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autista
Ingrid Bueno Atayde Machado1, Isabela Pacheco Martins1, Sarah Vieira de Castilho1,
Yasmim Gomes Soares Anjos1, Analucy Aury Vieira Oliveira2
RESUMO
O termo Transtorno do Espectro Autista (TEA), engloba o autismo e as demais
condições que se relacionam a ele, perfazendo um grupo de distúrbios do
desenvolvimento neurológico de início precoce, que traz como características déficits,
em especial comportamentais e de interação social, bem como comportamentos
estereotipados. A responsividade reduzida ou excessiva a estímulos pode envolver
quase qualquer canal sensorial, dos quais destacar-se-á o tátil, notado pelo aumento ou
redução da reatividade à entrada sensorial ou o interesse incomum em aspectos
sensoriais do ambiente, a exemplo de resposta adversa a texturas específicas, toque
excessivo de objetos e aparente indiferença a dor, calor ou frio. Diversas intervenções
são empregadas para auxiliar o desenvolvimento desses indivíduos e devem iniciar o
mais precocemente possível, tão logo o diagnóstico, essencialmente clínico, seja
realizado. As pessoas com autismo lidam com o ambiente de maneira particular e a
reatividade sensorial atípica desses indivíduos pode ser a chave para entender muitos de
seus comportamentos anormais, implicando na relevância de sua consideração no seu
manejo diário em todos os contextos nos quais eles vivem. O presente resumo é oriundo
de uma revisão qualitativa da literatura visando reunir resultados de estudos produzidos
acerca das alterações da percepção tátil em indivíduos no espectro autista e suas
implicações sobre seu desenvolvimento e relacionamento com o ambiente. O grupo de
autores possui quatro integrantes que contribuíram de forma ativa com participação
direta de todos os componentes em todo o processo.
Palavras-chave: autismo, tátil, estímulo sensorial, hiper-táteis, hipo-táteis
INTRODUÇÃO
Segundo MENDONÇA et al. (2020), o termo Transtorno do Espectro Autista (TEA),
engloba o autismo e as demais condições que se relacionam a ele, perfazendo um grupo
de distúrbios do desenvolvimento neurológico de início precoce, que traz como
características déficits, em especial, comportamentais e de interação social, bem como
comportamentos estereotipados. O autista pode apresentar disparidades na percepção do
contato físico, estiramento, pressão, toque, textura, entre outros componentes táteis,
visto que as informações sensoriais identificadas pelos receptores são convertidas em
potenciais elétricos e seguem até o encéfalo, para interpretação. Assim, pode-se
descrever
alterações na percepção sensorial como sintomas do TEA, e ressaltar que as elevadas
taxas de anormalidade nas respostas aos estímulos sensoriais nesses indivíduos pode
prejudicar seu desempenho funcional e seus limiares táteis e de dor por pressão são
1
Graduanda em Psicologia – Centro Universitário Universo – Goiânia
2
Professora Orientadora – Centro Universitário Universo – Goiânia
diminuídos, razão pela qual suas percepções táteis e dolorosas podem ser elevadas, com
comprometimento das habilidades manuais.
OBJETIVOS
O presente resumo tem como escopo a introdução ao estudo das alterações sensoriais
táteis em indivíduos do espectro autista, suas implicações e possibilidades de
intervenção, visando maior conforto para a rotina destes pacientes.
METODOLOGIA
Optou-se pela realização de uma revisão qualitativa da literatura em seu delineamento
mais elementar de pesquisa bibliográfica, objetivando trazer ao leitor noções sobre o
tema, não objetivando seu esgotamento. Foram empregadas ferramentas de busca aberta
(Google Scholar) com as palavras-chave: autismo, tato, tátil. A subjetividade no
processo de seleção do material bibliográfico, bem como seu reduzido volume, torna
esse delineamento metodologicamente frágil, mas possibilitam a confecção de um
resumo com o escopo de introdução ao tema. O grupo de autores possui quatro
integrantes que contribuíram de forma ativa com participação direta de todos os
componentes em todo o processo.
EMBASAMENTO TEÓRICO
Discussão
HO (2020) ressalta que as pessoas com autismo lidam como ambiente de maneira
particular (Figura 01), visto que seu modo diferente de processar informações sensoriais
influencia sua experiência espacial e que, de acordo com a Psicologia ambiental, todo
espaço é uma fonte de informações sensoriais que será processada pelo individuo.
Portanto, não há sentido em se estudar ou conceber um espaço sem se considerar o
individuo que o utilizará e suas necessidades particulares.
POSAR & VISCONTI (2018) e SOUZA & NUNES (2019) concordam que as
experiências sensoriais em indivíduos com TEA tanto recebem relatos de angústia ou
ansiedade, quanto de fonte de fascínio ou interesse. A angústia ou ansiedade pode gerar
reações com intensa agitação e agressão dirigida a outros ou a si mesmo, ao passo que
as fontes de estímulos absorventes podem suscitar comportamentos restritivos e
repetitivos, dos quais é muito difícil desviar a atenção desses indivíduos. Seja por
qualquer dessas formas, o impacto das alterações sensoriais das crianças com TEA
sobre suas vidas diárias é considerável e provavelmente subestimado devido às suas
dificuldades de comunicação.
A reatividade sensorial atípica desses indivíduos pode ser a chave para entender muitos
de seus comportamentos anormais, implicando na relevância de sua consideração no
manejo diário desses indivíduos em todos os contextos nos quais eles vivem. A angústia
causada por entradas sensoriais específicas ser a fonte de comportamentos
problemáticos em indivíduos com TEA com baixo funcionamento, pois não conseguem
relatar seu desconforto. Apenas ao entender quais entradas sensoriais específicas
causam desconforto em determinado indivíduo pode-se reorganizar o ambiente em que
ele vive e sua rotina diária, de forma a reduzir o máximo possível esse desconforto e
considerar um programa de dessensibilização (POSAR & VISCONTI, 2018;
NEUMANN et al., 2021).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O individuo autista deve ser considerado em sua subjetividade e a compreensão de suas
diferenças sensoriais pode ajudar no reconhecimento das características
comportamentais responsivas a intervenções específicas.
Dentre as alterações sensoriais do TEA destaca-se o tato e sua assimilação central como
principais causadores de desconforto aos indivíduos no espectro.
A sensibilidade tátil oportuniza grande intimidade com o meio externo e perfaz,
simultaneamente, considerável possibilidade de superestimulações negativas.
Portanto, exige-se atenção aos aspectos táteis nas intervenções em pacientes autistas e
na elaboração dos ambientes que frequentarão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS