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Assistência de Enfermagem em Patologias Médico-Cirúrgicas (EPMC 11ª classe)

Unidade III: Monitorização dos sinais vitais.


Subtemas: sinais vitais.
— Conceito geral. Objectivos. Classificação dos sinais vitais. Leitura e interpretação,
Procedimentos de enfermagem.

Conceito geral de sinais vitais: são aqueles Classificação:1-Temperatura


sinais que denotam o funcionamento dos 2- Respiração
sistemas orgânicos mais importante para a 3-Pulso ou frequência cardíaca,
manutenção da vida. 4- Tensão arterial

Objectivos Precauções gerais


 Detectar mediante a medição, o
Comprovar as condições higiénicas e o bem-
comportamento dos sinais que denotam
estar dos equipamentos antes de medir os
vida.
sinais vitais.
 Ajudar ao diagnóstico e à aplicação de
tratamento, a partir de dados obtidos. Não medir os sinais vitais depois dos exercícios
físicos e emoções fortes.

DETALHES DOS SINAIS VITAIS


1. A TEMPERATURA: é o grau de calor de um corpo, resultante do metabolismo basal (celular).
O objectivo é determinar o grau de calor no organismo humano.
Para avaliar a temperatura é necessário equipamento tais como: termómetro clínico ou de mercúrio,
electrónico, uma esferográfica e bloco de nota.
O centro de regulação da temperatura ou termoregulador, está situado no hipotálamo. A temperatura
corporal normal é de 36ºC a 37.2ºC

Factores que produzem modificações — Retirar o termómetro, realizar limpeza mecânica


normais na variação do calor (com movimentos de rotação desde a ponta até a
zona de mercúrio, quer dizer do limpo ao sujo).
 Que aumentam a produção de calor:
— 1 Exercícios físicos aumentam actividade Regiões para medir a temperatura corporal:
muscular e logo a temperatura Bocal, Axilar, Inguinal, Poplítea, Rectal
— 2 Ingestão de alimentos com alto valor calórico
(proteínas e gorduras) Tipos de temperatura
— 3 Actividades endócrinas (Mulher que
menstrua, aumenta meio grau de temperatura  Termia: relativo ao calor ou produção de
durante a ovulação e se mantém dessa forma calor.
até a menstruação).  Atermia: falta de calor.
— Emoções fortes, exposição a altas  Febrícula: febre ligeira (37.3 à 37.7ºC),
temperaturas, etc.  Hipertermia: elevação constante da
temperatura, ligeiramente por cima do normal
 Que diminuem a produção de calor: (39ºC).
— Pouca actividade física porque diminui o  Hipotermia: é a diminuição ou descida da
metabolismo basal, temperatura corporal (35ºC) abaixo do
— Ingestão de bebidas alcoólicas. normal.
Precauções para avaliação da temperatura  Febre: é um estado anormal, que se
— Não expor o paciente a temperatura externa caracteriza pelo aumento da temperatura por
antes de medir a mesma. cima dos valores normais e aumenta a
— Secar a região sem esfregar, pois esta acção frequência cardíaca e a respiratória. Os
gera calor. sintomas que podem acompanhar a febre
— Verifique que o termómetro marque menos de 36ºC. são: sede, astenia, anorexia, pele seca, urina
— Situar o termómetro na região seleccionada, de muito colorada, cefaleia e em ocasiões
modo que o bulbo fique coberto de tecido corporal. vómitos.
— Não colocar o termómetro em região lesionada. Temperatura axilar 36 à 37.2ºC.
Temperatura bucal 36.3 à 37.5 ºC.
Temperatura rectal é de 37 à 38
2. A RESPIRAÇÃO: é a função pela qual o homem toma oxigénio do ar e expulsa ao exterior o
dióxido de carbono. É a associação regular da inspiração e a expiração numa unidade de tempo.
Tem como objectivo medir a respiração corporal para determinar suas variações.

Tipos de respiração:

 Costal: há elevação das costelas mais notável.


 Abdominal ou diafragmática: o abdómen move-se primeiro e as costelas depois.

Precauções para avaliação da respiração

— Não dizer ao paciente que se vai medir a respiração


— Não permita que fale durante a medição.

Para avaliar a respiração é necessário equipamento tais como: relógio com ponteiro a segundo,
esferográfica e bloco de nota. A frequência respiratória (Fr) normal num adulto é de 12 a 16
respirações por minutos.

Alterações da respiração  Eupneia: respiração fácil e normal.


 Taquipneia: aumento da frequencia respiração.
 Anóxia: falta de oxigénio.  Apneia: suspensão transitória respiratória
 Hipoxia: diminuição de oxigénio no sangue. em seguida respiração forçada.
 Bradipneia: respiração lenta.
 Dispneia: dificuldade em respirar (Asmáticos). Valores normais por idades
Adultos 12 a 18 resp/mint
Adolescentes 12 a 20 resp/mint
Crianças de (2 a 12 20 a 50 resp/mint
anos de idade)
Lactentes 30 a 50 resp/mint.

3. O PULSO: é uma vibração das paredes arteriais que se produzem ao passar por estas, uma
onda de corrente sanguíneas bombeada por contracções ventricular.

Tem como objectivo, detectar mediante a medição, a frequência do pulso e as variações do mesmo.

Precauções na avaliação do pulso

— Palpe a artéria sobre um pulso resistente


para que lhe permita perceber as pulsações.
— Não faça demasiada pressão ao realizar a
palpação para que possa recolher as
características do pulso sem modificações.
— O pulso deve medir-se antes de administrar
medicamentos que possam alterá-lo.
— Para avaliar o pulso é necessário
equipamento tais como: relógio com ponteiro
a segundo, esferográfica e bloco de nota.

Regiões para avaliar pulso: temporal,carótida,


humeral, radial, femoral, poplíteo, dorso do pé,
tibial posterior.

Valores normais do pulso


Etapas (por Valores normais
idades)
Crianças de de 130 à 140
meses batimentos/minuto
Criança maior de De 80 à 100 bat/min
1 ano
Adultos (jovem) De 60 à 80 bat/min
Velhos (anciãos) 60 a 70 bat/m
Alterações na avaliação do pulso
 Bradicardia: pulso abaixo de 60 batimentos por minutos.
 Taquicardia: pulso acima de 80 batimentos por minutos.

4. A TENSÃO ARTERIAL: é a força criada pelo coração, mantida por elasticidade arterial e
regulada pelas resistências periféricas.

O objectivo da tensão arterial é de determinar as suas variações.

Factores que influenciam na alteração da pressão arterial

Existem numerosos factores que podem alterar a pressão arterial, dentre os quais se destacam os
seguintes: idade, sexo, actividade física, sono, posição, emoções (medo, ansiedade, preocupações).

Precauções na avaliação da tensão arterial


— Não meça tensão arterial (T/A) depois de o paciente sofrer emoções fortes ou exercícios físicos intensos.
— Não meças a T/A nas zonas lesionadas ou ainda onde se está administrando venoclises (soroterapia).
— Limpar e desinfectar a placa acústica (diafragma) e as olivas do estetoscópio
— Deve-se comprovar o funcionamento de esfignomanómetro e a placa acústica.
— O bracelete do esfignomanómetro deve se colocar na face anterior do braço.
— Fechar a válvula antes de insuflar o ar no bracelete.
— Deve-se insuflar o ar por cima de cifras normais, até que desapareça o latido do pulso arterial.
— Coloque o diafragma do estetoscópio e a placa acústica do mesmo sobre a artéria da região.

Regiões para avaliar a tensão arterial: membros superiores (artéria umeral) e membros inferiores
(artéria poplítea e femoral).

Para avaliar a tensão arterial é necessário equipamento tais como: esfignomanómetro, estetoscópio
clínico, lápis e bloco de nota.

Tipos de tensão arterial: Valores da tensão arterial

 Hipertensão arterial: é a elevação anormal  Valor óptimo: 120/80 mmHg


da pressão arterial ou seja pressão acima  Normal até 139/89 mmHg e 110/70 mmHg
dos valores normais.  Valor alto, por cima ou igual a 140/90 mm
 Hipotensão arterial: é a pressão anormal
baixa. Diminuição da pressão arterial.

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VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Conceito: vias de administração são as diferentes formas de aplicação de um medicamento no


organismo. Para a selecção das mesmas é necessário ter em conta o estado do paciente, o efeito
terapêutico desejado e as características físico-químicas do medicamento.

Classificação das vias:

1. Via entérica:
Via oral: é a mais comum, a administração do medicamento é atrav~es da boca.
Vantagens: baixo custo,de aquisição rápida, não é dolorosa.
Desvantagens: o efeito não aparece rápido e alguns medicamentos podem causar irritação gástrica.

Via sublingual: é a administração do medicamento debaixo da língua.


Vantagens: favorece uma rápida absorção de medicamentos lipossolúveis, isto por ser uma zona muito
vascular.
Desvantagens: apenas se administra um número reduzido de medicamentos

Via rectal: é a administração do medicamento através do recto. Zona de rica vascularização.

Vantagens: exerce ação local,sistémica .

Desvantagens: provoca incómodo para alguns pacientes

2. Via parenteral consiste na injecção de medicamentos nos tecidos ou líquidos corporais, nela
inclui as seguintes vias:
VÍA ENDOVENOSA se introduz directamente na circulação e seu efeito é imediata. Considera-se como
a via de eleição nos casos de urgências.
VÍA INTRAMUSCULAR se realiza em tecido muscular, permite a administração de substancias oleosas
e volumes de 1 a 10 ml, podem provocar dor por distensão quando em volumes superiores a 5 ml.
VÍA SUBCUTÁNEA é muito utilizada para administração de medicamentos em tecido celular
subcutâneo (suspensões e micro cristais) que formam pequenos depósitos a partir dos quais o
medicamento se libera gradualmente. Zona de pouca vascularização e com velocidade de absorção
menor que na intramuscular.

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