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UNIFRAN

JOÃO PEDRO MARTINS


ROGÉRIO LEONOR NEVES

(IN) SEGURANÇA ALIMENTAR: OS RETROCESSOS DA


POLÍTICA E SEUS EFEITOS

FRANCA, 26 DE MARÇO DE 2020.

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JOÃO PEDRO MARTINS
ROGÉRIO LEONOR NEVES

(IN) SEGURANÇA ALIMENTAR: OS RETROCESSOS DA


POLÍTICA E SEUS EFEITOS

FRANCA 2020

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

2. (IN) SEGURANÇA ALIMENTAR VIVIDA AO LONGO DA HISTÓRIA

3. OS IMPACTOS DO DESMONTE DA POLITICA DE SEGURANÇA


ALIMENTAR.

4. OS REBATIMENTOS NA POLITICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

5. ESTRATÉGIAS PARA O ENFRENTAMENTO DOS RETROCESSOS


ATUAIS

6. CONCLUSÃO

7. REFERÊNCIAS

8. ANEXOS

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1 - (IN) SEGURANÇA ALIMENTAR VIVIDA AO LONGO DA HISTORIA

1.1 A essência do capitalismo: desigualdade, pobreza e fome.

Para que haja correta compreensão quanto ao processo da Insegurança


Alimentar faz-se necessário falar sobre o capitalismo que segundo Catani
(1984, p. 8, apud Marx, 1988) pode ser descrito como qualquer modo de
produção de mercadorias, gerado ao longo de tempo desde a Idade Moderna,
e que se consolidou no forte processo de Revolução Industrial Inglês que veio
a influenciar todo o globo.

Seguindo essa linha, ao capitalismo não pode ser atribuído apenas o


título de um modo de produção, mas sim, um sistema onde a mão de obra
acaba se tornando mercadoria, e passa a fazer parte do mercado como um
produto de troca.

Nesse jogo os meios de produção pertencem a uma determinada classe


social, detentora de grandes riquezas e poder, enquanto há a necessidade de
existir uma outra classe, que vende a sua força de trabalho e tem essa como
sua única fonte de subsistência, esse é um requisito fundamental para que haja
essa relação de dominância entre classe explorada e classe exploradora.
(CATANI 1984)

Essa classe que vende a sua força de trabalho vive diversas formas de
exploração e exclusão, suas identidades são particulares e moldadas não
apenas pelas diferenças, mas especialmente por onde elas estão inseridas no
contexto capitalista, a posição social que ocupam nesse mundo do trabalho.
(MILIBAND, 1999)

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A forma como a expropriação da classe trabalhadora vem ocorrendo ao
longo da história tem se agravado com o aumento do desemprego, da
intensificação e precarização do trabalho, além da ausência do cumprimento
dos direitos trabalhistas existentes e também da falta de direitos trabalhistas
ideais. (DALMAGRO e BAHNIUK, 2019)

Com isso, uma grande parcela dessas pessoas tem ficado à margem da
sociedade, com o avanço neoliberal e consequente diminuição do Estado as
políticas públicas têm sido cada vez mais diminuídas e as pessoas que delas
dependem tem tido suas condições de existência prejudicadas e até mesmo
privadas da correta alimentação e nutrição, gerando um problema conhecido
como fome.

ROSANELI e col. (2015) afirmam que a fome, vinculada a pobreza


absoluta, é a condição de não atendimento aos aspectos nutricionais mínimos
presentes na dieta alimentar comum, que dá chance a pessoa de desenvolver
atividades físicas, intelectuais e laborais próprias do ser humano.

Com isso, é possível perceber que o padrão de vida e alimentação está


intimamente ligado a situação de renda familiar, e uma família com
rendimentos mínimos inevitavelmente será conduzida a fome e desamparo
social. ROSANELI e col. (2015)

1.2 - Construção da política de Segurança Alimentar e Nutricional no


Brasil.

Desde as décadas passadas tem sido possível observar um movimento


buscando construir a segurança alimentar e nutricional no Brasil, através das
diversas mobilizações sociais incluindo pesquisadores, governos, e
movimentos sociais, que comprovaram a necessidade da existência de uma
política que fosse capaz de amenizar a fome e melhorar os índices nutricionais
das camadas mais pauperizadas da população brasileira que foi e ainda é
duramente penalizada pela exclusão social gerada pelo capital. (CONSEA
2009)

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O ponto de partida e sustentação sobre a necessidade de o Brasil ter
uma política de segurança alimentar se da através de uma análise profunda e
crítica sobre os dados de desigualdade social, pobreza extrema, fome, evasão
e dificuldade escolar apresentadas em todo o cenário nacional pautados nos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que entre eles está a erradicação
da fome e também nos próprios princípios presentes na Declaração Universal
dos Direitos Humanos. (ONU, 2015)

A Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) pode ser entendida como a


efetivação do direito das pessoas ao acesso constante a alimentos de
qualidade, em quantidade suficiente, sem afetar outras necessidades
essenciais, utilizando boas práticas alimentares que respeitem a diversidade
cultural e sejam socialmente sustentáveis. (BRASIL, 2006)

O Brasil é um grande produtor de alimentos e atualmente produz o


suficiente para alimentar toda a sua população, segundo estudo realizado pelo
professor Danilo Rollim Dias de Aguiar, pesquisador do departamento de
economia do Campus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos em
estudo realizado em 2016.

A questão sobre segurança alimentar e nutricional no Brasil ocorre


desde os anos 80 e é perfeitamente fundamentada no direito humano a
alimentação adequada que está no artigo 25 da Declaração Universal dos
Direitos Humanos de 1948, marcando a sua origem especificamente no ano de
1985 com a elaboração da proposta intitulada de “Segurança alimentar -
Política de combate à fome no âmbito do Ministério da Agricultura” que seguiu
linhas mais focadas nas dimensões sociais e econômicas. (Declaração
Universal dos Direitos Humanos, 1948)

Após esse despertamento e maior conhecimento da questão observa-se


uma mobilização da sociedade civil que foi responsável por forçar a realização
da I Conferência Nacional de Alimentação e Nutrição (CNAN), esse evento foi
feito em 1986 e trouxe algumas noções quanto a segurança alimentar e
nutricional.

O comum entre esses dois acontecimentos é que culminavam na


elaboração de uma proposta para formar o Conselho Nacional de Segurança

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Alimentar e Nutricional (CONSEA) abrangendo as noções e diretrizes que se
tinha sobre Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), e desde essa época já
buscando a participação da sociedade civil para formular, implementar e
monitorar essas políticas públicas que possuía um forte cunho democrático e
era fruto de uma extrema necessidade da população. (BRASIL, 1995)

Visto que a questão sobre Segurança e Soberania Alimentar abarca


diversos assuntos e se faz junto com outras políticas e ministérios, os que
estavam a frente dessa valiosa questão já uniam esforços para que fosse
criado um órgão do governo capacitado para coordenar a formulação dessa
política.

Segundo dados do CONSEA a primeira experiência do conselho teve


duração de dois anos, iniciando em 1993 mas que mais tarde fora interrompida
em 1995 e voltou apenas em 2003 com um governo mais atento para as
questões de alimentação.

É necessário lembrar que dentro desses períodos o Brasil vivia e vive


ainda as consequências e retrocessos fruto da diminuição do Estado, o
liberalismo, que fez com que várias contribuições surgissem na década de 90
para que o CONSEA fosse parado e com isso os retrocessos nas políticas
sociais, especialmente nas de alimentação e nutrição, vieram em peso em um
momento bastante delicado para o povo brasileiro. (SILVA 2014, p. 23)

Na concepção geral fornecer alimento em boa qualidade e quantidade


para a população era um custo muito grande para o país, a questão não
observada é que a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) afeta áreas como
a saúde e educação e então as consequências da insegurança alimentar
colocava a vida de milhares de brasileiros em risco.

Diante de todos esses retrocessos surgem as mobilizações sociais


contra a fome, liderada por Herbert de Souza, que ficou conhecido como
Betinho e Josué de Castro que são os patronos do CONSEA. Graças a esse
movimento a PNSAN colocou o tema como referência na agenda política do
Brasil.

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O primeiro conselho sobre Segurança Alimentar foi criado na década de
90 e buscou articular a política juntamente com o governo federal, foi
responsável também pela realização da I Conferência Nacional de Segurança
Alimentar, feita em Brasília no ano de 1994, que teve um grande apoio da
Sociedade Civil e contou com a participação de mais de duas mil pessoas
vindas de todas as regiões do país.

O peso e influência dessa política juntamente com suas diretrizes foi


constado em 1995 quando o CONSEA teve as suas atividades interrompidas
pois mesmo com essa interrupção muitos prefeitos e governadores de alguns
estados continuaram incorporando a SAN nas suas gestões. (CONSEA, 2009)

A mobilização social em favor da SAN no Brasil teve um grande peso e


foi responsável por diversas conquistas no ambiente dessa política social,
gerando diversos frutos para a PNSAN, destacando-se a criação do Fórum
Brasileiro de Segurança Alimentar e Nutricional (FBSAN), em 1998. (ACTUAR
2012. p. 22)

O FBSAN ainda existente já contou com mais de 100 entidades afiliadas


e desempenhou na época um importante papel na recriação do CONSEA com
a vitória do ex-Presidente Lula, atuou fortemente e fazia parte da agenda do
Conselho articulando com outros organismos e redes que mantinham a linha
da SAN, povos indígenas, economia solidária, reforma agrária e outros.

Com a eleição do então presidente Lula, a SAN ganhou bastante espaço


e protagonismo, visto que um dos principais compromissos de Lula era o
combate à fome, muito bem expressados no seu discurso de posse em Janeiro
de 2003 ao afirmar que no término do seu mandato se toda a população
brasileira conseguisse realizar 3 refeições ao dia, então ele teria cumprido o
seu objetivo. (BRASÌLIA, 2003)

Graças a essa visão logo no início de seu mandato é possível observar a


articulação sendo feita em prol do combate a fome já com o Ministério
Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome (MESA) que seria
responsável pelo direcionamento do Programa Fome Zero. (TOMAZINI e
LEITE, 2016)

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A visão do governo e das necessidades de avanço dos programas fez
com que as políticas sociais fossem redefinidas, levando a evolução desse
Ministério, se tornando em 2004 a Secretaria Nacional de Segurança Alimentar
do atual Ministério de Desenvolvimento Social (MDS) onde foi reunida a
assistência social e os programas de transferência de renda.

Pouco a pouco o programa Fome Zero foi tomando forma e se


transformou na Estratégia Fome Zero abarcando várias ações conduzidas não
só pelo MDS mas por outros ministérios também.

Juntamente com o Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar e


Combate à Fome (MESA) foi recriado o CONSEA, que fazia-se mais do que
necessário diante do contexto de intenso combate à fome e desnutrição, o
CONSEA não teve a abrangência de apenas um ministério e tinha,
predominantemente, a participação da Sociedade Civil sendo dirigido por um
de seus representantes. (CONSEA 2009)

Com uma nova retomada da economia o aumento do poder de compra


do salário-mínimo e benefícios pagos pela assistência social se elevaram e foi
possível constatar o caminho certo em que o país estava caminhando,
trabalhando também para camadas mais pobres da sociedade especialmente
nas políticas alimentares e nutricionais. (BRASIL, 2010)

Nesse primeiro período as ações do Fome Zero foram voltadas para a


ampliação do acesso a alimentação pela população de baixa renda, o fator
determinante para que isso acontecesse foi o programa de transferência de
renda Bolsa Família que permitia as famílias cadastradas receberem
mensalmente um valor que ajudasse na renda total do lar.

Ficou claro que o caminho ideal para o acesso a alimentação em um


país capitalista era fazer com que as famílias pobres tivessem uma renda fixa e
com isso conseguissem fazer o seu “planejamento” mensal, ter poder de
compra de chegar em estabelecimentos e comprar alimentos em quantidade e
qualidade.

Outro fator de peso nos novos direcionamentos e criação das políticas


de SAN foi estender os programas para escolas, criar restaurantes populares e

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oferecer alimentação de boa qualidade em outros equipamentos públicos, com
isso a abrangência dos objetivos do novo governo era maior e mais completa.

As políticas de SAN foram essenciais e indispensáveis para o Brasil, o


Bolsa Família se tornou, até então, no maior programa de transferência de
renda do governo federal beneficiando mais de 13,5 milhões de famílias que
não teriam as mínimas condições de prover o seu sustento. (BRASIL, 2010)

Mesmo com as objeções de parte da mídia e da elite, que banalizavam a


naturalizavam a pobreza e a fome no Brasil, o governo, em momento algum,
abriu mão da estratégia de enfrentamento a fome. (MDS, 2010)

O Governo Federal juntamente com sua equipe elaborava planos, meios


e estratégias para combater a fome frente a forte indignação que tinha sobre as
pessoas em situação de miséria e sem poder se alimentar, existia a noção de
que o Brasil não conseguiria avançar nas diretrizes dos direitos humanos se
não resolvesse a questão da fome.

Com isso, era necessário promover a participação política da sociedade


civil para poder avançar e foi justamente com essa visão e cenário ampliado
que líderes de importantes setores da sociedade civil e do governo começaram
a compor o Conselho Nacional de Segurança Alimentar (CONSEA) e
posteriormente a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional
(CAISAN). (BRASIL, 2010)

Através desses mecanismos as experiências e políticas eram debatidas


com propriedade, elaboradas, sistematizadas e efetivadas de forma ideal pois
eram discutidas por pessoas que conheciam a causa e outras que até
passaram pela terrível experiência de não ter como se alimentar.

Outro eixo extremamente importante implementado durante o governo


Lula no combate a fome e desnutrição foi o uso e incentivo a agricultura familiar
que compôs a maior parte dos estabelecimentos agrícolas e foi agente principal
no fornecimento e distribuição de alimentos aos mercados domésticos. Dados
do senso agropecuário mostram que a agricultura familiar em 2006 era
responsável por 38% do valor total de produção. (IBGE 2006)

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Com isso observa-se que mesmo com a produção forte e expressiva dos
grandes latifundiários a agricultura familiar é fortemente responsável pela
garantia da SAN do Brasil.

Segundo dados do (CONSEA, 2009) as ações integradas realizadas


nesse período culminaram também na criação do Plano Safra, que ampliou o
programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar cuja ações
abrangeram famílias rurais pobres, assentados, povos e comunidades
tradicionais.

Ainda nesse período o CONSEA apoiou a criação do Programa de


Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA), esse programa se tornou
essencial para o aumento da renda das famílias de pequenos agricultores pois
estabelecia uma ligação direta de venda de alimentos para equipamentos
públicos através das famílias agricultoras. GRISA e col. (2019)

Diante de todo esse cenário fica claro que as políticas de SAN devem
estar alinhadas aos princípios do Direito Humano à Alimentação Adequada
(DHAA) e da Soberania Alimentar mostrando que esses princípios devem
conduzir o direcionamento e criação das estratégias de combate a fome no
país, assim como a elaboração de políticas públicas relacionadas a essa área.
(BRASIL, 2013)

O Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, previsto na


Lei Orgânica da SAN (Lei nº 11.346) sancionada pelo Presidente Lula em 2006
foi fruto da luta para colocar o direito à alimentação como fator principal na
direção da SAN, com isso a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional
criou o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) que fez
com que fosse formulado uma política nacional Inter setorial, a Política
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN) que tinha o um
objetivo difícil mas muito bem esclarecido, que era assegurar o direito da
população de ter uma alimentação adequada em quantidade e qualidade.
(BRASIL, 2006)

Essa lei pode ser considerada a principal no que se refere a SAN visto
que teve forte participação da sociedade civil, desta forma, o CONSEA liderava
a campanha nacional, “A alimentação: um direito de todos” buscando a

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aprovação de uma emenda constitucional que incluísse a alimentação entre os
direitos sociais previstos na Carta Magna, juntamente com saúde, habitação e
educação. (CONSEA 2009)

A representatividade da sociedade civil na elaboração e execução das


políticas públicas no Brasil ganhou mais força com a Constituição Federal de
1988. Já especificamente dentro do campo da segurança alimentar foi indicada
a criação do CONSEA em 1993 e um ano mais tarde a realização da I
Conferência Nacional de Segurança Alimentar. (SILVA 2014, p24)

Em 2003 volta o destaque a participação da população na prática


política com a recriação do CONSEA conforme já mencionado, e com a criação
de novos conselhos que também integrassem e aderissem a representantes do
governo e da sociedade. Como fruto dessas ações, foram se desenvolvendo
processos democráticos que começaram a nível municipal e geraram
importantes conferências nacionais. (BURLANDY,2009)

Após a recriação do CONSEA nota-se várias ações vitoriosas e de peso


para a SAN, através dele o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura
Familiar foi construído e a proposta da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e
Nutricional foi discutida e elaborada.

O CONSEA teve uma forte representatividade e era um braço


importantíssimo para as articulações do governo no combate a fome, por meio
dele era possível elaborar estratégias conhecendo as reais necessidades e
caminhos ideais a serem traçados para que a proposta do governo federal
fosse corretamente executada e tivesse sucesso.

O Conselho foi um agente indispensável na liderança das mobilizações


sociais a favor da SAN, graças também ao forte apoio do governo federal que
sempre se mostrou extremamente disposto a apoiar essa questão e fazer com
que ela avançasse nos programas adotados e criados por essa área onde a
formulação e implementação de políticas de segurança alimentar e nutricional
são o centro do trabalho do conselho. (BURLANDY,2014)

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Merece destaque a retomada da responsabilização do Estado no que se
refere ao direito humano a alimentação, hoje permanece a forte postura de
Estado mínimo que já era implementado durante a década de 90, com isso
cabe uma ênfase a força que teve as políticas no governo Lula, evidentemente
o liberalismo avançava, mas o Estado tinha ações para o combate a fome das
camadas excluídas da sociedade.

A elite brasileira se levantou contra a implementação de políticas como


essa, para muitos a SAN era uma utopia e o quadro de miséria era quase que
intrínseco a realidade brasileira, como se simplesmente fosse um mal
necessário e impossível de ser combatido. (CONSEA, 2009)

Contudo observa-se que a correta articulação e integração entre


sociedade civil, ministérios e governo federal revela que é possível construir um
caminho para um país sem miséria e sem fome através de um Estado forte,
com essa visão a extrema pobreza de 2001 a 2008 reduziu significativamente.
(IPEA, 2009)

Após o término da gestão do governo Lula as políticas de SAN foram


tendo cada vez menos espaço em meio a forte pressão econômica de redução
do Estado, encontra-se poucas referências sobre como a SAN foi
protagonizada por governos desde 2009 até os dias de hoje, contudo tem-se a
classificação da Escala Brasileira de Segurança Alimentar (EBIA) que define
critérios para a insegurança e segurança alimentar no Brasil.

De acordo com a PNAD/IBGE, o percentual de domicílios particulares


brasileiros que se encontravam em algum grau de insegurança alimentar
caiu de 30,2% em 2009 para 22,6% em 2013. De acordo com o IBGE, no
ano de 2013, 52 milhões de pessoas residentes em 14,7 milhões de
domicílios apresentavam alguma restrição alimentar ou, pelo menos,
alguma preocupação com a possibilidade de ocorrer restrição, devido à falta
de recursos para adquirir alimentos. CONSEA (2014)

Em relação a fome que é uma forte expressão da insegurança alimentar


tinha-se em 2013, 3,2% de domicílios no Brasil em situação de insegurança
alimentar grave. Com isso é possível visualizar a potente efetividade das ações
realizadas no combate a fome, pobreza e miséria pois em 2004, esse mesmo
indicador era de 6,9%. (IBGE, 2014)

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Especialmente sobre as leis e resoluções que surgiram a partir de 2013,
merece destaque a RESOLUÇÃO/CD/FNDE Nº 26, de Junho de 2013, que fala
sobre o atendimento da alimentação das escolas na rede básica de educação,
dentro do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE, um dos pontos
de maior relevância está no Art. 12 desta resolução que diz que o
direcionamento das ações de alimentação escolar, deve ser realizada por
nutricionista habilitado (a).

2 – Os impactos do desmonte da política de Segurança Alimentar

O CONSEA, após o período de redemocratização vivenciado no Brasil


foi um importante espaço de articulação, diálogo e aprendizado que trabalhava
juntamente com o poder executivo no âmbito federal.

Suas ações foram ampliadas aos conselhos estaduais e municipais


conseguindo assim consolidar sua agenda de garantia à boa alimentação e
nutrição em qualidade e quantidade. (CASTRO, 2019)

As diversas ações executadas por esse órgão foram, claramente,


grandes precursoras para o alinhamento do Brasil rumo a uma busca pela
erradicação da fome; Contudo o período de agravamento do conservadorismo
e liberalismo econômico prejudicou seriamente sua existência.

Através da Medida Provisória nº 870 (MP 870), o CONSEA teve sua


existência encerrada, editada pelo presidente Jair Bolsonaro a MP extinguiu o
conselho e todas as suas atividades. (BRASIL, 2019)

Com isso, o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional


(SISAN) tem a sua continuidade também afetada e fragilizada pois perde os
seus meios democráticos e escutas das demandas da sociedade civil. Todo
esse cenário preocupa, uma situação que ocorre em meio a uma crise
econômica aliada a redução de gastos que marca o desmonte das políticas
públicas. (CASTRO, 2019)

Essa perca da interlocução entre governo e sociedade que ocorre


especialmente desde a extinção do CONSEA, rompe com as pré-condições
para formulação e correta implementação de políticas públicas que visem
melhores condições para a população. (BEGHIN, 2016)

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Mesmo com a extinção do CONSEA, a Conferência Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional ainda foi mantida, sua responsabilidade era
a de levar ao Conselho as sugestões e demandas do Plano Nacional de
Segurança Alimentar e também as prioridades dessa Política.

Porém, fica evidente que com o fim do CONSEA a Conferência de


segurança alimentar fica totalmente reduzida e perde o seu caráter
democrático, pois são em espaços como esses que prioridades e diretrizes são
definidas em consonância com os anseios do povo e seus representantes.
(LOPES e ALMEIDA 2019)

A luta pelo exercício da cidadania sempre foi muito árdua e o Brasil


ainda caminhava para o pleno exercício da cidadania, a extinção do CONSEA
expressa uma grave ameaça à participação popular na busca pela
consolidação das políticas e estratégias de combate a fome.

Além disso, OLIVEIRA E CARVALHO (2020) retratam que a MP 970


instaura o fim do controle social como instrumento sobre a segurança da
amplitude produtiva de alimentação saudável e a inclusão desta no cardápio do
PNAE.

Visto que o PNAE também tinha como objetivo a educação alimentar,


fica claro que sua atuação estava bastante ligada com a do CONSEA, mas
mesmo com essa relação a distinção entre ambos se dá no fato de que o
Conselho vivia buscando a mobilização dos agentes desse Programa para
reduzir as intenções da bancada Ruralista dentro do congresso, que tinha
como uma de suas principais bandeiras de luta a flexibilização e liberação de
mais agrotóxicos para a produção de alimentos. OLIVEIRA E CARVALHO
(2020)

O uso em excesso de agrotóxicos oferece diversos riscos à saúde e ao


meio ambiente. No período de 1999 a 2009, o nordeste brasileiro registrou
aproximadamente 10 mil casos de intoxicação causadas por agrotóxicos, ao
todo 2.052 pessoas morreram intoxicadas por esse agente entre os anos 2000
a 2009, segundo estudos realizados por Teixeira et al. (2014)

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A produção de alimentos em larga escala vem sido implantada no Brasil
a qualquer preço, as mortes mencionadas parecem não surtir efeito algum nos
grandes latifundiários que priorizam sempre o que oferece mais lucro.

Ações como, a luta pela resistência contra a bancada ruralista, revela


que a democracia participativa é um fator indispensável na defesa de uma
alimentação saudável e que a MP 870 foi usada de forma errada, pois não
havia relevância e muito menos urgência para extinguir um órgão de tamanha
importância social. (LOPES E ALMEIDA 2019)

Em última análise, esse ato revela um cunho extremamente tendencioso


e que bem provavelmente buscava atender os interesses de algum grupo
específico, apenas um dia de governo não parece produzir conclusões
fundamentadas sobre a exclusão ou continuidade de um órgão tão importante
como o CONSEA.

O que é possível observar é que os meios de escuta que representam


as camadas mais pauperizadas da sociedade parecem sinalizar uma ameaça a
atual forma como o Brasil vem sendo conduzido.

Como é conhecido, as populações vulneráveis são as primeiras e


quando não as únicas a serem afetadas pelo desmonte das políticas públicas,
pois pelo alto índice de desemprego e impossibilidades de gerar renda
dependem diretamente de ações do governo para que seus direitos sejam
efetivados.

A Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) é um método que


avalia a situação alimentar das famílias através da provisão de alimentos que
as mesmas têm tido. Essa escala identifica as famílias que afirmam não se
sentirem seguras em relação ao acesso aos alimentos, ainda que funcione de
modo subjetivo, expressa informações extremamente relevantes sobre o tema.
MONTEIRO e Col. (2014)

Pode também ser usada para mensurar a vulnerabilidade nutricional que


algumas famílias e grupos específicos têm vivido, além de expressar a
preocupação das pessoas sobre ter ou não o acesso regular aos alimentos.
PANIGASSI e Col. (2008)

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Dentro do contexto de populações vulneráveis, as pessoas que residem
em área rural têm sido apontadas como grandes vítimas da situação de
insegurança alimentar pois possuem baixos recursos socioeconômicos, que
levam a descontinuidade de uma rotina de correta alimentação nutritiva.
MORAIS e Col. (2018)

Um estudo realizado na zona da Mata Mineira que utilizou a EBIA,


aplicada ao responsável pela dinâmica alimentar do domicílio revelou que, de
todas as famílias que passaram pela avaliação, 49,4% encontravam-se em
situação de insegurança alimentar (MORAIS e Col. (2018)

As políticas públicas alimentares e nutricionais já possuem dificuldades


para serem operadas nas áreas urbanas, que mesmo com as facilidades da
territorialidade ainda vive muitos desafios, quanto mais na área rural, o próprio
estudo acima revela que é uma população mais distante dos aparatos de
efetivação dos direitos pois a insegurança alimentar atinge em cheio as
pessoas daquela localidade.

Com isso, é possível visualizar o quão grave são os impactos vividos


atualmente com o avanço neoliberal e recuo do Estado Brasileiro como
mantenedor das políticas públicas.

Um estudo realizado com famílias beneficiárias do Programa Bolsa


Família (PBF) em Colombo no Rio Grande do Sul, mostrou que a prevalência
de famílias integrantes do PBF em situação de insegurança alimentar foi de
81,6% MONTEIRO e Col. (2014)

Mesmo com esses dados altos sobre insegurança alimentar, a proteção


social não deve ser considerada como dispensável ou inválida, o seu papel
ainda é relevante para as famílias dependentes das ações, programas e
projetos do Estado, pois faz com que as mazelas sociais não sejam mais
brutais do que têm sido.

Segundo Laís Abramo (2018), diretora Divisão de Desenvolvimento


Social da Comissão econômica para América Latina, a proteção social é um
direito fundamental para o exercício de outros direitos, como os de saúde e

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alimentação. É portanto, essencial e indispensável na luta pela redução da
pobreza e desigualdade.

Visto isso, é necessário ressaltar que o Estado possui um dever


fundamental de executar a proteção social das famílias, esse fator está
devidamente baseado e fundamentado no Art. 226 da Constituição Federal de
1988, assim como outros instrumentos da Lei atuais, ainda assim é necessário
que o poder público garanta mais políticas públicas sobre a questão de
alimentação (CRONEMBERGUER 2013)

É indispensável o entendimento de que é necessário que haja mudanças


significativas nos fatores e ordem socioeconômica do Brasil, sem isso o
desmonte das políticas de Segurança Alimentar e nutricional irão se intensificar
cada vez mais, a superação dessas questões precisa partir da mudança de
estrutura do Estado. (CRONEMBERGUER 2013)

Outra questão que impacta a Segurança Alimentar é a Proposta de


Emenda à Constituição (PEC) nº 241/2016 ou PEC 55, já aprovada, ela propõe
um novo regime fiscal no país durante os próximos 20 anos, onde o
crescimento anual de gastos deverá ser menor ou igual a inflação, colocando
um limite para as despesas primárias e tornando os gastos individuais por cada
um dos poderes. (BRASIL 2018)

A Assistência Social, importante instrumento de execução das políticas e


programas que compõe direta ou indiretamente a Segurança Alimentar e
Nutricional, sofrerá reduções significativas nos repasses.

O Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA) por exemplo,


em uma estimativa durante o período de vigência da PEC, ao invés de receber
85 bilhões deverá receber 79 bilhões para encarar suas responsabilidades e
demandas sócio protetivas. (JUNIOR 2016)

Ainda que demonstre representar uma redução de aproximadamente


8%, vale ressaltar que as políticas de Assistência Social já atuavam e atuam
com repasses baixos, com isso toda redução precisa ser encarada com muita
severidade devido ao grave impacto que deverá produzir.

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Também, segundo PAIVA e Col. (2016) dentro do período de 20 anos a
Assistência Social como política, teria menos da metade de todos os recursos
que seriam necessários para poder exercer e garantir o mesmo padrão das
ofertas atuais. No que se refere aos valores, nas próximas duas décadas a
política de Assistência Social perderá o montante de R$ 868 bilhões.

Todas essas perdas no campo da Assistência Social representa uma


grave regressão na efetivação dos direitos a Alimentação da classe
empobrecida, uma vez que, conforme mencionado, o fator alimentação está
diretamente ligado ao dispor ou não de recursos econômicos.

Há que se ressaltar que o histórico crescente de recursos para a


Assistência Social refletiu em diversos programas, retratando a importância
desses investimentos no combate à pobreza e desigualdade social que tiveram
reflexos positivos significativos durante esse período de crescente
investimento. PAIVA e Col. 2016

Toda essa luta e discurso por parte do Legislativo e Executivo refletem


as intenções do modo de regulação capitalista, onde as ações possuem caráter
punitivo mas são apresentadas como inovadoras e necessárias, buscando
inibir qualquer possibilidade de deslocamento das classes subalternas. (VIANA
2015)

Com isso é possível identificar a essência neoliberal presente nas


reformas atuais, onde fica claro que o que realmente está em jogo são os
interesses de classe; As denúncias apresentadas por tais reformas possuem
discurso ideológico que procuram apresenta-las como inevitáveis e
necessárias, enquanto a realidade expressa que trata-se de um jogo de
interesses e não questões de necessidade. (MAIA 2016)

Diante de todos esses fatores observa-se que alimentar-se, é de fato um


ato político uma vez que todos os contextos vividos e regidos pelas autoridades
desse país influenciam diretamente na mesa dos brasileiros, especialmente
dos mais pobres, que vivem debaixo da regulação capitalista.

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