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Patrícia Casoy
São Paulo
2006
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Patrícia Casoy
São Paulo
2006
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Casoy, Patrícia
Direito e Educação: Políticas públicas no Sistema
Educacional Brasileiro / Patrícia Casoy. – 2006.
85f; 30 cm.
Patrícia Casoy
Banca Examinadora
______________________________________________________
PROF. DR. ALYSSON LEANDRO. B. MASCARO
Universidade Presbiteriana Mackenzie
______________________________________________________
PROF. DR. GILBERTO BERCOVICI
Universidade Presbiteriana Mackenzie
______________________________________________________
PROFª . DRª . MARIA VICTORIA DE MESQUITA BENEVIDES
Universidade de São Paulo
5
incentivo.
justo.
6
Agradecimentos
minhas novas descobertas; e Denise Harari, irmã e amiga, pela constante força e
cuidado.
Resumo
Abstract
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ..................................................................................... 1
2. O papel da Educação............................................................................ 13
1. Introdução ............................................................................................ 26
CONCLUSÃO.........................................................................................78
BIBLIOGRAFIA..................................................................................... 81
12
INTRODUÇÃO
Brasil ainda não conseguiu erradicar suas mazelas sociais. Não obstante venha se
injustiça, que emoldura o diário aviltamento aos direitos fundamentais dos indivíduos
sociais mais que urgentes de nosso país, já que seus esforços estão centrados
é apenas o uso hipócrita não somente dela, mas também do instrumento mais
em detrimento dos da maioria da população, onde reside o Direito que pode levar à
justiça e à democracia?
13
lei.
grande dificuldade, conclui o documento, é fazer com que as leis sejam cumpridas.
3
Muito embora o Plano não consolidasse, efetivamente, soluções objetivas às falhas que à época já
se identificavam no sistema educacional brasileiro, devemos considerá-lo como um importante ponto
de partida para a viabilização prática da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
14
transformação social.
regras são ditadas pela lógica capitalista; a segunda é a contradição que ocorre nas
de vista estrutural das relações sociais. Enquanto isto não ocorrer, continuaremos a
pleno.
não há vontade política suficiente que a conduza ao seu fim. Mas há vontade para
15
que esta vem se tornando uma prática crescente. Como exemplos temos o
FUNDEB hoje.
Educação básica e ensino superior disputam a atenção nacional nos últimos anos
passagem, ainda não definiu, em dez anos de vigência da Lei de Diretrizes e Bases,
necessário que o Estado forneça condições para que todos possam usufruir desse
direito. Entretanto, o Estado brasileiro não logrou ainda alcançar uma educação
tocante à acessibilidade.
injustiça.
16
ainda formos capazes de nos indignar, saberemos que não temos que nos contentar
CAPÍTULO I
que os indivíduos devem fazer quanto ao papel social que desempenharão enquanto
ser humano em essência é bom, conclui-se que todo o indivíduo busca a felicidade,
suas atividades sociais, produzindo objetos que garantam não apenas sua própria
no espaço público, a sociedade deve ser justa. A justiça é uma prerrogativa para a
igualdade de todos perante a lei: o que era tido como justo pela burguesia nada mais
suposta convivência de iguais, com base nos conceitos de liberdade formal e direitos
civis. Fim de privilégios para uns, início deles para outros, que, para igualmente
fazê-lo. Lança-se mão do positivismo jurídico (o que está posto por lei é o justo), que
1
ESTEVÃO, Carlos V. Educação, justiça e democracia: um estudo sobre a geografia das injustiças
em educação. São Paulo: Cortez, 2004. p. 11: “É possível pensar, então, as relações entre justiça e
o Estado como relações íntimas, embora não se possa dizer que a justiça seja instaurada pelo Estado
(apenas lhe confere um carácter público). Por outro lado, a justiça para o Estado não é só uma
questão funcional ou acessória mas tem a ver, também, com a sua legitimação, interferindo inclusive,
na definição de sua própria natureza (Fisk, 1989)”.
19
época.
constata Estevão5
estar não mais é um direito reclamável; a justiça passa a ser um produto do próprio
Dentro deste raciocínio, cabe frisar que inócua seria qualquer discussão acerca da
afirmam os positivistas.
seja, o trabalho infantil, não mais existiria em virtude da ratificação, pelo Brasil, de
com a legalidade formal que o ampara, para que esta não seja um mero tecnicismo
O Direito não se limita, portanto, à estrita legalidade. Ele vai muito além
busca da justiça:
6
MAMAN, Jeanette Antonios. Fenomenologia existencial do direito: crítica do pensamento jurídico
brasileiro. 2ª edição. São Paulo: Quartier Latin, 2003, p. 90.
22
Para superar esta questão, mais uma decisão deve ser tomada:
esforçar seu olhar não apenas para a constatação óbvia de que vivemos em uma
sociedade injusta, mas que o próprio Direito é aliado poderoso, por vezes, na
7
MASCARO, Alysson Leandro. O direito para a transformação social in Fronteiras do Direito
Contemporâneo. São Paulo: Imprensa Oficial, 2002, p. 14 e 15.
23
Sob esta ótica, vale a pena esclarecer que, muito embora seja diversas
verifica na Educação, que pode ser utilizada tanto para construir os indivíduos
chamados por Freire de “homens livres”, quanto para prover uma formação técnica,
burocrática, que dê aos indivíduos subsídios apenas para que encontrem função no
mercado de trabalho.
conseqüentemente, da felicidade.
24
2. O papel da educação
vigente.
da barbárie, a qual define como sendo o atual estado de contradição social, em que
esclarece9 :
8
Não se trata da educação jurídica, mas da educação em amplo sentido, enquanto formação
humanista e aquisição de conhecimento aliados, esculpindo uma consciência crítica em cada
indivíduo.
9 a
ADORNO, Theodor W. Educação e emancipação. 3 edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p.
155-156.
25
cidadania precisa ter muito claro quais são as falhas da democracia e, ainda assim,
do papel social que cada um tem e dos direitos a cada um cabíveis e exigíveis.
10
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 28ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, p.
50.
26
Desta forma, a educação deve ser voltada, desde o início, para a cidadania
democrática.
determinada sociedade.
assim não garante, apenas, mediante o livre direito de voto a todos os cidadãos, a
aqui tão discutida; só atingirão esse objetivo se forem exercidos em conjunto com os
diálogos da sociedade civil sobre sua relação com o Estado de Direito. Importante
frisar que além da prática dos direitos, o conceito de cidadania engloba, outrossim,
garantidos pela Carta Maior é, sem dúvida, de extrema importância para que a
cidadania seja efetiva. Entretanto, não podemos nos esquecer de que todos nós,
sociedade em que vivemos, e não apenas exigir dela o que nos é de direito.
que o que se postula não são somente as concessões que devemos fazer para se
cidadania plena. O meio em que esta ocorre não é o das relações de natureza
privada; este lugar é o âmbito público, hoje cotidianamente aviltado pela falta de
sonhada por Paulo Freire, dirigida para a decisão, para a responsabilidade política e
pedagogia para homens livres, nas palavras de Freire, é relevante que seja inserida
28
no contexto das estruturas econômicas das classes sociais. É o que destaca Aníbal
Ponce11:
emancipação das classes sociais mais pobres, cujos membros, enquanto cidadãos
entendimento genuíno de que não se pode viver em uma sociedade justa mantendo-
Imersa em sua própria alienação, esta elite entende que deve pensar
em propostas de solução para a pobreza somente na medida em que esta lhe vem
11
PONCE, Aníbal. Educação e luta de classes: 21ª edição. São Paulo: Cortez, 2005, p. 171.
29
urbana e rural. A violência introduz um elemento novo, que não se aloca diretamente
saber lidar com esta irrupção. O elemento em questão é o medo, que traz distúrbios
à ordem social, campo onde a burguesia não desempenha atuação tão segura
a cidadania. Esta é projeto mais trabalhoso, de longo prazo e perigoso por fomentar
vítimas.
- que não a elite - habitam o discurso burguês, mas não as suas ações práticas.
12
“A educação foi trazida para o contexto da assistência social através da correlação entre níveis
mais baixos de educação, de um lado, e índices de desemprego mais altos e salários mais baixos, de
outro. Surgiu a idéia de um ‘ciclo de pobreza’ auto-alimentado, no qual baixas aspirações e carências
no cuidado com a criança levavam a um baixo rendimento na escola, que por sua vez levava ao
fracasso no mercado de trabalho e à pobreza na próxima geração. A educação compensatória foi
vista, então, como um meio de romper este ciclo e de interromper a herança da pobreza.” CONNEL,
R. W.Pobreza e educação. In: GENTILI, Pablo (org.). Pedagogia da exclusão: crítica ao
neoliberalismo em educação. 10ª edição.Petrópolis,RJ: Vozes, 2002, p. 15.
30
deseducada.
para que aqueles que não têm, a priori, condições de participar de seu processo,
sejam beneficiados com a oportunidade de serem formados para tal, dentro de uma
justiça é uma utopia e por isso, a filosofia que a sustenta já é condenada ao mesmo
provou não ter dado certo. As utopias, enquanto um primeiro passo, são um fato da
mudança.
13 a
FURTER, Pierre. Educação e reflexão. 7 edição. Petrópolis, RJ: Vozes, 1973, p. 41-42.
14
MASCARO, Alysson Leandro. Crítica da legalidade e do direito brasileiro. São Paulo: Quartier Latin,
2003, p. 135.
32
imposta.
produção para obtenção apenas do lucro, se fará uso de maneira exponencial dos
Educação é destinada somente à formação para o trabalho, que por sua vez produz
15
MARX, Karl. Trabalho alienado e superação positiva da auto-alienação humana. In FERNANDES,
Florestan (org.). K. Marx e F. Engels. Coleção “Grandes Cientistas Sociais”, volume 36. 3ª edição.
São Paulo: Ática, 2003,p. 148-149.
33
volta para potencializar a qualificação do indivíduo para que possa produzir mais,
dominação e reprodução da lógica capitalista, em seu sentido mais óbvio, qual seja,
dominante.
Boff.18
produção capitalista, os meios de produção são detidos pela burguesia. Dada a sua
17
SAVIANI, Demerval. A nova lei da educação: trajetória, limites e perspectivas. 9ª edição. Campinas:
Autores Associados, p. 193.
18
BOFF, Leonardo. Depois de 500 anos: que Brasil queremos? 3ª edição. Petrópolis: Vozes, 2003, p.
45-46: “Há a cultura da dominação que é pura reprodução de valores, hábitos, gostos, saberes,
tecnologias daqueles povos e centros de poder que nos subalternizaram e subalternizam. Criam-se
então subjetividades coletivas, hipnotizadas por tudo o que vem dos centros metropolitanos, que
nada tem a ver com o nosso meio eco-social. (...). Há a cultura do mimetismo: ao invés de criação
existe imitação servil e adaptação subtropical da cultura dos outros. (...) Tanto a cultura da dominação
quanto a do mimetismo são hegemônicas nos setores dominantes da sociedade. Eles dominam o
espaço público da comunicação e conseguem introjetar-se na cultura popular. Esta se apresenta
cindida entre os elementos antipopulares presentes no popular e os elementos autenticamente
populares que traduzem a vida e a luta do povo. Tal constatação demanda permanentemente um
discernimento crítico para não cairmos no populismo e para reforçarmos as matrizes populares da
cultura.”
35
como uma potência científica será trabalhada pela burguesia para que possa ser um
19
SAVIANI, Demerval. A nova lei da educação. 9ª edição.Campinas: Autores Associados, 2004, p. 2.
20
Idem, p. 2-3.
36
não apenas à melhoria de vida dentro de padrões já delimitados pela dinâmica das
como coloca Paulo Freire, do “homem simples, minimizado e sem consciência desta
minimização (...)”.21
21
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 28ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, p.
43.
37
CAPÍTULO II
1. Introdução
humana, que se inicia com o nascimento e finda apenas com sua morte.
22
MACHADO JÚNIOR, César Pereira da Silva. O direito à educação na realidade brasileira. São
Paulo: LTr, 2003, p. 3.
38
ordem internacional. Contudo, para que este cenário se tornasse efetivo, “foi
estatal, a fim de que se permitisse o advento dos direitos humanos como questão de
situação geopolítica do planeta. Não obstante, nenhum êxito palpável havia sido
23 a
PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 5 edição. SP: Max
Limonad, 2002, p. 46.
39
coletivos.
guerra, bem como garantir o progresso social ao redor do planeta. Para tanto,
janeiro de 1990.
40
preceitos erigidos trinta anos antes, fazendo com que os países signatários
nossa realidade”.
estar da criança.
24
PEREIRA DE SOUZA, Sérgio Augusto Guedes. Os Direitos da Criança e os Direitos Humanos.
Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, p. 130.
41
indivíduos cuja faixa etária não excedia a dos dezoito anos de idade, e coloca a
direitos.
tido como retrocesso, devido à postura adotada quanto ao tratamento dos jovens
1986, entidades mobilizaram a opinião pública para que fosse incorporada ao texto
popular foi a criação de duas emendas aos arts. 204 e 227, da Constituição Federal.
43
proteção e promoção integral dos direitos. Além disso, o Estatuto faz com que
ou seja, passam a ter proteção da ordem jurídica vigente caso seus direitos não
sejam efetivados.
25
CHAVES, Antônio. Comentários ao Estatuto da Criança e do Adolescente. 2ª edição. São Paulo:
LTr, 1997, p.43.
44
abaixo da faixa etária dos dezoito anos passaram a ser considerados sujeitos de
positivos26.
26
Pesquisa por Amostra de Domicílios (PNAD), 2003/IBGE.
A Agência Nacional dos Direitos da Infância (ANDI) realizou um interessante levantamento acerca
do respaldo dado pela mídia em relação à luta pela erradicação do trabalho infantil, especificamente
em suas quatro piores formas, citadas pela Convenção 182 da Organização Internacional do
Trabalho, e já ratificada pelo Brasil. A reportagem da Agência investigou a forte presença da mídia
nas manifestações do dia 12 de junho, considerado o dia mundial da luta pela erradicação do trabalho
infantil: “Os jornais abriram espaço para noticiar a realização de dezenas de ações, entre caminhadas
e debates, nas mais diversas regiões, além de anunciarem decisões governamentais de
enfrentamento da prática. As notícias trouxeram ainda informações da atuação dos Fóruns Estaduais
de Erradicação do Trabalho Infantil. E registraram a entrega a alguns governadores da cópia do
Termo de Compromisso – assinado por todos os titulares dos Executivos Estaduais e Distrito Federal
e pelo Presidente da República – no qual todos se comprometeram com o combate à exploração do
trabalho precoce no País. A assinatura do Termo de Compromisso foi o resultado da Caravana
Nacional pela Erradicação do Trabalho Infantil, que percorreu todo o Brasil, entre junho e dezembro
de 2004, no marco do décimo aniversário do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do
Trabalho Infantil. (...) A ANDI identificou, entre 1º de abril e 30 de junho de 2005, um total de 925
matérias em mais de 60 jornais e revistas de todo país. A maior parte das matérias (56,76%) tratou de
quatro das piores formas abordadas pela Análise de Mídia (agricultura familiar, narcotráfico, trabalho
infantil doméstico e informal urbano), além de outras formas de exploração do trabalho infantil. As
demais reportagens analisadas neste boletim (400 matérias) trataram exclusivamente de questões
ligadas à exploração sexual e crianças e adolescentes.
Desta vez, incentivadas pela pauta dos eventos acima mencionados, notícias sobre ações de
enfrentamento das situações de exploração da mão-de-obra infanto-juvenil – sejam do setor público,
sejam de entidades não-governamentais –, tiveram praticamente o mesmo espaço dado ao Programa
de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), tradicionalmente o assunto mais abordado. As ações de
combate representaram 18,47% do material analisado, enquanto o Peti somou 20,19% do total. Em
relação ao programa governamental, mais uma vez, o enfoque principal foi a verba destinada às
bolsas, de atraso do repasse a irregularidades na distribuição. A participação do Peti nas atividades
em torno das datas comemorativas também foi destacada nas matérias analisadas, sobretudo
naquelas sobre o dia 12 de junho”..Análise de Mídia: Piores Formas do Trabalho Infantil. Edição nº 4
(abril/junho 2005), ANDI e OIT, p. 2 e 4. Disponível em http:// www.andi.org.br.
45
tanto pela filosofia e valores instaurados (os Juízes passaram a ser conhecidos
como Juízes da Infância e Juventude, não mais como Juízes de Menores) como pela
prática das ações (a criação dos Conselhos Tutelares descentralizou a ação dos
conforme relata o juiz Moacir Rodrigues27, a maioria dos juízes acreditava que uma
27
CHAVES, Antônio. Comentários ao Estatuto da Criança e do Adolescente. 2ª edição. São Paulo:
LTr, 1997, p. 45.
46
lei, o ECA foi posto em vigor sem consenso, já que construído sem a participação
certamente não simpáticos à causa dos direitos humanos por aqueles que são os
todos.
estudo, dispõe o Estatuto, em seu artigo 54, § 3º, inciso VII, sobre o atendimento
responsabilidade última pela freqüência das crianças à escola. Aqui avistamos uma
47
direitos civis e políticos, na Carta de 1824, e colocando-a como tarefa a ser realizada
União apenas o ensino superior da capital (art.34), a instrução militar (art. 87) e a
direito de todos. Ela deveria ser ministrada pela família e pelos poderes públicos,
não apenas sugerir ao Governo as medidas que julgasse necessárias para a melhor
adequada dos fundos especiais (art. 152). Assim, aliando-se a unidade gerada por
ensino.
28
Interessante informar que somente em 1931 foi criado o Ministério da Educação. Até então, todos
os assuntos ligados à educação eram submetidos ao jugo do Departamento Nacional de Ensino,
ligado ao Ministério da Justiça.
49
denota seu caráter paternalista quando reserva ao Estado o papel de prover conforto
moral ou intelectual das crianças e jovens, e de garantir aos pais miseráveis auxílio
para a subsistência e educação de seus filhos (art. 127). É neste texto constitucional
das indústrias e dos sindicatos, as escolas de aprendizes, destinadas aos filhos dos
operários ou associados.
obrigatório para todos, a partir dos sete até os catorze anos de idade. Houve
29 a
GADOTTI, Moacir. Concepção dialética da educação: um estudo introdutório. 9 edição. São Paulo:
Cortez, 1995, p. 117.
50
à educação, sendo que esta tarefa passou a ser exclusiva dos Estados e do Distrito
Federal.
classificada como um direito social. A União teve seu papel reduzido no que se
34).
dos Estados e Distrito Federal no tocante à oferta dos ensinos fundamental e médio.
João Goulart. O projeto desta primeira Lei, contudo, chegou à Câmara Federal no
ano de 1948, só sendo oficialmente debatido pelos deputados nove anos depois,
51
tramita na mesma Comissão de Educação e Cultura, por mais cinco anos, até o
No final do ano de 1957, depois de muitas discussões acerca do projeto, este era
ser centralizada pelo Estado. As escolas particulares, nesta ótica, poderiam existir
como uma concessão do poder público. Por outro lado, os opositores a esta corrente
30
SAVIANI, Demerval. A nova lei da educação. 9ª edição. Campinas, SP: Autores Associados, 2004,
p.17.
52
baixa renda por meio de bolsas, já que a educação era vista como um dever da
família.
expectativas de nenhum dos lados envolvidos na disputa. Tal fato levou muitos a
considerada obsoleta.31
31
“A situação educacional configurada a partir das reformas instituídas pela ditadura militar logo se
tornou alvo da crítica dos educadores que crescentemente se organizavam em associações de
diferentes tipos, processo esse que se iniciou em meados da década de 70 e se intensificou ao longo
dos anos 80 “. Ibid., p. 33.
53
debate (restrito) que circundou a LDB de 61, o projeto da atual Lei de Diretrizes e
Mas foi apenas em 1996 que foi sancionada a nova Lei, em vigor até
os dias de hoje. Contudo, o texto aprovado não foi exatamente aquele de 1993. Isso
Cidadania, o relator designado foi o senador Darcy Ribeiro. Este, no mesmo ano da
Substitutivo Darcy Ribeiro, foi novamente remetida à Câmara, que a aprovou aos 17
análise.
54
Nacional de Educação (antigo Conselho Federal), que pela primeira vez passa a
começar pelo próprio trâmite irregular, por vezes turbulento, do projeto que se
ensino fundamental.
32
RAMAL, Andrea Cecília. A nova LDB: destaques, avanços e problemas. Salvador: Revista de
Educação CEAP, ano 5, nº 17, junho de 1997, p. 05-21.
55
sua finalidade (art. 29) e organização; não aborda, contudo, o que pensamos ser
escolas trabalham com um efetivo programa de educação voltado para este público
direito público subjetivo (ainda que não expressa na lei), e também por garantir a
33
SAVIANI, Demerval. A nova lei da educação. 9ª edição. Campinas, SP: Autores Associados, 2004,
p. 210.
56
de jornada escolar para o período integral. Ainda que não mandatório, abre a
possibilidade – tida por muitos educadores como positivo, por influenciar diretamente
mesmo tempo em que não traz a resolução de muitos aspectos práticos em relação
mesmo, por ser um texto bastante aberto. Ao mesmo tempo que não restringe
4.2.3. Competências
nacional de educação (art. 8º, § 1º), sendo responsável pela elaboração do Plano
34
SAVIANI, Demerval. A nova lei da educação. 9ª edição. Campinas, SP: Autores Associados, 2004,
p. 213.
57
Básica. Esta abrange desde a educação infantil até os ensinos fundamental e médio.
público divide-se em creches (para crianças de zero a três anos de idade), pré-
escolas (para crianças de quatro a seis anos) e centros de educação infantil, que
mulher dispor de um local em que pudesse deixar seus filhos durante o período de
fundamental desde a primeira infância. Cinco anos mais tarde, a LDB vem reforçar
que a providência do ensino médio, que atende alunos dos 15 aos 18 anos de idade,
é atribuída ao Estado.
58
pela qualidade do ensino e velar pelo cumprimento das leis que o regem (art. 6º,
caput).
que enuncia:
públicas.
criar seus filhos. O dever do Estado é o de possibilitar meios para que estas ações
mobilização e participação.
mudança do papel da União (que antes instaurava uma política hermética, e imposta
de cima para baixo – a FUNABEM), que é mera coordenadora das esferas político-
anteriormente exposto.
segmentos da sociedade.
Constitucional de 88, que em seu art. 1o, parágrafo único, prevê a democracia
criados pelo poder executivo, para que seja efetiva a participação da sociedade no
Cabe, contudo trazer a arguta observação de Liberati e Cyrino, ao apontar que esta
35
Conselho Nacional dos Direitos
36
Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente
37
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
38
LIBERATI, Wilson Donizeti e CYRINO, Públio Caio Bessa. Conselhos e Fundos no Estatuto da
Criança e do Adolescente. 2ª edição. São Paulo: Malheiros Editores, 2003, p. 54: “Assim, os governos
buscam legitimar suas ações já consumadas, sem que o povo tenha tomado parte no processo
decisório, dando, pois, uma falsa idéia de respaldo popular”.
62
públicas.
carente do que é implementado pela Lei. Como então pode a Lei no 8.069/90
mera reclamação de políticas públicas por parte da sociedade civil quando o Estado
que a construção deste Estado de direito deve ser feita democraticamente, não
mas relevante ressaltar que isso não é sinônimo de uma substituição de papéis. Se
64
políticas públicas, não quer dizer que a sociedade civil, através do chamado terceiro
setor tenha que fazer as vezes deste. Ela deve se organizar para identificar estas
interesses para que prevaleça sempre aquele que atenda à maior parte dos
governamentais nos últimos dez anos39. Contudo, tal aspecto não denota que o
chamado terceiro setor tenha capacidade de gerir a nação no âmbito das políticas
os setores da sociedade. Sob esta ótica, poderíamos nos libertar da divisão entre
39
O Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE) acusou um crescimento de 208% em sua
rede de associados em dez anos. Hoje, especificamente na área de educação, conta com 75
associados (www.gife.org.br). Já a Associação Brasileira de Organizações Não – Governamentais, a
ABONG, identifica 93 organizações atuando na área de educação no Brasil atualmente. Dados
disponíveis em http://www.abong.org.br.
65
CAPÍTULO III
educacional brasileira
determinada área.
devem ser tratados de forma igual - ou desigual - o que denota sua íntima ligação
40
BUCCI, Maria Paula Dallari. Direito Administrativo e Políticas Públicas. São Paulo: Saraiva, 2002, p.
252.
67
instrumento que tem o poder de romper com a perpetuação da injustiça social (que
por sua vez é sustentada pela desigualdade na distribuição de renda), ela deve estar
41
BERCOVICI, Gilberto. Desigualdades regionais, estado e constituição. São Paulo: Max Limonad,
2003, p. 180.
68
chega na frente das próprias ações. Inexiste, conforme já apontado, um plano que
ano, a legislação estabelecia que 50% das verbas vinculadas à educação deveriam
ensino fundamental.
alimentados por parte dos impostos municipais e estaduais, como, FPM, ICMS, IPI,
IRRF e IPVA42. Os impostos exclusivos dos municípios (IPTU, ISS e ITBI)43, com
16,25%, com o intuito de alcançar 20% no quarto ano de vigência do Fundo único,
42
As siglas significam, na ordem do texto: Fundo de Participação dos Municípios; Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços; Imposto sobre Produtos Industrializados; Imposto de Renda
Retido na Fonte e Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores.
43
Os impostos municipais acima referidos são: Imposto Predial e Territorial Urbano; Imposto sobre
Serviços e Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis.
44
Imposto Territorial Rural.
45
Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos.
70
uma dessas modalidades também difere de acordo com a região (em um estado
repasse referente a um aluno do ensino médio será maior), mas nunca poderá ser
definido nacionalmente. O valor real por aluno será ainda definido pela lei que
poderão ser aplicados, no máximo, 30% no FUNDEB. Isso equivale a R$ 1,3 bilhão
dos R$ 4,3 bilhões previstos. Segundo o texto, o restante deve advir da redução
da faixa etária dos 0 aos 3 anos, o que acarretaria a exclusão imediata de treze
milhões de crianças das creches.48 Tal falha foi felizmente corrigida, após intensa
46
Os valores serão corrigidos pelo IPC.
47
Boletim da Agência Nacional dos Direitos da Infância, nº 66, julho de 2005.
48
Dados divulgados pela Ação Educativa. Disponíveis em http://www.acaoeducativa.org.br.
71
matéria.49
culmina por manter a decisão sobre o custo por aluno nas mãos da União (sendo
composto de 20% das receitas dos estados e do Distrito Federal, ficando a cargo da
União a complementação de recursos quando o valor anual por aluno não alcançar o
mínimo definido.
segundo ano de vigência, para R$ 3,7 bilhões no terceiro ano e, finalmente, para R$
4,5 bilhões no quarto ano, valor que será mantido até o término da vigência do
bilhões50.
49
Destaque para o Movimento da Rede de Monitoramento da Educação Infantil, que congregou
diversas organizações da sociedade civil a fim de pressionar o governo pela inclusão das creches no
FUNDEB.
50
Dados oficiais do Ministério da Educação. Disponíveis em http://www.mec.gov.br.
72
Ocorre que até a data de conclusão deste texto, o Senado não havia
para substituir o vigente FUNDEF, que perde a validade no final do ano de 2006.
Destarte, não havendo FUNDEB para substituí-lo, para onde seguirá a Educação no
Brasil, que aguarda um repasse certo por parte da União para o ano de 2007, mas
para qualquer ação ou programa seja sempre o de falta de verbas para tal, não se
resultados aconteçam.
73
Plano Nacional de Educação. Desta forma, fica determinado que Estados, Distrito
Federal e Municípios deverão elaborar seus planos decenais de educação (art. 2º),
(art. 3º).
da sua oferta para até 50% à população de zero a três anos de idade até o ano de
2010. Para as crianças na faixa etária dos quatro aos seis anos, a meta é que a taxa
atendimento na primeira infância (dos zero aos três anos de idade) mostra que,
51
As informações aqui transcritas não foram, ainda, publicadas oficialmente pelo Ministério da
Educação. Os dados foram socializados no Seminário Regional de Avaliação do Plano Nacional de
Educação e Planos Estaduais e Municipais correspondentes, na cidade do Rio de Janeiro, no período
de 19 a 21 de junho de 2006.
74
dos equipamentos.
2003, 28,9% dos alunos que cursavam a primeira série não conseguiram progredir;
e, em relação à taxa de evasão, o país concentra as taxas mais elevadas nas séries
finais: em 2003, 12,5% dos alunos que cursavam a oitava série abandonaram o
curso antes de seu término. Em uma projeção futura, o país conseguiria apenas
está diretamente ligada à infra-estrutura das escolas, que está aquém do padrão
desejável; em 2003, apenas 57,4% dos alunos cursavam escolas com bibliotecas,
sua escola e apenas 33,1% cursavam escolas com acesso a Internet. A formação de
docentes é outro aspecto preocupante (apenas 36,1% dos professores das séries
da repetência e evasão, objetivando diminuir para quatro anos o período deste nível
de ensino.
1998 a 2003 mostra praticamente uma estagnação, o que igualmente ocorre com a
taxas, assim como a melhor preparação dos professores. Uma das metas do Plano
é poder oferecer vagas para atender 100% da demanda (população dos quinze aos
dezessete anos de idade) até o ano de 2010, mas de acordo com as projeções
Básica o longo caminho que o Brasil ainda tem pela frente, no que se refere ao
Tornando os olhos para o campo das realizações, a direção primeira que se deve
Disposições Transitórias previa o investimento de “não menos que 60%” das verbas
por parte do Estado brasileiro nas últimas décadas. O prazo decenal estabelecido
prazo em relação à educação para que esta atinja um nível digno de qualidade.
devem ser pensados em longo prazo, para que se atinjam resultados efetivos.
ocorre da seguinte forma: os grandes investimentos que serão feitos em quatro anos
de gestão são de antemão identificados no plano plurianual. Este, por sua vez, entra
78
que detalha o orçamento público do ano. A única exigência é que a mesma seja,
é dividida em dez comissões setoriais53, que têm quinze dias para apresentar
único, à Plenária do Congresso, que deverá realizar a votação até o fim do ano
52
Esta lei é a responsável por orientar o direcionamento do orçamento do ano seguinte, servindo de
base para a Lei Orçamentária Anual, que fixa os valores das despesas governamentais e estima as
receitas públicas.
53
Constituem os dez setores da Comissão Mista de Orçamento: Justiça e Defesa; Fazenda e
Desenvolvimento; Agricultura e Desenvolvimento Agrário; Infra-estrutura; Educação, Cultura, Ciência
e Tecnologia, Esporte e Turismo; Saúde; Previdência e Assistência Social; Integração Nacional e
Meio Ambiente; e Planejamento e Desenvolvimento Urbano.
79
5,3 milhões para US$ 7,6 milhões, entre 1997 e 2003. Ainda, as taxas de matrículas
entre os 20% mais pobres e os 20% mais ricos passaram a ser as mesmas; a
diferença percentual entre meninos e meninas nas escolas foi eliminada. O estudo
54
INFANTE, Alan. Uganda aposta na educação e salta no IDH. Disponível em
http://www.pnud.org.br/noticias.
55
PNUD. Desenvolvimento Humano e IDH. Disponível em http:// www.pnud.org.br/idh.
80
deixam dúvida:
idade, e o impacto na vida social, garantindo uma vida adulta melhor. Foi igualmente
que a criança que teve acesso a ela incorre em menor probabilidade de repetir ou de
sofrer defasagem entre a idade e a série. Assim, fica claro que centrar esforços na
56
UNICEF. Relatório da situação da infância brasileira 2006, p. 67.
57
Idem.
58
BANCO MUNDIAL.Desenvolvimento da primeira infância: foco sobre os impactos da pré-escola.
Brasília, 1999.
81
educação até os quatro anos de idade (sobretudo nas famílias de baixa renda) é
registra:
As creches hoje não mais detêm o mero papel de local para acolhida
suas mães estão trabalhando. São, como já apontado, espaços para a realização da
freqüentá-la.
crianças brasileiras.
59
Boletim da Agência Nacional dos Direitos da Infância (ANDI), nº 66, julho de 2005. Disponível em
http:// www.andi.org.br.
60
De acordo com o divulgado no Boletim nº 66 da ANDI, “apesar da importância da Educação Infantil,
é pequena a parcela de meninos e meninas brasileiros que a freqüentam em sua totalidade (...)
somente 11,7% estão inseridos nas creches. Apenas 8% desses beneficiados pertencem a grupos
familiares com renda per capta de até ½ salário mínimo. A título de comparação, a situação de
crianças de 7 a 14 anos oriundas de famílias nessa mesma condição é bem diferente: 95,7%
freqüentam escolas.
Os dados levam à conclusão de que uma das parcelas da população infantil mais necessitadas de
apoio governamental está excluída da proposta do Fundeb. De acordo com as entidades integrantes
da mobilização, somente com o aumento dos investimentos públicos no setor será possível reverter
esse quadro.”.
82
de zero aos três anos é enfatizada nestas linhas porque se trata também de aceitá-
anos atrás. Esta mudança implica em ajustes e orientações para que referidas
acima.
embate interno, entre Educação Básica e Ensino Superior. O Estado, que não
destinado para a área desde 1998), acaba por cometer a atrocidade de escolher a
propõe que o Ministério da Educação (MEC) repasse 75% de sua verba para as
61
O Estado de São Paulo, 13/05/06, p. A6.
83
educação.
62
HAYEK, Friedrich August. The use of knowledge in society/ The American Economic Review,
number four, volume XXXV. Setembro, 1954.
63
IPEA/DISOC, IBGE/MP e INEP/MEC – Anexo 14. Gasto Público como Porcentagem do PIB de
1994 a 1999.
84
ensino básico até o superior. Os feitos dos governos em relação à educação no país
estes são, sem dúvida, o primeiro passo. Mas o que justifica nunca seguir adiante?
pública?64
Brasil, ao lado de países como Argentina, Venezuela e Costa Rica teve importante
que 79% desse valor não podem ser convertidos, por se tratar de dívida mobiliária.
O débito com o Clube de Paris - grupo de credores formado por países do primeiro
64
Dados referentes ao período de 1995 a 2002.
65
Disponível em http:// www.mec.gov.br.
85
66
DEMO, Pedro. Política Social, Educação e Cidadania. Coleção “Magistério: Formação e Trabalho
a
Pedagógico”. 4 edição. Campinas: Ed Papirus, 2001, p. 16.
86
CAPÍTULO IV
que se ter claro, primeiramente, que o espaço social em que ela ocorre é o da
sociedade, a escola não pode ficar isolada das lutas mais globais da sociedade”67. A
convivência das diferenças e de fortalecer a atuação política, deve ser o local onde
recortada, como o faz o especialista. Este elege como principal objetivo a mais
perfeita formação técnica de seus alunos, pondo de lado sua formação humana e
política.
67 a
GADOTTI, Moacir. Concepção dialética da educação: um estudo introdutório. 9 edição. São Paulo:
Cortez, 1995, p. 155.
87
ensinar não só a ler e escrever, mas ensinar a falar. Ensinar a falar, a gritar, que é o
conformismo. Ela encontra seu sentido na medida em que é concebida como ação e
caráter de mero comportamento, passando a figurar como uma “ruptura, uma atitude
68
Ibidem, p. 156.
69
ARENDT, Hannah. A condição humana. 10ª edição. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005, p.
50.
70
BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992, p. 144.
88
futuro, que implica em uma vida social com dinâmicas de relações menos violentas
em seu trabalho, no ato de modelar, aos poucos, seu objeto: o ser humano.
89
CONCLUSÃO
de uma herança histórica; mas esta mesma história em que estão inseridas é
71
A Organização Internacional do Trabalho divulgou recentemente, em
seu Relatório Global, a concreta relação entre freqüência escolar e trabalho infantil.
qualidade das escolas, e não só com relação ao ensino, mas também a projetos de
no capitulo anterior, as políticas que cuidem deste aspecto específico nem sequer
71
Disponível em http://www.estadao.com.br/educacao/noticias/2006/mai/04/288.htm. "A forma que a
criança vive a infância vai determinar toda a vida dela quando adulta". De acordo com o relatório,
lançado no Palácio do Planalto, os números de trabalhadores infantis em todo o mundo caíram 11%
entre 2000 e 2004 - de 246 milhões para 218 milhões. No Brasil, os índices de crianças de cinco a
nove anos que trabalham caíram 61% de 1992 a 2004. Na faixa etária de dez a 17 anos, a
exploração diminuiu 36%. O documento avalia que políticas sociais de manutenção das crianças na
escola e seu sucesso escolar, conjugadas com a melhoria dos rendimentos familiares, têm
alto impacto na redução do trabalho infantil. O relatório da OIT atribui a redução do trabalho infantil à
vontade política, à conscientização e a ações concretas, particularmente no campo do combate à
pobreza e da educação. De acordo com o texto, a América Latina e o Caribe tiveram a queda mais
rápida do trabalho infantil nos últimos quatro anos.”
90
emancipadora?
partir da ação individual, mas de um bloco de forças que se unem, visando o projeto
escolhemos praticar.
72
FRIGOTTO, Gaudêncio. Educação e a crise do capitalismo real. 5ª edição. São Paulo: Cortez,
2003, p. 31-32.
91
73
BUARQUE, Cristóvão. A segunda abolição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999, p. 38.
92
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93
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