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Questões práticas para a avaliação TP respondidas

Índice

Avaliação dos sinais vitais .......................................................................................................................................................................................................... 2

Identificação de Sinais de Dificuldade respiratória ..................................................................................................................................................................... 5

Observação do tórax e abdómen em diferentes posições .......................................................................................................................................................... 6

Exame da Mobilidade Torácica ................................................................................................................................................................................................... 6

Técnica palpatória (Eliminatória) ........................................................................................................................................................................................... 7

Exame da excursão diafragmática.............................................................................................................................................................................................. 7

Exame do comprimento dos MRA ............................................................................................................................................................................................... 8

Técnicas de exame da posição do mediastino ............................................................................................................................................................................. 9

Técnica de exame da permeabilidade das vias aéreas, estado do parênquima e espaço pleural (eliminatória) ....................................................................... 10

Técnica de exame do abdómen ................................................................................................................................................................................................ 11

Interpretação básica das provas de Função respiratória .......................................................................................................................................................... 12

Interpretação básica da Gasometria arterial ............................................................................................................................................................................ 13

Interpretação básica da Imagiologia do tórax .......................................................................................................................................................................... 13

Medição da força dos músculos respiratórios pelas PiMax e PeMax usando o manómetro de pressão .................................................................................... 13

Explicação da elaboração dos testes de terreno para avaliação da tolerância ao esforço ........................................................................................................ 14

PM6M .................................................................................................................................................................................................................................. 14

Shuttle Walk Teste ............................................................................................................................................................................................................... 15

Step test .............................................................................................................................................................................................................................. 15

Explicação da elaboração de testes para a força dos MI .......................................................................................................................................................... 16

TAFI 30´´ .............................................................................................................................................................................................................................. 16

Questionários e escalas ............................................................................................................................................................................................................ 16

REVISÕES .................................................................................................................................................................................................................................. 19

Diafragma ............................................................................................................................................................................................................................ 19

Mobilidade torácica ............................................................................................................................................................................................................. 19


FCRCV I
Vias aéreas superiores ......................................................................................................................................................................................................... 20

Vias aéreas inferiores........................................................................................................................................................................................................... 20

Lobos ................................................................................................................................................................................................................................... 20

Etapas do sistema de transporte ................................................................................................................................................. Erro! Marcador não definido.

1. Avaliação dos sinais vitais (Eliminatória) - São usadas para avaliar a gravidade da condição, para guiar o processo de tomada de decisões, para avaliar os
efeitos a nível cardio-respiratório e vascular das técnicas de fisioterapia aplicadas e para contribuir para a avaliação da eficiência do plano de tratamento
SINAIS: Temperatura / FC / FR / Tensão arterial / dor
Sinal vital Valores de Porque se mede Como se Mede Onde Fatores que podem alterar
referencia
- Hipotermia: Ajudar a averiguar a Coloque o termómetro na região Oral, Rectal, Axilar, Timpânico ou Temperatura do Meio Ambiente no qual a
Temperatura Temperatura presença de um escolhida, Retirar após 5 min, Inguinal medicação vai ser realizada;
abaixo de 35°C processo realize a leitura e registar o valor
- Afebril/ apirético: inflamatório/infecioso obtido A prática de exercício/atividade física
36,1°C a 37,2°C - do utente em numa altura próxima da medição;
Normal (ausência questão, bem como Instrumentos
de febre) para perceber a Termómetro A Idade (a Temperatura Corporal tende a
- Febril: 37,3°C a Qualidade de diminuir com a Idade);
37,7°C Inicio da funcionamento dos
febre Órgãos Internos, de
O Ciclo Menstrual (Nas Mulheres) e as
- Febre: 37,8°C a um modo Global.
emoções.
38,9°C
- Pirexia ou
Hipertermia: 39°C a
40°C Temperatura
alta
-Hiperpirexia: acima
de 40°C – Altíssima
(Risco)

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FC Normal = 60-100 Este sinal clínico Pressione com a ponta dos dedos pode ser medido a) no pulso radial Temperatura do Meio Ambiente no qual a
bpm permite alertar para a indicador e médio, sem obliterar o (palpar na face interna do rádio medição é realizada;
localização e grau de pulso; Conte a pulsação durante cerca de 1 a 2 cm da apófise
Bradicárdia < 60 isquemia; avaliar a 15 seg. e multiplique por 4; Se o estiloide do rádio); b) no umeral O genéro (tende a ser mais elevada no
bpm gravidade da condição pulso for irregular, conte durante (palpar na face antero-interna do Sexo Masculino);
1 minuto completo; braço, internamente ao tendão do
Taquicárdia > 100 músculo B. braquial); c) no carotídeo O“Stress”/Emoções; a idade (tende a
bpm (palpar na face ântero-lateral do reduzir com o aumento da Idade);
pescoço, ligeiramente acima ou
abaixo, do bordo superior da
A prática de exercício/atividade física
cartilagem tiroideia, anteriormente
numa altura próxima à da medição
ao ECOM);
d) no popliteu (palpar na porção
interna do escavado popliteu com o
joelho a 45º de flexão);
e) no tibial posterior (palpar
posteriormente ao maléolo interno);
f) no pedioso (palpar na face dorsal
do pé, entre os tendões dos
extensores de 1º e 2º dedo)

FR Nascimento/1 ano: Vai-nos permitir Colocar o doente em posição Temperatura do Meio Ambiente no qual a
30-60 avaliar o número de confortável e expor o seu tórax. Se medição foi realizada;
1-3 anos: 24-40 Ciclos Respiratórios não for possível expor o tórax,
3-6 anos: 22-34 que o utente realiza coloque o antebraço do doente Idade (mais elevada nos Bebés);
6-12 anos: 18-30 durante um Minuto. sobre o tórax; Observar os
12-18 anos: 12-16 Para além de que vai movimentos ventilatórios Prática de exercício/atividade física numa
Eupneia(frequência permitir avaliar o tipo, imediatamente a seguir à medição altura próxima à da medição;
normal) relugaridade e do pulso (manter os dedos no
Polipneia ( FR) profundidade do punho enquanto conta os ciclos
“Stress”/Estados Emocionais.
Taquipneia ( FR padrão respiratório do respiratórios); Contar os
com  amplitude) utente. movimentos respiratórios (a
Bradipneia ( FR) inspiração ou expiração, mas não
Apneia (ausência ambos) durante 30 seg e
de ventilação) multiplicar por 2; se o ritmo for
irregular contar durante 60 seg;

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Tensão Óptima: <120 e <80 1. O doente deverá estar em Método palpatório → Idade (tende a aumentar com o aumento
arterial Normal: 120-129 repouso, confortavelmente 1. Insufle a braçadeira enquanto palpa da Idade, devido ao maior endurecimento
(palpatório e e/ou 80-84 instalado, pelo menos nos 5 a artéria radial. das paredes dos vasos sanguíneos);
auscultatório) Normal alta: 130- minutos anteriores à avaliação 2. Quando notar o colapso do pulso “Stress”/Emoções; Refeições próximas à
139 e/ou 85-89 (Preferencialmente sentado). radial insufle mais 20 a 30 mmHg. altura da medição; Consumo de
Hipertensão grau 1: 2. Palpe a artéria radial de ambos3. Desinsufle lentamente (2-3 mmHg Tabaco/Álcool; Elasticidade das artérias;
140-159 e/ou 90-99 os membros e, caso exista alguma por segundo) até palpar duas ondas Posição do braço no momento de
Hipertensão grau 2: diferença, escolha o membro com consecutivas na artéria radial. O medição; Prática do Examinador.
160-179 e/ou 100- onda de pulso mais ampla. valor que obteve corresponde à TAS.
109 4. Desinsufle rápida e completamente
Hipertensão grau 3: 3. O braço do doente deve estar a braçadeira, e aguarde 15 a 30
>180 e/ou >110 descoberto e colocado sobre uma segundos.
mesa ou almofada de forma que a5. Repita o procedimento no membro
artéria umeral esteja à altura do superior contra lateral.
coração. Método auscultatório →
4. Se o doente estiver sentado, 1. Coloque a campânula do
poderá sentar-se de frente para estetoscópio sobre a artéria umeral
ele, garantido que tem ao seu (abaixo e não debaixo da
alcance tudo o que necessita. braçadeira).
5. Inspecione o membro em 2. Insufle a braçadeira 20 a 30 mmHg
repouso. Não deverá apresentar acima da TAS previamente obtida.
fístulas arteriovenosas ou outros 3. Desinsufle lentamente (2-3
acessos de hemodiálise, cirurgia mmHg/segundo), até auscultar os
arterial ou linfedema e deve evitar sons de Korotkoff.
um membro com o acesso venoso. 4. Observe o manómetro ou a coluna
6. Palpe o pulso umeral antes de de mercúrio e assinale o ponto onde
colocar a braçadeira; detetou o aparecimento de pelo
7. Coloque a braçadeira de modo menos dois sons consecutivos - o
que as mangueiras (ou a seta) valor obtido corresponde à TENSÃO
fiquem ao longo do eixo arterial; o ARTERIAL SISTÓLICA;
bordo inferior deve ficar cerca de5. Posteriormente, os sons começam a
2 a 3 cm acima da prega do ficar mais abafados, e quando
sangradouro; desaparecem → TENSÃO ARTERIAL
8. A braçadeira deve ficar bem DIASTÓLICA
justa ao braço. O cotovelo deve 6. Depois, desinsufle rapidamente até
estar ligeiramente fletido; 0 mmHg.

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2. Identificação de Sinais de Dificuldade respiratória

Cianose é um sinal ou sintoma marcado pela coloração azul-arroxeada da pele ou das mucosas
Local: cavidade oral
Cianose Central
Causas: SaO2 reduzida ou Hb anormal

Depressão inspiratória dos espaços intercostais e das regiões supra-esternal e supraclaviculares que ocorre durante toda a inspiração
Local: supraclavicular; supraesternal; intercostal; infracostal; global
Músculos envolvidos: Esternocleidomastoideu (vai promover uma maior elevação do Esterno); Escalenos (vai promover uma maior
elevação das primeiras costelas); Peitoral Maior e Peitoral Menor.
Causas: dificuldades na expansão pulmonar
Tiragem

A Polipneia corresponde a um aumento na Frequência Respiratória. A Bradipneia corresponde a uma redução na Frequência Respiratória.
Causas: um maior trabalho dos músculos respiratórios, que leve a que haja um maior consumo de O2 e uma maior produção de CO2 (como
Polipneia / Bradipneia
consequência da maior atividade muscular), que leve a que tenha que haver um aumento na Frequência Respiratória, para que os valores
da Gasometria Arterial se possam manter o mais normais possíveis.

Afastamento das asas do nariz durante a inspiração, é sobretudo visível nas crianças, sendo que nestas é considerado um equivalente da
tiragem
Adjeso Nasal
Causas: tem como objetivo reduzir o colapso precoce das vias aéreas, por aumento da pressão nas vias
Justificação: ao realizar isto leva-se a um aumento do volume corrente, uma diminuição da frequência respiratória e um aumento da
Expiração com os lábios semicerrados
oxigenação

Inversão do movimento do diafragma durante a inspiração


Causas: fadiga ou paralisia
Respiração paradoxal abdominal

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3. Observação do tórax e abdómen em diferentes posições (pode sair filme)

Tórax Morfologia: normal; barrel chest; kyphosis; pectus excavatum; pectus carinatum

Mobilidade: Normal/anormal; Simétrica/assimétrica; Hiper/Hipomóvel nas zonas costal superior, costal média e costal inferior.

Padrão ventilatório: Costal superior; Costal médio; Costal inferior; Diafragmática.


Abdómen perceber o estado do abdómen, bem como a presença de alterações (principalmente de cicatrizes), que possam de alguma maneira
comprometer a mobilidade nesta zona corporal.

4. Exame da Mobilidade Torácica

Medição dos perímetros torácicos 3 níveis: região torácica superior (nível da 2ª costela);
região torácica média (nível do apêndice xifóideu)região torácica inferior (ponto médio
entre o apêndice xifoideu e o umbigo

Cuidados na medição:
• Doente sentado ou em pé
• Coloca-se a fita na região do tórax a avaliar
• Mede-se o perímetro em ventilação de repouso e depois mede-se em inspiração máxima
e expiração máxima
• A medição deve ser feita pelo menos 3 x, e/ou até se encontrar pelo menos duas
medições idênticas
• Regista-se o valor da medição que foi reprodutível
Fatores que influenciam a fidedignidade e sensibilidade: prática do
examinador; características do instrumento; posição do doente, incentivo dado

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Técnica palpatória (Eliminatória) (colocação das mãos;
posicionamento, referências anatómicas, limitações da
tácnica, factores pulmonares,pleurais e ME que podem
alterar a técnica)

Fatores que podem alterar a mobilidade:


Prática/Experiência do Examinador; Características do
instrumento de medida utilizado; Posição do utente;
Incentivos dados para os movimentos Respiratórios,
principalmente em Capacidade Vital (FT ́s que não
incentivam tanto poderão não atingir a Inspiração e
Expiração máximas que seriam desejáveis).

5. Exame da excursão diafragmática

Medição Índice Freno-cinético no Rx (PODEM SER PEDIDO PARA MEDIR O ÍNDICE NAS PELÍCULAS DE RX)
Técnica palpatória → Doente decúbito 1. O examinador coloca os polegares, sem pressão, bilateralmente na região infracostal
dorsal, membros inferiores fletidos, 2. Avaliar a excursão diafragmática em ventilação de repouso e em inspiração máxima (a expiração deverá ser sempre passiva)
abdómen relaxado. 3. Na inspiração máxima deve ser solicitada uma ventilação predominantemente feita pelo diafragma
4. Registar a informação obtida

Técnica percussão digito-digital 1. Determina-se os níveis dos diafragmas durante a ventilação a VC.
(cuidados a ter antes e durante a2. Percutir na direcção inferior, de 5 em 5 cm, para sentir o início da macicez.
excução, fatores que diminuem a3. A percussão é efectuada na região da linha médio-clavícular posterior
fidedignidade e sensibilidade, causas
4. Percute-se, perto do suposto limite inferior do pulmão, procurando o limite inferior da ressonância e o início da macicez, definindo assim a
da diminuição da excursão) posição do diafragma.
5. Definir o limite do pulmão a VC, na inspiração máxima e expiração máxima. É necessário que o doente aguente algum tempo de apneia.
6. Meça a diferença encontrada entre expiração máxima e na inspiração máxima (excursão diafragmática).

Valores normais: 5-10cm

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6.Exame do comprimento dos MRA
A) Analiticamente
Escalenos 1. Escaleno anterior: Examinador faz ligeira flexão lateral contra-lateral (10- 15o) + lig. extensão +
lig. Rotação para o mesmo lado. O indicador da outra mão palpa inserção do escaleno anterior
(1a costela –tubérculo de Lisfranc).
2. Escaleno Médio: Examinador faz flexão lateral contralateral (15-20o) + lig. extensão. Polegar ou
indicador da outra mão palpa inserção do escaleno médio (1a costela ao lado do escaleno
anterior).

Trapézio superior O terapeuta suporta a cabeça do paciente na posição média, estabilizando o ombro do lado a testar
e realiza flexão lateral da cabeça para o lado oposto.

Pequeno peitoral Exerce bilateralmente pressão sobre os ombros avaliando a qualidade do endfeel, que deverá ser
suave, com um gradual aumento da resistência.

Grande peitoral 1. Fibras esternais: realiza-se abdução da gleno-umeral até aos 150o graus, com ligeira
rotação externa. O membro superior deve atingir o plano horizontal quando submetido a
uma ligeira pressão com progressiva resistência. A incapacidade do braço em atingir o
plano horizontal, ou uma resistência abrupta ou tensão são indicações de encurtamento.
2. Fibras Claviculares: o terapeuta estabiliza o tronco e realiza abdução do ombro até 90o
graus, realizando-se a sequência anterior

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B) Globalmente (exame da “cadeia inspiratória” – Souchard)


A avaliação da cadeia inspiratória faz-se sobretudo pela análise da
postura. A sua retracção pode ser responsável por projecção anterior da
cabeça, aumento da lordose cervical, protracção e rotação interna dos
ombros, aumento da cifose dorsal, aumento da lordose lombar e tórax
bloqueado em posição inspiratória, favorecendo a restrição da
mobilidade do diafragma.

7. Técnicas de exame da posição do mediastino

Palpação da traqueia Com o doente sentado, coluna cervical em posição neutra, o Ft. Coloca o dedo indicador na porção interna da fúrcula esternal, repetindo o
mesmo procedimento para o lado oposto. Para que se considere que não há desvio da traqueia deverá existir bilateralmente uma distância
idêntica entre a clavícula e a traqueia. A palpação deve ser feita de forma suave, pois a traqueia é “sensível” à palpação.

Palpação do impulso apical Auscultação ou palpação do ponto de impulso máximo do coração. O ponto situa-se normalmente a nível do 5o espaço intercostal, na linha
(choque de ponta) médio-clavicular esquerda. Alteração da posição pode implicar desvio do mediastino (atelectasia, derrame pleural, pneumotórax, cor
pulmonar crónico) ou cardiomegália.

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8. Técnica de exame da permeabilidade das vias aéreas, estado do parênquima e espaço pleural (eliminatória)
Auscultação peroral e Colocação do estetoscópio: orientados para a frente, na direção dos olhos, pois o canal auditivo externo tem esta orientação; Colocar o coletor
pulmonar (eliminatória) pulmonar (+ largo) firmemente sobre a zona a auscultar, de modo a evitar o deslizar do colector sobre a pele durante os movimentos do tórax,
de forma a não produzir artefactos auditivos, que podem ser interpretados como ruídos adventícios; Evitar que o tubo condutor do estetoscópio
toque em qualquer local, de forma a não produzir artefactos auditivos, que podem ser interpretados como ruídos adventícios.

Instruções ao utente: ventile a grande volume pulmonar e a débito elevado, com a boca bem aberta

Sequência: Auscultar o utente na posição de sentado (se na cama as pernas deve estar fora dela, com os joelhos flectidos) e a pélvis horizontal.
As mãos devem estar apoiadas nas coxa, com os braços em ligeira abdução, de forma a se poder auscultar a região axilar. Auscultar respeitando
a seguinte sequência: auscultação peroral (escuta dos ruídos respiratórios e adventícios ao nível da boca, com ou sem estetoscópio), auscultação
da Auscultar o tórax de forma sequencial, respeitando a regra de examinar uma região hemitorácica e depois imediatamente a seguir a região
homóloga oposta, de forma a poder comparar a intensidade dos RRN, a presença unilateral de RRB ou de ruídos adventícios.

Auscultação da voz Na Auscultação da Voz, vamos realizar uma Auscultação ao tórax do utente , enquanto o utente diz “33”. A Auscultação da Voz vai ter uma
grande importância para percebermos como é que a dispersão do Som está a ocorrer pelo tórax. Tendo em conta aquilo que ouvimos, podemos
enquadrar os resultados nas seguintes definições:
→ Ressonância Vocal Normal: Vai-se auscultar um Som indistinto, na grande maioria das vezes. Pode estar ligeiramente reduzido ou
aumentando, tendo em conta o utente. Vai ter maior intensidade nas zonas superiores dos Pulmões, comparativamente com as suas zonas
inferiores, devido à dispersão do Som pelo meio gasoso (Ar nos Pulmões).
→ Broncofonia: A voz do utente vai ser Perfeitamente audível, embora de um modo não 100% claro, mesmo nas zonas mais periféricas/distais
dos Pulmões. Presente nas situações de densificação/consolidação do parênquima pulmonar.
→ Pectoriloquia: Vai poder ser dos seguintes tipos:
Fónica: Auscultação 100% clara da voz falada;
Afónica: Auscultação 100% clara da voz sussurrada.
→ Egofonia: Auscultação da Voz com uma forma nasalada ou metálica (ou seja, com perda de algum Timbre do Som). Típica de situações de
Derrame Pleural.

Palpação das vibrações Vibração transmitida à parede do tórax, produzida pela voz.
vocais (frêmico vocal)
1. Coloca-se as mãos bilateralmente e de forma simétrica, sobre o tórax
2. Pede-se ao doente para dizer “33”

As vibrações vocais podem estar mantidas, aumentadas (processos condensantes como as pneumonias), diminuídas unilateralmente (ex.
derrame pleural peq.volume, pneumotórax, fibrotórax,...) diminuídas bilateralmente (ex. enfisema, insuflação do asmático), ou abolidas.

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Sequência de Auscultação
torácica

9. Técnica de exame do abdómen


INSPEÇÃO

Palpação abdominal Regiões: cada um dos quatro quadrantes (quadrantes superiores direito, quadrante
superior esquerdo, quadrante inferior direito e quadrante inferior esquerdo

O que avalia: verificar se o


abdómen está mole,
depressível e indolor à
palpação. Registar as zonas
com alterações e
equacionar se interferem
com a mecânica
ventilatória e técnica de
tratamento

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Percussão 3. Percutir de uma forma sistematizada todos os quadrantes abdominais;
Sequência da técnica: Informação relevante:
1. Colocar o utente em decúbito dorsal, pernas dobradas (45o a 90o) • Timpanismo sugere gás na região gastro-intestinal;
2. Apoiar firmemente a metacarpo-falângica de uma das mãos na região do • Macicez sugere uma massa sólida (órgão) ou liquido na região abdominal;
abdómen e percutir na perpendicular com os dedos da outra mão;

10. Interpretação básica das provas de Função respiratória


• O que mede as PFR → Permite medir volumes estáticos (volume corrente, volume de reserva inspiratório, volume de reserva expiratório, volume residual),
capacidades (capacidade inspiratória, capacidade residual funcional, capacidade vital, capacidade pulmonar total), débitos (FEV1)
• Como é efetuada a manobra

índice de tiffeneau percentagem da capacidade vital que se consegue mobilizar no 1º segundo de uma
expiração forçada, após uma inspiração máxima – FEV1/capacidade vital forçada * 100)
• normal > 80%; valores menores sugestivos de doença obstrutiva
Espirometria (prova funcional respiratória que avalia as propriedades Procedimentos: Respirar em volume corrente durante pelo menos 3 ciclos respiratórios;
mecânicas do sistema respiratório) – mede volumes e débitos
1. Inspiração máxima até ao nível da capacidade pulmonar total (CPT) e de seguida
Interpretação: proceder a uma expiração tão rápida e tão forte quanto possível até ao nível do
• Síndrome restritivo (dim .CV; dim. FEV1; tiffeneau normal; dim.CPT) volume residual (VR). Prolongar o tempo de expiração forçada de forma a que este
• Síndrome obstrutivo (CV normal; dim.FEV1; dim. Tiffeneau) não seja inferior a 6 segundos;
• Síndrome obstrutivo com insuflação (dim.CV; aum.VR; dim.FEV1; 2. No final da expiração, proceder a uma inspiração máxima tão rápida quanto
dim.tiffeneau possível até à CPT, após o que volta a respirar em volume corrente.
• Síndrome misto (dim.tiffeneau; dim.FEV1; dim.CV; VR normal ou dim.;
dim.CPT Permite a classificação das síndromes ventilatórias restritivas, obstrutivas e mistas
Pletismografia permite avaliar a capacidade pulmonar total, o volume residual, as resistências das vias
aéreas, a distensibilidade do sistema pulmão-parede torácica

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11. Interpretação básica da Gasometria arterial
Procedimento
• Punção arterial (artéria radial, braquial ou femoral)
• Amostra: 2-4ml em seringa heparinizada (para
evitar coagulação)

12. Interpretação básica da Imagiologia do tórax


Sequência de avaliação 1. identificação do utente
2. condições técnicas
3. análise da radiografia de modo sequencial (campos pulmonares; coração e mediastino; diafragma e região sub-diafragmática; constiruintes ósseos;
partes moles)
Nomenclatura usada hipertransparente (preto-> ar); hipotransparente (claro)

Achados frequentes nas Derrame pleural: lesões que ocupam espaço, empurrando o parênquima pulmonar
patologias mais comuns Pneumotórax: lesões que ocupam espaço, empurrando o parênquima pulmonar
Atelectasia: diminuição da capacidade de distensão do pulmão

13. Medição da força dos músculos respiratórios pelas PiMax e PeMax usando o manómetro de pressão

Valores de referência Fraqueza muscular: PIMax = -40 a -75cm H2O


Fadiga muscular: PIMax = -40cm H2O
Falência muscular: PIMax = <-20cm H2O
PEMax = 30-35cm H2O
Técnica de medição Manual (teste muscular manual dos Avaliação do diafragma, avaliação do grande peitoral, teste do músculo pequeno peitoral, teste do músculo trapézio
músculos Inspiratórios acessórios e expiratórios) superior, teste do músculo esternocleidomastoideu, teste do angular da omoplata, testes dos músculos escalenos,
cadeia inspiratória, cadeias cruzadas (VER SEBENTA MTAI)
Descrever os procedimentos de realização da PiMax e PIMax: -1,24*idade + 232,37 (masculino) e -0,46*idade + 74,25 (feminino)
PeMax A Pressão Máxima Inspiratória (PImax) é medida após uma expiração máxima até ao VR PEMax: -1,26*idade + 183,31
(masculino) e -0,68*idade + 119,35 (feminino)
A Pressão Máxima Expiratória (PEmax) após uma inspiração máxima até à CPT.
Avaliação da PiMAX e PeMAX:
• Paciente sentado a 90° com os pés apoiados no chão
• Colocar o bocal e a pinça (clip) nasal
• Solicitar uma expiração até nível de Volume Residual (VR) - Solicitar uma inspiração até a capacidade pulmonar
total (CPT), permanecendo por 2 segundos de força sustentada

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FCRCV I
14. Explicação da elaboração dos testes de terreno para avaliação da tolerância ao esforço
PM6M
Indicações Deve usar roupa confortável; Calçado adequado; Os utentes devem utilizar os seus meios de compensação de marcha; Não deve
interromper a medicação prescrita; Não deve realizar actividade ou exercício vigoroso até 2 horas antes do inicio do teste.

objetivos Avaliação da capacidade funcional e da sua deterioração ao longo tempo;

Avaliação da dessaturação e aferição de antes, durante e após


oxigeniometria
Prognóstico da mortalidade e morbilidade 224 metros para mortalidade, 357 para internamento relacionado com exacerbação aguda DPOC

Contra indicações Absoluta – angina instável ou enfarto agudo do miocárdio no mês anterior
Relativas – frequência cardíaca em repouso > 120 bpm; TAsist > 180 mmHg, TAdiast > 100 mmHg

Material Cadeira(s), corredor de 20 a 30 metros (se o doente tiver uma grande limitação na marcha pode ser um corredor de 10 metros)
marcado de 2 em 2 metros, pontos de viragem para o percurso, esfigmomanómetro, oxímetro, escala de Borg modificada, folha de
registo da prova, cronómetro.

Check list pré teste Senta o doente e faz as avaliações iniciais; Faz uma breve história para identificação de fatores de risco / contra indicações; Garante
que o doente fez a sua medicação habitual e não está em jejum; Explica a prova ao doente; Exemplifica a tarefa
Incentivos Inicie a contagem até aos 6 min com a seguinte expressão:
“O(a) senhor(a) vai realizar uma prova de marcha, onde vai percorrer uma determinada distância durante 6 minutos.Deverá adoptar
o passo mais rápido que pense ser capaz de manter durante toda a prova, sem desconforto excessivo. Pode parar as vezes que julgar
necessárias. "
Ao fim de 1 minutos incentivar com a frase: “Está a ir muito bem. Faltam 5 min para terminar a prova”
Ao fim de 2 minutos incentivar com a frase: “Está a ir muito bem. Faltam 4 min para terminar a prova
Ao fim de 3 minutos incentivar com a frase: “Está a ir muito bem. Está a meio da prova”
Ao fim de 4 minutos incentivar com a frase: “Está a ir muito bem. Faltam2 min para terminar a prova
Ao fim de 5 minutos incentivar com a frase: “Está a ir muito bem. Falta apenas 1 min para terminar a prova
Quando faltarem 15 segundos informe o doente que está quase a pedir que pare.
O que monotorizar durante/após a prova FC / FR / PA / SpO2 / grau de dispneia e fadiga na EBM

Quando deve interromper - Dor torácica;


- Dispneia intolerável;
- Caimbras dos MI;
- Claudicação;
- Sodurese intensa;
- Palidez ou cianose;
- Dessaturação SpO2≤ 85% (SpO2≤ 80% - baixo risco de efeitos adversos na PM6M)

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FCRCV I
Fatores de validade efeito de aprendizagem (selecionar a melhor de duas provas); mudanças na metodologia (oxigenioterapia e como transporta,
auxiliares de marcha, hora do dia)
Distancia mínima clinicamente distância inferior a 200m, pode assumir-se eficácia dos resultados com base na variação percentual. Mudança de 10% na distância
significativa percorrida.

Shuttle Walk Teste


→ Teste incremental e progressivo de desempenho máximo limitado por sintomas
comando/compasso externo (sons pré-gravados) não deve ser dado encorajamento.
Seleciona-se o melhor de dois testes

Material Cadeira(s), corredor de 20 a 30 metros marcado de 2 em 2 metros, pontos de viragem para o percurso,
esfigmomanómetro, oxímetro, escala de Borg modificada, folha de registo da prova, cronómetro. sistema de som e
percurso de 10 m
Quando o teste termina (sintomas) o utente fica demasiado cansado para prosseguir ou ficar a mais de 0,5m do cone ao sinal sonoro (dá-se uma
tolerância de um shuttle)
Quando parar FC / FR / PA / SpO2 / grau de dispneia e fadiga na EBM
Distancia clinicamente significativa 47 m

Step test → Não há valores de referência de “normalidade”

Indicações Este é um teste alternativo ao teste de caminhada de 6 minutos ou se o indivíduo manifestar dificuldade na marcha (desequilíbrio) ou se não
houver espaço suficiente para o realizar
Objetivo Estimar a tolerância ao exercício; Avaliar o risco de complicações no pós- operatório; Avaliar hipoxemia relacionada com o esforço em diferentes
estádios de doença;
Vantagens Pouco espaço; portabilidade; Sem necessidade de grande tecnologia ou expertise para realizar
Diferentes tipos de teste Cadência externa (carga incremental e carga constante) e auto cadenciados

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FCRCV I
15. Explicação da elaboração de testes para a força dos MI
TAFI 30´´
Como se realiza 1. Instruir o participante a sentar no meio do assento com as costas direitas, pés fixos no chão e braços cruzados à altura dos punhos contra o
tórax.
2. Ao comando “iniciar” o participante levanta-se completamente e retorna à posição de sentado.
3. Estimular o participante a levantar-se e sentar-se o maior número de vezes possível em 30 segundos.
4. Demonstrar o teste lentamente para mostrar a forma adequada de execução. Depois em ritmo mais rápido, mostrando que o objetivo é
empenhar-se o máximo possível sem ultrapassar os limites de segurança.
5. Antes do teste, pedir que o participante repita o movimento completo uma ou duas vezes para aprender a forma correta.
Material Cadeira vulgar “de cozinha” com assento 43,18 cm. A cadeira deve ficar encostada a uma parede para evitar deslizamento durante a execução do
teste; Oxímetro/Esfigmomanómetro/Escala de Borg modificada
Valores de referência Mulheres:
60-64 65-69 70-74 75-79 80-84 85-89 90-94
Nº de
12-17 11-16 10-15 10-15 9-14 8-13 4-11
repetições

60-64 65-69 70-74 75-79 80-84 85-89 90-94


Homens:
Nº de
14-19 12-18 12-17 11-17 10-15 8-14 7-12
repetições

16. Questionários e escalas


a) Instrumentos para classificar a dispneia
• Discriminativos: Vão identificar populações em estudo, tendo em conta o nível de Dispneia que o utente apresenta;
• Avaliativos: Vão identificar variações, a partir de uma população base;
Diretos: Vão avaliar, de um modo direto, a Dispneia/perceção de esforço do utente;
• Indiretos: Vão avaliar, de um modo indireto, a Dispneia/perceção de esforço do utente, através da avaliação da performance do utente na realização de determinadas
tarefas/habilidades motoras;
• Unidimensionais: Vão avaliar apenas uma dimensão da Dispneia;
Multidimensionais: Vão avaliar várias dimensões da Dispneia, tendo em conta:
• Nível de funcionalidade do utente
• Magnitude da Tarefa realizada pelo utente;
• Magnitude da perceção de esforço, por parte do utente.

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FCRCV I
b) Avaliar a dispneia do utente
São escalas de intensidade de curta duração.
Vão avaliar a perceção de Dispneia/Fadiga do utente, em resposta a um determinado estímulo.
NOTA: O estado Emocional do utente pode ter influência nos resultados obtidos.
Baseada na noção de que há uma correlação entre a Frequência Cardíaca e o esforço, ou seja, quando maior for o esforço/carga
Escala de Borg e Escala de Borg de trabalho, maior será a Frequência Cardíaca do utente:
Modificada Escala de Borg: “Score” de 6-20.
Escala de Borg Modificada: “Score” de 0-10.
“Modified Medical Research Trata-se de uma medida situacional., ou seja, que relaciona a Dispneia com a realização de AVD ́s.
Council” (mMRC): Tem um “Score” de 5 Pontos (0-4), baseada na sensação de dificuldade Respiratória experienciada pelo utente, na realização de
atividades específicas.
Trata-se de um instrumento de medida Discriminativo.

Índice de Dispneia Basal (IDB) e O IDB é uma avaliação de base da Dispneia que o utente experiencia. Trata-se de um instrumento de medida Descriminativo e
Índice de Dispneia de Transição: Multidimensional.
(IDT): O IDT vai ser utilizado num determinado ponto/momento do tratamento/reabilitação do utente, podendo também ser utilizado
como “Follow-UP” à intervenção. Deve ser comparado com o IDB, para que possa ser feita uma avaliação do Sucesso (ou não), do
nosso tratamento.
“Score” de 0-12. 12 indica menor limitação funcional pela Dispneia. 0 indica maior limitação funcional, pela Dispneia.
Têm 3 categorias cada um:
→ Nível de limitação funcional do utente;
→ Magnitude da Tarefa motora realizada pelo utente;
→ Magnitude da perceção de esforço do utente.

c) Avaliar a dispneia do utente durante a realização de AVD´s


“Pulmonary Fuctional Status and Dyspnea Questionário Auto-Administrado.
Questionnaire” Vai avaliar o nível de Dispneia e o “status” funcional, em utentes com patologia Respiratória.

“Modified Pulmonary Fuctional Status and Tem 3 Domínios:


Dyspnea Questionnaire”: → Mudança nas AVD ́s, comparativamente ao período prévio à doença do utente; o Influência da
Fadiga na realização das AVD ́s;
→ Influência da Dispneia na realização das AVD ́s.
“London Chest Activity of Daily Living” Medida de impacto, ou seja, vai relacionar a Dispneia com o nível de funcionalidade Global do utente.
Própria para utentes com DPOC severa.
Vai avaliar a habilidade/capacidade que o utente tem em realizar determinadas tarefas motoras, com
Dispneia.
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FCRCV I
d) Qualidade de vida
“Saint George Auto-Administrado, embora sem acompanhantes a assistir ao preenchimento do questionário.
Respiratory Para utentes com as seguintes patologias:
Questionnaire” → DPOC;
→ AsmaBrônquica;
→ FibroseQuística;
→ Bronquiectasias;
→ Sarcoidose;
→Cifoescoliose.
Validado para Português.
16 perguntas para 3 Domínios diferentes:
→ Sintomas;
→ Atividade;
→ ImpactoPsicossocial.
Pontuação total convertida para %:
→ Valores até 10%: Qualidade de Vida considerada normal
→ Valores a cima de 10%: Doença vai ter impacto na Qualidade de Vida do utente em questão.

“Chronic Respiratory
Disease Questionnaire”

CAT Deve ser utilizado no Início e no final da intervenção, bem como como “Follow-Up”, a cada 2-3 Meses.
Tem 8 questões, sendo que para cada questão existem 0-5 Pontos. “Scores” totais:
→ De 0-10 revelam impacto ligeiro da Doença na Qualidade de Vida do utente;
→ De11-20: Impacto moderado:
→ De21-30: Impacto elevado;
→ De31-40: Impacto muito elevado.

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FCRCV I
REVISÕES
Diafragma
Origem
- Centro frénico (aponevrose situada no centro da cúpula).
Inserção
- Circunferência torácica:
Ação
• - Parte esternal: apêndice xifoide;
• - Parte costal: face medial das 6 últimas costelas;
• - Parte lombar: coluna lombar (1a,2a e 3a vértebras, através dos pilares do diafragma.
• - Depressão do centro frénico (aumento do diâmetro vertical do tórax);
• - Eleva as últimas costelas (aumento do diâmetro transversal e ântero- posterior do tórax).
Inervação
- Nervo frénico (C3-C5).

Mobilidade torácica Pleuras

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FCRCV I
Vias aéreas superiores – Faringe ( nasofaringe / orofaringe / laringofaringe) / Laringe

Vias aéreas inferiores

Lobos

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FCRCV I
Tosse
Tipos de tosse
1. Tosse seca e irritativa
• Não produz expetoração;
• Pode estar presentes em processos extrapulmonares ou broncopulmonares em fase inicial sem aumento das secreções brônquicas
2. Tosse produtiva
• Produção de secreções normalmente relacionada com infeções das vias aéreas
• Quando acompanhada de expetoração, surge em todos os processos broncopulmonares acompanhados de hipersecreção brônquica
3. Tosse bitonal:
• Cordas vocais com paralisia e quando tosse parece que se ouvem 2 sons roucos em simultâneo
4. Tosse rouca:
• Processos patológicos das cordas vocais e da laringe
• Tosse extremamente grave
• Paralesia na narofaringeà tosse de cão
5. Tosse afónica:
• Tosse ainda mais grave que a tosse rouca ficando mais afónico
• Pode surgir em situações mais graves das entidades que produzem a tosse rouca
6. Tosse quintosa:
• Sucessivos e muito próximos acessos de tosse continuados devido a irritação do nervo vago ou laríngeo
• Ex: tumor dentro do mediastino que pode comprimir um desses nervos
7. Tosse coqueluchoide:
• Há infeção, tem acessos de tosse e pela infeção tem também broncoespasmo durante a inspiração sibilante antes de tossir
8. Tosse emetizante:
• muito frequente nas crianças
• acompanhada de vómito, desencadeando movimentos antiperistálticos do estômago e estimulação do centro de vómito localizado junto do centro tussígeno.
9. Tosse sincopal:
• Provoca uma sincope devido à anoxia cerebral desencadeada pela tosse que, por aumento da pressão intratorácica, condiciona hipertensão intra-craniana venosa e
isquémia cerebral
• Mais frequente em idosos
Avaliação da eficácia da tosse- PCF
• Doente tosse com o dispositivo na boca e dava-nos o débito criado durante a tosse
• Avaliação com a medicação a ver se o doente está a responder aos tratamentos respiratórios
• Pico do fluxo da tosse ou PEAK COUGH FLOW (PCF)- Fluxo expiratório máximo medido durante uma manobra de tosse
• Aparelho de medição: aparelho do pico do fluxo expiratório (PFE)
• Magnitude do PCF – relacionada com a capacidade de remoção de secreções da via aérea porém não existem valores de referência
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FCRCV I

DPOC

Componentes da DPOC

Bronquite é o componente que apresenta menor contribuição para a Enfisema


obstrução das VA’s • Dilatação anormal e permanente dos espaços aéreos distais aos bronquíolos terminais por
1. Bronquite crónica: - Tosse + produção excessiva de expetoração – destruição das suas paredes e sem fibrose acompanhante
suficiente para originar tosse produtiva durante pelo menos 3 meses em • Destruição dos espaços aéreos envolvidos nas trocas gasosas+ dilatação dos alvéolos
2 anos • Mais periférico, onde se realizam as trocas gasosas – alvéolos
o Afeta mais as vias de transporte – brônquios • Dano inflamatório induzido por macrófagos e neutrófilos é o principal componente que
o O fumo do tabaco nas vias aéreas de grande calibre provoca dilatação justifica a destruição pulmonar na DPOC. Na ausência de mecanismos de reparação eficazes é a
das glândulas mucosas e hiperplasia das células caliciformes à leva a principal razão que justifica a cronicidade da doença.
tosse e expetoração a) Recrutamento de células inflamatórias
o O tabaco provoca metaplasia escamosa dos brônquios que vai promover: b) Inativação dos inibidores das proteinases elastolíticas – Alfa 1 anti-tripsina (tabaco ativa esta
➢ Predisposição para carcinogénese enzima)
➢ Diminuição da clearance mucociliar c) Aumento das enzimas degradadores de elastina – alvéolos ficam desprotegidos
o Anomalias não relacionadas diretamente com a limitação do fluxo aéreo d) Lesão pulmonar por degradação da elastina
o Vascularização alveolar é condicionada
o Vasoconstrição para tentar derivar o sangue para zonas do pulmão onde o mesmo
Doença das pequenas vias aéreas
consegue ventilar melhor – caso não resulte, o coração vai fica sobrecarregado pois vai
• Vias aéreas de pequeno calibre (menor ou igual a 2 mm)
ter a função de “empurrar” o sangue.
• Estreitamento dos pequenos bronquíolos à inflamação que leva a
o Classificação: Forma centroacinar OU Forma panacina
acumulação de secreções logo obstruem mais rapidamente
• Ocorre: (Anomalias podem causar estreitamento do lúmen com a
limitação do fluxo aéreo (obstrução))
o Metaplasia das células caliciformes: substituição de células claras
produtoras de surfactante por células caliciformes produtoras de muco
o Infiltração por células inflamatórias
o Hipertrofia da musculatura lisa

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FCRCV I

Fisiopatologia da DPOC
1. Redução persistente do FEV (mais típico)
2. Aumento do volume residual e da razão VR/CPT – mecanismos de air-trapping (hiperinsuflação que leva a dispneia) - Air-trapping: quantidade de ar no pulmão que não se
consegue expelir completamente
3. Distribuição heterogénea da ventilação: zonas muito pouco ventiladas e a ventilar mal
4. Desigualdades ventilação-perfusão

• Obstrução ao fluxo aéreo: - Doentes com obstrução do fluxo aérea relacionada com a DPOC têm reduções crónicas da razão FEV 1/FCV, afetando também o Índice de TIffeneau. -
Na fase inicial da doença, como o componente obstrutivo ainda não é significativo, o colapso completo só ocorre a baixos volumes (final da expiração).
• Hiperinsuflação e air trapping:
o Fenómenos tardios
o Apesar de estar associada consequências desfavoráveis, a hiperinsuflação é uma compensação ao colapso das vias aéreas:
▪ Aumento do volume pulmonar condiciona uma dilatação das vias aéreas numa fase inicial que diminui a resistência e preserva o fluxo respiratório
o Hiperinsuflação vai causar retificação diafragmática e condiciona uma diminuição da mobilidade torácica
• Anomalias nas trocas gasosas:
o PaO2 é normal até que FEV1 < 50 % do valor previsto
o PaCO2 é normal até que FEV 1 < 25 % do valor previsto
o HTP grave à cor pulmonale* – ocorre em indivíduos com FEV1 < 25 % do previsto e PaO2 < 55 mmHg

* Hipertensão arterial pulmonar – complicação cardiovascular mais importante na DPOC


Na DPOC avançada a hipoxia é o principal fator de desenvolvimento de hipertensão pulmonar
• Provoca vasoconstrição das artérias pulmonares
• Promove remodelação da parede do vaso – espessamente da parede com redução do lúmen
Hipertensão à condiciona cor pulmonale – define-se como HTP + IC direita

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FCRCV I

Intervenção em DPOC
1. Avaliação e monitorização da doença
2. Redução dos fatores de risco
3. Controlo da estabilidade da DPOC
4. Controlo das exacerbações Agravamento da DPOC Insuficiência cardíaca crónica – parcial ou global
Objetivos de um controlo eficaz da DPOC:
• Prevenir a progressão da doença
• Aliviar os sintomas
• Melhorar a tolerância ao exercício
• Melhorar o estado de saúde
• Prevenir e tratar complicações
• Prevenir e tratar exacerbações
• Reduzir mortalidade
3 intervenções que influenciam a história natural da DPOC:
• Cessação tabágica
• Oxigenoterapia (hipoxemia crónica)
• Cirurgia de redução do volume pulmonar em doentes com enfisema
Reabilitação pulmonar – bem estabelecida e amplamente difundida sendo eficaz no alívio dos sintomas
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