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DIOCESE DO SUMBE

SEMINÁRIO MAIOR DE FILOSOFIA SÃO CARLOS LWANGA

Resumo da obra do Reverendo Padre Celestino M. Pfopo sobre o matrimónio e a


família no pensamento de Jean Jacques Rousseu

Nome: Rafael Bernardino

Nº: 45

II Ano

O docente

____________________

Diácono: Evaristo E. Kayungu

Março 2023
Introdução

Segundo o nosso autor Pe. Celestino M. Pfopo nas linhas de Jean Jacques
Rousseau,Respaldar esta magnifica obra apontando a personalidade de Jean Jacques
Rousseau, a fim de fazer acreditar que cada um deve se considerar senhor dos seus
próprios efeitos, avançando aperta a realidade segundo a qual a realidade do matrimónio
e a família poderiam encontrar uma verdadeira e adequada via de solução numa visão
integral do homem. Vamos a isso…

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Resumo da obra do padre Celestino Monteiro Pfopo sobre a Família na
visão de Jean- Jacques Rousseau

Pe. Pfopo (2015) diz que a obra tem sua força objectivamente que justifica a sua
influência sobre as consciências e seu êxito. Rousseau mostrou que pode bem dizer-nos
através de autobiográficos e no copioso epistolário os aspectos mais recônditos do seu
eu, e investigou temerosamente a própria consciência, além de limitar da razão. Em
simbiose com o pensador político, há em Rousseau o pioneiro da introspecção
psicológica moderna.

Segundo Pe. Pfopo (2015) o primeiro capítulo tem objectivo metodológico em


relação ao nosso tema: esboçar os dados mais salientes da personalidade de Rousseau os
quais em intenção com o seu ambiente iluminam a génese do seu pensamento e, pelo
facto mesmo, a sua compreensão. Afirma que Rousseau rejeita identificar-se às vezes,
com as suas acções: há momentos de uma espécie de delírio em que é absolutamente
necessário não julgar os homens pelas suas acções. O primeiro testemunho é o de Hume
o qual a propósito de Rousseau escreve: depois de ter vivido tanto tempo com ele
observado sob muitos aspectos diversos, posso julgá-lo melhor. Posso declarar-vos que
nunca vi um homem tão amável e virtuoso: é humilde, modesto, afeiçoado,
desinteressado; é sobretudo dotado de um coração sensível e se devesse indicar os seus
defeitos, eram de dizer coisas disparatadas a quem o disturba; é também muito irritável
pela vida quotidiana, inclinado a nutrir suspeitas infundidas a respeito dos seus
melhores amigos. Outro testemunho sobre a personalidade de Rousseau nos é fornecido
por Diderot que se exprime que diz: Rousseau era um barril de pólvora de canhão ou de
fulmicatão que teria permanecido provavelmente sem explodir na ausência da faísca que
partiu de Dijon e que veio a pagar-lhe fogo.

Segundo Pe. Pfopo (2015) afirma que Rousseau embora não possa resolver tal
oposição por meio dos princípios, ela existe todavia. Teve mais actividade na infância,
mas jamais como qualquer outra criança. Enfastiado de tudo refugiou-se na leitura e na
juventude acreditava encontrar no mundo as pessoas que tinha conhecido nos livros, e
confiava sem reservas em qualquer um que sabia enganar-lhe com o certo e de que foi
sempre vítima. Irritado pelas injustiças sofridas por aquelas a que tinha assistido, muitas
vezes aflitos pela desordem em que foi arrastado pelo exemplo e pela força das coisas,
começou a odiar o seu século e os seus contemporâneos; compreendendo que não teria

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encontrado entre eles um estado que pudesse satisfazer o seu coração e destacou-se
pouco e pouco da sociedade dos homens e criou uma outra fantasia: o encontro foi tanto
mais forte quanto podia sem risco, e encontrá-la sempre e como a queria.

Para ele estes contrastes juntos a uma expressão às vezes extremista pelos fins
polémicos que a ditam e imbuída de imaginação e de sentimento em que a elaboração
sistemática dos conceitos é quase escassa tornam o pensamento de Rousseau não livre
de particulares dificuldades de interpretação e é isto que explica a discussão entre os
autores sobre a unidade do pensamento de Rousseau e dos seus escritos que está longe
de ser terminado.

Segundo Pe. Pfopo (2015) afirma que o problema que põe Rousseau é um dos
problemas fundamentais da história da filosofia que nos nossos dias ainda estão longe
de serem solucionados, que não se tornaram simples questões históricas. Pe.Pfopo
(2015) diz que a personalidade de Rousseau continua a parecer-nos tão estranhas, tão
complexas, tão paradoxais como aos seus contemporâneos; neste contexto é tão difícil
não termos a pretensão de apresentar novas propostas de interpretação do seu
pensamento, o que está fora de nós mas as suas afirmações sobre o matrimónio e a
família, no contexto da sua antropologia, podem dar justiça a concepção integral do
homem.

Dado do discurso concernente ao matrimónio e a Família

Pe. Pfopo (2015) diz Rousseau no seu discurso: o espírito tem as suas
necessidades, assim como o corpo e estas servem de fundamento á sociedade, as outras,
de adorno. A tradição da igreja considerou sempre a família como primeiro núcleo da
sociedade que deve a sua realidade a partir da instituição natural. O matrimónio é um
instituto natural. A afirmação de Rousseau fundando a sociedade das necessidades do
corpo e do espírito parece apoiar esta maneira de ver da tradição da igreja. Assim
teríamos que o pensamento de Rousseau nesse seu primeiro discurso pode muito bem
ser tido como concorde com a doutrina tradicional da igreja que considera o matrimónio
como instituição natural; mas se toma a sério a posição de Rousseau face ao seu
ambiente que crítica, as coisas não parecem ser tão simples como isso. Com efeito,
como observa Strauss do ponto de vista de Rousseau, o problema da sociedade só pode
ser claramente compreendido e por isso claramente resolvido na base da crítica radical
da sociedade ou da reflexão.

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Ainda escreve ele: eu escrevi menos histórias dos factos em sim mesmos quanto a
do estado da minha alma à medida que os acontecimentos que foram vindo à memória.
Antes de Rousseau escrever a história de sua vida se viu como que defrontado pelo
problema da sua personalidade una e múltipla.

Segundo Pe. Pfopo (2015) Rousseau é uma personalidade com características tão
opostas e mesmos contraditórias, e não pretende apresentar as novas propostas de
interpretação do seu pensamento, mas somente introduzir no seu pensamento as
afirmações sobre o matrimónio e a família, no contexto da sua antropologia que podem
dar justiça à concepção integral do homem. A Igreja dá uma tradição que considerou
sempre a família como núcleo fundamental de toda sociedade que deve a sua realidade a
partir da instituição natural. Por sua vez o matrimónio vem a ser um instituto natural; o
problema da sociedade só pode ser claramente compreendido e por isso claramente
resolvido na base da crítica radical da sociedade ou da reflexão fundamental sobre a
relação entre a ciência e a sociedade.

Pe. Pfopo (2015) afirma que para Rousseau, a independência natural do homem
em relação a sociedade determina o carácter geral da melhor solução do problema
político: a melhor solução é a sociedade na qual o homem permanece tão livre quanto
possível. Para tal Rousseau busca as grandes figuras para sustentar a verdadeira
liberdade do homem, temos Hobbes e Lockes e neles encontra fundamentos suficiente e
do desejo natural que cada um tem de se conservar. Os fundamentos da sociedade não
são por isso realmente nada mais do que as necessidades do corpo, as necessidades
egoístas e urgentes de cada individuo.

Discurso sobre a origem e fundamenta da desigualdade entre os homens

Pe.Pfopo (2015) diz que Rousseau afirma para conhecer a fonte da à desigualdade entre
os homens, devemos começar por conhecer os próprio homem e acaba de justificar a
desigualdade com a lei natural, sendo assim escreve: é esta ignorância da natureza do
homem que deita tanta incerteza e obscuridade sobre a definição do direito natural, a
revolta pessoal contra o luxo, a injustiça social, a hipocrisia e a alienação, mero valor de
reacção o primeiro discurso subentendido embora já o novo conceito de homem e seus
valores, se aprofunda em um intenso diálogo com os jurisconsultos e com os políticos.

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Pe Pfopo (2015) diz que para Rousseau a família não é um facto natural. Pois ela está
sempre reunida e os seus membros mantém entre si um laço de união íntima e
permanente, isto venha ser um facto da sociedade empírica actual resultante de
interesses comuns dos membros da família; a segunda é que se apta como sua e que
pensa ser a verdadeira, é que no estado de natureza exactamente porque o homem
natural não tinha casa, nem cabana, nem propriedade de espécie alguma e a família não
existia; a família nasceu em uma dada época histórica para responder a um conjunto de
exigências sociais que estão ligadas às primeiras formas da propriedade privada.

Segundo Pe. Pfopo (2015) diz que Rousseau faz distinção da moral do físico e
do sentimento do amor. Sobre a moral do físico diz que é o desejo geral que leva um
sexo a unir-se ao outro. O sentimento moral é o que determina este desejo e o fixa sobre
um só objecto exclusivamente ou que ao menos lhe dá para este objecto preferido um
maior degrau de energia. O aspecto moral do amor é fictício, nascido do uso da
sociedade e celebrado pelas mulheres com muita habilidade e cuidado para
estabelecerem o seu império e tornar dominante o sexo que devia obedecer, o homem
natural .

A Família é fruto do surgimento da propriedade privada

Pe. Pfopo (2015) afirma que Para Rousseau o homem civil, a sociedade civil
surge com a propriedade privada e o primeiro que tendo cercado um terreno, decidiu
dizer, isto é meu, encontrou pessoas ingénuas que lhe deram crédito, foi o verdadeiro
fundador da sociedade civil. O género humano depois de várias intempéries do
ambiente geográfico começou a formar-se no espírito do homem as percepções de certas
relações, estas relações que exprimimos com as palavras. Ao tomar consciência desta
superioridade produziu-se em si o primeiro movimento de orgulho início da
manifestação desse mal funesto que trará consigo a matéria e a desigualdade entre os
homens.

O matrimónio e a família na perspectiva geral do contracto social

Segundo Pe. Pfopo (2015) Rousseau diz que a mais antiga de todas as
sociedades e a única natural é a da família e para ele, a família é o primeiro modelo das
sociedades políticas e o estado deve manifestar um amor semelhante o amor que os pais
manifestação diante dos seus filhos; afirma que por várias razões tiradas da natureza da

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coisa, o pai deve comandar na família, o pai é considerado o pivot da família, sendo
assim a autoridade não deve ser igual entre o pai e a mãe; mas é preciso que o governo
seja um, e que nas partilhas de opinião haja uma voz preponderante que decida. Além
disso, o marido deve inspeccionar a conduta de sua mulher e assegurar-se de que os
filhos não pertencem a outros. Pe. Pfopo (2015) diz que para Rousseau a mulher que
não tem nada de semelhante a temer, não tem o mesmo direito sobre o marido. Para ele
os filhos devem obedecer ao pai, primeiro por necessidade, em seguida por
reconhecimento; depois de terem recebido dele suas necessidades durante a metade de
sua vida eles devem consagrar – se para os outros.

O matrimónio na Nova Heloísa

Segundo Pe Pfopo (2015) Rousseau em fugir do mundo não era aceite por
muitos dos seus amigos sobretudo parisienses. Na nova Heloísa demonstrar que a
felicidade não está na solidão, ao menos está na solidão relativa ao mundo corrompido.
Há nesta afirmação um tom polémico da Igreja Protestante contra a posição da católica
a respeito da concepção do matrimónio nas duas confissões; para Rousseau o
matrimónio é um dever, que o homem não é feito para o celibato e que se é de admitir
alguma excepção esta é apenas conveniente às classes dominantes que Rousseau retém
como inúteis.

O amor é incompatível com o matrimónio

Pe. Pfopo (2015) diz que para Rousseau quanto o amor continua a ser visto
como incompatível com o matrimónio, sendo que o verdadeiro amor que coisa é ele
mesmo, se não quimera, mentira e ilusão? Ama-se bem mais a imagem que a gente se
faz do que o objecto ao qual a gente aplica. Enfim, os dois devem continuar a ser
amantes mesmo casados.

O problema da monogamia e poligamia

Segundo Pe. Pfopo (2015) Rousseau apresenta uma consideração sobre a


monogamia e observa: a considerar a espécie humana na simplicidade primitiva, é fácil
ver-se pela potência limitada do homem e pela temperança dos seus desejos que ele é
destinado a contentar-se com uma só mulher mas isso na prática dificilmente acontece
devido o egoísmo.

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Pressupostos antropológicos da concepção Rousseauiana do
matrimónio e da família

Segundo Pe. Pfopo (2015) para Rousseau no estado civil cada carácter sendo
desenvolvido pelas instituições sociais, e cada espírito tendo recebido a sua forma
própria e determinada, não somente da educação, mas do concurso bem ou mal
ordenado do natural e da educação. Somos levados a pensar que o nosso autor fala da
simplicidade primitiva no estado da natureza.

O homem selvagem/homem Civil

Segundo Pe. Pfopo (2015) Rousseau faz uma abordagem sobre a desigualdade
dizendo que o homem selvagem e o homem civilizado diferem de tal maneira pelo
fundo do coração e das inclinações, que o que faz a felicidade de um reduziria o outro
ao desespero. Segundo o nosso autor em seus discursos há dois tipos de homens
selvagens; há muita diferença entre homem natural que vive no estado de natureza e o
homem natural que vive no estado de sociedade. O homem não é selvagem para regalar
nos desertos; é um selvagem feito para habitar nas cidades e destes dois tipos de homem
natural apenas o segundo, o homem natural que vive na sociedade, é que é homem no
sentido pleno da palavra. O selvagem do Discurso sobre a origem da desigualdade, é
menos homem, pois é privado da palavra, da amizade, do amor, numa palavra é um
animal limitado às puras sensações.

Segundo Pe.Pfopo (2015) afirma que limitado ao instinto físico somente, ele é
besta; é o que vimos no discurso sobre a desigualdade. O homem natural que vive no
estado de natureza comparado ao homem natural que vive na sociedade deduz-se quase
a um animal; ao passo que comparado ao homem civil aprecia antes de mais como ser
feliz e livre porque a sua existência era conforme à maneira de viver simples, uniforme
e solitária que era prescrita pela natureza. Existem igualmente duas espécies de homem
civil, diferente de um outro burguês e o cidadão. O homem burguês segundo o nosso
autor é o homem civil que vive da opinião dos outros e se aplica mais a parecer do que a
ser, o que faz que perca, por assim dizer o sentido da sua existência.

O cidadão por sua vez é também um homem civil, um homem desnaturalizado


que as instituições sublimes elevaram à virtude, ao passo que as instituições inadaptadas

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dos povos modernos fizeram degenerar os homens do século presente. Sendo assim o
nosso autor coloca um desafio de cada um é necessário optar entre o fazer um homem
ou um cidadão.

A existência como sensibilidade

Pe. Pfopo (2015) diz que para Rousseau o primeiro princípio diz respeito à
indicação da existência do eu como sujeito da sensibilidade em relação as impressões
fornecidas pelos sentidos; existo e tenho sentidos pelos quais recebo impressões. O
sentir refere-se à possibilidade do sujeito que sofre a impressão do objecto através dos
sentidos. Além disso na sensação os objectos são apreendidos como separados e
isolados.

Ambiguidade do conceito de natureza em Rousseau

P. Pe. Pfopo (2015) diz que para Rousseau Rousseau o senso comum
costuma distinguir no que é e o que o artifício humano; diz que a ideia de
natureza só tem valor ético no primeiro sentido que é Tomista, entendida como
essência que comporta uma finalidade, segundo a qual se julga o bem e o mal, o
natural no sentido ético.

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Conclusão

Em gesto de conclusão, queremos activar o modo geral do palmilhar que


tivemos nesta obra que conclui com a ideia segundo a qual para o nosso autor Pe.
Celestino M. Pfopo a cerca de Jean Jacques Rousseau sublinha que a um subjectivismo
na linha do matrimónio para o homem, entende que só o sentimento que esta no interior
do individuo pode justificar a união dos dois, devido a inadequação da verdade no que
diz respeito a antropologia do homem.

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