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PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Compreensão dos Fundamentos da Psicologia e Psicologia da Educação
A disciplina busca contribuir para compreender como ocorre a construção do conhecimento pelos
estudantes. A relação entre o sujeito, o conhecimento e a cultura envolvem um processo dinâmico da
aprendizagem e da articulação entre os diferentes níveis de desenvolvimento (motor, cognitivo, afetivo),
que ocorrem de forma simultânea e integrada, e que o professor necessita conhecer para a realização de seu
trabalho. A psicologia do desenvolvimento, ao focalizar os aspectos físicos e biopsíquicos, além de se
preocupar com as características e mudanças das diferentes fases da vida, preocupa-se, também, com os
fatores que as promovem.
Objetivos de aprendizagem
Desafio
Vamos relembrar a sua experiência escolar!
O que você pode falar sobre a aprendizagem? Como você aprendia? Como era a sua relação com os
conteúdos? Como era a sua relação com os professores? A Psicologia da Educação é importante para a sua
formação e a sua futura atividade profissional, mas por quê?
Reflita sobre essas questões ao longo desta semana e compartilhe suas respostas com seus colegas no Fórum
Temático.
Orientação de estudos
O material-base de leitura compreende três textos importantes.
• Antes de iniciar a leitura do primeiro texto, assista à videoaula “Por que a Psicologia da Educação
é importante para o curso de Pedagogia?”.
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SEMANA 1
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Compreensão dos Fundamentos da Psicologia e Psicologia da Educação
Esta videoaula aborda o significado e a importância da Psicologia da Educação para o Curso de Pedagogia.
Ela mostra o Triângulo Pedagógico de Houssaye (1988) para apresentar os processos pedagógicos:
Formação, Ensino, Aprendizagem; e os sujeitos da prática pedagógica: professor, aluno e
conteúdo/conhecimento. O triângulo pedagógico serve para apresentar os modelos educacionais das
escolas: Tradicional, Nova e Progressista.
Para o autor, os modelos educacionais funcionavam com a lógica da ênfase, que possibilita o surgimento
do lugar do morto. Na lógica da ênfase, em cada modelo pedagógico, dois elementos são privilegiados
enquanto o terceiro elemento fica no lugar do morto. A saber: no modelo da Escola Tradicional, o professor
é o centro, o processo de ensino é o centro. O aluno fica no lugar do morto, não participa como sujeito. Na
Escola Nova, o centro é o aluno. A aprendizagem é privilegiada. O professor fica no lugar do morto. No
modelo Progressista, a relação professor e aluno é privilegiada, ficando o conteúdo no lugar do morto. Ele
propõe o equilíbrio desse triângulo pedagógico para que o processo educacional e pedagógico tenha êxito.
OBJETIVO
Compreender a importância da Psicologia da Educação para o curso de Pedagogia.
EDUCAÇÃO
• Educação tem por finalidade o desenvolvimento da autonomia do ser humano.
• A humanização do homem só ocorre via Educação.
QUEM EDUCA?
• A Educação ocorre em todos os lugares: família, escola, igrejas, partidos políticos, clubes sociais, redes
sociais.
• Relação entre pessoas e a natureza.
O LUGAR DA ESCOLA
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SEMANA 1
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Compreensão dos Fundamentos da Psicologia e Psicologia da Educação
A escola é o lugar do trabalho educativo por meio do conhecimento científico e envolve os processos que
ocorrem dentro da prática pedagógica.
MODELOS PEDAGÓGICOS
Os modelos pedagógicos compreendem os Processos Pedagógicos (Formação, Aprendizagem, Ensino) e a
Prática Pedagógica (Professor, Estudante, Conteúdo/Conhecimento).
PROFESSORES PEDAGÓGICOS
PRÁTICA PEDAGÓGICA
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SEMANA 1
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Compreensão dos Fundamentos da Psicologia e Psicologia da Educação
INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
O professor precisa do conhecimento da Psicologia da Educação para realizar a intervenção pedagógica
de forma positiva no desempenho dos estudantes, na apropriação do conteúdo/conhecimento?
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
A Psicologia surgiu como ramo da Filosofia, tornando-se uma área científica independente.
Estuda as diferentes maneiras dos fenômenos psíquicos se manifestarem nos diferentes indivíduos, assim
como a influência social.
A aprendizagem do conhecimento consiste no cruzamento de uma dimensão interna e uma dimensão
externa.
A dimensão interna, quando é feita pelo próprio sujeito, resultante de uma observação ou experiência com
a dimensão externa, ocorre na relação com o outro realizada por meio social, cultural.
EM FOCO A APRENDIZAGEM
Com base no conhecimento da Psicologia da Educação, o professor compreende a forma de pensar, sentir,
estudar dos estudantes diante do conhecimento de que precisa se apropriar para a sua Educação.
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SEMANA 1
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Compreensão dos Fundamentos da Psicologia e Psicologia da Educação
Esta videoaula apresenta um resumo das principais ideias pedagógicas antes do século XVIII, tendo como
representantes: Bacon, Locke, Descartes. No século XVIII, temos como representantes: Rousseau e
Pestalozzi. No século XIX, são representantes: Hebart e Froebel. A ideia de produzir um retorno ao passado
nesta videoaula seguiu a linha do tempo baseada em Racy, autora do texto de material-base, para se
conhecer como pensavam e como a influência de cada pensador foi se transformando ao longo do tempo.
OBJETIVOS
• Compreender as principais teorias e conceitos da Psicologia e sua aplicação no campo da educação.
• Analisar como os aspectos psicológicos influenciam o processo educacional.
UM RETORNO AO PASSADO
Começamos por reconstituir um itinerário que permite não apenas localizar no tempo-espaço os enfoques
teórico-práticos da Psicologia da Educação, mas, sobretudo, destacar que não há uma única linha de
pensamento que explique o processo de aprendizagem.
BACON
• Criou o método indutivo.
• A compreensão por meio da experiência, da parte para o todo.
LOCKE
• A mente de uma criança pode ser comparada a uma tela em branco.
• Todo o nosso conhecimento deriva (com a possível exceção da lógica e das Matemáticas) da
experiência.
DESCARTES
• Pai do racionalismo e do inatismo.
• Criou o método dedutivo, a compreensão do todo para as partes.
SÉCULO XVIII
• Naturalista: a natureza determina o desenvolvimento e tem valor permanente, a liberdade é
essencial, mas regrada e regulada pela necessidade.
• Representante: Rousseau.
ROUSSEAU
• Escreveu as obras Contrato Social e Emílio.
• Na obra Emílio, desenvolveu a ideia do: Método natural de aprendizagem
• Não se deve ensinar, mas dar condições da criança desenvolver suas ideias e fazê-la sentir as
consequências dos erros dos seus atos.
• A bondade natural do ser humano pode ser corrompida pela sociedade.
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SEMANA 1
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Compreensão dos Fundamentos da Psicologia e Psicologia da Educação
SÉCULO XVIII
• Idealista: desenvolvimento de todas as capacidades Humanas, Educação Ativa e importância do
Método.
• Representante: Pestalozzi.
PESTALOZZI
• Influenciado por Rousseau.
• Visava o desenvolvimento integral do ser Humano (intelectual, físico e motor).
• Considerava o amor fundamental para o Desenvolvimento.
• A escola deveria ser amorosa como a família.
• A aprendizagem deve partir do que a criança já conhece para o novo, do concreto para o abstrato,
do simples para o complexo.
SÉCULO XIX
• Realista (realismo): Pedagogia científica, caráter intelectualista, Educação pela instrução, a virtude
como finalidade da educação.
• Representante: Herbart.
HERBART
• Não existem habilidades inatas.
• A reflexão e a possibilidade de investigar podem e devem ser estimuladas aos alunos e administrada
com diferentes técnicas e como a conversação.
SÉCULO XIX
• Idealistas: valorização da atividade, do lúdico, do jogo, visão mística e humanitária, a função social
da escola, os primeiros anos são decisivos para o desenvolvimento mental.
• Representante: Froebel.
FROEBEL
• Criador do Jardim de Infância (Kindergarten).
• O ensino não pode se restringir às “aulas monótonas” sem participação ou envolvimento e alegria
dos alunos.
• A escola deve se preocupar com os interesses e atividades da criança.
• Atribui ao lúdico, ao jogo, e aos trabalhos manuais uma função educativa.
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SEMANA 1
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Compreensão dos Fundamentos da Psicologia e Psicologia da Educação
Referências: RACY, Paula Márcia Pardini de Bonis. A Psicologia e a Psicologia da Educação. In: RACY,
Paula Márcia Pardini de Bonis. Psicologia da Educação: origem, contribuições, princípios e
desdobramentos. Curitiba: Intersaberes, 2012, p. 17- 30.
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SEMANA 1
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Compreensão dos Fundamentos da Psicologia e Psicologia da Educação
Nesta videoaula, apresentamos uma linha do tempo do século XIX, baseada em Racy, autora do segundo
texto do material-base, com a intenção de dar visibilidade às diferentes ideias em torno do que se nomeia
comumente como Escola Nova, Psicologia e Psicologia Experimental,
Tecnicista/Comportamentalista/Behaviorismo, Sociointeracionismo e Humanista. A Escola Nova foi o
maior impacto do século XX, deslocando o professor como centro do processo pedagógico, transformando
a educação, colocando o aluno como centro da aprendizagem. Aparece a preocupação com o método ativo,
a aprendizagem significativa, a construção do conhecimento pelos sujeitos e a influência da cultura.
Embora os representantes do século XX tenham como ponto comum privilegiar o aluno como centro do
processo educacional escolar, essa compreensão guarda diferentes interpretações de explicitar as ideias
pedagógicas da aprendizagem. Toda interpretação não é um ponto final, elas sofrem modificações. É uma
tarefa permanente dos professores acompanhar a evolução das teorias. Ressalta-se que, entre os
representantes do século XX, a partir da Semana 3 iniciaremos o aprofundamento das teorias de Piaget,
Vygotsky e Wallon.
OBJETIVOS:
▪ Compreender as principais teorias e conceitos da Psicologia e aplicação no campo da educação.
▪ Analisar como os aspectos psicológicos influenciam o processo educacional.
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
▪ A Psicologia se divide em vários tipos, com objetivos e objetos diferentes, faz uso de diversas
metodologias, o que resulta em variadas linhas de pesquisa e estudo.
▪ A Psicologia da Educação apresenta diferentes linhas de compreensão dos processos pedagógicos e da
prática pedagógica.
OLHARES DIFERENTES
Há basicamente 3 linhas:
1. A aprendizagem é objetiva, não considera a consciência e depende do estímulo externo, por exemplo o
Behaviorismo.
2. Considera a consciência. A aprendizagem é subjetiva. Busca compreender a forma como os sujeitos
raciocinam e por que racionam desta forma?
3. Estuda o inconsciente, por exemplo a Psicanálise. A aprendizagem também é subjetiva.
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SEMANA 1
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Compreensão dos Fundamentos da Psicologia e Psicologia da Educação
ESCOLA NOVA
▪ Renovação do caráter tradicional, intelectualista e livresco.
▪ Tendência ao trabalho individual em algumas linhas individual-coletivo.
▪ Escola Ativa.
▪ Representantes: Montessori, Decroly, Dewey.
PSICOLOGIA DA INFÂNCIA
▪ Claparède, contemporâneo de Decroly e Montessori, construiu uma teoria científica sobre a infância,
diferentemente de seus antecessores que, embora reconhecendo a importância das fases do
desenvolvimento infantil, fizeram de forma intuitiva.
▪ É a necessidade e o interesse que fazem com que a criança realize qualquer atividade ou ação.
▪ A ideia da escola centrada no professor deve ser afastada para a educação funcionar, o foco é o interesse
do aluno.
▪ Criou o Instituto Jean-Jacques Rousseau, em Genebra, para estudo da Psicologia Infantil, deixando um
importante discípulo: Jean Piaget.
CONSTRUTIVISMO
▪ Piaget, Epistemologia Genética, a teoria de que o conhecimento é construído pelo sujeito, erro construtivo,
conflito cognitivo.
▪ Emilia Ferreiro, com base no construtivismo, revoluciona a alfabetização que se preocupava com o
método. O processo de aquisição da escrita é uma construção da criança por meio de hipóteses infantis.
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SEMANA 1
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Compreensão dos Fundamentos da Psicologia e Psicologia da Educação
TECNICISTA-COMPORTAMENTALISTA
Controle do comportamento.
▪ Finalidade da Educação como promotora de mudanças no indivíduo.
▪ O professor é responsável pelo planejamento e desenvolvimento das atividades.
▪ Instrução Programada.
▪ Representante: Skinner.
BEHAVORISMO/COMPORTAMENTALISTA
▪ A aprendizagem na abordagem Behaviorista/ Comportamentalista, na perspectiva de Skinner, é entendida
como o comportamento modificado, resultado da experiência entre estímulo e resposta, reforço positivo e
reforço negativo, para o surgimento do comportamento desejável.
▪ Para Skinner, o ambiente tem imenso poder no desenvolvimento humano.
▪ O professor organiza, planeja e executa as atividades por meios materiais instrucionais programados e
tecnologia. É de grande valia o elogio, premiações.
▪ A crítica é a dependência da aprovação externa como possibilidade de inibir a autonomia na tomada de
decisões, diante do medo ou vergonha de receber um reforço negativo.
SOCIOINTERCIONISMO VYGOTSKY
▪ Formação do homem enquanto ser social.
▪ Relação dialética entre o homem e o meio.
▪ O homem como sujeito da aprendizagem.
▪ Desenvolvimento das características essencialmente humanas.
▪ Elementos mediadores entre o homem e o conhecimento.
HUMANISTA
▪ Ênfase no sujeito.
▪ Liberdade do pensamento e ação.
▪ Busca da felicidade e realização.
▪ Empatia e envolvimento de professores.
▪ Psicogênese da Pessoa.
▪ Representantes: Neil, Rogers, Wallon, Freinet
EDUCAÇÃO DA LIBERDADE
▪ Neil, a criação da Escola de Summerhill.
▪ Os alunos tinham liberdade para escolher o que estudar e desenvolver-se em seu próprio ritmo.
▪ A Escola organizava-se em assembleias e reuniões para a escolha dos conteúdos das disciplinas.
▪ Liberdade com regras definidas em conjunto com alunos, professores e funcionários
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SEMANA 1
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Compreensão dos Fundamentos da Psicologia e Psicologia da Educação
O texto baseado na autora Racy tem por objetivo mostrar a natureza e a origem da Psicologia da Educação.
A autora apresenta um quadro-síntese de ideias filosóficas, dentre elas o Realismo, Idealismo, Naturalismo,
e seus respectivos representantes, com as quais se desenvolveram as ideias pedagógicas antes dos séculos
XVII, XVIII e XIX.
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SEMANA 1
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Compreensão dos Fundamentos da Psicologia e Psicologia da Educação
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Compreensão dos Fundamentos da Psicologia e Psicologia da Educação
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PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
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O texto da autora Racy consiste em compreender as diferentes abordagens pedagógicas e seus respectivos
representantes que marcaram a educação no século XX. A autora destaca a Escola Nova como marco que
impactou a educação ao colocar o aluno como centro dos processos de ensino/aprendizagem, a Psicologia
que estuda cientificamente como o conhecimento é construído pelos estudantes, a influência da cultura nos
processos de desenvolvimento e aprendizagem, a educação da liberdade e a importância da formação
integral do aluno.
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Compreensão dos Fundamentos da Psicologia e Psicologia da Educação
O texto aborda a preocupação da Psicologia Educacional, que é o processo de aprendizagem dos alunos e
como essa área do conhecimento pode fundamentar a prática pedagógica do professor.
Atenção: Não se esqueça de que, para ler este livro, você precisa antes fazer login nessa plataforma pelo
link: https://login.univesp.br/simplesaml/module.php/core/pearson.php.
Material de apoio: A Psicologia da Educação e suas contribuições à Pedagogia (Leia as páginas 43-52) |
Makeliny Oliveira Gomes Nogueira e Daniela Leal
Em síntese
Nesta semana, realizamos um estudo das diferentes abordagens teóricas sobre as características do
desenvolvimento físico e biopsíquico do ser humano, bem como sobre os processos de aprendizagem ao
longo da história da humanidade. A Psicologia da Educação é uma área do conhecimento que busca a
compreensão sobre o que acontece no processo de desenvolvimento e aprendizagem do homem, desde o
nascimento e na relação com os vários acontecimentos que o rodeiam, influenciando o processo
educacional. Baseado neste conhecimento, o pedagogo passa a compreender melhor como o estudante
aprende. A importância da Psicologia da Educação para o curso de Pedagogia reside no fato de que esse
entendimento contribui para perceber os limites, as possibilidades de escolhas, as tomadas de decisões, bem
como orientar no planejamento do ensino-aprendizagem e no processo de avaliação da aprendizagem,
dentre outras demandas da prática pedagógica, visando à formação integral do cidadão para atuar
criticamente na sociedade.
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PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Compreensão dos Fundamentos da Psicologia e Psicologia da Educação
I. Com base no conhecimento da Psicologia da Educação, o professor adota uma linha de trabalho que
interfere no processo de aprendizagem, diminui os problemas enfrentados em sala de aula e modifica de
forma positiva o desempenho intelectual dos estudantes.
II. O domínio do conhecimento dos processos de desenvolvimento e aprendizagem é uma possibilidade
de o professor exercer com segurança a sua tarefa como mediador entre o conhecimento e os estudantes.
III. Cabe ao pedagogo, com base no conhecimento da Psicologia da Educação, elaborar diagnósticos a
respeito de perfis ou problemas de ordem psíquica.
IV. Os conhecimentos do desenvolvimento e da aprendizagem como objetos de estudos da Psicologia
da Educação possibilitam ao professor refletir sobre as características infantis.
PERGUNTA 2. Jean-Jacques Rousseau, pensador do século XVIII, é autor das obras Contrato Social
e Emilio. Na obra Emilio, apresentou suas ideias sobre educação. Nomeie o método desenvolvido por
Rousseau:
a) Método idealista.
b) Método realista.
c) Método natural de aprendizagem.
d) Método indutivo.
e) Método dedutivo.
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Psicologia Escolar e Educacional, 2003 Volume 7 Número 1 11-19
Resumo
Uma preocupação sempre presente da investigação na área da Psicologia Educacional, é a da compreensão do processo de aprendizagem do
aluno, nomeadamente em contexto formal de ensino. Nessa linha, o ensino das ciências recorre a essa área de conhecimento para fundamentar
teoricamente concepções e práticas de ensino/aprendizagem, no contexto e ecologia de sala de aula específicos. Neste artigo apresenta-se o
contributo das diversas teorias de aprendizagem no processo de ensino/aprendizagem das ciências, especificando a influência de algumas delas nas
perspectivas de ensino que foram sendo evolutivamente assumidas. Desse modo, inicia-se uma descrição histórica, referindo perspectivas de ensino
apoiadas na vertente behaviorista e termina-se a sua abordagem referindo teorias cognitivo-construtivistas, que deram lugar a perspectivas de
ensino voltadas para o papel do aluno, como sujeito ativo na construção do conhecimento, e para o reconhecimento do valor meramente
instrumental dos conteúdos curriculares.
Palavras chave: Ensino; Aprendizagem; Construção do conhecimento.
It is always a concern for research in the area of Educational Psychology, to understand the process of learning of the student, namely in a
formal context of teaching. In this sense, the teaching of Sciences uses this area of knowledge in an attempt to ground theoretically conceptions
of teaching/learning. Here, the authors attempt to underline the contribution of the learning theories in the process of learning/teaching of
Sciences, specifying their influence in the perspectives of teaching that have been previously assumed. In this way, an historical description is
started, referring perspectives of teaching supported in the behaviourist approach, and finish by referring cognitive-constructive theories that gave
rise to teaching perspectives more focussed on the role of the student in the construction of knowledge, and for the recognition of the innate
instrumental value of the curricular subjects.
Key words: Learning; Teaching-learning; Construction of knowledge.
INTRODUÇÃO
Todos aprendemos sem nos preocuparmos verda- conforme salienta Bigge (1977) “o homem não só quis
deiramente com a natureza desse processo e todos en- aprender como também, frequentemente, sua curiosi-
sinamos sem buscarmos um suporte teórico explicativo dade o impeliu a tentar aprender como se aprende”
do processo de ensino-aprendizagem. Como professo- (p.3), são diversas e acompanharam de perto a evolu-
res temos alguns referenciais explicativos e, também, ção observada na Psicologia e na Educação em Ciênci-
de forma implícita ou explícita, orientamos a nossa prá- as. Assim, apresentamos ao longo deste artigo diversas
tica por tais referenciais. De qualquer modo, as teorias teorias de ensino-aprendizagem, reportando-nos sem-
de aprendizagem, tendo surgido, possivelmente, porque pre que possível ao ensino-aprendizagem nas ciências,
1
Centro/Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
2
Centro/Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
3
Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho.
12 Clara Vasconcelos, João Félix Praia e Leandro S. Almeida
iniciando pela teoria do Ensino por Transmissão, pers- apenas acumula saberes que deverá ser capaz de repe-
pectiva fortemente marcada pelas teorias behavioristas tir fielmente. Assim sendo, Cachapuz, Praia e Jorge
da aprendizagem. Após referirmos a influência de auto- (2000) observam “quase tudo se reduz ao professor in-
res como Gagné (1975) ou Bandura (1977), que manti- jectar nos alunos as ‘matérias’ que centralmente são
veram latente a influencia comportamentalista, referir- definidas e obrigatórias dar ao longo do ano, importando
mos a Aprendizagem por Descoberta e a Aprendiza- sobretudo os resultados finais obtidos pelos alunos nos
gem por Mudança Conceptual. Por último, menciona- testes sumativos - afinal quem mais ordena – enquanto
mos o Ensino por Pesquisa, processo fortemente mar- produtos acabados e que são os elementos principais
cado pelo cognitivismo-construtivismo que realça o pa- para a atribuição de uma classificação. Cumprir o pro-
pel do aluno como construtor do conhecimento, movido grama e preparar para os exames é compreendido como
pela curiosidade, descoberta e resolução de problemas. aprender o programa” ( p.7).
Esta perspectiva de ensino é referida como a mais ac- Enfatiza-se, aqui, o papel do professor, relegando-se
tual ao nível da didática das ciências e, implicitamente, para segundo plano a intervenção do aluno no seu pró-
aquela que deverá ser mais valorizada na formação dos prio processo de aprendizagem. Se um aluno sabe falar
professores. e escrever numa dada área, subentende-se, então, que
Com este artigo pretendemos listar este conjunto de compreendeu a matéria dessa área de conhecimento.
perspectivas de análise e definição de processos de ensi- A valorização do aluno como transformador dessa in-
no-aprendizagem, sobretudo quando este processo ocor- formação não aparece suficientemente representada
re nos contextos formais escolares. Sem pretendermos nesta abordagem
ser exaustivos e profundos no conjunto de tais perspecti- Do exposto, depreende-se que alguns princípios e
vas, procuramos, no entanto, salientar algumas implica- práticas educativas para a escola foram elaborados de
ções práticas e assumir as vantagens de uma abordagem acordo com os pressupostos behavioristas. Falamos,
que reconhece o aluno como tendo um papel ativo e cen- então, das teorias behavioristas da aprendizagem es-
tral nas aprendizagens, entendidas como co-construções colar, tendo como objetivo principal alcançar comporta-
progressivas de conhecimento e destrezas. mentos apropriados por parte dos alunos, basicamente
As teorias de aprendizagem e o ensino-aprendiza- entendidos como apropriação e modificação de respos-
gem das ciências tas. Assim, se a resposta emitida for desejada haverá
A Aprendizagem por Transmissão (APT) pode as- reforço, cuja natureza dependerá, necessariamente, do
sociar-se às perspectivas behavioristas ou nível etário e do esforço dos alunos, por exemplo. Acre-
comportamentais da aprendizagem. O ensino por trans- dita-se que a ineficácia do ensino tradicional foi o fato
missão tem o seu fulcro nas exposições orais do profes- dos professores não usarem contingências de reforço
sor, que transmite as ideias (estímulos) aos alunos, isto que acelerassem a aprendizagem (Skinner apud Bigge,
é, “...o professor ‘dá a lição’, imprime-a em arquivadores 1997).
do conhecimentos e pede, em troca, que os alunos usem Algumas dificuldades são apontadas a esta teoria.
a sua atividade mental para acumular, armazenar e re- Numa concepção behaviorista de aprendizagem, o alu-
produzir informações” (Santos & Praia, 1992 p.13). no é passivo, acrítico e mero reprodutor de informação
Nessa lógica instrucional de organizar o ensino, o aluno e tarefas. O aluno não desenvolve a sua criatividade e,
tem um papel cognitivo passivo, sendo encarado como embora se possam respeitar os ritmos individuais, não
um mero receptáculo de informações que, mais tarde, se dá suficiente relevo à sua curiosidade e motivação
serão úteis para a vida. Para além do professor usar intrínsecas. O aluno pode, inclusive, correr o risco de se
técnicas que salientem novas informações e informa- tornar apático, porque excessivamente dependente do
ções mais corretas, deverá recorrer também ao refor- professor. Por outro lado, não há preocupação em ensi-
ço, preferencialmente a reforços diretos e imediatos, nar a pensar. O ensino realça o saber fazer ou a aqui-
tendo em vista produzir mudanças comportamentais dos sição e manutenção de respostas. A aula deve ser
alunos e a sua estabilidade. O papel tutelar do profes- centrada no professor, que controla todo o processo, dis-
sor, que exerce autoridade face aos seus conhecimen- tribui as recompensas e, eventualmente, a punição. Pre-
tos científicos, sobrepõe-se ao papel do aluno. Este, ao tende-se, acima de tudo, que haja por parte do profes-
invés de aprender, e menos ainda aprender a aprender, sor uma minuciosa exatidão na determinação do que
Teorias de aprendizagem e o ensino/aprendizagem das ciências: da instrução à aprendizagem 13
pretende ensinar, do tempo que necessita para o fazer e objetivos devem ser elaborados para cada ato de apren-
uma definição específica dos objetivos comportamentais dizagem, situação que levará a que uma unidade
que pretende obter. programática a ensinar seja constituída por objetivos ini-
A concepção de uma aprendizagem sem erros tem ciais mais simples e por objetivos terminais que envol-
na abordagem skinneriana forte defensa, senão o prin- vem capacidades mais complexas.
cipal apoio. O erro deve ser evitado, punido e exigida A teoria sócio-cognitiva de Bandura (1977) preocu-
nova resposta. A avaliação, centrada nos resultados e pa-se com a aprendizagem que tem lugar no contexto
nos objetivos não alcançados, deve permitir um feedback de uma situação social e sugere que uma parte signifi-
preciso do que ainda falta ensinar. Os exercícios de re- cativa daquilo que o sujeito aprende resulta da imitação,
petição ou de demonstrações de atividades, por vezes modelagem ou aprendizagem observacional (Cruz,
organizados e apresentados como se o aluno tivesse que 1997). Esta teoria representa uma teoria de aprendiza-
imitar, sem grandes explicações, preenchem largos es- gem com largas capacidades de adaptação e aplicação
paços do tempo da aula. Tudo, no entanto, deve encon- ao contexto escolar. Na sala de aula, a conduta do pro-
trar-se meticulosamente justificado e organizado, o que fessor ou a ação de um colega podem facilmente origi-
aliás condiz com a tradição do ensino programado nas nar uma aprendizagem modelada junto dos alunos. Nesta
escolas, como era defendido por esta abordagem. perspectiva, a aprendizagem é, essencialmente, uma
Embora atualmente sejam as perspectivas cognitivo- atividade de processamento de informação, permitindo
construtivista as que mais influenciam as concepções que condutas e eventos ambientais sejam transforma-
de ensino-aprendizagem nas ciências, ainda surgem al- dos em representações simbólicas que servem como
gumas formas “mascaradas” dessa pedagogia guias de ação (Bandura, 1986). Enquanto processamento
transmissiva (Praia & Marques, 1997). Por outro lado, de informação, a modelagem não corresponde nem a
e porque os pressupostos cognitivistas não são, de todo, uma simples imitação, nem a uma mera identificação do
incompatíveis com os neobehavioristas, são vários os observador com o modelo. Embora esse processo de
autores que apresentam abordagens mistas, quer a ní- aprendizagem não requeira o prêmio ou o castigo, nem
vel metodológico quer a nível teórico (Pozo, 1989). Como para o observador nem para o modelo, a teoria reco-
exemplo, destacamos a teoria social cognitiva de Bandura nhece que estes podem melhorar a aquisição e execu-
(1977), ou a sua mais recente teoria de auto-eficácia ção da performance. Se numa perspectiva behaviorista,
(Bandura, 1986), ou mesmo a teoria da instrução de o comportamento deve ser reforçado tendo em vista a
Gagné (1975, 1985). sua aquisição e manutenção, na aprendizagem modela-
Os objetivos de instrução, a que Gagné (1975) asso- da, mesmo quando reforçadas, as aprendizagens pres-
cia objetivos comportamentais (os objetivos de aprendi- supõem experiências prévias de observação. Porém,
zagem refletem alterações no comportamento dos estu- incentivos ou antecipação dos benefícios podem influ-
dantes), devem ser definidos em termos de performances enciar o sujeito, determinando quais as condutas a ob-
humanas, bem como especificar a situação em que es- servar. A expectativa de uma resposta efetiva ou de um
tas serão observadas. Operacionalmente bem definidos castigo, podem favorecer, por exemplo, o nível de aten-
e mensuráveis, tais objetivos devem ser elaborados no ção do aprendiz na ação do modelo. A antecipação dos
início do processo de instrução, pois são eles que deter- benefícios pode, ainda, permitir uma melhor retenção
minam qual o input que deve ser fornecido ao aluno. do que foi observado, dado que o sujeito fica motivado
Para o professor constituem a base da instrução e o para simbolizar e ensaiar as atividades modeladas.
suporte de verificação dos resultados de aprendizagem. Pelo exposto se depreende que as teorias de Bandura
Para o aluno servem como motivação e permitem um (1977) e de Gagné (1975) não marcaram uma clara dis-
feedback no final desse processo. A objetividade na tinção entre o aluno passivo, mero reprodutor de infor-
definição dos objetivos torna-se notória no recurso a mação, e o aluno ativo, que aprende, organiza e
verbos de ação, que facilitam a compreensão do que se reestrutura a informação recebida. Com efeito, só em
pretende observar na performance do aluno. Essa mes- meados dos anos 60-70, rejeitando a passividade do alu-
ma objetividade auxilia a clarificação do tipo de apren- no face a essa pedagogia de base memorística, de ritmo
dizagem pretendida e as condições requeridas para que uniforme e muito assente numa motivação extrínseca
estes objetivos sejam alcançados pelos alunos. Os do aluno (Santos & Praia, 1992), surgem, no ensino das