Você está na página 1de 64

FREUD:

VIDA E
OBRA
Coordenadora:
Joice M. B. Perioto Treichel
A grande família Freud. Sigmund ao fundo, de pé, olhando para a
câmera, atrás da cadeira de sua mãe, Amalia 
 Seu pai, Kallamon (Kalmon) Jacob Freud era um negociante de lãs,
despreparado para a industrialização e não tem muito sucesso nos
negócios. Com 17 anos casa-se com Sally Kanner (filha de negociantes),
em um casamento arranjado, como era costume na época.
 Tem com Sally dois filhos, Emanuel e Phillip. Mais tarde teve mais dois
filhos que morreram precocemente.
 Com a morte de Sally, casou-se com Rebekka, filha de negociante, com
quem não teve nenhum filho, justamente na época em que seu filho mais
velho se casava aos 19 anos, com uma jovem judia; que teve seu primeiro
filho em 1855, futuro companheiro de jogo de seu tio Sigmund, nascido
um ano depois. Não se sabe muito sobre este segundo casamento.
Especula-se que Rebekka teria se suicidado, jogando-se de um trem.
JACOB SE CASA PELA TERCEIRA VEZ

DESTA VEZ SE CASA COM


AMÁLIA NATHANSOHN.
NOVAMENTE EM UM
CASAMENTO ARRANJADO,
COM A FILHA DE UM
COMERCIANTE.
QUANDO SE CASAM JACOB
TEM 41 E AMÁLIA 20.

Amalia Malka Freud


(Nathansohn)
 Amalia, que se tornou mãe de Sigmund aos 21 anos,
também vinha de uma família judia da Galícia. Ela
passara a infância em Odessa antes de seus pais se
instalarem em Viena. Era uma jovem bonita, vivaz,
inteligente, sempre decidida.
 Teve 8 filhos, 3 meninos e 5 meninas. Seus filhos:
Sigmund (1856), Julius (1857) – (Morre com 7 meses),
Anna (1858), Débora (1860), Maria (1861), Esther
Adolfine(1862), Regine (1864) e Alexander (1866).
 Quanto a seu filho mais velho, ela o chamava, mesmo
em idade avançada, de Mein goldener Sigi (meu Sigi de
Amalia
ouro). Nathanson
1903
"FREUD E SUA MÃE: SEMPRE
FOI UM FILHO DEDICADO E,
NO FIM DA VIDA, VISITAVA A
MÃE TODO DOMINGO.

QUANDO ELA MORREU AOS 95


ANOS, EM 1930, FREUD
ESCREVEU A UM AMIGO
PSICANALISTA: "EU NÃO
TINHA LIBERDADE DE
MORRER ENQUANTO ELA
ESTIVESSE VIVA, E AGORA
TENHO". FREUD
SOBREVIVERIA SOMENTE
NOVE ANOS À MÃE.”
ESTA É A CASA ONDE NASCEU
FREUD.
A família de Freud morava na
Scholossergasse, 117. Numa casa
simples de dois andares, em cima
dos aposentos de um ferreiro
chamado Zajik.

 Sigmund Freud nasceu às 6:30 h


da tarde do dia seis de maio de
1856, em Freiberg, na Morávia
(hoje Pribor), na atual República
Tcheca, então parte do Império
Austríaco.
 É registrado com o nome Schlomo Sigismund, as
22 anos ele mudaria o prenome para Sigmund.
 Quando Freud nasceu, já tinha dois meio-irmãos
de 20 (Philipp) e 24 anos (Emmanuel), vindos do
primeiro casamento do pai.

 Esses meio-irmãos tinham mais ou menos a


mesma idade da mãe de Freud, o que o fazia
pensar, ainda criança, que o seu verdadeiro pai
era um de seus meio-irmãos, e não Jakob - idoso
demais para a sua jovem e bela mãe.

O pequeno Sigmund aos


11 anos,; e seu pai, Jacob
Freud
A INFÂNCIA

 Desde o nascimento Sigmund foi para sua mãe


motivo de orgulho e vaidade. Ela sempre o preferiu aos outros filhos,
convencida de que ele se tornaria um grande homem.
 Um dia, numa confeitaria, encontrou uma velha, a qual
profetizou que seu filho era um gênio. Viu nisso a confirmação de sua certeza,
que Freud sempre achou ridícula. Amalia transmitiu sua convicção a Jacob, que
pôs-se então a admirar o filho, sonhando que este um dia lhe seria superior.
 Jacob, passou a almejar um destino diferente do de seus ancestrais: não mais os
negócios, e sim o saber.
 Aos 12 anos de idade, Freud lia Shakespeare – no original e, era fluente em seis
idiomas, estudando-os por conta própria.
 Na adolescência, ouviu uma conferência, cujo tema era o ensaio de Goethe sobre
a natureza, ficando profundamente impressionado.
 Nessa idade já possuía um diário com seus sonhos, manifestando seu interesse
pelos mesmos.
 Afeiçoado à sua jovem e sedutora
mãe, que o amava de maneira egoísta,
Freud a via na infância como uma
mulher ao mesmo tempo viril e
sexualmente desejável.
 Considerou que, uma vez adultos, os
filhos prediletos das mães são
portadores de um otimismo
inabalável.
 Mais do que isso, deduzirá de tal
convicção a ideia de que as relações
amorosas entre mães e filhos são as
mais perfeitas e as mais isentas de
ambiguidade.
 Na verdade, ele nunca conseguiu
elucidar a natureza do seu vínculo
com a mãe.

Amalia e Freud
1874
A BABÁ
(NANNIE)
Freud teve uma babá que cuidou dele até os dois anos e
meio. Com ela, ele descobriu outro aspecto do amor
materno. Contratada como babá das crianças Monik Zajic
era idosa, feia e pouco desejável, o oposto de Amália. Mais
tarde ele diria “minha professora de sexualidade”. Com ela
também conheceu a religião católica, contava-lhe história
de diabos e santos e o levava às igrejas. Por ocasião do
parto de Anna, Phillip conseguiu que Monik fosse detida,
acusada de furto. Sem a mãe e a babá, Freud fez um
escândalo
MUDANÇA PARA
VIENA
1859-60

 Em 1859, a família se muda para Leipzig, na Alemanha, devido à dificuldades


financeiras motivadas pelo avanço da revolução industrial na Europa. Pelo
mesmo motivo os irmãos de Freud, Emanuel e Phillip se mudam para
Manchester, Inglaterra.
 1 ano depois, a família se muda para Viena, capital do império austríaco indo
residir no bairro Leopoldstadt.
 Os primeiros anos na capital do império, com o pai em dificuldades financeiras,
perderam-se da memória de Freud, que afirmou não ter havido "nada a respeito
deles que valesse a pena lembrar".
 Freud detestava Viena, amava a natureza, as flores, os cogumelos, a vida ao ar
livre.
OS ANOS NO GYMNASIUM E INGRESSO
NA FACULDADE.
Freud entra no Gymnasium (escola secundária)
com um ano de antecedência.

Aprovado, brilhantemente, nos exames de


conclusão dos estudos secundários, Freud ingressa
na Universidade de Viena em 1873 para estudar
medicina, aos 17 anos. Forma-se 8 anos depois.

Na Universidade se dedica à pesquisa científica.


Ingressa em uma pesquisa sobre as Enguias da
cidade de Trieste. Em seguida toma parte nas
pesquisas do professor Ernest Brücke no campo da
fisiologia. Em especial Freud se dedicou ao setor de
Freud (16 anos) e
anatomia e histologia do cérebro humano.
sua mãe Amalia
É o primeiro da linhagem dos Freud a seguir outra Freud
carreira que não a de negociante.
Breuer
1876

Brücke apreciava o talento e incentivava em seus alunos o Brücke

livre-pensar; ao mesmo tempo em que os ajudava a


progredir e se libertar de todo espírito de querer ter bom

êxito a qualquer custo. Imediatamente, Freud viu-o como mestre.


Foi no laboratório de Brucke que ele travou relações com 3 fisiologistas:
Sigmund Exner, Ernst von Flkeischl-Marxow e Josef Breuer.
Todos faziam parte da comunidade científica.
Breuer já se interessava, de um lado, pelas doenças da alma e, portanto, pelas doenças mentais,
tratadas pela psiquiatria, e, de outro, pelas doenças nervosas, da alçada da neurologia.
No verão de 1882, Brücke o aconselha a seguir carreira de médico e a fazer um
estágio no hospital geral de Viena.
Conhece Martha em junho de 1882, aos 26 anos. Filha de
Bernan Bernayse, negociante de panos e bordados.
Instalam-se em Vienna em 1869, após uma provável
falência nos negócios. A mãe de Martha, muito enérgica
tinha dúvidas quanto a Freud ser um bom partido. A
família Bernayse tinha prestígio social mas não possuía
dinheiro, na mesma linha Freud não tinha nem um nem
outro.
Após 2 meses decidem ficar noivos. Cortejava Martha de
acordo com o modelo vigente da época, somente beijos e
abraços. Especula-se que Freud tenha se mantido casto
até o casamento. Essa época deixou sua marca na
formação de suas teorias sobre a etiologia sexual da
maioria das enfermidades mentais, quando teorizou nos
anos de 1890 sobre o sofrimento erótico ligado a vida
moderna, em parte escrevia sobre si mesmo. Durante os
4 anos de noivado manteve com Martha uma intensa e
MARTHA volumosa correspondência amorosa.
BERNAYS
O PROCESSO DA
ESCRITA

 Harold Blum, presidente dos Arquivos Freud, declarou, um século depois,


que as cartas entre Sigmund e Martha foram “a mais importante
correspondência amorosa da cultura ocidental”.
 O talento literário já começa a aparecer.
 Ele sabia exprimir seus afetos em poucas linhas, interrogar seu inconsciente e
suas pulsões, manifestar com as palavras simples, porém sensatamente
escolhidas, seus estados de ânimo, suas perturbações, suas excitações, suas
ambiguidades.
 Narrava situações, descrevia episódios ou contava seus sonhos sem jamais
cair no jargão cientificista.
HOSPITAL GERAL DE VIENA

 A prática hospitalar permitiu a Freud conhecer diversas


sumidades da ciência médica e iniciar-se em todas as
especialidades.
 Uma das especialidades era a psiquiatria com o grande
mestre Theodor Meynert.
 Durante 5 meses foi aluno desse cientista, que o
impressionou fortemente.

Theodor
 Foi nesse serviço que teve a oportunidade única de sua vida
Meynert von de observar dezenas de doentes mentais, nos quais os
Löwy, Josef médicos infligiam tratamentos corporais diversos, sem se
preocupar com sua fala.
 Freud retomará em parte essas teses em seu “Projeto para
uma psicologia científica”.
PESQUISAS COM A COCAÍNA
(1884-1887)
 Freud desenvolveu estudos sobre a cocaína. Foi um defensor de seu
uso, usou e receitou para alguns paciente como estimulante antes do
banimento das farmácias.
 Era comercializada como tratamento para o vício em morfina. Na
época era reconhecida pela ciência e utilizada pela medicina. Freud
propôs o seu uso para fins medicinais receitando-o como analgésico
porém nunca negou seu potencial nocivo, por esta razão ela passa a ser
proibida.
 Um fator que intrigava Freud era a irregularidade dos efeitos da
cocaína, e isso acabou dificultando o emprego clínico da droga. Ficou
difícil quantificar seus resultados e assim provar sua eficácia.
PROJETO PARA UMA PSICOLOGIA
CIENTÍFICA

 Neste manuscrito de aproximadamente 100 páginas,


Freud faz uma tentativa de fundar a psicanálise em dados científicos
mensuráveis. Em O PROJETO encontramos o nascimento de suas
ideias. No texto, os paciente eram vistos como enfermos orgânicos em que
existiam localizações cerebrais para cada função. Freud propunha a ideia
de que o aparelho psíquico estruturava-se segundo uma divisão entre
tipos específicos de neurônios e funcionava a partir da tendência geral de
descarregar a energia produzida pelos estímulos externos e internos.
 Este manuscrito foi descoberto mais de uma década depois de sua morte.
1877
Freud mudou seu nome para Sigmund Freud.

 Nesse mesmo período Freud conhece Breuer


através de seu professor Ernest Brücke.
 Freud se interessa pelos relatos de Breuer sobre o

tratamento de sintomas histéricos de uma jovem


paciente chamada Anna O. Breuer teve papel
determinante no nascimento da psicanálise. Médico
BREUER
de origem judaica era um eminente fisiologista e um brilhante
especialista em clínica geral. Muito generoso, Breuer ajuda Freud
financeiramente e estimula-o a escolher a neurologia em vez da psiquia-
tria. A publicação dos estudos sobre a histeria (1895) marca o fim da
colaboração entre os dois, a partir de 1896 Freud segue sozinho. Se decepciona
com a falta de ambição de Breuer.
Uma das causas do afastamento foi que Breuer não estava convencido dos
 Em 1880, Breuer assume o
tratamento de Bertha Pappenheim,
uma moça vienense com 21 anos de
idade, nascida numa família judia
ortodoxa e apresentando graves
sintomas histéricos.
 Sob o pseudônimo de Anna O., será
também a primeira paciente
histérica de Freud.
 Breuer se assusta com o caráter
sexual da transferência amorosa e
abandona o caso. Foge com sua
esposa Matilde que estivera a beira
de cometer suicídio por ciúmes.
1880  Nesse trabalho Freud sugere pela
primeira vez o nome “talking cure”.
Anna O.
 Em 1895, publicou, conjuntamente com Josef Breuer, os "Estudos sobre a
histeria". Nele, foram relatados cinco casos clínicos, o primeiro dos quais
sendo o de Bertha Pappenheim (relatado sob o nome fictício de "Anna O.).
O segundo Emmy Von N., nome verdadeiro Fanny Moser (provavelmente
a primeira paciente a ser tratada com associação livre), terceira Lucy R.
(Freud abandona progressivamente a hipnose pela sugestão), Quarta
Katarina (Relato de uma breve terapia psicanalítica) e a quinta, Elizabeth
Von R. (primeira análise completa de um caso de histeria)

 Freud sustentava que a dissociação mental encontrada no sintoma


histérico era provocada por uma defesa psíquica e por reminiscências
ligadas a um trauma sexual de origem infantil.
1885
Freud chega a Paris.
Consegue uma bolsa de estudos para trabalhar no Hospital
Psiquiátrico Saltpêtrière com Charcot. Freud ingressou nos estudos
sobre histeria com sugestão hipnótica.

Charcot demonstra que os sintomas histéricos eram de natureza


psíquica e não orgânica. Estava na mente como Chacot dizia, “uma
segunda mente” e mais tarde para Freud (O INCONSCIENTE) um
dos conceitos fundamentais do século XX. Charcot empregava a
Charcot (1825 –
1893) sugestão hipnótica mais para fins de demonstração do que de
tratamento.

Assim em 1889 se junta a Berheim. Este havia demonstrado que a


hipnose era uma sugestão que passava antes de tudo pela palavra e
não pelo magnetismo do olhar. Retornando a Vienna Freud começa
a aplicar esta abordagem terapêutica.
PÁTIO DO
HOSPITAL LA SALPÊTRIÈRE (1857)
APÓS O TÉRMINO DE SEUS ESTUDOS EM
SALTPÊTRIÈRE, FREUD CONCLUIU QUE:
 os sintomas de pacientes histéricos baseiam-se em cenas do seu
passado que lhes causaram grande impacto mas foram
esquecidas (traumas); a terapêutica, nisto apoiada, consistia em fazê-
los lembrar e reproduzir essas experiências num estado de  (catarse)
(FREUD, 1914, p.17)

 Sexualidade
 Associação livre
 Transferência de
sentimentos amorosos
CASAMENTO

Freud casou-se aos 30 anos com


Martha Bernays,
em 13 de setembro de1886.

 Apesar da aversão aos rituais


religiosos, se casa conforme os
costumes da época.
 Proibe Martha de celebrar o Shabbat
(dia de descanso)e cozinhar segundo
as regras da alimentação Kosher
(proibição de alimentos de origem
animal).
 Nenhum de seus filhos seria
circuncidado (remoção do prepúcio
 De volta a Viena, Freud começou a aplicar o
método de Charcot no tratamento da histeria.

 Abre seu consultório. 1886/87.

 Passou a tratar de mulheres da burguesia


vienense que sofriam de doenças de fundo emocional, testando diferentes
métodos terapêuticos: eletroterapia, hipnose, sugestão, massagens,
hidroterapia etc.
 As mulheres vienenses, acolhidas no sigilo de seu consultório foram
protagonistas da construção de uma clinica da escuta, uma clinica da
interioridade e não mais da exterioridade. Da hipnose Freud só conserva a
posição deitada do divã, atrás do qual ele se sentava a fim de ver sem ser
visto.
EVOLUÇÃO DO TRATAMENTO

 MÉTODO CATÁRTICO COM HIPNOSE


 PRESSÃO NA CABEÇA COM HIPNOSE
 ASSOCIAÇÃO LIVRE

 A sugestão hipnótica era uma conduta terapêutica para persuadir o


paciente a produzir material da região do inconsciente.
 Freud abandona a hipnose por não estar convencido da sua eficácia e
passa a confiar cada vez mais nas associações livres.
A AMIZADE COM WILHELM FLIESS

 Freud conhece Fliess em 1887. Fliess era médico


otorrinolaringologista estabelecido em Berlim, defensor de teorias
biológicas e matemáticas audaciosas e muito confiante em suas
hipóteses. Nessa época Freud era mantido à margem do meio médico
em razão de suas teorias sobre a etiologia sexual das neuroses.
 Aos poucos sua amizade com Breuer vai sendo substituída e Fliess se
torna seu confidente intimo.
 Trocaram intensa correspondência, e também se encontravam em
congressos onde confrontavam suas ideias e elaboravam suas
teorias.

FLIESS
AS CARTAS
 Freud escreveu a Fliess durante 15 anos entre
1887 a 1904. As cartas constituem uma valiosa
fonte de informação tanto de sua vida
profissional como pessoal. Desta abundante
correspondência restam apenas as carta de
Freud adquiridas por Marie Bonaparte em
1936 de um antiquário vienense. Em 1950 ela
editou com Anna Freud e Ernest Kris extratos
selecionados de 168 cartas, de um total de 284
sob o título “O nascimento da psicanálise”,
acompanhadas de um manuscrito inédito de
“projeto para uma psicologia científica” que
Freud não queria publicar.
 A totalidade das cartas só foi publicada após a
morte de Anna Freud quando venceu o prazo FREUD E FLIESS
de confidencialidade.
O ROMPIMENTO

CARTA DE FREUD PARA FLIESS


SOBRE ANNA O

 A amizade começou a se desfazer em 1897. Mais tarde reconheceu o lado


homossexual desta. Se desentenderam em um último congresso em 1900. Freud
criticando a teoria da periodicidade de Fliess e Fliess acusando Freud de ler em
seus doentes seus próprios pensamentos. A relação se deteriorou, as trocas de cartas
se tornaram raras até ocorrer a ruptura definitiva em 1906.
Na realidade, durante seu
contato com Fliess, Freud se dissociou da
neurologia, terminou se
desentendendo com Breuer, inventou o tratamento
psicanalítico, desistiu de sua teoria da sedução,
convocou a tragédia grega à cabeceira de sua
explicação do inconsciente e preparou o grande
livro que o tornaria um dos pensadores mais
importantes do século XX:
A interpretação dos sonhos.

 Em 1891, mudou-se para um apartamento no


número dezenove da Rua Bergasse.
Em 23 de setembro de 1896 morre o pai de Freud, jacob Freud.

No final de 1896, informou a Fliess: “Meu velho pai (81 anos), está em
Baden (uma estância a meia hora de Viena), no mais frágil estado, com
insuficiência cardíaca paralisia da bexiga e coisas semelhantes”.

A Morte de seu pai, foi um profunda experiência pessoal da qual Freud


extraiu implicações universais; Foi mais uma fonte de material. Desenvolveu
uma teoria sobre o luto, e de modo mais amplo uma teoria sobre o drama
familiar.

Autobiografia e ciência marcaram a psicanálise desde o começo


A morte de seu pai em outubro de 1896, proporcionou a Freud um vigoroso
impulso para edificar a estrutura que ele começava a transformar na obra
de sua vida.
Antes que pudesse se beneficiar plenamente de sua dolorosa perda, Freud
precisou antes corrigir um sério passo em falso, que dominara seu
pensamento em meados dos anos 1890: teve que se desfazer da TEORIA
DA SEDUÇÃO (As cenas sexuais descritas pelos pacientes derivavam de
uma fantasia)

Jacob Freud
EM AGOSTO DE 1897,
DECLAROU ESTAR
EM PROCESSO
DE
AUTOANÁLISE.

Porém terminou por admitir:


“Minha autoanálise permanece interrompida. Compreendi por
quê. Não posso analisar a mim mesmo senão com
conhecimentos objetivamente adquiridos. A autoanálise
propriamente dita é impossível, senão não haveria doença”.
 Ao renunciar à ideia de que a ordem familiar burguesa fundara-se na
aliança entre um parente perverso e uma criança abusada (teoria da
sedução), Freud deslocava a questão da causalidade sexual das neuroses
para um terreno que não era mais o da sexologia, nem, aliás, da
psiquiatria ou da psicologia.
 Trocava o domínio da descrição dos comportamentos pelo da
interpretação dos discursos, considerando que as famosas cenas sexuais
descritas pelos pacientes podiam derivar de uma FANTASIA, isto é, de
uma SUBJETIVIDADE ou REPRESENTAÇÃO IMAGINÁRIA.
 Aceitava simultaneamente a existência da FANTASIA e do TRAUMA.
 Assinalava que, graças ao método psicanalítico – EXPLORAÇÃO DO
INCONSCIENTE e TRATAMENTO PELA FALA-, o terapeuta agora
seria capaz de discernir múltiplas ordens de realidade frequentemente
entrelaçadas: o abuso sexual real, a sedução psíquica, a fantasia, a
transferência.
“TRANSFERÊNCIA”

 O paciente reproduz no terapeuta uma série de sentimentos afetuosos, vez ou outra,


mesclados de hostilidade, provenientes de fantasias inconscientes (FREUD, 1910,
p.33).

 Trata-se de um fenômeno global, não restrito do setting terapêutico, mas que


abrange espontaneamente todas as formas de relações humanas.

 A análise desse fenômeno torna-se uma ferramenta valiosíssima para o psicanalista


no tratamento de seus pacientes, na identificação da origem sintomas reprimidos
(idem).
 Freud considera como instrumento de trabalho e não obstáculo.
 Ao abandonar sua neurótica e
definir as condições originais de
uma terapêutica da confissão, Freud
explorava uma maneira inédita de
pensar a sexualidade humana. A pulsão, fonte do funcionamento
 Estendeu a noção de sexualidade a psíquico inconsciente;
uma disposição psíquica universal, a libido, termo genérico designando a
tornando-a a própria essência da energia sexual,
atividade humana. O “apoio” [Anlehunung], ou processo
relacional,
 Logo, foi menos a sexualidade em si
A bissexualidade, disposição típica de
mesma que veio a ser primordial em toda forma de sexualidade humana, e,
sua doutrina do que um conjunto por fim,
conceitual apaz de representa-la: O desejo, tendência, realização busca
infinita, relação ambígua com o outro.
Édipo

Jocasta

 Embasado na tragédia grega de Édipo rei (1898) de Sófocles, Freud cria o


conceito de complexo de Édipo. Reatualiza a tragédia para explicar o
desenvolvimento sexual de uma criança do sexo masculino que numa
determinada fase cria fortes desejos pela mãe, desenvolve sentimentos
hostis pelo pai com quem tem que dividir a atenção materna.
 O termo pode ser usado por ambos os sexos. Meninos: Forte atração pela
mãe. Meninas: Atraídas pela figura paterna.
 Num momento em que toda a Europa se
elaboravam vastos programas de FREUD AFIRMAVA SER
pesquisa, com base no estudo dos fatos e INVENTOR DE UMA
dos comportamentos , Freud se voltava VERDADEIRA CIÊNCIA
então para a literatura e as mitologias das DA PSIQUE.
origens a fim de conferir à sua teoria do
psiquismo uma consistência que, aos
olhos de seus contemporâneos, não podia
em hipótese alguma pretender-se ciência:
 não era nem psicologia, que enumerava
comportamentos e se declarava subjetiva,
 nem antropologia, que procurava
descrever as sociedades humanas,
 Nem sociologia, que estudava realidades
sociais,
 Nem medicina, que definia uma norma e
uma patologia fundadas em variações
orgânicas e fisiológica.
1900 – UM MARCO – A INTERPRETAÇÃO DOS
SONHOS
Os sonhos já estavam presentes na mente de Freud desde 1895. A
elaboração da obra levou 4 anos. Com a morte do pai em 1896
ele inicia pesquisas sistemáticas analisando em particular os
próprios sonhos. Sonhava muito e de maneira desordenada,
fatos triviais e fatos relacionados a morte de seu pai eram
recorrentes em seus sonhos. Com relação a morte de seu pai,
provavelmente uma tentativa de elaboração do luto.

Reuniu 160 sonhos, 50 seus e outros relatados por parentes e


amigos. A obra estava pronta em 1899, porém a pedido da
editora o lançamento acontece no início do século, por ser uma
data marcante.
 Para Freud, o sonho é a “VIA RÉGIA DO INCONSCIENTE”!
 Em 12 de Junho de 1900 escreveu à Fliess: “acha realmente que haverá
um dia nessa casa uma placa de mármore na qual será possível ler – aqui
se desvendou em 24 de julho de 1895, graças ao doutor Sigmund Freud o
mistério do sonho?”
 Freud esperava que o livro fosse um best-seller; Esperava ser saudado
como um verdadeiro gênio da ciência mas a realidade foi bem diferente.
Venderam uma média de setenta e cinco exemplares por ano ao logo de
um período de oito anos, assegurando, contudo a Freud uma reputação
internacional. A segunda edição só foi publicada em 1909.
 É a partir de um “sonho
revolucionário” que aborda sua
concepção do poder segundo a qual
toda sociedade tem como origem um
conflito entre um pai tirânico e um filho
rebelde compelido a assassiná-lo.
 Mais tarde Freud irá teorizar isso em
Totem e tabu e depois em Moisés e o
monoteísmo.

Em 1900 anunciava também, sua firme intenção de celebrar a primazia da


psicanálise sobre a política e de fazer de sua doutrina recém-elaborada o
instrumento de uma revolução: MUDAR O HOMEM, EXPLORANDO A FACE
OCULTA DE SEUS DESEJOS.
PRIMEIRA TÓPICA (MODELO TOPOGRÁFICO)
 Tópica: Expressão que vem de topos, do Grego “lugar”. A ideia é que esses
sistemas ocupariam um lugar.
 É, ao longo de todo o célebre capítulo VII, que Freud expõe sua concepção do
aparelho psíquico – ou a primeira tópica.
 Distingue assim:
 Consciente: É atribuída à tudo aquilo que está disponível imediatamente a
mente.
 Pré-consciente: Uma espécie de barreira de contato, serve como filtro para
que determinados conteúdos possam ou não emergirem para o consciente.
instância acessível ao consciente.
 Inconsciente: (Parte mais arcaica do aparelho psíquico) “outra cena”, lugar
desconhecido da consciência. Um lugar instituído pelo recalcamento, isto é,
por um processo visando manter fora de toda forma de consciência.
 Na primeira tópica, Freud trabalha muito a repressão, trabalha o
inconsciente, mas só na segunda tópica é que Freud encara o inconsciente
como algo mais primitivo.
1910 - 1919
ANOS DE TURBULÊNCIA:
GUERRA E INTENSA
PRODUÇÃO TEÓRICA Primeira guerra
mundial
1914 - 1918

 Freud nasce em um século de muitas guerras. Teve 3 filhos que foram pra guerra.
Tinha esperança que a psicanálise pudesse provocar mudanças. A 1ª guerra é um duro
golpe nessa esperança. Em novembro de 1914, Freud comunica Ferenczi que a voz da
psicanálise deixara de ser audível no mundo depois da guerra.
 Com a publicação de um artigo sobre o Narcisismo, em 1914, Freud reformava sua
doutrina.
 Não se contentava mais em referir-se à libido como uma manifestação da pulsão
sexual, mostrando que ela podia reportar-se ao eu.
 E daí deduzia a existência simultânea, no psiquismo de uma oposição entre libido do
eu e libido de objeto, entre narcisismo primário, estado originário da vida, e
narcisismo secundário, evoluindo para um retraimento dos investimentos de objeto.
 Assim, abria caminho para uma reflexão sobre os distúrbios da subjetividade que iam
muito além da maneira como pensara até ali a gênese do conflito neurótico.
NARCISISMO - 1914

 Termo introduzido por Paul Nacke em 1899


no campo da psiquiatria. O termo
descreveria um estado de amor por si
mesmo que constituiria uma nova categoria
de perversão.
 Freud utiliza pela 1ª vez o termo em 1910
para descrever a escolha de objeto feita
pelos homossexuais que escolhem um
parceiro à sua imagem, de forma que
através deste tomam a si mesmos como
objeto sexual.
 Em 1914 Freud lança o artigo “Introdução
ao narcisismo” Novamente recorre a
mitologia grega, utilizando o mito de
Narciso, um belo jovem que desperta o
amor da ninfa Eco. Narciso rejeita esse
amor, e se apaixona pela sua própria
imagem refletida na água. Narciso acaba
cometendo suicídio por afogamento.
AMIZADE E ROMPIMENTO COM JUNG

 Carl Gustav Jung tem o primeiro contato com a obra de Freud em 1901 (A
interpretação dos sonhos). Em 1907 Jung vai até a Áustria a convite de
Freud e eles tem o primeiro contato presencial, que resulta em uma
conversa de 13 horas sem interrupção. Freud era 19 anos mais velho e
adquiriu um sentimento paternal por Jung, o via como o príncipe herdeiro
da psicanálise.
 A crítica de Freud em relação à Jung era o seu interesse pela
paranormalidade. Freud achava que isso não era uma fonte válida de
estudo e poderia prejudicar a imagem da psicanálise como ciência.
 A crítica de Jung para Freud era em relação a importância exagerada que
ele dava à sexualidade. Para Jung a libido era mais ampla, envolvia não só
a sexualidade mas várias outras coisas, como poder, espiritualidade,
alimentação, etc...
 Essas diferenças marcam o rompimento entre os dois.
CASOS EMBLEMÁTICOS
 Caso Dora – Moça de 18 anos encaminhada por seu pai,
(nome verdadeiro Ida Bauer). Seu tratamento começou em
outubro de 1900 e é interrompido por ela bruscamente após
3 meses, Freud fica bastante desapontado mas redige uma
observação sobre transferência. Escreve à Fliess que essa
breve cura deu a ele a oportunidade de 2 descobertas: 1º, a
importância do papel desempenhado pelas zonas erógenas,
particularmente a zona oral na origem da tosse nervosa de
Dora (erotização da zona bucal). 2º, se referia ao papel
desempenhado pela bissexualidade psíquica no conflito de
Dora dividida entre a atração por homens e mulheres. Foi a
primeira vez que Freud aplicou na clínica a noção de
bissexualidade de Fliess.
 Pequeno Hans – Os pais de Hans não eram estranhos
a Freud. A mãe tinha sido sua paciente e o pai era um
apaixonado pela psicanálise, inclusive participava das
reuniões das quartas-feiras. O pai era incentivado por
Freud a fazer anotações sobre o comportamento de
Hans desde os 3 anos, principalmente sobre a
sexualidade. O sintoma principal era a recusa de sair
de casa, de andar na rua, com medo de ser mordido
por um cavalo e até mesmo de ser derrubado por ele
(medo inconsciente de ser castrado pelo pai.)
Impossibilidade de resolver o conflito edipiano. O caso
foi publicado em 1909.
 Hans acaba se tornando um famoso diretor de ópera.
 Homem dos ratos – Quando Ernest Lanzer, um jurista de 29
anos veio para consulta com Freud, descreve uma série de
sintomas obsessivos que tinham se agravado nos últimos 2
meses a ponto de impedi-lo de trabalhar. Mas a grande
obsessão dos ratos é que permitiu Freud avançar nas
investigações das verdadeiras causas dessa neurose obsessiva.
 Tudo começa no exército com a história de um capitão
contando de um suplício oriental que consistia em fixar no
traseiro de um condenado um recipiente contendo ratos, que
penetravam em seu ânus perfurando-o. Após ouvir esse relato
o paciente fica aterrorizado com ideias obsessivas de que se
não se comportasse de determinada maneira, seus entes
queridos seriam ferido, principalmente seu pai e sua mulher.
 Homem dos Lobos (1910) – Sergei Pankejeff foi um aristocrata russo que
ficou mais conhecido por ser paciente de Freud, que para protege-lo lhe deu
o pseudônimo de “homem dos lobos”, depois de um sonho que teve de uma
árvore cheia de lobos brancos. O sonho ocorreu quando Sergei tinha uns 4
anos de idade. No sonho, se lembrava de estar dormindo em sua cama
quando a janela se abriu e ele pôde ver 7 lobos brancos. Os lobos eram muito
brancos, tinham caudas grandes como s de raposas, estavam calmos e
olhavam para ele atentamente. Aterrorizado pelo medo de ser comido,
acordou gritando.
 Para Freud o sonho era a versão mascarada de uma cena primitiva
traumática. Os lobos representavam os pais do paciente. A tranquilidade
deles é uma referência invertida aos movimentos nada calmos do ato sexual.
A brancura remete à brancura dos pais sem roupas. Os lobos olhando para a
criança representa outra inversão, na verdade a criança observando os pais.
Freud atendeu Sergei durante 4 anos com poucos progressos. Então, em uma
tentativa de quebrar essa resistência, ele determina uma data limite para o
fim do tratamento, após essa conduta o paciente se lembra de ter tido uma
babá, a qual era muito ligado. Com esta lembrança vários fatos ligados à
sexualidade emergiram e a análise então foi alcançando progresso.
COMITÊ DAS
 Foi criado em 1912 por sugestão de QUARTAS-
Ernest Jones, com o objetivo de
defender a doutrina de qualquer forma
FEIRAS
de desvirtuamento ou má interpretação.
Na foto de 1922, em Berlim, em pé, da
esquerda para a direita, Otto Rank, Karl
Abraham, Max Eitingon e Ernest Jones;
sentados, Freud, Sándor Ferenczi e
Hans Sachs.
 As discussões do comitê, na mais
estrita privacidade, deveriam zelar pelos
princípios fundamentais - a repressão, o
inconsciente e a sexualidade infantil.
 Freud aceitou a ideia com determinação.
1920
A GRANDE VIRADA
A guerra decerto pusera fim a seus antigos rompantes de
otimismo e, em 1920, ele via a morte operando à sua volta.
Em janeiro de 1920, sensibilizado pela Primeira Guerra
Mundial e pela morte da filha Sophie, debilitada por conta dos
efeitos de uma gravidez indesejada, sucumbiu a uma
pneumonia gripal, Freud teorizou sobre a luta constante entre a
força da vida e do amor contra a morte e a destruição,
simbolizados pelos deuses gregos Eros (amor) e Tanatos
(morte). A sua teoria da mente ganhou forma com a publicação
em 1923, de "O Ego e o Id".
SEGUNDA TÓPICA
(1923) APRESENTA TRÊS SISTEMAS DE
FUNCIONAMENTO PSÍQUICO, QUE NÃO
MODELO DEVEM SER CONSIDERADOS
ISOLADAMENTE MAS QUE APRESENTAM
ESTRUTURAL UMA CERTA CONFIGURAÇÃO PRÓPRIA:

Id: regido pelo princípio do prazer.

Ego: regido pelo princípio da realidade

Superego: internalização das proibições, limites e


autoridade. Depositário de normas e princípios morais do
grupo social a que o indivíduo se vincula.

TEORIA DAS PULSÕES: PULSÃO DE VIDA E PULSÃO


DE MORTE. 

ALÉM DO PRINCÍPIO DO PRAZER. DESCOBRE O


CONCEITO DE COMPULSÃO À REPETIÇÃO.
Primeira Tópica X Segunda Tópica |
Aparelho Psíquico na Psicanálise de Freud
1922-23
 Constata-se um câncer no maxilar de Freud, o que o leva a 33 cirurgias para
retirar os tumores que tomavam sua boca. acaba perdendo o maxilar superior,
tendo de instalar aí uma prótese para separar a boca.

Freud publica “O Ego e o Id", “Observações sobre a teoria e a prática da


interpretação de sonhos”, “Dois verbetes de enciclopédia” (“Psicanálise” e
“Teoria da libido”), “Uma breve descrição da psicanálise”, “A dissolução do
complexo de Édipo”.

Morre o seu neto “mais amado”, Heinz.

Freud com seu netos Heinz, à esquerda, e


Ernst Halberstadt, os dois filhos de Sophie
 Em 1936, disse considerar um
avanço seus livros terem sido
queimados pelos nazistas. Afinal,
no passado, eram os autores que
iam à fogueira.
 Mas a subida de Hitler ao poder
ditatorial não demorou e a
perseguição aos judeus se
intensificou.
 Em 1938, já velho e com câncer,
fugiu para a Inglaterra, fixando
residência em Londres, onde
morreu no ano seguinte.
 Freud publica “Construções em
análise”, “Um esboço de
psicanálise”.
Acompanhado de Marie Bonaparte, aos 82 anos e com um
doloroso câncer na boca, Sigmund Freud fez a última e mais
dramática viagem de sua vida....
Entrevista conduzida por George Sylvester
Viereck, publicada no seu livro: “Glimpses
PRIMEIRA ENTREVISTA DE FREUD
AOS 70 ANOS DE IDADE of the Great”, publicado em 1930.

Em dezembro de 1938 com a saúde já


debilitada, Freud recebeu a visita da rádio
BBC em sua casa. Ele diz: “comecei minha
atividade profissional como um neurologista
tentando trazer alivio para meus pacientes
neuróticos. Sob influência de um amigo mais
velho e por meus próprios esforços descobri
fatos importantes sobre o inconsciente na
vida psíquica, e o papel de necessidades
instintivas e assim por diante. Dessas
descobertas surgiu uma nova ciência, a
psicanálise, parte da psicologia e um novo
método de tratamento de neuroses. Tive que
pagar muito caro por essa boa sorte, as
pessoas não acreditavam em meus feitos e
achavam minhas teorias desagradáveis, no
fim, eu fui bem sucedido, consegui
seguidores e construí uma associação
internacional de psicanálise. Mas a luta ainda
CRONOLOGIA
 1856 – 6 DE MAIO – NASCIMENTO EM FREIBERG
 1859 – MUDANÇA PARA VIENA
 1877 – PESQUISA COM ENGUIAS
 1881 – SE FORMA EM MEDICINA
 1882/86 – NOIVADO
 1884/87 – PESQUISA COM COCAÍNA
 1885/86 – PESQUICA COM CHARCOT EM PARIS
 1886 – CASAMENTO
 1887/91 – USANDO A HIPNOSE
 1895 – ESTUDOS SOBRE HISTERIA – INICIO DA PSICANÁLISE
 1897 – AUTOANÁLISE/COMPLEXO DE ÉDIPO
 1899/1900 – INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS
 1901 – PSICOPATOLOGIA DA VIDA COTIDIANA
 1902 – FUNDADA AS REUNIÕES DAS QUARTAS - FEIRAS
 1905 – TRÊS ENSAIOS DA SEXUALIDADE
 1908 – PRIMEIRO CONGRESSO DE PSICANÁLISE DE SALZBURG
 1909 – VISITA AOS ESTADOS UNIDOS
 1910 – ESTABELECIMENTO DA SOCIEDADE DE PSICANÁLISE
 1912- TOTEM E TABU
 1913 - ROMPIMENTO COM JUNG
 1915/17 – CONFERÊNCIAS INTRODUTÓRIAS
 1920 – MORTE DE SUA FILHA SOPHIE
 1921 – PSICOLOGIA DE GRUPO
 1923 – PRIMEIRA CIRURGIA DO CANCER/ EGO E ID
 1927 – O FUTURO DE UMA ILUSÃO
 1930 – O MAL ESTAR NA CIVILIZAÇÃO
 1933 – NAZISTAS QUEIMAM SEUS LIVROS
 1938 – VAI PARA LONDRES
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 QUINODOZ, JEAN- MICHEL. Guia de leitura da


obra de S. Freud. – Porto Alegre: Artmed, 2007.
 ROUDINESCO, Elisabeth. Sigmund Freud na sua
época e em nosso tempo. 1ed. Rio de Janeiro:
Zahar, 2016.
 GAY, Peter. Freud: Uma Vida para nosso tempo.
SÃO Paulo: Companhia das Letras, 1989.

Você também pode gostar