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UFSC/CFH/DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

Curso: Psicologia Semestre 2013.2


Disciplina: PSI 7201 - Desenvolvimento Humano e Aprendizagem
Prof. Mauro Luís Vieira

Teoria Sócio-Histórico e Cultural de Vygotsky

Lev Semynovicth Vygotsky (1896-1934)

“Uma palavra que não representa uma ideia é uma coisa


morta, da mesma forma que uma ideia não incorporada em
palavras não passa de uma sombra.
As ideias passam por muitas transformações à medida em
que se transformam em linguagem. Elas não apenas
encontram expressão na fala, mas nela tornam-se reais e
adquirem forma.O pensamento não apenas se expressa em
palavras; ele adquire existência através delas.
... As estruturas da língua assimiladas pela criança
transformam-se nos alicerces de seu pensamento.
A estrutura da língua que uma pessoa fala influencia a
maneira com que essa pessoa percebe o universo...”
Vygotsky

LEV VIGOTSKY
1º Período Biográfico

 1896: Nasce em Orsha, Bielo- Rússia, em uma família judia de classe


média.
 Com um ano se mudam para a Gomel, onde passará sua infância e
juventude.
 Recebe educação primária em casa.
 Interesses: Teatro, xadrez, línguas e poesia.
 Falava alemão, russo, hebreu, francês, inglês. Além do Latim, Esperanto e
Grego.
 Lia com excepcional velocidade e possuía uma extraordinária memória.
 1913. Termina os estudos secundários.
 Universidade Imperial de Moscou: Deseja estudar história, (carreira
docente) mas ingressa em Medicina. Posteriormente cursa Direito.
 Universidade Popular Shaniavsky (1914): Estuda de história, filosofia,
psicologia e literatura.
 1917: É graduado nas 2 universidades. Acontece a Revolução Socialista de
Outubro.
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 Regressa à Gomel.
 Entre 1917 e 1924:
 Trabalha como professor e entra no partido. Ensina Literatura, Lógica e
Psicologia.
 Rússia atravessa 14 invasões: Fome, frio, tuberculose.
 1919: Contrai Tuberculose. Severos ataques.
 1924: Casa-se. Tem 2 filhos. Começa seu interesse pela Psicologia.
 Primeiros trabalhos: A psicologia e sua utilidade para a educação de
crianças cegas, surdas e incapacitadas.

2º Período Biográfico (1924 -1934)

 1924: Primeira aparição diante dos Psicólogos da Rússia.


 O Diretor do Instituto de Psicologia de Moscou o convida –o para ser
pesquisador. Aceita. Muda-se para Moscou.
 Vive num sótão com sua mulher por 1 ano.
 Encontros com Luria e Leontiev para planificar a criação de um ambicioso
projeto: Uma nova psicologia.
 A “troika” se reúne duas vezes por semana para delinear os principais
conceitos da psicologia e organizar futuras investigações.
 Projetos:
 1) Reorganizar a Psicologia sobre bases marxistas.
 2) Encontrar soluções a problemas graves da sociedade, tais como o
analfabetismo.
 Postulado: Não pode haver una teoria científica do mental, sem uma
concepção científica de homem.
 Vigotsky tenta desenvolver a postura metodológica de Marx- materialismo
histórico.
 1925: Dirige o “Laboratório de Psicologia para a Infância Anormal” de Moscou.
 Piora sua saúde. Termina “Psicologia da Arte”
 Entre 1929 e 1930 escreve quase 50 trabalhos.
 1930: Começa a organizar junto com Luria as investigações transculturais que
se realizarão em 1931 e 1932. Em função de seu estado de saúde, ele não
pode participar.
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 Objetivo: Investigar as variações nos Processos Mentais Superiores de


pessoas de diferentes culturas.
 Seu interesse pelas as perturbações neurológicas e da linguagem o levam a
estudar medicina. Completa em três anos.
 Em 1934 sofre os últimos ataques de tuberculose. Dita o último capítulo de seu
livro “Pensamento e Linguagem”
 Morre aos 37 anos.
 1936: Suas obras são proibidas pelo regime Stalinista.
 Em 1956 inicia-se a re-edição.

Obra

 1962 ® Publicação de Pensamento e Linguagem nos EUA.


 1982 – 1984 ® Edição das Obras Escogidas, URSS.
 BRASIL
 1986 ® Formação Social da Mente
 1987 ® Pensamento e Linguagem.
 1995 ® A Tragédia de Hamlet
 1996 ® Estudos sobre a história do comportamento: O macaco, o primitivo e a
criança
 1996 ® Teoria e Método em Psicologia
 1998 ® O Desenvolvimento Psicológico na Infância
 2001 ® A Psicologia da Arte
 2001 ® Psicologia Pedagógica
 2001 ® A Construção do pensamento e da Linguagem
 Obs: as publicações da Martins Fontes, posteriores a 1993 foram traduzidas
diretamente do Russo para o português (sem recortes como as anteriores).
Psicologia Pedagógica foi também editada pela Artmed em 2003)
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Planos genéticos do Desenvolvimento (Vigotsky


1995, p. 147-148)

FILOGENÉTICO: Evolução e patrimônio genético da espécie (explicado por


princípios darwinistas)

SOCIOCULTURAL: A constituição histórica dos grupos humanos (união em


atividades coletivas, pela construção de instrumentos materiais e simbólicos para
transformar a natureza de acordo com necessidades sociais)

ONTOGENÉTICO: A constituição do indivíduo em particular, em suas condições


concretas de desenvolvimento (biológicas, sociais, culturais)

MICROGENÉTICO: envolve o acompanhamento minucioso da formação de um


processo (ações dos sujeitos e as relações interpessoais, dentro de um curto
espaço de tempo = intersubjetivo ® intra-subjetivo).
“Esses quatro domínios genéticos se interpenetram e são co-responsáveis pelo
comportamento humano” (Vygotsky, 1995, p. 147-8)

1.1- FILOGÊNESE
A Filogênese diz respeito à história de uma espécie animal. Todas as espécies
animais têm uma história própria e essa história da espécie define limites e
possibilidades de funcionamento psicológico. Então, têm coisas que somos capazes
de fazer e outras que não somos capazes de fazer. Por exemplo, somos bípedes,
ternos as mãos liberadas para outros tipos de atividades, tem uma determinada
conformação da mão, que permite movimentos finos, em pinça, por exemplo, que é
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uma coisa particular da espécie humana, muito importante. Temos a visão por dois
olhos, que é a visão binocular. Então, ternos uma série de características do corpo
humano, do organismo, que vão servir de fundamento para o funcionamento
psicológico depois. Como mencionado, tem coisas que fazemos e outras que não
fazemos. Andamos, mas não voamos. E uma das características muito importantes da
espécie animal humana é a plasticidade do cérebro. Temos um cérebro extremamente
flexível, que se adapta a muitas circunstâncias diferentes. E isto está ligado ao fato de
que nossa espécie é a menos pronta ao nascer, quer dizer, o membro da espécie
humana é o menos pronto ao nascer. Então, porque temos uma parte do
desenvolvimento tão em aberto é que ternos também um cérebro tão flexível, porque,
dependendo do que o ambiente fornecer, o cérebro vai se adaptando e funcionando
de um determinado jeito.

1.2 - ONTOGÊNESE
O segundo plano genético de que Vygotsky fala é o chamado
ontogênese, que significa o desenvolvimento do ser, de um indivíduo, de uma
determinada espécie. Em cada espécie, o ser, o membro individual daquela
espécie, tem um caminho de desenvolvimento. Nasce, se desenvolve, se reproduz,
morre, num ritmo determinado de desenvolvimento, com certa seqüência etc. E este
plano genético da ontogênese está muito ligado à filogênese, porque os dois são de
natureza muito biológica, dizem respeito à pertinência do homem à espécie. Somos
membros de uma determinada espécie e, por ser membro desta determinada
espécie, passa por certo percurso de desenvolvimento que é um
determinado percurso e não outro. Por exemplo, a criança nasce e só fica deitada,
depois ela aprende a sentar, engatinhar, andar, por exemplo, nesta seqüência, e
assim por diante. Então, tem várias coisas que são determinadas pela passagem
daquele indivíduo da espécie por uma seqüência de desenvolvimento.
1.3 - SOCIOGÊNESE
O terceiro plano genético postulado pelo Vygotsky é o chamado sociogênese, ou
história cultural, que é a história da cultura onde o sujeito está inserido, mas não a
história no sentido da História do Brasil, a História do Mundo Ocidental, mas as
formas de funcionamento cultural que interferem no funcionamento psicológico, que
definem de certa forma o funcionamento psicológico. Então, essa questão da
significação pela cultura tem dois aspectos. Um, que a cultura funciona como um
alargador das potencialidades humanas. Como já dito: o homem anda, mas não voa,
agora voa porque criou o avião. E um outro aspecto da história cultural é
como cada cultura organiza o desenvolvimento de um jeito diferente. Então, a
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passagem pelas fases do desenvolvimento é relida também, lida e relida pelas


diferentes culturas de formas diferentes. Quanto a isto, um exemplo bem importante é
o da adolescência. A puberdade é um fenômeno biológico, todos os seres
humanos passam pela puberdade, amadurece sexualmente, aparecem
caracteres sexuais secundários, que possibilita a reprodução etc., mas a
puberdade é compreendida historicamente de formas diferentes em cada cultura.
Então, o conceito de adolescência é um conceito cultural, embora esteja assentado
sobre um conceito biológico, que é a puberdade. Em nossa cultura, por exemplo, a
adolescência é um período bastante estendido. Hoje ela é muito mais estendida que
há trinta anos atrás. Hoje uma menina de nove anos esteja já preocupada em se
arrumar, em ter namorado, e pode morar com os pais até os trinta anos e ter uma
relação de filha, de adolescente. Outro exemplo interessante é o da Terceira Idade,
como categoria que a nossa cultura criou há muito pouco tempo. Sempre tivemos o
velho, sempre tivemos o idoso, mas a categoria Terceira Idade, como uma categoria
que tem produtos de mercado especiais para ela, tem atividades especiais, tem
instituições que cuidam disso, e que é consumido assim, é uma categoria claramente
cultural. Ela não diz respeito ao envelhecimento do corpo, ela diz respeito como a
cultura olha o idoso.

1.4 - MICROGÊNESE
A microgênese diz respeito ao fato de que cada fenômeno psicológico tem sua própria
história. Por isto é micro. no sentido, não necessariamente de pequeno, mas com foco
bem definido. Ao invés de pensarmos a História do Brasil, a história das famílias de
classe média em São Paulo, uma coisa maior... A micro é, entre saber uma coisa e
não saber, por exemplo, uma criança primeiro não sabe amarrar o sapato, depois ela
sabe amarrar o sapato. Ou seja, entre o saber e o não-saber algo, um tempo passou.
Então podemos, interessados em compreender o desenvolvimento, olhar de uma
forma micro para a história deste fenômeno. Como a criança aprendeu a amarrar o
sapato, é a microgênese do aprender a amarrar o sapato. O que é bem interessante
a respeito da microgênese, é que ela é a porta aberta dentro da teoria para o não
determinismo. Porque a filogênese e a ontogênese, de certa forma,
carregam certo determinismo biológico, ou seja, o sujeito está atrelado às
possibilidades da sua espécie, do seu momento, do seu desenvolvimento
como ser daquela espécie etc. Na sociogênese tem certa tinta determinista
em termos culturais, a cultura está definindo por onde você pode se desenvolver,
está dando também limites e possibilidades históricas de desenvolvimento. A
microgênese faz com que olhemos como cada pequeno fenômeno tem a sua história,
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e como ninguém tem uma história igual ao do outro, é aí que vai aparecer a
construção da singularidade de cada pessoa e daí a heterogeneidade entre os seres
humanos. Quer dizer, não encontramos duas coisas iguais, mesmo coisas que
podem parecer ser tão parecidas resultam diferentes. Temos duas crianças na sala
de aula, as duas têm sete anos, as duas são de família de classe média, as duas têm
pais com ensino médio, as duas estão naquela escola, naquela sala, moram naquele
bairro, tudo tão parecido!, mas as crianças não são iguais. Por quê? Porque elas
têm experiências diferentes, uma tem mais irmãos, outra menos; uma
assiste muito televisão, a outra não assiste; uma foi para a pré-escola, a outra não
foi... Quer dizer, tem fatos na história de cada um que vão definir a singularidade a
cada momento da vida do sujeito.
(trecho extraído do vídeo apresentado pela profa. Dra. Martha Kohl de Oliveira)

A TEORIA POSTULADOS BÁSICOS

 A atividade mental superior é exclusivamente humana. É o resultado da


internalização dos signos, da cultura, dos processos sociais.
 A cultura se internaliza na forma de um sistema neuropsíquico sobre a base
fisiológica do cérebro humano.
 A internalização dos significados sociais, acumulados no patrimônio
cultural da humanidade, é mediada por signos.
 Este processo se realiza no transcurso do desenvolvimento
ONTOGENÉTICO, a partir da atividade social da criança (brincar, comer,
estudar, rezar, etc) com a ajuda do “outro” mais experiente. Os outros são
os transmissores da experiência social.
 O cérebro (substrato biológico do processo mental) é condição necessária,
mas não suficiente para o desenvolvimento psicológico.
 Sem a experiência social não há como se tornar plenamente “humano”. Ex:
meninas-lobo
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DESENVOLVIMENTO ONTOGENÉTICO

Linha “Natural” do desenvolvimento: Os PPI (atenção involuntária, memória


elementar, percepção automática...)

motivos de ordem biológica + aprendizagem por experiência individual

Linha “Cultural” do desenvolvimento: Através da constante interação da criança


com os adultos os PPI se TRANSFORMAM em PPS.

motivos de ordem biológica + aprendizagem por experiência individual + experiência


cultural

Ao alcançar a linha cultural de desenvolvimento, a linha natural se reorganiza.

CONCEITOS CENTRAIS

Mediação cultural
o Instrumental
o Simbólica
o Internalização/apropriação cultural

 Processos Psicológicos Superiores

TÓPICOS ESPECIAIS
 Pensamento e linguagem
 Desenvolvimento e aprendizagem (ZDP)
 Brincar

MEDIAÇÃO:
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Processo de intervenção de um elemento intermediário numa relação. Assim, a


relação deixa de ser direta e passa a ser mediada por esse elemento (Oliveira,
1993)
Instrumentos materiais: Pedra lascada; Machado; Lápis; Telefone.

Instrumentos Psicológicos
 A linguagem
 Os sistemas para contar
 Técnicas Mnemônicas (de memorização)
 Símbolos da álgebra
 Escrita
 Esquemas, diagramas,
 Toda classe de signos.

Internalização

Qualquer PPS necessariamente passa por uma etapa EXTERNA em seu


desenvolvimento porque é inicialmente uma função social. (Lei de dupla formação: do
interpessoal para o intrapessoal)
O processo de internalização NÃO É SIMPLES TRANSFERÊNCIA do plano externo
para um plano interno preexistente de consciência, mas sim o processo PELO QUAL
SE FORMA este plano interno.
1º) As funções mentais existem em nível de interação da criança com os adultos. São
interpsicológicas.
2º) Quando estes processos se internalizam, são Intrapsicológicas.

Processos Psicológicos Elementares:


 Atenção involuntária
 Memória natural ou automática
 Comunicação emocional
 Pensamento prático

Processos Psicológicos Superiores:


 A Atenção voluntária
 A Memória mediada por signos
 Os sentimentos Superiores
 O Pensamento verbal
 A Linguagem
 A Resolução de Problemas, etc
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 Planejamento da ação.

Adquirem formas diferentes em culturas e relações sociais historicamente diferentes.

RELAÇÃO PENSAMENTO LINGUAGEM:

PENSAMENTO diferente da LINGUAGEM no período inicial do desenvolvimento:


PRÉ-INTELECTO (não verbal)
PRÉ-LINGUAGEM (não intelectual) (desorganizada)
PENSAMENTO-VERBAL
LINGUAGEM-INTELECTUAL (organizada)
*Precisamos pensar para falar
*Pensamos através das palavras

Fase pré-linguistica do
pensamento

* utilização de instrumentos Pensamento verbal e


linguagem racional
* inteligência prática
* transformação do biológico
no sócio-histórico
Fase Pré-intelectual da
linguagem

* alívio emocional

* função social

A linguagem organiza e dá forma ao pensamento:


1º - FALA SOCIAL: a fala acompanha a ação. (até os 3 anos de idade);
2º - FALA EGOCÊNTRICA: a fala precede a ação. (entre 3 e 6 anos de idade);
3º - FALA INTERNA: apenas pensa antes de agir. A fala determina e domina a
ação. (a partir dos 6 anos de idade). A pessoa é capaz de controlar suas
atividades mentais e seus comportamentos.

LINGUAGEM E PENSAMENTO

 Marco no desenvolvimento cognitivo: A AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM.


 A linguagem serve como instrumento psicológico para a regulação da conduta.
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 Por meio de sua influência, a percepção muda, formam-se novos tipos de


memória e são criados novos processos de pensamento.

DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM

• Vygotsky é considerado um psicólogo do desenvolvimento;


• Destaca a importância da linguagem neste desenvolvimento;
• O desenvolvimento não se dá por etapas e não é fragmentado;
• Para ele, o desenvolvimento humano sinaliza mudanças fundamentais ao invés
da continuidade.
• Saltos qualitativos;
• Desenvolvimento e aprendizagem caminham juntos;
• A aprendizagem provoca o desenvolvimento;
• Existem tempos diferentes para o desenvolvimento.

APRENDIZADO É CONTÍNUO:
Segundo Vygotsky, a evolução intelectual é caracterizada por saltos qualitativos de um
nível de conhecimento para outro. A fim de explicar esse processo, ele desenvolveu o
conceito de ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL, que definiu como a
“distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através
da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial,
determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em
colaboração com companheiros mais capazes”.

DESENVOLVIMENTO POTENCIAL
• É determinado por aquilo que a criança ainda não domina, mas é capaz de
realizar com auxílio de alguém mais experiente. Por exemplo, uma multiplicação
simples, quando ela já sabe somar.

ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL


• É a distância entre o desenvolvimento real e o potencial, que está próximo,
mas ainda não foi atingido.

O MEDIADOR
• É quem ajuda a criança a concretizar um desenvolvimento que ela ainda não
atingiu sozinha. Na escola, o professor e os colegas mais experientes são os
principais mediadores.
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DESENVOLVIMENTO REAL
• É determinado por aquilo que a criança já é capaz de fazer sozinha porque já
tem um conhecimento consolidado. Se domina a adição, por exemplo, esse é um nível
de desenvolvimento real.
BRINQUEDO

Origem do brinquedo: situação imaginária usada pela criança onde desejos


irrealizáveis podem ser realizados.

• Aspectos importantes:

- No início do desenvolvimento a situação imaginária é explícita e as regras são


ocultas. Mais tarde as regras são explícitas e a situação imaginária é oculta. Mudança
do predomínio de situações imaginárias para o predomínio de regras.
- Motivação: no início está relacionado com a satisfação das necessidades pessoais
e mais tarde as regras tornam-se um desejo e satisfazê-las é uma fonte de prazer
(subordinação às regras e autocontrole).
Objeto/significado e depois significado/objeto
Ação/significado e depois significado/ação.
• No brinquedo, um objeto substitui outro (indica que a criança está
começando a operar com significados, pensamentos abstratos); a ação substitui
outra (desenvolve-se a vontade e capacidade de fazer escolhas conscientes).
- Pivô (objeto).
A simbolização através dos objetos é uma pré-condição para o aparecimento do jogo
de papéis (a partir dos 2 ou 3 anos).
• O brinquedo não é o aspecto predominante da infância, mas é um fator muito
importante do desenvolvimento.
• Conformações internas no desenvolvimento da criança que surgem em
conseqüência do brinquedo.
• De que forma o brinquedo está relacionado ao desenvolvimento?
No brinquedo, a ação está subordinada ao significado. Na vida, a ação domina o
significado.

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