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VIDA E
OBRA
Coordenadora:
Joice M. B. Perioto Treichel
A grande família Freud. Sigmund ao fundo, de pé, olhando para a
câmera, atrás da cadeira de sua mãe, Amalia
Seu pai, Kallamon (Kalmon) Jacob Freud era um negociante de lãs,
despreparado para a industrialização e não tem muito sucesso nos
negócios. Com 17 anos casa-se com Sally Kanner (filha de negociantes),
em um casamento arranjado, como era costume na época.
Tem com Sally dois filhos, Emanuel e Phillip. Mais tarde teve mais dois
filhos que morreram precocemente.
Com a morte de Sally, casou-se com Rebekka, filha de negociante, com
quem não teve nenhum filho, justamente na época em que seu filho mais
velho se casava aos 19 anos, com uma jovem judia; que teve seu primeiro
filho em 1855, futuro companheiro de jogo de seu tio Sigmund, nascido
um ano depois. Não se sabe muito sobre este segundo casamento.
Especula-se que Rebekka teria se suicidado, jogando-se de um trem.
JACOB SE CASA PELA TERCEIRA VEZ
Amalia e Freud
1874
A BABÁ
(NANNIE)
Freud teve uma babá que cuidou dele até os dois anos e
meio. Com ela, ele descobriu outro aspecto do amor
materno. Contratada como babá das crianças Monik Zajic
era idosa, feia e pouco desejável, o oposto de Amália. Mais
tarde ele diria “minha professora de sexualidade”. Com ela
também conheceu a religião católica, contava-lhe história
de diabos e santos e o levava às igrejas. Por ocasião do
parto de Anna, Phillip conseguiu que Monik fosse detida,
acusada de furto. Sem a mãe e a babá, Freud fez um
escândalo
MUDANÇA PARA
VIENA
1859-60
Theodor
Foi nesse serviço que teve a oportunidade única de sua vida
Meynert von de observar dezenas de doentes mentais, nos quais os
Löwy, Josef médicos infligiam tratamentos corporais diversos, sem se
preocupar com sua fala.
Freud retomará em parte essas teses em seu “Projeto para
uma psicologia científica”.
PESQUISAS COM A COCAÍNA
(1884-1887)
Freud desenvolveu estudos sobre a cocaína. Foi um defensor de seu
uso, usou e receitou para alguns paciente como estimulante antes do
banimento das farmácias.
Era comercializada como tratamento para o vício em morfina. Na
época era reconhecida pela ciência e utilizada pela medicina. Freud
propôs o seu uso para fins medicinais receitando-o como analgésico
porém nunca negou seu potencial nocivo, por esta razão ela passa a ser
proibida.
Um fator que intrigava Freud era a irregularidade dos efeitos da
cocaína, e isso acabou dificultando o emprego clínico da droga. Ficou
difícil quantificar seus resultados e assim provar sua eficácia.
PROJETO PARA UMA PSICOLOGIA
CIENTÍFICA
Sexualidade
Associação livre
Transferência de
sentimentos amorosos
CASAMENTO
FLIESS
AS CARTAS
Freud escreveu a Fliess durante 15 anos entre
1887 a 1904. As cartas constituem uma valiosa
fonte de informação tanto de sua vida
profissional como pessoal. Desta abundante
correspondência restam apenas as carta de
Freud adquiridas por Marie Bonaparte em
1936 de um antiquário vienense. Em 1950 ela
editou com Anna Freud e Ernest Kris extratos
selecionados de 168 cartas, de um total de 284
sob o título “O nascimento da psicanálise”,
acompanhadas de um manuscrito inédito de
“projeto para uma psicologia científica” que
Freud não queria publicar.
A totalidade das cartas só foi publicada após a
morte de Anna Freud quando venceu o prazo FREUD E FLIESS
de confidencialidade.
O ROMPIMENTO
No final de 1896, informou a Fliess: “Meu velho pai (81 anos), está em
Baden (uma estância a meia hora de Viena), no mais frágil estado, com
insuficiência cardíaca paralisia da bexiga e coisas semelhantes”.
Jacob Freud
EM AGOSTO DE 1897,
DECLAROU ESTAR
EM PROCESSO
DE
AUTOANÁLISE.
Jocasta
Freud nasce em um século de muitas guerras. Teve 3 filhos que foram pra guerra.
Tinha esperança que a psicanálise pudesse provocar mudanças. A 1ª guerra é um duro
golpe nessa esperança. Em novembro de 1914, Freud comunica Ferenczi que a voz da
psicanálise deixara de ser audível no mundo depois da guerra.
Com a publicação de um artigo sobre o Narcisismo, em 1914, Freud reformava sua
doutrina.
Não se contentava mais em referir-se à libido como uma manifestação da pulsão
sexual, mostrando que ela podia reportar-se ao eu.
E daí deduzia a existência simultânea, no psiquismo de uma oposição entre libido do
eu e libido de objeto, entre narcisismo primário, estado originário da vida, e
narcisismo secundário, evoluindo para um retraimento dos investimentos de objeto.
Assim, abria caminho para uma reflexão sobre os distúrbios da subjetividade que iam
muito além da maneira como pensara até ali a gênese do conflito neurótico.
NARCISISMO - 1914
Carl Gustav Jung tem o primeiro contato com a obra de Freud em 1901 (A
interpretação dos sonhos). Em 1907 Jung vai até a Áustria a convite de
Freud e eles tem o primeiro contato presencial, que resulta em uma
conversa de 13 horas sem interrupção. Freud era 19 anos mais velho e
adquiriu um sentimento paternal por Jung, o via como o príncipe herdeiro
da psicanálise.
A crítica de Freud em relação à Jung era o seu interesse pela
paranormalidade. Freud achava que isso não era uma fonte válida de
estudo e poderia prejudicar a imagem da psicanálise como ciência.
A crítica de Jung para Freud era em relação a importância exagerada que
ele dava à sexualidade. Para Jung a libido era mais ampla, envolvia não só
a sexualidade mas várias outras coisas, como poder, espiritualidade,
alimentação, etc...
Essas diferenças marcam o rompimento entre os dois.
CASOS EMBLEMÁTICOS
Caso Dora – Moça de 18 anos encaminhada por seu pai,
(nome verdadeiro Ida Bauer). Seu tratamento começou em
outubro de 1900 e é interrompido por ela bruscamente após
3 meses, Freud fica bastante desapontado mas redige uma
observação sobre transferência. Escreve à Fliess que essa
breve cura deu a ele a oportunidade de 2 descobertas: 1º, a
importância do papel desempenhado pelas zonas erógenas,
particularmente a zona oral na origem da tosse nervosa de
Dora (erotização da zona bucal). 2º, se referia ao papel
desempenhado pela bissexualidade psíquica no conflito de
Dora dividida entre a atração por homens e mulheres. Foi a
primeira vez que Freud aplicou na clínica a noção de
bissexualidade de Fliess.
Pequeno Hans – Os pais de Hans não eram estranhos
a Freud. A mãe tinha sido sua paciente e o pai era um
apaixonado pela psicanálise, inclusive participava das
reuniões das quartas-feiras. O pai era incentivado por
Freud a fazer anotações sobre o comportamento de
Hans desde os 3 anos, principalmente sobre a
sexualidade. O sintoma principal era a recusa de sair
de casa, de andar na rua, com medo de ser mordido
por um cavalo e até mesmo de ser derrubado por ele
(medo inconsciente de ser castrado pelo pai.)
Impossibilidade de resolver o conflito edipiano. O caso
foi publicado em 1909.
Hans acaba se tornando um famoso diretor de ópera.
Homem dos ratos – Quando Ernest Lanzer, um jurista de 29
anos veio para consulta com Freud, descreve uma série de
sintomas obsessivos que tinham se agravado nos últimos 2
meses a ponto de impedi-lo de trabalhar. Mas a grande
obsessão dos ratos é que permitiu Freud avançar nas
investigações das verdadeiras causas dessa neurose obsessiva.
Tudo começa no exército com a história de um capitão
contando de um suplício oriental que consistia em fixar no
traseiro de um condenado um recipiente contendo ratos, que
penetravam em seu ânus perfurando-o. Após ouvir esse relato
o paciente fica aterrorizado com ideias obsessivas de que se
não se comportasse de determinada maneira, seus entes
queridos seriam ferido, principalmente seu pai e sua mulher.
Homem dos Lobos (1910) – Sergei Pankejeff foi um aristocrata russo que
ficou mais conhecido por ser paciente de Freud, que para protege-lo lhe deu
o pseudônimo de “homem dos lobos”, depois de um sonho que teve de uma
árvore cheia de lobos brancos. O sonho ocorreu quando Sergei tinha uns 4
anos de idade. No sonho, se lembrava de estar dormindo em sua cama
quando a janela se abriu e ele pôde ver 7 lobos brancos. Os lobos eram muito
brancos, tinham caudas grandes como s de raposas, estavam calmos e
olhavam para ele atentamente. Aterrorizado pelo medo de ser comido,
acordou gritando.
Para Freud o sonho era a versão mascarada de uma cena primitiva
traumática. Os lobos representavam os pais do paciente. A tranquilidade
deles é uma referência invertida aos movimentos nada calmos do ato sexual.
A brancura remete à brancura dos pais sem roupas. Os lobos olhando para a
criança representa outra inversão, na verdade a criança observando os pais.
Freud atendeu Sergei durante 4 anos com poucos progressos. Então, em uma
tentativa de quebrar essa resistência, ele determina uma data limite para o
fim do tratamento, após essa conduta o paciente se lembra de ter tido uma
babá, a qual era muito ligado. Com esta lembrança vários fatos ligados à
sexualidade emergiram e a análise então foi alcançando progresso.
COMITÊ DAS
Foi criado em 1912 por sugestão de QUARTAS-
Ernest Jones, com o objetivo de
defender a doutrina de qualquer forma
FEIRAS
de desvirtuamento ou má interpretação.
Na foto de 1922, em Berlim, em pé, da
esquerda para a direita, Otto Rank, Karl
Abraham, Max Eitingon e Ernest Jones;
sentados, Freud, Sándor Ferenczi e
Hans Sachs.
As discussões do comitê, na mais
estrita privacidade, deveriam zelar pelos
princípios fundamentais - a repressão, o
inconsciente e a sexualidade infantil.
Freud aceitou a ideia com determinação.
1920
A GRANDE VIRADA
A guerra decerto pusera fim a seus antigos rompantes de
otimismo e, em 1920, ele via a morte operando à sua volta.
Em janeiro de 1920, sensibilizado pela Primeira Guerra
Mundial e pela morte da filha Sophie, debilitada por conta dos
efeitos de uma gravidez indesejada, sucumbiu a uma
pneumonia gripal, Freud teorizou sobre a luta constante entre a
força da vida e do amor contra a morte e a destruição,
simbolizados pelos deuses gregos Eros (amor) e Tanatos
(morte). A sua teoria da mente ganhou forma com a publicação
em 1923, de "O Ego e o Id".
SEGUNDA TÓPICA
(1923) APRESENTA TRÊS SISTEMAS DE
FUNCIONAMENTO PSÍQUICO, QUE NÃO
MODELO DEVEM SER CONSIDERADOS
ISOLADAMENTE MAS QUE APRESENTAM
ESTRUTURAL UMA CERTA CONFIGURAÇÃO PRÓPRIA: