneira geral, os recursos naturais podem ser classificados ou agrupados e duas categorias:
Recursos Naturais Renováveis: aqueles que podem ser repostos ou recriados (renovados) pela
natureza em um período de tempo relativamente curto, desde que utilizados de maneira racional. Entre
esses recursos estão florestas, solos e fontes hídricas (rios, lagos, oceanos);
Recursos Naturais Não Renováveis: aqueles que não podem ser repostos pela sociedade e que
levam milhões de anos para serem repostos pela natureza. Os minerais, como bauxita, ferro, ouro, etc.;
e os combustíveis fósseis, como o petróleo, são exemplos de recursos que vão se esgotando à medida
que são extraídos da natureza.
De modo simples, podemos entender por indústria “o ato de transformar, com ajuda de um certo
trabalho, a matéria-prima em bens de produção e consumo”.
a) Extrativas: Aquelas que extraem certos produtos da natureza, sem, contudo, alterar suas
características. Compreendem dois tipos principais: a indústria extrativa vegetal e a indústria extrativa
mineral.
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Carvão, petróleo, gás natural e folhelho (xisto)
betuminoso.
Água
Lagos, rios e água subterrânea.
A produção siderúrgica é uma das mais importantes no processo industrial brasileiro. Sua implantação,
porém, é de custo muito elevado, o que fez com que o Estado assumisse essa incumbência nas décadas
de 1940 a 1970.
O minério de ferro é a base da produção do aço, o que explica a implantação das siderúrgicas bastante
próximas das grandes jazidas desse minério.
Como as produções minerais têm caráter estratégico no processo industrial, historicamente os países
desenvolvidos buscaram controlar reservas minerais dentro e também fora dos seus limites territoriais. A
ação das suas empresas mineradoras é bastante sensível nos países subdesenvolvidos, que dispõem de
grandes reservas minerais mas de recursos escassos para explorá-las.
O Brasil, enquadrado nessa descrição, teve de acolher muitas empresas estrangeiras do setor mineral.
Ferro:
O ferro é obtido pela redução dos seus óxidos. Seus principais minérios são:
Magnetita, com 72,4% de teor de ferro;
Hematita, com 70,0% de teor de ferro;
Limonita, com 59,9% de teor de ferro;
Siderita, com 48,0% de teor de ferro.
A ocorrência de minério de ferro no Brasil foi revelada no final do século XVIII e o seu aproveitamento
teve início na segunda década do século XIX, em Minas Gerais.
Em 1996, o Brasil possuía 8,6% das reservas mundiais, classificando-se em 5º lugar entre os países
detentores do maior volume de minério. Porém, devido ao alto teor de ferro contido em seus minérios, do
tipo hematita e itabirito (60%), o Brasil ocupa posição privilegiada em relação ao ferro produzido
mundialmente. Entre os produtores e exportadores, o Brasil coloca-se entre os maiores.
As grandes jazidas do Brasil encontram-se em Minas Gerais (Quadrilátero do ferro), Pará (Serra dos
Carajás) e Mato Grosso do Sul (Morro do Urucum).
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Manganês:
O manganês é um metal encontrado na crosta terrestre em formas combinadas (óxidos, silicatos,
carbonatos, etc.). A quantidade de minerais de manganês é muito grande (mais de 100), sendo o principal
a pirolusita.
A principal utilidade do manganês (95%) é na indústria siderúrgica, na qual se utilizam 30 Kg de minério
de manganês para cada 1 tonelada de aço. Devido ao seu grande emprego, é um minério considerado
estratégico, sendo que os maiores consumidores (EUA, França, Alemanha, Inglaterra e Japão) não
possuem grandes reservas, exceto a Rússia.
As reservas brasileiras são cerca de 53.790 mil toneladas (cerca de 1,07% das reservas mundiais). As
principais jazidas estão: na Serra dos Carajás (PA), e no Quadrilátero do Ferro (MG).
O Brasil possui a 6ª reserva do mundo, atrás da África do Sul (a maior do mundo), Ucrânia, Gabão,
China e Austrália.
Outros Minérios
Alumínio
O alumínio é um metal branco, leve e que não se deixa tocar pela corrosão. É utilizado pela indústria
elétrica, material de transporte, construção civil, utensílios domésticos, etc.
O principal minério é a bauxita. De um total de reservas mundiais de 28,8 bilhões de toneladas, o Brasil
possui depósitos de bauxita de boa qualidade avaliados em 3,8 bilhões de toneladas, ou seja, 13,5% do
total, sendo o terceiro país em reservas de alumínio. Os depósitos encontram-se principalmente nas áreas
do rio Trombetas, de Paragominas, Juriti e Almerim, todas na região Amazônica, e em Poços de Caldas
e Muriaé (MG), Amapá, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Em 1996 houve um acréscimo de
20,5% na produção brasileira (aproximadamente 2 milhões de toneladas), principalmente em razão do
incremento na produção da Mineração do Rio do Norte S.A. (MRN), uma das mais importantes empresas
produtoras, respondendo por 78,6% do total produzido pelo país naquele ano. Outra grande empresa é a
Companhia Brasileira de Alumínio S.A. (CBA), com 10,1% do total de 1996.
No que se refere ao metal propriamente dito, o alumínio (metal primário), a produção brasileira
apresentou uma variação não muito significativa, passando de 1,18 pra 1,19 milhão de toneladas, mas
que nos situou em quinto lugar (5,8%) na produção mundial.
Cobre
É um metal conhecido desde os primórdios dos tempos da metalurgia, em razão da facilidade de sua
obtenção e pelo seu poder de combinação com outros metais, resultando em famílias de bronzes, latões
e alpacas.
Tem por características principais a dificuldade de corrosão, alto grau de condutibilidade térmica e
elétrica, maleabilidade tanto a quente quanto a frio e é facilmente soldável. Tornou-se o terceiro metal de
maior consumo, sendo superado apenas pelo ferro e pelo alumínio.
Os principais minerais do cobre são sulfetos contendo de 0,5% a 2,0% de cobre (a calcopirita ou cuprita
é um dos mais importantes).
As principais reservas de cobre do mundo estão situadas no Chile, com 27,3%, e Estados Unidos, com
15,1%, perfazendo quase metade das reservas mundiais (42,4%). Entretanto, uma razoável quantidade
desses minérios encontra-se nos países do terceiro mundo, fazendo destes os maiores fornecedores para
os países do primeiro mundo (maiores consumidores).
O Brasil, com 1,9% dessas reservas e uma produção de 46.000 t, que representa, aproximadamente,
0,4% da produção mundial, tem nesse metal uma de suas principais carências, sendo um importante
comprador no mercado mundial.
As maiores jazidas de minério de cobre no Brasil são a de Camaquã (RS), a de Caraíba (BA) e a de
Carajás (Pará).
Os maiores fornecedores de cobre ao Brasil são: o Chile, o Canadá, o Peru e o México.
Estanho
Metal brilhante de aparência semelhante à prata. Extremamente maleável, facilmente amoldável e
fusível (dos metais é o que tem um dos mais baixos pontos de fusão). O estanho é conhecido desde a
Grécia Antiga e era ali considerado precioso juntamente com o ouro e a prata. Geralmente é utilizado na
indústria elétrica, na fabricação de ligas metálicas, empregado com o revestimento em outros metais a
fim de evitar a corrosão (principalmente nas folhas-de-flandres). Até meados dos anos 60, o Sudeste
Asiático reunia os maiores produtores do metal, com Malásia, Indonésia, Tailândia e China entre os mais
importantes. Nessa época, a maior exploração brasileira era realizada por garimpagem no Estado de
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Rondônia. Em 1971, a garimpagem foi proibida e uma modificação na estrutura produtiva resultou num
aumento significativo da produção brasileira, tendo-se o estanho tornado o principal metal não-ferroso a
suprir a demanda interna (consumo local), passando a ser exportável.
Os maiores produtores do minério de estanho no Brasil, a cassiterita, são os Estados do Amazonas,
responsável por 60%, e Rondônia, com 40% (estanho contido). Em relação à produção do estanho
metálico, São Paulo é o principal responsável, com a empresa Mamoré e Metalurgia S.A. respondendo
por 83% dessa produção e a ERSA de Ariquemes – RO com 14%.
Chumbo
O chumbo é um metal conhecido desde a Roma Antiga e possui certos caracteres marcantes que o
diferencia de outros metais: baixo ponto de fusão, muito pouco duro (chega a ser facilmente riscado pela
unha) e possui uma alta capacidade de combinação com outros metais, originado ligas com as mais
diversas aplicações. É utilizado na indústria de baterias, cabos e isolantes para instalações nucleares. Ao
contrário de outros metais, tem tido o seu uso reduzido (como aditivo na gasolina).
O minério de onde mais se extrai o chumbo é a galena (sulfeto de chumbo – PbS).
As reservas brasileiras desse metal são pouquíssimas e pouco significativas, somando, em metal
contido, algo em torno de 350 mil toneladas.
Ouro:
Foi um dos primeiros metais a ser conhecido e trabalhado pelo homem em razão de suas propriedades
como dureza, maleabilidade, ductilidade e um dos metais de mais antiga exploração na América e
também no Brasil. Utilizado na indústria de ferramentas médicas, ourivesaria e na indústria eletrônica de
precisão.
A exploração de ouro no País de faz principalmente por garimpagem (ouro de aluvião, o mais
frequente) principalmente nos rios da Amazônia, o que tem trazido sérios problemas de destruição
ambiental em função do excesso de mercúrio lançado aos rios.
Os maiores produtores mundiais de ouro são: África do Sul, Estados Unidos, Austrália e Rússia. O
Brasil, no ano de 1996, apresentou uma redução de 6% em relação ao ano anterior, tendo produzido 60
toneladas, com 41 toneladas de participação de empresas de mineração (41 no total, entre elas a CVRD,
Grupo Morro Velho, Rio Paracatu Mineração, Mineração Serra Grande) e 19 toneladas dos garimpos.
Nossas principais áreas produtoras estão em Minas Gerais, na Serra de Paracatu e Quadrilátero
Ferrífero, Goiás e no Estado da Bahia. O Pará, após a grande produção na mina a céu aberto de Serra
Pelada, viu suas reservas acabar rapidamente.
Sal Marinho
Ocupa uma posição de destaque no setor da indústria extrativa mineral; é utilizado na pecuária, na
alimentação humana e na indústria química.
As principais áreas produtoras são Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro.
Fontes de Energia
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como para a fabricação de plásticos, borrachas sintéticas, fertilizantes, inseticidas, pesticidas e alguns
tipos de medicamentos e produtos químicos.
O Petróleo no Brasil
A história do petróleo no Brasil confunde-se com a da Petrobras, criada pelo governo Getúlio Vargas
em 1953, numa conjuntura política marcada pelo nacionalismo. Em defesa da soberania nacional na
exploração do petróleo presente no sobsolo brasileiro, estabeleceu-se que a empresa responsável pelo
setor seria uma companhia mista, devendo pertencer à União, por lei, no mínimo 51% das suas ações.
Nos artigos da Constituição de 1988 referentes às atividades petrolíferas sob monopólio estatal,
observa-se que os contratos de risco (autorizados na década de 1970) foram eliminados, o que impediria
a participação de empresas particulares, nacionais ou estrangeiras, no processo de prospecção e lavra
do petróleo, em território nacional.
Com as transformações de cunho neoliberal que marcaram os anos de 1990 no país, o monopólio
estatal do petróleo passou a ser questionado por poderosas forças políticas e econômicas nacionais.
Assim, por uma emenda constitucional de 1995, aprovada no Congresso Nacional em dois turnos
(primeiro na Câmara Federal e depois no Senado), a União agora pode contratar empresas privadas ou
estatais, nacionais ou estrangeiras, para atuar no setor petrolífero, que a Petrobrás dominou com
exclusividade por 42 anos.
Entretanto, a importância dessa empresa, que é a maior da América Latina, não deve diminuir. Além
de não haver concorrente nacional ou internacional capaz de lhe fazer frente na exploração do petróleo
brasileiro, ela atua, por meio de subsidiárias, também nos setores de distribuição de derivados (Petrobrás
Distribuidora), produção petroquímica (Petroquisa), prospecção e exploração de petróleo no exterior
(Braspetro), entre outros.
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O setor usineiro, interessado em ampliar a produção e o mercado, aderiu à proposta governamental,
incluindo-se entre os beneficiários dos investimentos destinados aos setores ligados à produção do álcool
no país, na forma de créditos ou subsídios, num montante que se acredita ter superado 10 bilhões de
dólares.
Todas as metas estabelecidas foram cumpridas e até extrapoladas. Para se ter uma ideia, em 1985,
no auge do programa, cerca de 91% dos veículos produzidos no país eram movidos a álcool. Mas, a partir
de 1986, com o declínio dos preços internacionais do petróleo, o resultado de tanto esforço começou a
cair por terra, e vários aspectos do Proálcool foram questionados, especialmente os seguintes:
* Em muitos casos, a expansão da cultura da cana ocupou espaços agrícolas antes usados para o
cultivo de gêneros alimentícios;
* O álcool substitui a gasolina, mas não o petróleo, e sua produção depende de derivados petrolíferos,
pois os caminhões que transportam a cana e distribuem o álcool são movidos a diesel;
* O uso do álcool gerou excedentes de gasolina de difícil comercialização, uma vez que os baixos
preços desse derivado no mercado internacional eram incompatíveis com os altos custos da Petrobrás.
Nesse contexto, a manutenção do Proálcool passou a depender de subsídios governamentais e da
vontade política da Petrobrás de arcar com pesados prejuízos na sua revenda.
No início dos anos de 1990, entre outras medidas drásticas, o governo orientou as montadoras de
automóveis a priorizar a produção de carros a gasolina – e em 1996(quando o barril de álcool custava 34
dólares, contra 19 dólares do barril de gasolina) apenas 4,6% dos veículos produzidos no Brasil eram a
álcool.
A situação agravou-se em 1997 com a resolução do governo de suspender os subsídios direcionados
ao setor produtor de álcool, ameaçando a sobrevivência de muitas usinas em funcionamento no país.
Nos anos 2000, a produção de álcool combustível cresceu de forma bastante rápida, tanto no Brasil
como no resto do mundo, o que resultou em uma produção da ordem de 46 bilhões de litros. Entre os
fatores responsáveis por tal crescimento está a elevação acelerada nos preços mundiais do petróleo, o
que levou a uma maior procura por fontes alternativas e, no Brasil, a criação de carros bicombustíveis
(flex), expandido o mercado consumidor interno de álcool.
Carvão Mineral
O carvão mineral é um combustível fóssil originado do soterramento de antigas florestas, em ambiente
com pouco oxigênio, particularmente no período Paleozoico (permocarbonífero). Dependendo das
condições ambientais e da época da sua formação, ele pode ser encontrado em diferentes estágios, como
a turfa, o linhito, a hulha e o antracito.
As reservas brasileiras são relativamente pequenas e de baixa qualidade, pois apresentam, como
regra, baixo poder calorífico e alto teor de cinzas, o que dificulta seu aproveitamento como fonte
energética ou como matéria-prima no setor siderúrgico.
Em razão dessas deficiências, o país importa 50% do carvão mineral que consome.
As maiores reservas de carvão mineral do Brasil ocorrem nos terrenos permocarboníferos do Sul.
O carvão brasileiro tem baixa qualidade, é altamente poluente, e seu aproveitamento envolve elevados
custos de transporte. Por isso, só foi cogitado seriamente como fonte energética em épocas de crise.
Foi o que se viu na década de 1970, quando os choques do petróleo fizeram que se atentasse para as
reservas sulinas, particularmente as de carvão vapor, antes tratadas como entulho, por falta de consumo.
Para incrementar a produção e o consumo, foram então adotadas diversas medidas, como: oferta de
financiamentos e facilidades às companhias carboníferas que elevassem o nível técnico da extração;
instalação de termoelétricas, sobretudo próximo às áreas produtoras de carvão ( o que explica a
concentração de tais usinas no sul do país); incentivos à vários setores industriais para substituírem o
óleo diesel por carvão vapor no processo de aquecimento das caldeiras (caso das indústrias de cimento);
desenvolvimento no setor carboquímico, para aproveitamento dos subprodutos derivados no processo de
extração do carvão (caso da pirita carbonosa, composta de ferro e enxofre).
O Gás Natural
As reservas de gás natural do Brasil, em 2005, eram relativamente pequenas, da ordem de 326 bilhões
de metros cúbicos, o que correspondia a cerca de 40% das reservas de hidrocarbonetos no país. O
consumo também era relativamente pequeno: a participação do gás natural na matriz energética brasileira
era próxima de 4,8%, apenas, sobretudo porque ele foi historicamente tratado no país como fonte
energética de importância secundária.
Por volta de 2007, graças ao avanço tecnológico dos equipamentos que possibilitavam o uso do gás
natural, o Brasil, acompanhando uma tendência mundial, procurou estimular o aumento da produção e
do consumo interno desse produto, visto ser o menos poluente dos combustíveis fósseis.
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Em 1993, foi assinado com a Bolívia um acordo de fornecimento com a intenção de provocar
expressiva elevação da participação dessa fonte na matriz energética nacional.
Segundo o Anuário 2005, a Agência Nacional de Petróleo (ANP), O Brasil importou em 2004 cerca de
8 bilhões de m³ de gás natural, o que representou 46% do consumo total do país.
Desde o início do processo de ocupação colonial, as florestas brasileiras vêm sendo destruídas
para ser utilizadas como fonte de energia, na forma de lenha ou carvão vegetal. O absurdo é que,
depois de cinco séculos, ainda exista esse tipo de utilização da vegetação que resta no país.
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Um desses acidentes – o rompimento de um duto da refinaria de Duque de Caxias (RJ), que, em
janeiro de 2000, poluiu a baía de Guanabara – é considerado o maior desastre ambiental marítimo do
país; grande quantidade de óleo atingiu os manguezais, provocando a morte de muitos animais e
vegetais. Esse acidente afetou a atividade pesqueira na região e a vida de milhares de pescadores.
Os sucessivos governos brasileiros ainda não adotaram uma ampla política para a exploração racional
dos recursos minerais, a qual priorizasse o desenvolvimento econômico sustentável, a preservação da
natureza e a conservação dessas jazidas.
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Família haitiana 80%
Família tailandesa 77%
Família norte-americana 9%
Os países desenvolvidos, tendo um maior poder aquisitivo, são os responsáveis pelo maior consumo
no planeta, muitas vezes de maneira impulsiva e desnecessária.
Esse estilo de vida baseado no “consumo como forma de obter felicidade” foi mais uma estratégia
capitalista de ampliação de negócios que, nos Estados Unidos, recebeu o nome de American Way of Life.
Basta mensurar tal comportamento pelo lixo produzido:
. Produção de lixo mundial por dia: 2 milhões de toneladas;
. Média mundial/dia por habitante de áreas urbanas: 700 g;
. Média de produção de lixo por habitante/dia na cidade de Nova York (EUA): 3 KG.
Os países industrializados apresentam menos de 25% da população mundial, mas consomem 75% da
energia global, 80% dos combustíveis comercializados e cerca de 85% dos produtos madeireiros.
Em contrapartida, nos países subdesenvolvidos, a renda média equivale a apenas 5% da obtida em
países industrializados, indicando que o consumo nesses países se restringe ao necessário ou a menos
que isso. Mesmo assim, a pobreza também exerce pressão negativa sobre o meio ambiente, uma vez
que, em muitos casos, o comportamento de quem vive na miséria e na pobreza é predatório. Poderíamos
citar como exemplos de comportamentos predatórios contra o meio ambiente:
. a coivara – queimada -, técnica primitiva de agricultura;
. o garimpo ilegal e a contaminação de rios com mercúrio;
. a ocupação irregular das margens de mananciais pelas favelas em expansão, nos países pobres.
Mananciais são fontes de água doce, superficiais ou subterrâneas, que podem ser utilizadas para
consumo humano ou desenvolvimento de atividades econômicas.
(Fonte: Ministério do Meio Ambiente).
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Foi nesse contexto que a temática ambiental adquiriu projeção e ganhou espaço nas grandes
discussões internacionais. Ainda em 1972, a ONU realizou em Estocolmo, Suécia, a I Conferência das
Nações Unidas sobre o Homem e o Meio Ambiente. Contando com representantes de mais de 100 países
e outras centenas de instituições governamentais e não governamentais, foram discutidas questões como
o controle da poluição do ar, a proteção dos recursos marinhos, a preservação e o uso dos recursos
naturais, entre outras.
Na década de 1980, a ONU deu continuidade ao debate da questão ambiental com a Comissão
Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada para estudar a problemática ambiental. Em
1987, esses estudos foram concluídos com a elaboração do documento Our Common Future (Nosso
futuro comum), conhecido como Relatório Brundtland. Como forma de conciliar o crescimento
econômico com a preservação do meio ambiente, o documento trouxe à tona a necessidade de se
promover um novo modelo de crescimento, o chamado “desenvolvimento sustentável”, como sendo
aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras
atenderem as suas necessidades.
Em 1992, vinte anos após o encontro em Estocolmo, a cidade do Rio de Janeiro sediou a Conferência
das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, mais conhecida como Eco-92 ou Rio-92.
Além de reafirmar a importância do desenvolvimento sustentável, como meta para conciliar o crescimento
econômico, com justiça social e conservação ambiental, o encontro contribuiu para ampliar a
conscientização sobre os problemas ambientais, fortalecendo ainda maios os movimentos ambientalistas
e ecológicos.
Em 1997, na cidade japonesa de Kyoto, foi formalizado um protocolo que instituiu metas para a redução
progressiva na emissão de gases poluentes, sobretudo daqueles que agravam o efeito estufa, como o
dióxido de carbono (CO²). De acordo com esse documento, os países mais ricos e industrializados
deveriam se comprometer a reduzir a emissão desses gases. Embora aceito pela grande maioria dos
países, o protocolo foi recusado pelos Estados Unidos (que respondem por cerca de 25% da emissão
total de CO² na atmosfera) enquanto outros países se opõem a ratificar o tratado que prevê cortes ainda
maiores nas emissões desses gases.
Em 2002, foi realizada em Johanesburgo, na África do Sul, a Conferência da Cúpula Mundial para o
Desenvolvimento Sustentável, a Rio +10, com o objetivo de fazer um balanço das ações realizadas e dos
resultados obtidos com base nos acordos firmados entre os países que participaram da Rio-92. Além das
questões relacionadas à conservação ambienta, também foram discutidas temáticas em âmbito social,
como a meta de redução do número de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza. Nesse encontro,
entretanto, houve pouco comprometimento das nações envolvidas em assumir realmente ações que
tivessem como resultado a melhoria socioambiental, como o cancelamento da dívida externa de países
subdesenvolvidos, a substituição de parte da energia provinda de combustível fóssil por fontes
energéticas renováveis (como a eólica, a solar, etc.).
Em junho de 2012, objetivando um encontro entre representantes do governo, ONGs, empresas
provadas e setores da sociedade civil em geral de grande parte dos países do mundo, foi realizada, no
Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Nesse
encontro, fez-se um balanço do que foi efetivamente realizado nos últimos vinte anos sobre as questões
ambientais, em especial, as estratégias mais eficientes para se promover a sustentabilidade ambiental e
também para se combater e eliminar a pobreza extrema no mundo.
A HIDROGRAFIA BRASILEIRA78
Um aspecto importante propiciado pelo relevo é o grande potencial hidráulico existente no território
brasileiro. Esse fato ocorre porque 59% da superfície do nosso país situa-se acima dos 200 metros de
altitude, e essa imensa área é percorrida por extensos rios de planalto.
O Brasil dispõe de 12% das reservas de água doce do planeta. Toda essa água flui por uma vasta e
densa rede hidrográfica. Nela, é possível identificar as duas maiores bacias hidrográficas do mundo: a
Amazônica e a Platina.
Outro destaque é a maior bacia hidrográfica inteiramente brasileira, a São-Franciscana, de grande
importância socioeconômica para o nosso país.
78
LUCCI, Elian Alabi. Geografia Geral e do Brasil – Elian Alabi Lucci; Anselmo Lazaro Branco; Cláudio Mendonça. 3ª ed. São Paulo: Saraiva.
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Bacias Hidrográficas do Brasil
Bacia Hidrográfica corresponde à área drenada por um rio principal, seus afluentes e subafluentes,
que formam, dessa maneira, uma rede hidrográfica.
Subafluente é o rio que escoa suas águas para um afluente do rio principal da bacia hidrográfica.
Os limites entre as bacias hidrográficas encontram-se nas partes mais altas do relevo e são
denominados divisores de água, pois separam as águas de bacias. O declive entre o divisor de água e
o rio principal, por onde correm as águas dos afluentes, chama-se vertente. As águas são depositadas
no leito do rio que, em época de cheia, pode transbordar para as margens baixas e planas que o
acompanham, que constituem a sua várzea.
O Brasil dispõe de uma das mais densas redes hidrográficas da Terra, que representam cerca de 14%
das reservas mundiais de água doce. No entanto, o abastecimento das regiões mais desenvolvidas
economicamente e mais populosas muitas vezes fica comprometido, pois é cada vez maior não só o
consumo de água provocado pelo crescimento populacional e urbano, como o de energia elétrica. Quando
os níveis dos reservatórios estão baixos, em decorrência da falta de chuvas, as hidrelétricas limitam o
fornecimento de água para não faltar energia elétrica, o que tem provocado racionamentos de água e até
mesmo de energia.
Esses grandes centros urbanos também estão situados distantes dos rios de maior navegabilidade,
nos quais o transporte fluvial poderia construir uma excelente alternativa de transporte. No Sudeste, na
bacia do Paraná – que cobre boa parte dessa região – estão sendo feitos investimentos em obras que
viabilizem a navegação dos rios que cortam áreas economicamente importantes.
De acordo com a classificação de relevo de Jurandyr Ross, os principais dispersores de água das
maiores bacias brasileiras estão situados:
* na Cordilheira dos Andes, onde nascem os formadores do rio Amazonas;
* nos Planaltos Norte-amazônicos, origem dos rios da margem esquerda do rio Amazonas;
* no Planalto e na Chapada dos Parecis, que separam a bacia Amazônica de rios da bacia Platina (rio
Paraguai);
* nos Planaltos e nas Serras de Goiás-Minas e nos Planaltos e nas Chapadas da Bacia do Parnaíba,
que são divisores de água das bacias do Tocantins e São Francisco;
* nos Planaltos e nas serras do Atlântico-Leste-Sudeste, onde nascem o rio São Francisco, os rios
formadores do Paraná (Paranaíba e Grande) e os seus afluentes da margem esquerda.
De modo geral, os rios brasileiros recebem águas das chuvas. Por isso, em sua maioria, são
caracterizados pelo regime pluvial.
Regime de um rio é a variação de água de um rio durante um ano, a qual está relacionada à origem
das suas águas. Quando a variação do nível depende das chuvas, o regime é pluvial, como, por exemplo,
ocorre em todos os rios brasileiros. Quando a variação depende de degelo, o regime é nival. O Amazonas
é considerado um ri ode regime misto, pois as águas próximas à nascente dependem do degelo dos
Andes, mas maior parte é alimentada pelas chuvas abundantes da região equatorial.
As Bacias Secundárias:
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As bacias secundárias reúnem um conjunto de bacias localizadas nas proximidades do litoral;
apresentam rios de pequena extensão, geralmente com poucos afluentes. São consideradas bacias
secundárias:
* Bacias do Nordeste;
* Bacias do Leste;
* Bacias do Sudeste-Sul.
O subsolo do território brasileiro armazena grande quantidade de água, inclusive sob as áreas
semiáridas do Nordeste.
As águas subterrâneas nem sempre são apropriadas para consumo.
O volume das águas encontradas próximo à superfície, as quais formam os lençóis freáticos, não só
é pequeno como pode estar contaminado. Essas águas, bastante exploradas, podem conter toxinas
oriundas tanto da agricultura como de atividades industriais.
Os reservatórios subterrâneos, localizados a centenas de metros de profundidade e que apresentam
enorme volume de água (centenas de milhares de Km³), são denominados aquíferos. Esses aquíferos
provavelmente não estão contaminados.
No trecho odo subsolo brasileiro encontra-se parte do maior aquífero do mundo – o Sistema Aquífero
Guarani -, localizado justamente numa das áreas de maior concentração populacional e de maior
consumo de água do país.
As águas desse aquífero também ocupam trechos do subsolo da Argentina, do Paraguai e do Uruguai.
Portanto, para preservar esse imenso manancial de água doce e de boa qualidade, é necessário implantar
uma política conjunta de exploração e de controle ambiental.
Questões
01. (TJM/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VUNESP/2017) Com Trump eleito, medo toma conta
da comunidade muçulmana nos EUA
O país elegeu o republicano, querido pela maioria dos movimentos extremistas. Vivem nos EUA 3,3
milhões de muçulmanos, 1% da população. Na comunidade, é forte a fobia de uma Casa Branca sob a
guarda do empresário. (Folha, 12.11.2016. Disponível em: <https://goo.gl/EzXE46>. Adaptado)
Tal fobia deve-se à proposta de campanha de Trump de
(A) vetar a entrada de muçulmanos nos EUA, especialmente de países com histórico terrorista.
(B) proibir a construção de novas mesquitas no país, impedindo a disseminação da religião.
(C) criminalizar o culto islâmico em espaços públicos, restringindo-o à prática doméstica.
(D) expulsar a população muçulmana estrangeira residente nos EUA, cassando os seus vistos.
(E) censurar a utilização de roupas muçulmanas, tais como o véu utilizado por mulheres.
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projetos para os anos de 2017 e 2018. Em reunião realizada nesta quarta-feira (30), o comitê definiu
questões como tecnologia e adaptação para orientar os programas que serão contemplados nos próximos
dois anos. Temas ligados a monitoramento e transparência também estão na lista. A iniciativa busca
manter a atuação do Fundo de acordo com os compromissos assumidos pelo Brasil, no contexto do
Acordo de Paris.”
http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2016/12/fundo-clima-definenovas-regras-para-os-proximos-
dois-anos
A respeito do Acordo de Paris, assinale a alternativa correta.
(A) Assinado em 2002, dez anos após a Rio-92, tem como objetivo a redução na emissão de gases
que contribuem para o aquecimento global.
(B) O acordo insere-se na mesma política do Protocolo de Kyoto, porém, diferentemente deste, não foi
assinado pelos Estados Unidos.
(C) O principal objetivo do acordo diz respeito a limitar o aumento da temperatura global a no máximo
2°C em relação aos níveis pré-industriais.
(D) Grande parte dos países industrializados ainda não aceitaram o acordo, o que dificulta sua
implementação.
(E) O acordo tem por base a ideia de que a temperatura média global não sofre influência da ação
antrópica.
04. (Pref. de Lauro Muller/SC – Auxiliar Administrativo – Instituto Excelência/2017) Ártico tem ano
recorde de calor e derretimento maciço de gelo. Avaliação foi publicada no Arctic Report Card 2016,
relatório revisado por pares de 61 cientistas de todo o mundo.
Disponível< http://g1.globo.com/natureza/noticia/artico-temano-recorde-de-calor-e-derretimento-
macico-de-gelo.ghtml>Acesso em 14 dez de 2016
Sobre essa notícia é INCORRETO afirmar:
(A) O Ártico quebrou recordes de calor no ano passado, quando um ar excepcionalmente quente
provocou o derretimento maciço de gelo e de neve e um congelamento tardio no outono.
(B) Os cientistas do clima dizem que as razões para o aumento do calor incluem a queima de
combustíveis fósseis que emitem gases causadores do efeito estufa, que prendem o calor na atmosfera,
bem como a tendência de aquecimento do oceano El Niño, que terminou no meio do ano.
(C) Essa tendência de aquecimento também levou a uma cobertura de gelo adulta e grossa que derrete
facilmente.
(D) Nenhuma das alternativas.
05. (Prefeitura de Cipotânea – MG – Enfermeiro - REIS & REIS) “Apontada como um mecanismo
importante de financiamento cultural no Brasil, a ________________ é constantemente alvo de críticas e
voltou ao debate nacional por causa da extinção – agora revertida – do Ministério da Cultura na gestão
interina de Michel Temer. Esta Lei foi criada em 1991, durante o governo Collor, e permite que produtores
e instituições captem, junto a pessoas físicas e jurídicas, recursos para financiar projetos culturais. O valor
destinado a esses projetos pode ser deduzido integralmente do Imposto de Renda a pagar.”
Marque a alternativa que completa corretamente o enunciado acima:
(A) Lei Collor.
(B) Lei Rouanet.
(C) Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
(D) Lei Echer.
06. (TJ-SP – Assistente Social Jurídico – Vunesp – 2017) O presidente Michel Temer sancionou na
noite desta sexta-feira o projeto de lei que regulamenta a terceirização no país.
A iniciativa foi publicada em edição extra do “Diário Oficial da União” e inclui vetos parciais a três pontos
da proposta.
(Folha de S.Paulo, 31.03.2017)
O projeto de lei sancionado
(A) Isenta as empresas contratantes e contratadas dos serviços terceirizados de qualquer ação no
âmbito da Justiça do Trabalho e determina que todos os trabalhadores terceirizados devem se constituir
em microempresários, dessa forma responsáveis pelos tributos relacionados ao trabalho.
(B) Determina que todas as empresas privadas podem terceirizar qualquer atividade profissional,
desde que todos os direitos trabalhistas sejam respeitados, e veta a utilização de trabalho terceirizado
para as empresas de economia mista e a administração pública, com exceção para a área de saúde.
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(C) Limita a terceirização do trabalhador à denominada atividade-meio e, em caso de litígio trabalhista,
as empresas contratadas e contratantes devem ser acionadas conjuntamente na Justiça do Trabalho e
dividirão os custos das indenizações relacionadas a tais processos.
(D) Impede que a empresa de terceirização subcontrate outras empresas, prática denominada de
quarteirização, e amplia os direitos trabalhistas dos funcionários das empresas de terceirização, por
exemplo o aumento da multa sobre o valor dos depósitos do FGTS em caso de demissão sem justa
causa.
(E) Permite a terceirização de todas as atividades e autoriza a empresa de terceirização a subcontratar
outras empresas para realizar serviços de contratação, remuneração e direção do trabalho e atribui à
empresa terceirizada, em casos de ações trabalhistas, o pagamento dos direitos questionados na Justiça,
se houver condenação.
07. (CRBio-1ª Região – Auxiliar Administrativo – Vunesp – 2017) O ministro (...) foi escolhido para
ser o novo relator dos processos da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), em sorteio
realizado nesta quinta-feira (02.02) por determinação da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia.
O ministro vai herdar os processos ligados à operação que estavam com o ministro Teori Zavaski,
morto num acidente aéreo em janeiro. Estavam sob a relatoria de Teori 16 denúncias e outros 58
inquéritos relacionados à Lava Jato.
(Uol, https://goo.gl/NANZYF, 02.02.2017. Adaptado)
O novo relator escolhido por sorteio é o ministro
08. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Vunesp – 2017) A crise atual entre os EUA e a
Coreia do Norte se intensificou em 8 de abril, quando, após um teste de míssil frustrado pela Coreia
do Norte, Trump disse ter enviado uma “armada muito poderosa” para a península coreana, uma
referência ao porta-aviões USS Carl Vinson e a um grupo tático.
(G1, 23.04.17. Disponível em: <https://goo.gl/20hQJx>. Adaptado)
(A) a decisão de interromper o programa nuclear, o convite público a agentes de inspeção da ONU e
a aproximação com os países vizinhos.
(B) a ruptura com a moderada e conciliatória China, a ameaça de invasão da Coreia do Sul e a
hostilização do Japão.
(C) o seu desligamento da ONU, a expulsão dos diplomatas dos países ocidentais e a aliança com
outros países comunistas.
(D) o pedido de intermediação da China, o recurso à ONU para negociação e o aceno aos EUA com
uma proposta de acordo.
(E) a exibição pública do seu arsenal militar, a realização de novos testes de mísseis e a ameaça de
um ataque nuclear preventivo.
09. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Vunesp – 2017) Os chanceleres dos países
fundadores do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) farão uma reunião de emergência
neste sábado [1 de abril] em Buenos Aires para discutir sua reação à situação da Venezuela. O tema
central deverá ser a suspensão do país do bloco econômico. É possível que se discuta uma medida
ainda mais dura: a expulsão.
(Estadão, 31.03.17. Disponível em: <https://goo.gl/w9Pv4N> . Adaptado)
Essa possível suspensão ou expulsão deve-se
(A) à aplicação da cláusula democrática, que determina alguma sanção nos casos de interrupção da
ordem democrática, como estaria ocorrendo na Venezuela.
(B) à realização de práticas irregulares de protecionismo e renúncia fiscal na Venezuela, contrariando
as políticas de livre comércio do bloco.
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(C) à recusa da Venezuela em aceitar as propostas que visam à construção de uma moeda única para
o bloco, o que atrasa o processo de integração.
(D) aos obstáculos impostos pela Venezuela às negociações dos tratados de comércio com os EUA,
destoando das decisões dos outros países do bloco.
(E) à iminência de guerra civil por conta da profunda crise social que atinge a Venezuela, retirando o
país da situação de paz interna exigida pelo bloco.
(A) a aplicação do fator previdenciário para servidores públicos e o direito à aposentadoria com menos
anos de contribuição do que os trabalhadores privados.
(B) a integralidade, que garante a aposentadoria com o último salário da carreira, e a paridade, que
garante ao servidor aposentado reajustes salarias iguais ao do pessoal da ativa.
(C) o período mínimo de 25 anos de contribuição, que passaria para 35 com a reforma, e o mínimo de
50 anos de idade para aposentar-se, que poderia aumentar para 60 anos.
(D) a estabilidade após dez anos de serviço e o pagamento, aos filhos, de pensão integral vitalícia no
caso de servidores públicos que venham a falecer.
(E) a não contribuição dos servidores com o INSS, destinado apenas à aposentadoria na iniciativa
privada, e o direito ao aumento real anual no valor da aposentadoria.
11. (Prefeitura de Salvador-BA – Tecnico de Nível Superior II – Direito – FGV) Desde a morte de
Hugo Chávez, em 2013, as tensões entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição se intensificaram
e o atual presidente está em dificuldade para dar continuidade às políticas do "socialismo bolivariano"
de seu antecessor.
Assinale a opção que identifica corretamente um fator que vem agravando a recente crise política
e econômica da Venezuela.
(A) A queda nas exportações de petróleo, em função do avanço da demanda por fontes de energias
renováveis no mercado internacional.
(B) O desabastecimento crônico, causado pela política de privatização dos setores básicos de
produção e distribuição de alimentos e insumos.
(C) O intervencionismo norte-americano, responsável pela instalação de bases militares no país e pelo
patrulhamento do Pacífico pela quarta frota dos Estados Unidos.
(D) A expulsão da Venezuela da Organização dos Estados Americanos (OEA) em razão de seu apoio
ao regime de Cuba e Honduras.
(E) A perda da maioria no Legislativo, por parte das forças chavistas nas eleições de dezembro de
2015, o que aprofundou o impasse entre a oposição e o governo de Maduro.
13. (PC-AP – Agente de Polícia – FCC) O presidente Michel Temer sancionou em 24 de maio o
projeto da nova Lei da Migração. O texto será publicado no dia 25, no Diário Oficial da União.
(Adaptado de: http://brasil.estadao.com.br)
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I. À semelhança do Estatuto do Estrangeiro, da década de 1980, a nova lei está voltada para a
segurança nacional.
II. A nova lei determina a existência de um visto temporário para pessoas que precisam fugir dos países
de origem, mas que não se enquadram na lei do refúgio.
III. A lei acaba com a proibição e garante o direito do imigrante de se associar a reuniões políticas e
sindicatos.
IV. Para especialistas, a legislação endurece o tratamento para os imigrantes, o que fere os direitos
humanos e incentiva a xenofobia.
(A) II e III
(B) I e II
(C) I e IV
(D) II e IV
(E) III e IV
14. (PC-AP – Agente de Polícia – FCC) A Lei da Terceirização, foi sancionada pelo presidente Michel
Temer, em 31 de março. Essa lei dispõe que:
I. A terceirização poderá ser aplicada a qualquer atividade da empresa, tanto atividade-meio como
atividade-fim.
II. O tempo de duração do trabalho temporário não deve ultrapassar três meses ou 90 dias.
III. Após o término do contrato, o trabalhador temporário só poderá prestar novamente o mesmo tipo
de serviço à empresa após esperar três meses.
(A) I e III
(B) I
(C) I e II
(D) II e III
(E) III.
16. (SEDUC-PA -Professor - História – CESPE) A globalização econômica dos dias atuais
(A) é um processo sem raízes na história do capitalismo
(B) inclui-se na evolução complexa das formas de produzir e consumir que se desdobra da Terceira
Revolução Industrial.
(C) não encontra apoio na nova ordem política internacional em gestação.
(D) está relacionada à ampla socialização e distribuição equitativa dos bens da produção.
17. (SEDUC-RJ - Professor – História – CEPERJ) Dentre outras modificações nas relações sociais
de produção, recentemente, o fordismo passa a adquirir formas híbridas ou a ser trocado por processos
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mais flexibilizados de trabalho e produção, e surge um modelo mais atento às novas exigências do
mercado que busca integrar inovação, competitividade e produtividade. Muitos historiadores e cientistas
sociais afirmam que, especialmente após os anos 80 do século passado, vivemos um novo ciclo de
expansão do capitalismo e inauguramos um também novo processo civilizatório de alcance mundial. O
nome genérico pelo qual conhecemos o fenômeno que, dentre outros, relaciona-se com a transformação
histórica mencionada é:
(A) Perestroika
(B) Glasnos
(C) Globalização
(D) Antiglobalização
(E) Imperialismo
19. (IF-SP - Professor – Geografia - FUNDEP (Gestão de Concursos)) Leia esta afirmativa:
O território de um país pode tornar-se um espaço nacional da economia internacional.
Essa afirmativa está:
(A) CORRETA, pois a economia de todos os países é, hoje, integralmente definida por regulação
internacional.
(B) INCORRETA, pois no mundo contemporâneo foram extintos os territórios de globalização “relativa”.
(C) CORRETA, pois o contexto do Brasil no atual cenário da globalização a ilustra perfeitamente.
(D) INCORRETA, pois o advento pós-moderno aniquilou o território como uma realidade atuante.
20. (UNICAMP) O artigo 231 da Constituição Brasileira reconhece aos índios “...os direitos originários
sobre as terras que tradicionalmente ocupam”. Os índios, porém, não são proprietários da terra, são
usufrutuários. As terras indígenas são patrimônio da União, a quem compete demarcá-las e protegê-las.
Alguns setores da sociedade alegam que “é muita terra para pouco índio”. Tais terras são constantemente
invadidas e índios são exterminados.
Considerando as informações, responda:
a) Quais os principais setores da sociedade que ficaram contra a demarcação da reserva Ianomâmi?
b) Quais os argumentos utilizados por esses setores?
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(E) Os recursos naturais já estão praticamente esgotados e qualquer dano ambiental causado pelo
homem é reversível.
Respostas
01. Resposta: A.
"Vivem nos EUA 3,3 milhões de islâmicos, 1% da população. Na comunidade, é forte a fobia de uma
Casa Branca sob a guarda do empresário que prometeu dar um pontapé no “politicamente correto” e vetar
a entrada de islâmicos no país.
Trump enviou a ideia na esteira de atentados como o de San Bernardino e Orlando, cometidos por
adeptos dessa fé que, contudo, já eram naturalizados ou nascidos no país.
Ainda não se sabe como e se ele vai fazer tudo o que prometeu durante a campanha. O republicano
já havia recuado da proposta em parte, declarando que só baniria islâmicos de países com histórico
terrorista, como refugiados sírios."
(http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/11/1831788-com-trump-eleito-medo-toma-conta-da-
comunidade-muculmana-nos-eua.shtml)
02. Resposta: A.
Segundo Calero, Geddel o procurou, em ao menos cinco ocasiões, em busca de conseguir, junto ao
Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) a liberação de um projeto imobiliário em área
tombada de Salvador, na Bahia. Vieira Lima afirmou para Calero ser dono de um apartamento no prédio,
que dependia de aprovação federal, após ter sido liberado pelo Iphan da Bahia, comandado por seus
aliados.
03. Resposta: C.
Na 21ª Conferência das Partes (COP21) da UNFCCC, em Paris, foi adotado um novo acordo com o
objetivo central de fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima e de reforçar a capacidade
dos países para lidar com os impactos decorrentes dessas mudanças.
O Acordo de Paris foi aprovado pelos 195 países Parte da UNFCCC para reduzir emissões de gases
de efeito estufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável. O compromisso ocorre no sentido de
manter o aumento da temperatura média global em bem menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais
e de envidar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.
Para que comece a vigorar, necessita da ratificação de pelo menos 55 países responsáveis por 55%
das emissões de GEE. O secretário-geral da ONU, numa cerimônia em Nova York, no dia 22 de abril de
2016, abriu o período para assinatura oficial do acordo, pelos países signatários. Este período se estende
até 21 de abril de 2017.
Para o alcance do objetivo final do Acordo, os governos se envolveram na construção de seus próprios
compromissos, a partir das chamadas Pretendidas Contribuições Nacionalmente Determinadas (iNDC,
na sigla em inglês). Por meio das iNDCs, cada nação apresentou sua contribuição de redução de
emissões dos gases de efeito estufa, seguindo o que cada governo considera viável a partir do cenário
social e econômico local.
(Continua em: http://www.mma.gov.br/clima/convencao-das-nacoes-unidas/acordo-de-paris)
. 122
1393950 E-book gerado especialmente para ANDREIA
04. Resposta: C.
No ártico existe uma camada de gelo adulta e grossa que demora para derreter, mas o aquecimento
global tem acelerado o derretimento dessa camada durante o verão. No inverno o mar recongela mas
formando uma camada de gelo jovem e fina que no próximo verão vai derreter muito mais rápido.
05. Resposta: B
Segue na íntegra a notícia onde ainda há debates a respeito da lei Rouanet (Referência: <
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-36364789> Acesso em 21 de junho de 2017.).
06. Resposta: E
Seria algo como uma “quarteirização”. As novas regras permitem que uma empresa terceirizada
terceirize o serviço para o qual ela foi contratada ou para que essas empresas encontrem outras para
executar esse serviço. Segue o link explicativo < http://g1.globo.com/politica/noticia/temer-sanciona-com-
3-vetos-projeto-da-camara-sobre-terceirizacao.ghtml>
07. Resposta: C
Como tem sido recorrente em notícias que envolvem política, é sabido que o ministro Edson Fachin foi
sorteado para a função de relator da Operação Lava Jato no lugar do ministro Teori Zavaski. Segue o link
com uma notícia do dia do sorteio <http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,edson-fachin-sera-o-
relator-da-lava-jato-no-stf,70001650453>
08. Resposta: E
Cerca de uma semana após esse episódio, Pyongyang dá uma resposta indireta ao presidente dos
Estados Unidos através de desfile organizado em comemoração à data de aniversário de seu avô. Segue
o link com a notícia na íntegra e imagens do arsenal exibido pelo líder exército norte-coreano.
09. Resposta: A
A data da questão remete a uma situação anterior. No dia seguinte os países que compõem o Mercosul
usaram a clausula democrática e infligiram nova suspensão à Venezuela (ela já havia sido suspensa em
dezembro de 2016). A nova suspensão é um grande passo em direção à expulsão do país do bloco.
10. Resposta: B
Próximo a data da notícia, Temer já havia feito reuniões para manter a reforma sem alteração, mesmo
com as reivindicações de vários setores. <https://oglobo.globo.com/economia/temer-reune-lideres-
determina-que-texto-da-reforma-da-previdencia-sera-votado-como-esta-21246160> . Após suas
recentes vitórias é provável que a base governista tenha força para aprovar a reforma da maneira que
está.
11. Resposta: E
Apesar de o Governo Maduro ser minoria no Congresso desde 2015 (veja o seguinte endereço:
<http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/12/com-9603-das-urnas-apuradas-oposicao-tem-maioria-na-
venezuela.html>) as consequências são vistas até hoje. Ainda assim é improvável que aconteça na
Venezuela uma mudança semelhante ao que ocorreu no Brasil. Ainda que uma oposição esteja formada
em maioria no Congresso, eles não têm força política para derrubar Maduro. A crise econômica vista por
nós que “estamos fora”, já existia durante o governo chavista, o que para a população não representou
grande diferença quanto aos dois governantes.
12. Resposta: A
Desde março de 2014 Moro julga em primeira instancia os crimes cometidos na Operação Lava-Jato,
maior caso de corrupção e lavagem de dinheiro já apurado no Brasil, segundo o MPF. Sérgio Moro é Juiz
Federal da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba.
13. Resposta: A
79
O Estatuto do Estrangeiro proibia imigrantes de participarem de qualquer atividade de natureza
política. A nova lei acaba com a proibição e garante o direito do imigrante de se associar a reuniões
políticas e sindicatos.
79
<https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/disciplinas/historia-atualidades/atualidades-do-ano-de-2017>
. 123
1393950 E-book gerado especialmente para ANDREIA
A nova lei determina a existência de um visto temporário específico para o migrante em situação de
acolhida humanitária, para pessoas que precisam fugir dos países de origem, mas que não se enquadram
na lei do refúgio. A legislação também contempla migrantes que vêm ao Brasil para tratamentos de saúde
e menores desacompanhados.
Segue o link de uma notícia vinculada à questão: <http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,temer-
sanciona-lei-da-migracao-com-diversos-vetos,70001812512>
14. Resposta: A
A alternativa II está incorreta. “O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo
empregador, NÃO poderá exceder ao prazo de CENTO E OITENTA dias, consecutivos ou não.”.
Conforme Artigo 10 da mesma lei.
15. Resposta: A.
Com a globalização, houve na economia um processo de internacionalização da economia através das
multinacionais, o que acabou por tornar os país mais ligados uns aos outros. Por esse motivo é que
também acabou por tornar a economia e a moeda mais vulneráveis, pois se um país entre em crise,
consequentemente os países que mantem certa dependência acabam por entrar em uma crise também,
um grande exemplo disso é a relação dos países com os Estados Unidos, sua economia depende de
como o país caminha economicamente.
16. Resposta: B.
A globalização econômica ocorreu principalmente pela grande evolução tecnológica que ainda
vivenciamos. A chamada Terceira Revolução Industrial trouxe novas formas de se produzir, trazendo mais
eficiência e barateamento do produto final.
17. Resposta: C.
A afirmativa da pergunta faz referência ao momento histórico estudado, chamado de globalização.
Podemos ver características como uma nova forma de mercado que exige inovações, a grande
produtividade possibilitada pelas novas tecnologias aplicadas a indústria e a maior competitividade dos
mercados.
18. Resposta: E.
As afirmativas fazem referência ao processo de globalização. A globalização traz ao mundo uma nova
forma de comércio, tornando mais próximos mesmo os países vizinhos, graças as empresas
multinacionais ou transnacionais que esse aproximação foi possível. Essa nova ordem mundial, ocorreu
graças a terceira revolução industrial que transformou os meios de comunicação e as formas de produção
das industrias.
19. Resposta: C.
A afirmativa da questão está correta, hoje o Brasil abriga diversas empresas internacionais, como a
Ford e a Volkswagen. Essas empresas possibilitam que o país produza para elas, ao mesmo tempo em
que a sede delas não fica no Brasil.
20. Resolução:
a) Os setores da sociedade que ficaram contra a demarcação da área da reserva Ianomâmi são:
companhias de mineração (nacionais e multinacionais); garimpeiros, interessados nas riquezas da região;
grandes proprietários de terra; exército, por problemas de segurança, e até governos estaduais, que
alegam que as reservas são um empecilho aos investimentos externos.
b) O primeiro argumento contra a demarcação é que a área destinada à reserva é exclusivamente
extensa em relação às necessidades do índio, pois os setores acima citados afirmam que o
aproveitamento dos recursos naturais da reserva indígena fica aquém das potencialidades da área. Outro
argumento afirma que os índios, com sua forma de ocupação, tornam as áreas de reserva vulneráveis a
ações externas, já que tais áreas se encontram próximas à fronteira.
21. Resposta: C.
Gestão da Sustentabilidade: O termo sustentabilidade está cada vez mais presente no ambiente
empresarial. A definição de sustentabilidade mais difundida é a da Comissão Brundtland (WCED, 1987),
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a qual considera que o desenvolvimento sustentável deve satisfazer às necessidades da geração
presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras. Essa definição deixa claro um dos
princípios básicos de sustentabilidade, a visão de longo prazo, uma vez que os interesses das futuras
gerações devem ser analisados.
Para toda e qualquer empresa que lute pelo símbolo da sustentabilidade, ser reconhecida por práticas
na área de responsabilidade socioambiental é apenas o resultado do seu esforço.
Na atual competição de lançamentos, cada vez mais completos no quesito sustentável, as práticas
conhecidas se unem com uma série de inovações de estímulo ao consumo consciente.
As empresas lutam cada vez mais por ambientes diferenciados para apresentar seus produtos e
serviços preocupados com o meio ambiente.
Hoje, evidências e práticas destas empresas já são analisadas pelo consumidor final, que as escolhem
por possuir bons programas de comprometimento ambiental.
Elas, por sua vez, para se destacar e crescer no mercado sustentável, se preocupam em compor um
quadro de parcerias com seus fornecedores no uso de energia, redução de resíduos, relatórios de
emissões de gases do efeito estufa, além de esforços ao envasar seus produtos em embalagens
recicláveis e/ou retornáveis e fabricá-los com matéria prima renovável, 100% biodegradável e
compostável.
Todos estes comprometimentos com a responsabilidade socioambiental resultam numa parceria que
alia a sustentabilidade da empresa com as vendas de seus produtos. E esta parceria destaca o sucesso
e reconhecimento das ações por quem mais interessa no resultado final de qualquer atividade industrial
ou comercial: o cliente.
22. Resposta: D.
Podemos definir êxodo rural como sendo o deslocamento de pessoas da zona rural (campo) para a
zona urbana (cidades). Ele ocorre quando os habitantes do campo visam obter condições de vida melhor.
Causas: Os principais motivos que fazem com que grandes quantidades de habitantes saiam da zona
rural para as grandes cidades são: busca de empregos com boa remuneração, mecanização da produção
rural, fuga de desastres naturais (secas, enchentes, etc.), qualidade de ensino e necessidade de
infraestrutura e serviços (hospitais, transportes, educação, etc.).
O êxodo rural provoca, na maioria das vezes, problemas sociais. Cidades que recebem grande
quantidade de migrantes, muitas vezes, não estão preparadas para tal fenômeno. Os empregos não são
suficientes e muitos migrantes partem para o mercado de trabalho informal e passam a residir em
habitações sem boas condições (favelas, cortiços, etc.).
Além do desemprego, o êxodo rural descontrolado causa outros problemas nas grandes cidades. Ele
aumenta em grandes proporções a população nos bairros de periferia das grandes cidades. Como são
bairros carentes em hospitais e escolas, a população destes locais acabam sofrendo com o atendimento
destes serviços. Escolas com excesso de alunos por sala de aula e hospitais superlotados são as
consequências deste fato.
Os municípios rurais também acabam sendo afetados pelo êxodo rural. Com a diminuição da
população local, diminui a arrecadação de impostos, a produção agrícola decresce e muitos municípios
acabam entrando em crise. Há casos de municípios que deixam de existir quando todos os habitantes
deixam a região.
História do Brasil
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1393950 E-book gerado especialmente para ANDREIA
avermelhado, semelhante à cor de uma brasa). O corte e transporte das toras de pau-brasil eram feitas
pelos indígenas, a partir de trocas (escambo) com os portugueses. Os portugueses não encontraram de
imediato metais ou pedras preciosas no Brasil, e também não tiveram interesse em criar colônias no
Durante os primeiros trinta anos, o Brasil foi atacado pelos holandeses, ingleses e franceses que
tinham ficado de fora do Tratado de Tordesilhas (acordo entre Portugal e Espanha que dividiu as terras
recém descobertas em 1494). Os corsários ou piratas também saqueavam e contrabandeavam o pau-
brasil. O medo da coroa portuguesa era perder o território brasileiro para um outro país. Para tentar evitar
estes ataques, Portugal organizou e enviou ao Brasil as Expedições Guarda-Costas, porém com poucos
resultados.
Os portugueses continuaram a exploração da madeira, construindo as feitorias no litoral que nada mais
eram do que armazéns e postos de trocas com os indígenas.
No ano de 1530, o rei de Portugal, D. João III, organizou a primeira expedição com objetivos de
colonização, comandada por Martin Afonso de Souza, com a intenção de povoar o território brasileiro,
expulsar os invasores e iniciar o cultivo de cana-de-açúcar no Brasil.
A cana-de-açúcar
Houveram muitos motivos para a escolha da cana como produto da colônia, entre eles a ocorrência
do solo de massapê, que é propício para o cultivo da cana-de-açúcar. Além disso, era um produto muito
bem cotado no comércio europeu. As primeiras mudas de cana-de-açúcar chegaram no início da
ocupação efetiva do território brasileiro, trazidas por Martim Afonso de Souza em 1533 e plantadas no
primeiro engenho, construído em São Vicente.
Os principais centros de produção açucareira do Brasil localizavam-se nos atuais estados de
Pernambuco, Bahia e São Paulo. A ocupação do Brasil no Século XVI esteve profundamente ligada à
indústria açucareira. A economia de plantation possui relação intensa com os interesses dos
proprietários de terras que lucravam enormemente com as culturas de exportação.
O latifúndio, isto é, a grande propriedade rural, formou-se nesse período, tendo consequências até os
dias de hoje. A produção da cana-de-açúcar também contribuiu para a vinculação dependente do país
em relação ao exterior, a monocultura de exportação e a escravidão e suas consequências. A colônia
portuguesa de exploração prosperou graças ao sucesso comercial da produção da cana-de-açúcar.
O senhor de engenho, que era proprietário do complexo de produção de açúcar, ou engenho
desfrutava de admirável status social. Os engenhos eram compostos de amplas propriedades de terras
ganhas através da cessão de sesmarias. O senhor de engenho e sua família moravam na casa-grande –
local onde ele desempenhava sua autoridade junto aos seus, cumprindo seu papel de patriarca.
Em 1630 os holandeses invadiram o nordeste da colônia, na região de Pernambuco, que era a maior
produtora na época. Durante sua permanência no Brasil, os holandeses adquiriram o conhecimento de
todos os aspectos técnicos e organizacionais da indústria açucareira. Esses conhecimentos criaram as
bases para a implantação e desenvolvimento de uma indústria concorrente, de produção de açúcar em
grande escala, na região do Caribe. A concorrência imposta pelos holandeses, que haviam sido expulsos
pelos portugueses, fez com o Brasil perdesse o monopólio que exercia mercado mundial do açúcar,
levando a produção a entrar em declínio.
As Capitanias Hereditárias
A implantação do regime de capitanias hereditárias no Brasil, em 1534, está vinculada a incapacidade
económica do Estado português em financiar diretamente a colonização, pois o monopólio do comercio
com as índias se tornara deficitário. Por essa razão, e considerando urgência de se colonizar o Brasil. D.
João III decidiu dividi-lo em capitanias hereditárias, para que elas mesmas fossem colonizadas com
recursos particulares, sem que a coroa tivesse que investir dinheiro.
O regime de capitanias já havia sido aplicado com êxito nas ilhas atlânticas (Madeira, Açores. Cabo
Verde e São Tomé). No próprio Brasil já existia a capitania de São Joao, correspondente ao atual
arquipélago de Fernando de Noronha.
O território brasileiro foi dividido em 14 capitanias (uma delas subdividida em dois lotes), doadas a
doze donatários. Os limites de cada território, definidos sempre por linhas paralelas iniciadas no litoral,
estavam especificados na Carta de Doação. Este documento estipulava também que a capitania seria
hereditária, indivisível e inalienável, podendo ser readquirida somente pela Coroa. Um segundo
documento era o Foral, que regulamentava minuciosamente os direitos do rei. Na realidade, os donatários
não recebiam a propriedade das capitanias, mas apenas sua posse. De qualquer forma possuíam amplos
poderes administrativos, militares e judiciais, sendo responsáveis unicamente perante o soberano. Tra-
tava-se, portanto, de um regime administrativo descentralizado.
. 126
1393950 E-book gerado especialmente para ANDREIA
São Vicente e Pernambuco foram as únicas capitanias que prosperaram. O fracasso do projeto como
um todo decorreu de vários fatores: falta de coordenação entre as capitanias, grande distância da
metrópole, excessiva extensão territorial, ataques indígenas, desinteresse de vários donatários e. acima
de tudo. Insuficiência de recursos.
As capitarias hereditárias não desapareceram com a criação do Governo-Geral: elas foram gradual-
mente readquiridas pela Coroa, até serem totalmente extintas, na segunda metade do século XVIII, pelo
marques de Pombal.
Principais Capitanias Hereditárias e seus donatários: São Vicente (Martim Afonso de Sousa),
Santana, Santo Amaro e Itamaracá (Pêro Lopes de Sousa), Paraíba do Sul (Pêro Gois da Silveira),Espírito
Santo (Vasco Fernandes Coutinho), Porto Seguro (Pêro de Campos Tourinho), Ilhéus (Jorge Figueiredo
Correia), Bahia (Francisco Pereira Coutinho), Pernambuco (Duarte Coelho), Ceará (António Cardoso de
Barros), Baía da Traição até o Amazonas (João de Barros, Aires da Cunha e Fernando Álvares de
Andrade).
Governo Geral
Reconhecendo o fracasso do regime de capitanias hereditárias, D. João III resolveu criar o Governo-
Geral. Por meio dessa medida o monarca visava centralizar a administração colonial, subordinando as
capitanias a um governador-geral que coordenasse e acelerasse o processo de colonização do Brasil.
Com esse objetivo elaborou-se em 1548 o Regimento do Governador-Geral no Brasil que regulamentava
as funções do governador e de seus principais auxiliares — o ouvidor-mor (Justiça), o provedor-mor
(Fazenda) e o capitão-mor (Defesa).
O primeiro governador-geral foi Tomé de Sousa, que fundou Salvador, primara cidade e capital do
Brasil. Com ele vieram os primeiros jesuítas e foi criado o primeiro bispado em terras brasileiras.
A administração do segundo governador-geral, Duarte da Costa, apresentou sérios problemas:
revoltas dos índios na Bahia, conflito entre o governador e o bispo e, principalmente, a invasão francesa
do Rio de Janeiro (criação da França Antártica). Em compensação, o terceiro governador-geral, Mem de
Sá, mostrou-se tão eficiente que a metrópole o manteve no cargo até sua morte; foi ele quem conseguiu
expulsar os invasores franceses, graças a atuação de seu sobrinho Estado de Sá.
Depois de Mem de Sá, por duas vezes a colônia foi dividida temporariamente em dois governos-gerais:
a Repartição do Norte, com capital em Salvador, e a do Sul, com capital no Rio de Janeiro.
Durante a União Ibérica, o Brasil foi transformado em duas colônias distintas: Estado do Brasil (cuja
capital era Salvador e, depois, Rio de Janeiro) e Estado do Maranhão (cuja capital era São Luís e, depois,
Belém). A reunificação só seria concretizada pelo marquês de Pombal, em 1774.
Além das capitanias e do Governo-Geral, foram criadas as Câmaras Municipais nas vilas e nas cidades
do Brasil Colônia. O controle edifico das Câmaras Municipais era exercido pelos grandes proprietários
locais, os "homens-bons", o que reforçava suas posições sociais de mando. Entre suas competências,
destacavam-se o ceder deliberativo sobre preços de mercadorias e a fixação dos valores de alguns
tributos.
As eleições para as Câmaras Municipais eram realizadas ente os "homens-bons". Elegiam-se três
vereadores, um procurador, um tesoureiro e um escrivão, sob a presidência de um juiz ordinário, (juiz de
paz), mais tarde substituído, pelo juiz de fora. Ao longo da colonização, os choques entre os interesses
da metrópole e os da colônia, isto é, entre o centralismo e o localismo, foram simbolizados,
respectivamente, pelo Governo-Geral e pelas Câmaras Municipais.
Companhia de Jesus
A Companhia de Jesus foi criada por Inácio de Loyola em 1534, como resposta para os movimentos
religiosos, em especial a reforma protestante e a contrarreforma, que aconteciam na Europa. Seu objetivo
era espalhar a fé católica pelo mundo.
Os primeiros representantes da Ordem jesuítica chegaram ao Brasil comandados pelo padre Manuel
da Nóbrega, no ano de 1549, em uma expedição comandada por Tomé de Souza. Após desembarcarem
na Bahia, ajudaram na fundação da cidade de Salvador, além de percorrerem as capitanias vizinhas.
O Projeto Educacional Jesuítico não era apenas um projeto de catequização, mas sim um projeto bem
mais amplo, um projeto de transformação social, pois tinha como função propor e implementar mudanças
radicais na cultura indígena brasileira.
Uma das estratégias adotadas por Manuel da Nóbrega na conversão dos gentios foi a construção de
aldeias de catequização, que se situavam próximas das vilas e cidades portuguesas. Essas aldeias eram
habitadas pelos padres jesuítas e pelos índios a serem convertidos.
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No ano de 1553, José de Anchieta chega ao Brasil. Anchieta esteve à frente do Colégio na vila de São
Paulo de Piratininga, fundada em 1554. Durante seu tempo no colégio fez contato intenso com os grupos
indígenas locais, o que auxiliou na elaboração de um guia de gramática e um dicionário.
A partir da década de 1580, a missão realizava-se por meio de visitas esporádicas aos grupos
localizados nas matas. Essas visitas eram espaçadas e demoravam até quinze dias ou mais, umas das
outras, e os padres não permaneciam muito tempo entre os grupos. Devido ao segundo contato ser
sempre demorado, quando aconteciam os índios já não detinham as orientações anteriores.
Na segunda metade do século XVIII, a presença dos jesuítas no Brasil sofreu um duro golpe. Nessa
época, o influente ministro Marquês de Pombal decidiu que os jesuítas deveriam ser expulsos do Brasil
por conta da grande autonomia política e econômica que conseguiam com a catequese. A justificativa
para tal ação adveio da ocorrência das Guerras Guaraníticas, onde os padres das missões do sul
armaram os índios contra as autoridades portuguesas em uma sangrenta guerra.
Apesar desse episódio, a herança religiosa dos jesuítas ainda se encontra manifesta em vários setores
da nossa sociedade. Muitas escolas tradicionais do país, bem como várias instituições de ensino superior
espalhadas nos mais diversos pontos do território brasileiro, ainda são administradas por setores
dirigentes da Igreja Católica. Somente no século XIX, foi que as escolas laicas passaram a ganhar maior
espaço no cenário educacional brasileiro.
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senhores de engenho e agricultores, unidos pelo interesse e pela dependência em relação ao mercado
internacional, formaram o setor açucareiro.
A ideia de colônia construída por duas categorias (senhores e escravos), priorizando as relações de
produção e forças produtivas, escondeu uma sociedade bem mais ampla, de um universo social
açucareiro, em que viviam trabalhadores do campo e semi-livres que exerciam trabalhos como
mercadores, roceiros, artesãos, oficiais, lavradores de roças e desocupados. A partir do século XVIII a
colônia tinha uma população de libertos e libertas que originavam pequenos proprietários de terras, de
etnias diversas: brancos pobres, negros libertos, mestiços, artesãos e trabalhadores livres.
O autor Stuart B. Schwartz detalha sobre os trabalhadores livres assalariados dos engenhos, voltando
seus estudos para o Engenho Sergipe, trabalhadores que recebiam a soldada por dia ou tarefa, que ao
longo do tempo sofreu declinações e diminuições dos salários. Dentro dos engenhos exerciam trabalhos
como: mestres de açúcar, feitores, banqueiro, caixeiro, purgador, caldeireiro, médico (que também era
dentista e farmacêutico) e escumeiro, funções que tinham um pagamento e que variava ao longo da
colheita, do serviço e até mesmo do engenho em que se prestava serviço, o feitor-mor recebia a soldada
mais alta e não há uma disputa por trabalhadores. Com a utilização da mão de obra escrava muitos
trabalhos deixaram de existir, como os barqueiros, vaqueiros, levadeiros e escumeiros, com a substituição
dos trabalhadores livres por escravos especializados. Os trabalhadores livres começaram a priorizar o
trabalho artesanal como carpinteiro, ferreiro, sapateiro, ourives e alfaiates.
Os trabalhadores livres não possuíram uma estrutura social configurada. Por conta da instabilidade,
pelo trabalho esporádico, incerto e aleatório, o vadio não possuía um trabalho fixo. Porém, a qualquer
hora poderia ser utilizado em alguma coisa, considerados como uma espécie de exército de reserva da
escravidão, uma mão-de-obra alternativa.
Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/
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1393950 E-book gerado especialmente para ANDREIA
relativa mobilidade social, portanto mais avançada em relação à sociedade rural e escravista dos séculos
XVI e XVII. Os folguedos e festas populares das camadas mais pobres conviviam com os saraus e
outros eventos sociais da camada dominante. Com relação a esta, o hábito de se locomover
em cadeirinhas ou redes transportadas por escravos, evidencia o aparecimento do escravo urbano, com
destaque para os chamados negros de ganho.
Educação
A história da educação no Brasil tem início com a vinda dos padres jesuítas no final da primeira metade
do século XVI, inaugurando a primeira, mais longa e a mais importante fase dessa história, observando
que a sua relevância encontra-se nas consequências resultantes para a cultura e civilização brasileiras.
Os jesuítas se dedicaram à pregação da fé católica e ao trabalho educativo. Logo perceberam que não
seria possível converter os índios à fé católica sem que soubessem ler e escrever. De Salvador a obra
jesuítica estendeu-se para o sul e, em 1570, vinte e um anos depois da sua chegada, já eram compostos
por cinco escolas de instrução elementar (Porto Seguro, Ilhéus, São Vicente, Espírito Santo e São Paulo
de Piratininga) e três colégios (Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia).
A educação era privilégio das classes abastadas, pois as famílias tradicionais faziam questão de terem
um doutor (médico ou advogado) e um padre. Era usada como instrumento de legitimação da colonização,
inculcando na população ideias de obediência total ao Estado português. Os jesuítas impunham um
padrão educacional europeu, que desvalorizava completamente os aspectos culturais dos índios e dos
negros. Quanto às mulheres, mesmo das famílias mais abastadas, raramente recebiam instrução escolar,
e esta limitava-se às aulas de boas maneiras e de prendas domésticas. As crianças escravas, por sua
vez, estavam excluídas do processo educacional, não tendo acesso às escolas.
A religiosidade africana
Vigiados de perto por seus senhores e fiscalizados pelos eclesiásticos católicos, na qualidade de
escravos, considerados utensílios de trabalho a semelhança de uma ferramenta, os africanos foram
obrigados a aceitar a fé em cristo como símbolo da submissão aos europeus e a coroa portuguesa.
No entanto, elementos das religiões africanas sobreviveram se ocultando em meio à simbologia cristã.
Associações de caráter locais, as irmandades negras contribuíram para forjar a polissemia e
sincretismo religioso brasileiro.
Impedidos de frequentar espaços que expressavam a religião católica dos brancos, as irmandades
representavam uma das poucas formas de associação permitidas aos negros no contexto colonial.
As irmandades negras surgiram como forma de conferir status e proteção aos seus membros, sendo
responsáveis pela construção de capelas, organização de festas religiosas e pela compra de alforrias de
seus irmãos, oficialmente auxiliando a ação da igreja e demonstrando a eficácia da cristianização da
população escravizada.
Entretanto, ao organizarem-se, geralmente, em torno da devoção a um santo especifico, a qual
assumiu múltiplos significados, incorporando ritos e cultos aos deuses africanos, permitiu o nascimento
de religiões afro-brasileiras como o acotundá, o candomblé e o calundu.
Muitos indivíduos que oficialmente cultuavam, por exemplo, São José, na capela erguida pela
irmandade negra, dentro do âmbito do acotundá, clandestinamente dançavam em frente a uma imagem
semelhante ao som do tambor em casas simples com paredes de barro cobertas de capim, utilizando
palavras extraídas de textos católicos, mescladas a um dialeto da Costa da Mina (atual Gana).
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Um sincretismo que se tornaria típico do povo brasileiro, também presente no candomblé, onde o rito
do deus africano Coura e a devoção a Nossa Senhora do Rosário se fundiram, fornecendo um valioso
exemplo da simbiose religiosa no Brasil.
Os judeus
Perseguidos pelo Tribunal do Santo Oficio na Europa, os judeus sempre estiveram em situação de
perigo iminente, sendo obrigados a converterem-se ao cristianismo em Portugal.
Aos olhos do Estado os convertidos passaram a ser considerados cristãos-novos, vigiados de perto
pela Inquisição, sofrendo preconceitos e perseguições esporádicas.
O Brasil se transformou na terra prometida para os cristãos-novos portugueses, compelidos a
migrarem para novas terras em além-mar.
Foi uma saída viável à recusa da aceitação de sua fé no reino, tendo em vista o fato da Inquisição
nunca ter se instalado por aqui, embora tenham sido instituídas visitações do Santo Oficio em 1591, 1605,
1618, 1627, 1763 e 1769.
Alojados sobretudo na Bahia, em Pernambuco, na Paraíba e no Maranhão; os cristãos-novos recém-
chegados integraram-se rapidamente, ocupando cargos nas Câmaras Municipais, em atividades
administrativas, burocráticas e comerciais, destacando-se também como senhores de engenho, algo
impensável em Portugal.
Sem a Inquisição em seus calcanhares, os cristãos-novos continuaram a exercer práticas judaicas no
interior de seus lares, mantendo vivos os laços familiares e comunitários clandestinamente, ao mesmo
tempo, adotando uma postura publica católica, respondendo a uma necessidade de adesão, participação
e identificação.
Cultura
As manifestações artístico-culturais foram até o século XVII, condicionadas às atividades
desenvolvidas aos centros de educação, no caso os colégios jesuíticos. No trato social alicerçavam-se
práticas, usos e costumes que seriam marcantes para a formação da sociedade brasileira. A partir do
século XVIII esse cenário mudou. Com a emergência da mineração, inúmeras manifestações tornaram-
se presentes, como a arte barroca (seja ela plástica ou literária), as manifestações árcades e parnasianas,
principalmente ligadas a uma referência mais letrada e influenciada pelos matizes europeus. Devemos
chamar a atenção que não tratamos aqui de cultura erudita ou popular. Procuramos marcar as
manifestações ligadas aos padrões representativos impostos pelos laços de ligação e influência com o
que era observado no continente europeu. As manifestações culturais do período são fundamentais para
a formação de identidade da sociedade brasileira.
Barroco no Brasil:
-Gregório de Matos e Guerra, conhecido como Boca do Inferno, que apesar de se inspirar nas regras
do Barroco europeu, desenvolveu ideias próprias e retratou a sociedade brasileira colonial, principalmente
com seus poemas satíricos, como Os Epílogos.
O padre Antônio Vieira foi o maior orador religioso da língua portuguesa, com seus famosos Sermões
(Sermão da Sexagésima, Sermão dos Peixes, Sermão para o Bom Sucesso das Armas de Portugal contra
as de Holanda, etc.).
No século XVIII, destaca-se o Arcadismo Mineiro, com seu bucolismo e com sua linguagem mais
simples que a do Barroco. Seus autores usavam pseudônimos, imitando os europeus e quase todos
participaram da Inconfidência Mineira: Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Basílio da
Gama, Frei José de Santa Rita Durão, Silva Alvarenga, etc.
União Ibérica
Em 1578, na luta contra os mouros marroquinos em Alcácer-Quibir, o rei D. Sebastião, de Portugal,
desapareceu. Com seu desaparecimento teve início uma crise sucessória do trono português, já que o
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rei não deixou descendentes. O trono foi assumido por um curto período de tempo por seu tio-avô, o
cardeal dom Henrique, que morreu dois anos depois, sem deixar herdeiros.
Logo após, Filipe II da Espanha e neto do falecido rei português D. Manuel I, demonstrou o interesse
em assumir o trono português. Para alcançar o poder, além de se valer do fator parental, o monarca
hispânico chegou a ameaçar os portugueses com seus exércitos para que pudesse exercer tal direito.
Assim foi estabelecida a União Ibérica, que marca a centralização de Portugal e Espanha sob um mesmo
governo.
A vitória política de Filipe II abriu oportunidade para que as finanças de seu país pudessem se
recuperar após diversos gastos em conflitos militares. Para tanto, tinha interesse em estabelecer o
comércio de escravos com os portugueses, que controlavam a atividade na costa africana. Além disso, o
controle da maior parte das possessões do espaço colonial americano permitiria a ampliação dos lucros
obtidos através da arrecadação tributária.
Apesar das vantagens, o imperador espanhol manteve uma significativa parcela dos privilégios e
posições ocupadas por comerciantes e burocratas portugueses. No Tratado de Tomar, assinado em 1581,
Filipe II assegurou que os navios portugueses controlassem o comércio com a colônia, a manutenção das
autoridades lusitanas no espaço colonial brasileiro e o respeito das leis e costumes brasileiros.
Mesmo preservando aspectos fundamentais da colonização lusitana, a União Ibérica também foi
responsável por algumas mudanças. Com a junção das coroas, as nações inimigas da Espanha passam
a ver na invasão do espaço colonial lusitano uma forma de prejudicar o rei Filipe II. Desta maneira, no
tempo em que a União Ibérica foi vigente, ingleses, holandeses e franceses tentaram invadir o Brasil.
Entre todas essas tentativas, podemos destacar especialmente a invasão holandesa, que alcançou o
monopólio da atividade açucareira em praticamente todo o litoral nordestino. No ano de 1640 a
Restauração definiu a vitória portuguesa contra a dominação espanhola e a consequente extinção da
União Ibérica. Ao fim do conflito, a dinastia de Bragança, iniciada por dom João IV, passou a controlar
Portugal.
Invasões francesas
A França foi o primeiro reino europeu a contestar o Tratado de Tordesilhas, que dividiu as terras
descobertas na América entre Portugal e Espanha em 1494. Visitaram constantemente o litoral brasileiro
desde o período da extração do pau-brasil, mantendo relações amistosas com os povos indígenas locais.
Deste acordo surgiu a Confederação dos Tamoios (aliança entre diversos povos indígenas do litoral:
tupinambás, tupiniquins, goitacás, entre outros), que possuíam um objetivo em comum: derrotar os
colonizadores portugueses.
Em 1555 os franceses fundaram na baía de Guanabara a França Antártica, criando uma sociedade
de influências protestantes.
Através dos franceses, algumas partes do litoral brasileiro ganharam diversas feitorias e fortes.
Por aproximadamente cinco anos ocorreram conflitos entre os portugueses e a Confederação dos
Tamoios. Em 1567 os portugueses derrotaram a Confederação e expulsaram os franceses do litoral
brasileiro.
No século XVII(1612), fundaram a França Equinocial, correspondente à cidade de São Luís, capital do
estado do Maranhão.
Com a intenção de conter a expansão francesa, Portugal enviou uma expedição militar à região do
Maranhão. Essa expedição atacou os franceses tanto por terra quanto por mar. Em 1615, os franceses
foram derrotados e se retiraram do Maranhão, deslocando-se para a região das Guianas, onde fundaram
uma colônia, a chamada Guiana Francesa.
Após duas tentativas mal sucedidas de estabelecimento de uma civilização francesa, nos séculos XVI
e XVII, no Brasil colonial (França Antártida e França Equinocial), os franceses passaram a saquear,
através de corsários (piratas), algumas cidades do litoral brasileiro, no século XVIII. A principal delas foi
a cidade do Rio de Janeiro, de onde escoava todo ouro extraído da colônia rumo a Portugal. Uma primeira
tentativa de saque, em 1710, foi barrada pelos portugueses; entretanto, no ano de 1711, piratas franceses
tomaram a cidade do Rio de Janeiro e receberam dos portugueses um alto resgate para libertá-la: 600
mil cruzados, 100 caixas de açúcar e 200 bois. Terminavam, então, as tentativas de invasões francesas
no Brasil.
Invasões Inglesas
As incursões inglesas no Brasil ficaram restringidas a ataques de piratas e corsários.
William Hawkins foi o primeiro corsário inglês a aportar na colônia. Entre 1530 e 1532, percorreu alguns
pontos da costa e fez escambo de pau-brasil com os índios. Outro foi Thomas Cavendish, que atracou
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em Santos, em 1591. Conhecido como “lobo-do-mar”, Cavendish estava a serviço da rainha inglesa
Elizabeth I.
O corso realizado pelos ingleses, entretanto, intensificou-se apenas na segunda metade do século
XVI, quando os conflitos entre católicos e protestantes tomaram-se intensos na Inglaterra e os
mercadores empolgaram-se com as possibilidades comerciais abertas pelas novas rotas marítimas.
A primeira incursão pirata dos ingleses ao litoral brasileiro foi em 1587. Em 1595, o inglês James
Lancaster conseguiu tomar o porto do Recife. Retirou grande volume de pau-brasil, que levou para a
Inglaterra depois de realizar saques na capitania durante mais de um mês.
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A caça ao Índio
Inicialmente a caça ao índio (Preação) foi uma forma de suprir a carência de mão-de-obra para a
prestação de serviços domésticas aos próprios paulistas. Logo, porém, transformou-se em atividade
lucrativa, destinada a complementar as necessidades de braços escravos, bem como para a triticultura
paulista. Na primeira metade do século XVII, os vicentinos realizaram incursões, principalmente contra as
reduções jesuíticas espanholas, resultando na destruição de várias missões, como as do Guairá, Itatim e
Tape, por Antônio Raposo Tavares. Nesse período, os holandeses, que haviam ocupado uma parte do
Nordeste açucareiro, também conquistaram feitorias de escravos negros na África, aumentando a
escassez de escravos africanos no Brasil.
O bandeirismo de contrato
A ação de bandeirantes paulistas contratados pelo governador-geral ou por senhores de engenho do
Nordeste, com o objetivo de combater índios inimigos e destruir quilombos, corresponde a uma fase do
bandeirismo na segunda metade do século XVII. O principal acontecimento desse ciclo de bandeiras foi
a destruição de um conjunto de quilombos situados no Nordeste açucareiro, conhecido genericamente
como Palmares.
A atuação do bandeirismo foi de fundamental importância para a ampliação do território português na
América. Num espaço muito curto, os bandeirantes devassaram o interior da colônia, explorando suas
riquezas e arrebatando grandes áreas do domínio espanhol, como é o caso das missões do Sul e Sudeste
do Brasil. Antônio Raposo Tavares, depois de destruí-las, foi até os limites com a Bolívia e Peru, atingindo
a foz do rio Amazonas, completando, assim, o famoso périplo brasileiro. Por outro lado, o bandeirantes
agiram de forma violenta na caça de indígenas e de escravos foragidos, contribuindo para a manutenção
do sistema escravocrata que vigorava no Brasil Colônia.
O Ciclo do Ouro
Quando foi divulgada a notícia da descoberta de jazidas auríferas, muitas pessoas dirigiram-se para
as regiões do ouro, em especial para o atual território do estado de Minas Gerais. Praticamente todas as
pessoas que que se dirigiram para a região o fizeram na intenção de dedicar-se exclusivamente na
exploração do metal, deixando de lado até mesmo atividades essenciais para a sobrevivência, como a
produção de alimentos, o que gerou uma profunda escassez de mercadorias nas Minas Gerais. Era
comum entre os anos de 1700 e 1730 a ocorrência de crises de fome na região caso o acesso a outras
regiões das quais os produtos básicos eram adquiridos fossem interrompidas. A situação começa a mudar
com a expansão de novas atividades, e com a melhoria das vias de comunicação.
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Nas casa de fundição o minerador entregava seu ouro em pó, que era fundido e transformado em
barras, das quais era descontado o quinto. Além das Casas de Fundição, também foi proibida a
comercialização e exportação de ouro em pó. É possivelmente dessa época o surgimento dos “Santos
do pau oco” que eram imagens de santos esculpidas por dentro e preenchidas com ouro em pó, para
fugir da fiscalização e da cobrança.
Em 1735 a Coroa começou a cobrar um novo imposto, a Capitação. A capitação era um imposto per
capita, pago em ouro pelas pessoas e estabelecimentos comerciais da área mineradora.
Em 1750 a capitação foi extinta, restando apenas o quinto. Apesar disso, era exigida uma arrecadação
mínima de 100 arrobas de ouro por ano. Se não fosse atingida a arrecadação era decretada a derrama:
cobrança do tanto que faltava para completar as 100 arrobas de arrecadação.
Conforme as jazidas foram esgotando, a produção de ouro caiu, assim como a arrecadação de
impostos. As suspeitas de sonegação de impostos e a violência da Intendência aumentaram juntamente,
gerando atritos e conflitos entre autoridades e mineradores, uma das causas da Inconfidência Mineira de
1789.
Para a extração do ouro foram organizados dois tipos de empreendimentos: lavras e faiscações.
As lavras eram unidades de produção relativamente grandes, podendo até possuir equipamento
especializado e o trabalho de mais de 100 escravos, o que exigia o investimento de alto capital, sendo
rentável apenas em jazidas de ouro de tamanho suficientemente grande.
Nas faiscações, que eram pequenas unidades produtoras, trabalhavam somente algumas pessoas
ou até mesmo eram compostas de trabalhadores individuais. Era comum a pratica do envio de escravos
por homens livres para faiscação, sendo o ouro encontrado dividido entre ambos.
Reformas Pombalinas
O político português Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal, nasceu em Lisboa, em
13 de maio de 1699; estudou na Universidade de Coimbra e, em 1738, foi nomeado embaixador em
Londres; cinco anos depois, foi transferido, no mesmo cargo, para Viena, onde permaneceu até 1748.
Dois anos depois, o rei D. José I nomeou-o secretário de Estado para os Assuntos Exteriores. Após
cinco anos no cargo, assistiu ao grande terremoto que destruiu Lisboa. Diante do desastre, organizou as
forças de auxílio e reconstrução, o que lhe valeu o cargo de primeiro-ministro, que exerceu até a morte
do rei que lhe concedeu o título de Marquês em 1770.
Pombal era, sobretudo, reformador, autoritário, intransigente e iluminista; assim, não se curvava à
Igreja e, consequentemente, não se curvava, também e principalmente, ao poder que, embora de matriz
eclesiástica, tinha fortes reflexos materiais, como o era o exercido pela Ordem de Jesus. Ele não
pretendeu, apenas, reformar o Estado. Sobretudo despótico, mostrou-se intolerante e possuidor de mão
forte, o que demonstra o seu gosto pelo domínio do poder, que passou a exercer de forma quase absoluta
a partir de 1756.
Foi assim que reorganizou o sistema educacional, elaborou novo Código Penal, reorganizou o exército
e a marinha, incentivou a emigração de portugueses para as colónias. Estes os antecedentes e os
componentes que atuaram sobre as Companhias de Comércio, das quais a do Grão-Pará e Maranhão,
em suas atividades no Brasil e Cabo Verde.
A escravidão dos índios foi extinta e eles até poderiam se casar com portugueses. A ideia de Pombal
ao permitir isso, era a de que os índios se miscigenassem, houvesse um crescimento populacional e
então o Estado contasse com mais força nas fronteiras do interior.
Quando os índios passaram a ser livres, isso chocou-se contra os jesuítas, que não deixavam que a
autoridade real interferisse nos assuntos deles. Marquês de Pombal que queria realizar uma reforma e
aproveitar e centralizar o poder, expulsou os 670 jesuítas que aqui moravam e mandou fechar os colégios.
Eles foram acusados de traição, o Padre Gabriel Malagrida foi queimado em praça pública e o restante
embarcou para Lisboa onde foram presos.
As rebeliões nativistas
A população colonial, já enraizada na terra e, portanto, com fortes sentimentos nativistas, manifestou
seu descontentamento frente às exigências metropolitanas. Em vista disto, surgiram os primeiros sinais
de rebeldia, denominados rebeliões nativistas.
Revolta de Beckman(1684)
Na segunda metade do século XVII, a situação da economia maranhense, que nunca fora boa, tendia
a piorar. A Coroa, pressionada pelos jesuítas, proibiu a escravização de indígenas, os quais eram a base
da mão-de-obra local, utilizados na coleta de “drogas do sertão” e na agricultura de subsistência.
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Visando melhorar a situação da capitania, o governo português criou, em 1682, a Companhia de
Comércio do Maranhão, a qual recebia o monopólio do comércio maranhense e em troca deveria
promover o desenvolvimento da agricultura local.
A má administração da empresa gerou uma rebelião de colonos, em 1684, sob a chefia dos irmãos
Manoel e Thomas Beckman. O objetivo dos rebeldes era o fechamento da Companhia e a expulsão dos
jesuítas. A revolta foi sufocada pela coroa, mas a Companhia encerrou suas atividades.
Os Movimentos Emancipacionistas
As revoltas emancipacionistas foram movimentos sociais ocorridos no Brasil Colonial, caracterizados
pelo forte anseio de conquistar a independência do Brasil com relação a Portugal. Entre os principais
motivos para esses movimentos estavam a alta cobrança de impostos; limites estabelecidos pelo pacto
colonial, que obrigava o brasil de comerciar com Portugal somente; a falta de autonomia e representação
na criação de leis e tributos, além da política, dominada por Portugal; Os ideais iluministas e separatistas
vindos da Europa e dos Estados Unidos.
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A revolta foi planejada 1788, durante a derrama, mas foi suspensa quando participantes da
conspiração denunciaram o movimento ao governador. O coronel Joaquim Silvério dos Reis foi apontado
como principal delator. Endividado com a coroa, assim como outros inconfidentes, o coronel resolveu
separar-se do movimento e apresentar um depoimento formal para o governador da capitania, Visconde
de Barbacena. O governador suspendeu a cobrança e mandou prender os inconfidentes.
Após a confissão de Joaquim Silvério e a prisão dos suspeitos, foi instituída a devassa, uma
investigação levada a cabo pelas autoridades da época, constatando que envolveram-se no movimento
da Capitania das Minas grandes fazendeiros, criadores de gado, contratadores, exploradores de minas,
magistrados, militares, além de intelectuais luso-brasileiros.
Dentre os inconfidentes, destacaram-se os padres Carlos Correia de Toledo, José de Oliveira Rolim e
Manuel Rodrigues da Costa, além do cônego Luís Vieira da Silva; o tenente-coronel Francisco de Paula
Freire de Andrade, comandante militar da capitania, os coronéis Domingos de Abreu Vieira, também
comerciante, e Joaquim Silvério dos Reis, rico negociante; e os letrados Cláudio Manuel da Costa, Inácio
José de Alvarenga Peixoto e Tomás Antônio Gonzaga.
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi o único “conspirador” que não fazia parte da elite.
Conhecido como alferes (primeiro posto militar) e dentista prático, foi talvez por sua origem o mais
duramente castigado. A memória de Tiradentes passou a ser celebrada no Brasil com a proclamação da
República, quando foi considerado herói nacional pelo regime estabelecido em 15 de novembro de 1889.
Sua representação mais conhecida é muito semelhante à imagem de Cristo, reforçando a construção da
imagem de mártir.
Assinada em 19 de abril de 1792, no Rio de Janeiro, a sentença de morte de Tiradentes cumpriu-se
dois dias depois: ele foi enforcado, decapitado e esquartejado. Os outros participantes foram condenados
ao desterro na África.
Questões
01. Entre as causas da Criação das Capitanias Hereditárias no Brasil, podemos apontar
(A) a necessidade de apoio do governo português aos comerciantes de pau-brasil;
(B) a necessidade de organizar a exploração do ouro;
(C) o fracasso do governo geral;
(D) o interesse de Portugal no comércio de escravos indígenas;
(E) a falta de recursos do governo português que transferiu aos donatários a responsabilidade da
colonização.
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(B) a busca de metais preciosos para o governo português;
(C) o tráfico negreiro para a Inglaterra;
(D) a captura de índios para escravizá-los;
(E) combater revoltas de índios e negros e destruir os quilombos.
03.
I - Expedições de bandeirantes organizadas pelo governo português.
II - Expedições de bandeirantes organizadas por particulares.
As frases acima correspondem, respectivamente:
(A) às missões e às reduções;
(B) às feitorias e às bandeiras;
(C) às entradas e às bandeiras;
(D) às feitorias e às entradas;
(E) às bandeiras e às missões.
04. (PUC) “Nenhuma outra forma de exploração agrária no Brasil colonial resume tão bem as
características básicas da grande lavoura como o engenho de açúcar.”
Alice Canabrava, in Sérgio Buarque de Holanda (org.) História geral da civilização brasileira. Rio de
Janeiro: Difel, 1963, tomo I, vol. 2, p. 198-206.
A frase pode ser considerada correta, entre outros motivos, porque na produção açucareira:
(A) prevalecia o regime de trabalho escravo e a grande propriedade monocultora.
(B) havia emprego reduzido de mão de obra e prevalecia a agricultura de subsistência.
(C) prevalecia a atenção ao mercado consumidor interno e à distribuição das mercadorias nas grandes
cidades.
(D) havia disposição modernizadora do aparato produtivo e prevalecia a mão de obra assalariada.
(E) prevalecia a pequena propriedade familiar e a diversificação de culturas
06. (SEDUC-PI – História – NUCEPE) Nos primeiros séculos de colonização do Brasil, anterior à fase
do ouro, a cultura colonial foi fortemente marcada pela ação dos jesuítas. Aqueles que se dedicavam a
ofícios escritos, ou eram jesuítas, ou haviam sido influenciados por eles.
Considerando as manifestações culturais e a influência jesuítica no Brasil, durante o período colonial,
analise as assertivas a seguir:
I - Apesar de sua forte influência sobre a Colônia, esta vigorou apenas até 1580, quando a União
Ibérica foi implantada e os jesuítas foram expulsos do Brasil.
II - Por todo o período anterior à fase da mineração, não há que se falar de maneira ampla em “literatura
brasileira”, pois as obras eram escritas e editadas em Portugal e havia poucos consumidores na Colônia.
III - Destacaram-se minimamente os escritos dos autores chamados “viajantes”, muitos dos quais
jesuítas, que descreviam as regiões, a organização social e os costumes na Colônia.
IV - Na produção jesuítica, destacaram-se os sermões, usados para estimular o remorso e a devoção,
a regeneração dos infiéis e a conversão dos nativos.
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V - O teatro foi um recurso utilizado pelos jesuítas, com a finalidade didática de converter nativos à fé
católica.
Assinale a alternativa CORRETA:
(A) Todas as assertivas são corretas.
(B) Apenas quatro assertivas são corretas.
(C) Apenas três assertivas são corretas.
(D) Apenas duas assertivas são corretas.
(E) Apenas uma assertiva é correta.
Respostas
01. Resposta E.
A falta de recursos e uma certa desconfiança do que poderia render de lucro a coroa portuguesa leva
a solução de garantir aos donatários a responsabilidade e o dever de garantir a exploração e
desenvolvimento da colônia.
02. Resposta E.
Os bandeirantes, utilizados e conhecidos como caçadores de índios e pedras preciosas no início da
colonização também atuaram na perseguição de escravos africanos que fugiam de seus senhores. Com
o tempo também atuaram na busca e destruição de quilombos ondes os escravos foragidos se refugiavam
03. Resposta C.
As expedições bandeirantes possuíam diferentes denominações de acordo com seu patrocinador. Se
organizadas pelo governo eram chamadas entradas e se organizadas por particulares como fazendeiros
e senhores de engenho recebiam o nome de bandeiras.
04. Resposta: A
A produção do açúcar no Brasil foi a primeira grande atividade comercial estabelecida de forma efetiva
para a geração de lucros para a coroa portuguesa. Era caracterizada pela mão-de-obra escrava (indígena,
depois africana), a grande propriedade rural (Latifúndio) e a exportação para o mercado europeu.
05. Resposta: B
Durante o período colonial, a obtenção de terras estava vinculada à concessão do rei, que as cedia
para pessoas com capital disponível para a construção de engenhos ou investimentos na colônia.
06. Resposta: B
Das situações descritas pela questão, apenas a expulsão dos jesuítas está colocada de maneira
incorreta. Na verdade, os jesuítas não foram expulsos com a criação da União Ibérica em 1580, mas
durante a administração do Marquês de Pombal, em 1759.
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E por que Portugal foi contrário bloqueio?
Portugal era um pequeno reino na Península Ibérica, que dependia muitos de suas colônias para o
sustento econômico. O principal parceiro econômico de Portugal era a Inglaterra, e desde 1703 os dois
países estavam sob um acordo conhecido como Tratado de Methuen, que recebeu o nome em função
do embaixador inglês que conduziu as negociações. O Tratado estabelecia o comércio de panos ingleses
e vinhos portugueses, o que a longo prazo provou-se desvantajoso para Portugal, pois o volume panos
que chegava era maior que o volume de vinhos que saía. Com o investimento na produção de vinho,
Portugal perdeu muitas das áreas de produção de alimentos, o que obrigou-o a importar parte dos gêneros
alimentícios. Além dos alimentos, Portugal deixou de investir em sua indústria, e importava uma grande
quantidade de produtos manufaturados da Inglaterra.
Por conta de todos os fatores citados, o Bloqueio Continental era desvantajoso para o pequeno país,
que optou por não aderir à estratégia de Napoleão. Sentindo-se prejudicado pela decisão portuguesa, e
vendo que seus esforços para impedir o comércio não estavam rendendo o esperado, em agosto de 1807
Napoleão envia um ultimato ao Príncipe Regente, D. João: ou Portugal rompia suas relações com a
Inglaterra, ou seria invadido.
Como Portugal manteve-se firme em sua decisão, a França assinou em conjunto com a Espanha o
Tratado de Fontainebleau, que dividia o território português entre os dois países e extinguia a dinastia
dos Bragança, à qual pertencia D. João.
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da frota, o vice-rei invocou uma lei que dava à coroa o direito de confiscar casas particulares com
pouquíssima formalidade. Funcionários do governo percorriam a cidade escolhendo arbitrariamente as
residências adequadas e escrevendo a giz em seus portas as iniciais “PR” que significavam Príncipe
Regente, o sinal indicava que os moradores deveriam desocupar prontamente suas casas. À medida que
as requisições prosseguiram, essas iniciais tornaram-se popularmente conhecidas pelos cariocas como
“Ponha-se na Rua”. Com a chegada da família real ao Brasil, em 1808, 10 mil casas foram pintadas com
as letras “PR”. O vice-rei do Brasil, D. Marcos de Noronha e Brito cedeu sua residência, O Palácio dos
Governadores, no Lago do Paço, que passou a ser chamado Paço Real, para o rei e sua família.
A transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro provocou uma grande transformação na
cidade. D. João teve que organizar a estrutura administrativa do governo, já que a colônia era impedida
de possuir determinadas estruturas. Nomeou ministros de Estado, colocou em funcionamento diversas
secretarias públicas, instalou tribunais de justiça e criou o Banco do Brasil. Em abril de 1808, foi criado o
Arquivo Central, que reunia mapas e cartas geográficas do Brasil e projetos de obras públicas. Em maio,
D. João criou a Imprensa Régia e, em setembro, surgiu a Gazeta do Rio de Janeiro. Logo vieram livros
didáticos, técnicos e de poesia. Em janeiro de 1810, foi aberta a Biblioteca Real, com 60 mil volumes
trazidos de Lisboa. Criaram-se as Escolas de Cirurgia e Academia de Marinha (1808), a Aula de Comércio
e Academia Militar (1810) e a Academia Médico-cirúrgica (1813). A ciência também ganhou com a criação
do Observatório Astronômico (1808), do Jardim Botânico (1810) e do Laboratório de Química (1818). Em
1813, foi inaugurado o Teatro São João (atual João Caetano). Em 1820, foi a vez da Real Academia de
Desenho, Pintura, Escultura e Arquitetura-civil.
O Rio de Janeiro passou por uma grande transformação, expandiu-se, ganhou chafarizes, para que
houvesse fornecimento de água, pontes e calçadas, assim a realeza poderia caminhar
despreocupadamente. Construíram-se ruas e estradas, e a iluminação pública foi instalada.
Em 1816, a Missão Francesa, composta de pintores, escultores, arquitetos e artesãos, chegaram ao
Rio de Janeiro para criar a Imperial Academia e Escola de Belas-Artes. Entre os principais artistas da
Missão estava Jean-Baptiste Debret. Ele foi chamado de "a alma da Missão Francesa". Era desenhista,
aquarelista, pintor cenográfico, decorador, professor de pintura e organizador da primeira exposição de
arte no Brasil (1829). Em 1818, trabalhou no projeto de ornamentação da cidade do Rio de Janeiro para
os festejos da aclamação de dom João VI como rei de Portugal, Brasil e Algarves.
Em "Viagem Pitoresca ao Brasil", coleção composta de três volumes com um total de 150 ilustrações,
Debret retrata e descreve a sociedade brasileira. Seus temas preferidos são a nobreza e as cenas do
cotidiano brasileiro.
A presença de artistas estrangeiros, botânicos, zoólogos, médicos, etnólogos, geógrafos e muitos
outros que fizeram viagens e expedições regulares ao Brasil, trouxe informações sobre o que acontecia
pelo mundo e também tornou este país conhecido, por meio dos livros e artigos em jornais e revistas em
que publicavam. Foi uma mudança profunda, mas que não alterou os costumes da grande maioria da
população carioca, composta de escravos e trabalhadores assalariados.
As mudanças promovidas por D. João provocaram o aumento da população na cidade do Rio de
Janeiro, que por volta de 1820, somava mais de 100 mil habitantes, entre os quais muitos eram
estrangeiros – portugueses, comerciantes ingleses, corpos diplomáticos – ou mesmo resultado do
deslocamento da população interna que procurava novas oportunidades na capital. Ainda assim,
aproximadamente metade da população da cidade era escrava, fator que manteve-se constante até o fim
do Império Brasileiro.
As construções passaram a seguir os padrões europeus. Novos elementos foram incorporados ao
mobiliário: espelhos, bibelôs, biombos, papéis de parede, quadros, instrumentos musicais, relógios de
parede.
A presença inglesa também faz notar-se cada vez mais. Com a Abertura dos Portos, promovida em
1808, o mercado brasileiro pôde ser penetrado pelos produtos ingleses, que acabaram por sufocar a
produção local, como no caso das manufaturas. Em 1808, o Alvará de Liberdade Industrial revogou uma
proibição de 1785 sobre a instalação de manufaturas do Brasil, que, porém, tiveram vida curta devido aos
acordos comerciais entre as nações.
Munido das instruções de Londres, o plenipotenciário inglês no Rio de Janeiro, lorde Strangford, após
inúmeras conversações, conseguiu mais um êxito para o seu país, firmando com os portugueses os
Tratados de 1810, que foram três medidas que beneficiaram o comércio inglês: Tratado de Comércio e
Navegação, Tratado de Amizade e Aliança e o Tratado dos Paquetes (embarcações).
Por força do Tratado de Comércio e Navegação, as mercadorias importadas da Inglaterra, ao entrar
no Brasil, sofreriam uma taxação de 15% sobre seu valor, os produtos portugueses seriam tributados em
16% e os dos demais países, em 24%; também criava-se o direito de extraterritorialidade judicial para os
súditos ingleses (criação dos juízes conservadores) e declarava-se franco o porto de Santa Catarina.
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O Tratado de Aliança e Amizade determinava a redução do tráfico negreiro para o Brasil, bem como o
compromisso de D. João de não permitir o estabelecimento do Santo Ofício (Inquisição) no Brasil.
Revolução Pernambucana
Embora D. João tenha tomado inúmeras medidas para transformar o Brasil na legítima sede da
monarquia lusitana, as mudanças atingiam diretamente a corte e o Rio de Janeiro. A situação
socioeconômica brasileira ainda era precária. Como resposta, houveram protestos, como a Revolução
Pernambucana de 1817
Pesados impostos, descaso administrativo, arbitrária e opressiva administração militar, insatisfação
popular, como também os ideais de nativismo e da extinção do colonialismo, defendidos pela Maçonaria
e propagados em centros como o dissolvido Areópago de Itambé e o Seminário de Olinda, colocavam
Pernambuco em uma situação propícia a uma tomada de posição revolucionária e emancipacionista.
A revolta foi delatada, e em março de 1817 a prisão dos conspiradores foi ordenada, dando início à
revolução, que possuía características republicanas, separatistas e anti-lusitana.
Resistindo e lutando contra as tropas do governo, foi criado um “Governo Provisório” composto de
cinco representantes: um militar, um magistrado, um religioso, um comerciante e um fazendeiro. Apesar
de ter sido bem sucedida em seu início, contando inclusive com o apoio e a adesão da Paraíba e Rio
Grande do Norte, a revolução foi sufocada
Com a revolta sufocada, os principais líderes foram presos, alguns inclusive executados. As
investigações (devassa) permaneceram até 6 de fevereiro de 1818, quando D. João assumiu a posição
de rei de Portugal, Brasil e Algarves. Após a nomeação de D. João, alguns dos prisioneiros foram
libertados e outros foram mandados para prisões na Bahia, onde permaneceram até 1821, sendo
libertados após obterem o perdão real. Um dos membros mais expressivos da revolta foi o Frei Caneca.
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que passaram a atuar como órgão governativo do Reino Unido; provisoriamente, adotou-se a Constituição
que a Espanha recém elaborara.
O movimento foi seguido por comerciantes portugueses e pela aristocracia rural, que passaram a exigir
de D. João e deu seu filho e herdeiro, D. Pedro, o juramento à constituição e o acatamento das decisões
das Cortes. Enquanto isso, as províncias passaram a ser governadas por juntas governativas provisórias.
Após intensa pressão, em 25 de abril de 1821, D. João retorna para Portugal levando o dinheiro e o
ouro existentes no Banco do Brasil.
Para garantir o domínio do território, D. Pedro fica no país, ocupando a função de Regente do Reino
do Brasil, o que se tornou um obstáculo aos planos de recolonização.
O Reconhecimento da Independência
Todas as nações que declaram sua independência, principalmente no contexto da descolonização da
América no século XIX, precisam de um reconhecimento externo, para não tornarem-se isoladas
econômica e politicamente. Ou seja, era indispensável este reconhecimento para que o Brasil pudesse
ter condições de estabelecer um Estado autônomo e soberano.
Um exemplo do encerramento das relações ocorreu quando o Haiti tornou-se independente. A ilha
localizada na América Central, foi o a primeira colônia na América a rebelar-se e conseguir a separação
da França, em 1804. Diferente do que ocorreu em outros lugares, como nos Estados Unidos em 1776, a
revolução no Haiti foi marcada pela imensa participação dos escravos, que inclusive tomaram o poder.
Como consequência, os países que mantinham relações comerciais com a ilha através da França, ficaram
com medo de que esse ato de rebelião se expandisse para as colônias americanas e acabaram fechando
todos os pactos comerciais selados.
As relações mantidas com a África, principalmente em relação ao comércio de escravos, prática que
já se arrastava por alguns séculos, garantiram ao Brasil o reconhecimento da independência, através de
dois reis africanos — Obá Osemwede, do Benim, e Ologum Ajan, de Eko, Onim ou Lagos. Em 1824,
buscando cumprir sua política de aproximação com as outras nações americanas, os Estados Unidos
reconheceram o desenvolvimento da independência do Brasil.
Apesar da importância do ato promovido pelos norte-americanos, era indispensável que Portugal, que
possuía diversas relações comerciais com o Brasil, também o fizesse.
Com interesse na emancipação brasileira, a Inglaterra intermediou os acordos com Portugal,
resultando na assinatura do Tratado de Paz e Aliança, em 29 de agosto de 1825. A aceitação de Portugal,
porém, não veio sem um preço: o Brasil deveria pagar uma indenização de dois milhões de libras
esterlinas para a antiga metrópole, e D. João, com a intenção de um dia promover a reunificação, exigiu
continuar a ostentar o título de Imperador do Brasil.
O pagamento da dívida com Portugal foi feito através de um empréstimo da Inglaterra, já que o Brasil
encontrava-se sem condições de arrecadar a quantia requisitada. Entre as exigências dos ingleses para
o reconhecimento da nova nação, estavam a manutenção das taxas alfandegárias e a abolição da
escravidão em um período de três anos, a partir de 1826.
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Após o reconhecimento português, várias outras nações da Europa e da América foram impelidas a
realizarem o mesmo gesto político. Com isso, o Brasil poderia estabelecer negócio com outras nações do
mundo através da assinatura de acordos e o estabelecimento de tratados de comércio.
Apesar de ter sido considerado um movimento pacífico, a Independência do Brasil gerou algumas
desavenças e opiniões contrárias. Em alguns pontos do novo Império, mais precisamente na capital da
Bahia e nas províncias do Piauí, Maranhão, Pará e Cisplatina, as tropas portuguesas que ainda se
encontravam no país não quiseram aceitar a autoridade do novo governo de D. Pedro. A Bahia constituiu
o principal foco da resistência, com o brigadeiro Madeira de Melo no comando das forças portuguesas.
Antes de oficializar-se a separação entre Brasil e Portugal, alguns apoiadores da independência já
passavam por hostilizações, como foi o caso do Convento da Lapa, que fora assaltado e a superiora,
Joana Angélica, assassinada. As revoltas nas províncias foram contidas através do poder militar,
garantindo a unidade territorial.
Outro fator de destaque no movimento de independência foi a pouca participação popular, visto que
em alguns casos, as regiões mais afastadas levaram muito tempo para saber que o Brasil agora não era
mais uma colônia de Portugal.
Uma das principais figuras e articulador da ideia de um Império brasileiro, indo na contramão dos ideais
republicanos que caracterizaram as revoltas América Espanhola, foi o estadista José Bonifácio. Havia
estudado e lecionado na Europa. Ao regressar ao Brasil, havia se tornado um dos principais articuladores
da Independência. Após consolidado o movimento, Bonifácio configurava-se na principal figura política
do País.
Quando D. Pedro assumiu o posto de imperador, Bonifácio foi escolhido para ocupar a pasta do Reino
e dos Estrangeiros. Embora tivesse ideias liberais, logo divergiu dos brasileiros que também promoveram
a Independência. Eram discordâncias quanto à 'prática' que efetivaria o Estado Nacional. Bonifácio
desconfiava dos republicanos, pois achava que estes poderiam convulsionar o País e possivelmente
ameaçar a integridade e a estrutura brasileira. Era um exagero, pois se tratava de grupos em disputa de
projeção política, que agiam dentro de uma igual linha ideológica: essencialmente conservadores. Mesmo
assim, Bonifácio não se esquivava de seus objetivos, era partidário de um poder altamente centralizado
e forte. Na verdade, ao querer o regime monárquico rígido, pretendia, na figura de ministro, participar do
poder decisivamente.
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O anteprojeto estava sendo discutido quando D. Pedro I ordenou o cerco ao prédio da Assembleia,
reunida em sessão permanente, em um episódio que ficou conhecido como Noite da Agonia, e
determinou a dissolução da Constituinte, em 12 de novembro de 1823. Em seguida, o imperador nomeou
um Conselho de Estado, incumbindo-o de redigir uma Constituição para o País.
A Constituição foi outorgada em 15 de março de 1824, com um caráter unitário e centralizador,
dividindo o Estado em quatro poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador. O último de
exclusividade do imperador, permitia a D. Pedro ter a decisão final sobre todos os assuntos que lhe
interessassem.
As eleições seriam censitárias e indiretas, e a Igreja ficaria subordinada ao Estado. Essa Constituição,
que vigorou até 1889, na realidade consagrava as aspirações da aristocracia rural, pois o Império ficava
estruturado à sua imagem: liberal na forma, mas conservador na prática.
A Confederação do Equador
Inconformados com o caráter elitista da Constituição de 1824 e com o uso de um poder centralizador
por parte de D. Pedro I, representantes de algumas províncias do nordeste defendiam a federação para
algumas províncias do nordeste e a separação destas do Brasil.
Em Pernambuco, que já possuía um histórico de aversão aos portugueses e ao domínio imperial, com
a revolução de 1817, sentiram o peso do autoritarismo real quando D. Pedro I depôs o governador Manuel
de Carvalho Paes de Andrade, e indicou um substituto para o cargo. A troca do governo seria o último
episódio que antecedeu a formação do movimento que ficou conhecido como Confederação do
Equador.
A Confederação teve início com a ação de lideranças e populares pernambucanas, e logo ganhou
força e espalhou-se para outros estados do nordeste. Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba também se
juntaram ao movimento. Impassíveis às tentativas de negociação do Império, os revoltosos buscaram
criar uma constituição de caráter republicano e liberal. Além disso, o novo governo resolveu abolir a
escravidão e organizou forças contra as tropas imperiais.
Após as primeiras ações estabelecidas pela Confederação, alguns dos líderes decidiram radicalizar
alguns pontos do novo governo, como a ampliação dos direitos políticos e reformas sociais. O rumo
tomado por Frei Caneca e Cipriano Barata fez com que os apoiadores do movimento ligados diretamente
à elite regional o abandonassem, temendo perder privilégios políticos e sociais já existentes.
O governo imperial reagiu ferozmente ao movimento, utilizando inclusive a contratação de mercenários
ingleses para conter o levante. Os ataques do império e o enfraquecimento interno levaram ao fim da
revolta, que teve dezesseis condenados à morte, entre eles, Frei Caneca, que já havia participado da
Revolução Pernambucana de 1817, foi fuzilado.
A Cisplatina
Desde o período colonial, a coroa portuguesa possuía o desejo de expandir seu Império até as
margens do Rio da Prata, na porção sul do continente. Com a conquista de Napoleão sobre a Europa e
a deposição do rei espanhol Fernando VII em 1808, as colônias espanholas na América começaram a
rebelar-se ao longo da década seguinte, gerando vários movimentos de independência.
Percebendo a instabilidade política, em 1820, a Cisplatina foi invadida como parte das ações de Dom
João VI. Uma das justificativas para a invasão reside no fato de a mulher de D. João, Carlota Joaquina,
ser espanhola e irmã de Fernando VII, e desejava manter o domínio de um espanhol sobre a região.
Outro fator de destaque é que a Cisplatina era um ponto estratégico no domínio e soberania do reino
brasileiro, e conquistá-la poderia garantir que revoltas liberais não se espalhassem por território brasileiro.
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Durante o processo de independência brasileira, poucos anos após a anexação, a Cisplatina tornou-
se palco de revoltas que buscavam separá-la do domínio brasileiro e conquistar a independência. Apesar
das lutas e da resistência, as expedições militares conseguiram conter as revoltas, mantendo o controle
sobre o território.
Em 1825, o general Juan Antonio Lavalleja, com o apoio de lideranças políticas argentinas, organizou
um movimento de emancipação da Cisplatina, declarando sua anexação à República das Províncias do
Rio da Prata, que integrava o território argentino. A mudança não foi aceita por D. Pedro I, que declarou
guerra contra os revoltosos, algo que durante os próximos anos enfraqueceria tanto a economia brasileira,
por ter que arcar com os custos da guerra, quanto a imagem de D. Pedro I, pois muitos consideravam a
disputa como algo infundado, já que a Cisplatina não possuía muitos traços em comum com o restante
do país. Em 1828, após anos de tentativa infrutífera de recuperar a antiga província, o Brasil retira-se do
conflito, e os rebeldes vitoriosos proclamam a Republica Oriental do Uruguai.
Muitos jornalistas teciam duras críticas ao imperador. Outro fato que manchou ainda mais a imagem
de D. Pedro foi o assassinato do jornalista e médico Líbero Badaró, grande opositor seu. Badaró
representava uma das figuras que criticava o autoritarismo de Dom Pedro I e seu governo imperial nos
periódicos de divulgação de ideias liberais: o "Farol Paulistano" e o "Observador Constitucional". O
jornalista foi misteriosamente assassinado, na cidade de São Paulo, em 1830.
No mesmo ano, as forças liberais brasileiras, espelhadas na Revolução Liberal de 1830, que eliminou
o absolutismo dos Bourbon na França, aumentaram as críticas à conduta política do Imperador. Com a
dissolução da Câmara dos Deputados e o assassinato de Líbero Badaró, aumentou ainda mais a
insatisfação dos políticos brasileiros, que passaram a articular a derrubada de D. Pedro I.
Em março de 1831, depois de uma desastrosa viagem a Minas Gerais, onde o Imperador sofreu a
hostilidade dos políticos locais, o Partido Português resolveu promover uma grande festa em apoio ao
governante, prontamente repelida pelo povo do Rio de Janeiro, manipulado pela elite dirigente. A luta
entre brasileiros e portugueses em treze de março, conhecida como Noite das Garrafadas, era o prelúdio
do fim.
Em 7 de abril de 1831, depois de sucessivas trocas ministeriais e incapaz de deter os distúrbios de
rua, promovidos por populares e que contavam agora com a adesão de tropas do governo, D. Pedro
abdicou do trono brasileiro, em favor de seu filho, o príncipe D. Pedro de Alcântara.
A abdicação de D. Pedro ocorreu tanto pela pressão política que o imperador sofria da elite e populares
brasileiros, quanto pela tentativa de assegurar os direitos de sua filha, Maria da Glória, pois com a morte
de D. João VI em Portugal, a Coroa iria, por direito, a D. Pedro I, que preferiu abdicar o trono português
em benefício da filha. Assim terminava o Primeiro Reinado.
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Liberais Moderados: Também chamados de chimangos ou chapéus-redondos, eram entendidos
como a direita liberal, compostos de uma parcela da aristocracia rural, com uma tendência monarquista,
já que esta garantia a eles a proteção de seus privilégios. Defendiam uma monarquia constitucional, pois
eram contra o domínio total do imperador. Apesar do nome de liberais, a definição era mais um enfeite
do que uma orientação de pensamento. Na prática eram conservadores e contra qualquer tipo de abertura
política ou reforma social, defendendo a manutenção da ordem vigente. Uniam-se sob a égide da
Sociedade Defensora da Liberdade e Independência Nacional, fundada por Evaristo da Veiga.
Empenharam-se no combate aos restauradores e exaltados federalistas, na defesa da ordem e da
centralização, fornecendo subsídios para a orientação governista.
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Em 29 de novembro de 1832 é aprovado o Código do Processo Criminal, que altera a organização do
Poder Judiciário. Os juízes de paz, eleitos diretamente sob o controle dos senhores locais, passam a
acumular amplos poderes nas localidades sob sua jurisdição.
Cabanagem (1833-1840)
A Cabanagem foi uma revolta que ocorreu entre 1833 e 1839, na região do Grão-Pará, que
compreende os atuais estados de Amazonas e Pará. A revolta começou a partir de pequenos focos de
resistência que aumentaram conforme o governo tentava sufocar os protestos, impondo leis mais rígidas
e a obrigação de participação no exército daqueles que fossem considerados praticantes de atos
suspeitos. A cabanagem contou com grande participação da população pobre, principalmente os
Cabanos, pessoas que viviam em cabanas na beira dos rios. Os revoltosos tomaram a cidade de Belém,
porém foram derrotados pelas tropas imperiais.
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O exército rebelde era formado, em sua maioria, por “negros de ganho”, escravos que vendiam
produtos de porta em porta e, ao fim do dia, dividiam os lucros com os senhores. Podiam circular mais
livremente pela cidade que os escravos das fazendas, o que facilitava a organização do movimento. Além
disso, alguns conseguiam economizar e comprar a liberdade. Os revoltosos lutavam contra a escravidão
e a imposição da religião católica, em detrimento da religião muçulmana.
A repressão oficial resultou no fim da Revolta dos Malês, que teve muitos mortos, presos e feridos.
Mais de quinhentos negros libertos foram degredados para a África.
Sabinada (1837-1838)
A Sabinada ocorreu na Bahia, com o objetivo de implantar uma república independente. Foi liderada
pelo médico Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira, e por isso ficou conhecida como Sabinada. O
principal objetivo da revolta era instituir uma república baiana, mas só enquanto o herdeiro do trono
imperial não atingisse a maioridade legal. Diferentemente de outras revoltas ocorridas no período, a
sabinada não contou com o apoio das camadas populares e nem com os grandes proprietários rurais da
região, o que garantiu ao exército imperial uma vitória rápida.
Balaiada (1838-1841)
A Balaiada ocorreu no Maranhão, em 1838, e recebeu esse nome devido ao apelido de uma das
principais lideranças do movimento, Manoel Francisco dos Anjos Ferreira, o "Balaio", conhecido por ser
um vendedor do produto.
A Balaiada representou a luta da população pobre contra os grandes proprietários rurais da região. A
miséria, a fome, a escravidão e os maus tratos foram os principais fatores de descontentamento que
levaram a população a se revoltar.
A principal riqueza produzida na província, o algodão, sofria forte concorrência no mercado
internacional, e com isso o produto perdeu preço e compradores no exterior. Além da insatisfação popular,
a classe média maranhense também se encontrava descontente com o governo imperial e suas medidas
econômicas, encontrando na população oprimida uma forma de combatê-lo.
Os revoltosos conseguiram tomar a cidade de Caxias em 1839 e estabelecer um governo provisório,
com medidas que causaram grande repercussão, como o fim da Guarda Nacional e a expulsão dos
portugueses que residiam na cidade.
Com a radicalização que a revolta tomou, como a adesão de escravos foragidos, a classe média que
apoiava as revoltas aliou-se ao exército imperial, o que enfraqueceu bastante o movimento e garantiu a
vitória 1841, com um saldo de mais de 12 mil sertanejos e escravos mortos em batalhas. Os revoltosos
que acabaram presos foram anistiados pelo imperador.
A Maioridade
Durante o período em que aguardava a maioridade, o jovem Pedro preparou-se para exercer sua
função, como demonstra uma carta80 enviada para a irmã, a rainha Maria da Glória, de Portugal
“Querida e muito amada irmã. Aproveitamos a viagem a Paris que faz o Sr. Antônio Carlos d’Andrada,
irmão do nosso Tutor, para dar-lhe notícias. Há muito tempo estamos privados das suas, assim como das
de nossa querida Mamãe [...] Aqui esforçamo-nos em seguir o seu exemplo: Escrita, Aritmética,
Geografia, Desenho, Francês, Inglês, Música e Dança dividem os nossos momentos; fazemos constantes
esforços para adquirir conhecimento e somente a nossa aplicação pode trazer um pouco de lenitivo às
vivas saudades que nos faz experimentar a separação [...]”
Com todos os problemas e a instabilidade ocorridos durante o período regencial, desde 1835 já havia
um movimento que buscava antecipar a coroação de D. Pedro II, que pela constituição deveria acontecer
em 1843, quando o monarca fizesse dezoito anos.
Os liberais, ou progressistas, fora do poder desde a renúncia do Regente Feijó, apoiaram a ideia de
reduzir a idade para a coroação, esperando voltar ao governo. Os conservadores ou regressistas viam a
proposta de antecipação como forma de consolidar a Monarquia e de preservar a unidade do Império. No
Governo, desde a eleição de Pedro de Araújo Lima para o cargo de Regente Uno do Império, os
conservadores pareciam não estar seguros da continuidade do regime regencial, que se mostrara incapaz
no combate às várias revoltas e na manutenção da ordem política.
Em 1837, já com uma regência conservadora, propôs-se a revisão do Ato nesses termos, numa
discussão que se arrastou até 1840. Finalmente nesse ano os conservadores conseguiram passar essas
80
Fonte: Schwarcz, Lilian. As Barbas do Imperador.
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reformas, prontamente respondidas pelos liberais com a sugestão ao parlamento de adiantar a
maioridade de D. Pedro II, já naquele ano, sob a justificativa da necessidade da figura imperial para a
pacificação da nação.
O Segundo Reinado
Em 1840, com apenas 14 anos, D. Pedro II tornou-se imperador do Brasil, posição que iria manter por
quase cinquenta anos. D. Pedro II realizou parcerias com a Elite Agrária do País, classe de grande
influência no século XIX. Tendo-os como aliados, os favores começaram a prevalecer. O Imperador dava
toda condição e estrutura para que essa Elite continuasse produzindo cada vez mais e em troca recebia
todo apoio político necessário para se consolidar no poder. Dessa maneira, em pouco tempo, o Segundo
Reinado conseguiu fazer do Brasil um País estável e próspero.
Em relação à Economia, o Café se transformou e se consolidou como o principal produto brasileiro
para exportação, provocando um grande crescimento econômico. Inicialmente produzido no Vale do
Paraíba, entre São Paulo e a região Fluminense, se expandiu rapidamente, por se tornar um produto de
grande aceitação mundial.
Nasce assim uma nova Elite, agora concentrada no Sudeste, a Elite Cafeeira, que se tornara mais rica
que os antigos Senhores de Engenhos produtores de açúcar.
Liberais e Conservadores
O grupo político dos liberais moderados dividiu-se por volta de 1837 nas alas regressista e
progressista, formando a partir de 1840, dois partidos políticos. O Partido Conservador, constituído pelos
regressistas e apelidado de Saquarema e o Partido Liberal, formado pelos progressistas e chamado
de Luzia.
Luzias e Saquaremas dominaram o cenário político do Segundo Reinado. Os conservadores
defendiam um governo imperial forte e centralizado, enquanto os liberais lutavam por uma
descentralização, concedendo certa autonomia às províncias. No entanto, quando conquistavam o poder,
liberais e conservadores não apresentavam atitudes muito diferentes.
As Eleições do Cacete
Assim que D. Pedro II assumiu o poder, foi criado o Ministério da Maioridade, com o objetivo de auxiliar
o jovem imperador a governar o país. Esse Ministério, que era composto por uma maioria liberal, também
foi chamado de Ministério dos Irmãos, pois era formado, entre outros, pelos irmãos Antônio Carlos e
Martim Francisco de Andrada e os irmãos Cavalcanti, futuros Viscondes de Albuquerque e de Suassuna.
Na Câmara, ao contrário do Ministério, a maioria dos políticos era composta de conservadores,
dificultando as decisões ministeriais. Com o objetivo de resolver essa disputa de poderes, a câmara foi
dissolvida e novas eleições foram convocadas.
Em 13 de outubro de 1840, foram realizadas as eleições, que ficaram conhecidas pelo polêmico nome
de Eleições do Cacete, ganhando até um lema: “para os amigos pão, para os inimigos pau”, visto
que foram marcadas por inúmeras fraudes eleitorais e uso da violência física para garantir a vitória ao
Partido Liberal. Capangas contratados pelos liberais invadiram os locais de votação para coagir eleitores
e ameaçar de morte adversários políticos.
O governo alterou todo o processo eleitoral nomeando novos presidentes para as províncias e
substituindo chefes de polícia, juízes de direito e oficiais superiores da Guarda Nacional de orientação
conservadora.
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A retomada do poder pelos liberais foi passageira, visto eu enfrentaram diversas questões de peso,
como o agravamento da Guerra dos Farrapos, a pressão inglesa pelo fim do tráfico negreiro e a
repercussão da vitória nas eleições com o uso da força bruta.
Para resolver essas questões, o imperador destituiu a câmara recém-eleita e formou um novo
ministério em março de 1841, abrigando membros de ambos os grupos políticos.
Com o retorno ao poder, os conservadores buscaram concluir as mudanças “regressistas” que foram
interrompidas com o Golpe da Maioridade. Entre as medidas destacam-se o restabelecimento do
Conselho de Estado, que havia sido extinto pelo Ato Adicional de 1834, e a reforma do Código de
Processo Criminal.
A disputa entre liberais e conservadores seria uma das características de todo o segundo reinado.
Apesar dos confrontos, ambos os partidos tinham origem na elite do império e possuíam mais
semelhanças que diferenças. Por conta das semelhanças, o político do período imperial Hollanda
Cavalcanti cunhou a emblemática frase: “Nada mais parecido com um saquarema[conservador] do que
um luzia [liberal] no poder”.
Revolução Praieira
A revolução Praieira ocorreu em 1848, nascida de uma rivalidade entre os partidos Liberal e
Conservador na província de Pernambuco. Nessa época, o país se recuperava da crise econômica e,
enquanto as províncias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais prosperavam economicamente com
a produção e exportação do café, as províncias nordestinas estavam em decadência devido à crise
da produção do açúcar e do algodão.
Além da crise agrária, a província de Pernambuco possuía grandes problemas sociais, como o fato do
comércio e da política estarem nas mãos de portugueses que não admitiam trabalhadores brasileiros em
seus estabelecimentos, impunham os preços sem nenhuma forma de regulamento e possuíam total
controle político.
Com a criação do Partido da Praia em 1842, formado por um grupo de democratas e liberais
pernambucanos, liderados por Borges da Fonseca, Abreu Lima, Inácio Bento de Loiola, Nunes Machado
e Pedro Ivo, surge uma nova voz na política pernambucana, que acreditava que a luta armada seria a
forma de resolver os problemas locais.
Com eleição de um presidente conservador para a província em 1848, os membros do Partido da Praia
lançaram o chamado "Manifesto ao Mundo", documento em que exigiam o fim da monarquia e a
proclamação de uma república; o fim do voto censitário; a extinção do Senado Vitalício e do Poder
Moderador; o fim dos privilégios comerciais dos estrangeiros e a liberdade de imprensa.
Logo após, tomam a iniciativa de liderar uma revolta com a participação das camadas populares, que
ficou conhecida como revolução praieira, tendo início na cidade de Olinda com a derrubada do presidente
da província. Apesar da tentativa de tentar tomar controle de toda a província, os revoltosos foram
contidos em 1849 pelas tropas imperiais. A Revolução Praieira foi a última grande revolta contra o governo
imperial.
O Parlamentarismo às Avessas
O sistema parlamentarista é usado tanto em monarquias quanto em repúblicas. Nele, o chefe do
Estado, seja ele rei ou presidente, não é o chefe do governo e por isso não tem responsabilidades
políticas. Ao invés dele, o chefe de governo é o Primeiro Ministro, o qual é indicado pelo Parlamento. A
aprovação do Primeiro Ministro e do seu Conselho de ministros pela Câmara dos Deputados se faz pela
aprovação de um plano de governo a eles apresentado. A Câmara ficará encarregada de empenhar-se
pelo cumprimento desse plano perante o povo.
No Brasil, foi criado um sistema parlamentarista oposto ao modelo apresentado acima, que é
comumente conhecido como parlamentarismo inglês, visto que o sistema foi desenvolvido dessa forma
na Inglaterra.
Em 1847, D. Pedro II criou o sistema parlamentarista que ficou conhecido como Parlamentarismo às
avessas, através da criação do cargo de presidente de Conselho de Ministros. Este, que era uma espécie
de primeiro-ministro, era escolhido por D. Pedro II, subordinando assim o Parlamento ao imperador.
Quando ocorria algum impasse entre o poder executivo e o legislativo, D. Pedro II tinha o poder de
dissolver a Câmara ou substituir o presidente do Conselho de Ministros.
Principais características do parlamentarismo “às avessas”
- O primeiro-ministro era escolhido pelo imperador (executivo) e não pelo partido de maioria no
Parlamento (legislativo), como ocorre na Inglaterra.
- O Parlamento ficava subordinado ao imperador (D. Pedro II).
- Era centralizador (poder centralizado no imperador).
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- Era oligárquico, pois o imperador quase sempre atendia somente aos interesses dos grandes e ricos
fazendeiros.
A Influência do Café
O café foi o principal produto de exportação durante o Segundo Reinado. As primeiras mudas e
sementes de café chegam ao Brasil no século XVIII, por volta de 1730, vindas da América Central e das
Guianas, mas é só a partir do começo do século XIX que a cafeicultura ganha o interesse dos grandes
proprietários. O café surgiu como salvação para o modelo de grande propriedade e monocultura de
exportação, vigente até então no Brasil.
O consumo de café pelos europeus começou a crescer durante o século XVIII, com fornecimento vindo
da Arábia. Com a popularização do consumo, a América passou a exportar também o produto.
Começando da região do Rio de Janeiro, centro do império, o café expandiu-se logo na primeira década
do século XIX para o interior fluminense e durante os anos de 1830 alcançou o Vale do Paraíba, e
posteriormente, a Zona da Mata em Minas Gerais.
O café esteve presente em praticamente todo o estado de São Paulo, expandindo-se rumo ao Oeste
Paulista, que apresentava condições favoráveis ao cultivo. Apesar da existência de diversos grupos
indígenas que habitavam o interior do estado, na segunda metade do século XIX os grupos de resistência
haviam sido exterminados ou transferidos para aldeamentos e o café consolidou-se pelo restante do
estado. Juntamente com o café, surgiram as estradas de ferro, utilizadas principalmente para transportar
o produto para o litoral até o porto de Santos.
Entre os fatores para o sucesso do Café, podem ser observados a estrutura de monocultura já
presente, a utilização da mão-de-obra escrava e a adaptação ao clima e ao solo brasileiros.
Com o crescimento da produção, a demanda por braços para a lavoura aumentou consideravelmente,
fazendo com que os proprietários buscassem importar mais escravos. A insistência inglesa na proibição
do tráfico de escravos contribuiu para a utilização de imigrantes europeus, trabalhando como assalariados
nas fazendas do sudeste.
Cultura
D. Pedro II foi um grande apreciador das ciências e das artes. Diferente do cenário político, onde
apresentava-se poucas vezes, geralmente no início e no fim dos trabalhos na câmara, o monarca teve
um influente papel na produção cultural e na fabricação da identidade brasileira.
D. Pedro era frequentador assíduo das reuniões do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB),
que tornou-se um centro produtor de literatura e outros trabalhos intelectuais, sob a proteção do
imperador. Já no ano de 1838, havia sido convidado a tornar-se “protetor” da instituição, e em 1839
ofereceu uma das salas do paço imperial para as reuniões do Instituto.
No campo literário, o romantismo predominou, com a exaltação da figura indígena, apontado como
elemento importante da cultura brasileira, porém descrito a partir de traços europeizados e
representações de passividade perante o domínio dos brancos. A obra O Guarani, publicada em 1857
por José de Alencar, é um exemplo dessa representação. O índio Peri é retratado como um herói, que
luta contra outras tribos indígenas rebeldes e antropófagas (praticantes de algumas formas de
canibalismo). Outros autores também produziram obras centradas na figura do indígena, como Gonçalves
Dias em I-Juca-Pirama, e Gonçalves de Magalhães em A Confederação dos Tamoios.
No campo artístico, as obras do pintor Victor Meireles buscavam também retratar um indígena passivo
em relação aos portugueses, porém heroico e símbolo de martírio. Dois exemplos dessa representação
estão nas obras abaixo:
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A obra A Primeira Missa no Brasil demonstra os indígenas em situação de passividade, curiosos com
o povo estranho que acabara de chegar em seus territórios, executando um ritual religioso. Nenhum
indígena opõe-se à realização da missa, mesmo sendo totalmente diferente de suas crenças ou
costumes. A cruz aparece como elemento central na composição da imagem, com o objetivo de afirmar
a fé católica.
Apesar de ser índia, Moema, representada na obra de 1866, possui pela extremamente clara, quase
branca. O quadro é uma interpretação do conto Caramuru, do frei Santa Rita Durão, escrito em 1781.
Moema, apaixonada por Caramuru, resolve atirar-se ao mar quando o português está regressando para
a Europa. Incapaz de alcançar o barco, a índia acaba morrendo afogada, em uma inocente busca por seu
amor. O corpo de Moema, já sem vida na praia, está envolto por uma natureza mística e exuberante.
Ainda no campo das artes, em 1857 foi fundada a Imperial Academia de Música e a Ópera Nacional,
destinadas a formar músicos nacionais e difundir o canto lírico, sendo o imperador um grande admirador
das sinfonias do alemão Richard Wagner.
D. Pedro também possuía muito interesse nas instituições de ensino do império, com constantes
visitas, principalmente ao colégio que levava seu nome, o Pedro II. Fundado em 2 de dezembro de 1837,
o Colégio Pedro II é uma das mais tradicionais instituições públicas de ensino básico do Brasil. Nele o
monarca fazia vistorias, acompanhava provas, fazia a seleção de professores e conferias medias.
Também no campo da medicina, foram vários os incentivos, como o financiamento de estudos e
investimento no hospício da corte.
O caso indígena
Durante o século XVIII houve um projeto civilizador voltado para a Colônia.
Na construção do processo civilizador, a barbárie desempenha parte importante do contexto. A
administração portuguesa estava convencida de que os povos que não estavam sob o poder real
forçosamente precisavam ser subjugados. Embora tenha sido desenvolvido na Metrópole, tal projeto foi,
em linhas gerais, absorvido pelas elites coloniais”. O espaço no qual deveria delinear-se a intervenção
civilizadora deveria ser capaz de justificar, em função de suas culturas ou produtos naturais passíveis de
extração, a viabilidade de se alocar recursos nessa empreitada: “Este projeto civilizador foi executado em
regiões que poderiam propiciar algum tipo de retorno financeiro não só às próprias expedições que
partiam para o seu controle, como também às elites locais e à metrópole”.
Dentro do contexto apresentado, serve de exemplo a declaração de guerra por D. João VI contra os
índios insurgentes do Sertão do Leste de Minas Gerais– os Botocudos - imediatamente após sua chegada
ao Brasil. Ato contínuo às ações que levaram à abertura dos portos e à permissão oficial para o
estabelecimento de fábricas e manufaturas no Brasil, a Carta Régia que “manda fazer guerra aos índios
botocudos”, de 13 de maio de 1808 (que é anterior, inclusive, à declaração de guerra portuguesa aos
franceses) revela o firme propósito da Coroa em “civilizar” todos os indígenas ainda não pacificados nos
sertões do leste:
“(...) deveis considerar como principiada contra estes índios antropófagos uma guerra ofensiva que
continuareis sempre em todos os anos nas estações secas e que não terá fim, senão quando tiverdes a
felicidade de vos senhorear de suas habitações e de os capacitar da superioridade das minhas reais
armas de maneira tal que movidos do justo terror das mesmas, peçam a paz e sujeitando-se ao doce jugo
das Leis e prometendo viver em sociedade, possam vir a ser vassalos úteis, como já o são as imensas
variedades de índios que nestes meus vastos Estados do Brasil se acham aldeados e gozam da felicidade
que é consequência necessária do estado social (...) Que sejam considerados como prisioneiros de
guerra todos os índios Botocudos que se tomarem com as armas na mão em qualquer ataque; e que
sejam entregues para o serviço do respectivo Comandante por dez anos, e todo o mais tempo em que
durar sua ferocidade, podendo ele empregá-los em seu serviço particular durante esse tempo e conservá-
los com a devida segurança, mesmo em ferros, enquanto não derem provas do abandono de sua
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atrocidade e antropofagia. (...) e me dará conta pela Secretaria de Estado de Guerra e Negócios
Estrangeiros, de tudo o que tiver acontecido e for concernente a este objeto, para que se consiga a
redução e civilização dos índios Botocudos, se possível for, e a das outras raças de índios que muito vos
recomendo”;
A questão agrária
A política agrária durante o período colonial brasileiro esteve baseada na concessão de sesmarias, um
regime de doações de terras utilizado pela coroa portuguesa, cujo objetivo seria estimular a ocupação do
território e estender o alcance da ação civilizatória. A historiografia registra que esse sistema de
ordenação territorial, que condicionava a efetiva ocupação e o tratamento produtivo do agraciado às terras
recebidas como condição necessária para a manutenção da propriedade, foi ao longo do tempo alvo de
inúmeras alterações em seus dispositivos legais, refletindo as diferentes realidades históricas que se
impunham aos gestores das políticas públicas.
D. João VI, tentando ordenar a distribuição das sesmarias e reconhecendo que ordens suas e
determinações anteriores sobre os limites das sesmarias concedidas estavam sendo desrespeitadas
amplamente, tornando-se foco de litígios entre os proprietários de terra, suspendeu em 1809 a emissão
de novas concessões até que as medições fossem regularizadas por funcionários a serem designados
para todas as vilas do país.
No mesmo alvará, o monarca ressaltava a importância estratégica do tema para a agenda Real: “(...)
para que se ajunte, tanto quanto se possa, o interesse do Bem Público no aumento da Agricultura, e
Povoação desse vastíssimo Estado, que muito Desejo promover, e adiantar, com a segurança, os
Sagrados Direitos da Propriedade, de cuja ofensa resultaria o despovoamento das terras, e a
despovoação”.
A sesmaria era o principal meio legal de apropriação das terras, em geral destinada a cidadãos com
influência junto à burocracia estatal. A menção de denúncias sobre abuso e ilegalidades ocorridas na
distribuição e manutenção das sesmarias não é rara na historiografia. No entanto, entre a obtenção de
uma sesmaria e sua efetiva ocupação, não era incomum a ocorrência de hiato temporal relativamente
longo, extrapolando inclusive a previsão legal. Como exemplo, sesmarias concedidas no início de 1800
na área do atual município de Leopoldina, que em poucas décadas se consolidaria como uma das
principais cidades da região da Zona da Mata Mineira, só começaram a ser efetivamente ocupadas
décadas depois, e mesmo assim por familiares do titulares. Com a independência do Brasil, o sistema de
posses tornou-se o único no país até o advento da lei nº 601, de 18 de setembro de 1850, que dispunha
sobre as terras devolutas do império, legitimando as sesmarias e posses anteriormente constituídas,
desde que cultivadas.
Como parte dos acordos firmados entre Brasil e Inglaterra depois que a antiga colônia de Portugal
adquiriu sua independência, estava a exigência da abolição do trabalho escravo, medida que beneficiava
largamente os interesses ingleses. Apesar do comprometimento brasileiro em acabar com a escravidão
em 5 anos (antes de 1830), a primeira medida expressiva do país nesse sentido concretizou-se apenas
em 4 de setembro de 1851, com a lei Nº 581, conhecida como Lei Eusébio de Queiroz.
A lei proibia o tráfico negreiro no Brasil, e criminalizava a prática como ato de pirataria para aqueles
que nela insistissem.
Como consequência da proibição do tráfico de escravos, que constituíam a quase totalidade da mão-
de-obra no país, os cafeicultores do sudeste tiveram de importar escravos de dentro do território,
especialmente da região Nordeste, que passava por um período de decadência.
Poucos dias depois da aprovação da lei Eusébio de Queiroz, foi aprovada outra lei, que ficou conhecida
como Lei de Terras.
Com o objetivo de garantir a posse de terras nas mãos dos grandes proprietários rurais, especialmente
os produtores de café, a lei Nº 601, de 18 de setembro de 1850 tinha a pretensão de regulamentar as
terras ditas devolutas, ou seja, terras desocupadas, na visão desses grandes proprietários (vale lembrar
que essas terras, apesar de declaradas desocupadas eram habitadas por indígenas, vistos como
selvagens e algo um pouco além de animais, e por posseiros que não possuíam títulos de posse
das terras).
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lembrar que o tráfico de escravos já era uma realidade que diminuía cada vez mais a disponibilidade de
mão-de-obra escrava.
- Dificultar a compra ou posse de terras por pessoas pobres, favorecendo o uso destas para fins de
produção agrícola voltada para a exportação. Este objetivo foi alcançado pelo governo, pois esta lei
provocou o aumento significativo nos preços das terras no Brasil.
- Favorecer os grandes proprietários rurais, que passavam a ser os únicos detentores dos meios de
produção agrícola, principalmente a terra, no Brasil.
- Tornar as terras um bem comercial (fonte de lucro), tirando delas o caráter de status social derivado
da simples posse.
Imigração
No Brasil, o projeto de imigração fundava sua base na exclusão do trabalho escravo na agricultura,
sempre tendo em mente que o negro não era considerado benéfico para tal atividade. O trabalhador
escravo estava sendo substituído pelo trabalhador livre, em geral o europeu branco.
Os fatores que motivaram a imigração podem ser os religiosos (perseguições religiosas), políticos
(exílio político), a questão econômica, e o fator demográfico como expoente valorativo das taxas de
emigrações na Europa, principalmente porque durante o século XVIII, as taxas de natalidade subiram
cerca de 1% ao ano, número representativo para a Europa, que influenciou, também, o processo
imigratório.
Os enclosures (processo de passagem de terras livres ou comuns para o uso privado, com a
demarcação de áreas e seu cercamento), alteraram a relação entre a terra e os trabalhadores. Esses
cercamentos pressionavam os pequenos e grandes proprietários de terras a dividirem mais e mais sua
propriedade. Ao aumentar a taxa de natalidade, a divisão entre os herdeiros que dependiam da terra
crescia concomitantemente. Os olhos voltaram-se para a América por fatores que os atraíam e que não
podiam ser ignorados. O Brasil, ao contrário da Europa, dispunha de terra e carecia de mão-de-obra.
Entretanto, apesar da alta disponibilidade de terras no Brasil, a imigração europeia concentrou-se na
região Sul e Sudeste e representava um número pequeno em comparação com a população residente no
país.
Além da disponibilidade da terra na região sul do Brasil, ou Brasil Meridional, havia um objetivo
específico de quem deveria vir povoar esse território. “Povoar” no sentido que consideravam vazio esse
espaço, como salientamos acima. A expressão mais apropriada para tal empreendimento deveria ter sido
“repovoar” ou “recolonizar”, uma vez que havia indígenas nesses lugares.
As primeiras experiências para adotar o imigrante europeu como trabalhador nas lavouras de café
ocorreu em 1847, quando Nicolau de Campos Vergueiro, senador do império e regente provisório,
resolveu trazer imigrantes alemães e suíços para trabalhar em suas fazendas de café no Oeste Paulista,
através de um sistema conhecido como parceria: nele, os parceiros (no caso, os imigrantes) trabalhavam
no cultivo e na colheita do café, dividindo com o proprietário os lucros e os prejuízos resultantes do cultivo.
A experiência de Vergueiro foi de certa forma infrutífera, pois os imigrantes, apesar de saírem da Europa
em um contexto de fome e conflitos, eram submetidos a condições de tratamento extremamente rígidas,
como a proibição de enviar correspondências aos familiares na Europa. Somando-se a isso, havia a
mentalidade do trabalho escravo, ainda presente, o que dificultava a criação de novas formas de trabalho.
Após revoltas ocorridas na década de 1850, o sistema de parceria foi abandonado.
Apesar da proibição no tráfico de escravos em 1850, apenas na década de 1880 os imigrantes
começam a aparecer com força no cenário da produção de café em São Paulo. As péssimas condições
de trabalho e a propaganda enganosa sobre a aquisição de terras no Brasil contribuíram para o fracasso
nas tentativas de atração de imigrantes, tendo inclusive o governo italiano desaconselhado a imigração
para cá, em uma circular que descrevia São Paulo como região inóspita e insalubre.
Somente nos últimos anos do império, com a necessidade de mão-de-obra cada vez mais crescente,
e com a abolição da escravidão já apontando como realidade, os fazendeiros e também o governo
resolveram ampliar a proposta para os imigrantes, como o pagamento do transporte e do alojamento ao
chegarem ao Brasil. As condições sociais, principalmente na Itália, abatida pela fome, contribuíram
também para o movimento migratório para o Brasil.
A imigração no Sul: Desde a Independência do Brasil houve a intenção de ocupar as partes mais
afastadas do império, como a região do Rio Grande do Sul, cobiçado por nações vizinhas e, portanto,
motivo de preocupação, o governo imperial tomou medidas para incentivar a vinda de imigrantes para o
Brasil.
Essa preocupação com a fronteira Sul levou o imperador D. Pedro I a ordenar a vinda de colonos
alemães.
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Em 1824 chegaram os primeiros colonos, recrutados pelo major Jorge Antonio Schaffer, que foram
enviados para a região do atual município de São Leopoldo no Rio Grande do Sul. Apesar das dificuldades
enfrentadas no início, a colônia conseguiu crescer, espalhando-se pela região do Vale do Rio dos Sinos.
Em Blumenau (atual região de Santa Catarina) surgiram colônias de caráter privado, ou seja, que não
foram sustentadas pelo governo.
A Colônia Nova Itália foi fundada em 1836 e correspondente ao atual município de São João Batista.
Criada pela empresa “Demaria e Schutel”, Os colonos eram originários, na sua maioria, da Ilha da
Sardenha. Localizada às margens do rio Tijucas, a colônia teve maior desenvolvimento durante o período
em que esteve sob a direção do suíço Luc Montandon Boiteux.
A Colônia de Itajaí, fundada em 1835, foi criada pela lei Provincial n.º 11, que permitiu estabelecer
duas colônias compostas de elementos nacionais e estrangeiros no município de Porto Belo. Uma delas
seria localizada à margem do rio Itajaí-Açu, na localidade de “Pocinho” e outra ficaria próxima ao rio Itajaí-
Mirim, no lugar chamado “Tabuleiro”.
A Colônia de Vargem Grande foi fundada em 1837, às margens do rio dos Bugres e da estrada que
servia de ligação entre o planalto e o litoral. Foi constituída por colonos alemães que vinham da antiga
colônia de São Pedro de Alcântara, descontentes com a má administração e as brigas por falta de
pagamentos e desentendimentos sobre terras. Dela originou-se a localidade de Löffelscheidt, atualmente
município de Águas Mornas.
Durante o reinado de D. Pedro II houve um grande incentivo para a imigração e a criação de colônias
de imigrantes no império.
Em Santa Catarina destacaram-se a Colônia do Saí, fundada em 1840 pelo médico francês Dr. Joseph
Mure na península do Saí, próxima a São Francisco; e a Sociedade Belgo-Brasileira de Colonização,
criada por Charles Van Lede, para o transporte de colonos belgas à Província de Santa Catarina.
Em 1848 foi publicada a lei nº 514, que em seu artigo 16º determinava:
A cada huma das Provincias do lmperio ficão concedidas no mesmo, ou em diferentes lugares de seu
ter em quanto não estiverem effectivamente roteadas e aproveitadas, e reverterão ao dominio Provincial
se dentro de cinco annos os colonos respectivos não tiverem cumprido esta condição.
A criação da lei incentivou a política de imigração no país, em especial nas províncias de Santa
Catarina e São Paulo.
Em Santa Catarina a lei facilitou ainda mais a imigração de alemães, que vinham para o Brasil em
busca de riquezas míticas e também para fugir da situação em que viviam em seu país natal. Para auxiliar
no translado e adaptação dos imigrantes foi criada a Sociedade de Proteção aos Imigrantes Alemães, da
qual ficou encarregado Hermann Bruno Otto Blumenau. Sob a fiscalização de Blumenau foram criadas
várias colônias.
A Colônia de Blumenau foi criada em 1850, em uma associação entre Herman Blumenau e o
comerciante Fernando Hackdrat. O destaque da colônia foi a escolha de Blumenau pelos profissionais de
diversas áreas que a habitariam. A colônia cresceu rapidamente e foi elevada à categoria de município
em 1880.
A Colônia Dona Francisca foi criada em 1851, a partir da iniciativa da princesa Francisca, que era
filha de D. Pedro I e casada com o filho do rei da França, Luiz Felipe. O casal resolveu aproveitar as terras
que eram de posse da princesa para explorar a criação de uma colônia, que teve como organizador o
Senador Christiano Mathias Schroeder, dono da Sociedade Colonizadora de Hamburgo. A colônia
destacou-se pela diversidade de países a qual seus habitantes pertenciam: suíços, noruegueses,
alemães, dinamarqueses. Outros dados interessantes eram a liberdade de culto existente na colônia, a
naturalização daqueles que adquirissem terras na colônia e fossem residentes a mais de dois anos e a
regra da utilização somente de mão-de-obra livre, sendo proibida a utilização de escravos.
A Colônia Itajaí – Brusque teve início em 1860, com a chegada de colonos alemães. Apesar de ser
oficialmente nomeada Itajaí, o nome Brusque foi uma homenagem ao presidente da província de Santa
Catarina, Francisco Carlos de Araújo Brusque.
Além da colonização alemã, outros grupos destacaram-se, como italianos, poloneses, árabes e gregos.
Para as colônias Italianas é possível destacar as colônias do Vale do Itajaí-açu, do vale do Itajaí-
mirim e vale do Tijucas e no sul catarinense, principalmente na região do vale do Rio Tubarão.
Tanto alemães como italianos exerceram grande influência nos costumes e na cultura catarinenses.
Entre as principais influências estão os hábitos alimentares como carne defumada, linguiças e queijos
dos mais variados tipos.
Esse movimento de deslocamento transoceânico de populações já vinha ocorrendo em toda a Europa,
a partir de meados do século XIX, perdurando até o início da Primeira Guerra Mundial. A onda imigratória
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foi impulsionada, de um lado, pelas transformações socioeconômicas que estavam ocorrendo em alguns
países do continente e, de outro, pela maior facilidade dos transportes, advinda da generalização da
navegação a vapor e do barateamento das passagens. A partir das primeiras levas, a imigração em
cadeia, ou seja, a atração exercida por pessoas estabelecidas nas novas terras, chamando familiares ou
amigos, desempenhou papel relevante. Segundo os dados da imigração, entre 1800 e 1955, os Estados
Unidos receberam aproximadamente 40 milhões de imigrantes, a Argentina recebeu 7 milhões, e o
Canadá recebeu 5,3 milhões.
No caso brasileiro, os dados indicam que em torno de 4,5 milhões de pessoas imigraram para o país
entre 1882 e 1934. Destes, 2,3 milhões entraram no estado de São Paulo como passageiros de terceira
classe, pelo porto de Santos, não estando, pois, aí incluídas entradas sob outra condição. É necessário
ressalvar, porém, que, em certas épocas, foi grande o número de retornados. Em São Paulo, por exemplo,
no período de crise cafeeira, (1903-1904), a migração líquida chegou a ser negativa. Um dos traços
distintivos da imigração para São Paulo, até 1927, foi o fato de ter sido em muitos casos subsidiada,
sobretudo nos primeiros tempos, ao contrário do que sucedeu nos Estados Unidos e, até certo ponto, na
Argentina.
O subsídio consistiu no fornecimento de passagem marítima para o grupo familiar e transporte para as
fazendas e foi uma forma de atrair imigrantes pobres para um país cujo clima e condições sanitárias não
eram atraentes. A partir dos anos 30, a imigração em massa cedeu terreno. A política nacionalista de
alguns países europeus - caso típico da Itália após a ascensão de Mussolini - tendeu a colocar obstáculos
à imigração para a América Latina.
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Processo abolicionista
A memória da Abolição dentre nós é de uma concessão feita em 13 de maio de 1888 por uma princesa
branca que, em um ato de generosidade, livrou da escravidão milhares de brasileiros. Já a nossa memória
sobre o processo abolicionista é de que este começou nos finais da década de 1870, quando um grupo
de pessoas solidárias com o sofrimento dos escravizados ergueu como bandeira de luta o fim da
escravidão.
O crescimento da rebeldia escrava tem sido apontado como anterior ao movimento abolicionista e
mesmo como motivação para a aprovação da legislação emancipacionista. Diferentes explicações foram
dadas para o crescimento da resistência escrava, nas décadas de 1860 e 1870, perceptível pelos roubos,
aumento das fugas, das formações de quilombos cada vez mais próximos aos núcleos urbanos e pelos
assassinatos de senhores e prepostos. Boa parte das explicações para o aumento da criminalidade
escrava é relacionada ao final do tráfico de escravos, em 1850.
“A Princesa Imperial Regente, em nome de Sua Majestade o Imperador, o senhor D. Pedro II, faz saber
a todos os súditos do Império que a Assembleia Geral decretou e ela sancionou a lei seguinte:
Art. 1o Os filhos da mulher escrava que nascerem no Império desde a data desta lei serão considerados
de condição livre.
§1o Os ditos filhos menores ficarão em poder e sob a autoridade dos senhores de suas mães, os quais
terão obrigação de criá-los e tratá-los até a idade de oito anos completos. Chegando o filho da escrava a
esta idade, o senhor da mãe terá a opção, ou de receber do Estado a indenização de 600$000, ou de
utilizar-se dos serviços do menor até a idade de 21 anos completos. [...]”
Quando a Lei de 1871 foi criada, a sua intenção era atender algumas das reivindicações dos
escravizados e promover a emancipação através de um caminho pacífico e seguro - frente às revoltas
das décadas de 1850 e 1860 – que poderiam descambar numa revolução. Como já foi demonstrado pelos
vários estudiosos que estudaram as ações de liberdade ocorridas em diferentes e distantes localidades
do Brasil, os escravizados souberam manipular habilmente as brechas contidas na Lei do Ventre Livre
em favor da própria liberdade e da liberdade dos seus parentes. Neste sentido, os objetivos da lei - de
conter a revolta escrava facilitando o acesso à alforria e de submeter os libertos à tutela senhorial – foram
subvertidos, na medida em que o campo jurídico se transformou em arena de litígio entre escravizados e
senhores, tendo como consequência direta a dificuldade de se preservarem os laços de dependência,
lealdade e proteção entre senhores e ex-escravizados.
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Lei no 3.270 (Lei dos Sexagenários ou Lei Saraiva-Cotegipe), de 28 de setembro de 1885
“D. Pedro II, por Graça de Deus e Unânime Aclamação dos Povos, Imperador Constitucional e
Defensor Perpétuo do Brasil: Fazemos saber a todos os Nossos súditos que a Assembleia Geral Decretou
e Nós Queremos a Lei seguinte: [...]
Art. 3o [...]
§10o São libertos os escravos de 60 anos de idade, completos antes e depois da data em que entrar
em execução esta lei, ficando, porém, obrigados, a título de indenização pela sua alforria, a prestar
serviços a seus ex-senhores pelo espaço de três anos.
§11o Os que forem maiores de 60 e menores de 65 anos, logo que completarem esta idade, não serão
sujeitos aos aludidos serviços, qualquer que seja o tempo que os tenham prestado com relação ao prazo
acima declarado.”
Blancos e Colorados
As lutas partidárias pelo poder entre Buenos Aires e Montevidéu fomentaram a oposição do
Império do Brasil, que interveio nos países do Prata. Havia nos dois países, dois partidos
inimigos: o partido federalista, ou colorado, e o unitário, ou blanco, que discutiam sobre a
organização interna dos dois países. A partir de 1828 o Uruguai tornou-se uma nação livre e
organizava seu primeiro governo regular a cargo de D. Frutuoso Rivera; o exército argentino
volta a Buenos Aires, derruba o governo e instaura a anarquia, que a seis de dezembro colocou
no poder como ditador o caudilho D. Juan Manuel de Rosas, chefe do partido federalista, isto
é, colorado, que desejava conquistar o Uruguai e, não viu com bons olhos a eleição de Rivera.
Para tanto, lança contra este, Lavalleja e D.Manuel de Oribe, que promoveram numerosos
levantes contra o governo oriental (uruguaio).
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rendeu-se incondicionalmente. Neste mesmo dia, o Brasil e o Uruguai assinaram um tratado de comércio,
aliança e limites territoriais.
Portanto a situação parecia bastante equilibrada, havendo pouca possibilidade de que algum dos
países vizinhos intervisse militarmente no Uruguai, seja pelo receio de reações dos outros países da área,
seja pelo fato de a independência uruguaia estar garantida pela Inglaterra e França.
Os acontecimentos, porém, tomaram um rumo completamente diferente. A razão disso é que o Rio
Grande do Sul, contrariando os desejos do governo imperial, apoiava tao firmemente a revolta do general
Flores, que mais da metade de suas tropas era formada por rio-grandenses, e os estancieiros gaúchos
pressionaram para que o governo brasileiro intervisse diretamente no Uruguai.
D. Pedro II mais uma vez enfrentava um grave problema. Os fazendeiros rio-grandenses desejavam
controlar da maneira mais rígida possível o Uruguai, onde tinham grandes interesses econômicos. Por
isso, o Rio Grande somente seria solidários para com o impérios se este apoiasse decidamente os
criadores de gado, dando cobertura à atuação desses homens no território uruguaio. Caso o governo
negasse esse apoio, os gaúchos poderiam se separar do Imperio, como já ocorrera durante a Revolução
Farroupilha.
Finalmente ainda se destaca o papel do governo argentino, cujo presidente, general Mitre, utilizou
todos os tipos de intrigas diplomáticas para levar o Brasil a invadir o Uruguai. O objetivo de Mitre era
derrubar Aguirre, utilizando para isso tropas brasileiras.
Assim, no início de 1864, o império enviou a Montevidéu o conselheiro Jose Antônio Saraiva, o qual,
em maio do mesmo ano, exigiu de Aguirre indenização pelos prejuízos causados aos brasileiros na
fronteira do Rio Grande do Sul e punição dos responsáveis. O governo uruguaio recusou. Em julho, uma
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reunião realizada em Puntas del Rosário, da qual participaram o conselheiro Saraiva, o general Flores, o
ministro do exterior argentino, Rufino de Elizelde e o embaixador inglês na Argentina, Edward Thornton,
resultou em novas exigências a Aguirre, que recusou-as.
Saraiva, então, retirou-se para Buenos Aires, onde, em 4 de agosto de 1864, entregou um ultimato a
Aguirre: se não fossem atendidas todas as exigências brasileiras, as tropas e a marinha do Império
iniciariam represálias contra o Uruguai.
No dia 22 do mesmo mês, como Aguirre continuava negando-se a atende-lo, saraiva e o chanceler
argentino Elizelde assinaram um protocolo autorizando-se mutuamente a intervir no Uruguai, desde que
fosse mantida a sua independência.
A guerra começou em setembro. A esquadra, sob o comando do Almirante Tamandaré, bloqueou e
ocupou os portos fluviais uruguaios de Villa de Melo, Salto e Paissandu. Logo em seguida, o marechal
Mena Barreto, à frente de 10000 soldados, invadiu o Uruguai e reuniu-se com as forças de Venâncio
Flores, praticamente ocupando todo o país. Finalmente em 15 de fevereiro de 1865, Aguirre abandonou
o poder, assumido cinco dias depois pelo general Flores.
A Guerra do Paraguai
Entre novembro de 1864 e março de 1870, desenrolou-se a Guerra do Paraguai, a mais longa e
sangrenta guerra na América do Sul, com consequências que influenciaram decisivamente a história dos
países envolvidos. Até maio de 1865, enfrentaram-se apenas o Paraguai e o Brasil. A partir daí, com a
assinatura do tratado da Tríplice Aliança, os paraguaios passaram a lutar contra o Brasil, a Argentina e o
Uruguai.
Dentre aos razoes que desencadearam a guerra do Paraguai, destacam-se em primeiro lugar as
questões que dividiam os países do Prata.
O Paraguai, em meados do século XIX, era um país diferente dos demais da América latina. Desde a
sua independência em 1811, até a guerra, tivera apenas três governantes: Francia, Carlos Antônio Lopez
e seu filho Francisco Solano Lopez. O governo paraguaio não era democrático, como não era nenhum
dos outros governos latino-americanos.
Apesar disso, o governo paraguaio, mais do que qualquer outro do continente, realizava uma política
favorável às camadas populares. Desde os tempos de Francia, a elite agrária fora progressivamente
eliminada, e suas terras expropriadas pelo governo e entregues em usufruto aos trabalhadores rurais. O
mesmo acontecera com a exploração de madeira e erva-mate, produtos monopolizados pelo Estado.
Assim, em meados do século XIX, o padrão médio de vida do povo paraguaio superava o de qualquer
outro povo latino-americano: o analfabetismo fora quase erradicado e era garantido o emprego, a
moradia, alimentação e vestuário para a maioria das famílias. Embora pobre, o Paraguai não tinha dívida
externa, suas riquezas não eram exploradas por estrangeiros e estava começando a criar um parque
industrial próprio.
As causas da guerra
Em 1850, brasil e Paraguai assinaram um tratado comprometendo-se a defender a independência do
Uruguai. Pouco depois, Paraguai e Uruguai assinaram um novo tratado, estabelecendo que se qualquer
vizinho invadisse um desses países, o outro lhe prestaria imediato auxilio militar. Por isso, em agosto de
1864, quando o Brasil já ameaçava claramente invadir o Uruguai para derrubar o governo de Aguirre, o
presidente paraguaio, Solano Lopez, comunicou ao Império que consideraria a invasão atentatória ao
equilíbrio político do Prata e agiria conforme essa convicção.
Mesmo assim, em setembro de 1864, o governo imperial ordenou o ataque ao Uruguai. Com base nos
tratados anteriores e na certeza de que seriam as próximas vítimas, os paraguaios reagiram: em
novembro, aprisionaram o navio Brasileiro “Marquês de Olinda” em frente a assunção, e logo em seguida,
Solano Lopez declarou guerra ao Brasil.
Entre novembro de 1864 e maio de 1865, a guerra envolveu apenas Brasil e Paraguai. A partir dessa
data, com a oficialização da Tríplice Aliança, o Paraguai passou a enfrentar Brasil, Argentina e Uruguai.
O balanço das forças, ao iniciar-se a guerra, era o seguinte: Brasil, 18000 soldados; Argentina, 8000;
Uruguai, 1500; Paraguai, 60000. Apesar da vantagem no tamanho das tropas, o Paraguai enfrentava um
grande número de desvantagens em relação aos inimigos.
Os aliados tinham 13 milhões de habitantes, contra 800 mil do Paraguai, a dimensão territorial dos
inimigos impedia que os paraguaios os ocupassem efetivamente. A única via de comunicação do
Paraguai com o resto do mundo era o rio da Prata, facilmente bloqueável pelos aliados, que também
contavam com superioridade naval: o Brasil possuía 42 navios, enquanto o Paraguai possuía apenas 14
e apenas 3 estavam preparados para a guerra. A última grande vantagem dos países inimigos era o apoio
financeiro constante da Inglaterra, enquanto o Paraguai lutava sozinho.
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Sob o ponto de vista militar, a Guerra do Paraguai pode ser dividida em quatro grandes fases:
-Ofensiva paraguaia (dezembro de 1864 a dezembro de 1865); a iniciativa militar coube aos
paraguaios e a guerra desenrolou-se em território brasileiro e argentino;
-Invasão do Paraguai (de janeiro de 1866 a janeiro de 1868): a guerra já em território paraguaio, foi
comandada pelo aliado general Mitre;
-Comando de Caxias (de janeiro de 1868 a janeiro de 1869): Caxias assumiu o comando geral dos
Aliados;
-Campanha da Cordilheira (janeiro de 1869 a março de 1870): sob o comando de Conde D’Eu,
destruiu-se o remanescente do exército paraguaio.
As consequências da Guerra
A Guerra do Paraguai teve consequências dramáticas para ambos os lados.
O Paraguai ficou completamente destruído, e perdeu 150000 km² de territórios cedidos ao Brasil e à
Argentina. Durante a ocupação aliada (1870-1876), o nascente parque industrial paraguaio foi totalmente
destruído pelos aliados, sendo a fundição de Ibicuí completamente demolida. A ferrovia foi vendida a
preço de sucata para os ingleses e as reservas de mate e madeira vendidas para empresas estrangeiras.
As terras públicas que eram cultivadas pelos camponeses passaram para as mãos de banqueiros
ingleses, holandeses e estadunidenses, que passaram a aluga-las aos próprios paraguaios.
Além desses aspectos, a consequência mais trágica da guerra foi a dizimação da população paraguaia:
estima-se que 75% da população paraguaia tenha morrido em decorrência da guerra, com 90% da
população masculina dizimada.
A Crise do Império
A partir da década de 1870, o império entra em um declínio que resultará, 19 anos mais tarde, no seu
fim, com a Proclamação da República em 1889. Entre os principais motivos para o fim do império brasileiro
estão a organização do exército após a Guerra do Paraguai, a expansão do café, a questão religiosa e a
questão abolicionista.
Desde que o tráfico negreiro fora proibido, na década de 1850, acreditava-se que o império, sustentado
e mantenedor da mão-de-obra escrava, pouco a pouco iria enfraquecer. Como forma de garantir que
escravos libertos ou imigrantes adquirissem o direito de posse de terras, nos mesmo anos, como
estudamos acima, foi promulgada a lei de terras, beneficiando os interesses dos latifundiários.
Garantida a posse da terra, resta um problema. Quem produzirá, se não haverá mais escravos?
A resposta encontrada estava na imigração europeia, atendendo aos critérios do Darwinismo Social,
que pregava que o progresso do Europa em relação aos outros continentes estava relacionado ao fato
de seus habitantes, brancos, serem mais inteligentes e capazes que outros povos.
O principal setor a receber trabalhadores europeus foi o cafeeiro, que se destacava cada vez mais,
despontando como principal produto da exportação brasileira. Ao mesmo tempo em que o trabalho
escravo era substituído pelo trabalho assalariado, a sociedade modificava-se e novos grupos sociais
emergiam, exigindo modificações no plano político. A nova aristocracia cafeeira constituía uma classe
progressista e interessada em exercer o poder, sem as peias criadas pelo regime instituído em 1822 e
consolidado após 1840. Por outro lado, as camadas médias urbanas, ligadas ao setor terciário e ao
funcionalismo público, também aspiravam a mudanças políticas. A oligarquia paulista do café lançará em
1870 o Manifesto Republicano, e se lançará à Campanha Republicana, visando um Estado federativo
Outra força que se conjugará à luta contra o regime monárquico será o Exército. Este, havia se
organizado de forma absolutamente nova, moderna, para as condições brasileiras. A Guerra do Paraguai
(1865-1870) trouxera essa necessidade. A partir de agora o Exército tinha uma estrutura hierárquica
organizada, e com um destaque maior do que havia recebido desde a Proclamação da Independência
em 1822, com alguns setores do exército fazendo parte de movimentos contrários ao imperador. Com a
criação da Guarda nacional, durante a Regência, o exército tivera ainda menos importância, relegado ao
segundo plano, com as atenções voltadas para a Marinha.
Outro fator que contribuiu para o desgaste do império foi a relação com a Igreja. Desde 1824, com a
promulgação da Constituição, o Brasil era oficialmente um país de religião Católica Apostólica Romana,
sendo a Igreja subordinada ao Estado, que arcava com o pagamento de padres e bispos, podendo
também interferir em algumas decisões tomadas.
Em 1860, o papa Pio IX publicou Bula Syllabus, que determinava que membros da maçonaria não
poderiam pertencer às irmandades católicas. A proibição não foi acatada pelo imperador, porém os bispos
D. Vital (de Olinda) e D. Macedo (de Belém), seguiram as ordens do pontífice e suspenderam as
irmandades que descumpriam a regra papal. Apesar de serem poucos os maçons nas irmandades, o
grupo possuía um grande poder político, e suas reclamações chegaram ao imperador, que mandou
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prender os dois bispos, que foram condenados a quatro anos de trabalhos forçados. O atrito demonstrou
a necessidade da separação entre Estado e Igreja, e só foi resolvido com a anistia dos bispos e na
suspensão das proibições papais.
Com graves problemas de saúde, em meados da década de 1880, D. Pedro II parte para a Europa em
busca de tratamento. Em seu lugar fica a Princesa Isabel, que buscando acalmar a tensão e as
reclamações de alguns setores da sociedade, em 1888 resolve libertar definitivamente os escravos, o que
na verdade acabou piorando a situação da monarquia. A questão sucessória também era um problema.
Os herdeiros do trono, D. Afonso, e posteriormente D. Pedro Afonso, haviam morrido, ficando a sucessão
para a Princesa Isabel, casada com o Conde D’Eu, um francês que não era bem visto para alcançar o
poder. Em 15 de novembro de 1889, em um movimento sem lutas, e de participação quase exclusiva de
militares, acaba o império brasileiro e tem início a República.
Questões
01. O período monárquico no Brasil costuma ser dividido em três momentos distintos: Primeiro Reinado
(1822-1831); Regências (1831 1840) e Segundo Reinado (1840-1889). Sobre as principais questões que
marcaram esses momentos, assinale a alternativa incorreta.
(A) A Guerra do Paraguai marcou o Primeiro Reinado e foi a grande responsável pelo enfraquecimento
do poder de D. Pedro I, resultando na Independência do Brasil.
(B) A primeira etapa da monarquia brasileira teve dificuldades para se consolidar, o Primeiro Reinado
foi curto e marcado por tumultos e conflitos entre D. Pedro I - que era português com os brasileiros.
(C) A primeira Constituição Brasileira foi outorgada em 1824, por D. Pedro I.
(D) A segunda etapa da história do Brasil monárquico inicia-se em 1831, com a renúncia de D. Pedro
I em favor do filho Pedro de Alcântara, com apenas cinco anos de idade.
(E) O terceiro momento da monarquia no Brasil inicia-se com o reinado de Dom Pedro II, período
marcado pela centralização do poder de um lado e pelas disputas político-partidárias entre liberais e
conservadores, de outro.
02. O Período Regencial (1831-1840) foi marcado por uma série de revoltas em vários pontos do Brasil.
Sobre as revoltas ocorridas no Período Regencial, indique qual das alternativas abaixo está incorreta:
(A) Balaiada, no Maranhão.
(B) Sabinada, na Bahia.
(C) Inconfidência Mineira, em Minas Gerais.
(D) Revolta Farroupilha, no Sul do país.
03. (UEL-PR) “[...] explodiu na província do Grão-Pará o movimento armado mais popular do Brasil
[...]. Foi uma das rebeliões brasileiras em que as camadas inferiores ocuparam o poder.”
Ao texto podem-se associar:
(A) a Regência e a Cabanagem.
(B) o Primeiro Reinado e a Praieira.
(C) o Segundo Reinado e a Farroupilha.
(D) o Período Joanino e a Sabinada.
(E) a abdicação e a Noite das Garrafadas.
04. A criação da Guarda Nacional, em 1831, durante o governo regencial, teve como um de seus
objetivos.
(A) Apoiar o governo de Pedro I na consolidação da independência.
(B) defender a integridade das fronteiras ameaçadas de invasão
(C) Conter as agitações e amotinações que ameaçavam a Nação
(D) Combater a influência da aristocracia rural na vida política.
05. (Fatec) Em 4 de setembro de 1850, foi sancionada no Brasil a Lei Eusébio de Queirós (ministro da
Justiça), que abolia o tráfico negreiro em nosso país. Em decorrência dessa lei, o governo imperial
brasileiro aprovou outra, "a Lei de Terras".
Dentre as alternativas a seguir, assinale a correta.
(A) A Lei de Terras facilitava a ocupação de propriedades pelos imigrantes que passaram a chegar ao
Brasil.
(B) A Lei de Terras dificultou a posse das terras pelos imigrantes, mas facilitou aos negros libertos o
acesso a elas.
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(C) O governo imperial, temendo o controle das terras pelo coronéis, inspirou-se no "Act Homesteade"
americano, para realizar uma distribuição de terras aos camponeses mais pobres.
(D) A Lei de Terras visava a aumentar o valor das terras e obrigar os imigrantes a vender sua força de
trabalho para os cafeicultores.
(E) O objetivo do governo imperial, com esta lei, era proteger e regularizar a situação das dezenas de
quilombos que existiam no Brasil.
Respostas
01. Resposta A.
A Guerra do Paraguai ocorre somente durante o segundo reinado, quando D. Pedro II estava no trono.
A abdicação de D. Pedro I ocorre somente em 1831, ou seja, quase dez anos após a Proclamação da
Independência.
02. Resposta C.
A Inconfidência Mineira, ao contrário das outras revoltadas citadas, ocorre durante o Período Colonial,
e não o Regencial, como pede a questão
03. Resposta A.
O período Regencial foi marcado por inúmeras revoltas, na maioria descontentes com o governo
imperial, mas também com os grandes proprietários rurais. Assim como a Cabanagem, a Farroupilha
também ocorreu no mesmo período, porém no Rio Grande do Sul.
04. Resposta C.
A grande quantidade de revoltas e descontentamento com o governo obrigou-o a criar uma maneira
de conter os conflitos que se espalhavam pelo país.
05. Resposta D.
Com o fim do tráfico negreiro, era necessário encontrar uma nova mão-de-obra que pudesse substituir
a força de trabalho deixada pelo escravo. A regularização nas vendas, juntamente com aumento de
preços foi a solução encontrada para evitar a concorrência de imigrantes, que deveriam se submeter ao
trabalho assalariado para sobreviver, já que muitos não conseguiriam adquirir uma propriedade no
momento em que chegassem ao Brasil.
Brasil República
A palavra República possui várias interpretações, sendo a mais comum a identificação de um sistema
de governo cujo Chefe de Estado é eleito através do voto dos cidadãos ou de seus representantes, com
poderes limitados e com tempo de governo determinado.
A República tem seu nome derivado do termo em latim Res publica, que significa algo como “coisa
pública” ou “coisa do povo”.
Em 15 de novembro de 1889 foi instituída a Republica no Brasil. Entre os fatores responsáveis para o
acontecimento, estão a crise que se instalou sobre o império, os atritos com a Igreja e o desgaste
provocado pela abolição da escravidão. Com a Guerra do Paraguai e o fortalecimento exército, os ideais
republicanos começaram a ganhar força, sendo abraçados também por parte da elite cafeicultora do
Oeste Paulista.
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e do algodão, que por muito tempo representaram a maior parte das exportações nacionais, entravam
em declínio.
Muitos dos produtores e também da população dessas regiões em desenvolvimento passavam a
questionar o centralismo político existente no império brasileiro, que tirava a autonomia local. A solução
para resolver os problemas advindos da mudança pela qual o país passava foi encontrada no sistema
federalista, capaz de garantir a tão desejada autonomia regional. Não é de se espantar que entre os
principais apoiadores do sistema federalista estivessem os produtores de café do oeste paulista, que
passavam a reivindicar com mais força seus interesses econômicos.
O ideal de federação, que se adequava aos anseios dos vários grupos políticos do Brasil, só seria
atingido com uma República Federativa. O desgaste enfrentado pelo império brasileiro, evidenciado na
questão religiosa, na questão escravista e na questão militar são fatores importantes para entender e
completar a lista de fatores que levaram à proclamação de uma República em 1889.
Desde o período colonial eclodiram diversos movimentos baseados nos ideais republicanos. A
Inconfidência Mineira de 1789 e a Conjuração Baiana de 1798 são exemplos que buscavam a separação
de seus territórios do poder colonial e a implantação de repúblicas, em oposição ao domínio real.
Apesar das influências republicanas nas revoltas e tentativas de separação desde o século XVIII, foi
apenas na década de 1870, com a publicação do Manifesto Republicano, que o ideal foi consolidado
através da sistematização partidária.
O Manifesto foi publicado em 3 de dezembro de 1870, no jornal A República, redigido por Quintino
Bocaiúva, Saldanha Marinho e Salvador de Mendonça, e assinado por cinquenta e oito cidadãos, entre
políticos, fazendeiros, advogados, jornalistas, médicos, engenheiros, professores e funcionários públicos.
Defendia o federalismo (autonomia para as Províncias administrarem seus próprios negócios) e criticava
o poder pessoal do imperador.
A formação do Partido Republicano no Brasil está ligada à queda do Gabinete de Zacarias de Góes,
motivada por questão pessoal com o Duque de Caxias, e a cisão dos liberais em radicais e moderados.
A facção radical adotou, em sua maioria, ideais republicanos.
Após a publicação do Manifesto, entre 1870 e 1889 os ideais republicanos espalharam-se rapidamente
pelo país. Um dos principais frutos foi o Partido Republicano Paulista, fundado na Convenção de Itu em
1873 e marcado pela heterogeneidade de seus membros e da efetiva participação dos cafeicultores do
Oeste Paulista.
Os republicanos brasileiros divergiam em seus ideais, criando duas tendências dentro do partido: A
Tendência Evolucionista e a Tendência Revolucionária.
Defendida por Quintino Bocaiuva, a Tendência Evolucionista partia do princípio de que a transição do
império para a república deveria ocorrer de maneira pacífica, sem combates. De preferência após a morte
do imperador.
Já a Tendência Revolucionária, defendida por Silva Jardim e Lopes Trovão, dizia que a República
precisava “ser feita nas ruas e em torno dos palácios do imperante e de seus ministros” e que não se
poderia “dispensar um movimento francamente revolucionário”. A eleição de Quintino Bocaiuva (maio de
1889) para a chefia do Partido Republicano Nacional expurgou dos quadros republicanos as ideias
revolucionárias.
O final da Guerra do Paraguai (1870) provocou o recrudescer dos antagonismos entre o Exército e a
Monarquia; entre o grupo militar e o Civilismo do governo; entre o "homem-de-farda" e o "homem-de-
casaca". O exército institucionalizava-se. Os militares sentiam-se mal recompensados e desprezados
pelo Império. Alguns jovens oficiais, influenciados pela doutrina de Augusto Comte (positivismo) e
liderados por Benjamin Constant, sentiam-se encarregados de uma "missão salvadora" e estavam
ansiosos por corrigir os vícios da organização política e social do país. A "mística da salvação nacional"
não era aliás privativa deste pequeno grupo de jovens. Muitos oficiais mais graduados compartilhavam
das mesmas ideias. Generalizara-se entre os militares a ideia de que só os homens de farda eram "puros"
e "patriotas", ao passo que os civis, os "casacas" como diziam, eram corruptos, venais e sem nenhum
sentimento patriótico.
No ano de 1888, a abolição da escravidão, promovida pelas mãos da princesa Isabel deu o último
passo em direção ao fim da Monarquia Brasileira. O latifúndio e a sociedade escravista que justificavam
a presença de um imperador enérgico e autoritário, não faziam mais sentido às novas feições da
sociedade brasileira do século XIX. Os clubes republicanos já se espalhavam em todo o país e naquela
mesma época diversos boatos davam conta sobre a intenção de Dom Pedro II em reconfigurar os quadros
da Guarda Nacional.
O Visconde de Ouro Preto, membro do Partido Liberal, foi nomeado presidente do Conselho em junho
de 1889. O novo governo precisava remover os obstáculos representados pelo republicanismo e pelos
militares descontentes. Para vencer o primeiro, apresentou um programa de amplas reformas: liberdade
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de culto, autonomia para as províncias, temporariedade dos mandatos dos senadores, ampliação
do direito de voto e Conselho de Estado com funções meramente administrativas. Acusado tanto
de radical como de moderado, o programa foi rejeitado pela Câmara dos Deputados. Diante disso, ela foi
dissolvida, provocando protestos gerais. Contra o exército, Ouro Preto agiu tentando reorganizar a
Guarda Nacional e removendo batalhões suspeitos. A situação tornou-se tensa. Os republicanos
instigavam os militares contra o governo.
A ameaça de deposição e mudança dentro do exército serviu de motivação suficiente para que o
Marechal Deodoro da Fonseca agrupasse as tropas do Rio de Janeiro e invadisse o Ministério da Guerra.
Segundo alguns relatos, os militares pretendiam inicialmente exigir somente a mudança do Ministro da
Guerra. No entanto, a ameaça militar foi suficiente para dissolver o gabinete imperial e proclamar a
República.
A Proclamação resultou da conjugação de duas forças: o exército, descontente, e o setor cafeeiro
da economia, pretendendo este eliminar a centralização vigente por meio de uma República Federativa
que imporia ao país um sistema favorável a seus interesses.
Portanto, a Proclamação não significou uma ruptura no processo histórico brasileiro: a economia
continuou dependente, baseada no setor agroexportador. Afora o trabalho assalariado, o sistema de
produção continuou o mesmo e os grupos dominantes continuaram a sair da camada social dos grandes
proprietários. Houve apenas uma modernização institucional.
O golpe militar promovido em 15 de novembro de 1889 foi reafirmado com a proclamação civil de
integrantes do Partido Republicano, na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Ao contrário do que
aparentou, a proclamação foi consequência de um governo que não mais possuía base de sustentação
política e não contou com intensa participação popular. Conforme salientado pelo ministro Aristides Lobo,
a proclamação ocorreu às vistas de um povo que assistiu tudo de forma bestializada.
81
Souza, Marcelo Medeiros Coelho de. O analfabetismo no brasil sob enfoque demográfico. Cad. Pesqui., Jul 1999, no.107, p.169-186. ISSN 0100-1574
82
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo : Edusp, 1999. Página 251.
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A atuação de Deodoro foi encarada com suspeita pelo Congresso, já que ele buscava um
fortalecimento do Poder Executivo, baseado no antigo Poder Moderador. Deodoro substituiu o ministério
que vinha do governo provisório por um outro, que seria comandado pelo Barão de Lucena, tradicional
político monárquico. Em 3 de novembro de 1891 o presidente fechou o Congresso, prometendo novas
eleições e a revisão da Constituição.
Deodoro montado em um barril de pólvora tentando apagar os problemas com água fria
A intenção do marechal era limitar e igualar a representação dos Estados na Câmara, o que atingia os
grandes Estados que já possuíam uma participação maior na política. Sem obter o apoio desejado dentro
das forças armadas, Deodoro acabou renunciando em 23 de novembro de 1891, assumindo em seu lugar
o vice Floriano Peixoto.
Floriano tinha uma visão de República baseada na construção de um governo estável e centralizado,
com base no exército e no apoio dos jovens das escolas civis e militares. A visão de Floriano chocava-se
diretamente com a visão dos grandes fazendeiros, principalmente os produtores de café de São Paulo,
que almejavam um Estado liberal e descentralizado. Apesar das diferenças, o presidente e os fazendeiros
conviveram em certa harmonia, pela percepção de que sem Floriano a República corria o risco de acabar,
e sem o apoio dos fazendeiros, Floriano não conseguiria governar.
Os dois primeiros governos republicanos no Brasil ganharam o nome de República da Espada devido
ao fato de seus presidentes serem membros do exército.
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4- Manuel Ferraz de Campos Salles
Período de Governo:
15.11.1898 a 15.11.1902
Vice-Presidente:
Francisco de Assis Rosa e Silva
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A Revolução Federalista
Desde o período imperial, o Rio Grande do Sul fora palco de protestos e indignações com o governo,
como pode ser observado na Revolução Farroupilha, que durou de 1835 até 1845. Com a Proclamação
da República, a política no Estado manteve-se instável, com diversas trocas no cargo de presidente
estadual. Conforme aponta Fausto, entre 1889 e 1893, dezessete governos se sucederam no comando
do Estado83, até que Júlio de Castilhos assumiu o poder no Estado.
Dois grupos disputavam o controle do Rio Grande do Sul: o Partido Republicano Rio-grandense
(PRR) e o Partido Federalista (PF).
O Partido Republicano era composto por políticos defensores do positivismo, apoiadores de Júlio de
Castilhos e de Floriano Peixoto. Sua base política era composta principalmente de imigrantes e habitantes
do litoral e da Serra do Rio Grande do Sul, formando uma elite política recente. Durante o conflito foram
conhecidos como Pica-paus
O Partido Federalista defendia um sistema de governo parlamentarista e a revogação da constituição
do Estado, de caráter positivista. Foi fundado em 1892 e tinha como líder o político Silveira Martins,
conhecida figura política do Partido Liberal durante o império. A base de apoio do Partido Federalista era
composta principalmente de estancieiros de campanha, que dominaram a cena política durante o império.
Durante o conflito ganharam o apelido de Maragatos.
O conflito teve início em fevereiro de 1893, quando os federalistas, descontentes com a imposição do
governo de Júlio de Castilhos, pegaram em armas para derrubar o presidente estadual. Desde o início da
revolta, Floriano Peixoto, então presidente do Brasil, colocou-se do lado dos republicanos. Os opositores
de Floriano em todo o país passaram a apoiar os federalistas.
No final de 1893 os federalistas ganharam o apoio da Revolta Armada que teve início no Rio de
Janeiro, causada pelas rivalidades entre o exército e a marinha e o descontentamento do almirante
Custódio José de Melo, frustrado em sua intenção de suceder Floriano Peixoto na presidência. Parte da
esquadra naval comandada pelo almirante deslocou-se para o Sul, ocupando a cidade de Desterro (atual
Florianópolis), em Santa Catarina, e a partir daí ocupando parte do Paraná e a capital Curitiba. O
prolongamento do conflito, com grandes custos aos revoltosos, levou à decisão de recuar e manter-se no
Rio Grande do Sul. A revolta teve fim somente em agosto de 1895, quando os combatentes maragatos
depuseram as armas e assinaram um acordo de paz com o presidente da república, garantindo a anistia
para os participantes do conflito. Apesar de curta, a Revolução Federalista teve um saldo de mais de
10.000 mortos, a maior parte deles de prisioneiros capturados em conflitos e mortos posteriormente, o
que garantiu o apelido de “revolução da degola”.
O Coronelismo
Durante o período regencial, espaço entre a abdicação de D. Pedro I e a coroação de D. Pedro II,
diversas revoltas e tentativas de separação e instalação de uma república aconteceram no Brasil. Sem
condições de controlar todas as revoltas, o governo regencial, pela sugestão de Diogo Feijó, criou a
Guarda Nacional, com o propósito de defender a constituição, a integridade, a liberdade e a
independência do Império Brasileiro. Sua criação desorganiza o Exército, e começa a se constituir no país
uma força armada vinculada diretamente à aristocracia rural, com organização descentralizada, composta
por membros da elite agrária e seus agregados. Para compor os quadros da Guarda nacional era
necessário possuir amplos direitos políticos, ou seja, pelas determinações constitucionais, poderiam fazer
parte dela apenas aqueles que dispusessem de altos ganhos anuais.
83
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1999. Página 255.
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Com a criação da Guarda e suas exigências para participação, surgiram os coronéis, que eram
grandes proprietários rurais que compravam suas patentes militares do Estado. Na prática, eles foram
responsáveis pela organização de milícias locais, responsáveis por manter a ordem pública e proteger os
interesses privados daqueles que as comandavam. O coronelismo esteve profundamente enraizado no
cenário político brasileiro do século XIX e início do século XX.
Após o fim da República da Espada, os grupos ligados ao setor agrário ganharam força na política
nacional, gerando uma maior relevância para os coronéis no controle dos interesses e na manutenção da
ordem social. Como comandantes de forças policiais locais, os coronéis configuravam-se como uma
autoridade quase inquestionável nas áreas rurais.
A autoridade do coronel, além de usada para manter a ordem social, era exercida principalmente
durante as eleições, para garantir que o candidato ou grupo político que ele representasse saísse
vencedor. A oposição ao comando do coronel poderia resultar em violência física, ameaças e
perseguições, o que fazia com que muitos votassem a contragosto, para evitar as consequências de
discordar da autoridade local, gerando uma prática conhecida como Voto de Cabresto.
A charge do gaúcho Alfredo Storni feita em 1927 critica uma prática bastante utilizada durante a
República Velha, conhecida como voto de cabresto. Na imagem, a mulher, identificada como soberania,
pergunta ao político se o eleitor, caracterizado como burro de carga e preso a um cabresto, trata-se do
“Zé Besta”, ao passo em que o político que o conduz responde que na verdade é o “Zé Burro”.
Na república velha, o sistema eleitoral era muito frágil e fácil de ser manipulado. Os coronéis
compravam votos para seus candidatos ou trocavam votos por bens materiais. Como o voto era aberto,
os coronéis mandavam os capangas para os locais de votação, com o objetivo de intimidar os eleitores e
ganhar os votos. As regiões controladas politicamente pelos coronéis eram conhecidas como currais
eleitorais.
Os coronéis costumavam alterar votos, sumir com urnas e até mesmo patrocinavam a prática do voto
fantasma. Este último consistia na falsificação de documentos para que pessoas pudessem votar várias
vezes ou até mesmo utilizar o nome de falecidos nas votações.
Dessa forma, a vontade política do coronel era atendida, garantindo que seus candidatos fossem
eleitos em nível municipal e também estadual, e garantindo também participação na esfera federal.
Prudente de Morais
Floriano tentou garantir que seu sucessor fosse um aliado político, porém as poucas bases de apoio
de que dispunha não lhe foram suficientes para concretizar o desejo. No dia 1 de março de 1894 foi eleito
o paulista Prudente de Morais, encerrando o governo de membros do exército, que só voltariam ao poder
em 1910, com a eleição do marechal Hermes da Fonseca.
Prudente buscou desvincular o exército do governo, substituindo os cargos que eram ocupados por
militares por civis, principalmente representantes da cafeicultura, promovendo uma descentralização do
poder.
A oposição ao governo cresceu, principalmente por parte dos jacobinos, formados por membros da
baixa classe média, operários e militares de baixa patente. Suas principais bandeiras eram a de uma
república forte, em oposição às tendências liberais, antimonarquistas e antilusitanas.
Campos Salles
Em 1898 o paulista Manuel Ferraz de Campos Salles assumiu a presidência no lugar de Prudente de
Morais. Antes mesmo de assumir o governo, Campos Salles renegociou a dívida brasileira, que vinha se
arrastando desde os tempos do império. Para resolver a situação, ele se reuniu com os credores e
estabeleceu um acordo chamado Funding-Loan. Este acordo consistia no seguinte: o Brasil fazia
empréstimos e atrasava o pagamento da dívida, fazendo concessões aos banqueiros nacionais. Como
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consequência a indústria e o comércio foram afetados e as camadas pobres e a classe média também
foram prejudicadas.
A transição de governos consolidou o poder das oligarquias de São Paulo e Minas Gerais no poder. O
único entrave para um governo harmônico eram as disputas políticas entre as oligarquias locais nos
Estados. O governo federal acabava intervindo nas disputas, porém, a incerteza de uma colaboração
duradoura entre os Estados e a União ainda permanecia. Outro fator que não permitia uma plena
consolidação política era a vontade do executivo em impor-se ao legislativo, mesmo com a afirmação na
Constituição de que os três poderes eram harmônicos e independentes e si.
A junção desses fatores levou Campos Salles a criar um arranjo político capaz de garantir a
estabilidade e controlar o legislativo, que ficou conhecido como Política dos Governadores.
Basicamente, a política dos governadores apoiava-se em uma ideia simples: o presidente apoiava as
oligarquias estaduais mais fortes, e em troca, essas oligarquias apoiavam e votavam nos candidatos
indicados pelo presidente.
Na Câmara dos Deputados, uma mudança simples garantiu o domínio. Conhecida como Comissão
de Verificação de poderes, essa ferramenta permitia decidir quais políticos deveriam integrar a Câmara
e quais deveriam ser “degolados”, que na gíria política da época significava ser excluído.
Quando ocorriam eleições para a Câmara, os vencedores em cada estado recebiam um diploma. Na
falta de um sistema de justiça eleitoral, ficava a cargo da comissão determinar a validade do diploma. A
comissão era escolhida pelo presidente temporário da nova Câmara eleita, o que até antes da reforma
de Campos Salles significava o mais velho parlamentar eleito. Com a reforma, o presidente da nova
Câmara deveria ser o presidente do mandato anterior, desde que reeleito. Dessa forma, o novo presidente
da Câmara seria sempre alguém ligado ao governo, e caso algum deputado oposicionista ou que
desagradasse o governo fosse eleito, ficava mais fácil remove-lo do poder.
Convênio de Taubaté
Desde o período imperial O café figurava como principal produto de exportação brasileiro,
principalmente após a segunda década do século XIX. Consumido em larga escala na Europa e nos
Estados Unidos, o cultivo da planta espalhou-se pelo vale do Paraíba fluminense e paulista. Continuando
sua marcha ascendente, houve expansão dos cafeeiros na província de Minas Gerais (Zona da Mata e
sul do estado), ao mesmo tempo em que a produção se consolidava no interior de São Paulo,
principalmente no “Oeste Paulista”.
As condições climáticas favoráveis, o desenvolvimento de novas técnicas de cultivo e a facilidade no
transporte para o porto de Santos após a instalação das primeiras ferrovias provocaram uma crise de
superprodução no início da década de 1890. A grande oferta causada pela produção em excesso levou
a uma queda do preço, visto que havia mais produto no mercado e menos pessoas interessadas em
adquiri-lo.
O convênio de Taubaté foi um acordo firmado em 1906, último ano do mandato de Rodrigues Alves
(1902-1906), entre os presidentes dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, na cidade
de Taubaté (SP), com o objetivo de pôr em prática um plano de valorização do café, garantindo o preço
do produto por meio da compra, pelo governo federal, do excedente da produção. O acordo foi firmado
mesmo contra a vontade do presidente, e foi efetivamente aplicada por seu sucessor, Afonso Pena.
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A exploração brasileira na região incomodava o governo boliviano, que resolveu tomar posse definitiva
do Acre. Fundou a vila de Puerto Alonso, em 03 de janeiro de 1889, e foram instalados postos da
alfândega para arrecadar tributos originados da comercialização de borracha silvestre. Essa atitude
causou revolta entre os quase sessenta mil brasileiros que trabalhavam nos seringais acreanos.
Liderados pelo seringalista José Carvalho, do Amazonas, os seringueiros rebelaram-se e expulsaram as
autoridades bolivianas, em 03 de maio de 1889.
Após o episódio, um espanhol chamado Luiz Galvez Rodrigues de Aurias liderou outra rebelião, de
maior alcance político, proclamando a independência e instalando o que ele chamou de República do
Acre, no local conhecido como Seringal Volta da Empresa, em 14 de julho de 1889. Galvez, o “Imperador
do Acre “, como auto proclamava-se, contava com o apoio político do governador do Amazonas, Ramalho
Junior. Entretanto, a República do Acre durou apenas oito meses. O governo brasileiro, signatário do
Tratado de Ayacucho, de 23 de março de 1867, reconheceu o direito de posse da Bolívia, prendeu Luiz
Galvez Rodrigues de Aurias e devolveu o Acre ao governo boliviano.
Mesmo com a devolução do Acre aos bolivianos, a situação continuava insustentável. O clima de
animosidade persistia e aumentava a cada dia. Em 11 de julho de 1901, o governo boliviano decidiu
arrendar o Acre a um grupo de empresários americanos, ingleses e alemães, formado pelas empresas
Conway and Withridge, United States Rubber Company, e Export Lumber. Esse consórcio constituiu o
Bolivian Syndicate que recebeu da Bolívia autorização para colonizar a região, explorar o látex e formar
sua própria milícia, com direito de utilizar a força para atender seus interesses. Os seringueiros brasileiros,
a maior parte formada por nordestinos, não aceitaram a situação. Estimulados por grandes seringalistas
e apoiados pelos governadores do Amazonas e do Pará, deram início, no dia 06 de agosto de 1902, a
uma rebelião armada: a Revolta do Acre. Os seringalistas entregaram a chefia do movimento rebelde ao
gaúcho José Plácido de Castro, ex-major do Exército, rebaixado a cabo por participar da Revolução
Federalista do Rio Grande do Sul, ao lado dos Maragatos.
A Revolta por ele liderada, financiada por seringalistas e por dois governadores de Estado, fortalecia-
se a cada dia, na medida em que recebia armamentos, munições, alimentos, além de apoio político e
popular. Em todo o país ocorreram manifestações em favor da anexação do Acre ao Brasil. A imprensa
do Rio de Janeiro e de São Paulo exigia do governo brasileiro imediata providências em defesa dos
acreanos. Por seu lado, o governo brasileiro procurava solucionar o impasse pela via diplomática, tendo
à frente das negociações o diplomata José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco. Mas,
todas as tentativas eram inócuas e os combates entre brasileiros e bolivianos tornavam-se mais
frequentes e acirrados. Em meio aos conflitos, o presidente da Bolívia, general José Manuel Pando,
organizou sob seu comando uma poderosa expedição militar para combater os brasileiros do Acre. O
presidente do Brasil, Rodrigues Alves, ordenou que tropas do Exército e da Armada Naval, acantonadas
no Estado de Mato Grosso, avançassem para a região em defesa dos seringueiros acreanos. O
enfrentamento de tropas regulares do Brasil e da Bolívia gerou a Guerra do Acre.
As tropas brasileiras, formadas por dois regimentos de infantaria, um de artilharia e uma divisão naval,
ajudaram Plácido de Castro a derrotar o último reduto boliviano no Acre, Puerto Alonso, hoje Porto Acre.
Em consequência, no dia 17 de novembro de 1903, na cidade de Petrópolis, a repúblicas do Brasil e da
Bolívia firmaram o Tratado de Petrópolis, através do qual o Brasil ficou de posse do Acre, assumindo o
compromisso de pagar uma indenização de dois milhões de libras esterlinas ao governo boliviano e mais
114 mil ao Bolivian Syndicate.
O tratado de Petrópolis, aprovado pelo Congresso brasileiro em 12 de abril de 1904, também obrigou
o Brasil a realizar o antigo projeto do governo boliviano de construir a estrada de ferro Madeira-Mamoré.
A Bolívia, aproveitando-se do momento político, colocou na pauta de negociações seu ambicionado
projeto. Em contrapartida, reconheceu a prioridade de chegada dos primeiros brasileiros à região e
renunciou a todos os direitos sobre as terras do Acre.
O Tratado de Petrópolis proporcionou o surgimento do Território Federal do Acre em 1903. Com o
crescimento da produção de látex, a região acreana produziu 47 mil toneladas de borracha silvestre,
somente em 1910, o que representou cerca de sessenta por cento de toda a produção amazônica.
Em 1876, Henry Alexander Wyckham contrabandeou sementes de seringueiras da região situada entre
os rios Tapajós e Madeira e as mandou para o Museu Botânico de Kew, na Inglaterra. Muitas das
sementes brotaram nos viveiros e poucas semanas depois, as mudas foram transportadas para o Ceilão
e Malásia. Na região asiática as sementes foram plantadas de forma racional e passaram a contar com
um grande número de mão-de-obra, o que possibilitou uma produção expressiva, já no ano de 1900.
Gradativamente, a produção asiática foi superando a produção amazônica e, em 1912 há sinais de crise,
culminando em 1914, com a decadência deste ciclo na Amazônia brasileira.
Para a economia nacional, a borracha teve suma importância nas exportações, visto que em 1910, o
produto representou 40 % das exportações brasileiras. Para a Amazônia, o primeiro Ciclo da Borracha foi
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importante pela colonização de nordestinos na região e a urbanização das duas grandes cidades
amazônicas: Belém do Pará e Manaus. Durante o seu apogeu, a produção de borracha foi responsável
por aproximadamente 1/3 do PIB do Brasil. Isso gerou muita riqueza na região amazônica e trouxe
tecnologias que outras cidades do sul e sudeste do Brasil ainda não possuíam, tais como bondes elétricos
e avenidas construídas sobre pântanos aterrados, além de edifícios imponentes e luxuosos, como o
Teatro Amazonas, o Palácio do Governo, o Mercado Municipal e o prédio da Alfândega, no caso de
Manaus, e o Mercado de São Brás, Mercado Francisco Bolonha, Teatro da Paz, Palácio Antônio Lemos,
corredores de mangueiras e diversos palacetes residenciais no caso de Belém.
Guerra de Canudos
A revolta em Canudos deve ser entendida como um movimento messiânico, ou seja, a aglomeração
em torno de uma figura religiosa capaz de reunir fiéis e trazer a esperança de uma vida melhor através
de pregações. O termo messias vem de mashiah, palavra hebraica traduzida para o grego como
“salvador”.
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Canudos formou-se através da liderança de Antônio Vicente Mendes Maciel, conhecido também por
Antônio Conselheiro, um beato que, andando pelo sertão, pregava a salvação por meio do abandono
material, exigindo que seus fiéis o seguissem pelo sertão nordestino.
Perseguido pela Igreja, e com um número significativo de fiéis, Antônio Conselheiro estabeleceu-se no
sertão baiano, à margem do Rio Vaza-Barris, formando o Arraial de Canudos. Ali fundou a cidade santa,
à qual dera o nome de Belo Monte, administrada pelo beato, que contava com vários subchefes, cada
qual responsável por um setor (comandante da rua, encarregado da segurança e da guerra, escrivão de
casamentos, entre outros).
A razão para o crescimento do arraial em torno da figura de Antônio Conselheiro pode ser explicada
pela pobreza dos habitantes do sertão nordestino, aliada à fome e a insatisfação com o governo
republicano, sendo o beato um aberto defensor da volta da monarquia.
A comunidade de Canudos, assim, sobrevivia e prosperava, mantendo-se por via das trocas com as
comunidades vizinhas.
Devido a um incidente entre os moradores do arraial e o governo da Bahia, uma questão mal resolvida
em relação ao corte de madeira na região, o governo estadual resolver repreender os habitantes,
enviando uma tropa ao local. Apesar das poucas condições materiais dos moradores, a tropa baiana foi
derrotada, o que levou o presidente da Bahia a apelar para as tropas federais.
Canudos manteve-se firme diante das ameaças, derrotando duas expedições de tropas federais
municiadas de canhões e metralhadoras, uma delas comandada pelo Coronel Antônio Moreira César,
também conhecido como "corta-cabeças" pela fama de ter mandado executar mais de cem pessoas na
repressão à Revolução Federalista em Santa Catarina. A incapacidade do governo federal em conter os
revoltosos, com derrotas vergonhosas, gerou diversas revoltas no Rio de Janeiro.
Com a intenção de resolver de vez o problema, foi organizada a 4ª expedição militar ao vilarejo, com
8000 soldados sob o comando do general Artur de Andrade Guimarães. Dotada de armamento moderno,
a expedição levou um mês e meio para vencer os sertanejos, finalmente arrasando o arraial em agosto
de 1897, quando os últimos defensores do vilarejo foram capturados e degolados. Canudos foi incendiada
para evitar que novos moradores se estabelecessem no local. Nos jornais e também no pensamento do
governo federal, a vitória sobre Canudos foi uma vitória “da civilização sobre a barbárie”.
Os combates ocorridos em Canudos foram contados pelo Jornalista Euclides da Cunha, em seu livro
Os Sertões. O livro busca trazer um relato do ocorrido, através do ponto de vista do autor, que possuía
uma visão de “raça superior”, comum do pensamento cientifico da época. De acordo com esse
pensamento, o mestiço brasileiro seria uma raça de características inferiores, que estava destinada ao
desaparecimento por conta do avanço da civilização.
Não só Euclides da Cunha pensava da mesma forma. O pensamento racial baseado em teorias
cientificas foi comum no Brasil da virada do século XX.
A Guerra do Contestado
Na virada do século XX uma grande parte da população que vivia no interior do estado era composta
por sertanejos, pessoas de origem humilde, que viviam na fronteira com o Paraná. A região foi palco de
um intenso conflito por posse de terras, ocorrido entre 1912 e 1916, que ficou conhecido como Guerra
do Contestado.
O conflito teve início com a implantação de uma estrada de ferro que ligaria o Rio Grande do Sul a São
Paulo, além de uma madeireira, em 1912, de propriedade do empresário Norte-Americano Percival
Farquhar.
A Brazil Railway ficou responsável pela construção da estrada de ferro que ligaria os dois pontos.
Como forma de remuneração por seus serviços, o governo cedeu à companhia uma extensa faixa de
terra ao longo dos trilhos, aproximadamente 15 quilômetros de cada margem do caminho.
As terras doadas pelo governo foram entregues à empresa na categoria de terras devolutas, ou seja,
terras não ocupadas pertencentes à união. O ato desconsiderou a presença de milhares de pessoas que
habitavam a região, porém não possuíam registros de posse sobre a terra.
Apesar do contrato firmado, de que as terras entregues à companhia pudessem ser habitados somente
por estrangeiros, o principal interesse do empresário era a exploração da madeira que se encontrava na
região, em especial araucárias e imbuias, com alto valor de mercado. Não tardou para a criação da
Southern Brazil Lumber and Colonization Company, responsável por explorar a extração da madeira e
que posteriormente tornou-se a maior empresa do gênero na América do Sul.
A derrubada da floresta implicava necessariamente em remover os antigos moradores regionais,
gerando conflitos imediatos. Os sertanejos encontraram na figura de monges que vagavam pelo sertão
pregando a palavra de Deus a inspiração e a liderança para lutar contra o governo e as empresas
estrangeiras. O primeiro Monge que criou pontos de resistência ficou conhecido como José Maria.
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Adorado pela população local, o monge era visto pelos sertanejos como um salvador dos pobres e
oprimidos, e pelo governo como um empecilho para os trabalhos de construção da estrada de ferro.
O governo e as empresas investiram fortemente na tentativa de expulsão dos sertanejos, e em 1912
próximo ao vilarejo de Irani ocorre uma intensa batalha entre governo e população, causando a morte do
Monge. A morte do líder causou mais revolta nos sertanejos, que intensificaram a resistência, unindo sua
crença em outras figuras que despontavam como lideranças, como Maria Rosa, uma jovem de quinze
anos de idade, que foi considerada por historiadores como Joana D'Arc do sertão, já que "combatia
montada em um cavalo branco com arreios forrados de veludo, vestida de branco, com flores nos cabelos
e no fuzil". A jovem afirmava receber ordens espirituais de batalha do Monge Assassinado.
O conflito foi tomado como prioridade pelo governo federal, que investiu grande potencial bélico na
contenção dos revoltosos, como fuzis, canhões, metralhadoras e aviões. O conflito acaba em 1916 com
a captura dos últimos lideres revoltosos. Assim como em canudos, a Revolta do Contestado foi marcada
por um forte caráter messiânico.
A Revolta da Vacina
A origem dessa revolta ocorrida no Rio de Janeiro deve ser procurada na questão social gerada pelas
desigualdades sociais e agravada pela reurbanização do Distrito Federal pelo prefeito Pereira Passos.
Além disso, o grande destaque do período foi a Campanha de Saneamento no Rio de Janeiro, dirigida
por Oswaldo Cruz. Decretando-se a vacinação obrigatória contra a varíola, ocorreu o descontentamento
popular. Disso se aproveitaram os militares e políticos adversários de Rodrigues Alves.
Assim, irrompeu a Revolta da Vacina (novembro de 1904), sob a liderança do senador Lauro Sodré.
O levante foi rapidamente dominado, fortalecendo a posição do presidente.
Revolta da Chibata
A Revolta da Chibata ocorreu em 22 de novembro de 1910 no Rio de Janeiro. Entre outros, foi motivada
pelos castigos físicos que os marinheiros brasileiros recebiam. As faltas graves eram punidas com 25
chibatadas (chicotadas). Esta situação gerou uma intensa revolta entre os marinheiros.
O estopim da revolta se deu quando o marinheiro Marcelino Rodrigues foi castigado com 250
chibatadas, por ter ferido um colega da Marinha, dentro do encouraçado Minas Gerais. O navio de guerra
estava indo para o Rio de Janeiro e a punição, que ocorreu na presença dos outros marinheiros,
desencadeou a revolta.
O motim se agravou e os revoltosos chegaram a matar o comandante do navio e mais três oficiais. Já
na Baia da Guanabara, os revoltosos conseguiram o apoio dos marinheiros do encouraçado São Paulo.
O líder da revolta, João Cândido (conhecido como o Almirante Negro), redigiu a carta reivindicando o
fim dos castigos físicos, melhorias na alimentação e anistia para todos que participaram da revolta. Caso
não fossem cumpridas as reivindicações, os revoltosos ameaçavam bombardear a cidade do Rio de
Janeiro (então capital do Brasil).
Segunda revolta
Diante da grave situação, o presidente Hermes da Fonseca resolveu aceitar o ultimato dos revoltosos.
Porém, após os marinheiros terem entregues as armas e embarcações, o presidente solicitou a expulsão
de alguns revoltosos. A insatisfação retornou e, no começo de dezembro, os marinheiros fizeram outra
revolta na Ilha das Cobras. Esta segunda revolta foi fortemente reprimida pelo governo, sendo que vários
marinheiros foram presos em celas subterrâneas da Fortaleza da Ilha das Cobras. Neste local, onde as
condições de vida eram desumanas, alguns prisioneiros faleceram. Outros revoltosos presos foram
enviados para a Amazônia, onde deveriam prestar trabalhos forçados na produção de borracha.
O líder da revolta João Cândido foi expulso da Marinha e internado como louco no Hospital de
Alienados. No ano de 1912, foi absolvido das acusações junto com outros marinheiros que participaram
da revolta.
Conclusão: podemos considerar a Revolta da Chibata como mais uma manifestação de insatisfação
ocorrida no início da República. Embora pretendessem implantar um sistema político-econômico moderno
no país, os republicanos trataram os problemas sociais como “casos de polícia”. Não havia negociação
ou busca de soluções com entendimento. O governo quase sempre usou a força das armas para colocar
fim às revoltas, greves e outras manifestações populares.
O Cangaço no Nordeste
Entre o final do século XIX e começo do XX (início da República), ganharam força, no nordeste
brasileiro, grupos de homens armados, conhecidos como cangaceiros. Estes grupos apareceram em
função, principalmente, das péssimas condições sociais da região nordestina. O latifúndio, que
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concentrava terra e renda nas mãos dos fazendeiros, deixava as margens da sociedade a maioria da
população.
Existiram três tipos de cangaço na história do sertão:
O defensivo, de ação esporádica na guarda de propriedades rurais, em virtude de ameaças de índios,
disputa de terras e rixas de famílias;
O político, expressão do poder dos grandes fazendeiros;
O independente, com características de banditismo.
No primeiro caso, após realizarem sua missão de caçar índios no sertão do Cariri e em outras regiões,
a soldo dos fazendeiros, os cangaceiros se dissolviam e voltavam a trabalhar como vaqueiros ou
lavradores. As rixas entre famílias e as vinganças pessoais mobilizavam constantemente os bandos
armados. Parentes, agregados e moradores ligados ao chefe do clã por parentesco, compadrio ou
reciprocidade de serviços compunham os exércitos particulares.
O cangaço político resultou, muitas vezes, das rivalidades entre as oligarquias locais, e se
institucionalizou como instrumento dessas oligarquias, empenhadas na disputa para consolidar seu
poder.
No final do século XIX surgiram bandos independentes que não se subordinavam a nenhum chefe
local, tendo sua origem no problema do monopólio da terra. Esse tipo de cangaço já existira no passado,
em função das secas, mas não conseguira perdurar, eliminado pelos potentados locais, assim que se
restabeleciam as condições normais de vida.
O Cangaço pode ser entendido como um fenômeno social, caracterizado por atitudes violentas por
parte dos cangaceiros, que andavam em bandos armados e espalhavam o medo pelo sertão nordestino.
Promoviam saques a fazendas, atacavam comboios e chegavam a sequestrar fazendeiros para obtenção
de resgates. A população que respeitava e acatava as ordens dos cangaceiros era muitas vezes
beneficiada por suas atitudes. Essa característica fez com que os cangaceiros fossem respeitados e até
mesmo admirados por parte da população da época.
Os cangaceiros não moravam em locais fixos. Possuíam uma vida nômade, ou seja, viviam em
movimento, indo de uma cidade para outra. Ao chegarem nas cidades pediam recursos e ajuda aos
moradores locais. Aos que se recusavam a ajudar o bando, sobrava a violência.
Como não seguiam as leis estabelecidas pelo governo, eram perseguidos constantemente pelos
policiais. Usavam roupas e chapéus de couro para protegerem os corpos, durante as fugas, da vegetação
cheia de espinhos da caatinga. Além desse recurso da vestimenta, usavam todos os conhecimentos que
possuíam sobre o território nordestino (fontes de água, ervas, tipos de solo e vegetação) para fugirem ou
obterem esconderijos.
Existiram diversos bandos de cangaceiros. Porém, o mais conhecido e temido da época foio bando
comandado por Lampião (Virgulino Ferreira da Silva), também conhecido pelo apelido de “Rei do
Cangaço”. O bando de Lampião atuou pelo sertão nordestino durante as décadas de 1920 e 1930.
De 1921 a 1934, Lampião dividiu seu bando em vários subgrupos, dentre os quais os chefiados por
Corisco, Moita Brava, Português, Moreno, Labareda, Baiano, José Sereno e Mariano. Entre seus bandos,
Lampião sempre teve grande apreço pelo bando de Corisco, conhecido como “Diabo Loiro” e também
grande amigo de Virgulino.
Lampião morreu numa emboscada armada por uma volante, junto com a mulher Maria Bonita e outros
cangaceiros, em 29 de julho de 1938. Tiveram suas cabeças decepadas e expostas em locais públicos,
pois o governo queria assustar e desestimular esta prática na região.
A morte de lampião atingiu o movimento do Cangaço como um todo, enfraquecendo e dividindo os
grupos restantes. Corisco foi morto em uma emboscada no ano de 1940, encerrando de vez o cangaço
no Nordeste.
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O contato proporcionado pelos novos meios de transporte e de comunicação proporcionou o contato
com novas tendências que rompiam com a estrutura das artes predominante desde o renascimento. Entre
elas estavam o futurismo, dadaísmo, cubismo, e surrealismo.
No Brasil, o espírito modernista foi apresentado por autores como Euclides da Cunha, Monteiro Lobato,
Lima Barreto e Graça Aranha, que se desligaram de uma literatura de “falsas aparências”, procurando
discutir ou descobrir o “Brasil real”, frequentemente “maquiado” pelo pensamento acadêmico. As novas
tendências apareceram em 1917, em trabalhos: da pintora Anita Malfatti, do escultor Brecheret, do
compositor Vila Lobos e do intelectual Oswaldo de Andrade.
Os modernistas foram buscar inspiração nas imagens da indústria, da máquina, da metrópole, do
burguês e do proletário, do homem da terra e do imigrante.
Entre os escritores modernistas, o que melhor reflete o espírito da Semana é Oswald de Andrade. De
maneira geral, sua produção literária reflete a sociedade em que se forjou sua formação cultural: o
momento de transição que une o Brasil agrário e patriarcal ao Brasil que caminha para a modernização.
Ao lado de Oswald de Andrade, destaca-se como ponto alto do Modernismo a figura de Mário de
Andrade, principal animador do movimento modernista e seu espírito mais versátil. Cultivou a poesia, o
romance, o conto, a crítica, a pesquisa musical e folclórica.
Depois da sua realização, o prestígio e a produção cultural dos modernistas fez aumentar o debate e,
transbordando para o terreno da política, alimentou um forte sentimento nacionalista e uma preocupação
crescente com as coisas do povo brasileiro. Baseando-se nas preocupações sociais e políticas,
despontaram duas correntes de pensamento. Uma, de esquerda, atrelada ao “Movimento Pau-Brasil”,
tendo como expoente: Oswaldo de Andrade. Outra, de direita, apoiada no “Movimento da Anta” e no
“Verde-Amarelismo” de Plínio Salgado.
Artes Plásticas
Literatura
Música
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Em 1919, o Rui Barbosa, que já havia sido derrotado em 1910 e 1914, entrou novamente na disputa
como candidato de oposição, enfrentando o candidato Epitácio Pessoa, que concorria como novo
sucessor pelo PRM (Partido Republicano Mineiro).
Epitácio chefiava a delegação brasileira na Conferência de Paz realizada em Versalhes, na França.
Permanecendo ausente do Brasil durante toda a campanha, devido à sua atuação na Conferência de
Paz, Epitácio venceu Rui Barbosa no pleito realizado em abril de 1919 e retornou ao Brasil em julho para
assumir a presidência da República.
Apesar da derrota, o candidato oposicionista conseguiu atingir cerca de um terço dos votos, sem
nenhum apoio da máquina eleitoral, inclusive conquistando a vitória no Distrito Federal.
Mesmo com o acordo de apoio conseguido com a Política dos Governadores, e o controle estabelecido
por São Paulo e Minas Gerais no revezamento de poder, a partir da década de 1920, estados com uma
participação política e econômica considerada mediana resolveram interferir para tentar acabar com a
hegemonia da política do “Café com Leite”. Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia se
uniram nas eleições presidenciais de 1922, lançando um movimento político de oposição - a Reação
Republicana - que lançou o nome do fluminense Nilo Peçanha contra o candidato oficial, o mineiro Artur
Bernardes.
A chapa oposicionista defendia a maior independência do Poder Legislativo frente ao Executivo, o
fortalecimento das Forças Armadas e alguns direitos sociais do proletariado urbano. Todas essas
propostas eram apresentadas num discurso liberal de defesa da regeneração da República brasileira. O
movimento contou com a adesão de diversos militares descontentes com o presidente Epitácio Pessoa,
que nomeara um civil para a chefia do Ministério da Guerra. A Reação Republicana conseguiu, em uma
estratégia praticamente inédita na história brasileira, desenvolver uma campanha baseada em comícios
populares nos maiores centros do país. O mais importante deles foi o comício na capital federal, quando
Nilo Peçanha foi ovacionado pelas massas.
Em outubro de 1921, os ânimos dos militares foram exaltados com a publicação de cartas no Jornal
Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, assinadas com o nome do candidato Artur Bernardes e endereçadas
ao líder político mineiro Raul Soares. Em seu conteúdo, criticavam a conduta do ex-presidente e Marechal
do Exército, Hermes da Fonseca, por ocasião de um jantar promovido no Clube Militar.
As cartas puseram lenha na fogueira da disputa, deixando os militares extremamente insatisfeitos com
o candidato. Pouco antes da data da eleição dois falsários assumiram a autoria das cartas e comprovaram
tratar-se de uma armação. A conspiração não teve maiores consequências, e as eleições puderam
transcorrer normalmente em março de 1922. Como era de se esperar, a vitória foi de Artur Bernardes. O
problema foi que nem a Reação Republicana nem os militares aceitaram o resultado. Como o governo se
manteve inflexível e não aceitou a proposta da oposição de rever o resultado eleitoral, o confronto se
tornou apenas uma questão de tempo.
O Tenentismo
Após a Primeira Guerra Mundial, vários oficiais jovens de baixa patente, principalmente tenentes (e
daí deriva o nome do movimento tenentista) sentiam-se insatisfeitos. Os soldos permaneciam baixos e o
governo não fazia menção de aumentá-los. Havia um grande número deles, e as promoções eram muito
lentas. Um segundo-tenente podia demorar dez anos para alcançar a patente de capitão.
Sua reinvindicações oficiais foram contra a desorganização e o abandono em que se encontrava o
exército brasileiro. Com o tempo os líderes do movimento chegaram à conclusão de os problemas que
enfrentavam não estavam apenas no exército, mas também na política. Com a intenção de fazer as
mudanças acontecerem, os revoltosos pressionaram o governo, que não se prontificou a atendê-los, o
que gerou movimentos de tentativa de tomada de poder por meio dos militares. Esse programa conquistou
ampla simpatia da opinião pública urbana, mas não houve mobilização popular e nem mesmo
engajamento de dissidências oligárquicas à revolução (com exceção do Rio Grande do Sul), daí o seu
isolamento e o seu fracasso.
Os 18 do Forte
Como citado anteriormente, a vitória de Artur Bernardes em março de 1922 não agradou os setores
oposicionistas. Durante o período em que aguardava para assumir a posse, que acontecia no dia 15 de
novembro, diversos foram os protestos contra o mineiro. Em junho, o governo federal interveio durante a
sucessão estadual em Pernambuco, fato que foi extremamente criticado por Hermes da Fonseca. O
presidente Epitácio Pessoa, que ainda exercia o poder, mandou prender o ex-presidente e ordenou o
fechamento do Clube Militar em 2 de julho.
As ações de Epitácio geraram uma crise que culminou em uma serie de levantes na madrugada de 5
de julho. Na capital federal, levantaram-se o forte de Copacabana, guarnições da Vila Militar, o forte do
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Vigia, a Escola Militar do Realengo e o 1° Batalhão de Engenharia; em Niterói, membros da Marinha e do
Exército; em Mato Grosso, a 1ª Circunscrição Militar, comandada pelo general Clodoaldo da Fonseca, tio
do marechal Hermes. No Rio de Janeiro, o movimento foi comandado pelos "tenentes", uma vez que a
maioria da alta oficialidade se recusou a participar do levante.
Os rebeldes localizados no Forte de Copacabana passaram a disparar seus canhões contra diversos
redutos do Exército, forçando inclusive o comando militar a abandonar o Ministério da Guerra. As forças
legais revidaram, e o forte sofreu sério bombardeio.
Os revoltosos continuaram sua resistência até a tarde de 6 de julho, quando resolveram abandonar o
Forte e marchar pela Avenida Atlântica, indo de encontro às forças do governo que enfrentavam. Ao grupo
de revoltosos aderiu um civil, Otávio Correia, que até então apenas observava o desenrolar dos fatos.
Em uma troca de tiros com as forças oficiais, morreram quase todos os revoltosos, que ficaram
conhecidos como “Os 18 do Forte de Copacabana”. Apesar do nome atribuído ao grupo, as fontes de
informação da época não são exatas, com vários jornais divulgando números diferentes. Entre os mortos
em combate estavam os tenentes Mário Carpenter e Newton Prado. Os únicos sobreviventes foram os
tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes, com graves ferimentos.
A Revolta de 1924
Os participantes das Revoltas de 1922 foram julgados e punidos em dezembro de 1923, acusados de
tentar promover um golpe de Estado. Novamente o exército teve suas relações com o governo federal
agravadas, com uma tensão crescente que gerou uma nova revolta militar, novamente na madrugada,
em 5 de julho de 1924 em São Paulo, articulada pelo general reformado Isidoro Dias Lopes, pelo major
Miguel Costa, comandante do Regimento de Cavalaria da Força Pública do estado, e pelo tenente
Joaquim Távora, este último morto durante os combates. Tiveram ainda participação destacada os
tenentes Juarez Távora, Eduardo Gomes, João Cabanas, Filinto Müller e Newton Estillac Leal.
O objetivo do movimento era depor o presidente Artur Bernardes, cujo governo transcorria, desde o
início, sob estado de sítio permanente e sob vigência da censura à imprensa.
Entre as primeiras ações dos revoltosos, ganhou prioridade a ocupação de pontos estratégicos, como
as estações da Luz, da Estrada de Ferro Sorocabana e do Brás, além dos quartéis da Força Pública,
entre outros.
Logo após a ocupação, no dia 8 de julho o presidente de São Paulo, Carlos de Campos, deixou o
palácio dos Campos Elíseos, sede do governo paulista na época. No dia seguinte, os rebeldes instalaram
um governo provisório chefiado pessoalmente pelo general Isidoro. O ato foi respondido com um intenso
bombardeio das tropas legalistas sobre a cidade, principalmente em bairros operários de São Paulo na
região da zona leste. Os bairros da Mooca, Brás, Belém e Cambuci foram os mais atingidos pelo
bombardeio.
A partir do dia 16, sucederam-se as tentativas de armistício. Um dos principais mediadores foi José
Carlos de Macedo Soares, membro da Associação Comercial de São Paulo. Num primeiro momento, o
general Isidoro condicionou a assinatura de um acordo à entrega do poder a um governo federal provisório
e à convocação de uma Assembleia Constituinte. A negativa do governo federal, somada às
consequências do bombardeio da cidade, reduziu as exigências dos revoltosos à concessão de uma
anistia ampla aos revolucionários em 1922 e 1924. Entretanto, nem essa reivindicação foi atendida.
Como as exigências dos revoltosos não foram atendidas, e a pressão do governo aumentava, a
solução foi mudar a estratégia. Em 27 de julho os revoltosos abandonaram a cidade, indo em direção a
Bauru, no interior do Estado. O deslocamento foi facilitado graças a eclosão de diversas revoltas no
interior, com a tomada de prefeituras.
O saldo de 23 dias de combates foi de 503 mortos e quase cinco mil feridos, resultando no maior
conflito ocorrido na cidade de São Paulo (maior inclusive que a revolta de 1932). Com os bombardeios,
aproximadamente 20 mil pessoas ficaram desabrigadas.
Àquela altura, já haviam eclodido rebeliões militares no Amazonas, em Sergipe e em Mato Grosso, em
apoio ao levante de São Paulo, mas os revoltosos paulistas desconheciam tais acontecimentos.
Em outubro, enquanto os paulistas combatiam em território paranaense, tropas sediadas no Rio
Grande do Sul iniciaram um levante, associadas a líderes gaúchos contrários à situação estadual. As
forças rebeladas juntaram-se aos paulistas em Foz do Iguaçu, no Paraná, no mês de abril de 1925.
Formou-se assim o contingente que deu início à marcha da Coluna Prestes.
A Coluna Prestes
Enquanto isso, alguns militares se rebelavam em São Paulo, Luís Carlos Prestes, também militar,
organizava outro grupo no Rio Grande do Sul. Em abril de 1925, as duas frentes de oposição, a Paulista
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liderada por Miguel Costa, e a Gaúcha, por Prestes, uniram-se em Foz do Iguaçu e partiram para uma
caminhada pelo Brasil.
Sempre vigiados por soldados do governo, os revoltosos evitavam confrontos diretos com as tropas,
por meio de táticas de guerrilha.
Por meio de comícios e manifestos, a Coluna denunciava à população a situação política e social do
país. Num primeiro momento, não houve muitos resultados, porém o Movimento ajudou a balançar as
bases, já enfraquecidas, do sistema oligárquico e a preparar caminho para a Revolução de 1930.
A Coluna Prestes durou 2 anos e 3 meses, percorrendo cerca de 25 mil quilômetros através de treze
estados do Brasil. Estima-se que a Coluna tenha enfrentado mais de 50 combates contra as tropas
governistas, sem sofrer derrotas. Os principais comandantes do Exército nacional não só não puderam
desbaratar a Coluna Prestes, como sofreram pesadas perdas para os rebeldes durante sua marcha. A
Coluna, em seu trajeto, derrotou 18 generais.
A passagem da Coluna Prestes, gerava reações diversas na população. Como forma de desmoralizar
o movimento, o governo condenava os rebeldes e associavam suas ações a assassinos e bandidos.
Segundo a Historiadora Anita Leocádia Prestes, Qualquer arbitrariedade era punida com grande rigor;
em alguns casos de maior gravidade, chegou-se ao fuzilamento dos culpados, principalmente quando
houve desrespeito a famílias e, em particular, a mulheres.
Iniciando a marcha, a coluna concluiu a travessia do rio Paraná em fins de abril de 1925 e adentrou no
Paraguai com a intenção de chegar a Mato Grosso. Posteriormente percorreu Goiás, entrou em Minas
Gerais e retornou a Goiás.
Após a passagem por Goiás, a Coluna partiu para o Nordeste, chegando em novembro ao Maranhão,
ocasião em que o tenente-coronel Paulo Krüger foi preso e enviado a São Luís. Em dezembro, penetrou
no Piauí e travou em Teresina sério combate com as forças do governo. Rumando então para o Ceará, a
coluna teve outra baixa importante: na serra de Ibiapina, Juarez Távora foi capturado.
Em janeiro de 1926, a coluna atravessou o Ceará, chegou ao Rio Grande do Norte e, em fevereiro,
invadiu a Paraíba, enfrentando na vila de Piancó séria resistência comandada pelo padre Aristides
Ferreira da Cruz, líder político local. Após ferrenhos combates, a vila acabou ocupada pelos
revolucionários.
Continuando rumo ao sul, a coluna atravessou Pernambuco e Bahia e retornou para Minas Gerais,
pelo norte do Estado. Encontrando vigorosa reação legalista e precisando remuniciar-se, o comando da
coluna decidiu interromper a marcha para o sul e, em manobra conhecida como "laço húngaro", retornar
ao Nordeste através da Bahia. Cruzou o Piauí, alcançou Goiás e finalmente chegou de volta a Mato
Grosso em outubro de 1926. Àquela altura, o estado-maior revolucionário decidiu enviar Lourenço Moreira
Lima e Djalma Dutra à Argentina, para consultar o general Isidoro Dias Lopes quanto ao futuro da coluna:
continuar a luta ou rumar para o exílio.
Entre fevereiro e março de 1927, afinal, após uma penosa travessia do Pantanal, parte da coluna,
comandada por Siqueira Campos, chegou ao Paraguai, enquanto o restante ingressou na Bolívia, onde
encontrou Lourenço Moreira Lima, que retornava da Argentina. Tendo em vista as condições precárias
da coluna e as instruções de Isidoro, os revolucionários decidiram exilar-se.
Durante o tempo em que passou na Bolívia, Prestes dedicou-se a leituras em busca de explicações
para a situação de atraso e miséria que presenciara em sua marcha pelo interior brasileiro. Em dezembro
de 1927 foi procurado por Astrojildo Pereira, secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro, que fora
incumbido de convidá-lo a firmar uma aliança entre "o proletariado revolucionário, sob a influência do
PCB, e as massas populares, especialmente as massas camponesas, sob a influência da coluna e de
seu comandante". Prestes, contudo, não aceitou essa aliança. Foi nesse encontro que obteve as
primeiras informações sobre a Revolução Russa, o movimento comunista e a União Soviética. A seguir,
muda-se para a Argentina, onde lê Marx e Lênin.
Fonte: http://www2.camara.leg.br/
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A defesa do café
Os acordos para a manutenção do preço do café elevaram a dívida brasileira, principalmente após as
emissões de moeda realizadas entre 1921 e 1923 por Epitácio Pessoa, o que gerou uma desvalorização
do câmbio e o aumento da inflação. Artur Bernardes preocupou-se em saldar a dívida externa brasileira,
retomando o pagamento dos juros e da dívida principal a partir do ano de 1927.
Com o objetivo de avaliar a situação financeira do Brasil, em fins de 1923 uma missão financeira
inglesa, chefiada por Edwin Samuel Montagu chegou ao país. Após os estudos, a comissão apresentou
um relatório à presidência da República, em que apresentava os riscos decorrentes da emissão
exagerada de moeda e o consequente receio dos credores internacionais.
A defesa dos preços do café representava um gasto entendido pelo governo federal como secundário
nesse momento, mesmo em meio às críticas de abandono proferidas pelo setor cafeeiro. A solução foi
passar a responsabilidade da defesa do café para São Paulo. Em dezembro de 1924 foi criado o Instituto
de Defesa Permanente do Café, que possuía a função de regular a entrada do produto no Porto de Santos
e realizar compras do produto para evitar a desvalorização.
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Paulo expressou seu apoio à candidatura de Getúlio Vargas, enquanto alguns membros do Partido
Republicano Mineiro resolveram apoiar Júlio Prestes.
A Aliança Liberal refletia os desejos das classes dominantes regionais que não estavam ligadas ao
café, buscando também atrair a classe média. Seu programa de governo defendia o fim dos esquemas
de valorização do café, a implantação de alguns benefícios aos trabalhadores, como a aposentadoria
(nem todos os setores possuíam), a lei de férias e a regulamentação do trabalho de mulheres e menores
de idade. Além disso, insistiam no tratamento com seriedade pelo poder público das questões sociais,
que Washington Luís afirmava serem “caso de Polícia”. Um dos pontos marcantes da campanha da
Aliança Liberal foi a participação do proletariado.
A Revolução de 1930
Comitiva de Getúlio Vargas (ao centro) fotografada por Claro Jansson durante sua passagem por Itararé (São Paulo) a caminho do Rio de Janeiro após a
vitória da Revolução de 1930.
Em 1º de março de 1930 Júlio Prestes foi eleito presidente do Brasil conquistando 1.091.709 votos,
contra 742.794 votos recebidos por Getúlio Vargas. Ambos os lados foram acusados de cometer fraudes
contra o sistema eleitoral, seja manipulando votos, seja impondo votos forçados através de violência e
ameaça.
A derrota Júlio Prestes nas eleições de 1930 para não significou o fim da Aliança Liberal e sua busca
pelo controle do poder executivo. Os chamados “tenentes civis” acreditavam que ainda poderiam
conquistar o poder através das armas.
As discordâncias provocadas pelo apoio de Washington Luís a Júlio Prestes não foram suficientes, até
aquele momento, para promover uma ruptura de grandes proporções na política, porém um grupo de
políticos mais jovens e em busca de ascensão política perceberam que para alcançar novos patamares,
ainda dependiam da aprovação de um grupo muito estreito.
Entre os que buscavam novos caminhos, estavam os gaúchos Getúlio Vargas, Flores da Cunha,
Osvaldo Aranha, Lindolfo Collor, João Neves, Maurício Cardoso e Paim Filho. Em Minas Gerais também
haviam Virgílio de Melo Franco e Francisco Campos, descendentes de famílias tradicionais do estado.
Até mesmo entre membros antigos da política, representantes das velhas oligarquias, haviam aqueles
que enxergavam nos políticos mais jovens a possibilidade de aumento do poder pessoal, como Artur
Bernardes, Venceslau Brás, Afrânio de Melo Franco, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada e João Pessoa.
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Buscando agir pelo caminho que o movimento tenentista havia tentado anos antes, os jovens políticos
buscaram fazer contato com militares rebeldes, que receberam a atitude com desconfiança. Entre os
motivos para o receio dos tenentes, estava o fato de que alguns nomes, como João Pessoa e Osvaldo
Aranha, estiveram envolvidos em perseguições, confrontos e condenações contra o grupo. Porém, depois
de conversas e desconfianças dos dois lados, os grupos chegaram a um acordo, com a adesão de nomes
de destaque dos movimentos da década de 20, como Juarez Távora, João Alberto e Miguel Costa. A
grande exceção foi o nome de Luís Carlos Prestes, que em maio de 1930 declarou-se abertamente como
socialista revolucionário, e recusou-se a apoiar a disputa oligárquica.
Os preparativos para a tomada do poder não aconteceram da maneira esperada, deixando o
movimento conspiratório em uma situação de desvantagem. Porém, em 26 de julho de 1930 ocorreu um
fato que serviu de estopim para o movimento revolucionário: por volta das 17 horas, na confeitaria
“Glória”, em Recife, João Pessoa foi assassinado por João Duarte Dantas.
O crime, motivado tanto por disputas pessoais como por disputas públicas, foi utilizado como
justificativa para o movimento revolucionário, sendo explorado seu lado público, e transformado João
Pessoa em “mártir da revolução”.
Entre as razões para o assassinato, estiveram as mudanças políticas promovidas por João Pessoa ao
tornar-se governador. Em uma tentativa de modernizar a administração, o governador direcionou as
transações comerciais para os portos da capital e de Cabedelo, buscando tornar eficiente a arrecadação
de impostos e diminuir a dependência que o estado tinha do Recife. A medida adotada pelo governador
chocava-se com os interesses de produtores, principalmente de algodão, do interior do estado, que
realizavam as transações comerciais por terra, diretamente com Recife, escapando dessa forma das
cobranças de impostos. Os interesses conflitantes resultaram na Revolta de Princesa, movimento rebelde
liderado por José Pereira Lima, deflagrado no município de Princesa, atual Princesa Isabel, na fronteira
com Pernambuco, em fevereiro de 1930. Um dos principais aliados do Coronel José Pereira foi a família
Dantas.
As divergências entre governo e revoltosos resultou na invasão do escritório de advocacia de João
Dantas, que localizava-se na capital do estado, da qual foram retirados de um cofre alguns papéis, entre
eles cartas de amor trocadas entre o advogado e a professora Anaíde Beiriz. Apesar de ambos serem
solteiros, o jornal A União, de cunho governista, divulgou a existência das cartas como obras de conteúdo
impróprio, que não poderiam sequer serem publicadas no jornal.
Após a divulgação, a jovem professora, caindo em desgraça e abandonada pela família, fugiu para o
Recife. João Dantas sentiu-se com a honra manchada, e resolveu acertar as contas com o governador,
assassinando-o com dois tiros, dentro da Padaria Glória, na capital Pernambucana.
A morte de João Pessoa foi extremamente explorada por seus aliados como elemento político para
concretizar os objetivos da revolução. Apesar de ter morrido no Nordeste e ser natural da região, o corpo
do presidente da Paraíba foi enterrado no Rio de Janeiro, então capital da República, fator que reuniu
uma enorme quantidade de pessoas para acompanhar o funeral. A morte de João Pessoa garantiu a
adesão de setores do exército que até então estavam relutantes em apoiar a causa dos revolucionários.
Feitos os preparativos, no dia 3 de outubro de 1930, nos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul
e no Nordeste, estourou a revolução, comandada por Getúlio Vargas e pelo tenente-coronel Góes
Monteiro. As ações foram rápidas e não encontraram uma resistência forte. No Nordeste, as operações
ficaram a cargo de Juarez Távora, que contando com a ajuda da população, conseguiu dominar
Pernambuco sem esforços.
Após o Sul e o Nordeste dominados, os esforços concentraram-se em São Paulo. Os revolucionários
montaram quartel em Ponta Grossa, no Paraná, e começaram a elaborar um plano de ataque contra as
forças militares leais a Washington Luís. O ataque, definido para acontecer em território paulista, mais
precisamente na cidade de Itararé, ficou conhecido como “batalha de Itararé” ou também, a batalha que
não ocorreu, pois antes do desfecho do confronto, em 24 de outubro, os generais Leite de Castro, Tasso
Fragoso e Mena Barreto e o almirante Isaías Noronha depuseram Washington Luís da presidência e
instalaram uma junta provisória de governo.
Em virtude do maior peso político que os gaúchos detinham no movimento e sob pressão das forças
revolucionárias, a Junta finalmente decidiu transmitir o poder a Getúlio Vargas. Num gesto simbólico que
representou a tomada do poder, os revolucionários gaúchos, chegando ao Rio, amarraram seus cavalos
no Obelisco da avenida Rio Branco. Em 3 de novembro chegava ao fim a Primeira República.
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Gaúchos amarrando cavalos no obelisco da avenida Rio Branco. Fonte: http://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/cda-rev30_osvaldo_aranha_1_0.jpg
Questões
01. (Câmara dos Deputados - Analista Legislativo – CESPE) O fato é que a transição do Império
para a República, proclamada em 1889, constituiu a primeira grande mudança de regime político ocorrida
desde a Independência. Republicanistas “puros", como Silva Jardim, defendiam uma mudança de regime
que, a exemplo da França, tivesse como resultado maior participação da população na vida política
nacional. Mas, vitoriosos, os republicanos conservadores, como Campos Sales, mantiveram o modelo de
exclusão política e sociocultural sob nova fachada. Ao “parlamentarismo sem povo" do Segundo Reinado,
sucedeu uma República praticamente “sem povo", ou seja, sem cidadania democrática.
Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma interpretação. São Paulo: Ed. SENAC
São Paulo, 2008, p. 552.
Tendo o fragmento de texto acima como referência inicial e considerando o contexto histórico brasileiro
ao longo da segunda metade do século XIX e da primeira do século XX, julgue o item a seguir.
Os dois primeiros presidentes civis da República, ambos oriundos de São Paulo, eram representantes
das correntes políticas mais empenhadas em afastar do regime republicano que surgia a pecha de modelo
de exclusão política e sociocultural que historicamente recaía sobre o Estado brasileiro, desde a
Independência.
( ) Certo ( ) Errado
02. TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário – História – FCC) Seu Mundinho, todo esse tempo
combati o senhor. Fui eu quem mandou atirar em Aristóteles. Estava preparado para virar Ilhéus do
avesso. Os jagunços estavam de atalaia, prontos para obedecer. Os meus e os outros amigos, para
acabar com a eleição. Agora tudo acabou.
(In: AMADO, Jorge. Gabriela, cravo e canela)
O texto descreve uma realidade que, na história do Brasil, identifica o
(A) tenentismo, que considerava o exército como a única força capaz de conduzir os destinos do povo.
(B) coronelismo, que se constituía em uma forma de o poder privado se manifestar por meio da política.
(C) mandonismo, criado com o objetivo de administrar os conflitos no interior das elites agrárias do
país.
(D) messianismo, entidade com poderes políticos capaz de subjugar a população por meio da força.
(E) integralismo, que consistia em uma forma de a oligarquia cafeeira demonstrar sua influência e
poder político.
03. TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário – História – FCC) Para responder à questão,
considere o texto abaixo.
... A forma federativa deu ampla autonomia aos Estados, com a possibilidade de contrair empréstimos
externos, constituir forças militares próprias e uma justiça estadual.
[...] A representação na Câmara dos Deputados, proporcional ao número de habitantes dos Estados,
foi outro princípio aprovado...
[...] A aceitação resignada da candidatura Prudente de Moraes, que marcou o início da república civil
oligárquica, consolidada por Campos Sales, se deu em um momento difícil, quando Floriano dependia do
apoio regional [...].
(Adaptado de: FAUSTO, Boris. Pequenos ensaios de História da República (1889-1945). São Paulo:
Cebrap, 1972, p. 2-4)
O principal mecanismo para a consolidação da república a que o texto se refere foi a
(A) política de “salvação nacional", desencadeada pelos militares ligados aos grandes fazendeiros
mineiros e paulistas com a finalidade de fortalecer o poder das oligarquias estaduais do sudeste.
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(B) “campanha civilista" que defendia a regulamentação dos preços dos produtos de exportação e
garantia os empréstimos contraídos no exterior aos fazendeiros das grandes propriedades.
(C) “política dos governadores", que consistia na troca de apoio entre governo federal e governos
locais, com a finalidade de manter no poder os representantes dos grandes fazendeiros.
(D) política do “café-com-leite", que incentivava uma disputa acirrada entre os representantes dos
pequenos Estados e enfraquecia o poder dos fazendeiros paulistas e dos mineiros.
(E) política de “valorização do café" realizada pelos Estados contribuía para o enfraquecimento do
poder local e garantia a troca de favores entre os fazendeiros e o governo federal.
04. TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário – História – FCC) Ao contrário do que sucedeu na
Capital da República, as primeiras manifestações do movimento operário em São Paulo surgiram já sob
a inspiração de ideologias revolucionárias ou classistas – o anarquismo e, em muito menor grau, o
socialismo reformista. As condições sócio-políticas tendiam a confirmar as ideologias negadoras da
organização vigente na sociedade aos olhos da marginalizada classe operária nascente, estrangeira em
sua grande maioria. (...) O anarquismo se converteria, entretanto, na principal corrente organizatória do
movimento operário, tanto no Rio de Janeiro como em São Paulo.
(FAUSTO, Boris. Trabalho urbano e conflito social. São Paulo: s/data, p.60-62)
A corrente ideológica a que o texto se refere, e que dominou a cena do movimento operário brasileiro
durante a segunda década do século XX,
(A) pode ser tratada como um sistema de pensamento social visando a modificações fundamentais na
estrutura da sociedade com o objetivo de substituir a autoridade do Estado por alguma forma de
cooperação não governamental entre indivíduos livres.
(B) investe contra o capital e o Estado capitalista, pretendendo substitui-lo por uma livre associação
de produtores diretos, possuidores dos meios de produção e na organização do sindicato único como
meio de promover a emancipação das classes trabalhadoras.
(C) defende a coletivização dos meios de produção, a violência nas lutas operárias e dá ênfase ao
papel que os sindicatos desempenhariam na obra emancipadora dos trabalhadores e da sociedade, e na
luta operária para a conquista do Estado.
(D) argumenta que o sindicalismo operário deve ser o articulador da autogestão e um instrumento do
plano econômico e da unidade de produção, e que as diversas associações produtivas devem ser
coordenadas pelas federações sindicais ligadas ao Estado.
(E) inclina-se pelo caminho revolucionário ao sustentar a necessidade de realizar de imediato a tese
marxista segundo a qual o critério de distribuição de bens e serviços deveria ser determinada pelas
assembleias sindicais de cada Estado da Federação.
Respostas
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02. Resposta: B
Durante a República Velha os grandes fazendeiros(coronéis) impunham seu poder através de seus
exércitos particulares de jagunços. O voto era aberto e os eleitores que moravam nas grandes fazendas
eram forçados a votar no candidato do coronel.
03. Resposta: C
A política dos governadores foi um sistema político não oficial, idealizado e colocado em prática pelo
presidente Campos Sales (1898 – 1902), que consistia na troca de favores políticos entre o presidente da
República e os governadores dos estados. De acordo com esta política, o presidente da República não
interferia nas questões estaduais e, em troca, os governadores davam apoio político ao executivo federal.
04. Resposta: A
O anarquismo é o movimento político que defende a supressão de todas as formas de dominação e
opressão vigentes na sociedade moderna, dando lugar a uma comunidade mais fraterna e igualitária,
fruto de um esforço individual a partir de um árduo trabalho de conscientização. O anarquismo é
frequentemente apontado como uma ideologia negadora dos valores sociais e políticos prevalecentes no
mundo moderno como o estado laico, a lei, a ordem, a religião e a propriedade privada.
05. Resposta: C
Antônio Conselheiro foi o líder do arraial de canudos, no interior da Bahia, local em que ocorreu a
guerra de canudos, revolta de grande repercussão no período republicano.
O Governo Provisório
Com Washingtom Luís deposto e exilado, Getúlio Vargas foi empossado como chefe do governo
provisório. As medidas do novo governo tinham como objetivo básico promover uma centralização política
e administrativa que garantisse ao governo sediado no Rio de Janeiro o controle efetivo do país. Em
outras palavras, o federalismo da República Velha caía por terra. Para atingir esse objetivo, foram
nomeados interventores para governar os estados. Eram homens de confiança, normalmente oriundos
do Tenentismo, cuja tarefa era fazer cumprir, em cada estado, as determinações do governo provisório.
Esse fato e mais o adiamento que Getúlio Vargas foi impondo à convocação de novas eleições
desencadearam reações de hostilidade ao seu governo, especialmente no estado de São Paulo. As
eleições dariam ao país uma nova constituição, um presidente eleito pela população e um governo com
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legitimidade jurídica e política. Mas poderia também significar a volta ao poder dos derrotados na
Revolução de 30.
A Reação Paulista
A oligarquia paulista estava convencida da derrota que sofreu em 24 de outubro de 1930, mas não
admitia perder o controle do Executivo em “seu” próprio estado. A reação paulista começou com a não
aceitação do interventor indicado para São Paulo, o tenentista João Alberto. Às pressões pela indicação
de um interventor civil e paulista, começa a se somar a reivindicação de eleições para a Constituinte.
Essas teses foram ganhando rapidamente simpatia popular.
As manifestações de rua começaram a ocorrer com o apoio de todas as forças políticas do estado, até
por aquelas que tinham simpatizado com o movimento de 1930 (exemplo do Partido Democrático - PD).
Diante das pressões crescentes, Getúlio resolveu negociar com a oligarquia paulista, indicando um
interventor do próprio estado. Isso foi interpretado como um sinal de fraqueza. Acreditando que poderiam
derrubar o governo federal, os oligarcas articularam com outros estados uma ação nesse sentido.
Manifestações de rua intensificaram-se em São Paulo. Numa delas, quatro jovens, Miragaia, Martins,
Dráusio e Camargo foram mortos e se transformaram em mártires da luta paulista em nome da legalidade
constitucional. Getúlio, por seu lado, aprovou outras “concessões”: elaborou o código eleitoral (que previa
o voto secreto e o voto feminino), mandou preparar o anteprojeto para a Constituição e marcou as eleições
para 1933.
As Leis Trabalhistas
Foi aprovado também um conjunto de leis que garantiam direitos aos trabalhadores, destacando-se
entre eles: salário mínimo, jornada de oito horas, regulamentação do trabalho feminino e infantil, descanso
remunerado (férias e finais de semana), indenização por demissão, assistência médica, previdência
social. A formalização dessa legislação trabalhista teve vários significados e implicações. Representou a
primeira modificação importante na maneira de o Estado enfrentar a questão social e definiu as regras a
partir das quais o mercado de trabalho e as relações trabalhistas poderiam se organizar. Garantiu, assim,
uma certa estabilidade ao crescimento econômico. Por fim, foi muito útil para obter o apoio dos
assalariados urbanos à política getulista.
Essa legislação denota a grande habilidade política de Getúlio. Ele apenas formalizou um conjunto de
conquistas que, em boa parte, já vigoravam nas relações de trabalho nos principais centros industriais.
Com isso, construiu a sua imagem como “Pai dos Pobres” e benfeitor dos trabalhadores.
O Controle Sindical
A aprovação da legislação sindical representou um grande avanço nas relações de trabalho no Brasil,
pois pela primeira vez o trabalhador obtinha, individualmente, amparo nas leis para resistir aos excessos
da exploração capitalista. Por outro lado, paralelamente à sua implantação, o Estado definiu regras
extremamente rígidas para a organização dos sindicatos, entre as quais a que autorizava o seu
funcionamento (Carta Sindical), as que regulavam os recursos da entidade e as que davam ao governo
direito de intervir nos sindicatos, afastando diretorias se julgasse necessário. Mantinha, assim, os
sindicatos sob um controle rigoroso.
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Eleições Presidenciais de 1934
Uma vez promulgada a Constituição de 1934, a Assembleia Constituinte converteu-se em Congresso
Nacional e elegeu o presidente da República por via indireta: o próprio Getúlio. Começava o período
constitucional do governo Vargas.
Nacionalismo conservador
Esse movimento contava com o apoio de vários estratos das classes médias urbanas, Igreja e setores
do Exército. O projeto que seus apoiadores tinham em mente decorria de uma certa leitura que faziam da
história do país até aquele momento.
Segundo os conservadores, o aspecto que marcava mais profundamente a formação histórica do país
e do seu povo era a tradição agrícola. Desde o descobrimento, toda a vida econômica, social e política
organizou-se em torno da agricultura. Todos os nossos valores morais, regras de convivência social,
costumes e tradições, enfim, a espinha dorsal da nossa cultura, fincavam suas raízes no modo de vida
rural. Dessa forma, tudo o que ameaçava essa “tradição agrícola” (isto é, estímulos a outros setores da
economia, crescimento da indústria, expansão da urbanização e suas consequências, como a
propagação de novos valores, hábitos e costumes tipicamente urbanos, bem como novas formas de
expressão artística e culturais) representava um atentado contra a integridade e o caráter nacional, uma
corrupção da nossa identidade como povo e nação. Por ser contrário a transformações e à medida que
as tendências modernizadoras tinham origem externa (induzidas pela industrialização, vanguardas
artísticas europeias etc.) é que o movimento caracterizava-se por ser nacionalista e conservador.
Para que a coerência com a nossa identidade histórica fosse mantida, os ideólogos do nacionalismo
conservador propunham o seguinte: os latifúndios deveriam ser divididos em pequenas parcelas de terras
a ser distribuídas. Assim, as famílias retornariam ao campo, tornando o Brasil uma grande comunidade
de pequenos e prósperos proprietários. Podemos concluir, a partir desse ideário, que eram
antilatifundiários, antiindustrialistas e, no limite, anticapitalistas. Na esfera política, defendiam um regime
autoritário de partido único.
O Integralismo
Esse movimento deu origem à Ação Integralista Brasileira, cujo lema era Deus, Pátria e Família, tendo
como seu principal líder e ideólogo Plínio Salgado. Tradicionalmente, a AIB tem sido interpretada como a
manifestação do nazifascismo no Brasil, pela semelhança entre os aspectos aparentes do integralismo e
do nazifascismo. Uniformes, tipo de saudação, ultranacionalismo, feroz anticomunismo, tendências
ditatoriais e apelo à violência eram traços que aproximavam as duas ideologias. Um exame mais atento,
entretanto, mostra que eram projetos distintos. Enquanto o nazi fascismo era apoiado pelo grande capital
e buscava uma expansão econômico-industrial a qualquer custo, ao preço de uma guerra mundial se
necessário, os integralistas queriam voltar ao campo. Num certo sentido, o projeto nazifascista era mais
modernizante que o integralista. Assim, as semelhanças entre eles escondiam propostas e projetos
globais para a sociedade radicalmente distintos.
Nacionalismo Revolucionário
Frações dos setores médios urbanos, sindicatos, associações de classe, profissionais liberais,
jornalistas e o Partido Comunista prestaram apoio a outro movimento político: o nacionalismo
revolucionário. Este defendia a industrialização do país, mas sem que isso implicasse subordinação e
dependência em relação às potências estrangeiras, como a Inglaterra e os Estados Unidos.
O nacionalismo revolucionário propunha uma reforma agrária como forma de melhorar as condições
de vida do trabalhador urbano e rural e potencializar o desenvolvimento industrial. Considerava que a
única maneira de realizar esses objetivos seria a implantação de um governo popular no Brasil. Esse
movimento deu origem à Aliança Nacional Libertadora, cujo presidente de honra era Luís Carlos Prestes,
então membro do Partido Comunista.
As Eleições de 1938
Contida a oposição de esquerda, o processo político evoluiu sem conflitos maiores até 1937. Nesse
ano, começaram a se desenhar as candidaturas para as eleições de 1938. Dentre as candidaturas,
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começou a se destacar a de Armando Sales Oliveira, paulista que articulava com outros estados sua
eleição para presidente. Getúlio Vargas, as oligarquias que lhe davam apoio e os militares herdeiros da
tradição tenentista não viam com bons olhos a possibilidade de retorno da oligarquia paulista ao poder.
Mas, uma vez mantido o calendário eleitoral, isso parecia inevitável.
O Plano Cohen
Enquanto as articulações políticas visando as eleições se desenvolviam, veio à luz o famoso Plano
Cohen. Segundo as informações oficiais, forças de segurança do governo tinham descoberto um plano
de tomada do poder pelos comunistas. Muito bem elaborado, colocava em risco as instituições, caso
fosse deflagrado. O governo então, para evitar o perigo vermelho, solicitou do Congresso Nacional a
aprovação do estado de sítio, que suspendia as liberdades públicas e dava ao governo amplos poderes
para combater a subversão.
Com todos esses fatores a seu favor, não houveram dificuldades para Getúlio instalar e manter por
oito anos a ditadura no país. Durante o período foi implacável o autoritarismo, a censura, a repressão
policial e política e a perseguição daqueles que fossem considerados inimigos do Estado.
84
Adaptado de MOURA, José Carlos Pires. História do Brasil.
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Por meio dessas medidas, o governo conseguiu solucionar de maneira satisfatória os principais
problemas econômicos da época. A cafeicultura foi convenientemente defendida, a exportação agrícola
foi diversificada, a dívida externa foi congelada, a indústria cresceu rapidamente, a mineração de ferro e
carvão expandiu-se e a legislação trabalhista foi consolidada. Com essas medidas as elites enriqueceram,
a classe média melhorou seu padrão de vida e o operariado ganhou a proteção que lutou por anos para
conseguir. Dessa forma Vargas atingiu altos níveis de popularidade, mesmo com a repressão e
perseguição política de seu regime.
No mesmo período de 1937 a 1940, a ação econômica do Estado objetivava racionalizar e incentivar
atividades econômicas já existentes no Brasil. Já a partir de 1940, com a instalação de grandes empresas
estatais, o Estado alterou seu papel, passando a ser um dos principais investidores do setor industrial,
principalmente na indústria pesada (responsável por transformar grandes quantidades de matéria-prima).
Os investimentos estatais concentravam-se na indústria pesada, principalmente a siderurgia, química,
mecânica pesada, metalurgia, mineração de ferro e geração de energia hidroelétrica. Esses eram setores
que exigiam grandes investimentos e garantiam retorno somente no longo prazo, o que não despertou o
interesse da burguesia brasileira. Como saída, existiam duas opções para sua implantação: o
investimento do capital estrangeiro ou o investimento estatal, sendo o segundo o escolhido. A iniciativa
teve êxito graças a um pequeno número de empresários e também do exército, que associava a indústria
de base com a produção de armamentos, entendendo-a como assunto de segurança nacional.
A maior participação do Estado na economia gerou a formação de novos órgãos oficiais de
coordenação e planejamento econômico, destacando-se:
CNP – Conselho Nacional do Petróleo (1938)
CNAEE – Conselho Nacional de Aguas e Energia Elétrica (1939)
CME – Coordenação da Mobilização Econômica (1942)
CNPIC – Conselho Nacional de Política Industrial e Comercial (1944)
CPE – Comissão de Planejamento Econômico (1944)
Desse modo, apesar da desaceleração do crescimento industrial ocasionado pela Segunda Guerra
Mundial, devido à dificuldade para importar equipamentos e matéria-prima, quando o Estado Novo se
encerrou em 1945, a indústria brasileira estava plenamente consolidada.
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operários, estudantes, classe média, crianças, militares – e abrangendo assuntos tão diversos quanto
siderurgia, carnaval e futebol; procurava-se, assim, formar uma ideologia estadonovista que fosse aceita
pelas diversas camadas sociais e grupos profissionais e intelectuais. Cabia também ao DIP o preparo das
gigantescas manifestações operarias, particularmente no dia 1º de Maio, quando os trabalhadores, além
de comemorarem o Dia do Trabalho, prestavam uma homenagem a Vargas, apelidado de “o pai dos
pobres”.
A CLT entrou em vigor em 1943, durante a típica comemoração do 1º de maio. Entre seus principais
pontos estão:
Regulamentação da jornada de trabalho – 8 horas diárias.
Descanso de um dia semanal, remunerado.
Regulamentação do trabalho e salário de menores.
Obrigatoriedade de salário mínimo como base de salário.
Direito a férias anuais.
Obrigatoriedade de registro do contrato de trabalho na carteira do trabalhador.
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O relatório concluído pela comissão revela os extremos da violência e banditismo organizado
alcançados durante o Estado Novo: prisões arbitrarias, intimidação, tortura. Muitas vezes os presos eram
pendurados em “paus-de-arara”, espancados com paus e pedaços de borracha e espetados com
alfinetes. Além disso as torturas também poderiam incluir a inserção de farpas de bambu sob as unhas,
retirada de pelos e dentes com alicate, queimaduras com cigarro ou maçarico em órgãos sexuais,
choques e a obrigação de beber óleo de rícino.
Para os torturadores não havia muita diferenciação entre homens, mulheres, crianças e velhos. Muitas
vezes os familiares próximos também eram presos e torturados para obrigar o preso a falar. Quando não
resistia aos ferimentos, o prisioneiro era desovado em um matagal ou atirado de um prédio alto para
simular suicídio.
Também era comum durante o período a espionagem, feita por militares e civis, que eram conhecidos
como “invisíveis”. Sua função poderia ser a de espiar alguém em específico ou fazer uma espionagem
generalizada em escolas, universidades, fábricas, estádios de futebol, transporte público, cinemas, locais
de lazer, unidades militares e repartições públicas. Formaram-se milhares de arquivos pessoais com
informações minuciosas sobre as pessoas, que seriam utilizadas novamente 19 anos após o fim do estado
Novo, na Ditadura Militar.
Questões
01. (Enem) O autor da constituição de 1937, Francisco Campos, afirma no seu livro, O Estado
Nacional, que o eleitor seria apático; a democracia de partidos conduziria à desordem; a independência
do Poder Judiciário acabaria em injustiça e ineficiência; e que apenas o Poder Executivo, centralizado em
Getúlio Vargas, seria capaz de dar racionalidade imparcial ao Estado, pois Vargas teria providencial
intuição do bem e da verdade, além de ser um gênio político.
CAMPOS, F. O Estado nacional. Rio de Janeiro: José Olympio, 1940 (adaptado).
Segundo as ideias de Francisco Campos,
(A) os eleitores, políticos e juízes seriam mal-intencionados.
(B) o governo Vargas seria um mal necessário, mas transitório.
(C) Vargas seria o homem adequado para implantar a democracia de partidos.
(D) a Constituição de 1937 seria a preparação para uma futura democracia liberal.
(E) Vargas seria o homem capaz de exercer o poder de modo inteligente e correto.
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02. (Fuvest) Em 10 de novembro de 1937, para justificar o golpe que instaurava o Estado Novo, Getúlio
Vargas discursava:
“Colocada entre as ameaças caudilhescas e o perigo das formações partidárias sistematicamente
agressivas, a Nação, embora tenha por si o patriotismo da maioria absoluta dos brasileiros e o amparo
decisivo e vigilante das Forças Armadas, não dispõe de meios defensivos eficazes dentro dos quadros
legais, vendo-se obrigada a lançar mão das medidas excepcionais que caracterizam o estado de risco
iminente da soberania nacional e da agressão externa.”
Baseando-se no texto acima, pode-se entender que:
(A) Vargas fala em nome da Nação, considerando-se o intérprete de seus anseios e necessidades.
(B) a defesa da Nação está exclusivamente nas mãos do exército e do patriotismo dos brasileiros.
(C) Vargas delega às Forças Armadas o poder de lançar mão de medidas excepcionais.
(D) as medidas excepcionais tomadas estão na relação direta da falta de formações políticas atuantes.
(E) Vargas estabelece uma oposição entre o patriotismo dos brasileiros e a ação das Forças Armadas.
03. (Faap) "Batemo-nos pelo Estado Integralista. Queremos a reabilitação do princípio de autoridade,
que esta se respeite e faça respeitar-se. Defendemos a família, a instituição fundamental cujos direitos
mais sagrados são proscritos pela burguesia e pelo comunismo."
Este texto, pelas ideias que defende, é provável que tenha sido escrito por:
(A) Jorge Amado
(B) Carlos Drummond de Andrade
(C) Mário de Andrade
(D) Oswald de Andrade
(E) Plínio Salgado
04. (Fei) O Estado Novo, período que se seguiu ao golpe de Getúlio Vargas (10/11/1937 até
29/10/1945) caracterizou-se:
(A) pela centralização político-administrativa, eliminação da autonomia dos estados e extinção dos
partidos políticos;
(B) pela proliferação de partidos políticos, revogação da censura, descentralização político-
administrativa;
(C) pelo apoio ao comunismo internacional;
(D) pelo movimento tenentista, reconhecimento dos partidos de esquerda e estabelecimento das
eleições diretas;
(E) pela formação de uma Assembleia Constituinte que votaria a Constituição de 1937, conhecida
como a mais liberal da República.
Respostas
01. Resposta: E
O objetivo de Francisco Campos com seu livro e com a Constituição de 1937 era justificar e legitimar
legislativamente o poder autoritário de Vargas.
02. Resposta: A
Exercendo uma posição de liderança e com o objetivo de centralizar o poder em sua pessoa, Vargas,
no discurso, coloca-se como representante da nação, que é incapaz de enfrentar nos quadros legais os
supostos perigos que a ameaçam, cabendo ao Estado sob seu comando tomar essas medidas
excepcionais.
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03. Resposta: E
O movimento Integralista ganhou destaque no Brasil com um crescente número de seguidores. O
partido, influenciado pelo fascismo italiano, iniciou suas atividades durante o primeiro governo de Getúlio
Vargas combatendo os defensores de pensamentos de esquerda. Os integralistas acusavam os
comunistas de corromper a família com seus pensamentos que ameaçavam a formação religiosa das
pessoas.
04. Resposta: A
Durante o período foi implacável o autoritarismo, a censura, a repressão policial e política e a
perseguição daqueles que fossem considerados inimigos do Estado. Por meio de interventores, o governo
passou a controlar a política dos estados.
05. Resposta: C
A ditadura estabelecida por Getúlio Vargas durou oito anos, indo de 1937 a 1945.
A separação dos três poderes visava delimitar a ação de cada um deles. Esta nova lei, na verdade, foi
elaborada devido à reflexão sobre os anos em que Vargas ampliou as atribuições do Poder Executivo e
obteve controle sobre quase todas as ações do Estado. Fora isso, o mandato do presidente se
estabeleceu em 5 anos, sendo proibida a reeleição para cargos do Executivo.
No que se referia às leis trabalhistas, a Constituição de 1946 manteve o princípio de cooperação dos
órgãos sindicais e diminuiu o controle dos mecanismos do Estado aos sindicatos e seus adeptos. Já no
que tocava à organização do processo eleitoral, a Carta de 1946 diluiu as bancadas profissionais de
Getúlio Vargas e aumentou a participação do voto das mulheres, que na constituição anterior só era
permitido às mulheres que tinham cargo público remunerado.
Sendo assim, a distribuição das cadeiras na Câmara dos Deputados foi alterada, aumentando-se as
vagas para Estados considerados “menores”. Porém, o Governo de Dutra feriu sua própria constituição,
que pregava o pluripartidarismo, ao iniciar uma cassação ao Partido Comunista Brasileiro (PCB).
A Constituição de 1946 ficou em vigência até o Golpe Militar, em 1964. Nessa ocasião, os militares
passaram a aplicar uma série de emendas para estabelecer as diretrizes do novo regime até ser
definitivamente suspensa pelos Atos Institucionais e pela Constituição de 1967.
Com o avanço da redemocratização, o movimento operário ganhou vigor, com um aumento
significativo no número de sindicalizados e a eclosão de várias greves no país. Para barrar o avanço do
movimento sindical, que contava com forte apoio dos comunistas, Dutra, ainda no início do governo, antes
da promulgação da nova Constituição, baixou um decreto proibindo o direito de greve.
No primeiro ano do governo Dutra, por conta de uma conjuntura internacional favorável à cooperação
entre países capitalistas e socialistas, a atuação dos comunistas, apesar das restrições, foi tolerada. As
mudanças ocorridas no cenário internacional a partir de 1947, com o dissolvimento da aliança entre os
Estados Unidos e a União Soviética transformaram a situação, levando ao início da Guerra Fria. Segundo
o presidente americano Harry Truman, as potência mundiais da época estavam divididas em dois
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sistemas nitidamente contraditórios: o capitalista e o comunista. E a política externa americana voltou-se
para o combate ao comunismo.
No Brasil, as repercussões da Guerra Fria foram imediatas. No dia 7 de maio de 1947, após uma
batalha judicial, o PCB teve seu registro cassado. Nesse mesmo dia, o Ministério do Trabalho decretou a
intervenção em vários sindicatos e fechou a Confederação Geral dos Trabalhadores do Brasil, criada pelo
movimento sindical em setembro de 1946 e não reconhecida oficialmente pelo governo. A exclusão dos
comunistas do sistema político- partidário culminou em janeiro de 1948, com a cassação dos mandatos
de todos os parlamentares que haviam sido eleitos pelo PCB. Sob o impacto da cassação, o PCB lançou
um manifesto pregando a derrubada de imediata do governo Dutra, considerado um governo
"antidemocrático", de "traição nacional" e "a serviço do imperialismo norte- americano".
A política econômica do governo Dutra foi guiada pelo plano SALTE (Saúde, Alimentação, Transporte
e Energia), destacando-se nesse programa o incentivo dado à pesquisa, refino e distribuição do petróleo.
Por meio dessas ações de controle, o governo Dutra conseguiu atingir uma média anual de crescimento
econômico de 6%.
Quanto à política externa, a aliança com os Estados Unidos foi reforçada. Em decorrência disso, o
Brasil foi um dos primeiros países ocidentais a romper relações com a União Soviética. Durante a época
da Guerra Fria, o país manteve-se aliado aos norte-americanos. O Brasil tomou parte da fase inicial da
Organização das Nações Unidas (ONU) como membro não permanente, participando da aprovação do
Estado de Israel, em 1947, tendo Oswaldo Aranha como Presidente da Segunda Assembleia Geral da
ONU.
Em nível de integração internacional, a atuação brasileira se fez presente na montagem do Sistema
Interamericano, iniciada no Rio de Janeiro, em 1947, com a Conferência para a Manutenção da Paz e da
Segurança, em que as nações do continente assinaram o Tratado Internamericano de Assistência
Recíproca e, no ano seguinte, na Conferência de Bogotá, com a aprovação da criação da Organização
dos Estados Americanos (OEA). Em 1948, com o intuito de estabelecer um foro de defesa de interesses
econômicos comuns, os países latino-americanos criaram a Comissão Econômica para a América Latina
(CEPAL).
O governo Dutra pregava a não intervenção do Estado na economia e a liberdade de ação para o
capital estrangeiro. Sua política econômica fez crescer a inflação e a dívida externa.
Em um ano de liberação cambial, o presidente esgotou as reservas cambiais.
O liberalismo econômico adotado pelo presidente Dutra, dando facilidade à livre importação de
mercadorias, teve como consequência o esgotamento das divisas do país; mais tarde, o governo teve de
modificar sua posição, restringindo algumas importações.
Em abril de 1950, Dutra sancionou a lei 1.079, também conhecida como Lei do Impeachment.
O período que abrange os anos de 1946 a 1964, é considerado pelos historiadores e cientistas sociais
como a primeira experiência de regime democrático no Brasil. O período de existência da República
Oligárquica ou República Velha (1889-1930) esteve longe de representar uma experiência
verdadeiramente democrática devido aos incontáveis vícios políticos mascarados por princípios de
legalidade jurídica prescritos nas leis.
Não obstante, o presidente Eurico Gaspar Dutra praticou uma política governamental deliberadamente
autoritária a partir de medidas que desrespeitou flagrantemente a Constituição vigente.
Chegando em 1950, os brasileiros preparavam-se para uma nova eleição para presidente da
República. Mais uma vez, assim como em 1945, o cenário político nacional experimentava a carência de
líderes políticos nacionais. De tal forma, o PSD ofereceu a candidatura do incógnito mineiro Cristiano
Machado e a UDN apostou novamente no brigadeiro Eduardo Gomes. O PTB por sua vez, chegava à
frente lançando o nome de Getúlio Vargas, que venceu com 48% dos votos válidos.
85
SKIDMORE, Thomas E. Brasil: de Getúlio Vargas a Castelo Branco (1930-1964). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975
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Um dos maiores incentivadores de tal campanha foi um importante escritor brasileiro: Monteiro Lobato.
Ao voltar dos EUA, onde se encantara com a perspectiva de um país próspero para seus habitantes, ele
se tornou um grande articulador da conscientização popular através de palestras, artigos em jornais, livros
sobre o assunto e até cartas ao então presidente, Getúlio Vargas que, em 1939 cria o CNP – Conselho
Nacional de Petróleo – tornando o petróleo um recurso da União.
Mais tarde, no início da década de 50 a esquerda brasileira lança a campanha “O Petróleo é Nosso”
contra a tentativa dos chamados “entreguistas” de propugnar a exploração do petróleo brasileiro por
empresas ou países estrangeiros alegando que o país não possuía recursos nem técnica suficiente para
fazê-lo.
Em resposta, Getúlio Vargas assina a Lei 2.004 de 1953, criando a Petrobras.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) e o projeto de criação da Eletrobrás
também fazem parte da política nacionalista, industrialista e estatizante de novo governo de Getúlio.
Desde o início do seu mandato sofreu forte oposição, sem conseguir o apoio que precisava para
realizar reformas. Neste período Vargas entra em constantes atritos com empresas estrangeiras
acusadas de enviar excessivas remessas de lucro ao exterior. Em 1952 um decreto institui um limite de
10% para tais remessas.
Em 1953 João Goulart foi nomeado para o ministério do Trabalho, com o objetivo de criar uma política
trabalhista que aproximasse os trabalhadores do governo, aventando-se a possibilidade do aumento do
salário-mínimo em 100%. A campanha contra o governo voltou-se então contra Goulart. Jango, como era
conhecido, causava profundo descontentamento entre os militares que em 8 de fevereiro de 1954
entregaram um manifesto ao ministério da Guerra (Manifesto dos Coronéis). Getúlio pressionado e
procurando conciliar os ânimos, aceitou demitir João Goulart.
Os ânimos contra Getúlio se acirraram e ele procurou mais do que nunca se amparar nos
trabalhadores, concedendo em 1º de maio de 1954 o aumento de 100% no salário-mínimo. A oposição
no congresso entra com um pedido de impeachment, porém sem sucesso.
Embora Vargas tivesse o apoio político do PTB e do PSD; dos militares nacionalistas; de segmentos
da burguesia e da elite agrária; dos sindicatos e de parte das massas urbanas, seu governo sofreu forte
oposição. No meio político, o foco da oposição era a UDN. Para esse partido, "a indústria e a agricultura
deveriam desenvolver-se livremente, de acordo com as forças do mercado, além de valorizar o capital
estrangeiro, atribuindo-lhe o papel de suprir as dificuldades naturais do País.
Na imprensa, as críticas e acusações a Getúlio foram nucleadas pelo político udenista e proprietário
do jornal Tribuna da Imprensa, Carlos Lacerda.
A imprensa conservadora e particularmente o jornal Tribuna da Imprensa de Carlos Lacerda inicia uma
violenta campanha contra o governo. Em 5 de agosto de 1954, Lacerda sofre um atentado que matou o
major-aviador Rubens Florentino Vaz. O incidente teve amplas repercussões e resultou numa grave crise
política.
As investigações demonstraram o envolvimento de Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal de
Getúlio. Fortunato acabou sendo preso.
A pressão da oposição tornou-se mais intensa, no Congresso e nos meio militares, exigia-se a renúncia
de Vargas. Cria-se um clima de tensão que culmina com o tiro que Vargas dá no coração na madrugada
de 24 de agosto de 1954. Antes de suicidar-se escreveu uma Carta-Testamento, na realidade seu
testamento político. Onde diz coisas como: “Contra a justiça da revisão do salário mínimo se
desencadearam os ódios (…) Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja
independente. (…) Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente
dou o primeiro passo no caminho da Eternidade e saio da vida para entrar na História”.
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A sucessão presidencial
Em 1955, durante a disputa presidencial, o PSD, partido que Vargas fundara uma década antes, lançou
o nome de Juscelino Kubitscheck à Presidência da República. Na disputa para vice-presidente, que na
época ocorria em separado da corrida presidencial, a chapa apresentou o ex-ministro do Trabalho do
governo Vargas, João Goulart, do PTB, sigla pela qual o ex-presidente havia sido eleito em 1950. Setores
mais radicais da UDN, representados pelo jornalista Carlos Lacerda, receosas de que a vitória de
Juscelino Kubitscheck e Jango pudesse significar um retorno da política varguista, passaram a pedir a
impugnação da chapa. Lacerda chegou a declarar, na época, que "esse homem [Juscelino Kubitscheck]
não pode se candidatar; se candidatar não poderá ser eleito; se for eleito não poderá tomar posse; se
tomar posse não poderá governar". A pressão da UDN para que Café Filho impedisse a posse dos novos
eleitos intensificou-se logo após a divulgação dos resultados oficiais, que davam a vitória à chapa PSD-
PTB. De outro lado, entre os militares, também surgiam divergências quanto ao resultado das urnas. A
principal delas ocorreu quando um coronel declarou-se contrário à posse de JK e Jango, numa clara
insubordinação ao ministro da Guerra de Café Filho, marechal Henrique Lott, que havia se posicionado a
favor do resultado.
Carlos Luz
A intenção de Lott em punir o coronel, entretanto, dependia de autorização do presidente da República,
que em meio a tantas pressões foi internado às pressas num hospital do Rio de Janeiro. Afastado das
atividades políticas, Café Filho foi substituído, no dia 08 de novembro de 1955, pelo primeiro nome na
linha de sucessão, Carlos Luz, presidente da Câmara dos Deputados. Próximo à UDN, Carlos Luz decidiu
não autorizar o marechal Lott a seguir em frente com a punição, o que provocou sua saída do Ministério
da Guerra. A partir de então, Henrique Lott iniciou uma campanha contra o presidente em exercício, que
terminou na sua deposição, com apenas três dias de governo. Acompanhado de auxiliares civis e
militares, Carlos Luz refugiou-se no prédio da Marinha e, em seguida, partiu para a cidade de Santos, no
litoral paulista. Com a morte de Vargas, a internação de Café Filho e a deposição de Carlos Luz, o próximo
na linha de sucessão seria o vice-presidente o Senado, Nereu Ramos, que assumiu a Presidência da
República e reconduziu Lott ao cargo de ministro da Guerra. Subitamente, Café Filho tentou reassumir o
cargo, mas foi vetado por Henrique Lott e outros generais que o apoiavam. Café Filho era acusado de
conspirar contra a posse de JK e Jango. No dia 22 de novembro, o Congresso Nacional aprovou o
impedimento para que ele reassumisse a Presidência da República. Em seu lugar, permaneceu o senador
Nereu Ramos, que transmitiu, sob Estado de Sítio, o governo ao presidente constitucionalmente eleito:
Juscelino Kubitscheck, o "presidente bossa nova".
A ameaça de golpe
Rumores de um suposto golpe, tramado pelo presidente em exercício Carlos Luz, por políticos e
militares pertencentes a UDN contra a posse de Juscelino Kubitschek fizeram com que o ministro da
Guerra, general Henrique Teixeira Lott, mobilizasse tropas militares que ocuparam importantes prédios
públicos, estações de rádio e jornais. O presidente em exercício Carlos Luz foi deposto. Foi empossado
provisoriamente no governo o presidente do Senado, Nereu Ramos, que se encarregou de transmitir os
cargos a Juscelino Kubitschek e João Goulart, a 31 de janeiro de 1956. A intervenção militar assegurou,
portanto, as condições para posse dos eleitos.
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O Plano de Metas
O governo de Juscelino Kubitschek entrou para história do país como a gestão presidencial na qual se
registrou o mais expressivo crescimento da economia brasileira. Na área econômica, o lema do governo
foi "Cinquenta anos de progresso em cinco anos de governo". Para cumprir com esse objetivo, o governo
federal elaborou o Plano de Metas, que previa um acelerado crescimento econômico a partir da expansão
do setor industrial, com investimentos na produção de aço, alumínio, metais não ferroso, cimento, álcalis,
papel e celulose, borracha, construção naval, maquinaria pesada e equipamento elétrico. O Plano de
Metas teve pleno êxito, pois no transcurso da gestão governamental a economia brasileira registrou taxas
de crescimento da produção industrial (principalmente na área de bens de capital) em torno de 80%.
A construção de Brasília
A ideia de estabelecer a capital do Brasil no interior do país nasceu ainda no século XVIII, algumas
décadas após Rio de Janeiro tornar-se o centro administrativo do Brasil, título que até então pertencia a
Salvador. Os inconfidentes mineiros queriam que a capital da república, caso seu plano de separação
funcionasse, fosse a cidade de São João del Rey (MG). Mesmo com a independência do Brasil em 1822,
a capital permaneceu no Rio. Já em meados do século XIX, o historiador Francisco Adolfo de Varnhagem
reiniciou a luta pela transferência, propondo que uma nova capital fosse construída na região onde hoje
fica a cidade de Planaltina (GO).
Após a Proclamação da República, a ideia de transferir a capital brasileira voltou a ser tema de debate,
principalmente pelos problemas sanitários e as epidemias de Febre Amarela que assolavam o Rio de
Janeiro durante o verão, e pela posição estratégica em caso de guerra, já que o acesso a uma capital no
interior do território brasileiro seria dificultado para os inimigos. Os constituintes de 1891 estabeleceram,
nas Disposições Transitórias, essa determinação que, não tendo sido executada em toda a Velha
República, foi renovada na constituição promulgada em 1934. Igualmente a carta de 1946 conservou
aquele propósito, determinando a nomeação, pelo presidente da República, de uma comissão de técnicos
que visassem estudos localizando, no Planalto Central, uma região onde fosse demarcada a nova capital.
Em maio de 1892, o governo Floriano Peixoto criou a Comissão Exploradora do Planalto Central e
entregou a chefia a Louis Ferdinand Cruls, astrônomo e geógrafo belga radicado no Rio de Janeiro desde
1874. Essa comissão tinha como objetivo, conforme disposto na constituição, proceder à exploração do
planalto central da república e à consequente demarcação da área a ser ocupada pela futura capital.
Diversos problemas, entre eles a questão logística, impediram a construção da nova capital federal,
pois a dificuldade nos transportes e também no acesso ao Planalto Central tornavam a ideia inviável.
Ao assumir a presidência da República, Juscelino Kubitschek de Oliveira, logo após a sua posse, em
Janeiro de 1956, afirmou o seu empenho “de fazer descer do plano dos sonhos a realidade de Brasília”.
Apresentando o projeto ao congresso como um fato consumado, em setembro do mesmo ano, foi
aprovada a lei nº 2.874 que criou a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (vulgarizada pela sigla
NOVA-CAP). As obras se iniciaram em Fevereiro de 1957, com apenas 3 mil trabalhadores – batizados
de “candangos”. Aqueles que construíram Brasília, vindos de todos os quadrantes do território nacional,
foram chamados Candangos.
O arquiteto Oscar Niemeyer foi escolhido para a chefia do Departamento de Urbanística e Arquitetura,
recusando-se a traçar os planos urbanísticos de Brasília, insistindo na necessidade de um concurso para
a escolha do plano-piloto. Em Março de 1957, foi escolhida uma comissão do concurso para a escolha
do Plano-piloto
Concorreram 26 projetos, dos quais 16 foram eliminados na seleção prévia. Entre os que ficaram
estavam o de Lúcio Costa, o de Nei Rocha e Silva, e de Henrique Mindlin, o de Paulo Camargo, o de
MMM Roberto e o da firma Construtec.
O projeto aprovado, de autoria de Lúcio Costa, dividiu a opinião dos arquitetos. Para uns, não passava
de um esboço, um rabisco, e sua inscrição não deveria ter sido sequer aceita. Para outros, era
simplesmente brilhante, genial.
A concepção do Plano Piloto nasceu do gesto de quem assinala uma cruz. Um símbolo de conquista,
de quem toma posse de um território. Adaptado à topografia local e ao escoamento das águas, um dos
eixos dessa cruz, o Norte-Sul, seria arqueado e daria ao desenho final a noção de um pássaro – ou, como
diria mais tarde Lucio Costa, a sugestão de uma libélula, uma borboleta, um arco e flecha...
Entre os princípios básicos do projeto estão a setorização urbana por atividades determinadas e uma
técnica rodoviária que elimina cruzamentos. A cidade gira em torno de dois grandes troncos de circulação,
o Eixo Monumental, que vai de Leste a Oeste, e o Eixo Rodoviário-Residencial, que vai de Norte a Sul e
é cortado transversalmente pelas vias locais.
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1393950 E-book gerado especialmente para ANDREIA
Com exceção da área central, onde prevalecem edifícios mais altos e mais aglomerados, o Plano Piloto
se caracteriza pela paisagem horizontalizada, pela predominância de espaços livres e pela grande
amplitude visual.
Em 21 de abril de 1960 uma festa na Praça dos Três Poderes marcou a inauguração oficial da nova
capital. Mas, pelo menos no início, a imagem de modernidade que Brasília pretendia passar não
funcionou. No dia seguinte à inauguração, o presidente do Senado, Filinto Müller, aprovou um recesso de
30 dias, alegando falta de condições de trabalho e de moradia na cidade que ainda era um canteiro de
obras.
Denúncias da oposição
A gestão de Juscelino Kubitschek, popularmente chamado de JK, em particular a construção da cidade
de Brasília, não esteve a salvo de críticas dos setores oposicionistas. No Congresso Nacional, a oposição
política ao governo de JK vinha da União Democrática Nacional (UDN). A oposição ganhou maior força
no momento em que as crescentes dificuldades financeiras e inflacionárias (decorrentes principalmente
dos gastos com a construção de Brasília) fragilizaram o governo federal. A UDN fazia um tipo de oposição
ao governo baseada na denúncia de escândalos de corrupção e uso indevido do dinheiro público. A
construção de Brasília foi o principal alvo das críticas da oposição. No entanto, a ação de setores
oposicionistas não prejudicou seriamente a estabilidade governamental na gestão de JK.
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1393950 E-book gerado especialmente para ANDREIA
do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) foi reeleito. A gestão de Jânio Quadros na presidência da
República foi breve, duraram sete meses e encerrou-se com a renúncia. Neste curto período, Jânio
Quadros praticou uma política econômica e uma política externa que desagradou profundamente os
políticos que o apoiavam, setores das Forças Armadas e outros segmentos sociais. A renúncia de Jânio
Quadros desencadeou uma crise institucional sem precedentes na história republicana do país, porque a
posse do vice-presidente João Goulart não foi aceita pelos ministros militares e pelas classes dominantes.
A crise política
O governo de Jânio Quadros perdeu sua base de apoio político e social a partir do momento em que
adotou uma política econômica austera e uma política externa independente. Na área econômica, o
governo se deparou com uma crise financeira aguda devido a intensa inflação, déficit da balança
comercial e crescimento da dívida externa. O governo adotou medidas drásticas, restringindo o crédito,
congelando os salários e incentivando as exportações. Mas foi na área da política externa que o
presidente Jânio Quadros acirrou os ânimos da oposição ao seu governo. Jânio nomeou para o ministério
das Relações Exteriores Afonso Arinos, que se encarregou de alterar radicalmente os rumos da política
externa brasileira. O Brasil começou a se aproximar dos países socialistas. O governo brasileiro
restabeleceu relações diplomáticas com a União Soviética (URSS). As atitudes menores também tiveram
grande impacto, como as condecorações oferecidas pessoalmente por Jânio ao guerrilheiro
revolucionário Ernesto "Che" Guevara (condecorado com a Ordem do Cruzeiro do Sul) e ao cosmonauta
soviético Yuri Gagarin, além da vinda ao Brasil do ditador cubano Fidel Castro.
Independência e isolamento
De acordo com estudiosos do período, o presidente Jânio Quadros esperava que a política externa de
seu governo se traduzisse na ampliação do mercado consumidor externo dos produtos brasileiros, por
meio de acordos diplomáticos e comerciais. Porém, a condução da política externa independente
desagradou o governo norte-americano e, internamente, recebeu pesadas críticas do partido a que Jânio
estava vinculado, a UDN, sofrendo também uma forte oposição das elites conservadoras e dos militares.
Ao completar sete meses de mandato presidencial, o governo de Jânio Quadros ficou isolado política e
socialmente. Jânio Quadros renunciou a 25 de agosto de 1961.
Política teatral
Especula-se que a renúncia foi mais um dos atos espetaculares característicos do estilo de Jânio. Com
ela, o presidente pretenderia causar uma grande comoção popular, e o Congresso seria forçado a pedir
seu retorno ao governo, o que lhe daria grandes poderes sobre o Legislativo. Não foi o que aconteceu,
porém. A renúncia foi aceita e a população se manteve indiferente. Vale lembrar que as atitudes teatrais
eram usadas politicamente por Jânio antes mesmo de chegar à presidência. Em comícios, ele jogava pó
sobre os ombros para simular caspa, de modo a parecer um "homem do povo". Também tirava do bolso
sanduíches de mortadela e os comia em público. No poder, proibiu as brigas de galo e o uso de lança-
perfume, criando polêmicas com questões menores, que o mantinham sempre em evidência, como um
presidente preocupado com o dia-a-dia do brasileiro.
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os três ministros militares aceitaram, enfim, o retorno e posse de Jango. Em 5 de setembro Jango retorna
ao Brasil, e é empossado em 7 de setembro.
O retorno ao presidencialismo
Em janeiro de 1963, Jango convocou um plebiscito para decidir sobre a manutenção ou não do sistema
parlamentarista. Cerca de 80 por cento dos eleitores votaram pelo restabelecimento do sistema
presidencialista. A partir de então, Jango passou a governar o país como presidente, e com todos os
poderes constitucionais a sua disposição. Porém, no breve período em que governou o país sob regime
presidencialista, os conflitos políticos e as tensões sociais se tornaram tão graves que o mandato de
Jango foi interrompido pelo Golpe Militar de março de 1964. Desde o início de seu mandato, Jango não
dispunha de base de apoio parlamentar para aprovar com facilidade seus projetos políticos, econômicos
e sociais, por esse motivo a estabilidade governamental foi comprometida. Como saída para resolver os
frequentes impasses surgidos pela ausência de apoio político no Congresso Nacional, Jango adotou uma
estratégia típica do período populista, recorreu a permanente mobilização das classes populares a fim de
obter apoio social ao seu governo. Foi uma forma precária de assegurar a governabilidade, pois limitava
ou impedia a adoção por parte do governo de medidas antipopulares, ao mesmo tempo em que seria
necessário o atendimento das demandas dos grupos sociais que o apoiavam. Um episódio que ilustra de
forma notável esse tipo de estratégia política ocorreu quando o governo criou uma lei implantando o 13º
salário. O Congresso não a aprovou. Em seguida, líderes sindicais ligados ao governo mobilizaram os
trabalhadores que entraram em greve e pressionaram os parlamentares a aprovarem a lei.
Polarização direita-esquerda
Ao longo do ano de 1963, o país foi palco de agitações sociais que polarizaram as correntes de
pensamento de direita e esquerda em torno da condução da política governamental. Em 1964 a situação
de instabilidade política agravou-se. O descontentamento do empresariado nacional e das classes
dominantes como um todo se acentuou. Por outro lado, os movimentos sindicais e populares
pressionavam para que o governo programasse reformas sociais e econômicas que os beneficiassem.
Atos públicos e manifestações de apoio e oposição ao governo eclodem por todo o país. Em 13 de março,
ocorreu o comício da estação da Estrada de Ferro Central do Brasil, no Rio de Janeiro, que reuniu 300
mil trabalhadores em apoio a Jango. Uma semana depois, as elites rurais, a burguesia industrial e setores
conservadores da Igreja realizaram a “Marcha da Família com Deus e pela Liberdade”, considerada o
ápice do movimento de oposição ao governo. As Forças Armadas também foram influenciadas pela
polarização ideológica vivenciada pela sociedade brasileira naquela conjuntura política, ocasionando
rompimento da hierarquia devido à sublevação de setores subalternos. Os estudiosos do tema assinalam
que, a quebra de hierarquia dentro das Forças Armadas foi o principal fator que ocasionou o afastamento
dos militares legalistas que deixaram de apoiar o governo de Jango, facilitando o movimento golpista.
Questões
01. (TRT-MG – Analista – FCC) O Ministro do Trabalho João Goulart provocou grande turbulência
política em 1954 ao
(A) ser nomeado para esse cargo à revelia da vontade de Vargas, uma vez que era o principal líder do
Partido Trabalhista, que nele via possibilidade de reverter o clima político desfavorável em razão da
oposição exercida pela União Democrática Nacional.
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(B) propor um aumento de 100% no valor do salário mínimo, proposta que causou a indignação de
setores do Exército insatisfeitos com sua situação e incomodados com o fato de que o salário de um
operário, caso recebesse o aumento em questão, se aproximaria do salário de um oficial.
(C) comunicar o suicídio de Getúlio Vargas e ler, no rádio, sua carta-testamento, alegando que uma
conspiração política antivarguista havia influenciado a população que agora culpava a ele e ao ex-
presidente pela alta inflacionária e pela crise econômica em curso.
(D) renunciar a esse cargo diante da reação agressiva do empresariado e das Forças Armadas às
suas medidas trabalhistas, atitude que despertou o apoio da população a Jango e o clamor por sua
permanência no cargo, fenômeno apelidado de “queremismo”.
(E) atender às pressões dos sindicatos e propor amplas reformas de base, insubordinando-se à
autoridade de Getúlio Vargas por considerar que seu governo não estava tomando medidas
suficientemente favoráveis aos trabalhadores.
03. (IF-AL – Professor – CEFET) O Governo João Goulart (1961/1964) foi marcado pela interrupção
e conseguinte instalação da ditadura militar no país. O governo Goulart, na prática, ficou caracterizado
em função das suas ações políticas, como um governo:
(A) Autoritário, com uma linha ideológica próxima ao socialismo chinês.
(B) Democrático, sendo apoiado durante todo seu curto período pelos partidos de esquerda, inclusive
o partido comunista.
(C) Conturbado, em que foi implantado o parlamentarismo, fato este, que não foi suficiente para
amenizar as crises políticas do período.
(D) Democrático, sendo apoiado incondicionalmente pelas forças armadas.
(E) Autor das reformas de base, sendo estas apoiadas por setores da chamada classe média, dos
trabalhadores e do empresariado mais progressista. Obteve, assim, êxito na proposta de modernizar o
país.
Respostas
01. Resposta: B
No início de 1954, Jango propôs um projeto de aumento do salário mínimo de 100%. Segundo ele,
devido à elevação do custo de vida, a questão salarial continuava explosiva e, para enfrentá-la, era
necessário elevar o salário mínimo de 1.200 para 2.400 cruzeiros. A reação contrária foi tamanha que
Jango acabou sendo exonerado do cargo em 22 de fevereiro do mesmo ano.
02. Resposta: D
O marco da proposta de campanha de JK foi o “Plano de Metas”, com previsões esperançosas para
acelerar o crescimento econômico através da indústria, produção do aço, alumínio, cimento, álcalis e
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outros metais. Com a abertura do mercado estrangeiro a ampliação e investimentos na indústria se
tornariam ainda mais fáceis. O plano consistia de 31 metas, sendo a última, a construção de Brasília,
chamada de Meta Síntese.
03. Resposta: C
Além implantação de um sistema parlamentar que não rendeu resultados, a aproximação de Jango a
figuras ligadas ao bloco comunista, como o revolucionário Che Guevara e o cosmonauta Yuri Gagarin
foram motivo de duras críticas da oposição.
O Regime Militar
Em 1º de abril de 1964 foi dado o golpe militar pelo exército. Contou com apoio de vários setores
sociais como o alto clero da Igreja Católica, ruralistas e grandes empresários urbanos. Devido a este
apoio este período atualmente é chamado de Ditadura Civil-Militar
(Ditadura militar com apoio civil). O argumento para o golpe foi afastar o “risco comunista”. Entre
1946 e 1964 o Brasil viveu um período democrático e muito rico culturalmente. Neste momento os
movimentos sociais e estudantis atuaram com bastante intensidade. Havia um movimento que lutava pela
reforma agrária (como o MST) chamado de “ligas camponesas”, a UNE (união nacional de estudantes),
teatros populares e sindicatos de várias categorias de trabalhadores. Muitas manifestações populares e
greves estavam ocorrendo naquele momento, sobretudo no início da década de 60. Nas eleições de 1959
foi eleito para presidente da república Jânio Quadros e como vice João Goulart (eram de partidos opostos
Goulart era PTB, partido de Vargas e Jânio era apoiado pela UDN. Jânio Quadros após pouco mais de
seis meses de mandato renunciou à presidência. O vice João Goulart estava em visita diplomática à
China. O congresso (deputados federais e senadores) brasileiro quis impedir a posse de João Goulart por
considerá-lo esquerdista comunista. Para tanto, enquanto ainda Jango estava no exterior o regime de
governo foi mudado de presidencialismo para parlamentarismo. Quando Jango retorna toma posse como
presidente, mas com poderes limitados.
No presidencialismo o presidente é ao mesmo tempo chefe de governo (quem governa realmente) e
chefe de Estado (representação diplomática)
No parlamentarismo o presidente é chefe de Estado (representação diplomática) e o chefe de governo
é o primeiro ministro (escolhido entre os deputados)
Jango passou seu governo tentando retomar o poder conseguiu um plebiscito para 1963 para a
população optar pelo presidencialismo ou pelo parlamentarismo. O presidencialismo ganhou e Goulart
tenta a reeleição. Realizou alguns comícios em que anunciou as reformas de base: A reforma agrária
(redistribuição das terras improdutivas), tributária (reordenamento dos impostos) , política (mudanças na
lei eleitoral). Essas reformas eram consideradas muito esquerdistas e radicais para a época, o que
reforçava a imagem de comunista de Jango. Além disso, como a crise econômica e uma pesada inflação
estava rolando à anos, as greves se espalharam. Espalharam-se manifestações de apoio ao presidente
e de repúdio a ele, como a “marcha por Deus, pela Família e pela Liberdade”
Diante deste contexto de fortes agitações sociais que o exército dá o golpe sob o argumento de afastar
o risco comunista que rondava os pais.
Quando inicia o governo militar realizam uma grande perseguição política aos líderes de esquerda,
que são presos na calada da noite. Os deputados e políticos em geral que tinham mandatos de partidos
de esquerda foram cassados (expulsos). Para tanto foi criado o SNI (serviço nacional de informação). Era
o serviço secreto do Exército e havia agente em todos os lugares como jornais, sindicatos, escolas ...
Bastava o agente do SNI apontar um suspeito para ele ser preso. Apesar das cassações de mandato o
congresso nacional foi mantido. Os militares passaram a governar através de Atos institucionais. Mesmo
após a constituição de 67, que institucionalizava o regime os militares continuaram governando através
de atos institucionais.
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AI- 5: Concede poder excepcional ao presidente que pode cassar mandatos e cargos fechar o
congresso, estabelecer estado de sítio. Eliminou as garantias individuais.
Os presidentes eram escolhidos pelos próprios militares em colégio eleitoral, assim como os
governadores de estado e prefeitos de cidades com mais de 300 mil habitantes. O voto da população em
nível federal limita-se aos deputados e senadores que eram ou da ARENA (partido do sim) ou do MDB
(partido do sim senhor). Não havia oposição real e concreta no congresso. Somente a permitida pelos
militares.
A ditadura entre 1964 e 1967 durante o governo do Marechal Castelo Brancos foi um período mais
brando dentro do contexto do regime. Os partidos foram extintos (ficou o bipartidarismo) e a censura
ocorria, mas ainda que pequeno, havia um espaço para os trabalhadores e estudantes se manifestares,
sobretudo os artistas. As manifestações proliferaram. Ocorreram grandes greves operárias em Contagem
(MG) e São Paulo. O último ato de Castelo Branco foi a imposição de LSN (lei de segurança nacional),
que estabelecia que certas ações de oposição ao regime seriam consideradas “atentatórias” à segurança
nacional e punidas com rigor. Após enfrentamentos entre os estudantes e militares em que ocorreram
mortes de jovens, contra a repressão ocorreu a passeata dos 100 mil. Em dezembro de 1968, sob o
governo do Marechal Costa e Silva foi instituído o AI-5 o mais duro e repressor dos atos institucionais
acabava com as garantias civis (de ser preso após julgamento por exemplo), enrijecia a censura e a
perseguição. Concedia uma autoridade excepcional para o poder executivo. O Presidente poderia fechar
o congresso nacional e cassar mandatos parlamentares, aposentar intelectuais, demitir juízes, suspender
garantias do judiciário e declarar estado de sítio.
Alguns grupos políticos contra a ditadura passaram à atuar na clandestinidade. Alguns deles, devido
ao AI-5 optaram por partir para a revolta armada. Surgiram focos de guerrilha urbana (principalmente são
Paulo) e guerrilha rural (na região do rio Araguaia). A guerrilha nunca representou um grande problema
de verdade pois eram pequenos e poucos grupos, mas forneceu o argumento que a ditadura precisava
para manter e aumentar a repressão, pois tínhamos inclusive um inimigo interno comunista. O risco não
havia passado (lembra-se que o pretexto do golpe era afastar o risco comunista?).
Movimentos de resistência
O movimento estudantil
Entre os grupos que mais protestavam contra o governo de João Goulart para a implementação de
reformas sociais estavam os estudantes, mobilizados pela União Nacional dos Estudantes e União
Brasileira dos Estudantes secundaristas. Quando os militares chegaram ao poder em 1964, os estudantes
eram um dos setores mais identificados com a esquerda, comunista, subversiva e desordeira; uma das
formas de desqualificar o movimento estudantil era chamá-lo de baderna, como se seus agentes não
passassem de jovens irresponsáveis, e isso se justificava para a intensa perseguição que se estabeleceu.
Em novembro de 64, Castelo Branco aprovou uma lei, conhecida como lei "Suplicy de Lacerda", nome
do ministro da Educação, reorganizando as entidades e proibindo-as de desenvolverem atividades
políticas.
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Os estudantes reagiram, boicotando as novas entidades oficiais e realizando passeatas cada vez mais
frequentes. Ao mesmo tempo, o movimento estudantil procurou assegurar a existência das suas
entidades legítimas, agora na clandestinidade.
Em 1968 o movimento estudantil cresceu em resposta, não só a repressão, mas também em virtude
da política educacional do governo, que já revelava a tendência que iria se acentuar cada vez mais, no
sentido da privatização da educação, cujos efeitos são sentidos até hoje.
A política de privatização tinha dois sentidos: um era o estabelecimento do ensino pago (principalmente
no nível superior) e outro, o direcionamento da formação educacional dos jovens para o atendimento das
necessidades econômicas das empresas capitalistas (mão-de-obra e técnicos especializados). Estas
diretrizes correspondiam à forte influência norte-americana exercida através de técnicos da Usaid
(agência americana que destinava verbas e auxílio técnico para projetos de desenvolvimento
educacional) que atuavam junto ao MEC por solicitação do governo brasileiro, gerando uma série de
acordos que deveriam orientar a política educacional brasileira.
As manifestações estudantis foram os mais expressivos meios de denúncia e reação contra a
subordinação brasileira aos objetivos e diretrizes do capitalismo norte-americano. O movimento estudantil
não parava de crescer, e com ele a repressão. No dia 28 de março de 1968 uma manifestação contra a
má qualidade do ensino, realizada no restaurante estudantil Calabouço, no Rio de Janeiro, foi
violentamente reprimida pela polícia, resultando na morte do estudante Edson Luís Lima Souto.
A reação estudantil foi imediata: no dia seguinte, o enterro do jovem estudante transformou-se em um
dos maiores atos públicos contra a repressão; missas de sétimo dia foram celebradas em quase todas as
capitais do país, seguidas de passeatas que reuniram milhares de pessoas.
Em outubro do mesmo ano, a UNE (na ilegalidade) convocou um congresso para a pequena cidade
de Ibiúna, no interior de São Paulo. A polícia descobriu a reunião, invadiu o local e prendeu os estudantes.
Movimentos sindicais
As greves foram reprimidas duramente durante a ditadura. Os últimos movimentos operários ocorreram
em 1968, em Osasco e Contagem, sendo reavivadas somente no fim da década de 1970, com a greve
de 1.600 trabalhadores, no ABC paulista em 12 de maio de 1978, que marcou a volta do movimento
operário à cena política.
Em junho do mesmo ano, o movimento espalhou-se por São Paulo, Osasco e Campinas. Até 27 de
julho registraram-se 166 acordos entre empresas e sindicatos, beneficiando cerca de 280 mil
trabalhadores. Nessas negociações, tornou-se conhecido em todo o país o presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, Luís Inácio da Silva.
No dia 29 de outubro de 1979 os metalúrgicos de São Paulo e Guarulhos interromperam o trabalho.
No dia seguinte o operário Santos Dias da Silva acabou morrendo em confronto com a polícia, durante
um piquete na frente uma fábrica no bairro paulistano de Santo Amaro. As greves se espalharam por todo
o país.
Em consequência de uma greve realizada no dia 1º de Abril de 1980 pelos metalúrgicos do ABC
paulista e de mais 15 cidades do interior de São Paulo, no dia 17 de Abril, o ministro do Trabalho, Murillo
Macedo, determinou a intervenção nos sindicatos de São Bernardo do Campo e Santo André, prendendo
13 líderes sindicais dois dias depois. A organização da greve mobilizou estudantes e membros da Igreja.
Ligas Camponesas
O movimento de resistência esteve presente também no campo. Além da sindicalização, formaram-se
Ligas Camponesas que, sobretudo no Nordeste, sob a liderança do advogado Franscisco Julião, foram
importantes instrumentos de organização e de atuação dos camponeses. Em 15 de maio de 1984 cerca
de 5 mil cortadores de cana e colhedores de laranja do interior paulista entraram em greve por melhores
salários e condições de trabalho. No dia seguinte invadiram as cidades de Guariba e Bebedouro. Um
canavial foi incendiado. O movimento foi reprimido por 300 soldados. Greves de trabalhadores se
espalharam por várias regiões do país, principalmente no Nordeste.
A luta armada
Militantes da Esquerda resolveram resistir ao regime militar através da luta armada, com a intenção de
iniciar um processo revolucionário. Entre os grupos mais notórios estão:
Ação Libertadora Nacional (ALN), em que se destaca Carlos Marighella, ex-deputado e ex-membro
do Partido Comunista Brasileiro, morto numa emboscada em 1969;
Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), que era comandada pelo ex-capitão do Exército Carlos
Lamarca, morto na Bahia, em 17 de setembro de 1971. Em 1969 funde-se com o Comando de
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Libertação Nacional (COLINA), e muda o nome para Vanguarda Armada Revolucionária Palmares
(VAR-Palmares), que teve participação também da atual presidente Dilma Rousseff;
A Ação Popular, que teve origem em 1962 a partir de grupos católicos, especialmente influentes no
movimento estudantil;
Partido Comunista do Brasil (PC do B), que surge de um conflito interno dentro do PCB.
Um dos principais feitos da ALN, em conjunto ao Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR-8), foi
o sequestro do embaixador estadunidense Charles Ewbrick, em 1969. Em nenhum lugar do mundo um
embaixador dos EUA havia sido sequestrado. Essa façanha possibilitou aos guerrilheiros negociar a
libertação de quinze prisioneiros políticos. Outro embaixador sequestrado foi o alemão-ocidental Ehrefried
Von Hollebem, que resultou na soltura de quarenta presos.
A luta armada intensificou o argumento de aumento da repressão. As torturas aumentaram e a
perseguição aos opositores também. Carlos Marighella foi morto por forças policiais na cidade de São
Paulo. As informações sobre seu paradeiro foram conseguidas também através de torturas.
O VPR realizou ações no Vale do Ribeira, em São Paulo, mas teve que enfrentar a perseguição militar
na região. Lamarca conseguiu fugir para o Nordeste, mas acabou morto na Bahia, em 1971.
O último foco de resistência a ser desmantelado foi a Guerrilha do Araguaia. Desde 1967, militantes
do PCdoB (Partido Comunista do Brasil) dirigiram-se para região do Bico do Papagaio, entre os rios
Araguaia e Tocantins, onde passaram a travar contato com os camponeses da região, ensinando a eles
cuidados médicos e auxiliando-os na lavoura.
As Forças Armadas passaram a perseguir os guerrilheiros do Araguaia em 1972, quando descobriu a
ação do grupo. O desmantelamento ocorreria apenas em 1975, quando uma força especial de
paraquedistas foi enviada à região, acabando com a Guerrilha do Araguaia.
No Brasil, as ações guerrilheiras não conseguiram um amplo apoio da população, levando os grupos
a se isolarem, facilitando a ação repressiva. Após 1975, as guerrilhas praticamente desapareceram, e os
corpos dos guerrilheiros do Araguaia também. À época, a ditadura civil-militar proibiu a divulgação de
informações sobre a guerrilha, e até o início da década de 2010 o exército não havia divulgado informação
sobre o paradeiro dos corpos.
Situação Econômica Pós 1964, Redemocratização do País e Diretas Já.
O General Geisel assume em 74. Foi o militar que deu início à abertura política, assinalando o fim da
ditadura. O fim do regime foi articulado pelos próprios militares que planejarem uma abertura “lenta,
segura e gradual”. Nas eleições parlamentares de 74 os militares imaginaram que teriam a vitória da
ARENA, mas o MDB teve esmagadora vitória. Em razão deste acontecimento a ditadura lança a lei falcão
e o pacote de abril. A lei falcão acabava com a propaganda eleitoral. Todos os candidatos apareceriam
o mesmo tempo na TV, segurando seu número enquanto uma voz narrava brevemente seu currículo.
Apesar de uma oposição consentida o MDB estava incomodando e o pacote de abril serviu para
garantir supremacia da ARENA. A constituição poderia ser mudada somente por 50% dos votos
(garante a vitória da ARENA). Um terço dos senadores seria “senador biônico”, ou seja, indicado pela
assembleia (sempre senadores da ARENA) e alterou o coeficiente eleitoral de forma que a região
nordeste (que ainda ocorria claramente o voto de “cabresto” e os eleitores votavam em peso na ARENA)
tivesse um maior número de deputados. Geisel pôs fim ao AI-5 em 1978.
Em 1979 assumiu a presidência o General Figueiredo, sob uma forte crise econômica resultado da
política econômica do milagre brasileiro. Em 79 foi aprovada a lei da anistia (perdão de crimes
políticos), que de acordo com o governo militar era uma anistia “ampla, geral e irrestrita”. O que isso
queria dizer? Que todos os crimes cometidos na ditadura seriam perdoados, tanto o “crime” dos militantes
políticos, estudantes, intelectuais e artistas que se encontravam exilados (fora do pais por motivos de
perseguição política), e puderam voltar ao Brasil, como os torturadores do regime também foram.
Em 1979 são liberadas para a próxima eleição de 1982 a voto direto aos governadores. Também foi
aprovada a “lei orgânica dos partidos” que punha fim ao bipartidarismo e foram fundados novos 5
partidos:
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Em 1984 o deputado do PMDB Dante de Oliveira propôs uma emenda constitucional que restabelecia
as eleições diretas para presidente. A partir da emenda Dante de Oliveira tem início o maior movimento
popular pela redemocratização do pais, as Diretas Já que pediam eleições diretas para presidente no
próximo ano. Infelizmente a emenda não foi aprovada. Em 1985 ocorreram eleições indiretas e formaram-
se chapas para concorrer à presidência. Através das eleições indiretas ganhou a chapa do PMDB em que
o presidente eleito foi Tancredo Neves e seu vice José Sarney. Contudo Tancredo Neves passou mal
na véspera da posse e foi internado com infecção intestinal, não resistiu e morreu. Assumiria a presidência
da República em 1985 José Sarney.
O Governo de José Sarney foi um momento de enorme crise econômica, com hiperinflação, mas um
dos momentos mais fundamentais que coroaria a redemocratização, pois foi em seu governo que foi
aprovada a nova constituição. Foi reunida em 1987 uma assembleia nacional constituinte (assembleia
reunida para escrever e promulgar uma nova constituição).
A constituição de 1988
A nova constituição foi votada em meio a grandes debates políticos de diferentes visões políticas.
Havia muitos interesses em disputa. O voto secreto e direto para presidente foi restaurado, proibida a
censura, garantida a liberdade de expressão e igualdade de gênero, racismo tornou-se crime e o estado
estabeleceu constitucionalmente garantias sociais de acesso a saúde, educação, moradia e
aposentadoria.
Ao final de 1989 foi realizada a primeira eleição livre desde o golpe de 1964. Foi disputada em dois
turnos. O segundo foi concorrido entre o candidato Fernando Collor de Mello (PRN – partido da renovação
nacional), contra Luís Inácio Lula da Silva. Collor ganhou a eleição, com apoio dos meios de comunicação
e governou até 1992 após ser afastado por um processo de impeachment e ocorreram grandes
manifestações populares, sobretudo estudantis, conhecidas como o “movimento dos caras-pintadas”.
Questões
01. (TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário – História – FCC) O processo de abertura política
no Brasil, ao final do período de regime militar, foi marcado
(A) pela denominada “teoria dos dois demônios”, discurso oficial que culpava os grupos guerrilheiros
e o imperialismo soviético pelo endurecimento do autoritarismo no Brasil e nos países vizinhos.
(B) pelo chamado “entulho autoritário”, pois a Constituição outorgada em 1967 continuou vigente,
mantiveram-se os cargos “biônicos” e persistiu prática da decretação de Atos Institucionais durante a
década de 1980.
(C) pela lógica do “ajuste de contas”, pois, ainda que o governo encampasse uma abertura “lenta,
gradual e irrestrita”, os setores populares organizaram greves nacionais que culminaram na realização de
eleições diretas para presidente em 1985.
(D) pelo caráter de “transição negociada”, uma vez que prevaleceram pressões por parte dos setores
afinados com o regime e concessões dos movimentos pela democratização, em um complexo jogo
político que se estendeu pelos anos 1980.
(E) pela busca da “conciliação nacional” ao se instituírem as Comissões da Verdade que conseguiram,
com o aval do primeiro governo civil pós-ditadura, atender as demandas por “verdade, justiça e reparação”
da sociedade brasileira.
02. (TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário – História – FCC) A respeito dos Atos Institucionais
decretados durante o regime militar no Brasil,
(A) sucederam-se rapidamente totalizando cinco durante a ditadura, sendo o último, em 1968, o que
suspendeu a garantia do direito ao habeas corpus e instituiu a censura prévia.
(B) refletiram a intenção dos militares em preservar a institucionalidade da democracia, uma vez que
todos os atos eram votados pelo Congresso.
(C) prestaram-se a substituir a falta de uma nova Constituição, chegando a 20 decretações que se
estenderam até o governo Geisel.
(D) foram mais de dez e entre os objetivos de sua promulgação destaca-se o reforço dos poderes
discricionários da Presidência da República.
(E) concentraram-se nos dois primeiros anos de governo militar e instituíram o estado de sítio e o
bipartidarismo.
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03. (TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário – História – FCC) O golpe de 1964, que deu início
ao regime militar no Brasil e que foi chamado pelos militares de “revolução de 64”, teve, entre seus
objetivos
(A) refrear o avanço do comunismo apoiado pelo presidente Jango que, após ver concretizado seu
programa reformista, articulava-se para adaptar o Estado aos moldes socialistas, por meio do projeto de
uma nova constituição difundido e aplaudido no histórico Comício da Central do Brasil.
(B) reinstaurar o presidencialismo, uma vez que o regime parlamentarista pelo qual João Goulart
governava favorecia alianças entre partidos pequenos e grupos de esquerda liderados pelo PTB, que
tinha representação significativa na Câmara e no Senado.
(C) destituir o governo de João Goulart, contando com o apoio do governo dos Estados Unidos e de
parcelas da sociedade brasileira que apoiaram, dias antes, a Marcha da Família com Deus pela Liberdade
organizada por setores conservadores da Igreja Católica.
(D) restaurar a ordem no país e garantir a recuperação do equilíbrio econômico, uma vez que greves
paralisavam a produção nacional e movimentos de apoio à reforma agrária se radicalizavam, caso das
Ligas Camponesas que haviam iniciado a guerrilha do Araguaia.
(E) iniciar um processo autoritário de transição política e econômica nos moldes do neoliberalismo, por
meio de uma estratégia defendida por entidades como o FMI, a ONU e a Cepal, com o aval do
empresariado brasileiro insatisfeito com o governo vigente.
04. (VUNESP) A partir dessa época, a tortura passou a ser amplamente empregada, especialmente
para obter informações de pessoas envolvidas com a luta armada. Contando com a “assessoria técnica”
de militares americanos que ensinavam a torturar, grupos policiais e militares começavam a agredir no
momento da prisão, invadindo casas ou locais de trabalho. A coisa piorava nas delegacias de polícia e
em quartéis, onde muitas vezes havia salas de interrogatório revestidas com material isolante para evitar
que os gritos dos presos fossem ouvidos.
(Roberto Navarro – http://mundoestranho.abril.com.br.)
Os aspectos citados no texto permitem identificar a época a que ele se refere como sendo a da
(A) repressão à Revolução Constitucionalista de 1932.
(B) Nova República, cujo primeiro presidente foi José Sarney.
(C) Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder.
(D) democracia populista, que durou de 1946 a 1964.
(E) ditadura militar, iniciada com o golpe de 1964.
05. (VUNESP) A imagem a seguir refere-se a um movimento da década de 1980 que contou com
grande participação popular em várias cidades do Brasil.
(Http://www.oabsp.org.br/portaldamemoria/historia-da-oab/ a-redemocratizacao-e-o-processo-constituinte)
Respostas
01. Resposta: D
A ideia de uma abertura “Lenta, gradual e segura” foi utilizada pelo governo militar. No final da década
de 70 e início da década de 80 ocorreram sim muitas greves, principalmente na região do ABC paulista.
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A primeira eleição direta para presidente após a abertura ocorreu em 15 de novembro de 1989.
02. Resposta: D
Os Atos Institucionais foram normas elaboradas no período de 1964 a 1969, durante o regime militar.
Foram editadas pelos Comandantes-em-Chefe do Exército, da Marinha e da Aeronáutica ou pelo
Presidente da República, com o respaldo do Conselho de Segurança Nacional. Foram 17 atos ao todo,
sendo o mais conhecido deles o AI-5, cuja descrição é: Suspende a garantia do habeas corpus para
determinados crimes; dispõe sobre os poderes do Presidente da República de decretar: estado de sítio,
nos casos previstos na Constituição Federal de 1967; intervenção federal, sem os limites constitucionais;
suspensão de direitos políticos e restrição ao exercício de qualquer direito público ou privado; cassação
de mandatos eletivos; recesso do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e das Câmaras de
Vereadores; exclui da apreciação judicial atos praticados de acordo com suas normas e Atos
Complementares decorrentes; e dá outras providências.
03. Resposta: C
Em 1º de abril de 1964 foi dado o golpe militar pelo exército. Contou com apoio de vários setores
sociais como o alto clero da Igreja Católica, ruralistas e grandes empresários urbanos. Devido a este
apoio este período atualmente é chamado de Ditadura Civil-Militar (Ditadura militar com apoio civil). O
argumento para o golpe foi afastar o “risco comunista”.
04. Resposta: E
Citando a própria matéria referida na questão:
Uma pesquisa coordenada pela Igreja Católica com documentos produzidos pelos próprios militares
identificou mais de cem torturas usadas nos "anos de chumbo" (1964-1985). Esse baú de crueldades,
que incluía choques elétricos, afogamentos e muita pancadaria, foi aberto de vez em 1968, o início do
período mais duro do regime militar. Durante o governo militar, mais de 280 pessoas foram mortas -
muitas sob tortura. Mais de cem desapareceram, segundo números reconhecidos oficialmente. Mas
ninguém acusado de torturar presos políticos durante a ditadura militar chegou a ser punido.
05. Resposta: A
Em 1984 o deputado do PMDB Dante de Oliveira propôs uma emenda constitucional que restabelecia
as eleições diretas para presidente. A partir da emenda Dante de Oliveira tem início o maior movimento
popular pela redemocratização do pais, as Diretas Já que pediam eleições diretas para presidente no
próximo ano. Infelizmente a emenda não foi aprovada. Em 1985 ocorreram eleições indiretas e formaram-
se chapas para concorrer à presidência. Através das eleições indiretas ganhou a chapa do PMDB em que
o presidente eleito foi Tancredo Neves e seu vice José Sarney.
A Nova República
Chamamos Nova República a organização do Estado Brasileiro a partir da eleição indireta de Tancredo
Neves pelo Colégio eleitoral, após o movimento pelas diretas já, o qual foi um dos mais importantes
líderes. No dia da posse foi hospitalizado e faleceu. Então a cadeira presidencial foi ocupada por seu vice
José Sarney
Eleições Diretas
Em novembro de 1980, foram restauradas as eleições diretas para governador. Realizadas as
eleições, as previsões do estrategista do regime se confirmaram. Apesar de a oposição (PMDB, PDT e
PT) ter recebido a maioria dos votos e eleito governadores de estados importantes (Montoro, em São
Paulo; Brizola, no Rio de Janeiro; Tancredo Neves, em Minas Gerais), o PDS conseguiu obter maioria no
Congresso (Câmara e Senado) e no Colégio Eleitoral, que deveria eleger o sucessor de Figueiredo em
1984. Os militares conseguiam assim criar as condições que garantiam a continuidade da abertura nas
sequências e no ritmo que desejavam, bem como a transferência do poder aos civis de sua confiança.
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1393950 E-book gerado especialmente para ANDREIA
O Caso Riocentro
Em abril de 1981, ocorreu uma explosão no Riocentro durante a realização de um show de música
popular. Dele participavam inúmeros artistas considerados de esquerda pelo Regime. Quando as
primeiras pessoas, inclusive fotógrafos, se aproximaram do local da explosão, depararam com uma cena
dramática e constrangedora. Um carro esporte (Puma) estava com os vidros, o teto e as portas
destroçados. Havia dois homens no seu interior, reconhecidos posteriormente como oficiais do Exército
ligados ao DOI-Codi. O sargento, sentado no banco do passageiro, estava morto, praticamente partido
ao meio. A bomba explodira na altura de sua cintura. O motorista, um capitão, estava vivo, mas
gravemente ferido e inconsciente. O Exército abriu um Inquérito Policial-Militar para apurar o caso e,
depois de muitas averiguações, pesquisas, tomadas de depoimentos, concluiu que a bomba havia sido
colocada ali, dentro do carro e sobre as pernas do sargento do Exército, por grupos terroristas. Essa foi
a conclusão da Justiça Militar, e o caso foi encerrado.
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1393950 E-book gerado especialmente para ANDREIA
liderado por Paulo Maluf; o segundo, por Mário Andreazza; e o terceiro, por um grupo de políticos do
Nordeste liderado por José Sarney e Marco Maciel. Com a aproximação da convenção do PDS, Paulo
Maluf, com seu estilo autoritário, arrivista e arrogante, tinha grandes chances de conseguir a indicação.
O Surgimento da Frente Liberal: José Sarney, Marco Maciel, Antônio Carlos Magalhães e aliados já
se sentiam derrotados do PDS. Estavam também convencidos de que teriam pouca influência em um
possível governo malufista. Criaram, então, a Frente Liberal, embrião do futuro PFL (Partido da Frente
Liberal).
O governo Sarney
José Sarney foi o primeiro presidente após o fim da ditadura militar. Durante seu governo foi
consolidado o processo de redemocratização do Estado brasileiro, garantido liberdade sindical e
participação popular na política, além da convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte,
encarregada de elaborar uma nova constituição para o Brasil.
Entre os princípios incluídos na Constituição de 1988 também chamada Carta Magna, estão:
- garantia de direitos políticos e sociais;
- aumento de assistência aos trabalhadores;
- ampliação das atribuições do poder legislativo;
- limitação do poder executivo;
- igualdade perante a lei, sem qualquer tipo de distinção;
- estabelecimento do racismo como crime inafiançável
No plano econômico, o governo adotou inúmeras medidas para conter a inflação, como congelamento
de preços e salários e a criação de um novo plano econômico, o Plano Cruzado.
No final de 1986, o plano começou a demonstrar sinais de fracasso, acentuado pela falta de
mercadorias e pressão por aumento de preços.
Além do Plano cruzado, outras tentativas de conter a inflação foram colocadas em prática durante o
governo Sarney, como o Plano Cruzado II, o Plano Bresser e o Plano de Verão. No último mês do
governo Sarney, março de 1990, a inflação alcançou o nível de 84%.
O governo Collor
No final de 1989, os candidatos Fernando Collor de Mello, do PRN (Partido da Renovação Nacional)
e Luiz Inácio Lula da Silva, do PT (Partido dos Trabalhadores) disputaram as primeiras eleições diretas
(com voto da população) para presidente após a redemocratização. Com forte apoio de setores
empresariais e principalmente da mídia, Collor vence as eleições.
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Collor, durante a campanha presidencial, apresentou-se como caçador de marajás, termo referente
aos corruptos que beneficiavam-se do dinheiro público. Seus discursos possuíam forte influência do
populismo, principalmente do Peronismo argentino, dizendo-se representante dos descamisados
(população mais pobre)
Seu governo ficou marcado pelos Planos Collor:
Plano Collor86
A inflação em um ano de março de 1989 a março de 1990 chegou a 4.853%, e no governo anterior
teve vários planos fracassados de conter a inflação. Depois de sua posse, Collor anuncia um pacote
econômico no dia 15 de março de 1990, o Plano Brasil Novo. Esse plano tinha como objetivo pôr fim à
crise, ajustar a economia e elevar o país, do terceiro para o Primeiro Mundo. O cruzado novo é substituído
pelo "cruzeiro", bloqueia-se por 18 meses os saldos das contas correntes, cadernetas de poupança e
demais investimentos superiores a Cr$ 50.000,00. Os preços foram tabelados e depois liberados
gradualmente. Os salários foram pré-fixados e depois negociados entre patrões e empregados. Os
impostos e tarifas aumentaram e foram criados outros tributos, foram suspensos os incentivos fiscais não
garantidos pela Constituição. Foi Anunciado corte nos gastos públicos, também se reduziu a máquina do
Estado com a demissão de funcionários e privatização de empresas estatais. O plano também prevê a
abertura do mercado interno, com a redução gradativa das alíquotas de importação. As empresas foram
surpreendidas com o plano econômico e sem liquidez pressionaram o governo. A ministra da economia
Zélia Cardoso de Mello, faz a liberação gradativa do dinheiro retido, denominado de "operação
torneirinha", para pagamento de taxas, impostos municipais e estaduais, folhas de pagamento e
contribuições previdenciárias. O governo liberou os investimentos dos grandes empresários, e deixou
retido somente o dinheiro dos poupadores individuais.
Recessão - No início do Plano Collor a inflação foi reduzida, pois o plano era ousado e radical, tirava
o dinheiro de circulação. Porém, com a redução da inflação, iniciava-se a maior recessão da história no
Brasil, houve aumento de desemprego, muitas empresas fecharam as portas e a produção diminuiu
consideravelmente, com uma queda de 26% em abril de 1990, em relação a abril de 1989. As empresas
foram obrigadas a reduzirem a produção, jornada de trabalho e salários, ou demitir funcionários. Só em
São Paulo nos primeiros seis meses de 1990, 170 mil postos de trabalho deixaram de existir, pior
resultado, desde a crise do início da década de 80. O Produto Interno Bruto diminuiu de US$ 453 bilhões
em 1989 para US$ 433 bilhões em 1990.
Plano Collor II
A inflação entra em cena novamente com um índice mensal de 19,39% em dezembro de 1990 e o
acumulado do ano chega a 1.198%, o governo se vê obrigado a tomar algumas medidas. É decretado o
Plano Collor II em 31 de janeiro de 1991.
Tinha como objetivo controlar a ciranda financeira, extinguiu as operações de overnight e criou o Fundo
de Aplicações Financeiras (FAF) onde centralizou todas as operações de curto prazo, acabando com o
Bônus do Tesouro Nacional fiscal (BTNf), que era usado pelo mercado para indexar preços, passa a
utilizar a Taxa Referencial Diária (TRD) com juros prefixados e aumenta o Imposto sobre Operações
Financeiras (IOF). Pratica uma política de juros altos, e faz um grande esforço para desindexar a
economia e tenta mais um congelamento de preços e salários. Um deflator é adotado para os contratos
com vencimento após 1º de fevereiro. O governo acreditava que aumentando a concorrência no setor
industrial conseguiria segurar a inflação, então se cria um cronograma de redução das tarifas de
importação, reduzindo a inflação de 1991 para 481%.
86
LENARDUZZI, Cristiano, Et al. PLANO COLLOR. Adaptado
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1393950 E-book gerado especialmente para ANDREIA
A queda de Collor
Após um curto sucesso nos primeiros meses de governo, a administração Collor passou por profundas
crises. Com a taxa de inflação superior a 20%, em 1992 a impopularidade do presidente cresceu. Em
maio do mesmo ano, o irmão do presidente, Pedro Collor, acusou Paulo Cesar Farias, que havia sido
caixa da campanha de Fernando Collor, de enriquecimento ilícito, obtenção de vantagens no governo e
ligações político financeiras com o presidente.
Em junho do mesmo ano, o Congresso Nacional instalou uma Comissão de Inquérito Parlamentar(cpi)
para que fossem apuradas as irregularidades apontadas. Em 29 de setembro a Câmara dos Deputados
aprovou a abertura do processo de Impeachment e em 3 de outubro o presidente foi afastado. Em
dezembro o processo foi concluído e Fernando Collor teve seus direitos políticos cassados por oito anos,
e o governo passou para as mãos de seu vice, Itamar Franco.
87
Adaptado de Ipolito.
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1393950 E-book gerado especialmente para ANDREIA
Assim como outros países ao redor do mundo, o Brasil começava a dar início ao MERCOSUL.
MERCOSUL88
Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai assinaram, em 26 de março de 1991, o Tratado de Assunção,
com vistas a criar o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL). O objetivo primordial do Tratado de Assunção
é a integração dos Estados Partes por meio da livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos, do
estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC), da adoção de uma política comercial comum, da
coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais, e da harmonização de legislações nas áreas
pertinentes.
A configuração atual do MERCOSUL encontra seu marco institucional no Protocolo de Ouro Preto,
assinado em dezembro de 1994. O Protocolo reconhece a personalidade jurídica de direito internacional
do bloco, atribuindo-lhe, assim, competência para negociar, em nome próprio, acordos com terceiros
países, grupos de países e organismos internacionais. O MERCOSUL caracteriza-se, ademais, pelo
regionalismo aberto, ou seja, tem por objetivo não só o aumento do comércio intrazona, mas também o
estímulo ao intercâmbio com outros parceiros comerciais. São Estados Associados do MERCOSUL a
Bolívia (em processo de adesão ao MERCOSUL), o Chile (desde 1996), o Peru (desde 2003), a Colômbia
e o Equador (desde 2004). Guiana e Suriname tornaram-se Estados Associados em 2013. Com isso,
todos os países da América do Sul fazem parte do MERCOSUL, seja como Estados Parte, seja como
Associado.
O aperfeiçoamento da União Aduaneira é um dos objetivos basilares do MERCOSUL. Como passo
importante nessa direção, os Estados Partes concluíram, em 2010, as negociações para a conformação
do Código Aduaneiro do MERCOSUL.
Na última década, o MERCOSUL demonstrou particular capacidade de aprimoramento institucional.
Entre os inúmeros avanços, vale registrar a criação do Tribunal Permanente de Revisão (2002), do
Parlamento do MERCOSUL (2005), do Instituto Social do MERCOSUL (2007), do Instituto de Políticas
Públicas de Direitos Humanos (2009), bem como a aprovação do Plano Estratégico de Ação Social do
MERCOSUL (2010) e o estabelecimento do cargo de Alto Representante-Geral do MERCOSUL (2010).
Merece especial destaque a criação, em 2005, do Fundo para a Convergência Estrutural do
MERCOSUL, por meio do qual são financiados projetos de convergência estrutural e coesão social,
contribuindo para a mitigação das assimetrias entre os Estados Partes. Em operação desde 2007, o
FOCEM conta hoje com uma carteira de projetos de mais de US$ 1,5 bilhão, com particular benefício
para as economias menores do bloco (Paraguai e Uruguai). O fundo tem contribuído para a melhoria em
setores como habitação, transportes, incentivos à microempresa, biossegurança, capacitação tecnológica
e aspectos sanitários.
O Tratado de Assunção permite a adesão dos demais Países Membros da ALADI ao MERCOSUL. Em
2012, o bloco passou pela primeira ampliação desde sua criação, com o ingresso definitivo da Venezuela
como Estado Parte. No mesmo ano, foi assinado o Protocolo de Adesão da Bolívia ao MERCOSUL, que,
uma vez ratificado pelos congressos dos Estados Partes, fará do país andino o sexto membro pleno do
bloco.
Com a incorporação da Venezuela, o MERCOSUL passou a contar com uma população de 285
milhões de habitantes (70% da população da América do Sul); PIB de US$ 3,2 trilhões (80% do PIB sul-
americano); e território de 12,7 milhões de km² (72% da área da América do Sul). O MERCOSUL passa
a ser, ainda, ator incontornável para o tratamento de duas questões centrais para o futuro da sociedade
global: segurança energética e segurança alimentar. Além da importante produção agrícola dos demais
Estados Partes, o MERCOSUL passa a ser o quarto produtor mundial de petróleo bruto, depois de Arábia
Saudita, Rússia e Estados Unidos.
Em julho de 2013, a Venezuela recebeu do Uruguai a Presidência Pro Tempore do bloco. A Presidência
Pro Tempore venezuelana reveste-se de significado histórico: trata-se da primeira presidência a ser
desempenhada por Estado Parte não fundador do MERCOSUL.
Na Cúpula de Caracas, realizada em julho de 2014, destaca-se a criação da Reunião de Autoridades
sobre Privacidade e Segurança da Informação e Infraestrutura Tecnológica do MERCOSUL e da Reunião
de Autoridades de Povos Indígenas. Uma das prioridades da Presidência venezuelana, o foro indígena é
responsável por coordenar discussões, políticas e iniciativas em benefício desses povos. Foram também
adotadas, em Caracas, as Diretrizes da Política de Igualdade de Gênero do MERCOSUL, bem como o
Plano de Funcionamento do Sistema Integrado de Mobilidade do MERCOSUL (SIMERCOSUL). Criado
em 2012, durante a Presidência brasileira, o SIMERCOSUL tem como objetivo aperfeiçoar e ampliar as
iniciativas de mobilidade acadêmica no âmbito do Bloco.
88
Adaptado de: http://www.mercosul.gov.br/index.php/saiba-mais-sobre-o-mercosul
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1393950 E-book gerado especialmente para ANDREIA
No segundo semestre de 2014, a Argentina assumiu a Presidência Pro Tempore do MERCOSUL.
Entre os principais resultados da Cúpula de Paraná, Argentina, destacam-se: a assinatura de Memorando
de Entendimento de Comércio e Cooperação Econômica entre o MERCOSUL e o Líbano; a assinatura
de acordo-quadro de Comércio e Cooperação Econômica entre o MERCOSUL e a Tunísia; e a aprovação
do regulamento do Mecanismo de Fortalecimento Produtivo do bloco.
Em 17 de dezembro de 2014, o Brasil recebeu formalmente da Argentina a Presidência Pro Tempore
do MERCOSUL, que foi exercida no primeiro semestre de 2015. No dia 17 de julho de 2015 a Presidência
Pro Tempore foi passada ao Paraguai, que a exercerá por um período de seis meses.
Dados Gerais
Composição do Bloco
Todos os países da América do Sul participam do MERCOSUL, seja como Estado Parte, seja como
Estado Associado.
Estados Partes: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai (desde 26 de março de 1991) e Venezuela
(desde 12 de agosto de 2012).
Estado Parte em Processo de Adesão: Bolívia (desde 7 de dezembro de 2012).
Estados Associados: Chile (desde 1996), Peru (desde 2003), Colômbia, Equador (desde 2004),
Guiana e Suriname (ambos desde 2013).
Objetivos
O MERCOSUL tem por objetivo consolidar a integração política, econômica e social entre os países
que o integram, fortalecer os vínculos entre os cidadãos do bloco e contribuir para melhorar sua qualidade
de vida.
Princípios
O MERCOSUL visa à formação de mercado comum entre seus Estados Partes. De acordo com o art.
1º do Tratado de Assunção, a criação de um mercado comum implica:
- Livre circulação de bens, serviços e fatores de produção entre os países do bloco;
- Estabelecimento de uma tarifa externa comum e a adoção de uma política comercial conjunta em
relação a terceiros Estados ou agrupamentos de Estados e a coordenação de posições em foros
econômico-comerciais regionais e internacionais;
- Coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados Partes;
- Compromisso dos Estados Parte em harmonizar a legislação nas áreas pertinentes, a fim de
fortalecer o processo de integração.
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1393950 E-book gerado especialmente para ANDREIA
A crise se intensificou em agosto com o aumento da instabilidade financeira na Rússia, com a
desvalorização do rublo e a decretação da moratória por parte do governo.
A resposta brasileira foi a mesma de sempre, a elevação da taxa de juros básica para até 49% e um
novo pacote fiscal para o período 1999/2001. No entanto, diferentemente das outras duas crises, o
governo recorreu ao FMI em dezembro de 1998, com quem obteve cerca de US$ 41,5 bilhões,
comprometendo-se a manter o mesmo regime cambial, desvalorizando gradativamente o Real, acelerar
as privatizações e as reformas liberais, realizar o pacote fiscal e assumir metas com relação ao superávit
primário.
O governo Lula
Pouco antes de encerrar seu primeiro mandato, Fernando Henrique aprovou uma emenda que alterou
a constituição, permitindo a reeleição por mais um mandato. Com o fim de seu segundo mandato em
2002, José Serra, que foi ministro da saúde e um dos fundadores do PSDB foi apoiado por Fernando
Henrique para a sucessão.
Do lado da oposição, Lula concorreu à presidência pela quarta vez, conseguindo levar a disputa para
o segundo turno com o candidato tucano, quando obteve 61% dos votos válidos.
A vitória de Lula foi atribuída ao desejo de mudança na distribuição de riquezas, entre diversos grupos
sociais.
Em seus dois mandatos, de 2003 a 2010, não foram adotadas medidas grandiosas, com o presidente
buscando ganhar progressivamente a confiança de agentes econômicos nacionais e internacionais. Foi
mantida a política econômica do governo FHC, com a busca pelo combate da inflação por meio de altas
taxas de juros e estímulos à exportação. Em 2005 foi saldada a dívida com o FMI.
Como resultado da política econômica, em julho de 2008 a dívida externa total do país era de US$ 205
bilhões, e o país possuía reservas internacionais acima dos US$ 200 bilhões.
As exportações bateram recordes sucessivos durante o governo Lula, com ampliação do saldo positivo
da balança comercial.
No plano social, o projeto de maior repercussão e sucesso foi o Bolsa-Família, baseado na
transferência direta de recursos para famílias de baixa ou nenhuma renda. Em janeiro de 2009 o programa
já contava com mais de 10 milhões de famílias atendidas, recebendo uma remuneração que variava de
R$ 20,00 a R$ 182,00. Para utilizar o programa, era exigência a frequência escolar e vacinação das
crianças. O programa teve como efeito a melhoria alimentar e nutricional das famílias mais pobres, além
de uma leve diminuição nas desigualdades sociais.
Em seu segundo mandato, destacou-se o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O Mensalão
Em 2005, o deputado federal Roberto Jefferson (PTB – RJ) denunciou no jornal Folha de São Paulo o
esquema de compra de votos conhecido como Mensalão.
No Mensalão deputados da base aliada do PT recebiam uma “mesada” de R$ 30 mil para votarem de
acordo com os interesses do partido. Entre os parlamentares envolvidos no esquema estariam membros
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do PL (Partido Liberal), PP (Partido Progressista), PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro)
e do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro).
Entre os nomes mais citados do esquema estão José Dirceu, que na época era ministro da Casa Civil
e foi apontado como chefe do esquema. Delúbio Soares era Tesoureiro do PT e foi acusado de efetuar
os pagamentos aos membros do esquema. Marcos Valério, que era publicitário e foi acusado de arrecadar
o dinheiro para os pagamentos.
Outras figuras de destaque no governo e no PT também foram apontadas como participantes do
mensalão, tais como: José Genoíno (presidente do PT), Sílvio Pereira (Secretário do PT), João Paulo
Cunha (Presidente da Câmara dos Deputados), Ministro das Comunicações, Luiz Gushiken, Ministro dos
Transportes, Anderson Adauto, e até mesmo o Ministro da Fazenda, Antônio Palocci.
Discurso de Dilma
Em seu primeiro pronunciamento, a agora ex-presidente Dilma Rousseff afirmou que a decisão é o
segundo golpe de estado que enfrenta na vida e que os senadores que votaram pelo seu afastamento
definitivo rasgaram a Constituição. Ao lado de aliados, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi
enfática: "Ouçam bem: eles pensam que nos venceram, mas estão enganados. Sei que todos vamos
lutar. Haverá contra eles a mais firme, incansável e enérgica oposição que um governo golpista pode
sofrer.
Posse de temer
Três horas após o afastamento de Dilma Rousseff, Michel Temer foi empossado o novo presidente da
República. A cerimônia durou apenas 11 minutos. Ao apertar a mão de Temer, o presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), disse a ele: "Estamos juntos".
Na primeira reunião ministerial do governo, Temer afirmou que agora a cobrança sobre o governo será
"muito maior" e rejeitou a acusação de que o impeachment foi um golpe. "Golpista é você, que está contra
a Constituição", afirmou dirigindo-se a Dilma.
O novo presidente embarca para a China, onde participa, nos dias 4 e 5, em Hangzhou, da Cúpula de
Líderes do G20, grupo das 20 principais economias do mundo. Temer afirmou que vai "revelar aos olhos
do mundo que temos estabilidade política e segurança jurídica." Durante a ausência, assume
provisoriamente a Presidência o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Câmara.
Repercussão e manifestações
Após a votação final do impeachment, houve protestos a favor e contra Temer pelo país. Na Avenida
Paulista, um grupo protestava contra o impeachment, enquanto outro comemorava com bolo e
champagne.
Repercussão internacional
A rede norte-americana CNN deu grande destaque à notícia em seu site e afirmou que a decisão é
“um grande revés” para Dilma, mas "pode não ser o fim de sua carreira política". O argentino “Clarín”
afirma que o afastamento de Dilma marca “o fim de uma era no Brasil”. O “El País”, da Espanha, chamou
89
31/08/2016 – Fonte: http://especiais.g1.globo.com/politica/processo-de-impeachment-de-dilma/2016/impeachment-de-dilma/
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1393950 E-book gerado especialmente para ANDREIA
a atenção para a resistência da ex-presidente, que decidiu enfrentar o processo até o final, apesar das
previsões de que seu afastamento seria concretizado.
Questões
01. (IF-AL- Cefet) O Brasil, a partir do processo de redemocratização (1985), definiu-se por medidas
econômicas que foram significativamente adotadas. Podemos afirmar que entre as medidas citadas
consta:
Respostas
01. Resposta: A
Entre as medidas tomadas para garantir o funcionamento da economia brasileira estiveram os
programas de privatização de algumas empresas estatais, como a Vale do Rio Doce, por exemplo.
02. Resposta: E
Os menores de 16 anos, os conscritos (o jovem prestando serviço militar obrigatório), e os presos com
sentença transitada em julgado que estejam cumprindo suas penas privativas de liberdade não podem
90
31/08/2016 – Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/09/01/opinion/1472682823_081379.html
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1393950 E-book gerado especialmente para ANDREIA
votar. A razão para isso é que todos eles seriam facilmente manipuláveis pelos pais, pelo comandante do
quartel ou pelo diretor do presídio.
03. Resposta: C
Collor, durante a campanha presidencial, apresentou-se como caçador de marajás, termo referente
aos corruptos que beneficiavam-se do dinheiro público. Seus discursos possuíam forte influência do
populismo, principalmente do Peronismo argentino, dizendo-se representante dos descamisados
(população mais pobre).
O sucesso do Plano Real garantiu a Fernando Henrique a vitória nas eleições de 1994 logo no primeiro
turno, contra o candidato Luiz Inácio Lula da Silva.
Geografia do Brasil
O Brasil atualmente tem uma área de 8.516.000 Km², o que faz dele o quinto maior país do mundo em
extensão territorial.
A posição geográfica do Brasil define-o como um país ocidental, situado na porção centro-oriental da
América do Sul.
A melhor maneira de localizar o país com maior precisão nesse continente e no mundo consiste em
recorrer às coordenadas geográficas – latitude e longitude.
Esse método para localizar qualquer lugar na superfície terrestre foi desenvolvido ainda na
Antiguidade.
Latitude:
A latitude corresponde à distância, medida em graus, de um ponto qualquer da superfície terrestre à
linha imaginária do Equador.
A latitude varia de 0º na linha do Equador até 90º nos polos (Norte e Sul).
Todos os pontos que se situam ao longo de um mesmo paralelo têm a mesma latitude, pois estão a
igual distância do Equador.
Os 4.394,7 quilômetro que separam os extremos norte (monte Caburaí, em Roraima) e sul (arroio Chuí,
no Rio Grande do Sul) do Brasil dão uma ideia de sua grande extensão.
Enquanto o extremo norte é atravessado pela linha do Equador, o centro-sul é cortado pelo Trópico de
Capricórnio.
Essa grande variação de latitude altera a obliquidade, isto é, a inclinação dos raios solares que incidem
sobre a superfície do território brasileiro.
Por esse motivo, enquanto a maior parte do País registra temperaturas elevadas o ano todo
(característica dos climas tropical e equatorial), o extremo sul apresenta temperaturas médias anuais mais
baixas e maior amplitude térmica anual, isto é, maior variação de temperatura ao longo do ano
(características do clima subtropical).
A variedade de climas decorrente da variação de latitude é a principal responsável pela exuberante
natureza encontrada no Brasil, pois favorece a ocorrência de uma ampla diversidade de paisagens
vegetais.
Longitude:
A longitude corresponde à distância em graus de um ponto qualquer em relação ao meridiano de
Greenwich, linha imaginária que passa sobre o observatório de mesmo nome, situado perto de Londres.
Esse meridiano divide a Terra em dois hemisférios: oeste e leste.
O Brasil localiza-se integralmente no hemisfério ocidental.
Como vimos, a variação de latitude gera uma sucessão de paisagens climatobotânicas no Brasil.
Por outro lado, a grande extensão leste-oeste do território brasileiro, isto é, sua enorme variação de
longitude, é responsável pela existência de quatro fusos horários.
Como a Terra completa seu movimento de rotação a cada 24 horas, dividindo-se 360º (ângulo de uma
circunferência) por 24 obtém-se um intervalo de 15º, chamado fuso horário.
A distância entre os extremos leste e oeste do Brasil é de 39º (que equivale a 4.319,4 Km).
Dividindo-se esse número por 15º, tem-se aproximadamente 2,7 fusos horários.
Isso significa que pelo menos três fusos horários atravessam o território brasileiro.
Como ainda há várias ilhas atlânticas em alto-mar que fazem parte do território brasileiro, um quarto
fuso horário as engloba.
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1393950 E-book gerado especialmente para ANDREIA
Os Fusos Horários no Brasil:
Como vimos, devido à sua grande extensão no sentido leste-oeste, o Brasil apresenta quatro fusos
horários diferentes.
A maior parte do território fica no segundo fuso horário (atrasado três horas em relação a Greenwich),
que corresponde à hora oficial do Brasil – ao horário de Brasília.
Nesse fuso estão incluídas as regiões Sul, Sudeste, Nordeste e parte das regiões Norte e Centro-
Oeste.
O limite prático dos fusos acompanha a divisão política do país para evitar a existência de dois fusos
dentro do mesmo estado, exceção feita ao Amazonas e ao Pará (os maiores estados do país).
Lembre-se:
Equinócio é a data em que o dia e a noite apresentam a mesma duração;
Solstício é a data em que o dia e a noite apresentam a maior assimetria possível. O solstício de
verão ocorre quando o período de insolação (dia) é o maior do ano. Por sua vez, o solstício de inverno
ocorre quando se registra a noite mais longa do ano.
Como a Terra leva aproximadamente vinte e quatro horas para completar o ciclo do movimento de
rotação – que resulta na existência alternada entre dias e noites –, o planeta é dividido em 24 fusos
horários, em que cada fuso representa uma hora em sua área de abrangência. Essa contagem é feita a
partir do Meridiano de Greenwich, uma linha imaginária estabelecida por convenção e que “corta” a cidade
de Londres e toda a sua extensão em direção ao sul.
Dessa forma, todos as localidades que se encontram a leste (oriente) em relação a Greenwich tem
suas horas somadas pelo número de fusos de distância, enquanto tudo o que se encontra a oeste
(ocidente) tem suas horas diminuídas.
O território brasileiro, por se encontrar no hemisfério ocidental, possui o seu horário atrasado em
relação ao meridiano mencionado. Além disso, em razão de o país possuir uma ampla extensão, sua
localização é dividida em quatro fusos horários, cuja demarcação oficial (a hora legal) é estabelecida
conforme o mapa a seguir:
Mapa com os fusos horários brasileiros. As linhas representam a hora real, e as cores indicam a hora legal.
As linhas verticais traçadas acima representam o horário “real” dos fusos, isto é, a hora exata em
relação ao distanciamento de cada um dos fusos horários. No entanto, se essa divisão fosse adotada à
risca, ficaria muito complicado para certas localidades que estariam posicionadas em dois fusos diferentes
ao mesmo tempo. Por isso, estabelece-se no Brasil – e também no mundo – a hora legal, que é adotada
oficialmente pelos governos, representada pelas diferenças de cores no mapa acima.
O primeiro fuso horário brasileiro encontra-se duas horas atrasado em relação ao Meridiano de
Greenwich e uma hora adiantado em relação ao horário de Brasília. Esse fuso abrange apenas algumas
ilhas oceânicas pertencentes ao Brasil, como Fernando de Noronha e Penedos de São Pedro e São
Paulo.
91
LUCCI, Elian Alabi. Geografia Geral e do Brasil. – Elian Alabi Lucci, Anselmo Lazaro Branco, Cláudio Mendonça. – 3ª edição – São Paulo: Saraiva.
TAMDJIAN, James Onnig. Geografia Geral e do Brasil: estudos para compreensão do espaço. Volume único. James & Mendes. – São Paulo: FTD.
92
PENA, Rodolfo F. Alves. "Fusos Horários no Brasil"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/brasil/fuso-horario-brasileiro.htm>.
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O segundo fuso horário do país encontra-se três horas atrasado em relação a Greenwich e abrange
a maior parte do território nacional, com a totalidade das regiões Nordeste, Sudeste e Sul, além dos
estados do Pará, Amapá, Tocantins, Goiás e o Distrito Federal. É o horário oficial de Brasília.
O terceiro fuso horário encontra-se quatro horas atrasado em relação a Greenwich e uma hora em
relação ao horário de Brasília. No horário de verão, essa diferença aumenta para duas horas, pois os
estados abrangidos (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Roraima, Rondônia e a maior parte do Amazonas)
não fazem parte desse horário especial.
O quarto fuso horário encontra-se cinco horas atrasado em relação a Greenwich e duas horas em
relação ao horário de Brasília, aumentando para três horas durante o horário de verão. Abrange somente
o estado do Acre e uma pequena parte oeste do Amazonas. Esse fuso foi extinto no ano de 2008, onde
a área passou a integrar o fuso de -4, no entanto, em setembro de 2013, essa extinção foi revogada
após aprovação em um referendo promulgado em 2010.
LID: A LID – Linha Internacional da Data – é o marco imaginário que indica onde um dia acaba e
começa o seguinte. Definida no final do século XIX, ela passa pelo oceano Pacífico e corresponde,
aproximadamente, ao anti-meridiano de Greenwich, situado a 180º do meridiano inicial. Por
convenção internacional, a LID determina a mudança de data civil na Terra. O horário na faixa de fuso
em que a linha está situada é o mesmo tanto de um lado como de outro da linha. No entanto, a parte
leste (o lado direito, se olharmos para uma mapa com o norte na parte de cima) da LID, situada no
hemisfério Oeste (Ocidental0, tem um dia a menos em relação à parte oeste (o lado esquerdo), situada
no hemisfério Leste (Oriental).
Outra observação curiosa: se viajarmos para oeste e dermos uma volta completa ao redor da Terra,
“perderemos” um dia, pois estaremos caminhando contra o sentido do movimento de rotação – nesse
caso, os dias são mais longos. Na situação oposta, se circundarmos a Terra no sentido leste, ganharemos
um dia, pois estaremos viajando no mesmo sentido do movimento de rotação da Terra: de oeste para
leste.
A mudança da data já gerou fatos curiosos.
Por exemplo: o imperador do Japão faleceu à 1h25min do dia 25 de dezembro de 1926, em seu país.
Como o Brasil está situado a leste da linha internacional de mudança de data e o Japão, a oeste, o
falecimento foi noticiado aqui na tarde de 24 de dezembro. Como consequência disso, a embaixada do
Japão, no Rio de Janeiro, decretou luto pela morte do soberano de seu país, teoricamente, na véspera
do seu falecimento.
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Crescimento Populacional no Mundo e no Brasil
Calcula-se que neste início do século XXI, a cada ano, mais 80 milhões de pessoas passam a habitar
a Terra, uma população equivalente à da Alemanha. A maioria será pobre e viverá principalmente na
África, na Ásia ou na América Latina. São nessas regiões da Terra que estão situados os países de maior
crescimento demográfico do mundo.
O ritmo de crescimento populacional no início da história da humanidade foi muito lento. A natalidade
elevada era acompanhada pela mortalidade quase na mesma proporção. A fome, as epidemias, as
catástrofes naturais chegavam a dizimar povos inteiros.
Foi a partir dos séculos XVII e XVIII que o crescimento populacional tornou-se mais acelerado.
Inicialmente foi um fenômeno restrito à Europa, decorrente das transformações no modo de vida trazidas
pela Revolução Industrial.
Exemplo:
Ou seja, para cada grupo de 1000 habitantes, nasceram 14 crianças vivas num ano.
Taxa de mortalidade: número de óbitos em um ano por mil habitantes. É calculada a partir da
relação entre óbitos anuais, multiplicados por mil, e a população total.
Exemplo:
Ou seja, para cada grupo de 1000 habitantes, morreram 6 pessoas num ano.
Taxa de fecundidade: número médio de filhos por mulher em idade de procriar, entre 15 e 49 anos.
Taxa de mortalidade infantil: é o número de óbitos de crianças com menos de u mano de vida, a
cada mil nascidas vivas, considerando-se o período de um ano.
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transformação no modo de produzir mercadorias, mas uma transformação tecnológica e cientifica que
atingiu todas as áreas do conhecimento, entre as quais a medicina.
A solução de problemas sanitários e o avanço na medicina contribuíram para a diminuição da
mortalidade infantil e da mortalidade da população em geral. A elevação da média de vida provocou o
aumento do número de habitantes nos países que primeiramente se industrializaram. A vacina contra a
varíola, entre o final do século XVIII e o início do XIX, foi a descoberta médica mais importante para o
crescimento populacional, já que houve redução das taxas de mortalidade e a natalidade permaneceu
por longo tempo ainda em patamares elevados.
Alguns pesquisadores do período da Revolução Industrial consideram outros fatores também
responsáveis pela elevação do crescimento populacional nos países industrializados do século XIX. Por
exemplo, a utilização generalizada da mão-de-obra infantil nesse período pode ter estimulado o aumento
do número de filhos para ampliar a renda das famílias. Assim, o crescimento populacional teria resultado
não apenas da diminuição da mortalidade, mas também do aumento da natalidade.
A dinâmica demográfica do Brasil torna-se mais compreensível a partir da análise de dois processos
que a compõem:
* Crescimento vertical, mais conhecido como crescimento vegetativo;
* Crescimento horizontal, resultante dos fluxos migratórios internacionais.
O comportamento das populações muda ao longo do tempo, bem como o ritmo de sua dinâmica. Por
isso, o estudo da população sempre acompanha as mudanças históricas.
Geralmente, toma-se como ponto de partida o período posterior à Segunda Guerra Mundial, quando
profundas transformações socioeconômicas afetaram o Brasil, provocando grandes variações na
dinâmica demográfica.
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1393950 E-book gerado especialmente para ANDREIA
O Crescimento horizontal de um país resulta da diferença entre o total de imigrantes e o de
emigrantes registrada num dado período. Pode ser, também, positivo ou negativo.
Segundo dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho), em 2000, quase três milhões de
crianças entre cinco e 14 anos trabalhavam no Brasil.
O subemprego é uma forma precária de complementação de renda para os idosos que não
conseguem reingressar no mercado de trabalho formal.
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1393950 E-book gerado especialmente para ANDREIA
Fonte: Dr. Gustavo Borgo
Como as barras da base da pirâmide correspondem às faixas de idade, uma pirâmide de base larga
com formato piramidal (triangular) representa um país de população jovem acentuada e menor
expectativa de vida, como os países subdesenvolvidos, que ainda permanecem em fase de crescimento
acelerado, ou na primeira fase da transição demográfica.
As pirâmides que apresentam pequeno estreitamento na base mas o restante da pirâmide triangular,
como as de alguns países subdesenvolvidos industrializados (Brasil, México, Argentina) ou de nível
sociocultural mais elevado (Chile, Uruguai, Costa Rica) estão na segunda fase da transição
demográfica.
As pirâmides com formas irregulares e topo largo correspondem aos países com predomínio de
população adulta e população envelhecida, caso dos países desenvolvidos que atingiram a fase de
estabilização demográfica.
Nos países subdesenvolvidos que ainda mantêm um elevado padrão de crescimento populacional, o
número de jovens é superior às demais faixas etárias da população. Os custos de manutenção e de
formação da população na faixa etária dos jovens são um sério problema nos países onde o Estado, além
de desprovido dos recursos necessários, está mal estruturado para atender às necessidades de saúde e
educação.
Além disso, o grande número de jovens coloca as populações dos países mais pobres numa situação
desfavorável. A necessidade de sustentar um número maior de filhos limita a formação da poupança
familiar e dificulta oferecer a educação necessária à ascensão social e ao progresso econômico. De um
ponto de vista mais amplo, os países subdesenvolvidos são impedidos de aproveitar seu melhor recurso,
o humano.
No estágio atual da globalização econômica e transformações tecnológicas, os trabalhadores menos
qualificados têm sido os mais afetados pelo desemprego, e a tendência é de que as inovações dos
processos de produção os afastem ainda mais do mercado de trabalho. O baixo investimento na formação
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1393950 E-book gerado especialmente para ANDREIA
educacional dos jovens, que ainda por algumas décadas constituirão a parcela maior da população do
planeta, aponta questões difíceis de serem resolvidas a curto e a médio prazos.
Nos países classificados pela ONU como “emergentes”, caso do Brasil, a situação também é
preocupante. Nesses países, embora o índice de crescimento populacional venha diminuindo (e,
consequentemente, o número de jovens), o índice da população idosa vem aumentando.
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1393950 E-book gerado especialmente para ANDREIA
O sistema permite alguns milhares de aposentadorias extremamente elevadas ao lado de milhões de
aposentadorias miseráveis.
Além disso, a previdência foi fraudada durante décadas e não são raros os casos de quadrilhas
formadas no Brasil para roubar o sistema previdenciário.
Questões
01. (Colégio Pedro II – Segmento do Ensino Fundamental – Colégio Pedro II/2016) A pirâmide
etária representa a estrutura de uma população por gênero e por idade. Observe as pirâmides etárias do
Estado do Rio de Janeiro em dois momentos distintos.
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1393950 E-book gerado especialmente para ANDREIA
em 1990 e passou para 17,7 em 2011. O relatório mostra que a queda mais significativa registrada da
mortalidade na infância ocorreu na faixa entre um e quatro anos de idade.
A leitura do texto e os conhecimentos sobre a dinâmica demográfica brasileira permitem afirmar que
(A) em 2011, o Brasil atingiu a meta de redução da TMI prevista pelos Objetivos do Milênio
estabelecidos pela ONU.
(B) a redução da TMI observada no período 1990-2011 teve grande influência no crescimento
demográfico do país.
(C) ao longo do período 1990–2011 pôde-se constatar uma relativa homogeneização das TMI em todas
as regiões do país.
(D) a queda da TMI em duas décadas possibilitou ao Brasil tornar-se o país com menores TMI em toda
a América Latina.
(E) a diminuição da TMI produz inúmeras consequências, dentre as quais o aumento da base da
pirâmide etária do Brasil.
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06. (SEE/MG – Professor de Geografia – FCC) Observe o gráfico.
08. (Instituto Rio Branco – Diplomata – CESPE) Os recentes levantamentos demográficos no Brasil
e em diversos países do mundo indicaram tendência de reversão do esvaziamento da zona rural e, em
alguns países, verifica-se até discreto crescimento da população rural. No Brasil, essa nova dinâmica,
excluindo-se a fundamentação de base agrária, deve-se à.
(A) configuração de novas atividades rurais relacionadas à vida urbana, como turismo, lazer, mercado
imobiliário e serviços.
(B) violência urbana, que tem provocado uma inversão do êxodo rural e, em consequência, na redução
no processo de urbanização brasileira nos cinco últimos anos.
(C) ligação da agricultura à indústria de alimentos, sem desconfigurar os setores agrícolas tradicionais,
como as unidades familiares de subsistência.
(D) atual expansão agrícola ou expansão das fronteiras de recursos do Centro-Sul em direção ao
Nordeste e ao Norte do país, com dissolução de grande parte dos problemas agrários históricos.
(E) baixa possibilidade de aquisição de moradia nas cidades brasileiras, especialmente nas pequenas
e médias cidades.
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09. (ABIN – Agente de Inteligência – CESPE/Adaptada)
Com auxílio dos dados apresentados no gráfico, que mostra a pirâmide etária brasileira no ano de
2000 e a sua projeção para 2020, julgue o seguinte item.
Observa-se uma previsão de diminuição da população brasileira até 2020.
(....) Certo (....) Errado
10. (ANTT – Especialista em Regulação – CESPE) Julgue o seguinte item, relativo ao perfil da
população brasileira, incluindo suas desigualdades.
Um novo padrão de ocupação do território revela acelerado processo de urbanização e de
concentração da pobreza em áreas urbanas. A atual dinâmica demográfica acentua a concentração
populacional nas grandes cidades e em cidades de porte médio que compõem a rede urbana brasileira,
com o consequente esvaziamento do campo e mudanças na natureza e na concentração da pobreza.
(....) Certo (....) Errado
Respostas
01. Resposta: B.
02. Resposta: A.
03. Resposta: D.
A migração pendular, ou diária, corresponde a um fenômeno urbano, visto especialmente nas grandes
cidades. Esse processo ocorre na medida em que milhões de pessoas que compõe o PEA (População
Economicamente Ativa) deixam suas residências antes do horário comercial para chegar ao trabalho e
que no final da tarde, ou do expediente, voltam para casa.
Esse processo significa simples fluxos populacionais que não configuram propriamente como
migração, isso por que não se trata de uma transferência definitiva e sim, momentânea.
Existem vários casos que se enquadram como migração pendular, dentre muitos está o fluxo de boias-
frias que residem geralmente na cidade e se deslocam até o campo onde desenvolvem suas atividades,
pessoas que moram em uma determinada cidade e trabalham em outra, além de viagens de final de
semana, feriados e férias.
Decorrente da migração pendular, ocorre nos grandes centros urbanos a hora de rush, que são
determinados horários do dia no quais os trabalhadores se aglomeram no trajeto tanto para chegar ao
trabalho como no regresso para casa.
Outro tipo de fluxo que insere como sendo migração pendular é o commuting, pessoas que moram em
um determinado país e se deslocam para outro para trabalhar ou procurar uma ocupação.93
04. Resposta: A.
Arranjos Populacionais e Concentrações Urbanas do Brasil94
A identificação e a delimitação das maiores aglomerações de população no País têm sido objeto de
estudo do IBGE desde a década de 1960, quando o fenômeno da urbanização se intensificou, e assumiu,
ao longo dos anos, formas cada vez mais complexas. A necessidade de fornecer conhecimento atualizado
93
PERCíLIA, Eliene. "Migração Pendular"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/geografia/migracao-pendular.htm>.
94
IBGE. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geografia/geografia_urbana/arranjos_populacionais/default.shtm?c=9.
. 230
1393950 E-book gerado especialmente para ANDREIA
desses recortes impõe a identificação e a delimitação de formas urbanas que surgem a partir de cidades
de diferentes tamanhos, face à crescente expansão urbana, não só nas áreas de economia mais
avançada, mas também no Brasil como um todo.
Com o propósito de fornecer um modelo territorial das relações econômicas e sociais, intrínsecas ao
processo de urbanização, o presente estudo apresenta um quadro dos arranjos populacionais no Brasil
e em suas médias e grandes concentrações urbanas. Utilizando-se critérios comuns para todo o País,
adotou-se uma abordagem que privilegiou elementos de integração, medidos pelos movimentos
pendulares para trabalho e estudo e/ou pela contiguidade da mancha urbanizada.
Como resultado, foram identificados 294 arranjos populacionais, formados por 938 municípios, que
abrangem 55,9% da população residente no Brasil, a partir dos quais foram definidas, por meio de cortes
populacionais, as médias e grandes concentrações urbanas.
Representando o alto escalão da urbanização brasileira, com mais de 750 000 habitantes, destacaram-
se 26 grandes concentrações urbanas, nas quais 12 têm papel metropolitano. Acima de 100 000
habitantes até 750 000 habitantes, foram identificadas 158 médias concentrações urbanas que atuam
como centros intermediários na articulação do sistema urbano nacional.
A publicação traz considerações sobre os referenciais teóricos e os procedimentos metodológicos
adotados na elaboração do estudo e apresenta, sob a forma de mapas, a distribuição dos arranjos
populacionais e das concentrações urbanas por Unidades da Federação e os principais deslocamentos
pendulares em concentrações urbanas acima de 2,5 milhões de habitantes. O CD-ROM que a acompanha
reproduz o volume impresso.
O conjunto das informações ora divulgadas, também disponibilizadas no portal do IBGE na Internet,
contribui para o conhecimento renovado das principais formas de estruturação da organização urbana do
País.
05. Resposta: D.
A esperança de vida dos brasileiros aumentou, isso segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística). Vários foram os fatores que propiciaram essa ascensão, dentre muitos, o crescimento
econômico do país, acesso à água tratada e esgoto, aumento do consumo, entre outros.
De acordo com o IBGE, a média de vida de um cidadão brasileiro é de 72,7 anos. Expectativa ou
esperança de vida corresponde à quantidade de anos em média que uma determinada população vive.
Esse item é um importante indicador social que serve para avaliar a qualidade de vida de uma população
de um determinado lugar.
Apesar do aumento nos índices desse indicador social, o país ainda se encontra abaixo da realidade
de muitos países desenvolvidos. O percentual médio do Brasil no quesito esperança de vida não reflete
totalmente a realidade, muitas particularidades regionais são camufladas. Desse modo, temos diversos
percentuais de expectativa de vida que oscilam de acordo com cada estado.
Há desigualdade existente entre áreas mais desenvolvidas econômica e industrialmente e as menos
desenvolvidas. Por isso, estados do Centro-Sul (desenvolvidos) apresentam números mais elevados que
estados das regiões Norte e Nordeste (menos desenvolvidos).95
06. Resposta: B.
A partir daquela década, as taxas de crescimento começaram a declinar até atingir 1,6%, conforme
resultados do Censo de 2000 – e continuam em queda.
Esse declínio, deve-se à maior inserção da mulher no mercado de trabalho, à disseminação do uso de
pílulas anticoncepcionais, ao aumento do número de abortos provocados e à esterilização de mulheres,
entre outros fatores, relacionados ao rápido processo de urbanização que caracterizou o Brasil na
segunda metade do século passado.
07. Resposta: E.
(A) Atualmente, verifica-se na população brasileira uma gradual diminuição das taxas de natalidade.
(B) A população brasileira é, hoje, predominantemente urbana e a força de trabalho concentra-se no
setor terciário da economia.
(C) As habitações e o intenso favelamento das cidades aumentaram em face das medidas
governamentais preventivas e das políticas públicas que favorecem a população mais precária.
(D) Com relação às tendências do mercado de trabalho, no Brasil, há um aumento expressivo do
número de pessoas ocupadas no mercado informal do trabalho.
95
FREITAS, Eduardo De. "Expectativa de vida dos brasileiros "; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/brasil/expectativa-vida-dos-
brasileiros.htm>.
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08. Resposta: A.
José Graziano da Silva, professor de Economia Agrícola da Unicamp, na contextualização do “Novo
Rural Brasileiro” na década de 1990, descreve a transformação de caráter social e econômico operada
no campo, protagonizada pela expansão das atividades rurais como a agroindústria, o artesanato, o
turismo rural e outros. De fato, cerca de 4 milhões de pessoas estão ocupadas no meio rural com
atividades que fogem à produção agrícola tradicional. Outros dados revelam que quatro em cada 10
trabalhadores adultos, nas áreas rurais, são remunerados por atividades não agrícolas, num crescimento
de 35% em menos de dez anos. Como visto, o meio rural não é mais um ambiente restrito à produção de
alimentos. Constitui-se em espaço dinâmico e promissor de desenvolvimento dos outros setores da
economia.
Estudo das regiões: Regiões Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste, nos seguintes
aspectos: relevo, clima, vegetação, hidrografia, transporte, população, agricultura, indústria e
extrativismo
Região Nordeste
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à fruticultura na região. O desenvolvimento de tecnologias (criação de variedades de frutas, produção
integrada, produção de mudas sadias, entre outras) e o aperfeiçoamento de técnicas de irrigação foram
essenciais para o crescimento da atividade.
Na pecuária predomina a criação de animais de pequeno porte como asininos (jumentos, mulas e
burros), caprinos (cabras), ovinos (ovelhas) e suínos (porcos). A criação de bovinos (bois),
tradicionalmente desenvolvida no Sertão de forma extensiva, vem crescendo também em áreas do
Agreste próximas ao Sertão, com solos de baixa fertilidade e pouca umidade, e em áreas do Maranhão.
A pecuária leiteira, na modalidade extensiva e voltada para o abastecimento da Zona da Mata, é praticada
no Agreste.
No Agreste ainda se desenvolve a policultura comercial para o abastecimento da Zona da Mata, em
médias e pequenas propriedades. É praticada em solos férteis com boas condições de umidade, na
fronteira com a Zona da Mata.
O turismo desenvolvido a partir das potencialidades naturais é outra atividade econômica de grande
importância para a região.
O Nordeste conta com diversos parques nacionais, entre eles o da Serra da Capivara (PI), com grande
concentração de sítios arqueológicos e pinturas rupestres, o Parque Nacional Marinho de Fernando de
Noronha (Distrito Estadual de Pernambuco) e o Parque Nacional da Chapada Diamantina (BA). Entre os
eventos culturais que atraem turistas estão o carnaval (com destaque para Salvador, Olinda e Recife), as
festas juninas (Caruaru, Campina Grande, etc.), as danças e comidas típicas e o artesanato (rendas,
cerâmicas) da região.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), ligada à ONU,
instituiu uma lista de sítios e monumentos de valor excepcional e de interesse universal, que integram o
Patrimônio Mundial, Cultural e Natural da Humanidade. O objetivo é a preservação desses sítios para
as gerações futuras. A Região Nordeste abriga grande número de Patrimônios Culturais e Naturais da
Humanidade, como o centro histórico de Olinda (PE), de São Luís (MA) e de Salvador (BA), com o
Pelourinho, além dos sítios arqueológicos de São Raimundo Nonato no Parque Nacional da Capivara
(PI).
Em relação aos recursos naturais, o Rio Grande do Norte se sobressai como o maior produtos de sal
marinho do país. Destacam-se também o petróleo e o gás natural, extraídos no Ceará, Sergipe, Rio
Grande do Norte e na Bahia.
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De povoamento antigo, a Zona da Mata continua sendo a sub-região mais importante do Nordeste,
concentrando seis capitais e a maior parte da população. Salvador e Recife são as principais cidades,
destacando-se ainda como áreas industriais.
Região Sudeste
Grande parte do território da Região Sudeste é dominada por formações planálticas, com destaque
para os Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste, constituídos pelos cinturões orogênicos, e
os Planaltos da Bacia Sedimentar no Paraná.
O soerguimento da Placa Tectônica Sul-Americana, entre o final do Período Cretáceo e o início do
Paleógeno, movimentou antigas linhas de falha e provocou a formação de escarpas acentuadas com
elevadas altitudes, como as da Serra da Mantiqueira e da Serra do Mar. Assim, com exceção dos picos
do Maciço das Guianas, no extremo norte do país, é no Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais
que se encontram os pontos mais altos do Brasil. Em 2004, o IBGE, em parceria com o Instituto Militar de
Engenharia (IME), revisou as altitudes desses pontos, utilizando recursos mais modernos de sistema de
navegação e posicionamento por satélites.
A Serra do Espinhaço corta Minas Gerais desde as proximidades de Belo Horizonte até o Vale do
Rio São Francisco, podendo ser subdividida em dois compartimentos de planaltos: o planalto meridional
e o planalto setentrional, ricos em minérios (ferro, bauxita, ouro). Em 2005, a Unesco reconheceu esse
conjunto de planaltos da Serra do Espinhaço como Reserva da Biosfera, pela diversidade ambienta e
histórica do local. Além de integrar pontos culturais importantes como Congonhas, Ouro Preto e
Diamantina, é o divisor de águas entre as bacias hidrográficas do São Francisco, Doce e Jequitinhonha,
e apresenta a biodiversidade florística mas risca dos campos rupestres do planeta.
A superfície do Planalto Atlântico foi bastante desgastada pelos processos erosivos, formando um
relevo dominante de morros com topos convexos, denominados mares de morros. Entre os Planaltos e
as Chapadas da Bacia Sedimentar do Paraná e o Planalto Atlântico, encontram-se as depressões
periféricas, superfícies bastante erodidas entre o Paleógeno e o Quaternário (há cerca de 70 milhões de
anos). Nesses compartimentos do relevo da Região Sudeste, os terrenos apresentam altitudes menores,
sendo delimitados pelos Planaltos Sedimentares da Bacia do Paraná por escarpas denominadas frentes
de cuestas.
Do norte do Espírito Santo ao sul do Estado de São Paulo, há um conjunto diversificado de ambientes
costeiros. Nesse trecho do litoral brasileiro, de formação cenozoica, existem inúmeras restingas, baías
e ilhas costeiras. Entre as primeiras, destacam-se as de Marambaia e Cabo Frio, ambas localizadas no
litoral do Rio de Janeiro. Entre as baías, as mais conhecidas são as de Guanabara (RJ), Parati (RJ),
Vitória (ES), Angra dos Reis (RJ) e Santos (SP).
O clima tropical predomina na Região Sudeste. No oeste paulista, parte do Triângulo Mineiro e na
porção centro-norte de Minas Gerais, o padrão climático tropical apresenta duas estações bem
demarcadas, com o verão muito chuvoso e o inverno seco. Na faixa litorânea, o volume e a frequência
das chuvas são maiores. Ao contrário, no norte de Minas Gerais, as chuvas são escassas e irregulares.
O clima tropical de altitude abrange as regiões serranas de São Paulo, Rio de Janeiro e sul de Minas
Gerais. Por fim, o clima subtropical ocorre no extremo meridional do território paulista, ao sul do Trópico
de Capricórnio.
Originalmente, a mata tropical era a cobertura de vegetação dominante no Sudeste, refletindo o
padrão climático regional. Na depressão periférica e nas regiões mineiras com a estação seca mais
acentuada, predominavam os cerrados. Tanto a Mata Atlântica como o Cerrado foram amplamente
devastados no processo de formação territorial da Região Sudeste.
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Além disso, houve também grande mobilidade populacional entre os estados da própria região. Entre
2005 e 2010, mais de 500 mil pessoas de Minas Gerais se deslocaram em direção a São Paulo, um
contingente superior aos migrantes da Bahia, que representaram 21% dos fluxos de chegada, cerca de
230 mil pessoas. Apesar do registro de fluxos de regresso de São Paulo para os estados de origem, entre
2005 e 2010 São Paulo registrou saldo migratório positivo, indicando que o território paulista ainda exerce
atração da população migrante. Nesse intervalo, São Paulo foi o Estado que recebeu o maior número de
migrantes (1,1 milhão), seguido do Rio de Janeiro (270 mil). Entretanto, a participação no componente
migratório no crescimento da população do estado vem perdendo intensidade desde a década de 2000.
Entre as regiões brasileiras, a Sudeste foi a primeira a se tornar majoritariamente urbana e é também
a que apresenta a maior taxa de urbanização. Enquanto o cruzamento das curvas de crescimento das
populações rural e urbana no Brasil ocorreu na década de 1960, essa reversão de proporcionalidade no
Sudeste ocorreu já nos anos 1950.
Região Norte
Região Sul
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Grande parte dos rios da Região Sul pertence à Bacia Platina, formada pelos rios Paraná, Paraguai
e Uruguai e afluentes. O Rio Uruguai nasce em território brasileiro, da fusão dos rios Canoas (SC) e
Pelotas (RS), e serve de divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Brasil e Argentina, e Uruguai
e Argentina, desaguando no Estuário do Prata. O Rio Paraná, segunda maior bacia fluvial em área e
potencial hidrelétrico do Brasil, oferece condições de navegabilidade. A Hidrovia Tietê-Paraná tornou-se
um importante sistema de transporte, aproximando o Brasil dos seus parceiros do Mercosul.
Outro problema ambiental que ocorre em áreas do sudoeste do Rio Grande do Sul é o processo de
arenização dos solos, ou seja, o aumento dos depósitos arenosos, dificultando a fixação da vegetação.
Em área subtropical úmida, onde o processo ocorre, a água e os ventos têm importante papel na
mobilidade dos sedimentos.
As enxurradas provocam erosão e os ventos dispersam a areia, formando dunas e expandindo o
processo.
A substituição da vegetação nativa dos pampas e pela pecuária extensiva ou agricultura comercial
explica a degradação dos solos na região. A arenização atinge quase 4 mil hectares, em áreas dos
municípios de Alegrete, São Francisco de Assis, Santana do Livramento, Rosário do Sul, Uruguaiana,
Quaraí, Santiago, Itaqui, Maçambará, Manoel Viana, São Borja, Unistalda e Cacequi.
No oeste do estado do Paraná, na fronteira com a Argentina, o Parque Nacional do Iguaçu, criado
em 1934 e tombado pela Unesco como patrimônio da humanidade em 1986. Constitui uma grande reserva
florestal e inclui parte da cabia hidrográfica do Rio Iguaçu, que percorre todo o estado do Paraná, e as
Cataratas do Iguaçu.
Região Centro-Oeste
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O Pantanal:
A planície do Pantanal Mato-Grossense e a do Rio Guaporé localizam-se a oeste da região. O
Pantanal é uma planícies sujeita a inundações sazonais, em decorrência da pequena declividade de seu
relevo e do padrão de drenagem da bacia do Rio Paraguai. A vegetação é mista (cerrados, florestas,
campos, charcos inundáveis e ambientes aquáticos), e mais de mil espécies animais, incluindo cerca de
650 tipos de aves aquáticas, vivem na região.
No Pantanal, a expansão da agropecuária e as queimadas acarretaram a supressão de parte da
vegetação e a contaminação dos corpos d’água por agrotóxicos. Além disso, o pantanal recebe os rejeitos
da atividade mineradora de exploração de diamantes e de ouro, especialmente o mercúrio, altamente
poluente. Diversos programas e políticas ambientais têm sido desenvolvidos pelo governo federal para
proteger o bioma, prevendo o manejo correto de bacias hidrográficas, saneamento e apoio ao produtor.
A Floresta Amazônica se estende pela metade norte do estado do Mato Grosso, e se encontra bastante
ameaçada por desmatamentos e queimadas. A expansão da fronteira agropecuária nessa área, para
plantio ou criação de gado, atinge áreas de conservação ambiental e provoca erosão e assoreamento
nos rios.
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No início do século XX, a abertura da Estrada de Ferro Noroeste Brasil (Bauru-Corumbá) ajudou a
intensificar os fluxos entre o Sudeste e o Centro-Oeste. A ferrovia abriu a fronteira para a pecuária do
Mato Grosso, permitindo o transporte do gado vivo até os frigoríficos de São Paulo e do Rio de Janeiro.
A partir da década de 1960, rodovias como a Belém-Brasília, a Cuiabá-Porto Velho e a Brasília-Acre
transformaram-se em plataforma para a conquista da Amazônia.
Em 1977 o estado de Mato Grosso foi desmembrado, e dois anos depois oficializou-se a criação do
estado de Mato Grosso do Sul.
Goiás, por sua vez, foi desmembrado em 1998, quando se criou o estado de Tocantins, que atualmente
pertence à Região Norte. Em ambos os casos, as justificativas utilizadas para o desmembramento foram
a grande extensão desses estados, as dificuldades de planejamento e de administração.
Os centros urbanos:
A rede urbana do Centro-Oeste desenvolveu-se de maneira linear, seguindo as rodovias de integração
e as ferrovias que ligam à Região Sudeste.
Brasília, metrópole nacional, Goiânia, metrópole, assim como Campo Grande e Cuiabá, capitais
regionais, situam-se sobre os grandes eixos viários. As cidades que exibem forte crescimento – como
Dourados (MS), Rondonópolis (MT) e Anápolis (GO) – estão também situadas nesses eixos.
A cidade-capital:
Brasília representa um caso especial, entre as grandes cidades brasileiras. Não simplesmente por ser
uma cidade planejada: Belo Horizonte, fundada em 1897, e Goiânia, fundada em 1933, constituem outros
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exemplos de cidades planejadas no Brasil. A singularidade de Brasília reside na finalidade específica que
orientou seu planejamento urbano – a criação de uma cidade-capital, condição que determinou a
expansão demográfica e econômica da região.
O Plano Piloto constitui o cerne da nova capital. É ele que está submetido ao plano urbanístico, com
seu rígido sistema de aprovação de plantas destinado a conservar as características originais da cidade.
Ideologicamente, esse plano, de autoria de Lúcio Costa, vinculava-se à tradição de pensamento
urbanístico do francês Le Corbusier e da escola arquitetônica da Carta de Atenas, cujos princípios
remontam ao IV Congresso de Arquitetura Moderna, realizado em 1933. A cidade deveria ser, a um só
tempo, funcional e harmônica: uma engrenagem de residências, consumo e trabalho. Para isso, os
planejadores deveriam dispor da capacidade de organizar o espaço de forma absoluta, excluindo as
incertezas e os conflitos inerentes ao desenvolvimento espontâneo das aglomerações urbanas. A ordem
seria um produto da autoridade e do saber urbanístico.
A base espacial do plano urbanístico reside na segregação funcional. No interior do Plano Piloto,
definiram-se as áreas reservadas às diferentes funções urbanas – administração pública, residências,
comércio local e central, etc.
Um eixo viário retilíneo, chamado Eixo Monumental, foi implantado e reservado aos palácios e edifícios
destinados aos órgãos de poder político, à administração e às embaixadas. Esse eixo é cortado por um
outro, arqueado, chamado Eixo Rodoviário, destinado à circulação expressa. Com 13 quilômetros de
extensão e cinco pistas sem cruzamentos, ele separa a circulação municipal da circulação local. Juntos,
os dois eixos têm o formato de asas de avião.
Ao longo do Eixo Rodoviário alinham-se as superquadras, destinadas à moradia. Nessas áreas
encontram-se escolas, igrejas e espaços de comércio local. Esses serviços localizam-se no interior dos
conjuntos de superquadras, direcionado a circulação de pessoas para dentro e não para as ruas. O
comércio de grande porte foi alocado em uma zona separada, no cruzamento entre os dois grandes eixos
da cidade. Todo o sistema de zoneamento e circulação da cidade prioriza o automóvel, a circulação
expressa.
Concebida por Oscar Niemeyer, a arquitetura da capital é coerente com o plano urbanístico, visando
reforçar simbolicamente a função de sede dos órgãos de poder político, que constitui a razão de ser de
Brasília.
A cidade polinucleada:
O plano urbanístico não eliminou a clássica estruturação espacial das grandes cidades brasileiras: o
contraste entre as áreas centrais reservada às classes médias e às elites, de um lado, e as periferias
populares, de outro. No entanto, operou uma transformação radical nesse esquema, abrindo um espaço
vazio entre a área central (o Plano Piloto) e a periferia (as cidades-satélite). O elevado preço dos
terrenos no Plano Piloto empurrou os mais pobres para os núcleos urbanos satélites, que cresceram
como verdadeiras cidades-dormitório.
Embora não estivessem formalmente previstas no plano, as cidades-satélite desenvolveram-se para,
de certa forma, protege-lo, evitando a concentração da pobreza. Dessa maneira, a capital cresceu como
cidade polinucleada: uma única aglomeração urbana dispersa territorialmente em diversos núcleos
separados. Esses núcleos são chamados de regiões administrativas, já que a Constituição impede a
formação de municípios autônomos no Distrito Federal.
A maioria da população ativa que reside nas cidades-satélite trabalha no Plano Piloto e consome horas
diárias em deslocamentos entre o local de moradia e o local de emprego.
A concentração de recursos financeiros no Plano Piloto – que abriga uma elite de políticos, burocratas
da administração pública e diplomatas estrangeiros – dinamiza a economia do Distrito Federal, atraindo
migrantes para as cidades-satélite. Assim, o crescimento demográfico dos núcleos urbanos ao redor é
muito superior ao da área central: em 1960, o Plano Piloto concentrava cerca de metade da população
do Distrito Federal; atualmente essa proporção é inferior a 15%.
Questões
01. (Prefeitura de Santana do Jacaré/MG – Psicólogo – Reis & Reis) O Brasil segue, atualmente,
a divisão regional estabelecida em 1970, em quantas regiões se divide o território brasileiro?
(A) 06 regiões;
(B) 05 regiões;
(C) 04 regiões;
(D) 01 região.
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02. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – MPE/GO) A região Centro-Oeste é uma das cinco regiões do
Brasil definidas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Sobre ela, é correto afirmar:
(A) É a primeira região do país em superfície territorial.
(B) É formada pelos Estados de Goiás, Tocantins e Mato Grosso.
(C) É formada somente pelos Estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
(D) É formada pelos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e pelo Distrito Federal.
(E) É formada pelos Estados de Goiás, Tocantins, Minas Gerais e pelo Distrito Federal.
Respostas
01. Resposta: B.
O Brasil é um país com enorme extensão territorial, sendo seu território dividido em Regiões.
Muitas divisões regionais do território brasileiro já foram estabelecidas ao longo da história, atualmente
está em vigor a divisão estabelecida no ano de 1970, que é composta por cinco Regiões: Centro-Oeste,
Nordeste, Norte, Sul e Sudeste.
02. Resposta: D.
A Região Centro-oeste é formada pelos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás e pelo
Distrito Federal.
03. Resposta: B.
A Região Centro-oeste é formada pelos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás e pelo
Distrito Federal.
A Região Sul é formada pelos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Dinâmica Climática
“Tempo bom, com nebulosidade; temperatura em ligeiro declínio”. Os meios de comunicação divulgam,
diariamente, informações sobre o tempo. Nessa acepção, tempo é o estado momentâneo da atmosfera
em determinado local. Para determinar as condições do tempo, é preciso considerar os fenômenos
atmosféricos: temperatura do ar, pressão atmosférica, vento, umidade, precipitações (como chuva,
granizo e neve), geadas, massas de ar. Como esses fenômenos variam frequentemente, essa mesma
variação ocorre com o tempo, que muda constantemente.
A expressão “tempo bom” – muito empregada em nosso cotidiano – é uma expressão relativa. Para
quem pretende ir ao clube ou à praia, um tempo quente e ensolarado será considerado bom. Já para um
agricultor, cuja plantação esteja comprometida pela falta de chuvas, esse tempo quente e ensolarado
será considerado ruim.
Clima é o conjunto de variações do tempo, de uma determinada região, durante um longo período (30
anos, aproximadamente). Assim, para determinar o clima de um local, é necessário analisar o
comportamento dos fenômenos atmosféricos, também denominados elementos climáticos, inclusive a
atuação das massas de ar. Por meio dessa análise, são identificados, por exemplo, os períodos de chuva
e sua quantidade (índice pluviométrico); os meses mais quentes e mais frios.
Pressão atmosférica
O ar tem peso e este peso é denominado pressão atmosférica. Quanto mais denso for o ar, maior
será a pressão exercida por ele.
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É ao nível do mar que o ar encontra-se mais denso, mais concentrado; portanto, a pressão
atmosférica é maior nessa área. Conforme aumenta a altitude, o ar torna-se menos denso – mais
rarefeito – e, consequentemente, a pressão exercia por ele diminui.
O ar de desloca das áreas de alta pressão, nas quais encontra-se muito concentrado, para as áreas
de baixa pressão, nas quais sua concentração é menor. Quando este deslocamento de ar –
denominado vento – ocorre em grandes blocos, identificamos as massas de ar, que, por possuírem
temperatura e umidade semelhantes, deslocam-se conjuntamente na mesma direção.
As Massas de Ar
Como visto anteriormente, o ar que compõe a atmosfera está em constante movimento em virtude das
diferenças de pressão. Apesar de ocorrerem variações nos valores da pressão num mesmo local,
principalmente em função das mudanças de estações do ano, é possível delimitar algumas áreas com
predominância de altas pressões e outras onde predominam as baixas pressões, que irão determinar a
circulação geral da atmosfera.
É no interior dessa circulação geral que se estabelece a dinâmica das massas de ar, grandes
responsáveis pela determinação dos diferentes tipos climáticos. O local em que a massa de ar se forma
recebe o nome de região de origem. É na região de origem que a massa de ar adquire as características
de temperatura, pressão e umidade.
Assim, uma massa de ar que se forma sobre uma superfície gelada, como a Antártida, tem
propriedades típicas dessa região: temperatura baixa, alta pressão e pouca umidade. Por isso, o estado
do tempo em toda a área abrangida pela massa de ar será condicionado por suas propriedades, só
ocorrendo modificações onde existem montanhas, vales ou grandes extensões de água (lagos, por
exemplo) e nas zonas de contato entre duas massas de ar.
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Ao se deslocarem, as massas de ar vão, aos poucos, perdendo as suas características de temperatura,
pressão e umidade. Por exemplo: uma massa de ar frio e úmido, formada, portanto, em altas latitudes,
perde temperatura e umidade à medida que se dirige para latitudes mais baixas – áreas mais quentes.
A região próxima à Linha do Equador é de baixa pressão. Para essa região convergem as massas
de ar formadas nos trópicos e, por isso, é denominada zona de convergência intertropical (ZCIT).
Nessa zona ocorrem as maiores precipitações da Terra.
Na proximidade dos trópicos de Câncer e Capricórnio encontram-se as regiões de alta pressão.
Nessas regiões formam-se ventos continentais (ventos alíseos), que circulam dos trópicos em direção
ao Equador. São as denominadas zonas subtropicais ou dispersoras de massas de ar.
Na região próxima aos círculos polares formam-se novas zonas de baixa pressão, denominadas
baixas polares, para as quais convergem as massas de ar que se originam nas zonas subtropicais
e nas altas polares.
As massas de ar que se formam sobre os continentes são secas, com exceção das formadas sobre
áreas de densas florestas tropicais, onde a evapotranspiração é intensa. As massas que se formam sobre
os oceanos, por sua vez, são úmidas. Assim, considerando-se a latitude sobre a qual as massas de ar se
formam, elas são classificadas em equatoriais, tropicais e polares. Em relação ao tipo da superfície,
elas podem ser continentais ou oceânicas.
As Frentes
Ao se deslocarem, as massas de ar se encontram. Nesse contato, elas não se misturam: uma empurra
a outra, de tal forma que aquela que avança com mais intensidade faz com que a outra retroceda e impõe
a ela suas características, o seu tipo de tempo.
A zona de contato entre duas massas de ar diferentes recebe o nome de frente ou superfície frontal.
Quando a massa de ar frio avança, fazendo o ar quente recuar, trata-se de uma frente fria. Como a
massa de ar frio é mais densa, ela ocupa o espaço mais próximo à superfície, obrigando o ar quente
(mais leve) a subir.
A passagem de ar fria provoca queda de temperatura, pois o ar aquecido é deslocado, e, em seu lugar,
fica o ar mais frio. Quanto às chuvas, as frentes frias rápidas provocam precipitação do tipo pancadas,
enquanto as frentes frias lentas provocam precipitação de caráter contínuo.
Temos, por outro lado, uma frente quente quando o ar quente avança sobre o ar frio. Este recua a
baixa altitude, pois é mais pesado, enquanto o ar quente, mais leve, sobe ume espécie de rampa deixada
pelo ar frio.
O encontro de duas massas de ar, tanto no caso de frente fria como no de frente quente, pode levar
à formação de nuvens e à ocorrência de chuvas, que, nesse caso, são denominadas chuvas frontais.
A Poluição Atmosférica
A poluição atmosférica está relacionada ao tipo de energia utilizada pela sociedade humana nos
últimos 200 anos. Desde o momento em que a indústria transformou-se na principal atividade econômica,
o carvão mineral e o petróleo tornaram-se as principais fontes poluentes. A cada ano verifica-se um
aumento da quantidade de gases lançados na atmosfera. Entre os compostos mais nocivos, destacam-
se os de enxofre, de nitrogênio e os formados por hidrocarbonetos. Embora as consequências desse tipo
de poluição alcancem dimensões globais, é nas grandes cidades que são percebidos seus efeitos mais
nocivos.
Microclima Urbano
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drástica das áreas verdes; impermeabilização do solo pela pavimentação de ruas e pelas edificações
(essa pavimentação absorve de 98 a 99% da radiação solar que atinge a superfície); verticalização das
construções (o que dificulta a circulação do ar).
A soma desses fatores provoca a elevação da temperatura e da evaporação, aumentando, assim, a
incidência de chuvas, que, em muitos casos, precipitam-se sob a forma de pancadas (tempestades), pois
aumenta também a concentração de material particulado na atmosfera.
A poluição do ar nas grandes cidades é causada principalmente pelo lançamento de gases tóxicos e
de matérias particuladas na atmosfera. Os gases lançados pelos veículos são os principais poluentes das
áreas urbanas. Destacam-se, também, as emissões advindas das atividades industriais e das usinas
termelétricas. Algumas cidades estabeleceram normas para reduzir a quantidade de veículos em
circulação, como, por exemplo, o sistema de rodízio de veículos. Dependendo do final da placa, uma
parte da frota de veículos não circula em determinado dia. Em outros casos, o acesso às áreas centrais
da cidade é permitido mediante o pagamento de taxas (pedágio), como ocorre em Londres, no Reino
Unido. Porém a eficácia dessas medidas é reduzida. Não se deve encarar o rodízio ou a restrição à
circulação de veículos em áreas centrais como solução para a poluição atmosférica, mas apenas como
algo que minimiza o problema.
O problema da poluição do ar se agrava em cidades situadas em “bacia” (terreno mais baixo que o
circundante), pois essa localização é desfavorável à dispersão de poluentes. Além disso, o ar quente em
ascensão é bloqueado por uma camada mais alta de ar frio, que aprisiona a poluição. É o que acontece
em cidades como a do México e de Grenoble, na França.
Inversão Térmica
As paisagens vegetais se desenvolvem de acordo com o tipo de clima, do relevo e do tipo de solo em
que elas se situam. A influência do clima é, sem dúvida, a mais relevante, havendo uma associação entre
a paisagem vegetal e a sua região climática característica.
Os vegetais não vivem isolados, mas em comunidades, denominadas formações vegetais, que
podem ser agrupadas de acordo com o porte (tamanho da vegetação) predominante na paisagem:
arbóreas ou florestais, arbustivas, herbáceas ou campestres e complexas – neste último caso,
quando reúnem formações de porte variado, geralmente situadas em áreas alagadas, desertos e junto
aos litorais.
Essa região climática, situada próxima ao Equador, apresenta elevadas temperaturas e grande
umidade durante todo o ano. Caracteriza-se pela baixa amplitude térmica e pelas chuvas de convecção,
uma vez que as elevadas temperaturas das regiões de clima equatorial provocam um processo contínuo
de evapotranspiração, ascensão do ar úmido, resfriamento nas altitudes mais elevadas, condensação e
precipitação.
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Essas características climáticas, entre outros fatores, favorecem o desenvolvimento de uma vegetação
florestal bastante densa, cujas árvores chegam a atingir mais de 60 metros de altura. Também são
abundantes as formações de porte intermediário no interior dessa floresta. As matas equatoriais abrigam
a maior biodiversidade do mundo. Três florestas bastante representativas dessa formação vegetal são a
Amazônica, na América do Sul; a do Congo, no continente africano; e a da Indonésia e Malásia, no
sudeste asiático.
Nas regiões de clima tropical predominam as elevadas temperaturas e a alternância entre as estações
secas (inverno) e úmidas (verão). A cobertura vegetal caracteriza-se por duas formações principais: as
savanas e as florestas tropicais. No entanto, nas áreas alagadas, aparecem pântanos e, junto ao litoral,
mangues.
As savanas são formações arbustivas que apresentam raízes profundas, folhas grossas e troncos
retorcidos. As raízes profundas permitem a retirada de água do lençol freático durante a seca prolongada
do inverno.
Savana é o nome que essa cobertura vegetal recebe no continente africano. No Brasil, as savanas
correspondem ao cerrado e, na Venezuela, ao Ihanos.
As florestas tropicais geralmente são encontradas próximas ao litoral; possuem as características
próprias das florestas de clima equatorial: são bastante densas, úmidas, heterogêneas, latifoliadas e
estratificadas.
A floresta tropical original do Brasil, denominada Mata Atlântica – hoje bastante reduzida pela ação
humana -, recobria extensos trechos próximos ao litoral da região Sul, do Sudeste e do Nordeste. Esse
tipo de cobertura vegetal também é encontrado na África e no sul e sudeste asiáticos.
O clima temperado abrange amplos territórios do hemisfério Norte: América do Norte, Europa e uma
faixa alongada central da Ásia, que se estende até parte da China e do Japão. No hemisfério Sul, sua
ocorrência é bastante restrita. Caracteriza-se pelas quatro estações bem demarcadas, que são visíveis
na paisagem vegetal. O clima temperado divide-se em dois tipos: temperado continental (em que há
maior amplitude térmica e invernos rigorosos, com precipitação de neve) e temperado oceânico (em que
a amplitude térmica apresenta-se menor).
As florestas temperadas encontram-se bastante devastadas devido à intensa ocupação do solo; ela é
constituída por árvores de porte médio, espaçadas umas das outras, que trocam suas folhas a cada
outono e inverno (caducifólias). Dentre as poucas espécies que constituem as florestas temperadas,
destacam-se a faia, o carvalho e a nogueira.
O pouco que resta dessa floresta é encontrado na Europa ocidental e oriental, na parte meridional da
América do Sul, na Nova Zelândia e no Japão.
Em regiões temperadas oceânicas (costa ocidental da América do Norte, sul do Chile, Austrália e Nova
Zelândia), de maior umidade, são encontrados o pinheiro vermelho e as sequoias; no sudeste da
Austrália, destacam-se os eucaliptos gigantes – essas árvores são seculares e podem atingir 150 metros
de altura.
As formações herbáceas também são típicas desta região climática e recebem o nome de estepes ou
pradarias. A estepe (pradaria) constitui uma excelente pastagem natural, muito utilizada para a criação
de gado. Como exemplos dessa formação, podem ser citados a cobertura vegetal predominante nos
pampas argentinos; as pradarias (prairies), no centro-oeste do Canadá e dos Estados Unidos; a puzta,
na planície da Hungria; e o scrub, na Austrália. No Brasil, esse tipo de vegetação é denominado campos
e é encontrado, de forma contínua, sobretudo no sul do Rio Grande do Sul.
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secos – devido à expansão das massas de ar seco dos desertos vizinhos – e por invernos brandos e
úmidos – período em que essas massas de ar recuam e ficam estacionárias nos desertos.
A vegetação mediterrânea é bastante variada e nela predominam arbustos, como as oliveiras, e moitas
altas (denominadas maquis) e baixas (garrigues).
O clima continental, situado em elevadas latitudes, caracteriza a maior parte do território canadense,
o extremo norte da Europa, e a Sibéria, na Rússia. As precipitações maiores ocorrem no inverno, quase
sempre sob a forma de neve.
Nesse clima desenvolve-se a floresta boreal, cuja vegetação é de grande porte, espaçada e
relativamente homogênea, nela predominando o pinheiro e o cipreste.
Devido à boa qualidade de suas madeiras, a floresta boreal é intensamente explorada para a obtenção
da celulose – matéria-prima empregada na fabricação do papel.
Essa floresta é representada pela taiga siberiana – a maior do mundo -, situada na Rússia; pela taiga
canadense; e pela taiga escandinava (norte da Europa).
Nos extremos Norte e Sul da Terra, o clima é polar. Nessas regiões são registradas as mais baixas
temperaturas do planeta. Na maior parte dos territórios, o solo mantém uma cobertura de gelo
permanente, sem vegetação. Em outras regiões, durante o verão, o degelo deixa o solo exposto e nele
brota a tundra, que termina o seu ciclo no inverno, com a queda das temperaturas. Essa cobertura vegetal
é de pequeno porte.
Nas altas latitudes, o solo apresenta-se coberto por neve praticamente o ano todo, até mesmo em
lugares situados em baixas altitudes.
Em regiões de baixas latitudes (clima tropical ou subtropical), os solos das áreas montanhosas
apresentam diferentes formações vegetais.
No clima de montanha, a cobertura vegetal – influenciada pela altitude – modifica-se do sopé da
montanha até os locais mais altos (mais de 4 mil metros de altitude), nos quais a neve cobre o solo durante
todo o ano – são as chamadas “neves eternas”. Essa cobertura permanente de neve ocorre, inclusive,
nas baixas latitudes das regiões tropicais, sendo que, no sopé das montanhas, a vegetação é a mesma
da região do entorno. A modificação da paisagem vegetal ocorre numa sequência, que, em linhas gerais,
é semelhante à verificada na mudança de vegetação das baixas para as altas latitudes da Terra.
O clima desértico caracteriza-se pela aridez (escassez de água). Nessas regiões há pouca (ou
nenhuma) vegetação, o mesmo ocorrendo em relação às redes fluviais. Os desertos localizados em áreas
próximas aos trópicos são quentes, como, por exemplo, o do Saara, no norte do continente africano, e o
de Kallaari, na África do Sul; os situados em latitudes mais elevadas são frios, como o da Patagônia, na
Argentina, ou o de Gobi, na China e Mongólia.
Geralmente, os desertos situam-se em regiões continentais, mas aparecem também junto a oceanos.
Neste caso, formam-se devido à ação de correntes frias, que condensam as massas de ar quente e
úmido, as quais se precipitam no mar antes de atingir o continente. É o caso do deserto de Atacama, no
Chile (corrente de Humboldt) e da Namíbia (corrente de Benguela).
Apesar da escassez de umidade, em diversas áreas do deserto desenvolvem-se vários tipos de
formações vegetais: rasteira (estepes secas); arbustos espinhosos, quase sem folhas; e cactos. Estas
espécies, em conjunto, recebem o nome de xerófilas.
Os desertos abrangem extensas áreas do globo. Aparecem no oeste dos Estados Unidos, no norte e
sul da África, no Oriente Médio e parte da Ásia Central, e no oeste da Austrália.
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Clima e Paisagens Vegetais no Brasil
A posição geográfica do território brasileiro, situado, em quase sua totalidade, na zona tropical,
caracteriza o país como de climas que, em geral, apresentam temperaturas médias elevadas. Contudo,
o comportamento das temperaturas e da umidade das diferentes regiões climáticas durante o ano é
determinado, principalmente, pela atuação das massas de ar.
No verão, quatro massas de ar quente exercem influência sobre o país: a Equatorial continental (mEc),
a Equatorial atlântica (mEa), a Tropical atlântica (mTa) e a Tropical continental (mTc), sendo apenas esta
última seca. É justamente por isso que o verão é o período das chuvas na maior parte do território
brasileiro.
Nesta estação do ano, a massa Polar atlântica (mPa) avança esporadicamente sobre o país, podendo
provocar ligeira queda de temperatura e chuvas frontais, aumentando a pluviosidade.
No inverno, a atuação da Equatorial continental (mEc) é mais restrita à região Norte, a Tropical atlântica
(mTa) continua a atuar no Brasil e a Polar atlântica (mPa) passa a atingir frequentemente o território
brasileiro, provocando baixas temperaturas no Sul, em grande parte do Sudeste e porção sul do Centro-
Oeste, chegando até a região Norte, onde provoca o fenômeno da friagem (fenômeno caracterizado pela
queda súbita da temperatura na região da Amazônia ocidental, no período do inverno, que decorre da
penetração de um ramo da massa de ar Polar atlântica pela porção central da América do Sul). Sobretudo
na região Sul, e em alguns trechos do Sudeste (São Paulo, especialmente), são frequentes, nessa
estação, a ocorrência de geadas (formação de uma película de gelo sobre as folhas em decorrência do
congelamento das gotas de orvalho). Na altura do estado da Bahia, a Polar atlântica (mPa) já perdeu
bastante intensidade. É onde as frentes frias se dissipam.
A variedade das paisagens vegetais naturais do Brasil acompanha a diversidade dos climas, que
fornecem a temperatura, a luminosidade e a umidade adequadas para o desenvolvimento de cada tipo
de cobertura vegetal.
O Brasil apresenta extensas regiões florestais e arbustivas, apesar do intenso desmatamento que
ameaça vários de seus ecossistemas. Também são encontradas formações herbáceas e outras, como
os mangues e o complexo do pantanal.
As regiões tropicais possuem o maior estoque de biodiversidade da Terra, principalmente as matas
equatoriais e tropicais. Calcula-se que o Brasil abrigue a terça arte das espécies existentes no mundo.
Por isso, o intenso desmatamento é alvo de preocupação e discussão e entre países e ONGs de todas
as partes do mundo.
No Brasil, o clima equatorial é típico da região amazônica, na qual se desenvolve a floresta Amazônica
– a maior floresta da zona intertropical do globo e, também, a que apresenta maior biodiversidade.
Essa floresta ocupava, originalmente, uma área de cerca de 5 milhões de km² (incluindo a parte
brasileira e sul-americana).
A intensa exploração madeireira, a implantação de grandes fazendas agropecuárias e os grandes
projetos de mineração provocam não só danos ambientais, como destroem espécies vegetais ainda
desconhecidas, que poderiam ser usadas como matérias-primas na produção de medicamentos para a
cura de muitas doenças graves. São, portanto, amplas as possibilidades de pesquisa e de aplicação dos
recursos genéticos encontrados nesse tipo de cobertura vegetal.
A floresta Amazônica se divide em três grupos, de acordo com a compartimentação do relevo.
* Floresta ou mata de igapó: situada nas áreas permanentemente inundadas pelos rios.
* Floresta ou mata de várzea: situada nas áreas inundadas apenas durante as cheias.
* Floresta de terra firme: situada nas áreas mais elevadas, onde se encontram árvores de grande
porte, como a andiroba, o cedro, o castanheiro e o mogno. Esse tipo de floresta abrange entre 70% e
80% da extensão florestal amazônica.
Apesar de contar com técnicas e equipamentos sofisticados para monitoramento de áreas florestais,
detecção de queimadas e derrubada de matas, os quais incluem computadores, radares, sistema de
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posicionamento global (GPS) e análise de imagens de satélite, os índices de desmatamento em toda a
Amazônia apresentaram-se elevados entre o final do século XX e início deste século.
A biodiversidade encontrada no Brasil é uma das maiores do mundo. Em termos regionais, a floresta
Amazônica apresenta, em seu conjunto, a maior concentração de espécies animais, vegetais e de
microorganismos da Terra. Segundo dados do IBGE e do Ibama, são mais de 3 mil espécies medicinais
catalogadas. No entanto, esses recursos são frequentemente explorados pela biopirataria.
O clima tropical úmido (ou litorâneo) acompanha uma estreita faixa de terra localizada junto à costa
atlântica, estendendo-se de São Paulo ao Rio Grande do Norte. Caracteriza-se pela ocorrência de
temperaturas elevadas o ano inteiro, em particular na região Nordeste. No litoral do Sudeste, as
temperaturas podem cair no inverno com a chegada de frentes frias (massa Polar atlântica).
No clima tropical litorâneo, as chuvas na costa nordestina são mais intensas no outono e inverno. No
Sudeste, elas são mais frequentes e abundantes no verão.
Duas formações vegetais são representativas desta região climática: a Mata Atlântica e os
manguezais.
Os mangues são arbustos cujas raízes se estendem para um trecho acima do nível das águas (raízes
aéreas), formando verdadeiros berçários marinhos, isto é, locais onde a vida muitas vezes começa. São
os criatórios de camarões, caranguejos e pequenos organismos marinhos. Estes últimos servem de
alimento para os plânctons, microorganismos animais (zooplânctons) e vegetais (fitoplânctons), que, por
sua vez, estão na base da cadeia marinha.
O clima tropical (denominado no Brasil como tropical semi-úmido ou continental), é típico da região
Centro-Oeste, mas abrange também trechos do Nordeste e Sudeste brasileiros. É um clima quente,
marcado por duas estações bem distintas: verão úmido e inverno seco.
O cerrado é uma formação de arbustos e campos. Sua paisagem, à primeira vista, não revela a riqueza
escondida nesse ecossistema. Raramente a defesa do cerrado faz parte das manifestações
ambientalistas. No entanto, é um dos ecossistemas mais ricos do país.
Por muito tempo a atividade predominante no cerrado foi a pecuária. Posteriormente, essa região
constituiu área de pastagem da maior parte do rebanho bovino e de expansão agrícola da soja. As
atividades agrícolas modernas, empreendidas em fazendas gigantescas, e o uso de agrotóxicos,
provocam não só a devastação do cerrado, como impactos ambientais profundos em toda essa região.
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Formação Territorial e Divisão Político-Administrativa: Divisão Político Administrativa;
Organização federativa
Formação Territorial
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Divisão Político-Administrativa
O Brasil possui leis próprias, pois está organizado politicamente e detém total autonomia.
As leis são criadas em nível federal e são soberanas, no entanto, estados e municípios possuem leis
próprias, mas que são subordinadas às leis nacionais, no caso, a Constituição Federal.
Além da divisão em federações existem uma dentro dos estados, a regionalização em município,
que possui leis particulares que são submissas às leis federais, essa regionalização ainda pode ser
dividida em distritos.97
Distrito Federal - é a unidade onde tem sede o Governo Federal, com seus poderes: Judiciário,
Legislativo e Executivo;
Estados - em número de 26, constituem as unidades de maior hierarquia dentro da organização
político-administrativa do País. A localidade que abriga a sede do governo denomina-se Capital;
Municípios - os municípios constituem as unidades de menor hierarquia dentro da organização
político-administrativa do Brasil. A localidade onde está sediada a Prefeitura Municipal tem a categoria
de cidade;
Distritos - são unidades administrativas dos municípios. A localidade onde está sediada a
autoridade distrital, excluídos os distritos das sedes municipais, tem a categoria de Vila.
Divisão Regional - O IBGE elabora divisões regionais do território brasileiro, com a finalidade
básica de viabilizar a agregação e a divulgação de dados estatísticos.
96
TAMDJIAN, James Onning. Geografia geral e do Brasil: estudos para a compreensão do espaço. James & Mendes. São Paulo: FTD.
97
FREITAS, Eduardo de. Geografia humana do Brasil. Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/divisao-politicoadministrativa-brasil.htm.
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Em consequência das transformações havidas no espaço brasileiro, no decorrer das décadas de
50 e 60, uma nova divisão em macrorregiões foi elaborada em 1970, definindo as Regiões: Norte,
Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste, que permanecem em vigor até o momento.98
Organização federativa
Lembre-se:
República – forma de governo em que o chefe de estado é eleito como representante, passando
por eleições periódicas.
Federação – é quando há apenas a soberania de um Estado Federal, apesar da união dos
diferentes Estados federados.
Além dessas divisões dentro dos órgãos existem outras subdivisões (como conselho, coordenação,
diretoria, etc.) chamado de Organização ou Estrutura do Poder.
Divisão dos Poderes no Brasil:
A separação dos poderes no Brasil passou a existir com a Constituição outorgada de 1824 que
prevaleceu até o fim da Monarquia, mas além dos três poderes, na época, havia também o quarto poder,
chamado de Moderador, que era exercido pelo Imperador, mas foi excluído da Constituição da República,
em 1891.
No art. 2º da Constituição Federal de 1988 vemos os Poderes da União que são: Legislativo,
Judiciário e Executivo.
98
Disponível em: http://teen.ibge.gov.br/mao-na-roda/divisao-politico-administrativa-e-regional.html.
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Além disso, existe o Ministério Público (MP), um órgão do Executivo. Apesar dessa relação, ele tem
total independência dos outros poderes em algumas situações. Seu objetivo principal é garantir que a lei
seja cumprida e agir na defesa da ordem jurídica.
Questões
01. (Instituto Rio Branco – Diplomata – CESPE) Julgue (C ou E) o próximo item, relativo à formação
histórica do território brasileiro.
A formação histórica do território brasileiro iniciou-se com a assinatura do Tratado de Madri, que
determinou, por meio da criação de uma linha imaginária, o primeiro limite territorial da colônia portuguesa
nas Américas.
(....) Certo (....) Errado
02. (TJ/SC – Analista Administrativo – TJ/SC/Adaptada) Sobre o território brasileiro, sua localização
geográfica e sua organização política-territorial, todas as alternativas estão corretas, EXCETO:
(A) O Brasil é uma república federativa formada por 27 unidades sendo, 26 estados e um Distrito
Federal.
(B) A divisão política do território brasileiro tem mudado no decorrer do tempo, assim até a Constituição
de 1988 existia no Brasil a denominação de Território Federal.
(C) Os Territórios Federais eram divisões internas do país administradas diretamente pelo governo
federal.
(D) Na divisão política-administrativa do Brasil, em 1988 é extinto o Território Federal de Fernando de
Noronha, que passa a fazer parte do Estado de Pernambuco.
(E) O Brasil ocupa a porção centro-ocidental da América do Sul, portanto, apresenta fronteiras com
quase todos os países sul-americanos exceto, o Chile e Equador.
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03. (DPE/SP – Oficial de Defensoria Pública – FCC/Adaptada) O Estado Brasileiro organiza-se,
política e administrativamente, sob a forma de
(A) confederação democrática.
(B) república parlamentarista.
(C) república federativa.
(D) federação parlamentarista.
(E) confederação parlamentarista.
Respostas
02. Resposta: E.
O Brasil é considerado um país continental, se encaixa entre os cinco maiores países do mundo. Ocupa
a porção centro-oriental do continente, fazendo fronteira com quase todos os países sul-americanos
(exceção do Chile e do Equador).
03. Resposta: C.
Artigo 18, CF/88: A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
04. Resposta: E.
Artigo 18, CF/88: A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
É necessária maior atenção na leitura do artigo 5º, tendo em vista que este é um dos mais exigidos
em concurso público!
A Constituição de 1988 foi a primeira a estabelecer direitos não só de indivíduos, mas também de
grupos sociais, os denominados direitos coletivos. As pessoas passaram a ser coletivamente
consideradas. Por outro lado, pela primeira vez, junto com direitos foram estabelecidos expressamente
deveres fundamentais. Tanto os agentes públicos como os indivíduos têm obrigações específicas,
inclusive a de respeitar os direitos das demais pessoas que vivem na ordem social.
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TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material,
moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito
a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Súmula 403 do STJ: “Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada
da imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais”.
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial;
A interceptação só pode ocorrer com ordem judicial, para fins de investigação criminal ou instrução
processual penal, sob pena de constituir prova ilícita.
Um exemplo muito utilizado pela doutrina para explicar esse inciso é o do Exame aplicado pela
Ordem dos Advogados do Brasil aos bacharéis em Direito, para que estes obtenham habilitação para
exercer a profissão de advogados. Como é notório, a lei garante a liberdade de trabalho, sendo, no
entanto, que a lei posterior, ou seja, o Estatuto da OAB, prevê a realização do exame para que seja
possível o exercício da profissão de advogado.
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XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário
ao exercício profissional;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos
da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para
o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização,
sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas
por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos
nesta Constituição;
Desde que sejam obedecidos alguns requisitos o proprietário poderá ter subtraída a coisa de sua
propriedade. São eles:
- Necessidade pública;
- Utilidade pública;
- Interesse social;
- Justa e prévia indenização; e
- Indenização em dinheiro.
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não
será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva,
dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
Súmula 486-STJ: É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a
terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da
sua família.
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz
humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem
aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização,
bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros
signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do
País;
XXX - é garantido o direito de herança;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do
"de cujus";
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
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XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou
de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoal;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
- Direito adquirido: Direito que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo
começo do exercício tenha termo prefixo ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem;
- Ato jurídico perfeito: Ato já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou;
- Coisa julgada: Decisão judicial de que não caiba mais recurso.
A lei penal produz efeitos a partir de sua entrada em vigor, não se admitindo sua retroatividade
maléfica. Não pode retroagir, salvo se beneficiar o réu.
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos
termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por
eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra
a ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a
idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante
o período de amamentação;
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LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
na forma da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados
o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Súmula Vinculante 5 do STF: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo
disciplinar não ofende a Constituição.
Até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, o acusado não pode ser considerado
culpado. Cabe à acusação provar a sua culpa. A prisão, antes da condenação definitiva, só é possível
em casos de flagrante delito ou por ordem fundamentada do juiz (preventiva ou temporária).
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei;
Atualmente, a Lei nº 12.037/2009, traz em seu artigo 3º, as hipóteses em que o civilmente
identificado deverá proceder à identificação criminal. São elas:
– o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;
– o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;
– o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si;
– a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade
judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do
Ministério Público ou da defesa;
– constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;
– o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento
apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o
interesse social o exigirem;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em
lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao
juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com
ou sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
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Súmula Vinculante Nº 25 do STF: "É ilícito a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a
modalidade do depósito".
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
"habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
Durante muitos anos não houve uma lei regulamentando o procedimento do mandado de injunção,
e por tal razão, aplicava-se, por analogia, as regras procedimentais do mandado de segurança.
Contudo, após longa espera foi editada a Lei nº 13.300/2016, que disciplina o processo e o
julgamento dos mandados de injunção individual e coletivo.
A grande consequência do mandado de injunção consiste na comunicação ao Poder Legislativo para
que elabore a lei necessária ao exercício dos direitos e liberdades constitucionais.
Cabe ressaltar que este parágrafo somente abrange os tratados e convenções internacionais sobre
direitos humanos. Assim, os demais tratados serão recepcionados pelo ordenamento jurídico brasileiro
com o caráter de lei ordinária.
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§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado
adesão.
O Brasil se submete à jurisdição do TPI (Tribunal Penal Internacional), criado pelo Estatuto de Roma
em 17 de julho de 1998, o qual foi subscrito pelo Brasil e aprovado pelo Decreto Legislativo nº 112/2002,
tendo sua vigência apartes desde ano. Trata-se de instituição permanente, com jurisdição para julgar
genocídio, crimes de guerra, contra a humanidade e de agressão, e cuja sede se encontra em Haia, na
Holanda. Os crimes de competência desse Tribunal são imprescritíveis, dado que atentam contra a
humanidade como um todo.
Segundo José Afonso da Silva, os direitos sociais “são prestações positivas proporcionadas pelo
Estado, direta ou indiretamente, enunciadas em normas constitucionais, que possibilitam melhores
condições de vida aos mais fracos, direitos que tendem a realizar a igualização de situações sociais
desiguais. São, portanto, direitos que se ligam ao direito de igualdade”.
Os direitos sociais exigem a intermediação dos entes estatais para sua concretização; consideram o
homem para além de sua condição individualista, e guardam íntima relação com o cidadão e a sociedade,
porquanto abrangem a pessoa humana na perspectiva de que ela necessita de condições mínimas de
subsistência.
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015)
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo
vedada sua vinculação para qualquer fim;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,
participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da
lei;
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho;
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
negociação coletiva;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do
normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º).
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
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XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte
dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
Observação: A Lei nº 11.770/2008 instituiu o programa empresa Cidadã, que permite que seja
prorrogada a licença à gestante por mais 60 (sessenta) dias, ampliando, com isso o prazo de 120 (cento
e vinte) para 180 (cento e oitenta) dias. Contudo, não é obrigatória a adesão a este programa.
Assim, a prorrogação é uma faculdade para as empresas privadas (que ao aderirem o programa
recebem incentivos fiscais) e para a Administração Pública direita, indireta e fundacional.
Cabe destacar, ainda, que esta lei foi recentemente alterada pela lei nº 13.257/2016, sendo instituída
a possibilidade de prorrogação da licença-paternidade por mais 15 (quinze) dias, além dos 5 (cinco) já
assegurados constitucionalmente as empresas que fazem parte do programa. Porém, para isso, o
empregado tem que requerer o benefício no prazo de 2 (dois) dias úteis após o parto e comprovar a
participação em programa ou atividade de orientação sobre paternidade responsável.
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
XXIV - aposentadoria;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade
em creches e pré-escolas;
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que
este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato
de trabalho;
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo
de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador
portador de deficiência;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
respectivos;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos;
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o
trabalhador avulso
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos
incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e,
atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações
tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos
nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 72, de 2013).
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V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de
direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato,
salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de
colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade
de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das
necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos
públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e
deliberação.
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante
destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.
Da nacionalidade
A nacionalidade é o vínculo jurídico de uma pessoa com determinado Estado Soberano. Vínculo que
gera direitos, porém, também acarreta deveres.
Cidadão é aquele que está no pleno gozo de seus direitos políticos. Geralmente, cidadão é o nacional,
mas pode ocorrer de ser nacional e não ser cidadão (Exemplo: Um indivíduo preso é nacional, mas não
é cidadão, visto estarem suspensos seus direitos políticos, em razão da prisão).
Povo é o elemento humano da nação, do país soberano. É o conjunto dos nacionais. População é
conceito demográfico, engloba nacionais e estrangeiros. Envolve todas as pessoas que estão em um
território num dado momento histórico.
CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de
língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais
de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira.
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b) Nacionalidade secundária: Também denominada nacionalidade adquirida ou voluntária, é a
nacionalidade dos naturalizados, sempre dependendo de um requerimento sujeito à apreciação. Em
geral, não é um direito potestativo, visto não ser automático.
Cidadania
Conforme texto de Orson Camargo99, temos que, no decorrer da história da humanidade surgiram
diversos entendimentos de cidadania em diferentes momentos – Grécia e Roma da Idade Antiga e Europa
da Idade Média. Contudo, o conceito de cidadania como conhecemos hoje, insere-se no contexto do
surgimento da Modernidade e da estruturação do Estado-Nação.
O termo cidadania tem origem etimológica no latim civitas, que significa "cidade". A palavra
cidadania foi usada na Roma antiga para indicar a situação política de uma pessoa e os direitos
que essa pessoa tinha ou podia exercer. Estabelece um estatuto de pertencimento de um indivíduo a
uma comunidade politicamente articulada – um país – e que lhe atribui um conjunto de direitos e
obrigações, sob vigência de uma constituição. O termo cidadão refere-se ao habitante da “cidade”, o
indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um determinado Estado.
Segundo Dalmo Dallari: “A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a
possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania
está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de
inferioridade dentro do grupo social”.100
Ao contrário dos direitos humanos – que tendem à universalidade dos direitos do ser humano na sua
dignidade –, a cidadania moderna, embora influenciada por aquelas concepções mais antigas, possui um
caráter próprio e possui duas categorias: formal e substantiva.
99
CAMARGO, Orson. "O que é cidadania?". Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/cidadania-ou-estadania.htm>. Acesso em
16/02/2017.
100
DALLARI, Direitos Humanos e Cidadania. São Paulo: Moderna, 1998. p.14
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ciência política e sociologia o termo adquire sentido mais amplo, a cidadania substantiva é definida
como a posse de direitos civis, políticos e sociais. Essa última forma de cidadania é a que nos interessa.
Ainda com base no que dispõe a doutrina, o conceito de cidadania comporta duas concepções, sendo
estas de cidadania em sentido estrito e em sentido amplo.
A cidadania em sentido estrito, de acordo com a terminologia tradicional, adotada pela legislação
infraconstitucional e pela quase unanimidade dos autores de direito constitucional, é o direito de participar
da vida política do País, da formação da vontade nacional, abrangendo os direitos de votar e ser votado.
É uma qualidade própria do cidadão, que é justamente o nacional no gozo de direitos políticos.
Por sua vez, a cidadania em sentido amplo, quer significar a participação do cidadão em diversas
atividades ligadas ao exercício de direitos individuais, fundamentando-se, então, no artigo 1º da
Constituição da República. Esta tem um alcance maior. Adotado este sentido mais abrangente, os
nacionais identificam-se como os cidadãos de um Estado.
Existem duas espécies de cidadania: ativa e passiva. A primeira é o direito de votar, enquanto a
segunda, o de ser votado.
A Constituição Federal (CF/88), chamada de “constituição cidadã”, por ser considerada a mais
completa entre as constituições brasileiras, com destaque para os vários aspectos que garantem o acesso
à cidadania, traz já em seu artigo 1º, inciso II, a cidadania como direito fundamental.102 A preocupação
101
CARVALHO, José Murilo. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. pp. 219-29.
102
CF/88: Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
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com os direitos do cidadão é claramente uma resposta ao período histórico diretamente anterior ao da
promulgação da constituição.
Direitos políticos são os direitos do cidadão que permitem sua participação e influência nas atividades
de governo.103 Para Pimenta Bueno, citado por José Afonso da Silva104, os direitos políticos são “as
prerrogativas, atributos, faculdades ou poder de intervenção dos cidadãos ativos no governo de
seu país, intervenção direta ou só indireta, mais ou menos ampla, segundo a intensidade do gozo
desses direitos.”
Para Gomes105, direitos políticos são “as prerrogativas e os deveres inerentes à cidadania.
Englobam o direito de participar direta ou indiretamente do governo, da organização e do
funcionamento do Estado.”
A Constituição Federal de 1988 dedica o capítulo IV do título II, referente aos direitos e garantias
fundamentais, aos direitos políticos.106 O tema direitos políticos compreende os institutos do direito de
sufrágio, sistemas eleitorais, privação dos direitos políticos e inelegibilidades.
Sufrágio
Processo de seleção do corpo eleitoral. Pelo sufrágio determina-se quem pode, ou não, votar. No Brasil
adota-se o sufrágio universal.
Voto
Meio pelo qual se manifesta uma vontade, num julgamento ou deliberação coletiva.
Eleição
É a ação de eleger, escolher ou de ser escolhido por meio da votação.
Cidadania: conjunto de direitos e deveres exercidos por um indivíduo que vive em sociedade, no que
se refere ao seu poder e grau de intervenção no usufruto de seus espaços e na sua posição em poder
nele intervir e transformá-lo.
Elegibilidade: capacidade jurídica para apresentar-se candidato a cargo público pelo sufrágio popular;
possibilidade de eleger-se.
CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
Plebiscito: é convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, pelo
voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido.
Referendo: é convocado com posterioridade a ato legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a
respectiva ratificação ou rejeição.
103
http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/direitos-politicos-e-sufragio-roteiros-eje. Acesso em 17/06/2015.
104
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 27. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2006. p. 345.
105
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 8. ed. – São Paulo: Atlas, 2012. p. 4.
106
Artigos 14 a 16 da CF 88.
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Iniciativa popular: consiste na apresentação de projeto de lei à Câmara dos Deputados, subscrito
por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por 5 Estados, com não
menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles (art. 13, da Lei nº 9.709/98).
Idade
Cargo
mínima
Presidente e Vice-Presidente da República e
35
Senador
Governador e Vice-Governador de Estado e do
30
Distrito Federal
Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital,
21
Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz
18 Vereador
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pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder
econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias
contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou
fraude.
§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na
forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos
de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se
aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.
Os Partidos Políticos são associações constituídas para a participação da vida política de um país,
para a formação da vontade nacional, com objetivos de propagação de ideias e de conquista, total ou
parcial do poder político. São peças fundamentais de um sistema político democrático, destinadas “a
assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender
os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal”. Dentro desse contexto, compete aos partidos
de situação, além de propagar e implantar as ideias constantes do estatuto do partido, dar sustentação
política ao governo no Parlamento, aprovando seus projetos. Aos partidos de oposição, além da
propaganda de ideias e da luta pela conquista do poder político, compete à fiscalização dos atos do
governo, bem como a formulação de políticas alternativas.
Deve existir uma identidade política do candidato com o partido pelo qual concorre às eleições
populares. Pelo princípio da fidelidade partidária, o parlamentar eleito deve observar o programa
ideológico do partido em que se inscreveu e as diretrizes dos órgãos de direção partidária.
CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a
soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa
humana e observados os seguintes preceitos: Regulamento.
I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de
subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer
regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas
eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de
vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus
estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 97, de 2017)
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus
estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na
forma da lei, os partidos políticos que alternativamente: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
97, de 2017)
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I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos
válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois
por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das
unidades da Federação (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado
o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo
essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito
ao tempo de rádio e de televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
Questões
03. (TRF - 3ª REGIÃO - Técnico Judiciário - FCC/2016) Sobre o disposto nos incisos do art. 5º da
Constituição Federal, é INCORRETO afirmar que é
(A) livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, desde que atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer.
(B) permitido se reunir pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente
de autorização ou prévio aviso, desde que a iniciativa não frustre outra reunião anteriormente convocada
para o mesmo local.
(C) livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença.
(D) assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nos estabelecimentos
penitenciários.
(E) livre a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas, independentemente de
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento.
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(B) o acesso à informação é garantido apenas aos cidadãos que estejam politicamente regulares com
a administração pública, no âmbito federal, estadual e municipal.
(C) no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular,
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.
(D) apesar de aceito pela jurisprudência atual, não há dispositivo legal na Constituição Federal de 1988
que preveja expressamente o direito à indenização por danos morais.
(E) são assegurados a todos, comprovado o pagamento das respectivas taxas, o direito de petição aos
Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.
07. (SEJUS/PI - Agente Penitenciário - NUCEPE/2016) Sobre a disciplina constitucional dos direitos
sociais, assinale a alternativa CORRETA.
(A) A assistência gratuita aos filhos e dependentes é garantida desde o nascimento até oito anos de
idade em creches e pré-escolas.
(B) É garantido seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização
a que este está obrigado, desde que tenha agido com dolo.
(C) É proibido trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a
menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.
(D) É garantido o repouso semanal remunerado, obrigatoriamente aos domingos.
(E) É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de
direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até três anos após o final do mandato,
salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
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09. (Câmara de Natal/RN - Guarda Legislativo - COMPERVE/2016) A liberdade do indivíduo, direito
fundamental tradicionalmente caracterizado como de primeira dimensão ou geração, possui
desdobramentos e se expressa em variadas espécies no âmbito do atual Estado Constitucional
Democrático, sendo possível falar em liberdade de ir e vir, liberdade religiosa, liberdade profissional,
dentre outras. No que diz respeito especificamente à liberdade de associação sindical, de acordo com as
diretrizes constitucionais, é possível observar que no Brasil é livre a associação sindical, cabendo aos
sindicatos a defesa dos
(A) direitos individuais da categoria em questões judiciais, excluídas as questões administrativas e de
ordem internacional.
(B) interesses individuais da categoria, excluídos os coletivos, inclusive em questões judiciais ou
administrativas.
(C) direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou
administrativas.
(D) interesses coletivos da categoria em questões judiciais, excluídos os interesses individuais e as
questões administrativas e incluídas as questões internacionais.
11. (TJ/MT - Analista Judiciário - Ciências Contábeis - UFMT/2016) Sobre a nacionalidade, assinale
a afirmativa INCORRETA.
(A) São brasileiros natos os filhos de pais estrangeiros nascidos no Brasil, desde que estes não estejam
a serviço de seu país.
(B) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira, desde que qualquer um
deles esteja a serviço do Brasil.
(C) São brasileiros naturalizados os originários dos países de língua portuguesa, na forma da lei,
residentes por um ano ininterrupto no Brasil.
(D) São brasileiros naturalizados os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes no Brasil há
mais de dez anos e sem condenação penal.
12. (TRT - 14ª Região (RO e AC) - Técnico Judiciário - Área Administrativa - FCC/2016) As irmãs
Catarina e Gabriela são brasileiras naturalizadas. Ambas possuem carreira jurídica brilhante, destacando-
se profissionalmente. Catarina almeja ocupar o cargo de Ministra do Supremo Tribunal Federal e Gabriela
almeja ocupar o cargo de Ministra do Tribunal Superior do Trabalho. Neste caso, com relação ao requisito
nacionalidade,
(A) nenhuma das irmãs poderá alcançar o cargo almejado.
(B) ambas as irmãs poderão alcançar o cargo almejado, independentemente de qualquer outra
exigência legal.
(C) apenas Gabriela poderá alcançar o cargo almejado.
(D) apenas Catarina poderá alcançar o cargo almejado.
(E) ambas as irmãs só poderão alcançar o cargo almejado se tiverem mais de quinze anos de
naturalização.
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14. (SJC/SC - Agente de Segurança Socioeducativo – FEPESE/2016) Assinale a alternativa correta
acerca da nacionalidade.
(A) Apenas os nascidos na República Federativa do Brasil poderão ser considerados brasileiros
naturalizados.
(B) As pessoas originárias de países de língua portuguesa que contarem com residência permanente
por um ano ininterrupto e possuírem idoneidade moral poderão adquirir a nacionalidade brasileira nata.
(C) O filho de pai brasileiro ou mãe brasileira, ainda que nascido no estrangeiro, sempre será
considerado brasileiro nato.
(D) Passados dez anos de residência ininterrupta na República Federativa do Brasil, poderá o
estrangeiro de qualquer nacionalidade requerer a nacionalidade brasileira.
(E) É brasileiro nato o nascido na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
desde que estes não estejam a serviço de seu país.
15. (Prefeitura de Teresina/PI - Técnico de Nível Superior - FCC/2016) Paula, filha de diplomatas
americanos, nasceu no Brasil quando seus pais estavam a serviço dos Estados Unidos da América.
Camilla, que é cidadã inglesa, sem condenação penal e residente há 10 anos no Brasil, deseja obter a
cidadania brasileira. João, estrangeiro originário de país de língua portuguesa, tem comprovada
idoneidade moral e reside há 1 ano ininterrupto no Brasil. De acordo com as normas da Constituição
Federal que disciplinam os requisitos para a aquisição da nacionalidade brasileira, Paula, por
(A) ser filha de diplomatas americanos a serviço de seu país, não é cidadã brasileira. Camilla preenche
os requisitos e já pode, caso requeira, ser naturalizada brasileira. João, por não cumprir o requisito
temporal mínimo exigido, ainda não pode ser naturalizado brasileiro.
(B) ter nascido no Brasil, é cidadã brasileira. Camilla preenche os requisitos e já pode, caso requeira,
ser naturalizada brasileira. João, por não cumprir o requisito temporal mínimo exigido, ainda não pode ser
naturalizado brasileiro.
(C) ser filha de diplomatas americanos a serviço de seu país, não é cidadã brasileira. Camilla preenche
os requisitos e já pode, caso requeira, ser naturalizada brasileira. João, por cumprir todos os requisitos,
já pode ser naturalizado brasileiro, caso requeira.
(D) ser filha de diplomatas americanos a serviço de seu país, não é cidadã brasileira. Camila, por não
cumprir o requisito temporal mínimo, ainda não pode ser naturalizada brasileira. João, por cumprir todos
os requisitos, já pode ser naturalizado brasileiro, caso requeira.
(E) ser filha de diplomatas americanos a serviço de seu país, não é cidadã brasileira. Camilla, por não
cumprir o requisito temporal mínimo, ainda não pode ser naturalizada brasileira. João, por não cumprir o
requisito temporal mínimo exigido, ainda não pode ser naturalizado brasileiro.
18. (UFPB - Assistente Administrativo - INSTITUTO AOC) Assinale a alternativa que apresenta o
que significa cidadania
(A) O direito de agir somente por meio de recompensas pessoais.
(B) O direito de viver como bem entender.
(C) O direito de falar o que quiser e a quem quiser de forma completamente imune.
(D) O direito de exigir sempre e da forma que julgar conveniente.
(E) O direito de viver decentemente.
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19. (PC/SP -Auxiliar de Papiloscopista Policial – VUNESP) Com relação à cidadania, assinale a
alternativa correta.
(A) A cidadania confere à pessoa um conjunto de direitos para que participe ativamente do governo de
seu povo, porém não implica a observância de obrigações e deveres, uma vez que deve ser exercida de
forma plena.
(B) O conceito contemporâneo de cidadania compreende sua autonomia e ausência de dependência
ou relação com os direitos humanos.
(C) A cidadania não tem conceito estanque, mas histórico, uma vez que varia no tempo e no espaço.
(D) A cidadania é exercida por indivíduos, não podendo ser exercida por grupos de pessoas ou por
instituições.
(E) O conceito de cidadania, atualmente, restringe-se à “qualidade de gozar direitos políticos”.
21. (IFF - Operador de Máquinas Agrícolas - FCM/2016) Sobre os Direitos Políticos, previstos na
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, analise as afirmativas abaixo, e marque (V) para
verdadeiro ou (F) para falso:
( ) Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, na forma e
gradação previstas em lei.
( ) A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto indireto e aberto, com valor
igual para todos.
( ) A filiação partidária é uma condição de elegibilidade.
( ) O alistamento e o voto são obrigatórios para os maiores de dezesseis anos.
A sequência correta é
(A) V, V, F, V.
(B) F, V, F, F.
(C) V, V, V, F.
(D) F, V, F, V
(E) V, F, V, F.
22. (TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Técnico Judiciário - FCC/2016) A respeito dos direitos políticos,
considere:
I. São condições de elegibilidade, dentre outras, a idade mínima de trinta e cinco anos para Presidente
e Vice-Presidente da República e Senador, trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e
do Distrito Federal e vinte um anos para Prefeito, Vice-Prefeito e Juiz de Paz.
II. O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios, inclusive para os conscritos, durante o período de
serviço militar obrigatório.
III. Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do
Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
IV. São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou
afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, do Governador de Estado ou
Território, do Distrito Federal, do Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores
ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
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23. (Prefeitura de Chopinzinho/PR - Procurador Municipal - FAU/2016) Os Direitos Políticos ou
Direitos de Cidadania são o conjunto dos direitos atribuídos ao cidadão, que lhes permite, através do voto,
do exercício de cargos públicos ou da utilização de outros instrumentos constitucionais e legais, ter efetiva
participação e influência nas atividades de governo. De acordo com o disposto na Constituição Federal
de 1988, assinale a alternativa INCORRETA:
(A) Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos.
(B) Exige-se a idade mínima de trinta anos para elegibilidade de Governador e Vice-Governador de
Estado e do Distrito Federal.
(C) São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
(D) A principal distinção entre Referendo e Plebiscito é que o primeiro é convocado previamente à
criação do ato legislativo ou administrativo que trate do assunto em pauta, e o Plebiscito é convocado
posteriormente, cabendo ao povo ratificar ou rejeitar a proposta.
(E) Regra geral, para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de
Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses
antes do pleito.
25. (CIS – AMOSC/SC - Técnico administrativo - Cursiva) Na Constituição Federal, Art. 14. A
soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para
todos, e, nos termos da lei, mediante:
(A) plebiscito, referendo e iniciativa popular
(B) plebiscito, eleição e iniciativa popular
(C) plebiscito, referendo e eleição direta
(D) nenhuma alternativa correta
26. (TJ/MA - Juiz Substituto - CESPE/2016) De acordo com o que está expresso na CF acerca dos
partidos políticos, é livre a criação, a fusão, a incorporação e a extinção de partidos políticos,
resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais
da pessoa humana, desde que observado(a)
(A) a obrigação de prestar contas à justiça eleitoral.
(B) a apreciação da legalidade dos atos de admissão de pessoal para fins de registro.
(C) a vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal em caso de
coligações eleitorais.
(D) o caráter regional do novo partido que se pretenda criar.
(E) a ampla publicidade dos orçamentos dos partidos políticos.
27. (TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário – Contabilidade - CESPE/2016) Assinale a
opção correta acerca do que dispõe a CF sobre partidos políticos.
(A) Os partidos políticos possuem personalidade jurídica de direito público.
(B) A previsão constitucional de que a lei regrará a função parlamentar autoriza o estabelecimento,
pela legislação infraconstitucional, de padrões mínimos de desempenho eleitoral como condição para
funcionamento do partido nas casas legislativas.
(C) É inconstitucional, por ofensa ao pluripartidarismo e ao pluralismo político, a fixação de
proporcionalidade entre a representatividade partidária e a distribuição do fundo partidário e do tempo na
televisão e no rádio.
(D) A exigência de caráter nacional dos partidos políticos visa resguardar o princípio federativo da
unidade nacional.
(E) A vedação à utilização de organização paramilitar não obsta que os partidos, em razão da
autonomia que lhe é constitucionalmente assegurada, convencionem indumentária uniformizada ou que
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estabeleçam, em seu âmbito interno, relação de comando e obediência baseada em hierarquia rígida e
fidelidade partidária.
28. (CIS - AMOSC/SC - Técnico administrativo - Cursiva) Na Constituição Federal, Art. 17. É livre a
criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes
preceitos. Assinale a alternativa correta.
I - caráter nacional
II – proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de
subordinação a estes;
III – prestação de constas à Justiça Eleitoral;
IV – funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
30. (AL/GO – Procurador - CS-UFG) A Constituição Federal dispõe em capítulo próprio acerca dos
partidos políticos no Brasil, dizendo que é livre a sua criação, fusão, incorporação e extinção,
resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais
da pessoa humana e ainda observando, dentre outros, o seguinte preceito:
(A) redução das desigualdades regionais e sociais.
(B) independência nacional.
(C) caráter nacional.
(D) igualdade entre os Estados.
Respostas
01. Resposta: “C”. A alternativa “A” está incorreta, porque é livre a manifestação do pensamento,
sendo vedado o anonimato (art. 5º, IV); a “B” está incorreta, porque é plena a liberdade de associação
para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar (art. 5º, XVII); a “D” está incorreta, pois é livre a expressão
da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença
(art. 5º, IX). Assim, resta somente como correta a alternativa “C”, que traz a redação do art.5º, II, da CF.
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05. Resposta: “B”.
A alternativa traz a redação do que prevê o inciso IX, do art. 5º, da CF/88: “é livre a expressão de
atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”.
Este inciso tem por escopo a proteção da liberdade de expressão, sendo expressamente vedada a
censura e a licença.
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brasileiro nato, se qualquer um deles estiver a serviço da República Federativa do Brasil. A alternativa
“D” está incorreta, uma vez que o tempo exigido é de mais de 15 anos ininterruptos e não 10 anos.
21. Resposta: “E”. Somente são falsas a segunda e a quarta afirmativa, tendo em vista que nos
termos do que prevê a Constituição Federal de 1988: “a soberania popular será exercida pelo sufrágio
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos” (art. 14, caput) e o “alistamento e o voto
são obrigatórios para os maiores de dezoito anos” (art. 14, §1º, I).
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26. Resposta: “A”.
Nos termos do que disciplina o art. 17, III, da CF/88, a prestação de contas à Justiça Eleitoral é um
dos preceitos que devem ser observados pelos partidos políticos.
Organização do Estado
A nossa Constituição Federal, em seu Título III regulamenta a organização do Estado Brasileiro.
Falar em organização de um estado é falar de como ele está composto, como está dividido, quais os
poderes, as atribuições e competências de cada entidade que o compõe, é falar o que é proibido a cada
poder e os relacionamentos que devem ter um para com os outros.
Nossa organização político-administrativa compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios. A Constituição admite a criação de Territórios Federais, que, se criados, integrarão a União,
podendo ser transformados em Estados ou reintegrados ao Estado de origem.
É permitido juntar um Estado a outro para formar novo Estado ou Território Federal ou dividir um Estado
para formar outros, desde que a população diretamente interessada aprove, através de plebiscito e o
Congresso Nacional também aprove, por lei complementar.
Da mesma forma, Municípios podem ser criados, incorporados ou divididos, desde que seja divulgado
junto às populações envolvidas, Estudos de Viabilidade Municipal, para que essas populações votem,
através de plebiscito. Esta alteração será feita por lei estadual.
TÍTULO III
Da Organização do Estado
CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
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§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual,
dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia,
mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de
Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou
manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da
lei, a colaboração de interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
União
Trata-se de pessoa jurídica de direito público interno. Não obstante, ela representa a pessoa jurídica
de direito internacional República Federativa do Brasil. Somente ela tem esse poder de representação,
as demais pessoas políticas não.
A União é autônoma em relação aos Estados, Distrito Federal e Municípios, não se confundindo com
a República Federativa do Brasil. Enquanto a República brasileira é o próprio Estado Federal, equivalendo
à ordem jurídica total, a União é entidade integrante do todo, sendo uma ordem jurídica parcial, até mesmo
em sua acepção externa.107
No plano legislativo, edita tanto leis nacionais — que alcançam todos os habitantes do território
nacional e outras esferas da Federação — como leis federais — que incidem sobre os jurisdicionados da
União, como os servidores federais e o aparelho administrativo da União.
A União tem bens próprios, definidos na Constituição da República (art. 20). Para efeitos
administrativos e visando ao desenvolvimento de regiões a redução das desigualdades regionais, o art.
43 da Constituição faculta criação de regiões, cada qual compreendendo um mesmo complexo geográfico
e social.
CAPÍTULO II
DA UNIÃO
107
BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de Direito Constitucional. 8ª ed. Rev. E atual. – São Paulo: Saraiva, 2014, p. 928.
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Art. 21. Compete à União:
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;
II - declarar a guerra e celebrar a paz;
III - assegurar a defesa nacional;
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território
nacional ou nele permaneçam temporariamente;
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;
VII - emitir moeda;
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira,
especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento
econômico e social;
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de
telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um
órgão regulador e outros aspectos institucionais;
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em
articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou
que transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e
a Defensoria Pública dos Territórios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012)
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito
Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços
públicos, por meio de fundo próprio;
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito
nacional;
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e
televisão;
XVII - conceder anistia;
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as
secas e as inundações;
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de
direitos de seu uso;
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e
transportes urbanos;
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal
sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de
minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante
aprovação do Congresso Nacional;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a
pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais;
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos
de meia-vida igual ou inferior a duas horas;
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa;
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma
associativa.
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I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do
trabalho;
II - desapropriação;
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
V - serviço postal;
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;
VIII - comércio exterior e interestadual;
IX - diretrizes da política nacional de transportes;
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;
XI - trânsito e transporte;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;
XIV - populações indígenas;
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões;
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria
Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 69, de 2012)
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;
XX - sistemas de consórcios e sorteios;
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização
das polícias militares e corpos de bombeiros militares;
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;
XXIII - seguridade social;
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
XXV - registros públicos;
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações
públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido
o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do
art. 173, § 1°, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;
XXIX - propaganda comercial.
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas
das matérias relacionadas neste artigo.
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio
público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de
deficiência;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor
histórico, artístico ou cultural;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à
inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de
saneamento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social
dos setores desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos
hídricos e minerais em seus territórios;
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XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em
âmbito nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II - orçamento;
III - juntas comerciais;
IV - custas dos serviços forenses;
V - produção e consumo;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico;
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e
inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
XI - procedimentos em matéria processual;
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
XV - proteção à infância e à juventude;
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas
gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar
dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena,
para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que
lhe for contrário.
Estados Federados
Os Estados têm governo próprio, desempenhando as funções dos três poderes estatais — Executivo,
Legislativo e Judiciário. A Constituição da República também lhes adjudica bens próprios (art. 26). No
âmbito da competência legislativa dos Estados, eles editam as normas e as executam com autonomia.
Os governadores são as autoridades executivas máximas e a Assembleia Legislativa é a sede do Poder
Legislativo. A Constituição da República disciplina, com alguma minúcia, tanto as eleições para ambos
os poderes, o seu funcionamento, bem como aspectos de remuneração dos seus titulares (arts. 27 e 28
da CF/88).
De acordo com o disposto no art. 25 da CF/88 os Estados-membros organizam-se e se regem pelas
Constituições e leis que adotarem, além dos princípios estabelecidos na CF/88. Os Estados-membros
possuem competência residual, vez que as competências e atribuições da União encontram-se expressas
na Constituição e a dos Municípios encontram-se associadas aos interesses locais. Assim, a
“residualidade” indica que não havendo atribuição expressa da União ou não se tratando de interesse
local, a competência será dos Estados-membros. Os Estados-membros são reconhecidos como entes
federativos autônomos.
Diz que lei regulará a iniciativa popular no processo legislativo local e estende aos deputados estaduais
as normas de inviolabilidade e imunidade atinentes aos parlamentares no Congresso Nacional.
a) Autonomia: pode ser definida como a condição “de gerir os negócios próprios dentro de limites
fixados por poder superior”. A autonomia dos Estados federados se consubstancia na sua capacidade de
autogoverno, auto-organização, auto legislação, autoadministração, autonomia tributária, financeira e
orçamentária. A matéria que for entregue à União deve ser respeitada pelos Estados, que não podem se
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recusar a aceitar as determinações da União sobre os assuntos de sua competência constitucional. Por
tal razão os Estados membros não são soberanos, mas apenas autônomos.
b) Auto-organização: derivada do Poder Constituinte Decorrente, com lastro no qual são promulgadas
as Constituições Estaduais (a auto-organização se manifesta pela Constituição Estadual, que estabelece
a estruturação das funções estatais no Estado-membro). Os Estados possuem um ordenamento
autônomo misto, observa Raul Machado Horta, “parcialmente derivado e parcialmente originário.” A
organização dos Estados é estabelecida pela própria Constituição, observados os limites estabelecidos
pela Constituição da República. O STF adota o princípio da simetria, utilizado pela Corte para garantir,
quanto aos aspectos reputados substanciais, homogeneidade na disciplina normativa da separação,
independência e harmonia dos poderes, nos três planos federativos. Ela está consagrada no caput do art.
25, segundo o qual “os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem,
observados os princípios desta Constituição”. Os referidos princípios são:
- Princípios constitucionais sensíveis – assim denominados, pois sua inobservância pelos Estados
no exercício de suas competências legislativas, administrativas ou tributárias, pode acarretar a sanção
politicamente mais grave existente em um Estado Federal, a intervenção na autonomia política. Estão
previstos no art. 34, VII da CR, sendo eles:
- Princípios federais extensíveis – são normas centrais comuns à União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, portanto de observância obrigatória no poder de organização do Estado. A Constituição
vigente, em prestígio do federalismo, praticamente eliminou estes princípios, restando apenas a regra
segundo a qual os vencimentos dos Ministros do STF é o teto geral para todas as remunerações no
serviço público.
c) Auto legislação: os Estados são regidos por leis próprias (CF, art.25), elaboradas segundo o
processo legislativo estabelecido em suas Constituições. Em que pese o Poder Legislativo nos Estados
ser unicameral, os princípios básicos do processo legislativo federal são normas de reprodução
obrigatória, cujo modelo deve ser seguido pelas Constituições Estaduais.
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O subsídio do governador será o limite remuneratório de todo o Poder Executivo Estadual, exceto para
os procuradores (inclusive os autárquicos) e defensores públicos, que será de 90,25% do que percebem
os Ministros do STF (art. 37, XI).
De acordo com o STF, não se aplica a vedação de recondução ao mesmo cargo na mesma legislatura,
na Mesa da AL. É vedação opcional na Constituição Estadual, diferentemente do que ocorre no legislativo
nacional.
- As áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob
domínio da União, Municípios ou terceiros;
Observações gerais:
- Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras sobre sistema
eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e
incorporação às Forças Armadas.
- Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração pública direta
ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público.
CAPÍTULO III
DOS ESTADOS FEDERADOS
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem,
observados os princípios desta Constituição.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta
Constituição.
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás
canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas,
aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes,
para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse
comum.
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Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas,
neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas
sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos,
realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro,
em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e
a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o
disposto no art. 77.
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração
pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o
disposto no art. 38, I, IV e V.
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão
fixados por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI,
39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
Dos Municípios.
O Município pode ser definido como pessoa jurídica de direito público interno e autônoma nos termos
e de acordo com as regras estabelecidas na CF/88.
Muito se questionou a respeito de serrem os Municípios parte integrante ou não de nossa Federação,
bem como sobre a sua autonomia. A análise dos arts. 1º e 18, bem como de todo o capítulo reservado
aos Municípios, leva-nos ao único entendimento de que eles são entes federativos, dotados de autonomia
própria, materializada por sua capacidade de auto-organização (art. 29, caput, da CF), autogoverno
(elege, diretamente, o Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores, conforme incisos do art. 29 da CF),
autoadministração e auto legislação (art. 30 da CF). Ainda mais diante do art. 34, VII, “c”, que
estabelece a intervenção federal na hipótese de o Estado não respeitar a autonomia municipal.
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- Prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à
saúde da população;
- Promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do
uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
- Promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação
fiscalizadora federal e estadual.
Lei orgânica
O Município reger-se-á por Lei Orgânica, votada em dois turnos, com o interstício (pequeno intervalo)
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará,
atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal, na Constituição do respectivo Estado e os
seguintes preceitos:
- Eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito
direto e simultâneo realizado em todo o País;
- Eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao
término do mandato dos que devam suceder, aplicadas às regras do art. 77, no caso de Municípios com
mais de duzentos mil eleitores;
- Posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subsequente ao da eleição;
- Para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo de vereadores de
acordo com o número de habitantes nos Municípios, nos termos do art. 29, IV, da CF.
- Subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais, fixados por lei de iniciativa da
Câmara Municipal, observado o teto estabelecido pela Constituição Federal;
Com relação à competência municipal, importante destacar que o legislador constituinte optou por
enumerar num mesmo artigo - artigo 30 - as competências legislativas e materiais, abandonando a técnica
de separar essas modalidades em artigos diferentes. O presente estudo assume, contudo, a proposta de
abordar as competências legislativas dos incisos I e II do art. 30.
Em caso de violação à autonomia do Município por parte do Estado-membro onde aquele se situa
enseja a intervenção federal, na forma do artigo 34, inciso V, alínea b e inciso VII, alínea c da Constituição
da República.
Ademais, a violação da autonomia municipal por parte da União enseja o controle de
constitucionalidade abstrato ou concreto pelo Poder Judiciário. Entretanto, quando o Município não aplicar
o mínimo exigido da receita destinada à saúde e à educação a intervenção do Estado no Município será
a medida cabível (artigo 35, inciso III da Constituição).
Para Hely Lopes Meirelles108, os “agentes políticos são os componentes do Governo nos seus
primeiros escalões, investidos em cargos, funções, mandatos ou comissões, por nomeação,
eleição, designação ou delegação para o exercício de atribuições constitucionais”.
Remuneração, em sentido amplo, exprime a recompensa, o pagamento ou a retribuição por serviços
prestados. Sua principal característica é a retribuição permanente e normal. Já subsídio, na terminologia
do Direito Constitucional, designa a remuneração, fixa e mensal, paga aos agentes políticos.
O “teto” é a figura de linguagem correspondente a limite superior, à maior remuneração paga pela
Administração. No Município, o teto para servidores e agentes políticos é o valor recebido pelo Prefeito
Municipal, conforme previsto no artigo 37, XI, da Constituição.
O subsídio do Prefeito, por sua vez, não pode superar o subsídio mensal dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal (artigo 37, XI, CF), podendo, contudo, o Estado, mediante emenda à sua própria
Constituição, fixar no âmbito de seu território, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores
do respectivo Tribunal de Justiça, restrito isso a 90,25% do subsídio mensal dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal (Artigo 37, § 12, CF).
Os subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais serão fixados em parcela única,
por lei de iniciativa da Câmara Municipal (artigo 29, V, da CF).
108
Manual básico – Remuneração dos Agentes Políticos Municipais – TCE/SP – disponível em:
http://www4.tce.sp.gov.br/sites/default/files/2007_remuneracao_ag_politicos_municipais.pdf.
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O subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para
a subsequente, observado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabelecidos na
respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos:
a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a vinte
por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a trinta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a quarenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a cinquenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a sessenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
Cabe às Câmaras Municipais a função do Poder Legislativo municipal, sendo composta pelos
vereadores. A palavra “vereador” tem origem no verbo “verear” que significa administrar, reger, governar.
São eleitos pelo voto secreto e direto pelos eleitores para representá-los nos assuntos de interesse do
município; são agentes políticos investidos de mandato legislativo municipal, competindo o direito de
participar de todas as discussões e deliberações do Plenário, votar para a estrutura interna dos serviços
da Câmara, concorrer aos cargos da Mesa e Comissões, usar da palavra em defesa das proposições
atinentes a assuntos municipais, apresentar projetos de lei e pedidos de informação.
- O total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco
por cento da receita do Município;
- Inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na
circunscrição do Município;
- Proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber, ao disposto
nesta Constituição para os membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo Estado para
os membros da Assembleia Legislativa;
- Julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;
- Organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal;
- Cooperação das associações representativas no planejamento municipal;
- Iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros,
através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;
- Perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único. (Perderá o mandato o
Governador que assumir outro cargo ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada a
posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V).
Súmula 525 do STJ: A Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica, apenas
personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos
institucionais.
O art. 18, §4º, da CF/88, com a nova redação dada pela E.C. nº 15/96, estabelece as regras para a
criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios, nos seguintes termos e obedecendo
às seguintes etapas:
Lei complementar federal: determinará o período para a mencionada criação, incorporação, fusão
ou desmembramento de Municípios, bem como o procedimento;
Estudo de viabilidade municipal: deverá ser apresentado, publicado e divulgado, na forma da lei,
estudo demonstrando a viabilidade da criação, incorporação, fusão ou desmembramento de Municípios;
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Plebiscito: desde que positivo o estudo de viabilidade, far-se-á consulta às populações dos municípios
envolvidos (de todos os Municípios envolvidos, e não apenas da área a ser desmembrada), para
aprovarem ou não a criação, incorporação, fusão ou desmembramento.
Lei estadual: dentro do período que a lei complementar federal definir desde que já tenha havido um
estudo de viabilidade e aprovação plebiscitária, serão criados, incorporados, fundidos ou desmembrados
Municípios, através de lei estadual.
Para a criação de novos Municípios, o art. 18, § 4º da CF/88 exige a edição de uma Lei
Complementar Federal estabelecendo o procedimento e o período no qual os Municípios poderão ser
criados, incorporados, fundidos ou desmembrados. Como atualmente não existe essa LC, as leis
estaduais que forem editadas criando novos Municípios serão inconstitucionais por violarem a
exigência do § 4º do art. 18. STF. Plenário. ADI 4992/RO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
11/9/2014 (Info 758).
Deveres do município
Segundo a CF/88, devem os municípios prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do
Estado, serviços de atendimento à saúde da população e promover o adequado ordenamento territorial,
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; promover a
proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e
estadual.
Conforme previsto no Art. 31 da CF/88, a fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo
Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal,
na forma da lei. O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de
Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde
houver.
O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente
prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.
Para fiscalização pela população, as contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias,
anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-
lhes a legitimidade, nos termos da lei.
Segundo orientação do Supremo Tribunal Federal, as contas gerais do Chefe do Executivo Municipal
submetem-se à apreciação da Câmara de Vereadores, por autoridade e jurisdição privativa, podendo o
Tribunal de Contas estadual julgar as contas dos ordenadores de despesas, exceto as do prefeito, ainda
que diretamente tenha exercido essa atribuição.
CAPÍTULO IV
Dos Municípios
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de
dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os
princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes
preceitos:
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante
pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao
término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com
mais de duzentos mil eleitores;
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subsequente ao da eleição;
IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo de:
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes;
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000
(trinta mil) habitantes;
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c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000
(cinquenta mil) habitantes;
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até
80.000 (oitenta mil) habitantes;
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até
120.000 (cento e vinte mil) habitantes;
f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de
até 160.000 (cento sessenta mil) habitantes;
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e
de até 300.000 (trezentos mil) habitantes;
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até
450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes;
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil)
habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes;
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de
até 750.000 (setecentos cinquenta mil) habitantes;
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 (setecentos e cinquenta mil)
habitantes e de até 900.000 (novecentos mil) habitantes;
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 (novecentos mil) habitantes e de
até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes;
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil)
habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes;
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil)
habitantes e de até 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes;
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil)
habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes;
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil)
habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes;
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil)
habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes;
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos
mil) habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes
e de até 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes;
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000 (quatro milhões) de
habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes;
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000 (cinco milhões) de
habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes;
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes
e de até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes;
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes
e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e
x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000 (oito milhões) de
habitantes;
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa da
Câmara Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura
para a subsequente, observado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabelecidos na
respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos:
a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a vinte
por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a trinta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a quarenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a cinquenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a sessenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
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f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de
cinco por cento da receita do Município;
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na
circunscrição do Município;
IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber, ao disposto
nesta Constituição para os membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo Estado para
os membros da Assembleia Legislativa;
X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;
XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal;
XII - cooperação das associações representativas no planejamento municipal;
XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros,
através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;
XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único.
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores
e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao
somatório da receita tributária e das transferências previstas no § 5o do art. 153 e nos arts. 158 e 159,
efetivamente realizado no exercício anterior:
I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000 (cem mil) habitantes;
II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos
mil) habitantes;
III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000
(quinhentos mil) habitantes;
IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população entre 500.001
(quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001 (três milhões e um) e
8.000.000 (oito milhões) de habitantes;
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população acima de 8.000.001
(oito milhões e um) habitantes.
§ 1o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha de
pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores.
§ 2o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal:
I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo;
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou
III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária.
§ 3o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o desrespeito ao §
1o deste artigo.
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle
externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
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§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos
Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente
prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer
contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.
Distrito Federal
Nos termos do que dispõe a Constituição Federal de 1988, o Distrito Federal não é mais Capital
Federal, pois, de acordo com o art. 18, §1º, a Capital Federal é Brasília, que se situa dentro do território
do Distrito Federal. Aliás, nos termos do art. 6º da Lei Orgânica do DF, Brasília, além de Capital da
República Federativa do Brasil, é a sede do governo do Distrito Federal.
Após a promulgação da Constituição de 1988, o Distrito Federal passou a gozar da mais ampla
autonomia, autogovernando-se através de leis e autoridades próprias; possui capacidade de auto-
organização, autogoverno, autoadministração e auto legislação.
- Auto-organização (art. 32 da CF): O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á
por lei orgânica, votada em 2 turnos, com interstício mínimo de 10 dias e aprovada por 2/3 dos membros
da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal.
- Autogoverno (art. 32, §§ 2º e 3º): O Distrito Federal estrutura o Poder Executivo e Legislativo. Quanto
ao Poder Judiciário, competirá exclusivamente à União organizar e mantê-lo, afetando parcialmente a
autonomia do Distrito Federal. Compete à União organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério
Público e a Defensoria Pública do Distrito Federal (art. 21, XIII da CF); organizar e manter a polícia civil,
polícia militar e o corpo de bombeiros militar, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal
para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio (art. 21, XIV da CF). “Lei, federal disporá
sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das policias civil, militar e do corpo de bombeiros
militar” (art. 32, §4º da CF). Compete à União legislar sobre organização judiciária, do Ministério Público
e da Defensoria Pública do Distrito Federal, bem como sua organização administrativa (art. 22, XVII da
CF).
Em suma, o Distrito Federal acumula as competências legislativas atribuídas pela Constituição Federal
aos Estados e aos Municípios e é dotado de capacidade de auto-organização (art. 32, caput), de
autogoverno (art. 32, §§ 2.º e 3.º) de autoadministração e auto legislação.
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em
dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e
Municípios.
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do art. 77, e dos Deputados
Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27.
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das polícias civil e militar
e do corpo de bombeiros militar.
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Territórios
O Território não é ente da federação, mas sim integrante da União. Trata-se de mera descentralização
administrativo-territorial da União. Embora tenha personalidade jurídica não tem autonomia política.
A partir de 1988, não existem mais territórios no Brasil. Antigamente, eram territórios: Roraima, Amapá
e Fernando de Noronha (art. 15 dos ADCT).
Formação de Territórios Federais: Lei complementar irá regular sua criação, transformação em Estado
ou reintegração ao Estado de origem (art. 18, §2º da CF).
“Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem
a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população
diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar”
(art. 18, § 3º da CF).
Diferentemente do Distrito Federal, os territórios podem ser divididos em Municípios (art. 33, §1º da
CF).
Lei federal disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios (art. 33 da CF).
Compete à União organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública dos
Territórios (art. 21, XIII da CF), bem como sua organização administrativa (art. 22, XVII da CF).
Nos Territórios Federais com mais de 100.000 habitantes, além de Governador, haverá órgãos
judiciários de 1ª e 2ª instância, membros do Ministério Público e defensores públicos federais (art. 33, §3º
da CF).
Seção II
DOS TERRITÓRIOS
Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.
§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que couber, o
disposto no Capítulo IV deste Título.
§ 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio
do Tribunal de Contas da União.
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador nomeado na forma
desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério
Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua
competência deliberativa.
Questões
01. (PC/PE - Agente de Polícia - CESPE/2016) Com base no disposto na CF, assinale a opção correta
acerca da organização político-administrativa do Estado.
(A) É da competência comum dos estados, do Distrito Federal e dos municípios organizar e manter as
respectivas polícias civil e militar e o respectivo corpo de bombeiros militar.
(B) Compete à União, aos estados e ao Distrito Federal estabelecer normas gerais de organização das
polícias militares e dos corpos de bombeiros militares, assim como normas sobre seus efetivos, seu
material bélico, suas garantias, sua convocação e sua mobilização.
(C) A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os
estados, os territórios federais, o Distrito Federal e os municípios, todos autônomos, nos termos da CF.
(D) Os estados podem incorporar-se entre si mediante aprovação da população diretamente
interessada, por meio de plebiscito, e do Congresso Nacional, por meio de lei complementar.
(E) É facultado à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios subvencionar cultos
religiosos ou igrejas e manter com seus representantes relações de aliança e colaboração de interesse
público.
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02. (Prefeitura de Chapecó/SC - Procurador Municipal - IOBV/2016) Assinale a alternativa que está
correta:
(A) A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os
Estados e os Municípios.
(B) A criação ou a transformação de um território federal em Estado depende de regulamentação em
lei ordinária.
(C) Somente a União pode criar distinções entre brasileiros.
(D) É vedado aos entes da federação recusar dar fé aos documentos públicos.
05. (DPE/ES - Defensor Público - FCC/2016) A competência para legislar sobre responsabilidade por
dano ao consumidor é
(A) concorrentemente da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
(B) concorrentemente da União, dos Estados e do Distrito Federal.
(C) privativa da União.
(D) comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
(E) comum da União, dos Estados e do Distrito Federal, apenas.
06. (ALERJ – Procurador - FGV/2017) Com o objetivo de conter o que considerava um “demandismo
exagerado”, um Deputado Estadual apresentou projeto de lei dispondo que a parte vencida somente
poderia interpor recurso contra decisão proferida no âmbito de Juizado Especial Cível caso realizasse o
depósito prévio de 100% (cem por cento) do valor da condenação. Instada a se pronunciar, a Comissão
de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa alcançou a única conclusão que se mostrava
harmônica com a ordem jurídico-constitucional brasileira, qual seja, a de que o projeto é:
(A) constitucional, já que o depósito prévio possui a natureza jurídica de taxa, o que atrai a competência
legislativa do Estado;
(B) inconstitucional, pois a exigência de depósito prévio para a interposição de recurso é matéria
tipicamente processual, de competência legislativa privativa da União;
(C) constitucional, desde que observadas as normas gerais editadas pela União em matéria tributária,
aplicáveis aos depósitos prévios;
(D) inconstitucional, pois compete privativamente ao Chefe do Poder Executivo a iniciativa dos projetos
de lei em matéria tributária;
(E) constitucional, pois a exigência de depósito prévio para a interposição de recurso é matéria
tipicamente procedimental, de competência concorrente da União e dos Estados.
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07. (TCM/RJ - Técnico de Controle Externo - IBFC/2016) Com relação à repartição de competências
a Constituição Federal de 1988 atribui ao município diversas competências. Assinale abaixo a alternativa
que NÃO corresponde a uma dessas atribuições.
(A) Organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia
(B) Promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do
uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano
(C) Promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação
fiscalizadora federal e estadual
(D) Prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à
saúde da população.
09. (EBSERH - Advogado - IBFC/2016) No título que trata sobre a organização do Estado, a
Constituição Federal, no tocante aos municípios, especifica que este reger-se-á por lei orgânica, votada
em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
Municipal, que a promulgará. Também discrimina a composição dessas Câmaras Municipais,
considerando a quantidade de habitantes de cada local. Analise as alternativas abaixo e selecione a que
aponta a proporção CORRETA.
(A) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 70.000 (setenta mil) habitantes e de até
120.000 (cento e vinte mil) habitantes
(B) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes
e de até 400.000 (quatrocentos mil) habitantes
(C) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 (setecentos e cinquenta mil)
habitantes e de até 950.000 (novecentos e cinquenta mil) habitantes
(D) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil)
habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes
(E) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes
e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes
Respostas
01. Resposta: “D”.
Dispõe o art. 18, § 3º, da CF/88: Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou
desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais,
mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso
Nacional, por lei complementar.
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03. Resposta: “E”.
A redação do Art. 19 da CF/88 é clara: é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento
ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma
da lei, a colaboração de interesse público; II - recusar fé aos documentos públicos; III - criar distinções
entre brasileiros ou preferências entre si.
PODER LEGISLATIVO
O Poder Legislativo, segundo o art. 44 da Constituição Federal de 1988, é exercido pelo Congresso
Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. É o Poder que mais se
sobressai na estrutura de Poderes, já que é a ele que compete inovar o Direito, além de ser onde o povo,
teoricamente, manifesta indiretamente a sua vontade.
O Poder Legislativo federal tem estrutura bicameral. O bicameralismo é uma característica da
federação, pois é necessária a instalação de um órgão representativo dos Estados. Apesar de ser uma
característica da federação, nem sempre é o reflexo de um federalismo. Ex.: Inglaterra (Estado Unitário)
– câmara dos lordes e câmara dos comuns.
Deve ser lembrado que é da tradição constitucional brasileira a organização do Poder Legislativo em
dois ramos, sistema denominado bicameralismo, que vem desde o Império, salvo as limitações contidas
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nas Constituições de 1934 e 1937, que tenderam para o unicameralismo, sistema segundo o qual o Poder
Legislativo é exercido por uma única câmara. Tem-se o bicameralismo como um sistema mais propício
ao conservadorismo, enquanto o unicameralismo favoreceria os avanços democráticos, na medida em
que canaliza e exprime melhor os anseios da soberania popular por transformações.
A Câmara dos Deputados é composta por representantes do povo, eleitos pelo sistema proporcional
em cada estado, em cada território e no Distrito Federal. São 513 Deputados Federais, com mandato de
quatro anos. O número de Deputados é proporcional à população do estado ou do Distrito Federal, com
o limite mínimo de oito e máximo de setenta Deputados para cada um deles.
Para o Senado Federal, cada estado e o Distrito Federal elegem três Senadores, com mandato de oito
anos, renovados de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços. A composição do
Senado Federal é de 81 Senadores.
Cabe destacar ainda que o Poder Legislativo, de modo não típico, também exerce funções de
administrar (ao prover cargos da sua estrutura ou atuar o poder de polícia, p. ex.) e de julgar (o Senado
processa e julga, por crimes de responsabilidade, o Presidente da República e o Vice-Presidente da
República, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes das três Forças Armadas, nos crimes
de mesma natureza conexos com os praticados pelo Chefe do Executivo; também processa e julga, por
crimes de responsabilidade, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros dos Conselhos
Nacionais da Justiça e do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da
União).
Congresso Nacional
a) Mesa diretora: órgão responsável pelas questões meramente administrativas e pela condução dos
trabalhos legislativos que se desenvolvem em cada Casa. A mesa do Congresso Nacional é presidida
pelo Presidente do Senado Federal. Os membros da mesa são eleitos para mandato de 02 anos, vedada
a recondução para o mesmo cargo no período subsequente, dentro de uma mesma legislatura. Essa
proibição de recondução não é aplicável obrigatoriamente para os outros entes, salvo se eles o previrem
em suas leis fundamentais.
Sua composição deverá obedecer, tanto quanto possível, à representatividade partidária na Casa. O
Presidente do Senado Federal presidirá a Mesa do Congresso Nacional; os demais cargos serão
exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no
Senado Federal (art. 57, § 5º).
b) Comissões: são órgãos colegiados que subsidiam os trabalhos das Casas por meio do estudo,
análise e emissão de pareceres sobre os projetos em trâmite. Elas também auxiliam as deliberações
plenárias, realizam audiências públicas convocam Ministros de Estado para prestar informações
pertinentes, solicitam depoimento de qualquer autoridade ou cidadão. As comissões podem ser
permanentes, perpetuando-se pelas legislaturas, ou temporárias, criadas por prazo certo e para fim
específico.
As Comissões podem discutir e votar projeto de lei que dispense, na forma regimental, a competência
do Plenário. Trata-se do chamado procedimento legislativo abreviado, ou deliberação conclusiva. Abre-
se, porém, a possibilidade de 1/10 dos membros da Casa provocar a atuação do Plenário, por meio de
recurso, a fim de que seja o projeto afetado à apreciação deste órgão. É possível, portanto, que um
projeto de lei seja aprovado sem jamais haver sido apreciado pelo Plenário, quer da Câmara, quer
do Senado.
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Funcionamento
Os trabalhos do Congresso Nacional se desenvolvem ao longo da legislatura, que compreende o
período de quatro anos (art. 44, parágrafo único, da CF/88), coincidente com o mandato dos deputados
federais. A legislatura é período relevante; o seu término, por exemplo, impede a continuidade das
Comissões Parlamentares de Inquérito por acaso em curso.
As decisões no Congresso Nacional são tomadas por maioria simples de votos, a não ser que a
Constituição disponha diferentemente em hipóteses específicas (art. 47). Como quórum para
funcionamento, exige-se a presença da maioria absoluta dos membros. Portanto, há um quórum para a
instalação da sessão e outro para a aprovação de uma proposta de deliberação. Maioria simples de votos
significa o maior número de votos orientados para uma direção decisória. Maioria simples não equivale,
necessariamente, à metade mais um dos votos dos presentes, pois pode não coincidir com um número
inteiro. Nos casos em que há mais de dois sentidos possíveis de voto, ou havendo votos nulos ou em
branco, pode-se configurar a maioria de votos sem atingir a marca numérica correspondente à maior
grandeza numérica superior à metade dos votos dos presentes. Veja-se que a Constituição não
determina que se alcance a maioria de votos dos presentes, mas, apenas, que se tome a decisão
"por maioria de votos". A deliberação coincidirá com a proposta que reunir maior contagem de votos.
Em regra, o Congresso Nacional atua por meio das duas Casas em separado e em momentos
independentes. Há, entretanto, algumas exceções:
a) Sessões conjuntas: hipóteses em que as Casas atuam em separado, mas ao mesmo tempo.
Ocorrem nas seguintes hipóteses:
- Inauguração da sessão legislativa;
- Recebimento do compromisso do Presidente e Vice;
- Elaboração do regimento comum e na regulação de serviços comuns;
- Conhecimento e deliberação sobre veto presidencial;
- Discussão e votação da LOA;
- Outros casos previstos na CF/88.
b) Sessões unicamerais: hipótese em que ambas as Casas atuam como se uma fosse. Raríssima
de acontecer, como no caso do processo de revisão constitucional.
Reuniões
Durante a legislatura ocorrem as sessões legislativas, que podem ser ordinárias, quando
correspondem ao período normal de trabalho previsto na Constituição, ou extraordinárias, quando
ocorrem no período de recesso do Congresso.
A sessão legislativa ordinária, por sua vez, é partida em dois períodos legislativos. O primeiro se
estende de 2 de fevereiro a 17 de julho e o segundo, de 1º de agosto a 22 de dezembro. A sessão
legislativa não se interrompe sem que se haja aprovado o projeto de lei de diretrizes orçamentárias. Esse
projeto, de seu turno, deve estar aprovado até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa.
Nos intervalos dos períodos mencionados, ocorrem os recessos. Nestes, o Congresso Nacional pode
ser chamado a se reunir por convocação extraordinária, ocorrendo a chamada sessão legislativa
extraordinária.
Sessões Extraordinárias
Podem ser convocadas pelo Presidente do Senado ou pelo Presidente da República, Presidente da
Câmara ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas.
O Presidente do Senado, que preside a Mesa do Congresso Nacional, convoca o Congresso Nacional
extraordinariamente, nas seguintes situações (art. 57, § 6º, I):
a) Para a decretação de estado de defesa, intervenção federal ou pedido de autorização para
decretação de estado de sítio;
b) Para o compromisso e posse do Presidente e do Vice-Presidente da República.
Já os outros membros, inclusive o Presidente do Senado, podem realizar convocações extraordinárias
nas seguintes hipóteses (art. 57, § 6º, II):
a) Em caso de urgência ou de interesse público relevante. A verificação da urgência e do interesse
público relevante constitui aspecto incluído na margem de discricionariedade política de quem convoca,
mas tal juízo passou a ter, com a EC n. 50/2006, de ser confirmado pela maioria absoluta de cada uma
das Casas do Congresso Nacional.
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Somente a convocação feita pelo presidente do senado federal nos casos de posse da
presidência da república e nos casos de emergência constitucional é que têm força, por si só, de
instaurar a reunião extraordinária do congresso nacional, sem necessidade de ser confirmada pela
maioria absoluta das casas.
A sessão legislativa extraordinária difere da ordinária não apenas pelas peculiaridades que marcam a
sua instauração, como, igualmente, pelos assuntos que nela se tratam. O ato de convocação
extraordinária deve declinar a matéria que motiva a convocação e somente sobre ela e sobre medidas
provisórias em vigor na data da convocação — elas entram automaticamente na pauta — é que
poderá haver deliberação (art. 57, § § 7º e 8º).
A partir da Emenda Constitucional n. 50/2006, os congressistas e servidores viram-se proibidos de
receber parcela indenizatória em decorrência da convocação. Assim, não recebem mais os chamados
Jetons.
Ao Congresso Nacional cabe, com a sanção do Presidente da República, dispor sobre todas as
matérias de interesse da União, especialmente sobre (hipóteses exemplificativas):
I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e
emissões de curso forçado;
III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;
V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União;
VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as
respectivas Assembleias Legislativas;
VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;
VIII - concessão de anistia;
IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e
dos Territórios e organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal;
X - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que
estabelece o art. 84, VI, b;
XI - criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública;
XII - telecomunicações e radiodifusão;
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts.
39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I
Importante notar que o caput do artigo se refere às matérias de interesse da União. Assim, o Congresso
Nacional deve atuar, evidentemente, não somente no interesse nacional, mas também nos interesses
específicos da pessoa jurídica União, ou seja, matérias estritamente federais.
Atribuições Exclusivas
Essas atribuições são exercidas mediante decreto legislativo, aprovados pelas duas casas por
deliberação da maioria simples de ambas, conforme previsto no artigo 49 da CF/88:
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem
encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças
estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados
os casos previstos em lei complementar;
III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a
ausência exceder a quinze dias;
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IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender
qualquer uma dessas medidas;
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos
limites de delegação legislativa;
VI - mudar temporariamente sua sede;
VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que
dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de
Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios
sobre a execução dos planos de governo;
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder
Executivo, incluídos os da administração indireta;
XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos
outros Poderes;
XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e
televisão;
XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;
XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;
XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;
XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a
pesquisa e lavra de riquezas minerais;
XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a
dois mil e quinhentos hectares.
A Câmara dos Deputados é a Casa dos representantes do povo, eleitos para mandato de 04 anos
pelo sistema proporcional em cada Estado e no Distrito Federal. Seus membros podem ser reeleitos
sucessivamente, sendo que nenhum estado poderá ter menos de 8 e mais de 70 deputados. Cada
Território que vier a ser criado terá direito a 04 deputados federais na Câmara.
O membro da Câmara dos Deputados é o Deputado Federal, que exerce seu mandato por uma
legislatura. Legislatura é diferente de mandato. A primeira tem duração de 4 anos e corresponde ao
período que vai do início do mandato dos membros da Câmara dos Deputados até o seu término (art.
44, parágrafo único).
A CF/88 reserva à Lei Complementar a fixação do número total de Deputados, bem como a
representação por Estado e DF, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários
no ano anterior às eleições.
Art. 45 (...)
(...)
§ 1º - O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito
Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se
aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da
Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.
Essas matérias serão reguladas por Resolução, a qual será promulgada pelo Presidente da Mesa,
salvo a iniciativa de lei para a fixação da remuneração de seus servidores, evidentemente.
A necessidade de autorização da Câmara para processar Ministro de Estado só cabe se o crime for
comum ou de responsabilidade, conexo com delito da mesma natureza praticado pelo Presidente ou Vice.
Caso contrário, serão normalmente julgados no STF, pelo seu foro privilegiado, independentemente de
autorização.
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Já os crimes praticados por Presidente e Vice Presidente da República sempre precisarão de
autorização da Câmara, sejam eles comuns ou de responsabilidade. A autorização pela Câmara
para julgar o Presidente por crime de responsabilidade obriga o Senado a julgá-lo. Já a autorização
ao STF para processá-lo por crime comum não obriga o STF a instaurar o processo.
Senado Federal
O Senado Federal é composto por três representantes de cada Estado e do Distrito Federal, eleitos
pelo sistema majoritário simples (ou seja, sem segundo turno), já que há somente um único turno de
votação. O mandato dos senadores é de oito anos (logo, por duas legislaturas), permitidas reeleições
sucessivas.
Cada Senador terá dois suplentes, sendo a composição do Senado Federal renovada de quatro em
quatro anos, por um e dois terços de seus membros.
Essas matérias serão reguladas por Resolução, a qual será promulgada pelo Presidente da Mesa,
salvo a iniciativa de lei para a fixação da remuneração de seus servidores, evidentemente.
Assim, vê-se que os Ministros de Estado e os Comandantes das Forças Armadas somente serão
julgados pelo Senado Federal se praticarem crime conexo com os do Presidente ou Vice. Caso contrário,
serão julgados pelo STF, sem necessidade de autorização.
Nos casos dos incisos I e II, será o presidente do supremo tribunal federal que presidirá a sessão; a
condenação se dará pelo voto de 2/3 dos membros do senado, sendo a condenação limitada à perda do
mandato e inabilitação para exercício de função pública por 8 anos, sem prejuízo das demais sanções
judiciais cabíveis.
III - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de:
Essas aprovações revelam atos administrativos compostos, no qual o ato principal é praticado pelo
Presidente da República e o ato homologatório (aprovação) é praticado pelo Senado Federal.
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f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos
chefes de missão diplomática de caráter permanente;
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida
consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades
controladas pelo Poder Público federal;
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de
crédito externo e interno;
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios;
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão
definitiva do Supremo Tribunal Federal;
Essa suspensão ocorre quando o Supremo declara inconstitucional determinada lei no controle
difuso, por recurso extraordinário.
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-
Geral da República antes do término de seu mandato;
XII - elaborar seu regimento interno;
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção
dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva
remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura
e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do
Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do
Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços
dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício
de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
Deputados e Senadores
Para que o Poder Legislativo e seus membros, individualmente, tenham condições de atuar com
independência e liberdade no desempenho de suas funções constitucionais, há um conjunto de
prerrogativas e vedações dirigidas aos parlamentares.
Essas prerrogativas são de ordem pública, não se admitindo renúncia, já que ligadas ao cargo e não
à pessoa que o ocupa.
Colocamos abaixo duas prerrogativas transcritas da CF/88, que não merecem comentários ante a
literalidade. As demais serão analisadas nos tópicos seguintes:
Deve ser lembrado que há outra prerrogativa, constante no CPP, que é de escolher o dia, hora e local
para ser ouvido como testemunha. Caso o parlamentar for réu, essa prerrogativa não vale (apesar de que
ele não será conduzido coercitivamente). O STF já suprimiu esse direito do congressista em algumas
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oportunidades, uma quando ele abusivamente se valeu dele com sucessivas marcações de datas para
ser ouvido, sem comparecer.
Imunidades
Algumas dessas prerrogativas ganham o nome de imunidade, por tornarem o congressista excluído
da incidência de certas normas gerais. A imunidade pode tornar o parlamentar insuscetível de ser punido
por certos fatos (imunidade material) ou livre de certos constrangimentos previstos no ordenamento
processual penal (imunidade formal).
A imunidade não é concebida para gerar um privilégio ao indivíduo que por acaso esteja no
desempenho de mandato popular; tem por escopo, sim, assegurar o livre desempenho do mandato e
prevenir ameaças ao funcionamento normal do Legislativo.
Segundo dispõe o art. 53 da CF, os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por
quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. A inviolabilidade abrange as matérias de ordem civil e
penal, referente a quaisquer de suas opiniões, palavras ou votos.
A imunidade material exclui a própria natureza delituosa do fato, afastando a tipicidade da conduta. De
acordo com o STF, a imunidade parlamentar é causa de atipicidade da conduta.
A imunidade material exclui a própria tipicidade, na medida em que a Constituição não pode dizer ao
parlamentar que exerça livremente seu mandato, expressando suas opiniões e votos, e, ao mesmo
tempo, considerar tais manifestações fatos definidos como crime.
Essa imunidade é absoluta, permanente. Por causa delas, o deputado nunca será processado, mesmo
após o término do mandato. Isso significa que, durante o mandato, ele não tem o que temer por
consequências futuras acerca do que vier a dizer. Originariamente, o artigo não tinha o termo “quaisquer”,
sendo acrescentado posteriormente por Emenda Constitucional.
Deve ser frisado que opiniões, palavras e votos proferidas sem nenhuma relação com o desempenho
do mandato representativo não são alcançados pela imunidade (entendimento do STF), somente as
manifestações conexas ao cargo.
A imunidade tem alcance limitado pela própria finalidade que a enseja. Cobra-se que o ato, para ser
tido como imune à censura penal e cível, tenha sido praticado pelo congressista em conexão com o
exercício do seu mandato. Apurado que o acontecimento se inclui no âmbito da imunidade material, não
cabe sequer indagar se o fato, objetivamente, poderia ser tido como crime. Se a manifestação oral ocorre
no recinto parlamentar, a jurisprudência atual dá como assentada a existência da imunidade. Se as
palavras são proferidas fora do Congresso, haverá a necessidade de se perquirir o seu vínculo com a
atividade de representação política.
Assim, dentro do parlamento, o congressista pode falar absolutamente tudo, gozando da imunidade
(lembrar, entretanto, que está sujeito ao controle disciplinar da Casa); se alguém é injuriado por
parlamentar, beneficiado pela imunidade, e retruca de imediato, pode também se ver livre de repressão
criminal (STF, Inq. 2.036).
Essa imunidade também abrange os vereadores, mas somente dentro da circunscrição municipal,
sendo absoluta se dentro da Câmara dos Vereadores.
O STJ entende que a imunidade material pode ser suscitada de ofício pela justiça, mesmo que o
parlamentar processado não tenha apresentado ela como matéria de defesa. Nesse sentido:
Imunidade Formal
Essa imunidade protege o parlamentar contra a prisão e, nos crimes praticados após a diplomação,
torna possível a sustação do processo penal instaurado pelo STF. Assim, ela possui dois objetos
diferentes:
A imunidade formal não afasta a ilicitude da conduta criminosa do parlamentar. Antes, o STF
somente podia receber denúncia contra Congressista mediante autorização da Casa em que atua. Com
a EC nº 35/01, o processo passou a poder ser iniciado independentemente de autorização; porém, por
iniciativa de partido político representado na Casa, após recebida a denúncia pelo STF por crime
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ocorrido após a diplomação e dada ciência a esta, poderão os membros da Casa, até a decisão final,
votar para sustar o andamento do processo, mediante maioria absoluta de votos (art. 53, § 3º). O
pedido de sustação feito por partido político deverá ser apreciado no prazo improrrogável de 45 dias,
contados do recebimento pela Mesa Diretora. Logo, são requisitos para a imunidade processual:
Art. 53
(...)
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação,
o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político
nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o
andamento da ação.
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de
quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
Não é possível a sustação por crimes ocorridos anteriormente à diplomação, os quais serão julgados
pelo STF ante a prerrogativa de foro, como será visto adiante. Caso seja sustado o andamento, a
prescrição não corre enquanto suspenso o processo, voltando a ter curso quando o mandato se encerra.
No caso de existir corréu não congressista, havendo a suspensão, o processo continuará correndo
contra este, remetendo-se os autos à justiça comum competente.
Desde a expedição do diploma (logo, antes da posse), os deputados somente poderão ser presos se
em flagrante por crime inafiançável; não poderão ser presos com prisão civil.
Art. 53
(...)
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser
presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de
vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva
sobre a prisão.
Após a prisão, a Casa Legislativa receberá os autos em 24 horas; a prisão somente será mantida se
a maioria de seus membros com ela anuir (art. 53, § 1º). Logo, se os autos do inquérito forem
remetidos à casa e não houver votação em 24 horas, o congressista deve ser solto.
O fundamento político é evitar que o parlamentar seja retirado da atividade para a qual foi
democraticamente eleito pelo povo, já que ele exerce atividade política extremamente relevante para o
Estado pelo cometimento de um crime de pouca envergadura.
Importante salientar que, agora, com as novas medidas cautelares (Lei nº 12.403/11), quase todos os
crimes são afiançáveis, com exceção dos previstos na Constituição. Se em data anterior à diplomação
o indivíduo havia cometido certo crime e estava para ser preso, com a expedição do diploma a
prisão não mais será possível.
O STF firmou entendimento de que a imunidade formal não proíbe a prisão do Congressista quando
determinada por sentença judicial transitada em julgado. Assim, mesmo que a Casa decida por não cassar
o cargo dele, o Congressista cumprirá a pena, sendo reconduzido, se houver tempo, a seu cargo após a
soltura. É situação esdrúxula, já que decisão judicial transitada em julgado suspende os direitos políticos.
As imunidades dos Congressistas subsistirão durante o estado de sítio, somente podendo ser
suspensas mediante o voto de 2/3 dos membros da Casa respectiva.
Porém, impossível suspender as imunidades relativamente aos atos praticados dentro dos recintos do
Congresso.
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Art. 53 (...)
(...)
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só
podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos
casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a
execução da medida.
Pelo foro especial, desde a expedição do diploma os Congressistas somente poderão ser julgados
pelo STF ante a prática de crime comum; se a causa for relativa às Justiças especializadas ou tiver
natureza cível, não há se falar em prerrogativa de função.
É muito comum que os deputados federais, após longos anos sendo processados perante o STF,
renunciem ao cargo pouco antes do julgamento. Nesses casos, o STF declarava sua incompetência
superveniente e remetia os autos à primeira instância da Justiça competente. Evidentemente que isso é
um absurdo, mas era sempre aceito.
Os inquéritos policiais também deverão correr perante o STF, não tendo a polícia federal
atribuição para iniciá-los de ofício. Se isso não for obedecido, cabe reclamação por usurpação da
competência do Supremo.
Se findar o mandato sem findar o processo ou caso renuncie ou seja cassado o mandato do
congressista, deverá o processo ser remetido à Justiça comum competente.
Caso o Congressista estivesse sendo criminalmente processado antes de se eleger, os autos subirão
da Justiça Comum para o STF, considerando-se válidos todos os atos processuais já praticados, e tendo
normal curso o processo sem possibilidade de sustá-lo.
Os deputados estaduais possuem foro privilegiado perante o TJ, enquanto os Vereadores poderão ter
foro privilegiado também perante o TJ, se a Constituição Estadual assim o prever.
O foro privilegiado, por evidente, não se aplica aos suplentes dos Congressistas, já que é uma proteção
dirigida ao exercício efetivo do cargo. Somente restarão eles protegidos com eventual posse no cargo.
Incompatibilidades
Trata-se de determinadas proibições atribuídas pela CF/88aos Congressistas. Elas podem ocorrer de
acordo com dois momentos:
- Firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública,
sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato
obedecer a cláusulas uniformes;
- Aceitar ou EXERCER cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis
ad nutum, nas entidades constantes da alínea anterior;
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b) Desde a posse:
- Ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato
com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
- Ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades referidas no inciso I, "a";
- Patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a";
- Ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
Perda do Mandato
Casos em que o Congressista, mesmo incidindo no erro, não perderá automaticamente o cargo. São
eles:
a) Incidência em alguma das incompatibilidades;
b) Quebra do decoro parlamentar; segundo entendimento do STF, não cabe ao judiciário reavaliar a
motivação que levou a Casa Legislativa a cassar o parlamentar por falta de decoro, embora controle a
observância de garantias formais, como a da ampla defesa.
c) Condenação criminal transitada em julgado. Nesses casos, para que ocorra a perda do mandato, é
necessário:
- A Mesa ou um Partido Político provoque a entrada em pauta do assunto;
- Seja oportunizada a ampla defesa e o contraditório ao acusado;
- Votação, a favor da perda, por maioria absoluta dos membros da Casa, não sendo mais possível o
voto secreto desde a EC nº 76/2013, que deu nova redação ao §2º do art. 55, vejamos:
Art. 55 (...)
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos
Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva
Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
Perda Automática
Renúncia ao Mandato
No caso de existir renúncia ao mandato pelo parlamentar antes do início do processo que vise à
decretação da perda, a renúncia será plenamente válida.
Art. 55 (...)
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do
mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que
tratam os § § 2º e 3º.
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Importante destacar qual é o momento em que considera-se iniciado o processo político de perda do
cargo para fins de determinar o termo final de eficácia da renúncia. O processo se inicia assim que o
relatório elaborado pela Comissão de Ética é recebido com protocolo na Mesa da Casa. Segundo
entendimento do STF, a fase da comissão de ética é uma fase preliminar ao início do processo que
vise à perda do mandato. Diferentemente, se for após a instauração (ou seja, recebimento pela Mesa
da Câmara do pedido de cassação do mandato), a renúncia fica suspensa até a decisão. Caso haja
decisão pela manutenção do cargo, a renúncia será aceita; já se a decisão for pela cassação, o
Congressista perde o cargo, ficando inelegível por 08 anos (art. 52, p. único c/c art. 55, § 4º da CF/88).
Manutenção do Mandato
CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO
SEÇÃO I
DO CONGRESSO NACIONAL
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema
proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
§ 1º - O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito
Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se
aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da
Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados. (Vide Lei Complementar nº 78, de
1993)
§ 2º - Cada Território elegerá quatro Deputados.
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal,
eleitos segundo o princípio majoritário.
§ 1º - Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos.
§ 2º - A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro
anos, alternadamente, por um e dois terços.
§ 3º - Cada Senador será eleito com dois suplentes.
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Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas
Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.
SEÇÃO II
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida
esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da
União, especialmente sobre:
I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida
pública e emissões de curso forçado;
III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;
V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União;
VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas
as respectivas Assembleias Legislativas;
VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;
VIII - concessão de anistia;
IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da
União e dos Territórios e organização judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal;
X - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o
que estabelece o art. 84, VI, b;
XI - criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública;
XII - telecomunicações e radiodifusão;
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem
os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I.
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XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a
pesquisa e lavra de riquezas minerais;
XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a
dois mil e quinhentos hectares.
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão
convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à
Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente
determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.
§ 1º - Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados,
ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa
respectiva, para expor assunto de relevância de seu Ministério.
§ 2º - As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos
escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste
artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo de
trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.
SEÇÃO III
DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
SEÇÃO IV
DO SENADO FEDERAL
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IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios;
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão
definitiva do Supremo Tribunal Federal;
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-
Geral da República antes do término de seu mandato;
XII - elaborar seu regimento interno;
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção
dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva
remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura
e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do
Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do
Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços
dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício
de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
SEÇÃO V
DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas
opiniões, palavras e votos.
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento
perante o Supremo Tribunal Federal.
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser
presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de
vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva
sobre a prisão.
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação,
o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político
nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o
andamento da ação.
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de
quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações
recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes
confiaram ou deles receberam informações.
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda
que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só
podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos
casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a
execução da medida.
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c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I,
"a";
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
Das reuniões
SEÇÃO VI
DAS REUNIÕES
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§ 1º - As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil
subsequente, quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.
§ 2º - A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes
orçamentárias.
§ 3º - Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos Deputados e o Senado
Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para:
I - inaugurar a sessão legislativa;
II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;
III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;
IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.
§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no
primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para
mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente
subsequente.
§ 5º - A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os
demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na
Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á:
I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de
intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o
compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente- Presidente da República;
II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou
interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria
absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional.
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a
matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o pagamento
de parcela indenizatória, em razão da convocação.
§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do Congresso
Nacional, serão elas automaticamente incluídas na pauta da convocação.
Das comissões
José Afonso da Silva define as comissões parlamentares como "organismos constituídos em cada
Câmara, composto de número geralmente restrito de membros, encarregados de estudar e examinar as
proposições legislativas e apresentar pareceres".
De acordo com o art. 58, as comissões podem ser permanentes ou temporárias e serão constituídas
na forma e com as atribuições previstas no Regimento Interno do Congresso Nacional e de cada Casa,
já que existirão comissões do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Estabelece o art. 58, §1º, que na constituição das Mesas e de cada Comissão é assegurada, tanto
quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam
da respectiva Casa.
SEÇÃO VII
DAS COMISSÕES
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias,
constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que
resultar sua criação.
§ 1º - Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a
representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da
respectiva Casa.
§ 2º - às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do
Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa;
II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
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III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas
atribuições;
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos
ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e
sobre eles emitir parecer.
§ 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios
das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão
criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente,
mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por
prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que
promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
§ 4º - Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional, eleita
por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no
regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da
representação partidária.
Criação
109 Comissões parlamentares de inquérito no direito brasileiro. José de Ribamar Barreiros Soares. Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados Centro de Documentação
e Informação Coordenação de Biblioteca http://bd.camara.gov.br
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1393950 E-book gerado especialmente para ANDREIA
necessária votação aprovando a criação. Esse entendimento também vale para as CPIs dos Estados, DF
e Municípios, os quais não podem estabelecer outros requisitos que não os previstos na CF/88.
Poderes de Investigação
De acordo com a CF/88, elas possuem poderes próprios de autoridades judiciais. Porém, estes
poderes são limitados. Há coisas que elas não podem fazer em função da reserva de jurisdição.
Elas não poderão investigar fatos que dizem respeito estritamente à competência de outros membros
da federação, além de não poderem questionar atos de natureza jurisdicional. Em geral, pode a CPI:
a) Convocar particulares e autoridades públicas para depor;
"O direito de requerer informações aos ministros de Estado foi conferido pela Constituição tão
somente às Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, e não a parlamentares
individualmente. Precedentes. O entendimento pacífico desta Corte é no sentido de que o parlamentar
individualmente não possui legitimidade para impetrar mandado de segurança para defender prerrogativa
concernente à Casa Legislativa a qual pertence. No caso, não está caracterizada a legitimidade passiva
do ministro de Estado da Fazenda, uma vez que o projeto de implantação do teleférico no Complexo do
Alemão, no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento, foi elaborado pelo Departamento de
Urbanização de Assentamentos Precários do Ministério das Cidades, cabendo a este o fornecimento das
informações pretendidas. Agravo regimental a que se nega provimento" (RMS 28.251-AgR, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, julgamento em 18-10-2011, Segunda Turma, DJE de 22-11-2011.)
b) Utilizar a polícia judiciária para localizar e conduzir, coercitivamente, testemunhas (se não
comparecerem, pode determinar a condução coercitiva. Todos estão obrigados a depor na CPI, mas
algumas autoridades podem marcar hora, dia e local, desde que razoáveis, a CPI oferta 03 datas e
horários e a autoridade escolhe);
c) Determinar as diligências, as perícias e os exames necessários, bem como requisitar
informações e buscar todos os meios de prova legalmente admitidos (exemplo: requisitar auditores da
Receita Federal e do Banco Central);
d) Determinar a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do investigado;
e) Prender em flagrante delito;
f) Requerer inspeções e auditorias.
Todos os poderes das CPIs federais cabem também às dos demais entes da federação. As decisões
da CPI deverão ser tomadas por maioria absoluta e todas elas deverão ser fundamentadas sob
pena de nulidade absoluta. Isso porque, se elas possuem poderes próprios de autoridades judiciais,
estão, como estas, obrigadas a fundamentar suas decisões.
Restrições
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De acordo com o STF, as CPIs não poderão conferir publicidade indevida a dados sigilosos obtidos no
curso das investigações.
A investigação parlamentar, por mais graves que sejam os fatos pesquisados pela Comissão
legislativa, não pode desviar-se dos limites traçados pela Constituição nem transgredir as garantias, que,
decorrentes do sistema normativo, foram atribuídas à generalidade das pessoas, físicas e/ou jurídicas.
A unilateralidade do procedimento de investigação parlamentar não confere, à CPI, o poder de agir
arbitrariamente em relação ao indiciado e às testemunhas, negando-lhes, abusivamente, determinados
direitos e certas garantias que derivam do texto constitucional ou de preceitos inscritos em diplomas
legais.
No contexto do sistema constitucional brasileiro, a unilateralidade da investigação parlamentar - à
semelhança do que ocorre com o próprio inquérito policial - não tem o condão de abolir os direitos, de
derrogar as garantias, de suprimir as liberdades ou de conferir, à autoridade pública (investida, ou não,
de mandato eletivo), poderes absolutos na produção da prova e na pesquisa dos fatos.
A exigência de respeito aos princípios consagrados em nosso sistema constitucional não frustra nem
impede o exercício pleno, por qualquer CPI, dos poderes investigatórios de que se acha investida.
O ordenamento positivo brasileiro garante, às pessoas em geral, qualquer que seja a instância de
Poder, o direito de fazer-se assistir, tecnicamente, por Advogado, a quem incumbe, com apoio no Estatuto
da Advocacia, comparecer às reuniões da CPI, sendo-lhe lícito reclamar, verbalmente ou por escrito,
contra a inobservância de preceitos constitucionais, legais ou regimentais, notadamente nos casos em
que o comportamento arbitrário do órgão de investigação parlamentar vulnere as garantias básicas
daquele - indiciado ou testemunha - que constituiu, para a sua defesa, esse profissional do Direito.
A função de investigar não pode resumir-se a uma sucessão de abusos nem deve reduzir-se a atos
que importem em violação de direitos ou que impliquem desrespeito a garantias estabelecidas na
Constituição e nas leis. O inquérito parlamentar, por isso mesmo, não pode transformar-se em
instrumento de prepotência nem converter-se em meio de transgressão ao regime da lei.
Os fins não justificam os meios. Há parâmetros ético-jurídicos que não podem nem devem ser
transpostos pelos órgãos, pelos agentes ou pelas instituições do Estado. Os órgãos do Poder Público,
quando investigam, processam ou julgam, não estão exonerados do dever de respeitar os estritos limites
da lei e da Constituição, por mais graves que sejam os fatos cuja prática tenha motivado a instauração
do procedimento estatal.
A Comissão está vinculada à Casa Legislativa em que surge, e os seus atos são imputáveis a essa
mesma Casa. Isso traz consequências relevantes, do ponto de vista da competência jurisdicional para
apreciar os seus atos. Uma CPI no âmbito do Congresso Nacional sujeita-se ao controle judicial, por meio
de habeas corpus ou de mandado de segurança, diretamente pelo Supremo Tribunal Federal.
“A Comissão Parlamentar de Inquérito, enquanto projeção orgânica do Poder Legislativo da
União, nada mais é senão a longa manus do próprio Congresso Nacional ou das Casas que o
compõem, sujeitando-se, em consequência, em tema de mandado de segurança ou de habeas
corpus, ao controle jurisdicional originário do Supremo Tribunal Federal (CR, art. 102, I, d e i)".
(MS 23452, Relator(a): Min. Celso De Mello, Tribunal Pleno, julgado em 16/09/1999, DJ 12-05-2000 PP-
00020 EMENT VOL-01990-01 PP-00086)
Esse entendimento confere amplitude ao art. 102, I, d, da Constituição, que prevê competência
originária do STF para apreciar mandado de segurança contra ato da Mesa da Câmara ou do Senado —
e não contra ato de comissões dessas Casas.
O mandado de segurança deve apontar como autoridade coatora o presidente da CPI. O STF registra
precedente recusando que a Mesa do Senado fosse indicada como autoridade coatora em mandado de
segurança impetrado contra ato de CPI.
Questões
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02. (SEGEP/MA - Agente Penitenciário - FUNCAB/2016) Sobre o Poder Legislativo, é correto afirmar
que:
(A) a Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente da Câmara dos Deputados,
ocupados os demais cargos, sucessivamente, pelos titulares de cargos equivalentes na Câmara dos
Deputados e Senado Federal.
(B) a Câmara dos Deputados é formada por representantes de entidades da federação, eleitos pelo
sistema eleitoral proporcional, ao passo que o Senado Federal é formado por representantes do povo,
eleitos pelo sistema eleitoral majoritário.
(C) a Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos segundo o princípio
majoritário.
(D) o Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo
o princípio majoritário.
(E) as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria absoluta dos votos,
presente a minoria de seus membros, salvo disposição constitucional em contrário.
Respostas
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02. Resposta: “D”
Prevê o art. 46, caput, da CF/88: “O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do
Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário”.
PODER EXECUTIVO
O Brasil adota o presidencialismo como sistema de governo. A Constituição Federal traz como os
poderes da União, o Poder Executivo, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, independentes e
harmônicos entre si (art. 2º da CF/88).
A função do poder Executivo é administrar e implementar políticas públicas nas mais diversas áreas
de atuação do Estado, de acordo com as leis elaboradas pelo Poder Legislativo. É da atribuição do Poder
Executivo o governo e a administração do Estado.
O Poder Executivo é regulado pela Constituição Federal nos seus artigos 76 a 91. É exercido, no
âmbito federal, desde 1891, pelo Presidente da República, eleito por sufrágio popular e direto, em eleição
de dois turnos, e substituído em seus impedimentos pelo Vice-Presidente. Colaboram com o chefe do
executivo os Ministros de Estado, por ele nomeados.
O Presidente acumula as funções de Chefe de Estado (representação externa e interna do Estado) e
Chefe de Governo (liderança política e administrativa dos órgãos do Estado). É eleito com mandato fixo,
não dependendo de maioria política no Congresso Nacional para investir-se no cargo ou nele permanecer.
No plano estadual, o Poder Executivo é exercido pelo Governador, substituído em seus impedimentos
pelo Vice-Governador, e auxiliado pelos Secretários de Estado.
Já no plano municipal, é exercido pelo Prefeito, substituído em seus impedimentos pelo Vice-Prefeito
e auxiliado pelos Secretários Municipais. A sede de cada município toma seu nome e tem oficialmente a
categoria de cidade.
O Presidente
O Brasil adota o presidencialismo desde a Constituição de 1.891. Nele, o Presidente assume a função
de Chefe de Estado (representação externa) e de Chefe de Governo (gerência interna). Os Ministros,
seus auxiliares, são livremente escolhidos e demissíveis ad nutum, sem necessidade de fundamentação.
No nosso sistema presidencialista, o Presidente não possui qualquer possibilidade de dissolver o
parlamento, sendo a mera tentativa disso uma absoluta afronta à separação dos Poderes, ao contrário
do que ocorre na maioria dos regimes parlamentares.
O Poder Executivo Federal é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de
Estado. A estrutura do Poder Executivo a nível federal, além da Presidência da República e dos
ministérios, compreende os gabinetes, Pessoal e de Segurança Institucional, a Casa Civil e vários órgãos
de assessoramento.
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- Estar em pleno gozo dos direitos políticos;
- Ter mais de 35 anos;
- Filiação ao partido político;
- Possuir alistamento eleitoral.
Se antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato
a Presidente, será convocado o terceiro colocado nas eleições. Se essas situações recaírem sobre o
Vice, outro deve ser escolhido. Porém, se a morte ou desistência ocorrer após a eleição, mas antes da
diplomação, considerar-se-á eleito o vice-presidente.
A posse de Presidente e Vice deverá ocorrer no dia 1º de janeiro do ano subsequente às eleições, em
sessão conjunta do Congresso Nacional. Se após decorridos 10 dias da data fixada para a posse, um dos
dois candidatos não tiver assumido, o cargo será considerado automaticamente vago, salvo motivo de
força maior.
O Vice-Presidente da República
O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar,
auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões especiais.
Caso o presidente e o vice estiverem impedidos, ou deixarem vagos os respectivos cargos, serão
chamados a assumir a Presidência, pela ordem, o Presidente da Câmara dos Deputados, o Presidente
do Senado Federal e o Presidente do Supremo Tribunal Federal.
O Presidente da República e seu vice só poderão ausentar-se do País com licença do Congresso, sob
pena de perda do cargo, salvo se a ausência não for superior a 15 dias.
Investidura
O Presidente e o Vice Presidente são eleitos pelo sistema eleitoral majoritário de dois turnos (e não o
puro ou simples), já que será considerado eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos válidos.
Entretanto, se no primeiro turno essa maioria não for alcançada, necessariamente deverá haver um
segundo turno.
Votos válidos são os votos que não são em branco ou nulos (art. 77, § § 2º e 3º).
O Presidente é eleito simultaneamente ao Vice, por meio de sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, em eleição realizada no primeiro e no último domingo de outubro do ano eletivo, para o primeiro
e segundo turno, respectivamente.
O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em primeiro de janeiro do ano
seguinte ao da sua eleição.
Reeleição
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Das atribuições do Presidente da República
Tradicionalmente, o Poder Executivo tem a função de governo, com atribuições políticas, co-
legislativas e de decisão, e função administrativa, manifestada pela intervenção, fomento e prestação de
serviços públicos.
O art. 84 atribui ao Presidente da República competências privativas, tanto de natureza de Chefe de
Estado (representando a República Federativa do Brasil nas relações internacionais e, internamente, sua
unidade, previstas nos incisos VII, VIII e XIX do art. 84) como de Chefe de Governo (prática de atos de
administração e de natureza política - estes últimos quando participa do processo legislativo – conforme
se percebe pela leitura das atribuições previstas nos incisos I a VI; IX a XVIII e XX a XXVII).
Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento.
Qualquer cidadão é parte legítima para apresentar a acusação por crime de responsabilidade perante
a Câmara dos Deputados. Com a admissão da acusação por 2/3 dos membros daquela casa, será o
Presidente submetido a julgamento perante Senado.
Em caso de acusação pelas infrações penais comuns, cabe ao Procurador-Geral da República sua
iniciativa, havendo juízo de admissibilidade pela Câmara dos Deputados, caso em que, sendo admitida
por 2/3 dos membros, o Presidente será submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.
Os Ministros de Estado
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Requisitos Especiais para Determinados Cargos de Ministros e Ministros Equiparados
CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO
Seção I
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de
Estado.
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Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do Congresso
Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis,
promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-
Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa
dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os
cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em primeiro de janeiro
do ano seguinte ao da sua eleição.
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso
Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.
Seção II
Das Atribuições do Presidente da República
A diferença entre lei e regulamento, no Direito brasileiro, não se limita à origem ou à supremacia daquela sobre
este. A distinção substancial reside no fato de que a lei pode inovar originariamente no ordenamento jurídico,
enquanto o regulamento não o altera, mas tão-somente fixa as regras orgânicas e processuais destinadas a
colocar em execução os princípios institucionais estabelecidos por lei, ou para desenvolver os preceitos
constantes da lei, expressos ou implícitos, dentro da órbita por ele circunscrita, isto é, às diretrizes por ela
determinada.
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XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;
(Atribuição delegável).
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são
privativos;
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos
Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e
os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei; (aprovação mediante
resolução)
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União;
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União;
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou
referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições,
decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional; (autorização ou referendo
feito por decreto legislativo)
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo
território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e
as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da
sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei; (Atribuição delegável somente
quanto ao provimento).
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos
VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-
Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.
Todas essas atribuições, ressalvadas as que ficaram consignadas, são indelegáveis. Além disso, elas
não são exaustivas, apenas exemplificativas.
Todas as atribuições privativas são extensíveis, no que couber, e por força do federalismo e do
princípio da simetria, aos demais Chefes dos Poderes Executivos de outros entes federados.
Seção III
Da Responsabilidade do Presidente da República
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a
Constituição Federal e, especialmente, contra:
I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes
constitucionais das unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de
processo e julgamento.
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais
comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
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I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal
Federal;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o
afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República
não estará sujeito a prisão.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos
estranhos ao exercício de suas funções.
Seção IV
DOS MINISTROS DE ESTADO
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no
exercício dos direitos políticos.
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta
Constituição e na lei:
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal
na área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da República;
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;
III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério;
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente
da República.
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública.
Questões
03. (TCE/PI - Assessor Jurídico - FCC) Cabe ao Vice-Presidente da República substituir o Presidente
da República no caso de
(A) recebimento pelo Supremo Tribunal Federal de denúncia pela prática de infração penal comum.
(B) decretação de estado de sítio em face de comoção grave de repercussão nacional.
(C) autorização pela Câmara dos Deputados para instauração de processo por crime de
responsabilidade.
(D) condenação pelo Senado Federal por crime de responsabilidade.
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04. (PC/RJ - Papiloscopista Policial de 3ª Classe - IBFC) Segundo dispõe a Constituição Federal,
ocorrendo a vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República nos últimos dois anos do
período presidencial, a eleição para ambos os cargos será realizada:
(A) Noventa dias depois da última vacância, pela Câmara dos Deputados, na forma da lei.
(B) Noventa dias depois da última vacância, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
(C) Sessenta dias depois da última vacância, pelo Senado Federal, na forma da lei.
(D) Trinta dias depois da última vacância, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
(E) Trinta dias depois da última vacância, pelo Câmara dos Deputados, na forma da lei.
06. (OAB XIII - Primeira Fase - FGV) Imagine a hipótese na qual o avião presidencial sofre um
acidente, vindo a vitimar o Presidente da República e seu Vice, após a conclusão do terceiro ano de
mandato.
A partir da hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
(A) O Presidente do Senado Federal assume o cargo e completa o mandato.
(B) O Presidente da Câmara dos Deputados assume o cargo e convoca eleições que realizar-se-ão
noventa dias depois de abertas as vagas.
(C) O Presidente do Congresso Nacional assume o cargo e completa o mandato.
(D) O Presidente da Câmara dos Deputados assume o cargo e convoca eleições que serão realizadas
trinta dias após a abertura das vagas, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
07. (PC-SE - Agente de Polícia Judiciária - IBFC) Segundo a Constituição Federal, no capítulo “Do
Poder Executivo”, o Presidente e o Vice-Presidente da República poderão, sem licença do Congresso
Nacional, ausentar-se do país, sob pena de perda do cargo, por até:
(A) 15 dias.
(B) 30 dias.
(C) 45 dias.
(D) 60 dias.
08. (OAB XIII - Primeira Fase - FGV) O Presidente da República possui uma série de competências
privativas, que lhe são atribuídas diretamente pela Constituição. Admite-se que algumas delas possam
ser delegadas ao Ministro de Estado da pasta relacionada ao tema. Dentre as competências delegáveis,
inclui-se.
(A) editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do artigo 62 da Constituição.
(B) nomear, observado o disposto no artigo 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União.
(C) prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei.
(D) iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos na Constituição.
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(B) decretar o estado de defesa e o estado de sítio, bem como a intervenção federal nos demais entes
federados, assim como, se for o caso, nos demais poderes da República, quando necessário à ordem
pública.
(C) expedir decretos para a criação de órgãos públicos ou para a extinção de funções ou cargos
públicos, ficando seus ocupantes em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
(D) nomear os Ministros do Supremo Tribunal Federal, dependendo previamente de aprovação do
Senado Federal, o qual sabatinará o(a) candidato(a) indicado pelo próprio Presidente da República.
10. (UNICAMP - Procurador - VUNESP) Assinale a alternativa que contempla atribuição privativa do
Presidente da República passível de delegação.
(A) Prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei.
(B) Vetar projetos de lei, total ou parcialmente.
(C) Celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional.
(D) Nomear membros do Conselho da República.
(E) Conferir condecorações e distinções honoríficas.
13. (PC/PA - Delegado de Polícia Civil - FUNCAB/2016) Assinale a alternativa correta no que
concerne à responsabilidade do Presidente da República.
(A) Nas infrações penais comuns, admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois
terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.
(B) Se, decorrido o prazo de cento e vinte dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o
afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
(C) Nos crimes de responsabilidade, o Presidente ficará suspenso de suas funções se recebida a
denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal.
(D) No crime de responsabilidade, admitida a acusação contra o Presidente da República, por um terço
da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Senado Federal.
(E) Nas infrações penais comuns, o Presidente ficará suspenso de suas funções após a instauração
do processo pelo Senado Federal.
14. (TRT 3ª - Analista Judiciário – FCC) A suspensão do exercício das funções de Presidente da
República dar-se-á nas infrações penais comuns
(A) se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; nos crimes de
responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.
(B) apenas depois de julgamento pelo Supremo Tribunal Federal; nos crimes de responsabilidade,
após a instauração do processo pelo Senado Federal.
(C) apenas depois de julgamento pelo Supremo Tribunal Federal; nos crimes de responsabilidade,
apenas após o julgamento do processo pelo Senado Federal.
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(D) e nos crimes de responsabilidade depois de recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo
Tribunal Federal.
(E) e nos crimes de responsabilidade depois de recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Senado
Federal.
Respostas
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07. Resposta: “A”.
Prevê o artigo 83, CF: “O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do
Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do
cargo”.
14. Resposta: “A”. Segundo a redação do Art. 86 da CF, admitida a acusação contra o Presidente da
República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o
Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de
responsabilidade. § 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções: I - nas infrações penais comuns,
se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; II - nos crimes de
responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.
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12. Poder Judiciário: competências.
PODER JUDICIÁRIO
1- Disposições Gerais.
O Poder Judiciário tem como função aplicar a lei ao caso concreto, substituindo a vontade das partes
e resolvendo o conflito de interesses com força definitiva.
Contudo, o Judiciário, como os demais Poderes do Estado, possui outras funções, denominadas
atípicas, de natureza administrativa e legislativa.
Desta forma, o Poder Judiciário além de suas funções típicas de preservar pela Constituição Federal
e exercer a jurisdição (Jurisdição significa a aplicação da lei ao caso concreto), exerce funções atípicas
como organizar suas secretárias e serviços auxiliares (art. 96, I, b, da CF).
3- Princípios.
a- Princípio da Inafastabilidade do Poder Judiciário: O art. 5º, XXXV, da Constituição Federal
estabelece que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Tal
garantia assegura o direito de ação, de invocar a tutela jurisdicional a qualquer cidadão.
b- Princípio da Inércia: O Poder Judiciário só se manifesta quando provocado. Trata-se de uma forma
de garantir a sua imparcialidade.
c- Princípio do Devido Processo Legal: A prestação jurisdicional deve ser prestada com a
observância de todas as formalidades legais. Decorre deste princípio uma série de outros princípios, como
os do juiz natural e do promotor natural (CF, art. 5º, LIII), do contraditório e da ampla defesa (CF, art. 5º,
LV), da proibição das provas ilícitas (CF, art. 5º, LVI) e da publicidade dos atos processuais (CF, art. 5º,
LX).
Veja abaixo quadro mostrando a estrutura do Poder Judiciário (art. 92, CF):
STF
CNJ
Tribunais
TRF TJ TRE Militares (ainda TRT
não foram
criados)
Justiça Juízes de Juízes Juízes do
Federal Direito Eleitorais Trabalho
Auditorias
Militares
Juntas
Eleitorais
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A Justiça Comum é composta pela Justiça Federal e pela Justiça Estadual Originária. À Justiça Federal
e à Justiça Estadual competem as demais matérias não abrangidas pelas Justiças Especiais. Por essa
razão são chamadas Justiça Comum.
Compete à Justiça Federal as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal,
forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes. À Justiça Comum Estadual
cabe o julgamento das demais matérias, por exclusão.
Passemos agora a análise de cada um dos órgãos que compõem o Poder Judiciário Nacional. Vamos
lá!
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-
lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação
declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do
Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros
dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter
permanente; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado
de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e
do próprio Supremo Tribunal Federal;
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal
ou o Território;
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e
outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
h) (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for
autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal
Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 22, de 1999)
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de
atribuições para a prática de atos processuais;
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e
aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta
ou indiretamente interessados;
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre
Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do
Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das
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Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais
Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público;
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em
única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
b) o crime político;
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando
a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)
§ 1.º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será
apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. (Transformado do parágrafo único em § 1º
pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93)
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e
efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e
indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões
constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do
recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. (Incluída pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
A presidência do CNJ é feita pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, e no caso de ausência ou
impedimento será feita pelo Vice-Presidente do STF. Os demais membros do Conselho serão nomeados
pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado
Federal. Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá à escolha ao
Supremo Tribunal Federal.
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§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do
cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem
conferidas pelo Estatuto da Magistratura: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo
expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos
atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los,
revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei,
sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)
III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive
contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que
atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e
correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a
disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e
aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)
IV representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de
autoridade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais
julgados há menos de um ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade
da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
VII elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do
Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do
Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão
legislativa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
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§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrativa e
financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo
lhe:
I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos
regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos
administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;
III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou
dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e
correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção, a
disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e
aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério
Público da União ou dos Estados julgados há menos de um ano;
V elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do
Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art.
84, XI.
Atenção! O CNMP não tem a função de fiscalizar os Ministérios Públicos que atuam juntamente aos
Tribunais de Contas, pois não integram a organização estrutura do art. 128, CF.
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h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão,
entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência
do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho
e da Justiça Federal;
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias; (Incluída
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - julgar, em recurso ordinário:
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou
pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou
pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do
outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão
recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras
funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e
orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com
poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)
Atenção! Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou
beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a
comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que
outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual. Nesse caso, contudo, o
recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro
grau.
4.6- Os tribunais e juízes do Trabalho.
A Justiça do Trabalho tem competência para julgar todas as ações envolvendo as relações de trabalho,
abrangidos todos entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta de todas as
entidades federativas. Ações que envolvam o exercício do direito de greve; ações sobre representação
sindical; ações de indenização por dano moral ou patrimonial decorrentes da relação de trabalho, bem
como outras controvérsias decorrentes da mesma relação, sã julgadas pelas Varas do Trabalho, com a
jurisdição exercida por um juiz do trabalho, com a possibilidade de recurso para as instâncias superiores.
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) é composto por no mínimo 27 ministros, que serão escolhidos
pelo Presidente da República, após indicados e aprovados pelo Senado Federal por maioria
absoluta de votos. Dos 27 ministros, 1/5 são escolhidos pelo quinto constitucional. Os demais ministros
são juízes de carreira oriundos dos Tribunais Regionais do Trabalho.
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Já os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) são compostos por no mínimo 07 juízes. Na escolha
desses juízes também se observa o quinto constitucional.
Súmula Vinculante nº 23: “A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação
possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa
privada”.
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primeiro e segundo graus, determinando o cumprimento das medidas necessárias para a regularização
de eventuais irregularidades;
X – encaminhar ao Tribunal Superior do Trabalho, após exame e aprovação:
a) propostas de criação ou extinção de Tribunais Regionais do Trabalho e de alteração do número de
seus membros;
b) propostas de criação ou extinção de Varas do Trabalho;
c) propostas de criação ou extinção de cargos efetivos e em comissão e de funções comissionadas
das Secretarias dos Tribunais Regionais do Trabalho;
d) propostas de alteração da legislação relativa às matérias de competência da Justiça do Trabalho;
e) propostas de alteração do Regimento Interno do Conselho;
f) o plano plurianual, as propostas orçamentárias e os pedidos de créditos adicionais dos Tribunais
Regionais do Trabalho;
XI – definir e fixar o planejamento estratégico, os planos de metas e os programas de avaliação
institucional do Conselho e da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, visando ao aumento da
eficiência, da racionalização e da produtividade do sistema, bem como maior acesso à Justiça, facultada
a prévia manifestação dos Órgãos que integram a Justiça do Trabalho;
XII – fixar prazos para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei ou dos
atos do Conselho;
XIII – deliberar, na condição de instância revisora, sobre o recurso administrativo previsto neste
Regimento;
XIV – julgar as exceções de impedimento e de suspeição;
XV – deliberar sobre as demais matérias administrativas apresentadas pelo Presidente.
Art. 13. O Plenário poderá, de ofício ou mediante requerimento de qualquer interessado, antes do
julgamento do mérito, determinar as medidas de urgência que julgar adequadas, quando houver fundado
receio de dano irreparável ou de difícil reparação.
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XIV – determinar a realização de auditorias nos sistemas contábil, financeiro, patrimonial, de execução
orçamentária, de pessoal e demais sistemas administrativos dos Órgãos da Justiça do Trabalho de
primeiro e segundo graus;
XV – conceder diárias e ajuda de custo, na forma da lei, e autorizar a emissão de bilhetes de passagens
aéreas;
XVI – praticar, em caso de urgência, ato de competência do Plenário, devendo submetê-lo a referendo
na primeira sessão ordinária que se seguir;
XVII – decidir, durante as férias e feriados, os pedidos que reclamem urgência;
XVIII – apresentar ao Conselho, no primeiro trimestre, relatório circunstanciado das atividades do ano
decorrido;
XIX – delegar aos demais membros do Conselho a prática de atos de sua competência, quando a
conveniência administrativa recomendar;
XX – instituir, com a aquiescência dos Tribunais Regionais do Trabalho quanto aos seus
representantes, grupos de trabalho, comitês e comissões permanentes para o desenvolvimento de
estudos, diagnósticos e execução de projetos de interesse específico do Conselho e da Justiça do
Trabalho de primeiro e segundo graus;
XXI – definir a estrutura organizacional da Secretaria do Conselho;
XXII – nomear e dar posse ao Secretário-Geral e designar seu substituto;
XXIII – delegar ao Secretário-Geral atribuições para a prática de atos administrativos, quando a
conveniência administrativa recomendar;
XXIV – conceder licença e férias ao Secretário-Geral;
XXV – nomear os servidores para os cargos em comissão e designar os servidores para o exercício
de funções comissionadas na Secretaria do Conselho;
XXVI – impor penas disciplinares aos servidores do Conselho, quando essas excederem a alçada do
Secretário-Geral;
XXVII – praticar os demais atos de gestão necessários ao bom funcionamento dos serviços.
Seção II
Do Vice-Presidente
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inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição
Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual,
constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau,
pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar
seja superior a vinte mil integrantes.
Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares
definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri
quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos
oficiais e da graduação das praças.
Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares
cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de
Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares.
O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim
de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.
O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções
da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos
públicos e comunitários.
5- O quinto constitucional.
Segundo o art. 94 da CF/88, um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais
dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com
mais de 10 anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais
de 10 anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação
das respectivas classes.
Conforme previsto nos artigos 111-A e 115 da CF/88, também o Tribunal Superior do Trabalho e os
Tribunais Regionais do Trabalho deverão ter em seus quadros membros advindos da regra do quinto
constitucional.
Cada órgão, a Ordem dos Advogados do Brasil ou o Ministério Público, formará uma lista sêxtupla
para enviá-la ao Tribunal onde existe a vaga de ministro ou desembargador. Este tribunal, após votação
interna para a formação de uma lista tríplice, a remete ao chefe do Poder Executivo, isto é, governadores,
no caso de vagas da justiça estadual, e o presidente da república no caso de vagas da justiça federal,
que nomeará um dos indicados.
a) Vitaliciedade: Em primeiro grau, é adquirida após dois anos de exercício (em razão da emenda
constitucional da reforma do Poder Judiciário poderá subir para três anos, prazo já exigido para a
aquisição da estabilidade daqueles servidores nomeados para cargos efetivos).
b) Inamovibilidade: Pela inamovibilidade, o juiz titular somente deixa sua sede de atividades (por
remoção ou promoção) voluntariamente. Como exceção temos a remoção compulsória, por motivo de
interesse público, deliberada pelo voto de 2/3 dos membros do respectivo Tribunal (ou Órgão Especial),
assegurada a ampla defesa. A remoção, a disponibilidade e a aposentadoria do magistrado, por interesse
público, somente são possíveis com o voto de 2/3 dos membros do respectivo Tribunal ou Órgão Especial,
assegurada a ampla defesa. A inamovibilidade, portanto, não é absoluta.
c) Irredutibilidade de subsídios: Garantia estendida a todos os servidores públicos civis e militares pelo
art. 37, inc. XV, da Constituição Federal. De acordo com o Supremo Tribunal Federal, trata-se de
irredutibilidade meramente nominal, inexistindo direito à automática reposição do valor corroído pela
inflação. Todos os magistrados estão sujeitos ao pagamento dos impostos legalmente instituídos.
Aos juízes é vedado exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de
magistério, receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo e dedicar-se à
atividade político-partidária.
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Garantias Institucionais do Judiciário
A Constituição de 1988, reportando-se ao princípio da separação dos poderes, assegura ao Judiciário
a garantia de autonomia orgânico-administrativa e a garantia da independência financeira, conforme se
depreende dos artigos 96 e 99110 da CF/88.
Segundo lições do professor José de Albuquerque Rocha111, acerca das garantias constitucionalmente
previstas para o poder Judiciário no âmbito administrativo-financeiro, a autonomia administrativa,
chamada de autogoverno da magistratura, significa a capacidade conferida ao Judiciário de ministrar seus
órgãos, abrangendo o pessoal e os meios financeiros, necessários ao desempenho das funções
jurisdicionais.
Outra novidade ocorrida em 2005 foi a necessidade de incluir a questão constitucional trazida nos
recursos extraordinários repercussão geral para que fosse analisada pelo Supremo Tribunal Federal.
A finalidade da repercussão geral é:
- Delimitar a competência do STF, no julgamento de recursos extraordinários, às questões
constitucionais com relevância social, política, econômica ou jurídica, que transcendam os interesses
subjetivos da causa.
- Uniformizar a interpretação constitucional sem exigir que o STF decida múltiplos casos idênticos
sobre a mesma questão constitucional.
A existência da repercussão geral da questão constitucional suscitada é requisito necessário para o
conhecimento de todos os recursos extraordinários, inclusive em matéria penal.
Exige-se preliminar formal de repercussão geral, sob pena de não ser admitido o recurso
extraordinário.
A verificação da existência da preliminar formal é de competência concorrente do Tribunal, Turma
Recursal ou Turma de Uniformização de origem e do STF.
A análise sobre a existência ou não da repercussão geral, inclusive o reconhecimento de presunção
legal de repercussão geral, é de competência exclusiva do STF.
CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
110
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.
111
José de Albuquerque Rocha apud Marcus Vinícius Amorim de Oliveira.
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Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
Magistratura, observados os seguintes princípios:
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas
e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do
bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem
de classificação;
II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento, atendidas
as seguintes normas:
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista
de merecimento;
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o
juiz a primeira quinta parte da lista de antiguidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem
aceite o lugar vago;
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e
presteza no exercício da jurisdição e pela frequência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos
de aperfeiçoamento;
d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto
fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla
defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação;
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal,
não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão;
III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e merecimento, alternadamente,
apurados na última ou única entrância;
IV previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados,
constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou
reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados;
V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do
subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais
magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas
categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez
por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos
Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º;
VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto no art.
40;
VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal;
VIII o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-
se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça,
assegurada ampla defesa;
VIIIA a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância atenderá, no
que couber, ao disposto nas alíneas a, b, c e e do inciso II;
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias
partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade
do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as
disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;
XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial,
com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições
administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das
vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno;
XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de
segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão
permanente;
XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial e à
respectiva população;
XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero
expediente sem caráter decisório;
XV a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição.
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Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do
Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de
carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva
atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder
Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão
especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
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em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem
caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal.
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às
atividades específicas da Justiça.
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais,
em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos
precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas
dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos,
proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou
por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado,
e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º
deste artigo.
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária, tenham
60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com deficiência, assim
definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor
equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento
para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do
precatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos
pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam
fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às
entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao
valor do maior benefício do regime geral de previdência social. (Teto INSS em 2017 – R$ 5.531,31)
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao
pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios
judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando
terão seus valores atualizados monetariamente.
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder
Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento
integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu
direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito,
o sequestro da quantia respectiva.
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar
frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também,
perante o Conselho Nacional de Justiça.
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§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago, bem como
o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento de parcela do
total ao que dispõe o § 3º deste artigo.
§ 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente de regulamentação, deles deverá
ser abatido, a título de compensação, valor correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não
em dívida ativa e constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora, incluídas parcelas
vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução esteja suspensa em virtude de
contestação administrativa ou judicial.
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora, para
resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre os débitos
que preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos.
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade federativa devedora, a entrega
de créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo ente federado.
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requisitórios,
após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice
oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora, incidirão
juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída
a incidência de juros compensatórios.
§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros,
independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º
e 3º.
§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de petição
protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora.
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição Federal poderá
estabelecer regime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e
Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação.
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débitos, oriundos de
precatórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente.”
§ 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aferirão mensalmente, em base anual, o
comprometimento de suas respectivas receitas correntes líquidas com o pagamento de precatórios e
obrigações de pequeno valor. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
§ 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de que trata o § 17, o somatório das
receitas tributárias, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de contribuições e de serviços, de
transferências correntes e outras receitas correntes, incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da
Constituição Federal, verificado no período compreendido pelo segundo mês imediatamente anterior ao
de referência e os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as duplicidades, e deduzidas: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
I - na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios por determinação
constitucional; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
II - nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, a contribuição dos servidores para
custeio de seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação
financeira referida no § 9º do art. 201 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
94, de 2016)
§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de condenações judiciais em precatórios e
obrigações de pequeno valor, em período de 12 (doze) meses, ultrapasse a média do comprometimento
percentual da receita corrente líquida nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores, a parcela que exceder
esse percentual poderá ser financiada, excetuada dos limites de endividamento de que tratam os incisos
VI e VII do art. 52 da Constituição Federal e de quaisquer outros limites de endividamento previstos, não
se aplicando a esse financiamento a vedação de vinculação de receita prevista no inciso IV do art. 167
da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por cento) do montante dos precatórios
apresentados nos termos do § 5º deste artigo, 15% (quinze por cento) do valor deste precatório serão
pagos até o final do exercício seguinte e o restante em parcelas iguais nos cinco exercícios subsequentes,
acrescidas de juros de mora e correção monetária, ou mediante acordos diretos, perante Juízos Auxiliares
de Conciliação de Precatórios, com redução máxima de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito
atualizado, desde que em relação ao crédito não penda recurso ou defesa judicial e que sejam observados
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os requisitos definidos na regulamentação editada pelo ente federado. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 94, de 2016)
SEÇÃO II
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com
mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação
ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da
República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-
lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação
declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do
Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros
dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter
permanente;
d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o
mandado de segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República
e do próprio Supremo Tribunal Federal;
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal
ou o Território;
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e
outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for
autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal
Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância;
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de
atribuições para a prática de atos processuais;
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e
aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta
ou indiretamente interessados;
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre
Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do
Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das
Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais
Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público;
II - julgar, em recurso ordinário:
a) o "habeas-corpus", o mandado de segurança, o "habeas-data" e o mandado de injunção decididos
em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
b) o crime político;
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando
a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
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d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
§ 1.º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será
apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e
efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e
indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões
constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do
recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros.
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de
dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula
que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos
do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal,
bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca
das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que
acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de
súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade.
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente
a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato
administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou
sem a aplicação da súmula, conforme o caso.
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2
(dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo:
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal;
II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal;
III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal;
IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;
V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;
VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;
VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;
VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
X - um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República;
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XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre
os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual;
XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos
Deputados e outro pelo Senado Federal.
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências
e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal.
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois de
aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha ao Supremo
Tribunal Federal.
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do
cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem
conferidas pelo Estatuto da Magistratura:
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo
expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos
atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los,
revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei,
sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União;
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive
contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que
atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e
correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a
disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e
aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso
de autoridade;
V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de
tribunais julgados há menos de um ano;
VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade
da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do
Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do
Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão
legislativa.
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro-Corregedor e ficará
excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem
conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes:
I receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e aos
serviços judiciários;
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral;
III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de juízos ou
tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios.
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho Federal
da Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça, competentes
para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Poder
Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de
Justiça.
SEÇÃO III
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da
República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável
saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado
Federal, sendo:
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I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos
Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual,
do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I - processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de
responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os
membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais,
dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos
Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes
da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea
"a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da
Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem
como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;
f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;
g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre
autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste
e da União;
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão,
entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência
do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho
e da Justiça Federal;
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias;
II - julgar, em recurso ordinário:
a) os "habeas-corpus" decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou
pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou
pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do
outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão
recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça:
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras
funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira;
II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e
orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com
poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante.
SEÇÃO IV
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS
Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando
possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de
trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
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I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do
Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;
II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por
antiguidade e merecimento, alternadamente.
§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais e
determinará sua jurisdição e sede.
§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e
demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de
equipamentos públicos e comunitários.
§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras
regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.
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§ 4º - Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional
Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a
finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos
humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em
qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça
Federal.
Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por sede
a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais
caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.
SEÇÃO V
(REDAÇÃO DADA PELA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 92, DE 2016)
DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO, DOS TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO E
DOS JUÍZES DO TRABALHO
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre
brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico
e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do
Senado Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art.
94;
II - os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira,
indicados pelo próprio Tribunal Superior.
§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho.
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho:
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe,
dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira;
II - o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão
administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus,
como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante.
§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e julgar, originariamente, a reclamação para
a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 92, de 2016)
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua
jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições
de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho.
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V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art.
102, I, o;
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de
fiscalização das relações de trabalho;
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos
legais, decorrentes das sentenças que proferir;
IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.
§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas,
de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir
o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as
convencionadas anteriormente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o
Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir
o conflito.
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados,
quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com
mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art.
94;
II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento,
alternadamente.
§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências
e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de
equipamentos públicos e comunitários.
§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente, constituindo
Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do
processo.
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular.
Parágrafo único. (Revogado)
SEÇÃO VI
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os
Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal
de Justiça.
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal.
§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
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a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou,
não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável
saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os
desembargadores.
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de
direito e das juntas eleitorais.
§ 1º - Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício
de suas funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis.
§ 2º - Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e
nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo
mesmo processo, em número igual para cada categoria.
§ 3º - São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta
Constituição e as denegatórias de "habeas-corpus" ou mandado de segurança.
§ 4º - Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:
I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei;
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais;
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais;
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais;
V - denegarem "habeas-corpus", mandado de segurança, "habeas-data" ou mandado de injunção.
SEÇÃO VII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo
Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-
generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da
Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre brasileiros
maiores de trinta e cinco anos, sendo:
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva
atividade profissional;
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça
Militar.
Art. 124. À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar.
SEÇÃO VIII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta
Constituição.
§ 1º - A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização
judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
§ 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos
normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação
para agir a um único órgão.
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual,
constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau,
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pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar
seja superior a vinte mil integrantes.
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares
definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri
quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos
oficiais e da graduação das praças.
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares
cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de
Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares.
§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a
fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.
§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais
funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de
equipamentos públicos e comunitários.
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas
especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias.
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no
local do litígio.
Questões
03. (DPU - Técnico em Assuntos Educacionais - CESPE/2016) A respeito do Poder Judiciário e das
funções essenciais à justiça, julgue o item a seguir.
Os pagamentos devidos pelas fazendas públicas federal, estadual e municipal, em virtude de sentença
judicial, são feitos por meio de precatórios.
( ) CERTO
( ) ERRADO
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04. (EBSERH - Advogado - IBFC/2016) Com relação às atribuições conferidas pela Constituição
Federal ao Conselho Nacional de Justiça, assinale a alternativa que NÃO apresenta uma dessas
atribuições.
(A) Representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso
de autoridade
(B) Elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do
Poder Judiciário
(C) Receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive
contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que
atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e
correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a
disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e
aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa
(D) Elaborar trimestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade
da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário
(E) Rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de
tribunais julgados há menos de um ano.
05. (DPE/ES - Defensor Público - FCC/2016) De acordo com disposição expressa da Constituição
Federal de 1988, NÃO compete ao Superior Tribunal de Justiça processar e julgar, originariamente,
(A) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de
responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os
membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais,
dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos
Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais.
(B) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão,
entidade ou autoridade federal, da Administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência
do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho
e da Justiça Federal.
(C) as ações contra o Conselho Nacional do Ministério Público.
(D) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias.
(E) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre
autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste
e da União.
06. (TRE/MG - Técnico Judiciário – Administrativa - CONSULPLAN) A Justiça Eleitoral tem uma
peculiar organização no texto constitucional federal, sendo uma das ramificações da Justiça da União,
embora os Tribunais Regionais Eleitorais tenham coordenação realizada por magistrados que têm origem
na Justiça dos Estados e que compõem a presidência e a vice‐presidência desses órgãos. Nos termos
da Constituição Federal, são considerados órgãos da Justiça Eleitoral:
(A) Juízes Eleitorais e Juntas Eleitorais
(B) Juízes Eleitorais e Comarcas Eleitorais.
(C) Tribunal Superior do Trabalho e Municípios Eleitorais.
(D) Tribunais Regionais Eleitorais e Circunscrições Eleitorais.
07. (TRE/RR - Técnico Judiciário - Área Administrativa - FCC) As decisões do Tribunal Superior
Eleitoral:
(A) Somente comportam recurso caso contrariem a Constituição ou Lei Federal.
(B) São sempre definitivas, não comportando recurso a outros Tribunais em nenhuma hipótese.
(C) Somente comportam recurso quando contrariarem a Constituição ou negarem ordem de habeas
corpus ou mandado de segurança.
(D) Somente comportam recurso caso contrariem a Constituição ou concedam a ordem de habeas
corpus ou mandado de segurança.
(E) Sempre podem ser impugnadas junto ao Supremo Tribunal Federal.
08. (TRE-RR - Analista Judiciário – Administrativa - FCC) O Tribunal Regional Eleitoral, nos termos
da Constituição da República, será composto por Desembargadores do Tribunal de Justiça, Juízes de
Direito, Juiz do Tribunal Regional Federal e Advogados. A escolha de tais integrantes compete ao
(A) Tribunal Superior Eleitoral, com posterior nomeação pelo Presidente da República.
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(B) Tribunal de Justiça do Estado, quanto aos Desembargadores e Juízes de Direito, e ao Tribunal
Regional Federal, quanto a seu Juiz, independentemente de aprovação pelo Tribunal Superior Eleitoral
ou pelo Presidente da República.
(C) Presidente da República, quanto aos Advogados, após a elaboração de lista sêxtupla pelo Tribunal
Regional Federal.
(D) Tribunal de Justiça do Estado, quanto aos Desembargadores e Juízes de Direito, sujeitando-se
tais escolhas à aprovação do Presidente da República.
(E) Conselho Nacional de Justiça, quanto aos Magistrados, e ao Presidente da República, quanto aos
Advogados.
Respostas
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II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou,
não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável
saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
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AUTARQUIAS
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público criadas para a prestação de serviços públicos,
contando com capital exclusivamente público, ou seja, as autarquias são regidas integralmente por regras
de direito público, podendo, tão-somente, serem prestadoras de serviços e contando com capital oriundo
da Administração Direta (ex.: INCRA, INSS, DNER, Banco Central etc.).
Características
Temos como principais características das autarquias:
- Criação por lei: é exigência que vem desde o Decreto-lei nº 6 016/43, repetindo-se no Decreto-lei nº
200/67 e constando agora do artigo 37, XIX, da Constituição;
- Personalidade jurídica pública: ela é titular de direitos e obrigações próprios, distintos daqueles
pertencentes ao ente que a instituiu: sendo pública, submete-se a regime jurídico de direito público,
quanto à criação, extinção, poderes, prerrogativas, privilégios, sujeições;
- Capacidade de autoadministração: não tem poder de criar o próprio direito, mas apenas a
capacidade de se auto administrar a respeito das matérias especificas que lhes foram destinadas pela
pessoa pública política que lhes deu vida. A outorga de patrimônio próprio é necessária, sem a qual a
capacidade de autoadministração não existiria.
Pode-se compreender que ela possui dirigentes e patrimônio próprios.
- Especialização dos fins ou atividades: coloca a autarquia entre as formas de descentralização
administrativa por serviços ou funcional, distinguindo-a da descentralização territorial; o princípio da
especialização impede de exercer atividades diversas daquelas para as quais foram instituídas; e
- Sujeição a controle ou tutela: é indispensável para que a autarquia não se desvie de seus fins
institucionais.
- Liberdade Financeira: As autarquias possuem verbas próprias (surgem como resultado dos serviços
que presta) e verbas orçamentárias (são aquelas decorrentes do orçamento). Terão liberdade para
manejar as verbas que recebem como acharem conveniente, dentro dos limites da lei que as criou.
- Liberdade Administrativa: As autarquias têm liberdade para desenvolver os seus serviços como
acharem mais conveniente (comprar material, contratar pessoal etc.), dentro dos limites da lei que as
criou.
Classificação
Para Carvalho Filho, pode-se apontar três fatores que de fato demarcam diferenças entre as
autarquias. São eles:
- o nível federativo: as autarquias podem ser federais, estaduais, distritais e municipais, conforme
instituídas pela União, Estados, Distrito Federal e pelos Municípios;
- quanto ao objeto: dentro das atividades típicas do Estado, as que estão pré-ordenadas; e
- as autarquias podem ter diferentes objetivos: as autarquias assistenciais são aquelas que visam
a dispensar auxílio a regiões menos desenvolvidas, ou à categorias sociais específicas, para o fim de
minorar as desigualdades regionais e sociais, conforme artigo 3º, inciso III, da Constituição (ex.:
SUDENE).
Quanto ao tipo de atividade elas ainda podem ser distribuídas em 5 grupos de classificação:
- Econômicas: São destinadas para incentivar a produção e controle de produtos. Como é o exemplo
do Instituto do Açúcar e do Álcool;
- De crédito e industriais: Para gestão de recursos financeiros, bem como sua distribuição mediante
empréstimo. Atualmente foram substituídas por empresas públicas, como é o caso da Caixa Econômica
Federal;
- De previdência e assistência: Para atividades de seguridade social. Como é o caso do INSS e o
IPESP;
- As profissionais ou corporativas: Para fiscalizar as profissões;
- As culturais ou de ensino: Universidades federais.
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Patrimônio
A questão patrimonial diz respeito à caracterização dos bens em públicos e privados. Em 1916, o
sistema jurídico administrativo sofreu várias mudanças com a criação desse tipo especial de pessoas
jurídicas - as autarquias - que, mesmo sem integrar a organização política do Estado, a ela está vinculada,
ostentando personalidade jurídica de direito público. Vários doutrinadores, com intuito de adaptarem-se
à norma do Código Civil e mais ainda de proteger os bens das pessoas federativas, qualificaram os bens
públicos como aqueles que integram o patrimônio das pessoas administrativas de direito público. Dessa
forma, pacificou-se o entendimento de que os bens das autarquias são considerados como bens públicos.
Pessoal
Com o artigo 39 da Constituição, em sua redação vigente, as pessoas federativas (União, Estados, DF
e Municípios) ficaram com a obrigação de instituir, no âmbito de sua organização, regime jurídico único
para todos os servidores da administração direta, das autarquias e das fundações públicas. Segundo
Carvalho Filho, o art. 39 da CF, foi a maneira que o legislador encontrou de manter planos de carreira
idênticos para esses setores administrativos, acabando com as antigas diferenças que, como é sabido,
por anos e anos, provocaram inconformismos e litígios entre os servidores.
Controle Judicial
As autarquias, por serem dotadas de personalidade jurídica de direito público, podem praticar atos
administrativos típicos e atos de direito privado (atípicos), sendo este último, controlados pelo judiciário,
por vias comuns adotadas na legislação processual, tal como ocorre com os atos jurídicos normais
praticados por particulares. Já os atos administrativos, possuem algumas características especiais, pois
eles são controlados pelo judiciário tanto por vias comuns, quanto pelas especiais, como é o caso do
mandado e da ação popular.
Necessário se faz destacar que os elementos do ato autárquico que resultam de valoração sobre a
conveniência e oportunidade da conduta, são excluídos de apreciação judicial, assim como os atos
administrativos em geral que trazem o regular exercício da função administrativa e são privativos dos
seus agentes administrativos.
Responsabilidade civil
Prevê a Constituição que as pessoas jurídicas de direito público respondem pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.
A regra contida no referido dispositivo, consagra a teoria da responsabilidade objetiva do Estado,
aquela que independe da investigação sobre a culpa na conduta do agente.
Prerrogativas autárquicas
As autarquias possuem algumas prerrogativas de direito público, sendo elas:
- imunidade tributária: previsto no art. 150, § 2 º, da CF, veda a instituição de impostos sobre o
patrimônio, a renda e os serviços das autarquias, desde que vinculados às suas finalidades essenciais
ou às que delas decorram. Podemos, assim, dizer que a imunidade para as autarquias tem natureza
condicionada.
- impenhorabilidade de seus bens e de suas rendas: não pode ser usado o instrumento coercitivo
da penhora como garantia do credor.
- imprescritibilidade de seus bens: caracterizando-se como bens públicos, não podem ser eles
adquiridos por terceiros através de usucapião.
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- prescrição quinquenal: dívidas e direitos em favor de terceiros contra autarquias prescrevem em 5
anos.
- créditos sujeitos à execução fiscal: os créditos autárquicos são inscritos como dívida ativa e podem
ser cobrados pelo processo especial das execuções fiscais.
- presunção de legitimidade de seus atos administrativos:
- principais situações processuais específicas:
As autarquias são consideradas como fazenda pública, razão pela qual, nos processos em que é parte,
tem prazo em dobro para recorrer (art. 183 do NCPC). Elas estão sujeitas ao duplo grau de jurisdição. A
defesa de autarquia em execução por quantia certa, fundada em título judicial, se formaliza em outros
apensos ao processo principal e por meio de embargos do devedor.
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais,
cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.
A redação do Código de Processo Civil de 1973, previa prazo em dobro para a Fazenda Pública e
o Ministério Público se manifestarem e prazo em quádruplo para recorrer.
Com o novo Código de Processo de 2015, esse prazo sofreu modificações, de forma que o Ministério
Público, à Fazenda Pública e à Defensoria Pública gozam de prazo em dobro para manifestação nos
autos, exceto nos casos em que a lei estabelecer, de maneira expressa, outro prazo específico para
esses entes.
Entretanto, esse benefício da contagem do prazo em dobro, não se aplica ao ente público, Ministério
Público ou Defensoria Pública, quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente
público. (art. 183, §2º, NCPC)
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa,
prazo próprio para o ente público.
Contratos
É toda aquela em que a lei instituidora conferir privilégios específicos e aumentar sua autonomia
comparativamente com as autarquias comuns, sem infringir os preceitos constitucionais pertinentes a
essas entidades de personalidade pública. O que posiciona a autarquia de regime especial são as regalias
que a lei criadora lhe confere para o pleno desempenho de suas finalidades específicas. 112
Assim, são consideradas autarquias de regime especial o Banco Central do Brasil, as entidades
encarregadas, por lei, dos serviços de fiscalização de profissões. Com a política governamental de
transferir para o setor privado a execução de serviços públicos, reservando ao Estado a regulamentação,
o controle e fiscalização desses serviços, houve a necessidade de criar na administração agências
especiais destinadas a esse fim.
112
http://www.portaleducacao.com.br/direito/artigos/27676/autarquias-de-regime-especial
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OBS: Havia discussão no mundo jurídico acerca do regime jurídico da OAB, se seria autarquia de
regime especial ou não. No julgamento da ADIn 3026/DF o STF decidiu que “a OAB não é uma entidade
da Administração Indireta da União. A Ordem é um serviço público independente, categoria ímpar no
elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro”. Veja a íntegra do julgado:
Agências executivas
A qualificação de agências executivas se dá por meio de requerimento dos órgãos e das entidades
que prestam atividades exclusivas do Estado e se candidatam à qualificação. Aqui estão envolvidas a
instituição e o Ministério responsável pela sua supervisão.113
Os planos devem definir diretrizes, políticas e medidas voltadas para a racionalização de estruturas e
do quadro de servidores, a revisão dos processos de trabalho, o desenvolvimento dos recursos humanos
e o fortalecimento da identidade institucional da Agência Executiva.
113 http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=661
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O Poder Executivo definirá também os critérios e procedimentos para a elaboração e o
acompanhamento dos Contratos de Gestão e dos programas de reestruturação e de desenvolvimento
institucional das Agências.
A qualificação como Agência Executiva deve ser dada por meio de decreto do Presidente da República.
O plano estratégico de reestruturação deve produzir melhorias na gestão da instituição, com vistas à
melhoria dos resultados, do atendimento aos seus clientes e usuários e da utilização dos recursos
públicos.
Os dirigentes máximos das Agências Executivas também poderão autorizar os afastamentos do País
de servidores civis das respectivas entidades.
O art 7º do Decreto subordina a execução orçamentária e financeira das Agências Executivas aos
termos do contrato de gestão e isenta a mesma dos limites nos seus valores para movimentação,
empenho e pagamento. Esta determinação não se coaduna, entretanto, com o pensamento reinante de
administração fiscal responsável a partir do que se encontra positivado pela Lei Complementar 101 de
2000.
Algo semelhante é o que se deu também com o art. 8º e parágrafo que delega competência para os
Ministros supervisores e dirigentes máximos das Agências para a fixação de limites específicos, aplicáveis
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1393950 E-book gerado especialmente para ANDREIA
às Agências Executivas, para a concessão de suprimento de fundos para atender a despesas de pequeno
vulto.
As Agências Executivas poderão editar regulamento próprio de valores de diárias no País e condições
especiais para sua concessão. O que se busca é adequá-las às necessidades específicas de todos os
tipos de deslocamentos. Todos os dados relativos a número, valor, classificação funcional programática
e de natureza da despesa, correspondentes à nota de empenho ou de movimentação de créditos devem
ser publicados no Diário Oficial da União em atendimento ao princípio constitucional da publicidade.
Agências Reguladoras
As agências reguladoras foram criadas pelo Estado com a finalidade de tentar fiscalizar as atividades
das iniciativas privadas. Tratam-se de espécies do gênero autarquias, possuem as mesmas
características, exceto pelo fato de se submeterem a um regime especial. Seu escopo principal é a
regulamentação, controle e fiscalização da execução dos serviços públicos transferidos ao setor privado.
São criadas por meio de leis e tem natureza de autarquia com regime jurídico especial, ou seja, é
aquela que a lei instituidora confere privilégios específicos e maior autonomia em comparação com
autarquias comuns, sem de forma alguma infringir preceitos constitucionais.
Uma das principais características das Agências Reguladoras é a sua relativa autonomia e
independência. As agências sujeitam-se ao processo administrativo (Lei 9.784/99, na esfera federal, além
dos próprios dispositivos das leis especificas).
Caso ocorra lesão ou ameaça de lesão de direito, a empresa concessionária poderá ir ao Judiciário.
Sua função é regular a prestação de serviços públicos, organizar e fiscalizar esses serviços a serem
prestados por concessionárias ou permissionárias.
FUNDAÇÕES PÚBLICAS
Fundação é uma pessoa jurídica composta por um patrimônio personalizado, destacado pelo seu
instituidor para atingir uma finalidade específica. As fundações poderão ser tanto de direito público quanto
de direito privado.
As fundações que integram a Administração indireta, quando forem dotadas de personalidade de
direito público, serão regidas integralmente por regras de Direito Público. Quando forem dotadas de
personalidade de direito privado, serão regidas por regras de direito público e direito privado.
O patrimônio da fundação pública é destacado pela Administração direta, que é o instituidor para definir
a finalidade pública. Como exemplo de fundações, temos: IBGE (Instituto Brasileiro Geográfico
Estatístico); Universidade de Brasília; FEBEM; FUNAI; Fundação Memorial da América Latina; Fundação
Padre Anchieta (TV Cultura).
Características:
- Liberdade financeira;
- Liberdade administrativa;
- Dirigentes próprios;
- Patrimônio próprio: Patrimônio personalizado significa dizer que sobre ele recai normas jurídicas que
o tornam sujeito de direitos e obrigações e que ele está voltado a garantir que seja atingido a finalidade
para qual foi criado.
Não existe hierarquia ou subordinação entre a fundação e a Administração direta. O que existe é um
controle de legalidade, um controle finalístico.
As fundações governamentais, sejam de personalidade de direito público, sejam de direito privado,
integram a Administração Pública. A lei cria e dá personalidade para as fundações governamentais de
direito público. As fundações governamentais de direito privado são autorizadas por lei e sua
personalidade jurídica se inicia com o registro de seus estatutos.
As fundações são dotadas dos mesmos privilégios que a Administração direta, tanto na área tributária
(ex.: imunidade prevista no art. 150 da CF/88), quanto na área processual (ex.: prazo em dobro).
As fundações respondem pelas obrigações contraídas junto a terceiros. A responsabilidade da
Administração é de caráter subsidiário, independente de sua personalidade.
As fundações governamentais têm patrimônio público. Se extinta, o patrimônio vai para a
Administração indireta, submetendo-se as fundações à ação popular e mandado de segurança. As
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particulares, por possuírem patrimônio particular, não se submetem à ação popular e mandado de
segurança, sendo estas fundações fiscalizadas pelo Ministério Público.
EMPRESAS PÚBLICAS
Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado, criadas para a prestação de serviços
públicos ou para a exploração de atividades econômicas que contam com capital exclusivamente público
e são constituídas por qualquer modalidade empresarial. Se a empresa pública é prestadora de serviços
públicos, por consequência está submetida a regime jurídico público. Se a empresa pública é exploradora
de atividade econômica, estará submetida a regime jurídico igual ao da iniciativa privada.
Alguns exemplos de empresas públicas:
- BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social): Embora receba o nome de banco,
não trabalha como tal. A única função do BNDS é financiar projetos de natureza social. É uma empresa
pública prestadora de serviços públicos.
- EBCT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos): É prestadora de serviço público (art. 21, X, da
CF/88).
- Caixa Econômica Federal: Atua no mesmo segmento das empresas privadas, concorrendo com os
outros bancos. É empresa pública exploradora de atividade econômica.
- RadioBrás: Empresa pública responsável pela “Voz do Brasil”. É prestadora de serviço público.
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Vale fazer uma ressalva quanto às empresas públicas prestadoras de serviço público, muitos
doutrinadores divergem se eles podem ou não falir. Trouxemos os entendimentos apontados por alguns
doutrinadores no sentido que essas empresas não se submetem ao regime falimentar. Vejamos:
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, na obra: DIREITO ADMINISTRATIVO, 27ª edição, editora
ATLAS, 2014.
“As empresas públicas e sociedades de economia mista não estão sujeitas à falência, conforme está
expresso no artigo 2º da Lei nº 11.101 de 9-2- 2005 (Lei de Falências). Essa lei deu tratamento diferente
às empresas concessionárias e às empresas estatais (sociedades de economia mista e empresas
públicas). Estas últimas foram excluídas da abrangência da lei (art. 2º, I) . A diferença de tratamento tem
sua razão de ser: é que as empresas estatais fazem parte da Administração Pública indireta, administram
patrimônio público, total ou parcialmente, dependem de receitas orçamentárias ou têm receita própria,
conforme definido em lei, e correspondem a forma diversa de descentralização: enquanto as
concessionárias exercem serviço público delegado por meio de contrato, as empresas estatais são
criadas por lei e só podem ser extintas também por lei. Sendo criadas por lei, o Estado provê os recursos
orçamentários necessários à execução de suas atividades, além de responder subsidiariamente por suas
obrigações.
Só cabe fazer uma observação: a lei falhou ao dar tratamento igual a todas as empresas estatais, sem
distinguir as que prestam serviço público (com fundamento no artigo 1 75 da Constituição) e as que
exercem Administração Indireta atividade econômica a título de intervenção (com base no artigo 1 73 da
Constituição). Estas últimas não podem ter tratamento privilegiado em relação às empresas do setor
privado, porque o referido dispositivo constitucional, no § 1 º, II, determina que elas se sujeitem ao mesmo
regime das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações.”
“Quando se tratar de exploradoras de atividade econômica, então, a falência terá curso absolutamente
normal, como se de outra entidade mercantil qualquer se tratara. É que a Constituição, no art. 173, §1º,
II, atribui-lhes sujeição "ao regime jurídico próprio das empresas privadas inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais (...).”
“De plano, o dispositivo da Lei de Falências não parece mesmo consentâneo com a ratio inspiradora
do art. 173, § 1º, da Constituição Federal. De fato, se esse último mandamento equiparou sociedades de
economia mista e empresas públicas de natureza empresarial às demais empresas privadas, aludindo
expressamente ao direito comercial, dentro do qual se situa obviamente a nova Lei de Falências, parece
incongruente admitir a falência para estas últimas e não admitir para aquelas. Seria uma discriminação
não autorizada pelo dispositivo constitucional. Na verdade, ficaram as entidades paraestatais com
evidente vantagem em relação às demais sociedades empresárias, apesar de ser idêntico o objeto de
sua atividade. Além disso, se o Estado se despiu de sua potestade para atuar no campo econômico, não
deveria ser merecedor da benesse de estarem as pessoas que criou para esse fim excluídas do processo
falimentar.”
“A nova Lei de Falências (Lei 11.101, de 9.2.2005, que `regula a recuperação judicial, extrajudicial e a
falência do empresário e da sociedade empresária’) dispõe expressamente, no art. 2º, I, que ela não se
aplica às empresas públicas e sociedades de economia mista. Não obstante, a situação continuará a
mesma. Tal dispositivo só incidirá sobre as empresas governamentais que prestem serviço público; as
que exploram atividade econômica ficam sujeitas às mesmas regras do setor privado, nos termos do art.
173, §1º, II, da CF [...].”
As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de Direito Privado criadas para a prestação
de serviços públicos ou para a exploração de atividade econômica, contando com capital misto e
constituídas somente sob a forma empresarial de S/A. As sociedades de economia mista são:
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- Pessoas jurídicas de Direito Privado.
- Exploradoras de atividade econômica ou prestadoras de serviços públicos.
- Empresas de capital misto.
- Constituídas sob forma empresarial de S/A.
Para maior complemento de seus estudos, trouxemos as diferenças entre a empresa pública e
a sociedade de economia mista
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Diferença entre Autarquia e Fundações Públicas
Autarquia Fundação
Criação: ocorre por lei ordinária e específica Criação: ocorre por autorização legislativa e
lei complementar, o que permite definir a área de
atuação.
Personificação: serviço público. Personificação: patrimônio.
Pessoa Jurídica: de direito público. Pessoa Jurídica: de direito público ou
privado.
Funções: exerce função típica do Estado. Funções: exerce funções atípicas do Estado.
Natureza: administrativa Natureza: social
Questões
02. (PC/PE - Escrivão de Polícia – CESPE/2016). Com referência à administração pública direta e
indireta, assinale a opção correta.
(A) Os serviços sociais autônomos, por possuírem personalidade jurídica de direito público, são
mantidos por dotações orçamentárias ou por contribuições parafiscais.
(B) A fundação pública não tem capacidade de autoadministração.
(C) Como pessoa jurídica de direito público, a autarquia realiza atividades típicas da administração
pública.
(D) A sociedade de economia mista tem personalidade jurídica de direito público e destina-se à
exploração de atividade econômica.
(E) A empresa pública tem personalidade jurídica de direito privado e controle acionário majoritário da
União ou outra entidade da administração indireta.
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04. (Prefeitura de São Lourenço/MG - Advogado – FUNDEP/2016). Entre os requisitos legais da
alienação de um bem imóvel pertencente a uma sociedade de economia mista, não se inclui:
(A) autorização legislativa.
(B) motivação.
(C) licitação.
(D) avaliação prévia.
06. (JUCEPAR/PR - Administrador – FAU/2016). A Administração Pública pode ser exercida por
meio de órgãos ou instituições diretas e indiretas, de várias formas e com conceitos e caracterizações
bem definidos. Neste sentido questiona-se: a que tipo de órgão ou instituição pertence a seguinte
caracterização?
“(...) o patrimônio, total ou parcialmente público, dotado de personalidade jurídica, de direito público ou
privado, e destinado por lei, ao desempenho de atividades do Estado na ordem social, com capacidade
de autoadministração e mediante controle da Administração Pública, nos limites da lei.”
(A) Autarquia.
(B) Sociedade de Economia Mista.
(C) Fundação.
(D) Agência Reguladora.
(E) Administração Direta.
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10. (EPT – Maricá -Assistente Administrativo –IESAP/2015). Sobre as autarquias não é correto
afirmar:
(A) Deve ser criada mediante lei específica.
(B) Executa atividades típicas da administração pública, que requeiram, para seu melhor
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
(C) É uma entidade com personalidade jurídica de direito privado, criada por lei.
(D) São entes de direito público com personalidade jurídica e patrimônios próprios.
12. (TJ/SC - Técnico Judiciário Auxiliar – FGV/2015). São pessoas jurídicas de direito privado,
integrantes da Administração Indireta do Estado, criadas por autorização legal, sob qualquer forma
jurídica adequada a sua natureza, para que o Governo exerça atividades gerais de caráter econômico ou,
em certas situações, execute a prestação de serviços públicos, as:
(A) autarquias;
(B) fundações públicas;
(C) fundações privadas;
(D) empresas públicas;
(E) agências reguladoras.
13. (Prefeitura de Rio de Janeiro – RJP- Assistente Administrativo - Prefeitura do Rio de Janeiro
– RJ/2015). De acordo com o entendimento doutrinário, as empresas públicas podem ser conceituadas
como:
(A) pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Indireta, criadas por lei sob a
forma de sociedades anônimas para desempenhar funções que, despidas de caráter econômico, sejam
próprias e típicas de estado
(B) pessoas jurídicas de direito público, integrantes da Administração Indireta, criadas por autorização
legal sob qualquer forma jurídica adequada a sua natureza, para que o governo exerça atividades gerais
de caráter econômico ou, em certas situações, execute a prestação de serviços públicos
(C) pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Indireta, criadas por autorização
legal sob qualquer forma jurídica adequada a sua natureza, para que o governo exerça atividades gerais
de caráter econômico ou, em certas situações, execute a prestação de serviços públicos
(D) pessoas jurídicas de direito público, integrantes da Administração Indireta, criadas por autorização
legal sob a forma de sociedades anônimas, cujo controle acionário pertença ao Poder Público, tendo por
objetivo, como regra, a exploração de atividades gerais de caráter econômico e a prestação de serviços
públicos
Respostas
01. Resposta: E
Decreto 200/1967
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
( )
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins
lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não
exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio
próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e
de outras fontes.
( )
§ 3º As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adquirem personalidade jurídica com a
inscrição da escritura pública de sua constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhes
aplicando as demais disposições do Código Civil concernentes às fundações.
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02. Resposta: C
Decreto 200/67
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita
próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
03. Resposta: C
Segundo José dos Santos Carvalho Filho, a Administração Pública Indireta é o conjunto de pessoas
administrativas que, vinculadas à respectiva Administração direta, têm o objetivo de desempenhar as
atividades administrativas de forma descentralizada. (José dos Santos Carvalho Filho).
04. Resposta: A
Lei nº 8666/1993
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público
devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e
entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de
avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:( )
05. Resposta: B
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
( )
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades
mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;
Na ADIN 1.649-1 o STF firmou o seguinte entendimento: "é dispensável a autorização legislativa
para a criação de empresas subsidiárias, desde que haja previsão para esse fim na própria lei que
instituiu a empresa de economia mista matriz, tendo em vista que a lei criadora é a própria medida
autorizadora".
06. Resposta: C
Fundação pública – a entidade dotada de personalidade jurídica de direito público ou privado, sem fins
lucrativos, criada por lei (Fundação de Direito Público) ou criada em virtude de autorização legislativa
(Fundação de Direito Privado), para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por
órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos
respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.
07. Resposta: A
Autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno, pertencentes à Administração Pública
Indireta, criadas por lei específica para o exercício de atividades típicas da Administração Pública.
Algumas das autarquias mais importantes do Brasil são: Instituto Nacional do Seguro Social – INSS,
Banco Central – Bacen, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis –
Ibama.
08. Resposta: E
DL 200/67
Art. 4° A Administração Federal compreende:
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da
Presidência da República e dos Ministérios.
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09. Resposta: D
DL 200/67
Art. 4° A Administração Federal compreende:
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da
Presidência da República e dos Ministérios.
II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de
personalidade jurídica própria:
a) Autarquias;
b) Empresas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista.
d) fundações públicas.
10. Resposta: C
Criação: ocorre por lei ordinária e específica
Personificação: serviço público.
Pessoa Jurídica: de direito público.
Funções: exerce função típica do Estado.
Natureza: administrativa
11. Resposta: C
Embora possua capacidade de autoadministração e autonomia para o desenvolvimento de suas
atividades, as autarquias não possuem autonomia nas suas atividades normativas e regulamentares,
pois só podem editar normas e regulamentos nos limites definidos na lei. Nesse sentido, o STJ já
decidiu que não caberia a determinada autarquia expedir atos de caráter normativo por inexistir norma
expressa que lhe conferisse tal competência (Resp. 1.103.913/PR).
12. Resposta: D
Art. 5º, Decreto 200/1967.Para os fins desta lei, considera-se:
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita
próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio
próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o
Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa podendo
revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado,
criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas
ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta.
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins
lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não
exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio
próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e
de outras fontes.
13. Resposta: C
MAZZA (2014) — Empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, criadas por
autorização legislativa, com totalidade de capital público e regime organizacional livre. Exemplos: Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos – ECT, Caixa Econômica Federal – CEF, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária –
Embrapa e Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária – Infraero.
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