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Temperatura Fisicamente por ‘termogénese com tremores’ - contração rítmica dos


músculos esqueléticos.
Manter a temperatura do corpo num nível normal” é uma necessidade O calor é um produto do metabolismo…
humana fundamental vital! Raramente se sobrevive a uma temperatura
central :
→ superior a 42,2/43 oC ou inferior a 34oC

Manutenção da temperatura corporal


A manutenção da temperatura corporal dentro dos limites próprios
individuais (identificada como Temperatura Basal Individual –TBI), é
conseguida através do processo de termorregulação. A termorregulação é
um mecanismo de homeostasia que tem como objetivo manter estável a
temperatura corporal central. NHF Ajudar a manter a temperatura do corpo Controlo da temperatura corporal
Em regra, a temperatura ambiente é inferior à temperatura corporal
Termorregulação → Processo do Sistema Regulador: controlo da produção e
central pelo que, quase sempre, “perdemos” calor para o meio ambiente.
da perda de calor através de mecanismos fisiológicos ativados pelo
A pele tem sempre temperaturas significativamente mais baixas do hipotálamo; pele e temperatura corporal
que as zonas centrais do organismo
Febre → Termorregulação comprometida: elevação anormal da temperatura
A termorregulação é inata aumentando a produção de calor no corpo corporal; alteração do centro termorregulador (CTR) do termostato interno,
quando a temperatura cai, ou aumentando a perda quando as condições se associada a um aumento da frequência respiratória, aumento da atividade
tornam desconfortavelmente quentes” e geralmente eficiente … fazendo metabólica, taquicardia com pulso fraco ou cheio e com ressalto, agitação,
ajustamentos fisiológicos (e comportamentais) para manter a temperatura cefaleia ou confusão; a subida rápida da febre é acompanhada por calafrios,
central do corpo em torno dos 37o C, mas depende de alguns fatores que tremores, arrepios, pele pálida e seca; a crise ou descida da febre é
condicionam os ajustamentos acompanhada por pele quente e ruborizada e de suor
• O doente adotará comportamentos fisiológicos tipo agasalhar-se mais
Mecanismos de conservação do calor
ou procurar fontes de calor (na fase ascensional) e retirará roupa (na
→ Regulação comportamental da temperatura
fase de descida da temperatural corporal).
→ Vasoconstrição periférica
• É a elevação da temperatura corporal de ≥ 1ºC acima da media da TBI,
Regulação comportamental da temperatura → As pessoas influenciam a em função do local de avaliação, como resultado da ativação
conservação ou a perda de calor através de comportamentos que são “o controlada pelo Centro Termo Regulador (esta normal e funcionante)
fundamental das actividades protectoras da termorregulação e são ‘a primeira • A temperatura aumentará, em regra, até 4ºC (no máximo 5ºC) acima
linha’ de defesa contra calor ou frio extremos” da media da TBI, sem nunca ultrapassar os 42,2 ºC e depois baixará
espontaneamente para uma temperatura basal ou para uma
Mecanismo de produção do calor temperatura intermedia entre a basal e o pico febril.
• Quimicamente por ‘termogénese sem tremores’
Calafrio → Termorregulação: tremor involuntário com contração muscular
ou crispação por sensação de frio associado a queda da temperatura corporal
Sobre a criança e a termorregulação
abaixo do ponto termostático, efeitos colaterais da anestesia ou fase de
arrepio da febre ✓ A produção de calor diminui continuamente à medida que o latente
cresce
Exaustão pelo calor → Termorregulação comprometida: diminuição da ✓ “as crianças são altamente susceptíveis à flutuação na temperatura. A
capacidade de regular o termostato interno quando exposto a calor intenso ou temperatura corporal (…) aumenta em caso de exercício ativo, choro
incapacidade de se aclimatizar ao calor, falta de forças, vertigens, pele fria , ou stresse emocional”.
húmida, pálida, caibras, temperatura corporal próxima do normal, pressão
✓ Infecções podem elevar rapidamente a temperatura em latentes e
sanguínea baixa, regressando ao normal em posição de deitado, perda de
crianças mais novas.
consciência acompanhada de depleção de líquidos e eletrólitos corporais e
colapso
✓ O latente e a criança pequena, durante brincadeiras mais activas ou se
estiver pesadamente vestida, provavelmente estará superaquecida
Golpe de calor → Termorregulação comprometida: insuficiência de
regulação do termostato interno quando exposto ao sol ou a elevadas Sobre a pessoa idosa e a termorregulação
temperaturas num período de tempo mais alargado, redução do suor, A exposição a temperaturas extremas coloca os idosos em risco de
temperatura corporal extremamente elevada , taquicardia, pele quente e seca, dano ou morte
cefaleia , confusão, convulsão, inconsciência e colapso “70% das vitimas do calor são pessoas acima dos 60 anos de idade”
Mais sujeita a acidentes do que os adultos mais jovens:
Temperatura corporal central é a medida do calor no interior do corpo de
uma pessoa; representa o balanço entre o calor produzido e o perdido. ➢ Por fatores internos:
 processo fisiológico de envelhecimento - vasoconstrição ineficaz,
✓ Axilar – 36,4 o C – 36,7 o C
débito cardíaco diminuído, redução do tecido subcutâneo e
✓ Oral – cerca de 37 o C
sudorese diminuída, menos sede
✓ Rectal – 37,5 o C
 aumento de doenças crónicas
Temperatura “normal”  maior uso de medicamentos
A temperatura corporal normal situa-se entre os 36 e os 37º C. Contudo  alterações cognitivas e emocionais
depende: ➢ Por fatores externos: condições de temperatura e humidade.
✓ da pessoa e da sua ✓ Perceção mais difusa do frio e calor - pode não encontrar estímulo para
idade; iniciar medidas protetoras ou ter dificuldades em detetar mudanças de
✓ da atividade temperatura;
desempenhada; ✓ O mecanismo da sede torna-se menos eficaz; rim com menor capacidade
✓ da altura do dia; para concentrar urina (maior risco de desidratação relacionada com o
✓ da parte do corpo em calor)
que está a ser avaliada ✓ A inatividade e a imobilidade aumentam a suscetibilidade para
a temperatura. hipotermia, suprimindo os tremores e reduzindo a atividade muscular
geradora de calor
✓ a imobilidade e desnutrição implicam menor temperatura corporal.
Por tudo isto, as Pessoas idosas podem tornar-se hipo ou hipertérmicos em → Não usar gelo nem água muito fria
ambientes moderadamente frios ou quentes → Dar banho tépido
→ Secar bem a pele
A intervenção do enfermeiro → Vestir roupa ligeira
As actividades do cliente que visam manter a sua temperatura
→ Se surgir calafrio (tremor) interromper o arrefecimento
corporal são susceptíveis de ser modificadas por uma intervenção do
enfermeiro → Verificar temperatura
A Intenção da intervenção do enfermeiro tem como objetivo:
Quando o cliente é uma pessoa idosa
 ajudar a manter a temperatura corporal dentro dos limites 1. Identificar factores de risco
considerados normais → identificar factores de risco e manter as 2. Identificar conhecimentos da pessoa idosa ou do cuidador
condições do ambiente no nível de conforto para o cliente
Prevenir sobreaquecimento ou perdas de calor excessivas:
Quando o cliente é uma criança / família  Sinais precoces de hipotermia e de sobreaquecimento
Orientação dos pais para prevenir:  As dificuldades da pessoa idosa para detectar mudanças de
1. Criança não antecipa riscos de exposição a temperatura externa temperatura
2. Adequar a roupa de acordo com o ambiente  Estar atento à temperatura externa e evitar exposição a ambientes
com temperaturas extremas
3. Calor: inclui chapéu quando exposto ao sol; roupa fresca, larga
 Manter temperatura ambiente entre 20o 25o C ou entre 22 o C a 23 o
4. Frio: camadas de roupa, usar proteções adicionais para a cabeça e
C segundo outros autores
mãos (gorro e luvas), remover roupa molhada.
 Adequar o exercício físico às condições térmicas
5. Temperaturas extremas – evitar exposição!
 Se mais com maior imobilidade, ter cobertor
Quando acontece sobreaquecimento: Quando o cliente é uma pessoa idosa
 Não administrar antipiréticos; ✓ Verificar e alertar para perdas de sensibilidade (extremidades)
 Oferecer líquidos frios para beber; ✓ Aquecer / arrefecer o ambiente doméstico em função do ambiente
 Usar medidas de arrefecimento natural: externo;
→ Remover da fonte de calor ✓ Adequar o vestuário de acordo com o ambiente: chapéu / gorro
→ Local fresco e arejado, mas sem correntes de ar (mesmo em casa); roupa fresca, larga, clara e ajustável / usar mais
roupa, quente, em camadas e roupa interior justa
→ Aliviar roupa
✓ Face ao frio, remover roupa molhada
→ Aplicar toalha molhada – água tépida (Muitas vezes nos bebés
✓ Alimentar-se regularmente; fazer refeições pequenas, frequentes e
pequenos, por imaturidade do Centro termorregulador
quentes / com líquidos quentes
central no cérebro, quando surge uma hipertermia, mesmo
✓ Manter-se hidratado e no calor, se fizer mais exercício físico, precisa
não sendo muito elevada, o organismo reage com uma
beber mais líquidos (8 a 10 copos / dia); não consumir bebidas com
convulsão (centro não consegue homeotermia, aplicar toalha
cafeína nem álcool;
molhada vai evitar estes problemas)
✓ Face ao calor excessivo, tomar duche com água fresca
→ Expor a pele ao ar
Quando dependente de cuidados de terceiros, importa:
✓ Manter ambiente em temperatura confortável e sem correntes de ar; remoção inadequada de calor (por excesso de roupa), sem interferência do
✓ Adequar a quantidade de vestuário e roupa de cama Centro Termoregulador.
✓ Atenção às perdas hídricas por ambiente sobreaquecido – reforçar a
✓ Na Hipertermia apenas está indicado fazer-se arrefecimento
hidratação particularmente – orientar/supervisionar ou fornecer
físico (sem uso de antipiréticos)
líquidos
✓ Destapar o mínimo durante o banho no leito e secar rapidamente e Avaliação do impacto da intervenção de enfermagem
tapar para evitar exposição;
→ Ausência de sinais de hipo ou hipertermia
✓ Atenção às perdas de calor corporal associadas a: administração de
fluidos frios (soros), às perdas de sangue, sudação intensa, taquipneia, → Sensação de conforto por parte do cliente
imobilidade. → A demonstração de conhecimento sobre medidas a adoptar para (se)
proteger do frio / calor.
A FEBRE é um dos focos de atenção da prática de enfermagem e assume
importância relevante dada a sua frequência. Grande parte do “Cuidado”
prestado pelos Enfermeiros ao Cliente com febre realiza-se através de
intervenções autónomas. As Intervenções de Enfermagem associadas ao
diagnostico FEBRE têm como objetivo primordial minimizar o desconforto.
O Enfermeiro deve considerar sem febre um período de 48 horas ou
mais. Neste caso, poderá encerrar o foco “Febre” no Plano de cuidados. No
entanto, a intervenção “monitorizar” a temperatura corporal mantém se
ATIVA no plano de cuidados, associada ás atitudes terapêuticas relacionadas
com a monitorização dos sinais vitais.
Antigamente, a avaliação da temperatura era importante até para o
diagnóstico- haviam doenças em que a hipertermia, principalmente à tarde, e
com o gráfico de temperatura conseguíamos ver a subida neste período. É
muito pouco dizermos que teve um pico febril isolado, mas isso só o podemos
afirmar passadas as 48h, portanto esta temperatura é para ser avaliada com
uma frequência mais ou menos alargada conforme o risco de hipertermia
(4/4h, 6/6h, uma vez por turno se for só uma vigilância sem haver risco
iminente do doente apresentar um pico febril).
Hipertermia→ Resulta do aquecimento corporal por aquisição de
calor proveniente de fontes externas, excessiva produção (seja por exercício
físico, seja por hipertiroidismo - há uma grande componente metabólica na
capacidade do nosso organismo controlar a temperatura e o hipertiroidismo
pode realmente causar hipertermia ou uma remoção inadequada de calor por
excesso de roupa sem que esta hipertermia tenha influência no CTR) ou

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