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Farmácia Hospitalar

Além de pacientes e produtos farmacêuticos, a farmácia


Organização
também recebe visitas de técnicos e de fornecedores, o que
justifica a sua localização em ponto estratégico que facilite a
As funções do Farmacêutico Hospitalar no Brasil foram troca de informações.
definidas a partir da Resolução 208, do Conselho Federal de
Farmácia, de 19 de junho de 1990.
Área Física
Farmácias Hospitalares - são núcleos de apoio dos Programas
de Saúde Pública, articuladas aos órgãos governamentais, A farmácia deve dispor de um espaço suficiente para o
produzindo, distribuindo medicamentos e orientando desenvolvimento das diferentes atividades, tendo em vista
pacientes na administração dos mesmos, visando, com isso, que são muitos os fatores que podem condicionar o espaço
atender, em programas sociais de grande alcance, uma necessário para uma farmácia. RDC 50/2002 ANVISA.
clientela-alvo, através da assistência farmacêutica.
Os principais são:
Farmácia Hospitalar - “unidade hospitalar de assistência
técnico-administrativa, dirigida por profissional farmacêutico, ● Tipo de hospital (geral ou especializado);
integrada funcional e hierarquicamente às atividades ● Número de leitos;
hospitalares”, deve ser considerada como serviço clínico e ● Localização geográfica;
hierarquicamente ligada à direção do hospital e ao serviço ● Tipo de assistência prestada pelo hospital;
médico. ● Tipo de compras efetuadas pela farmácia (mensal,
semestral ou por estoque mínimo);
● Tipo de atividades da farmácia.

Independente destes fatores há necessidade de uma área


mínima, que permita adequar todos os setores de trabalho de
forma racional.

CENTRAL DE ABASTECIMENTO FARMACÊUTICO

Toda Farmácia Hospitalar deve dispor de pelo menos algumas


áreas consideradas essenciais, como:

CAF - Tem como objetivo básico garantir a correta


conservação dos medicamentos, dentro de padrões e normas
técnicas específicas, que venham assegurar a manutenção
das características e qualidade necessárias à sua correta
utilização.

Para tanto, se faz necessário dotar o local de condições


adequadas:

● Acesso – o acesso, tanto externo como interno, e A


circulação devem ser otimizados, facilitando o
recebimento e a distribuição;
● Água e eletricidade – deverá contar com instalações
de redes suficientes para o desempenho de suas
atividades.
Estrutura física da farmácia hospitalar: ● Comunicações – deverá contar com eficiente sistema
● Diretoria de comunicação, entre todas as dependências do
● CAF hospital.
● Farmácia Internação ● Drenagem – Prevenção de inundações.
● Farmácia Centro cirúrgico ● Circulação – O local deve estar disposto em um só
● Farmácia Emergência plano.
● Farmácia Ambulatorial ● Segurança – Equipamentos contra incêndios e
● Manipulação Especial acidentes ocupacionais.
● Farmacotécnica Hospitalar ● Ventilação – Com abertura superior e inferior nas
paredes.
Localização ● Conservação – Instalações com fácil conservação
com pisos, tetos e paredes laváveis, não
A Farmácia Hospitalar deve estar localizada em área de livre umidificáveis, permitindo correta limpeza.
acesso e circulação, tanto para atender à distribuição de ● Disposição de produtos farmacêuticos – Disposição
medicamentos aos pacientes internados, como para receber sistêmica dos produtos, que facilite a localização e
estes e demais produtos farmacêuticos adquiridos para evite trocas na separação.
consumo.
● Condições ambientais - não permitir a incidência 3º - Solução de molibdênio-99 com alta pureza →
direta de luz solar e controlar a temperatura (20-22 molibdênio-99
ºC) e a umidade. Em geral, cada 10 ºC → duplicação 4º - Na forma de cápsula, eles enviados à radiofarmácia
da velocidade dos processos de decomposição. 5º - Na radiofarmácia as cápsulas de molibdênio são
depositadas nos geradores de tecnécio que são
encaminhados para os hospitais e clínicas
A CAF deverá estar organizacionalmente dividida em 6º - Médicos especialista extraem do gerador solução de
recepção, armazenagem e distribuição. tecnécio usada como contraste em exames de tomografia

Os produtos deverão ser recebidos conforme as ÁREA DE DISPENSAÇÃO INTERNA


especificações padronizadas, de modo a garantir que o
produto adquirido mantenha a qualidade adequada. Deve permitir dispensar corretamente os medicamentos,
segundo as exigências do sistema de distribuição adotado.

→ Condições Específicas para Medicamentos, Correlatos, Precisa de espaço para análise das prescrições, para a guarda
Radiofármacos e Outros dos produtos dispostos de forma a facilitar a separação e a
preparação das doses.
01. Área de armazenagem geral
ÁREA DE PRODUÇÃO/ MANIPULAÇÃO
Onde são acondicionadas especialidades farmacêuticas e
outros produtos que não exigem condições especiais de Quando for o caso desta área, deverá dispor de equipamentos
temperatura, luz e umidade. Esta área pode ser subdividida específicos, área de acordo com exigências da ANVISA e
em vários espaços ou blocos para guardar separadamente, aplicação de Boas Práticas de Fabricação e controle de
por exemplo: soluções parenterais de grande volume, medicamentos.
contrastes radiológicos, soluções antissépticas,
matérias-primas, material para envase (frascos, etiquetas, Subárea:
etc.), correlatos e outros. ● Preparações de Produtos não-estéreis
● Envase
02. Área de armazenagem de inflamáveis ● Fracionamento
● Preparação de estéreis e outras
Exige paredes reforçadas e temperatura controlada para
evitar o risco de explosão. É recomendável: um laboratório de controles de qualidade
químicos e físico-químicos em todos os produtos manipulados.
03. Área de armazenagem dos termolábeis
Controle microbiológico - deve estar preferencialmente
Onde são armazenados produtos sensíveis às variações de centralizado no laboratório do hospital.
temperatura utilizando equipamentos frigoríficos adequados
às necessidades locais e sistemas de segurança que incluem, Estrutura de uma farmacotécnica:
rede alternativos de energia e sistema de alarme.

04. Área de armazenagem de psicotrópicos e


entorpecentes

Por serem produtos que causam dependência física e


psíquica, precisam ser armazenados com segurança, em áreas
isoladas, ou em armários com fechaduras.

05. Área de armazenagem de radiofármacos

Quando a farmácia se propõe a acondicionar estes produtos,


deve procurar seguir as normas estabelecidas pelo Conselho
Nacional de Energia Nuclear – CNEN.

Todas as atividades onde estão envolvidos medicamentos, citostáticos: medicamentos antineoplásicos


germicidas e correlatos podem ser comprometidas pela misturas intravenosas: pode ocorrer precipitação
armazenagem inadequada. Garantir e manter a integridade preparações não-estéreis: mais fácil preparo
dos mesmos é básico para o desenvolvimento das mais fracionamento: se adquire a qtdade certa para os pacientes
importantes ações de prevenção, tratamento e controle das
infecções hospitalares.
CENTRO DE INFORMAÇÃO SOBRE MEDICAMENTOS (CIM)
Caminho do radiofármaco:
A partir do urânio, chega-se ao gerador de tecnécio O centro pode ou não estar situado na própria farmácia, mas
1º - Urânio já processado é irradiado com feixes de nêutrons deve ser de fácil acesso à equipe de saúde do hospital, já que
por uma semana em um reator nuclear difundir informações objetivas e esclarecedoras é tão
2º - Processo químico que resulta na separação do molibdênio importante quanto distribuir corretamente os próprios
do urânio → URÂNIO-235 medicamentos.
Cenário atual: ● Revisão do uso de medicamentos.
● Nos EUA, em 2004 > 57 CIM. ● Atividades de pesquisa sobre o uso de
● No Brasil, o primeiro CIM foi instalado no Hospital medicamentos.
Onofre Lopes, Universidade Federal do Rio Grande ● Participar do Programa de Farmacovigilância.
do Norte (Natal).
● Atualmente, há vários CIM no Brasil, instalados → Para implantação do CIM:
principalmente em universidades e hospitais ● ESTRUTURA FÍSICA
(estima-se cerca de 20). ○ Computadores
● Tradicionalmente, os farmacêuticos são ○ Linha Telefônica
disseminadores de informação sobre medicamentos, ○ Armários
estejam em farmácias comunitárias ou hospitalares, ○ Arquivos
de modo informal ● Biblioteca atualizada
● Plataformas científicas
O CIM é uma alternativa para facilitar o acesso e a ● RECURSOS HUMANOS
disponibilidade da informação, diminuindo os custos ○ Farmacêuticos treinados
hospitalares pela racionalização do uso dos medicamentos. ○ Estagiários
○ Secretária
A equipe de saúde e os pacientes de um hospital devem
contar com informação objetiva e independente sobre → PRINCIPAIS DÚVIDAS NA FH
medicamentos, o que pode ser feito por um CIM.
Enfermagem: dúvidas sobre a estabilidade de misturas de uso
Para um mesmo medicamento, as bulas de diferentes países parenteral, sobre a compatibilidade entre drogas e via de
podem trazer diferentes informações. administração

→ Fatores Causadores de Problemas na Farmacoterapia Médicos: dúvidas sobre interação medicamentosa, reações
em HOSPITAL incluem: adversas e efeitos colaterais, e informações sobre novas
drogas.
● Aplicação inadequada da informação do produto no
que se refere a sua preparação e administração. → PRINCIPAIS DIFICULDADES
● Informação inadequada do médico prescritor. ● Falta de preparo ou formação deficiente do
● Falta de conhecimento sobre as características profissional farmacêutico.
farmacocinéticas dos medicamentos ● Falta de adesão da equipe multidisciplinar.
● Pressão mercadológica da indústria farmacêutica, ● Escassez de fontes
que leva a seleção inadequada de medicamentos
● Ausência ou atuação não efetiva da Comissão de ÁREA ADMINISTRATIVA
Farmácia e Terapêutica.
Onde se realizam todas atividades de:
● aquisição de medicamentos
● controle de estoques
● estudos de consumo e custos
● previsão das atividades
● análise de todas as ações realizadas na farmácia
● tudo isso através de planejamento e estratégias

Recursos Humanos

A Farmácia Hospitalar deve estar sob a responsabilidade de


um FARMACÊUTICO legalmente habilitado e especialmente
preparado em Farmácia Hospitalar.

A Farmácia deverá estar dotada de farmacêutico(s), técnicos


e auxiliares de farmácia, em número suficiente para exercer
as funções que se queiram desenvolver de acordo com a
assistência prestada pelo hospital .

Os técnicos e auxiliares em farmácia são servidores da saúde


→ ATIVIDADES DE UM CIM que receberam uma formação básica, para desenvolverem
atividades na Farmácia Hospitalar, sob a supervisão de um
● Responder perguntas relacionadas ao uso de farmacêutico.
medicamentos (informação passiva).
● Participação efetiva em Comissões. É necessário que os profissionais reciclem seus conhecimentos
● Publicação de material educativo/ informativo, periodicamente através da educação continuada. A
como boletins, alertas, colunas em atualização tanto dos farmacêuticos como de seus
● jornais, etc. (informação ativa). colaboradores deve contemplar conhecimentos gerais sobre
● Educação: estágio, cursos sobre temas específicos epidemiologia e análise de custos tangíveis e intangíveis da
da farmacoterapia.
infecção hospitalar, para integração da Farmácia Hospitalar Inter-relacionamento da FH X Programas de Educação em
no programa institucional de controle de infecção hospitalar. Saúde → O controle de esterilização do material
médico-hospitalar e das informações sobre medicamentos
Recursos Materiais dirigidas aos pacientes.
Inter-relacionamento da FH X Equipe de Saúde (Clínica e
Cirúrgica) → Se dá através dos subsídios que o Centro de
As necessidades de recursos materiais do tipo: material de
Informações de Medicamentos pode repassar.
acondicionamento, matéria- prima e material administrativo
dependem do tipo de atividades propostas e é específico para
As Comissões de Farmácia e Terapêutica (todo hospital
cada unidade.
deveria ter) representam um campo de atuação conjugada
entre farmacêuticos, médicos e enfermeiros, onde se promove
Farmacotécnica.
o uso racional dos medicamentos com a seleção dos produtos
farmacêuticos necessários à assistência farmacêutica dos
Na CAF, o material deve ser específico para armazenagem de
pacientes.
produtos termolábeis, psicotrópicos, inflamáveis e ainda os de
grande volume.
Inter-relacionamento da FH com a Administração do
Hospital → Acompanhamento de todos os processos de
Informática aquisição, distribuição e controle de medicamentos, insumos e
correlatos
A informatização, como em qualquer atividade, é de suma
importância na atualização e consolidação de dados, com FH x Serviço de Controle de Infecção Hospitalar →
redução de tempo de trabalho, maior confiabilidade e rapidez Padronização, aquisição, manipulação e controle de
na produção de informações. antibióticos, germicidas e correlatos

→ Objetivos gerais da informática nos serviços FH X Microbiologia → Controle bacteriológico das


farmacêuticos: preparações formuladas, fracionadas e manipuladas para uso
do paciente
● Melhorar a qualidade da assistência ao paciente
através de uma rápida e precisa transmissão de FH X Microbiologia X Controle de Infecção Hospitalar →
informação atualizada, facilitando uma atuação Estudos de sensibilidade/resistência dos microrganismos aos
mais clínica do farmacêutico. antibióticos, propondo modificações da padronização de
● Facilitar a gestão do serviço, através de estatísticas antibióticos usados no hospital
de aquisições e dispensações e dimensionamento de
estoque. FH X Serviço de Nutrição e Dietética → Estudo e
● Avaliar a carga de trabalho nas diferentes áreas, necessidade de preparo das soluções parenterais
para distribuir os recursos e conseguir a máxima
eficácia ao menor custo.

Inter-relação com outros setores do hospital

A Farmácia Hospitalar deve manter relacionamento e


cooperação com todos os serviços do hospital e,
especialmente, com aqueles cujas funções fazem interligações
entre suas atividades.

Com o objetivo de evitar a duplicação de esforço e de


alcançar a maior eficácia assistencial, a Farmácia Hospitalar
deve manter estreita ligação com os serviços clínicos,
cirúrgicos, de enfermagem, de análises clínicas, de
farmacologia clínica, nutrição, microbiologia, administração,
entre outros.

A seleção de medicamentos, os estudos de utilização de


medicamentos, a farmacovigilância, a nutrição parenteral, o
controle de infecção hospitalar, a educação em saúde, a
farmácia clínica e a farmacocinética clínica são as atividades
de caráter multidisciplinar, que exigem interligação com
outros setores do hospital, ainda que, em alguns casos, sejam
coordenados por iniciativa de outro serviço

Inter-relacionamento da FH X Equipe de Enfermagem →


Contato permanente com a FH na administração de
medicamentos e na farmacovigilância com a detecção
precoce das reações adversas, entre outros.

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