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MESTRADO EM ENGENHARIA

DE SEGURANÇA E HIGIENE
OCUPACIONAIS

Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Engenharia de Segurança e


Higiene Ocupacionais na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

AVALIAÇÃO DE RUÍDO OCUPACIONAL E


RESPETIVAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO NO SETOR DA
CONSTRUÇÃO CIVIL

Marina Patrícia Henriques Rainho

Orientadora: Professora Doutora Joana Cristina Cardoso Guedes (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto)
Coorientadora: Professora Doutora Jacqueline Castelo Branco (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto)
Arguente: Professor Doutor Luís João Rodrigues Das Neves Mourão (Instituto Superior de Engenharia do Porto)
Presidente do Júri: Professor Doutor Mário Augusto Pires Vaz (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto)

2022

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Rua Dr. Roberto Frias, s/n 4200-465 Porto PORTUGAL

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Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

AGRADECIMENTOS
À professora doutora Joana Guedes e à professora doutora Jacqueline Castelo Branco, orientadoras
científicas desta dissertação, pela disponibilidade e interesse manifestados na orientação deste
trabalho e concludentemente por todos os comentários, sugestões e incentivos à melhoria. Muito,
muito obrigada!
A todos aqueles que me acompanharam ao longo deste percurso académico, e que de algum modo
contribuíram para a minha formação, colegas e docentes do MESHO. Um agradecimento especial
à Ana Castro e à Sónia Mesquita, por toda a partilha e entreajuda durante este Mestrado.
A todos aqueles que contribuíram para o desenvolvimento da presente dissertação, com partilha
de informação e que me facilitaram o acesso aos locais para a recolha em dados. Com destaque ao
Eng.º Tiago Franco, pela paciência e disponibilidade em esclarecer todas as dúvidas sobre a obra
e os respetivos processos, e ao Eng.º Miguel Rodrigues por toda a partilha alusiva à temática em
estudo.
À minha família, em especial, à mãe Lucinda, por todo o apoio e amor incondicional, sempre
manifestados.
Aos meus sobrinhos, Clara, Matilde, Martim e aos meus afilhados Diana e Gonçalo, por serem
uma fonte de inspiração. Igualmente aos meus irmãos, Luís e Paulo, por acreditarem sempre em
mim.
Aos meus amigos, por toda a motivação e estímulo. Com evidência para o Diogo, pela amizade
inabalável, cujo suporte se tornou fundamental para a concretização desta etapa. Obrigada e
obrigada!

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Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

DESTAQUES

1. Em ambiente de obra, para além dos operadores das máquinas, os trabalhadores que
realizam tarefas nas proximidades das fontes de ruído estão igualmente expostos a níveis
de ruído elevados.
2. O dosímetro é o equipamento de medição de ruído mais eficaz, em contexto ocupacional,
para avaliar os trabalhadores que realizam tarefas que exigem movimento no decorrer do
processo produtivo.
3. O planeamento e a organização do layout do estaleiro, na fase de pré-construção, permite
o estudo de estratégias com vista à redução da poluição sonora no ambiente de trabalho.

HIGHLIGHTS

1. In the work environment, in addition to machine operators, workers who carry out tasks in
the vicinity of noise sources, are also exposed to high noise levels.
2. The dosimeter is the most effective measurement equipment in the occupational context of
workers who perform tasks that require movement during the prosecution of the production
process.
3. The planning and organization of the layout at the shipyard, in the pre-construction phase,
allows the study of strategies aiming to reduce noise pollution in the workspace.

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Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

RESUMO

Introdução: Na Europa ocidental, a arte de construir foi evidenciada durante o Império Romano,
tendo progredindo a par com a evolução civilizacional. A indústria da construção civil detém uma
grande importância no contexto económico e social mundial. Esta tendência reflete-se na
conjuntura portuguesa, compreendendo um volume de negócios de 22 865 milhões de euros e com
301 710 trabalhadores distribuídos por 51 189 empresas (BPstat, 2020). A dinâmica associada ao
setor da construção e obras públicas é considerada um dos principais indicadores da economia,
com a procura dirigida a este setor estritamente ligada ao grau de desenvolvimento económico e
social do país, das fases de investimentos de outros setores, fortalecendo a evolução tecnológica e
científica. No sentido de validar a pertinência do tema, foram identificados os agentes físicos que
desencadeiam mais acidentes de trabalho, ou culminam nas doenças ocupacionais mais graves, em
contexto de obra. Em paralelo, pretende-se identificar as tarefas e instrumentos de trabalho que
contribuem para a exposição a esses agentes.
Objetivo: Como objetivo geral da presente dissertação, pretendeu-se identificar e avaliar a
exposição ao ruído nos trabalhadores que exercem atividades no setor da construção civil,
detalhando os processos produtivos e identificando as tarefas e consequentes fontes emissoras que
expõem os trabalhadores a níveis elevados de ruído, de forma a se poder atuar na prevenção.
Metodologia: A metodologia considerada é a relatada na legislação em vigor, nomeadamente no
DL nº 182 de 6 de setembro que surge complementada com a Norma NP EN ISO 9612:2011. As
amostragens analisadas foram recolhidas em ambiente de obra, na construção de um edifício de
habitação multifamiliar a decorrer na cidade de Aveiro. Procedeu-se à avaliação da exposição ao
ruído em postos de trabalho em que o operador não manuseava qualquer fonte de ruído mas estava
exposto a ruídos periféricos, decorrentes da utilização de máquinas noutros postos no mesmo
ambiente. Foram selecionadas postos de trabalho reconhecíveis na maioria das obras, para que as
conclusões sejam transversais e o contributo mais abrangente. Para a realização das medições foi
utilizado um dosímetro da marca e modelo SVANTEK SV 104, e foram avaliados: um servente
de obra, um montador de estruturas metálicas, um fiscal de obra, um pedreiro e um armador.
Resultados: Com a aplicabilidade da metodologia elencada, foi possível depreender que existem
outros trabalhadores em ambiente de obra que estão expostos a níveis de ruído elevados, mesmo
sem utilizarem qualquer equipamento ruidoso na sua tarefa. Como resultados das amostragens
realizadas, foram obtidos os níveis sonoros contínuos equivalentes, referentes à exposição diária
do trabalhador ao ruído, de 80.2 dB (A) para o servente de obra, 88.5 dB (A) para o montador de
estruturas metálicas, 82.8 dB (A) para o fiscal de obra, 83.2 dB (A) para o pedreiro e 81.5 dB (A)
para o armador. A nível de espetro, as frequências mais relevantes situam-se na gama das médias
e altas frequências, notando-se um tendência para as frequências de 1000 Hz, sons agudos. São
estabelecidas premissas de atuação na fase de projeto, a incluir no Plano de Segurança e Saúde,
com a implementação do conceito Prevention through Design (PtD), com a organização do layout
de trabalho e com a implementação de medidas organizacionais.
Palavras-chave: Construção Civil, Agentes físicos, Ruído Ocupacional, Doenças Ocupacionais.

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Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

ABSTRACT

Introduction: In western Europe, the art of building was developed during the Roman Empire,
having progressed along with the civilizational evolution. The civil construction industry is pivotal
in the global economic and social context. This trend reflects in the portuguese economy,
comprising a turnover of 22 865 million euros and with 301 710 employees distributed among 50
189 companies (BPstat, 2020). The dynamics associated with the construction and public works
sector is considered one of the main indicators of the economy, and the demand directed to this
sector is linked to the country's degree of development, the national economic situation and the
investment phases of other sectors, strengthening technological and scientific evolution and,
consequently, the society. In order to validate the relevance of the theme, the physical agents that
trigger more work accidents or culminate in the most serious occupational diseases were identified.
In parallel, it is intended to identify the tasks and work instruments that contribute to this exposure.
Objective: As a general objective of this thesis, it was intended to identify and evaluate the noise
exposure of workers in the civil construction sector, detailing the production processes and
identifying the tasks and consequent sources of noise, that expose workers to high levels of noise,
in order to be able to act in the prevention.
Methodology: The methodology considered is the one reported in the legislation in force, namely
in DL nº 182 of 6 September, which is complemented by the NP EN ISO 9612:2011 standard. The
analyzed samples were collected in a construction environment, in a work related to the
construction of a multifamily housing building, taking place in the city of Aveiro. An assessment
of noise exposure was carried out in workstations where the operator was not handling any source
of noise but was exposed to peripheral noise, resulting from the use of machines in other
workstations in the same environment. Recognizable jobs were selected in most of the works, so
that the conclusions are transversal and the contribution more comprehensive. To carry out the
measurements, a dosimeter of the brand and model SVANTEK SV 104 was used, and the
following were evaluated: a construction worker, a metallic structure assembler, a construction
inspector, a bricklayer and a steel bender.
Results: With the applicability of the methodology mentioned, it was possible to infer that there
are other workers in the construction environment who are exposed to high noise levels even
without using any noisy equipment in their task. As a result of the samples carried out, the
equivalent continuous levels were obtained, referring to the worker's daily exposure to noise, of
80.2 dB (A) for the construction worker, 88.5 dB (A) for the metallic structure assembler, 82.8 dB
(A) for the construction inspector, 83.2 dB (A) for the mason and 81.5 dB (A) for the steel bender.
In terms of spectrum, the most relevant frequencies are in the range of medium and high
frequencies, with a tendency towards frequencies of 1000 Hz, high-pitched sounds. Operating
premises are established in the design phase, to be included in the Health and Safety Plan, with the
implementation of the Prevention through Design (PtD) concept, with the organization of the work
layout and with the implementation of organizational measures.
Keywords: Civil Construction, Physical agents, Occupational Noise, Occupational Diseases.

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Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1
1.1 Preâmbulo ......................................................................................................................... 1
1.2 Sinistralidade na Indústria da Construção Civil ............................................................... 3
1.3 Problemática e hipóteses de investigação ......................................................................... 4
1.4 Estrutura da dissertação .................................................................................................... 6
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................. 7
2.1 Conceitos básicos de ordem tecnológica .......................................................................... 7
2.2 Descrição da metodologia da revisão bibliográfica ........................................................ 14
2.3 Resultados e discussão da revisão bibliográfica ............................................................. 15
2.4 Conclusões da revisão bibliográfica ............................................................................... 28
2.5 Enquadramento legal e normativo acerca do ruído – Evolução temporal ...................... 29
3 OBJETIVOS, MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................... 33
3.1 Objetivos da dissertação ................................................................................................. 33
3.2 Descrição da metodologia aplicada ................................................................................ 33
3.3 Descrição dos postos trabalho avaliados e caracterização do processo produtivo ......... 36
3.4 Descrição da estratégia de medição ................................................................................ 49
3.5 Instrumentos selecionados para medição da exposição ao ruído ................................... 50
3.6 Medição .......................................................................................................................... 52
3.7 Tratamento de dados e cálculos ...................................................................................... 53
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................................ 55
4.1 Resultados das medições ................................................................................................ 55
4.2 Discussão dos resultados referentes aos níveis de pressão sonora ................................. 57
4.3 Discussão dos resultados relativos à análise espetral ..................................................... 61
4.4 Medidas de vigilância da saúde ...................................................................................... 67
4.5 Medidas de tratamento do risco ...................................................................................... 68
5 CONCLUSÕES E PERSPETIVAS FUTURAS .................................................................... 71
5.1 Conclusões ...................................................................................................................... 71
5.2 Perspetivas futuras .......................................................................................................... 72
6 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 73

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Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

7 ANEXOS .................................................................................................................................. 1
7.1 Listagem de Normas Portuguesas sobre acústica ............................................................. 2
7.2 Configuração do dosímetro SVANTEK SV 104 para preparação da recolha de dados ... 3
7.3 Resultados das medições extraídas do software “Supervisor” ......................................... 6
7.4 Tabela de referência dos níveis sonoros de equipamentos: Setor da construção ........... 31
7.5 Cálculos da atenuação conseguida com o uso de proteção auditiva ............................... 32

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Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Imagem ilustrativa da Anatomia do Ouvido Humano ..................................................... 9


Figura 2: Pressão sonora e nível de pressão sonora ...................................................................... 10
Figura 3: Variação de Pressão Sonora........................................................................................... 12
Figura 4: Resultado da revisão bibliográfica (adaptado de Moher, et al., 2009) .......................... 15
Figura 5: Distribuição dos artigos observados por país ................................................................ 16
Figura 6: Distribuição dos artigos por temática ............................................................................ 17
Figura 7: Metodologia de redução de ruído .................................................................................. 23
Figura 8: Exemplos de fontes de ruído e trabalhadores expostos no setor da construção civil .... 35
Figura 9: Abordagem metodológica para a avaliação de ruído em contexto ocupacional ............ 36
Figura 10: Trabalhador a empilhar madeira .................................................................................. 38
Figura 11: Grua torre em ambiente de obra .................................................................................. 39
Figura 12: Trabalhador a utilizar um berbequim portátil para fixar a vedação da obra. ............... 39
Figura 13: Retroescavadora em ambiente de obra. ....................................................................... 39
Figura 14: Ambiente de obra - Montagem de escoras metálicas .................................................. 41
Figura 15: Trabalhador responsável pela montagem de estruturas metálicas ............................... 41
Figura 16: Montagem de escoras metálicas para realização de cofragens .................................... 42
Figura 17: Esquipamentos de elevação em ambiente de obra ....................................................... 42
Figura 18: Camião betoneira ......................................................................................................... 42
Figura 19: Ambiente de obra - Bomba de betão ........................................................................... 44
Figura 20: Acompanhamento da betonagem ................................................................................. 44
Figura 21: Camião de transporte de material de construção ......................................................... 44
Figura 22: Grua torre – Equipamento de elevação em ambiente de obra ..................................... 45
Figura 23: Transporte de blocos de betão térmico com recurso a grua ......................................... 45
Figura 24: Execução de alvenarias em obra .................................................................................. 46
Figura 25: Abertura de roços em parede com uma rebarbadora ................................................... 47
Figura 26: Parede após abertura dos roços .................................................................................... 47
Figura 27: Processo de execução de um pilar ............................................................................... 48
Figura 28: Execução de Armaduras de Pilares .............................................................................. 48
Figura 29: Descrição do sistema: Dosímetro SV 104 ................................................................... 51

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Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

Figura 30: Visão traseira e lateral do dosímetro SV 104 .............................................................. 52


Figura 31:Espuma SA 122 - Protetor de vento ............................................................................. 52
Figura 32: Imagem representativa do dosímetro acoplado ao trabalhador ................................... 53
Figura 33: Gráfico do nível sonoro a que se encontra exposto o servente de obra ....................... 57
Figura 34: Gráfico do nível sonoro a que se encontra exposto o montador de estruturas metálicas
....................................................................................................................................................... 58
Figura 35: Gráfico do nível sonoro a que se encontra exposto o fiscal de obra ............................ 59
Figura 36: Gráfico do nível sonoro a que se encontra exposto o pedreiro .................................... 60
Figura 37:Gráfico referente ao nível sonoro a que se encontra exposto o Armador ..................... 61
Figura 38: Gráficos interpretativos referentes à análise espetral de cada posto de trabalho ......... 62

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Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Doenças Ocupacionais identificadas nos artigos observados ....................................... 17


Tabela 2: Metodologia de recolha de dados nos artigos observados ............................................ 20
Tabela 3: Exemplos de fontes de ruído no setor da construção .................................................... 23
Tabela 4: Valores limite de exposição, de ação superior e inferior .............................................. 31
Tabela 5: Níveis de exposição sonora e durações para NIOSH e OSHA ..................................... 32
Tabela 6: Descrição da medição 01: Servente de Obra ................................................................. 38
Tabela 7: Descrição da medição 02: Montador de estruturas metálicas ....................................... 41
Tabela 8: Descrição da medição 03: Fiscal de Obra ..................................................................... 44
Tabela 9: Descrição da medição 04: Pedreiro ............................................................................... 46
Tabela 10: Descrição da medição 05: Armador ............................................................................ 48
Tabela 11: Duração temporal da amostragem e exposição diária do trabalhador ......................... 55
Tabela 12: Valores medidos pelo dosímetro SV 104 e extraídos do Software Supervisor ........... 56
Tabela 13: Análise espetral do ruído ............................................................................................. 57
Tabela 14: Interpretação do gráfico do nível sonoro a que se encontra exposto o servente de obra
....................................................................................................................................................... 58
Tabela 15: Interpretação do gráfico do nível sonoro a que se encontra exposto o montador de
estruturas metálicas ....................................................................................................................... 58
Tabela 16: Interpretação do gráfico do nível sonoro a que se encontra exposto o fiscal de obra . 59
Tabela 17: Interpretação do gráfico do nível sonoro a que se encontra exposto o pedreiro ......... 60
Tabela 18: Interpretação do gráfico do nível sonoro a que se encontra exposto o Armador ........ 61
Tabela 19: Resultados do cálculo da atenuação proporcionada com a utilização de protetores
auditivos ........................................................................................................................................ 65
Tabela 20: Características dos protetores auditivos: passivos e ativos ......................................... 66

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Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

ÍNDICE DE EQUAÇÕES

Equação 1: Fórmula de cálculo do nível de pressão sonora .......................................................... 10


Equação 2: Fórmula de cálculo da frequência .............................................................................. 12
Equação 3: Fórmula de cálculo da exposição pessoal diária ponderada a 8h ............................... 54
Equação 4: Fórmula de cálculo dos níveis globais para cada banda de oitava ............................. 54
Equação 5: Fórmula de cálculo do nível sonoro contínuo equivalente com protetores auditivos54
Equação 6: Fórmula de cálculo do nível sonoro contínuo equivalente com protetores auditivos num
intervalo de tempo ......................................................................................................................... 54

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Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

ABREVIATURAS

ACT Autoridade para as Condições do Trabalho


AESST Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho
APSEI Associação Portuguesa de Segurança
CE Comunidade Europeia
CAE Classificação portuguesa de Atividades Económicas
dB Decibel
dB (A) Decibel com ponderação A
dB (C) Decibel com ponderação C
DL Decreto-Lei
EPI Equipamento de Proteção Individual
HML High, Medium, Low
HZ Hertz
INE Instituto Nacional de Estatística
ILO International Labour Organization
ISO International Organization for Standardization
MPT Ministério Público do Trabalho
NIOSH National Institute for Occupational Safety and Health
NP Norma Portuguesa
OIT Organização Internacional do Trabalho
OSHA Occupational Safety and Health Administration
OMS Organização Mundial de Saúde
PAIR Perda Auditiva Induzida pelo Ruído
PORDATA Base de dados sobre Portugal Contemporâneo
PRISMA Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analysis
s Segundo
SNR Single Noise Reduction
SSO Segurança e Saúde em Obra
U Incerteza expandida
VAI Valor da Ação Inferior

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Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

VAS Valor da Ação Superior


VLE Valor Limite de Exposição
% Percentagem

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Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

GLOSSÁRIO

Acidente ocupacional – Aquele que se verifique no local e no tempo de trabalho e produza direta
ou indiretamente lesão corporal, perturbação ou doença de que resulte redução na capacidade de
trabalho ou a morte1.
Avaliação do risco – Processo sistemático que visa a identificação dos perigos e dos eventos
desencandadores.
Doença Ocupacional – Toda a doença contraída pelo trabalhador na sequência de uma exposição
a um ou mais fatores de risco presentes na atividade profissional, nas condições de trabalho e/ou
nas técnicas usadas durante o trabalho.
Dosímetro – Instrumento de medição de nível de pressão sonora, destinado a medir a exposição
ao ruído de uma pessoa ao longo de um período de tempo.
Exposição pessoal diária ao Ruído, LEX, 8h, – Representa o nível sonoro contínuo equivalente,
ponderado A, calculado para um período normal de trabalhão diário de oito horas, que abrange
todos os ruídos presentes no local de trabalho, expresso em dB (A).
Exposição pessoal diária efetiva, LEX, 8h, efect – Representa a exposição pessoal diária ao ruído
tendo em conta a atenuação proporcionada pela utilização correta de protetores auditivos, expressa
em dB (A).
Fator desencadeador – Aspeto que origina e/ou potencia um determinado acontecimento.
Fonte de Risco - O elemento que, por si só ou em combinação com ouros, tem o potencial
intrínseco de originar um risco2.
Local de Trabalho – Lugar em que o trabalhador se encontra ou de onde ou para onde deva
dirigir-se em virtude do seu trabalho, na qual esteja direta ou indiretamente sujeito ao controlo do
empregador3.
Nível de pressão sonora de pico, Lcpico – Valor máximo de pressão sonora instantânea, ponderado
de C, expressa em dB (C).
Nível sonoro contínuo equivalente, ponderado A, em decibel, L aeq, T – Valor do nível de
pressão sonora ponderada A de um ruído uniforme que, no intervalo de tempo T, tem o mesmo
valor eficaz da pressão sonora do ruído considerado cujo nível é variável em função do tempo.
Perigo – Fonte de dano potencial4.
Posto de trabalho – Conjunto de todas as tarefas concretizadas por um determinado trabalhador
durante um dia inteiro de trabalho, geralmente consiste num período de 8 horas diárias (é dotado
de recursos humanos, físicos, tecnológicos e organizacionais).

1 Lei 58/2009 de 4 setembro


2 NP EN ISO 31000:2012
3 Decreto-Lei 102/2009
4 NP EN ISO 31000:2012

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Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

Risco – Efeito da incerteza da consecução dos objetivos5.


Ruído – É a mistura de sons ou tons, cujas frequências diferem entre si por um valor inferior ao
poder de discriminação de frequência do ouvido, ou seja, é qualquer sensação sonora considerada
indesejável.
Tarefa – Parte da atividade do trabalho desenvolvido num determinado intervalo temporal.
Valores de ação superior e inferior – Níveis de exposição diária ou semanal ou níveis de pressão
sonora de pico que em caso de ultrapassagem implicam a tomada de medidas preventivas
adequadas à redução do risco para a segurança e saúde dos trabalhadores.
Valores limites de exposição – Concentrações de substâncias nocivas que manifestam condições
às quais se julga que a quase totalidade dos trabalhadores possa estar exposta, sem que dai resultem
efeitos prejudiciais para a sua saúde.
Sonómetro – Instrumento de medição de nível de pressão sonora, destinado a medir a exposição
ao ruído de uma pessoa ao longo de um período de tempo.

5 NP EN ISO 31000:2012

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Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

1 INTRODUÇÃO

1.1 Preâmbulo

A indústria da construção civil tem uma importância notória no contexto da economia a nível
global. É uma atividade económica que se caracteriza por uma imensa variedade no que respeita
aos intervenientes, nomeadamente, as empresas que operam na área, clientes que recorrem aos
seus serviços, diversidade de projetos, multiplicidade de formas de utilizar e manusear a matéria-
prima e uma constante aposta e interesse na evolução tecnológica (Baganha et al., 2002).
Na europa ocidental, a arte de construir, foi sobressaída durante o Império Romano (José, 1996).
A partir dessa época, progredindo a par com a evolução civilizacional, reflete-se nos dias de hoje
como um impulsionador económico e um dos segmentos mais importantes para as sociedades.

De acordo com o relatório anual da Global Powers of Construction (GPoC) referente ao ano de
20206, e partido de uma abordagem atual sobre o setor, à medida que o mundo recupera da atual
crise pandémica provocada pelo vírus SARS-CoV 2, o mercado global da construção continuará a
crescer a um ritmo superior ao da economia como um todo. As estimativas, apontadas no mesmo
relatório, indicam que é expectável que o valor da produção global de construção aumente de 11,6
biliões de dólares em 2020 para cerca de 14,8 biliões em 2030, resultando uma taxa média de
crescimento anual de cerca de 2,5% (GPoC, 2020).
A nível mundial, as conjeturas apontam para que o setor continue a apostar na inovação, no
desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias e equipamentos, de forma a conseguir uma
maior eficiência a nível operacional que culminará numa rentabilidade sustentável. As 100 maiores
empresas de construção do mundo geraram receitas superiores a 1,51 biliões de dólares durante o
ano de 2020, o que representa um aumento de 3,7% em relação ao ano anterior. As maiores
empresas em termos de receita estão localizadas na China (48%), Europa (22%), Japão (13%),
Estados Unidos (8%) e Coreia do Sul (5%). A construtora Mota-Engil é a única representante
portuguesa no Top 100 mundial, com a 76ª posição (GPoC, 2020).
Nos últimos anos, em Portugal, este setor tem apresentado um grande dinamismo, motivado pelo
forte investimento público e privado que leva à materialização de grandes projetos (Baganha et
al., 2002).
Assim, a construção civil manifesta-se como uma atividade com relevância no contexto económico
e social Português. É uma área fortemente empregadora e um dos setores mais relevantes para o
desenvolvimento económico do país, compreendendo um volume de negócios de 22 865 milhões
de euros com 301 710 trabalhadores distribuídos por 51 189 empresas (ano de 2020)7.
Conserva-se motivada pela heterogeneidade associada às atividades inerentes, e pelo facto das
obras serem sempre diferentes, o que contribui para uma forte ocorrência de sinistros laborais.

6
https://www2.deloitte.com/global/en/pages/energy-and-resources/articles/deloitte-global-powers-of-construction.html
7
https://bpstat.bportugal.pt/conteudos/publicacoes/1304

Rainho, Marina 1
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

Manifesta-se pertinente o estudo do setor, de forma a lançar um contributo para a diminuição da


sinistralidade, com vista à implementação de medidas que reduzam os impactos associados à saúde
dos trabalhadores, com ênfase para a prevenção de doenças ocupacionais.
São conhecidos vários tipos de fatores que expõem o trabalhador da construção a riscos, que
podem ser físicos, químicos, biológicos e ergonómicos, em que a sua exposição, não controlada,
pode despoletar o aparecimento e ou evolução de doenças profissionais.
O sector da construção civil, à sequência de outros um pouco por todo o mundo, tem sofrido uma
constante modernização. A evolução tecnológica levou à mecanização e automatização de várias
tarefas, tendo melhorando consideravelmente as práticas laborais, permitindo uma diminuição dos
prazos para execução das tarefas levando à redução da mão-de-obra e desperdício dos materiais.
Apesar do trabalho manual ser cada vez mais prescindível, não significa que o trabalhador perca
importância. Surgem, então, novos desafios para o operário, para as empresas e para os
profissionais da área de segurança e saúde no trabalho.
Em ambiente de obra existe, frequentemente, um número elevado de equipamentos e ferramentas
que funcionam simultaneamente, produzindo elevados níveis de ruído, aos quais os trabalhadores
estão expostos — não somente os trabalhadores que manuseiam essas máquinas, como também os
trabalhadores que, no mesmo ambiente, realizam tarefas que não pressupõem a interação direta ou
indireta com as fontes de ruído.
A exposição ao ruído é considerada um fator de risco para a saúde dos trabalhadores, com
incidências duráveis de exposição a simultâneas fontes de ruído, transversal aos vários setores de
atividade8. A presença de níveis sonoros elevados e diversificados nos postos de trabalho podem,
eventualmente, ser associadas a impactos nas condições de trabalho, que se manifestam no
resultado da atividade produtiva.
Neste sentido, o ruído surge com enfoque fundamental quando se aborda o tema de exposição aos
agentes físicos, devendo ser encarado por todos os envolvidos nas atividades do setor, desde as
equipas de gestão, aos responsáveis pela segurança, não apenas nas várias fases da obra como
também nas fases de projeto.
Fazendo uma retrospetiva da evolução do setor, é notória uma tendência evolutiva no que concerne
à qualidade do produto final. Os fatores humanos e as características organizacionais das empresas
são identificadas como impulsionadores para a obtenção dessas melhorias, no entanto, essa
qualidade, acarreta outros custos, custos esses por vezes irreversíveis, para os trabalhadores
envolvidos nos processos.

8
https://www.apsei.org.pt/areas-de-atuacao/seguranca-no-trabalho/o-ruido-no-local-de-trabalho

2 Introdução
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

1.2 Sinistralidade na Indústria da Construção Civil

O setor da construção, apesar de articulado a um crescimento persistente, concebendo empregos e


impulsionado o desenvolvimento da economia, é também um segmento a par com o elevado
número de acidentes e doenças ocupacionais no país. De acordo com os dados recolhidos pela
Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), o setor de atividade da construção foi onde se
registou um maior número de acidentes de trabalho mortais, tendo totalizado no ano de 2021, 49
acidentes mortais e 165 acidentes graves, manifestando-se como o setor com maior número de
acidentes graves e mortais, emergindo como o setor de atividade que totaliza mais acidentes graves
e ou mortais. O perfil do sinistrado é maioritariamente o trabalhador do sexo masculino, com idade
compreendida entre os 45 e os 65 anos9.
De acordo com os registos da Direção Geral da Saúde (DGS), as doenças profissionais são
responsáveis, anualmente, pela morte de seis vezes mais pessoas do que os acidentes de trabalho:
no ano de 2008 foram reportados um total de 3173 casos por doença profissional. Deste número,
a maioria (2826) foram provocados por exposição a agentes físicos (radiações, ruídos, iluminação
insuficiente, pressão superior à atmosférica, vibrações ou cargas demasiado pesadas sobre nervos
ou cartilagens). As restantes distribuem-se da seguinte maneira: 174 dizem respeito a doenças do
aparelho respiratório, 103 foram doenças provocadas por agentes químicos, 27 dizem respeito a
doenças infeciosas e parasitárias, 12 doenças cutâneas, e 31 doenças atípicas. Dados referentes ao
mesmo ano, 2008, e da mesma fonte, atestam o seguinte: 1386 pessoas morrem anualmente por
doenças ligadas ao trabalho, 231 pessoas morrem anualmente em consequência dos acidentes de
trabalho e 2 400 018 é o número anual de acidentes de trabalho não resultantes em morte para o
trabalhador. Em termos de manifestação clínica de doenças ocupacionais, de acordo com o
relatório de dados estatísticos do CNPRP/2008, a incidência mais significativa mostra que as
doenças músculo-esqueléticas são as doenças que manifestam maior número de casos, tendo
totalizado 2925 casos, logo seguidas da hipoacusia (surdez) que apresenta 572 casos (UGT, 2012).
Os trabalhadores que prestam funções neste sector, mais especificamente em ambiente não
controlado – obra, encontram-se expostos a agentes físicos, tendo sido constatado que se expõem
a níveis de ruído elevado. A exposição a curto prazo ao ruído excessivo em níveis elevados poderá
causar a perda de audição temporária, que pode durar entre alguns segundos até vários dias,
constatando-se que a exposição prolongada ao ruído pode provocar perda auditiva permanente e
irreversível (ACT, 2021).
A exposição ao ruído não se limita somente a deteriorar a audição do trabalhador, pode também
despoletar acidentes, pois interfere com a comunicação em ambiente ocupacional (OSHA, 2005).
Assente nos dados conhecidos, a presente dissertação, pretende avaliar a exposição dos
trabalhadores da construção civil ao ruído ocupacional, de forma a lançar hipóteses de controlo do
ruído a contemplar ainda na fase de projeto, com vista à redução dos tempos e níveis de exposição.

9
https://www.act.gov.pt/(pt-PT)/CentroInformacao/Estatistica/Paginas/AcidentesdeTrabalhoGraves.aspx

Rainho, Marina 3
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

1.3 Problemática e hipóteses de investigação

São consideradas agentes físicos as diversas formas de energia que, de algum modo, podem
comprometer a saúde e/ou integridade humana de um trabalhador sujeito àquelas. Esta exposição,
a longo ou curto prazo, poderá resultar em acidente de trabalho ou culminar em enfermidades,
designadas de doenças ocupacionais. A delegação geral de saúde (DGS) define que as doenças
adquiridas por um trabalhar, devido à exposição a um ou a mais fatores de risco, combinados ou
não, presentes na realidade laboral, nas condições de trabalho e nas técnicas utilizadas durante a
realização das tarefas laborais, são designadas de doenças profissionais.
Neste contexto, em Portugal, admitimos que os trabalhadores da construção civil estão expostos a
vários fatores de risco, no que concerne à exposição aos agentes físicos, nomeadamente, o ruído,
as vibrações, as pressões anormais, as temperaturas extremas e as radiações ionizantes e não
ionizantes (Silva et al., 2016). A presente dissertação salienta e evidencia a exposição ao ruído.
Alguns dos agentes físicos supramencionados estão associados à utilização de máquinas e ou
ferramentas que são responsáveis pela exposição dos trabalhadores a esse agente. Com a análise
dos dados refentes às estatísticas dos acidentes de trabalho e de doenças profissionais,
conseguimos depreender que os fatores de risco subordinados à exposição a esses agentes, embora
não tenham um impacto significativo quando falamos em acidentes de trabalho mortais, estão
associados à manifestação de doenças profissionais graves.
A nível global, temos assistido a uma diminuição do número de acidentes de trabalho, de forma
genérica, constatando-se uma redução de cerca de 25% dos acidentes de trabalho, ao longo dos
últimos dez anos. Em contraponto, o número de doenças relacionadas com o trabalho contínua
responsável por 2.4 milhões de mortes a nível mundial, 200 000 das quais na Europa10.
Neste âmbito, e tendo por base o estudo do agente físico ruído, é possível depreender que a maioria
das doenças profissionais a este associado, se manifestam em consequência da exposição,
constante ou pontual, mas elevada, do trabalhador a este agente. Assente nesta realidade, e de
acordo com a EU-OSHA, é fundamental fomentar a prevenção, com vista à aplicabilidade de
políticas e boas práticas nos locais de trabalho, sendo os conceitos de avaliação de riscos e gestão
de riscos fundamentais, para a prevenção de riscos associados à segurança e saúde no trabalho11.
Por outro lado, é necessário assumir a existência da exposição e quais as suas possíveis
consequências, de forma a estabelecer estratégias de atuação.
Assente na problemática da doença profissional motivada pela exposição dos trabalhadores do
sector da construção civil ao ruído, urge identificar as tarefas que expõem o trabalhador a esse
agente, tendo como premissa o controlo dos níveis de exposição.
Em Portugal, as doenças profissionais identificadas e reconhecidas pelo Ministério do trabalho e
da Solidariedade social, estão listadas no Decreto-Regulamentar 76/2007 de 12 de julho,
mencionando os Agentes físicos e consequentemente o Ruído no capítulo 4.

10 https://osha.europa.eu/pt/themes/work-related-diseases
11 https://oshwiki.eu/wiki/Prevention_and_control_strategies

4 Introdução
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

A atividade laboral, quando não é executada em condições adequadas, é responsável por alterações
na saúde do trabalhador. São conhecidos vários tipos de fatores de risco que podem contribuir para
o aparecimento e ou evolução de doenças profissionais.
Sucede fundamental a prevenção, de forma a proteger o trabalhador do excesso de ruído produzido
pelas várias tarefas inerentes às atividades da construção. A constante evolução levou à
incorporação de novas técnicas e metodologias que acentuaram a produção de ruído neste
contexto. A exposição ao ruído, sem qualquer medida de controlo ou proteção, acaba por afetar o
desempenho do trabalhador na execução da sua atividade laboral e pode provocar distúrbios ao
nível do cérebro e do sistema nervoso que podem resultar irreparáveis. As ondas sonoras
produzidas por uma fonte emissora de ruído, podem transmitir-se desde a origem até ao ouvido do
ser humano de forma direta ou indireta, por condução, através dos materiais de construção que
podem funcionar com fontes secundárias. Sempre que o ruído alcança determinados níveis, o
aparelho auditivo apresenta fadiga. Apesar de numa fase inicial não ser considerado grave e ser
expectável a recuperação, nos casos de exposição constante, prolongada e não controlada, existe
possibilidade de atingir surdez permanente, motivada por lesões irreversíveis no ouvido interno.
Com a presente dissertação aspira-se conseguir responder às seguintes interrogações:
- Os trabalhadores que executam atividades no setor da construção civil estão expostos a níveis de
ruído que podem ser considerados prejudiciais à sua saúde?
- Os trabalhadores que manuseiam a fonte de ruído (máquina) são os únicos trabalhadores expostos
a níveis de ruído elevados?
Que permitirão dar resposta à questão fundamental da investigação, cerne da presente dissertação:
- É possível diminuir a exposição ao ruído dos trabalhadores que realizam tarefas no setor da
construção? Através de que medidas?

Rainho, Marina 5
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

1.4 Estrutura da dissertação

A dissertação que se apresenta organiza-se por capítulos.


Um primeiro capítulo, designado por introdução, onde se irá realizar uma contextualização
histórica do setor da construção civil e uma análise das estatísticas dos acidentes de trabalho e das
doenças profissionais associadas ao setor em estudo. Neste primeiro capítulo também será
identificada e abordada a problemática em estudo, quais as hipóteses de investigação e a estrutura
da dissertação.
O segundo capítulo será afeto à revisão bibliografia, realizada sobre o agente físico ruído, de forma
a depreender quais as manifestações e consequentes implicações nos trabalhadores que exercem
atividades no setor da construção civil. Este capítulo é composto por cinco subcapítulos,
nomeadamente: Conceitos básicos de origem tecnológica; Descrição da metodologia da revisão
bibliográfica; Resultados e discussão da revisão bibliográfica; Conclusões da revisão bibliográfica
e Enquadramento legal e normativo acerca do ruído – Evolução temporal.
O terceiro capítulo incidirá sobre os objetivos, materiais e métodos explanados em sete
subcapítulos: Objetivos da dissertação; Descrição da metodologia aplicada; Análise e descrição
dos postos de trabalho avaliados e caracterização do processo produtivo; Descrição da estratégia
de medição; Instrumentos selecionados para a medição da exposição ao ruído; Medição e
Tratamento de dados e cálculos.
O quarto capítulo dedicar-se-á à discussão dos resultados obtidos no capítulo três e compreenderá
os seguintes subcapítulos: Resultados das medições; Discussão dos resultados referentes aos níveis
de pressão sonora obtidos; Discussão dos resultados relativos à análise espetral realizada; Medidas
de vigilância da saúde e Medidas de tratamento de risco, devidamente fundamentadas.
O penúltimo capítulo, o quinto, irá apresentar as conclusões conseguidas com a investigação e
salientar as perspetivas futuras sobre o tema.

6 Introdução
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Conceitos básicos de ordem tecnológica

Ruído Ocupacional
O ruído é um som indesejado e a sua intensidade é medida em decibéis (dB) (Miguel 2014)
(OSHA,2015). A escala de decibéis é logarítmica, pelo que a um aumento de três decibéis no nível
do som corresponde a duplicação da intensidade do ruído. A fim de ter em conta o facto de o
ouvido humano possuir uma sensibilidade diferente a frequências diferentes, a pressão sonora ou
intensidade do ruído é, normalmente, medida em decibéis ponderados A [dB (A)]. Mas não é
apenas o nível de pressão sonora que determina a perigosidade do ruído. O período de exposição
é também muito importante. Para ter em conta este fator, são utilizados níveis de som com
ponderação temporal. No caso do ruído no local de trabalho, esta ponderação baseia-se
normalmente num período diário de trabalho de oito horas (OSHA, 2015).
Os efeitos do ruído sobre o ser humano depende de três características, a amplitude, a frequência
e a duração. Embora não exista uma normalização referente às definições dos tipos de exposição
ao ruído, podemos classificar esta normalização como continua ou impulsiva. Todos os ruídos não
impulsivos (contínuo, variável e intermitente) são conjuntamente designados por ruídos contínuos.
Os ruídos de impacto e de impulso são conjuntamente designados por ruídos impulsivos (Azeres,
2002).
Relativamente aos tipos de ruído, a norma ISO 2240:2003, refere que o espetro de ruído pode ser
contínuo ou com sons considerados puros e audíveis, podendo o ruído classificar-se como ruído
estacionário, uniforme e não estacionário. O ruído não estacionário pode ser subdividido em três
tipos, contínuo, intermitente e impulsivo (Miguel, 2014).
O ruído contínuo corresponde aos tipos de ruído cujos níveis de pressão sonora e espetros de
frequência se mantêm constantes no tempo. O ruído intermitente refere-se aos ruídos com níveis
de pressão sonora e espetro de frequência que possuem variações em intervalos bem definidos e
identificáveis, podem ser periódicos. O Ruído impulsivo é um tipo de ruído de muita curta duração
(< 200 ms) e com um nível de pressão sonora bastante elevado (usualmente reconhecido em caso
de detonação de substâncias explosivas) (Ferreira & Guerreiro, 2010).
Usualmente, nos locais de trabalho, a exposição representa um misto de ruídos do tipo contínuo e
impulsivo. No setor da construção os trabalhadores estão expostos aos três tipos de ruído, com
mais incidência para o ruído contínuo e intermitente. Não tão frequente temos a exposição ao ruído
impulsivo, que aprece como ferramenta da engenharia da escavação, associada à abertura de túneis
e desmonte de superfícies com componentes rochosas.

Rainho, Marina 7
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

Os efeitos do ruído na saúde humana podem agrupar-se em:

Efeitos físicos, que resultam na modificação das características físicas do sistema auditivo, que
podem reverter em perdas auditivas, temporárias ou permanentes (APSEI 2022)12;
Efeitos fisiológicos, que podem emergir em alterações no funcionamento do organismo, lesando
não somente o sistema auditivo como também as diferentes funções orgânicas, contribuindo para
o aparecimento de distúrbios gastrointestinais, alterações no sistema nervoso central, alterações no
ritmo cardíaco e respiratório e tensão muscular (Miguel, 2014);
Efeitos psicológicos, alterações no comportamento do trabalhador, que podem causar
irritabilidade em trabalhadores com tendência de stress e agravar o estado de angústia em pessoas
com tendência a depressão (Miguel, 2014).
Som
Som é qualquer variação de pressão que o ouvido pode detetar. Quando uma fonte sonora, como
um diapasão, vibra, provoca variações de pressão no ar ambiente, que se sobrepõem à pressão
do ar. Comparada com a pressão do ar (em Pascal), a variação da pressão sonora é percetível
pelo ouvido humano na gama de 20mPa a 100 Pa, para um indivíduo médio em plena posse das
suas capacidades auditivas (APSEI 2022) 7.
Fisiologia do ouvido humano
Do ponto de vista físico, pode definir-se o ruído como toda a vibração mecânica estatisticamente
aleatória de um meio elástico. Do ponto de vista fisiológico, será todo o fenómeno acústico que
produz uma sensação auditiva desagradável ou incomodativa (Miguel, 2014) (Azeres, 2002). Para
o entendimento da exposição ao ruído em contexto ocupacional é fundamental que se compreenda
como funciona a Anatomia e Fisiologia da Audição e quais as áreas anatómicas que o ruído
atravessa até ser sentido pelo cérebro humano.
O ouvido humano é um recetor, ligado à recolha, condução, modificação e amplificação das ondas
sonoras. O sistema auditivo é constituído por três áreas anatómicas distintas, de acordo com a
figura 1.
O ouvido externo é composto pelo pavilhão auricular e pelo canal auditivo externo. (Miguel,
2014). O Pavilhão auricular tem como função conduzir as ondas sonoras pelo canal auditivo
externo até à membrana timpânica (Paço, 2010).
O ouvido médio é constituído pela membrana timpânica e uma cadeia de ossículos – martelo,
bigorna e estribo, conexos entre si. (Miguel, 2014). As ondas que advêm do ouvido externo,
atingem o tímpano fazendo-o vibrar, o movimento vibratório propaga-se aos ossículos que
transmitem ao ouvido interno (Paço, 2010).
O ouvido interno encontra-se encerrado numa cápsula óssea, designada de labirinto ósseo, e
comunica com o ouvido médio pela janela oval e pela janela redonda. É um sistema complexo de

12
https://www.apsei.org.pt/areas-de-atuacao/seguranca-no-trabalho/o-ruido-no-local-de-trabalho/

8 Revisão Bibliográfica
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

canais preenchidos por um líquido, perilinfa, e encontra-se dividido em dois sistemas: a cóclea,
que é o órgão responsável pela audição e os canais circulares que são os órgãos do equilíbrio
(Azeres, 2002). O Som transmite-se ao ouvido interno pelas vibrações dos ossículos do ouvido
médio, que se encontram ligados à cóclea. Células microscópicas e sensíveis que convertem essas
vibrações num sinal eletroquímico que é transportado pelo nervo auditivo para o Sistema Nervoso
Central, onde o som é finalmente ouvido e reconhecido (Paço, 2010).

Figura 1: Imagem ilustrativa da Anatomia do Ouvido Humano


Fonte: (Netter - Anatomia Humana, 7ª edição – Elsevier)

Nível de pressão sonora e decibel


O nível de pressão sonora (NPS) é uma medida logarítmica da pressão sonora para um determinado
som relativamente a um valor de referência. É representada por símbolo “Lp” e expressa em
decibéis (dB). A pressão sonora de referência é de 20 ųPa (micropascal)13.
Potência sonora
Potência sonora (P) é a quantidade de energia emitida por uma fonte sonora num intervalo de
tempo (ou seja: num segundo). A potência sonora é expressa em watt (W). A intensidade sonora
deriva do conceito de potência (quantidade de energia por unidade de área) 14.

13
https://www.act.gov.pt/(pt-PT)/crc/PublicacoesElectronicas/Documents/Guia_Ruido_no_Trabalho.pdf
14
Ibid.

Rainho, Marina 9
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

Pressão Sonora
Chama-se pressão sonora “p” (ou pressão acústica) a uma alteração da pressão atmosférica que se
propaga no ar como uma onda15. A escala de valores de níveis de pressão sonora e respetiva
perigosidade encontram-se na figura 2. De acordo com a norma portuguesa NP ISO 1996:2011, O
nível de pressão sonora, Lp, em decibéis, é dado pela seguinte expressão:
𝑝2 𝑝
Lp = 10.log = 20. log Equação 1: Fórmula de cálculo do nível de pressão sonora
𝑝0 2 𝑝0

p – Consiste no valor eficaz ou valor médio quadrático que é a raiz quadrada da média aritmética
dos quadrados dos valores instantâneos de pressão sonora, da pressão sonora, em pascal;
p0 – Consiste no valor eficaz da pressão sonora de referência (2 x 10-5 Pa).
Todas as fontes sonoras emitem uma determinada potência acústica, característica e de valor fixo,
relacionada com a saída da mesma. As vibrações sonoras originadas pela fonte têm, valores
variáveis dependentes de fatores externos, tais como a distância e orientação do recetor, variações
de temperatura tipo de local etc. (Miguel, 2014). A forma como a sensibilidade auditiva se
manifesta vária de acordo com as características do individuo exposto, e pode depender de fatores
como a idade, o estado emocional e as rotinas associadas ao dia-a-dia. (Santsfeld & Matherson,
2022

Figura 2: Pressão sonora e nível de pressão sonora


Fonte: (Miguel, 2014)

15
https://www.act.gov.pt/(pt-PT)/crc/PublicacoesElectronicas/Documents/Guia_Ruido_no_Trabalho.pdf

10 Revisão Bibliográfica
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

A intensidade das vibrações sonoras ou das variações de pressão sonoras que lhes estão associadas
exprime-se em newton por metro quadrado (N.m-2) ou pascal e designa-se por pressão sonora
(Miguel, 2014).
O limiar da audibilidade a 1000 Hz é provocado por uma pressão de 20 μ pascal (μPa), e o limiar
da dor ocorre a uma pressão de 100 pascal (Pa) (Miguel, 2014).
O ouvido humano não responde linearmente aos estímulos, mas sim logaritmicamente, pelo que,
as medidas dos parâmetros acústicos são feitas numa escala logarítmica em decibéis (dB). O
decibel é o logaritmo da razão entre o valor medido e um valor de referência padronizado e
corresponde, praticamente, à mais pequena variação da pressão sonora que um ouvido humano,
pode distinguir, nas condições normais de audição (Miguel, 2014).
Ponderação em frequência
As diferenças na receção sonora de acordo com a frequência e o nível fazem com que sejam
utilizados níveis de pressão sonora ponderados para avaliar o risco de perda auditiva. O nível de
pressão sonora ponderado A, expresso em dB (A) é o que melhor corresponde à receção subjetiva
de sons com um nível de pressão sonora baixo. O nível de pressão sonora ponderado C, expresso
em dB (C) é o que melhor corresponde à receção subjetiva de sons com um nível de pressão sonora
elevado. A ponderação representa um ajustamento ou uma correção dos níveis de pressão sonora
e aplica-se a cada banda de frequências16.
De forma a ter uma noção exata da composição do ruído é necessário apurar o valor sonoro para
cada frequência. Esta análise é denominada de análise espetral ou análise por frequência (Azeres,
2002) (Miguel, 2014).
Limiar de audição, Frequência e espetro
O valor mínimo do nível de pressão sonora de uma dada frequência audível chama-se limiar de
audição. É definido como o nível de som ao qual, em condições específicas, se obtêm 50 % de
respostas corretas durantes testes de deteção repetidos17. O ouvido humano tem capacidade de
detetar frequências entre os 20 Hz e os 20 000 Hz. As frequências abaixo dos 20 Hz são designados
de infra-sons, enquanto, as frequências acima dos 20 000 Hz são nomeadas de ultra-sons (Figura
3). Quanto maior for a frequência, mais agudo é o Som, quanto menor, mais grave. Os infra e ultra-
sons não são audíveis pelo ouvido humano. A gama audível encontra-se dividida em 10 grupos de
frequências que são designadas por oitavas. Cada oitava, por seu turno, está subdividida em 3
grupos de terços de oitava (Miguel, 2014).

16 https://www. act.gov.pt/(pt-PT)/crc/PublicacoesElectronicas/Documents/Guia_Ruido_no_Trabalho.
17
https://alextinoco.com/saude-do-trabalho/pdf-pca-programa-de-conservacao-auditiva/

Rainho, Marina 11
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

Figura 3: Variação de Pressão Sonora


(Fonte: APSEI)

Ao observar um ponto da onda sonora, nota-se que a pressão altera um determinado número de
vezes por segundo à volta da pressão atmosférica (Miguel, 2014).
A frequência é expressa na seguinte equação, em que o número de flutuações ou períodos por
segundo (hertz) define a frequência ou altura do som (Azeres, 2002) (Miguel, 2014):
1
f=T Equação 2: Fórmula de cálculo da frequência

Em que:
f = Corresponde à frequência, em hertz;
T = Designa o período, em segundos.
PCA – Programa de Conservação Auditiva
O Programa de Conservação Auditiva (PCA), também denominado Programa de Prevenção de
Perdas Auditivas (PPPA), corresponde a um conjunto de atividades que visam prevenir ou
estabilizar as perdas auditivas ocupacionais por meio de um processo de melhoria 18.
PAIR – Perda auditiva induzida por Ruído
A perda auditiva induzida por ruído (PAIR) é 100% evitável. Não obstante, uma vez adquirida, é
permanente e torna-se irreversível (NIOSH, 1998). A PAIR é a doença profissional mais comum
na Europa, representando cerca de 30% da totalidade das doenças ocupacionais (OSHA, 2005).
Compreender e minimizar os riscos é essencial para a prevenção de lesões relacionáveis ao ruído.
A eliminação ou redução do ruído na fonte, provenientes das instalações e dos equipamentos, reduz
os riscos relacionados à PAIR e resulta em maior segurança, produtividade e conforto (Tak et al.,
2009). A PAIR afeta, numa fase inicial as altas frequências, (3000,4000 ou 6000 Hz), passando
posteriormente a afetar as mais baixas (500,1000 ou 2000 Hz) (Sengogut, 2007). A melhor forma
de reduzir a exposição ao ruído e consequentemente a perda auditiva é tratar os ruídos na sua
origem. O uso dos princípios de engenharia para solucionar os problemas com ruídos perigosos
encontrados no local de trabalho antes da sua exposição ocorrer (por exemplo, com a instalação

18
https://www.act.gov.pt/(pt-PT)/crc/PublicacoesElectronicas/Documents/Guia_Ruido_no_Trabalho.pdf

12 Revisão Bibliográfica
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

de equipamentos mais silenciosos ou a construção de uma barreira acústica) é a maneira mais


eficaz de reduzir os níveis de ruído no local de trabalho (NIOSH, 2001). De acordo com a
hierarquia de controlos, tais medidas têm prioridade sobre o uso de equipamentos de proteção
individual, como protetores auditivos (NIOSH, 2015).
De acordo com o Internation Labour Organization (ILO), a exposição ao ruído nos locais de
trabalho pode causar danos auditivos permanentes e incapacitantes, que podem ocorrer de forma
gradual, devido à exposição ao ruído ao longo do tempo ou pela exposição a ruídos repentinos e
extremamente altos. A PAIR não é único problema associado à exposição ao ruído, paralelamente
o trabalhador pode desenvolver zumbido, uma condição que pode levar a distúrbios no sono 19.
Tinnitus
Corresponde a uma sensação de zumbido, que deriva da exposição excessiva ao ruído. Se o ruído
for impulsivo, o risco é substancialmente aumentado. O tinnitus pode ser o primeiro sinal de que
a audição está a ser afetada pelo ruído (OSHA, 2015).

19
https://www.ilo.org/global/topics/labour-administration-inspection/resources-library/publications/guide-for-labour-
inspectors/noise/lang--en/index.htm

Rainho, Marina 13
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

2.2 Descrição da metodologia da revisão bibliográfica

No presente estudo foi aplicada uma revisão bibliográfica sistemática, obedecendo às


recomendações do Preferred Reporting Items For Systematic Reviews and Meta-Analysis
(PRISMA) Statement (Page et al.,2021). O primeiro passo consistiu em selecionar as palavras-
chave e as bases de dados adequadas à temática em estudo, que incidiu sobre a exposição do agente
físico – Ruído, no setor da construção Civil.
Procedeu-se à pesquisa bibliográfica integrada nas bases de dados que melhor se adequam ao tema
em estudo, nomeadamente: SCOPUS, INSPEC e WEB OF SCIENCE. Foram utilizadas cinco
combinações de termos, representativos do objeto em estudo. A combinação de palavras-chave foi
realizada de forma a direcionar o conteúdo para o tema em análise, pelo que, em todas as
combinações foi incluída a palavra Construção Civil. Os grupos de palavras foram combinados
sequencialmente nas três bases de dados supramencionadas, tendo sido introduzida a palavra em
inglês e “AND” entre os conjuntos de palavras-chave selecionados.
As palavras-chave aplicadas consideraram as seguintes combinações:
“Construction” AND “Physical Hazards”
“Construction” AND “Occupational Health” AND “Noise”
“Construction” AND “Occupational Health” AND “Noise” AND “Occupational Disease”
“Construction” AND “Occupational Disease” AND “Physical Agents”
“Construction” AND “Occupational Disease” AND “Portugal”
A metodologia considerada para a exclusão dos artigos que derivaram das combinações
selecionadas foi a seguinte:
 Data: Foram considerados apenas os artigos publicados nos últimos 5 anos, entre 2017 e
2021, de forma a privilegiar os conteúdos mais recentes;
 Tipo: Apenas foram incluídos os documentos que se enquadravam no tipo “artigo”;
 Fonte: Foram considerados unicamente os artigos que enquadravam em “Jornal”;
 Idioma: Foram abrangidos somente os artigos que estavam redigidos no idioma em Inglês.
De forma a incrementar a pesquisa realizada, optou-se pela realização de uma segunda etapa de
pesquisa, procedeu-se à utilização da técnica de bola de neve – Snowballing, que é uma técnica de
amostragem não probabilística, de forma a fomentar o número de artigos obtidos. Com a
implementação desta segunda etapa, sem qualquer critério de exclusão, foram considerados 6
artigos com potencial para o tema, artigos que abordavam a exposição ao ruído no setor da
construção com realce para a proteção do trabalhador (Chinda & Mohamed, 2008), (Costa et
al.,2021), (Garzón et al., 2013), (Kumar & Lee, 2019), (Pulse et al., 2019) e (Suter, 2002).
A primeira etapa da pesquisa foi realizada em dezembro em 2021 e a segunda em julho de 2022.
Após aplicação dos critérios de exclusão supramencionados, os artigos considerados para leitura
integral, em resultado da pesquisa bibliográfica realizada encontram-se na figura 4.

14 Revisão Bibliográfica
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

Identificação
Registos identificados nas Registos adicionais
bases de dados identificados noutras fontes
(n=753) (n=6)

Total de artigos selecionados Artigos excluídos


(n=753) (n=707)
Triagem

Por data: 511;


Por tipo: 73;
Por fonte: 78;
Artigos após remoção de Por língua: 1;
duplicados (n=31) Não relacionados: 44
Elegibilidade

Artigos em texto completo Artigos excluídos,


validados para elegibilidade justificadamente
(n=37) (n=11)
Inclusão

Estudos incluídos na síntese


qualitativa (n=26)

Figura 4: Resultado da revisão bibliográfica (adaptado de Moher, et al., 2009)

2.3 Resultados e discussão da revisão bibliográfica

Com a observação da figura 4, apuramos que esta pesquisa originou, inicialmente, 753 artigos.
Destes foram excluídos 707, após diligência dos critérios de exclusão: 511 por não estarem dentro
da janela temporal considerada (data), 1 por não estar no idioma inglês (idioma), 78 por não
atentarem o tipo de fonte considerada (fonte), 73 por não considerarem o tipo de documento (tipo)
e 44 por estarem fora do tema de pesquisa. Resultaram 46 artigos.
Após aplicação destes critérios, todos os artigos considerados foram salvos e carregados para o
software de gestão de referências, o Mendeley e foi aplicada a ferramenta que remove de forma
automática os artigos duplicados. Após eliminação dos artigos que se encontravam em duplicado,
que totalizaram 15 artigos, foram selecionados para leitura 31 artigos. Destes 31, foram ainda
excluídos 11 artigos, por não se enquadrarem diretamente no caso de estudo. Os artigos excluídos,
nesta fase, abordavam maioritariamente o ruído noutros contextos e setores ou abordavam riscos
associados ao sector da construção que não se incluíam no Agente físico - Ruído. Deste processo
resultaram 20 artigos para leitura integral. Com a aplicação da técnica Snowballing foram incluídos
mais 6 artigos na pesquisa. A figura 4 resume o processo de pesquisa, incluindo os registos dos
artigos excluídos por fase e o número de artigo incluídos. No final, resultaram 26 artigos que
integram a presente revisão bibliográfica sistemática.

Rainho, Marina 15
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

Posteriormente foi realizada uma análise acerca do país de origem de cada artigo de acordo com a
distribuição da figura 5. O país com mais representação foi os Estados Unidos da América, com 8
artigos, seguido de Portugal com 3 artigos, e da República Checa, Dinamarca e China, com 2
artigos cada. Os restantes países, Canadá, Paquistão, Brasil, Reino Unido, Índia, Espanha,
Austrália, Singapura e Malásia incorporaram um artigo cada.

Distribuição dos artigos por país


Malásia
Singapura
Australia
Espanha
Índia
Reino Unido
Brasil
Paquistão
Canadá
China
Dinamarca
Republica checa
Portugal
Estados Unidos da América
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Figura 5: Distribuição dos artigos observados por país

A representação de autores por país organiza-se por ordem crescente de artigos, da seguinte forma:
- Malásia: Salim et al., 2017
- Singapura: Kumar & Lee, 2019
- Austrália: Chinda & Mohamed, 2008
- Espanha: Garzón et al., 2013
- Índia: Neeharika et al., 2018
- Reino Unido: Harvey et al., 2018
- Brasil: dos Santos et al., 2017
- Paquistão: Abrar et al., 2017
- Canadá: Dabirian et al., 2020
- China: Ning et al., 2019; Sun et al., 2021.
- Dinamarca: Frederiksen et al., 2017; Poulsen et al., 2019.
- República Checa: Thai et al., 2021; Kantová, 2021.
- Portugal: Tender et al., 2017; Alves et al., 2020; Costa et al., 2021.
- Estados Unidos da América: Suter, 2002; Feder et al., 2017; Rose, 2017; Kwon et al., 2017;
Kwon et al., 2018; Ahn et al., 2019; Huang et al., 2021; Park et al., 2020.
Após leitura integral dos artigos procedeu-se à distribuição dos mesmos tendo por base o conteúdo
do artigo, tendo resultado na distribuição enumerada na figura 6.

16 Revisão Bibliográfica
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

Influência da participação dos trabalhadores e equipas de


gestão e medidas de SSO

Doenças ocupacionais motivadas pela exposição ao ruído

Metodologia de recolha de dados

Influência da utilização de proteção auditiva

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Figura 6: Distribuição dos artigos por temática

A representação de autores por temática, por ordem crescente de artigos, é a seguinte:


- Influência da utilização de proteção auditiva: Salim et al., 2017; Rose, 2017 e Huang et al.,
2021.
- Doenças ocupacionais motivadas pela exposição ao ruído: dos Santos et al., 2017; Feder et
al., 2017; Kumar & Lee, 2019; Poulsen et al., 2019 Alves et al., 2020; Park et al., 2020 e Sun et
al., 2021.
- Metodologias de recolha de dados: Suter, 2002; Frederiksen et al., 2017; Kwon et al., 2017;
Kwon et al., 2018; Dabirian et al., 2020; Thai et al., 2021 e Kantová, 2021.
- Influência da participação dos trabalhadores e equipas de gestão, com enfoque em políticas
de segurança e saúde em obra (SSO): Chinda & Mohamed, 2008; Garzón et al., 2013; Tender
et al., 2017; Abrar et al., 2017; Harvey et al., 2018; Neeharika et al., 2018; Ahn et al., 2019; Ning
et al., 2019 e Costa et al., 2021;
Alguns artigos (Suter, 2002) (Rose, 2017) (Feder et al., 2017) (Thai et al., 2021) (Kantová, 2021)
tiveram contributos transversais às várias temáticas abordadas, no entanto para esta distribuição
de número de artigos por temática, foram atribuídos ao tema onde se considerou o maior impacto
a nível de informação filtrada.
Doenças ocupacionais identificadas
Tabela 1: Doenças Ocupacionais identificadas nos artigos observados
Autor / Ano País Doença identificada
(Thai et al., 2021) República checa PAIR
(Rose, 2017) Estados Unidos da América PAIR
PAIR, distúrbios de sono, desconforto, sensibilidade e
(Alves et al., 2020) Portugal irritabilidade ao ruído, doenças cardiovasculares e alterações
cognitivas.
(Frederiksen et al., 2017) Dinamarca PAIR
(Sun et al., 2021). China PAIR
República checa PAIR, stresse, zumbido, hipertensão, dores de cabeça, cansaço
(Kantová, 2021)
físico, dificuldade de concentração, problemas circulatórios,
distúrbios do sono, batimentos cardíacos acelerados,
(Kumar & Lee, 2019). Singapura abstinência periférica, distúrbios psicológicos, aumento dos
níveis de adrenalina e perda de magnésio.
(dos Santos et al., 2017) Brasil PAIR
(Poulsen et al., 2019) Dinamarca Enfarte de miocárdio e Acidente Vascular Cerebral
(Feder et al., 2017) Estados Unidos da América PAIR e Zumbido

Rainho, Marina 17
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

Devido à extrema exploração da natureza, a poluição sonora tornou-se num grande problema que
afeta a saúde e qualidade de vida. O ruído foi considerado poluente pela primeira vez no congresso
do Meio Ambiente realizado em Estocolmo em 1972 (Kumar & Lee, 2019). Foi transversal a
vários autores (Feder et al., 2017) (dos Santos et al., 2017) (Frederiksen et al., 2017) (Rose, 2017)
(Poulsen et al., 2019) (Kumar & Lee, 2019) (Alves et al., 2020) (Thai et al., 2021) (Sun et al.,
2021) (Kantová, 2021) (Sun et al., 2021) e (Sun et al., 2021), que a exposição ao ruído afeta a
saúde humana. A década de 1990 foi voltada para impactos mais específicos na saúde humana e
relatos de desconforto devido ao ruído, os estudos que serviram de base ao artigo escrito por Alves
et al. (2020) correlacionaram a exposição ao ruído de baixa frequência com o aparecimento de
doenças cardiovasculares (Alves et al., 2020).
A perda auditiva induzia por ruído (PAIR) é reconhecida há muito tempo como um problema
ocupacional (Thai et al., 2021), sendo a segunda forma mais comum relacionada aos sentidos,
após a perda auditiva relacionada à idade (Sun et al., 2021). Fundamentações recentes, sugerem
que 12 % da população global está em risco de perda auditiva por exposição ao ruído, os
trabalhadores que estão sob exposição prolongada a níveis de ruído excessivo apresentam grandes
probabilidades de desenvolver PAIR (Thai et al., 2021). A OMS inquiriu que cerca de 16 % dos
casos da perda auditiva em adultos foram causados pela exposição ao ruído ocupacional (Sun et
al., 2021) (Thai et al., 2021). A maioria das PAIR tem início insidioso e, portanto muitos
trabalhadores não sabem que estão a perder a audição (Feder et al., 2017).
Em 2009, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças na China lançaram a National Key
Occupational Diseases Survey (NKODS), um projeto de vigilância nacional de dez riscos
ocupacionais por forma a lidar com os desafios mais severos das doenças ocupacionais. O ruído é
um dos dez principais riscos ocupacionais (Sun et al., 2021). A utilização de grandes máquinas e
martelos hidráulicos estão associados à PAIR (Sun et al., 2021).
Entre os trabalhadores dos EUA, a maior prevalência de exposições perigosas ao ruído no local de
trabalho, ocorre no setor da indústria de mineração (76%) e no da construção (44%) (Rose, 2017)
(Feder et al., 2017). A maneira mais eficaz de prevenir a PAIR é eliminar os riscos de ruído (Rose,
2017). Nos EUA a PAIR foi responsável por aproximadamente 11 % de todas as doenças
ocupacionais (Feder et al., 2017). Elizabeth el al (2013), categoriza a indústria de construção de
estradas como uma das ocupações mais perigosas em termos de alta exposição ao ruído, e em
consequência, alto risco de perda auditiva induzida por ruído.
Segundo Rossi (2018), a frequência cardíaca aumenta significativamente em trabalhadores
introvertidos em comparação com uma situação de silêncio, enquanto os trabalhadores
extrovertidos não apresentam alteração na sua frequência cardíaca. A frequência cardíaca nas
pessoas aumentava com a maior exposição ao ruído (Alves et al., 2020). A exposição prolongada
ao ruído das turbinas eólicas está associada ao aumento de Enfarte do miocárdio e acidente
vascular cerebral. As vias fisiopatológicas podem desenvolver a ativação de uma resposta geral ao
stress e a distúrbios de sono, o que contribui para o aumento de fatores de risco, incluindo pressão
arterial, disfunção endotelial e sistema imunológico enfraquecido (Munzel et al, 2017) (Poulsen
et al., 2019). Os danos à audição podem ser evitados, mas quando a perda auditiva induzida por
ruído permanente ocorre, não pode ser curada ou revertida (OSHA, 2011).
18 Revisão Bibliográfica
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

A exposição ocupacional ao ruído é reconhecida como um fator de risco substancial para perda
auditiva e, em todo o mundo e continua a ser a causa mais frequente de perda auditiva
neurossensorial evitável (Frederiksen et al., 2017).
Como um dos maiores produtores mundiais, a China tem muitas empresas de manufatura,
construção e mineração. A poluição sonora tornou-se um dos principais riscos públicos, tendo sido
notadas as seguintes falhas: falta de investimento nos serviços de ruído ocupacional, má gestão da
saúde ocupacional e equipamentos de proteção individual insuficientes para trabalhadores
expostos ao ruído (Sun et al., 2021). A perda auditiva de alta frequência é uma preocupação
significativa para a saúde ocupacional em muitos países, e a identificação precoce pode ser eficaz
para prevenir a perda auditiva (OSHA, 2011) (Frederiksen et al., 2017) (Sun et al., 2021).
Quanto à exposição, o limiar de dor em humanos ocorre quando são atingidos 120-130 dB. O ruído
pode causar uma série de problemas de saúde, não apenas perda auditiva ou surdez, mas também
pelo stresse, zumbido, hipertensão, dores de cabeça, cansaço físico, dificuldade de concentração,
problemas circulatórios, distúrbios do sono, batimentos cardíacos acelerados, abstinência
periférica, distúrbios psicológicos, aumento dos níveis de adrenalina e perda de magnésio,
tornando imperativa a redução dos níveis de exposição ao ruído (Kumar & Lee, 2019) (Alves et
al., 2020) (Kantová, 2021).
A perda auditiva entre os trabalhadores da construção civil, em Mato Grosso – Brasil, varia entre
13 e 70 %, e é maior em profissionais com maior tempo de exposição. No Brasil foram registados
mais de 19 mil acidentes de trabalho decorrentes de problemas auditivos nos trabalhadores da
construção civil entre 2002 e 2012. A perda auditiva é um problema de saúde pública pois afeta o
desenvolvimento da comunicação interpessoal, da linguagem, da interação social e pode prejudicar
o desenvolvimento profissional da população afetada. Os indivíduos detetados com deficiência
auditiva podem apresentar graves problemas psicossociais, que podem levar ao isolamento, stress,
dificuldade no relacionamento social, diminuição da autoestima e depressão (dos Santos et al.,
2017).
Uma única exposição a um súbito e poderoso ruído, como por exemplo uma explosão, pode
danificar o ouvido humano instantaneamente. A perda auditiva ocorre quando os cílios, pequenas
células que revestem a cóclea, no ouvido interno, (ver figura 1) ficam danificadas. Numa fase
inicial, o dano acontece aos cílios que recebem as frequências mais altas. Gradualmente a
exposição ao ruído, afeta a fala, se uma pessoa apresentar uma fala distorcida, pode ser um sinal
que uma perda auditiva substancial já aconteceu (OSHA, 2011).
O ouvido humano pode sofrer danos por exposições regulares a 8 horas a um ruído de 85 dB (A).
Quando um trabalhador está exposto a um ruído de 100 dB (A), motivado pelo funcionamento de
uma britadeira, uma hora por dia de exposição pode ser suficiente para danificar a sua audição. A
NIOSH recomenda que a exposição dos trabalhadores ao ruído deve ser controlada abaixo de um
nível equivalente a 85 dB (A) por oito horas de trabalho, de forma a minimizar a perda de audição.
(OSHA, 2011).

Rainho, Marina 19
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

Metodologia de recolha de dados

Tabela 2: Metodologia de recolha de dados nos artigos observados

Tipo de Níveis de
Equipamento Metodologia de Gama de
Autor /Ano resultad Norma VLE exposição
de medição recolha frequências
os obtidos

(Thai et al., Sonômetro Equipamento de LAeq dB Regulamento 85 dB (A) Entre os 68.8


2021) (Quest medição colocado (A) vietnamita / / 08 e 101.5 —
SoundPro SE, na posição NIOSH horas de (Leq dB (A))
Oconomowoc, operativa do trabalho
WI, EUA) trabalhador, a
uma altura de 1,4
m do solo.
(Dabirian et Sonómetro Com Centro 85 dB (A) Entre os 75 e Níveis de
al., 2020) (SLM) ou metodologias de LAeq dB Canadiano de / 08 93 dB (A) potência
dosímetro recolha de (A) e Saúde e horas de (LEX, 8H dB sonora em
espetros de ruído LEX, 8H Segurança trabalho (A)) banda de
dos locais de dB (A) Ocupacional oitava
trabalho, usando (CCOHS);
simulação de ISSO
Monte Carlo 9612:2009
(Frederikse Dosímetro da Os microfones do Entre os 80.1
n et al., marca Bruel dosímetro foram LAeq dB — — e 85.6 dB (A) —
2017) & Kjr, modelo colocados na gola (A) e (LEX, 8H dB
4443 do lado direito LEX, 8H (A))
nos trabalhadores dB (A)
destros e vice-
versa nos
canhotos. A faixa
de medição
definida foi 70-
120 dB (A)
(Kantová, Software Hluk Avaliação de Regulamento
2021) ruído com recurso LAeq dB Governament — — —
a simulação (A) al 272/2011
utilizando o Coll.
software Hluk
plus
(Kwon et Inteligência Modelo de MOE 2006;
al., 2017) artificial previsão de ruído — NECRC 2016; — — —
designado de
Case-Based
Reasoning (CBR)
(Kwon et Métodos Modelo e previsão
al., 2018) estatísticos do ruído, com — — — — —
recurso a uma
simulação de
Monte Carlo e
probabilidade de
ocorrência do
ruído exceder um
determinado
limite
(Suter, Dosímetro Normas 85 dB (A) Entre os 88.0
2002) — Leq dB Europeias e /08 horas e 108.0 dB —
(A) e Americanas de (A) (Leq
LEX, 8H (comparação) trabalho dB(A))
dB (A)
Entre os 74.0
e 99.0 dB (A)
(LEX, 8H dB
(A))

20 Revisão Bibliográfica
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

As metodologias encontradas nos artigos selecionados estão resumidas na tabela 2. As avaliações


realizadas foram baseadas na avaliação do posto de trabalho e ou nas tarefas, onde foi previamente
realizada uma análise do posto de trabalho de forma a estipular o melhor critério de medição (Suter,
2002) (Frederiksen et al., 2017) (Dabirian et al., 2020) (Thai et al., 2021). No setor da construção,
tendo em conta a variabilidade das tarefas e processos construtivos, as medições foram realizadas
com recurso a dosímetros (Suter, 2002) (Frederiksen et al., 2017) (Dabirian et al., 2020) ou
sonómetros (Dabirian et al., 2020) (Thai et al., 2021), de alta performance, de acordo com o tipo
de tarefa. Outros artigos focaram modelos de previsão de ruído com recurso a simulações (Kwon
et al., 2017) (Kwon et al., 2018) e (Kantová, 2021). Kwon et al. (2017), abordou um modelo de
previsão de ruído designado de Case-Based Reasoning (CBR), baseado em inteligência artificial.
Um ano depois, Kwon et al. (2018), voltou a abordar a temática, desta vez com um modelo de
previsão de ruído com recuso a simulação de Monte Carlo, baseado na probabilidade de ocorrência
do ruído exceder um determinado limite. Kantová (2021) aborda uma avaliação da exposição ao
ruído com recurso a uma simulação utilizando o software Hluk Plus.
Para controlar e mitigar o risco de ruído ocupacional, é necessário implementar uma avaliação de
risco de ruído (Dabirian et al., 2020) (Thai et al., 2021).
Num estudo realizado numa fábrica de cimento no Vietnam, executado por Thai et al. (2021), foi
medido o nível de ruído a que os trabalhadores estavam expostos, onde se constatou que em quase
todos os processos foi ultrapassado o VLE permitido no regulamento vietnamita ou pelo NIOSH,
que corresponde a 85 dB (A) para uma jornada de trabalho correspondente a 8 horas de trabalho.
As fontes de ruído numa fábrica de cimento são variadas e incluem principalmente ruído dinâmico
de gás, que é induzido pela operação do soprador, compressor de ar e coletor de pó, ruído
mecânico, que é induzido pela operação de máquinas, como britadores, moinhos e ruído elétrico-
magnético, que é induzido por motores elétricos. O primeiro processo, que consiste no processo
de fabricação de cimento, na pedreira, o nível de ruído nos subprocessos que incluem, a perfuração,
as operações da escavação e o britador de calcário, variou entre os 86,0 dB (A) e os 101,5 dB (A).
No segundo processo, produção do clínquer (usado como matéria-prima do cimento), com dois
subprocessos principais que incluem a moedor de matéria-prima e o forno rotativo, os valores
apurados foram de 91,2 dB (A) e 90,1 dB (A), respetivamente. No moinho de carvão constatou-se
que os trabalhadores estavam expostos a um valor de 88,3 dB (A). Por fim, no processo de
produção de cimento, na fábrica de cimento foi apurado um valor de exposição ao ruído de 90,3
dB (A) e no processamento de co - resíduos, 90,8 dB (A). Estes resultados revelam que o nível de
exposição ao ruído nos principais processos das fábricas de cimento ultrapassam os VLE, e estes
resultados são comparáveis a outros estudos que serviram de base à elaboração do artigo, Noise
pollution and its correlations with occupational noise-induced hearing loss in cement plants in
Vietnam, que mostram que os processos na fábrica de cimento que ultrapassam os VLE, incluem
a pedreira 98 dB (A), a sala de britagem 106 dB (A), a sala de moinhos 103 dB (A), o moinho de
carvão 102 dB (A) e a sala de compressor de ar 95 dB (A) (Thai et al., 2021).
Um dos artigos foca um estudo realizado sobre a exposição ocupacional do ruído e a sua relação
substancial com a perda auditiva, que continua a ser a causa mais frequente de perda auditiva
neurossensorial evitável. O estudo foi realizado com um intervalo de 10 anos, foram realizadas

Rainho, Marina 21
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

uma medição inicial e uma nova medição 10 anos depois, como resultado foi constatado que os
níveis de ruído diminuíram de 83,9 dB (A) para 82,8 dB (A), (regulamento da Dinamarca impõe
como VLE 85 dB (A)). Verificou-se que o uso de dispositivos de proteção auditiva aumentou de
70,1 para 76,1 %, o que contribuiu para a diminuição dos níveis de exposição (Frederiksen et al.,
2017). As medições deste estudo foram realizadas com recurso a um dosímetro da marca Bruel &
Kjr, modelo 4443. Este artigo viabiliza a importância a implementação de medidas de controlo e
consequentemente a verificação da sua adequabilidade.
Os aspetos ecológicos dos trabalhos de construção incluem o cumprimento dos limites de higiene
para ruído em estaleiro de obras, sendo este causado principalmente pela operação simultânea de
máquinas. Durante a construção, em contexto de obra, verifica-se que a maioria do ruído é causado
por máquinas (Rose, 2017) (Feder et al., 2017) (Abrar et al.,2017) (Ning et al., 2019) (Kantová,
2021). O ruído proveniente do local é adicionado à soma dos tipos de ruído já existentes no meio
ambiente, levando a uma mistura de sons que posteriormente é absorvida pelo ouvido humano
(Kantová, 2021).
Nesta revisão bibliográfica é de destacar o artigo, “Evaluation of construction site noise to allow
the optimisation of construction processes and construction machinery selection”, que aborda os
níveis de ruído em contexto ocupacional no setor na construção, em que o tema do artigo é
precisamente o enfoque da presente dissertação, propondo uma solução de redução de ruído, que
consiste na preparação de um modelo onde é efetuado o registo de medições, que em caso de
ultrapassagem dos valores limite de exposição, se propõe que sejam modificados os procedimentos
tecnológicos, sendo implementados, se possível, de forma imediata ou nas obras seguintes. Este
estudo foi realizado com o suporte do software Hluk plus onde o objetivo consistiu em obter o
nível de potência sonora de um conjunto de máquinas que funcionam em simultâneo, de forma a
se poder estabelecer estratégias de redução do ruído (Kantová, 2021). Foi concluído que é possível
reduzir o valor da pressão sonora abaixo do valor limite de exposição quando se afastam as
máquinas umas das noutras no local de trabalho (Ning et al., 2019) (Kantová, 2021).
À medida que a obra avança e dependendo da complexidade do processo produtivo e da
simultaneidade do envolvimento de máquinas acusticamente dominantes, o ruído emitido também
se altera. O nível de potência sonora de uma determinada máquina é indicado pelo fornecedor do
equipamento na respetiva ficha técnica da máquina (Kantová, 2021). A tabela de dados nº 3 elenca
fontes de ruído dominantes em obra e respetivos níveis de potência sonora recolhidos com
informações dadas pelo fabricante reunidos por Kantová (2021).
As atividades acusticamente mais significativas mencionadas na tabela 3, incluem trabalhos de:
 Demolição;
 Escavação;
 Cravação de estacas.

22 Revisão Bibliográfica
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

Tabela 3: Exemplos de fontes de ruído no setor da construção


Fontes de Ruído Nível de Potência Sonora (dB)
Camiões 90
Retroescavadoras (12 a 40 toneladas) 103
Carregadeiras de direção deslizante 101
Estacas de esteira 110
Escavadeira de estacas de esteira com martelo de demolição 114
Grua móvel 95
Elevador de construção 93
Rolo vibratório 106
Camião Betoneira 101
Mini escavadeira de esteiras 97

Kantová (2021) apresenta uma metodologia de acesso ao empreiteiro para resolver o ruído na
construção, de acordo com o seguinte esquema:

Definição das Organização do Redução dos níveis de


Modificações de
condições de espaço (layout) ruído na obra –
procedimento
contorno nos e dos níveis de Organização na fase
tecnológicos
investimentos ruído de projeto

Figura 7: Metodologia de redução de ruído


Fonte: (Kantová, 2021).

O modelo Construction Noise Prediction Model Based on Case-Based Reasoning (CBR) in the
Preconstruction Phase, sugere alternativas práticas para melhorar a gestão do ruído atual e
converte o paradigma da gestão do ruído de construção, favorecendo as medidas preventivas na
fase de pré-construção. O modelo pode ser aplicado como um complemento à gestão do ruído
ocupacional em estaleiros de obras para permitir que os responsáveis de segurança prevejam e
avaliem com antecedência prováveis problemas relacionados ao ruído. A CBR é uma abordagem
de inteligência artificial que reutiliza o conhecimento retirado de casos anteriores recorrendo a
bases de dados relacionadas ao ruído. Neste estudo os níveis de ruído foram determinados como
atributos de saída para prever o nível de ruído que será emitido durante a fase de construção. O
atributo de saída foi classificado em níveis máximos para os trabalhos provenientes de
terraplenagens, demolições e acabamentos (Kwon et al., 2017).
Kwon et al. (2018), publica um artigo onde propõe um modelo para determinação do risco
induzido por ruído, com a severidade baseada no nível de ruído previsto a partir de uma simulação
de Monte Carlo e a probabilidade de ocorrência do ruído exceder um determinado limite.
A utilização de modelos baseados na probabilidade e simulação das condições acústicas, com
recurso à simulação Monte Carlo, pode ser utilizada para prever os dados de ruído com vista à
criação de mapas de ruído que permitam determinar as zonas mais problemáticas no que respeita
à exposição ao ruído, calculando a exposição ao ruído dos trabalhadores durante o horário de
trabalho. Esta metodologia de avaliação do risco de ruído ocupacional permite estabelecer
previamente estratégias de atuação de forma a minimizar o risco. Neste contexto, é fundamental

Rainho, Marina 23
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

avaliar quando e onde o ruído emitido pelas atividades associadas ao setor poderá afetar, não só
os trabalhadores como também as áreas adjacentes ao estaleiro da obra (Dabirian et al., 2020).
Como estratégia simples de avaliação de ruído pode ser aplicada a regra do pé e indicador de ruído
– 2-3 Foot Rule and Noise Indicator, que consiste numa regra que poderá ser implementada em
qualquer local de trabalhado e permite que um trabalhador, que não tenha problemas auditivos,
obtenha uma ideia acerca do nível de ruído a que se encontra exposto, permitindo verificar se este
pode ser considerado prejudicial. Quando não há um medidor de som disponível, o trabalhador
pode colocar-se a uma distância de cerca de 60-90cm (ou à distância de um braço) do seu colega
de trabalho, e se tiver que levantar a voz para que ele o oiça, podemos assumir que o nível do som
está acima de 85dBA (OSHA, 2011).
O ruído associado à utilização de máquinas
Os principais resultados mostraram que a exposição ao ruído no setor, está ligada à utilização de
máquinas (Abrar et al.,2017) (Rose, 2017) (Feder et al., 2017) (Ning et al., 2019) (Kantová, 2021).
Um estudo realizado por Ferder et al, (2017) inquiriu os participantes que trabalhavam em
ambientes ruidosos a nomear a fonte do ruído presente no ambiente de trabalho com mais impacto,
a maioria dos participantes, 81 % relatou a fonte de ruído como sendo de máquinas (escavadeiras,
retroescavadoras ou equipamentos de serralharia) (Feder et al., 2017).
De acordo com Legris e Poulin, os níveis médios de exposição ao ruído, para um dia de trabalho
que engloba 8 horas, para os operadores de equipamento pesados foram registados os valores de
exposição de 97 dB (A) para o operador de rolo compactador de vibração e de 95 dB (A) para o
operador do rolo compactador de betuminoso. A perda auditiva pode afetar a capacidade do
trabalhador em conduzir em segurança, o que, no caso dos condutores de veículos pesados pode
levar à incapacidade de exercer a profissão. Um estudo baseado numa abordagem multicritério
permitiu sinalizar os trabalhos realizados por escavadeiras mecânicas e tratores por produzir níveis
elevados de ruído. Não foram observadas medidas de controlo nos locais para reduzir a exposição
ao ruído dos trabalhadores expostos. A maior taxa de problemas auditivos devido ao ruído intenso
foi encontrada entre os motoristas de veículos pesados (Abrar et al., 2017).
A maioria dos equipamentos de construção geralmente produzem níveis de ruído superiores a 70
dB (A) e podem facilmente exceder os 100 dB (A) (Kwon et al., 2018). Camiões basculantes, e
camiões betoneira estão associados a problemas relacionados ao ruído (Kwon et al., 2017).
O ruído é um dos contaminantes físicos mais encontrados no setor da construção civil. Ambientes
de ruído variável e intermitente são usuais na indústria da construção, contrariamente à maioria
das indústrias em que o ruído é relativamente continuo. As obras, na maior parte do processo
produtivo ocorrem ao ar livre, sem o acúmulo de reverberação típicos das fábricas, e muitas vezes
é caracterizado por sons de curta duração provenientes do uso de ferramentas manuais. Quando o
ruído de um equipamento se verifica, o nível de som tende a ser mais contínuo. (Suter, 2002).
A poluição sonora associada às atividades da construção é um fator importante que pode
comprometer a saúde ocupacional, e também os ambientes de vida humana. Várias pesquisas
concentram-se principalmente na redução da poluição sonora na envolvente dos edifícios sensíveis
e não para os trabalhadores no local (Ning et al., 2019).
24 Revisão Bibliográfica
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

As fontes de ruído no setor da indústria e da construção encontram-se de várias formas, sendo


exemplo o ruído mecânico, que é induzido pela operação de máquinas, como britadores e o ruído
elétrico-magnético, que é induzido por equipamentos detentores de motores elétricos (Thai et al.,
2021) tais como por motoniveladoras, pás carregadoras de rodas, retroescavadoras (dos Santos et
al., 2017), escavadeiras mecânicas e tratores (Abrar et al., 2017). Tarefas de alto ruído incluem a
aplicação de betuminoso (90 dB (A)), manutenção de esgotos (100-109 (A)), limpeza de escovas
ao usar uma motosserra (100-109 (A)) e utilização da serra elétrica de cortar madeira (102-105
(A)), exposições que estão acima do nível de ação OSHA de 85 (dB (A) (Rose, 2017). Suter (2002)
faz referência a resultados obtidos referentes a níveis de ruído em algumas profissões no setor da
construção tendo apresentado os valores médios de Leq de, 91 dB (A) para o pedreiro e de 105 dB
(A) para o ferreiro. Relativamente a alguns equipamentos usados na construção foram obtidos os
valores médios de Leq de 99 dB (A) para a grua e de 90 dB (A) para a retroescavadora e para a
pavimentadora. Foram também abordados os níveis médios diários de exposição ao ruído (8
horas), tendo sido apurados 94 dB (A) para a retroescavadora e 96 dB (A) para a niveladora de
serviços leves (Suter, 2002).
A maioria das construtoras tentam gerir o ruído por meio de medidas como medição periódica de
ruído, revisões de métodos construtivos, instalações à prova de som, uso de equipamentos de baixo
ruído e programação de trabalho (Kwon et al., 2017). Seguindo a hierarquia de controlos, quando
não é viável a eliminação dos riscos, são priorizados as medidas de controlo de risco de engenharia,
administrativas e por último os equipamentos de proteção individual (EPIS) (Rose, 2017).
O controlo de ruído pode ser categorizado em dois grupos principais, o controlo do ruído passivo
e o controlo de ruído ativo. Essas medidas de controlo de ruído ajudam a mitigar a transmissão e
a emissão de ruído. O controlo de ruído de forma passiva, concentra-se na redução da sua
transmissão, e o controlo ativo, envolve a redução da emissão de ruído na fonte. O controlo passivo
inclui o planeamento e organização do layout da obra, a utilização de barreiras antirruído sempre
que possível, o isolamento das tarefas ruidosas nos locais onde causariam menos perturbação, a
sinalização de zonas ruidosas para evitar que os trabalhadores entrem desnecessariamente e a
utilização de proteção auditiva. As técnicas de controlo ativo, incluem a substituição de
equipamentos ruidosos, sendo exemplo a utilização de pistolas de pregos ao invés de martelos,
substituição de gruas por elevadores elétricos, uso de amortecimento para reduzir o ruído de
impacto, manutenção periódica das máquinas para reduzir as emissões de ruído, modificação dos
sistemas para gerar menos ruído e o uso de Walkie-talkies para comunicar em vez gritar (Ning et
al., 2019).
Influência da participação das equipas de gestão e dos trabalhadores, com enfoque em
políticas de Segurança e Saúde em Obra (SSO)
Os bons resultados conseguidos pela gestão de segurança e saúde em obra (SSO), na vertente
projeto, podem ser obtidos com foco nos seguintes fatores: o comprometimento dos gestores, o
envolvimento de todos os colaboradores, a organização bem estruturada e dimensionada e uma
equipa de SSO motivada com um líder competente e dinâmico (Neeharika et al., 2018) (Costa et
al., 2021). A temática da SSO foi abordada por vários autores (Chinda & Mohamed, 2008) (Garzón

Rainho, Marina 25
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

et al., 2013) (Salim et al., 2017) (Tender et al., 2017) (Harvey et al., 2018) (Neeharika et al., 2018)
e (Costa et al., 2021).
Assente na questão: As taxas de mortalidade na construção são três vezes maiores do que a média
em todos os setores, é fundamental identificar os perigos existentes no setor, tanto humanos como
físicos, sendo imprescindível considerar as características dos trabalhadores e as pressões que eles
enfrentam no sistema. O envolvimento dos trabalhadores nas questões da segurança é uma etapa
de prevenção essencial (Harvey et al., 2018).
Os escorregões, as quedas, a eletrocussão, o ruído e as vibrações consistem nos perigos mais
comuns destacados nos estaleiros de obras (Salim et al., 2017). O papel do trabalhador é crucial
na redução da potencial lesão no local de trabalho (Garzón et al., 2013) (Salim et al., 2017)
(Harvey et al., 2018). Quando um técnico de segurança, analisa a questão da prevenção de riscos
ocupacionais, o foco raramente vai para o aspeto comportamental do trabalhador. Porém, é
necessário que os profissionais responsáveis pela segurança e saúde dominem todas as condições
de um ambiente seguro desde os aspetos relacionados à organização até aos aspetos que
fundamentam o comportamento dos trabalhadores. De acordo com os cânones da abordagem
psicométrica, o trabalhador da construção tem noção que o seu quotidiano de trabalho apresenta
riscos intrínsecos que podem afetá-lo (Garzón et al., 2013).
A liderança influência fortemente as pessoas e as políticas. Assim, os líderes devem ser modelos
na promoção do trabalho seguro, influenciando o comportamento dos trabalhadores, levando a
que, estes aceitem as suas responsabilidades a nível da segurança (Chinda & Mohamed, 2008).
Capacitar e valorizar os trabalhadores é um aspeto subestimado na gestão de riscos. Envolver os
trabalhadores na gestão de risco e respeitar a sua experiencia é particularmente importante. A
colaboração constitui confiança, colaborar com os trabalhadores mostra que são valorizados
(Chinda & Mohamed, 2008) (Garzón et al., 2013) (Harvey et al., 2018).
Segundo Garzón et al. (2013) 84 % dos riscos são percebidos dependendo da experiência, da
formação e do conhecimento do trabalhador (Garzón et al., 2013). A formação é portanto
fundamental, pois foca nas atitudes individuais nos trabalhadores, fator preponderante para a
gestão de equipas (Lamont, 2006) (Tender et al., 2017) (Harvey et al., 2018).
O planeamento e a organização do layout no estaleiro na fase de pré-construção, permite o estudo
de estratégias com vista à redução da poluição sonora. Estas estratégias de controlo permitirão
reduzir a poluição sonora sem necessidade de grandes intervenções do ponto de vista financeiro e
de forma segura. É conhecido que os métodos de mitigação de ruído atualmente disponíveis
tendem a ser passivos e acompanhados de despesas adicionais significativas. A localização das
instalações é um fator crítico de poluição sonora, sendo constatado que pode ser reduzida,
otimizando o planeamento do layout do estaleiro de obras na fase de pré-construção, permitindo
um equilíbrio entre a redução do ruído, a melhoria da segurança e o controlo de custos. Os
equipamentos de construção que produzem ruído e as atividades em instalações temporárias são
as principais fontes de ruído. A atenuação do ruído torna-se mais significativa quando a distância
entre a fonte de ruído e o recetor de ruído aumenta. Um layout de instalação baseado na distância

26 Revisão Bibliográfica
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

adequada entre as instalações é benéfico para mitigar a poluição sonora (Ning et al., 2019)
(Kantová, 2021).
A fase mais eficiente e económica para controlar o ruído é a fase de projeto (Suter, 2002) (Abrar
et al., 2017) (Kantová, 2021). Considerando o projeto de um espaço de trabalho potencialmente
ruidoso ou o projeto de um equipamento (Suter, 2002).
Uma variedade de materiais tradicionais têm sido usados para reduzir o ruído, tais como fibras
naturais (algodão e lã), materiais granulares (betão poroso, betuminoso e argilas granulares) e
materiais celulares sintéticos (lã de vidro inerte, espumas de melamina, poliuretano e poliéster).
Estes materiais são eficientes e podem ser estudados para o desenvolvimento de sistemas de
absorção sonora na gama das altas frequências (Kumar & Lee, 2019).
O estudo realizado por Abrar et al. (2017), foca a importância da inclusão do plano de segurança
e saúde ocupacional na fase de execução de todos os projetos associados às várias fases da
construção.
Influência da utilização de proteção auditiva
Sempre que a solução de controlo de ruído a aplicar consista no uso de equipamentos de proteção
individual - protetores auriculares, é basilar que o protetor escolhido seja adequado ao posto de
trabalho e ao trabalhador. Tendo em atenção o nível de proteção conseguida, de forma a não
colocar o trabalhador numa situação de proteção excessiva que o possa colocar em perigo. Foi
constatado, por informações recolhidas de 298 profissionais que exercem funções no setor da
construção civil, nos Estados Unidos, na China ou no Japão, que muitos dos trabalhadores do setor
não estão dispostos a usar dispositivos de proteção auditiva devido à sua preocupação com a
audibilidade degradada dos sons ambientais (Huang et al., 2021).
Vários autores realizaram estudos por forma a depreender o grau de consciencialização e a
utilização de protetores auditivos (Rose, 2017) (Feder et al., 2017) e (Salim et al., 2018). Salem at
al. (2018) relata no seu artigo, com respeito a um estudo realizado por meio de entrevistas, que 60
% dos trabalhadores estão cientes da importância da utilização de proteção auditiva, mas apenas
38 % afirmou que os utiliza. Num caso prático, realizado pro Rose (2017) sobre o mesmo tema,
foi avaliada a frequência com que os trabalhadores que trabalham na manutenção de vias, usam os
dispositivos que proteção auditiva. Entre os 166 trabalhadores em análise, 54% relatou que sempre
ou quase sempre usa os EPIS de proteção auditiva ao usar ferramentas barulhentas ou quando
trabalha numa zona barulhenta (Rose, 2017). Num estudo com 3.666 participantes, com idades
entre os 16 e 79 anos, quando inquiridos acerca do uso da proteção auditiva, 80 % afirmou que
utilizava proteção auditiva sempre era obrigatório (Feder et al., 2017).
Num caso prático, os trabalhadores que realizam manutenção e reparação de estradas em Nova
Inglaterra (EUA), foram questionados sobre a frequência com que utilizam os dispositivos de
proteção auditiva durante os trabalhados em que estão expostos ao ruído. Os membros das equipas
de segurança no trabalho identificaram que a segurança, incluindo o uso de equipamentos de
proteção individual (EPI), era importante e de alta prioridade. Não obstante, foi constatado que
quando os trabalhadores foram orientados a usar os seus EPI, raramente consideram os dispositivos
de proteção auditiva como parte do equipamento de proteção individual. Num programa de
Rainho, Marina 27
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

conservação auditiva, é importante compreender de que modo o local de trabalho influência o uso
de proteção auditiva para os trabalhadores. O clima de segurança refere-se, também, às perceções
dos trabalhadores sobre a importância que a gestão dá às políticas organizacionais em relação à
segurança. Devido ao ambiente de trabalho e à falta de implementação de medidas de engenharia,
os trabalhadores confiam nos equipamentos individuais de proteção auditiva, nomeadamente, nos
tampões e protetores auditivos, por forma a reduzir a exposição ao ruído (Rose, 2017).
A prevalência do uso adequado e diligente de dispositivos de proteção auditiva nos trabalhadores
da construção nos EUA é raro (Suter, 2002) (Feder et al., 2017), em parte devido às dificuldades
percebidas na audição e compreensão da comunicação de fala e nos sinais de alerta (Suter, 2002)
(Huang et al., 2021). No entanto, controlar o ruído na fonte, é o processo mais confortável e fiável
para proteger a audição do trabalhador (Suter, 2002).

2.4 Conclusões da revisão bibliográfica

Foi transversal aos artigos analisados que a exposição elevada e não controlada ao ruído, expõe os
trabalhadores a fatores de riscos. Esta exposição pode levar a manifestações clinicas graves, que
podem comprometer a saúde a integridade física da pessoa exposta.
A indústria da construção está entre as maiores indústrias nos países em desenvolvimento e
desenvolvidos. Esta indústria é complicada, diversificada e dinâmica (Celik et al., 2017). A
poluição sonora causada pelo setor da construção é uma das principais barreiras para o
desenvolvimento sustentável do setor, perturbando tanto o ambiente envolvente ao estaleiro, ruído
ambiental, como os trabalhadores do estaleiro, ruído ocupacional (Ning et al., 2019) (Kantová,
2021). Mais de meio milhão de trabalhadores da construção civil estão expostos a níveis
potencialmente perigosos de ruído. Os regulamentos de ruído da construção carecem da
especificidade dos regulamentos gerais da indústria. A mobilidade dos trabalhadores e a grande
proporção de pequenos negócios, dificultam a implementação de medidas de conservação auditiva
(Suter, 2002).
É importante estudar os chamados quase-acidentes, pois esses eventos tradicionalmente antecedem
os acidentes (Ceyhan, 2012) e são, portanto, uma fonte de informação extremamente útil para o
estudo sobre os processos de implementação de medidas de risco e segurança ocupacionais
(Tender et al., 2017).
As atividades de construção estão associadas a vários problemas relacionados ao ruído, incluindo
problemas de saúde, custos excessivos e atrasos nos cronogramas. Esses problemas podem ser
evitados com a realização de avaliações e previsões de ruído durante a fase de pré-construção
(Kwon et al., 2017) (Kantová, 2021).
Os riscos decorrentes da poluição sonora excessiva retardam o crescimento do produto interno
bruto de muitos países em todo o mundo (Kantová, 2021). Assim, reduzir a poluição sonora na
construção é vital para melhorar a segurança e saúde ocupacional e contribuir para a eficiência
económica na indústria da construção (Ning et al., 2019).

28 Revisão Bibliográfica
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

A nível do processo produtivo e tarefas associadas, foi possível elencar, que as tarefas que expõem
os trabalhadores a maiores fontes de ruído, são as tarefas relacionadas as fases da construção
ligadas às escavações, terraplenagens, estruturas, contenções periferias, obra de pedreiro e aos
trabalhados de corte de madeiras e tubagens (plásticas ou metálicas).
O projeto pré-construção, realizado antes de dar início à obra, é visto como uma medida
preponderante no que concerne à prevenção. Contém planos financeiros, cronogramas,
regulamentos técnicos com procedimentos de trabalho e propostas para a implementação de
máquinas de construção e gestão de equipas. Esses itens são otimizados para economizar dinheiro,
encurtar o tempo de construção e aumentar a qualidade do trabalho final, garantindo que os padrões
ambientais e de segurança são mantidos no local.
A complexidade dos processos produtivos e a sua constante mutação, são os principais
responsáveis pela exposição a níveis elevados de ruído neste contexto, e são identificados como
elementos dificultadores quando se fala em implementação de medidas de controlo.
Motivada pela incidência de estatísticas alarmantes, associadas à exposição do ruído, que
culminam no aparecimento e desenvolvimento de doenças ocupacionais, é pertinente que existam
avaliações e simulações, de forma a identificar as fontes de ruído, para que, seja possível trabalhá-
las no sentido de implementar medidas que permitam reduzir os níveis de exposição. A
organização do layout da obra e o planeamento antecipado, em fase de projeto, são medidas que
foram identificadas nos artigos em estudo e que comprovadamente permitem reduzir os níveis de
ruído (na fonte).
O processo de medição e simulação, associado ao tema da exposição ao ruído ocupacional, assume
um papel preponderante na abordagem e prevenção dos riscos associados a exposição a este agente
físico. Por outro lado, constatou-se, pela análise dos artigos provenientes da revisão bibliografia,
que o estudo do ruído neste contexto é muito direcionado para os trabalhadores que operam as
máquinas, ou que executam uma tarefa em que uma máquina integra o processo produtivo. Posto
isto, salienta-se como pertinente, a avaliação do ruído para outros trabalhadores que realizam
tarefas que não dependem do uso de qualquer fonte de ruído, mas estão igualmente expostos ao
ruído, proveniente dessas fontes (máquinas e ou ferramentas).

2.5 Enquadramento legal e normativo acerca do ruído – Evolução temporal

No que concerne ao enquadramento legal e normativo acerca da temática do ruído, ao analisar os


diplomas legais e a sua evolução temporal, conseguimos traçar um percurso evolutivo e de
adaptação, delineado a par com a evolução tecnológica, mais propriamente com o manuseio das
máquinas e técnicas construtivas associadas à inovação tecnológica. Inicialmente, em 1971, a
legislação existente era bastante dispersa e pouco abrangente, maioritariamente direcionada para
o âmbito industrial, focando de modo simplista a proteção ao ruído e o nível sonoro admissível,
tendo-se mantido estanque até cerca de 1980.
O ano de 1986 foi um ano impactante para legislar o tema do ruído, tendo surgido pela primeira
vez, um diploma legal dedicado exclusivamente ao ruído, denominado de regulamento geral de
Rainho, Marina 29
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

ruído. Este regulamento, composto por VIII capítulos, abordava as várias temáticas inerentes ao
tema, nomeadamente, os princípios gerais, os locais para implantação de edifícios, os requisitos
técnico-funcionais dos edifícios, a laboração de indústria, comércios e serviços, atividades
ruidosas, tráfego, sinalização sonora e fiscalização. Ao fazer uma pesquisa sobre os
acontecimentos preponderantes nesse ano, podemos facilmente relacionar a publicação deste
decreto-lei com a adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia, a 1 de janeiro de 1986,
que permitiu que Portugal, segundo a Agência pra o Desenvolvimento e Coesão (AD&C) passa-
se a beneficiar de uma Política Regional Europeia com o objetivo de aproximar os seus padrões
de desenvolvimento à média registada no contexto Europeu, de forma a privilegiar o
desenvolvimento da económica e a modernização da sociedade. De antemão, podemos concluir
que o desenvolvimento da economia e a modernização da sociedade, estão articuladas ao
desenvolvimento tecnológico.
Nos anos posteriores, foram públicas várias normas e diretivas na tentativa de melhorar e clarificar
a abordagem à temática da exposição ocupacional do ruído. A listagem de normas portuguesas
que retratam as temáticas associadas ao ruído encontra-se no anexo 7.1.
Em 2006 foi, finalmente, publicado um Decreto-Lei, que refere as prescrições mínimas de
segurança e saúde respeitantes à exposição dos trabalhadores ao agente físico – Ruído, com
aplicação a todos os setores de atividade com vista ao controlo dos níveis de exposição do ruído
em contexto ocupacional.
À data presente, corrente ano de 2022, a temática de exposição ocupacional ao ruído o quadro
legislativo comunitário nacional é o seguinte:
- Diretiva 89/391/CEE de 12 de junho de 1989, relativa à aplicação de medidas destinadas a
promover a melhoria de segurança e saúde dos trabalhadores no trabalho.
- Diretiva 2003/10/CE de 6 de fevereiro de 2003, relativa às prescrições mínimas de segurança e
de saúde em matéria de exposição dos trabalhadores aos riscos devidos aos agentes físicos – ruído.
- Decreto-lei nº 182/2006 de 6 de setembro, que transpõe para a ordem jurídica interna a diretiva
nº 2003/10/CE, do parlamento Europeu e do Conselho, de 6 de fevereiro, referente às prescrições
mínimas de segurança e de saúde em matéria de exposição dos trabalhadores aos riscos devidos
aos agentes físicos (ruído). Este decreto atualiza o Decreto-Lei 72/92 e o Decreto regulamentar nº
9/92 de 28 de abril, estabelecendo as prescrições mínimas de segurança e saúde respeitantes à
exposição dos trabalhadores aos riscos devidos ao ruído. Este decreto que refere as prescrições
mínimas de segurança e saúde respeitantes à exposição dos trabalhadores ao agente físico – Ruído,
com aplicação a todos os setores de atividade, incluídos também os trabalhadores por conta própria
e estipula que não é permitida, em nenhuma situação, a exposição pessoal diária ou semanal dos
trabalhadores a níveis de ruído iguais ou superiores a 87 dB (A), ou valores de pico iguais ou
superiores a 140 dB (C), sendo estes valores estabelecidos legalmente como os valores limite de
exposição ao ruído. Este decreto quando faz referência ao valor da incerteza da medição, remete o
tema para a norma NP EN ISO 9612:2011 – Acústica: Determinação da exposição ao ruído
ocupacional – Método de Engenharia.
Este diploma legal passou a estipular três níveis de intervenção, de acordo com a tabela 4.
30 Revisão Bibliográfica
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

Tabela 4: Valores limite de exposição, de ação superior e inferior


LEX, 8h dB (A) LCpico dB (C)
Valor limite de exposição 87 dB (A) 140 dB (C)
Valor de ação superior 85 dB (A) 137 dB (C)
Valor de ação inferior 80 dB (A) 135 dB (C)
(Fonte: Decreto-Lei n.º 182/2006, de 6 de Setembro)

Valor limite de pico de ruído


O decreto-lei 182/2006 de 6 de setembro, define que o nível de pressão sonora de pico consiste
no valor máximo de pressão instantânea, ponderado C, expresso em dB (C) em que o PCpico é o
valor máximo da pressão sonora instantânea a que o trabalhador está exposto, ponderado de C,
expresso em pascal (Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, 2006).
Valores de ação superior e inferir de ruído
De acordo com o atual diploma legal que regula a exposição ao ruído durante o trabalho (decreto-
lei nº 182/2006, de 6 de setembro) e que transpôs para o direito nacional a diretiva nº 2003/10/CE,
os “valores de ação superior e inferior”, correspondem aos níveis de exposição diária ou semanal
ou aos níveis de pressão sonora de pico que, em caso de ultrapassagem implicam a tomada de
medidas preventivas adequadas à redução do risco para a segurança e saúde dos trabalhadores
(Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, 2006).
Valores limite de exposição ao ruído
De acordo com o atual diploma legal que regula a exposição ao ruído durante o trabalho, em
Portugal, (decreto-lei nº 182/2006, de 6 de setembro) e que transpôs para o direito nacional a
diretiva nº 2003/10/CE, “valores limite de exposição”, corresponde ao nível de exposição diária
ou semanal ao nível da pressão de pico que não deve ser ultrapassado. Sempre que os valores
estipulados na tabela 4 sejam ultrapassados, a entidade patronal deve tomar medidas adequados
para a sua redução (Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, 2006).
Para a aplicação dos valores limite de exposição, da determinação da exposição efetiva do
trabalhador ao ruído é considerada em conta a atenuação do ruído proporcionada pelos protetores
auditivos. Para a aplicação dos valores de ação, na determinação da exposição do trabalhador ao
ruído não são englobados os efeitos decorrentes da utilização de protetores auditivos. Transpondo
o descrito no artigo 5º relativo à avaliação de riscos, podemos salientar que nas atividades
suscetíveis de apresentar riscos de exposição ao ruído, a entidade empregadora deverá avaliar e,
sempre que se afigure necessário, medir os níveis de ruído a que os trabalhadores se encontram
expostos. Relativamente à redução da exposição, a entidade empregadora deverá utilizar os meios
disponíveis para eliminar ou reduzir ao mínimo possível os riscos decorrentes da exposição ao
ruído no local de trabalho, tendo por base as linhas orientadoras espelhadas na regulamentação
(Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, 2006).
Sempre que os valores limite de exposição excederem o valor de Lex, 8h , 87 dB (A), e LcPico ,140
dB (C), a entidade empregadora deverá impor a obrigatoriedade de utilização de equipamentos de
proteção auditiva, prever medidas imediatas que permitam reduzir os níveis de exposição, deverão
ser identificadas as causas que motivaram a ultrapassagem desses valores limite e devem ser
Rainho, Marina 31
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

corrigidas as medidas de proteção de forma a evitar o acontecimento de situações idênticas. Nos


casos em que são ultrapassados os valores de ação superior Lex, 8h, 85dB (A), e LcPico, 137 dB (C),
a entidade empregadora deve sinalizar os postos de trabalho, disponibilizar e assegurar a utilização
de protetores auditivos adequados, estabelecer medidas técnicas e organizacionais que permitam
a redução dos níveis de ruído e proceder à verificação anual da função auditiva do trabalhador com
a realização de estes audiométricos. Quando são ultrapassados os valores de ação inferior Lex, 8h,
80 dB (A), e LcPico,135 dB (C), a entidade patronal deve fornecer protetores auditivos adequados
e proceder à verificação da função auditiva do trabalhador de dois em dois anos (Ministério do
Trabalho e da Solidariedade Social, 2006).
O National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH) estabelece Limites de
Exposição Recomendados (REL) para o ruído de 85 dB (A), utilizando a resposta em frequência
de ponderação a uma média de 8 horas, normalmente referida como média ponderada no tempo
(TWA). As exposições que atingem este nível ou o superam são consideradas perigosas. A
Occupational Safety Health Administration, (OSHA) estabelece limites de exposição legalmente
exigíveis (PEL) que exigem que os empregadores tomem medidas para reduzir a exposição dos
trabalhadores. O PEL de OSHA para ruído é de 90 dB (A) com média ponderada no tempo de 8
horas. A tabela 5 ilustra a relação entre os níveis de exposição sonora e as durações, segundo a
NIOSH e a OSHA, respetivamente.
Tabela 5: Níveis de exposição sonora e durações para NIOSH e OSHA
Tempo para atingir 100 % da dose Nível de exposição NIOSH REL Nível de exposição OSHA PEL
de ruído
8 horas 85 dB (A) 90 dB (C)
4 horas 88 dB (A) 95 dB (C)
2 horas 91 dB (A) 100 dB (C)
1 horas 94 dB (A) 105 dB (C)
30 minutos 97 dB (A) 110 dB (C)
15 minutos 100 dB (A) 115 dB (C)
(Fonte: NIOSH, 2018)

A norma NP EN ISO 9612:2011 – Acústica, complementa a metodologia estipulada no decreto-


lei nº 182/2006 e estabelece uma abordagem faseada para a determinação da exposição ao ruído
ocupacional a partir de medições dos níveis de pressão sonora. Esta norma internacional estabelece
três abordagens para a realização da medição em contexto ocupacional: medição baseada em
tarefas, medição baseada nos postos de trabalho e medição do dia completo de trabalho. Apresenta
diretrizes para a seleção da estratégia de medição mais adequada para uma situação particular de
trabalho tendo em linha de conta o objetivo da medição. Fornece também um documento
informativo para apoiar o cálculo dos resultados das medições e incertezas associadas (Instituto
Português da Qualidade, 2011).
A norma EN 458:2004 é uma norma Europeia e destina-se a orientar os empregadores e as equipas
de segurança sobre as informações necessárias referentes à utilização de protetores auditivos com
vista a direcionar os profissionais para a escolha de um equipamento de proteção auditiva
apropriado, e que ofereça um nível de atenuação considerado adequado. Os protetores auditivos
são equipamentos de proteção individual destinados a reduzir os efeitos nocivos que o som e o
ruído podem ter sobre a audição (Mitin, 2004).

32 Revisão Bibliográfica
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

3 OBJETIVOS, MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Objetivos da dissertação

Motivada pela forte sinistralidade conhecida no setor, aliada à pluricausalidade de manifestações


respeitantes a doenças profissionais e alguns acidentes, articulados à exposição ao agente físico -
ruído, torna-se premente a temática em estudo.
O objetivo geral da presente dissertação consiste no estudo da exposição ao ruído ocupacional no
setor da construção civil, de forma a identificar as tarefas que expõem os trabalhadores ao agente
físico ruído, com vista ao lançamento de um contributo que atue na redução dos riscos que estão
inerentes a essa exposição.
Em consequência do objetivo geral definido, foram elencados os seguintes objetivos específicos:
 Identificar e caracterizar o ruído no setor da construção civil, tendo sido selecionada para
análise a construção de um edifício de habitação multifamiliar em fase de obra. A
construção em observação situa-se na cidade de Aveiro, Portugal. Pretende-se salientar os
grupos de trabalhadores expostos com ênfase para os trabalhadores que não manuseiam
qualquer equipamento ruidoso;
 Reconhecer as fontes de ruído que expõem os trabalhadores a níveis de ruído elevado com
vista à realização de medições que avaliem os níveis de exposição;
 Implementar medidas de tratamento do risco, que permitam reduzir a exposição ao ruído
no setor.

3.2 Descrição da metodologia aplicada

De um modo geral o processo produtivo associado ao setor da construção civil, é bastante variável,
as várias fases correspondentes à execução da obra englobam a compatibilização entre meios
humanos, materiais e tecnológicos, para que seja possível realizar as várias fases e concretizar o
objetivo final, que consiste na construção do edifício.
A obra onde foram realizadas as amostragens da presente dissertação, consiste na construção de
um edifício destinado a habitação multifamiliar na cidade de Aveiro, com 6 pisos, que responde
ao mercado actual que valora as pequenas tipologias. O edifício em causa encontra-se em fase de
construção (2022), foi construído de raiz e para materializar a construção foi necessário realizar a
demolição de uma pré-existência que estava em ruínas no local. A nível de construção, a solução
estrutural a implementar recai sobre uma estrutura em betão armado para as fundações, sapatas,
pilares, muros de suporte e lajes de piso. Para realizar a estrutura em betão armado foi necessário
implementar as fases relativas à execução das armaduras, das cofragem e da betonagem. Para a
realização das cofragens foram utilizadas peças de madeira, escoras metálicas e vigas de
travamento, sendo utilizadas a serra elétrica e de mesa para os cortes nas madeiras. A cofragem
consiste essencialmente na montagem de estruturas de suporte, neste caso em madeira, com o

Rainho, Marina 33
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

propósito de evitar desmoronamentos ou para delimitar e reter betão, como uma espécie de
reservatório, garantindo através de uma estrutura estanque, que esta mantém o formato pretendido
até à sua completa secagem ou solidificação. Para a realização das cofragens são necessários vários
recursos humanos, para além dos operadores das máquinas que preparam os cortes necessários nas
peças a utilizar, existem outros trabalhadores que estão responsáveis pela montagem da cofragem
e outros que procedem ao transporte do material para o local onde irá ser realizada a montagem.
Nesta obra, e em paralelo com a realização das fases que permitem a realização dos componentes
estruturais, haviam vários trabalhadores que se encontravam a realizar as paredes em alvenaria. Á
medida que a estrutura ficava pronta, as alvenarias também avançavam. As amostragens realizadas
contemplaram as fases da obra acima descritas, nomeadamente a realização dos elementos
estruturais, pilares, vigas e lajes e paredes em alvenaria.
A metodologia aplicada à avaliação da exposição ao ruído dos trabalhadores no setor da construção
civil foi selecionada tendo em linha de conta, as estratégias de medição descritas na norma NP EN
ISO 9612:2011.
Com o desenvolver da dissertação, procedeu-se à realização de várias vistorias e compilação de
informações, sobre o contexto de obra, que permitiram articular a informação sobre o trabalho na
construção civil em ambiente não controlado, tendo permitido concluir que em obra, os
trabalhadores encontram-se expostos a várias fontes de ruído, que podem ser suscetíveis a incitar
lesões. As vistorias realizadas recorreram a análises observacionais e fotográficas, com vista à
recolha de dados sobre o tipo de tarefas que se realizam de modo mais frequente no setor, quais as
ferramentas mais utilizadas e em que circunstâncias, quais os grupos de trabalhadores expostos e
quais as fontes de ruído a que estão expostos (uma ou várias). Estas vistorias permitiram selecionar
e enquadrar os trabalhadores a avaliar, de forma a tornar o contributo da presente dissertação o
mais abrangente e transversal possível. Com a aplicabilidade da presente metodologia, pretende-
se recolher dados, de forma a considerar a possibilidade de controlar e diminuir a exposição dos
trabalhadores deste setor ao ruído, partindo da abordagem de prevenção ainda em fase de projeto.
O reconhecimento dos procedimentos e respetivos processos foi realizado com recurso a
levantamentos e reconhecimento da atividade, caracterização das tarefas, meios técnicos e
humanos envolvidos e potencialmente expostos, verificação de equipamentos associados às tarefas
e duração da exposição. Foi realizada uma primeira fase de reconhecimento na obra de forma a
recolher dados sobre a fase em que se encontrava a obra, posteriormente foram recolhidas
informações sobre as fontes de ruído, que máquinas eram utilizadas e em que tarefas. Em seguida
foram listados os trabalhadores potencialmente expostos, por um lado os expostos ao ruído de
forma direta, por outro os de forma indireta. Por fim, procedeu-se à seleção dos 5 postos de
trabalho a avaliar, tendo como premissa a seleção de postos de trabalho em que os trabalhadores
se encontravam expostos a várias fontes de ruído, em simultâneo.
A figura 8 integra a fase de reconhecimento, proveniente da compilação e análise de informações
recolhida sobre o tema, e identifica fases de obra onde se verifica que os trabalhadores estão
expostos ao ruído. As primeiras três imagens, a), b) e c) refletem a exposição ao ruído dos
trabalhadores que na sua tarefa manuseiam um equipamento que emite ruído. Por oposição, nas

34 Objetivos, materiais e métodos


Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

figuras d) e) e f) é possível verificar que existem vários trabalhadores que não operam qualquer
fonte do ruído e, no entanto, estão expostos ao ruído das máquinas manuseadas por colegas de
trabalho que realizam tarefas no mesmo ambiente.

a) Utilização do martelo pneumático (2020). b) Realização de muro de contenção, fontes de ruído: martelo
pneumatico e serra elétrica (2020).

c) Utilização do martelo pneumático (2020). d) Trabalhadores expostos a fontes de ruído em ambiente de


obra na fase de escavações (2019).

e) Betonagem de Muro (2020). f) Trabalhadores expostos ao ruído da grua e da


retroescavadora (2019).

Figura 8: Exemplos de fontes de ruído e trabalhadores expostos no setor da construção civil

(Fonte: Arquivo fotográfico, Eng.º Miguel Rodrigues e Arq.ª Marina Rainho)

Rainho, Marina 35
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

A avaliação da exposição ao ruído foi desenvolvida de acordo com a metodologia delineada na


figura 9.

R
Descrição dos processos produtivos, identificação dos postos de trabalho e tarefas a avaliar
e
v
i
s Identificação da problemática e seleção da estratégia de medição

ã
o
Avaliação de ruído: medições em obra

B
i
Análise e tratamento dos dados obtidos
b
l
i
Análise crítica dos resultados e conclusões sobre adequabilidade da metodologia
o
g
r
á Proposta de medidas de mitigação e controlo
f
i
c
Conclusões e perspetivas futuras
a

Figura 9: Abordagem metodológica para a avaliação de ruído em contexto ocupacional

3.3 Descrição dos postos trabalho avaliados e caracterização do processo


produtivo

A análise efetuada teve como enfoque principal as tarefas que expõem os trabalhadores ao agente
físico – Ruído, de forma a responder aos objetivos/questões da presente dissertação.
O processo produtivo que se descreve é o da construção de um edifício destinado a habitação
multifamiliar, sendo que, esse processo é apoiado por várias fases, geralmente comuns à maioria
das obras, a construir de raiz, nomeadamente:
 Execução dos projetos (Ante Projeto, Estudo Prévio, Projeto de Licenciamento e Projeto
de Execução);

36 Objetivos, materiais e métodos


Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

 Realização de sondagens geotécnicas;


 Demolições de pré-existências;
 Escavações e terraplenagens do terreno;
 Execução de fundações e contenções periféricas;
 Execução de estruturas;
 Execução de alvenarias;
 Execução de redes de infraestruturas (elétricas, saneamento, AVAC, telecomunicações).
 Execução de acabamentos (pavimentos, revestimentos, tetos, caixilharias, pinturas,
carpintarias e instalação de equipamentos de cozinha e instalações sanitárias);
 Arranjos Paisagísticos e Viários.
O processo produtivo associado ao setor da construção é bastante oscilante, as várias fases
correspondentes à execução da obra englobam a compatibilização entre meios (humanos, materiais
e tecnológicos), para que seja possível realizar as várias fases e concretizar o objetivo final que
consiste na construção do edifício.
Na presente dissertação, optou-se por selecionar fases de obra e respetivos processos produtivos
que usualmente são reproduzidos na maioria das obras do setor da construção em Portugal, de
modo a que, as conclusões possam ser transversais e preventivas para vários casos.
As descrições do processo foram apoiadas por visitas técnicas realizadas pela autora e por extensas
trocas de ideias e pedidos de esclarecimentos aos profissionais do setor, principalmente
engenheiros civil e fiscais de obra. Tendo em conta a variedade de processos produtivos e os vários
modos de operar no setor, certas tarefas, podem ser realizadas de forma e com recurso a técnicas
diferentes e igualmente válidas. A abordagem utilizada focou-se no caso de estudo analisado, que
se considera transversal e comum à maioria das obras.
Articulada à questão da exposição ocupacional ao ruído, nesta obra e na maioria das obras, existe
um grande número de tarefas que pressupõem a utilização de máquinas e ferramentas ruidosas.
Esta constatação, permite concluir que existem 2 grandes grupos de trabalhadores expostos ao
ruído neste contexto. Por um lado temos o grupo de trabalhadores que operam a máquina ou
ferramenta, que é fonte de ruído e por outro, temos os operadores que realizam tarefas que não
incluem o manuseio direto da máquina/ferramentas, realizando tarefas próximos de equipamentos
que emite ruído.
Para a materialização da componente prática foram realizadas colheitas de dados, nos postos de
trabalho em que o operador não manuseia qualquer fonte de ruído, mas que se encontra exposto
ao ruído emitido por equipamentos que apoiam outras tarefas (de outros postos de trabalho),
nomeadamente:
MEDIÇÃO 01_OPERADOR 01_Trabalhador avaliado: Servente de Obra;
MEDIÇÃO 02_OPERADOR 02_Trabalhador avaliado: Montador de estruturas metálicas;
MEDIÇÃO 03_OPERADOR 03_Trabalhador avaliado: Fiscal de obra;
MEDIÇÃO 04_OPERADOR 04_Trabalhador avaliado: Pedreiro (vulgo trolha);
MEDIÇÃO 05_OPERADOR 05_Trabalhador avaliado: Armador

Rainho, Marina 37
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OPERADOR 01_Trabalhador avaliado: Servente de Obra

O Servente de obra é um profissional do setor da construção, que realiza várias tarefas manuais
consideradas no meio, como tarefas simples, que auxiliam a edificação.
Este profissional pode realizar tarefas que correspondem à carga, descarga, transporte de materiais
e ferramentas manuais, trabalhos de escavações, assentamento de canalizações e tubagens para
passagem de águas e esgotos ou redes elétricas, tarefas de limpeza e compactação de solos, e
verificação e preparação de equipamentos. Este profissional dá auxílio às tarefas delegadas pelo
encarregado, trabalhando com ele em ambiente de simbiose.

O trabalhador envolvido na amostragem, o servente, encontrava-se a transportar material,


empilhando-o, de forma a ser transportado pela grua para os locais onde era necessário. O material
a ser transportado, neste dia, correspondia a tábuas de madeira para a realização das cofragens. A
carga e descarga de materiais é realizada servindo-se das próprias mãos ou utilizando um carrinho
de mão, nas situações em que o percurso entre o local onde está o material e o local onde é
posicionado na grua é mais longo.

Neste dia, o servente procedeu à colocação do material na grua, empilhando-o de forma manual,
utilizando as próprias mãos, quando o carregamento já estava completo, o trabalhador deu sinal,
via rádio ao operador da grua para subir a carga. Enquanto a carga subia para o seu destino, o
servente preparava outra carga e assim sucessivamente ao longo do dia, tendo realizado a mesma
tarefa durante todo o turno de trabalho, correspondente a 8 horas de trabalho.

Tabela 6: Descrição da medição 01: Servente de Obra

Servente de Obra

Processo Subprocesso Tarefa

Construção de Transporte de Colocação de material


edifício materiais, neste empilhado para ser
multifamiliar caso madeiras transportado pela pelo
(Aveiro) para realização equipamento de
de cofragens elevação: Grua.
(Figura 10).

Nota: O trabalhador não opera qualquer fonte de ruído, no entanto,


ao realizar a tarefa que lhe foi delegada, encontra-se exposto ao
ruído emitido pela grua, que realiza o transporte do material para
os vários pisos, ao ruído emitido pelo berbequim, que está a ser
utilizado pelo trabalhador responsável pela montagem da vedação
metálica e ao ruído emitido pelo retroescavadora que se encontra a
realizar o carregamento de areias para realização das argamassas. Figura 10: Trabalhador a empilhar madeira

38 Objetivos, materiais e métodos


Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

Descrição das fontes de ruído a que o OPERADOR 01 está exposto.

Subprocesso Tarefa Fontes de ruído a que está exposto Fotografia ilustrativa

Transporte de Transporte de Equipamento de elevação: Grua torre


materiais, neste material com
caso madeiras auxílio de As gruas são equipamentos bastante populares,
para realização equipamentos de estando presente na maioria das obras de
de cofragens. elevação de pequena, média e grande dimensão. Os
cargas (Figura equipamentos de elevação, em particular as
11). gruas, são definidos como equipamentos que
elevam as cargas através de sistemas de cabos e
roldanas, movendo-as vertical e horizontalmente
(Frederico, 2013). Estes equipamentos permitem
uma otimização da mão-de-obra, reduzindo o
tempo de transporte, estando associados ao
aumento de produtividade.

Figura 11: Grua torre em


ambiente de obra

Montagem de Fixação de Berbequim


vedação metálica parafusos na
vedação metálica Este trabalhador encontrava-se a fixar a vedação
(Figura 12). metálica que vedava a obra, utilizando para o
efeito um berbequim portátil. Esta ferramenta é
utilizada para realização de orifícios em madeira
ou em outros materiais, utilizando brocas
especificamente desenhadas que auxiliam os
vários trabalhos. O berbequim é uma máquina
bastante versátil, permite o ajuste de velocidade
em função da natureza e dureza do material,
permitindo a velocidade alta para materiais
moles, como madeira, plástico ou alumínio e a
velocidade baixa para materiais duros, como o
aço, a alvenaria e o betão. O tipo de material a
perfurar faz variar o ruído emitido. Figura 12: Trabalhador a
utilizar um berbequim
portátil para fixar a
vedação da obra.

Carregamento Carregamento de Retroescavadora


areias areias para
realização de Neste caso específico a retroescavadora auxiliava
argamassas a preparação de argamassas para a realização
(Figura 13). das alvenarias. A retroescavadora é uma máquina
de terraplenagem equipada com uma pá
carregadeira montada na frente e uma pá com
formato de concha na traseira do veículo. A
retroescavadora modela os terrenos para as
várias fases associadas à construção do edifício, e
realiza o carregamento de areias para preparação
de argamassas para assentamento de alvenarias.

Figura 13:
Retroescavadora em
ambiente de obra.

OPERADOR 02_Trabalhador avaliado: Montador de estruturas metálicas

Em ambiente de obra, é bastante usual o manuseamento de elementos metálicos estruturais, que


são designados de estruturas provisórias e compreendem um apoio a concretização de várias etapas

Rainho, Marina 39
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

fundamentais da obra. Estas estruturas servem de suporte a cargas, são elementos de montagem
rápida e são comprovadamente, pelos profissionais do setor, eficientes na sua função. Estes
elementos são adaptáveis a qualquer projeto e ambiente, tornando-os presentes na maioria das
obras.
As estruturas provisórias aparecem em vários contextos nas obras, importa agora focar nas
estruturas provisórias metálicas. Nesta fase de obra, o montador de estruturas metálicas, realizou
trabalhos de montagem de estruturas provisórias, nomeadamente de escoramentos e de andaimes.
Em concordância com o dicionário da Engenharia Civil, o escoramento é a designação da aplicação
de escoras, que servem de reforço ou sustentação e uma escora é uma peça que tem como
finalidade amparar e suportar cargas, de forma linear, sujeita a esforços de compressão. Os
andaimes são equipamentos utilizados em obra que dão apoio aos trabalhados em altura, são
normalmente, fabricados em tubagem metálica e contemplam proteções. Nesta obra, tanto as
escoras como os andaimes utilizados são compostos por material metálico.
Os escoramentos foram realizados utilizando escoras metálicas (Figura 14), estes elementos,
previamente dimensionados, em projeto próprio, dão apoio a elementos estruturais, tais como
vigas, pilares e lajes, de forma a evitar desmoronamentos, garantindo, através de um estrutura
estanque, que o betão conserva o formato almejado até à sua completa secagem ou solidificação.
Para a montagem destas estruturas metálicas foi necessário proceder ao transporte destes
elementos para o local da obra, o transporte foi realizado respeitando o limite de peso e dimensões.
Na maioria dos casos e inclusive nesta obra, o transporte destes elementos, deste o armazém até à
obra, é realizado em carrinha e ou camião (de acordo com a quantidade a transportar e capacidade
do veículo de carga) até ao local da obra e depois o transporte para os vários locais, onde se realiza
a montagem foi realizado com recuso a sistemas de elevação vertical (gruas torre).
A fase de transporte é essencial, os componentes metálicos são pesados e é importante que a sua
fixação seja assegurada durante o transporte, de forma a evitar deslocamentos e degradar os
elementos ou causar acidentes. Antes da montagem destas estruturas temporárias, o responsável
pela montagem garante que o local onde se irá realizar a montagem está devidamente nivelado e
compactado. Para a montagem das escoras é necessário selecionar os elementos a utilizar na
montagem e regular a altura da flauta com o gancho realizando os ajustes finais com a porca,
levando a escora a adquirir a altura pretendida.
No caso dos andaimes, para além da escolha dos elementos para a montagem, de forma a garantir
que o andaime chega ao local almejado é necessário, sempre que o terreno não estiver nivelado e
sólido, a colocação de bases niveladoras para compensar desníveis ou alterar a altura da superfície.
No processo de montagem o trabalhador é responsável pela verificação dos encaixes e apertos,
assegurando que as estruturas suportam a capacidade de carga necessária e são montadas
respeitando os projetos dimensionados para o efeito. Não obstante à montagem, este profissional
é igualmente responsável pela desmontagem das estruturas metálicas provisórias, após cumprirem
a função pretendida. Este trabalhador realizou a tarefa de montagem de estruturas metálicas
provisórias ao longo do dia, tendo realizado a mesma tarefa durante todo o turno de trabalho,
correspondente a 8 horas de diárias.

40 Objetivos, materiais e métodos


Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

Figura 14: Ambiente de obra - Montagem de escoras metálicas

Tabela 7: Descrição da medição 02: Montador de estruturas metálicas

Montador de estruturas metálicas

Processo Subprocesso Tarefa

Construção de Montagem de Montagem de estruturas


edifício estruturas provisórias, que consistem
multifamiliar provisórias em montagem de andaimes,
(Aveiro) (Figura 15). que facilitam o acesso dos
operadores aos vários pisos
da obra, e montagem de
escoras metálicas para
suporte de cofragens.

Nota: O trabalhador não opera qualquer fonte de ruído, no entanto,


ao realizar a tarefa que lhe foi delegada, encontra-se exposto ao
ruído emitido pelas gruas, que realizam o transporte do material
para os vários pisos, ao ruído do camião betoneira, e ao ruído
proveniente da montagem das estruturas metálicas. Nesta tarefa foi
notado que os elementos metálicos produzem bastante ruído, nos
momentos em que batem uns nos outros e nos momentos em que
acidentalmente caem ao chão, o que por sinal é bastante usual Figura 15: Trabalhador responsável pela
ocorrer. montagem de estruturas metálicas

Rainho, Marina 41
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

Descrição das fontes de ruído a que o OPERADOR 02 está exposto.

Subprocesso Tarefa Fontes de ruído a que está exposto Fotografia ilustrativa

Montagem de Montagem de Materiais metálicos


estrutura escoras
provisória com metálicas O escoramento metálico é um processo bastante
recurso a escoras (Figura 16). comum, a montagem destes elementos é realizada
metálicas e manualmente. O trabalhador executa a tarefa
montagem de utilizando as próprias mãos. A escora é retirada do
andaimes local onde está empilhado o material, e é ajustada à
altura necessária com um gancho, o trabalho é
finalizado quando se aperta a porca para estabilizar e
garantir que a escoara está segura. A tarefa de
montagem não requer o uso de nenhuma máquina, no
entanto o ambiente é bastante ruidoso, sendo
acentuado sempre que um elemento embate noutro ou Figura 16: Montagem de
no chão. escoras metálicas para
realização de cofragens

Transporte de Transporte de Equipamento de elevação: Grua


materiais de material com
construção auxílio de As gruas são equipamentos bastante populares,
equipamentos estando presente na maioria das obras de pequena,
de elevação média e grande dimensão. Os equipamentos de
de cargas e elevação, em particular as gruas, são definidos como
descargas equipamentos que elevam as cargas através de
(Figura 17). sistemas de cabos e roldanas, movendo-as vertical e
horizontalmente (Frederico, 2013).
Estes equipamentos permitem uma otimização da mão-
de-obra, reduzindo o tempo de transporte, estando
associados ao aumento de produtividade. Sendo uma
obra de média dimensão, em algumas fases, nesta em
específico, existiam 2 gruas em funcionamento
simultâneo. Neste dia as gruas transportavas blocos de
betão térmicos.
Figura 17: Esquipamentos
de elevação em ambiente
de obra

Betonagem Carga e Camião Betoneira


descarga de
betão em O camião betoneira é o equipamento responsável por
obra (Figura receber o betão preparado na central e direcioná-lo
18). até ao local de aplicação na obra. Nos dias em que é
realizada a betonagem, o camião betoneira está em
funcionado todo o dia, chega um camião descarrega o
betão e abandona a obra, chega outro camião e é
realizado um ciclo semelhante, e assim sucessivamente
durante todo o dia de trabalho (8 horas).

Figura 18: Camião


betoneira

OPERADOR 03_Trabalhador avaliado: Fiscal de Obra

As equipas de fiscalização adquirem, cada vez mais, uma importância notória, para a qualidade
geral de uma obra, controlando os custos, prazos e a qualidade das técnicas de execução e dos
materiais empregues. O controlo da execução em obra, que é tarefa do fiscal da obra, é fundamental
quando se fala em minimização dos custos destinados à construção e concludentemente quando se
fala em manutenção. Em síntese, a tarefa do fiscal de obra é assegurar a qualidade do material e
42 Objetivos, materiais e métodos
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

da sua execução, de forma a reduzir erros, e custos adicionais com a obra, com a segurança e com
a manutenção.
Nesta amostragem, a tarefa do fiscal, foi refletida no controlo e boa execução da betonagem. De
acordo com o dicionário da Engenharia Civil, a betonagem consiste na aplicação do betão em obra,
sendo realizada com recurso à colocação de argamassa de cimento em locais designados
previamente, com o objetivo de executar elementos construtivos, podendo estes ser estruturais ou
não estruturais.
Antes da realização da betonagem, o fiscal é responsável por aprovar o estudo de composição de
betão e por realizar o plano de betonagem. O plano de betonagem deve englobar a sua preparação
e assegurar que os moldes e armaduras estão em condições para receber o betão. Após
materialização do plano de betonagem, o transporte do betão é realizado por um camião betoneira.
Este camião é o equipamento responsável por receber o betão preparado na central e direcioná-lo
até ao local de aplicação na obra. Se a betão demorar a ser aplicado, motivado por algum
imprevisto, são colocados no camião retardadores de presa, chamado de adjuvantes, de forma a
conservar o betão, para garantir a qualidade e resistência do mesmo. Importa referir que o betão é
perecível, pelo que, o controlo do tempo de transporte e em consequência, o tempo demorado na
sua posterior aplicação são fundamentais para o sucesso da betonagem.
Após verificação das tarefas de inspeção e consequente do transporte do material para o local onde
será realizado o despejo do betão, e tendo sido asseguradas as condições climatéricas propícias, a
zona a betonar deve ser protegida contra a radiação solar, vento forte, congelação, água, chuva e
neve, procedeu-se à aplicação do betão nas armaduras. O betão foi aplicado nas armaduras, com a
ajuda de uma bomba de betão, neste caso foi realizada a descarga direta do betão para as
armaduras, com a ajuda de um tubo que direciona o betão para o local pretendido (figura 19), de
forma a preencher todos os espaços que a cofragem delimita. De acordo com o fabricante, neste
caso a CIMPOR, a melhor forma de aplicar o betão, é colocá-lo o mais próximo possível da sua
posição final, de forma a minimizar as operações de espalhamento e evitar a movimentação
horizontal do betão.
Cada camião transporta, em média 8 m³ de betão, pelo que, durante todo o dia, existiram camiões
a realizar o despejo de betão na obra. Cada descarga, realizada com a recuso a uma bomba de betão
demorava cerca de meia hora. Nos casos em que a descarga é realizada com o apoio do balde da
grua, o processo é mais demorado, podendo demorar o quadruplo do tempo. Neste dia a descarga
com apoio do balde da grua não se verificou, apenas foi utilizada a bomba de betão.
Nos dias em que é realizada a betonagem o camião betoneira está em funcionado todo o dia, chega
um camião descarrega o betão e abandona a obra, chega outro camião e é realizado um ciclo
semelhante, e assim sucessivamente durante as 8 horas de trabalho.

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Figura 19: Ambiente de obra - Bomba de betão

Tabela 8: Descrição da medição 03: Fiscal de Obra

Fiscal de Obra

Processo Subprocesso Tarefa

Construção de Fiscalização Acompanhamento da


edifício de obra betonagem
multifamiliar (Figura 20).
(Aveiro)

Nota: Este trabalhador, nesta fase do processo, não opera


diretamente qualquer fonte de ruído, apenas assegura que as
máquinas, camião e bomba de betão, estão localizadas no local
correto e se encontram em perfeitas condições para ser realizado o
despejo do betão no local almejado. Nesta tarefa existe um
trabalhador dentro do camião betoneira, responsável por operar o
camião e a bomba de betão. Para além do ruído emitido pelo camião
betoneira e pela bomba de betão que lhe foi acoplada, este
trabalhador está exposto ao ruído emitido pelo camião que realiza
o transporte de alvenarias para a obra e ao ruído das gruas que
realizam o transporte das alvenarias (de modo vertical) trazidas
pelo camião para os pisos onde irão ser executadas pelo pedreiro. Figura 20: Acompanhamento da betonagem

Descrição das fontes de ruído a que o OPERADOR 03 está exposto.

Subprocesso Tarefa Fontes de ruído a que está exposto Fotografia ilustrativa

Transporte de Transporte Camião de transporte de materiais


materiais de rodoviário de
construção blocos de Este veículo realiza o transporte de materiais de
betão térmico construção, desde a fábrica ou armazém até ao local
(da fábrica da obra. O veículo é estacionado na zona mais
para a obra) próxima do local onde se vai manusear o material de
para forma a facilitar as tarefas. Após descarga do material
realização de do camião, procede-se à colocação do material na
alvenarias grua que realiza o transporte de forma vertical para
(Figura 21). os vários locais da obra.

Figura 21: Camião de


transporte de material de
construção

44 Objetivos, materiais e métodos


Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

Transporte de Transporte de Equipamento de elevação: Grua


materiais de blocos de
construção betão térmico As gruas são equipamentos bastante populares,
com auxílio estando presente na maioria das obras de pequena,
de média e grande dimensão. Os equipamentos de
equipamentos elevação, em particular as gruas, são definidos como
de elevação equipamentos que elevam as cargas através de
de cargas e sistemas de cabos e roldanas, movendo-as vertical e
descargas horizontalmente (Frederico, 2013). Estes
(Figuras 22 e equipamentos permitem uma otimização da mão-de-
23). obra, reduzindo o tempo de transporte, estando
associados ao aumento de produtividade. Sendo uma
obra de média dimensão, em algumas fases, nesta em
específico, existiam 2 gruas em funcionamento
simultâneo. Neste dia a grua transportava blocos de
betão térmicos. Figura 22: Grua torre –
Equipamento de elevação
em ambiente de obra

Figura 23: Transporte de


blocos de betão térmico
com recurso a grua

OPERADOR 04_Trabalhador avaliado: Pedreiro

O pedreiro de obra, ou também conhecido como trolha na zona norte de Portugal, é um profissional
que desempenha diversas funções que podem passar pela montagem de alvenarias de pedra, tijolo,
blocos ou de outros materiais, em concordância com o estipulado nos projetos de licenciamento e
de execução. As funções atribuídas ao pedreiro passam também pelo assentamento de
revestimentos nas fases da obra mais avançadas podendo realizar outros trabalhos de construção.
O trabalhador envolvido na amostragem, o pedreiro, neste dia, estava dedicado apenas à execução
das alvenarias de bloco de betão térmico. A tarefa consistia em pegar no bloco de betão, colocar
argamassa com o apoio de uma colher de pedreiro, denominada de trolha, que consiste numa
ferramenta de metal de forma ligeiramente triangular que é utilizada para aplicar e espalhar a
argamassa, de modo a empilhar os vários blocos com a respetiva argamassa até realizar a parede
com a altura necessária. Embora o pedreiro estivesse apto para preparar a argamassa necessária à
montagem das alvenarias, por uma questão de otimização de recursos e de tempo, a argamassa foi
feita por um servente que preparou in sito a mistura com água, areia e cimento e a levou preparada
ao pedreiro, com o apoio de um carrinho de mão, para consequente aplicação.
O pedreiro realizou a mesma tarefa durante todo o turno de trabalho, correspondente a 8 horas de
trabalho diárias.

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Tabela 9: Descrição da medição 04: Pedreiro

Pedreiro

Processo Subprocesso Tarefa

Construção de Execução de Execução de paredes, neste


edifício Alvenarias caso paredes exteriores, em
multifamiliar (Figura 24). alvenaria de bloco de betão
(Aveiro) térmico.

Nota: Este trabalhador, nesta fase do processo, não opera


diretamente qualquer fonte de ruído, no entanto, ao realizar a tarefa
que lhe foi delegada, encontra-se exposto ao ruído emitido pelas
gruas, que realizam o transporte do material para os vários pisos,
ao ruído do camião que transporta os blocos de betão, do armazém
para à obra, ao ruído da retroescavadora que prepara a areia para
colocação no balde da grua, para que o servente possa realizar a
argamassa que será aplicada na execução das alvenarias e ao ruído
do rebarbadora que realiza aberturas nas alvenarias para
passagem de tubagens. Figura 24: Execução de alvenarias em obra

Descrição das fontes de ruído a que o OPERADOR 04, está exposto.

Subprocesso Tarefa Fontes de ruído a que está exposto Fotografia ilustrativa

Transporte de Transporte de Equipamento de elevação: Grua torre


materiais, neste material com
caso madeiras auxílio de Descrição da fonte de ruído equivalente à descrita na
para realização equipamentos tabela 8, à qual correspondem as figuras 22 e 23.
de cofragens. de elevação (ver Figuras 22 e 23)
de cargas
(Figuras 22 e
23).

Transporte de Transporte Camião de transporte de materiais


materiais de rodoviário de
construção blocos de Descrição da fonte de ruído equivalente à descrita na
betão térmico tabela 8, à qual corresponde a figura 21.
(da fábrica
para a obra) (ver Figura 21)
para
realização de
alvenarias
(Figura 21).

46 Objetivos, materiais e métodos


Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

Carregamento Carregament Retroescavadora


areias o de areias
para Descrição da fonte de ruído equivalente à descrita na
tabela 6, à qual corresponde a figuras 13. (ver Figura 13)
realização de
argamassas
(Figura 13).

Infraestruturas Abertura de Rebarbadora


hidráulicas roços para
passagem de Este equipamento é utilizado para realizar cortes em
tubagens pedra, metal, betão e pavimentos cerâmicos. Neste
contexto a rebarbadora foi utilizada após a execução
(Figuras 25 e das paredes em alvenaria, tendo sido utilizada para
26). abrir os roços onde, posteriormente irão passar as
tubagens referentes às infraestruturas hidráulicas.

Figura 25: Abertura de


roços em parede com uma
rebarbadora

Figura 26: Parede após


abertura dos roços

OPERADOR 05_Trabalhador avaliado: Armador

O Armador é um profissional do setor da construção e a sua função passa pela execução das
armaduras de aço, sendo o responsável para realização do designado esqueleto da obra. A sua
função passa pela execução dos elementos de fundação, das armaduras das lajes, dos pilares e das
vigas.
Neste dia, o trabalhador encontrava-se realizar a armadura dos pilares. A armadura é um elemento
realizado em varões de aço que são cortados e moldados para posterior aplicação do betão. Este
trabalhador é responsável por escolher os varões a serem usados na estrutura do pilar, tendo em
linha de conta o estipulado pelo projetista de estruturas.
Após escolha dos varões, estes são moldados com um gancho, de acordo com as especificações
técnicas, colocando os varões, os estribos (peças de varão de aço utilizadas para ligar

Rainho, Marina 47
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

transversalmente as armaduras de uma peça de betão) e os espaçadores de armadura de acordo


com o dimensionamento. Na execução dos pilares, que vão sustentar mais um piso, este
trabalhador é responsável pelo engarrafamento de armadura, que de acordo com o dicionário da
engenharia civil, consiste na técnica de contenção da armadura que permite facilitar a ligação do
pilar a outro elemento estrutural, neste caso a laje.
O armador realizou a mesma tarefa durante todo o turno de trabalho, correspondente a 8 horas de
trabalho diárias.

Figura 27: Processo de execução de um pilar


(Fonte: https://www.vivadecora.com.br/pro/pilar-de-concreto/)

Tabela 10: Descrição da medição 05: Armador

Armador

Processo Subprocesso Tarefa

Construção de Execução de Preparação da armadura do


edifício pilares pilar em barras de aço,
multifamiliar (Figura 28). para posteriormente receber
(Aveiro) o betão

Nota: Este trabalhador, nesta fase do processo, não opera


diretamente qualquer fonte de ruído, no entanto, ao realizar a tarefa
que lhe foi delegada, encontra-se exposto ao ruído emitido pelas
gruas, que realizam o transporte do material para os vários pisos,
ao ruído da retroescavadora que prepara a areia para realização
de argamassas e ao ruído do rebarbadora que realiza aberturas nas
alvenarias para passagem de tubagens. Figura 28: Execução de Armaduras de Pilares

48 Objetivos, materiais e métodos


Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

Descrição das fontes de ruído a que o OPERADOR 05 está exposto.

Subprocesso Tarefa Fontes de ruído a que está exposto Fotografia ilustrativa

Transporte de Transporte de Equipamento de elevação: Grua torre


materiais, neste material com
caso madeiras auxílio de Descrição da fonte de ruído equivalente à descrita na
para realização equipamentos tabela 8, à qual correspondem as figuras 22 e 23.
(Ver figuras 22 e 23)
de cofragens. de elevação
de cargas
(Figuras 22 e
23).

Carregamento Carregament Retroescavadora


areias o de areias
para Descrição da fonte de ruído equivalente à descrita na
tabela 6, à qual corresponde a figuras 13. (Ver figura 13)
realização de
argamassas
(Figura 13).

Infraestruturas Abertura de Rebarbadora


hidráulicas roços para
passagem de Descrição da fonte de ruído equivalente à descrita na
tubagens tabela 9, à qual correspondem as figuras 25 e 26.
(Figuras 25 e
(Ver figuras 25 e 26)
26).

3.4 Descrição da estratégia de medição

A seleção da estratégia de medição foi realizada de acordo com o estipulado na norma NP EN ISO
9612:2011, que especifica o método de engenharia para medir a exposição dos trabalhadores ao
ruído em ambiente ocupacional, tendo em conta, qual a finalidade das medições, qual a
complexidade da situação de trabalho analisada, o número de trabalhadores envolvidos, a duração
efetiva do dia de trabalho, o tempo disponível para a medição, o tipo de análise dos dados
pretendida, e o detalhe da informação necessária (Instituto Português da Qualidade, 2011).
Antes da realização da colheita de dados foram realizadas algumas vistorias em obra, de forma a
aferir as fontes de ruído predominantes, o tipo de trabalhadores expostos e o tipo de tarefa que se
encontravam a executar. Estes dados permitiram escolher a melhor estratégia de medição e qual o
equipamento de medição que melhor se adequava, aplicado ao contexto.
De acordo com o tipo de exposição ao ruído, e partindo da existência de várias tarefas a decorrer
em simultâneo que utilizam equipamentos que emitem ruído, foi possível apurar que, por um lado,
encontram-se os trabalhadores que operam um equipamento que é uma fonte de ruído e por outro
permanecem os trabalhadores que não operam a fonte de ruído mas que se encontram expostos,
em alguns casos a mais do que uma fonte de ruído em simultâneo.
Contrariando a tese recorrente, que foca, analisa e avalia os trabalhadores que operam as fontes de
ruído – máquinas, a presente avaliação centra-se nos trabalhadores, que realizam tarefas em
contexto de obra e que não operam qualquer máquina. Encontrando-se, expostos a várias fontes
de ruído que advém de tarefas realizadas por outros colegas no mesmo ambiente de trabalho.
Rainho, Marina 49
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

Para realizar esta avaliação de ruído, implementou-se a estratégia 3 da norma NP EN ISO


9612:2011, que consiste na “estratégia de medição baseada no dia completo”, considerando que
a medição abrange todas as contribuições significativas, de níveis de ruído, relacionados com o
posto de trabalho.
Para este tipo de medição, colheitas de dados de longa duração, é recomendado a utilização de
dosímetros. Estes equipamentos são adequados para todos os tipos de situação de trabalho, sendo
altamente recomendados para a realização de medições de longa duração em trabalhadores que se
encontrem em mobilidade, e realizem várias tarefas individuais.

3.5 Instrumentos selecionados para medição da exposição ao ruído

Para a realização de avaliações de exposição ao ruído ocupacional é possível considerar a


utilização de dosímetros e de sonómetros. O estado da arte sobre o tema permitiu concluir que
existem tarefas onde deverá ser considerada uma medição com recurso a um sonómetro e noutras
deve ser utilizado um dosímetro.
Os dosímetros são equipamentos utilizados para a realização de medições de ruído e podem ser
utilizados nas medições de todos os tipos de situação de trabalho. A sua principal vantagem é o
facto de permitirem ser acoplados ao trabalhador, durante a jornada contínua de trabalho e
possibilitam determinar o valor de ruído a que se encontra exposto o trabalhador durante um
determinado período de trabalho, Lex,8h, que representa o nível sonoro contínuo equivalente,
ponderado A, calculado para um período normal de trabalhão diário de oito horas, e que abrange
todos os ruídos presentes no local de trabalho, expresso em dB (A).
Na presente dissertação, tendo em conta o alvo a avaliar, que se centra nos trabalhadores do setor
da construção civil, que executam várias tarefas com mobilidade significativa, fundamenta-se a
utilização do dosímetro. Este equipamento é o mais adequado para o caso em estudo, já que,
permite ser acoplado ao trabalhador durante o horário de trabalho, acompanhando todos os
movimentos e deslocações do trabalhador, tornando-se assim, mais eficaz na colheita de dados
para estes postos de trabalhado.
Para a componente prática, para avaliar os trabalhadores que não operam qualquer fonte de ruído
e estão em movimento constante ao longo do dia na obra, recorreu-se à utilização de um dosímetro,
que foi utilizado de acordo com as recomendações do fabricante. Foi utilizado um equipamento
da marca e modelo SVANTEK SV 104, que consiste num medidor de nível de ruído da classe 2.
Este equipamento é propriedade do Laboratório de Prevenção de Riscos Ocupacionais e
Ambientais da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, tendo sido cordialmente cedido
para a realização das recolhas necessárias à presente dissertação.
Este dosímetro é adequado para medições de ruído de acordo com as normas ISO 9612, OSHA,
MSGA e ACGIH. É um equipamento que atende aos requisitos de precisão e desempenho
definidos pela IEC 61252 e pela ANSI S1.25 e é configurável no software Supervisor, permitindo
a configuração do dosímetro para a colheita de dados e consequente a exportação dos dados obtidos

50 Objetivos, materiais e métodos


Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

pela medição em contexto ocupacional para posterior análise e tratamento. A configuração


realizada no software Supervisor antes da recolha de dados, encontra-se no anexo 7.2.
O modelo de dosímetro que foi utilizado é bastante dinâmico, permite que as medições e registo
de dados possam ser iniciadas no imediato ou, ser programas com antecedência para que a medição
possa iniciar e terminar automaticamente num determinado intervalo de tempo, sem a necessidade
de qualquer supervisão e permite também, configurar os períodos de pausa ao longo da jornada
diária de trabalho. A nível de autonomia, a sua recarga é realizada por baterias recarregáveis que
permitem uma operação continua com duração até 40 horas. Este dosímetro detém um sensor de
vibração triaxial embutido, denominado de acelerómetro, que deteta choques mecânicos e
vibrações, o que permite analisar se esses choques influenciaram ou não os resultados obtidos. Nos
gráficos extraídos do software Supervisor, que se encontram no capítulo referente aos resultados,
é possível verificar esses momentos.
Após realização das medições, os dados recolhidos pelo dosímetro foram lidos e extraídos através
do Software Supervisor, que consiste numa ferramenta que permite determinar a exposição ao
ruído ocupacional a partir das medições de nível de ruído. Foram utilizados os arquivos de dados
do SV 104 para calcular os resultados das medições, com inclusão do valor da incerteza, de acordo
com a estratégia de medição selecionada na ISO 9612:2009, que consistiu na medição baseada no
dia de trabalho completo, onde o nível de pressão sonora foi medido continuamente ao longo de
um período de tempo que representa o dia completo de trabalho (8 horas).
As figuras 29, 30 e 31, caracterizam a descrição do sistema e mostram os componentes do
equipamento utilizado nas medições.

Figura 29: Descrição do sistema: Dosímetro SV 104


(Fonte: https://www.geotechenv.com/Manuals/Svantek_Manuals/Svantek_SV104_User_Manual.pdf)

Rainho, Marina 51
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

Figura 30: Visão traseira e lateral do dosímetro SV 104


(Fonte: https://www.geotechenv.com/Manuals/Svantek_Manuals/Svantek_SV104_User_Manual.pdf)

Figura 31:Espuma SA 122 - Protetor de vento


(Fonte: https://www.geotechenv.com/Manuals/Svantek_Manuals/Svantek_SV104_User_Manual.pdf)

3.6 Medição

O equipamento selecionado para realização das medições, foi o dosímetro SVANTEK SV 104
(figuras 29 e 30), integrado com um protetor de vento (figura 31), que consiste num medidor de
nível de ruído da classe 2.
O dosímetro foi acoplado do trabalhador seguindo as diretrizes da Norma ISO:9612:2011 e as
normas de utilização do fabricante do equipamento – Svantek. O microfone foi colocado na parte
superior do ombro, a uma distância de pelo menos, 0,1 m da entrada do canal auditivo, do lado do
ouvido mais exposto, tendo sido cuidadosamente colocado, de modo a que não houvesse qualquer
interferência motivada por impactos mecânicos ou interposições do vestuário do funcionário, e
não perturbasse o desempenho profissional do trabalhador, nem contribuísse para despoletar
fatores de risco ocupacional (figura 32). Nas recolhas realizadas, para além dos pressupostos da
norma ISO 9612:2011 foram tidas em consideração as normas e diretrizes do fabricante do
equipamento (SV 104).

52 Objetivos, materiais e métodos


Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

Figura 32: Imagem representativa do dosímetro acoplado ao trabalhador

Para além da vantagem da mobilidade na utilização do dosímetro, outra das vantagens em utilizar
este tipo de equipamento consiste no facto de não haver necessidade de seguir os trabalhadores
que estão a ser avaliados de perto, o que permite a realização da monitorização de vários
trabalhadores em simultâneo. Nesta dissertação apenas se realizou uma medição de cada vez, no
entanto, é pertinente salientar esta possibilidade.
Procedeu-se à colheita de dados – medições, numa janela temporal que durou aproximadamente
1:00 hora, este período de medição é representativo da exposição global do trabalhador, abrange
os períodos mais significativos da exposição às várias fontes de ruído e é expressivo das situações
de trabalho em análise. As medições foram realizadas num período em que estavam em
funcionamento várias fontes de ruído em simultâneo. O processo de colheita de dados, foi
acompanhado com a observação e análise das condições de exposição, de forma a permitir
controlar a qualidade e fiabilidade dos dados obtidos.
Os trabalhadores avaliados foram informados que a medição tinha como desígnio um estudo
realizado a nível académico, tendo aceitado, a participação. Durante a realização das medições
foram aconselhados a realizar o trabalho normalmente e a não retirar o equipamento durante a
colheita de dados. Para efeitos de medição foram recolhidas as seguintes amostras:
 LAeq – Nível sonoro contínuo equivalente, ponderado A;
 LCpico – Valor máximo da pressão sonora instantânea a que o trabalhador se encontra
exposto, ponderado C;
 LAeq,f – Nível sonoro contínuo equivalente, ponderado A, em cada banda de oitava.

3.7 Tratamento de dados e cálculos

Com a amostra correspondente ao valor obtido do LAeq procedeu-se à determinação da exposição


diária dos trabalhadores em análise (Lex,8h) (equação 3), de forma a averiguar a que valores os
trabalhadores estão expostos durante um dia de trabalho, que usualmente corresponde a 8 horas de
trabalho diárias.

Rainho, Marina 53
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

O nível sonoro contínuo equivalente, ponderado A, em cada banda de oitava, LAeq,f, permite que
seja calculado o valor referente à exposição diária efetiva, LEX,8h,efect, (equações 4, 5 e 6) que
consiste no nível sonoro continuo equivalente a que o trabalhador fica exposto quando utilizada
um modelo de protetor auditivo específico.
Cálculo da Exposição pessoal diária ao ruído
O nível contínuo equivalente, ponderado A, LEX,8H, é calculado para um período normal de
trabalho diário de 8 horas (T0), que abrange todos os ruídos presentes no local de trabalho,
expresso em dB (A), dado pela expressão:
𝐿𝐸𝑋,8ℎ = 𝐿𝐴𝑒𝑞 + 10 log(𝑇𝑒
𝑇0
) Equação 3: Fórmula de cálculo da exposição pessoal diária ponderada a 8h

Em que:
- LAeq.T: representa o nível de pressão sonora contínuo equivalente, ponderado A, no intervalo de
tempo Te;
- Te, representa a duração efetiva da exposição durante um dia de trabalho, expressa em horas;
- T0, representa a duração de referência T0 = 8 horas (28 800 segundos ou 480 minutos).
Cálculo da Exposição pessoal diária efetiva
A atenuação oferecida por um protetor auditivo pode ser determina com recurso a três métodos
diferentes, nomeadamente o método de Banda de Oitava, o método HML e o método SNR. O
método de Banda de Oitava é o mais fiável e rigoroso para determinar a atenuação, pelo que, foi
o método selecionado para aplicar na presente situação.
Por cada banda de oitava procedeu-se ao cálculo dos níveis globais, de acordo com a seguinte
equação:
𝐿𝑛 = 𝐿𝐴𝑒𝑞,𝑓,𝑇𝑘 − 𝑀𝑓 + 𝛼𝑆𝑓 Equação 4: Fórmula de cálculo dos níveis globais para cada banda de oitava

Tk = Ruído a que o trabalhador está exposto durante Tk horas por dia;


Mf= É o valor médio de atenuação dos protetores (valor indicado pelo fabricante dos protetores
auditivos);
Sf = É o desvio padrão da atenuação dos protetores auditivos (valor indicado pelo fabricante dos
protetores auditivos);
α = É o valor estipulado para o percentil de proteção. (Valor sempre fixo)
Com os níveis globais obtidos, foi calculado o nível sonoro continuo equivalente LAeq,Tk,efect de
cada ruído que ocorre durante o tempo, Tk, estando o trabalhador equipado com protetores
auditivos.
𝐿𝐴𝑒𝑞,𝑇𝐾,𝑒𝑓𝑒𝑐𝑡 = 10 log ∑𝑛 100,1𝐿𝑛 Equação 5: Fórmula de cálculo do nível sonoro contínuo
equivalente com protetores auditivos

Para concluir, procedeu-se ao cálculo da exposição diária efetiva em dB (A) de cada trabalhador
que execute o trabalho com protetores auditivos no intervalo de tempo considerado adequado.

𝐿𝐸𝑋,8ℎ,𝑒𝑓𝑒𝑐𝑡 = 10 log [(1⁄8) ∑𝑛1 𝑇𝑘 10(0,1𝐿𝐴𝑒𝑞,𝑇𝐾,𝑒𝑓𝑡 ) ] Equação 6: Fórmula de cálculo do nível


Sonoro contínuo equivalente com protetores auditivos num intervalo de tempo

54 Objetivos, materiais e métodos


Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Resultados das medições

Os postos de trabalho em análise, e de acordo com a metodologia utilizada para a colheita de


dados, descrita no capítulo 3, objetivos, materiais e métodos, permitiram a recolha de amostras
com uma duração temporal, por um período médio de 60 minutos (1 hora). O período de medição
foi controlado de forma manual, o que resulta numa pequena diferença na duração entre as
amostragens realizadas. Esta pequena diferença, uns minutos superior aos 60 minutos estipulados,
é motivada por forma a permitir que o trabalhador pare por uns breves minutos para que lhe seja
retirado o dosímetro, interferindo ao mínimo com a sua rotina de trabalho e com a tarefa que se
encontrava a realizar. Os períodos de amostragem considerados e a respetiva duração temporal da
exposição diária do trabalhador encontram-se descritos na tabela 11. Embora no setor em estudo
seja notada a realização de horas extra com alguma frequência, nos dias das colheitas de dados,
esse facto não se observou. Os trabalhadores cumpriram única e exclusivamente o turno de
trabalho que lhes estava destinado, não tendo realizado nenhuma tarefa em horário extra.

Tabela 11: Duração temporal da amostragem e exposição diária do trabalhador


Tarefa ou zona de trabalho Duração da medição Duração da exposição diária
Operador 1: Servente de
1,05 Horas 8,0 Horas
obra
Operador 2: Montador de
1,02 Horas 8,0 Horas
estruturas metálicas
Operador 3: Fiscal de obra 1,01 Horas 8,0 Horas
Operador 4: Pedreiro 1,04 Horas 8,0 Horas
Operador 5: Armador 1,12 Horas 8,0 Horas

Os resultados espelhados na tabela de dados 12, correspondem aos valores decorrentes das
medições realizadas pelo dosímetro SV 104, onde foram retirados através do software supervisor,
os valores medidos, relativos ao nível de ruído contínuo equivalente, LAeq dB (A), ao valor mínimo
do nível de pressão sonora, ponderado (A), Lmin dB (A), ao valor máximo do nível de pressão
sonora, ponderado (A), Lmax dB (A), ao nível de pressão sonora de pico, ponderado (C), Lcpico dB
(C) e os valores calculados referentes ao nível de exposição ao ruído, ponderado de (A)
normalizado para um valor de exposição diária de 8 horas de trabalhado, Lex,8h dB (A), e ao nível
de exposição ao ruído ponderado (A), com a adição do valor referente à incerteza da medição,
LEX,8H+U dB (A). O cálculo do valor LEX,8H foi realizado de acordo com as premissas estabelecidas
norma (ISO 9612:2011), tendo sido selecionada a estratégia baseada no dia completo te trabalho.
As tabelas de dados integrais extraídas do software Supervisor e referentes às amostragens
realizadas encontram-se no anexo 7.2.
O LAeq (nível de pressão sonora contínuo equivalente) determina o nível sonoro médio captado
durante o período de tempo em que ocorre a medição. O valor de LEX,8H permite obter o valor
efetivo da exposição de um trabalhador durante o seu período de trabalho, ponderando os valores
LAeq aferidos durante a medição realizada. Os postos de trabalho avaliados expõem o trabalhador

Rainho, Marina 55
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

a diferentes níveis sonoros ao longo do dia de trabalho, esta exposição, ao ser medida, originará
os valores de LAeq. O valor de LEX,8H é a ponderação de todos os valores obtidos de LAeq, num valor
final e único. O valor de LAeq é equivalente ao valor de LEX,8H, quando um trabalhador apresenta
uma rotina homogénea, para as 8 de atividade laboral, o que se verificou nas medições realizadas.

Tabela 12: Valores medidos pelo dosímetro SV 104 e extraídos do Software Supervisor
Lex,8h+U*
Tarefa ou zona LAeq Lmin Lmax Lcpico Lex,8h
dB(A)
de trabalho dB(A) dB(A) dB(A) dB(C) dB(A)
Operador 1:
Servente de 77.2 45.2 92.00 126.6 77.2 77.2 ± 3.00 = 80.2
obra
Operador 2:
Montador de
85.6 46.3 94.9 108.7 85.6 85.6 ± 3.00 = 88.5
estruturas
metálicas
Operador 3:
79.8 43.1 87.5 113.1 79.8 79.8 ± 3.00 = 82.8
Fiscal de obra
Operador 4:
80.2 59.0 88.6 124.5 80.2 80.2 ± 3.00 = 83.2
Pedreiro
Operador 5:
78.5 40.6 88.9 114.3 78.5 78.5 ± 3.00 = 81.5
Armador

U* Corresponde ao valor da incerteza expandida (3.00 dB (A)).


Ao analisar os resultados, e fazendo a comparação dos valores legais em vigor, expostos no
Decreto-Lei nº 182/2006, concluímos que os valores apurados, correspondentes aos níveis de
pressão sonora de pico, Lcpico dB (C), são inferiores aos valores de ação inferior regulamentados,
que corresponde a 135 dB (C). Os postos de trabalhado onde se verificou a exposição a valores de
pico mais elevados corresponde ao servente de obra e ao pedreiro, com valores apurados de 126.6
dB (C) e 124.5 dB (C), respetivamente.
Ao observar os resultados de exposição referentes a exposição diária ao ruído, verificamos que
todos os postos de trabalhado apresentam uma exposição com um valor superior ao valor limite
de ação inferior (VAI) que corresponde a 80 dB (A). Os valores de ação superior (VAS) apenas
são excedidos pelo montador de estruturas de metálicas, resultando um exposição de 88.5 dB (A),
3.5 dB (A) acima do valor VAS que corresponde a 85 dB (A). O posto de trabalho ocupado pelo
montador de estruturas metálicas excede ainda o valor limite exposição (VLE), com 1.5 dB (A)
acima dos 87 dB (A) estabelecidos.
Na presente dissertação, complementarmente foi realiza uma análise espetral, tendo sido realizadas
medições do nível de pressão sonora contínuo equivalente, ponderado A, para cada banda de oitava
(63, 125, 250, 500, 1000, 2000, 4000 e 8000 HZ), que se encontram registadas na tabela de dados
nº13. Esta análise irá permitir estudar o campo sonoro e consequentemente calcular o nível sonoro
contínuo equivalente, LAeaq,Tk,efect, por forma a determinar o nível sonoro que o trabalhador está
exposto quando utiliza uns protetores auditivos específicos. Serve igualmente para comparar a
adequabilidade de diferentes protetores auditivos e selecionar a melhor opção para uma situação
particular de exposição ao ruído.

56 Resultados e Discussão
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

Tabela 13: Análise espetral do ruído


Tarefa ou zona Análise espetral do ruído em frequências de 1/1 de oitava dB (A)
de trabalho 63 HZ 125 HZ 250 HZ 500 HZ 1000 HZ 2000 HZ 4000 HZ 8000 HZ
Operador 1:
Servente de 48.4 62.8 66.7 70.1 71.3 70.9 70.4 55.3
obra
Operador 2:
Montador de
34.8 47.1 63.8 76.1 81.7 80.4 77.2 70.8
estruturas
metálicas
Operador 3:
48.3 58.0 62.4 70.8 75.3 75.1 71.7 60.3
Fiscal de obra
Operador 4:
34.7 39.3 55.3 67.9 77.5 74.7 68.8 68.3
Pedreiro
Operador 5:
36.1 39.1 52.8 67.8 74.5 72.50 68.5 71.3
Armador

4.2 Discussão dos resultados referentes aos níveis de pressão sonora

Com a observação dos gráficos referentes às figuras 33,34, 35, 36 e 37, correspondentes aos níveis
de pressão sonora obtidos pelas amostragens realizadas em ambiente de obra. Podemos concluir
que os níveis de ruído não são contínuos, verificando-se que os níveis de pressão sonora oscilam
no tempo. É possível enquadrar estas exposições ao ruído, como exposições ao ruído intermitente,
em que conseguimos identificar os níveis de pressão sonora de forma a atribuir-lhe um intervalo
temporal, mediante o tempo da amostra, pelos períodos considerados e interpretados nas tabelas
referentes à interpretação dos gráficos supramencionados. No setor da construção, apesar de não
se verificar nas medições realizadas, existem algumas fases da obra, em que encontramos a
exposição ao ruído impulsivo ou de impacto, que apresentam altos níveis de intensidade sonora
num intervalo de tempo reduzido como é o caso das explosões.
OPERADOR 01_ Servente de obra

dB dB
130.0 130.0

120.0 120.0

110.0 110.0

100.0 100.0
Acoustic pressure

Acoustic pressure

90.0 90.0

80.0 80.0

70.0 70.0

60.0 60.0

50.0 50.0

40.0 40.0

08:10:00 08:15:00 08:20:00 08:25:00 08:30:00 08:35:00 08:40:00 08:45:00 08:50:00 08:55:00 09:00:00 09:05:00 Time
08:05:42
Start Duration LZpeak (TH) [dB] LASmax (TH) [dB] LASmin (TH) [dB] LAeq (TH) [dB] LAV (TH) [dB]
Info - - P1 P1 (A, Slow) P1 (A, Slow) P1 (A, Lin) P1 (A, Slow)
Main cursor 22/07/2022 08:05:42 - 83.1 65.0 63.0 63.1 -
High vibration level Figura 33: Gráfico do nível sonoro a que se encontra exposto o servente de obra
22/07/2022 08:14:01 00:00:02.000 121.8 88.2 64.9 85.6 85.1
NoMotion 22/07/2022 08:06:16 00:21:20.000 106.4 82.8 46.8 76.0 69.9

(Gráfico em escala superior disponível no anexo 7.3)

O servente de obra, ao realizar a tarefa correspondente ao seu posto de trabalho, que se encontra
descrita na tabela de dados nº 6, mesmo sem operar qualquer equipamento ruidoso, encontra-se
exposto ao ruído da torre grua, ao ruído do berbequim e ao ruído da retroescavadora. O nível
sonoro de referência para estes equipamentos é de, 100 dB (A), 102 dB (A) e 86.5 dB (A),
respetivamente (anexo 7.4). A tabela 14 corresponde à interpretação do gráfico da figura 33, onde
se encontram descritas as fontes sonoras preponderantes nos intervalos temporais considerados.

Rainho, Marina 57
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

Tabela 14: Interpretação do gráfico do nível sonoro a que se encontra exposto o servente de obra
Nº. de períodos Janela
Interpretação dos dados com base na observação
considerados temporal
Valor de pressão sonora relativamente constante, devido ao funcionamento simultâneo da
grua e da retroescavadora. A posição da grua foi constante ao longo do dia. A
01 08:05 – 08:27
retroescavadora fez várias movimentações o que contribuiu para pequenas oscilações na
exposição, devido à aproximação ou afastamento do local onde o servente trabalhava.
02 08:27 – 08:45 Nestes períodos, ao funcionamento simultâneo da grua e da retroescavadora foi adicionado
o ruído do berbequim. O nível sonoro emitido pelo berbequim variou nos períodos 02 e 03,
motivado pela distância a que operador do berbequim se encontrava do servente de obra.
03 08:45 – 08:58
No período 02, o operador do berbequim estava a fixar a vedação metálica mais próximo
do servente de obra e no período 03 mais afastado.
No último período da amostra, as fontes de ruído presentes voltaram a ser a grua e a
retroescavadora. Neste período notou-se a aproximação ao local de um camião de
04 08:58 – 09:06
transporta material para a obra. O ruído emitido pelo camião a realizar a manobra de
marcha a traz justifica os momentos de pico.

OPERADOR 02_Montador de estruturas metálicas

dB dB

110.0 110.0

100.0 100.0

90.0 90.0
Acoustic pressure

Acoustic pressure
80.0 80.0

70.0 70.0

60.0 60.0

50.0 50.0

11:20:00 11:25:00 11:30:00 11:35:00 11:40:00 11:45:00 11:50:00 11:55:00 12:00:00 12:05:00 12:10:00 12:15:00 Time
11:17:27
Start Duration LZpeak (TH) [dB] LASmax (TH) [dB] LASmin (TH) [dB]
Info - - P1 P1 (A, Slow) P1 (A, Slow)
Main cursor
NoMotion Figura 34: Gráfico do nível sonoro a que se encontra exposto o montador de estruturas metálicas
01/09/2022 11:17:27
01/09/2022 11:17:50
-
01:00:36.000
91.6
108.7
60.3
94.9
46.3
69.9

(Gráfico em escala superior disponível no anexo 7.3)

O montador de estruturas metálicas, ao realizar a tarefa correspondente ao seu posto de trabalho,


que se encontra descrita na tabela de dados nº 7, mesmo sem operar qualquer equipamento que
emite ruído, encontra-se exposto ao ruído da torre grua, ao ruído do camião betoneira e ao ruído
da montagem das escoras metálicas, apesar deste último ruído não ser proveniente de nenhuma
máquina, tem bastante impacto e é importante ser considerado. O nível sonoro de referência para
estes equipamentos é de, 100 dB (A) para a grua e <85 dB (A) para o camião betoneira e bomba
de betão (anexo 7.4). A tabela 15 corresponde à interpretação do gráfico da figura 34, onde se
encontram descritas as fontes sonoras predominantes nos períodos temporais associados.

Tabela 15: Interpretação do gráfico do nível sonoro a que se encontra exposto o montador de estruturas metálicas
Nº. de períodos Janela
Interpretação dos dados com base na observação
considerados temporal
Valor de pressão sonora relativamente constante, devido ao funcionamento simultâneo da
grua e do camião betoneira. Neste posto de trabalho estamos perante o manuseamento de
peças metálicas que batem umas nas outras ou no pavimento que é em betão. As variações
01 11:17– 12:05 dos valores de pressão sonora neste período, caracterizam-se essencialmente pelo ruído
proveniente do manuseamento das peças metálicas refletindo-se em pequenos momentos d
pico. O ruído da grua, do camião betoneira e da bomba de betão foi simultâneo e constante
ao longo do período em análise.
Descrição equivalente ao período 01. Neste período nota-se um decrescimento do nível
02 12:06 – 12:20 sonoro motivado pelo facto de alguns postos de trabalho na obra já se encontrarem
parados para o período de almoço. A grua já estava parada.

58 Resultados e Discussão
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

OPERADOR 03_Fiscal de obra

dB dB

110.0 110.0

100.0 100.0

90.0 90.0
Acoustic pressure

Acoustic pressure
80.0 80.0

70.0 70.0

60.0 60.0

50.0 50.0

40.0 40.0

08:15:00 08:20:00 08:25:00 08:30:00 08:35:00 08:40:00 08:45:00 08:50:00 08:55:00 09:00:00 09:05:00 Time
08:10:20
Start Duration LZpeak (TH) [dB] LASmax (TH) [dB] LASmin (TH) [dB]
Info - - P1 P1 (A, Slow) P1 (A, Slow)
Main cursor 24/08/2022 08:10:20 Figura 35: Gráfico do nível sonoro a que se encontra exposto o fiscal de obra
- 95.2 80.6 61.8
NoMotion 24/08/2022 08:10:43 00:22:47.000 105.2 87.5 75.0

(Gráfico em escala superior disponível no anexo 7.3)

O fiscal de obra, ao realizar a tarefa análoga ao seu posto de trabalho, que se encontra descrita na
tabela de dados nº 8, mesmo sem operar qualquer equipamento que emite ruído, encontra-se
exposto ao ruído da torre grua, ao ruído do camião betoneira, da bomba de betão, e ao ruído do
camião que transporta materiais para a obra. O nível sonoro de referência para estes equipamentos
é de, 100 dB (A) para a grua, <85 dB (A) para o camião betoneira, e <85 dB (A) para a bomba de
betão (anexo 7.4). Para o camião de transporte de material, de acordo com dados recolhidos na
pesquisa bibliográfica, estima-se que o nível sonoro referência se encontre nos 90 dB (A) (tabela
3). A tabela 16 corresponde à interpretação do gráfico da figura 35, onde se encontram descritas
as fontes sonoras influentes nos períodos temporais considerados.

Tabela 16: Interpretação do gráfico do nível sonoro a que se encontra exposto o fiscal de obra
Nº. de períodos Janela
Interpretação dos dados com base na observação
considerados temporal
Duração da betonagem: Neste período o camião betoneira estava em funcionamento em
simultâneo com a bomba de betão, tendo realizado a descarga do betão para a laje
01 08:10 – 08:35
previamente preparada, num período que englobou cerca de 25 minutos. Em paralelo na
obra, as torres grua estavam em funcionamento.
Neste período o betão já tinha sido despejado, pelo que, foi realizada a desmontagem da
02 08:35 – 08:45 bomba de betão. Estavam em funcionamento as gruas torre e o camião betoneira sem
estar a despejar o betão.
Neste período o fiscal deslocou-se para controlar a carga e descarga de um camião que
03 08:47 – 08:53 chegará com material para a obra. As gruas torres continuavam em funcionamento. Os
momentos de pico neste período justificam-se pela manobra de marcha atrás do camião.
Descrição semelhante ao período 02. Neste caso estava a ser colocada a bomba de betão
04 08:55 – 09:10 no camião betoneira para se poder realizar um novo ciclo da betonagem. As gruas torres
continuavam em funcionamento.

Rainho, Marina 59
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

OPERADOR 04_Pedreiro

dB dB

120.0 120.0

110.0 110.0
Acoustic pressure

Acoustic pressure
100.0 100.0

90.0 90.0

80.0 80.0

70.0 70.0

60.0 60.0

14:00:00 14:05:00 14:10:00 14:15:00 14:20:00 14:25:00 14:30:00 14:35:00 14:40:00 14:45:00 14:50:00 14:55:00 15:00:00 Time
13:59:18
Start Duration LZpeak (TH) [dB] LASmax (TH) [dB] LASmin (TH) [dB]
Info - - P1 P1 (A, Slow) P1 (A, Slow)
Main cursor 12/08/2022 13:59:18 - 91.8 72.9 68.4
NoMotion 12/08/2022 13:59:46 00:56:38.000 108.1 88.1 59.0

Figura 36: Gráfico do nível sonoro a que se encontra exposto o pedreiro


(Gráfico em escala superior disponível no anexo 7.3)

O Pedreiro, ao realizar a tarefa correspondente ao seu posto de trabalho, que se encontra descrita
na tabela de dados nº 9, mesmo sem operar qualquer equipamento que emita ruído, encontra-se
exposto ao ruído da torre grua, ao ruído do camião de transporte de materiais, da retroescavadora
e da rebarbadora. O nível sonoro de referência para estes equipamentos é de, 100 dB (A) para a
grua, e 86.5 dB (A), para a retroescavadora (anexo 7.4). A rebarbadora, segundo a consulta
realizada a um fabricante deste tipo de equipamentos (SKIL) tem como nível sonoro de referência,
99 dB (A). Para o camião de transporte de material, de acordo com dados recolhidos na pesquisa
bibliográfica, estima-se que o nível sonoro referência se encontre nos 90 dB (A) (tabela 3). A
tabela 17 corresponde à interpretação do gráfico da figura 36, onde se encontram descritas as fontes
sonoras dominantes nos períodos temporais considerados.

Tabela 17: Interpretação do gráfico do nível sonoro a que se encontra exposto o pedreiro
Nº. de períodos Janela
Interpretação dos dados com base na observação
Considerados temporal
Valor de pressão sonora relativamente constante, devido ao funcionamento simultâneo da
01 14:00 – 14:10
grua, do camião de transporte de materiais, da retroescavadora e da rebarbadora.
Neste período estava em funcionamento a grua, a retroescavadora e o camião de transporte
02 14:10 – 14:17
de materiais. A rebarbadora estava em pausa.
Descrição equivalente ao período de tempo 01. As mesmas fontes de ruído em
03 14:18 – 14:35
funcionamento simultâneo.
04 14:35 – 14:45 Descrição equivalente ao período 02. A rebarbadora estava parada.
Descrição equivalente ao período de tempo 01 e 03. As mesmas fontes de ruído em
funcionamento simultâneo. Neste período, por volta das 15:00 verificamos que ocorreu
05 14:45 – 15:00
uma diminuição do nível sonoro que se carateriza por um momento de paragem da
retroescavadora e da rebarbadora em simultâneo.

60 Resultados e Discussão
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

OPERADOR 05_Armador
dB dB

110.0 110.0

100.0 100.0

90.0 90.0
Acoustic pressure

Acoustic pressure
80.0 80.0

70.0 70.0

60.0 60.0

50.0 50.0

40.0 40.0

10:20:00 10:25:00 10:30:00 10:35:00 10:40:00 10:45:00 10:50:00 10:55:00 11:00:00 11:05:00 11:10:00 11:15:00 11:20:00 11:25:00 Time
10:16:40
Start Duration LZpeak (TH) [dB] LASmax (TH) [dB] LASmin (TH) [dB]
Info - - P1 P1 (A, Slow) P1 (A, Slow)
Main cursor 12/08/2022 10:16:40 - 93.7 74.0 70.1
High vibration level 12/08/2022 10:34:55 00:00:01.000 100.0 72.1 68.8
NoMotion
Figura 37:Gráfico referente ao nível sonoro a que se encontra exposto o Armador
12/08/2022 10:17:55 00:45:20.000 110.8 88.9 40.6

(Gráfico em escala superior disponível no anexo 7.3)

O Armador, ao realizar a tarefa correspondente ao seu posto de trabalho, que se encontra descrita
na tabela de dados nº 10, mesmo sem operar qualquer equipamento que emita ruído, encontra-se
exposto ao ruído da torre grua, da retroescavadora e da rebarbadora. O nível sonoro de referência
para estes equipamentos é de, 100 dB (A) para a grua e 86.5 dB (A) para a retroescavadora (anexo
7.4). A rebarbadora, segundo a consulta a um fabricante deste tipo de equipamentos (SKIL) tem
um nível sonoro de referência, de 99 dB (A). A tabela 18 corresponde à interpretação do gráfico
da figura 37, onde se encontram descritas as fontes sonoras predominantes nos períodos temporais
considerados.

Tabela 18: Interpretação do gráfico do nível sonoro a que se encontra exposto o Armador
Nº. de períodos Janela
Interpretação dos dados com base na observação
considerados temporal
Neste período estava em funcionamento a grua, a retroescavadora e a rebarbadora. Os
momentos em que se verificou a exposição a valores mais elevados foi quando a
rebarbadora se encontrava a realizar trabalhos muito próximo ao armador, fazendo oscilar
01 10:16 – 10:35 os valores de pressão sonora. A retroescavadora operava no piso térreo, o trabalhador
estava a realizar a armação dos pilares no piso 03, pelo que, havia uma distância de cerca
de 9 metros de altura entre o ruído emitido pela retroescavadora e o local de trabalho do
Armador.
Neste período a rebarbadora estava parada. Em paralelo, o armador afastou-se do local
02 10:36 – 10:42
onde estava a trabalhar para atender uma chamada telefónica.
Descrição equivalente ao período de tempo 01. As mesmas fontes de ruído em
03 10:43 – 11:03 funcionamento simultâneo tendo sido notado que o trabalhador estava bastante próximo
da rebarbadora.
Neste período a rebarbadora estava parada. No piso abaixo estavam a realizar a
04 11:04 – 11:09 descofragem. A diferença acentuada nos níveis de pressão sonora deve-se à madeira das
cofragens a bater no chão (pavimento de betão).
05 11:10 – 11:25 Descrição equivalente ao período 01.

4.3 Discussão dos resultados relativos à análise espetral

A perceção individual do ruído depende das suas características, nomeadamente da intensidade,


do espetro e da frequência com que ocorre. De forma a conseguir uma noção exata da composição
do som e conseguir atuar, por forma a reduzir a sua exposição é necessário determinar o nível
sonoro para cada frequência. Esta análise é denominada por análise espetral e usualmente é

Rainho, Marina 61
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

representada num sistema de eixos onde as frequências se situam no eixo das abcissas e os níveis
sonoros no eixo das ordenadas (Azeres, 2002). O ruído de baixa frequência, associado à capacidade
em ouvir sons graves, incorpora a gama de frequências acústicas mais difíceis de detetar pelo
ouvido humano, que se encontram abaixo dos 125 Hz, incluindo as não audíveis, abaixo dos 20
HZ. O ruído de alta frequência engloba os valores de frequência considerados altos, entre os 2000
Hz e os 8000 Hz, associados aos sons agudos. O filtro de ponderação utilizado nas medições
realizadas foi o filtro (A), adequado para a avaliação de ruídos entendíveis pelo ouvido humano,
que são essencialmente os ruídos de médias e altas frequências, compreendidos entre as 250 e
8000 Hz (figura 3). A intensidade do ruído é mais evidente para os sons puros e para as frequências
mais altas (Miguel, 2014).

Operador 1 : Servente de obra Operador 2 : Montador de estruturas metálicas


70,1 71,3 70,9 70,4
62,8 66,7
48,4
55,3 76,1 81,7 80,4 77,2 70,8
LAeq dB(A)

63,8

LAeq dB(A)
47,1
34,8

63 125 250 500 1000 2000 4000 8000 63 125 250 500 1000 2000 4000 8000
Banda de Oitava (HZ) Banda de Oitava (HZ)

Operador 3: Fiscal de Obra Operador 4 : Pedreiro


70,8 75,3 75,1 71,7
58 62,4 60,3
67,9
77,5 74,7
68,8 68,3
48,3
LAeq dB(A)
LAeq dB(A)

55,3
34,7 39,3

63 125 250 500 1000 2000 4000 8000 63 125 250 500 1000 2000 4000 8000
Banda de Oitava (HZ) Banda de Oitava (HZ)

Operador 5: Armador
74,5 72,5
67,8 68,5 71,3
52,8
LAeq dB(A)

36,1 39,1

63 125 250 500 1000 2000 4000 8000


Banda de Oitava (HZ)

Figura 38: Gráficos interpretativos referentes à análise espetral de cada posto de trabalho

62 Resultados e Discussão
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

A figura 38, respeitante aos resultados conseguidos com a análise espetral, realizada com recurso
ao método das bandas de oitava, permitem-nos depreender quais são as frequências dominantes
nas exposições observadas.
No primeiro trabalhador em análise, o servente de obra, verifica-se que os tipos de ruído mais com
mais preponderância se situam na gama das médias e altas frequências, chegando a valores
relativamente próximos para as frequências de 500 Hz, 1000 Hz, 2000 Hz e 4000 Hz, tendo sido
apurados os valores referentes ao nível sonoro máximo de 70.1 dB (A), 71.3 dB (A), 70.9 dB (A),
70.4 dB (A), respetivamente (figura 38). A exposição simultânea a várias fontes de ruído, com
valores sonoros de referência aproximados (figura 33), nomeadamente a grua, o berbequim e a
retroescavadora fundamentam os valores apurados.
Relativamente ao Montador de estruturas metálicas, a frequência dominante situa-se na gama das
médias frequências, 1000 Hz tendo resultado num nível sonoro máximo de 81.7 dB (A) (figura
38). Esta exposição é provocada pela exposição simultânea ao ruído da grua, do camião betoneira,
da bomba de betão e ao ruído proveniente do bater das peças metálicas, do escoramento, umas nas
outras e no pavimento em betão.
Para o fiscal de obra, a frequência influente encontra-se na gama das médias e altas frequências,
1000 Hz e 2000 Hz, resultando numa exposição relativamente homogénea em ambas as
frequências, de 75.3 dB (A) e 75.1 dB (A), respetivamente (figura 38). Este trabalhador está
exposto ao ruído proveniente da grua, do camião betoneira, da bomba de betão e ao ruído do
camião de transporte de matérias de construção. O nível sonoro apurado, homogéneo entre o final
nas médias frequências e o início das altas frequências, é proveniente da exposição combinada do
camião betoneira e da bomba de betão que trabalharam em simultâneo. Tendo resultado num nível
sonoro misturado pelas duas fontes sonoras, já que, funcionam em ambiente simbiose. Só é
possível despejar o betão na laje se a bomba de betão estiver acoplada ao camião betoneira para
que o betão consiga chegar o local almejado (figura 19).
No posto de trabalho, referente ao Pedreiro, o nível sonoro apurado situa-se na gama das médias
frequências, destacando a frequência de 1000 Hz, com um nível sonoro máximo de 77.5 dB (A)
(figura 38). Este trabalhador estava exposto ao ruído da torre grua, ao ruído do camião de
transporte de materiais, da retroescavadora e a rebarbadora. Este valor justifica-se pela exposição
às várias fontes de ruído em simultâneo, com ênfase para a influência do ruído emitido pela
rebarbadora, tendo destaque, uma vez que estava bastante próxima, a nível de distância horizontal,
do local de trabalho pedreiro.
O último trabalhador analisado, à sequência dos resultados anteriores, vai ao encontro do
expectável, que é a exposição ao ruído de médias frequências, tendo-se verificado que o nível
sonoro com mais impacto de situa na gama das frequências de 1000 Hz com um nível sonoro
máximo de 74.5 dB (A). Este trabalhador estava exposto ao ruído da torre grua, da retroescavadora
e a rebarbadora. À sequência da situação elencada no pedreiro, este valor é justificado pela
aproximação ao ruído emitido pela rebarbadora.

Rainho, Marina 63
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

Em consequência dos postos de trabalhado avaliados, e como medida de mitigação a aplicar de


imediato aos postos de trabalho avaliados, procedeu-se ao cálculo da atenuação recorrendo ao uso
de protetores auriculares com recurso a uma utilização intermitente.
Cálculo da atenuação conseguida com a utilização de proteção auditiva
A presente dissertação parte de premissa que pretende identificar se os trabalhadores do setor da
construção civil que realizam tarefas em ambiente de obra se encontram expostos a níveis de ruído
elevados e em caso afirmativo, que se verificou pela decomposição dos dados espelhados nas
tabelas 12 e 13, pretende-se elencar uma série de medidas de mitigação que possam contribuir para
a diminuição dessa exposição. De acordo com os resultados descritos e comentados no presente
capítulo verificamos que os trabalhadores avaliados estão sujeitos a exposições diárias ao ruído
Lex, 8h com valores superiores ao VAI que corresponde a 80 dB (A) (tabela 12). Neste sentido e
seguindo as diretrizes regulamentares em vigor, o Decreto-Lei nº 182/2006, procedeu-se ao cálculo
da exposição diária efetiva ao ruído, Lex,8h,efect, tendo em conta a atenuação proporcionada com a
utilização de protetores auditivos, valor expresso em dB (A).
O enquadramento legal e normativo em vigor, considera que um protetor auditivo oferece a
atenuação apropriada quando um trabalhador o usa de forma correta e fica sujeito a um nível de
exposição pessoal diária efetiva inferior aos valores limite de exposição, e sempre que for
tecnicamente viável, abaixo dos valores de ação inferiores.
Procedeu-se ao cálculo do LAeaq,Tk,efect,, tendo por base a atenuação conseguida com a utilização
dos seguintes modelos de protetores auditivos, Earline 30212 (SNR 30) (Tampões auditivos)
Singer Safety (SNR 32) (Protetores auriculares). A seleção do protetor adequado deve ir ao
encontro da atenuação conseguida dentro do espetro medido e predominante (figura 38), onde se
verifica que os níveis sonoros com mais impacto se situam na gama das médias frequências, 1000
Hz. Ao analisar a informação da ficha técnica dos protetores auditivos utilizados no cálculo da
atenuação (anexo 7.5) verificamos que o protetor auricular Singer Safety oferece uma atenuação
superior ao tampão auditivo Earline 3012, nas gamas de frequência influentes (1000 Hz).
Os protetores auditivos devem ser selecionados de acordo com a atenuação sonora que irão
proporcionar. A norma EN 458:2004, considera que o risco de dano auditivo associado à exposição
ocupacional ao ruído é baixo quando uma exposição diária ao ruído (LEX, 8h) é inferior a 80 dB
(A) e insignificante quando o LEX, 8h é inferior a 75 dB (A). Em geral, um protetor auditivo que
forneça um nível sonoro efetivo no ouvido entre 70 dB (A) e 80 dB (A) é considerado adequado,
sendo o ideal entre 70 dB (A) e 75 dB (A). Se o protetor fornecer proteção excessiva, abaixo dos
70 dB (A), o trabalhador corre risco de não entender as comunicações essenciais nem reconhecer
os sinais de alerta podendo levar a que o trabalhador se sinta isolado no seu ambiente de trabalho.
A perceção de isolamento aumenta à medida que o som efetivo para o ouvido diminui (Mitin,
2004). É fundamental selecionar um protetor auditivo que seja adequado às situações elencadas.
Em alguns casos, dependendo das tarefas pode ser necessário selecionar mais do que um tipo de
protetor auditivo. O protetor a considerar deverá permitir que os sinais de alerta sejam
reconhecíveis em todos os momentos.

64 Resultados e Discussão
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

Procedeu-se ao dimensionamento da atenuação, conseguida com a utilização de equipamentos


individuais de proteção auditiva, focada numa utilização intermitente, para os momentos em que
os níveis de exposição sonora se verificaram mais elevados, de forma a reduzir os níveis de
exposição para valores considerados adequados, que se situam entre os 70 dB (A) e os 75 dB (A).
Os períodos de utilização de proteção auditiva foram selecionados após interpretação dos gráficos
referentes à exposição ao nível sonoro das amostragens realizadas. Os resultados provenientes do
cálculo da atenuação estão descritos na tabela nº 19.

Tabela 19: Resultados do cálculo da atenuação proporcionada com a utilização de protetores auditivos

(SNR 30) (Tampões auditivos)

(SNR 30) (Tampões auditivos)


Tarefa ou zona de trabalho

Períodos críticos em que o

proteção auditiva (horas)

proteção auditiva (horas)


Opção 01: Earline 30212

Opção 01: Earline 30212


(SNR 32 dB ) (Protetores

(SNR 32 dB) (Protetores


Opção 02: Singer Safety

Opção 02: Singer Safety


Utilização intermitente -

Utilização intermitente -
Intervalo de tempo com
Intervalo de tempo sem
trabalhador deve usar
Duração da amostra

proteção auditiva.
Considerada

auriculares)

auriculares)
Lex,8 h efect

Lex,8 h efect

Operador 1: 02_08:27
Servente de às 8:45
1.05 56.432 52.981 3.5 4.5 73.777 73.752
obra 03_08:45
às 08:58
Operador 2: 01_11:17
Montador de às 12:05
1.02 64.608 55.568 0.5 7.5 74.071 73.648
estruturas 02_12:06
metálicas às 12:20
Operador 3: 01_08:10
Fiscal de obra 1.01 58.995 51.483 2.5 5.5 74.874 74.810
às 08:35
Operador 4: 01_14:00
Pedreiro às 14:10
03_14:18
1.04 59.205 49.330 2 6 74.357 74.267
às 14:35
05_14:45
às 15:00
Operador 5: 01_10:16
Armador às 10:35
03_10:45
às 11:03
1.12 04_11:04 56.918 47.867 3 5 74.408 74.365
às 11:09
05_11:10
às 11:25

Com a observação dos valores procedentes do cálculo da atenuação, ao analisar as colunas


referentes ao cálculo do Lex,8h efect, verificamos que os protetores auriculares oferecem uma
proteção superior em comparação com os tampões auditivos. Não obstante, os valores a considerar,
são os valores finais apurados na utilização intermitente da proteção auditiva, espelhados nas duas
últimas colunas, em que concluímos que o valor proporcionado pela atenuação em ambos os casos
é equivalente, sendo que a proteção conseguida pela utilização dos protetores auriculares é
ligeiramente superior. A escolha do protetor auditivo deverá ser realizada com base nas
características do espetro medido (figura 38) e nos critérios estabelecidos na tabela 20.

Rainho, Marina 65
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

Tabela 20: Características dos protetores auditivos: passivos e ativos

Protetores passivos Descrição Imagem ilustrativa

Tampões feitos de espuma poliuretano.


Material que pode ser moldado pelo usuário,
Tampões auditivos moldáveis; quando é introduzido no canal auditivo
“dilata” e adapta-se à fisionomia ou ouvido.
Estes tampões podem ser descartáveis e Imagem ilustrativa do tampão
reutilizáveis. moldável.
Fonte: (3M)

Os tampões auditivos pré-moldados são feitos


Tampões auditivos pré-moldados; em materiais flexíveis e apresentam falanges
circulares de diâmetro crescente para que seja
possível a sua utilização por diferentes
Imagem ilustrativa dos tampões
usuários.
auditivos pré-moldados
Fonte: (3M)

Tampões fabricados de acordo com a


Tampões auditivos moldados
fisionomia do canal auditivo do usuário, em
individualmente;
silicone ou acrílico. Imagem ilustrativa dos tampões
auditivos moldados individualmente.
Fonte: (3M)

Protetores ativos Descrição Imagem ilustrativa

Consistem em copas rígidas com almofadas de


polímero macio à volta das orelhas de forma
a bloquear o ruído. Estão disponíveis
Protetores auriculares; com diadema ou arco de cabeça, arco de
nuca, fixação para capacete e em modelos
dobráveis. Proporcionam uma proteção
robusta e são mais universais que os tampões,
que podem ser desconfortáveis para certos Imagem ilustrativa dos protetores
canais auditivos. auriculares.
Fonte: (3M)

Além da proteção robusta aos ruídos,


permitem que o trabalhador comunique com
Protetores auriculares com um ou vários colegas. Estão equipados
soluções de comunicação com sistema de comunicação via rádio, wifi ou
Bluetooth e disponíveis em arco de cabeça,
arco de nuca e fixação de capacete. Imagem ilustrativa dos protetores
auriculares com soluções de
comunicação.
Fonte: (3M)

66 Resultados e Discussão
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

A escolha do protetor auditivo mais adequado deve ser realizada de acordo com as características
específicas de cada protetor, analisando as vantagens e desvantagens de cada um, por forma a
realizar uma escolha adequada e consciente em cada caso (Mitin, 2004).
As desvantagens associadas à utilização dos tampões auditivos prendem-se com o facto de ser
necessário tempo para os retirar e colocar do ouvido, com a necessidade de condições de higiene
mais controladas, de forma a evitar irritações e infeções nos canais auditivos, sendo necessários
cuidados de higiene particulares, sempre que se colocam ou se retiram os tampões e são necessárias
condições de armazenamento específicas, para evitar o contacto com poeiras e outros ácaros
presentes no ambiente. A nível de vantagens podemos elencar a facilidade de transporte, o conforto
associado a usos prolongados, são compatíveis com outros equipamentos de proteção individual
(EPI), tais como óculos, máscaras, capacete etc., e apresentam uma boa performance perante
baixas e médias frequências (Abreu, 2012).
Relativamente ao uso dos protetores auriculares, elencamos como desvantagens a
incompatibilidade com outros equipamentos de proteção individual, tais como óculos ou capacete,
o facto de causarem desconforto em ambientes quentes e húmidos, e a evidência de poderem causar
irritações nas orelhas sempre que sejam considerados em utilizações prolongadas. As vantagens
associadas ao uso deste EPI, concentram-se na facilidade de uso. Um tamanho serve à maioria dos
trabalhadores, e é menos provável que ocorram infeções. Apresentam facilidade em colocar/retirar
e contemplam melhor desempenho perante as médias e altas frequências (Abreu, 2012).
Neste setor, e estando os trabalhadores potencialmente expostos ao ruído de média e alta
frequência, e sendo a obra um ambiente com poeiras e sujidade constante, a proteção auditiva mais
adequada prende-se com a utilização dos protetores auriculares, que para além de oferecerem uma
atenuação superior na gama de frequências medida e influente (1000 Hz), são também, os mais
adequados e fáceis de colocar/retirar para o tipo de utilização que se pretende, intermitente. Sendo
obrigatório, em obra, o uso de capacete para todos os trabalhadores, recomenda-se uma solução
com uso integrado de capacete e proteção auricular, e caso se afigura necessário, sistema de
comunicação. Os trabalhadores que usem óculos de ver, ou óculos de proteção como EPI, devem
ser avaliados individualmente de forma a aferir a melhor estratégia de EPI adequada à sua situação
de trabalho. Sempre que a estratégia de redução da exposição ao ruído passe pela implementação
de EPI´s, deve ser assegurada a compatibilidade com os todos os equipamentos de proteção
individual que o trabalhador deve usar.

4.4 Medidas de vigilância da saúde

Os trabalhadores em que se verificou que o nível de exposição ao ruído é superior ao (VAI)


permitido por lei de 80 dB (A), devem ser vigiados e submetidos a exames audiométricos de dois
em dois anos (Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, 2006). Dos trabalhadores
avaliados, estão neste patamar com níveis sonoros contínuos equivalentes, referentes à exposição
diária do trabalhador ao ruído, o servente de obra com 80.2 dB (A), o fiscal de obra com 82.8 dB
(A), o pedreiro com 83.2 dB (A) e o armador com 81.5 dB (A).

Rainho, Marina 67
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

O posto de trabalho em que o nível de exposição ao ruído é superior ao valor de ação superior
(VAS) permitido por lei de 85 dB (A), deverá ser vigiado e submetido a exames audiométricos
anualmente (Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, 2006). Situação que se verificou
no montador de estruturas metálicas, em que o nível sonoro contínuo equivalente, referente à
exposição diária do trabalhador ao ruído medido foi de 88.5 dB (A).

4.5 Medidas de tratamento do risco

Quando se reconhece que existe exposição ao ruído em valores que podem ser considerados
prejudiciais para os trabalhadores, devem ser propostas medidas de mitigação que permitam
reduzir a exposição ao ruído para o valor mais baixo possível. Para reduzir a exposição ao ruído é
necessário que se conheça a fonte que o produz. A legislação em vigor sobre o tema enumera que
as empresas e os profissionais que atuam na área da segurança e saúde no trabalho devem
privilegiar as medidas construtivas ou de engenharia, seguidas de medidas organizacionais e por
fim, as medidas de proteção individual.
Kantová (2021) apresenta um contributo baseado numa metodologia que permite reduzir o ruído
da construção com vista à organização do layout, à modificação de procedimentos tecnológicos e
direciona estas medidas de mitigação a serem estudadas e planeadas em fase de projeto. A
utilização de softwares de modelagem de informação, permite definir as fontes de ruído e as
posições dos pontos medidos para avaliação. Este tipo de abordagem possibilita a realização de
um estudo em fase pré-projeto, com vista ao dimensionamento prévio do ruído expectável para o
local, e com isto permite que sejam estudadas as fontes sonoras e as várias combinações de ruído
simultâneo expetáveis. Esta abordagem permite que o layout do estaleiro seja organizado de forma
a definir a posição das máquinas com afastamentos horizontais suficientes para reduzir o ruído
num determinado local e por outro lado, permite verificar quais as combinações de máquinas que
podem funcionar em simultâneo, sem que a exposição conjunta seja considerada prejudicial. A
questão associada à definição das distâncias entre os equipamentos ruidosos e o conhecimento
prévio dos equipamentos que combinados produzem níveis de ruído de elevados, permite que
antecipadamente sejam tomadas medidas organizacionais que reduzam os níveis de ruído
presentes em ambiente de obra.
A prevenção pelo design (PtD – Prevention through Design) é uma medida construtiva
implementada com base no planeamento, que pretende a eliminação de riscos de segurança e saúde
associados a processos, estruturas, equipamentos, ferramentas e métodos de organizações de
trabalho, que neste setor poderá facilmente ser incluída e desenvolvida no Plano de Segurança e
Saúde em fase de projeto (PSS). Esta medida aplica-se ao “desenho” e “redesenho” de instalações,
processos, produtos e operações com vista à redução do risco, neste caso o ruído. Um equipamento
ou um local de trabalho quando é identificado como ruidoso, através de informações do fabricante
do equipamento, ou pela realização de medições/simulações que o sinalizem, deve ser trabalhado
pelas equipas de segurança para que sejam tomadas medidas de redução dos níveis dessa
exposição. Em fase de projeto, conhecendo as fontes de ruído que irão acompanhar a obra, devem
ser estudadas as medidas de engenharia a aplicar, que podem incluir modificações do

68 Resultados e Discussão
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

funcionamento mecânico dos equipamentos através do tratamento acústico dos órgãos das
máquinas que geram ruído, encapsulamento de máquinas, implementação de silenciadores nas
saídas de ar/gases e sempre que se proceder à aquisição de novos equipamentos devem ser
privilegiados equipamentos com baixos níveis de ruído.
A NIOSH lançou em 2007 uma missão que consiste na prevenção de lesões, doenças e mortes em
ambiente ocupacional ao se considerar a prevenção de riscos no projeto, com vista à readequação
e modernização dos locais de trabalho, substituição de ferramentas, equipamentos e processos de
trabalho. Integrar conceitos de PtD nos processos permite a redução de lesões e doenças nos locais
de trabalho, e permite diminuir custos adicionais associados a estas lesões (NIOSH, 2015). A
prevenção pelo PtD, permite que um profissional da equipa de segurança e saúde olhe para um
local de trabalho e realize um estudo detalhado sobre o processo produtivo, sobre as ferramentas
de trabalho utilizadas, sobre os meios humanos envolvidos, sobre a adequabilidade como estes
executam as tarefas que lhes são delegadas e quais os comportamentos que podem ser considerados
de risco. Esta abordagem consente que sejam sinalizados os problemas e os comportamentos de
risco e com isto, planear uma série de procedimentos de atuação com vista à redução dos níveis de
exposição. A presente dissertação foca o ruído, no entanto a prevenção pelo PtD é transversal aos
vários riscos presentes nos locais de trabalho.
A implementação desta medida (PtD) deverá seguir as recomendações da NIOSH, com ênfase
para as fases do Design Conceptual, do Design Preliminar, do programa Buy Quiet, da aquisição
dos equipamentos, do comissionamento e das operações de inicialização contínuas de
manutenção. A fase do Design Conceptual permite identificar as fontes de ruído e estabelecer
regras de controlo e mitigação de ruídos; A fase do Design Preliminar possibilita avaliar o risco
dos ruídos perigosos, tendo em linha de conta as várias fontes sonoras e os respetivos contributos.
Nesta fase deverão ser elencadas as fontes de ruído mais preponderantes, identificando o nível
sonoro de cada equipamento utilizado e deverá ser realizada uma tabela comparativa entre os
vários produtos do mercado e as respetivas fontes sonoras médias de cada um, identificando os
equipamentos menos ruidosos e direcionar as equipas de gestão, de forma fundamentada, a optar
por esse tipo de equipamentos. Após identificar o nível sonoro de cada equipamento, para os casos
em que este valor é elevado (acima do VLE 87 dB (A)) deverão ser estudadas estratégias de
redução das potenciais fontes de ruído, levando à substituição de peças por componentes menos
ruidosas, considerando a possibilidade de aplicação de silenciadores nos motores e equacionar a
possibilidade de encapsular as máquinas, sempre que tal se afigure viável; A fase referente à
implementação do programa Buy Quiet deve reunir as especificações relativas aos níveis de ruído
a ser observados na aquisição de equipamentos; Em paralelo com o programa Buy Quiet, na
aquisição de novos equipamentos é necessário ter em consideração a especificação sobre os níveis
de ruído que cada máquina emite, certificando que o equipamento pretendido atende às
especificações e não excede os níveis máximos de ruído, o VLE 87 dB (A); Na fase do
comissionamento devem ser realizados testes de forma a comprovar os níveis de ruído
especificados; Por fim, na fase referente às operações de inicialização contínuas de manutenção,
sempre que possível, deve ser garantido que os níveis de ruído não ultrapassam os VLE e devem
ser desenvolvidos procedimentos operacionais padrão de forma a controlar a exposição ao ruído

Rainho, Marina 69
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

de equipamentos com realce para os equipamentos que forem modificados ao longo da sua
utilização.
Após implementação da PtD recorrendo às medidas de engenharia será necessário elencar,
também no PSS, uma série de medidas organizacionais que visam contribuir para a diminuição da
exposição ao ruído. No que concerne a estas medidas, deve ser realizada a identificação de todos
os equipamentos ruidosos que irão integrar a obra em questão e os potenciais níveis sonoros
associados, em que fases serão utilizados e por quanto tempo. Este tipo de informação irá permitir
estabelecer comparações dos níveis sonoros e permitir que o layout dos postos de trabalho na obra
seja organizado expondo o menor número de trabalhadores possíveis. Verificou-se pelas recolhas
concretizadas que a realização de tarefas nas proximidades das fontes sonoras expõe os
trabalhadores que não operam a máquina a níveis de ruído elevados. Sempre que for viável, o
trabalhador que não opera qualquer equipamento ruidoso deve estar o mais afastado possível da
fonte sonora, medida que deve ser planeada.
No PSS, devem também ser incluídas listas de verificações preventivas regulares dos
equipamentos, de acordo com diretrizes dos fabricantes dos equipamentos que controlem e
verifiquem o desgaste dos componentes, planos e horários dos postos de trabalhado, estabelecendo
estratégias de rotatividade das tarefas, de forma a combinar os postos de trabalho com tarefas que
não exponham o trabalhador ao ruído de forma permanente. Devem ser planeadas, de forma
direcionada, para a obra e para as fontes de ruído intervenientes na mesma, ações de formação e
sensibilização sobre a temática da exposição ao ruído com vista à consciencialização das equipas
envolvidas e ações de formação sobre a forma correta de operar o equipamento, de forma a evitar
ruídos que possam decorrer da má utilização ou desgaste dos equipamentos e ferramentas.
Após implementação das medidas de engenharia e organizacionais, deverão ser colocados à
disposição dos trabalhadores protetores auditivos, para serem utilizados nas tarefas e locais, em
que não foi possível reduzir os níveis de ruído com recurso a medidas de engenharia ou
organizacionais. Pela variabilidade dos níveis sonoros presentes nas obras, a utilização de proteção
auditiva deve ser dimensionada com base numa utilização intermitente, para as alturas em que os
níveis sonoros são elevados e consequentemente podem ser prejudiciais. O trabalhador deve ser
orientado, por forma a identificar, de forma autónoma quais os períodos em que deve utilizar o
EPI para proteção auditiva.
O setor em estudo, é um setor bastante desafiante, pela mutabilidade de processos produtivos e
pelo facto das obras serem sempre diferentes. Com os resultados obtidos verificamos que, para
além dos operadores das máquinas, existem vários grupos de trabalhadores que não trabalham
diretamente com a utilização e manuseio de máquinas mas estão expostos a esses ruídos, que
podem ser relatados com “ruídos periféricos”. A abordagem a seguir, em consequência da
realização da presente dissertação, vai ao encontro da prevenção de riscos atuando na fase de
projeto, privilegiando as medidas de engenharia, com vista à redução do ruído na fonte. Sempre
que não foi viável do ponto de vista técnico e financeiro, atuar de forma imediata com recurso à
implementação de medidas de engenharia para a redução do ruído na fonte, devem ser tomadas
diligências de forma a implementar as medidas necessárias nas obras seguintes.

70 Resultados e Discussão
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

5 CONCLUSÕES E PERSPETIVAS FUTURAS

5.1 Conclusões

Os trabalhadores do setor da Construção Civil, encontram-se expostos a níveis de ruído elevados,


que surgem em consequência da utilização e manuseamento de máquinas e ferramentas inerentes
ao processo produtivo. Esta exposição, quando não é controlada, pode levar a manifestações
clínicas graves, que podem comprometer a saúde a integridade física do trabalhador. Foi possível
identificar que os operadores das máquinas e ferramentas emissoras de ruído, não são os únicos
trabalhadores expostos a níveis de ruído elevados.
De acordo com os dados decorrentes das amostragens realizadas e a consequente interpretação dos
resultados, foram obtidos os níveis sonoros contínuos equivalentes, referentes à exposição diária
do trabalhador ao ruído, de 80.2 dB (A) para o servente de obra, 88.5 dB (A) para o montador de
estruturas metálicas, 82.8 dB (A) para o fiscal de obra, 83.2 dB (A) para o pedreiro e 81.5 dB (A)
para o armador. Em todos os trabalhadores avaliados se verificou que foi excedido o valor limite
de ação inferior (VAI) permitido por lei – 80 dB (A) – e no montador de estruturas metálicas
verificou-se que foi excedido ainda o valor limite de exposição (VLE) permitido por lei de – 87
dB (A), pelo que se infere ser necessária a aplicabilidade de medidas de redução dos níveis de
exposição ao ruído. Para os postos de trabalho em que é excedido o (VAI), baseado numa
utilização intermitente, propõe-se o uso imediato de proteção auditiva e o acompanhamento dos
trabalhadores expostos, com a realização de testes audiométricos de dois em dois anos. Para o
montador de estruturas metálicas, em que se verificou que foi excedido o VLE, para além da
utilização de proteção auditiva e da realização de testes audiométricos anuais, devem, de forma
imediata, ser tomadas medidas organizacionais de redução dos níveis de exposição, concertando a
atividade daquele posto de trabalho com outras tarefas que não pressuponham uma exposição tão
elevada ao ruído. Tal medida deve ser decorrente da análise do posto de trabalho, por forma a
complementarmente, afastar o trabalhador das fontes de ruído, dado que a atenuação do ruído se
torna mais significativa quanto maior a distância entre a fonte e o recetor. A utilização diligente e
adequada de dispositivos de proteção auditiva contribui para a redução dos níveis de exposição ao
ruído. Contudo, controlar o ruído na fonte, com recurso à implementação de medidas de engenharia
é a maneira mais eficiente de proteger a audição dos trabalhadores e tornar os locais de trabalho
mais confortáveis, manifestando-se com um contributo transversal e abrangente aos vários grupos
de trabalhadores expostos. A organização do layout da obra e o planeamento antecipado, em fase
de projeto, são medidas que foram identificadas na bibliografia analisada e que, comprovadamente
permitem reduzir os níveis de ruído (na fonte), devendo ser privilegiadas pelas organizações.
Em suma, o processo de medição e simulação dos níveis sonoros presentes nos locais de trabalho,
assume um papel preponderante na abordagem e prevenção de riscos associados a exposição a este
agente físico, já que, é a única forma que permite verificar se os níveis de exposição no contexto
laboral podem ser considerados prejudiciais para o trabalhador. Por outro lado, possibilita a
tomada de decisões dentro da própria organização, permitindo atuar futuramente na prevenção.

Rainho, Marina 71
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

5.2 Perspetivas futuras

Mais estudos devem ser realizados acerca da temática do ruído no setor da construção, de forma a
amplificar o estado da arte sobre a exposição diária ao ruído neste contexto ocupacional.
Tendo em conta a limitação de dados obtidos com as amostragens realizadas, será importante a
recolha de mais amostras em vários contextos e em várias obras, de forma a comparar os resultados
conseguidos, para consolidar e identificar as tarefas e equipamentos mais ruidosos e,
concludentemente, mais prejudiciais para a saúde do trabalhador. Será pertinente considerar a
realização de recolhas de dados com recurso a outro tipo de dosímetro, de classe 1, e, em alguns
casos, recorrer a sonómetros – ou à combinação de dosímetros e sonómetros – dependendo da
tarefa a avaliar.
Por outro lado, será fundamental o acompanhamento e realização de novas recolhas de dados, após
implementação das medidas de redução ao ruído, para comprovar a adequabilidade das medidas
aplicadas e o sucesso das mesmas. Paralelamente, deve considerar-se a realização de inquéritos e
entrevistas aos trabalhadores do setor, de forma a depreender qual o grau de conhecimento sobre
o ruído ocupacional e a utilização de equipamentos de proteção auditiva individual, com vista ao
planeamento de ações de sensibilização e formação adequadas e direcionadas.
Por forma a correlacionar uma potencial exposição, quando há, num mesmo ambiente, fontes
simultâneas de ruído, considera-se mais-valia, o estudo e a construção de modelos de previsão de
ruído.
Considera-se ainda que, mais estudos devem ser efetivados, por forma a analisar os efeitos
sinérgicos sobre os trabalhadores do setor da construção expostos a múltiplos fatores de risco
concomitantes (Ruído, Vibrações, Ambiente Térmico e Radiações).

72 Conclusões e perspetivas futuras


Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

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Rainho, Marina 77
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

7 ANEXOS

Rainho, Marina 1
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

7.1 Listagem de Normas Portuguesas sobre acústica

NP – 1674 Acústica. Caracterização do ruído no interior dos automóveis pesados de passageiros.


NP – 1731 Acústica. Veículos automóveis. Avisadores sonoros. Características acústicas e
técnicas.
NP – 1732 Acústica. Avaliação de distâncias de inteligibilidade da conversação em ambiente
ruidoso
NP – Acústica. Caracterização do ruído no interior de veículos circulando sobre carris para
transporte de passageiros.
NP – 1746 Acústica. Caracterização do ruído no interior dos troleicarros.
NP – 1877Acústica. Caracterização do ruído no interior dos automóveis ligeiros de passageiros.
NP - 2041 Acústica. Higiene e segurança no trabalho. Limites de exposição do sistema braço-mão
às vibrações.
NP – 2067 Acústica. Ruído emitido pelos veículos rodoviários a motor. Medição com o veículo
parado.
NP – 2068Acústica. Avisadores sonoros para veículos prioritários. Características e ensaios.
NP – 2072 Acústica. Curvas isofónicas para sons puros, em campo livre.
NP – 2074 Avaliação da influência em construções de vibrações provocadas por explosões ou
solicitações similares.
NP – 2076 Acústica. Avaliação do ruído do escape de ar nos veículos equipados com travões de
ar comprimido.
NP – 2239 Acústica. Audiómetros.
NP – 3222 Acústica. Caracterização do ruído aéreo emitido pelas máquinas e aparelhos de
construção destinados a serem utilizados ao ar livre.
NP – 3225-1 Acústica. Vocabulário. Parte 1: Definições gerais.
NP – 3225-2 Acústica. Vocabulário. Parte 2: Definições gerais.
NP – 3225-3 Acústica. Vocabulário. Parte 3: Definições gerais.
NP – 3496 Acústica. Sonómetros.
NP – 3499 Acústica. Caracterização do ruído emitido pelos grupos eletrogéneos de soldadura. NP
– 3500 Acústica. Caracterização do ruído emitido pelos grupos eletrogéneos de potência.
NP – 4076 Acústica. Caracterização do ruído emitido pelos motocompressores.
NP – 4334 Acústica. Caracterização do ruído emitido pelas máquinas de cortar relva.
NP – 4357 Acústica. Regras para ensaios de receção das engrenagens. Parte 1: Determinação do
nível de potência sonora do ruído aéreo emitido pelas transmissões por engrenagens.
NP – 4361-1 Acústica. Atenuação do som na sua propagação ao ar livre. Parte 1: Cálculo da
absorção atmosférica.
NP – 4361-2 Acústica. Atenuação do som na sua propagação ao ar livre. Parte 2: Método geral de
cálculo.
NP – 4365 Acústica. Método de caracterização do ruído aéreo emitido por martelos-demolidores
e martelos-perfuradores manuais.
NP – 4476 Acústica. Avaliação da incomodidade devida ao ruído por meio de inquéritos sociais e
sócio acústicos.
NP – 491 Frequência normal musical.

Disponível em: https://www.ccdr-a.gov.pt/docs/ambiente/lista_normas_acusticas.pdf

2 Anexos
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

7.2 Configuração do dosímetro SVANTEK SV 104 para preparação da


recolha de dados

Rainho, Marina 3
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

4 Anexos
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

Rainho, Marina 5
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

7.3 Resultados das medições extraídas do software “Supervisor”

OPERADOR 01_ Servente de obra

No. 1
Start date & time 22/07/2022 08:05:30
Duration 01:05:55.000
Elapsed time 01:05:55
P1 - OSHA HC LZpeak (SR) [dB] 126.6
P1 - OSHA HC (A, Slow) LASmax (SR) [dB] 92.0
P1 - OSHA HC (A, Slow) LASmin (SR) [dB] 45.2
P1 - OSHA HC (A, Slow) LAS(SPL) (SR) [dB] 53.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq (SR) [dB] 77.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAE(SEL) (SR) [dB] 113.2
P1 - OSHA HC (A, Slow) Ltm3 (SR) [dB] 78.4
P1 - OSHA HC (A, Slow) LASTeq (SR) [dB] 78.9
P1 - OSHA HC (A, Slow) LAV (SR) [dB] 67.5
P1 - OSHA HC (A, Slow) TLAV (SR) [dB] 127.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAE8(SEL8) (SR) [dB] 121.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) PLAE(PSEL) (SR) [dB] 68.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LEPd (SR) [dB] 77.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) E (SR) [Pa^2h] 0.020
P1 - OSHA HC (A, Lin) E_8h (SR) [Pa^2h] 0.170
P1 - OSHA HC (A, Slow) TWA (SR) [dB] 53.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) ULT (SR) [s] 0.000
P1 - OSHA HC (A) PTP_Z (SR) [%] 0.000
P1 - OSHA HC (A) PTC_Z (SR) 3.000
P1 - OSHA HC (A, Lin) Lc-a (SR) [dB] 5.5
P1 - OSHA HC (A, Slow) PrTWA (SR) [dB] 67.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) NoMotion time (SR) [s] 1280.000
P1 - OSHA HC (A, Slow) DOSE (SR) [%] 0.611
P1 - OSHA HC (A, Slow) DOSE_8h (SR) [%] 4.452
P1 - OSHA HC (A, Slow) PrDOSE (SR) [%] 4.452
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L01 88.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L02 86.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L03 84.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L04 83.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L05 82.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L06 81.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L07 81.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L08 80.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L09 80.4

6 Anexos
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L10 80.1


P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L11 79.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L12 79.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L13 79.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L14 79.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L15 78.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L16 78.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L17 78.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L18 78.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L19 77.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L20 77.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L21 77.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L22 77.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L23 77.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L24 77.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L25 76.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L26 76.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L27 76.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L28 76.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L29 76.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L30 76.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L31 76.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L32 75.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L33 75.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L34 75.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L35 75.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L36 75.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L37 75.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L38 75.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L39 74.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L40 74.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L41 74.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L42 74.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L43 74.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L44 74.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L45 74.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L46 73.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L47 73.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L48 73.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L49 73.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L50 73.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L51 73.3

Rainho, Marina 7
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L52 73.2


P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L53 73.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L54 72.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L55 72.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L56 72.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L57 72.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L58 72.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L59 72.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L60 72.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L61 71.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L62 71.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L63 71.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L64 71.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L65 70.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L66 70.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L67 70.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L68 70.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L69 69.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L70 69.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L71 69.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L72 68.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L73 68.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L74 68.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L75 67.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L76 67.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L77 67.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L78 66.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L79 66.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L80 66.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L81 65.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L82 65.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L83 65.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L84 65.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L85 64.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L86 64.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L87 63.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L88 63.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L89 62.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L90 62.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L91 61.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L92 61.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L93 60.4

8 Anexos
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L94 59.4


P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L95 57.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L96 56.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L97 54.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L98 51.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L99 47.4
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 31.5 Hz 64.0
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 63 Hz 72.5
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 125 Hz 90.7
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 250 Hz 87.7
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 500 Hz 91.3
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 1000 Hz 97.7
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 2000 Hz 92.9
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 4000 Hz 91.5
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 8000 Hz 86.8
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] Total A 100.0
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] Total C 104.6
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] Total Z 104.8
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 31.5 Hz 12.4
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 63 Hz 29.7
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 125 Hz 27.9
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 250 Hz 20.3
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 500 Hz 28.8
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 1000 Hz 36.0
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 2000 Hz 37.9
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 4000 Hz 24.6
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 8000 Hz 25.1
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] Total A 39.0
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] Total C 53.0
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] Total Z 55.7
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 31.5 Hz 40.1
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 63 Hz 48.4
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 125 Hz 62.8
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 250 Hz 66.7
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 500 Hz 70.1
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 1000 Hz 71.3
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 2000 Hz 70.9
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 4000 Hz 70.4
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 8000 Hz 55.3
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] Total A 77.2
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] Total C 82.7
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] Total Z 84.1

Rainho, Marina 9
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

dB dB
130.0 130.0

120.0 120.0

110.0 110.0

100.0 100.0
Acoustic pressure

Acoustic pressure
90.0 90.0

80.0 80.0

70.0 70.0

60.0 60.0

50.0 50.0

40.0 40.0

08:10:00 08:15:00 08:20:00 08:25:00 08:30:00 08:35:00 08:40:00 08:45:00 08:50:00 08:55:00 09:00:00 09:05:00 Time
08:05:42
Start Duration LZpeak (TH) [dB] LASmax (TH) [dB] LASmin (TH) [dB] LAeq (TH) [dB] LAV (TH) [dB]
Info - - P1 P1 (A, Slow) P1 (A, Slow) P1 (A, Lin) P1 (A, Slow)
Main cursor 22/07/2022 08:05:42 - 83.1 65.0 63.0 63.1 -
High vibration level 22/07/2022 08:14:01 00:00:02.000 121.8 88.2 64.9 85.6 85.1
NoMotion 22/07/2022 08:06:16 00:21:20.000 106.4 82.8 46.8 76.0 69.9

10 Anexos
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

OPERADOR 02_Montador de estruturas metálicas

No. 1
Start date & time 01/09/2022 11:17:24
Duration 01:02:18.000
Elapsed time 01:02:18
P1 - OSHA HC LZpeak (SR) [dB] 108.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAE(SEL) (SR) [dB] 121.3
P1 - OSHA HC (A, Slow) LASmax (SR) [dB] 94.9
P1 - OSHA HC (A, Slow) LASmin (SR) [dB] 46.3
P1 - OSHA HC (A, Slow) LAS(SPL) (SR) [dB] 48.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq (SR) [dB] 85.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) Lc-a (SR) [dB] -0.1
P1 - OSHA HC (A, Slow) Ltm3 (SR) [dB] 86.2
P1 - OSHA HC (A, Slow) LASTeq (SR) [dB] 86.5
P1 - OSHA HC (A, Slow) LAV (SR) [dB] 84.7
P1 - OSHA HC (A, Slow) TLAV (SR) [dB] 144.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) ULT (SR) [s] 0.000
P1 - OSHA HC (A, Lin) NoMotion time (SR) [s] 3636.000
P1 - OSHA HC (A) PTC_Z (SR) 0.000
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAE8(SEL8) (SR) [dB] 130.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) PLAE(PSEL) (SR) [dB] 76.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LEPd (SR) [dB] 85.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) E (SR) [Pa^2h] 0.150
P1 - OSHA HC (A, Lin) E_8h (SR) [Pa^2h] 1.150
P1 - OSHA HC (A, Slow) TWA (SR) [dB] 70.0
P1 - OSHA HC (A, Slow) PrTWA (SR) [dB] 84.7
P1 - OSHA HC (A) PTP_Z (SR) [%] 0.000
P1 - OSHA HC (A, Slow) DOSE (SR) [%] 6.234
P1 - OSHA HC (A, Slow) DOSE_8h (SR) [%] 48.028
P1 - OSHA HC (A, Slow) PrDOSE (SR) [%] 48.028
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L01 90.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L02 89.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L03 89.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L04 88.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L05 88.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L06 88.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L07 88.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L08 88.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L09 88.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L10 88.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L11 88.2

Rainho, Marina 11
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L12 88.1


P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L13 88.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L14 87.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L15 87.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L16 87.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L17 87.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L18 87.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L19 87.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L20 87.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L21 87.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L22 87.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L23 87.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L24 87.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L25 87.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L26 87.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L27 87.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L28 87.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L29 87.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L30 86.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L31 86.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L32 86.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L33 86.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L34 86.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L35 86.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L36 86.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L37 86.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L38 86.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L39 86.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L40 86.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L41 86.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L42 85.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L43 85.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L44 85.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L45 85.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L46 85.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L47 85.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L48 85.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L49 85.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L50 84.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L51 84.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L52 84.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L53 84.5

12 Anexos
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L54 84.4


P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L55 84.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L56 84.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L57 84.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L58 84.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L59 83.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L60 83.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L61 83.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L62 83.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L63 83.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L64 83.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L65 83.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L66 83.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L67 83.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L68 83.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L69 82.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L70 82.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L71 82.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L72 82.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L73 82.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L74 82.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L75 82.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L76 81.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L77 81.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L78 81.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L79 81.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L80 80.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L81 80.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L82 79.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L83 79.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L84 79.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L85 78.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L86 78.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L87 77.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L88 77.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L89 77.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L90 76.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L91 76.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L92 75.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L93 75.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L94 74.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L95 74.4

Rainho, Marina 13
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L96 73.8


P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L97 73.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L98 72.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L99 70.6
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 31.5 Hz 34.5
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 63 Hz 34.8
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 125 Hz 47.1
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 250 Hz 63.8
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 500 Hz 76.1
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 1000 Hz 81.7
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 2000 Hz 80.4
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 4000 Hz 77.2
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 8000 Hz 70.8
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] Total A 85.6
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] Total C 85.5
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] Total Z 85.7
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 31.5 Hz 9.8
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 63 Hz 12.9
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 125 Hz 16.0
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 250 Hz 25.4
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 500 Hz 33.3
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 1000 Hz 39.9
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 2000 Hz 39.8
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 4000 Hz 29.6
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 8000 Hz 25.1
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] Total A 40.7
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] Total C 51.1
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] Total Z 53.8
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 31.5 Hz 45.0
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 63 Hz 51.8
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 125 Hz 70.8
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 250 Hz 80.1
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 500 Hz 88.4
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 1000 Hz 97.1
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 2000 Hz 96.3
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 4000 Hz 89.7
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 8000 Hz 88.0
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] Total A 99.8
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] Total C 98.9
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] Total Z 99.0

14 Anexos
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil
dB dB

110.0 110.0

100.0 100.0

90.0 90.0
Acoustic pressure

Acoustic pressure
80.0 80.0

70.0 70.0

60.0 60.0

50.0 50.0

11:20:00 11:25:00 11:30:00 11:35:00 11:40:00 11:45:00 11:50:00 11:55:00 12:00:00 12:05:00 12:10:00 12:15:00 Time
11:17:27
Start Duration LZpeak (TH) [dB] LASmax (TH) [dB] LASmin (TH) [dB]
Info - - P1 P1 (A, Slow) P1 (A, Slow)
Main cursor 01/09/2022 11:17:27 - 91.6 60.3 46.3
NoMotion 01/09/2022 11:17:50 01:00:36.000 108.7 94.9 69.9

Rainho, Marina 15
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

OPERADOR 03_Fiscal de obra

No. 1
Start date & time 24/08/2022 08:10:14
Duration 01:01:46.000
Elapsed time 01:01:46
P1 - OSHA HC LZpeak (SR) [dB] 113.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAE(SEL) (SR) [dB] 115.5
P1 - OSHA HC (A, Slow) LASmax (SR) [dB] 87.5
P1 - OSHA HC (A, Slow) LASmin (SR) [dB] 43.1
P1 - OSHA HC (A, Slow) LAS(SPL) (SR) [dB] 46.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq (SR) [dB] 79.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) Lc-a (SR) [dB] 2.2
P1 - OSHA HC (A, Slow) Ltm3 (SR) [dB] 80.4
P1 - OSHA HC (A, Slow) LASTeq (SR) [dB] 80.6
P1 - OSHA HC (A, Slow) LAV (SR) [dB] 76.0
P1 - OSHA HC (A, Slow) TLAV (SR) [dB] 135.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) ULT (SR) [s] 0.000
P1 - OSHA HC (A, Lin) NoMotion time (SR) [s] 1367.000
P1 - OSHA HC (A) PTC_Z (SR) 0.000
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAE8(SEL8) (SR) [dB] 124.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) PLAE(PSEL) (SR) [dB] 70.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LEPd (SR) [dB] 79.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) E (SR) [Pa^2h] 0.040
P1 - OSHA HC (A, Lin) E_8h (SR) [Pa^2h] 0.300
P1 - OSHA HC (A, Slow) TWA (SR) [dB] 61.2
P1 - OSHA HC (A, Slow) PrTWA (SR) [dB] 76.0
P1 - OSHA HC (A) PTP_Z (SR) [%] 0.000
P1 - OSHA HC (A, Slow) DOSE (SR) [%] 1.856
P1 - OSHA HC (A, Slow) DOSE_8h (SR) [%] 14.422
P1 - OSHA HC (A, Slow) PrDOSE (SR) [%] 14.422
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L01 85.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L02 85.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L03 85.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L04 84.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L05 84.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L06 84.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L07 84.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L08 83.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L09 83.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L10 83.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L11 83.5

16 Anexos
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L12 83.4


P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L13 83.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L14 83.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L15 82.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L16 82.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L17 82.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L18 82.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L19 82.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L20 82.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L21 82.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L22 82.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L23 82.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L24 82.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L25 82.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L26 82.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L27 82.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L28 81.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L29 81.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L30 81.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L31 81.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L32 81.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L33 81.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L34 81.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L35 80.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L36 80.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L37 80.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L38 80.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L39 79.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L40 79.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L41 78.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L42 78.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L43 78.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L44 77.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L45 77.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L46 77.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L47 77.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L48 76.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L49 76.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L50 76.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L51 76.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L52 76.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L53 76.1

Rainho, Marina 17
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L54 75.9


P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L55 75.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L56 75.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L57 75.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L58 75.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L59 75.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L60 75.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L61 74.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L62 74.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L63 74.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L64 74.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L65 74.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L66 74.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L67 74.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L68 73.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L69 73.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L70 73.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L71 73.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L72 73.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L73 73.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L74 73.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L75 72.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L76 72.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L77 72.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L78 72.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L79 72.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L80 72.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L81 71.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L82 71.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L83 71.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L84 71.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L85 70.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L86 70.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L87 69.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L88 69.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L89 68.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L90 67.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L91 66.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L92 65.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L93 64.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L94 63.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L95 62.0

18 Anexos
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L96 60.3


P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L97 58.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L98 56.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L99 49.8
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 31.5 Hz 37.8
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 63 Hz 48.3
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 125 Hz 58.0
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 250 Hz 62.4
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 500 Hz 70.8
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 1000 Hz 75.3
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 2000 Hz 75.1
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 4000 Hz 71.7
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 8000 Hz 60.3
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] Total A 79.8
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] Total C 81.9
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] Total Z 82.8
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 31.5 Hz 9.3
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 63 Hz 26.3
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 125 Hz 26.9
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 250 Hz 16.6
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 500 Hz 31.2
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 1000 Hz 36.8
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 2000 Hz 37.6
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 4000 Hz 29.0
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 8000 Hz 25.1
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] Total A 38.3
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] Total C 53.1
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] Total Z 56.0
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 31.5 Hz 58.0
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 63 Hz 74.3
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 125 Hz 78.3
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 250 Hz 80.1
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 500 Hz 84.8
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 1000 Hz 89.2
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 2000 Hz 89.3
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 4000 Hz 93.1
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 8000 Hz 90.9
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] Total A 93.6
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] Total C 98.2
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] Total Z 98.9

Rainho, Marina 19
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

dB dB

110.0 110.0

100.0 100.0

90.0 90.0
Acoustic pressure

Acoustic pressure
80.0 80.0

70.0 70.0

60.0 60.0

50.0 50.0

40.0 40.0

08:15:00 08:20:00 08:25:00 08:30:00 08:35:00 08:40:00 08:45:00 08:50:00 08:55:00 09:00:00 09:05:00 Time
08:10:20
Start Duration LZpeak (TH) [dB] LASmax (TH) [dB] LASmin (TH) [dB]
Info - - P1 P1 (A, Slow) P1 (A, Slow)
Main cursor 24/08/2022 08:10:20 - 95.2 80.6 61.8
NoMotion 24/08/2022 08:10:43 00:22:47.000 105.2 87.5 75.0

20 Anexos
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

OPERADOR 04_Pedreiro

No. 1
Start date & time 12/08/2022 13:59:12
Duration 01:04:07.000
Elapsed time 01:04:07
P1 - OSHA HC LZpeak (SR) [dB] 124.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAE(SEL) (SR) [dB] 116.1
P1 - OSHA HC (A, Slow) LASmax (SR) [dB] 88.6
P1 - OSHA HC (A, Slow) LASmin (SR) [dB] 59.0
P1 - OSHA HC (A, Slow) LAS(SPL) (SR) [dB] 74.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq (SR) [dB] 80.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) Lc-a (SR) [dB] -0.3
P1 - OSHA HC (A, Slow) Ltm3 (SR) [dB] 81.7
P1 - OSHA HC (A, Slow) LASTeq (SR) [dB] 82.1
P1 - OSHA HC (A, Slow) LAV (SR) [dB] 77.1
P1 - OSHA HC (A, Slow) TLAV (SR) [dB] 136.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) ULT (SR) [s] 0.000
P1 - OSHA HC (A, Lin) NoMotion time (SR) [s] 3398.000
P1 - OSHA HC (A) PTC_Z (SR) 1.000
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAE8(SEL8) (SR) [dB] 124.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) PLAE(PSEL) (SR) [dB] 71.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LEPd (SR) [dB] 80.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) E (SR) [Pa^2h] 0.040
P1 - OSHA HC (A, Lin) E_8h (SR) [Pa^2h] 0.340
P1 - OSHA HC (A, Slow) TWA (SR) [dB] 62.5
P1 - OSHA HC (A, Slow) PrTWA (SR) [dB] 77.1
P1 - OSHA HC (A) PTP_Z (SR) [%] 0.000
P1 - OSHA HC (A, Slow) DOSE (SR) [%] 2.222
P1 - OSHA HC (A, Slow) DOSE_8h (SR) [%] 16.637
P1 - OSHA HC (A, Slow) PrDOSE (SR) [%] 16.637
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L01 87.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L02 86.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L03 86.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L04 85.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L05 85.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L06 84.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L07 84.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L08 84.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L09 84.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L10 83.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L11 83.6

Rainho, Marina 21
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L12 83.4


P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L13 83.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L14 82.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L15 82.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L16 82.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L17 82.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L18 82.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L19 82.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L20 81.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L21 81.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L22 81.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L23 81.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L24 81.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L25 81.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L26 81.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L27 81.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L28 80.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L29 80.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L30 80.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L31 80.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L32 80.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L33 80.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L34 80.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L35 80.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L36 79.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L37 79.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L38 79.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L39 79.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L40 79.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L41 79.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L42 79.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L43 79.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L44 79.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L45 79.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L46 78.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L47 78.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L48 78.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L49 78.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L50 78.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L51 78.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L52 78.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L53 78.3

22 Anexos
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L54 78.2


P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L55 78.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L56 78.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L57 77.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L58 77.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L59 77.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L60 77.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L61 77.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L62 77.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L63 77.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L64 77.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L65 77.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L66 76.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L67 76.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L68 76.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L69 76.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L70 76.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L71 76.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L72 75.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L73 75.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L74 75.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L75 74.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L76 74.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L77 74.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L78 73.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L79 73.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L80 73.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L81 72.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L82 72.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L83 71.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L84 71.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L85 71.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L86 70.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L87 70.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L88 70.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L89 69.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L90 69.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L91 68.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L92 68.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L93 68.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L94 67.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L95 67.0

Rainho, Marina 23
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L96 66.4


P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L97 65.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L98 63.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L99 60.3
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 31.5 Hz 34.5
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 63 Hz 34.7
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 125 Hz 39.3
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 250 Hz 55.3
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 500 Hz 67.9
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 1000 Hz 77.5
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 2000 Hz 74.7
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 4000 Hz 68.8
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 8000 Hz 68.3
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] Total A 80.2
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] Total C 79.9
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] Total Z 80.1
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 31.5 Hz 9.3
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 63 Hz 25.2
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 125 Hz 15.8
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 250 Hz 26.7
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 500 Hz 36.4
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 1000 Hz 38.5
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 2000 Hz 41.1
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 4000 Hz 38.4
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 8000 Hz 25.4
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] Total A 41.3
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] Total C 55.9
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] Total Z 57.6
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 31.5 Hz 47.8
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 63 Hz 61.5
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 125 Hz 72.5
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 250 Hz 82.3
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 500 Hz 92.1
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 1000 Hz 93.9
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 2000 Hz 90.3
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 4000 Hz 88.0
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 8000 Hz 88.4
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] Total A 98.0
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] Total C 100.1
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] Total Z 100.2

24 Anexos
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil
dB dB

120.0 120.0

110.0 110.0
Acoustic pressure

Acoustic pressure
100.0 100.0

90.0 90.0

80.0 80.0

70.0 70.0

60.0 60.0

14:00:00 14:05:00 14:10:00 14:15:00 14:20:00 14:25:00 14:30:00 14:35:00 14:40:00 14:45:00 14:50:00 14:55:00 15:00:00 Time
13:59:18
Start Duration LZpeak (TH) [dB] LASmax (TH) [dB] LASmin (TH) [dB]
Info - - P1 P1 (A, Slow) P1 (A, Slow)
Main cursor 12/08/2022 13:59:18 - 91.8 72.9 68.4
NoMotion 12/08/2022 13:59:46 00:56:38.000 108.1 88.1 59.0

Rainho, Marina 25
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

OPERADOR 05_Armador

No. 1
Start date & time 12/08/2022 10:16:24
Duration 01:12:02.000
Elapsed time 01:12:02
P1 - OSHA HC LZpeak (SR) [dB] 114.3
P1 - OSHA HC (A, Slow) LASmax (SR) [dB] 88.9
P1 - OSHA HC (A, Slow) LASmin (SR) [dB] 40.6
P1 - OSHA HC (A, Slow) LAS(SPL) (SR) [dB] 61.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq (SR) [dB] 78.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAE(SEL) (SR) [dB] 114.9
P1 - OSHA HC (A, Slow) Ltm3 (SR) [dB] 80.1
P1 - OSHA HC (A, Slow) LASTeq (SR) [dB] 80.5
P1 - OSHA HC (A, Slow) LAV (SR) [dB] 73.1
P1 - OSHA HC (A, Slow) TLAV (SR) [dB] 133.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAE8(SEL8) (SR) [dB] 123.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) PLAE(PSEL) (SR) [dB] 70.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LEPd (SR) [dB] 78.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) E (SR) [Pa^2h] 0.030
P1 - OSHA HC (A, Lin) E_8h (SR) [Pa^2h] 0.230
P1 - OSHA HC (A, Slow) TWA (SR) [dB] 59.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) ULT (SR) [s] 0.000
P1 - OSHA HC (A) PTP_Z (SR) [%] 0.000
P1 - OSHA HC (A) PTC_Z (SR) 0.000
P1 - OSHA HC (A, Lin) Lc-a (SR) [dB] -0.3
P1 - OSHA HC (A, Slow) PrTWA (SR) [dB] 73.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) NoMotion time (SR) [s] 2720.000
P1 - OSHA HC (A, Slow) DOSE (SR) [%] 1.434
P1 - OSHA HC (A, Slow) DOSE_8h (SR) [%] 9.556
P1 - OSHA HC (A, Slow) PrDOSE (SR) [%] 9.556
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L01 87.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L02 86.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L03 85.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L04 84.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L05 84.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L06 84.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L07 83.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L08 83.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L09 82.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L10 82.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L11 82.4

26 Anexos
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L12 82.1


P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L13 81.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L14 81.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L15 81.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L16 81.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L17 80.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L18 80.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L19 80.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L20 80.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L21 80.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L22 79.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L23 79.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L24 79.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L25 79.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L26 79.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L27 78.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L28 78.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L29 78.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L30 78.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L31 78.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L32 78.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L33 77.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L34 77.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L35 77.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L36 77.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L37 77.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L38 77.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L39 77.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L40 76.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L41 76.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L42 76.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L43 76.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L44 76.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L45 76.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L46 75.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L47 75.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L48 75.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L49 75.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L50 75.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L51 74.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L52 74.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L53 74.4

Rainho, Marina 27
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L54 74.2


P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L55 73.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L56 73.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L57 73.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L58 73.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L59 72.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L60 72.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L61 72.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L62 72.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L63 72.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L64 71.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L65 71.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L66 71.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L67 71.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L68 71.0
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L69 70.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L70 70.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L71 70.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L72 70.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L73 69.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L74 69.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L75 69.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L76 69.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L77 68.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L78 68.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L79 68.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L80 67.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L81 67.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L82 66.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L83 66.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L84 65.5
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L85 64.9
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L86 64.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L87 63.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L88 63.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L89 62.2
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L90 60.7
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L91 58.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L92 55.8
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L93 53.3
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L94 51.4
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L95 50.1

28 Anexos
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L96 48.8


P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L97 47.1
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L98 44.6
P1 - OSHA HC (A, Lin) LAeq Histogram (SR) [dB] L99 42.3
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 31.5 Hz 57.5
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 63 Hz 68.4
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 125 Hz 69.9
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 250 Hz 73.0
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 500 Hz 84.1
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 1000 Hz 90.8
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 2000 Hz 91.9
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 4000 Hz 91.8
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] 8000 Hz 92.5
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] Total A 94.6
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] Total C 96.1
1/1 Oct LAmax (SR) [dB] Total Z 98.9
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 31.5 Hz 9.4
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 63 Hz 24.9
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 125 Hz 23.7
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 250 Hz 16.7
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 500 Hz 19.2
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 1000 Hz 32.1
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 2000 Hz 35.7
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 4000 Hz 24.5
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] 8000 Hz 25.0
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] Total A 35.0
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] Total C 49.8
1/1 Oct LAmin (SR) [dB] Total Z 52.2
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 31.5 Hz 34.8
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 63 Hz 36.1
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 125 Hz 39.1
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 250 Hz 52.8
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 500 Hz 67.8
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 1000 Hz 74.5
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 2000 Hz 72.5
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 4000 Hz 68.5
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] 8000 Hz 71.3
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] Total A 78.5
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] Total C 78.3
1/1 Oct LAeq (SR) [dB] Total Z 78.9

Rainho, Marina 29
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

dB dB

110.0 110.0

100.0 100.0

90.0 90.0
Acoustic pressure

Acoustic pressure
80.0 80.0

70.0 70.0

60.0 60.0

50.0 50.0

40.0 40.0

10:20:00 10:25:00 10:30:00 10:35:00 10:40:00 10:45:00 10:50:00 10:55:00 11:00:00 11:05:00 11:10:00 11:15:00 11:20:00 11:25:00 Time
10:16:40
Start Duration LZpeak (TH) [dB] LASmax (TH) [dB] LASmin (TH) [dB]
Info - - P1 P1 (A, Slow) P1 (A, Slow)
Main cursor 12/08/2022 10:16:40 - 93.7 74.0 70.1
High vibration level 12/08/2022 10:34:55 00:00:01.000 100.0 72.1 68.8
NoMotion 12/08/2022 10:17:55 00:45:20.000 110.8 88.9 40.6

30 Anexos
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

7.4 Tabela de referência dos níveis sonoros de equipamentos: Setor da


construção

Nível sonoro de referência dB (A)


Gama de valores possíveis
de encontrar no nível sonoro
de referência nos
equipamentos existentes no
mercado
Equipamento Média Min- Max*

Pá carregadora 88 85-91
Retroescavadora 86.5 79-89
Bulldozer 96 89-113
Movimentação de
Cilindro compactador 90 79-93
terras
Scraper 96 84-102
Motoniveladora <85
Pavimentadora 101 100-102
Misturadora de betão <85 97-102
Movimentação de
Autobomba de betão <85
materiais
Grua 100

Equipamento Gerador <85


estacionário Compressor <85
Bate-estacas (martelo diesel e martelo
de impacto) 98 82-105
Bate-estacas (martelo hidráulico de
Equipamento de duplo efeito) 82.5 62-91
impacto
Martelo pneumático 106 94-111
Martelo hidráulico (acoplado a uma
escavadora) 95.5 90-100
Berbequim 102
Outros
Serra elétrica 88.5 78-98
equipamentos
Vibrador 94.5 87-98
Fonte: https://www.lhsfna.org/LHSFNA/assets/File/bpguide%202014.pdf . Acedido em Julho de 2022

Rainho, Marina 31
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

7.5 Cálculos da atenuação conseguida com o uso de proteção auditiva

Tampões auditivos: Modelo Earline 30212

32 Anexos
Avaliação de Ruído Ocupacional e Respetivas Medidas de Proteção no Setor da Construção Civil

Rainho, Marina 33
Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais

Protetores auriculares: Modelo Singer Safety

34 Anexos

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