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FRENTE 1 GRAMÁTICA

Módulo 1 – Acentuação Gráfica Módulos 2 a 5 – Verbos


1. (PUC) – Nos versos: 4. (UNICAMP) – As gramáticas costumam definir os tempos
verbais de forma simplificada. C. Cunha e L. Cintra, por
talvez lhe dê apoio exemplo, em sua Nova Gramática do Português Contempo-
e râneo, dizem que o futuro designa um fato ocorrido após o
E o encho de algodão momento em que se fala. Observe como Bastos Tigre joga com
essa noção de futuro para dar uma interpretação engraçada do
a) explique o porquê da diferença de grafia entre dê e de; sétimo mandamento:
b) levando em conta essa diferença, redija um período em que Não furtarás — prega o Decálogo e cada homem deixa
para amanhã a observância do sétimo mandamento.
dê e de sejam empregadas adequadamente.
(citado por Mendes Fradique em sua Grammatica
Resolução
Portugueza pelo Methodo Confuso, 1928)
a) Dê é verbo, acentuado por ser monossílabo tônico terminado
em e; de é preposição, não acentuada por ser monossílabo átono.
a) Qual a interpretação usual (feita, por exemplo, por um
b) É necessário que se dê auxílio econômico a quem depende de
rabino, um pastor ou um padre) desse mandamento?
nós. b) Qual a interpretação feita por Bastos Tigre?
Embora discorde de suas ideias, ajudá-lo-ei. Resolução
a) O homem não deve furtar em tempo algum. O futuro tem va-
lor de imperativo.
2. Assinale a opção cujas palavras devem ser graficamente b) A interpretação é literal. O homem furta a todo momento,
acentuadas, respectivamente, pelas mesmas regras que se deixando a aplicação do mandamento para os dias porvin-
aplicariam em Jau, juri, perde-la, video. douros.
a) fluido, biquini, tres, dificeis;
b) reune, Hernani, pequines, longinquo;
c) Luis, ravioli, timidez, amendoa; 5. (UNICAMP) – O caderno FOVEST do jornal Folha de
d) ciume, reuni-lo, caterete, tenue; S.Paulo, de 28/11/91, fez a seguinte recomendação aos
e) fortuito, quati, fe-lo, desaguam. vestibulandos, para que fossem bem-sucedidos na prova de
Resolução redação do vestibular Unicamp/92.
As palavras Jaú e reúne são acentuadas por apresentarem — u
sozinho na sílaba após hiato; júri e Hernâni por serem COMO ESCREVER
paroxítonas terminadas em — i; perdê-la e pequinês, oxítonas
Olho vivo para não maltratar o português. Preste atenção
em e(s); vídeo e longínquo, paroxítonas terminadas em
ao enunciado. Se fugir do tema, copiar o texto apresentado ou
ditongos.
fazer uma narração (relato de uma história) onde é pedida uma
Resposta: B
dissertação (defesa de uma ideia), a redação será anulada.

Apesar de recomendar cuidado no uso do português, o


3. (FAAP) – Justifique a acentuação gráfica das seguintes
jornal comete um erro gramatical no texto citado.
palavras: a) Transcreva a passagem em que há um erro gramatical.
a) gênio ___________________________________________ b) Há uma explicação para ocorrências desse tipo. Qual é?
b) só ______________________________________________ Resolução
Resolução a) ... ou fazer uma narração (relato de uma história)...
a) Paroxítona terminada em ditongo oral crescente io. b) Os verbos regulares apresentam formas idênticas para o
b) Monossílaba tônica terminada em o. futuro do subjuntivo e o infinitivo pessoal. Com os irregulares
isso não acontece. No enunciado proposto, deve ser empregado
o futuro do subjuntivo de fazer, que é fizer. O redator empregou
o infinitivo, confundindo as duas formas verbais citadas.
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6. (PUC) – A construção do verso — talvez lhe dê apoio — Resolução


revela uma dúvida. Para tanto, o escritor fez uso de um advérbio a) Eram está no pretérito imperfeito e indica tempo passado
e de um modo verbal específico. com ideia de continuidade.
a) Transcreva o advérbio e indique o referido modo verbal. Adivinhara está no pretérito mais-que-perfeito e indica tempo
b) Reconstrua o verso em questão, de tal forma que passe a de- passado totalmente realizado.
notar uma certeza. b) Foram pode expressar os tempos verbais pretérito perfeito e
Resolução mais-que-perfeito do indicativo. Jamais a arte lhe foi (perfeito)
a) O advérbio de dúvida é talvez. O modo verbal é o tão propícia. Jamais a arte lhe fora (mais-que-perfeito) tão pro-
subjuntivo, representado pela forma de presente dê, na 1.ª pícia.
pessoa do singular.
b) Dou-lhe apoio. Para denotar certeza, emprega-se o verbo no Módulos 9 e 10 – Ortografia
modo indicativo. Mantém-se na resposta a primeira pessoa do (Emprego do Porquê, Mal e Outros)
singular, que é a do verso transcrito.
9. Complete com há ou a.
a) ______ dez anos, nasceu minha irmã caçula.
7. (UNICAMP) – Nas suas aulas de gramática, você deve ter b) Daqui _______ chácara, são dois quilômetros.
estudado a conjugação dos verbos irregulares. Esse conhe- c) A Guerra de Canudos ocorreu _______ cem anos.
cimento é necessário na escrita padrão. Nos trechos abaixo, d) De um lado, _______ uma preocupação pública e social com
encontram-se formas verbais inadequadas. a universidade; de outro, _______ olhos mercantilistas que
só enxergam números e mensalidades.
I. [Os astecas] não só conheciam o banho de vapor, tão preza- e) ______ nosso ver, ________ alguns problemas que
do na Europa, como mantiam o hábito de banhar-se complicam essa discussão.
diariamente. f) Os economistas, já _________ muito tempo, vêm debatendo
(Superinteressante, outubro/92) o projeto de reforma administrativa.
g) Esses valores ajudam ________ difundir sentimentos como
II. Um grupo de defesa dos direitos civis ameaçou intervir se o solidariedade e altruísmo.
juiz Mike McSpadden ir adiante com seu plano de aprovar o h) Todos responderam que não tinham nada _______ ver com
pedido de castração. o caso do desvio de verbas.
(Folha de S.Paulo, 13/02/92) i) Grávidas expostas _________ baforadas tornam-se duas
vezes mais propensas ________ ter bebês prematuros.
a) Identifique as formas verbais inadequadas. j) ________ horas tantas, o segurança do político, um
b) Que formas deveriam ter sido empregadas? sindicalista de dois metros de altura, começou ________
c) Como se poderia explicar a ocorrência das formas inade- analisar ________ situação.
quadas nos trechos dados? l) _______ cada buzinada, seu coração recomeçava _________
Resolução disparar.
a) Mantiam e ir. m)Pelo que ele propiciou ____ todos, tem realmente direito
b) Mantinham e for. ____ receber a homenagem que ______ dias está sendo
preparada.
c) Mantiam: analogia infundada com terminação dos verbos da
n) Uma _________ uma, todas as alunas prestarão contas à
2.ª conjugação (por ex.: vendiam, faziam, criam etc.). Com
diretora, daquilo que fizeram _________ pouco.
manter não se aplica o mesmo processo de formação do
o) Joana viajou ___________ mais ou menos dois anos para
imperfeito do indicativo. Trata-se de verbo derivado de ter:
________ Europa e _________ Ásia.
tinham = mantinham. Ir: confusão com o futuro do subjuntivo
p) Já que ela continua __________ irritar os espectadores, não
dos verbos regulares. No caso, a forma correta seria for.
__________ mais o que fazer.
q) _________ aproximadamente uma semana encontrei Júlia
aqui, quase _________ implorar perdão.
8. Eram, e naquela manhã parece que o diabo do homem adi-
r) ________ assuntos que têm de ser resolvidos entre mim e
vinhara a nossa catástrofe. Jamais o engenho e a arte lhe
ele. Isto nada tem _________ ver com você.
foram tão propícios. s) Já não dá mais para levar __________ família _________
a) Que relação de tempo há entre eram, de um lado, e adivi- lugar nenhum.
nhara de outro lado? Resolução
b) A forma verbal foram, da segunda frase, pode expressar dois a) Há; b) a; c) há ; d) há / há; e) A / há; f) há; g) a; h) a
tempos verbais. Reescreva duas vezes a frase, usando sujei- i) a / a; j) A / a / a; l) A / a; m) a / a / há; n) a / há; o) há / a / a
to simples (arte), de modo a evidenciar esses dois tempos. p) a / há; q) Há / a; r) Há / a; s) a / a
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Módulo 1 – Acentuação Gráfica a) País, comparação, Brasil, Mercosul.


b) Pergunte, uruguaio, país, futuro.
1. (MACKENZIE) – As palavras está, será, há e já acen- c) Ano, Argentina, semanas, Brasil.
tuam-se por serem d) Comparação, uruguaio, semanas, Mercosul.
a) terminadas pela vogal tônica a. e) Exata, rigorosamente, semanas, comparação.
b) oxítonas terminadas em a.
c) oxítonas e monossílabas tônicas em a. 9. Dadas as orações, indique a que não possua erros de acen-
d) monossílabas tônicas terminadas em a. tuação e ortografia.
e) oxítonas e monossílabas átonas em a. a) As crianças tem, frequentemente, sua criatividade cerceada
pelo mundo adulto e veem nos pais seu ponto de apôio e
2. (PUC) – As palavras após e órgãos são acentuadas por se- insentivo.
rem, respectivamente, b) As crianças têm, frequentemente, sua criatividade cerseada
pelo mundo adulto e vêm nos pais seu ponto de apoio e
a) paroxítona terminada em -s e proparoxítona.
incentivo.
b) oxítona terminada em -o e paroxítona em ditongo nasal
c) As crianças teem, frequentemente, sua criatividade cerseada
seguido de -s.
pelo mundo adulto e veem nos pais seu ponto de apóio e
c) proparoxítona e paroxítona terminada em -s.
insentivo.
d) monossílabo tônico e oxítona terminada em -o seguido de -s.
d) As crianças têm, frequentemente, sua criatividade cerceada
e) proparoxítona e proparoxítona.
pelo mundo adulto e veem nos pais seu ponto de apoio e
incentivo.
3. (EFEI) – Todos os itens apresentam vocábulos que devem
e) As crianças tem, frequentemente, sua criatividade cerceada
ser pronunciados e acentuados graficamente como proparo-
pelo mundo adulto e vêm nos pais seu ponto de apoio e
xítonos, exceto
incentivo.
a) arquetipo – estrepito. b) aziago – refrega.
c) levedo – monolito. d) aptero – interim.
10. (MACKENZIE) – Apenas uma alternativa apresenta
e) artifice – periplo.
acentuação correta.
a) maracujá – tambêm – saída.
4. (VIÇOSA) – Todas as palavras abaixo obedecem à mesma b) Pacaembú – série – órgão.
regra de acentuação, exceto c) perdí – hífen – lápis.
a) já. b) nós. c) há. d) dói e) pés. d) ítem – apêlo – caí.
e) Paraíso – diário – Jaú.
5. (MACKENZIE) – Indique a única alternativa em que
todas as palavras estão corretas quanto à acentuação. 11. (CESGRANRIO) – Aponte a única série em que pelo
a) vêzes, álbum, ventoinha, item. menos um vocábulo apresenta erro no que diz respeito à
b) estátua, avaro, austero, inaudito. acentuação gráfica.
c) bálsamo, interím, alaude, círculo. a) pegada – sinonímia. b) êxodo – aperfeiçoa.
d) portatil, libido, árduo, gratuíto. c) álbuns – atraí-lo. d) ritmo – itens.
e) rúbrica, inglêses, cédula, púdico. e) redimí-la – grátis.

6. (MACKENZIE) – Assinale a alternativa que se apresenta 12. (FAAP) – Indique a alternativa em que aparece uma
incorreta quanto à acentuação. palavra que não deve ser acentuada graficamente:
a) baú – Itu – urubu. b) rubrica – gótico – tênis. a) graudo – nucleo – flebil – paraiso – invio.
c) ítem – balaústre – ilustre. d) herói – boi – foi. b) etiope – cadaver – lepido – estrategia – pindaiba.
e) aquém – ímã – irmã. c) refem – pubere – nodoa – apoteose – chavena.
d) enfase – pensil – egide – azafama – bilis.
7. (UNICID) – Ambas palavras são acentuadas graficamente e) nenhuma das anteriores.
pela mesma razão, exceto:
a) cólica – gástrica. b) alguém – recém.
c) água – língua. d) fígado – suíço. Módulos 2 e 3 – Verbos I
e) consultório – sério.
1. (MACKENZIE) – Que alternativa possui as formas
8. (F-RADIAL SÃO PAULO) – Assinale a alternativa que verbais adequadas para o preenchimento das lacunas a seguir,
apresente apenas palavras oxítonas. respectivamente?
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I. Os comerciais de TV _____________ o direito de nos 4. (VUNESP) – A noiva ______: mesmo que a lei ______
impingir suas ideologias? (ter) não vou mudar, pois minha decisão foi _______.
II. Sabemos que muitos ____ as mercadorias escassas. (reter) a) conclue, permita, consciente.
III. A maior parte do petróleo _______ dos países árabes. b) conclui, permita, consciente.
(provir) c) conclue, permite, consciente.
IV. São pessimistas demais os que _____ a degradação total de d) conclui, permita, consciente.
costumes. (prever)
e) conclue, permite, consciente.
V. Os pais _____________ os problemas de um modo, os
filhos, de outro modo. (ver)
5. (ESPM) – Na frase: “Qualquer dia desses, passo na sua
VI. Todo este alarme _________ de sua falta de paciência.
(advir) casa, Jacinto.”, a forma verbal grifada
VII. É por isso que os filhos _____ superando com dificuldades a) está no presente, indicando uma ação momentânea ou pontual.
suas crises. (vir) b) está no pretérito, indicando uma ação durativa ou repetitiva
que começa num passado mais ou menos distante e perdura
a) tem, retem, provem, prevêm, vem, advêm, vee ainda no momento em que se fala.
b) têm, retém, provêm, preveem, veem, advém, vêm c) está no presente, indicando uma verdade universal.
c) tem, retêm, provem, preveem, vêm, adveem, veem d) está no presente, indicando que a ação se dará num tempo
d) têm, retêm, provém, preveem, veem, advém, vêm futuro.
e) teem, reteem, provêm, prevêm, vêm, advem, vêm e) está no futuro, indicando que a ação se dará num tempo
presente.
2. (MACKENZIE) – Observe as afirmações abaixo quanto à
conjugação verbal.
6. (VUNESP) – Os professores _________ muita _____ pois
I. A 1.ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo
o Código abre _______ para discussão.
prover corresponde a provejo.
II. A 1.ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo a) preveem, polemica, brexa.
aderir corresponde a adiro. b) prevém, polemica, brecha.
III. A 1.ª pessoa do plural do presente do indicativo do verbo c) prevêm, polêmica, brexa.
vir corresponde a vimos. d) preveem, polêmica, brecha.
e) prevém, polêmica, brexa.
Então é correto afirmar que
a) somente I e II são corretas.
b) somente III é correta. Módulos 4 e 5 – Verbos II
c) somente II e III são corretas.
d) somente I é correta. 1. (FUVEST/GV) – Assinale a alternativa que preenche
e) I, II e III são corretas. corretamente as lacunas:
Não ____ cerimônia, _____ que a casa é ____, e ______ à
Texto para a questão 3
vontade.
a) faças – entre – tua – fique
As duas manas Lousadas! Secas, escuras e gárrulas como
cigarras, desde longos anos, em Oliveira, eram elas as b) faça – entre – sua – fique
esqudrinhadoras de todas as vidas, as espalhadoras de todas as c) faças – entra – sua – fica
maledicências, as tecedeiras de todas as intrigas. E na d) faz – entra – tua – fique
desditosa cidade, não existia nódoa, pecha, bule rachado, e) faça – entra – tua – fique
coração dorido, algibeira arrasada, janela entreaberta, poeira
a um canto, vulto a uma esquina, bolo encomendado nas 2. (SANTA CASA) – Não _____ preguiçoso: ________ os
Matildes, que seus olhinhos furantes de azeviche sujo não livros nessa mesa e ________ logo começar o trabalho.
descortinassem e que sua solta língua, entre os dentes ralos, a) sê – ponha – vem b) sê – põe – venha
não comentasse com malícia estridente. c) sejas – põe – vem d) sejas – ponha – venha
(Eça de Queirós, A Ilustre Casa de Ramires) e) seja – põe – vens

3. (FUVEST) – A correlação de tempos que, neste texto, se


3. (FAAP) – “Obedecer a essa ordem; comprar o sítio”. Só
verifica entre as formas verbais existia, descortinassem e
uma forma do imperativo está errada. Assinale.
comentasse, mantém-se apenas em:
a) não existe; não descortinem; não comente. a) Obedece tu a essa ordem; compre o sítio.
b) não existiu; não teriam descortinado; não teria comentado. b) Obedeça você a essa ordem; compre o sítio.
c) não existira; não tinham descortinado; não tinha comentado. c) Obedeçamos nós a essa ordem; compremos o sítio.
d) não existirá; não tiverem descortinado; não tiver comentado. d) Obedecei vós a essa ordem: comprai o sítio.
e) não existiria; não descortinavam; não comentava. e) Obedeçam vocês a essa ordem: comprem o sítio.
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4. “Já te pedi isso: __________ no caminhão, _________ a a) Procure preservar a auto-estima dos outros. Você nunca
lona e __________ -a com cuidado.” ganhará nada se humilhar alguém.
a) sobe – puxa – amarra; b) Não conte com reconhecimento. Assim, você não se frustra
b) sobe – puxe – amarre; e acaba sendo surpreendido pelo elogio.
c) suba – puxe – amarre; c) Exercite sua capacidade na difícil arte de receber críticas,
d) suba – puxe – amarra; expondo suas ideias em congressos técnicos.
e) suba – puxa – amarra; d) Curta as vitórias sempre, e engole as derrotas. Elas fazem
parte da vida.
e) Não acredite que basta planejar para que tudo aconteça.
5. (ESPC) – Assinale a opção que completa corretamente as
lacunas abaixo.
“Companheiro, __________ paciente e _________ tua opor- 9. (UNITAU) – Assinale a frase que não corresponde ao
tunidade quando _________ a estar pronto para os desafios. padrão culto da língua portuguesa:
a) sede – aguarde – vier
a) “Não vos inquieteis pelo dia de amanhã, porque o dia de
b) sejai – aguarda – vires
amanhã cuidará de si mesmo”.
c) sede – aguarde – vires
b) “Não julgueis para que não sejeis julgados”.
d) seja – aguarda – vieres
c) “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino
e) sê – aguarda – vieres
dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está
nos céus”.
6. (ENEM) – A forma verbal sublinhada tem a força do d) “Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também
imperativo em: vosso Pai celestial vos perdoará”.
a) Ora, direis, ouvir estrelas... e) “Onde estiver o vosso tesouro, ali estará o vosso coração”.
b) Ao troque do sinal, entrar na classe. (Fragmentos adaptados, extraídos de
c) É preciso que eles venham comigo ao aeroporto. S. Mateus. Bíblia Sagrada)
d) Serão expulsos, caso assim se comportem.
e) Lembrar não me traz de volta o passado. 10. (UNIJUÍ) – Assinale a alternativa que preenche cor-
retamente as lacunas do texto:
“Quando _________ uma leve brisa, talvez todo aquele mar de
7. (GV) – Dentre as alternativas abaixo, aponte aquela em que
amarelo se _______ , as tonalidades talvez se ________, talvez
haja uniformidade de tratamento.
_________ um amarelo novo”.
a) Sai daí! Você não deve ficar nessa parte do circo, que é muito
a) correr – balance – confundam – criem.
perigosa. Chegue mais perto do palco. Aproxime-se sem
b) corre – balança – confundem – criam.
medo.
c) correr – balança – confundissem – criem.
b) Saia daí! Você não deve ficar nessa parte do circo, que é
muito perigosa. Chega mais perto do palco. Aproxime-se d) corresse – balançasse – confundirão – criaram.
sem medo. e) corre – balança – confundam – criem.
c) Sai daí! Tu não deves ficar nessa parte do circo, que é muito
perigosa. Chega mais perto do palco. Aproxima-te sem medo.
11. (FUND. CARLOS CHAGAS-BA) – Não te _______ com
d) Sai daí! Vós não deveis ficar nessa parte do circo, que é
essas mentiras que ______ da ignorância.
muito perigosa. Chegai mais perto do palco. Aproximai-vos
a) aborreces – proveem. b) aborreça – provém.
sem medo.
c) aborreças – provêm. d) aborreça – proveem.
e) Sai daí! Tu não deve ficar nessa parte do circo, que é muito
e) aborreças – provém.
perigosa. Chega mais perto do palco. Aproxime-se sem medo.

As seguintes máximas foram extraídas e adaptadas do livro 12. (FATEC) – Assinale a alternativa gramaticalmente
Empresários do futuro: Como os jovens vão conquistar o mundo correta.
dos negócios, de Antoninho Marmo Trevisan (cf. Veja, 20. a) Se compor outra canção, no lugar desta, deixa-o feliz, está
12.00, p. 201). autorizado a fazê-lo.
b) Se compuser outra canção no lugar desta lhe deixa feliz, está
8. (UPF) – Numa delas introduziu-se, para os fins desta autorizado a fazê-lo.
prova, um uso do imperativo em desacordo com a norma do c) Se compor outra canção, no lugar desta, o deixa feliz, estás
padrão culto da língua. Trata-se da alternativa: autorizado a fazê-la.

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d) Se compuser, outra canção no lugar desta, deixa-lhe feliz, b) “Em breve, a interatividade permitirá não só emitir e receber
está autorizado a fazer-lhe. informações, mas também dialogar, discutir e transmitir
e) Se compuseres outra canção no lugar desta te deixa feliz, informações e conhecimentos (...).”
estás autorizado a fazê-lo. c) “Não podemos esquecer, contudo, que numerosas popula-
ções carentes vivem ainda afastadas desta evolução, prin-
cipalmente em zonas desprovidas de eletricicidade.”
Módulos 6 a 8 – Coesão d) “Recordemos, também, que mais da metade da população
mundial não tem acesso aos diversos serviços oferecidos pela
As novas tecnologias fizeram a humanidade entrar na era rede telefônica.”
da comunicação universal; abolindo as distâncias, concorrem e) “Esta livre circulação de imagens e de palavras, que prefigu-
muitíssimo para moldar a sociedade do futuro, que não re o mundo de amanhã, até no que possa ter de perturbador.
corresponderá, por isso mesmo, a nenhum modelo do passado. As f) “Esta livre circulação de imagens e de palavras (...) transfor-
informações mais rigorosas e mais atualizadas podem ser postas mou tanto as relações internacionais, como a compreensão
ao dispor de quem quer que seja, em qualquer parte do mundo, do mundo pelas pessoas (...)
muitas vezes, em tempo real, e atingem as regiões mais
recônditas. Em breve, a interatividade permitirá não só emitir e
receber informações, mas também dialogar, discutir e transmitir 4. No período “abolindo as distâncias, [as novas tecnologias]
informações e conhecimentos, sem limite de distância ou de concorrem muitíssimo para moldar a sociedade do futuro”, a
tempo. Não podemos esquecer, contudo, que numerosas primeira oração é reduzida, porque o verbo está no gerúndio
populações carentes vivem ainda afastadas desta evolução, prin- (abolindo).
cipalmente em zonas desprovidas de eletricidade. Recordemos, a) Desenvolva a oração, introduzindo a conjunção que mantém
também, que mais da metade da população mundial não tem o sentido do período.
acesso aos diversos serviços oferecidos pela rede telefônica. b) Identifique a relação que se estabelece entre as orações.
Esta livre circulação de imagens e de palavras, que prefi-
gure o mundo de amanhã, até no que possa ter de perturbador,
transformou tanto as relações internacionais, como a com- Módulos 9 e 10 – Ortografia
preensão do mundo pelas pessoas, é um dos grandes acele- (Emprego do Porquê, Mal e Outros)
radores da mundialização.
(Jacques Delors) 1. (FGV) – Assinale a alternativa que preenche corretamente
o espaço da frase: Descubra __________ os bons sofrem.
1. (UNIFOR) – O texto explora como ideia central a) porquê b) o porquê c) por quê
a) o possível aspecto original da sociedade do futuro. d) porque e) por que
b) o difícil acesso dos sistemas de informação para alguns
países.
c) os prejuízos ligados a zonas desprovidas de eletricidade.
d) a diversidade de serviços oferecidos pela rede telefônica. 2. (FUVEST) – Sabe __________ ela desistiu do namorado?
e) as decorrências positivas da comunicação globalizada. – Não, ___________?
– ______________ o achava muito bonzinho...
2. (UNIFOR) –
I. Do avanço da tecnologia decorrerá uma sociedade do futuro As palavras e expressões que mais adequadamente preenchem
independente da herança do passado. as lacunas deixadas no diálogo acima encontram-se em:
II. A abolição das distâncias representa uma garantia de efi- a) por que; por quê; Porque
cácia do processo da interatividade humana. b) porque; por quê; Porquê
III. As relações internacionais se tornariam impossíveis sem c) porque; por que; Porque
livre circulação de imagens e palavras. d) porquê; por quê; Porque
e) por que; porque; Por que
Está de acordo com o texto o que se afirma somente em
a) I e II. b) II e III. c) I. d) II. e) III.
3. (FUVEST) – Assinale a frase gramaticalmente correta.
3. Identifique o valor semântico dos termos ou locuções a) Não sei por que discutimos.
destacadas no contexto em que se encontram. b) Ele não veio por que estava doente.
a) “As informações mais rigorosas e mais atualizadas podem c) Mas porque não veio ontem?
ser postas ao dispor de quem quer que seja (...) e atingem as d) Não respondi porquê não sabia.
regiões mais recônditas.” e) Eis o porque da minha viagem.
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4. (CÁSPER LíBERO) – “Chegando _____ Alter do Chão, 8. (CESGRANRIO-RJ) – Assinale a opção que completa
o turista pode aproveitar a manhã para fazer uma caminhada de corretamente as lacunas da frase abaixo:
cerca de uma hora até a serra (...). A população ribeirinha, As transformações ______ tem passado a sociedade parecem
estimada em 70 comunidades, vive da transformação do_____ condenar o homem _______ existência num mundo dominado
em produtos ecologicamente corretos, como o couro vegetal, e pela máquina.
da extração da andiroba, e mel. _______ de meia hora de barco a) porque, à b) porquê, à c) por que, a
a partir do cais de Alter do Chão, chega-se a Belterra.” d) porque, a e) por que, à

Assinale a alternativa cujas palavras completam adequadamen-


te as lacunas do texto.
a) à, latex, acerca de 9. (IMES) – Mário, ___________ você estava? Sente-se, pois
b) a, látex, a cerca de precisamos conversar ____________ minha candidatura.
c) à, látex, à cerca de Completam-se as lacunas com
d) a, látex, acerca de a) onde – a cerca de
e) à, látex, a cerca de b) aonde – a cerca de
c) aonde – há cerca de
d) onde – acerca de
e) aonde – acerca de
5. (UM-SP) – Assinale a alternativa que completa correta-
mente as lacunas do período.
Não sei a razão _______ as pessoas daquela ________ espírita
ficaram debatendo sobre _______ dos mortos. 10. (FUVEST) – Selecione a forma adequada ao preenchi-
a) por que, secção, reçurreição mento das lacunas:
b) por que, sessão, ressurreição O _____________ aluno foi __________ na prova de Inglês,
c) porque, seção, reçurreição __________ não sabe; se você o _________, é bom avisá-lo.
d) porquê, cessão, ressurreição a) mau – mal – mas – vir
e) por que, sessão, ressureissão b) mal – mau – mas – ver
c) mal – mal – mais – ver
d) mau – mau – mais – vir
e) mau – mal – mais – vir
6. Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas:
“____________ você não resolveu o teste? Creio que é _____
você desconhece o _________ de alguns itens importantes do
programa. Talvez esta seja a causa _________ você será
reprovado.”
a) Por que – porque – porquê – porque
b) Por que – por que – por que – porque
c) Por que – porque – porquê – por que
d) Porque – por que – por quê – por que
e) Por que – porque – por quê – porque

7. “A causa é menos importante. O fato é que ele é um ____


caráter, porque, __________ você virou as costas, ele
aproveitou para enganá-lo e fazer-lhe ________________.”
a) mau – mal – mal
b) mal – mal – mal
c) mau – mau – mau
d) mal – mau – mau
e) mal – mau – mal

– 127
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FRENTE 2 LITERATURA

Módulo 1 – Impressionismo Resolução


A alternativa e afirma o oposto da tendência impressionista,
Texto para os testes 1 e 2. visto que esta se detém na percepção pessoal que se tem de
fatos, paisagens ou pessoas, como afirma corretamente a
Do mesmo modo que o quadro impressionista se propõe a alternativa d.
captar as mudanças mais sutis da atmosfera e da luz, a Resposta: E
linguagem impressionista buscava figurar a variedade dos
estados mentais com a maior precisão possível.
Os temas básicos passam a centrar-se nas conotações
morais da inércia do ser humano diante do fluxo heterogêneo Módulos 2 e 3 – Pré-Modernismo
da experiência; no cansaço da vida e na falta de comunicação;
no sentimento de frustração e de exílio da existência natural; na Texto para os testes de 3 a 5.
morbidez cerebral e narcisística; na atração erótica pela
decomposição e pela morte. Iria morrer, quem sabe se naquela noite mesmo? E que
tinha ele feito de sua vida? Nada. Levara toda ela atrás da
1. (MODELO ENEM) – Só não notamos a presença do miragem de estudar a pátria, por amá-la e querê-la muito, no
Impressionismo quando o autor intuito de contribuir para a sua felicidade e prosperidade.
a) retrata a verdade de um dado momento, justapondo ideias Gastara a sua mocidade nisso, a sua virilidade também; e,
várias. agora que estava na velhice, como ela o recompensava, como
b) dá mais ênfase às emoções, sentimentos e atitudes ela o premiava, como ela o condecorava? Matando-o. E o que
individuais do que aos fatos em si. não deixara de ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não
c) usa uma linguagem expressiva, suprimindo conjunções e brincara, não pandegara, não amara — todo esse lado da
justapondo frases. existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária,
d) procura retratar fielmente a realidade, detendo-se em ele não vira, ele não provara, ele não experimentara.
minuciosa descrição. Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por
e) inventa e interpreta uma paisagem imprecisa. ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam
Resolução os rios? Eram grandes? Pois que fossem... Em que lhe
Os textos de teor impressionista buscam revelar as minúcias dos contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do
estados mentais e emocionais das personagens. Trata-se, Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse sido feliz.
portanto, de dar ênfase aos traços de subjetividade, e não à Foi? Não. Lembrou-se das suas cousas de tupi, do folklore, das
realidade, entendida aqui como realidade objetiva. suas tentativas agrícolas... Restava disso tudo em sua alma uma
Resposta: D satisfação? Nenhuma! Nenhuma!
(Triste Fim de Policarpo Quaresma)

3. (MODELO ENEM) – O autor do trecho anterior é Lima


Barreto. Suas obras integram o período literário chamado Pré-
2. (MODELO ENEM) – Assinale a alternativa que não se Modernismo. Tal designação para este período se justifica,
refere ao Impressionismo. porque ele
a) Pode ser identificável no Realismo-Naturalismo, no seu a) desenvolve temas do nacionalismo e se liga às vanguardas
início, e, mais tarde, no Simbolismo. europeias.
b) O mais importante é o instantâneo e único, tal como aparece b) engloba toda a produção literária que se fez antes do
ao olho do observador. Modernismo.
c) Não relatar os objetos, mas sim as sensações e emoções que c) antecipa temática e formalmente as manifestações
eles despertam. modernistas.
d) Transfere o registro das relações externas para o das relações d) se preocupa com o estudo das raças e das culturas forma-
internas, isto é, das impressões despertadas no espírito pelo doras do nordestino brasileiro.
contato com as coisas, cenas, paisagens ou pessoas. e) prepara, pela irreverência de sua linguagem, as conquistas
e) Reproduz a realidade de maneira impessoal, minuciosa. estilísticas do Modernismo.
128 –
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Resolução a) escolar, agrícola e militar.


Pré-Modernismo ou Sincretismo (1902-1922) são denomina- b) linguístico, industrial e militar.
ções que a literatura brasileira dá ao período de transição entre c) cultural, agrícola e político.
as correntes do fim do século XIX (Realismo, Naturalismo, d) linguístico, político e militar.
Parnasianismo, Simbolismo e Impressionismo) e as anteci- e) cultural, industrial e político.
pações modernistas (atitude crítica quanto à realidade nacional, Resolução
quanto à República Velha, regionalismo vigoroso etc.). A Os três projetos a que Policarpo Quaresma, quixo-tescamente,
expressão Pré-Modernismo, cunhada por Alceu de Amoroso como era de seu caráter, se entregou, sucessivamente: a
Lima (Tristão de Athaíde) e encampada por Alfredo Bosi, valorização cultural de nossas raízes étnicas indígenas; a
passou a designar, na nossa periodização literária, um conjunto reforma agrária, a partir do sítio Sossego; e a moralização
de autores (Euclides da Cunha, Lima Barreto, Monteiro Lobato política, que via encarnada na figura de Floriano Peixoto. Esses
e Graça Aranha) que, ainda embasados na estética realista– três projetos balizam, também, as três partes em que se divide
naturalista, e tributários do cientificismo, revelam uma o romance.
inquietação social e algumas “ousadias” formais que seriam Resposta: C
retomadas e aprofundadas no Modernismo. São precursores da
atitude iconoclasta do Primeiro Modernismo, da literatura social
do Segundo e, como os modernistas, atacam o “beletrismo”, a Módulos 4 e 5 – Vanguardas Europeias
literatura ornamental, a retórica vazia e a alienação dos poetas e Literatura: Cubismo e Futurismo
de “torre de marfim”, dos nefelibatas (os que “vivem nas
nuvens”). 6. (MODELO ENEM) – Observe a pintura a seguir e
Resposta: C responda ao que se pede.

4. Da personagem que dá título ao romance, podemos afirmar


que
a) foi um nacionalista extremado, mas nunca estudou com
afinco as coisas brasileiras.
b) perpetrou seu suicídio, porque se sentia decepcionado com a
realidade brasileira.
c) defendeu os valores nacionais, brigou por eles a vida toda e
foi condenado à morte justamente pelos valores que
defendia.
d) foi considerado traidor da pátria, pois participou da conspi-
ração contra Floriano Peixoto.
e) era um louco e, por isso, não foi levado a sério pelas pessoas
que o cercavam.
Resolução
Como um idealista louco, um Dom Quixote suburbano, o major
Quaresma é uma figura tragicômica. Representa um
nacionalismo arcaico, xenófobo que, deitando as suas raízes no
ufanismo romântico, superdimensiona nossos valores e poten-
cialidades. Puro, ingênuo, ele nada contra a correnteza, contra
o pedantismo da cultura oficial; contra a colonização cultural,
contra o afrancesamento da nossa cultura, contra a inércia da
oligarquia agrária, contra a inépcia da burocracia e contra a
opressão da ditadura florianista que, no início, apoiara, numa
atitude messiânica de crença salvacionista. Ironicamente, esse Pelos traços observados, a pintura pode ser corretamente
defensor fanático do folclore, do índio, da natureza e dos valores associada ao
nacionais é condenado à morte, como traidor da pátria, justo a) Futurismo. b) Expressionismo. c) Cubismo.
ele, um defensor extremado de seus valores. d) Impressionismo. e) Surrealismo.
Resposta: C Resolução
Trata-se de um quadro pintado por Pablo Picasso, que retrata,
5. (FUVEST) – No romance Triste Fim de Policarpo em traços cubistas, sua jovem amante Marie-Thérèse. Os
Quaresma, o nacionalismo exaltado e delirante da personagem atributos da mulher, como a voluptuosa sensualidade, sua
principal motiva seu engajamento em três diferentes projetos, natureza serena, contemplativa, são perceptíveis como em
que objetivam “reformar” o país. Esses projetos visam, qualquer retrato convencional.
sucessivamente, aos seguintes setores da vida nacional: Resposta: C
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7. (MODELO ENEM) – “O tempo e o espaço morreram 8. (MODELO ENEM) – Os versos anteriores iniciam o
ontem. Vivemos já no absoluto, já que criamos a eterna “Poema Barroco”, de Murilo Mendes. Eles são exemplo de um
velocidade onipresente.” dos movimentos estéticos de vanguarda das primeiras décadas
do século XX. Trata-se do
a) Futurismo. b) Dadaísmo. c) Surrealismo.
d) Expressionismo. e) Desvairismo.
Resolução
No poema predominam imagens criadas a partir da associação
“ilógica” de ideias. É como se essas imagens “brotassem” do
subconsciente ou do mundo onírico (dos sonhos).
Resposta: C

9. (MODELO ENEM) – No verso “Dormem relógios e


cristais de outro tempo, esqueletos de atrizes”, há uma figura
de linguagem. Trata-se da
a) onomatopeia. b) sinestesia. c) antítese.
d) apóstrofe. e) prosopopeia.
Resolução
A frase apresentada acima, bem como o quadro O Dinamismo A prosopopeia consiste na atribuição de características de seres
de um Ciclista (1913), do pintor italiano Umberto Bocccioni animados a seres inanimados, como ocorre no verso de Murilo
(1882-1916), associam-se, em virtude do canto entusiasmado Mendes, já que “relógios e cristais de outro tempo, esqueletos
da velocidade, ao de atrizes” dormem.
a) Dadaísmo. b) Expressionismo. Resposta: E
c) Tecnicismo. d) Futurismo.
e) Impressionismo.
Resolução Módulo 7 – A Semana de Arte Moderna
O Dinamismo de um Ciclista é expressão cabal do Futurismo,
na exaltação do movimento, da velocidade, do dinamismo Texto para o teste 10.
contínuo. O que interessa é captar e revelar a própria sensação POÉTICA
dinâmica, a multiplicidade de sensações que o homem do século
XX percebe simultaneamente, desdenhar todas as formas Estou farto do lirismo comedido
imitativas e glorificar todas as formas originais. A frase Do lirismo bem comportado
apresentada no enunciado não poderia ser mais evidente quanto Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
a um dos “valores” do Futurismo: o culto da velocidade. [protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor.
Resposta: D Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário
[o cunho vernáculo de um vocábulo.

Abaixo os puristas.
Módulo 6 – Vanguardas Europeias e
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Literatura: Expressionismo e Surrealismo Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Texto para os testes 8 e 9.
(...)
Os cavalos da aurora derrubando pianos (Manuel Bandeira)
Avançam furiosamente pelas portas da noite.
Dormem na penumbra antigos santos com os pés feridos, 10. (MODELO ENEM) – Baseando-se nos versos transcritos
Dormem relógios e cristais de outro tempo, esqueletos de atrizes. e no que você sabe sobre a poesia modernista, pode-se
corretamente afirmar que todas as opções seguintes apresentam
O poeta calça nuvens ornadas de cabeças negras características pertinentes a essa poesia, exceto:
E ajoelha-se ante a imagem de Nossa Senhora das Vitórias a) versos livres.
Enquanto os primeiros ruídos de carrocinhas de leiteiros b) dessacralização da obra de arte.
Atravessam o céu de açucenas e bronze. c) anticonvencionalismo.
d) purismo linguístico.
(...) e) incorporação da linguagem coloquial.

130 –
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Resolução o epíteto “um amor” é atribuído aos outros — é o que se diz da


“Poética”, de Manuel Bandeira, costuma servir de síntese, pelo moça. Confrontado com o verso anterior — “burra como uma
que apresenta em sua forma e em seu conteúdo, dos principais porta” —, tal epíteto soa como ironia sarcástica do autor,
pontos do programa modernista, e um desses pontos consistiu embora em bocas alheias seu sentido fosse outro.
justamente na incorporação literária da língua falada e da Resposta: E
linguagem coloquial, com seus “erros”. É por essa razão que é
incorreto afirmar que há “purismo linguístico” nos versos 13. (ITA-SP – MODELO ENEM) – Este famoso ensaio,
apresentados, já que esse era um dos aspectos combatidos pelos _____________________ , é uma espécie de paródia de uma
poetas modernistas, sobretudo os da chamada fase heroica. das obras de ___________________ . Por meio de uma
Resposta: D parábola, o autor apresenta a poesia como uma mulher nua que
os homens, com o passar dos tempos, foram cobrindo de roupas
11. (UNIRIO – modificado – MODELO ENEM) – Em e joias, até que um vagabundo genial (Rimbaud) deu um
relação ao Modernismo, podemos afirmar que, em sua primeira pontapé naquele monte de roupas e deixou outra vez a mulher
fase, há nua — _____________________________ .
a) maior aproximação entre a língua falada e a escrita, valori-
zando-se literariamente o registro coloquial. a) Manifesto da Poesia Pau-Brasil – Oswald de Andrade – a
b) pouca atenção ao valor estético da linguagem, privilegiando- arte modernista
se o desenvolvimento da pesquisa formal. b) A Escrava que não é Isaura – Bernardo Guimarães – a poesia
c) grande liberdade de criação, mas pobreza expressiva. modernista
d) reconquista do verso decassílabo. c) “Profissão de Fé” – Olavo Bilac – a poesia parnasiana
e) afastamento de temas nacionalistas. d) Macunaíma – Mário de Andrade – a estética modernista
Resolução e) Antífona – Cruz e Sousa – a poesia simbolista
A assimilação literária do registro oral e coloquial era um dos Resolução
pontos defendidos pelos modernistas, tendo em vista seu A Escrava que não é Isaura é um ensaio do modernista Mário
objetivo de valorização da língua portuguesa falada no Brasil de Andrade, pertencente à Primeira Geração, em cujo título há
(nacionalismo), bem como a negação do purismo linguístico uma referência paródica à obra romântica, carregada de
dos parnasianos. adjetivos, A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães. Os
Resposta: A modernistas propunham a linguagem elíptica, despida da
grandiloquência e da ornamentação características de autores
Módulo 8 – Primeira Geração Modernista: como Bernardo Guimarães, José de Alencar etc.
Resposta: B
Mário de Andrade – I
Texto para o teste 12. Módulo 9 – Primeira Geração Modernista:
Mário de Andrade – II
Moça linda bem tratada,
três séculos de família, Texto para o teste 14.
burra como uma porta:
um amor. Texto I
(Mário de Andrade)
No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de
nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve
12. (MACKENZIE-SP – MODELO ENEM) – Assinale a
um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o
alternativa correta em relação ao texto.
murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma
a) Na relação dos versos 3 e 4 com os versos 1 e 2, cabe
criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma.
exclusivamente uma conjunção coordenativa conclusiva.
Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro
b) O verso 2 constitui uma alusão às famílias tradicionais, das
passou mais de seis anos não falando.
quais a moça está excluída.
Se o incitavam a falar exclamava:
c) O verso 4 contradiz o verso 3 porque constrói um elogio e
— Ai! que preguiça...
neutraliza o deboche.
(Mário de Andrade, Macunaíma)
d) O verso 4, pela ironia, ameniza a crítica, possibilitando a
recuperação respeitosa da figura descrita. Texto II
e) O verso 4, em itálico, reproduz a voz elogiosa de outras
pessoas, bem como a voz sarcástica do poeta em relação à Além, muito além daquela serra, que ainda azula no
moça linda. horizonte, nasceu Iracema.
Resolução Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos
Nos versos de Mário de Andrade, o uso da fonte itálica mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe
corresponde, como é usual, ao uso de reticências. Assim sendo, de palmeira.
– 131
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O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a Módulo 10 – Primeira Geração Modernista:
baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.
Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria
Oswald de Andrade – I
o sertão e as matas do lpu, onde campeava sua guerreira tribo
O trecho abaixo foi extraído da obra Memórias Sentimentais de
da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando,
João Miramar, de Oswald de Andrade. A partir dele, responda
alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as
à questão de número 16.
primeiras águas.
(José de Alencar, Iracema, cap. II)
66. BOTAFOGO ETC.
14. (UNEMAT – MODELO ENEM) – Confrontando os
Beiramarávamos em auto pelo espelho de aluguel arbori-
textos, percebe-se que
zado das avenidas marinhas sem sol.
a) Mário de Andrade “copiou” de José de Alencar o início de
Losangos tênues de ouro bandeiranacionalizavam o verde
seu romance.
dos montes interiores.
b) Em Iracema há um “herói”, enquanto em Macunaíma há um
No outro lado azul da baía a Serra dos Órgãos serrava.
“anti-herói”.
Barcos. E o passado voltava na brisa de baforadas gostosas.
c) Há um choque entre o pensamento do século XVIII e o do
Rolah ia vinha derrapava entrava em túneis.
século XX.
Copacabana era um veludo arrepiado na luminosa noite
d) ambos os romances são indianistas.
varada pelas frestas da cidade.
e) José de Alencar e Mário de Andrade se utilizaram do mesmo
estilo narrativo.
16. (PUC-SP – MODELO ENEM) – Didaticamente, costuma-
Resolução
se dizer que, em relação à sua organização, os textos podem ser
Macunaíma consiste no antípoda do índio retratado no
compostos de descrição, narração e dissertação; no entanto é
Romantismo, sobretudo na obra de José de Alencar. A
difícil encontrar-se um trecho que seja só descritivo, apenas
personagem de Mário de Andrade é destituída de todas as
narrativo, somente dissertativo.
nobres qualidades que, hiperbolicamente, são atribuídas ao
Levando-se em conta tal afirmação, selecione uma das alterna-
indígena dos românticos: Macunaíma é individualista, covarde,
tivas abaixo para classificar o texto de Oswald de Andrade.
preguiçoso... É por essa razão que essa personagem é
a) Narrativo-descritivo, com predominância do descritivo.
comumente “classificada” como “anti-herói”.
b) Dissertativo-descritivo, com predominância do dissertativo.
Resposta: B
c) Descritivo-narrativo, com predominância do narrativo.
d) Descritivo-dissertativo, com predominância do dissertativo.
15. (UFC-CE – MODELO ENEM) – Macunaíma — obra-
e) Narrativo-dissertativo, com predominância do narrativo.
prima de Mário de Andrade — é um dos livros que melhor
Resolução
representam a produção literária brasileira do século XX. Sua
No texto transcrito há narração, pois se conta, muito
principal característica é
elipticamente, um passeio de automóvel por ruas do Rio de
a) traçar, como no Romantismo, o perfil do índio brasileiro
Janeiro — passeio noturno (com a esposa) durante o qual o
como protótipo das virtudes nacionais.
protagonista narrador (João Miramar) se recorda de outra
b) ser um livro em que se encontram representados os
mulher (Rolah). Mais abundantes, porém, do que os elementos
princípios que orientaram o movimento modernista de 1922,
narrativos, são os dados descritivos do texto: as avenidas, a praia
entre os quais a aproximação da literatura à música.
sem sol, as montanhas, os túneis, as impressões da noite
c) analisar, de modo sistemático, as inúmeras variações sociais
iluminada de Copacabana.
e regionais da Língua Portuguesa no Brasil, com especial
Resposta: A
destaque para o tupi-guarani.
d) ser um texto em que o autor subverte certos padrões vigentes,
ao fazer conviver formas linguísticas oriundas das mais
Texto para o teste 17.
diversas partes do Brasil e de diversos estratos.
e) exaltar, de forma especial, a cultura popular regional, parti-
APERITIVO
cularmente a representativa do Norte e Nordeste brasileiros.
Resolução
A felicidade anda a pé
Em Macunaíma, Mário de Andrade apresenta, diluído na nar-
Na Praça Antônio Prado
rativa e a propósito de retratar a complexidade do homem
São 10 horas azuis
brasileiro, um painel de nossa diversidade cultural. Nesse
O café vai alto como a manhã de arranha-céus
quadro, a diversidade linguística — e o pacífico trânsito em seu
Cigarros, Tietê
interior — do Português do Brasil é, intencionalmente, posta
Automóveis
como mais um elemento característico de nossa multiplicidade
A cidade sem mitos.
cultural.
Resposta: D (Oswald de Andrade)
132 –
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17. (FUND. EDUC. MACHADO SOBRINHO – MODELO 19. (PUC-RJ – MODELO ENEM) – No segundo quarteto,
ENEM) – Todas as características seguintes podem ser Oswald de Andrade alude a um estilo de época de uma maneira
verificadas nos versos, menos uma. Indique-a. irônica e crítica. Assinale-o.
a) Valorização do cotidiano. a) Arcadismo. b) Parnasianismo.
b) Nacionalismo. c) Simbolismo. d) Romantismo.
c) Verso livre. e) Barroco.
d) Influência das vanguardas europeias. Resolução
e) Resgate de valores tradicionais. No verso “Por falecer do oh! amor” é notória a ironia zombe-
Resolução teira que tem como alvo o Romantismo.
O poema de Oswald de Andrade, composto com imagens Resposta: D
justapostas representativas da paisagem urbana de São Paulo,
apresenta vários dos “ingredientes” da poesia modernista,
sobretudo a da fase heroica, como apontam corretamente as
Módulo 12 – Primeira Geração Modernista:
alternativas a, b, c e d. Não há, portanto, resgate de valores Manuel Bandeira – I
tradicionais.
Resposta: E Texto para o teste 20.

O ÚLTIMO POEMA

Módulo 11 – Primeira Geração Modernista: Assim eu quereria o meu último poema


Oswald de Andrade – II Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos
[intencionais
Texto para os testes 18 e 19. Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
EPITÁFIO A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais
[límpidos
Eu sou redondo, redondo A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.
Redondo, redondo eu sei (Manuel Bandeira)
Eu sou uma redond’ilha
Das mulheres que beijei 20. (FUVEST-SP – MODELO ENEM) – Neste texto, ao
indicar as qualidades que deseja para “O Último Poema”, o
Por falecer do oh! amor poeta retoma dois temas centrais de sua poesia. Um deles é a
Das mulheres da minh’ilha valorização da simplicidade; o outro é
Minha caveira rirá ah! ah! ah! a) a verificação da inutilidade da poesia diante da morte.
Pensando na redondilha b) a coincidência da morte com o máximo de intensidade vital.
(Oswald de Andrade, Poesias Reunidas. c) a capacidade, própria da poesia, de eliminar a dor.
São Paulo, Círculo do Livro, 1976, p.197.) d) a autodestruição da poesia em um meio hostil à arte.
e) a aspiração a uma poesia pura e lapidar, afastada da vida.
18. (PUC-RJ – adaptado – MODELO ENEM) – Marque a Resolução
opção correta em relação ao poema. A morte é um dos temas constantes da obra de Manuel
a) O poema incorpora o sentimento iconoclasta do primeiro Bandeira. Ela é tratada repetidamente — como no poema
momento modernista. apresentado — não apenas como fim, mas como uma espécie de
finalidade, limite e culminância da experiência da vida.
b) O título Epitáfio prenuncia a presença trágica e irreversível
Resposta: B
da morte, tema predominante no poema, em particular, e na
obra de Oswald de Andrade, em geral.
c) O uso de uma metrificação regular e a disposição das estrofes
Textos para o teste 21.
aproximam o poema das reivindicações formais do
Parnasianismo.
Texto I
d) O eu lírico idealiza a morte, bem como a figura feminina.
e) O eu lírico encontra na morte a possibilidade de transcen- (fragmento)
dência e eternidade.
Resolução Quando em meu peito rebentar-se a fibra
É evidente no poema o sentimento irreverente e irônico em Que o espírito enlaça à dor vivente.
relação a uma preferência formal dos poetas do Romantismo, Não derramem por mim nem uma lágrima
bem como ao sentimentalismo dessa poesia. Em pálpebra demente.
Resposta: A (...)
– 133
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Só levo uma saudade — e dessas sombras O comentário musical da paisagem só podia ser o sussurro
Que eu sentia velar nas noites minhas... [sinfônico da vida civil.
De ti, ó minha mãe, pobre coitada
Que por minha tristeza te definhas! No entanto o que ouço neste momento é um silvo agudo de
[saguim:
Texto II Minha vizinha de baixo comprou um saguim.
(Manuel Bandeira, Libertinagem)
CONSOADA
22. (MODELO ENEM) – É correto afirmar que, neste poema
Quando a indesejada das gentes chegar de Manuel Bandeira,
(Não sei se dura ou caroável). a) empregam-se recursos sonoros, tais como a assonância e a
Talvez eu tenha medo. aliteração, para mimetizar os ruídos cotidianos da cidade.
Talvez sorria, ou diga: b) expressa-se a tendência modernista de incorporar critica-
— Alô iniludível! mente influências estrangeiras, como se constata nas expressões
“Maresias atlânticas” ou “praias gaélicas da Irlanda”.
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
c) mesclam-se duas modalidades linguísticas: uma que se
(A noite com os seus sortilégios)
aproxima do padrão culto e outra que reproduz o registro
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
popular, presente no cotidiano prosaico da vizinha que comprou
A mesa posta
um saguim.
Com cada coisa em seu lugar.
d) manifesta-se a contradição entre dois tipos de vida: a
sofisticação do quarto de dormir do poeta contraposta à
21. (UNIRIO-RJ – modificado – MODELO ENEM) – Leia simplicidade do cotidiano da vizinha.
atentamente os textos e assinale a opção correta com relação ao e) evidencia-se a irreverência modernista, ao interromper-se a
estilo literário. construção de uma paisagem de superior harmonia, tão cara à
a) O texto II, modernista, apresenta uma ruptura em relação ao poesia tradicional, com a introdução abrupta de um
texto I, no que diz respeito ao tratamento do tema da morte. acontecimento banal do cotidiano.
b) O texto II apresenta temática diversa daquela do texto I, Resolução:
caracterizando-se o Realismo. Como acontece em alguns poemas de Libertinagem, Manuel
c) O texto II, modernista, retoma o tema da morte, próprio da Bandeira quebra uma ambiência de harmonia superior,
segunda fase da poesia romântica, e o reconstrói ironicmente. romântica ou parnasiana, e introduz no texto poético um
d) Tanto no texto I como no texto II há a ideia de fuga do real, acontecimento mais raso do cotidiano urbano.
característica da estética simbolista. Resposta: E
e) Nos dois textos, a temática da morte evidencia tratar-se de
poesia romântica.
Textos para o teste 23.
Resolução
O poema “Consoada”, do poeta modernista Manuel Bandeira,
Texto 1
retoma e reconstrói, ironicamente, o poema “Lembrança de
Morrer”, do poeta romântico Álvares de Azevedo.
O “ADEUS” DE TERESA
Resposta: C
A primeira vez que eu fitei Teresa,
Como as plantas que arrasta a correnteza,
Módulo 13 – Primeira Geração A valsa nos levou nos gritos seus...
E amamos juntos... e depois na sala
Modernista: Manuel Bandeira – II
“Adeus” eu disse-lhe a tremer coa fala...
E ela, corando, murmurou-me: “adeus”.
Texto para o teste 22.
(Castro Alves)

COMENTÁRIO MUSICAL Texto 2

O meu quarto de dormir a cavaleiro da entrada da barra. TERESA


Entram por ele dentro
Os ares oceânicos, A primeira vez que vi Teresa
Maresias atlânticas: Achei que ela tinha pernas estúpidas
São Paulo de Luanda, Figueira da Foz, praias gaélicas da Achei também que a cara parecia uma perna
[Irlanda... (Manuel Bandeira)
134 –
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23. (MODELO ENEM) – Assinale a alternativa correta sobre metalinguística da linguagem. Evidencia-se também a função
os textos transcritos. conativa, visto que tanto o narrador do texto de Machado de
a) Pelo tipo de linguagem utilizada, pode-se afirmar que ambos Assis como o eu lírico do poema de Drummond se dirigem ao
os textos pertencem à mesma escola literária. leitor.
b) Ambos apresentam a mesma característica romântica: a Resposta: C
exaltação da figura feminina.
c) Nos dois textos, os versos são decassílabos e o esquema de Texto para o teste 25.
rimas é regular.
d) O texto de Manuel Bandeira é uma paródia da idealização Chega!
romântica da figura feminina. Meus olhos brasileiros se fecham saudosos.
e) A figura feminina apresentada nos versos de Castro Alves é Minha boca procura a “Canção do Exílio”.
uma típica personagem naturalista, arrastada por seus instintos Como era mesmo a “Canção do Exílio”?
e taras. Eu tão esquecido de minha terra...
Resolução: Ai terra que tem palmeiras
Manuel Bandeira retoma os versos do poeta romântico Castro onde canta o sabiá!
Alves e os recria parodicamente, ou seja, em tom jocoso. (Carlos Drummond de Andrade,
Resposta: D “Europa, França e Bahia”, in Alguma Poesia)

25. (MODELO ENEM) – Sobre os versos transcritos, que


Módulo 14 – incluem trechos do famoso poema de Gonçalves Dias, é correto
Segunda Geração Modernista: afirmar que
a) são plágio e, como gênero, configuram o chamado poema-
Carlos Drummond de Andrade – I piada modernista.
b) constituem deboche do nacionalismo romântico de
Textos para o teste 24.
Gonçalves Dias.
c) são reflexo da busca do elemento nacional, própria da poesia
Texto 1
de Drummond.
d) retomam, com humor modernista, o tema romântico da
Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse;
exaltação da pátria.
eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros
e) apresentam o mesmo tom xenófobo da Canção do Exílio
capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco
romântica.
da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz
Resolução:
certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque
Os versos de Drummond retomam a Canção do Exílio do poeta
o maior defeito deste livro és tu, leitor.
romântico Gonçalves Dias, assim como o fizeram vários poetas
(Machado de Assis)
modernistas e contemporâneos (Oswald de Andrade, Murilo
Mendes, José Paulo Paes, Mário Quintana, entre outros).
Texto 2
Drummond também tem sua própria canção do exílio (o nome
do poema é Nova Canção do Exílio), na qual retoma não só o
Se meu verso não deu certo, foi seu ouvido que entortou.
tema do poema “original”, como também recria a forma desse
Eu não disse ao senhor que não sou senão poeta?
poema. À relação que se estabelece entre textos que “dialogam”
(Carlos Drummond de Andrade)
entre si dá-se o nome de intertextualidade.
Resposta: D
24. (MODELO ENEM) – Machado de Assis é um escritor
realista e Carlos Drummond de Andrade, um modernista. No
entanto ambos apresentam algumas características em comum,
Módulo 15 –
como, por exemplo, a ironia e o questionamento filosófico
acerca da vida, do homem e do mundo. Qual a característica Segunda GeraçãoModernista:
comum aos textos apresentados? Carlos Drummond de Andrade – II
a) A reflexão sobre a existência.
b) A análise da realidade. Texto para os testes 26 e 27.
c) A reflexão sobre o próprio texto.
d) Linguagem característica do registro oral. MÃOS DADAS
e) O sentimentalismo egocêntrico.
Resolução: Não serei o poeta de um mundo caduco.
Em ambos os fragmentos se fala do próprio texto que está sendo Também não cantarei o mundo futuro.
elaborado, em que se envidencia, portanto, a função Estou preso à vida e olho meus companheiros.

– 135
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Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças. Um aeroplano bica a pedra amorosamente
Entre eles, considero a enorme realidade. A filha do português debruçou-se à janela
O presente é tão grande, não nos afastemos. Os anúncios luminosos leem seu busto
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas. A enseada encerrou-se num arranha-céu.
(Murilo Mendes)
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela, 28. (UFV-MG – MODELO ENEM) – Assinale a alternativa
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida, correta.
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins. a) Trata-se de um poema futurista, pois celebra a velocidade e
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens a energia mecânica.
[presentes, b) Por liberar imagens do inconsciente, livres da lógica,
a vida presente. “Botafogo” pode ser classificado como poema surrealista.
(Carlos Drummond de Andrade) c) O estilo metafórico de nomeação fugidia e imediata da
realidade torna o poema representativo da proposta Pau-Brasil.
26. (MODELO ENEM) – Conclui-se dos versos que d) É um poema irreverente e provocador, inspirado no
a) é inútil nos preocuparmos com o mundo, pois nada podemos Dadaísmo.
fazer. e) É um poema cubista, porque explora as formas geométricas
b) o mundo é perigoso e convém que nos unamos para nos e os diversos ângulos dos objetos descritos.
defendermos. Resolução:
c) o mundo está tão perdido, que não vale a pena nem pensar O poema de Murilo Mendes descreve a paisagem urbana do Rio
em seu futuro. de Janeiro por meio da justaposição aleatória (ou “ilógica”) e
d) a luta vale a pena: unamo-nos todos e enfrentemos a inusitada de elementos; revela, portanto, influência do
realidade do presente. Surrealismo.
e) a vida é uma prisão: a ela, amargos e taciturnos, estamos Resposta: B
amarrados.
Resolução:
A conclusão apresentada na alternativa d é a única correta e 29. (MODELO ENEM) – No verso “Um aeroplano bica a
corresponde aos dois últimos versos da primeira estrofe e aos pedra amorosamente”, há
dois últimos da segunda. a) onomatopeia. b) sinestesia.
Resposta: D c) personificação. d) oxímoro.
e) antítese.
Resolução:
27. (MODELO ENEM) – Na segunda estrofe, o eu lírico Em “Um aeroplano bica a pedra amorosamente”, há proso-
evoca e nega popeia (personificação), pois se atribui qualidade de ser
a) o bucolismo árcade. animado a ser inanimado.
b) o descritivismo realista. Resposta: C
c) as idealizações românticas.
d) a irreverencia modernista.
e) os conflitos da arte barroca.
Resolução: Módulo 17 – Segunda Geração
O eu lírico recusa-se a cantar os temas amorosos, contem-
plativos ou subjetivistas característicos da poesia romântica. Modernista: Jorge de Lima
Resposta: C
Texto para os testes 30 e 31.

O ACENDEDOR DE LAMPIÕES
Módulo 16 – Segunda Geração
Modernista: Murilo Mendes Lá vem o acendedor de lampiões da rua!
Este mesmo que vem infatigavelmente.
Texto para os testes 28 e 29. Parodiar o sol e associar-se à lua.
Quando a sombra da noite enegrece o poente!
BOTAFOGO
Um, dois, três lampiões, acende e continua
Desfilam algas sereias peixes e galeras Outros mais a acender imperturbavelmente,
E legiões de homens desde a pré-história À medida que a noite aos poucos se acentua
Diante do Pão de Açúcar impassível. E a palidez da lua apenas se pressente.
136 –
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Triste ironia atroz que o senso humano irrita: — a) a metáfora, expressa pela analogia entre o ato de esperar e o
Ele que doira a noite e ilumina a cidade. ato de balançar.
Talvez não tenha luz na choupana em que habita. b) a sinestesia, manifestada pela referência à interação dos
sentidos: visão e coração no momento de espera.
Tanta gente também nos outros insinua c) o polissíndeto, caracterizado pela repetição da conjunção
Crenças, religiões, amor, felicidade, coordenativa aditiva e, para conotar a intensidade da crescente
Como este acendedor de lampiões da rua! sensação de ansiedades contraditórias do ato de esperar.
(Jorge de Lima) d) o pleonasmo, marcado pela repetição desnecessária da con-
junção coordenativa sindética aditiva e.
30. (MODELO ENEM) – Assinale a alternativa que resume o e) o paradoxo, expresso pela contradição das ações manifestadas
sentido básico do texto. pelos verbos no gerúndio.
a) O acendedor de lampiões, na verdade, não consegue imitar Resolução:
o sol nem a lua. Nestes versos de Vinícius de Moraes, há polissíndeto, que
b) Há pessoas que carecem dos bens que fornecem aos outros. consiste na repetição da conjunção e (“E o olhar..., e a cabeça...,
c) Não há quem seja capaz de fazer para si aquilo que faz para e o coração..., e os minutos passando e os minutos passando...”).
os outros. Resposta: C
d) As pessoas religiosas são hipócritas.
e) Nem sempre quem pretende fazer bem aos outros consegue
Texto para o teste 33.
realizar seu desejo.
Resolução:
Você, que só faz usufruir
O sentido geral do poema fica bastante claro nos versos “Ele
e tem mulher pra usar ou pra exibir,
que doira a noite e ilumina a cidade / Talvez não tenha luz na
você vai ver um dia
choupana em que habita / Tanta gente também nos outros
em que toca você foi bulir.
insinua // Crenças, religiões, amor, felicidade, / Como este
A mulher foi feita
acendedor de lampiões da rua!
pro amor e pro perdão.
Resposta: B
Cai nessa, não.
Cai nessa, não.
31. (MODELO ENEM) – A contradição a partir da qual se
desenvolve o tema do texto consiste em (Vinícius de Moraes e Toquinho)
a) o acendedor pretender doutrinar as pessoas à sua volta.
b) o acendedor querer escurecer a lua para que ela não se 33. (MACKENZIE-SP – MODELO ENEM) – Assinale a
apresente pálida. alternativa correta, de acordo com o trecho dado.
c) o acendedor talvez não ter iluminação em sua própria a) O homem não se deve iludir, porque a mulher é traiçoeira.
habitação. b) O importante, na relação amorosa, são as aparências.
d) o acendedor desejar iluminar sua própria casa, mas não saber c) Usufruir, no texto, significa “esbanjar dinheiro”.
como fazê-lo. d) A mulher é superior ao homem, porque ama e perdoa.
e) o acendedor não cumprir seu trabalho, porque vive fatigado. e) Não se deve crer que a mulher sabe apenas amar e perdoar.
Resolução: Resolução:
A contradição do poema reside na ideia de que o acendedor de Na composição de Vinícius de Moraes e Toquinho, há uma
lampiões, aquele que garante iluminação aos demais, pode não advertência aos homens que veem a mulher como objeto sexual,
ter iluminação em sua própria casa. bem como àqueles que ainda veem a mulher como ser submisso
Resposta: C e resignado, como uma “Amélia” (Amélia é a mulher submissa
por excelência, cantada numa composição de Mário Lago),
mulher disposta a aceitar e perdoar tudo e qualquer coisa.
Módulo 18 – Segunda Geração Resposta: E
Modernista: Vinícius de Moraes – I
Texto para o teste 32. Módulo 19 – Segunda Geração
E o olhar estaria ansioso esperando
Modernista: Vinícius de Moraes – II
e a cabeça ao sabor da mágoa balançando
Texto para os testes 34 e 35.
e o coração fugindo e o coração voltando
e os minutos passando e os minutos passando...
(Vinícius de Moraes, “O Olhar para trás”) Pomba tonta, bomba atômica
Tristeza, consolação.
32. (FATEC-SP – MODELO ENEM) – A figura de Flor puríssima do urânio
linguagem que predomina nestes versos é Desabrochada no chão

– 137
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Da cor pálida do hélium A conjunção e estabelece entre as orações uma relação de


E odor de rádium fatal a) alternância. b) conclusão. c) exclusão.
Loelia mineral carnívora d) adição. e) oposição.
Radiosa rosa radical Resolução
A conjunção e estabelece relação de oposição, pois equivale a
Nunca mais, oh bomba atômica mas, no entanto, porém etc.
Nunca, em tempo algum, jamais Resposta: E
Seja preciso que mates
Onde houve morte demais
Fique apenas tua imagem Texto para o teste 37.
Aterradora miragem
Sobre as grandes catedrais: ANOITECER
Guarda de uma nova era
Arcanjo insigne da paz! Ao longe do bazar brilham pequenas luzes.
(Vinícius de Moraes) A roda do último carro faz a sua última volta.
Os búfalos entram pela sombra da noite,
34. (VUNESP-SP – MODELO ENEM) – Assinale a alterna- onde se dispersam.
tiva correta sobre a linguagem do poema.
a) A expressão latina Loelia cria obstáculo à comunicabilidade As crianças fecham os olhos sedosos.
do poema. As cabanas são como pessoas muito antigas,
b) O emprego de termos científicos atesta a originalidade da sentadas, pensando.
linguagem poética.
c) A linguagem técnico-científica neutraliza os apelos da Uma pequena música toca no fim do mundo.
emoção poética.
d) Os termos “pomba” e “bomba” sugerem o percurso Uma pequena lua desenha-se no alto céu.
semântico do poema.
e) O assunto demanda o emprego de vocabulário técnico.
Uma pequena brisa cálida
Resolução
flutua sobre a árvore da aldeia
A “pomba tonta” anuncia, no primeiro verso, a desordem na
como o sonho de um pássaro.
Natureza, causada pela eclosão da bomba.
Resposta: D
Oh, eu queria ficar aqui,
pequenina.
35. (VUNESP-SP – MODELO ENEM) – O uso de metáforas (Cecília Meireles)
designativas da bomba, como “flor”, “Loelia”, “rosa”, indica, no
contexto, 37. (MODELO ENEM) – Na caracterização do cenário
a) um ornamento simplesmente poético. apresentado nos versos, predomina
b) um recurso de linguagem inadequado ao discurso poético. a) descrição objetiva com excesso de adjetivos.
c) um paradoxo em relação às consequências da bomba. b) descrição subjetiva com ênfase nas impressões visuais.
d) uma tentativa de minimizar os efeitos da bomba. c) descrição objetiva marcada pelo emprego de figuras de
e) uma ênfase aos traços estilísticos do poeta. linguagem.
Resolução d) descrição subjetiva com emprego de frases nominais.
À imagem delicada da flor — a vida que floresce — se e) argumentação a favor do ambiente rural.
contrapõe o poder destrutivo da bomba — a morte. Resolução
Resposta: C Os versos descrevem uma cena de um anoitecer, e essa
descrição é carregada de subjetivismo, de imagens sugestivas
resultantes da expressão da percepção que o eu lírico tem
Módulo 20 – Segunda Geração daquilo que descreve.
Modernista: Cecília Meireles Resposta: B

36. (MODELO ENEM) – Leia o fragmento do poema “Ou


Isto ou Aquilo”, de Cecília Meireles.

Ou se tem chuva e não se tem sol!


Ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
Ou se põe o anel e não se calça a luva!
138 –
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Módulo 1 – Impressionismo Os exercícios de números 5 e 6 referem-se aos textos I e II, que


são dos mais frequentes em vestibulares. Leia-os atentamente e
A seguir, apresentam-se as principais características responda às questões.
impressionistas encontradas em textos literários:
• Valorização da cor, dos efeitos tonais, para reproduzir a Texto I
“percepção visual do instante”. Portanto, frequência da
sinestesia. O INCÊNDIO
• Pontilhismo ou período em leque: acúmulo de detalhes, sem
realce para nenhum deles. Ex.: “O luar surgiu, as pessoas O incêndio principiara no saguão das bacias.
passavam apressadas, um trem chegava de longe.” Por maior incremento do desastre, ardia também, no pátio,
• Hipálage e emprego de adjetivo-advérbio. Ex.: O convidado uma porção de madeira que ficara nas arquibancadas,
tentou uma garfada tímida. Todos voltaram felizes. “O voo aquecendo as paredes próximas, ressecando o travejamento,
branco das garças.” (Cecília Meireles) favorecendo a propagação do fogo. O susto de tal maneira me
• Valorização do substantivo abstrato que surge de um surpreendera, que eu não tinha exata consciência do momento.
adjetivo. Ex.: “Brancura de luz” em vez de “luz branca”; Esquecia-me a ver os dragões dourados revoando sobre o
“maciez do pelo” em vez de “pelo macio”. Ateneu, as salamandras imensas de fumaça arrancando para a
• Relevo da impressão: vaguidade, imagens ilógicas, que altura, desdobrando contorções monstruosas, mergulhando na
aproximam realidades distantes. Ex.: “Caquinhos de luar sombra com metros acima.
embelezam o mármore.” O jardim era invadido pela multidão: vociferavam
• Parataxe: abandono das conjunções, principalmente as lamentações, clamavam por socorro. Dominando a confusão
subordinativas. Ex.: Não sairei. Vai chover. de vozes, ouvia-se o apito da polícia em alarma, cortante,
• Frequência da prosopopeia. Ex.: “A voz sonolenta das elétrico, e o rebate plangente de um sino, à distância, como o
fontes.” desânimo de um paralítico que quisera vir.
• Frase nominal, expressão sintética, metáfora elíptica. Ex.: O fogo crescia a ímpetos de entusiasmo, como alegrado
Ele olhou-me. Um monstro. dos próprios clarões, desfeiteando a noite com a vergasta das
• Aspecto permansivo (continuidade da ação): gerúndio, labaredas.
imperfeito do indicativo, infinitivo precedido pelo “a”, verbos Sobre o pátio, sobre o jardim, por toda a circunvizinhança
intransitivos ou empregados intransitivamente. choviam fagulhas, contrastando a mansidão da queda com os
Ex.: As aves voando. Ao longe, a música prosseguia. Eram tempestuosos arrojos do incêndio. Por toda a parte caíam
todos a gritar. Cabe-nos rir e perdoar. escórias incineradas, que a atmosfera flagrante repelia para
• Associação concreto/abstrato. Ex.: “Enfiado na poltrona da longe como folhas secas de imensa árvore sacudida.
sua melancolia.” (Fernando Pessoa). “Vamos abrindo um Quando as bombas apareceram, desde muito tinham
matagal de dores.” (Cesário Verde) começado os desabamentos. De instante a instante, um estrondo
• Linguagem expressiva, colorida, sonora, a sugerir mais do prolongado de descarga, às vezes surdo, agitando o solo como
que dizem as palavras. explosões subterrâneas. Às vezes, a um novo alento das chamas,
a coluna ardente desenvolvia-se muito, avistavam-se as árvores
Identifique o procedimento estilístico presente nos períodos terrificadas, imóveis, as mais próximas crestadas pela onda de
abaixo, observando as características do Impressionismo ar tórrido que o incêndio despedia.
apresentadas acima. As alamedas, subitamente esclarecidas, multiplicavam as
caras lívidas, olhando. Na rua, ouvia-se arquejar pressurosa-
1. “Eu tornava ao leito. Esperava. Não dormia mais.” mente uma bomba a vapor; as mangueiras, como intermináveis
serpentes, insinuavam-se pelo chão, colavam-se às paredes,
2. “...pássaro caprichoso, dominando vermelho o vasto desapareciam por uma janela. Nas cimalhas, destacando-se em
retângulo azul que as paredes cortavam no firmamento...” silhueta, sobre as cores
terríveis do incêndio, moviam-se os bombeiros.
3. “Eu, solitário, ia e vinha como os outros, percorrendo o Perdido completamente o lance principal do edifício: sala
pátio, marcando a bocejos os prazos alternados de impaciência de entrada, capela, dormitórios todos da primeira e da segunda
e resignação...” classes. Uma turma de salvação procurava isolar o refeitório e
as salas próximas, entregando-se a um serviço completo de
4. “Era um espetáculo misterioso, vago, obscuro, em que as vandalismo, destruindo a mobília.
figuras visíveis se faziam impalpáveis, o dobrado ficava único, Para o terraço lateral, onde conservava-se Aristarco,
o único desdobrado, uma fusão, uma confusão, uma difusão...” impassível sob a chuva chamuscante das fagulhas, chegavam
– 139
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continuamente os destroços miserandos da salvação: armários E logo em seguida apontaram carros à desfilada, e um
despedaçados, aparelhos, quadros de ensino inutilizados, mil bando de demônios de blusa clara armados uns de archotes e
fragmentos irreconhecíveis de pedagogia sapecada. outros de escadinhas de ferro, apoderaram-se do sinistro,
A frente do Ateneu apresentava o aspecto mais terrível. De dominando-o incontinenti, como uma expedição mágica, sem
vários pontos do telhado, semelhando colunas torcidas, uma palavra, sem hesitações e sem atropelos. A um só tempo
espiralavam grossas erupções de fumo; às janelas superiores o viram-se fartas mangas de água chicoteando o fogo por todos
fumo irrompia também, por braços imensos, que pareciam os lados; enquanto, sem se saber como, homens, mais ágeis que
suster a mole incalculável de vapores no alto. Com a falta de macacos, escalavam os telhados abrasados por escadas que
vento, as nuvens, acumuladas e comprimidas, pareciam mal se distinguiam; e outros invadiam o coração vermelho do
consolidar-se em pavorosos rochedos inquietos, às janelas do incêndio, a dardejar duchas em torno de si, rodando, saltando,
primeiro andar as chamas apareciam, tisnando os umbrais; piruetando, até estrangularem as chamas que se atiravam
enegrecendo as vergas. ferozes para cima deles como dentro de um inferno; ao passo
Tratadas a fogo, as vidraças estalavam. Distinguia-se na que outros cá de fora, imperturbáveis, com uma limpeza de
tempestade de rumores o barulho cristalino dos vidros na pedra máquina moderna, fuzilavam de água toda a estalagem, número
das sacadas, como brindes perdidos da saturnal da devastação. por número, resolvidos a não deixar uma só telha enxuta.
Nos lugares ainda não alcançados, bombeiros e outros O povo aplaudia-os entusiasmado, já esquecido do desastre
dedicados arremessavam para fora camas de ferro, trastes e só atenção para aquele duelo contra o incêndio. Quando um
diversos, veladores que vinham espatifar-se no jardim, com um bombeiro, de cima do telhado, conseguiu sufocar uma ninhada
fracasso de esmagamento. de labaredas, que surgia defronte dele, rebentou cá debaixo
(Raul Pompeia, O Ateneu) uma roda de palmas, e o herói voltou-se para a multidão,
sorrindo e agradecendo.
Algumas mulheres atiravam-lhe beijos, entre brados de
Texto II ovação.
(Aluísio Azevedo, O Cortiço)
INCÊNDIO!
Compare os textos e depois, em cada grupo de afirmações
Os sinos da vizinhança começaram a badalar. abaixo, assinale a única inadequada.
E tudo era clamor.
A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma 5.
fornalha acesa. Estava horrível; nunca fora tão bruxa. O seu a) Entre os textos se estabelece uma relação de identidade
moreno trigueiro, de cabocla velha, reluzia que nem metal em quanto ao tema.
brasa; a sua crina preta, desgrenhada, escorrida e abundante b) O texto I apresenta uma descrição em que se verificam mais
como as das águas selvagens, dava-lhe um caráter fantástico de elementos de caráter subjetivo.
fúria saída do inferno. E ela ria-se, ébria de satisfação, sem c) O texto II apresenta uma descrição acentuadamente objetiva.
sentir as queimaduras e as feridas, vitoriosa no meio daquela d) Nos dois textos há a mesma visão da realidade.
orgia de fogo, com que ultimamente vivia a sonhar em segredo e) Os dois textos expressam aspectos significativos em relação
a sua alma extravagante de maluca. aos momentos literários a que estão ligados.
Ia atirar-se cá fora, quando se ouviu estalar o madeiramento
da casa incendiada, que abateu rapidamente, sepultando a 6.
louca num montão de brasas. a) O texto I é narrado em primeira pessoa.
Os sinos continuavam a badalar aflitos. Surgiam aguadeiros b) O texto II é narrado em terceira pessoa.
com as suas pipas em carroça, alvoroçados, fazendo cada qual c) O ponto de vista da narrativa, no texto I, é próprio do
maior empenho em chegar antes dos outros e apanhar os dez narrador-personagem, que transmite suas sensações sobre a
mil réis da gratificação. A polícia defendia a passagem ao povo cena.
que queria entrar. A rua lá fora estava já atravancada com o d) No texto II, o narrador é onisciente.
despojo de quase toda a estalagem. E as labaredas iam e) O narrador, nos dois textos, analisa e interpreta objetiva-
galopando desembestadas para a direita e para a esquerda do mente a ocorrência.
número 88. Um papagaio, esquecido à parede de uma das
casinhas e preso à gaiola, gritava furioso, como se pedisse Módulos 2 e 3 – Pré-Modernismo
socorro.
Dentro de meia hora o cortiço tinha de ficar em cinzas. Mas 1. Assinale as afirmações incorretas sobre o Pré-Modernismo
um fragor de repiques de campainhas e estridente silvar de e os autores desse período literário.
válvulas encheu de súbito todo o quarteirão, anunciando que I. É uma época de sincretismo de tendências, não consti-
chegava o corpo de bombeiros. tuindo propriamente um estilo literário.

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II. Há elementos realistas, naturalistas, simbolistas e impres- 3. Extraia do texto exemplos de linguagem precisa (técnica)
sionistas, antecipando em alguns aspectos a modernidade. e de linguagem poética (metafórica).
III. Os pré-modernistas antecipam o Modernismo pela
abordagem da realidade nacional, pela inclusão do regio- 4. A obra reúne uma série de artigos, iniciados com “Velha
nalismo crítico e pelo combate às instituições arcaicas da Praga”, publicados em O Estado de S.Paulo em 14/11/1914.
República Velha. Nesses artigos, o autor insurge-se contra o extermínio das matas
IV. Quanto ao estilo, é convencional, pouco acrescentando em
da Mantiqueira pela ação nefasta das queimadas — retrógrada
termos de inovações às correntes do fim do século XIX.
prática agrícola perpetrada pela ignorância dos caboclos –, analisa
V. Inicia-se em 1902, com a publicação de Os Sertões, de
o primitivismo da vida dos caipiras do Vale do Paraíba e critica a
Euclides da Cunha, e Canaã, de Graça Aranha, indo até a
literatura romântica que cantou liricamente esses marginais da
Semana de 1922.
civilização. Trata-se da obra:
VI. Lima Barreto traz o subúrbio do Rio de Janeiro e a vida dos
a) Contrastes e Confrontos (Euclides da Cunha).
pingentes; Euclides da Cunha focaliza a miséria do sertão
b) Urupês (Monteiro Lobato).
da Bahia; Monteiro Lobato traz a problemática rural e o
c) Ideias de Jeca Tatu (Monteiro Lobato).
falar típico do caipira do Vale do Paraíba paulista.
d) À Margem da História (Euclides da Cunha).
VII. Graça Aranha, apesar de ter participado da Semana de Arte
e) Negrinha (Monteiro Lobato).
Moderna, tendo pronunciado a conferência de abertura A
Emoção Estética da Arte Moderna (15/2/1922), não pode
ser considerado, estilisticamente, um autor modernista. 5. Assinale a alternativa falsa sobre Monteiro Lobato.
a) Traz a paisagem do Vale do Paraíba paulista, denunciando a
As questões 2 e 3 referem-se ao texto abaixo: devastação da natureza pela prática agrícola da queimada.
b) Explora os aspectos visíveis do ser humano; seus contos têm
Então, a travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva quase sempre finais trágicos e deprimentes.
que a de uma estepe nua. c) Vale-se das tradições orais do caipira, personificado pelo Jeca
Nesta, ao menos, o viajante tem o desafogo de um horizonte Tatu, valendo-se do coloquialismo do “contador de casos”.
largo e a perspectiva das planuras francas. d) Há em suas obras influências de Eça de Queirós e Aluísio
Ao passo que a caatinga o afoga; abrevia-lhe o olhar; Azevedo.
agride-o e estonteia-o; enlaça-o na trama espinescente [que e) Nos romances Urupês e Cidades Mortas aborda a
apresenta pequenos espinhos] e não o atrai; repulsa-o com as decadência da agricultura no Vale do Paraíba, após o “ciclo”
folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalados em do café.
lanças; e desdobra-lhe na frente léguas e léguas, imutável no
aspecto desolado: árvores sem folhas, de galhos estorcidos e 6. (MACKENZIE-SP) – “Às vezes se dá ao luxo de um
secos, revoltos, entrecruzados, apontando rijamente no espaço banquinho de três pernas — para os hóspedes. Três pernas
ou estirando-se flexuosos pelo solo, lembrando um bracejar permitem o equilíbrio, inútil, portanto, meter a quarta, que ainda
imenso, de tortura, de flora agonizante... o obrigaria a nivelar o chão. Para que assentos, se a natureza os
Embora esta não tenha as espécies reduzidas dos desertos dotou de sólidos, rachados calcanhares sobre os quais se
— mimosas tolhiças ou eufórbias ásperas sobre o tapete das sentam?”
gramíneas murchas — e se afigure farta de vegetais distintos,
as suas árvores, vistas em conjunto, semelham uma só família O trecho acima é claramente representativo da obra de:
de poucos gêneros, quase reduzida a uma espécie invariável,
a) Lima Barreto.
divergindo apenas no tamanho, tendo todas a mesma
b) Augusto dos Anjos.
conformação, a mesma aparência de vegetais morrendo, quase
c) Euclides da Cunha.
sem troncos, em esgalhos logo ao irromper do chão. É que por
d) Aluísio Azevedo.
um efeito explicável de adaptação às condições estreitas do
e) Monteiro Lobato.
meio ingrato, evolvendo [evoluindo] penosamente em círculos
estreitos, aquelas mesmo que tanto se diversificam nas matas ali
se talham por um molde único. Transmudam-se, e em lenta Texto para os testes 7 e 8.
metamorfose vão tecendo para limitadíssimo número de tipos
caracterizados pelos atributos dos que possuem maior O MARTÍRIO DO ARTISTA
capacidade de resistência.
(Euclides da Cunha, Os Sertões) Arte ingrata! E conquanto, em desalento,
A órbita elipsoidal dos olhos lhe arda,
2. Apresente características do Pré-Modernismo presentes no Busca exteriorizar o pensamento
texto. Que em suas fronetais células guarda!

– 141
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Tarda-lhe a Ideia! A inspiração lhe tarda! Como os velhos Templários medievais


E ei-lo a tremer, rasga o papel, violento, Entrei um dia nessas catedrais
Como o soldado que rasgou a farda E nesses templos claros e risonhos...
No desespero do último momento!
E erguendo os gládios e brandindo as hastas,
Tenta chorar e os olhos sente enxutos!... No desespero dos iconoclastas,
É como o paralítico que, à míngua Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!
Da própria voz e na que ardente o lavra (Augusto dos Anjos, Eu. 30.a ed. Rio de Janeiro,
Livraria São José, 1963. p. 145.)
Febre de em vão falar, com os dedos brutos
Para falar, puxa e repuxa a língua.
9. (ITA-SP) – Com relação às duas estrofes iniciais, pode-se
E não lhe vem à boca uma palavra!
afirmar que nelas há, respectivamente, a ideia de:
(Augusto dos Anjos)
a) saudosismo e brilho.
b) plasticidade e musicalidade.
7. Augusto dos Anjos é autor de um único livro, Eu, editado
pela primeira vez em 1912. Outros poemas acrescentaram-se c) otimismo e suntuosidade.
às edições posteriores. Considerando a produção literária d) antiguidade e claridade.
desse poeta, é correto dizer que: e) exaltação e riqueza.
a) foi recebida sem restrições no meio literário de sua época,
alcançando destaque na história das formas literárias
brasileiras. 10. (ITA-SP) – Dadas as afirmações:
b) revela uma militância político-ideológica que o coloca entre I. Já na estrofe inicial, as imagens visuais e auditivas
os principais poetas brasileiros de veio socialista. antecipam-nos, de forma plástica e viva, a desilusão e o
c) foi elogiada pela crítica de sua época, entretanto não desencanto final do eu poemático.
representou um sucesso de público. II. Opera-se, no primeiro terceto, além de retomada das
d) traduz a sua subjetividade pessimista em relação ao homem ideias básicas dos quartetos, uma mudança de ordem
e ao cosmos, por meio de um vocabulário técnico-científico- temporal a partir da qual se inicia o processo de
poético. dissolução e destruição do eu poemático.
e) anuncia o Parnasianismo, em virtude de suas inovações III. Ao longo do poema, ocorre um processo gradativo de
técnico-científicas e de sua temática psicanalítica. rebeldia devassadora, cujo início, prosseguimento e
clímax correspondem, respectivamente, às formas verbais
8. A leitura do poema revela a expansão de um “tema”,
de presente, gerúndio e pretérito.
designado, no título, por “O Martírio do Artista”.
De acordo com o texto:
Esse tema é:
a) todas estão corretas.
a) a falta de inspiração.
b) todas estão incorretas.
b) o desânimo.
c) a difícil arte da escrita. c) apenas a I está correta.
d) a debilidade física do poeta. d) apenas a II está correta.
e) a violência. e) apenas a III está correta.

Antes de responder aos dois testes seguintes, leia com atenção Módulos 4 e 5 – Vanguardas Europeias e
o texto a seguir:
Literatura: Cubismo e Futurismo
VANDALISMO
Texto para as questões 1 e 2.
Meu coração tem catedrais imensas,
Templos de priscas e longínquas datas, No futuro, quando o século XX estiver arquivado nos livros
Onde um nume de amor, em serenatas, de história, o espanhol Pablo Picasso (1881-1973) será
Canta a aleluia virginal das crenças. lembrado como o maior artista da época. Violenta, pungente e
arrebatadora, sua obra só encontra rivais no renascimento
Na ogiva fúlgida e nas colunatas italiano. E sua grande invenção, o cubismo, é o sinônimo mais
Vertem lustrais irradiações intensas bem acabado de arte moderna. (...).
Cintilações de lâmpadas suspensas (Ângela Pimenta, “A Guerra por Picasso”,
E as ametistas e os florões e as pratas. Veja, 28 de julho de 1999.)
142 –
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E eis que agora eu sei o nome das montanhas que rodeiam


[essa baía maravilhosa
O Gigante deitado
A Gávea
O Bico de Papagaio
O Corcovado
O Pão de Açúcar que os companheiros de Jean de Léry
[chamavam de Pote de Manteiga
E as estranhas agulhas da Serra dos Órgãos
Bom dia Vocês
(Blaise Cendrars)

2. Quais aspectos da arte cubista estão presentes no poema?

Textos para os testes 3 e 4.

“Dadá significa, em romeno, sim, sim (certamente), em


francês, cavalinho. Para os alemães é um sinal de ingenuidade,
uma associação de ideia com um carrinho para crianças”. Para
Tzara, Dadá significa nada, nada, ou seja, Dadá não significa
Pablo Picasso, As Senhoritas D’Avignon, 1907. nada. Diante de tais declarações, a obra dadaísta passa a ser
improvisação, desordem, dúvida, predomínio da percepção e
1. (UFAM-AM – adaptada) – A partir do texto de Ângela oposição a qualquer tipo de equilíbrio.
Pimenta, da pintura de Pablo Picasso e de seus conhecimentos
literários, analise as proposições seguintes. No seu último manifesto, Tzara prescreve uma receita para fazer
I. Uma das transformações mais radicais na arte ocidental do um poema dadaísta:
século XX teve como paradigma o quadro As Senhoritas
Pegue um jornal.
D’Avignon (1907). Nessa obra, Pablo Picasso “geometrizou”
Pegue a tesoura.
as figuras e compôs algumas fisionomias tendo por modelo
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a
máscaras africanas.
[seu poema.
II. As mulheres representadas na pintura apresentam sensua-
Recorte o artigo.
lidade e erotismo, traços também presentes nas figuras Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam
femininas das cantigas de amor, na poesia clássica [esse artigo e meta-as num saco.
renascentista e na prosa romântica de José de Alencar. Agite suavemente.
III. A partir do movimento cubista, há uma grande preocupação Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
com a inter-relação das linguagens artísticas, o que acabou Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas
propiciando o surgimento de um diálogo entre as diferentes [do saco.
formas de representação da obra de arte. Os artistas O poema se parecerá com você.
começaram a desenvolver novas técnicas, como a da E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade
colagem, inspirados na estética africana e, também, na [graciosa, ainda que incompreendido do público.
estética indígena americana.
3. Há, no texto-receita de Tzara,
Está correto o que se afirma em a) vínculo com a figura do gênio romântico, original e
a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas. incompreendido.
d) I e II, apenas. e) I e III, apenas. b) dessacralização da poesia e da figura do poeta.
c) preocupação com a linguagem poética, que deve ser seletiva.
d) engajamento social, pois a poesia deve ser acessível a todos.
Texto para a questão 2. e) defesa da assimilação, na poesia, de temas saídos do
cotidiano.
Uma luz deslumbrante inunda a atmosfera
Uma luz tão colorida e tão fluida que os objetos toca 4. Assinale a alternativa que apresenta um termo que não se
Os rochedos cor-de-rosa associa ao Dadaísmo.
O farol branco que os domina a) Irreverência. b) Improvisação. c) Tradição.
As cores do semáforo parecem liquefeitas d) Ironia. e) Humor.
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Módulo 6 – Vanguardas Europeias e Telespectador — Pois é, essa daí... (...) Gostei muito...
Cheio de dramaticidade, muita verdade também...
Literatura: Expressionismo e Surrealismo (Gianfrancesco Guarnieri)

A partir do que se declara nos trechos a seguir, preencha II. Quando foi ali pela hora antes da madrugada a boiuna Ca-
corretamente as lacunas. pei chegou no céu.
(Mário de Andrade)
1. Movimento de vanguarda na Alemanha, caracteriza, em III. Mas o bom negro e o bom branco
sentido amplo, a arte criada sob o impacto da expressão, mas Da Nação Brasileira
da expressão da vida interior, das imagens que vêm do fundo Dizem todos os dias
do ser e se manifestam pateticamente. O mundo interior é (...)
obscuro e alógico, portanto assim também devia ser a expressão. Me dá um cigarro.
Trata-se do ____________________ . (Oswald de Andrade)
IV. Ia saindo pra campear a pedra porém os manos não deixa-
2. Movimento artístico identificado com as novidades ram. Não durou muito a cabeça chegou. Juque! bateu.
promissoras da técnica e do progresso. Reagindo contra a – Que há?
tradição, seus seguidores exaltavam a velocidade e a – Abra a porta pra mim entrar.
mecanização. Por meio de pontuação, sintaxe, forma e (Mário de Andrade)
significados novos, seus poetas tentavam flagrar o movimento
V. Não quero mais o amor,
e a simultaneidade dos objetos. Esse movimento denominou-se Nem mais quero cantar a minha terra.
_________________. Me perco neste mundo.
(Augusto Frederico Schmidt)
3. Automatismo psíquico pelo qual alguém se propõe a
exprimir, seja oralmente, seja por escrito, seja de qualquer outra O erro gramatical pode constituir, num texto literário, um
maneira, o funcionamento real do pensamento, ausente qualquer recurso expressivo para construir determinados efeitos, que
controle exercido pela razão. No âmbito da literatura, essa forma estão na intenção do autor. Os excertos desses autores
de composição recebeu o nome escrita automática e foi apresentam esse recurso de persuasão. As “transgressões
proposta por integrantes do movimento artístico de vanguarda gramaticais” de mesma natureza estão nos excertos:
conhecido como ________________________. a) I e III – concordância nominal.
b) II e IV – uso do pronome oblíquo.
4. (ITA-SP – MODIFICADO) – “Não há temas poéticos. c) III e V – colocação do pronome oblíquo.
Não há épocas poéticas. O que realmente existe é o d) III e IV – concordância verbal.
subconsciente enviando à inteligência telegramas e mais e) I e II – regência verbal.
telegramas. (...) A inspiração parece um telegrama cifrado, que
a atividade inconsciente envia à atividade consciente, que o 2. (PUCCamp-SP) – Assinale a alternativa em que se
traduz.” encontram preocupações estéticas da Primeira Geração
Modernista.
Este trecho, de importante ensaio de ___________________, a) “Não entrem no verso culto o calão e o solecismo, a sintaxe
revela nítida semelhança com as propostas de um dos movi truncada, o metro cambaio, a indigência das imagens e do
mentos de vanguarda europeu, ________________. vocabulário, a vulgaridade do pensar e do dizer.”
a) Oswald de Andrade – o Futurismo. b) “Vestir a Ideia de uma forma sensível que, entretanto, não
b) Monteiro Lobato – o Cubismo. terá seu fim em si mesma, mas que, servindo para exprimir
c) Haroldo de Campos – o Concretismo. a Ideia, dela se tornaria submissa.”
d) Mário de Andrade – o Surrealismo. c) “Minhas reivindicações? Liberdade. Uso dela; não abuso.”
e) Tommaso Marinetti – o Futurismo. “E não quero discípulos. Em arte: escola = imbecilidade de
muitos para vaidade dum só.”
d) “Na exaustão causada pelo sentimentalismo, a alma ainda
Módulo 7 – A Semana de Arte Moderna trêmula e ressoante da febre do sangue, a alma que ama e
canta por que sua vida é amor e canto, o que pode senão fazer
1. (MACKENZIE-SP) o poema dos amores da vida real?”
I. Telespectador – Pois não... Senhor Castro Alves, eu conhe- e) “O poeta deve ter duas qualidades: engenho e juízo; aquele,
cia o senhor muito de nome (...) e a ... como é... a... a... subordinado à imaginação, este, seu guia, muito mais
“Canção da África”... importante, decorrente da reflexão. Daí não haver beleza sem
Jornalista — “Vozes d’África”. obediência à razão, que aponta o objetivo da arte: a verdade.”

144 –
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Texto para o teste 3. A alternativa que contém a sequência correta, de cima para
baixo, é:
I II
a) V F F V F. b) F V V F V. c) F F F V V.
Pedro apenas trabalhou. A cidade progredia
d) V V V F F. e) F V F F V.
Ganhou mais, foi subindinho, Em roda de minha casa
Um pão de terra comprou. Que os anos não trazem mais Texto para o teste 5.
Um pão apenas, três quartos
E cozinha num subúrbio Debaixo da bananeira RELÓGIO
Que tudo dificultou. Sem nenhum laranjais
As coisas são
As coisas vêm
3. (PUCCamp-SP) – Tanto no texto I, de Mário de Andrade,
As coisas vão
quanto no texto II, de Oswald de Andrade, encontram-se
As coisas
exemplos de uma das propostas dos modernistas de 1922.
Vão e vêm
Assinale a alternativa em que essa proposta se explicita.
Não em vão
a) “Os nossos poetas de hoje, possuindo um sentimento igual,
As horas
e às vezes superior, ao dos poetas antigos, sobre eles excelem
Vão e vêm
pelo cuidado que dão à pureza da linguagem e pela
Não em vão
habilidade com que variam e aperfeiçoam a métrica.”
(Oswald de Andrade)
b) “A língua sem arcaísmos. Sem erudição. Natural e neológica.
A contribuição milionária de todos os erros.”
5. (VUNESP/UNOPAR-SP) – Assinale a alternativa que
c) “Os tempos que vivemos são outros, tempos de técnica e
analisa corretamente as características modernistas presentes no
comunicação maciça, tempos em que outra é a percepção da
poema.
realidade (...); logo, tempos em que já não faria sentido o uso
a) Interesse pelo homem brasileiro e seus problemas sociais;
da unidade versolinear nem o da frase.”
poesia sintética e equilibrada; linguagem simples e direta;
d) “A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o
ironia e tom sarcástico.
êxtase, o sono. Nós queremos exaltar o movimento agres-
b) Ausência de imagens complicadas e inversões; abolição da
sivo, a insônia febril, o passo de corrida, o salto mortal, o
rima e da métrica; aproveitamento de imagem retirada do
bofetão e o soco.”
cotidiano; linguagem condicionada aos fenômenos do
e) “O filho dos trópicos deve escrever numa linguagem
inconsciente e do subconsciente.
propriamente sua, lânguida como ele, quente como o sol que
c) Organização da mensagem por meio dos significantes
a abrasa, grande e misteriosa como as suas matas seculares.”
sonoros; aproveitamento de imagem retirada do cotidiano;
linguagem simples e direta; liberdade de construção poética;
Texto para o teste 4.
humor; ausência de pontuação.
MAÇÃ d) Ausência de pontuação; ironia; tema do cotidiano; uso
constante de maiúsculas; neologismos; superposição de
Por um lado te vejo como um seio murcho imagens.
Pelo outro como um ventre de cujo umbigo pende ainda o e) Poesia sintética, equilibrada e que causa surpresa pela
[cordão placentário escolha do tema; ausência de pontuação, rima e métrica;
És vermelha como o amor divino humor; linguagem condicionada aos fenômenos do
Dentro de ti em pequenas pevides inconsciente e do sub consciente.
Palpita a vida prodigiosa
Infinitamente Módulo 8 – Primeira Geração Modernista:
E quedas tão simples
Ao lado de um talher
Mário de Andrade – I
Num quarto pobre de hotel.
1. (FATEC-SP) – A respeito de Mário de Andrade, é correto
(Manuel Bandeira)
afirmar que
4. (UESB) – Indique com V as características modernistas a) foi um dos principais representantes da primeira fase do
presentes no texto e com F, as demais. Modernismo, conhecida como “fase heroica”, nos anos 40,
mas sua produção supera essas primeiras tendências que
( ) Lirismo introspectivo. atacam o academicismo.
( ) Valorização poética do cotidiano. b) uma de suas mais marcantes preocupações estilísticas consis-
( ) Prosaísmo. tiu em transpor, para o literário, o ritmo, o léxico e a sintaxe
( ) Tom crítico-irônico. coloquiais, o que é possível observar em obras como Os
( ) Liberdade formal. Contos de Belazarte e Macunaíma, por exemplo.
– 145
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c) sua obra, marcadamente poética, apresenta também crônicas, EU SOU TREZENTOS


como se observa em Flor Nacional, mas ressente-se da (Mário de Andrade)
ausência de uma produção contística.
Eu sou trezentos, sou trezentos e cinquenta,
d) Macunaíma — o herói sem nenhum caráter é a sua obra mais
As sensações renascem de si mesmas sem repouso,
conhecida e nela se evidencia uma temática que não reaparece
Ôh* espelhos, Ôh! Pireneus! Oh caiçaras!
no conjunto de sua produção: a busca da identidade nacional.
Si* um deus morrer, irei no Piauí buscar outro!
e) de Pauliceia Desvairada a Amar, Verbo lntransitivo, suas
(...)
obras poéticas consideradas maduras, é possível localizar
(Mário de Andrade, “Remate de Males”,
uma preocupação temática que se mantém: o poeta que
in Poesia completa. São Paulo, Círculo do Livro, 1986, p.
afirma seu despedaçamento, como se verifica em seus versos
165.)
“eu sou trezentos, sou trezentos e cinquenta, / Mas um dia
afinal eu toparei comigo...”. * Peculiaridades ortográficas do autor, respeitadas na edição de suas
obras.

Texto para as questões 2 e 3. Com relação a Mário de Andrade, autor do poema cujo
fragmento se lê acima, pode-se afirmar que
PAISAGEM n.o 1 (01) exclamando “Eu sou trezentos, sou trezentos e cinquenta”,
o poeta expressa, de maneira simbólica, a diversidade de
Minha Londres das neblinas finas! suas tendências, bem como sua múltipla atuação na vida e
Pleno verão. Os dez milhões de rosas paulistanas. na história cultural brasileira.
Há neve e perfume no ar. (02) a sua produção literária, marcada pelo inconformismo e
Faz frio, muito frio... pelo protesto, tem um dos momentos mais altos na peça
E a ironia das pernas das costureirinhas teatral O Rei da Vela, encenada pela primeira vez vários
parecidas com bailarinas... anos após a morte do autor.
O vento é como uma navalha (04) no campo das artes propriamente ditas, dividiu sua atenção
nas mãos dum espanhol. Arlequinal!... de pesquisador entre a literatura e a música.
Há duas horas queimou sol (08) foi um grande defensor do purismo da Língua Portuguesa,
Daqui a duas horas queima sol. continuador da tradição conservadora dos poetas parna-
Passa um São Bobo, cantando, sob os plátanos, sianos.
um tralalá... A guarda-cívica! Prisão! (16) sua familiaridade com o folclore nacional transparece no
Necessidade a prisão verso 4 da estrofe transcrita, que alude a uma conhecida
para que haja civilização? cantiga popular.
Meu coração sente-se muito triste... (32) enquanto escritor, produziu, no campo da narrativa, contos
Enquanto o cinzento das ruas arrepiadas e romances.
dialoga um lamento com o vento...
Módulo 9 – Primeira Geração Modernista:
Meu coração sente-se muito alegre!
Este friozinho arrebitado
Mário de Andrade – II
dá uma vontade de sorrir!
1. Sobre a personagem Macunaíma, todas as alternativas
E sigo. E vou sentindo
seguintes são corretas, menos uma. Assinale-a.
a inquieta alacridade da invernia,
a) O herói nasce no silêncio e nele se mantém até os seis anos.
como um gosto de lágrimas na boca...
b) Sua fisionomia pueril combina com o espírito constan-
(Mário de Andrade)
temente infantil e suas atitudes brincalhonas.
c) “Ai! que preguiça” é o constante desabafo do herói.
2. Aponte as características modernistas mais expressivas no
d) A personagem vale-se da malícia e da preguiça para escapar
poema de Mário de Andrade.
do trabalho, em diversas ocasiões.
e) O silêncio de Macunaíma decorre de seu caráter revoltado e
introvertido.
3. Aponte, no texto, um exemplo de onomatopeia, aliteração
e sinestesia.
2. (UFC-CE) – Macunaíma é um “herói sem nenhum
caráter”, porque
a) vive sonhando com riqueza fácil e, para obtê-la, lança mão
4. (UFG-GO) – Leia o seguinte texto antes de responder ao
de qualquer recurso.
que se pede.
b) não é um ser confiável.
146 –
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c) ainda não encontrou sua própria definição, sua identidade. Não permita Deus que eu morra
d) é, acima de tudo, um grande preguiçoso. Sem que volte pra São Paulo
e) não tem firmeza de personalidade, nem segurança em suas Sem que veja a Rua 15
decisões. E o progresso de São Paulo
(Oswald de Andrade)
3. (UFC-CE) – Macunaíma é uma obra plural, compósita, na
medida em que CANÇÃO DO EXÍLIO
a) obedece às características circulares e fechadas do romance
psicológico.
Minha terra tem palmeiras,
b) como toda obra tradicional, observa a linearidade da
Onde canta o Sabiá;
narrativa: cada episódio é narrado segundo a ordem
cronológica. As aves, que aqui gorjeiam,
c) aproxima técnicas românticas das modernas na estruturação Não gorjeiam como lá.
do romance como um todo.
d) no corpo da narrativa, dá um tratamento único para cada Nosso céu tem mais estrelas,
personagem apresentada. Nossas várzeas têm mais flores
e) tal como numa rapsódia, trata de vários temas ao mesmo Nossos bosques têm mais vida,
tempo, entrelaçando-os numa rede múltipla de cores e sons Nossa vida mais amores.
os mais diversos.
Em cismar, sozinho, à noite,
4. (UFC-CE) – A respeito do livro Macunaíma, é correto Mais prazer encontro eu lá;
afirmar que Minha terra tem palmeiras,
a) a história se passa predominantemente na capital paulista, Onde canta o Sabiá.
daí a razão de o livro poder ser considerado uma crônica do
cotidiano paulistano.
Minha terra tem primores,
b) o episódio de base da narrativa consiste na perda e
Que tais não encontro eu cá;
reconquista da muiraquitã.
Em cismar — sozinho, à noite —
c) o livro é uma sátira do Brasil por meio da reconstituição fiel
de fatos históricos retidos na memória do autor. Mais prazer encontro eu lá;
d) a obra faz uma leitura do Brasil sob a óptica do colonizador. Minha terra tem palmeiras,
e) o processo de criação do livro não apresenta vínculo com Onde canta o Sabiá.
nenhuma outra obra anteriormente escrita.
Não permita Deus que eu morra,
Módulo 10 – Primeira Geração Modernista: Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Oswald de Andrade – I Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Os testes de 1 a 4 foram formuladas com base nos textos a
seguir. Onde canta o Sabiá.
(Gonçalves Dias)
CANTO DO REGRESSO À PÁTRIA
1. Na primeira estrofe do poema, Oswald de Andrade retoma
Minha terra tem palmares da “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias, a oposição
Onde gorjeia o mar a) palmeiras-mar. b) terra-passarinhos.
Os passarinhos daqui c) cá-lá. d) canto-gorjeio.
Não cantam como os de lá e) terra-mar.

Minha terra tem mais rosas


E quase que mais amores 2. Ainda na primeira estrofe, o poema de Oswald de Andrade
Minha terra tem mais ouro apresenta uma quebra de expectativa em relação ao de
Minha terra tem mais terra Gonçalves Dias pelos termos
a) cá-lá. b) canto-gorjeio.
Ouro terra amor e rosas
c) palmares-mar. d) terra-palmares.
Eu quero tudo de lá
e) gorjeio-não cantam.
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá

– 147
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3. Pode-se observar um afastamento crítico algo brincalhão objeto que a ele pertenceu”), mas profano (“coisa preciosa e
relativamente ao conjunto de imagens do poema de Gonçalves mais ou menos antiga, à qual se dedica grande estima”),
Dias na relação entre responda: qual é a ironia do poema?
a) canto-gorjeio. b) gorjeio-mar.
c) canto-passarinho. d) terra-palmares. Textos para as questões de 3 a 5.
e) cá-lá.
Texto I
4. Relacionando os dois poemas, verificamos que o caráter
crítico-irônico do poema de Oswald de Andrade apoia-se predo- ERRO DE PORTUGUÊS
minantemente na
a) manutenção da rima gonçalvina. Quando o português chegou
b) ruptura lexical. Debaixo duma bruta chuva
c) recuperação da emotividade da linguagem gonçalvina. Vestiu o índio
d) escolha rímica e lexical diversa da gonçalvina. Que pena!
e) substituição de exílio por regresso. Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português
Módulo 11 – Primeira Geração Modernista: (Oswald de Andrade, in Poesias Reunidas)
Oswald de Andrade – II
Texto II
Texto para o teste 1.
(...)
Nunca fomos catequizados. Fizemos foi carnaval. O índio
SENHOR FEUDAL
vestido de Senador do Império (...). Ou figurando nas óperas de
Alencar cheio de bons sentimentos.
Se Pedro Segundo
(...)
Vier aqui
Contra o índio de tocheiro. O índio filho de Maria (...)
Com história
(...)
Eu boto ele na cadeia.
Contra Anchieta cantando as onze mil virgens do céu (...
(Oswald de Andrade)
(Oswald de Andrade, in Manifesto Antropófago)
1. (UNIFESP-SP) – O título do poema de Oswald remete o
(UNICAMP-SP) – Levando em conta a leitura do poema “Erro
leitor à Idade Média. Nele, assim como nas cantigas de amor, a
de Português” (Texto I) e dos fragmentos do Manifesto
ideia de poder retoma o conceito de
Antropófago (Texto II), responda às questões abaixo:
a) fé religiosa.
b) relação de vassalagem.
3. O que exprime o quarto verso do poema?
c) idealização do amor.
d) saudade de um ente distante.
4. Que relação os três últimos versos estabelecem com os três
e) igualdade entre as pessoas.
primeiros?
Texto para a questão 2.
5. Que relação o poema, como um todo, estabelece com as
ideias presentes nos fragmentos do Manifesto?
RELICÁRIO

No baile da Corte Módulo 12 – Primeira Geração Modernista:


Foi o Conde d’Eu quem disse Manuel Bandeira – I
Pra Dona Benvinda
Que farinha de Suruí As questões de números 1 a 3 baseiam-se nos seguintes poemas:
Pinga de Parati
Fumo de Baependi HORAS MORTAS
É comê bebê pitá e caí.
Breve momento, após comprido dia
2. Levando em conta que relicário significa “lugar ou De incômodos, de penas, de cansaço,
recipiente próprio para guardar relíquias” e que relíquia, aqui, Inda o corpo a sentir quebrado e lasso,
não tem sentido religioso (“parte do corpo de um santo ou Posso a ti me entregar, doce poesia.
148 –
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Desta janela aberta à luz tardia 2. (VUNESP-SP) – Devido ao grande predomínio de palavras
Do luar em cheio a clarear no espaço, paroxítonas na língua portuguesa, os vocábulos proparoxítonos
Vejo-te vir, ouço-te o leve passo (ou esdrúxulos), por serem relativamente poucos, costumam
Na transparência azul da noite fria. soar como “raros”, “esquisitos”, “extravagantes”. Comente a
passagem
Chegas. O ósculo teu me vivifica.
Mas é tão tarde! Rápido flutuas, Estou farto do lirismo namorador
Tornando logo à etérea imensidade; Político
Raquítico
E na mesa a que escrevo, apenas fica Sifilítico
Sobre o papel — rastro das asas tuas,
Um verso, um pensamento, uma saudade. em função do uso dos versos-vocábulos proparoxítonos. O que
(Alberto de Oliveira, Céu Noturno (1904-1905)) essas palavras, do ponto de vista do acento, têm a ver com o
conteúdo geral do poema?
POÉTICA
3. (VUNESP-SP) – Identifique e comente dois versos, do
Estou farto do lirismo comedido poema de Manuel Bandeira, que poderiam ser opostos
criticamente ao verso “Chegas. O ósculo teu me vivifica”, do
do lirismo bem comportado
poema de Alberto de Oliveira.
Do lirismo funcionário público com livro de ponto
[expediente protocolo e manifestações de apreço ao
Releia a seguir “O Último Poema” e responda ao que se pede.
[Sr. diretor
Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no
O ÚLTIMO POEMA
[dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo
Assim eu quereria o meu último poema
Abaixo os puristas
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
[intencionais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais
Estou farto do lirismo namorador [límpidos
Político A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.
Raquítico (Manuel Bandeira)
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de 4. (PUC-SP – modificada) – A obra Libertinagem, de
[si mesmo. Manuel Bandeira, é uma das mais importantes de toda a
De resto não é lirismo literatura brasileira. Nela se evidencia a ideia básica de sua obra
Será contabilidade tabela de cossenos secretário do modernista, a liberdade de conteúdo e de forma.
[amante exemplar com cem modelos de cartas e as Assim sendo,
[diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc. a) indique os temas que nesta obra caracterizam a liberdade de
Quero antes o lirismo dos loucos conteúdo;
O lirismo dos bêbados b) valendo-se do trecho acima, explique como se dá a liberdade
O lirismo difícil e pungente dos bêbados de forma.
O lirismo dos clowns de Shakespeare
5. (FUVEST-SP)
– Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
(Manuel Bandeira, de Libertinagem (1930)) Clama a saparia
Em críticas cépticas:
1. (VUNESP-SP) – O primeiro poema é do parnasiano – Não há mais poesia,
Alberto de Oliveira; o segundo, do modernista Manuel Mas há artes poéticas...
Bandeira. Aponte três características da poesia parnasiana,
observáveis no poema de Alberto de Oliveira, que possam ser a) Reconheça a estética satirizada por Manuel Bandeira nos
opostas a três características modernistas observáveis no poema versos acima.
de Manuel Bandeira. b) Qual a oposição entre poesia e artes poéticas?
– 149
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Módulo 13 – Primeira Geração d) Uso irônico e satírico da linguagem burocrática.


e) Emprego da forma fixa do soneto e sintaxe culta.
Modernista: Manuel Bandeira – II
3. Considere as seguintes afirmações sobre os versos
1. Todas as alternativas seguintes apresentam características
transcritos.
da poesia de Manuel Bandeira, menos uma. Identifique-a.
I. Em “abaixo os puristas”, há uma crítica aos que rejeitam as
a) Linguagem coloquial, simples.
inovações linguísticas e os estrangeirismos.
b) Tratamento musical dos versos.
II. Em “lirismo que para e vai averiguar no dicionário o cunho
c) Frequente evocação da infância.
vernáculo de um vocábulo”, está contida uma referência
d) Temática popular, o cotidiano.
irônica ao parnasiano e sua subordinação ao inessencial.
e) Arte de denúncia, regionalismo.
III. Em “estou farto”, expressão que se repete três vezes, o eu
lírico exprime sua desconformidade em relação às regras
Texto para os testes 2 e 3.
poéticas tradicionais.
POÉTICA
Está correto o que se afirma em
Estou farto do lirismo comedido a) I e II, apenas. b) II e III, apenas.
Do lirismo bem comportado c) I e III, apenas. d) III, apenas.
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente e) todos os itens.
[protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.

Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário Texto para o teste 4.
[o cunho vernáculo de um vocábulo.
Quando eu tinha seis anos
Abaixo os puristas Não pude ver o fim da festa de São João
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais Porque adormeci
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção (Manuel Bandeira)
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
4. Na primeira e na terceira das orações acima, as circuns-
Estou farto do lirismo namorador tâncias expressas são, respectivamente, de
Político a) tempo e causa.
Raquítico b) oposição e adição.
Sifilítico c) conformidade e conclusão.
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si d) tempo e condição.
[mesmo e) tempo e consequência.

De resto não é lirismo


Será contabilidade tabela de cossenos secretário do amante Módulo 14 –
[exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes
[maneiras de agradar às mulheres, etc.
Segunda Geração Modernista:
Carlos Drummond de Andrade – I
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados Em 1962, ao completar 60 anos, depois de publicar Lição de
O lirismo difícil e pungente dos bêbados Coisas, Carlos Drummond de Andrade organizou uma seleção
O lirismo dos clowns de Shakespeare de seus poemas na Antologia Poética. Agrupou-os em nove
núcleos temáticos, dispostos em nove seções, dando-lhes títulos
— Não quero mais saber do lirismo que não é libertação. bastante expressivos. Leia os versos a seguir e identifique o
(Manuel Bandeira) núcleo temático correspondente.

2. Nos versos transcritos, verifica-se tudo o que se declara a 1.


seguir, menos: NO MEIO DO CAMINHO
a) Defesa e utilização de versos livres e surpreendentemente
longos. No meio do caminho tinha uma pedra
b) Ausência de pontuação e de rimas regulares. tinha uma pedra no meio do caminho
c) Defesa da linguagem corrente contra a língua artificial da tinha uma pedra
poesia tradicional. no meio do caminho tinha uma pedra.
150 –
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Nunca me esquecerei desse acontecimento a) A terra natal: “uma província: esta”


na vida de minhas retinas tão fatigadas. b) O choque social: “na praça de convites”
Nunca me esquecerei que no meio do caminho c) Uma visão (ou tentativa de) da existência: “tentativa de
tinha uma pedra exploração e de interpretação do estar-no-mundo”
tinha uma pedra no meio do caminho d) O conhecimento amoroso: “amar-amaro”
no meio do caminho tinha uma pedra. e) A própria poesia: “poesia contemplada”

a) A terra natal: “uma província: esta” 4.


b) O choque social: “na praça de convites” ÁPORO
c) Uma visão (ou tentativa de) da existência: “tentativa de
exploração e de interpretação do estar-no-mundo” Um inseto cava
d) O conhecimento amoroso: “amar-amaro” cava sem alarme
e) A família: “a família que me dei” perfurando a terra
sem achar escape.

2. Que fazer, exausto,


CONFIDÊNCIA DO ITABIRANO em país bloqueado,
enlace de noite
Alguns anos vivi em Itabira. raiz e minério?
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. Eis que o labirinto
Noventa por cento de ferro nas calçadas. (oh razão, mistério)
Oitenta por cento de ferro nas almas. presto se desata:
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.
em verde, sozinha,
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho, antieuclidiana,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem uma orquídea forma-se.
[horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte, a) A própria poesia: “poesia contemplada”
é doce herança itabirana. b) O choque social: “na praça de convites”
c) Exercícios lúdicos: “uma, duas argolinhas”
a) A terra natal: “uma província: esta” d) O conhecimento amoroso: “amar-amaro”
b) O choque social: “na praça de convites” e) A família: “a família que me dei”
c) Uma visão (ou tentativa de) da existência: “tentativa de
exploração e de interpretação do estar-no-mundo” 5.
d) O conhecimento amoroso: “amar-amaro” AMAR
e) A família: “a família que me dei”
Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
3. amar e esquecer,
O LUTADOR amar e malamar,
amar, desamar, amar?
Lutar com palavras sempre, e até de olhos vidrados, amar?
é a luta mais vã.
Entanto lutamos (...)
mal rompe a manhã.
São muitas, eu pouco. Este o nosso destino: amor sem conta,
Algumas, tão fortes distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
como o javali. doação ilimitada a uma completa ingratidão,
Não me julgo louco. e na concha vazia do amor a procura medrosa,
Se o fosse, teria paciente, de mais e mais amor.
poder de encantá-las.
Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.

– 151
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a) Amigos: “cantar de amigos” Chega mais perto e contempla as palavras.


b) Exercícios lúdicos: “uma, duas argolinhas” Cada uma
c) Uma visão (ou tentativa de) da existência: “tentativa de tem mil faces secretas sob a face neutra
exploração e de interpretação do estar-no-mundo” e te pergunta, sem interesse pela resposta,
d) O conhecimento amoroso: “amar-amaro” pobre ou terrível, que lhe deres:
e) A própria poesia: “poesia contemplada” Trouxeste a chave?

Texto para os testes 6 e 7. (...)


(Carlos Drummond de Andrade)
Da garrafa estilhaçada,
no ladrilho já sereno 1. (PUCCamp-SP) – Explicitando uma atitude que ele próprio
escorre uma coisa espessa assume como escritor, Carlos Drummond de Andrade sugere,
que é leite, sangue... não sei. nos versos acima, que o poeta
Por entre objetos confusos, a) faça do poema um meio de cantar atos humanos dignos de
mal redimidos da noite, louvor.
duas cores se procuram, b) busque transmitir suas emoções pessoais mais íntimas e os
suavemente se tocam, desejos de seu corpo.
amorosamente se enlaçam, c) procure as palavras e a sintaxe adequadas ao ritmo da vida
formando um terceiro tom urbana moderna.
a que chamamos aurora. d) recorra à linguagem coloquial como forma de fazer-se porta-
voz dos anseios do povo.
6. (PUC-SP) – Em 1945, Carlos Drummond de Andrade e) entenda como essência do texto poético o debruçar-se sobre
escreveu A Rosa do Povo, obra da qual o fragmento transcrito o enigma da palavra.
faz parte. Nele podemos verificar
a) análise do comportamento humano, na relação cidade e 2. O texto é metalinguístico? Justifique sua resposta.
campo.
b) teorização de sua própria produção poética. 3. De acordo com o texto, qual a matéria-prima para o trabalho
c) reflexão sobre os valores teológicos e metafísicos do homem do poeta?
contemporâneo.
d) predileção por temas eróticos e sensuais. 4. Relacione obra e autor e assinale a alternativa que apresenta
e) temática social e política e denúncia das dilacerações do a sequência que preenche corretamente os parênteses, de cima
mundo. para baixo.

7. (PUC-SP) – Nestes versos, Carlos Drummond de Andrade I – Macunaíma ( ) Manuel Bandeira


constrói, poeticamente, a aurora. O que permite visualizar este II – Pau-Brasil ( ) Carlos Drummond de Andrade
momento do dia corresponde III – Libertinagem ( ) Mário de Andrade
a) a objetos confusos mal redimidos da noite. IV – Alguma Poesia ( ) Oswald de Andrade
b) à garrafa estilhaçada e ao ladrilho sereno.
c) à aproximação suave de dois corpos. a) I – II – III – IV b) IV – III – II – I
d) ao enlace amoroso de duas cores. c) III – IV – I – II d) II – I – IV – III
e) ao fluir espesso do sangue sobre o ladrilho. e) III – I – IV – II

Módulo 15 –
Segunda GeraçãoModernista: Módulo 16 – Segunda Geração
Carlos Drummond de Andrade – II Modernista: Murilo Mendes
Texto para as questões de 1 a 3. Texto para as questões 1 e 2.

Penetra surdamente no reino das palavras. CANÇÃO DO EXÍLIO


Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero, Minha terra tem palmeiras,
há calma e frescura na superfície intata. Onde canta o sabiá;
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário. As aves, que aqui gorjeiam,
(...) Não gorjeiam como lá.
152 –
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Nosso céu tem mais estrelas, Texto para as questões 3 e 4.


Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida, METADE PÁSSARO
Nossa vida mais amores.
A mulher do fim do mundo
Em cismar, sozinho, à noite, Dá de comer às roseiras,
Mais prazer encontro eu lá; Dá de beber às estátuas,
Minha terra tem palmeiras, Dá de sonhar aos poetas.
Onde canta o sabiá.
A mulher do fim do mundo
(...) Chama a luz com um assobio,
(Gonçalves Dias) Faz a virgem virar pedra,
Cura a tempestade,
CANÇÃO DO EXÍLIO
Desvia o curso dos sonhos,
Minha terra tem macieiras da Califórnia Escreve cartas ao rio,
onde cantam gaturamos1 de Veneza. Me puxa do sono eterno
Os poetas da minha terra Para os seus braços que cantam.
são pretos que vivem em torres de ametista2, (Murilo Mendes, O Visionário)
os sargentos do exército são monistas3, cubistas,
os filósofos são polacos4 vendendo a prestações. 3. O poema acima apresenta elementos típicos de uma das
A gente não pode dormir vanguardas que marcaram a renovação da arte nas primeiras
com os oradores e os pernilongos. décadas do século XX. Identifique-a, justificando sua resposta
Os sururus5 em família têm por testemunha a Gioconda. com elementos do texto.
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
(...) 4. Como se caracteriza a mulher citada no poema?
(Murilo Mendes)

1 – Gaturamo: tipo de pássaro.


2 – Ametista: pedra semipreciosa, de cor violeta. Módulo 17 – Segunda Geração
3 – Monista: doutrina que afirma a existência de uma única espécie de Modernista: Jorge de Lima
substância para a matéria ou o espírito.
4 – Polaco: polonês. Texto para o teste 1.
5 – Sururu: briga.
Descendente de senhores de engenho, Jorge de Lima teve a
1. (MODELO ENEM) – Pode-se dizer que Murilo Mendes sua infância e adolescência profundamente marcadas pela
a) parodiou a Canção do Exílio de Gonçalves Dias. paisagem típica dos engenhos tradicionais, com a atmosfera
b) exaltou a flora tipicamente brasileira. peculiar, carregada da presença do escravo negro. Sob essa
c) plagiou Gonçalves Dias, mas não conseguiu dar sentido ao influência se apresenta uma série de poemas pertencentes à
texto. chamada fase nordestina do poeta.
d) fez associações bastante usuais em seu poema.
e) fez um poema moderno, com o mesmo sentido do de 1. Assinale a alternativa cujos versos, de Jorge de Lima, não
Gonçalves Dias. apresentam características que se possam associar à fase
nordestina.

2. (MODELO ENEM) – Qual elemento do texto de Gonçalves a) Pai João foi cavalo pra os filhos do ioiô montar.
Dias que Murilo Mendes manteve na sua Canção do Exílio? Pai João sabia histórias tão bonitas que
a) O tom ufanista. Davam vontade de chorar.
b) O lirismo intenso.
c) O pássaro do Brasil. b) Rei é Oxalá que nasceu sem se criar.
d) O saudosimo. Rainha é Iemanjá que pariu Oxalá sem se manchar.
e) A oposição entre lá, terra natal, e cá, terra estrangeira. Grande Santo é Ogum em seu cavalo encantado.
– 153
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c) Porque o sangue de Cristo Texto para os testes 4 e 5.


jorrou sobre os meus olhos,
a minha visão é universal O Sinhô foi açoitar
e tem dimensões que ninguém sabe. Sozinho a negra Fulô.
A negra tirou a saia
d) Ó Fulô! Ó Fulô! e tirou o cabeção,
(Era a fala da Sinhá) de dentro dele pulou
nuinha a negra Fulô.
— Vem me ajudar, ó Fulô,
vem me abanar o meu corpo Essa negra Fulô!
que eu estou suada, Fulô! Essa negra Fulô!

e) E há a cana que dá tudo, 4. (MACKENZIE-SP) – Os versos acima exemplificam


Porque dá ao homem triste dessas terras produção modernista caracterizada por
a alegria cor de brasa da embriaguez a) temática folclórica, esquema rímico regular, neologismos.
e o esquecimento cor de cinza que vem dela. b) temática idílica, experiência formal, hermetismo.
c) temática social, humor, irreverência.
d) temática nativista, preciosismo lexical, reflexão crítica.
Texto para o teste 2. e) temática saudosista, culto da eloquência, traços de catoli-
cismo.
Cadê você meu país do Nordeste
que eu não vi nessa Usina Central Leão de minha terra?
Ah! Usina, você engoliu os banguezinhos do país das Alagoas!
(...) 5. (MACKENZIE-SP) – Assinale a alternativa correta.
a) A forma verbal foi açoitar é equivalente a açoitou.
2. O tema dos versos apresentados, escritos por Jorge de Lima, b) O sufixo -inha indica que o castigo recairia sobre tímida e
foi muito explorado por um romancista também ligado à ingênua menina negra.
Segunda Geração Modernista. Trata-se de c) A forma de tratamento Sinhô indica proximidade na relação
a) Graciliano Ramos. b) Jorge Amado. entre o escravo e o senhor.
c) José Lins do Rego. d) José Américo de Almeida. d) Nos versos finais, tem-se a fala de reprovação do Sinhô
e) Érico Veríssimo. dirigindo-se à negra Fulô.
e) A repetição insistente de negra Fulô contribui para a
construção da figura da escrava dominando a cena.
Texto para o teste 3.

Navegador de todas as águas (católico, regionalista, cantor


da “negritude”, modernista, poeta e prosador, narrador e crítico,
pintor, médico e homem político) ________________________ Módulo 18 – Segunda Geração
____________________ permanece, para nós, essencialmente Modernista: Vinícius de Moraes – I
como poeta espiritualista, dotado de uma enorme carga
inventiva e sobretudo de uma capacidade de transfigurar com Antonio Candido define a obra poética de Vinícius de Moraes
o símbolo a matéria (religiosa, regional) de que parte o seu como uma “constelação fraternal de gêneros”, que inclui a
discurso. crônica de jornal, a conversa, a notícia, a confissão, a indignação
(Luciana Stegagno Picchio, política, o discurso da amizade e a declaração de amor. A partir
História da Literatura Brasileira) dessa afirmação, associe as seguintes rubricas aos trechos
transcritos nos itens de 1 a 6:
3. Assinale a alternativa que aponta o autor referido no texto
acima. I. poesia religiosa
a) Jorge de Lima. II. poesia amorosa
b) Vinícius de Moraes. III. poesia de crítica social
c) Carlos Drummond de Andrade. IV.poesia infantil
d) Murilo Mendes. V. cancioneiro popular
e) Manuel Bandeira. VI. prosa poética
154 –
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1. ( ) Oh! Como és linda, mulher que passas


Que me sacias e suplicias
Vai minha tristeza Dentro das noites, dentro dos dias!
E diz a ela
Que sem ela não pode ser (...)
Diz-lhe numa prece
Que ela regresse Meu Deus, eu quero a mulher que passa!
Porque eu não posso mais sofrer.
Chega de saudade
A realidade é que sem ela 5. ( )
Não há paz, não há beleza
É só tristeza, e a melancolia O pato pateta
Que não sai de mim, não sai de mim, Pintou o caneco
Não sai. Surrou a galinha
Bateu no marreco
Pulou no poleiro
2. ( ) No pé do cavalo
Levou um coice
Criou um galo
Era ele que erguia casas
(...)
Onde antes só havia o chão
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
6. ( )
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e
De sua grande missão:
muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um
Não sabia, por exemplo,
grande amor.
Que a casa de um homem é um templo
Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma
Um templo sem religião só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... — não tem
Como tampouco sabia nenhum valor. (...) Mas tudo isso não adianta nada, se nesta
Que a casa que ele fazia selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada —
Sendo a sua liberdade para viver um grande amor.
Era a sua escravidão.
Módulo 19 – Segunda Geração
3. ( ) Modernista: Vinícius de Moraes – II

No sangue e na lama, 1. (MODELO ENEM) – No verso “A rosa com cirrose” (do


poema “A Rosa de Hiroxima”, de Vinícius de Moraes), há
O corpo sem vida tombou.
paronomásia (trocadilho: jogo com o som e o sentido das
Mas nos olhos do homem caído
palavras). Tal recurso de expressão também ocorre em qual
Havia ainda a luz do sacrifício que redime
verso de Carlos Drummond de Andrade?
E no grande Espírito que adejava o mar e o monte
a) “No meio do caminho tinha uma pedra.”
Mil vozes clamavam que a vitória do homem forte tombado no
b) “Mundo mundo vasto mundo.”
[leito
c) “Devagar... as janelas olham.”
Era o Novo Evangelho para o homem de paz que lavra no
d) “a arte o infarte.”
[campo.
e) “Não serei o poeta de um mundo caduco.”

Texto para o teste 2.


4. ( )
POÉTICA
Meu Deus, eu quero a mulher que passa.
De manhã escureço
Seu dorso frio é um campo de lírios De dia tardo
Tem sete cores nos seus cabelos De tarde anoiteço
Sete esperanças na boca fresca! De noite ardo
– 155
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A oeste a morte Texto para os testes 4 e 5.


Contra quem vivo
Do sul cativo SONETO DE SEPARAÇÃO
O este é meu norte.
De repente do riso fez-se o pranto
Outros que contem Silencioso e branco como a bruma
Passo por passo: E das bocas unidas fez-se a espuma
Eu morro ontem E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

Nasço amanhã De repente da calma fez-se o vento


Ando onde há espaço Que dos olhos desfez a última chama
Meu tempo é quando. E da paixão fez-se o pressentimento
(Vinícius de Moraes) E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente


2. O título do poema é “Poética” e devemos entender que, ao
Fez-se de triste o que se fez amante
referir-se ao poeta, ele se refere à poesia. De acordo com o texto,
E de sozinho o que se fez contente.
a existência do poeta não envolve
a) contradição. b) excepcionalidade.
Fez-se do amigo próximo o distante
c) experiência da morte. d) pessimismo.
Fez-se da vida uma aventura errante
e) resistência à morte.
De repente, não mais que de repente.
(Vinícius de Moraes)

3. Vinícius de Moraes é bastante conhecido como poeta lírico, 4. (MODELO ENEM) – No soneto acima, emprega-se a
e isso se deve principalmente à comunicabilidade dos sonetos de antítese, figura de linguagem presente em todas as alternativas
feição camoniana e pelas letras de música popular. Além da a seguir, exceto em
poesia lírico-amorosa, Vinícius de Moraes compôs textos de a) riso x pranto. b) branco x bruma.
temática social. Indique os versos cujo tema seja de cunho c) calma x vento. d) triste x contente.
social. e) próximo x distante.

a) Quem pagará o enterro e as flores 5. O poema em análise é exemplo da seguinte característica de


Se eu morrer de amores? seu autor:
Quem, dentre amigos, tão amigo a) Utilização de linguagem classicizante, mas direta e acessível
Para estar no caixão comigo? ao leitor.
b) Emprego de uma forma que o afasta do lirismo de tradição
b) Deixei-me preso ao seu rosto grave camoniana.
Preso ao seu riso, no entanto ausente c) Exploração de formas radicalmente novas na literatura
Inconsciente de que chorava brasileira.
Sem dar-me conta d) Uso de técnicas de vanguardas modernistas, como o
Surrealismo.
c) Mais um ano na estrada percorrida e) Preocupação em realizar crítica social de caráter panfletário.
Vem, como o astro matinal, que a adora
Molhar de puras lágrimas de aurora
A morna rosa escura e apetecida Módulo 20 – Segunda Geração
Modernista: Cecília Meireles
d) Notou que sua marmita
Era o prato do patrão Texto para a questão 1.
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão Encostei-me a ti, sabendo bem que eras somente onda.
Sabendo bem que eras nuvem, depus a minha vida em ti.
e) E vivemos partindo, ela de mim Como sabia bem tudo isso, e dei-me ao teu destino frágil,
E eu dela, enquanto breves vão-se os anos fiquei sem poder chorar, quando caí.
Para a grande partida que há no fim. (Cecília Meireles)

156 –
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A realidade exterior, presente na poesia de Cecília Meireles, — descubro as altas madeiras


toma forma a partir de elementos instáveis, móveis e etéreos. A do excessivo cadafalso forca
recriação poética dessa realidade revela a visão de mundo da e, por muros e janelas,
autora. Considerando essa informação, responda às questões 1 o pasmo da multidão.
e 2. (...)

1. (PUC-SP) – Identifique o tema que está presente no poema. 3. (FUVEST-SP – adaptada) – Os versos transcritos foram
extraídos do Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles.
A qual episódio da história do Brasil essa obra se refere?
2. (PUC-SP) – Transcreva as expressões que, no poema,
caracterizam o tema. 4. (FUVEST-SP – adaptado) – Nesta obra,
a) a base histórica utilizada se converte no lirismo
transcendente e amargo que caracteriza as outras obras da
Texto para as questões de 3 a 5. autora.
b) as intenções ideológicas da autora e a estrutura narrativa em-
FALA INICIAL prestam ao texto as virtudes de uma elaborada prosa poética.
c) a imaginação poética dá à autora a possibilidade de interferir
Não posso mover meus passos no curso dos episódios essenciais da rebelião, alterando-lhes
por esse atroz labirinto cruel o rumo.
de esquecimento e cegueira d) a matéria histórica tanto alimenta a expressão poética no
em que amores e ódios vão: desenvolvimento dos fatos centrais quanto motiva o lirismo
— pois sinto bater os sinos, reflexivo.
percebo o roçar das rezas, e) a preocupação com a fidedignidade histórica e com o tom
vejo o arrepio da morte, épico atenua o sentimento dramático da vida, habitual na
à voz da condenação; poesia da autora.
— avisto a negra masmorra cela de cadeia
e a sombra do carcereiro 5. Quantas sílabas métricas tem cada verso? Que nome se dá a
que transita sobre angústias, esse tipo de verso, também utilizado na poesia palaciana (século
com chaves no coração; XV)?

– 157
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FRENTE 3 ANÁLISE DE TEXTO

Módulo 1 c) Em mais um espetáculo, está implícita a informação de que


há excessivo exibicionismo das estrelas do futebol brasileiro.
Texto para as questões de 1 a 3. d) Aquele bicho que é gritado pela torcida é uma construção
passiva atípica, apropriada ao tom informal e humorístico do
Um espetáculo ecológico. Tem folha seca, drible da vaca e texto.
aquele bicho que é gritado pela torcida quando alguém perde e) Em Aquele bicho que é gritado pela torcida, o termo em
um gol cara a cara. BRASILEIRÃO 2002. Vai começar mais um negrito é conjunção integrante.
espetáculo do futebol brasileiro. Resolução
Informe-se sobre a disponibilidade deste evento junto à sua Em linguagem mais formal e precisa, a frase seria: O nome daquele
operadora. bicho que a torcida grita ou, melhor, Aquele bicho cujo nome a torcida
(Anúncio publicitário da SporTV) grita... A alternativa e está errada porque o que da frase é um pronome
1. (MACKENZIE-SP) – É correto afirmar que o anúncio relativo (seu antecedente é nome).
a) tem como meta informar eventuais torcedores sobre o início Resposta: D
do Campeonato Brasileiro de Futebol e sobre sua transmis-
são pela Sportv. Módulo 2
b) tem como meta enaltecer o alto nível do Campeonato, carac-
terizado no texto como espetáculo lúdico, criativo e ecológico. Texto para as questões de 4 a 6.
c) estrutura-se com base em linguagem denotativa, comum e Dinheiro jovem: lições para fazer sucesso com a turma
informal, por ser dirigido ao público em geral.
d) privilegia um público de classe social baixa, que compartilha 1. Quando eu crescer
certo conhecimento da linguagem empregada no texto. Os sonhos dos adolescentes são bastante práticos e factíveis.
e) explora gírias e metáforas a fim de atingir unicamente o Eles querem ter carro, casa própria e diploma.
jovem adolescente interessado em futebol. 2. Parque temático
Resolução O adolescente vai ao shopping center por prazer. Para atraí-
A linguagem translata usada no texto é um expediente do discurso de lo, transforme a loja em um espaço de lazer, com direito a
função conativa (ou seja, que busca afetar o comportamento do música, cor, aroma e muita experimentação.
receptor, como é o caso da publicidade) e visa apenas a chamar a 3. Vaidade em série
atenção dos leitores-torcedores para o início do campeonato de futebol Eles garantem ter estilo próprio, mas usam as mesmas rou-
e para sua transmissão pela empresa anunciante. pas, ouvem as mesmas músicas e frequentam os mesmos lugares.
Resposta: A 4. Retrato em 3X4
Eles são individualistas, mas valorizam a honestidade e não
2. (MACKENZIE-SP) – Sobre o trecho Aquele bicho que é acreditam em mudanças sociais pela política. São pragmáticos
gritado pela torcida, é correto afirmar que e pouco propensos a acreditar em marcas e produtos baseados
a) expõe a liberdade do emissor de repetir o que a torcida grita. apenas na propaganda.
b) explicita o esquecimento do nome do animal pelo emissor. (Adaptado de Kátia Simões)
c) denota indiferença do emissor em relação às manifestações
pouco educadas da torcida. 4. (MACKENZIE-SP) – É correto afirmar que o texto
d) prioriza, pelo apagamento da ação da torcida, os dribles e a) sugere, a partir da exposição de supostas características do
toques exóticos dos jogadores. adolescente, formas de cativá-lo como consumidor.
e) cria um efeito de humor, ao referir-se a tal bicho não pelo b) distorce a imagem do consumidor adolescente, ao citar uni-
nome, mas por meio de uma perífrase. camente traços negativos de seu modo de ser.
Resolução c) corresponde a um receituário explícito sobre como ludibriar
Se o texto fosse explícito e contivesse o xingamento que a torcida o adolescente em transações comerciais.
dirige ao jogador, o efeito de humor ficaria sensivelmente diminuído ou d) perde seu foco, pois confunde o tema “como lucrar” com o
mesmo anulado. tema “como polemizar” com o adolescente.
Resposta: E e) veicula ideias equivocadas sobre o adolescente, que não se
sustentam sequer quando o parâmetro é o senso comum.
3. (MACKENZIE-SP) – Assinale a alternativa correta. Resolução
a) Mais um espetáculo corresponde, no texto, a “mais um Não há dúvida de que o texto enumera características – verdadeiras ou
escândalo”. falsas – dos adolescentes atuais. No item 2 é mais explícito o objetivo
b) Em mais um espetáculo, há informação implícita de que o de sugerir “formas de cativá-lo como consumidor”.
público experimenta uma certa saturação de futebol. Resposta: A
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5. (MACKENZIE-SP) – É correto afirmar que e) os veículos que chegam ao mercado nas linhas 2000 e 2001
a)os adolescentes não têm sonhos legítimos. surpreendem por suas linhas futuristas e inovam em tecno-
b)só se deve ir ao shopping center para consumir. logia cada vez mais ousadas.
c)o estilo próprio que o adolescente alega possuir é discutível. Resolução
d)os adolescentes são presas fáceis do marketing. Todas as alternativas contemplam a tecnologia do futuro aliada à
e)o lazer para o adolescente resume-se a experiências sensi- valorização das linhas do passado, exceto a e, que se refere unicamente
tivas. aos aspectos ligados ao futuro (“linhas futuristas” e “tecnologia cada
Resolução vez mais ousada”).
O item 3 do texto é irônico desde o título (“Vaidade em série”). Nele Resposta: E
se nega o pretendido “estilo próprio” dos adolescentes, pois se afirma
que eles apresentam comportamento padronizado. 8. (UEMT-MT) – A revista Superinteressante n.o 132 trouxe
Resposta: C uma propaganda do cartão Credicard, em que se lê

6. (MACKENZIE-SP) – Considere as seguintes afirmações. UNIVERSITÁRIO


I. Por ser dirigido aos jovens, o texto foi elaborado apenas com AQUI VOCÊ NÃO PRECISA TER UMA NOTA
coordenadas assindéticas. ALTA PARA SER APROVADO
II. O uso da conjunção mas, no item 3, é adequado para expli-
Com relação ao texto da propaganda, só não se pode afirmar que
citar suposta contradição do adolescente.
a) “nota alta” está significando muito dinheiro;
III.O final do item 4 é ambíguo, pois é possível vincular basea-
b) “ser aprovado” quer dizer ser aceito pelo programa
dos apenas na propaganda a mais de um dos termos
Credicard;
antecedentes.
c) o autor do texto fez uma analogia criativa;
d) “aqui” refere-se a uma universidade;
Assinale:
e) a propaganda se dirige a leitores específicos — os univer-
a) se apenas as afirmações I e II estiverem corretas.
sitários.
b) se apenas as afirmações II e III estiverem corretas.
Resolução Aqui refere-se ao cartão Credicard.
c) se apenas as afirmações I e III estiverem corretas.
Resposta: D
d) se todas as afirmações estiverem corretas.
e) se todas as afirmações estiverem incorretas.
Resolução Módulo 4
A conjunção mas, no item 3, marca a oposição entre a oração inicial,
que contém a afirmação dos adolescentes quanto a seu “estilo próprio”, Texto para as questões de 9 a 12.
e as orações seguintes, que afirmam o contrário, ou seja, que os
adolescentes têm comportamento padronizado. Do sonho de um grupo de intelectuais, entre eles Paulo
A ambigüidade do final do item 4 se deve ao fato de “baseados apenas Emilio Salles Gomes, Décio de Almeida Prado, Antonio
na propaganda” poder referir-se ao sujeito (elíptico, eles = os Candido, então jovens estudantes da USP, nasceu a Cinemateca
adolescentes), a “marcas e produtos” ou mesmo apenas a “produtos”. Brasileira.
Resposta: B Embora seus criadores tenham sofrido perseguições
políticas em várias oportunidades, e o acervo cinematográfico
Módulo 3 tenha sido vítima de incêndios, a Cinemateca Brasileira, pela
continuidade de sua atuação, é um dos arquivos de filmes mais
7. (UPF-RS) – Esta manchete, publicada em ZH de 14 de antigos de todo o mundo.
janeiro de 1999, refere-se ao Salão do Automóvel de Detroit. Membro efetivo da Fédération Internacionale des Archives
du Film desde 1949, a Cinemateca Brasileira tem seu trabalho
SALÃO DE DETROIT
reconhecido nacional e internacionalmente. Além de possuir a
NOSTALGIA NO FUTURO maior coleção de filmes da América Latina, é um centro de
informações e de difusão da cultura cinematográfica, que
A alternativa que não contempla o duplo enfoque dessa man- restaura e preserva a produção do cinema nacional em seu
chete é conjunto, com especial ênfase na conservação dos registros de
a) a virada do milênio tem a tecnologia do futuro com o visual imagens em movimento produzidos contemporaneamente, além
do passado. de documentar, pesquisar e difundir o cinema em todas as suas
b) os fabricantes de automóveis não resistem ao apelo nostál- manifestações.
gico do fim do século e esbanjam criatividade em lançamen- (Folheto de divulgação da Cinemateca Brasileira, produzido
tos que lembram velhos sucessos. pela Assessoria de Comunicação Social do
c) o maior evento automotivo das Américas, realizado em Ministério da Cultura)
Detroit, nos Estados Unidos, mostra que nunca o ontem e o
amanhã estiveram tão bem representados no presente. 9. (MACKENZIE-SP) – Assinale a alternativa correta.
d) as novas tendências de Detroit, além de mostrar a onda retrô, a) No primeiro parágrafo, entende-se que os citados intelectuais
investem em tecnologia de preservação do meio ambiente, da época criaram a Cinemateca Brasileira contando com o
assumindo, assim, o compromisso com o futuro da humanidade. apoio de seus jovens alunos universitários.
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b) No segundo parágrafo, estão em relação de causa e efeito, d) A frase Embora o acervo cinematográfico tenha sido vítima
respectivamente, os segmentos: a continuidade de sua atua- de incêndios tem sentido equivalente a “Já que incêndios
ção e é um dos arquivos de filmes mais antigos do mundo. costumavam vitimar o acervo cinematográfico”.
c) No terceiro parágrafo, a referência à Fédération e) O segmento Membro efetivo da Fédération Internacionale
Internacionale des Archives du Film foi feita como exem- des Archives du Film desde 1949 exerce a mesma função
plificação dos fatos citados nas orações concessivas do sintática do termo grifado em “Jovens estudantes, procurem
parágrafo anterior. conhecer a Cinemateca.”
d) Compreende-se pelo texto que a ação da Cinemateca Brasi- Resolução
leira resume-se na preservação de seu acervo, constituído Os erros deste teste são: b) sem vírgulas, o sentido da oração adjetiva
pela maior coleção de filmes da América Latina. deixa de ser explicativo e passa a ser restritivo; c) no sentido de “existir”,
e) No terceiro parágrafo, a especial ênfase dada à produção o verbo haver é impessoal, não admitindo plural; d) nem o sentido da
contemporânea é o argumento mais abrangente para provar conjunção embora, nem o conteúdo da frase são mantidos na paráfrase;
o cuidado da Cinemateca com o cinema em todas as suas e) o primeiro termo apresentado é aposto, o segundo é vocativo.
manifestações. Resposta: A
Resolução
No trecho “...pela continuidade de sua atuação, é um dos arquivos de 12. (MACKENZIE-SP) – Assinale o título que seria fiel ao
filmes mais antigos do mundo”, a primeira oração indica a causa da conteúdo informativo do folheto sobre a Cinemateca.
segunda. a) Cinema brasileiro: em prol da América Latina
Resposta: B b) Cinemateca brasileira: a memória do nosso cinema
c) Fatalidades atuais do cinema brasileiro
10. (MACKENZIE-SP) – Assinale a alternativa redigida de d) A universidade e o cinema de protesto
maneira lógica, de acordo com a norma culta da língua e sem e) Cinemateca brasileira: a moderna produção de filmes
alteração das ideias originais do texto. Resolução
a) A Cinemateca Brasileira, que o trabalho dela é de reco- Embora não dê conta de todo o conteúdo do texto, o título proposto
nhecimento internacional, tem conhecido insucessos, os em b corresponde a um elemento central dele, contido no trecho
quais não a impedem a continuidade de sua eficaz ação. “restaura e preserva a produção do cinema nacional em seu conjunto”.
b) O trabalho feito pela Cinemateca Brasileira, considerada in- Resposta: B
ternacional, não está impedido por que teve e tem proble-
mas; em vez, ela continua a agir contínua e eficazmente. Módulo 5
c) Os problemas que a Cinemateca está sujeita, mesmo com o
trabalho internacionalmente reconhecido, não prejudicam O texto abaixo refere-se às questões de 13 a 16.
sua contínua ação que se revela eficazmente.
GOLS DE COCURUTO
d) A Cinemateca Brasileira, cujo trabalho é reconhecido
internacionalmente, sofreu duros reveses, que não foram, O melhor momento do futebol para um tático é o minuto de
entretanto, capazes de impedir sua ação contínua e eficaz. silêncio. É quando os times ficam perfilados, cada jogador com
e) A ação da Cinemateca Brasileira eficaz e contínua não foi as mãos nas costas e mais ou menos no lugar que lhes foi
compatível com os problemas que sofreu, na medida que ela designado no esquema – e parados. Então o tático pode olhar
continua atuando de maneira adequada. o campo como se fosse um quadro negro e pensar no futebol
Resolução como alguma coisa lógica e diagramável. Mas aí começa o jogo
A única alternativa cujo texto é bem formulado, quanto à estruturação e tudo desanda. Os jogadores se movimentam e o futebol passa
lógica e o respeito à norma lingüística, é a d. Exemplos de erros das a ser regido pelo imponderável, esse inimigo mortal de
demais: a) “... que o trabalho dela...”, por “... cujo trabalho,...”; b) qualquer estrategista. O futebol brasileiro já teve grandes
“considerada internacional”, por “internacionalmente considerada”; c) estrategistas cruelmente traídos pela dinâmica do jogo. O Tim,
“Os problemas que a Cinemateca está sujeita...”, por “...a que a por exemplo. Tático exemplar; planejava todo o jogo numa
Cinemateca está sujeita”; e) “na medida que”, por “na medida em que”, mesa de botão. Da entrada em campo até a troca das camisetas,
além de outros. incluindo o minuto de silêncio. Foi um técnico de sucesso, mas
Resposta: D nunca conseguiu uma reputação no campo à altura da sua
reputação de vestiário. Falava um jogo e o time jogava outro.
11. (MACKENZIE-SP) – Assinale a alternativa correta. O problema do Tim, diziam todos, era que seus botões eram
a) Cinemateca é exemplo de vocábulo formado por composição mais inteligentes do que seus jogadores.
em que o segundo elemento é um radical grego que significa (L. F. Veríssimo, in O Estado de S. Paulo)
“lugar onde se guarda”.
b) A frase “Cinematecas, que preservam e difundem a cultura 13. (FUVEST-SP) – A tese que o autor defende é a de que, em
cinematográfica, não devem ser confundidas com insti- futebol,
tuições saudosistas” mantém o sentido original, se forem a) o planejamento tático está sujeito à interferência do acaso.
retiradas as vírgulas. b) a lógica rege as jogadas.
c) A concordância verbal está correta em: “Antes da Cinema- c) a inteligência dos jogadores é que decide o jogo.
teca não haviam lugares próprios para a restauração de d) os momentos iniciais decidem como será o jogo.
filmes”. e) a dinâmica do jogo depende do planejamento que o técnico faz.

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Resolução Módulo 6
O acaso pode mudar toda a esquematização tática do técnico, já
que, durante o jogo, ocorrem situações imprevisíveis, Texto para as questões 17 e 18.
provocadas pelo movimento dos jogadores, e que o técnico não
pode controlar. Comprovam-se essas afirmações no trecho “Os A triste verdade é que passei as férias no calçadão do
jogadores se movimentam e o futebol passa a ser regido pelo Leblon, nos intervalos do novo livro que venho penosamente
imponderável, esse inimigo mortal de qualquer estrategista”. perpetrando. Estou ficando cobra em calçadão, embora deva
Resposta: A confessar que o meu momento calçadônico mais alegre é
quando, já no caminho de volta, vislumbro o letreiro do hotel
14. (FUVEST-SP) – No texto, a comparação do campo com que marca a esquina da rua onde finalmente terminarei o
um quadro negro aponta programa-saúde do dia. Sou, digamos, um caminhante resig-
a) o pessimismo do tático em relação ao futuro do jogo. nado. Depois dos 50, a gente fica igual a carro usado, todo o
b) um recurso utilizado no vestiário. dia tem uma coisa dando errado, é a suspensão, é a embreagem,
c) a visão de jogo como movimento contínuo. é o radiador; é o contraplano do rolabrequim, é o contrafarto
d) o recurso didático preferido pelo técnico Tim. do mesocárdio epidítico, a falta de serotorpina folimoleculal; é
e) um meio de pensar o jogo como algo previsível. o que mecânicos e médicos disseram. Aí, para conseguir ir
Resolução segurando a barra, vou acatando os conselhos. Andar é bom
A utilização do quadro-negro, como se fora um campo de para mim, digo sem muita convicção a meus entediados botões,
futebol, dá ao tático a possibilidade de esquematizar o jogo de é bom para todos.
sua equipe. No quadro-negro, os jogadores ficam estáticos, (João Ubaldo Ribeiro, in O Estado de S. Paulo)
certamente como no momento do minuto de silêncio. Então o
técnico acredita que pode prever o que acontecerá. Observe-se
17. (FUVEST-SP) – No período que se inicia em “Depois dos
o trecho “Então o tático pode olhar o campo como se fosse um
50...”, o uso de termos (já existentes ou inventados) referentes
quadro negro e pensar no futebol como alguma coisa lógica e
a áreas diversas tem como resultado
diagramável”.
a) um tom de melancolia, pela aproximação entre um carro
Resposta: E
usado e um homem doente.
b) um efeito de ironia, pelo uso paralelo de termos da medici-
15. (FUVEST-SP) – As expressões que retomam, no texto, o
na e da mecânica.
segmento “o melhor momento do futebol” são
c) uma certa confusão no espírito do leitor, devido à apresen-
a) os times ficam perfilados – aí.
tação de termos novos e desconhecidos.
b) é quando – então.
d) a invenção de uma metalinguagem, pelo uso de termos mé-
c) aí – os jogadores se movimentam.
dicos em lugar de expressões corriqueiras.
d) o tático pode olhar o campo – aí.
e) a criação de uma metáfora existencial, pela oposição entre o
e) é quando – começa o jogo.
ser humano e objetos.
Resolução
Resolução
A expressão “o melhor momento do futebol” refere-se,
O efeito de ironia zombeteira deve-se à ausência de discri-
ironicamente, ao minuto de silêncio. Ela é retomada nas frases
minação, na enumeração do texto, entre os termos técnicos
“É quando os times ficam perfilados...” e “Então (= nesse
utilizados pelos mecânicos e os utilizados pelos médicos. A
momento) o tático pode olhar o campo como se fosse um quadro
equação entre o organismo e o automóvel é o centro da
negro”.
brincadeira.
Resposta: B
Resposta: B
16. (FUVEST-SP) – Em “...cada jogador com as mãos nas
costas e mais ou menos no lugar que lhes foi designado no
esquema – e parados”, o autor usa o plural em lhes e parados 18. (FUVEST-SP) – Na frase “Aí, para conseguir ir segurando
porque a barra, vou acatando os conselhos”, aí será corretamente subs-
a) ambas as palavras referem-se a lugar, que está aí por luga- tituído, de acordo com seu sentido no texto, por:
res (um para cada um). a) Nesse lugar. b) Nesse instante.
b) associou lhes a mãos e parados a times. c) Contudo. d) Em conseqüência.
c) antecipou a concordância com os jogadores se movimentam. e) Ao contrário.
d) estabeleceu relação de concordância entre lhes e mãos e entre Resolução
parados e jogadores. No contexto, aí serve para introduzir uma decorrência do que
e) fez lhes concordar com o plural implícito em cada jogador antes foi dito. Em outros contextos, o mesmo advérbio poderia
(considerados todos um a um) e parados, com os times. indicar lugar ou tempo.
Resolução Resposta: D
O pronome lhes pressupõe jogadores, plural sugerido pela
expressão “cada jogador”. Parados refere-se a times, sujeito da
primeira oração do período.
Resposta: E
– 161
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Módulo 7 A afirmação II também é correta; pois corresponde à observação


do texto segundo a qual o que o amor produz no amante é efeito
Texto para as questões 19 e 20. da luz enviada pelos olhos da amada.
Quanto à afirmação III, não há, no texto, referência aos
E considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor “recursos complexos” da elaboração da obra de arte.
de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e Resposta: B
descobri que aquelas cores todas não existem na pena do
pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas
d’água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O
pavão é um arco-íris de plumas. Módulo 8
Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o
máximo de matizes com um mínimo de elementos. De água e Texto para as questões 21 e 22.
luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.
Considerei, por fim, que assim é o amor, oh minha amada; Em nossa última conversa, dizia-me o grande amigo que
de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim não esperava viver muito tempo, por ser um “cardisplicente”.
existem apenas meus olhos recebendo a luz do teu olhar. Ele me — O quê?
cobre de glórias e me faz magnífico. — Cardisplicente. Aquele que desdenha do próprio coração.
(Rubem Braga, 200 Crônicas Escolhidas) Entre um copo e outro de cerveja, fui ao dicionário.
— “Cardisplicente” não existe, você inventou – triunfei.
19. (FUVEST-SP) – Nas três “considerações” do texto, o — Mas se eu inventei, como é que não existe? – espantou-
cronista preserva, como elemento comum, a ideia de que a se o meu amigo.
sensação de esplendor Semanas depois deixou em saudades fundas companhei-
a) ocorre de maneira súbita, acidental e efêmera. ros, parentes e bem-amadas. Homens de bom coração não de-
b) é uma reação mecânica dos nossos sentidos estimulados. veriam ser cardisplicentes.
c) decorre da predisposição de quem está apaixonado.
d) se projeta além dos limites físicos do que a motivou. 21. (FUVEST-SP) – Conforme sugere o texto, “cardisplicente” é
e) resulta da imaginação com que alguém se vê a si mesmo. a) um jogo fonético curioso, mas arbitrário.
Resolução b) palavra técnica constante de dicionários especializados.
A “sensação de esplendor”, nos casos mencionados no texto, c) um neologismo desprovido de indícios de significação.
“se projeta além dos limites físicos do que a motivou” porque, d) uma criação de palavra pelo processo de composição.
no exemplo do pavão, o colorido não está em suas penas, mas e) um termo erudito empregado para criar um efeito cômico.
nas gotículas de água; no exemplo da obra de arte, o “máximo Resolução
de matizes” vai além do “mínimo de elementos” nela utilizados; Cardisplicente é formado com a união de cardíaco e displicente.
finalmente, no exemplo do amor, todas as suas maravilhas A esse processo de composição dá-se o nome de aglutinação, já
procedem, não do amante, em quem o amor se encontra, mas que ocorre alteração fonética na forma das palavras primitivas.
sim da luz que vem dos olhos da amada. Resposta: D
Resposta: D

20. (FUVEST-SP) – Atente para as seguintes afirmações:


I. O esplendor do pavão e o da obra de arte implicam algum 22. (FUVEST-SP) “– Mas se eu inventei, como é que não
grau de ilusão. existe?”
II. O ser que ama sente refletir-se em si mesmo um atributo do Segundo se deduz da fala espantada do amigo do narrador, a
ser amado. língua, para ele, era um código aberto,
III. O aparente despojamento da obra de arte oculta os recursos a) ao qual se incorporariam palavras fixadas no uso popular.
complexos de sua elaboração. b) a ser enriquecido pela criação de gírias.
c) pronto para incorporar estrangeirismos.
De acordo com o que o texto permite deduzir, apenas d) que se amplia graças à tradução de termos científicos.
a) as afirmações I e III estão corretas. e) a ser enriquecido com contribuições pessoais.
b) as afirmações I e II estão corretas. Resolução
c) as afirmações II e III estão corretas. O amigo do narrador considera o termo que criou como uma
d) a afirmação I está correta. legítima contribuição para o enriquecimento léxico da língua.
e) a afirmação II está correta. Resposta: E
Resolução
A afirmação I é correta porque corresponde à observação do
texto de que as cores do pavão não se devem a pigmentos de
suas penas, mas a gotículas de água que há nelas. Daí a idéia de
ilusão, que vale também para a obra de arte, que, por trás de sua
riqueza e variedade, tem “um mínimo de elementos”.

162 –
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Módulo 9 e 10 b) nega que ela seja composta apenas por adjetivos.


c) mostra que, em muitas situações, ela deve ser composta de
INSTRUÇÃO: Para responder às questões de números 23 a 26, adjetivos.
leia o poema de Mário Quintana. d) põe em dúvida o fato de que ela seja composta apenas por
adjetivos.
DE GRAMÁTICA E DE LINGUAGEM e) indica a possibilidade de que ela seja composta apenas por
adjetivos.
E havia uma gramática que dizia assim: Resolução
“Substantivo (concreto) é tudo quanto indica A alternativa e é a mais aceitável, porém, mais do que
Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta”. possibilidade, o poeta, ao empregar o advérbio “decerto”, indica
Eu gosto é das cousas. As cousas, sim!... que, havendo uma linguagem das plantas e dos animais, ela
As pessoas atrapalham. Estão em toda parte. Multiplicam-se certamente seria composta por adjetivos.
[em excesso. Resposta: E

As cousas são quietas. Bastam-se. Não se metem com 25. (UNIFESP-SP) – Para o poeta, o poema
[ninguém. a) não é suficiente para exprimir seus sentimentos.
Uma pedra. Um armário. Um ovo. (Ovo, nem sempre, b) fica limitado em razão do sonho e da linguagem.
Ovo pode estar choco: é inquietante...) c) realiza-se independentemente da linguagem e do sonho.
As cousas vivem metidas com as suas cousas. d) tem sentidos ocultos a serem vivenciados.
E não exigem nada. e) é uma forma de sonhar e fugir da realidade.
Apenas que não as tirem do lugar onde estão. Resolução
E João pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta. A alternativa pode ser confirmada com os dois últimos versos do
Para quê? não importa: João vem! poema: “Antes mesmo que tu saibas o misterioso sentido: /
E há de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão. Basta provares o seu gosto...”. A ideia de sentidos ocultos a
Amigo ou adverso... João só será definitivo serem vivenciados também está expressa em versos anteriores
Quando esticar a canela. Morre, João... por meio de sensações gustativas como, por exemplo, “palavras
Mas o bom, mesmo, são os adjetivos, sumarentas” (com muito caldo, suculentas) e “como a polpa de
Os puros adjetivos isentos de qualquer objeto. um fruto maduro em tua boca”.
Verde. Macio. Áspero. Rente. Escuro. Luminoso. Resposta: D
Sonoro. Lento. Eu sonho
Com uma linguagem composta unicamente de adjetivos 26. (UNIFESP-SP) – Observe os pares de versos:
Como decerto é a linguagem das plantas e dos animais. “Substantivo (concreto) é tudo quanto indica
Ainda mais: Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta.”
Eu sonho com um poema
Cujas palavras sumarentas escorram “Antes mesmo que tu saibas o misterioso sentido:
Como a polpa de um fruto maduro em tua boca, Basta provares o seu gosto…”
Um poema que te mate de amor
Antes mesmo que tu saibas o misterioso sentido: Considerando-se o título e os sentidos propostos no poema, é
Basta provares o seu gosto... correto afirmar sobre os versos que
a) o primeiro par remete à ideia de gramática; o segundo, à
23. (UNIFESP-SP) – No poema, a relação entre as pessoas e ideia de linguagem. Neles predominam, respectivamente, a
as cousas é de função metalinguística e a apelativa.
a) contigüidade. b) oposição. b) ambos os pares remetem à ideia de gramática; portanto, ne-
c) semelhança. d) compatibilidade. les predomina a função metalinguística.
e) complementaridade. c) o primeiro par remete à ideia de gramática; o segundo, à
Resolução ideia de linguagem. Nos dois pares, predomina a função refe-
A relação de oposição entre as pessoas e as cousas pode ser rencial.
constatada nos seguintes versos: “As pessoas atrapalham. Estão d) ambos os pares remetem à ideia de linguagem. No primeiro,
em toda parte. Multiplicam-se em excesso. / As cousas são a função é metalinguística; no segundo, referencial.
quietas. Bastam-se. Não se metem com ninguém / (...) As cousas e) o primeiro par remete à ideia de linguagem; o segundo, à
vivem metidas com as suas cousas”. ideia de gramática. Em ambos os pares, estão presentes as
Resposta: B funções apelativa e referencial.
Resolução
24. (UNIFESP-SP) – “Com uma linguagem composta unica- No primeiro par, ao apresentar a definição da palavra “subs-
mente de adjetivos / Como decerto é a linguagem das plantas e tantivo”, tem-se a função metalinguística. No segundo, o eu
dos animais.” lírico dirige-se ao leitor (“tu saibas”, “Basta provares”),
Referindo-se à linguagem das plantas e dos animais, o poeta caracterizando a função apelativa, conativa.
a) ironiza a ideia de que ela seja composta apenas por adjetivos. Resposta: A

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Módulos 1 e 2 b) aponta para a exclusão de um fato que serviria de argumento


contrário à afirmação anterior.
As questões de números 1 a 5 referem-se ao texto apresentado c) introduz um argumento que comprova a tese expressa na
abaixo. oração anterior.
d) marca uma relação de simultaneidade entre as orações que
Os leigos sempre se medicaram por conta própria, já que de constituem o período.
médico e louco todos temos um pouco, mas esse problema e) indica uma oposição de intensidade entre duas orações.
jamais adquiriu contornos tão preocupantes no Brasil como
atualmente. Qualquer farmácia conta hoje com um arsenal de 4. (UNIFOR-CE) – A expressão sublinhada identifica-se como
armas de guerra, para combater doenças, de fazer inveja à figura de estilo em
própria indústria de material bélico nacional. Cerca de a) alertar a população para os perigos ocultos em cada remédio.
quarenta por cento das vendas realizadas pelas farmácias nas b) os leigos sempre se medicaram por conta própria.
metrópoles brasileiras destinam-se a pessoas que se c) retira oitenta por cento de seu faturamento da venda livre de
automedicam. A indústria farmacêutica de menor porte e seus produtos.
importância retira oitenta por cento de seu faturamento da d) a maioria das pessoas se automedica por sugestão de amigos.
venda “livre” de seus produtos – isto é, das vendas realizadas e) qualquer farmácia conta com um arsenal de armas de guerra.
sem receita médica.
Diante desse quadro, o médico tem o dever de alertar a 5. (UNIFOR-CE) – A coesão do texto efetiva-se
população para os perigos ocultos em cada remédio, sem que, a) pelo uso adequado dos conectivos.
necessariamente, faça junto com essas advertências uma b) pela linguagem em função referencial.
sugestão para que os entusiastas da automedicação passem a c) pelo emprego de sinônimos.
gastar mais em consultas médicas. Acredito que a maioria das d) pela variedade da carga vocabular.
pessoas se automedica por sugestão de amigos, leitura, e) pela predominância de orações subordinadas.
fascinação pelo mundo maravilhoso das drogas “novas” ou
simplesmente para tentar manter a juventude. Qualquer que
As questões de 6 a 8 referem-se ao texto abaixo. Trata-se do
seja a causa, os resultados podem ser danosos.
parágrafo introdutório de um livro de Alba Zaluar sobre a
(Geraldo Medeiros, in VEJA, dezembro, 1985.)
violência urbana no Rio de Janeiro.
1. (UNIFOR-CE) – Observe as afirmativas que se seguem.
O lugar não importa. Pode ser qualquer um, contanto que
I. As vendas efetuadas sem receita médica contrariam a
seja pobre e marginal a esta outrora encantadora cidade. Nele
ambição dos profissionais no sentido de atraírem as pessoas
fiquei mais de um ano convivendo e conversando com os
para as consultas médicas.
supostos agentes da violência urbana. Alguns por serem simples
II. A indústria de material bélico nacional ultrapassa quanti-
moradores do lugar. Pois o que é para nós, além de um grande
tativa e qualitativamente a indústria farmacêutica.
III. O desejo de conservação da juventude pode levar as pessoas medo, assunto jornalístico, para eles é nódoa contra a qual têm
a recorrer ao processo da automedicação. que lutar diariamente, até com eles próprios na frente do
espelho que certa imprensa lhes montou. Mais um estigma que,
Está de acordo com o texto o que se afirma somente em na pressa de descobrir os culpados alhures, se lhes impôs.
a) I e III. b) I. c) II. d) III. e) I e II. Outros porque realmente traficam, assaltam e fazem uso da
arma de fogo. Eu os vi, observei, escutei e deles ouvi contar
2. (UNIFOR-CE) – No segundo parágrafo do texto, muitas estórias. Durante todo esse tempo ouvi também
a) há uma expressão que retoma o que foi exposto no primeiro explicações, ou seja, tentativas de encaixar o que para eles
parágrafo. pode vir a ser uma terrível tragédia pessoal numa lógica
b) há uma insinuação de incentivo à automedicação. qualquer, na ordem das coisas deste mundo. É claro. Todo
c) aponta-se mais um efeito negativo da automedicação. mundo sabe o fim dos bandidos pobres: morrer antes dos 25
d) há uma advertência em relação ao mundo das drogas “novas”. anos. E ninguém quer ver seu filho, seu irmão, seu parente ou
e) faz-se uma crítica a consultas médicas frequentes. seu vizinho com este destino, embora haja quem acredite que
este caminho não é escolha, é sina. Talvez seja o modo que
3. (UNIFOR-CE) – A expressão sem que, no segundo encontram para dizer que as condições em que vivem os levam
parágrafo, forçosamente a agir assim.
a) mostra o fato de que não faltam pessoas entusiastas da auto- (ZALUAR, Alba. Condomínio do Diabo. Rio de
medicação. Janeiro, Editora da UFRJ, 1994. p. 7.)

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6. (UEL-PR) – Segundo o texto, é correto afirmar: expressão de cansaço e vazio – e nada entendi. Por segundos,
a) Qualquer morador das áreas pobres do Rio de Janeiro tem imaginei que exótica personagem era aquela, comerciando ouro
sua parcela de responsabilidade na violência urbana. fantasiado de pobre. Então rapazinho do interior, trazendo
b) Alguns moradores das favelas acreditam que está escrito no comigo a ingenuidade de outras e mais amenas rotinas, demorei
destino de cada um tornar-se ou não bandido. um pouco para entender a função do ensanduichado: não ser
c) Os moradores das favelas que não entram para o crime ficam mais que uma placa com pernas, disposta a conduzir algum
alheios às tragédias do cotidiano. cliente à pessoa do verdadeiro comprador. Quem tivesse, por
d) A autora faz sua análise a partir de uma situação hipotética, exemplo, uma aliança, corrente ou anel, para vender com
por isso não identifica o lugar estudado. urgência, que o seguisse por alguma escada sombria.
e) Os moradores das favelas afirmam que o banditismo é a Muitos anos mais tarde, certamente menos ingênuo,
única alternativa de sobrevivência que lhes é acessível. deparo-me com esta nova atração dos homens-sanduíches:
entre dois cartazes de papelão, anunciam empregos, neste
7. (UEL-PR) – No texto, a expressão “na frente do espelho tempo de desemprego. Por isso, mal pude vê-lo no meio de uma
que certa imprensa lhes montou” refere-se cerrada roda de interessados: foi preciso aproximar-me,
a) às fotos de favelados insistentemente divulgadas por órgãos curioso, para reconhecer indicações de alguns postos de
de imprensa. trabalho, oferecidos à pequena multidão, que anotava como
b) à baixa autoestima dos moradores de favela resultante de podia alguns endereços. Como ele se mexesse, pois afinal estava
suas precárias condições de vida. vivo, alguém pediu: — Quietinho, tio, que eu quero anotar...
c) à representação que os moradores de favela têm de si Comprando ouro ou oferecendo emprego, o homem-
próprios, a partir de sua descrição na imprensa. sanduíche nada compra e nada oferece por si mesmo: seu corpo
d) à apresentação de bandidos como heróis nos noticiários é um suporte móvel para o mercado alheio. Alugá-lo é por certo
policiais, transformando-os em modelos para os moradores mais barato que contratar um pedaço de parede, é mais prático
das favelas. que disputar um lado de coluna. O homem-sanduíche, invenção
e) aos espelhos distribuídos por empresas jornalísticas com do homo sapiens, é uma das provas vivas de que falta alguma
objetivo publicitário e usados nos barracos das favelas. coisa em nossa sabedoria.
(Celso de Oliveira, inédito)
8. (UEL-PR) – Em que alternativa a mudança na ordem das
palavras resulta em uma sequência que poderia substituir a 1. (ESPM-SP) – O autor considera que a expressão “homem-
expressão correspondente no texto, sem alteração de sentido? sanduíche” é muito expressiva porque ela alude, ao mesmo
a) esta outrora encantadora cidade / esta encantadora cidade tempo, à
outrora a) descrição de sua imagem e ao parco rendimento de sua
b) por serem simples moradores / por serem moradores simples função.
c) certa imprensa / imprensa certa b) sua posição intermediária na escala social e ao tipo de
d) uma terrível tragédia pessoal / uma tragédia pessoal terrível mercadoria que anuncia.
e) dos bandidos pobres / dos pobres bandidos c) descrição de sua imagem e ao tipo de mercadoria que
anuncia.
Módulos 3 e 4 d) sua posição intermediária na escala social e ao parco ren-
dimento de sua função.
As questões de 1 a 9 foram extraídas do exame vestibular da e) sua posição no mercado de trabalho e ao fato de passar
Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM. despercebido.

Atenção: As questões de números 1 a 9 referem-se ao texto que 2. (ESPM-SP) – “Nada entendi” – diz o autor do texto no segun-
segue. do parágrafo. Essa declaração prende-se às seguintes causas:
Homem-sanduíche é uma designação muito expressiva I. a mensagem do anúncio era contraditada por índices da
para aquele que anda ou estaciona na rua encaixado entre duas pobreza de quem anunciava.
placas publicitárias. Além de denotar essa posição de recheio II. ainda rapazinho ingênuo, chegado do interior, tomara ao pé
humano, a expressão pode ainda lembrar o quanto valerá um da letra o que dizia o anúncio.
dia inteiro desse específico trabalho: um sanduíche, ou quem III. desconhecia as razões da condição de quem lhe parecera
sabe dois. uma estranha personagem.
A primeira vez em que me deparei com uma dessas figuras
híbridas do humano com a coisa, li no cartaz: COMPRO Está correto o que é dado como causa em
OURO. Olhei para o homem, para seu chapéu velhíssimo de a) II, somente. b) I e II, somente.
sol e chuva, para seus sapatos deformados em tantas pisadas, c) I e III, somente. d) II e III, somente.
para as barras da calça puída, para seu rosto de velho, com e) I, II e III.
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3. (ESPM-SP) – Para indicar a condição de “coisa” a que fora a) esdrúxulo – imprensado – pleitear
reduzido o homem-sanduíche, o autor se vale das seguintes b) esdrúchulo – imprensado – divergir
expressões: c) exquisito – emprensado – preitear
a) “expressão de cansaço” e “fantasiado de pobre”. d) esdrúxulo – emprensado – diverjir
b) “exótica personagem” e “placa com pernas”. e) esquisito – imprençado – pleitear
c) “placa com pernas” e “suporte móvel”.
d) “suporte móvel” e “homo sapiens”. 9. (ESPM-SP) – A frase em que todas as palavras estão
e) “placa com pernas” e “afinal estava vivo”. corretamente grafadas é
a) O jovenzinho provinceano ficou extático quando se deparou
4. (ESPM-SP) – No contexto da crônica, há uma relação de com o homem-sanduíche.
causa e efeito entre os seguintes fatos: b) A ingênuidade do rapazinho impediu momentâneamente que
a) “Muitos anos mais tarde” e “deparo-me com esta nova atração”. ele desse pela função do homem-sanduíche.
b) “neste tempo de desemprego” e “cerrada roda de inte- c) Quem tinha pretenções de emprego acercava-se das placas,
buscando divizar o que informavam.
ressados”.
d) A existência mesma do homem-sanduíche constitui prova de
c) “anunciam empregos” e “certamente menos ingênuo”.
que nossa sabedoria não exclui a impiedade.
d) “deparo-me com esta nova atração” e “COMPRO OURO”.
e) Nas situações extremas, as pessoas desfazem-se de aneis ou
e) “Por isso, mal pude vê-lo” e “Como ele se mexesse”.
correntes para cobrir despezas de emergência.

5. (ESPM-SP) – É paradoxal a seguinte afirmação do texto:


a) “Imaginei que exótica personagem era aquela”.
b) “Como ele se mexesse, pois afinal estava vivo (...)”.
Módulos 5 e 6
c) “Então rapazinho do interior, trazendo comigo a ingenuida-
Para responder às questões de números 1 a 7, leia o texto abaixo.
de de outras e mais amenas rotinas (...)”.
d) “Comprando ouro ou oferecendo emprego, o homem-san-
A MESA GLOBAL
duíche nada compra e nada oferece (...)”.
e) “Por isso, mal pude vê-lo no meio de uma cerrada roda de
Pode-se viver sem estudos, produtos industrializados,
interessados”. obras de arte e, nos trópicos, até sem roupa. Impossível é
prescindir de comida e de bebida. A bailarina e o papa, o Nobel
6. (ESPM-SP) – Está incorreta a seguinte afirmação sobre de Química e o encanador; o marajá e o indígena, todos
o texto: diferem quanto a hábitos e costumes, equipamentos e interesses,
a) O autor é irônico ao dizer “Como ele se mexesse, pois afinal mas coincidem num ponto: dependem de sua ração diária.
estava vivo...”. Dotados de capacidade reflexiva – sabem que sabem o que
b) A condição de coisa do homem-sanduíche é intensificada sabem –, o homem e a mulher são os únicos animais que não
pelas alusões a “pedaço de parede” e “lado de coluna”. enfiam a boca diretamente nos alimentos. Capazes de
c) O emprego da expressão “nossa sabedoria” é irônica e nos reproduzi-los pela agricultura e pela pecuária, evitam comer
responsabiliza a todos pela miséria e exploração humanas. carne crua, lavam as frutas e verduras, cozinham legumes e
d) A expressão “Quietinho, tio, que eu quero anotar...” contém assam os grãos. Da mescla de trigo, água, gordura, sal e
um misto de afetividade e impaciência. fermento obtêm o pão, assim como extraem cerveja da cevada
e) O autor detecta na “pequena multidão” os responsáveis pela e vinho da uva. Se deixar de comer e beber, o ser humano
condição do homem-sanduíche. definha e morre. O alimento é-lhe tão imprescindível que, com
o advento do mercado, passou a ter valor de troca. Entre os
7. (ESPM-SP) – Considerado o contexto, traduz-se indígenas tribalizados, ainda hoje o alimento tem apenas valor
corretamente o sentido de uma expressão ou frase do texto em de uso. A ambição de lucro faz com que se destruam plantações
a) “designação muito expressiva” = sugestão enigmática. de grãos e frutas, para evitar queda de preços, embora haja
b) “figuras híbridas” = imagens falsas. milhares de famintos. Na sociedade capitalista, o valor de um
c) “exótica personagem” = tipo bizarro. produto alimentício supera o de uma vida humana. No Brasil,
d) “suporte móvel para o mercado alheio” = base instável de onde não faltam alimentos, 32 milhões de pessoas passam fome
um comércio precário. e cerca de 300 mil crianças, com menos de 5 anos de idade,
e) “outras e mais amenas rotinas” = experiências longínquas e morrem de subnutrição a cada ano.
vazias. (Frei Betto, in O Estado de S. Paulo, texto adaptado)

8. (ESPM-SP) – Estão corretamente grafados os sinônimos, 1. (VUNESP-SP) – De acordo com o texto, pode-se afirmar
respectivamente, de exótico, ensanduichado e disputar, em que as pessoas
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a) não conseguem viver sem os produtos industrializados. 6. (VUNESP-SP) – Assinale a alternativa em que o sentido da
b) têm nos estudos o bem mais importante para o desenvolvi- preposição destacada está correto.
mento da sociedade. a) No Brasil (modo)
c) desprezam a arte e, nos trópicos, normalmente vivem sem b) morrem de subnutrição (causa)
roupa. c) diretamente nos alimentos (tempo)
d) se assemelham quanto à necessidade de alimentação e bebi- d) até sem roupa (afirmação)
da, apesar de suas diferenças culturais. e) com o advento do mercado (companhia)
e) podem prescindir de comida e bebida, independentemente
de sua posição social. 7. (VUNESP-SP) – A pontuação está correta na alternativa:
a) Não faltam alimentos, no Brasil onde, 32 milhões de pessoas
2. (VUNESP-SP) – No trecho “Capazes de reproduzi-los pela passam fome.
agricultura e pela pecuária”, o pronome em destaque retoma a b) 32 milhões de pessoas, no Brasil onde não faltam alimentos
expressão passam fome.
c) Não faltam alimentos no Brasil, onde, 32 milhões, de pes-
a) a bailarina e o papa. b) os únicos animais.
soas, passam fome.
c) produtos industrializados. d) o homem e a mulher.
d) Não faltam alimentos, no Brasil, onde, 32 milhões – de pes-
e) alimentos.
soas – passam fome.
e) 32 milhões de pessoas passam fome no Brasil, onde não
3. (VUNESP-SP) – A crítica que se sustenta no texto centra-
faltam alimentos.
se na questão da
a) diferença na alimentação entre a bailarina, o papa, o enca-
Texto para as questões 8 e 9.
nador e o indígena.
b) falta de incentivo governamental para o desenvolvimento da BRASÍLIA – Se não bastasse, agora mais essa: corremos o
agricultura e da pecuária. sério risco de acabar entre Osama Bin Laden e George W. Bush.
c) forma excêntrica com que os seres humanos tratam os ali- Um é suspeito de explodir o coração dos EUA. O outro, de
mentos antes de consumi-los. querer retaliar à altura (?!).
d) forma injusta como é tratada a questão da fome nos países Em tempos de “paz”, “globalização” é praticamente sinô-
capitalistas. nimo de “americanização”.
e) ação contínua dos produtores para que se reduzam os preços Grosso modo, os juros deles aumentam lá, e você não con-
segue mais pagar a prestação de sua casa aqui.
dos alimentos.
Nestes tempos de “guerra”, a “globalização” pode ficar
ainda pior. Eles se matam aos milhares por lá e por aí, e nós
4. (VUNESP-SP) – Considere as seguintes informações:
vamos pagar o pato aqui.
I. Os países capitalistas têm investido maciçamente no com-
(Eliane Cantanhêde, Folha de S.Paulo)
bate à fome.
II. Para os índios, o alimento vale apenas para saciar suas ne-
8. (ESPM-SP – adaptado) – Quanto à pontuação (entre
cessidades físicas.
parênteses) do primeiro parágrafo, pode-se afirmar que
III. Na sociedade moderna, o valor do alimento equipara-se ao a) fere a determinação dos manuais de estilo jornalístico, que
da vida humana. tanto recomendam não usar ponto de exclamação quanto de
IV. O homem moderno concebe o alimento como um bem de interrogação em título de matéria.
consumo e lucro. b) expressa dúvida sobre “retaliar” – por isso depender de se
saber quem o faria – e, concomitantemente, descrença nas
De acordo com o texto, estão corretas apenas as afirmações intenções de Bush.
a) I e IV. b) I e II. c) II e IV. c) expressa dúvida e espanto da autora quanto à compreensão
d) I e III. e) III e IV. do que seja exatamente “retaliar à altura”.
d) sugere que há dúvida quanto à atitude de “retaliar à altura”
5. (VUNESP-SP) – Se o verbo destacado for alterado pelo ser fruto do querer ou ser uma imposição devido à gravida-
que está entre parênteses, muda-se o sentido da oração em: de dos fatos.
a) “...32 milhões de pessoas passam fome.” (SENTEM) e) há dúvida em relação a qual dos dois citados seria o ver-
b) “...cerca de 300 mil crianças (...) morrem de subnutrição...” dadeiro responsável pela retaliação anunciada como revide.
(FALECEM)
c) “No Brasil, (...) não faltam alimentos...” (HÁ) 9. (ESPM-SP – adaptado) – Quanto ao uso das aspas é certo
d) “...o alimento tem apenas valor de uso.” (POSSUI) afirmar que
e) “...todos (...) dependem de sua ração diária.” (NECES- a) seu uso visa ressaltar as ideias principais do trecho em
SITAM) questão.
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b) seu uso visa marcar palavras de outros autores, no texto. ser abatido como animal feroz. Não é assim que se combate a epi-
c) seu uso visa resguardar os termos destacados de seu sentido demia das vacas loucas? Situar, contudo, a guerra nesse plano
absoluto para sugerir outros sentidos. termina por abolir a diferença entre o inimigo externo e o interno.
d) seu uso excessivo visa marcar falta de critério da autora do Bin Laden estaria para Mc Veigh assim como o
texto no uso das aspas. fundamentalismo muçulmano para a ultra-ortodoxia judaica e
e) seu uso visa confundir o leitor a respeito dos conceitos mar- para todas as outras formas de fanatismo. Todos se situam
cados pelas aspas. como iguais na doença do desapego à vida. Tomam a passagem
por esse vale de lágrimas como pausa a ser abreviada pela
Módulos 7 e 8 imolação de si mesmos, em nome de um princípio
transcendente. Não é o que pregam aqueles que se suicidam em
Textos para os testes de 1 a 8. massa na Guiana ou na Flórida? Não é contra o mal da
frustração que se lança o estudante que toma de uma arma e
Texto I assassina professores e colegas numa escola? (...) A história
CAÇANDO A VERDADE nos ensina que o militante se converte em guerrilheiro quando
está irremediavelmente acuado, quando os exércitos em que
Alguém já afirmou que, numa guerra, a primeira vítima é
poderia integrar-se foram desbaratados, nada mais lhe restan-
a verdade. Nunca duvidei disso, mesmo sem saber exatamente
do, para continuar a luta, do que se dispersar em pequenos
o que seja “a verdade”. O que me surpreendeu agora, no que
grupos, tentando aferroar o inimigo pelas costas, pelos lados,
a imprensa vem chamando de “guerra contra o terror”, é o
nunca de frente. O terrorista sem rosto constitui uma ameaça
despudor com que versões substituem fatos e categorias
que, ao ser mordida pela astúcia ou pela mera força bruta, é
ganham estatuto de epifanias. (...) mesmo quando queremos ser
salamandra que renasce de suas cinzas. O remédio então é criar
justos e corretos, primeiro afirmamos a diferença para depois
um espaço em que a luta continue em termos civilizados e, por
procurar circunstanciais semelhanças. Em vez de simplesmente
fim, se transforme em negociação democrática.
dizer que somos todos homens e que o fato de usarmos turbantes
ou crucifixos é absolutamente secundário, preferimos já sair (José Arthur Giannotti, Folha de S.Paulo, “Mais!”, 7/10/01)
sublinhando o que separa, o que distancia. Desconfio de que
essa seja uma falha de programação da mente humana. Mesmo 1. (ESPM-SP) – A justificativa para os títulos dos textos I e
na “Civilização”, continuamos dividindo os homens em duas II seria:
categorias: parecido-aliado e diferente-inimigo. a) De que, como se trata da “caçada ao terrorismo”, os títulos
(Hélio Schwartsman, em TV Folha 7/10/01) aludem à necessidade de saber quem seria o líder respon-
sável por tal ação.
Texto II b) A sugestão de que é necessário tanto caçar o responsável
A OCULTAÇÃO DO REAL pelas ações terroristas, quanto se deve, sempre, estar à caça
da “verdade”.
(...) Declarou-se guerra ao terror. Mas o que vem a ser c) De que eles aludem, por meio de uma ironia, à ideia de que
essa nova guerra que se trava nos limites do mundo conhecido? a “verdade”, para ser encontrada, tem de ser tratada como
Sabemos, de longa data, que as cenas de guerra vêm num jogo.
camufladas. Depois da experiência do Vietnã, as Forças Armadas d) Alusão a uma tese: a “verdade” foi sacrificada por determi-
norte-americanas trataram de controlar a notícia, evitando o nada circunstância; além disso, inescrupulosamente, fabri-
contato direto dos jornalistas com o campo de batalha. As cam-se versões.
imagens do último desastre foram maquiadas para evitar que se e) Que o uso do gerúndio sugere a ideia de que essa ação con-
vissem pessoas se precipitando no vazio, membros tra o terrorismo deve ser contínua e prolongada e não ime-
despedaçados, rostos desfigurados pela dor. Tudo é feito para diata.
reforçar o maniqueísmo, diabolizar o inimigo, em suma,
reforçar a retórica dos políticos no seu papel de convocar todos 2. (ESPM-SP) – Em: “Declarou-se guerra ao terror” (Texto II),
para que não poupem suor e lágrimas até a vitória. a) a afirmação acima tenta construir a ideia de unanimidade em
(...) Donald H. Rumsfeld, secretário de Defesa dos EUA, relação ao apoio dado à ação.
acusa os inimigos de estarem “empenhados em negar a povos livres b) a afirmação favorável à guerra, para impossibilitar
a oportunidade de viverem como quiserem”. Nada mais esdrú- identificação dos agentes, faz uso da indeterminação do su-
xulo, porém, do que imaginar que o simples fato da diferença de jeito.
formas de vida levaria ao conflito. Para que a diferença se c) a afirmação acima tem como estrutura sintática a voz pas-
transforme em ódio, não é preciso que uma das partes se sinta siva, para destacar o objeto da ação.
ameaçada até mesmo em sua possibilidade de existir? d) a afirmação acima é falsa, porque a referida matéria foi
(...) Se a guerra é contra o terror ameaçando uma forma de escrita antes da reação dos EUA.
vida, vírus vindo de fora, o inimigo passa a ser um doente e e) a afirmação acima retrata uma reação emocional ao ataque
tresloucado que, situando-se além da condição humana, deve sofrido pelos EUA.

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3. (ESPM-SP) – Como explicar o uso da adversativa no Texto c) a força bruta, aliada à astúcia, são componentes do perigo
II, segundo período? representado pelo terrorista.
a) A intenção é simplesmente negar a afirmação do primeiro d) ele se torna invencível quando é levado a usar da astúcia ou
período. força bruta, porque acuado.
b) A intenção é confundir o leitor, para testar seu nível de e) ele faz parte de uma forma fragmentada de terror.
interpretação.
c) A intenção é ironizar o fato de que “guerra” ganhou um novo 8. (ESPM-SP) – Qual o verdadeiro dilema sobre o qual
sentido. versam os dois textos?
d) A intenção é contrariar a ideia de que o sujeito da ação a) Como acabar com o terror, usando, para isso, a guerra.
enunciada é desconhecido. b) Como identificar o terrorista “sem rosto”, que sofre da
e) A intenção é levantar dúvida sobre “guerra” ser reação legí- doença do desapego à vida.
tima a uma verdade aparente versus uma verdade camuflada. c) Como abolir a diferença entre o inimigo externo e o interno.
d) Como não camuflar a luta por interesses distintos, sob o
4. (ESPM-SP) – “Se a guerra é contra o terror ameaçando rótulo de “guerra contra o terror”.
uma forma de vida, vírus vindo de fora, o inimigo passa a ser e) Como conter a força bruta dos terroristas, de forma a
um doente e tresloucado que, situando-se além da condição hu- eliminá-los.
mana, deve ser abatido como animal feroz.”
a) Afirma o autor, nessa passagem, que o terror é um vírus, por Módulos 9 e 10
isso justifica-se seu extermínio.
b) O terrorista, segundo o autor do texto, é “um doente e Texto para as questões de 1 a 4.
tresloucado”, por isso justifica-se seu extermínio.
c) O terrorista, segundo o autor do texto, é “alguém além da Querendo ser eternizado em imponente estátua equestre,
condição humana”, por isso justifica-se seu extermínio. que do alto de um pedestal dominasse a cidade, o ditador
d) A eliminação do terrorista é conclusão da proposição mandou chamar o melhor escultor do país, e durante semanas
hipotética de que o terror é “vírus vindo de fora”. posou, devidamente montado num cavalo de pau. O resultado,
e) Eliminar o terrorista é a única forma de garantir a segurança entretanto, nem de longe o satisfez. Faltavam a altivez dos
interna dos EUA. traços, o grandioso do gesto, nem fazia o peito encovado justiça
à força que abrigava.
5. (ESPM-SP) – “Situar, contudo, a guerra nesse plano termi- Fuzilado o escultor; outro foi convocado. O qual, não
na por abolir a diferença entre o inimigo externo e o interno.” sendo o melhor; produziu estátua ainda mais mesquinha, para
tristeza e fúria do modelo. Em breve, os poucos escultores res-
I. O plano, do qual fala o autor, refere-se ao combate do
tantes haviam sido chamados e despachados, sem que qualquer
terrorismo (sentido geral), considerando-o um agressor
dos seus trabalhos parecesse sequer aceitável ao ditador. E
externo, como um vírus, a se combater.
requisitaram-se os entalhadores, depois os santeiros, e até
II. Quando o autor diz “a guerra... termina por abolir a
mesmo os ceramistas. Mas nenhum deles parecia saber captar
diferença”, ele quer alertar para um ponto em comum entre a nobreza do líder: E a este não restou senão uma solução.
inimigos internos e externos: desapego à vida. Mandou construir imenso caixote de madeira, no qual
III. É falsa a ideia de que não existem diferenças entre os entrou no dia aprazado, montado no seu fiel tordilho e trajado
inimigos internos e externos. em alto uniforme, com plumas e condecorações. Ereto sobre a
sela estufou o peito, empinou o queixo, levantou o braço direito
a) Todas as alternativas são verdadeiras.
em gesto cívico, e deu um puxão nas rédeas. Quando o cavalo
b) Somente as alternativas I e II são verdadeiras.
ergueu-se sobre as patas traseiras, um breve aceno de cabeça
c) Somente as alternativas I e III são verdadeiras.
bastou para que os operários abrissem as canaletas,
d) Somente as alternativas II e III são verdadeiras.
despejando a pasta de gesso até encher completamente o
e) Somente a alternativa I é verdadeira. caixote, garantia de um molde perfeito onde coaria o bronze.
(Marina Colasanti, Contos de amor rasgados)
6. (ESPM-SP) – Quais as consequências, para o indivíduo
“acuado”, apontadas pelo autor? 1. (FUVEST-SP) – “Querendo ser eternizado em imponente
a) Converte-se o indivíduo de militante em guerrilheiro. estátua equestre, que do alto de um pedestal dominasse a cida-
b) Converte-se o indivíduo num ser destemido. de, o ditador mandou chamar o melhor escultor do país...”
c) Converte-se o indivíduo em membro de pequenos grupos. O trecho transcrito aparece modificado de forma correta e sem
d) O indivíduo passa a valer-se de práticas traiçoeiras. prejuízo do sentido em:
e) Converte-se o indivíduo em ser sem identidade institucional. a) Assim que foi eternizado em imponente estátua equestre, que
do alto de um pedestal dominava a cidade, o ditador quis chamar
7. (ESPM-SP) – É verdadeiro afirmar sobre o terrorista sem o melhor escultor do país.
rosto que b) Enquanto quis ser eternizado em imponente estátua equestre,
a) a mais eficaz forma de combatê-lo é por meio da guerra. a qual do alto de um pedestal dominou a cidade, o melhor
b) ele é um doente, um tresloucado que deve ser eliminado. escultor do país foi chamado.
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c) Afim de ser entronizado em imponente estátua equestre, que • Fórmula biodegradável.


do alto de um pedestal dominasse a cidade, o melhor escultor do • As ervas são cultivadas em condições orgânicas compro-
país foi chamado. vadas, sem pesticidas e petroquímicos.
d) Porque desejava ser eternizado em imponente estátua eques-
tre, a qual do alto de um pedestal dominasse a cidade, o ditador Modo de Usar: Aplicar sobre os cabelos molhados,
mandou chamar o melhor escultor do país. massagear até que espume, enxaguar bem. Se necessário, repetir
e) Visto que o ditador queria ser eternizado dominando a cidade a operação. Para melhores resultados, usar Herbal Essences
em imponente estátua equestre, mandou chamar, do alto de um Clean Rinsing Conditioner, que desembaraça e dá brilho sem
pedestal, o melhor escultor do país. deixar os cabelos pesados ou com resíduos.

No texto, só não há indicações de que a empresa


2. (FUVEST-SP) – “...O ditador mandou chamar o melhor
escultor do país, e durante semanas posou, devidamente a) demonstra respeitar a natureza.
montado num cavalo de pau. O resultado, entretanto, nem de b) acredita ser importante explicar o modo de ação do produto.
longe o satisfez.” c) pretende descrever o produto, o modo de usá-lo e, também,
A relação lógica estabelecida, no texto, pela palavra grifada promover outro produto da linha.
também aparece em: d) acredita que há produtos perigosos à saúde devido ao modo
a) Muito tentou e não conseguiu o efeito pretendido. como são produzidos ou cultivados seus ingredientes.
b) Esforçava-se, embora não chegasse aonde queria. e) imagina que só os produtos naturais têm qualidade.
c) Nunca alcançava, portanto desistia.
d) Ou continuava, ou não se satisfaria. 6. Assinale a alternativa que contenha consideração adequa-
e) Quanto mais se esforçava, menos conseguia. da sobre o texto.
a) O termo “impurezas” (no último período do segundo pará-
3. (FUVEST-SP) – A alternativa em que todas as palavras e grafo) retoma e especifica a expressão “oleosidade exces-
expressões pertencem a um mesmo campo de significação é: siva” (período anterior).
a) imponente; dominasse; ditador; força. b) Se, no lugar dos infinitivos sublinhados na parte do texto
b) escultor; mesquinha; tristeza; nobreza. relativa ao “Modo de Usar”, aparecessem imperativos, então
c) altivez; grandioso; encovado; modelo. as sugestões de uso ali apresentadas tornar-se-iam ordens.
d) imenso; aprazado; tordilho; plumas. c) Embora a conjunção “se”, no trecho “Se necessário, repetir a
e) ereto; cívico; aceno; operários. operação”, pudesse levar o leitor a concluir que aí se esta-
belece uma relação de condição, não é isso o que ocorre.
4. (FUVEST-SP) – Se a autora pretendesse acrescentar, ao d) O trecho “contêm ervas orgânicas naturais” deixa pressupor
final de sua narrativa, uma espécie de “moral da história”, uma que há ervas orgânicas que não são naturais.
frase adequada seria: e) Utiliza-se inadequadamente o termo spray em “spray para
a) Não há persistência quando impera a vaidade. cabelo”, uma vez que o vocábulo só é utilizado no português
b) Não há vaidoso que possa suportar a vaidade alheia. para se referir ao método de expulsão do produto da
c) A expressão de uma grande vaidade não mede o custo. embalagem.
d) A vaidade só se curva ao instinto de autopreservação.
e) A absolvição da vaidade depende de uma dura penitência. 7. Assinale a alternativa que contenha consideração ina-
dequada sobre o texto.
5. (PUC-MG) – Os shampoos Herbal Essences, preparados a) O vocábulo “outros”, em “combina alecrim, jasmim e flor
com água pura de fonte de montanha, contêm ervas orgânicas de laranjeira com outros derivados de plantas”, leva a con-
naturais e um exclusivo complexo botânico. cluir que alecrim, jasmim e flor de laranjeira são derivados
Essa associação original deixará seus cabelos limpos, per- de plantas.
fumados e brilhantes. b) Entre as partes do enunciado “Livre de impurezas, o cabelo
Herbal Essences Clarifying Shampoo combina alecrim, adquirirá um brilho excepcional” é estabelecida uma relação
jasmim e flor de laranjeira com outros derivados de plantas, para de causa (1.a parte) e consequência (2.a parte).
limpar o fio capilar de uma forma suave, porém profunda, c) O trecho “Modo de usar” baseia-se na possibilidade de que o
removendo a oleosidade excessiva e resíduos de produtos leitor nunca tenha usado shampoo, pois, para os que já usa-
(mousse, gel, spray para cabelo), que se depositam na superfície ram, muitas das informações ali fornecidas são supérfluas.
do cabelo. Livre de impurezas, o cabelo adquirirá um brilho d) A ordem das informações relativas ao produto no texto pode
excepcional. ser descrita como se segue: modo de ação; resultados pro-
• Não contém substâncias de origem animal. Produto não porcionados; origem dos ingredientes; modo de usar.
testado em animais. e) O vocábulo “operação”, em “Se necessário, repetir a ope-
• Utiliza ingredientes de alta qualidade, derivados de plantas ração”, poderia ser substituído por “ação”, sem que houvesse
não sujeitas à extinção. comprometimento do sentido.
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8. (ESPM-SP) – A montagem de imagens e palavras abaixo c) A lição das catástrofes, quando aproveitada, é a de se valo-
ilustra o texto de propaganda de uma escola particular. rizar de modo absoluto a construção de um caminho de pa-
cificação.
d) O passado recente nos deu exemplos instigantes dos ca-
minhos dos quais não vale a pena nos afastarmos no século
XXI.
e) Para bem se aprender uma lição do século XX, não é possível
esquecer qual foi sua mais trágica invenção.

9. (UPF-RS) – No contexto de um tenso debate nos meios de


comunicação, gerado pela possibilidade de a Ford não mais se
instalar no RS, por desacordos com o governo do Estado, ZH pu-
blica, em 14 de abril de 1999, um anúncio publicitário do Governo
da Bahia, com a seguinte manchete:

GM E FORD, VENHAM PARA A BAHIA.


AQUI, A GENTE HONRA OS COMPROMISSOS E ESTÁ
SEMPRE ANDANDO NA FRENTE.

Neste anúncio,
I. afirma-se, explicitamente, que a Bahia tem recursos de sobra
para dar incentivos fiscais a montadoras de automóveis.
II. afirma-se, explicitamente, que o Governo da Bahia não
rompe contratos assumidos.
(Época, n.o 72, de 04/10/99) III. fica implícito que o Governo da Bahia só garante honrar
compromissos com a GM e a Ford.
A frase do texto de propaganda que estaria em desacordo com IV. fica implícito que o Governo do RS costuma não cumprir
as sugestões da montagem acima é os compromissos que assume.
a) Com a agressão ao meio ambiente nós aprendemos a impor- V. fica implícito que o Governo do RS só não honra com-
tância de cuidar do meio em que vivemos e de passar a promissos assumidos com montadoras de automóveis.
preservá-lo.
b) De bomba a pomba há mais que um jogo de palavras: há o São verdadeiras somente as afirmações
salto de qualidade que se deve dar na passagem de século. a) I e II. b) II e IV. c) III e V. d) II e V. e) I, II e IV.

FRENTE 4 REDAÇÃO

Módulo 1 – Dissertação e 2 – No relatório final, omitiram-se as informações que


comprometeriam o andamento das investigações. Decidiu-se
Critérios de Correção também relatar os últimos acontecimentos que não constavam
do processo.
1. (UFPR) – “Na análise do relatório, constatou-se um
desvio de recursos que se supõe ter sido feito pelo diretor II. 1 – Após instalarmos a comissão, abrimos os documentos
afastado. Para que os fatos sejam apurados, decidiu-se
que apontavam os pontos falhos do processo. Observamos que
encaminhar o caso para as instâncias superiores.”
medidas mais enérgicas eram urgentes para conter as despesas.
No trecho acima, são utilizados recursos gramaticais para
2 – Após a comissão ser instalada, abrimos os documentos nos
tornar o texto impessoal. Analise as ocorrências abaixo e
quais se apontavam os pontos falhos do processo. Foi
aponte aquelas em que esses recursos foram usados para impes-
observado que medidas mais enérgicas eram urgentes para as
soalizar o que aparece em 1, de acordo com as normas da
despesas serem contidas.
língua padrão.
III. 1 – Em situações como essas, sempre constato que é
I. 1 – No relatório final, nós omitimos as informações que
necessário ter atitudes firmes na hora certa. Se deixar as
comprometeriam o andamento das investigações. Decidimos
decisões urgentes para outras pessoas, corro o risco de perder o
também relatar os últimos acontecimentos que não constavam
controle sobre os acontecimentos.
do processo.
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2 – Em situações como essas, sempre se constata que é c) “Apesar de obrigadas a esconder os cabelos com lenços
necessário ter atitudes firmes na hora certa. Se se deixam as pretos, as iranianas conquistaram posições importantes no
decisões urgentes para outras pessoas, corre-se o risco de se governo, na universidade e na imprensa.”
perder o controle sobre os acontecimentos. d) “O mais enérgico movimento social a emergir no Irã desde
IV.1 – Eu constatei, após fazer uma análise cuidadosa, que os 1979 foi o das mulheres.”
dados que recolhi não eram suficientes para justificar a e) ”Na Arábia Saudita, elas não podem dirigir automóvel ou
conclusão. Assim, resolvi buscar mais evidências a fim de sentar-se sozinhas num restaurante.”
apresentar uma análise que tivesse mais respaldo.
2 – Constatei, após fazer cuidadosa análise, que são insufi- 3. O que o autor do texto utiliza para ilustrar esse contra-ar-
cientes os dados recolhidos para que se justifique a conclusão. gumento?
Resolvi, assim, buscar mais evidências a fim de uma análise ser a) A história constitucional do Egito.
apresentada com mais respaldo. b) Exemplos de países do mundo árabe.
c) Os casos de conquistas femininas no mundo árabe.
Assinale a alternativa correta. d) A história do islamismo em diferentes países árabes.
a) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. e) Exemplos de mulheres participando do governo, universi-
b) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras. dade e imprensa.
c) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras. 4. As expressões no país e o Estado em “Há hoje 80.000
e) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. apátridas no país...” e “Na década passada, o Estado baniu...”
referem-se a:
(UEL) – As questões de 2 a 5 referem-se ao texto a seguir. a) Irã. b) Arábia Saudita. c) Egito.
d) Mundo islâmico. e) Mundo árabe.
A VIDA ATRÁS DOS VÉUS
“Não é uma situação comum no mundo islâmico, sobretudo nos
O mais enérgico movimento social a emergir no Irã desde
países árabes.”
1979 foi o das mulheres. Apesar de obrigadas a esconder os
cabelos com lenços pretos, as iranianas conquistaram 5. Que alternativa preserva as mesmas relações de sentido da
posições importantes no governo, na universidade e na frase acima?
imprensa. Não é uma situação comum no mundo islâmico, a) É uma situação incomum no mundo islâmico, especialmente
sobretudo nos países árabes. Ao contrário, as mulheres são nos países árabes.
privadas de direitos básicos na maioria deles e não há notícia b) Não é uma situação comum no mundo islâmico, nem mesmo
de nenhuma organização pelos direitos femininos que tenha nos países árabes.
sobrevivido por muito tempo. Na Arábia Saudita, elas não c) É uma situação pouco usual no mundo islâmico, embora seja
podem dirigir automóvel ou sentar-se sozinhas num comum nos países árabes.
restaurante. Em vários países, entre eles o Irã, seu testemunho d) Ainda que ocorra sobretudo nos países árabes, não é uma
na justiça vale metade do de um homem. O Egito, que no situação comum no mundo islâmico.
início do século XX aboliu o uso do véu e nos anos 50 adotou e) É uma situação comum nos países árabes, sobretudo no
o voto feminino, não permite que a mãe passe a nacionalidade mundo islâmico.
egípcia ao filho. Há hoje 80.000 apátridas no país, todos
filhos fora do casamento ou de pai desconhecido. Na década 6. (FGV) – Os períodos abaixo estão alinhados sem ordem
alguma. Organize-os em uma sequência lógica. Na resposta,
passada, o Estado baniu a mutilação genital, mas o hábito –
indique, por meio dos números, a ordem em que eles devem
cujo objetivo é privar a mulher do prazer sexual – continua
dispor-se.
amplamente difundido. Recentemente, para não contrariar a
1) Além disso, ainda há muitos lugares onde não há telefones.
oposição islâmica, o governo retirou um projeto de lei que
2) Nos Estados Unidos e no Canadá, por exemplo, existe
permitiria às mulheres viajar para o exterior sem autorização
disponibilidade de acesso ilimitado à Internet por uma tarifa
escrita do marido.
mensal, incluindo o telefone.
(Veja, 01/03/2000)
3) No Japão, por exemplo, todos têm de pagar 10 ienes por três
minutos on line.
2. Neste texto, há a apresentação de uma tese, cuja ideia 4) A Internet pode ter um caráter mundial, mas em cada país há
central é o movimento de emancipação da mulher no Irã. No especificidades econômicas e sociais que podem facilitar ou
entanto, o texto se desenvolve para uma contra-argumentação. limitar o acesso à rede.
Qual trecho do texto marca essa inversão? 5) Na maioria dos países, no entanto, seu uso é cobrado por
a) “Não é uma situação comum no mundo islâmico, sobretudo minuto.
nos países árabes. Ao contrário, as mulheres são privadas de 6) Por isso, em regiões da Rússia, da África ou da América
direitos básicos na maioria deles...” Central, o acesso à Internet está fora de questão.
b) “Em vários países, entre eles o Irã, seu testemunho na justiça (Adaptado de Zeff , Robbin. São Paulo: HSM Management,
vale metade do de um homem.” n.º 17, ano 3, p. 127, nov./dez. 1999)
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