Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
JOÃO PEDRO MARTINS
ROGÉRIO LEONOR NEVES
FRANCA 2020
2
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
6. CONCLUSÃO
7. REFERÊNCIAS
8. ANEXOS
3
1 - (IN) SEGURANÇA ALIMENTAR VIVIDA AO LONGO DA HISTORIA
Essa classe que vende a sua força de trabalho vive diversas formas de
exploração e exclusão, suas identidades são particulares e moldadas não
apenas pelas diferenças, mas especialmente por onde elas estão inseridas no
contexto capitalista, a posição social que ocupam nesse mundo do trabalho.
(MILIBAND, 1999)
4
A forma como a expropriação da classe trabalhadora vem ocorrendo ao
longo da história tem se agravado com o aumento do desemprego, da
intensificação e precarização do trabalho, além da ausência do cumprimento
dos direitos trabalhistas existentes e também da falta de direitos trabalhistas
ideais. (DALMAGRO e BAHNIUK, 2019)
Com isso, uma grande parcela dessas pessoas tem ficado à margem da
sociedade, com o avanço neoliberal e consequente diminuição do Estado as
políticas públicas têm sido cada vez mais diminuídas e as pessoas que delas
dependem tem tido suas condições de existência prejudicadas e até mesmo
privadas da correta alimentação e nutrição, gerando um problema conhecido
como fome.
5
O ponto de partida e sustentação sobre a necessidade de o Brasil ter
uma política de segurança alimentar se da através de uma análise profunda e
crítica sobre os dados de desigualdade social, pobreza extrema, fome, evasão
e dificuldade escolar apresentadas em todo o cenário nacional pautados nos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que entre eles está a erradicação
da fome e também nos próprios princípios presentes na Declaração Universal
dos Direitos Humanos. (ONU, 2015)
6
Alimentar e Nutricional (CONSEA) abrangendo as noções e diretrizes que se
tinha sobre Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), e desde essa época já
buscando a participação da sociedade civil para formular, implementar e
monitorar essas políticas públicas que possuía um forte cunho democrático e
era fruto de uma extrema necessidade da população. (BRASIL, 1995)
7
O primeiro conselho sobre Segurança Alimentar foi criado na década de
90 e buscou articular a política juntamente com o governo federal, foi
responsável também pela realização da I Conferência Nacional de Segurança
Alimentar, feita em Brasília no ano de 1994, que teve um grande apoio da
Sociedade Civil e contou com a participação de mais de duas mil pessoas
vindas de todas as regiões do país.
8
A visão do governo e das necessidades de avanço dos programas fez
com que as políticas sociais fossem redefinidas, levando a evolução desse
Ministério, se tornando em 2004 a Secretaria Nacional de Segurança Alimentar
do atual Ministério de Desenvolvimento Social (MDS) onde foi reunida a
assistência social e os programas de transferência de renda.
9
oferecer alimentação de boa qualidade em outros equipamentos públicos, com
isso a abrangência dos objetivos do novo governo era maior e mais completa.
10
Com isso observa-se que mesmo com a produção forte e expressiva dos
grandes latifundiários a agricultura familiar é fortemente responsável pela
garantia da SAN do Brasil.
Diante de todo esse cenário fica claro que as políticas de SAN devem
estar alinhadas aos princípios do Direito Humano à Alimentação Adequada
(DHAA) e da Soberania Alimentar mostrando que esses princípios devem
conduzir o direcionamento e criação das estratégias de combate a fome no
país, assim como a elaboração de políticas públicas relacionadas a essa área.
(BRASIL, 2013)
Essa lei pode ser considerada a principal no que se refere a SAN visto
que teve forte participação da sociedade civil, desta forma, o CONSEA liderava
a campanha nacional, “A alimentação: um direito de todos” buscando a
11
aprovação de uma emenda constitucional que incluísse a alimentação entre os
direitos sociais previstos na Carta Magna, juntamente com saúde, habitação e
educação. (CONSEA 2009)
12
Merece destaque a retomada da responsabilização do Estado no que se
refere ao direito humano a alimentação, hoje permanece a forte postura de
Estado mínimo que já era implementado durante a década de 90, com isso
cabe uma ênfase a força que teve as políticas no governo Lula, evidentemente
o liberalismo avançava, mas o Estado tinha ações para o combate a fome das
camadas excluídas da sociedade.
13
Especialmente sobre as leis e resoluções que surgiram a partir de 2013,
merece destaque a RESOLUÇÃO/CD/FNDE Nº 26, de Junho de 2013, que fala
sobre o atendimento da alimentação das escolas na rede básica de educação,
dentro do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE, um dos pontos
de maior relevância está no Art. 12 desta resolução que diz que o
direcionamento das ações de alimentação escolar, deve ser realizada por
nutricionista habilitado (a).
14
Mesmo com a extinção do CONSEA, a Conferência Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional ainda foi mantida, sua responsabilidade era
a de levar ao Conselho as sugestões e demandas do Plano Nacional de
Segurança Alimentar e também as prioridades dessa Política.
15
A produção de alimentos em larga escala vem sido implantada no Brasil
a qualquer preço, as mortes mencionadas parecem não surtir efeito algum nos
grandes latifundiários que priorizam sempre o que oferece mais lucro.
16
Dentro do contexto de populações vulneráveis, as pessoas que residem
em área rural têm sido apontadas como grandes vítimas da situação de
insegurança alimentar pois possuem baixos recursos socioeconômicos, que
levam a descontinuidade de uma rotina de correta alimentação nutritiva.
MORAIS e Col. (2018)
17
alimentação. É portanto, essencial e indispensável na luta pela redução da
pobreza e desigualdade.
18
Também, segundo PAIVA e Col. (2016) dentro do período de 20 anos a
Assistência Social como política, teria menos da metade de todos os recursos
que seriam necessários para poder exercer e garantir o mesmo padrão das
ofertas atuais. No que se refere aos valores, nas próximas duas décadas a
política de Assistência Social perderá o montante de R$ 868 bilhões.
19
REFERÊNCIAS:
ARANHA, Adriana Veiga. Fome zero uma história brasileira. Vol 1. Brasília:
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2010.
ASSOCIAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO – ACTUAR.
Mobilização Social para a Segurança Alimentar e Nutricional. p. 22. Coimbra,
PORTUGAL. 2012
BEGHIN, Nathalie. Instituto de Estudos Socioeconômicos. Renúncia aos cargos de
Conselheira Nacional e de Suplente. De: Nathalie Beghin, Conselheira do Conselho
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional — CONSEA. Para: Maria Emília
Lisboa Pacheco, Presidenta do CONSEA. Brasília, 2016.
BRASIL. Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Construção do
Sistema e da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Brasília,
2009.
BRASIL. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA. Universalização do
acesso a serviços públicos básicos: A que distância estamos? Brasília, 2009.
BRASIL. Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional – LOSAN (Lei nº 11.046
de 15 de Setembro de 2006), Art. 3. Disponível em: http://www4.planalto.gov.br/ consea/
conferencia/documentos/lei-de-seguranca-alimentar-e-nutricional.
20
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social. O Direito Humano à Alimentação
Adequada e o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Brasília,
2013.
BRASIL. Presidência da República. Secretaria de imprensa e divulgação. Discurso do
Presidente da República. Brasília, 2003. Disponível em: http: //www .biblioteca .
presidência.gov.br/presidencia/ex-presidentes/luiz-inacio-lula-da-silva/discursos/discursos-de-
posse/discurso-de-posse-1o-mandato. Acesso em 20 de Mai de 2020.
21
MONTEIRO, Flávia et al. Bolsa Família: Insegurança Alimentar e Nutricional de
crianças menores de cinco anos. Ciência e Saúde Coletiva. Vol. 19, 2014.
MORAIS, Dayane de Castro et al. Indicadores sócio econômicos, nutricionais e de
percepção de insegurança alimentar e nutricional em famílias rurais. Universidade
Estadual de Campinas. 2018.
OLIVEIRA, Francisco Adaylson Abreu e CARVALHO, Francisco Arão Freire.
Extinção do CONSEA ou instituição do “descontrole social” na Política Nacional de
Alimentação Escolar? Jornal de Políticas Educacionais. V. 14, n. 15. Fev. de 2020.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos
Humanos. Assembleia Geral da ONU, 1948.
PAIVA, Andrea Barreto et al. O novo Regime Fiscal e suas implicações para a Política
de Assistência Social no Brasil. IPEA, 2016.
PANIGASSI, Giseli et al. Insegurança Alimentar como indicador de iniquidade:
Análise de inquérito populacional. Cad. de Saúde Pública, vol. 24, 2008.
PRODUÇÃO DE ALIMENTOS É SUFICIENTE MAS AINDA HÁ FOME. Exame,
São Paulo, 2016. Disponível em: https://exame.com/economia/producao-de-alimentos-e-
suficiente-mas-ainda-ha-fome-no-pais-diz-pesquisador/
TEIXEIRA, Jules Ramon Brito et al. Intoxicações por agrotóxicos de uso agrícola em
estados do Nordeste brasileiro, 1990 – 2009. Epidemiologia e Serviços e Saúde. 2014
TOMAZINI, Carla Guerra; LEITE, Cristiane Kerches da Silva; Programa Fome Zero e
o paradigma da Segurança Alimentar: Ascensão e queda de uma coalização?. Revista
de Sociologia e política. Vol. 24, no 58. Curitiba. 2016. Disponível em: https://www .
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-44782016000200013. Acesso em: 19 de Mai
de 2020.
22
23