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Estudo de Caso
● Refere-se à descrição detalhada de um único indivíduo em termos de passado e história,
usando às vezes a entrevista, efetuando avaliações ou aplicando testes e discutindo os
resultados.
● É um método muito usado em psiquiatra, em psicologia clínica e em neuropsicologia.
● O estudo de caso tem sido considerado como o menos científico de todos os métodos
empíricos usados pelos psicólogos dado que este tipo de método:
▪ Envolve apenas o caso específico de uma pessoa que é a única e não pode ser
reproduzido;
▪ Interpreta o comportamento sob uma certa perspetiva teórica;
▪ Implica em muitos casos uma relação de tipo terapêutico, que pela sua natureza
de ajuda dificilmente pode ser objetiva em termos de análise.
Questionários
o São formados por um conjunto de perguntas planeadas sobre um certo tema para serem
administradas a um grande número de pessoas a fim de se obter informação sobre as
atitudes, opiniões e comportamentos.
▪ Limitações: contexto; sexo do entrevistador; modo de obtenção da cooperação
do respondente; formulação das perguntas.
Método Correlacional
o Ultrapassa a simples fase de contagem e descrição de dados e representa um nível
superior de conhecimento face à observação naturalista e ao estudo de caso.
o Os estudos correlacionais têm por objetivo determinar uma relação entre duas ou mais
variáveis e esta relação pode ser positiva, negativa ou inexistente.
▪ Limitações: incapacidade de estabelecer uma relação causal entre variáveis que
apresentam um coeficiente de correlação elevado.
Método Diferencial
o Tem por objetivo investigar o desempenho de dois ou mais grupos que se distinguem na
base de uma variável pré-existente, seja o género, a idade, os anos de escolaridade ou
um traço de personalidade como a ansiedade.
Método Experimental
o É considerado o único método científico em que é possível estabelecer-se uma relação
de causalidade entre duas ou mais variáveis ou fenómenos.
Psicólogo da Educação
O psicólogo da educação deve saber:
o observar (diagnóstico) - para saber fazer o diagmóstico tem que saber observar.
o interpretar (prognóstico);
o intervir no ato educativo, aos mais diversos níveis de aprendizagem;
Competências
o Prevenção do abandono escolar precoce e promoção das condições psicossociais
conducentes ao acesso e progressão no sistema educativo;
o Avaliação psicopedagógica e intervenção em problemas de desenvolvimento e
dificuldades de aprendizagem;
o Desenvolvimento de programas e de ações de aconselhamento vocacional nos diferentes
graus de ensino e no âmbito do sistema de formação/emprego;
o Apoio psicopedagógico, em colaboração com professores, formadores e outros técnicos
das escolas ou dos centros de formação profissional;
o Intervenção precoce junto de crianças com Necessidades Educativas Específicas (a
intervenção precoce é feita desde o nascimento até aos 6 anos);
o Consultoria aos diversos agentes que atuam nas áreas da educação, da formação e do
emprego;
o Planificação e implementação de programas de educação/formação parental e de
intervenção psicológica junto de grupos em risco/desvantagem social;
o Investigação psicológica aplicada à Psicologia Escolar e da Educação;
o Promoção do sucesso escolar através da disponibilização de informação adequada e de
formação acerca de competências, atitudes, comportamentos e ambientes favoráveis a
uma aprendizagem bem sucedida;
o Desenvolvimento de programas e ações de aconselhamento vocacional em todos os
graus de ensino e no âmbito do sistema formação/emprego;
o Prestação de apoio psicopedagógico a alunos que dele necessitem, em colaboração com
professores, formadores e outros técnicos das escolas ou dos centros de formação
profissional;
o Planificação e implementação de programas de intervenção precoce junto de alunos
com Necessidades Educativas Específicas;
o Reconhecimento, certificação e validação, em contextos de formação e de trabalho, das
competências adquiridas;
o Consultoria aos diversos agentes atuando nas áreas da educação, da formação e do
emprego, numa perspetiva de aprendizagem ao longo do ciclo vital;
o Planificação e implementação de programas de educação/formação parental e de
intervenção comunitária junto de grupos em risco/desvantagem social;
o Avaliação/Intervenção na qualidade dos contextos de socialização formais e informais
frequentados pelas crianças, adolescentes e jovens, tendo em vista a promoção do seu
desenvolvimento;
o Analisar e interpretar a investigação, traduzi-la para a prática;
o Planificar e conduzir investigações e programas de avaliação para aperfeiçoamento dos
serviços prestados.
Saídas profissionais: Atualmente, as saídas profissionais dos psicólogos com formação nesta
área são basicamente as seguintes:
o Serviços de Psicologia e Orientação (SPO’s) em estabelecimentos de Ensino Público e
Privado, desde o pré-primário ao secundário;
o Creches e outras instituições para acolhimento de crianças, nos três primeiros anos de
vida; (a maioria das creches não tem psicólogo cá em Portugal)
o Equipas/Projetos de Intervenção Precoce, Sócio-educativa e Comunitária;
o Centros Comunitários com valência de Psicologia para apoio psicológico nas transições
desenvolvimentais ao longo do ciclo vital;
o Serviços de Apoio Psicológico, Informação e Orientação em estabelecimentos de
Ensino Superior;
o Estabelecimentos de Ensino, Públicos e Privados, vocacionados para o apoio educativo
a crianças e jovens com necessidades educativas especiais;
o Serviços de Informação e Orientação Profissional do Instituto do Emprego e Formação
Profissional (Centros de Emprego e Centros de Formação);
o Centros de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências dependentes de
Centros de Formação devidamente credenciados;
o Profissão liberal - atividade desenvolvida pelo Psicólogo, de forma independente, tendo
em vista a avaliação e a intervenção psicológica junto de educandos e/ou formandos,
bem como das suas famílias (psicólogo pessoal/clínico no seu próprio consultório).
o Docência e investigação científica;
Aprendizagem é:
● Processo: porque se realiza num tempo que pode ser mais ou menos longo. O tempo de
aprendizagem depende da complexidade do que estámos aprender e do tempo que é
atribuído.
● Construção Pessoal: nada se aprende verdadeiramente se o que se pretende aprender
não passa através da experiência pessoal de quem aprende, numa procura de equilíbrio
entre o adquirido e que falta adquirir e através de mecanismos de assimilação e
acomodação. Se estivermos motivados para aprender, a aprendizagem é mais fácil.
● Experiencial, interior à pessoa: é pessoal e só se vêm os seus efeitos.
⇒ Variáveis contextuais
▪ O ambiente familiar (se o ambiente famíliar for pouco motivador para a
escola, a criança não terá motivação nem interesse para estudar);
▪ O meio sócio-cultural (nos meios mais desfavorecidos há uma maior
desvalorização da escola devido aos gastos, incentivam os filhos a trabalhar
para ganhar dinheiro também).
▪ As representações da escola, do ensino e dos professores, etc;
Metacognição:
Relaciona-se com o processo no próprio sujeito.
o Refere-se à consciência e conhecimento dos alunos acerca dos seus próprios
processos de aprendizagem e sobre as suas capacidades e tendências para
controlar esses processos.
Conhecimento Metacognitivo:
● Conhecimento metacognitivo pessoal ou autoconhecimento: perceções e
conhecimentos que os indivíduos têm deles próprios enquanto alunos pensadores.
● Conhecimento metacognitivo da tarefa: análise das tarefas cognitivas que se
experienciam e às diferentes exigências que as mesmas colocam.
● Conhecimento metacognitivo estratégico: compreensão de quais os processos ou
procedimentos que precisam ser iniciados de forma a permitir uma aprendizagem ou um
pensamento mais eficaz.
● Conhecimentos metacognitivos planos e metas: forma como os alunos se
autoavaliam, como julgam a importância de determinada tarefa e como decidem
empregar estratégias cognitivas e metacognitivas. Trata-se de um conhecimento
envolvendo julgamentos e decisões diretamente emparelhadas com as metas ou planos
gerais que os alunos internalizam para eles próprios.
Habituação: tendência para ignorar um estímulo que se tornou familiar e cujo aparecimento
não apresenta consequências de maior. Os organismos aprendem a ignorar os estímulos
irrelevantes.
Diferenças entre habituação e aprendizagem:
⇒ A aprendizagem requer que a mudança de comportamento seja mais ou menos
permanente. A aprendizagem envolve uma associação entre dois estímulos ou
acontecimentos.
⇒ A habituação não parece ser permanente. Parece envolver apenas a repetição sucessiva
de um único estímulo.
⇒ Argumentos: a permanência da mudança no organismo refere-se à tolerância cada vez
maior deste face à presença de um estímulo específico. Quando a associação é inerente
ao processo de aprendizagem, a habituação implicaria uma associação entre o
organismo e o ambiente ou o contexto em que se insere. A habituação é específica do
ambiente experimental ou do contexto em que ocorre.
Comportamentalistas
O comportamentalismo surgiu no início do século XX, principalmente nos Estados Unidos, em
oposição ao mentalismo que dominava a psicologia Europeia na época. A principal ideia da
teoria comportamentalista é o processo estímulo-resposta, e através deste princípio, os
pensadores desenvolveram as suas teorias. Baseiam-se nos comportamentos observáveis e
mensuráveis dos sujeitos, e nas respostas que eles dão aos estímulos externos.
Cognitivistas
Jean Piaget (1896 - 1980)
▪ Processo de aprendizagem:
Situação >> Desequilíbrio >> Assimilação >> Acomodação >> Equilíbrio
● A teoria de Piaget não é propriamente uma teoria de aprendizagem, mas uma teoria de
desenvolvimento mental. Ele distingue quatro períodos gerais de desenvolvimento
cognitivo: sensório-motor, pré-operacional, operacional-concreto e operacional-formal.
● Segundo Piaget, o crescimento cognitivo da criança se dá através de assimilação e
acomodação. O indivíduo constrói esquemas de assimilação mentais para abordar a
realidade. Todo esquema de assimilação é construído e toda abordagem à realidade
supõe um esquema de assimilação. Quando a mente assimila, ela incorpora a realidade a
seus esquemas de ação, impondo-se ao meio. Muitas vezes, os esquemas de ação da
pessoa não conseguem assimilar determinada situação. Neste caso, a mente desiste ou
se modifica. Quando a mente se modifica, ocorre o que Piaget chama de acomodação.
As acomodações levam à construção de novos esquemas de assimilação, promovendo,
com isso, o desenvolvimento cognitivo. Piaget considera as ações humanas, e não as
sensações como a base do comportamento humano. O pensamento é, simplesmente, a
interiorização da ação. Só́ há́ aprendizagem quando o esquema de assimilação sofre
acomodação. A mente, sendo uma estrutura para Piaget, tende a funcionar em
equilíbrio. No entanto, quando esse equilíbrio é rompido por experiências não
assimiláveis, a mente sofre acomodação a fim de construir novos esquemas de
assimilação e atingir novo equilíbrio.
● A teoria de Piaget não colocava em questão a aprendizagem de um comportamento
específico ou de aprendizagem de acontecimentos, mas considerava antes o
desenvolvimento em geral. Ao contrário da noção comum de que o desenvolvimento
cognitivo era gradual e de que a variedade de comportamentos aumentava e se tornava
mais complexa.
● Piaget propôs uma série de estádios distintos que se manifestam através de diferenças
qualitativas.
● Piaget defendia que as crianças não eram menos aptas do que os adultos, na verdade
nasciam com uma estrutura mental de base que era resultado da genética e da evolução
e é desta estrutura que deriva o conhecimento e a aprendizagem.
● Piaget defendia que as crianças criam uma compreensão do meio ambiente e
experimentam discrepâncias entre o que já é conhecido e o que vai ser descoberto.
● Piaget afirmava que alguns esquemas estão geneticamente programados nas crianças,
como por exemplo, o impulso de sucção do bebé.
Exemplo: A criança tem uma idealização de um cão (tem 1 cauda, 4 patas, orelhas...).
Quando a criança conhece um cão real e se depara com outras características do cão: é
peludo, ladra e lambe.
● Devido a estes elementos não estarem no esquema original, há desequilíbrio e a criança
começa a construir um novo significado.
● Quando o pai/mãe lhe confirma esta informação (que é um cão), a criança
incorpora/internaliza esta informação ao esquema original através da assimilação e o
equilíbrio é restabelecido.
● Piaget defendia que o crescimento intelectual era o resultado da adaptação e da
necessidade de estar sempre num estado de equilíbrio. A adaptação ao conhecimento
ocorre com os processos que permitem a passagem de um estádio para o outro. Esses
processos são:
o Assimilação: quando usamos um esquema que já existe e o aplicamos a uma
nova situação.
o Acomodação: quando alteramos um esquema existente e acrescentamos nova
informação.
● Bruner parte das hipóteses de que “é possível ensinar qualquer assunto, de uma maneira
honesta, a qualquer criança em qualquer estágio de desenvolvimento”. Levando-se em
conta o desenvolvimento intelectual da criança, a tarefa de ensinar determinada matéria
é a de representar a estrutura deste conteúdo em termos da visualização que a criança
tem das coisas. Segundo Bruner, o que é relevante em uma matéria de ensino é sua
estrutura, suas ideias e relações fundamentais. Para haver fidelidade à estrutura básica
da matéria tratada, pensadores e cientistas mais capazes em cada disciplina particular
devem ser mobilizados.
Gardner (1943-...)
Teoria das Inteligências Múltiplas
▪ Inteligência chave para a resolução de problemas.
▪ Esta teoria procura promover uma mudança no ensino na aprendizagem,
considerando as necessidades formativas de cada aluno inserido no seu
contexto.
▪ A teoria das inteligências múltiplas de Howard Gardner afirma que uma
expressão numérica não constitui uma representação rigorosa da inteligência
humana.
▪ Gardner sugere que existem realmente oito inteligências distintas que são
baseadas em faculdades e aptidões e que as pessoas podem ser mais fortes em
algumas dessas inteligências e mais fracas em outras.
▪ As inteligências são usadas simultaneamente quando os indivíduos estão a
resolver problemas ou a desenvolver habilidades.
▪ Assim, as inteligências apelam “a uma nova definição da natureza humana,
cognitivamente falando.”
● Aptidão para: Ser eficaz na comunicação oral (professor, líder religioso político) ou
escrita (poeta, jornalista, novelista, copywriter de publicidade, editor).
o Inclinação para: detetar padrões; fazer cálculos; formular e testar hipóteses; aplicar o
método científico; raciocínio dedutivo e indutivo.
o Aptidão para: trabalhar eficazmente com números (contabilista, responsável por
estatísticas, economista) e desenvolver um raciocínio eficaz (engenheiro, cientista,
programador informático).
(3) Inteligência visuo-espacial ou artística: é própria dos indivíduos que revelam uma
grande capacidade para perceber imagens internas e externas, transformá-las,
modificá-las e decifrar a informação gráfica.
o Aptidão para: usar as mãos para consertar ou criar (mecânico, cirurgião, carpinteiro,
escultor, pedreiro) e usar o corpo de forma expressiva (bailarino, atleta, ator).
o Inclinação para: aperceber-se dos sentimentos e dos temperamentos dos outros e reagir
a eles.
Humanistas
Maslow (1908-1970)
o Maslow centrou-se nos aspetos positivos da saúde mental, em vez de se centrar na
doença ou na anormalidade.
o Segundo Maslow, as necessidades desempenham um papel importante no sentido de
motivar a pessoa a comportar-se de determinada maneira.
o As necessidades da base da pirâmide são mais físicas e as do topo são mais psicológicas
e sociais.
o Maslow criou uma pirâmide das necessidades conhecida também como a hierarquia de
necessidades.
1) Fisiológicas
● são as necessidades mais básicas e vitais para a sobrevivência.
● assim sendo, todas as outras necessidades são secundárias até que as necessidades desta
categoria sejam satisfeitas.
● necessidades: água, comida, ar, dormir, homeostase e reprodução sexual.
2) Segurança
● são necessidades importantes para a sobrevivência, mas não tão cruciais quanto as
fisiológicas.
● este modelo inclui as necessidades mais básicas como a segurança pessoal (uma casa e
uma vizinhança segura), a segurança financeira, saúde e alguma forma de segurança na
proteção contra acidentes (ex: seguro de vida).
3) Sociais/Amor e Pertença
● são as necessidades sociais que incluem o desejo de pertencer, de ser amado, de
sentir-se aceite e de não isolado;
● estas necessidades são menos básicas do que os primeiros dois níveis e são necessidades
que podem ser satisfeitas através de amizades, de relações amorosas e da família, bem
como estar envolvido em grupos comunitários e organizações de caráter social e
religioso.
4) Estima
● necessidade de sermos respeitados e valorizados pelos outros e de ter a sensação que
damos um contributo ao mundo;
● uma autoestima elevada e o respeito dos outros pode criar confiança, enquanto que uma
autoestima baixa e falta de respeito dos outros podem criar sentimentos de
inferioridade;
● para promover uma autoestima elevada e nos sentirmos valorizados devemos de
participar em atividades profissionais, equipas desportivas, e passatempos, bem como
em realizações académicas.
5) Autorrealização/autoatualização
● é a necessidade de cada pessoa realizar o seu potencial, ou seja, uma pessoa deve
tornar-se em tudo o que é capaz de ser;
● todos os níveis anteriores do modelo tem de ser satisfeitos antes de alcançar este nível;
● a necessidade de autorrealização é ampla, o seu modelo de concretização é muito
específico;
● ex. uma pessoa pode desejar ser o melhor pintor possível ou ser um pai ideal.
6) Críticas
● A visão de Maslow acerca da autorrealização é totalmente baseada na sua visão
subjetiva de autorrealização e que a definição que ele fornece não é aceite como um
facto cientificamente provado.
● Pessoas que vivem na pobreza (não tem as necessidades básicas satisfeitas) são capazes
de amar e pertencer, ainda que segundo a pirâmide de Maslow não deveria de acontecer.
● (+) Apesar destas críticas Maslow foi fundamental para a psicologia moderna pois ele
mudou o foco da atenção do comportamento patológico e fez com que a psicologia se
concentrasse mais nos aspetos positivos da natureza humana, da saúde mental e do
potencial humano.
Wallon (1879-1962)
o A aprendizagem não é linear.
o O processo de aprendizagem é cíclico e implica a passagem para
uma outra fase, independentemente da idade.
● Henri Wallon tinha como objetivo explicar o desenvolvimento
humano, e dessa forma, articulou os estudos da psicologia, da neurologia, da filosofia e
da antropologia. Estes contribuíram assim, para que formulasse uma teoria do
desenvolvimento que engloba, ao mesmo tempo, os componentes emocionais, a
maturação do sistema nervoso e a evolução dos processos de pensamento.
● Wallon teceu a sua teoria observando principalmente as crianças com o intuito de
compreender como o seu psiquismo se desenvolvia.
● A sua teoria é centrada na gênese da pessoa completa, pois para ele, a origem da
inteligência é genética e organicamente social, ou seja, o seu desenvolvimento depende
não só das estruturas biológicas, mas também do contato que a criança estabelece com o
meio social em que vive.
● O ênfase da sua teoria está na integração, ou seja, a pessoa é vista como o conjunto
resultante da integração das suas dimensões.
● Segundo Wallon, a criança quando nasce, não possui recursos cognitivos suficientes
para interagir com o mundo de forma racional. A criança é essencialmente emocional e
vai tornando-se em um ser socio-cognitivo, devido às trocas que estabelece com o seu
meio socio-cultural.
● De acordo com o autor, o desenvolvimento é um processo progressivo e contínuo que
envolve quatro campos funcionais que se integram e se relacionam entre si. São eles a
formação do eu como pessoa, o ato motor, a emoção e a inteligência.
● O domínio afetivo, diz respeito ás funções responsáveis pela conduta emocional, pelos
sentimentos e paixões.
● O domínio motor, refere-se ao movimento corporal, ou seja, como o corpo expressa e
apoia a expressão das emoções e do pensamento.
● O domínio cognitivo corresponde ao conjunto de funções responsáveis pela aquisição e
organização dos conhecimentos, expressando-se por meio de imagens, noções, ideias e
representações.
● O domínio da pessoa (eu) tem a ver com a integração dos domínios anteriores e
expressa-se na identidade em construção (do indivíduo).
• A teoria de Wallon apresenta-se de forma dinâmica, abordando desta forma a relação entre os
domínios e o meio. O processo de aprendizagem não é linear e sim cíclico implicando a
passagem para uma outra fase, independentemente da idade.
• A teoria divide o desenvolvimento em cinco estádios: o impulsivo emocional; sensório-motor
e projetivo; personalismo; categorial; puberdade e adolescência.
• A cada novo estádio, ocorre uma reorganização dos anteriores.
• Wallon recorreu a três princípios básicos para explicar os estádios do desenvolvimento: o
princípio da alternância funcional; o princípio da predominância funcional e o princípio da
integração funcional.
Princípio da alternância funcional assinala que o desenvolvimento acontece em duas
direções opostas que se alternam entre os estádios. Uma direção centrípeta, em que
predominam as condutas afetivas e uma direção centrífuga, em que predominam as condutas
cognitivas.
● Princípio da predominância funcional corresponde ao domínio de um campo
funcional sobre outro, ao longo do desenvolvimento. Assim, a função motora
predomina nos primeiros meses de vida, enquanto que
• as funções afetivas e cognitivas se alternam ao longo dos estádios do desenvolvimento. No
primeiro estádio predomina a função afetiva, no segundo a função cognitiva e assim
sucessivamente.
● Princípio da integração funcional refere-se à interdependência entre as conquistas de
um estádio e as fases que o antecedem, ou seja, as conquistas do estádio anterior são
integradas às conquistas atuais.
Estádio do Personalismo
• Predomina a afetividade.
• Ocorre o processo de formação da personalidade.
• A criança já é capaz de diferenciar o eu e o mundo exterior (o que é seu e o que é do outro).
• Neste período, o comportamento da criança é marcado por condutas de oposição ao outro,
imitação e sedução.
Estádio Categorial
• Predominam as funções cognitivas.
• O auto-conhecimento é agora mais completo e concreto.
• A emergência da atenção é o que demarca o início do estádio.
• A criança é capaz de planear mentalmente o movimento e prever as consequências.
Críticas
● A crítica encontrada face à teoria de Wallon centra-se essencialmente da sua não
execução/aplicação na realidade, pois não faz sentido os educadores falarem em promover a
formação de seres críticos, conscientes e capazes de transformar a sociedade em que estão
inseridos, enquanto a prática pedagógica aponta para o privilégio dos aspectos biológicos da
educação em detrimento do afetivo, do social e do motor.
● Em muitos casos, está presente um discurso pautado dentro de uma visão sociointeracionista
de desenvolvimento, onde se diz privilegiar as relações como instrumento de aprendizagem,
no entanto, a prática está voltada somente ao respeito do amadurecimento biológico das
faculdades mentais da criança. Não existem muitas críticas porque, apesar de Wallon ser mais
atual em teoria do que Piaget, foi Vygotsky quem se destacou pelo seu progressismo.
● Wallon destacou-se essencialmente por abordar e destacar a afetividade.
Conceitos Principais
● Autoatualização: é quando uma pessoa realiza o seu potencial e funciona na plenitude,
alcançando o nível mais elevado de bem-estar humano.
● Self ideal: é o que a pessoa gostaria de ser. Inclui objetivos e ambições e encontra-se em
permanente mudança.
● Congruência: é necessário que o nosso self ideal seja o mesmo ou semelhante à nossa
experiência real pois se isso não ocorrer dá-se a incongruência. A nossa autoimagem é
diferente do self ideal (incongruência), tornando a autoatualização difícil. A nossa
autoimagem é semelhante ao self ideal (congruência), fazendo com que este indivíduo seja
capaz de se atualizar.
O individuo:
• Conhecimento de si próprio
• Relação de confiança
• Intrinsecamente boa
• Quando orientado poderá alcançar o sucesso
• O professor orienta e facilita a aprendizagem
• Dotado de liberdade e poder de escolha.
Críticas
• Esta teoria pode promover uma liberdade sem limites por parte do aluno.
• Esta liberdade pode estimular indisciplina, individualismo e uma preparação académica
insuficiente ou incorreta.
• A sua falta de evidência empírica, ou seja, a visão holística do humanismo permite muita
variação, mas não identifica variáveis que são constantes o suficiente para serem investigadas
com precisão.
• O extremo destaque na experiência subjetiva do indivíduo pode ignorar o impacto da
sociedade no desenvolvimento do indivíduo.
• Alguns críticos afirmam que a pessoa totalmente funcional a qual Rogers se refere é um
produto da cultura ocidental. Em outras culturas, como as orientais, a realização de metas por
grupos é muito mais valorizada do que por uma pessoa.
Síntese
Comportamentalistas:
⇒ Pavlov: A continuidade e o reforço dos comportamentos positivos promovem as
aprendizagens dos alunos.
⇒ Watson: Os alunos necessitam de receber um estímulo ao qual darão uma resposta,
sendo todos os comportamentos considerados reflexos.
⇒ Skinner: O professor planifica o processo de aprendizagem de acordo com as
necessidades formativas do aluno de modo a que se operem transformações.
Cognitivistas:
⇒ Piaget: Necessidade de diagnóstico das competências e das habilidades de cada um dos
alunos. As atividades devem ser organizadas de acordo com as características de cada
estádio do desenvolvimento.
⇒ Vygotsky: As pessoas com necessidades educativas especiais deveriam participar de
forma ativa na vida da sociedade para transporem as suas dificuldades.
⇒ Ausubel: Os ambientes estimulantes promovem aprendizagens significativas.
⇒ Bruner: As aprendizagens cooperativas favorecem a mesma oportunidade de
aprendizagem independentemente das suas dificuldades.
⇒ Gardner: O papel do professor deverá ser facilitador da aprendizagem utilizando os
recursos necessários e adaptados às necessidades educativas.
Humanistas
⇒ Maslow: escola inclusiva - estratégias de gestão curricular e de sala de aula -
diferenciação pedagógica e trabalho colaborativo.
⇒ Escola para todos: professor - criação de um ambiente positivo e ajustado a cada
aluno.
⇒ Rogers: professor deverá ser facilitador da aprendizagem utilizando os recursos
necessários e adaptados às necessidades.
o Definição:
o Os estilos de aprendizagem são variáveis que modulam as tarefas de
aprendizagem e que se baseiam na conceção de que a aprendizagem é um
elemento ativo e com um domínio sobre o ambiente.
o Conjunto de fatores e atitudes que facilitam a aprendizagem de um sujeito em
uma determinada situação (...) os estilos de aprendizagem parecem influenciar
como os alunos aprendem, como os professores ensinam e como eles
interagem.
o Os estilos de aprendizagem são a forma pela qual os alunos concentram,
processam, internalizam e recordam informação académica nova.
o Prieto (2000) assume os estilos de aprendizagem como diferenças individuais
nos alunos, no seu modo de perceber e processar a informação, na forma de
sequenciar os procedimentos de trabalho e consolidar determinados tipos de
aprendizagem.
o “O composto de características cognitivas, afetivas e fatores psicológicos que
servem como indicadores relativamente estáveis, de modo como um aluno
perceciona, interage e responde ao ambiente de aprendizagem”.
o Conjunto de aptidões, preferências, tendências e atitudes que uma pessoa possui
para fazer algo e que se manifestam através de um padrão de conduta e de
destrezas distintas que permitem distinguir o indivíduo dos demais,
nomeadamente na forma como conduz, veste, fala, pensa, aprende, conhece e
ensina.
o Características:
o São relativamente estáveis apesar de poderem ser modificados;
o Podem ser diferentes quer em situações diferentes quer na mesma situação;
o São suscetíveis de melhoria;
o Quando o aluno é ensinado segundo o seu próprio estilo de aprendizagem, o
processo torna-se mais eficaz.
o Identificação:
A identificação do estilo de aprendizagem é importante porque:
o Incita a uma ligação entre o ensino e os modos como os alunos preferem
aprender;
o Estes apresentam melhores resultados e um desejo mais forte de aprender
quando isto acontece;
o Butler (1988) identificou quatro dimensões nos estilos de aprendizagem que se
articulam e funcionam de uma forma integrada:
▪ Cognitiva - que são diferentes modos através dos quais os alunos
percebem e ordenam mentalmente a informação e as ideias;
▪ Afetiva - que atende à influência dos fatores sociais e emocionais nas
situações de aprendizagem;
▪ Fisiológica - que se constitui pelas sensações auditivas, verbais ou
cinestésicas que são utilizadas na aprendizagem;
▪ Psicológica - que se define como a força interna e individual que afeta
a aprendizagem do sujeito;
3. Os 4 estilos de aprendizagem
● Proficiência (Sensação-Pensamento SP);
● Interpessoal (Sensação-Sentimento SS);
● Compreensão (Intuição-Pensamento NP);
● Auto-expressão (Intuição-Sentimento NS);
Proficiência (SP)
Realista
Pragmático
Prático
● Eficientes e orientados para os resultados;
● Preferem as ações às palavras e o envolvimento à teoria;
● Elevado nível de energia para a realização de coisas que são pragmáticas, lógicas e
uteis;
Prefere aprender:
o Vendo resultados tangíveis
o Praticando o que aprendeu
o Seguindo instruções passo-a-passo
o Sendo ativo em vez de passivo
o Sabendo exatamente o que se espera de si, qual o grau de perfeição da tarefa e a
razão para tal;
Gosta de:
o Fazer coisas que têm uso prático e imediato
o Ser reconhecido pela sua meticulosidade
o Elogios pelo facto de realizar os trabalhos de forma expedita e completa
o Retorno imediato (recompensas, privilégios, etc.)
Não gosta de:
o Concluir tarefas para as quais não há aplicação prática
o Atividades que requerem imaginação e intuição
o Atividades com instruções complexas
o Atividades abertas sem conclusão ou recompensa
o Atividades que se centram nos sentimentos ou noutros resultados intangíveis
Sensível a:
o Atos; Detalhes; Ações físicas; Passos.
Inclinação por:
o Recordar; Descrever; Manipular; Ordenar.
Aptidão para:
o Organizar; Relatar; Construir; Planificar e levar a cabo projetos.
Auto-expressão (NS)
Curiosos
Perspicazes
Imaginativos
● Sonham, estão comprometidos com os seus valores;
● Estão abertos a alternativas;
● Procuram constantemente novas e inesperadas formas de se expressarem;
Prefere aprender:
o Sendo criativo e usando a sua imaginação
o Planificando e organizando o trabalho à sua maneira criativa
o Trabalhando em várias coisas ao mesmo tempo
o Procurando soluções alternativas para os problemas
o Discutindo problemas reais e procurando soluções reais
Gosta de:
o Contemplação
o Ser capaz de aprender pela descoberta
o Oportunidades para planificar e perseguir os seus próprios interesses
o Reconhecimento pelas suas descobertas e perspetivas
Sensível a:
o Pressentimentos; Imagens; Possibilidades; Inspiração.
Inclinação por:
o Prever/especular; Imaginar; Gerar Ideias; Desenvolver perspetivas.
Aptidão para:
o Desenvolver soluções originais; pensar metaforicamente; articular ideias; Expressar e
criar.
Compreensão (NP)
Teóricos
Intelectuais
Orientados para o conhecimento
● Preferem ser intelectuais desafiados e refletir por si mesmos sobre as coisas
● Recetivos às teorias, gostam de problemas complexos
Prefere aprender:
o Desenvolvendo o seu estudo em torno de ideias e da forma como as coisas se
relacionam
o Planificando e levando a cabo um projeto da sua autoria e do seu interesse
o Discutindo ou debatendo um determinado aspecto com base numa análise lógica
o Resolvendo problemas que requerem a recolha, a organização e a avaliação de dados
Gosta de:
o Ter tempo para planificar e organizar o seu trabalho
o Trabalhar de forma independente ou com outros alunos de idêntico perfil
o Trabalhar com ideias e coisas que o desafiam a pensar, a explorar, a dominar uma
competência
Sensível a:
o Falhas/erros; Questões; Padrões; Ideias.
Inclinação por:
o Analisar; Testar/provar; Examinar; Relacionar.
Prefere aprender:
o Estudando aspetos que afetam diretamente a vida das pessoas, em vez de se dedicar a
fatos impessoais ou a teorias
o Recebendo atenção pessoal e o incentivo dos seus professores
o Integrando uma equipa - colaborando com outros alunos
o Desenvolvendo atividades que o ajudam a aprender sobre si mesmo e sobre a forma
como sente as coisas.
Gosta de:
o Receber atenção pessoal e incentivos
o Oportunidades para ser útil na sala de aula
o Retorno pessoal
o Partilhar sentimentos e experiências pessoais com terceiros
Sensível a:
o Sentimentos; Pessoas; Reações viscerais; Experiências.
Inclinação por:
o Apoiar; Personalizar; Expressar emoções; Aprender a partir da experiência.
Aptidão para:
o Inspirar confiança e criar relações; Empatia; Reagir; Ensinar.
8 Inteligências:
⇒ Verbo-Linguística;
⇒ Logico-matemática;
⇒ Visuo-espacial;
⇒ Corporal-cinestésica;
⇒ Musical;
⇒ Interpessoal;
⇒ Intrapessoal;
⇒ Naturalista;
5. Estilos Cognitivos
Dependência e Independência de Campo (DIC)
o A DIC é uma dimensão geral do funcionamento cognitivo caracterizadas pelas
diferenças individuais ao nível da amplitude da autonomia relativamente a referências
externas.
o Inclui a dependência e independência de campo, “scranning”, categorização,
conceptualização, simplicidade/complexidade, impulsividade/refletividade, correr
riscos/ser cauteloso e preferências visuais/cinestésicas.
Estilos Cognitivos e Alunos
⇒ Há relação entre os estilos cognitivos e o desempenho académico.
⇒ O estilo cognitivo apresenta um forte potencial de aplicabilidade a situações da
área educacional.
Objetivos
desejados específicos
Teoria dos Instintos
o Instintos: padrões de comportamento inatos biologicamente determinados e não
aprendidos.
o As pessoas e os animais nascem com padrões de comportamento pré-programados
essenciais para a sua sobrevivência.
Ex: sexo 🡪 instinto reprodutivo
comportamento exploratório 🡪 instinto de examinar o território que se habita.
Críticas:
⇒ Psicólogos não concordam acerca de quais são os instintos primários.
ex: William McDougall (1908) - 18 instintos
No entanto:
● Os impulsos instintivos do sexo e da agressão motivam o comportamento (Freud).
● Muitos dos comportamentos animais têm claramente uma base instintiva.
● Os psicólogos evolucionistas, que procuram identificar comportamentos produzidos
pelo património genético sugerem que os instintos desempenham um papel importante
no direcionamento do nosso comportamento.
Instinto Necessidade
Teorias Homeostáticas
● Sugere que a falta de um requisito com base biológica, como a água, produz um
impulso para reduzir esse requisito (o impulso da sede). As pessoas e os animais
nascem com padrões de comportamento pré-programados essenciais à sua
sobrevivência.
Impulso: tensão motivacional, ou ativação, que proporciona energia ao comportamento
de forma a satisfazer determinada necessidade.
Impulsos básicos: estão relacionados com necessidades biológicas do corpo ou das
espécies em geral (ex: fome, sede, sono, sexo). Os impulsos básicos satisfazem-se
através da redução da necessidade que lhe está subjacente (ex: fome - frigorífico; frio -
mais roupa) >>>> Homeostase.
▪ A Homeostase é um processo através do qual o organismo luta para manter um
nível de funcionamento biológico interno óptimo compensando os desvios ao
seu estado interno normal e equilibrado. Explicam a forma como os impulsos
primários motivam o comportamento (exceto o comportamento sexual). Não
explicam os comportamentos cujo objetivo não é o de reduzir um impulso, mas
sim manter ou aumentar um determinado nível de excitação ou de ativação.
Tanto a curiosidade como a procura de emoções fortes lançam duvidas sobre a
teoria da redução do impulso enquanto explicação completa da motivação. Em
ambos os casos quer os seres humanos quer os animais em vez de procurarem a
redução do impulso subjacente, parecem motivar-se tendo em vista o aumento
do seu nível de estimulação e atividade. Outras teorias homeostáticas são: as
necessidades fisiológicas e sociais; redução da tensão e o conflito, ansiedade
e frustração.
Impulsos secundários: as necessidades surgem através da experiência e da
aprendizagem anterior (ex: necessidade de realização académica e na carreira).
Teoria da Ativação
● Esta teoria procura explicar o comportamento cuja finalidade é a manutenção ou o
aumento da excitação. Cada indivíduo tenta manter um certo nível de estimulação e de
ativação.
● O modelo da ativação sugere que, quando os modelos de estimulação e de atividade são
demasiado baixos, tentamos o seu aumento através da procura de estimulação.
● Os níveis de ativação são diferentes de indivíduo para indivíduo (ex: tarefa - preencher
o questionário).
● Quando falta um requisito biológico, produz-se um impulso.
Teoria do Incentivo
● A teoria do incentivo explica por que é que nem sempre somos motivados por uma
necessidade interna, como o desejo de reduzir impulsos ou de manter um nível ótimo de
ativação.
● A motivação em termos das características dos estímulos externos, ou seja, os
incentivos que proporcionam direção ou energia ao comportamento. As propriedades
dos estímulos externos explicam em grande parte a motivação individual.
A partir dos anos 50, aparecem as teorias dedicadas às necessidades específicas humanas, a
necessidade de realização. Esta traduz uma necessidade de atingir a excelência, ampliando o
conceito de si próprio.
● Ainda nos anos 80, a teoria da motivação de Nuttin apresenta uma importância
motivacional dos projetos, sendo que os projetos apresentam a necessidade de conexão
com o mundo.
● Esta necessidade traduz-se em objetivos, aspirações, desejos e projetos pensados para o
futuro, como Fontaine (1990) refere: “Com efeito, cada sujeito trata simbolicamente as
informações de que dispõe, identifica objetivos e elabora um plano pessoal para os
atingir.”
● Ainda, Nuttin defendia que a motivação intrínseca surge de qualquer ação desenvolvida
para entrar em relação com o mundo.
● A discussão relativamente à motivação intrínseca e extrínseca, suscitou inúmeras
pesquisas, sendo que a maioria destas pesquisas diferem da perspetiva de Nuttin:
▪ a motivação intrínseca é desenvolvida pelo interesse do sujeito na atividade;
▪ a motivação extrínseca é estimulada por um reforço externo;
● Decy e Ryan exploraram o conceito de motivação intrínseca, dando abertura para uma
nova teoria, a teoria da auto determinação. Esta teoria integra as necessidades e a ideia
sócio-cognitivo, baseado em três princípios básicos: competência, autonomia e relação
interpessoal.
● De um ponto de vista histórico, a motivação evolui das necessidades instintivas e os
drives homeostáticos, para as teorias comportamentais da motivação e, finalmente, para
os processos de interpretação e construção do sujeito. Ou seja, as teorias das
necessidades, teorias dos incentivos e por fim, as teorias cognitivas.
● Nas teorias das necessidades, o comportamento é explicado a partir das necessidades
motivacionais individuais.
● Por sua vez, as teorias de incentivos, utilizam estímulos e reforços para acionar o
comportamento.
● Finalmente, as teorias cognitivas focam o papel pró-ativo do sujeito através das suas
crenças e perceções subjetivas.
“Espaço vital”:
Regiões do sujeito
Regiões do seu meio
Aplicações e críticas
● O objetivo do comportamento é essencialmente a redução de tensões.
● As necessidades não são suscitadas apenas por desequilíbrios fisiológicos, mas também
por exigências sociais ou projetos pessoais.
● Salienta a importância da perceção que o próprio sujeito tem do meio 🡪 atividade
cognitiva do sujeito.
● Limita-se à análise da situação atual (escolha da via para reduzir a tensão depende
exclusivamente das forças em presença).
● Não nega a importância do passado ou do futuro, mas só lhes concede atenção se forem
explicitamente incorporadas no presente.
Teorias Cognitivas
● A teoria da cognição da motivação salienta o papel dos pensamentos, das expectativas e
da compreensão do mundo.
● Teoria da expectativa-valor: 2 tipos de cognições subjacentes ao comportamento:
▪ 1º expectativa sobre o comportamento que nos leva a alcançar um determinado
objetivo.
▪ 2º a compreensão que temos do valor que o objetivo tem para cada um de nós.
Motivação Académica
● A motivação tem diferentes tipos/fatores que levam as pessoas a agir, seja por uma
atividade que realmente valorizam ou por uma forte pressão exterior.
● Existe um contraste entre a motivação interna versus a pressão exterior. Como explicam
os autores Wiseman e Hunt (2014), os sujeitos intrinsecamente motivados agem com
próprio interesse na tarefa, porque é realmente importante e prazeroso, sem esperar por
incentivos ou recompensas.
● Por outro lado os sujeitos extrinsecamente motivados agem por motivos externos e por
recompensas.
Motivação Intrínseca
● A motivação intrínseca segundo Lemos (2005), aplica-se ao sistema motivacional que
sustenta determinada atividade, que é executada a partir de uma orientação de
valorização e interesse inerente ao indivíduo.
● O objetivo passa por realizar a atividade apenas pela auto-realização e não por fatores
exteriores à atividade.
● Existem três aspetos centrais sobre a motivação intrínseca, o primeiro diz respeito à
experiência de competência, o segundo aspecto é designado como experiência de
autodeterminação, o terceiro aspecto é a ativação gratificante.
● Estas teorias pressupõem que a sensação de produzir, pessoalmente efeitos desejados é
motivador, constituindo, para além da experiência de competência, um dos alicerces
motivacionais da aprendizagem e do desenvolvimento. Ou seja, a sensação de
realização pessoal e de criação são fundamentais na motivação intrínseca.