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CRONOLOGIA 1
AS SUAS OBRAS
CONTRIBUTOS
COMO TRABALHAR NA ESCOLA
CONCLUSÃO
Biografia
Lev Vygodsky (ele mudou a grafia de seu nome no início da década de 1920 para
Vygotsky) nasceu na cidade de Orsha, Bielorrússia (então pertencente ao Império
Russo) em uma família não-religiosa de classe média de extração judaica russa. Seu pai
Simkha Vygodsky era um banqueiro.
Vygotsky foi criado na cidade de Gomel, onde foi educado em casa até 1911 e, em
seguida, obteve um diploma formal com distinção em um ginásio judaico privado, o que
lhe permitiu entrar em uma universidade. Em 1913, Vygotsky foi admitido na
Universidade de Moscou por mera cédula através de uma "Loteria Judaica": na época,
uma cota de três por cento de estudantes judeus foi administrada para entrada nas
universidades de Moscou e São Petersburgo. Ele tinha interesse nas ciências humanas e
sociais, mas por insistência de seus pais ele candidatou-se à faculdade de medicina na
Universidade de Moscou. Durante o primeiro semestre de estudos transferiu-se para a
faculdade de Direito. Paralelamente, assistiu a palestras na Universidade de Shaniavskii.
Os primeiros interesses de Vigotski estavam nas artes e, principalmente, nos tópicos da
história do povo judeu, da tradição, da cultura e da identidade judaica.
Em janeiro de 1924, Vigotski participou do Segundo Congresso Psiconeurológico de
Toda a Rússia em Petrogrado (logo depois renomeado Leningrado). Após o Congresso,
Vigotski encontrou-se com Alexander Luria e, com sua ajuda, recebeu um convite para
se tornar pesquisador no Instituto Psicológico de Moscou, que estava sob a direção
de Konstantin Kornilov. Vigotski mudou-se para Moscou com sua nova esposa, Roza
Smekhova. Iniciou sua carreira no Instituto de Psicologia como "cientista da equipe,
segunda classe". Ele também se tornou professor secundário, cobrindo um período
marcado por seu interesse nos processos de aprendizagem e no papel da língua na
aprendizagem.
No final de 1925, Vygotsky completou sua dissertação intitulada "A Psicologia da
Arte", que não foi publicada até a década de 1960, e um livro intitulado "Psicologia
Pedagógica", que aparentemente foi criado com base em notas de aula que ele preparou
em Gomel enquanto era instrutor de psicologia em estabelecimentos de ensino locais.
No verão de 1925 fez sua primeira e única viagem ao exterior para um congresso
londrino sobre a educação de surdos. Ao retornar para a União Soviética, ele foi
hospitalizado devido à tuberculose e permaneceria inválido e sem trabalho até o final de
1926. Sua dissertação foi aceita como pré-requisito de um diploma acadêmico, que foi
concedido a Vigotski no outono de 1925 à revelia.
Após sua alta do hospital, Vigotski fez um trabalho teórico e metodológico sobre a crise
na psicologia, mas nunca terminou o rascunho do manuscrito e interrompeu seu trabalho
sobre ele por volta de meados de 1927. O manuscrito foi publicado mais tarde com
notáveis intervenções editoriais e distorções em 1982 e foi apresentado pelos editores
como um dos mais importantes trabalhos de Vigotski. Neste manuscrito inicial,
Vigotski defendeu a formação de uma psicologia geral que pudesse unir as vertentes
objetivistas naturalistas da ciência psicológica com as abordagens mais filosóficas da
orientação marxista. No entanto, ele também criticou duramente aqueles de seus colegas
que tentaram construir uma "Psicologia marxista" como uma alternativa às escolas
naturalista e filosófica. Ele argumentava que, se alguém quisesse construir uma
Psicologia verdadeiramente marxista, não haveria atalhos a serem encontrados apenas
procurando citações aplicáveis nos escritos de Marx. Antes, deve-se procurar uma
metodologia que estivesse de acordo com o espírito marxiano.
De 1926 a 1930, Vygotsky trabalhou em um programa de pesquisa investigando o
desenvolvimento de funções psicológicas superiores, ou seja, funções psicológicas
inferiores culturalmente governadas, como atenção voluntária, memória seletiva, ação
orientada a objetos e tomada de decisão. Durante este período, ele reuniu um grupo de
colaboradores, incluindo Alexander Luria, Boris Varshava, Alexei Leontiev, Leonid
Zankov, e vários outros. Vygotsky orientou seus alunos na pesquisa desse fenômeno a
partir de três perspetivas diferentes:
Obras
A consciência como problema na Psicologia do Comportamento, 1925
Psicologia Educacional, 1926
Significado histórico da crise na Psicologia, inacabada e abortada em 1927
O Problema do Desenvolvimento Cultural da Criança, 1929
Os Problemas Fundamentais da Defectologia, 1929
A alteração socialista do homem, 1930
Macaco, Homem Primitivo e Criança: Ensaios na História do
Comportamento, A. R. Luria e L. S. Vygotsky, 1930
Ferramenta e símbolo no desenvolvimento infantil, c.1930
Paedologia do Adolescente, 1929-1931
O brincar e seu papel no desenvolvimento mental da criança, apresentação
oral 1933
Pensamento e Fala, 1934
A Psicologia da Arte, 1971 (tradução inglesa pela MIT Press)
Mente na Sociedade: O Desenvolvimento dos Processos Psicológicos
Superiores, 1978 (Harvard University Press)
As Obras Reunidas de L. S. Vygotsky, 1987
Vygotsky e a educação
A escola se torna importante a partir do momento que dentro dela o ensino é
sistematizado sendo atividades diferenciadas das extraescolares e lá a criança aprende a
ler, escrever, obtém domínio de cálculos, entre outras, assim expande seus
conhecimentos. Também não é pelo simples fato da criança frequentar a escola que ela
estará aprendendo, isso dependerá de todo o contexto seja questão política, econômica
ou métodos de ensino. Conforme foi visto até aqui, aulas onde o aluno fica ouvindo e
memorizando conteúdos não basta para se dizer que o aprendizado ocorreu de fato, o
aprendizado exige muito mais. O trabalho pedagógico deve estar associado à capacidade
de avanços no desenvolvimento da criança, valorizando o desenvolvimento potencial e a
zona de desenvolvimento proximal. A escola deve estar atenta ao aluno, valorizar seus
conhecimentos prévios, trabalhar a partir deles, estimular as potencialidades dando a
possibilidade de este aluno superar suas capacidades e ir além ao seu desenvolvimento e
aprendizado. Para que o professor possa fazer um bom trabalho ele precisa conhecer seu
aluno, suas descobertas, hipóteses, crenças, opiniões desenvolvendo diálogo criando
situações onde o aluno possa expor aquilo que sabe. Assim os registos, as observações
são fundamentais tanto para o planejamento e objetivos quanto para a avaliação.
Durante a observação da prática pedagógica de uma escola municipal de ensino
fundamental em Santo Antônio da Patrulha com uma turma de 4º ano verificou-se que
as teorias vygotskianas não saem do papel, durante as atividades elas não são aplicadas.
A escola prega em seus documentos uma proposta de trabalho voltada para o
crescimento do aluno, deseja formar um aluno crítico, capaz de pensar, fazer suas
escolhas, decidir pelo seu melhor. A escola vem trabalhando em turno integral com
oficinas onde os alunos realizam estas em turno inverso ao currículo regular. Nas
oficinas os alunos têm oportunidades de aprender música, matemática, esportes sendo
que eles mesmos escolheram quais oficinas deveriam ter na escola. Fala em dar
liberdade e espaço para este aluno, porém ao depararmos com a prática não é bem
assim. A professora ao elaborar a aula não utiliza o conhecimento prévio dos alunos,
fazendo uso apenas dos conceitos científicos. Durante o planejamento a professora visa
cumprir com todos os conteúdos não proporcionando espaços para os alunos
questionarem ou fazerem colocações. Mesmo tendo as classes dispostas em grupos não
é permitido que os alunos conversem entre si fazendo trocas de ideias e conhecimentos,
não se permite que ocorra uma interação. A professora não é vista como mediadora, nem
aquela pessoa que impulsiona, que estimula valorizando o potencial do aluno, avaliando
as capacidades do aluno, mas sim como uma pessoa autoritária que sabe e ‘passa’ o
conteúdo aos alunos, avaliando aquilo que já internalizaram. Utilizando-se assim de um
ensino tradicional visando regras, disciplinas e que o melhor aluno é aquele que fica em
silêncio, no seu lugar, responde conforme solicitado e demonstra ter aprendido através
de provas.
Na sala de aula
Podemos usar como exemplo uma criança que está com dificuldade para aprender a ler.
O professor trabalha com ela a pronúncia das palavras e também o reconhecimento
destas, através de textos e músicas que fazem parte do cotidiano, assim a criança é
capaz de aprender a ler.
A teoria de Vygotsky aponta que a criança nasce com funções psicológicas elementares
e que com o aprendizado da cultura e as experiências adquiridas, essas funções tornam-
se funções psicológicas superiores, que são o comportamento consciente, a ação
proposital, capacidade de planejamento e pensamento abstrato.
A partir desses conceitos, Vygotsky apresenta outras conceções igualmente importantes,
como é o caso da zona de desenvolvimento proximal, que é onde o professor vai
fazer intervenções para uma aprendizagem satisfatória e a relação entre pensamento e
linguagem, pois é por meio da linguagem que o aprendizado é mediado. Veremos esses
conceitos a seguir:
Vygotsky chama atenção dos educadores porque ele valoriza a escola, a ação
pedagógica e a intervenção. Ter um mediador que direcione a aprendizagem é
primordial no processo de construção do conhecimento.
Os professores devem usar estratégias para que seus alunos sejam independentes,
observando as habilidades que os alunos já têm e as que eles poderão obter,
estimulando o Nível de Desenvolvimento Potencial, e assim criando uma nova ZDP
sempre.
É importante proporcionar aos alunos um ambiente colaborativo, para troca de ideias e
trabalhos em grupos para que os alunos também construam seu conhecimento a partir da
interação com os colegas. O diálogo entre professor e aluno também é de fundamental
importância nesse processo.