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DIOCESE DO SUMBE

SEMINÁRIO MAIOR DE FILOSOFIA SÃO CARLOS LWANGA SUMBE

TRABALHO DE FIM DE CURSO DE FILOSOFIA

A JUSTIÇA COMO EQUIDADE EM JOHN RAWLS

Autor: Ângelo Nguelenguele Adriano Covento

Sumbe, Junho de 2023

I
DIOCESE DO SUMBE
SEMINÁRIO MAIOR DE FILOSOFIA SÃO CARLOS LWANGA SUMBE

TRABALHO DE FIM DE CURSO

A justiça como equidade em John Rawls

Autor orientador
Ângelo Nguelenguele Adriano Covento Pe. Joaquim Gonçalves Matias

Sumbe, Junho de 2023

II
DIOCESE DO SUMBE

SEMINÁRIO MAIOR DE FILOSOFIA SÃO CARLOS LWANGA

DIREÇÃO DE ESTUDOS – ANO DE FORMAÇÃO 2022/2023


____________________________________________________________

DECLARAÇÃO

Eu, abaixo assinado, declaro que esta monografia é meu trabalho original e nunca foi
apresentado em nenhuma instituição académica.

Nome: Ângelo Nguelenguele Adriano Covento

Assinatura: _______________________________

Data: ____/ __________/ 2023

Esta monografia teve a aprovação do tutor da instituição

Nome: Pe. Joaquim Gonçalves Matias

Assinatura: ___________________________________

Data: ____/ ____________/2023

Sumbe, Junho de 2023

III
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, familiares, amigos que


tanto fazem para tornarem possível a minha formação. Aos
meus irmãos que se dedicam diariamente sacrificam parte
dos seus direitos em favor da minha formação para que
essa busca do conhecimento consumado nesta obra fosse
uma realidade.

IV
AGRADECIMENTOS
Agradeço profundamente a Deus pelo dom da vida, ao meu querido pai
Domingos Convento Tenente e minha mãe Donana Adriano Jamba ambos naturais do
gungo, pós sem elas não faria parte do mundo dos vivos e pelos ensinamentos, carinho
que os mesmo passaram para mim, agradeço ao reverendo padre Joaquim Gonçalves
Matias tutor deste trabalho de fim do curso que acompanhou-me com paciência e muita
dedicação, agradeço também ao reverendo padre David Nogueira ferreira superior da
missão do gungo pela presença activa, pelos ensinamentos virtuosos e acompanhamento
e confiança que o mesmo concedeu a mim, agradeço também a dona Paula Augusto que
com todo seu afeto me cuidou e acompanhou nos momentos difíceis da minha vida.

Estendo os meus agradecimentos aos meus irmãos nomeadamente a Teresa


Adriano Convento, ao Justino Adriano Convento pelo apoio na continuidade deste
projecto salvífico de Deus, agradeço também a sua reverendíssima do Luzizila Kiala
arcebispo da Arquidiocese de Malange que muito fez e acompanhou a nossa trajetória
enquanto formandos neste seminário. Agradeço profundamente aos meus formadores
faço menção do revendo padre Virgílio Joaquim Canário, reitor deste seminário.

Agradeço ao reverendo padre Isaac Ramos Fernando, diretor Espiritual desta


casa de formação, ao padre Aurélio Israel Katamganha prefeito de disciplina deste
seminário agradeço também ao corpo docente deste seminário. Agradeço ainda aos
meus padrinhos pelo apoio e conselhos. A todos familiares amigos, professores
colaboradores pelo engajamento na formação dos futuros obreiros da igreja e da
sociedade em geral, pelas virtudes que inculcam em mim.

V
RESUMO

Neste trabalho apresentamos uma abordagem acerca da justiça como equidade na


perspectiva de John Rawls. As razões que nos levaram a escolher este tema são bastante
claras são as ideias apresentadas pelo nosso autor que são importante ao ponto de
aprofundar cada vez mais as mesmas ideias e levar ao conhecimento da sociedade que a
justiça como equidade é importante para a repartição dos bens comuns não só na
antiguidade mais até aos nossos dias de hoje. O objectivo geral consiste em elaborar
uma monografia de fim de curso sobre a temática da justiça como equidade em John
Rawls quanto aos objectivos específicos: Descrever a fundamentação teórica sobre
justiça como equidade; Descrever a justiça como problema distibuitivo; Descrever os
princípios da justiça. Em tudo procurou-se a justiça porque ela é a balança entre o bem e
o mal, razão pela qual escolhemos este tema. Quanto a estrutura do trabalho consta de
três capítulos, e seus respetivos títulos e subtítulos. O primeiro capítulo aborda sobre a
fundamentação teórica da justiça como equidade; conceito de justiça; o papel da justiça;
e por fim o principal objecto de justiça. O segundo capítulo aborda sobre a justiça como
problema distributivo; a sociedade como sistema equitativo; a justiça equitativa; posição
acerca da justiça equitativa; e a ideia principal da teoria da justiça. O terceiro capítulo
aborda sobre os princípios de justiça; os dois princípios de justiça; argumentos
principais a favor da justiça; as ideias de bem na justiça como equidade; e o princípio de
diferença. Para se atingir os objectivos preconizados para a elaboração deste trabalho,
poderá ser utilizado o método de investigação de leitura dos conteúdos dados pelos
vários autores, métodos de nível teórico nomeadamente a revisão bibliográfica que
servira para buscar informação sobre o tema em estudo, permitindo o enriquecimento do
nosso trabalho. Com este trabalho conseguimos alcançar os seguintes resultados;
Ajudou-nos a buscar o sentido da justiça como equidade na repartição dos bens para que
uma sociedade esteja bem estruturada, percebemos também que pessoas do bem
contribuem significativamente para que uma sociedade esteja alicerçada na justiça
sublinhando assim a mesma como via de participação dos membros na organização do
estado.

Palavras-chave: Justiça, Equidade, Distribuição, Princípio, Desigualdade.

VI
EPIGRAFE
Uma das metas praticáveis da justiça como equidade é
fornecer uma base filosófica e moral aceitável para as
instituições democráticas e assim responder a questão de
como entender asexigências da liberdade e da igualdade.
(Rawls, 2002, pág.)

VII
VIII
SUMÁ RIO
DEDICATÓRIA.................................................................................................................IV
AGRADECIMENTOS..........................................................................................................V
RESUMO………………………………………………………………………………..VI
EPIGRAFE......................................................................................................................VII
INTRODUÇÃO.....................................................................................................................1
CAPÍTULO I FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA SOBRE A JUSTIÇA COMO EQUIDADE.........3
1.1- CONCEITO DE JUSTIÇA.............................................................................................3
1.2- O PAPEL DA JUSTIÇA.................................................................................................4
1.3- O PRINCIPAL OBJECTO DA JUSTIÇA.........................................................................7
CAPITULO II JUSTIÇA COMO PROBLEMA DESTRIBUTIVO............................................11
2.1-A SOCIEDADE COMO SISTEMA EQUITATIVO...........................................................11
2.2-JUSTIÇA EQUITATIVA...............................................................................................14
2.3-POSIÇÃO ORIGINAL ACERCA DA JUSTIÇA EQUITATIVA..........................................17
2.4-A IDEIA PRINCIPAL DA TEORIA DA JUSTIÇA EQUITACTIVA...................................21
CAPITULO III OS PRINCÍPIOS DE JUSTIÇA.................................................................22
3.1-OS DOIS PRINCÍPIOS DE JUSTIÇA.............................................................................22
3.2-AS IDEIAS DE BEM NA JUSTIÇA COMO EQUIDADE..................................................27
3.3-O PRINCÍPIO DE DIFERENÇA....................................................................................30
CONCLUSÃO....................................................................................................................33
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.............................................................................35

IX
INTRODUÇÃO

A abordagem deste trabalho foi sobre o grande autor John Rawls que nasceu no
dia 21 de Fevereiro de 1921 em Baltimore, na região nordeste dos Estados Unidos da
América. Este celebre filósofo da justiça faleceu de insuficiência cardíaca, em lexington
Massachussete, no dia 24 de Novembro de 2002.

Nesta Monografia apresentaremos o pensamento de John Rawls sobre a temática


Justiça como Equidade. A escolha deste tema justifica-se no facto da necessidade de
compreender o pensamento de John Rawls sobre a justiça como equidade e levar ao
conhecimento da sociedade sobre o quão é importante este tema sobretudo na repartição
dos bens. Num universo de reflexões despertou-nos como sustentáculos ao longo desta
monografia. Deste modo todas as sociedades precisam de justiça para que haja
harmonia e interação entre os homens.
Este trabalho tem como objectivo geral a elaboração uma Monografia de fim do
curso sobre a temática da Justiça como Equidade em John Rawls. E como objectivos
específicos temos: descrever a fundamentação teórica sobre a justiça como equidade;
descrever a justiça como problema distributivo; descrever os princípios de justiça.
Quanto a estrutura do nosso trabalho está dividido em três capítulos:
No primeiro capítulo nos limitaremos a abordar três itens fundamentais: Em
primeira estância falaremos do conceito da justiça na visão de John Rawls, entendendo-
a como a primeira virtude das instituições sociais posteriormente, apresentaremos o
papel da justiça que é de fazer com que todos tenham os mesmos direitos e deveres e
uma distribuição equitativa na vida das pessoas. Assim o terceiro elemento é o objecto
da justiça equitativa que tem como base a estrutura básica da sociedade ou mais
exatamente como as instituições sociais distribuem direitos e deveres.

Neste capitulo abodaremos sobre o problema como sistema equitativo dentro da


justiça onde as metas praticaveis da mesma basea-se no fornecimento de uma extrutura
de base tanto filosofica e moral aceitavel para as intituicões democráticas e assim
responder as exigençias da liberdade,falaremos também das pessoas livres e iguais.para
o nosso autor a organização da sociedade é preciso que haja cooperação de modo que
tenhamos este bem estar que deve resultar em beneficio da maioria e não da

1
menoria,parao nosso autor ele considera insensato quando a pessoa propõe principios e
o mesmo finge honra-lo com o objetivo de beneficiar-se assim que a ocasião o permitir.

Neste capítulo abordaremos sobre os princípios que estão divididos em


duas partes fundamentais que centraliza-se na interpretação da situação de maneira a ver
qual dos princípios deve ser adaptado para termos uma sociedade equitativa.
Posteriormente falaremos dos argumentos principais a favor da justiça onde os cidadãos
enquanto pessoas dotados das faculdades morais têm entre outros interesses a satisfação
dos bens primários necessário para a justiça.

2
CAPÍTULO I FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA SOBRE A JUSTIÇA COMO EQUIDADE

No primeiro capítulo nos limitaremos a abordar três itens fundamentais: Em


primeira estância falaremos do conceito da justiça na visão de John Rawls, entendendo-
a como a primeira virtude das instituições sociais posteriormente, apresentaremos o
papel da justiça que é de fazer com que todos tenham os mesmos direitos e deveres e
uma distribuição equitativa na vida das pessoas. Assim o terceiro elemento é o objecto
da justiça equitativa que tem como base a estrutura básica da sociedade ou mais
exatamente como as instituições sociais distribuem direitos e deveres.

1.1- CONCEITO DE JUSTIÇA


Para o nosso autor, a justiça é a primeira virtude das instituições sociais como a
verdade o é dos sistemas do pensamento. Embora elegante e económica, uma teoria
dever ser rejeitada e revisada se não é verdadeira da mesma forma, leis e instituições por
mais eficiente e bem organizadas que sejam devem ser reformadas ou abolidas se são
injustas. Cada pessoa possui uma inviolabilidade fundada na justiça que nem mesmo o
bem-estar da sociedade como um todo pode ignorar1.
Segundo o nosso autor possuímos valores que não devem ser ignorados assim
sendo o conceito de justiça convida-nos a observar a partir da base institucional por
meio de reflexão ética institucional e sobre a maneira da instauração de regras da vida 2.
A justiça é ainda a virtude prática e maior das instituições dentro das sociedades não só
pela sua importância e sua distribuição segundo o direito e dever de cada um, mas pela
sua axiologia de nível formal e pela defesa sobretudo do cidadão3.
Segundo o nosso autor, Para entender plenamente uma concepção precisamos
explicitar a mesma, da cooperação social da qual ela deriva. Ao fazer isso não
deveríamos perder de vista o papel especial da justiça ou objecto principal ao qual eles
se aplicam4. O autor em estudo considerou por conseguinte que o conceito de justiça se
define pela atuação dos seus princípios na atribuição de direitos e deveres na definição

1
JOHN. R.,(2000) Justiça e democracia, trad. Port. IRENE, A. PATERNOT, Martins Fonte, São Paulo,
Brasil,Pág.3
2
MARTINS, I. A., (2009) justiça como equidade para a sociedade dos povos em John Rawls, universidade
Federal de Pernambuco, Dissertação de mestrado, Recife, Brasil2009,pág.14
3
Luciano, A., (2021) . Justiça na Perspectiva de Jonh Raws. Monografia de fim de curso, Sumbe, pág. 16.
4
JOHN. R.,( (20002).Uma Teoria da Justiça, pág. 11.

3
da divisão apropriada de vantagem social. Por outro lado, uma concepção de justiça é
uma interpretação dessa atuação5.
Nessas observações preliminares o nosso autor faz uma distinção entre o
conceito de justiça significando um equilíbrio adequado entre reivindicações
concorrentes e uma concepção da justiça como um conjunto de princípios
correlacionados com a identificação das causas principais que determinam esse
equilíbrio. Também caracterizou a justiça como sendo apenas uma parte de um ideal
social embora a teoria que levou propor sem dúvida amplie seu significado quotidiano6.

Por esta razão a justiça nega que a perda da liberdade de alguns se justifique por
um bem maior partilhado por outros. Não permite que os sacrifícios impostos a uns
poucos tenham menos valor que o total maior das vantagens desfrutadas por muitos.
Para o nosso autor o bem-estar da minoria na justiça não pode condicionar o bem-estar
da maioria, por esta razão, cada um de preservar os princípios estabelecidos a fim de
exigir e cumprir com todo rigor necessário para que haja este elemento justiça de forma
equitativa7.
1.2- O PAPEL DA JUSTIÇA
Para o nosso autor numa sociedade justa as liberdades da cidadania igual são
consideradas invioladas; os direitos assegurados pela justiça não estão sujeitos a
negociação política ou ao cálculo de interesses sociais 8. Na mesma senda continua o
autor dizendo que a única coisa que permite aceitar uma teoria errónea é a falta de teoria
melhor, de forma análoga uma injustiça é tolerável somente quando é necessária para
evitar uma injustiça ainda maior9. Daí que as virtudes primeiras das actividades
humanas a verdade de justiça são indispensáveis.
Por isso, o nosso autor diz:

Essas proposições parecem expressar nossa convicção sobre a primazia da


justiça. Sem dúvida estão expressas de modo excessivamente forte. Assim
havemos de assumir para fixar ideias que uma sociedade é uma associação
mais ou menos autossuficiente de pessoas que em suas relações mútuas
reconhecem certas regras de condutas como obrigatórias e que na maioria das
vezes agem de acordo com elas10.

5
Ibdem, pag. 12
6
Ibdem, pág.04.
7
Ibdem, pág.7
8
Ibdem, pág. 04
9
Idem
10
Idem

4
Para o nosso autor devemos supor que essas regras especifiquem num sistema de
cooperação concebido para promover o bem dos que fazem parte dela. Então uma sociedade
seja um empreendimento cooperativo visando vantagens mútuas, ela é tipicamente marcada por
um conflito bem como por identidade de interesse. Assim para o nosso autor: Há uma
identidade de interesse porque a cooperação social possibilita que todos tenham uma vida
melhor da que teria qualquer um dos membros se cada um dependesse de seus próprios
esforços11.

Continua o nosso autor dizendo que, há um conflito de interesse porque as pessoas não
são indiferentes no que se refere como os benefícios maiores produzidos pela colaboração
mútua são distribuídos, pois para perseguir seus fins cada um prefere uma participação maior a
uma menor. Exige-se um conjunto de princípios para escolher entre várias formas de ordenação
social que determinam essa divisão de vantagens e para selar um acordo sobre as partes
distributivas adequadas12.
Certamente, esse princípio para o nosso autor é da justiça social, que fornecem de modo
atribuir direitos e deveres nas instituições básicas da sociedade e definem a distribuição
apropriada dos benefícios e encargos da cooperação social, daí que o autor diz que:Uma
sociedade é bem ordenada não apenas quando está planejada para promover o bem dos seus
membros, mas efetivamente reguladas por uma concepção pública de justiça isto é,
trata-se de uma sociedade na qual todos aceitam e sabem que os outros mesmos princípios de
justiça, e as instituições sociais básicas geralmente satisfazem esses princípios 13.
Para o nosso autor, este caso embora os homens possam fazer excessivas exigências
mútuas ele contudo, reconhece um ponto de vista comum partindo da qual suas reivindicações
podem ser julgadas. Se a inclinação dos homens ao interesse próprio torna necessária a
vigilância de uns sobre os outros, seu sentido público de justiça torna possível a sua associação
segura14.

Consequentemente, entre os indivíduos com o objectivo e propósitos díspares uma


concepção partilhada de justiça estabelece os vínculos da convivência cívica; pois que, o desejo
geral de justiça limita a persecução de outros fins. Pode-se imaginar uma concepção de
justiça como constituindo a carta fundamental de uma associação humana bem
ordenada15.

11
Idem
12
Idem
13
Ibdem, pág. 05.
14
Idem
15
Idem

5
Para o nosso autor as sociedades concretas são com certeza raramente bem
ordenadas nesse sentido, pois o que é justo e o que é injusto está geralmente sob a
disputa. Os homens discordam sobre os quais princípios deveriam definir os termos
básicos de sua associação. Todavia, ainda podemos dizer apesar desta discordância que
cada um deles tem sua concepção de justiça. Isto é, eles entendem que necessitam, e
estão dispostos a defender, a necessidade de um conjunto de princípios para atribuir
direitos e deveres básicos e para determinar o que eles consideram como a distribuição
adequada dos benefícios e encargos da cooperação social16.

Assim, parece natural pensar no conceito de justiça como sendo distinto das
várias concepções de justiça e como sendo especificado pelo papel que esses diferentes
conjuntos de princípios, essas diferentes têm em comum17. Desse modo, os que
defendem outras concepções de justiça podem ainda assim concordar que as instituições
são justas quando não se fazem distinções arbitrárias entre as pessoas na atribuição de
direitos e deveres básicos e quando as regras determinam um equilíbrio adequado entre
reivindicações concorrentes das vantagens da vida social18.

Porém, os homens conseguem concordar com essa descrição de instituições


justas porque as nações de uma distinção arbitrária e de um equilíbrio apropriado, que
se incluem no conceito de justiça, ficam abertas à interpretação de cada um, desacordo
com os princípios da justiça aceite. Por isso o nosso autor na sua abordagem nota
semelhanças e diferenças daí que diz da seguinte maneira:

Esses princípios determinam quais semelhanças e diferenças entre as pessoas


que são relevantes na determinação de direitos e deveres e especificam qual divisão de
vantagens e é apropriada. É claro que essa distinção entre o conceito e as várias
concepções de justiça não resolve nenhuma questão importante. Simplesmente ajuda a
identificar o papel dos princípios da justiça social19.
Para o nosso autor um certo, consenso nas concepções da justiça não é, o único
pré-requisito para uma comunidade humana viável. Assim, há outros problemas sociais
fundamentais, em particular os de coordenação, eficiência e estabilidade, pois, os planos
dos indivíduos precisam-se encaixar uns nos outros a fim de que as várias actividades

16
Idem
17
Ibdem, pág. 06.
18
Idem
19
Idem

6
sejam compatíveis entre si e possam ser todas executadas sem que as expectativas
legítimas de cada um sofram frustrações20.

Prossegue mais adiante o nosso autor, que a execução desses planos deveria
levar a consecução de fins sociais de formas eficientes e coerentes com a justiça.
Finalmente, o esquema de cooperação social deve ser estável: deve ser observado de
modo mais ou menos e suas regras básicas devem espontaneamente nortear a acção; e
quando ocorre infrações, devem existir forças estabilizadoras que impeçam maiores
violações e que tendam a restaurar a organização social21.

Segundo o nosso autor, a desconfiança e o ressentimento corroem os vínculos da


civilidade e suspeita a hostilidade tentam os homens a agir de maneira que eles em
circunstâncias diferentes evitariam. Assim embora o papel distintivo das concepções de
justiça seja especificar os direitos e deveres básicos e determinar as partes distributivas
apropriadas, a maneira como uma concepção faz isso necessariamente afecta os
problemas de eficiência, coordenação e estabilidade22.

Segundo o nosso autor, não podemos, em geral, avaliar uma concepção da


justiça unicamente por seu papel distributivo, por mais útil que ela seja na identificação
do conceito de justiça. Precisamos praticamente levar em conta suas conexões mais
amplas; pois embora a justiça tenha uma certa prioridade, sendo a virtude mais
importante das instituições, ainda é verdade que, em condições iguais, uma concepção
da justiça é preferível a outra quando suas consequências mais amplas são desejáveis.23

1.3- O PRINCIPAL OBJECTO DA JUSTIÇA


Para o nosso autor, justiça é a estrutura básica da sociedade mais importante,
Muitas espécies diferentes de coisas são consideradas justas e injustas: não apenas as
leis as instituições e os sistemas sociais mas também determinadas acções de muitas
espécies, incluindo decisões, julgamentos e imputações. Também chamamos de justas e
injustas as atitudes e disposições das pessoas e as próprias pessoas. Nosso tópico,
todavia é da justiça social. O objecto primário é a distribuição dos direitos e deveres
fundamentais e determinam a divisão de vantagens provenientes da cooperação social24.

20
Idem
21
Ibdem, pág. 07
22
Idem
23
Idem
24
Idem

7
Segundo o nosso autor, a proteção legal da liberdade de pensamentos e de
consciência, os mercados, competitivos, a propriedade particular no âmbito dos meios
de produção e a família monogâmica constituem exemplos das instituições sociais mais
importantes. Tomadas em conjunto como um único esquema, as instituições sociais
mais importantes definem os direitos e deveres dos homens e influenciam seus projetos
de vida, o que eles podem esperar vir a ser o bem-estar económico podem almejar25.

A estrutura básica é o objecto primário da justiça porque seus efeitos são


profundos e estão presentes desde o começo. Nossa noção intuitiva é que essa estrutura
é que contém várias posições sociais e que homens nascidos em condições diferentes
têm expectativas de vida diferentes, determinadas, em parte pelo sistema político bem
como pelas circunstâncias económicas e sociais. Assim as instituições da sociedade
favorecem certos pontos de partida mais que outros. Essas são desigualdades
especialmente profundas.26

Mas essas desigualdades, segundo o nosso autor, supostamente inevitáveis na


estrutura básica de qualquer sociedade que os princípios da justiça social devem ser
aplicados em primeiro lugar. Esses princípios, então, regulam as escolhas de uma
constituição política e os elementos principais do sistema económico e social. 27A justiça
de um esquema social depende essencialmente de como se atribuem direitos e deveres
fundamentais e das oportunidades económicas e condições sociais que existem em
vários sectores da sociedade.

Segundo o nosso autor, o alcance de indagação está limitado de duas maneiras:


primeiramente, ocupa-se de um caso especial o problema da justiça. O nosso autor não
considerou a justiça de instituições e práticas sociais em geral, nem, a não ser de
passagem. A justiça das leis nacionais e das relações internacionais. Portanto, se
supusermos que o conceito de justiça se aplica sempre que há uma distribuição de algo
considerado racionalmente vantajoso ou desvantajoso estará interessado em apenas uma
instância de sua aplicação28.

Não há motivo para supor de antemão que os princípios satisfatórios para


estrutura básica se mantenham em todos os casos. Esses princípios podem não funcionar

25
Ibdem pág. 08
26
Idem
27
Idem
28
Idem

8
para regras e práticas de associações privadas ou para aquelas de grupos sociais menos
abrangente. Podem ser irrelevantes para os diversos usos informalmente consagrados e
comportamentos do dia-a-dia; podem não elucidar a justiça, ou melhor, talvez a
equidade de organizações de cooperação voluntária ou procedimento para obter
entendimentos contratuais29.

As condições para o direito internacional talvez exija princípios diferentes


recobertos de um modo um modo diferente. A importância desse caso especial é óbvia e
não precisa de nenhuma explicação. É natural conjetural que, assim que tivermos uma
teoria sólida para este caso, a sua luz os problemas restantes da justiça se revelarão
administráveis com modificações adequadas estas teriam deveriam fornecer a chave
para algumas outras questões.30

Contudo, presume-se que cada um haja com a justiça cumpra a sua parte para
manter instituições justas. Embora a justiça possa ser como observou Hume a virtude
cautelosa e ciumenta, ainda podemos perguntar como seria uma sociedade
perfeitamente justa. Assim o nosso autor examina primeiramente o que chamou de
teoria de conformação escrita em oposição a teoria de conformação parcial. 31

Para ele, esta última estuda os princípios que determinam como lidar com
injustiça. Abrange tópicos tais a teoria da pena a doutrina da guerra justa e a justificação
de várias maneiras de oposição a regimes injustos variando da desobediência civil e da
objeção de consciência a resistência armada e a revolução. Também se incluem aqui
questões de justiça compensatória e da avaliação de uma forma de injustiça institucional
em relação a outra.32

É óbvio que os problemas da teoria da submissão parcial são questões prementes


e urgentes pois, são coisas que enfrentamos no dia-a-dia. Assim, A razão para começar
com a teoria ideal é que ela oferece, como crê o nosso autor que a única base para o
entendimento sistemático desses problemas prementes. A discussão da desobediência
civil por exemplo depende dela33.O nosso autor, presume de que não se pode conseguir
um entendimento mais profundo, e que a natureza dos objectivos de uma sociedade

29
Ibdem pág. 09
30
Idem
31
Idem
32
Ibdem, pág.10
33
Idem

9
perfeitamente justa porque é a parte fundamental da teoria da justiça. E mesmo continua
dizendo que, admite que o conceito de estrutura básica ligado a justiça é um tanto
quanto vago34.

Segundo o nosso autor, não esta sempre clara quais instituições ou quais de seus
aspectos que viriam ser incluídos mas seria prematuro preocupar-se com essa questão
que prosseguiu discutindo princípios que realmente se aplicam aquilo que é certamente
uma parte dada a estrutura básica como a entendemos intuitivamente; tentou depois
estender a aplicação desses princípios de modo que cumpram o que pareceria constituir
os elementos principais da estrutura básica. Talvez esses princípios demonstrem ser
perfeitamente gerais, embora isso seja improvável.35

Segundo o nosso autor, e suficiente que se apliquem os casos mais importantes


de justiça social. O ponto central que ele apresenta é a concepção de justiça para
estruturara tem valor intrínseco. Não deveria ser descartada só porque os seus princípios
não são satisfatórios em todos os casos36. Deve-se, então, considerar que uma concepção
de justiça, oferece primeiramente um padrão pelo qual se deve avaliar os aspectos
distributivos da estrutura básica da sociedade37.

Segundo o nosso autor, Esse padrão, porém, não deve ser confundidos com os
princípios que definem outras virtudes pois a estrutura básica e as organizações sociais
em geral podem ser eficientes ou ineficientes, liberais ou não liberais, e muitas outras
coisas bem como justo ou injusto38.

CAPITULO II JUSTIÇA COMO PROBLEMA DESTRIBUTIVO

Neste capitulo abordaremos sobre o problema como sistema equitativo dentro da


justiça onde as metas praticáveis da mesma basea-se no fornecimento de uma extrutura
de base tanto filosofica e moral aceitavel para as intituicões democráticas e assim
responder as exigençias da liberdade,falaremos também das pessoas livres e iguais.para
o nosso autor a organização da sociedade é preciso que haja cooperação de modo que
34
Idem
35
Idem
36

37
Idem
38

10
tenhamos este bem estar que deve resultar em beneficio da maioria e não da
menoria,para o nosso autor ele considera insensato quando a pessoa propõe principios e
o mesmo finge honra-lo com o objetivo de beneficiar-se assim que a ocasião o permitir.

2.1-A SOCIEDADE COMO SISTEMA EQUITATIVO


Segundo o nosso autor, uma das metas praticáveis da justiça como equidade é
fornecer uma base filosfica e moral aceitável para as instituiçoes democráticas e assim
responder a questão de como entender as exigençias da liberdade e da igualdade 39.
Algumas dessas ideias familíares são mais básicas que outras.

Assim o nosso autor, considerou fundamentais as ideias que utilizou para


organizar e dar uma estrutura ao conjunto da teória da justiça equitativa,a ideia mais
fundamental nessa concepcão de justiça é a ideia de sociedade como um sistema
equitativo de cooperação social que se perpetua de uma geração para outra, essa é a
ideia organizadora central que utilizou para tentar desevolver uma concepção política de
justiça para um regime democrático40.

O nosso autor continuou dizendo que:

Essa ideia central é elaborada em conjunção com duas outras ideias


fundamentais a ela associadas que são; A ideia de cidadão como pessoas
livres e iguais ,e a ideia de uma sociedade bem ordenada,ou seja uma
sociedade efetivamente regulada por uma concepção pública de justiça.41
Como foi mencionado acima, o nosso autor considera que essas ideias intuitivas
fundamentais sejam familiares a cultura política pública de uma sociedade
democrática.Embora tais ideias não constumam ser expressamente formuladas e seus
siginificados não estão claramente demarcados,desempenham um papel fundamental no
pensamento político da sociedade e na interpretação que é dada as suas instituições, por
exemplo por tribunais e em textos históricos ou outros tidos como de importância
duradoura42.

Segundo o nosso autor, constata-se que uma sociedade democratica é tida como
sistema de coperacão social pelo facto de que, um ponto de vista político e no contexto
da discursão pública das questões básicas de justiça política, seus cidadão não

39
J. RAWS,Justiça Como Equidade, Trad. Port. CLAUDIA BERLINER, São Paulo, Brasil 2003, P. 6.
40
Ibdem,pág.7
41
Idem
42
Idem

11
consideram sua ordem social uma ordem natural fixa,ou uma estrutura institucional
justificada por doutrinas religiosas ou princípios hierarquicos que expressam valores
Aristótelicos43.

Neste sentido disse o nosso autor que:

eles tampouco acham que um partido politicopossa,deboa fé propor em seu programa a


negação dos direitos e liberdades básicos de qualquer classe ou grupo
reconhecido.Neste sentido, a ideia central da cooperação social tem pelo menos três
aspectos essenciais44.

A coperação social é algo destinto da mera actividade e socialmente coordenada


por exemplo, por ordens emanadas de uma autoridade central absuluta. Pelo contrário, a
cooperaçao social guia-se por regras e procedimentos publicamente reconhecidos, que
aqueles que coperam aceitam como apropriados para reger sua conduta.45

A ideia de coperacão contém necessariamente na visão do nosso autor refleções de


termos equitativos de coperação; são termos que cada partiticipante pode rasoavelmente
aceitar, e as vezes deveria aceitar, desde que todos os outros aceitam. Para o nosso autor
termos equitativos de coperação incluem a ideia de reciprocidade ou mutualidade, neste
sentido todo aquele que cumprir a sua parte estará efetivamente de acordo com o que as
regras reconhecidas o exigem, deve-se beneficiar da coperação conforme um critério
público, consensual e especificado.46

O teceiro elemento segundo o nosso autor é a ideia de coperação que também


contém a ideia de vatagem racional ou bem racional de cada participante, nesta senda
continua dizendo que a ideia de vatagem racional específica os que coperam procuram
promover do ponto de vista de seu próprio bem. 47 Ao longo do texto o nosso autor fez
uma distição entre o razoável e o racional, tal como os entende48.

Segundo o nosso autor, trata-se de ideias básicas na sua perspectiva e


complementares que compõem a ideia fundamental da sociedade como sistema
equitativo de coperação social49. Pessoas que coperam e que são consideradas iguais nos
pacotes relevantes, pessoas razoáveis são aquelas dispostas a propor ou a reconhece

43
Idem
44
Idem
45
Idem
46
Ibdem,pág.8
47
Idem
48
Idem
49
Idem

12
quando outros os propõem, os princípios necessários para especificar o que pode ser
considerado por todos como termos equitativos de coperação.

Segundo o nosso autor, as pessoas razoáveis também entendem que devem


honrar esses princípios, mesmo a custa de seus próprios interesses se as circunstânçias o
exigirem, desde que outros também devam honra-los 50. para ele é insensato não estar
disposto a propor tais princípios, ou não honrar termos equitativos de coperaçao que,
espera-se, os outros possam razoavelmente aceitar, por isso é pior que insensato quando
a pessoa apenas parece ou finge propor-los ou honra-los, mais está disposta a viola-los
em benefício próprio assim que a ocasião o permitir51.

Segundo o nosso autor, embora não seja razoável, fazer isso não é, em geral,
irracional. Pós pode acontecer que alguns detenham um poder político maior ou se
encontacionarem em circunstancias mais afortunadas; E embora essas condições sejam
irrelevantes para distinguir essas pessoas no que se refere a condição de igualdade, pode
ser racional para elas tirarem vantaguem de sua situção. Deste modo apresentou uma
destinção na vida cotidiana, por exemplo quando dizemos de certas pessoas que em
vista de sua posição superior de negociação, o que propõem é perfeitamente racional,
mas nem por isso razoável52.

Para o nosso autor em estudo dizia que ao empregarmos a concepção de cidadão


como pessoas livres iguais desconsideramos vários aspectos do mundo social e de certa
forma fazemos uma idealização, isso revela uma das funções das concepções abstratas;
Nós as utilizamos certamente para obter uma visão clara e ordenada de uma questão
considerada fundamental, embora enfocando os elementos que supõe ser mais
significativos e relevantes para determinar sua resposta mais adequada53.

2.2-JUSTIÇA EQUITATIVA
Para o nosso autor, a justiça equitativa está intimamente relacionda com as
circustânçias que refletem as condições históricas sob as quais as sociedades
democráticas comtemporâneas existem. Continua Ele dizendo que, as circustancias
ligadas a justiça equitativa são efetivamente de maior importançia porque refletem o
facto de que numa sociedade democratica os cidadãos afirmam doutrinas abrangentes

50
Idem,pág.8
51
Idem
52
Ibdem,pág.9
53
Ibdem,pág.11

13
diferentes,ou até incomensuráveis e irreconciliáveis, embora razoáveis, a luz das quais
entendem suas concepções do bem54.

Segundo o nosso autor, uma das funções da justiça equitativa ligada a política é
de ajudar sobretudo a chegar a um acordo sobre uma concepção política de justiça, mas
ela é capaz de nos mostrar, de modo suficientemente claro para obter um acordo político
geral e livre, que alguma doutina abrangente razoável, com a sua concepção do bem seja
superior isto levou a concluir que não existe uma doutrina abrangente verdadeira ou
nenhuma concepção do bem melhor que as outras somente se diz que não podemos
esperar chegar a um acordo político exiquível sobre qual seja esta doutrina55.

Para ele, quanto há elementos constitucionais essênçiais envolvendo, o poder


político enquanto poder de cidadãos livres e iguais, deve ser exercido de uma maneira
passível de ser endossada por cidadãos razoaveis e racionais a luz de sua razão humana
comum. A unidade social basea-se na aceitação por parte dos cidadãos de uma
concepção política de justiça equitativa e faz uso das ideias de bem que se ajustem a
ela56.
Para o nosso autor, as partes, como representantes de cada cidadão, livres e
iguais actuam como fiduciários ou tútores. Assim ao concordarem com os princípios de
justiça equitativa, tem de garantir necessariamente os interesses fundamentais daqueles
que representam. Isto não significa que as partes apenas defendam seus interesses
pessoais, e muito menos que sejam egoísta, da maneira como essas palavras constumam
ser usadas.Tam pouco significa isso quando aplicado aos cidadãos em sociedades por
quem as partes são responsáveis57.
Ao agirem de maneira responsável como fiduciárias para garantir os interesses
fundamentais das pessoas em sua liberdade e igualdade nas condições plena e
adequadas para o desevolvimento e exercíçio de suas faculdades morais e para a busca
efetiva de sua bem dentro de termos equitativos para com os outros, as partes não vêem
aqueles que representam como egoísta, ou preocupados apenas com seus interesses
pessoais, na visão do nosso autor é claro que esperamos e até queremos que pessoas se

54
Idem
55
Idem
56
Idem
57
Idem,pág.119

14
preocupem com suas liberdades e oportunidades para poderem realizar seu bem. Elas
demostrariam falta de respeito por si mesmas e fraqueza de carácter se não fizessem 58.

possegue o nosso autor, dizendo que Além disso esses conflitos podem ser
profunda e irremediavelmente irreconciáveis muitas vezes bem mais que conflitos
sociais e economicos59. Da mesma maneira, sem uma apreciação da profundidade do
conflito entre doutrinas abragentes quando elas entram no terreno político, o argumento
para formular uma concepção política razoável de justiça com sua ideia de razão pública
tende a ser menos convincente60.

Segundo o nosso autor, a justiça equitativa é uma visão igualitária. Para ele
existem muitos tipos de iguadades, muita razões que interferem directamente para
regulamentar as desiguardades económicas e sociais 61. uma das primeiras razões é
que, na ausência de circunstânçias espeçiais, parece errado que parte ou boa parte da
sociedade seja amplamente provida, ao passo que muitos ou até mesmo poucos, sofram
agruras, para não mecionar fome e doenças trátaveis62.

Para o nosso autor, a necessidades e carências urgentes ficam insatisfeitos, ao


passo que desejos menos urgentes são satisfeitos. Nesse caso porém, talvez não seja a
desigualdade de renda e de riqueza enquanto tal que nos incomode, podemos pensar
que, a não ser que haja uma escassez real, todos deviriam ter pelo menos o suficiente
para satisfazer suas necessidades básicas63.
Para o nosso autor, em estudo uma segunda razão para controlar as
desigualdades económicas sociais é impedir que uma parte da sociedade domine o
restante. Quando esses dois tipos de desigualdades são grandes, tendem a produzir
desigualdade política que se desemcadeiam na justiça equitativa. Para ele o poder
possibilita que uns poucos, em virtude de seu controle da máquina do estado,
promulguem um sistema de direito e de propriedade que garanta sua posição dominante
na economia como um todo64.
Para o nosso autor, a terceira razão nos aproxima mais do que há de errado com
a desigualdade em si mesma, desigualdades políticas e economicas significativas
58
Ibdem,pág.120
59
Idem
60
Idem
61
Idem
62

63
Ibdem,pág.184
64
Ibdem

15
costumam estar associadas a desigualdades de status social que estimulam aqueles que
detém um status menor a serem vistos, tanto por si mesmo como pelos outros, como
inferiores. Isso pode disseminar atitudes de diferença e servilismo por um lado e
vontade de dominar arrogância, por outros. Esses efeitos das desigualdades sociais e
económicas ligada a justiça equitativa podem causar graves danos e atitudes que elas
engendram, graves vícios, mais será que desigualdade é errada ou injusta em si
mesma65.
Para o nosso autor, está muito perto de ser errada ou injusta em si mesma no
sentido de que, em um sistema de status, nem todos podem ocupar os níveis mais
elevados. O status é um bem posicional, como as vezes se diz, Status elevados
presupõem outras posições abaixo deles; Portanto disse o nosso autor66.

Para o nosso autor, a desigualdade pode ser errada ou injusta em si mesma


ainda que a sociedade faça uso de precedimentos equitativos. o mesmo apresenta dois
exemplos para sustentar tais ideias; Mercados justos , ou seja mercados competitivos a
bertos e exiquíveis; e eleições políticas justas. Nesses casos, uma certa igualdade, ou
uma desigualdade bastante moderada é condição para justiça equitativa. Neste caso
continua o nosso autor dizendo que67.

Deve-se evitar ao maximo o monopólio e seus equivalentes, não só por seus


efeitos nefasto, entre os quais a ineficiênçia mais também porque sem uma justificação
precisa eles tornam os mercados iníquos. O mesmo pode ser dito de eleicões
influênciadas pela predominançia de uma menoria abastada na vida política68.
Para o nosso autor estas duas manairas de a desigualdade de ser injusta em si
mesma sugerem a solução implementada na justiça equitatica; O saber, o status
fundamental na sociedade é a cidadania igual para todos, um status que todos têm como
pessoas livres e iguais. Prossegue dizendo que69.É na qualidade de cidadãos iguais que
devemos ter um acesso equitativo aos procedimentos equitativos em que se apoia a
extrutura básica.
A ideia de igualdade para o nosso autor, centra-se na importânçia em si mesma
no mais alto grau. Ela decide se a própria sociedade política é concebida como sistema

65
Idem
66
Idem
67
Idem
68
Ibdem,pág.185
69
Idem

16
equitativo de coperação social ao longo do tempo entre pessoas livres iguais, ou se é
concebida de igualdade de alguma outra maneira, é do ponto de vista de cidadãos iguais
que a justificação de outras desigualdades deve ser entendida.70
Para o nosso autor, tudo isso permite dizer que numa sociedade bem ordenada
baseada na justiça equitativa os cidadãos , são iguais no mais alto grau e nos aspectos
mais fundamentais. A igualdade está presente no mais alto grau no facto de que os
cidadãos se reconhecem e se vêem uns aos outros como iguais. Ser o que eles são
cidadãos inclui o facto de eles se relacionarem como iguais faz parte tanto do que eles
são como aquilo que os outros reconhecem que são71.
Prossegue o nosso autor dizendo que; O vínculo social entre eles é constituido
pelo compromisso político público de preservar as condicões que a relação igualitária
entre cidadãos exige. Essa reação igualitária entre cidadões no mais alto grau favorece
no que se trata aspectos ligados a perpetivas de vida, um minimo social baseado numa
ideia de reciprocidade em determento de outra que cobre as necessidades essenciais
humanas para uma vida humana decente. portanto para o nosso autor, isso permitirá
entender como um conceito apropriado de mínimo social depende do conteúdo da
cultura política pública que, por sua vez depende de como a própria sociedade política é
concebida por sua concepção política de justiça72.
Para o nosso autor, em estudo o conceito de mínimo apropriado não está dado
pelas necessidades nas dicas da natureza humana entendida em termos psicologicos
independentemente de um mundo social paricular pelo contrário, depende das ideias
intuitivas fundamentais de pessoa e sociedade de acordo com as quais a justiça
equitativa é formulada73.

2.3-POSIÇÃO ORIGINAL ACERCA DA JUSTIÇA EQUITATIVA.


Segundo o nosso autor, é preciso começar pelo que leva a posição original e
pelas razões para usa-la. A seguinte linha de raciocínio deve nos conduzir até ela;
Partindo da ideia organizadora de uma sociedade como sistema equitativo de coperação
entre pessoas livres e iguais. Surge de imediato a questão de como determinar os termos
equitativos de coperação. Por exemplo eles são ditados por algum poder distinto das
pessoas que cooperam entre si digamos pela lei divina.

70
Idem
71
Ibdem,p.186
72
Idem
73
Ibdem,p.18

17
Segundo o nosso autor, a justiça como equidade adota uma variante de resposta
a ultima pergunta: Os termos equitativos de coperação social provêm de um acordo
celebrado por aqueles comprometidos com ela. Um dos motivos porque isso é assim é
que, dado o presuposto do pluralismo razoável, os cidadão não podem concordar com
nenhuma autoridade moral, como um texto sagrado ou uma instituição ou uma tradição
religiosa74.
Segundo o nosso autor, este acordo, como qualquer outro, tem de ser celebrado
sob certas condições para que um acordo válido do ponto de vista da justiça. Em
particular essas condições devem situar de modo equitativo as pessoas livres e iguais e
não devem permitir que alguns tenham posições de negoçiação mais vantajosas duque
as de outros. Além disso devem estar excluidas as ameaças da força e da coação, o
logro e a fraude, e assim por diante75.
Para o nosso autor, a posição original, com sua caracteristica que denominou de
véu de ignorançia, inclui esse ponto de vista. Na posição original não se permite que as
partes conheçam as posições sociais ou as doutrinas abragentes específicas das pessoas
que elas representam, as partes também ignoram a raça e grupo ético, sexo, ou outros
dons naturais como a força e inteligênçias das pessoas76.
Para o nosso autor, um dos motivos pelos quais a posição original tem de
abstrair as contigências as caracteristicas e circunstâncias particulares das pessoas da
estrutura básica é que as condições para um acordo equitativo entre pessoas livres e
iguais sobre os princípios primeiros de justiça para aquela estrutura têm de eliminar as
posições vantajosas de negociação que, com o passar do tempo, inevitavelmente surgem
em qualquer sociedade como resultado de tendênçiasoçias e históricas cumulativa77.

O nosso autor, propõe portanto a ideia de posição original em resposta a questão


de como estender a ideia de um acordo equitativo para um acordo sobre princípios de
justiça política para a estrutura básica. Essa posição é concebida como uma situação
equitativa para as partes tidas como livres e iguais, e devidamente infomadas e
racionais. Portanto qualquer acordo concertado pelas partes na condição de
representates dos cidadãos é equitativo78.

74
Ibdem,p.21
75
Idem
76
Ibdem,p.22
77
Idem
78
Idem

18
para o nosso autor, em estudo o segundo ponto significa que é preciso
determinar por análise quais são os princípos com que as partes concordariam.
Caracterizou a posição original por meio de várias estipulações cada qual sustentada
por cuidadosas poderações de forma tal que o acordo a que enventualmente se chegue
possa ser deduzido racionalmente apartir de como as partes estão situadas e são
descritas, das altenativas de que dispõem, e das razões e informações.
Aqui para ele uma seria objecão parece se apresentar: uma vez que acordos
hipotéticos não criam nenhuma obrigação o acordo entre as partes na posição original
não teria qualquer significado79. E respondedizendo que: A importancia da posição
original assenta-se no facto de ser um procedimento de representação ou um
experimento mental para os propósitos de esclarecimento público. Devemos pensar que
ela serve de modelo para duas coisas:
Primeiro, é um modelo do que consideramos aqui e agora como condição
equitativa sob as quais os representates dos cidadãos, vistos exclusivamente como
pessoas livres e iguais, devem concordar com os termos equitativos de coperação que
devem reger a estrutura básica. Segundo o nosso autor um modelo do que consideramos
aqui e agora restricões aceitaveis as razões com base nas quais as partes, dispostas em
condições equitativas, podem com propriedade propor certos princípios de justiça
política e rejeitar outros80.

Continua o nosso autor dizendo que:

A posiçao original é um modelo adequado de nossas conviccões sobre essas duas


coisas,conjeturamos que os princípios de justiça que fossem objecto de acordo entre as
partes determinariam os termos de cooperaçao que consideramos aqui e agora
equitativos e baseados nas melhores razões. Isso porque, nesse caso, a posição original
teria conseguido formalizar de um modo apropriado as considerações que, ponderando
cuidadosamente,julgamos ser razoaveis para fundamentar os princípios de uma
concepção política de justiça81.

Para o nosso autor a posição original serve de modelo para duas coisas: Em
primeiro o que consideramos aqui e agora seivas, e condições equitativas sob as quais
os representantes dos cidadãos, entendidos apenas como pessoas livres e iguais,devem
chegar a um accordo sobre os termos equitativos de cooperação social que devem
regular a estrutura básica. Em segundo lugar, para o que consideramos aqui e agora
serem restrições aceitaveis as razões com base nas quais as partes, situadas nas

79
Idem
80
Ibdem,p.24
81
Idem

19
condições equitativas, podem de boa-fé, propor certos princípios de justiça e rejeitar
outros82.
Segundo o nosso autor devemos lembrar ainda que a posição original também
serve a outros propositos. como já disse o nosso autor, fornece uma maneira de não
perdermos de vista nossos pressupostos. podemos ver o que pressupusemos olhando
para a maneira como as partes e sua situação foram descritas. Para o nosso autor a
posição original também revele a força potencial da combinação de nossos pressupostos
reunindo-os numa ideia precisa que nos permite perceber com mais facilidade suas
implicações83.
Segundo o nosso autor o objectivo é descobrir uma base pública para uma
concepção política de justiça. Ao descrevermos as partes não estamos descrevendo
pessoas tal como conhecemos. As partes são descritas de acordo como pretendemos
modedelar os representantes racionais de cidadãos livres e iguais Além disso impomos
as partes algumas condições razoáveis, tais como assimetria da situação de uns em
relação aos outros e os limites de seu conhecimento disse o nosso autor84.

Para o nosso autor, gostaria que o argumento apartir da posição original fosse, na
medida do possível dedutivo, ainda que o raciocínio até agora exposto dificiará muito
desse modelo.O que nos leva a ter essa meta é que não queremos que a aceitação pelas
partes dos dois princípios dependa de hipóteses psicologicas ou condições socias ainda
não incluidas na descriçao da posição original85.

Para o nosso autor a posição original é um procedimento de seleção: Opera


apartir de família de concepção de justiça conhecidas e existentes em nossa tradição de
filosofia política ou eleboradas apartir dela. Caso se objete que certos princípios não
estão incluidos na lista, por princípios libertarianos de justiça,esses princípios tem de
ser acrescentados a ela86.

2.4-A IDEIA PRINCIPAL DA TEORIA DA JUSTIÇA EQUITACTIVA


Para o nosso autor, em estudo as ideias fundamentais que apresentou até agora
mostram que há uma intíma relação quando expostas na sequência em que foram
introduzidas: Nesta sequência, partimos da ideia organizadora da sociedade como
82
Ibdem,pág.114
83
Idem
84
Ibdem,pág.115
85
Idem,pág.116
86
Idem,pág.116

20
sistema equitativo de coperação, que vai se especificando mais a medida que
detalhadamente o que acontece quando essa ideia se realiza plenamente, e a que ela se
aplica87.
Esse detalhamento da ideia organizadora central da coperação social não é um
argumento dedutivo. Não se diz que os passos que partem dessa ideia e prosseguem
para a próxima decorrem ou derivam dela. Especificamos a ideia organizadora e a
tornamos mais determinada ao vincuá-la as outras ideias, disse o nosso autor88.

Para o nosso autor, em estudo a título de ilustração: Existe várias maneiras de


especificar a ideia central de cooperação social. Para ele os termos equitativos de
coperação são fixados pela lei natural, entendida quer como lei divina ou dada como
uma ordem moral prévia e independente e que é publicamente conhecida por intuição
racional. Tais maneiras de fixar aqueles termos não foram excluidas por um argumento
dedutivo89.

Para o nosso autor, não podemos afirmar de antemão se a ideia de coperação


social,e suas duas ideias associadas ofereça as ideias organizadas de que necessitamos
para uma concepção política de justiça exequível. A cultura política pública não é
insenta de ambiguidades: Contém uma variedade de possíveis ideias organizadas que
podem ser usadas, diferentes ideias de liberdade e igualdade, ideias distintas de
sociedade.90
Para o nosso autor, tudo que nos precisamos sustentar é que a ideia de sociedade
como sistema equitativo de coperação está profundamente inserida nessa cultura, e que
portanto não é insensato examinar seus méritos enquanto ideia organizadora central. A
questão é que seja qual for a ideia organizadora central. A questão é que, seja qual for a
ideia que escolhemos como ideia organizadora central, ela não pode ser plenamente
justificada por sua própria razoabilidade intriseca,pois esta não é suficiente para isso 91.

87
Ibdem,pág.35
88
Idem
89
Idem
90
Ibdem,pág.36
91
BARBOSA, A. PE. ARAÚJO, L. A (2020), fundamentos teóricos da justiça distributiva de John Rawls e
seus críticos, universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil2002,P.6

21
CAPITULO III OS PRINCÍPIOS DE JUSTIÇA

Neste capítulo abordaremos sobre os princípios que estão divididos em duas


partes fundamentais que centraliza-se na interpretação da situação de maneira a ver qual
dos princípios deve ser adaptado para termos uma sociedade equitativa. Posteriormente
falaremos dos argumentos principais a favor da justiça onde os cidadãos enquanto
pessoas dotados das faculdades morais têm entre outros interesses a satisfação dos bens
primários necessário para a justiça.
Já no terceiro item falaremos da importância da posição original que se reflecte
na acentuação de ser um procedimento de representação ou experimento mental para o
esclarecimento público. Falaremos também da ideia principal que se fundamenta na
organização das sociedades como sistema equitativo de cooperação que vai se
especificando mais a medida que acontece quando essa ideia se realiza plenamente.

3.1-OS DOIS PRINCÍPIOS DE JUSTIÇA.


O enunciado destes dois princípios da justiça soam da seguinte forma no
primeiro princípio cada um deve ter direito igual ao mais abrangente sistema de
liberdades básicas iguais que seja compatível com um sistema semelhante de liberdades
básicas iguais que seja compatível com um sistema semelhante de liberdade para as
outras. No segundo as desigualdades económicas e sociais devem ser ordenadas de tal
modo que sejam ao mesmo tempo consideradas como vantajosas para todos dentro dos
limites do razoável vinculadas a posições e cargos acessíveis a todos92.
Segundo o nosso autor a teoria da justiça é dividida em duas partes principais,
uma interpretação da situação inicial e uma formulação dos vários princípios
disponíveis para escolha, e uma demonstração estabelecendo quais dos princípios
seriam de facto adotados. Neste capítulo, os dois princípios de justiça para instituições e
vários princípios para os indivíduos são discutidos e seu significado93.
Segundo o nosso autor o primeiro princípio tem precedência sobre o segundo, no
mesmo sentido, no segundo princípio, a igualdade equitativa de oportunidades tem

92

FILHO, A. H. L. L. (2012) Reforma agrária e justiça social no Campo: Elementos para uma abordagem a
partir da teoria da justiça de John Rawls, (Dissertação de mestrado) Universidade Federal de Goiás:
faculdade de Direito, Goiânia, Brasil 2002,p.3

93
J. RAWS,Justiça Como Equidade, Trad. Port. CLAUDIA BERLINER, São Paulo, Brasil 2003, P. 64

22
precedência sobre o princípio de indiferença, essa oportunidade significa que ao aplicar
um princípio deve-se partir do pressuposto de que os princípios anteriores já foram
plenamente satisfeitos94.
O nosso autor, buscou um princípio de distribuição que vigie no contexto de
instituições de fundo que garantam as liberdades básicas iguais bem como a igualdade
Equitativa de oportunidades. A destruição para repartir os bens o elemento equitativo
fundamentando-se no princípio que vigora dentro deste contexto. Fora disto darei
continuidade desta abordagem para sustentar tal discurso.
Para o nosso autor, as revisões no segundo princípio são meramente estilísticas.
Mas antes são significativas, deveríamos voltar nossa atenção para o significado da
igualdade equitativa de oportunidades. Trata-se de uma noção difícil não totalmente
clara; talvez sua função possa ser inferida das razões pelas quais ela é introduzida:
continua o nosso autor dizendo que: para corrigir os defeitos da igualdade formal de
oportunidades carreiras abertas a talentos no sistema da chamada liberdade natural 95.

Consequentemente o nosso autor diz que, a desigualdade equitativa de


oportunidades exige não só que cargos públicos e posições sociais estejam abertos no
sentido formal, mas que todos tenham uma chance equitativa ele disse, Supondo que
haja uma distribuição de dons naturais96.

Segundo o nosso autor, aqueles que têm o mesmo nível de talento e habilidade e
a mesma disposição para usar esses dons deveriam ter as mesma disposição para ter as
mesmas perspetivas de sucesso, independentemente de sua classe social e da origem, a e
o lugar onde nasceram e se desenvolveram até a idade da razão, em todos os âmbitos da
sociedade deve haver praticamente as mesmas perspetivas de cultura e realização para
aqueles com motivação e dotes similares97.
Conclui o nosso autor dizendo que:
Ao longo da história, o pensamento democrático dedicou se a realizar
alguns direitos e liberdades específicos bem como garantias
constitucionais específicas como se pode ler, por exemplo, em várias
cartas de direitos e declarações dos direitos do homem. A justiça como
equidade segue essa visão tradicional98.

94
Idem,pág.64

95
Idem
96
Idem
97
Idem,pág.61
98
Ibdem,pág.63

23
Para o nosso autor uma lista das liberdades básicas pode ser formulada de duas
maneiras, uma é histórica: examinamos vários regimes democráticos e reunimos uma
lista de direitos e liberdades que seguramente protegidos naqueles que parecem básicos
e seguramente protegidos naqueles que, historicamente, parecem ser os regimes mais
bem-sucedidos99.

Segundo o nosso autor é claro que o véu de ignorância pressupõe que esse tipo
de informação particular não esteja disponível para as partes na posição original, mas
está disponível para você e ao elaboramos a teoria da justiça como equidade, Temos a
possibilidade para usa-la a fim de determinar os princípios de justiça que disponibiliza
para as partes100.

Segundo o nosso autor, em estudo esses direitos e liberdades básicos protegem e


garantem o campo de acção necessário para o exercício das duas faculdades morais nos
dois casos fundamentais que acabamos de mencionar: ou seja, o primeiro caso
fundamental é o exercício dessas faculdades para julgar a justiça das instituições básicas
e das políticas sociais, ao passo que o segundo é o exercício dessas faculdades na
tentativa de realizar nossa concepção do bem101.

Segundo o nosso autor, Exercitar nossa faculdade desta maneira é essencial para
nós enquanto cidadãos livres e iguais. O primeiro princípio de justiça, aplica-se não só à
estrutura básica, mais especificamente ao que consideramos ser a constituição, escrita
ou não, para ele algumas dessas liberdades políticas iguais e a liberdade de pensamento
e associação, devem ser garantidas por uma constituição que ele chamou de poder
constituinte em oposição a poder ordinário tem de ser adequadamente institucionalizado
na forma de um regime: no direito de votar e de exercer o mandato, e nas chamadas
cartas de direitos, bem como nos procedimentos para emendar a constituição102.

Esses assuntos para o nosso autor são os que dizem respeito aos chamados
elementos constitucionais essenciais, ou seja aquelas questões fundamentais em torno
das quais, dado o facto do pluralismo, é mais urgente conseguir um acordo político.
Dada a natureza fundamental dos direitos e liberdades básicos, explicada em parte pelos
interesses fundamentais que eles protegem, e considerando-se que o poder do povo para

99
Idem
100
Idem
101
Idem,pág.63
102
Ibdem,pág.65

24
constituir a forma de governo é um poder superior atribui-se a prioridade ao primeiro
princípio, disse o nosso autor103.
Para o nosso autor,essa prioridade significa que o segundo princípio deve
sempre ser aplicado no contexto de instituições de fundo para que satisfaçam as
exigências do primeiro princípio, o que por definição, acontece numa sociedade
ordenada. O valar equitativo das liberdades políticas garante que cidadãos similarmente
dotados e motivados tenham praticamente uma chance igual de influenciar a política
governamental e de galgar posições de autoridade independentemente de sua classe
social e económica104.
Segundo o nosso autor, ao explicar a prioridade do primeiro princípio sobre o
segundo: Essa prioridade exclui compromissos entre os direitos e liberdades básicos
abarcados pelo primeiro princípio e as vantagens sociais e económicas reguadas pelo
princípio de diferença105.Tampouco se poderia justificar um decreto discriminatório e
seletivo de recrutamento militar que concedesse dispensa ou isenções educacionais a
alguns sob a alegação de que esta seria uma maneira socialmente eficiente 106.

Para o nosso autor, continuou com a questão em relação a prioridade: Ao


postularmos a prioridade dos direitos e liberdades básicas, pressupomos a existência de
condições razoavelmente favoráveis. Ou seja supõe que as condições históricas,
económicas e sociais sejam tais que, se houver vontade política, seja possível criar
instituições políticas eficientes que forneçam o campo de acção adequada para o
exercício dessas liberdades107.
O segundo princípio para o nosso autor exige igualdade equitativa de
oportunidades e que as desigualdades sociais e económicas sejam governadas pelo
princípio de diferença, que discutiremos. Embora algum princípio de oportunidades seja
um elemento constitucional essencial por exemplo, um princípio que exija uma
sociedade aberta, com carreiras abertas a talentos, igualdade equitativa de oportunidades
exige mais que isso, e não é considerada um elemento constitucional essencial108.
Segundo o nosso autor, embora um mínimo social que supra as necessidades
básicas de todos os cidadãos também seja um elemento constitucional essencial, o

103
Idem
104
Idem
105
Ibdem,pág.66
106
Idem
107
Idem
108
Idem

25
princípio de diferença exige mais e não é visto assim109. O que fundamenta a distinção
entre os dois princípios não está em que o primeiro expresse valores políticos e
Segundo, não. Segundo o nosso autor ambos os princípios expressam valores políticos.
Para nós a estrutura básica da sociedade tem duas funções coordenadas, a outra110.
Segundo o nosso autor, uma das funções, é a estrutura básica que determina e
garante as liberdades iguais dos cidadãos e estabelece um regime constitucional justo.
Sua outra função é prover as instituições de fundo da justiça social e económica na
forma mais apropriada a cidadãos considerados livres e iguais. As questões suscitadas
pela primeira função concernem a aquisição e ao exercício do poder político, para
satisfazer o princípio liberal de legitimidade, esperamos resolver pelo menos essas
questões recorrendo aos valores políticos que constituem a base da razão pública
livre111.

Segundo o nosso autor, os princípios de justiça são adotados e aplicados na


sequência de quatro estágios. No primeiro estágio as partes os princípios de justiça por
trás de um véu de ignorâncias limitações quanto ao conhecimento disponível para as
partes vão sendo progressivamente relaxadas nos três estágios seguintes112.

Para o nosso autor, saber se os objectivos do segundo princípio foram


alcançados é algo bem mais difícil de asseverar. Portanto estes assuntos estão sempre,
em alguma medida abertos a divergências razoáveis de opinião, dependem de
inferências de julgamentos para avaliar complexas informações sociais e económicas.
Neste caso pode-se esperar mais acordo sobre elementos constitucionais essenciais do
que sobre questões de justiça distributiva no sentido mais estrito113.

Segundo o nosso autor, o motivo para distinguir os elementos constitucionais


essenciais abarcados pelo primeiro princípio das instituições de justiça distributiva
abarcadas pelo segundo não é que o primeiro princípio expresse valores políticos e o
segundo, não para ele o motivo da distinção são necessariamente quatro: Segundo o
nosso autor na primeira instância os dois princípios incidem sobre diferentes estágios da
aplicação de princípios e identificam duas funções distintas da estrutura básica; Já na

109
Ibdem,pág.67
110
Idem,pág.67
111

112
Idem
113
Idem,pág.68

26
segunda instância para ele é mais urgente estabelecer os elementos constitucionais
essenciais114.

Para o nosso autor, na terceira instância é muito mais fácil decidir se os


elementos essenciais foram realizados, e conclui dizendo que na quarta instância parece
possível chegar a um acordo sobre quais devam ser esses elementos essenciais, não
sobre cada detalhe, é claro, mas em suas linhas gerais 115. Segundo o nosso autor é essa
concordância que torna o governo legítimo em intenção e a oposição, leal em sua
oposição, quando a lealdade de ambos é firme e seu acordo mutuamente reconhecido,
um regime constitucional está assegurado.

As divergências sobre os princípios mais apropriados de justiça distributiva no


sentido estrito e sobre os ideais que a eles subjugassem podem ser arbitrados embora
nem sempre de modo apropriado, no interior do quadro político existente. Para o nosso
autor embora o princípio de diferença não faz parte dos elementos constitucionais
essenciais, ainda assim é importante tentar identificar a ideia de igualdade que é mais
apropriada para cidadãos vistos como livres e iguais e como membros normais e
plenamente cooperativos da sociedade ao longo de toda a vida116.

3.2-AS IDEIAS DE BEM NA JUSTIÇA COMO EQUIDADE


Para o nosso autor as ideias de bem caracterizam fortemente o regime
democrático. Para ele devemos rever as ideias de bem na justiça como equidade na
política. E continua dizendo a prioridade do justo implica que a justiça como equidade
só pode usar concepções muito estreitas, se não puramente instrumento de bem, é todo o
contrário; O justo e o bem são completamente qualquer concepção de justiça e
concepção política precisa de ambos e a prioridade do justo não nega isso117.
Na justiça como equidade, para o nosso autor centra-se no sentido geral da
prioridade do justo é que ideias admissíveis do bem têm de caber dentro de sua estrutura
enquanto concepção política. Dado o facto do pluralismo, temos de ser capazes de
aceitar que ideias usadas, ou poderiam ser compartilhadas por cidadãos consideradas de
forma geral livres e iguais na visão dele não pressupõem nenhuma doutrina plena
abrangente118.

114
Idem
115
Idem,pág.68
116
Idem
117
Ibdem,pág.199
118
Idem

27
Continua o nosso autor dizendo que:
Tenhamos em mente que essas restrições são aceites para que a justiça equitativa possa
satisfazer o princípio liberal de legitimidade; ou seja quando elementos constitutivos
essências e questões de justiça estão em jogo, o exercício do poder político coercitivo, o
poder dos cidadãos livres e iguais enquanto corpo coletivo tem de ser justificáveis para
todos em termos de sua razão pública livre119.

A primeira ideia de bem como racionalidade, que de uma forma ou de outra é


ponto pacífico em qualquer concepção política de justiça. Ela pressupõe que os cidadãos
tem de pelo menos um projecto intuitivo de vida a luz da qual planejam seus
empreendimentos mais importantes e colocam seus vários recursos para concretizar de
modo racional suas concepções de bem ao longo da vida toda. Para ele essa ideia supõe
que existência humana e satisfação das necessidades e aspirações humanas básicas que
são boas, que a racionalidade é um princípio básico de organização política e social120.
A segunda ideia para o nosso autor é a dos bens primários, está destinada a se
combinar com os objectivos da justiça como equidade enquanto concepção política,
específica as necessidades dos cidadãos de acordo com a concepção política de seu
status de pessoas livres e iguais121.
Segundo o nosso autor, a terceira ideia de bem é a de concepção permissíveis de
bem, as vezes em relação a isso a prioridade de justo é introduzida: Em seu sentido mais
específico, em contraposição a seu sentido geral, essa prioridade significa que só são
permissíveis aquelas concepções de bem cuja busca é compatível com princípios de
justiça no caso da justiça como equidade, com os dois princípios que abordou122.
Segundo o nosso autor, a quarta ideia de bem é das virtudes políticas, essas
virtudes específica o ideal de um bom cidadão de um regime democrático. Trata-se de
um ideal político, mas não pressupõe nenhuma doutrina abrangente particular e portanto
embora seja uma concepção parcial de valor moral, é coerente com prioridade do justo
nos seus dois sentidos e pode ser incorporada a uma concepção política de justiça123.
Segundo o nosso autor, há muitas ideias de bem. Uma delas é a ideia de bem
político de uma sociedade bem ordenada pelos dois princípios de justiça. A outra é a
ideia do bem dessa sociedade como união social. O Bem político de uma sociedade bem
ordenada foi discutido na V parte da sua obra, mas notaremos desde já que ao
mostrarmos como as quatro ideias precedentes de bem se encaixam na teoria da justiça

119
Idem,pág.200
120
Idem
121
Idem,pag.200
122
Idem
123
Idem

28
como equidade baseando-se no facto de que essas ideias são construídas em
sequência124.
Segundo o nosso autor, partindo da ideia de bem como racionalidade chegou aos
bens primários. Tendo usado esses bens para especificar os objectivos das partes na
posição fornece os dois princípios de justiça, concepções permissíveis de bem são
aquelas cuja busca é compatível com aqueles princípios. Em seguida, as virtudes
políticas são especificadas como aquelas qualidades do carácter moral dos cidadãos
importantes para garantir uma estrutura básica justa ao longo do tempo125.
A luz dessas ideias de bem, examinou as duas visões tradicionais do humanismo
cívico e do republicanismo clássico, embora a justiça como equidade seja perfeitamente
coerente como republicanismo clássico, lá rejeita o humanismo cívico, o humanismo
cívico é uma forma de Aristotelismo: Afirma ele que somos seres sociais, até políticos,
cuja natureza essencial se desenvolve mais plenamente numa sociedade democrática na
qual haja participação activa e generalizada na vida política126.
Numa sociedade democráticas moderna segundo o nosso autor, a política não é o
centro da vida como o era para os cidadãos nativos de sexo masculino na cidade.
Continua dizendo que as liberdades políticas ainda podem ser consideradas básicas
mesmo não passando de meios institucionais essências para proteger e preservar outras
liberdades básicas127.
Segundo nosso autor, quando se nega a grupos e minorias politicamente mais
fracos o direito de votar, e eles ficam impedidos de ocupar cargos políticos e de
participar de participar de partidos políticos, é provável que seus direitos e liberdades
básicos se vejam restringidos quando não negados. Conclui dizendo que as liberdades
políticas em qualquer esquema plenamente adequando de liberdades básicas128.

Segundo o nosso autor, não está afirmando que para a maioria das pessoas as
Liberdades políticas sejam meros instrumentos pretendemos apenas admitir que nem
todas as liberdades básicas são igualmente valorizadas ou consideradas básicas pelas
mesmas razões hora apresentadas. Faz uma advertência para não confundirmos o

124
Idem
125
Ibdem,pág.201
126
Idem
127
Ibdem,pág.202
128
Ibdem,pág.20p3

29
humanismo cívico com o truísmo de que temos de viver em sociedade para realizar
nosso bem129.
Segundo o nosso autor, se quisermos permanecer cidadãos livres e iguais não
podemos nos dar ao luxo de uma reclusão geral na vida privada. Entre o republicanismo
clássico, assim entendido, e o liberalismo não há nenhuma oposição fundamental, pois a
questão é qual o grau necessário de engajamento dos cidadãos na política para a garantia
das liberdades básicas, e qual a melhor maneira de conseguir essa participação
necessária130.
Segundo o nosso autor, em relação a isso disse o nosso autor pode haver
diferenças no peso atribuído a valores políticos opostos; mas trata-se de uma questão
sobretudo de sociologia política e de arquitetura institucional. Como o republicanismo
clássico não envolve uma doutrina abrangente, também é plenamente compatível com o
liberalismo político, e com a justiça como equidade como uma de suas formas131.
Para o nosso autor, aideia de bem na justiça equitativa segundo nosso autor não
nega o facto de que alguns encontrarão seu bem, e na verdade, dados seus talentos e
aspirações, deveriam encontra-la sobretudo na vida política; para ele essa vida é parte
central de seu bem completo. Que issoremonta no bem da sociedade, da mesma maneira
que em geral é benéfico para as pessoas desenvolverem seus diversos talentos
complementares e se envolverem em esquemas de cooperação mútua e vantajosa. Esta
ideia aplica-se aqui como em qualquer lugar132.

3.3-O PRINCÍPIO DE DIFERENÇA.


Para o nosso autor, ao voltarmos para o princípio de diferença enquanto
princípio de justiça distributiva em sentido estrito, lembrem-se que ele está subordinado
tanto ao primeiro princípio de justiça como ao princípio de igualdade equitativa de
oportunidades. Funciona em associação com esses dois princípios prioritários e deve
sempre ser aquilo aplicado no interior de instituições de fundo em que outros princípios
são satisfeitos. Ele parte do pressuposto de que a cooperação social é sempre produtiva,
e sem cooperação nada seria produzido e, portanto nada seria distribuído133.
Segundo o nosso autor, esse pressuposto não foi suficientee enfatizado na
teoria. Continua dizendo que um esquema de cooperação concebe-se em grande medida
129
Idem
130
Idem,pág.204
131
Idem
132
Ibdem,pág.205
133
Idem,pág.89

30
pela maneira como suas regras públicas organizam a actividade produtiva, determinam a
divisão de trabalho, atribuem funções variadas aos que dela participam e assim por
diante. Com efeito esses esquemas incluem planos de ganhos e salários a serem pagos
em função da produção134.
Segundo o nosso autor, na sociedade bem ordenada tal possibilidade é
admissível, o que o princípio de diferença exige é que durante um intervalo apropriado
de tempo as diferenças em termos de renda e riqueza obtidas pela geração do produto
social sejam tais que se as expectativas legítimas dos mais favorecidos fossem menos,
favorecidos também seriam menores, disse o nosso autor. Neste caso a sociedade estaria
na parte ascendente ou no topo da curva135.
Para o nosso autor, em estudo as desigualdades permissíveis satisfazem essa
condição estão compatíveis com o produto social de um estudo e equilíbrio estável em
que uma estrutura básica justa é sustentada e produzida ao longo do tempo. Prossegue
ele dizendo que o outro aspecto do mesmo ponto é o seguinte: O Principio de diferença
exige que por maiores que sejam as desigualdades em termos de renda e riqueza, e mais
que as pessoas queiram trabalhar para ganhar uma parte maior da produção, as
desigualdades existentes devem efectivamente beneficiar os menos favorecidos, caso
contrário, as desigualdades não são permissíveis136.
Prossegue na mesma linha de pensamento dizendo que o nível geral de riqueza
da sociedade, incluindo o bem-estar dos menos favorecidos, depende das decisões que
as pessoas tomam sobre como conduzir suas vidas. Neste caso a prioridade da liberdade
significa que não podemos ser forçados a nos envolver em trabalhos que sejam
altamente produtivos em termos de bens matérias137.
Para o nosso autor, o tipo de trabalho que as pessoas fazem, e o quanto se
empenham nele, é algo que cabe apenas a elas decidir a luz dos vários incentivos que a
sociedade oferece. Portanto ele conclui que o princípio de diferença o que exige é que
seja igual se for o nível geral de riqueza, seja alto ou baixo as desigualdades existentes
tem de satisfazer a condição de beneficiar os outros tanto como nós mesmos138.
Segundo o nosso autor, essa condição revela que mesmo usando a ideia de
maximização das expectativas dos menos favorecidos, o princípio de diferença é

134
Idem
135
Ibdem,pág.90
136
Idem
137
Idem
138
Idem

31
essencialmente um princípio de reciprocidade. Como vimos nos dois princípios de
justiça aplicam-se a cidadãos identificados por seus índices de bens primários, continua
dizendo que seria natural perguntar porque as distinções de regra raça e género não
estão explicitamente incluídas entre as três contingências mencionadas acima 139.

O nosso autor, responde da seguinte maneira: Estamos preocupados sobretudo


com a teoria ideal. A descrição da sociedade bem ordenada de justiça como equidade,
nessa descrição, tem de distinguir duas questões em primeiro; as contingências tendem a
gerar desigualdades problemáticas mesmo numa sociedade bem ordenada e que nos
levam junto com as outras considerações, a tomar estrutura básica como objecto
primário da justiça140.
Em segundo lugar o nosso autor, apresenta a seguinte resposta; Embora haja
certa tendência de os indivíduos mais prejudicialmente afetada pelas três contingências.
Se encontrarem entre os menos favorecidos, esse grupo não é definido por referência a
essas contingências, mas por um índice de bens primários. Considerando a forma mais
simples do princípio de diferença, os menos favorecidos são aqueles que usufruem em
comum com os outros cidadãos das liberdades básicas iguais e oportunidades equitativa,
mais tem a pior renda e riqueza141.
Prossegue o nosso autor fazendo uma distinção entre género raça entrando assim nessa
categoria. Consequentemente se dissermos que os homens tem mais direitos que as
mulheres essas desigualdades só se justificam se trouxerem vantagens para as mulheres
e forem aceitáveis do ponto de vista delas. O mesmo se aplica a direitos básicos.
Para concluir, o nosso autor utilizou de certa maneira as distinções de género e
raça que dãolugar a outras posições relevantes às quais uma forma especial de princípio
de diferença se aplica. Prossegue o nosso autor dizendo que: Esperamos que numa
sociedade bem ordenada em condições favoráveis, com liberdades básicas iguais e
igualdade equitativa de oportunidades garantidas, género de raça não determinem
pontos de vista relevantes142.
Segundo o nosso autor a justiça como equidade, e outras concepções liberais
semelhantes a ela seriam por certo seriamente defeituosas se carecessem dos recursos
para articular os valores políticos essenciais para justificar as instituições legais e sociais

139
Ibdem,pág.91
140
Idem
141
Ibdem,pág.92
142
Ibdem,pág.93

32
necessárias para garantir a igualdade das mulheres e das minorias contínua dizendo que
há um grave debate sobre a natureza da família e a igualdade das mulheres143.

CONCLUSÃO
143

33
Fruto da constatação conclui-se que esta temática nos ajudou a buscar o sentido
da justiça como equidade na repartição dos bens para que uma sociedade esteja bem
estruturada, as pessoas de bem contribuem significativamente na sociedade sublinhando
assim a justiça como via de participação dos membros na organização do estado.
No primeiro capítulo nos limitamos a abordar três aspectos fundamentais: Em
primeira estância falamos do conceito da justiça na visão de John Rawls, e o mesmo
entende-a como primeira virtude das instituições sociais. Posteriormentefalou-se do
papel da justiça que é de fazer com que todos tenham os mesmos direitos e deveres e
uma distribuição equitativa na vida das pessoas o terceiro elemento é o objecto da
justiça equitativa que tem como base na estruturação básica de uma sociedade ou mas
exactamente como as instituições sociais distribuem direitos e deveres.
Portanto no segundo capitulo abordamos sobre a sociedade como sistema
equitativo onde a metas praticáveis da justiça como equidade é fornecer uma base
filosófica e moral aceitável para as instituições democráticas e assim responder a
questão das exigências da liberdade, sendo assim entendemos nós fruto da leitura do
nosso autor que as pessoas são livres e iguais. Para a organização da sociedade é preciso
que haja cooperação procurando o bem-estar da maioria e não da minoria,por isso pensa
ele ser insensato quando a pessoa parece fingir propor e honrar os princípios enquanto
está disposta a violar estes princípios muita das vezes em beneficio próprio assim que
ocasião o permitir,
Concluímos que a posição original é importanteporqueacentua no facto de ser
um procedimento de representação ou um experimento mental para os propósitos de
esclarecimento público. Nesta sequência de ideias falamos também da ideia principal
que se fundamenta essencialmente na organização das sociedades como sistema
equitativo de cooperação que vai se especificando mais a medida que detalhadamente
acontece quando essa ideia se realiza plenamente.
Posteriormente prosseguimos no terceiro capitulo com dois princípios
condutores da justiça equitativa neste caso concluímos que esta dividido em duas partes.
Prossegue o nosso autor que para resolvermos as desigualdades na sociedade é
necessário dar oportunidade as pessoas criando abertura no sentido formal deste modo
todos devem ter chave para que haja distribuição de dons naturais.
Finalmente terminamos com o princípio de diferença enquanto princípio de
justiça distributiva em sentido estrito, lembrando-se que ele esta suborna tanto o
princípio primeiro como o princípio de igualdade equitativa de oportunidades

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
FONTES

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RAWLS, J., (2000) Justiça e democracia, trad. Port. IRENE, A. PATERNOT, Martins
Fonte, São Paulo, Brasil
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ESTUDOS
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Brasil.
FILHO, A. H. L. L. (2012) Reforma agrária e justiça social no Campo:
Elementos para uma abordagem a partir da teoria da justiça de John Rawls,
Universidade Federal de Goiás: faculdade de Direito, Goiânia, Brasil.
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John Rawls, universidade Federal de Pernambuco, Dissertação demestrado, Recife,
Brasil.
Luciano, A., (2021). Justiça na Perspectiva de Jonh Raws. Monografia de fim de curso,
Sumbe, Angola.

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