Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Libussa amamentou os três primeiros filhos, mas Melanie teve uma ama-de-leite que a
amamentava a qualquer hora.
Com relação ao pai, Melanie não se lembra de terem brincado juntos e remete tristeza
ao pensar que seu pai preferia sua irmã mais velha.
Entrou para o curso de arte e história na universidade de Viena, mas não conclui. Seu
irmão Emmanuel, considerado seu grande mentor intelectual, iniciou os estudos em
Medicina, mas por ser muito doente (cardiopatia, tuberculose e depressão) não concluiu
os estudos.
Emmanuel era muito ligado às irmãs, e de certa forma tinha um poder até dominador.
No entanto, logo cedo, Melanie teve grandes perdas: em 1887 morre sua irmã Sidonie
(aos 7 anos) de tuberculose; em 1900 o pai de pneumonia e em 1902 o irmão Emmanuel
de cardiopatia. Parece ter sentido mais a morte de seu irmão.
Em 1903, aos 21 anos, casou-se com Arthur Steven Klein, engenheiro químico de caráter
sombrio e tirânico de quem estava noiva desde 1899.
Seu noivo era primo em segundo grau por parte de mãe e amigo de Emmanuel. O casal
passou a lua de mel em Zurique e se estabeleceram na cidade do noivo (Rosemberg –
parte eslováquia da Hungria).
Após dois meses estava grávida e em 19/01/1904 nasceu sua filha Melitta. Alguns
biógrafos apontam que no texto “Chamado de vida” seria uma referência autobiográfica,
quando descreve o choque de Anna, na noite de núpicas: “E, portanto, tem de ser assim, a
maternidade tem que começar com repugnância?”
Melanie teria dito que estava gostando da maternidade, porém em sua autobiografia,
confessa não estar feliz. Em 02/03/1907 nasceu Hans, o segundo filho. Esta gravidez foi
marcada por um estado de profunda depressão de Melanie. Em 1908 e 1907 se mudaram,
estabelecendo-se em Budapeste, estando mais próxima da família do marido.
Na infância dos filhos, Melanie Klein teve vários episódios depressivos e por diversas
vezes afastou-se da família por longos períodos para tratar-se (repouso, internação). Nesses
períodos quem cuidava de sua família era sua mãe (Libussa). Esta se colocava de forma
intrusiva e autoritária e, ressaltava a doença da filha e a colocava como incapaz.
O relacionamento entre mãe e filha era bastante ambivalente: amor e ódio, apoio e
intrusão, liberdade e controle, dependência e autonomia.
• Em 1914, nasce seu terceiro e último filho em 01/07: Erich Klein, com o
casamento de mal a pior. Em 6 de novembro morreu sua mãe, Libussa. Aos 32
anos de idade, leu o texto “Sobre os Sonhos” de Sigmund Freud, e
provavelmente iniciou sua análise com Sándor Ferenczi, para tratar-se da
depressão. Esses acontecimentos marcam seu encontro com a Psicanálise, porém
antes de ser uma profissão, foi uma experiência pessoal de desenvolvimento – foi
salva pela psicanálise.
O ano de 1918 foi marcado como o início da carreira de psicanalista. Em Budapeste, realizou-
presidência. Durante o Congresso, Klein ouviu Freud ler “Linhas de Avanço em Terapia
“Der Familienroman in statu nascendi”, relato da análise de uma criança, depois do qual foi
Neste artigo trazia a análise de seu filho Erich, cuja identidade foi encoberta nas versões
posteriores. O objetivo era mostrar os resultados obtidos quando uma mãe cria o filho de acordo
psicanálise da época, seria dizimada por razões políticas, pouco tempo depois. A queda do
Império Austro-Húngaro foi seguida por um regime comunista de duração breve que, por sua
vez, deu lugar a um regime branco, francamente anti-semita, o que teve como consequência a
Em 1919, Melanie Klein saiu de Budapeste com os filhos para estabelecer-se por um curto
período em Rosemberg com os sogros. Seu marido, do qual se divorciaria em 1923, mudou-
se por razões profissionais para a Suécia, onde permaneceu até 1937, novamente casado e
Em 1924, iniciou sua segunda análise, com Karl Abraham, como Ferenczi, um
destacado discípulo de Freud. Porém em decorrência da morte precoce de Abraham
(1925) Melanie perderia não só seu analista como também protetor, o que encorajou
seus detratores a se declararem abertamente, mostrando desprezo pela
ascendência polonesa, ênfase na falta de estudos universitários e ironia perante uma
mulher que se pretendia mestra e, além disso, analista de crianças, com ideias
originais e ousadas.
Tais ideias contrariavam o pensamento de Sigmund Freud e de sua filha Anna, a qual
também se dedicava à psicanálise infantil. Enquanto Anna via a psicanálise numa
perspectiva pedagógica, Melanie Klein mostrava-se determinada a explorar o
inconsciente infantil.
Para isso, MK, introduziu uma modificação técnica essencial, substituindo a palavra
pelo brincar, e aproximando a psicanálise de adultos e de crianças. Na época, o
assassinato de Hermine von Hug-Hellmuth, por um sobrinho que havia sido seu
paciente, também serviu para reforçar a oposição à psicanálise de crianças.
Os ingleses recebem as ideias de Melanie com entusiasmo e respeito, bem diferente
dos alemães.
• Ainda no ano de 1925, o célebre tradutor e editor de texto da Standard Edition das Obras de
Freud e um dos animadores do famoso grupo londrino de Bloomsbury, Ernest Jones, a convidou a
proferir palestras em Londres, para qual mudou-se no ano seguinte e viveu ali até o fim de sua
vida.
Seu desenvolvimento profissional foi destaque e fundou uma escola frutífera até os dias atuais.
Em 1927, tornou-se membro da Sociedade Psicanalítica Britânica.
Em 1932, Melanie Klein publicou seu primeiro livro, a coletânea “A Psicanálise de Crianças”.
Mas, no âmbito afetivo, a década de 1930 lhe traria duas experiências devastadoras: a
morte de seu segundo filho, Hans, ao escalar uma montanha, e a deterioração definitiva
de seu relacionamento com a primogênita Melitta, que se tornara analista e também
ingressara na Sociedade Britânica.
Na elaboração da perda de Hans, Melanie Klein escreveu “Uma contribuição para a
psicogênese dos Estados Maníaco-Depressivos” (1935).
Melanie Klein formulou uma teoria que possibilitou a compreensão da vida mental
predominam nomes como Bion, Winnicott e Frances Tustin, seria inconcebível sem
da área qual teria sido, depois de Freud (1856-1939) e ultrapassando-o, o autor que mais contribuiu
para que se compreenda o funcionamento psíquico inconsciente, não haveria dúvida: Melanie Klein,
Em 1960 ficou anêmica e operou de um câncer no cólon, e veio a falecer aos 78 anos.
As contribuições de MK para a teoria e técnica psicanalítica podem ser divididas em três fases:
Primeira fase: Estabeleceu os fundamentos da análise com crianças e delineou o Complexo de Édipo
segunda fase: Formulação do conceito da posição depressiva e dos mecanismos de defesa de maníaca
Terceira fase: ocupou-se do estágio mais primitivo – posição esquizo-paranoide.
Mudança significativa em seu ponto de vista teórico a partir de sua formulação do conceito de
posições.
Inicialmente, tal como Freud, MK descreveu suas descobertas em termos de estágios libidinais e da
Posição: não entra em conflito com o conceito da teoria estrutural, mas busca definir a estrutura real
do superego e do ego, bem como os seus relacionamentos nos termos das posições esquizo-
paranoide e depressiva.
Na análise com crianças, nova ferramenta: técnica do brincar (a partir do jogo do carretel)
Suas observações confirmaram diretamente, a partir do material infantil, as teorias de Freud sobre
sexualidade infantil.
Diferença importante: pensava-se que o Complexo de Édipo tinha início em torno dos três ou quatro
anos de idade, mas ela observou as crianças de dois anos e meio que manifestavam fantasias e
ansiedades edipianas.
O superego apareceu muito mais cedo do que seria de esperar a partir da teoria clássica.
Importância da fantasia – quanto mais nova a criança, mais estava sob influência de fantasias
onipotentes.
REFERÊNCIAS
SUGESTÃO DE VÍDEO:
• HTTPS://WWW.YOUTUBE.COM/WATCH?V=B-TKPQDFCVO
• HTTPS://WWW.YOUTUBE.COM/WATCH?V=KFOWELFLZKC