Você está na página 1de 28

Modelos e Métodos de Intervenção Psicológica I

Introdução à Intervenção Psicológica

1. Definição de intervenção psicológica (APA Dicionary, 2020):


• Segundo a APA, é qualquer ação destinada a interferir e interromper ou modificar
um processo, como no tratamento realizado para interromper, controlar ou alterar
o curso do processo patológico de uma doença ou distúrbio.
• Ação por parte de um psicólogo para lidar com as questões e problemas de um
cliente. A seleção da intervenção é guiada pela natureza do problema, a
orientação do psicólogo, o ambiente e a disposição e capacidade do cliente para
prosseguir com a intervenção psicológica.

2. Competências globais de atendimento na prática psicológica


Þ Competências Verbais
• Mum...mum; pois; estou a ver; compreendo (a pessoa sente que está a ser
ouvida);

• Silêncios (quando percebemos que a pessoa está quase a chorar/ a refletir/


quando desafiámos a pessoa a fazer alguma reflexão).

• Clarificar (solicitamos ao cliente mais informação e devolvemos a nossa


informação/interpretação do que ele disse, ou seja, clarificamos se estámos de
facto a compreender a situação do indivíduo).

• Reformular (acrescentámos a reflexão de um sentimento ou pensamento)


• Sumarizar (ao longo da sessão quando queremos mudar de tema, fazemos uma
síntese daquilo que estivemos a trabalhar; utilizámos também no final da
sessão).

• Linguagem colaborativa (nós...) (forma de comunicar com o cliente de forma


clara em como se trata de um trabalho de equipa, de forma que o cliente se
integre no seu papel; centração no processo e sempre com a aprovação do
cliente)

• Humor (humor ajustado ao cliente como momento de alívio).

Þ Competências Não Verbais


• Postura corporal (postura descontraída, mas formalizada; flexibilidade para
procurar o olhar do cliente).

• Gestos (importante ter um movimento nas mãos para se comunicar


demonstrando interesse e evitando uma postura defensiva).

• Expressão facial (de interesse, afeição...que demonstre empatia).

1
• Sorriso (empático).

• Olhar intermitente (não manter o olhar sempre fixo; estar de forma natural;
pestanejar, desviar o olhar... também procurar o olhar do cliente).

• Movimentos faciais afirmativos (movimento com a cabeça - tudo isto promove


a empatia).

O que é ser empático?


§ “É compreender a experiência do outro à luz daquilo que é a história e contexto do outro,
e como será que ela está a viver nessa situação”.

Psicanálise
Funcionamento psíquico segundo Freud:
De acordo com Freud, a mente humana é igual a um iceberg. O cimo do iceberg relaciona-se com
o nível da consciência onde estão presentes os nossos pensamentos e as nossas perceções; o meio
do iceberg relaciona-se com o nível de pré-consciência onde estão presentes as nossas memórias
e onde armazenámos o nosso conhecimento. O fundo do iceberg relaciona-se com o nível do
inconsciente onde estão presentes os nossos medos, motivos violentos, impulsos imorais,
necessidades egoístas, desejos irracionais, experiências vergonhosas e desejos sexuais
inaceitáveis.

• EGO - é o componente psicológico do princípio da realidade (pensamento de processo


secundário) - teste de realidade.
• SUPEREGO - é o componente social; imperativos morais; contém a consciência e o
ideal do ego.
• ID - consiste no princípio do prazer; pensamento de processo primário (realização do
desejo); componente biológico; os instintos: eros e thanatos estão associados à mente
inconsciente e ao id.

Estrutura da personalidade segundo Freud:


§ Importância dos conflitos psicossexuais;
§ Importância das primeiras experiências de vida;
§ Princípio do prazer;
§ Determinismo e ponto de vista genético;
§ Alguns conteúdos são mantidos fora da consciência (repressão);
§ Mecanismos de defesa;

Objetivos da terapia:
• Trazer à consciência os conteúdos inconscientes como as memórias e os pensamentos
(vai ter um insight, vem à consciência conteúdos que podem ser muito dolorosos);
• Fortalecer o ego (queremos que o indivíduo seja capaz de controlar, se ajustar ao seu id
mas também seguir de acordo com as normas da sociedade);
• Desenvolvimento e resolução da transferência;

2
• Transformar os modelos internos objetais;

Estrutura da terapia:
• 50 minutos, 4 vezes por semana;
• Paciente no divã (o cliente fica confortavelmente numa cadeira e o psicanalítico fica
longe da vista do cliente após iniciar a abordagem analítica);
• Terapeuta fora da visão do paciente;
• Analista com atitude neutral e atenção flutuante;

Indicações clínicas:
• Ego estruturado e capacidade de insight;
• Neuroses (angústia; fobias; obsessivas);
• Contra-indicações para ausência de um ego integrado;

Fases do processo terapêutico:


• Fase de abertura;
• Desenvolvimento da transferência;
• Trabalho analítico;
• Resolução da transferência;

Técnicas Terapêuticas:
• Associação livre de ideias;
• Transferência;
• Hipnose;
• Análise e interpretação dos sons;

1. Associação livre de ideias


Consiste e, o analisando ser convidado a dizer o que pensa e sente, sem nada escolher e sem nada
omitir, do que lhe surge à mente, ainda que lhe pareça desagradável de comunicar, ridículo,
desprovido de interesse ou despropositado. Liberta afetos, recordações e representações.
Convida-se o paciente a deixar-se levar.

2. Transferência
Processo pelo qual os desejos do inconsciente se atualizam sobre determinados objetos no quadro
de uma relação analítica.

3. Hipnose
Estado mental transitório semelhante ao estado de sono, que se caracteriza pela sugestionabilidade
extrema e ausência de iniciativa comportamental.

4. Interpretação dos sonhos


Ao significado dos sonhos chega-se pela associação de ideias a partir do elemento do conteúdo
manifesto (elaboração ou trabalho de sonho) e permite a análise do conteúdo latente (ideia latente,
ideia presente, mas escondida). O conteúdo manifesto é o sonho contatado pelo sonhador. O
conteúdo latente é o significado do sonho revelado pela interpretação, é o que não vemos (esta

3
interpretação é feita pelo psicanalista). A interpretação permite-nos contextualizar os sonhos, de
modo a entender o seu significado, um sonho em si não tem um significado absoluto, mas antes
potenciais significados.
Os sonhos noturnos são memória recalcada?: são coisas que o indivíduo já pensou e não refletiu
muito por elas. O sonho, muitas vezes, revela coisas de que a pessoa não tomou consciência. Mas,
outras vezes, são coisas de que já tomou uma consciência vaga e se tornam mais evidentes. A
interpretação permite-nos contextualizar os sonhos, de modo a entender o seu significado, um
sonho em si não tem um significado absoluto, mas antes potenciais significados.

Psicoterapia Analítica de Grupo (Grupanálise)


§ Foulkes e Bion - circunstâncias de guerra; necessidade de tratar uma grande quantidade
de jovens hospitalizados.
§ Cada elemento do grupo encontra facetas desconhecidas para si, entrelaçando de
diferentes modos o presente, o passado e a fantasia. Então poderá observar o movimento
de estruturação do eu.
§ Grupo heterogéneo de pessoas;
§ Geralmente 8 elementos que não se conhecem;
§ Interdita a relação fora do grupo;
§ O grupo deve associar livremente ideias, sentimentos e verbalizar;
§ Estabelecer pontes entre processos conscientes e inconscientes;
§ O grupo para cada elemento é um microcosmo do seu mundo interior;
§ Estabelecer novas relações interpessoais;
§ Modos alternativos de lidar com problemas;
§ Sessões duram mais de 5 anos podendo ir até 9 anos;
§ Sessões de 3 e 4 vezes por semana;
§ Elementos face a face;
§ Sentados em círculo;
§ Sessões de 1.30h;
§ Grupos lentamente abertos (saem e entram elementos);

Terapias Dinâmicas Breves


Þ Características:
• Origem na psicanálise;
• Base teórica e métodos centrais psicanalíticos;
• Influência dos processos psicológicos internos;
• Processos psicológicos inconscientes;
• Exploração reflexiva/auto-consciência;
• Significado da experiência;
• Transferência;

Þ Objetivos:
• Melhorar ou remover sintomas;
• Mudanças na personalidade;
• Resolução de conflitos internos;
• Exploração da origem das dificuldades;
• Estabelecimento de fins específicos;

4
• Empenhar o paciente na exploração ativa das suas dificuldades;
• Vai ter um insight (vem á consciência conteúdos que podem ser muito
dolorosos);
• Fortalecer o ego (queremos que o indivíduo seja capaz de controlar, se ajustar
ao seu ID, mas também seguir de acordo com as normas da sociedade);
• Desenvolvimento e resolução da transferência;

Þ Indicações:
• Conflitos internos ou intrapessoais;
• Crises de desenvolvimento (luto, separação);
• Perturbações pós-traumáticas sem complicações;

Þ Contra-indicações:
• Psicoses, depressões graves;
• Perturbações graves de personalidade e dependência;
• Comportamento destrutivo e auto-destrutivo;
• Uso de substâncias e perturbações somáticas;
• Baixa tolerância frustração;
• Falta de motivação;
• Não intervir em pessoas que tiveram experiências traumáticas;

Þ Critérios de Prognóstico:
• Identificação queixa principal;
• História relação significativa;
• Interação flexível / preocupação outros;
• Capacidade reflexão e insight;
• Motivação mudança e responsabilidade;
• Humor e rede de suporte;

Þ Preparação para Terapia:


• Avaliação 1 ou mais sessões;
• Início após identificação do foco;
• Estabelecimento tempo limite;
• Consulta inicial pode ser terapêutica;

Þ Avaliação Psicológica
o Insight Foco dinâmico (não é a queixa inicial; hipótese psicodinâmica -
o Motivação experiências atuais e passadas)
o O foco é uma hipótese psicodinâmica que relaciona a situação
o Mudança
atual de vida da pessoa com experiências passadas. A hipótese
psicodinâmica é o psicólogo que a desenvolve.
Þ Foco dinâmico:
• Não é o mesmo que se queixa o paciente;
• Hipótese psicodinâmica (relaciona a experiência atual com experiências
passadas);
• Tem de ser circunscrito;
• Mantido durante o tratamento;

5
• Estabelecimento entre terapeuta e paciente;

Þ Considerações Gerais:
• Tolerância a emoções fortes: terapeuta e paciente;
• Desafio a defesas bem estabelecidas;
• Sentimentos negativos dirigidos ao terapeuta;
• Contraste com exploração analítica clássica;

Þ Contrato terapêutico:
• Estabelecido durante a avaliação;
• Salienta o foco dinâmico: o terapeuta expressa a sua compreensão dinâmica;
• Limite de tempo;
• *Sessões semanais;
• *Total 12 sessões;
• *Identificação da última sessão;
• Setting: face a face;

Þ Aliança Terapêutica:
• Pré-requisito para o trabalho;
• A força e a qualidade da aliança serão testadas;
• *Terapeuta defronta das defesas;
• *Transferência dá corpo a sentimentos negativos;
• Base segura;
• *Paciente explora ansiedade e conflitos internos;
• Recomendações ao terapeuta;
• O paciente tem que se sentir confortável com o terapeuta;

Técnicas
1. Desafio das defesas
§ Técnica de Sifneos;
§ Técnica Davanloo;

2. Análise Reconstrutiva
§ Triângulo do Conflito;
§ Triângulo da Pessoa;
§ Triângulos Combinados;

Þ Desafio das defesas


1.1. Técnica de Sifneos:
o Confronto repetido;
o Sem explicar ou interpretar fatores inconscientes;
o Liberta sentimentos/memórias;
o Permite depois maior exploração;

1.2. Técnica Davanloo:

6
o Confronto;
o Exploração ativa para a explicação dinâmica;
o Encoraja a libertação de sentimentos negativos;
o Transferência;
o É igual à técnica de Sifneos, mas altera-se na pequena interpretação que o
psicólogo pode fazer.

Þ Análise reconstrutiva
o Compreensão do paciente dos conflitos internos;
o Relação do conflito com as suas relações atuais e passadas;
o Padrões de relações manifestam-se na transferência;
o Triângulos: diagramas dos processos inconscientes que fixam e mantêm o conflito
através dos anos;

2.1. Triângulo do conflito


“Conflito dinâmico associado a um sentimento escondido cuja expressão gera ansiedade relativa
às consequências fantasiadas que as defesas operam de modo a tornar o conflito inconsciente”
§ Compreensão do conflito dinâmico interno associado a um sentimento escondido em que
a sua expressão irá gerar ansiedade.

2.2. Triângulo da Pessoa


“Representa a interação entre a perceção do paciente em relação a figuras significativas da vida
passada, e atual, incluindo o terapeuta como figura de transferência.”
§ Realizado da mesma forma, mas apresenta a perceção que a pessoa tem com a relação
atual e na relação com o terapeuta através da transferência.

2.3. Triângulo Combinado


Há situações em que se pode utilizar o triângulo do conflito e da pessoa em simultâneo;

Finalização do processo
• Pode ativar experiências de perda não resolvidas;
• Pode ativar sentimentos de rejeição;

7
• Assim o terapeuta deve:
- Explicar enquadrando através dos triângulos;
- Promover a autonomia do paciente;
- Permitir ao paciente aprender com a sua experiência;

Problemas no exercício
• Falhas na Seleção
o Avaliação inadequada
o Aspetos não revelados

• Falhas na Técnica
o Terapeuta não adere ao foco
o Terapeuta não adere ao limite de tempo
o Zelo excessivo pela confrontação
o Transferência idealizante

Avaliação Global
• Tratamento económico e breve;
• Adaptação técnica a pacientes específicos;
• Salienta a importância da avaliação, foco, defesas e adesão ao limite de tempo;
• Terapia geradora de ansiedade;

As vantagens desta terapia é que é mais breve e económica, sendo que a desvantagem centra-se
em que este modelo é o mais duro e doloroso de ser aplicado.

Terapia Centrada no Cliente


Modelo Humanista
Ideias Chave
• Comportamento pode ser compreendido apenas em termos subjetivos;
• Apreensão subjetiva da realidade (realidade não existe);
• Pessoas têm a capacidade de determinar o seu próprio destino;
• Pessoas são livres - autodeterminação;
• Pessoas são inerentemente boas e procuram a perfeição;

Carl Rogers e a Natureza Humana


• O ser humano tem capacidade de decisão, ou seja, é livre;
• Tem um movimento instintivo em direção a uma realização construtiva;

8
• O indivíduo é percebido como único: complexidade que não se compreende com sistemas
de diagnóstico;
• O Self está disponível à consciência da pessoa (consciência de si próprio, bom auto-
conceito);
• Pessoa naturalmente boa;
• Natureza humana não tem limites para o desenvolvimento;

Conceitos Fundamentais

1. Tendência para a Auto-atualização


“Representa a tendência inerente do organismo para desenvolver todas as suas capacidades de
modo a que a pessoa se mantém em crescimento.”

2. Supremacia da Experiência Subjetiva


O comportamento de uma pessoa para ser compreendido tem que ser feita referência à
interpretação subjetiva que a pessoa faz dos acontecimentos.
A pessoa reage de acordo com a sua impressão do que está a acontecer.

3. Auto-conceito
O conteúdo do auto-conceito é fruto da socialização (depende da atitude das pessoas significativas
para a pessoa). Elementos fundamentais no desenvolvimento do auto-conceito:
Þ Necessidade de atenção positiva;
Þ Aprovação da parte dos outros;
Þ Apoio incondicional;

Conceptualização da perturbação
1. Psicopatologia ocorre quando o self está incapaz de se defender contra experiências
ameaçadoras.
2. A manutenção de uma baixa auto-estima e de um baixo auto-conceito geralmente é
sinal de alguma perturbação.
3. Ocorre quando existe um grau elevado de incongruência entre o self e a experiência.
4. Dificuldade em contatar com o seu real eu (self), por necessidade de ganhar
aprovação dos outros, acabando por deixar de escutar a experiência do seu
organismo.
5. A pessoa continua a depender do julgamento dos outros.

Conceito de Pessoa Totalmente Funcionante


1. Abertura à experiência (ouvir a si mesmos e aos outros);
2. Capacidade de viver completamente (aproveitar cada momento da existência);
3. Confiança no organismo (não deixa que as decisões sejam conduzidas externamente);
4. Liberdade (sentido de responsabilidade das suas decisões);
5. Criatividade (capaz de se adaptar e produzir ideias);
Ou seja:
• Utilizam os seus talentos e capacidades;
• Reconhecem o seu potencial;
• Movem-se no sentido de maior conhecimento de si;

9
Características globais da Terapia
§ Confiar no cliente para escolher a direção do processo (é uma terapia não diretiva)
§ Afastamento do diagnóstico e interpretação; opção pela escuta;
§ O cliente tem recursos para se auto-compreender, num clima de atitudes facilitadoras;
§ Ênfase na relação, baseada na aceitação e clarificação;
§ Ênfase no mundo interno do cliente e na relação com o terapeuta;
§ Termo cliente: ser humano responsável e não objeto a ser tratado;
§ Valorização do modo de ser terapeuta;

Objetivos da Terapia
• Estabelecer uma relação à para que a pessoa possa enfrentar o desafio que o auto-
conceito é sujeito.
• Terapeuta não se foca nos problemas e na sua solução, mas na relação;
• Envolvimento completo do terapeuta à se necessário revelar as fraquezas e forças;
• O terapeuta deve ter como primeiro objetivo sentir e experienciar o mundo como o cliente
o vê;
• Objetivo final da terapia: pessoa se torne totalmente funcionante;

Critérios de seleção de clientes


1. Eficaz com clientes com diferentes características/dificuldades;

2. Clientes com menos probabilidade de serem ajudados nesta terapia:


o Indivíduos com atitude rígida, que procuram certezas e terapeutas que
dirijam;
o Indivíduos extremamente racionais, com dificuldade em enfrentar
sentimentos;

3. Clientes que parecem beneficiar com esta terapia:


o Fortemente motivados, para enfrentar sentimentos dolorosos;
o Comprometidos com a mudança;
o Que querem confiar;

4. Ao selecionar clientes perguntar:


o Cliente quer a mudança?
o Está preparado para partilhar e trabalhar em conjunto?
o Deseja entrar em contacto com os seus sentimentos?

5. Clientes com perturbação de personalidade grave, por exemplo, ou de indivíduos que


têm dificuldades em lidar com emoções;

Qualidade de um terapeuta
§ Não recorrer a rótulos e diagnósticos;
§ Não conquistar a confiança demonstrando a sua perícia psicológica;
§ Ser ele próprio - genuíno;
§ Grande aceitação de si mesmo;
§ Ser congruente (coerência entre o discurso verbal e não verbal);
§ Empático (compreender aquilo que o outro diz e pensa, colocando à luz das suas
experiências, não nas nossas);

10
§ Ter perceção do seu próprio desenvolvimento;

A relação terapêutica
• Autenticidade, congruência e genuinidade, para espelhar aquilo que a pessoa é;
• Aceitação incondicional positiva: aceitar a forma como o cliente se vê no presente;
• Compreensão empática: o mais possível de como o cliente se vê a si mesmo e ao mundo;
• Atitudes demonstradas através de verbalizações, postura, expressão facial, sorriso;

O processo terapêutico
Þ Estratégias e Técnicas
o Não há técnicas nem estratégias;
o Abordagem baseada na comunicação;

Þ Momentos da Terapia
1. Estabelecimento do “Rapport”;
2. Expressão livre de sentimentos da parte do cliente;
3. Reconhecimento e aceitação do cliente do seu self espontâneo;
4. Processo de tomada de decisão e escolhas responsáveis;
5. Aquisição do insight;
6. Desenvolvimento da independência;

Þ Condições necessárias à mudança


§ Duas pessoas estarem em contacto psicológico;
§ A primeira pessoa, o cliente, estar em estado de incongruência, ansiedade;
§ A segunda pessoa, o terapeuta, estar congruente e integrado na relação;
§ O terapeuta deverá proporcionar atenção positiva incondicional ao cliente;
§ O terapeuta deverá experienciar uma compreensão empática do mundo interno
do cliente;
§ O cliente deverá perceber esta compreensão empática e atenção positiva num
nível mínimo;

Þ Mudança
§ Se o processo correr bem, o cliente percebe o valor da sua pessoa e aprende a
fazer a sua própria terapia;
§ Quando a pessoa experiência genuinidade de outra, respeito e valor, começa a
adotar essa atitude em relação a si mesma, desenvolvendo a capacidade de se
escutar a si própria;

Þ Grupos de Encontro
§ O terapeuta não orienta a evolução do grupo;
§ O terapeuta facilita a expressão e comunicação, oferece a compreensão empática
sem interpretação;
§ Clima tolerante e acolhedor;
§ Expressão de dificuldades;
§ Abandonar imagens sociais e papéis em que o sujeito se refugia;
§ Comunicação profunda e autêntica;

11
§ Mudança de cada um e na relação com o outro;
§ Promove a evolução pessoal;
§ Abandonar imagens sociais e papéis em que o sujeito se refugia;
§ Comunicação profunda e autêntica;
§ Mudança de cada um e na relação com o outro;
§ Promove a evolução pessoal;
§ Grupos constituídos por 10 a 20 pessoas;
§ Expressão livre de sentimentos, emoções e reações em relação aos outros;
§ Trabalho no “Aqui e Agora “;
§ Dois terapeutas à com papel facilitador que se implicam na vida de grupo;

Þ Fases dos Grupos de Encontro


1. Fase de hesitação e andar à volta à o terapeuta assume que quem dirige é o grupo;
2. Resistência à expressão ou exploração pessoal;
3. Descrição de sentimentos passados à ambivalência na confiança do grupo, isco de
exposição;
4. Expressão de sentimentos negativos à “do aqui e agora” dirigidos a membros do
grupo;
5. O estalar das fachadas à não aceitação das máscaras e fachadas;
6. O indivíduo é objeto de reação (feedback) por parte dos outros à recebe dados de
como é visto pelos outros;
7. Confrontação à em situações em pé de igualdade;
8. Relações de ajuda fora das sessões de grupo à auxílios fora das sessões;
9. O encontro básico à partilha de sentimentos no grupo;
10. Expressão de sentimentos positivos e intimidade à expressão livre de sentimentos
do outro;
11. Mudanças de comportamento no grupo à lista de mudanças confirmada pelos outros
elementos;

Terapia da Gestalt
Principais influências
1. Perspetiva Fenomenológica:
o Trata aquilo que é subjetivamente sentido no presente;
o Trata também aquilo que é diretamente observado;
o Maior preocupação com o processo: com o que está a acontecer;

2. Teoria de Campo:
o Descreve o campo no qual o acontecimento é vulgarmente uma parte;
o Campo: todo no qual as partes estão relacionadas e reagem umas às outras;
o A pessoa no seu espaço de vida constituiu um campo;
o Aqui e agora inclui resíduos do passado: postura corporal, hábitos, crenças;
o Não podemos compreender o comportamento individual fora do seu contexto;

3. Perspetiva Existencial:
Þ Foca-se:
o Na existência das pessoas;

12
o Nas relações que mantêm;
o Prazeres/sofrimentos experienciados;

Þ Não há realidades exteriores estáveis: cada indivíduo cria o seu significado.

4. Diálogo e Contacto
o Gestalt-terapia pode ser definida como uma terapia dialógica, isto é, uma terapia
que faz do diálogo o seu principal instrumento de encontro consigo, com o outro
e com o mundo.
o Contacto: O sujeito, ao entrar em contato com as suas emoções, sentimentos e
desejos, torna o contato o ponto que concede suporte para que o próprio sujeito
se perceba a partir do presente, que visa realizar uma percepção de eventos do
passado em que o sujeito se encontra cristalizado, promovendo a realização de
um exame íntimo em como o mesmo vai criando, recriando, significando,
ressignificando e transformando a sua experiência para o momento presente.

5. Terapia da Mudança
o Tentar ser aquilo que não somos, mas somos;
o Mudança não ocorre quando se tenta fazer de forma coerciva, mas quando a
pessoa no devido tempo se torna no que realmente é;
o É a consciência e o contacto que levam à mudança espontânea e não uma
mudança forçada;

Fundamentos Teóricos
• Fritz Perls considera que muitas das dificuldades das pessoas resultam de um conflito
entre a imagem (autoconceito) que a pessoa está a tentar atualizar e aquilo que em Terapia
da Gestalt foi denominado de tendência auto-atualizante.
• Segundo a teoria da Gestalt, as introjeções (avaliações condicionais) interferem com a
auto-atualização dado que as pessoas se comportam de acordo com os seus “deveres” e
não segundo os seus sentimentos e necessidades.
• A tomada da consciência do processo de identificação com a experiência ou de alienação
da experiência era considerado o caminho para a saúde psicológica;
• A consciência do funcionamento proporcionava às pessoas a liberdade de escolherem, se
e quando, queriam apropriar-se da experiência ou agir em conformidade;

Objetivos da Terapia
• A psicoterapia será para oferecer ao cliente exercícios de tomada de consciência
deliberada, que promoviam a experiência de serem sujeitos ativos na criação das suas
experiências, o que permitirá às pessoas começar a experienciar-se como “Sou aquele
que está a pensar, que está a sentir e que está a agir”.
• Promover no cliente a consciência das suas competências e necessidades, conhecimento
do meio, responsabilidade nas escolhas...
• Ênfase na experiência direta e na experimentação (fenomenologia);
• Uso do contacto direto e da experiência pessoal (existencialismo) - o terapeuta pretende
que os clientes explorem e observem diretamente os seus bloqueios.

13
• Ênfase nos conceitos do campo: O Quê e Como e Aqui e Agora - terapeuta tenta resolver
o campo mal organizado e a figura emergente (quer chorar agora?);
• “O passado já não é, e o futuro ainda não o é. Somente o agora existe”
• Pretende-se que os clientes adquiram ferramentas para resolverem os problemas,
aumentando a sua auto-regulação;

Saúde psicológica versus patologia


§ A saúde psicológica implica a apropriação da experiência emergente;
§ A disfunção resulta da desapropriação ou da alienação automática desta experiência;
§ A patologia ou disfunção ocorre quando o processo “emergência da necessidade-
satisfação da necessidade” é interrompido, que acontece por falta da tomada de
consciência.
§ O processo de adoecimento na Gestalt-terapia é a perceção do sujeito que se encontra
com impedimentos, bloqueios e certas dificuldades em relacionar-se consigo e de
interação com o meio, ocorrendo o processo de repetição e cristalização;

Disfunção e patologia - os mecanismos de interrupção


São mecanismos que bloqueiam a tomada de consciência e impedem o contato com o ambiente e
com a satisfação da necessidade. Exemplos:
1. Na introjeção, segundo Ginger (1995), o mundo exterior invade o sujeito de tal forma
que o próprio indivíduo não consegue processar e interpretar o conteúdo que lhe foi
invadido.
Portanto a introjeção, é o mecanismo neurótico pelo qual incorporamos em nós mesmos
normas, atitudes, modos de agir e pensar, que não são verdadeiramente nossos. Na introjeção
colocamos a barreira entre nós e o resto do mundo tão dentro de nós mesmos que pouco sobra
de nós.

2. Na projeção, conforme Ginger (1995), ocorre o inverso da introjeção, ou seja, o sujeito


atribui ao meio externo a responsabilidade daquilo que é de origem interna.
Sendo assim: a projeção é essencialmente um fenômeno inconsciente. A pessoa que está a
projetar não pode distinguir satisfatoriamente entre os mundos interior e exterior. Visualiza
no mundo exterior aquelas partes da sua própria personalidade com as quais se recusa a
identificar.

3. Na retroflexão, segundo Yontef (1998), o sujeito pratica em si ações que gostaria que os
outros lhe fizessem ou ações que gostaria de realizar aos outros.
Contudo, a retroflexão é o processo de auto-reformar-se, por exemplo, corrigindo a
abordagem não prática, ou reconsiderando as possibilidades da emoção, fazendo um
reajustamento, como sendo fundamento para as ações anteriores.

4. No egotismo, para Ginger (1995), o sujeito volta a atenção para si mesmo, promovendo
uma autonomia, valorizando-se e criando resistências para evitar de entrar em contacto
com o meio.
Sendo assim, neuroticamente, o egotismo é um tipo de confluência com a awareness
deliberada, é uma tentativa de aniquilação do incontrolável e do surpreendente.

14
5. Na deflexão, segundo Yontef (1998), o sujeito passa a evitar o contato ou a própria
“awareness”, ou seja, praticando a fuga e a esquiva do processo contínuo de
conscientização.
Portanto, quem usa a deflexão envolve-se com o seu ambiente mediante acertos e erros,
entretanto, para ele isso geralmente se transforma em muitos erros com apenas alguns acertos
- na maioria acidentais. Assim, ou ele não investe energia suficiente para obter um retorno
razoável, ou a investe sem foco e a energia se dissipa e evapora. Ele termina esgotado e com
pouco retorno - arruinado.

6. Na proflexão, para Ginger (1995), acontece uma forma mista da própria resistência, ou
seja, há uma junção de dois mecanismos, a projeção e a retroflexão, significa que o sujeito
faz ao outro o que gostaria que o outro fizesse ao sujeito.
Contudo, há dois tipos de proflexão: a ativa e a passiva. Em ambos os casos, o proflexor
assume uma atitude servil em relação ao outro, na tentativa de manipulá-lo. Assim, espera o
“retorno” daquilo que oferece, manipulando o parceiro para que se sinta grato, culpado ou
devedor.

Outros fenómenos patológicos


§ Conflitos entre polaridades;
§ Assuntos por resolver (unfinished business);
Também são considerados processos importantes, que bloqueiam a tomada de consciência e a
satisfação das necessidades e produzem disfunção. Ou seja, existem diferentes partes da pessoa
que precisam de ser integradas e a disfunção emerge precisamente na ausência dessa integração.

O Processo Terapêutico
• Tratamentos podem ser longos à vai além do alívio dos sintomas à há intervenções
mais breves.
• Consultas com periodicidade semanal - 45 minutos de sessão.
• Terapeuta partilha as suas observações, reflexões - self-disclosure;
• A Terapia da Gestalt é diretiva do ponto de vista processual;
• O psicoterapeuta faz sugestões e observações;
• Inicialmente os terapeutas gestálticos não devolviam respostas empáticas, a principal
forma de intervenção eram as experiências;
• O método consistia em construir tarefas na sessão terapêutica, como forma de o cliente
descobrir algo de novo;
• “Experimente isto...o que está a experienciar agora...”;

Þ Avaliação Clínica (fontes de informação):


§ O que se observa;
§ O que sentem em termos afetivos e corporais;
§ Feedback do que os outros possam observar do paciente;

Valorização presente: situações inacabadas e problemas não resolvidos do passado emergem no


presente, podendo assim ser completadas e assimiladas.

15
Þ Finalização do processo:
§ Auto-estima;
§ Aumento do insight e consciência;
§ Bom contacto com o meio envolvente;

Técnicas Terapêuticas
Técnicas para o aumento da consciência:
1. Focalização:
o Pedir ao cliente para se focar em alguma situação, fazendo com que este expresse
e verbalize aquilo que está a experienciar.
§ Focar atenção em algo;
§ O que está a experienciar neste momento em relação a...?

2. Representação:
o Por sentimentos e pensamentos em ação;
§ Cadeira Vazia;
§ Duas Cadeiras;

3. Exagero
o Pede-se à pessoa que exagere determinado sentimento, pensamento;

4. Fantasia Guiada
o Experiência do passado no aqui e agora, visualizando-a;

Técnicas de Integração:
(Integrar aspetos ambivalentes)
1. Imaginar o contrário de tudo aquilo que acredita que é verdade;
2. Expressar sentimentos positivos e negativos sobre a mesma pessoa;

Técnicas Corporais:
o Trazer à consciência o funcionamento do corpo;

Aplicações
Þ Intervenção em grupo, terapia familiar, casal;
Þ Clientes mais indicados:
o Mais abertos ao trabalho da auto-consciência;
o Com conhecimento intelectual acerca de si próprio;
o Facilidade de contacto interpessoal;
o Motivação para a terapia;

Þ Variáveis do Terapeuta
o Deve aceitar e cuidar;
o Ser auto-consciente, transparente, autêntico;
o Treinar competências de diálogo e exploração;
o Poderá também fazer terapia;

16
Þ Análise Crítica
o Cuidado com técnicas expressivas e confrontativas: estar sensível à experiência
do cliente;
o Grande treino, experiência e perícia do terapeuta;
o Cuidado com clientes mais perturbados;

Técnica da “Cadeira Vazia”


A cadeira vazia é uma técnica utilizada para problemas, conflitos interpessoais e/ou situações
inacabadas entre o nosso paciente ou para com outras pessoas.
ex: abuso sexual; roturas amorosas;

O que lhe diria, o que lhe precisa de dizer para


demonstrar que agora é uma outra pessoa.
Pode servir de treino para o cliente confrontar
quem imaginou na cadeira se for possível
(confronto objetivo)

• Nos últimos 10 minutos fazer um plano de segurança externa, falando o que vai fazer a
seguir, seguindo um trajeto.

Técnica das “Duas Cadeiras”


o É uma técnica utilizada para problemas intrapessoais;
o Situações onde a pessoa não sabe se deve ou não de iniciar um relacionamento, se muda
de cidade, etc;
o O que pensa? O que está a sentir? O que está a sentir no corpo?

Teoria Focada nas Emoções


Introdução - Leslie Greenberg
• Inicialmente designada de terapia processo-experiência;
• Psicoterapia com base humanista e experiencial (neo-humanista);
• Considera que as emoções estão ligadas de forma profunda à cognição e à ação;
• A Teoria Focadas nas Emoções (TFE) perspetiva o trabalho com as emoções uma vez
que as mesmas possuem informação;
• A emoção fornece à pessoa informação sobre si própria, sobre o ambiente e sobre a
relação consigo mesma e com o mundo;
• Integra o princípio da empatia da terapia centrada no cliente Rogers com o trabalho por
tarefas da terapia da Gestalt de Perals.

Tipos de emoções
1. Primárias adaptativas
o Reações diretas naturais, sendo respostas adequadas à situação (ex: reagir a uma
vitória com alegria);

2. Primárias desadaptativas
o Reações diretas e aprendidas. Já foram adequadas, mas tornaram-se
desadequadas pois são manifestadas como se de uma mesma situação anterior se
tratasse (ex: abuso sexual, em que a pessoa reage de forma negativa à
proximidade de outra, sem a existência de ameaça real);

17
3. Secundárias
o Respostas emocionais às emoções primárias. Reações de defesa a uma emoção
primária sentida como dolorosa ou como respostas a racionalizações do
pensamento.
o Perante uma situação de perigo, a pessoa fica com medo à emoção primária
adaptativa; e reage com raiva à emoção secundária; por ter tido medo e se ter
sentido fragilizado.
o A expressão de zanga que pode ocorrer como reação a uma perda, origina o
afastamento interpessoal, em vez de proporcionar um apoio e suporte.

4. Instrumentais
o As emoções expressas têm por objetivo a satisfação de uma necessidade. Reações
com o objetivo deliberado/consciente ou inconsciente de controlar o outro:
o Após ter partido um objeto de valor para o outro, chora para não ser
punido;
o A expressão de tristeza para obtenção de atenção e cuidado dos outros;
o A zanga como forma de intimidação, controlo e autoproteção:

Intervenção
1. Aceder às emoções
o É fundamental primeiramente aceder às emoções, tendo consciência das mesmas;
o Estas desempenham funções primordiais no nosso bem-estar, e dando
informação sobre nós e sobre o que nos rodeia;
o Promove-se a aceitação das emoções identificadas - trata-se de recebê-las, não
evitá-las ou bloqueá-las, pois caso contrário não podem ser processadas, nem
integradas com a parte da razão.

“A emoção não está relacionada com uma verdade conclusiva, proporciona antes, informação
acerca dos nossos valores e dos nossos juízos em relação ao efeito que as coisas têm sobre o
nosso bem-estar (…). As emoções não determinam, informam.”

2. Traduzir por palavras e emoções


o Dar nomes às emoções é o primeiro passo para as regular, permitindo reprocessar
a emoção.
o A superação de traumas, também é adquirida com a ajuda da linguagem, na
construção de uma narrativa do acontecimento que proporciona um processo
reconstrutivo do trauma.
o Unimos a parte verbal com a não verbal a nível cerebral, criando uma experiência
integrada que nos permite sentir e pensar.

3. Identificação e análise das experiências primárias


o Identificar o tipo de emoções primárias e subsequentes que estão envolvidas, as
que são desadaptativas e pensamentos associados às mesmas.
o Após este trabalho é possível encontrar emoções e necessidades adaptativas
alternativas que transformem as destrutivas/desadaptativas existentes.

18
Þ Identificação e análise das experiências primárias - utilizar os marcadores emocionais
a) Reações problemáticas: descrição de reações emocionais fortes, sem explicação
aparente, em resposta a situações.
b) Sensações pouco claras: o indivíduo sente-se confuso ou preocupado, sem
identificar de forma clara o porquê e o como.
c) Split de conflito (interno): divisão interna acerca de uma decisão a tomar, ou
autocrítica (ex: ambivalência face a manter-se numa relação afetiva, iniciar um
tratamento).
d) Split interruptivo: reprime e/ou interrompe a expressão emocional com a resignação
aparente. Existe um bloqueio, com dificuldade em exprimir afeto ou zanga.
e) Assuntos inacabados: o indivíduo mantém significados emocionais negativos a
situações ou pessoas do seu passo (ex: não conseguir perdoar os pais).

4. Técnicas
1. Desdobramento sistemático: evoca-se novamente a experiência que provocou
emoções que não são compreendidas, de modo a chegar-se ao significado da mesma.
2. Focagem: o terapeuta conduz o paciente para tomar consciência das sensações no
corpo, de modo a conseguir experienciá-las e atribuir palavras e significado às
mesmas.
3. Diálogo de cadeiras: estabelece-se um diálogo experiencial entre as várias partes do
self, ou seja, entre uma parte do self e a representação interna do outro significativo,
ou então entre partes do self em conflito.
O terapeuta conduz o paciente a experienciar os estados emocionais não adaptativos,
reconhecendo necessidades emergentes, amplificando emoções subdominantes e
promovendo a sua expressão, o que origina mudanças experienciais.

Terapias Familiares/Sistémicas

Aspetos conceptuais
1. Indivíduos, organizações ou grupos como sistemas.
2. Os sistemas são compostos por elementos em interação e com interdependência.
3. Função principal do sistema é manter a sua integridade em relação aos ataques do
exterior - hemeostasia.

Famílias e Terapia Familiar


Þ Família:
Conjunto de elementos emocionalmente ligados, compreendendo pelo menos três gerações, mas
não só:
o Família nuclear tradicional - pais e filhos;
o Família extensa;
o Elementos significativos;

Terapia familiar
• Método psicoterapêutico que utiliza como meio de intervenção sessões conjuntas com os
elementos de uma família.

19
• Em terapia familiar, a família é um sistema, ou seja, um conjunto de elementos ligados
por um conjunto de relações, em contínua relação com o exterior e mantendo o seu
equilíbrio ao longo do processo de desenvolvimento.
• Antes de fazer terapia familiar é importante situar o ponto do ciclo vital da família;

Fases do ciclo vital de uma família ocidental tradicional:


1. União de 2 elementos para construir uma nova família;
2. Nascimento dos filhos;
3. Educação e crescimento dos filhos;
4. Adolescência e saída de casa dos filhos;
5. Casal de novo só;
6. Velhice e morte;

O stress de uma família é máximo na transição de uma fase para outra do ciclo;

Famílias funcionais e disfuncionais (Virginia Satir)


Þ Família Disfuncional
1. Sistemas fechados;
2. A informação e os recursos não são trocados livremente, mas sim escondidos de
certos membros e da comunidade exterior;
3. A comunicação é escassa, confusa ou enganadora;
4. As regras costumam ser rígidas e desajustadas e funcionam a favor de um dos
progenitores ou de ambos;
5. As regras rígidas são aplicadas como que por magia, porque parece que ninguém as
estabeleceu explicitamente, mas de alguma forma os membros conhecem-nas;
6. Há uma certa dose de adivinhação, sobretudo por parte das crianças, que têm que
encontrar maneira de se enquadrarem em segurança no sistema familiar;
7. A criança aprende a reconhecer qual das suas ações gerá uma má reação e qual
provoca melhor reação no progenitor. A bem da sobrevivência a criança repete essas
ações e reações.

Þ Família Funcional
1. Sistemas abertos;
2. A informação e os recursos livremente partilhados entre os membros e com quem
está do lado de fora;
3. A comunicação circula livremente e sem restrições;
4. As regras que existem são ajustadas e dinâmicas, reagindo e mudando segundo as
necessidades dos membros e das mudanças da família;
5. Os adultos concentram-se nas necessidades das crianças e sem a obrigação de “ditar
a lei”;
6. Uma criança nunca se questionará se é amada ou não;

O terapeuta familiar trabalha em dois contextos:


1. Eixo Vertical (ou transgeracional): mitos, papeis, funções características da família,
autonomia e diferenciação de cada elemento.
2. Eixo Horizontal (aqui e agora): estudo na sessão dos padrões de interação da família
em terapia, bem como o modo como o grupo lida com as suas dificuldades.

20
Organização e duração das sessões:
• Pré-Sessão
a. Reunião entre os membros da equipa com o objetivo de se formularem algumas
hipóteses sobre o que pode estar a acontecer no sistema familiar - em volta do sintoma
- e de se planificar a 1ª sessão.
b. Nas sessões subsequentes, os membros da equipa reúnem-se com o objetivo de se
reverem os aspetos mais relevantes da sessão anterior e das tarefas que foram
prescritas; delimitam, depois como irá decorrer a sessão, acordando objetivos,
estratégias e possíveis intervenções.

• Sessão (90 a 120 minutos)


o Fase social;
o Fase de focalização no problema (exploração direta do problema);
o Fase interativa (ativar a comunicação direta entre os vários membros da família,
procurando recolher informação sobre a estrutura da família e as suas regras
transacionais);
o Fase de reestruturação (relacionado com o reenquadramento);

• Intervalo (ao fim de 45/50 minutos)


o Reunião dos terapeutas com o grupo de observadores fora da sala de terapia;
espeço de reflexão sobre o que foi feito e definição de uma estratégia final;

• Comentários e/ou Prescrições


o Faz-se primeiro a marcação da próxima consulta;
o Seguidamente, os terapeutas fazem os comentários e/ou prescrições (positivas ou
negativas), cujo objetivo último é o reenquadramento.

• Pós- Sessão
o Equipa reúne-se novamente com o objetivo de analisar a resposta da família à
intervenção, analisando também o feedback verbal e não-verbal e de prever como
reagirá durante o intervalo entre as sessões às tarefas propostas para iniciar a
mudança.

Processo Terapêutico em Terapia Familiar


• Fase inicial: Avaliação Familiar e Diagnóstico (1 a 2 sessões; espaçamento quinzenal)
a) Recolha da história do problema e da história da família;
b) Aprendizagem da linguagem da família e contextualização da família na sua rede
social alargada;
c) Estabelecimento do contrato;

1. Avaliação Estrutural da Família


o Identificar os sub-sistemas familiares (parental, filial, fraternal, conjugal);
o Identificar os limites e as fronteiras ( --- limites claros; . . . limites difusos; ___
limites rígidos);
o Clarificar a hierarquia de poder (M P F à poder igualmente distribuído sem
hierarquias; M:P:F à poder igualmente distribuído com fronteiras difusas; MPF

21
à poder igualmente distribuído com omissão de fronteiras; M P à poder
centrado no sub-sistema parental)
o Identificar alianças (=), coligações (#), quando um elemento é colocado fora ou
se dimite (M | P);
o Permite a realização de mapas (“zooms”);

• Identificação da Etapa do Ciclo Vital


Avaliação da Ressonância da Família à Individualidade
o Famílias têm 2 grandes tarefas: tarefa interna (para preparação de indivíduos
autónomos) e tarefa externa (para socialização dos indivíduos);
o O cumprimento da tarefa interna implica a existência de fronteiras claras entre
sub-sistemas e indivíduo (diferenciação do “self” de cada elemento da família;

Avaliação da Maleabilidade à Mudança


o Forma como a família se coloca face à proposta de mudança (maleável, flexível
ou rígida);
o Forma como a família se coloca face à mudança tipo 2 (resistência, encontra-se
preparada);
o As estratégias de intervenção devem ser adaptadas à maleabilidade da própria
família.

Avaliação das Fontes de Stresse e de Suporte da Família


o Dimensão diagnóstica (para elaboração da hipótese sistémica);
o Dimensão interventiva (identificação de forças a potenciar e/ou a neutralizar);

Avaliação do Valor do Sintoma


o Perceber para que serve o sintoma (o que é que cada elemento da família retira
daquele sintoma);
o A conotação positiva do sintoma tem que ser feita para todos os elementos da
família;

Construção do Genograma
o Traçado da estrutura familiar (relações biológicas e legais entre os diferentes
membros da família);
o Registo da informação familiar: acrescenta informação demográfica (idade, data
de nascimento, mortes, ocupação e nível educativo), informação funcional
(funcionamento emocional e comportamental) e acontecimentos familiares
críticos (transições importantes, mudanças de relação, entre outros).
o Representação das relações familiares (traçado das relações entre os membros do
sistema familiar: relação íntima, muito íntima ou fusionada, distante, conflitual,
fusionada e conflitual, rutura da relação).

Estabelecimento da Hipótese Sistémica (HS)


o HS apresenta as seguintes características: é uma hipótese que permite dar uma
ideia do funcionamento do sistema e, portanto, pode ser alterada. É sistémica
porque a família é conceptualizada como um sistema. É um diagnóstico,

22
acentuando-se o seu carácter dinâmico. Procura estabelecer a funcionalidade do
sintoma, para o sistema familiar e para cada um dos elementos.
o É um elemento diagnóstico e de intervenção: serve para ler a função do sintoma
e dá pistas sobre a intervenção.

Estabelecimento do Contrato
o Contrato terapêutico inclui: objetivos da terapia relativamente operacionalizados;
tempo da terapia, tempo das sessões e espaçamento; quem está envolvido na
terapia; local; horário e honorários.

• Fase Intermédia da Terapia (5 a 6 sessões; intervalos de 3 semanas a um mês)


a) Intervenção é focada na reestruturação da família;
b) Procura de alianças e de coligações, bem como de padrões de comunicação
disfuncionais;
c) Introdução do jogo para desbloquear tensões que o verbal não consegue (introduzir
o simbólico através da ação: humor, metáfora, etc);
d) Fornecer suporte afetivo aos membros que são mais postos em causa pelo processo
terapêutico;

• Fase Final da Terapia


a) Terapia aproxima-se do fim quando a família é capaz de falar das suas relações com
menos tensão e, sobretudo, com a capacidade individual de olhar para o outro e o
respeitar na sua autonomia sem se sentir agredido por isso.
b) Fim do processo não é rígido, podendo ser sugerido pela família ou pela equipa;

• Fase de Seguimento
Seis meses depois de ter finalizado a terapia, a equipa pode contactar a família mediante um
questionário escrito, um questionário telefónico ou uma entrevista estruturada com o objetivo de
avaliar a manutenção da mudança e da eficácia dos procedimentos terapêuticos empregues.

Outros aspetos processuais da intervenção


Þ Interrogatório Circular permite: identificar os problemas, hierarquiza-los, identificar
atribuições ou explicações, perceber a organização sequencial das dificuldades ou
problemas e identificar alianças, coligações eredundâncias.
Têm também uma função interventiva (o terapeuta perturba a epistemologia familiar,
abrindo possibilidades numa determinada área ou sugerindo diferentes conexões entre os
dados obtidos).
Þ Estratégias: elaboração de questões que visam desencadear respostas na família que
permitam aos terapeutas “acoplarem-se” a ela, estabelecer distinções relevantes acerca
das experiências comportamentais dos seus membros e gerar explicações clínicas úteis.
Þ Perguntas lineares: “Qual é o problema?”; “Desde quando acontece o que nos estão a
dizer?”, “Passou-se algo que possa explicar o seu aparecimento?”.
Þ Perguntas circulares: “Como é que o pai/mãe acha que a sua filha vê o problema?”;
“Como é que achas que os teus pais vêm o problema?”
Þ Perguntas estratégicas: “Porque não fala com a sua filha sobre a adoção?”.

23
Þ Perguntas reflexivas:
o Perguntas orientadas para o futuro: “Que planos tem em mente para a sua
filha?”; “De que imaginas que os teus pais têm mais medo?”; “Se a vossa filha
alterar o comportamento, quem será o primeiro a notar e com base em quê? E
quem seria o primeiro a dizer-lhe?”.
o Perguntas que convertem o interrogado em observador: “O que imaginas que
eles pensam nessa situação?”; “Quando a tua mãe começa a discutir contigo, o
que é que o teu pai faz habitualmente?”.
o Perguntas de mudança inesperada do contexto: “Quem experimentará maior
vazio se os problemas desaparecerem de repente?”; “Quem seria o primeiro a
reconhecer que a vossa filha age desta forma porque se preocupa muito com
vocês e não o contrário?”
o Perguntas com uma sugestão implícita: “Se em vez de pensarem que ela tem
problemas, pensarem que simplesmente ela está confusa, tão confusa que não
entende o que querem dela, como reagiriam com ela?”
o Perguntas de comparação normativa: “Crêem que têm mais ou menos
dificuldades que a maioria das famílias com filhos adolescentes?”; “Achas que
os teus pais são mais ou menos controladores que a maioria dos pais dos teus
colegas?”
o Perguntas que clarificam atribuições ou explicações: “Quando o pai/mãe
reage desta forma, achas que o fazem porque não gosta de ti, porque não sabem
fazer diferente ou porque estão preocupados contigo?”
Perguntas que interrompem a sequência sintomática na sessão: “Quando vocês
estão em casa, discutem tanto como aqui?”

Perspetiva Simbólico-Vivencial de Carl Whitaker


Þ Aspetos Gerais
o Influência da Psicanálise;
o Perturbação: não apenas no problema apresentado, mas com raiz em factos
passados.
o Análise da transmissão da cultura familiar, de uma geração para outra;
o Estudo das relações familiares: em três gerações;
o Genograma: diagrama visual da árvore genealógica familiar;

Þ Foco Temporal
o Passado e presente;

Þ Foco da Mudança Terapêutica


o Dinâmicas intra psíquicas e interpessoais;

Þ Estrutura da Terapia
o Pouco estruturada; Sem limite de tempo;
o Sessões com toda a família e/ou outros membros de suporte social;

Þ Objetivo da Terapia
o Aumentar a coesão dos membros da família;
o Facilitar a individualização de cada membro;

24
o Promover a espontaneidade e criatividade da família;

Þ Técnicas
o Batalha pela estrutura: decisão de como trabalhar.
o Batalha pela iniciativa: levar a família a definir a sua vontade e mudar;
o Brincar com a família;
o Definição de sintomas como esforços de crescimento;
o Transformar receios intrapessoais em fantasias interpessoais;
o Aumentar as relações da família com o exterior;

Þ Posição do Terapeuta
o Sugere, mas não provoca mudanças diretas;
o Partilha os seus processos internos, mas mantendo sempre a distância suficiente.

Perspetiva Estrutural de Salvador Minuchin


Þ Aspetos Gerais
o Abandono da Psicanálise;
o Estrutura da família: conjunto invisível de necessidades funcionais que organiza
o modo como os elementos interagem.
o Através de transações repetidas ao longo dos anos, estabelecem-se padrões de
interação que se tornam verdadeiras leis.

Þ Foco Temporal
o Presente;

Þ Foco da Mudança Terapêutica


o Interpessoal;

Þ Estrutura da Terapia
o Intervenção breve;
o Sessões com todos os membros que interagem diariamente;

Þ Objetivos da Terapia
o Resolução do problema presente da família reestruturando a união familiar;
o Promoção de padrões novos de interação;
o Mudança na visão da família da realidade, incluindo o seu problema presente;

Þ Técnicas
o Desafio ao sintoma: reenquadramento (explicitar uma nova visão das questões
que passa pelo envolvimento e responsabilidade de todos os elementos da
família):
§ Demonstração: terapeutas observam as interações espontâneas da
família e decidem que aspetos do padrão disfuncional observado irão
alterar; pedem depois aos elementos do sistema familiar que representem
uma determinada sequência na sua presença e intervêm aumentando a
sua intensidade e/ou duração; finalmente propõem modalidades de

25
interação diferentes com o objetivo de obter informação preditiva sobre
a flexibilidade da estrutura familiar para a mudança e com o objetivo de
alterar os padrões disfuncionais.
§ Focalização: implica prestar atenção a uma informação e ignorar a outra,
de forma que durante a sessão ressalta um tema sobre o qual se vai
trabalhar.
§ Intensificação: a mensagem dos terapeutas tem que ter intensidade
suficiente para ser algo novo e distinto, evitando que seja absorvida pelas
regras do sistema familiar, pelo que se deve recorrer ao humor, ao
exagero e à mudança dentro da própria sessão).

o Desafio à estrutura: reestruturação (recursos técnicos que procuram mudar a


estrutura familiar):
§ Fixação de limites: alteração dos limites pode ser promovida através do
aumento da proximidade e contacto entre dois indivíduos e/ou sub-
sistemas ou do aumento da distância entre os mesmos e que tanto pode
ser física como relativa ao grau de implicação entre os membros da
família).
§ Desequilíbrio: os terapeutas podem-se aliar a membros da família,
ignorar determinados elementos do sistema ou coligar com um sub-
sistema contra outro sub-sistema, com o objetivo de alterar a hierarquia
familiar.
§ Aprendizagem da complementaridade: questiona-se a definição familiar
do problema e a sua crença numa causalidade linear do sintoma,
apresentando informação, dados, de que o comportamento sintomático
só se pode produzir no contexto de outros comportamentos para os quais
a família global contribui.

o Desafio à realidade: mudança de visão (afetar a perceção que os elementos da


família têm em relação ao sintoma, para a qual é necessário configurar novas
modalidades de interação entre os elementos do sistema familiar):
§ Modificação de construtos cognitivos: intervenção cognitiva tendente a
alterar a epistemologia familiar através da utilização da posição de saber-
poder dos terapeutas.
§ Intervenções paradoxais: os terapeutas põem em relação o
comportamento sintomático com o seu contexto relacional, enumerando
as consequências negativas que teria para o sistema a eliminação do
sintoma e, finalmente, recomendam à família que continue a recorrer a
ele para as evitar à redefinição, ao redefinir-se o sintoma como positivo
ele deixa de ser um elemento exterior ao sistema e converte-se numa
parte essencial dele), prescrição da sequência sintomática (quando a
sequência sintomática se demonstra de maneira consciente, obedecendo
à prescrição terapêutica, perde o poder que tinha para produzir o sintoma
porque implica a possibilidade de um controlo voluntário) e restrição,
em que os terapeutas pedem à família que para já não mudem, com a
intenção de que o faça.
§ Facetas fortes: os terapeutas devem ativar as áreas ou facetas
adormecidas, enfatizando a fortaleza familiar, para que os seus membros

26
se impliquem na resolução do problema. O objetivo é obter o melhor que
cada família pode dar e não que os seus membros se ajustem a uma
família ideal.

Perspetivas Estratégicas Mental Research Institute (Palo Alto)


Þ Aspetos Gerais
o Nova forma de conceptualização dos problemas humanos;
o Abandono da psicanálise;
o Unidade de análise: ação entre os indivíduos - interação e interacional.
o Teoria do Double Bind à Esquizofrenia.

Þ Foco Temporal
o Presente: centrado em fenómenos observáveis na sessão;

Þ Foco na Mudança Terapêutica


o Interpessoal;

Þ Posição do Terapeuta
o Muito poderoso, orienta a família a seguir as suas diretrizes;

Þ Estrutura da Terapia
o Muito estruturada;
o Intervenções breves;
o As sessões podem incluir a família toda ou alguns membros;

Þ Objetivos da Terapia
o Resolução dos problemas presentes da família alterando as sequências de
interação que mantêm o problema;

Þ Técnicas
o Paradoxo;
§ Diretivas ou sugestões para que os membros continuem o seu
comportamento sintomático à ex: prescrição do sintoma
o Comunicação Metafórica;
o Coro Grego;

Perspetivas Estratégicas Escola de Milão


Þ Aspetos Gerais
o Influência do grupo de Palo Alto;
o Desenvolveu a ideia do double-bind terapêutico à contraparadoxo.
o Mais sistémicos;

Þ Foco Temporal
o Presente

27
Þ Foco na Mudança Terapêutica
o Interpessoal

Þ Posição do Terapeuta
o Neutro e não reativo;
o Família é responsável pela mudança;

Þ Estrutura da Terapia
o Relativamente estruturada;
o Sessões mensais (de 3 a 20 sessões);

Þ Objetivos da Terapia
o Definidos pela família, desde que não ponham em risco a mesma;

Þ Técnicas
o Conotação Positiva;
o Rituais e Tarefas;
o Declaração da Impotência terapêutica;
o Prescrição da terapia interminável;

28

Você também pode gostar