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TEMA: Abrigo para animais

TÍTULO: CAMINHOS DO CUIDADO: Proposta de um projeto arquitetônico


sustentável para a permanência da ONG de animais de rua "AMPARAA" na cidade
de Caicó/RN

DISCENTE: Lowany Marian dos Santos Silva

INTRODUÇÃO

A problemática do excesso de animais de rua está presente em diversas


cidades e pode desencadear uma série de questões que ameaça a segurança e a
saúde da população. Parte desses animais, muitas vezes vítimas de abandono,
podem adquirir um comportamento agressivo devido as condições que estão
sujeitos a passar, e consequentemente trazem altos riscos de acidentes ou ataques
à população, especialmente idosos e crianças, que são fisicamente mais
vulneráveis. Além disso, é possível também o aumento de casos de acidentes de
trânsito, devido a aglomeração desses animais nas ruas das cidades. Outro
resultado proveniente desse problema é a implicação na saúde coletiva. Por não
receberem os cuidados necessários para prevenção e tratamento de doenças, os
animais podem também contribuir na propagação de parasitas ou bactérias, não
apenas entre eles, mas também para a população. Muitas vezes, a permanência em
locais suscetíveis ao acúmulo de lixo ou áreas da cidade com menor fiscalização
pública, contribui ainda mais para a disseminação de doenças, decorrentes de
pragas urbanas como moscas, baratas e escorpiões. Por fim, é importante também
destacar o aumento descontrolado na reprodução dos animais, consequentes da
escassez de programas de controle reprodutivo.

Em Caicó, município localizado no interior do Rio Grande do Norte, a


realidade não é tão destoante. A cidade nomeada como capital do Seridó, possui
atualmente cerca de quase 62 mil habitantes 1 e é conhecida por ser um polo central
que atende e auxilia dezenas de outras cidades que se localizam nos arredores de
sua área e consequentemente contribuem em diversos setores, sendo esses, lazer,
economia, cultura ou educação. A cidade possui grandes eventos anualmente,
sendo os principais, o Carnaval de Caicó e a Festa de Santana, ambos levando os

1
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) – Censo demográfico 2022
turistas e moradores para as principais avenidas da cidade como a Avenida Coronel
Martiniano e a Avenida Seridó e em seguida os guiando até espaços públicos mais
movimentados da região central como a Ilha de Santana, onde ocorrem algumas
festas. Todavia, em paralelo com outras áreas da cidade, espaços como esse
acabaram adquirindo um grande problema: o aumento na quantidade de animais de
rua.

Decorrente de diversos contextos como o abandono, reprodução


descontrolada e falta de estabilidade financeira ou espacial em ONGs existentes, o
crescimento no número de animais de rua vem causando desconforto e medo à
população, que expressa diariamente sua preocupação em redes sociais e páginas
de notícias da cidade. Muitos desses comentários sugerem a intervenção das
ONGs, em especial, a ACAPAM (Associação Caicoense de Proteção aos Animais e
o Meio Ambiente), que se tornou a principal referência de centro de resgate e
proteção, mas que atualmente atingiu a superlotação nos canis e gatis e recebe
periodicamente uma verba insuficiente do governo municipal para auxiliar nas
despesas do abrigo, dependendo então, de doações da população. Apesar disso,
existem também outras associações que fazem esse trabalho de resgate, mas
sofrem com a falta de divulgação e investimento público, como é o caso da
AMPARAA (Associação Mantenedora de Proteção, Assistência e Resgate de
Animais Abandonados), que não possui um lugar fixo para abrigo e a solução
encontrada para esse problema até agora foi a distribuição dos animais nas casas
de funcionárias e voluntários da ONG.

Essa solução aponta diversos problemas após o resgate de um animal de rua,


como a possível falta de um espaço adequado dentro da residência, a transmissão
de doenças que pode ocorrer ao entrar em contato com animais enfermos e a
insalubridade que pode tomar conta do lugar, tornando-o impróprio para a vivência
dos cuidadores. Desse modo, é necessária uma área bem estruturada afim de evitar
situações como essas, tal como o apoio municipal de modo a incentivar o trabalho
que os protetores fazem pela população.

Dito isso, de que forma um projeto arquitetônico pode atender para o


funcionamento de uma ONG carente de recursos públicos e dependente da
população e quais estratégias projetuais podem contribuir para reduzir custos de
manutenção e conservação do edifício?

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