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Desde menina, Edith era brilhante nos estudos e mostrou forte determinação, caráter
inabalável e muita obstinação. Na adolescência, viveu uma crise: abandonou a escola,
as práticas religiosas e a crença consciente em Deus. Depois, terminou os estudos com
graduação máxima, recebendo o título de doutora em fenomenologia, em 1916. A
Alemanha só concedeu esse título a doze mulheres na última metade do século XX.
Em 1921, ela leu a autobiografia de santa Teresa d'Ávila. Tocada pela luz da fé,
converteu-se e foi batizada em 1922. Mas a mãe e os irmãos nunca compreenderam
ou aceitaram sua adesão ao catolicismo. A exceção foi sua irmã Rosa, que se converteu
e foi batizada no seio da Igreja, após a morte da mãe, em 1936.
Edith Stein começou a servir a Deus com seus talentos acadêmicos. Lecionou numa
escola dominicana, foi conferencista em instituições católicas e finalizou como
catedrática numa universidade alemã. Em 1933, chegavam ao poder: Hitler e o partido
nazista. Todos os professores não-arianos foram demitidos. Por recusar-se a sair do
país, os superiores da Ordem do Carmelo a aceitaram como noviça. Em 1934, tomou o
hábito das carmelitas e o nome religioso de Teresa Benedita da Cruz. A sua família não
compareceu à cerimônia.
Quatro anos depois, realizou sua profissão solene e perpétua, recebendo o definitivo
hábito marrom das carmelitas. A perseguição nazista aos judeus alemães intensificou-
se e Edith foi transferida para o Carmelo de Echt, na Holanda. Um ano depois, sua irmã
Rosa foi juntar-se a ela nesse Carmelo holandês, pois desejava seguir a vida religiosa.
Foi aceita no convento, mas permaneceu como irmã leiga carmelita, não podendo
professar os votos religiosos. O momento era desfavorável aos judeus, mesmo para os
convertidos cristãos.
A irmã carmelita Teresa Benedita da Cruz foi canonizada em Roma, em 1998, pelo
papa João Paulo II, que indicou sua festa para o dia de sua morte. A solenidade contou
com a presença de personalidades ilustres, civis e religiosas, da Alemanha e da
Holanda, além de alguns sobreviventes dos campos de concentração que a
conheceram e de vários membros da família Stein. No ano seguinte, o mesmo sumo
pontífice declarou santa Edith Stein, "co-Padroeira da Europa", junto com santa Brígida
e santa Catarina de Sena.