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Observe-se que o primeiro fator listado diz respeito ao prazo em que o trabalho poderá
ser desenvolvido – incluindo-se sua escritura final. Muitas vezes, o pesquisador possui um tema
excelente para o seu trabalho, mas a complexidade desse tema é tamanha que o tempo
disponível não será suficiente. Envolver-se em um projeto de pesquisa com duração de um ou
dois anos é diferente de envolver-se em um projeto de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
cujo resultado final deverá ser apresentado em cerca de quatro meses (o que implica um tempo
menor de execução, porque é necessário apresentar o trabalho aos examinadores com pelo
menos quinze dias de antecedência). Portanto, é indispensável ter clareza de pensamento para
planejar o trabalho que será conduzido. É preciso, fundamentalmente, refletir se a proposta de
trabalho tem como ser executada naquela duração temporal. Caso não seja possível, isso pode
causar alguma frustração pessoal, mas, antes de qualquer coisa, é preciso assumir uma postura
profissional em relação ao que se pretende fazer.
Uma das piores situações é trabalhar em algo de que não se gosta. Algumas vezes, em
situações reais, isso é inevitável. Mas, com um bom planejamento, normalmente é possível
desenvolver um trabalho acadêmico dentro de uma temática com a qual o pesquisador possua
afinidade. Se a propensão natural é para a literatura, e a escolha do tema de um TCC, por
exemplo, é relativamente livre, seria inapropriado optar uma temática na área linguística, e vice-
versa. Quanto maior o interesse pessoal pelo tema a ser trabalhado, maior será a possibilidade
de que o resultado final do trabalho seja muito bom. O pesquisador se envolverá no todo, e
buscará fazer o melhor possível, até mesmo porque isso lhe dará grande prazer.
Metodologia do Trabalho Científico
Já com vistas ao TCC, escolher um tema não é algo muito fácil. Há pessoas que preferem,
durante a graduação, dedicar-se já a uma área específica, e segui-la sempre, para que possa,
inclusive, ser aproveitada numa pós-graduação. Essa pode ser uma boa estratégia nas situações
em que se tem certeza plena de que aquela área é a de interesse maior para a pessoa, sem a
possibilidade de migração para outra. Isso, no entanto, nem sempre é o que ocorre. Parece
prudente perceber a graduação como um momento de descobertas: transitar por várias áreas,
conhecendo-as um pouco mais detalhadamente, é interessante para que se possa avaliar, com
maior exatidão, o interesse pessoal por cada uma delas. É muito frequente que um aluno, por
ter tido um excelente professor em uma determinada disciplina, logo no início do curso, se
interesse por ela e deseje segui-la em sua carreira acadêmica. Não se pode desconsiderar, no
entanto, que esse aluno ainda passará por vários outros professores, por várias outras
disciplinas, com características muito próprias, que talvez possam interessá-lo até mais do que a
primeira. O importante, portanto, é conhecer bem para, depois então, fazer uma escolha
acertada. Especialmente se essa escolha se refletir na vida profissional acadêmica.
1
Muitas vezes, pesquisadores replicam experimentos de outros pesquisadores para confirmar ou refutar
os dados apresentados. Por isso, é indispensável que a metodologia utilizada em um trabalho seja muito
bem descrita, o que permitirá replicar os dados. Essa postura é muito comum, por exemplo, em trabalhos
da área médica: é preciso que pesquisadores de várias partes do mundo se certifiquem de que o que está
sendo proposto seja válido.
A opção pela formação de um corpus para o desenvolvimento de uma pesquisa deve ser
decorrência de dois pontos: a) é realmente necessária, para essa pesquisa, a utilização de um
corpus; b) não existe um corpus já pronto que possa ser utilizado para esse fim específico.
Portanto, não se trata de inserir alguns dados na pesquisa apenas para enfeitá-la, ou porque a
maioria dos pesquisadores utiliza dados em seus trabalhos. Os dados a serem utilizados devem
ser considerados essenciais para que a proposta da pesquisa se concretize e, de preferência,
acrescente alguma informação nova ao saber científico.
Para evitar problemas desse tipo, e para não desperdiçar tempo e esforços, é
aconselhável fazer uma sondagem inicial em relação à temática a ser pesquisada, como um pré-
teste, ou um pré-corpus. Isso evidenciará a existência de maiores possibilidades de o fenômeno
em questão ser observado no universo em que se constituirá o corpus. Por exemplo, imagine-se
que a hipótese a ser trabalhada seja a de que, embora estejam concluindo o ensino médio, os
alunos de uma determinada escola não conseguem utilizar os sinais básicos de pontuação
(vírgula, ponto) de forma satisfatória. Antes de elaborar todo o material necessário à coleta de
dados, para constituição de um corpus, é interessante ir até essa escola e colher amostras de
textos de alguns alunos. Se essas amostras evidenciarem problemas de pontuação básica, é
provável que o universo maior dos sujeitos envolvidos (no caso, os alunos do terceiro ano do
ensino médio) apresente também esses mesmos problemas. Será o caso, então, de dar
prosseguimento à constituição do corpus. Caso contrário, o melhor seria partir para outra
temática e/ou outra hipótese.
A título de reflexão, observa-se que o povo brasileiro, de uma forma geral, é muito
criativo e vem conseguindo encontrar soluções para problemas muitas vezes sérios, mesmo no
cotidiano mais simples. O poder de improvisação é muito grande, e às vezes traz algum
benefício. No entanto, o que deveria ser exceção passa a constituir-se regra. A improvisação
deve ser utilizada quando tudo o que foi planejado falhou e, assim, resolver-se um problema. No
entanto, muitas vezes, não se planeja: apenas se improvisa. Discursos como “vamos fazendo, e
depois vemos no que dá” são extremamente nocivos, porque o resultado do que “formos
fazendo” poderá ser ruim, exatamente por não ter havido planejamento das ações, do método.
Com isso, despende-se dinheiro (geralmente o público, porque, quando o dinheiro é privado, os
gestores planejam o seu gasto), tempo, e o bem comum fica em último plano. A prática de
planejar inclui estabelecer cada etapa a ser seguida, de forma lógica e racional, pesando-se
pontos favoráveis e desfavoráveis, prevendo-se possíveis problemas e já apresentando soluções
para eles, caso venham a existir. Na verdade, com a previsão de problemas, é frequentemente
possível planejar estratégias outras que permitam o desenvolvimento do trabalho sem que esses
problemas se verifiquem. Tudo é questão de planejamento.
populações quilombolas, indígenas. Sempre deverá prevalecer o bom senso nessa adaptação,
podendo ser necessária a iclusão de outras etapas no planejamento. Para a elaboração do TCC,
como será discutido oportunamente, será possível a apresentação de um artigo científico ou de
relato de experiência. Essa experiência será, via de regra, a obtida durante os estágios
supervisionados. Caso se venha a optar pelo relato de experiência, e já se tendo conhecimento
de que esse relato será baseado nos estágios supervisionados, é interessante adaptar as etapas
que serão discutidas a essa situação, o que permitirá ganhar tempo. Portanto, quando for
chegado o momento de participar dos estágios, considerem-se todas as informações que
constituem este curso de Metodologia do Trabalho Científico, assumindo-se uma visão crítica
acerca do contexto escolar. O mesmo se aplica aos que optarem pelo artigo científico:
observem-se as comunidades, os grupos de pessoas, sempre com senso crítico, buscando-se
identificar aspectos que possam ser interessantes para uma pesquisa.
Como já discutido, uma vez que a temática da pesquisa tenha sido delimitada, é
necessário verificar a sua pertinência, por meio, por exemplo, de uma testagem prévia junto à
população a ser pesquisada. Essa testagem trará indicações do que virá a ser o resultado final,
que poderá apresentar dados substanciais. Caso essa testagem prévia não sugira resultados
interessantes, o melhor a fazer é substituir a temática por outra, que deverá também ser
previamente testada.
Como se pode perceber, a identificação dos sujeitos a serem envolvidos apresenta uma
série de implicações, implicações essas que poderão interferir diretamente no resultado
esperado. Por exemplo, a expectativa é a de que alunos fora da faixa etária regularmente
prevista para o segmento em questão (reprovados anteriormente ou ausentes da escola durante
alguns anos) apresentem um desempenho inferior ao daqueles cuja idade esteja em sintonia
com o período escolar previsto. Em uma turma, há alunos que apresentam desempenho melhor
que o de outros. Isso interferirá na quantificação dos dados obtidos. Naturalmente, se se deseja
uma amostragem efetiva da realidade daqueles sujeitos, não se poderá fazer uma seleção de
participantes apenas entre os que apresentam maiores dificuldades (o que elevaria o índice de
problemas verificados, evidenciando uma postura tendenciosa do pesquisador). No entanto,
caso se opte por uma análise exclusiva dos que apresentam maiores dificuldades (por exemplo,
para que se possa pensar uma estratégia de ensino mais apropriada para esse grupo), será
necessário isolar esse grupo específico. Qualquer que seja a escolha, é preciso justificá-la de
forma clara e precisa.
É preciso entender e lembrar que os profissionais que atuam em uma escola são
habilitados para esse fim. Eles tiveram formação específica para exercerem suas respectivas
funções (gestão, ensino etc.) e desempenham atividades já inseridas numa rotina diária.
Qualquer evento fora dessa rotina pode prejudicar o andamento escolar. Ao buscar a supervisão
ou direção de uma escola, é preciso angariar a simpatia das pessoas, se possível o seu
envolvimento com o que será proposto. É preciso explicar a fundamentação da
pesquisa/intervenção que será feita, evidenciando os pontos positivos tanto para o pesquisador
(estudante, por exemplo, que busca melhorias para o sistema educacional) quanto para o meio
escolar (que poderá se beneficiar dessa pesquisa). Quase tudo é negociável, desde que se saiba
como fazê-lo.
Coletados os dados, todo o material deverá ser organizado de forma a não haver perdas.
A organização pessoal do pesquisador será percebida pelos participantes: caso ela seja
adequada, o pesquisador será considerado de forma positiva (ainda que ninguém se manifeste
explicitamente nesse sentido).
Deve-se pensar, antes de tudo, no conforto dos participantes da pesquisa. Caso se trate
de uma entrevista, que a pessoa esteja sentada em uma posição confortável, que tenha acesso a
um recipiente com água, que não esteja exposta nem a muito calor (raios de sol incidindo
diretamente sobre ela) nem a muito frio (jatos provenientes de um aparelho de ar-
condicionado). Como regra primeira, deve-se assumir que o participante de uma pesquisa deve
ser tratado com toda a deferência, com todo o respeito: ele está fazendo um imenso favor em
ceder seu tempo e seus conhecimentos ao pesquisador; todas as condições físicas e psicológicas
devem, portanto, ser favoráveis a ele, mesmo que isso implique desconforto físico ou emocional
do pesquisador.
Embora, por questões de praticidade, possa-se imaginar o uso de roupas leves ou curtas,
deve-se considerar que todo o conjunto pessoal transmite uma imagem, transmite uma
informação. Os participantes de uma pesquisa tendem a ver o pesquisador com uma certa
2
Naturalmente, princípios éticos se aplicam em todo tipo de pesquisa, como também as que incluem
animais.
deferência (é uma pessoa que está realizando uma pesquisa científica) e, por conta disso,
esperam que sua imagem seja condizente com o estereótipo socialmente construído em relação
a um pesquisador. Portanto, é conveniente apresentar-se durante a pesquisa trajando roupas
mais neutras e que preservem a intimidade pessoal. O objetivo do pesquisador não é chamar a
atenção sobre si ou romper paradigmas sociais: seu objetivo é colher dados com eficiência. Logo,
tudo o que puder interferir negativamente nesse processo deverá ser evitado.
Uma vez que se definiu (preferencialmente com base em uma pré-testagem) a temática
a ser desenvolvida, é necessário definir o tipo de abordagem investigativa que melhor a
explorará. Por exemplo, se se trata de investigar a capacidade interpretativa de um certo grupo
de alunos, talvez seja mais apropriado aplicar uma atividade de leitura seguida de um
questionário escrito que explore a interpretação do texto, quer por meio de questões
discursivas, quer por meio de questões de múltipla escolha. No primeiro caso, as questões
discursivas permitirão que o aluno expresse livremente sua interpretação; no segundo, como se
tratará de uma escolha forçada, ele terá que escolher apenas uma resposta. O cômputo das
respostas discursivas, para efeito de dados, é mais complicado, porque o pesquisador terá que
interpretar as respostas para poder categorizá-las, medindo os resultados quanto ao conteúdo
apresentado. No caso das múltiplas escolhas, esse cálculo torna-se mais direto.
Muitas vezes, corre-se o risco de esquecer o propósito da pesquisa sendo realizada. Para
que isso não ocorra, é indispensável ter sempre em vista o objetivo principal delineado. Delinear
com clareza esse objetivo (ou objetivos) permitirá planejar as etapas e o método necessários
para ser atingido.
Essa delimitação do objetivo a ser alcançado pode ser feita a partir de uma simples
pergunta: o que se deseja demonstrar com essa pesquisa? Normalmente, a resposta será o
objetivo principal. Definido esse objetivo principal, parte-se, então, para a escolha do método
investigativo, como explanado no tópico anterior.
Uma vez que, a partir do objetivo a ser alcançado, definiu-se o método investigativo,
deve-se dar forma a esse método. Todo o conteúdo a ser trabalhado/investigado deve ser
apresentado de forma gradual, partindo-se do mais simples para o mais complexo (a menos,
claro, que esteja envolvido algum aspecto psicológico mais específico na investigação).
Quando uma pessoa envolve-se em uma pesquisa, como participante, gera-se uma
tensão, por mais espontânea que essa pessoa possa ser. Se, por exemplo, as perguntas iniciais a
que ela for exposta apresentarem um nível muito alto de complexidade, e ela não for capaz de
entendê-las ou responder a elas, sentirá uma frustração e se intimidará. Isso comprometerá
todo o resultado. Idealmente, a apresentação das perguntas de forma gradual, das mais simples
para as mais complexas (se houver questões complexas) permitirá que o participante sinta-se
mais à vontade já nos momentos iniciais, o que conferirá maior espontaneidade a suas
respostas.
• Clareza na abordagem
• Tempo de aplicação
cedendo seu tempo, e realçar que eles são peças fundamentais para que a pesquisa possa ser
realizada – o que é a mais pura verdade.
Pensando-se, por outro lado, o desenvolvimento de uma entrevista oral, é preciso que o
participante esteja o mais à vontade possível em relação ao pesquisador. É preciso gerar laços
de confiança: só assim se conseguirá realizar uma entrevista com qualidade elevada, tanto no
nível temático quanto no nível da linguagem, especificamente no quesito espontaneidade. O
participante deverá estar sentado o mais confortavelmente possível, respeitando-se uma
posição anatômica apropriada. Também, não poderá estar exposto a fontes de calor ou frio
intensos, porque, com o passar do tempo, se sentirá muito incomodado. Ao seu lado, sempre
deverá estar disponível um recipiente com água.
Nessas condições, o melhor a fazer é pedir, de forma delicada mas categórica, que a
pessoa entrevistada permaneça sozinha com o pesquisador. Pode-se, inclusive, pedir que as
demais pessoas controlem o nível de ruído fora do local da entrevista (por exemplo, não
deixando as crianças falar alto, não permitindo o cacarejo de galinhas nos arredores etc.),
porque o barulho interferirá na qualidade do som. As pessoas normalmente se sentirão
satisfeitas em poderem colaborar para a pesquisa, ainda que indiretamente.
Feita a coleta dos dados, é necessário organizá-los. Essa organização permitirá, caso seja
bem feita, uma visualização ampla das informações, possibilitando-se a percepção de pontos de
interesse específico.
Organizar os dados diz respeito desde a sua nomeação (utilizando-se, por exemplo,
códigos que caracterizem sua natureza) até a sua inserção em tabelas. O ideal é que as tabelas
sejam formadas por meio de um programa próprio para esse fim, como o MS Excel (que, ao
contrário do que a maioria das pessoas costuma pensar, é bastante fácil de ser utilizado – pelo
menos em suas funções básicas). A compilação dos dados em tabelas permitirá, também, a
formação de gráficos ilustrativos que poderão ser utilizados no trabalho escrito a ser
apresentado.
A organização dos dados deverá seguir uma lógica apropriada à natureza do trabalho
desenvolvido. Se, por exemplo, a pesquisa procurar avaliar a eficácia de um método de leitura,
terão que ser realizadas várias intervenções em um mesmo grupo de alunos. O resultado de
cada uma dessas intervenções precisa ser quantificado e alocado em uma tabela, paralelamente
aos demais resultados, para que se possa perceber se as intervenções estão produzindo
resultados positivos ou não. Um outro exemplo poderia ser o tipo de erros ortográficos
cometidos pelos alunos: depois de identificadas todas as palavras escritas de forma errada3, é
preciso categorizá-las, agrupando-as de forma a ser possível analisar o conteúdo desses
agrupamentos. No caso de uma entrevista, após ter sido feita a sua transcrição, o pesquisador
deterá sua atenção sobre os pontos que dizem respeito à sua temática de investigação e deverá
organizá-los de forma que sua visualização seja facilitada.
Quando se está envolvido em uma proposta de pesquisa, é muito comum que se deseje
obter o resultado final o mais rapidamente possível. No tocante à formulação do corpus – caso
seja necessário formular um corpus –, no entanto, não se deve suprimir etapas. Idealmente,
todo o planejado deveria permanecer algumas semanas guardado, para que o pesquisador
conseguisse se distanciar emocionalmente de seu planejamento (estratégias, questionários etc.)
3
No caso da ortografia, escrever uma palavra de forma diferente da prescrita no Vocabulário Ortográfico
da Língua Portuguesa constitui erro absoluto. É erro real e, como tal, deve ser corrigido.
e, assim, conseguir perceber possíveis falhas. Se esse distanciamento temporal não for possível
por conta dos prazos a serem cumpridos, pode-se recorrer à opinião de uma pessoa mais
experimentada, como um orientador. Aliás, como será discutido oportunamente, contar com
uma orientação experiente é o melhor caminho para quem ainda não tem experiência
significativa.
O conceito fundamental que deve nortear toda a produção científica deve ser a
honestidade intelectual. Ser intelectualmente honesto significa, entre outros aspectos, ser fiel
ao que os dados coletados para uma pesquisa indicam, sem distorcê-los. Significa não manipular
informações no sentido de confirmar uma hipótese. Significa reconhecer quais informações são
provenientes de outras fontes, de outros autores.
Algumas vezes, um resultado negativo pode ser interessante do ponto de vista científico.
Como já indicado, se o senso comum sugerir que uma certa ideia seja muito óbvia, e uma
pesquisa evidenciar que, na verdade, o que se imagina sobre essa ideia não se verifica, pode-se
desfazer um mito, o que, sem dúvida, será uma importante contribuição para a sociedade como
um todo. Nesse sentido, é necessário ter prudência e bom senso quando da análise de
resultados. Mas, como normalmente o que se espera é que uma hipótese de trabalho seja
confirmada, o melhor a fazer é investir tempo e reflexão sobre as primeiras fases da pesquisa,
realizando-se pré-testagens, por exemplo. As pré-testagens permitirão vislumbrar se uma
hipótese será confirmada ou não. Em se vislumbrando a sua não-confirmação, o melhor talvez
seja descartá-la e formular outra.
Metodologia do Trabalho Científico
No caso da pesquisa linguística, caso seja necessário contar com informantes – que
poderão disponibilizar sua voz ou sua percepção cognitiva –, além do máximo de respeito que
lhes deve ser dispensado, como será discutido mais à frente, é indispensável que sua identidade
seja preservada. A preservação da identidade de um informante se dá, basicamente, de duas
formas: nunca apresentando-se seu nome real (que pode ser substituído por suas iniciais ou por
um nome fictício, sendo o primeiro caso o mais comumente adotado) e, se for o caso,
substituindo-se seu nome ou qualquer referência a ele, num arquivo sonoro, por um sinal
acústico que o disfarce.
Caso se trate de um informante analfabeto, essa autorização se dará com sua impressão
digital estampada no local apropriado do termo de autorização. Nesse caso específico, como o
informante não sabe ler, caberá ao pesquisador explicar-lhe os termos que estará autorizando,
fazendo uma leitura em voz alta do documento e interpretando seu conteúdo. Muitas vezes,
essa leitura pode ser necessária também para informantes de baixa escolaridade, cuja prática de
leitura seja pouco frequente. Não é difícil perceber que, nessas situações mais ainda, estabelece-
se um vínculo de confiança entre o informante e o pesquisador. O informante acreditará que o
conteúdo do documento no qual colocará sua impressão digital condiz efetivamente com a
interpretação oral que lhe foi apresentada. Por uma simples questão de ética, o pesquisador não
poderá, em hipótese alguma, romper esse vínculo de confiança, aproveitando-se da
incapacidade de leitura de seu informante para que este assine um documento que não condiz
com a interpretação apresentada.
Qualquer trabalho, para ser bem sucedido, deve estar alicerçado em princípios éticos
sólidos. Não se deve imaginar, por exemplo, que, “só porque é um trabalho simples”, ele não
terá implicações sérias. Tudo que se faz tem implicações sérias. Ainda que uma entrevista
concedida por um informante seja utilizada unicamente em um trabalho para uma disciplina
acadêmica, sem grandes intenções científicas, aquela entrevista poderá ser o evento mais
importante em toda a vida daquele informante: quando velho, talvez ele venha a se lembrar de
que um dia foi entrevistado, e essa lembrança poderá lhe trazer muito orgulho. Cada indivíduo,
cada informante é um universo próprio, ainda que, socialmente, ele pareça passar despercebido.
Caberá ao pesquisador fazer essa lembrança ser de fato motivo de orgulho, e não de
arrependimento.
A forma mais eficiente de estabelecer esse contato é por meio da concepção de uma
rede de informantes. Essa rede pode se constituir, basicamente de duas formas. Uma forma
bastante simples é estabelecer o contato com uma pessoa da comunidade em questão e, após a
finalização do protocolo de entrevista, pedir-lhe indicações de outras pessoas que possam, da
mesma forma que ela, ceder entrevistas. Observe-se que essa solicitação deverá ser feita apenas
o término da entrevista, porque, realizado todo o procedimento necessário, o informante
provavelmente terá resolvidas quaisquer dúvidas que porventura ainda tivesse em relação à
complexidade de sua participação ou às temáticas que seriam abordadas. Ao constatar que o
procedimento da entrevista se mostrou relativamente simples para ele, informante, e que as
temáticas envolvidas não comprometiam sua vida pessoal ou da comunidade, esse informante
se sentirá relativamente à vontade para indicar outras pessoas de seu círculo de amizades. Uma
vez que um primeiro informante se sinta à vontade em relação à entrevisa que concedeu, outras
portas da comunidade se abrirão ao pesquisador, desde que, na interação, todos os princípios
éticos de respeito ao informante e à preservação de sua identidade tenham sido notórios.
Embora eficiente, a execução dessa forma de abordagem pode se mostrar potencialmente
difícil, principalmente se o pesquisador for desconhecido da comunidade em que pretende
atuar. Para aumentar a possibilidade de se estabelecer um primeiro contato de forma mais fácil,
buscar uma pessoa que exerça influência sobre aquela comunidade, como um líder comunitário
ou um professor, por exemplo, pode ser uma bom caminho. O que, de certa forma, se relaciona
à outra forma de inserção na comunidade: o contato com alguma entidade oficial.
Para a boa realização de uma entrevista, é necessário, além dos aspectos envolvidos nas
relações interpessoais, que algumas condições ambientais sejam satisfeitas. É preciso escolher
um cômodo em que o informante possa sentir-se à vontade, sem a interferência de outras
pessoas ou de barulhos. Mais uma vez, configura-se uma situação muito delicada: o pesquisador
deverá conhecer os cômodos da casa para escolher o que mais se enquadra nas exigências
técnicas de uma entrevista (caso esteja sendo filmada, passa a ser um diferencial o fundo sobre
o qual será posicionado o informante, para a formação de uma bela imagem). A partir do
momento em que o pesquisador se colocar de forma respeitosa e evidenciando sua
competência técnica na execução dos procedimentos necessários, o informante tenderá a
permitir que essa pessoa estranha entre em sua casa e escolha o melhor local, tudo em nome da
qualidade do que se procura desenvolver. Conseguir isso dependerá da interação com o
informante, explicando-lhe, ainda que brevemente, mas sempre com honestidade, o que for
necessário explicar: o microfone é muito sensível e, por isso, capta mesmo os pequenos ruídos; a
iluminação tem que ser boa; as demais pessoas da casa precisam deixar o informante à vontade
(aliás, nunca se deve utilizar o termo “informante”, porque, para os leigos, ele pode trazer
conotações pejorativas).
Agradecimentos são sempre muito significativos. É de muito bom tom iniciar uma
entrevista agradecendo ao informante e ressaltando-se a importância de sua participação. Da
mesma forma, ao ser concluída a entrevista, deve-se fazer outro agradecimento, sempre com
muita sinceridade, de forma que o informante sinta que o pesquisador está de fato agradecido.
Se uma pesquisa se desenvolve com base em dados produzidos por informantes, pode-
se dizer que, sem a participação deles, a pesquisa não se efetivaria. Eles são a essência primeira
desse trabalho. Como tal, os informantes devem ser respeitados em todas as circunstâncias. O
pesquisador nunca pode desdenhar seus informantes. Deverá sempre olhá-lo com admiração –
de forma investigativa, mas com admiração. Não poderá nunca desdenhar as informações que
forem apresentadas, não poderá nunca fazer os informantes sentirem-se inferiorizados. O
pesquisador poderá constatar que a entrevista não produziu os resultados desejados, mas,
mesmo assim, nunca poderá externar isso aos informantes. Se quiser, poderá destruir os dados
posteriormente, mas nunca deverá deixar os informantes perceberem que o resultado não foi
satisfatório. Os informantes ofereceram seu tempo, seu conhecimento, parte de sua vida; nada
mais justo que sejam respeitados incondicionalmente. Em suma: o informante sempre está
certo.
prometeram uma cópia duma entrevista que eu dei e até hoje não recebi nada” é muito
delicado. A implicação direta desse comentário é: “por que eu acreditaria em você?”.
Como se pode perceber, a realização de uma pesquisa científica tem implicações sociais
muito sérias. Não se deve criar expectativas que não poderão ser concretizadas. Caso seja
realmente impossível oferecer o retorno que o informante deseja para a sua participação, o
pesquisador deverá dizer explicitamente que não será possível, explicando-lhe as razões. Mas se
prometer algo, deverá cumpri-lo – necessariamente. Um gesto equivocado, errado de um
pesquisador pode refletir-se diretamente sobre o trabalho de todos os demais. Recuperar o
respeito e a credibilidade é muito mais difícil e demorado do que mantê-los.
A criação, qualquer que seja ela, é mérito de seu criador. Em todos os aspectos possíveis,
qualquer coisa que se crie traz consigo responsabilidades, méritos e mesmo deméritos. O
trabalho dispendido quase sempre é bastante significativo, o que, por si só, já seria razão de
algum reconhecimento.
De uma forma mais específica, a produção de uma obra escrita ou audiovisual demanda
um grande esforço intelectual. Independentemente de o conhecimento veiculado nessas peças
ser inovador ou não, seu autor tem tanto a responsabilidade sobre o que está sendo exposto
quanto o mérito de fazê-lo. O mínimo que se espera é que, ao ser utilizado esse conhecimento,
de qualquer forma que seja, reconheça-se esse mérito, informando-se ao público sua origem, ou
seja, mencionando-se quem produziu esse conhecimento – seu autor. Observe-se que, na
maioria das vezes4, o autor de um texto cujo conteúdo contribui para o embasamento de outros
trabalhos não obtém remuneração pecuniária alguma e, ainda que a recebesse, o mínimo que se
pode fazer é deixar claro que as ideias utilizadas nesses outros trabalhos foram produzidas por
ele.
Considerando-se esses aspectos, entende-se que todo autor possui direito autoral sobre
sua obra, e esse direito foi regulamentado em forma de lei, como apresentado a seguir.
4
As exceções seriam, por exemplo, aquelas em que o autor recebe direitos autorais pela venda de sua
obra.
fins específicos deste trabalho, o interesse principal está sobre “os textos de obras literárias,
artísticas ou científicas”, sem desconsiderar, naturalmente, todas as outras que possam
eventualmente vir a ser utilizadas na elaboração de um TCC, como fotografias e composições
musicais.
É interessante observar que o autor de uma obra não precisa registrá-la oficialmente
para que lhe sejam reconhecidos os direitos autorais. Segundo o artigo 19, esse registro é
facultado ao autor. Não é legalmente possível, portanto, que alguém se aproprie de uma obra,
qualquer que seja ela, como se fosse seu autor, apenas pelo fato de seu verdadeiro autor não a
ter registrado oficialmente.
Na elaboração de um trabalho científico, uma vez que (praticamente) nunca uma ideia
se constrói a partir do nada, são utilizados referenciais teóricos, veiculados, normalmente, por
meio escrito (publicados em livros e artigos, por exemplo). Seus autores, segundo a Lei 9.610,
em seu Capítulo II, possuem direitos morais, um dos quais é “II – o de ter seu nome, pseudônimo
ou sinal convencional indicado ou anunciado, como sendo o do autor, na utilização de sua obra”.
Embora o autor de uma obra tenha direitos pecuniários sobre ela, existem algumas
limitações a esse direito, especificadas no Capítulo IV da Lei 9.610. Em seu artigo 46, a lei
estipula o seguinte:
Observe-se que, para não desrespeitar a lei, basta simplesmente indicar a origem da
informação utilizada durante a elaboração do texto. E, caso não se deseje fazer uma citação
literal de algum trecho de outro autor, é ainda possível parafraseá-lo, uma vez que essa prática é
prevista nessa mesma Lei 9.610:
“Art. 47. São livres as paráfrases e paródias que não forem verdadeiras reproduções da
obra originária nem lhe implicarem descrédito.”
O adjetivo “livres”, nesse artigo, não implica, no entanto, que as paráfrases possam ser
feitas sem que se faça referência ao autor do texto parafraseado. “Livres”, nesse caso, significa
“podem ser feitas”. Naturalmente, deve-se, no corpo do texto que está sendo produzido, indicar
a obra que está sendo parafraseada e seu autor, assim como inserir essa informação nas
referências bibliográficas, segundo as prescrições técnicas.
3.5. Por que é mais fácil fazer seu próprio trabalho do que plagiar ou
pagar a alguém para fazê-lo
portanto, crime, e seu praticante, um criminoso. Infelizmente, muitas pessoas desenvolvem essa
prática, alegando, na maior parte das vezes, desconhecimento do fato, impossibilidade de
acesso aos meios de informação, restrição de tempo etc. Nenhuma justificativa é aceitável,
assim como não é possível acreditar que uma pessoa concluinte de um curso de graduação não
tenha conhecimento do que é certo e do que é errado nesse aspecto.
No início da vida acadêmica, ainda é comum não se ter autonomia suficiente para
produzir um texto cujas ideias sejam mais autorais (ou seja, da pessoa que está escrevendo esse
texto) do que aproveitadas de outros. Portanto, é muito comum que grande parte do texto de
um TCC, por exemplo, especialmente no tocante à discussão teórica, seja mais um compilado de
ideias, de teorias já desenvolvidas. Isso não é demérito para um trabalho, contanto que a forma
de escritura seja apropriada.
Imagine-se que, para estabelecer essa “revisão bibliográfica” em um TCC, tenham sido
selecionados textos de artigos e de páginas da internet especializadas no assunto (há, por
exemplo, páginas de entidades ou de profissionais reconhecidos nas diversas áreas que utilizam
esse tipo de mídia para veicular suas ideias). Qualquer parte desse conteúdo poderá ser
utilizado, desde que seja feita menção às suas fontes.
a) abrem-se algumas páginas da internet, copiam-se vários trechos que são “colados”
num editor de texto, sem modificação alguma e sem fazer referência às fontes;
b) copiam-se vários trechos de páginas da internet, fazendo-lhes algumas modificações
(provavelmente imaginando-se que o leitor não conseguirá identificar a origem
desses textos porque a sequência original das palavras foi alterada, e o Google não
identificaria o texto exato), sem fazer referência às fontes.
de textos de outros autores. E, diga-se, é honesto. Nunca é demais lembrar que a corrupção, a
contravenção não devem ser percebidas apenas nos que detêm o poder: elas são verificadas
também nas pessoas ditas “comuns”. Por uma questão de princípios, cabe a cada um,
individualmente, negar as práticas que não são honestas.
A produção de um artigo original (definido pela ABNT NBR 6022 como sendo a “parte de
uma publicação que apresenta temas ou abordagens originais”), no entanto, é provavelmente a
que causa maior inspiração em um autor. Afinal, esse autor estará apresentando ao público o
seu trabalho, a sua contribuição “original” ao desenvolvimento científico. Não se deve perder de
vista, no entanto, que a construção do pensamento se faz a partir do que outros já pensaram,
dificilmente (ou nunca) se criando algo a partir do nada. Esse constructo anterior embasará a
abordagem teórica a ser utilizada nesse artigo original.
5
Como se trata de uma citação feita a partir de um texto cuja ortografia não foi ainda atualizada, o acento
nessa palavra é mantido como no original.
Artigo científico vs. Relato de experiência
lidos inicialmente apenas os títulos dos trabalhos: se algum desses títulos apresentar informação
que interesse à temática do pesquisador que realiza essa pesquisa bibliográfica, então
provavelmente ele partirá para a leitura do resumo, para se certificar da pertinência do trabalho
em relação à sua temática. Ou seja, quanto mais elucidativo for o título, maior poderá ser o
interesse de outros pesquisadores sobre esse trabalho.
Escolher um título, no entanto, não é uma tarefa simples. Machado de Assis, no capítulo
primeiro de seu Dom Casmurro, ao explicar o título do livro, coloca as seguintes palavras na boca
de seu protagonista:
“Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui n sentido que eles lhe dão, mas no
que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para
atriuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei melhor título
para a minha narração; se não tiver outro daqui até ao fim do livro, vai este mesmo. O
meu poeta do trem ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço,
sendo o título seu, poderá cuidar que a obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos
seus autores; alguns nem tanto.”
Evidentemente, trata-se, aí, de uma ironia em relação aos pretensos autores que apenas se
aproveitam da ideia dos outros para construírem sua obra. Mas evidencia-se, também, a
possibilidade de o título originalmente imaginado para um trabalho vir a ser modificado, caso
surja um mais adequado. Em princípio, quanto maior for a capacidade de síntese do conteúdo
do trabalho no título, melhor este será. É preciso, no entanto, cuidar para que o título não se
torne um verdadeiro parágrafo, tão extenso ele pode tornar-se. A escolha do título, portanto,
também exige um considerável exercício de escritura.
Após o título, deverá aparecer o(s) nome(s) do(s) autor(es). A ABNT NBR 6022 indica que
esse(s) nome(s) deverá (deverão) ser acompanhado(s) de um “breve currículo que o(s)
qualifique na área de conhecimento do artigo”. Essas informações deverão ser mencionadas em
nota de rodapé, indicada por asterisco após o nome a que elas fazem referência. Há a
possibilidade, também, de essas informações serem mencionadas pós-textualmente. Indica-se,
ainda, a menção aos endereços postal e eletrônico acompanhando esse breve currículo.
independente, com início, meio e fim, autônomo em si mesmo, e cujo conteúdo sintetizará todo
o trabalho desenvolvido.
A experiência de escritura normalmente indica que a introdução deva ser escrita ao final
de todo o trabalho. Isso porque o planejamento inicial do que será o resultado textual final pode
sofrer modificações, o que obrigaria uma reescritura da introdução. Deixá-la para o final,
portanto, é o mais prudente. Algumas pessoas, no entanto, preferem redigi-la logo no início,
muito provavelmente pelo desejo de verem algo escrito. Assim, já seriam algumas páginas
completadas. Satisfaz-se, normalmente, a uma angústia pessoal, mas dificilmente essa parte do
texto não terá que ser reescrita.
A conclusão é a parte final do artigo. Uma vez que o objetivo da pesquisa foi gerar um
resultado, é nessa parte textual que esses resultados poderão ser discutidos (essa discussão
pode ocorrer, também, no desenvolvimento do artigo). Como são definidos objetivos e
levantadas hipóteses no início do trabalho, esta parte textual é o espaço em que são
apresentadas as conclusões obtidas acerca dos objetivos e das hipóteses, que foram
confirmadas ou refutadas. A conclusão, também, caracteriza-se como um texto autônomo,
independente, devendo, portanto, apresentar início, meio e fim, permitindo ao leitor
contextualizar-se em relação ao todo do trabalho. Naturalmente, espera-se que essa
contextualização não seja uma mera repetição do que já tenha sido dito ao longo do trabalho, e
que o leitor, efetivamente, tenha lido todo o artigo.
uma língua estrangeira, muito comumente o inglês, logo após seus equivalentes em português.
A apresentação desses elementos textuais em inglês (língua considerada franca no meio
acadêmico internacional) permite que pesquisadores de outras nacionalidades tomem ciência
do conteúdo veiculado naquele trabalho e, se for o caso, busquem traduzi-lo para seu próprio
idioma. A NBR 6022, da ABNT, no entanto, caracteriza esses elementos em língua estrangeira
como elementos pós-textuais, classificando o resumo e as palavras-chave como elementos
obrigatórios. O idioma a ser utilização é um “de divulgação internacional, com as mesmas
características (em inglês Abstract, em espanhol Palabras clave, em francês Mots-clés, por
exemplo)”.
Um apêndice, por sua vez, é um “texto ou documento elaborado pelo autor, a fim de
complementar sua argumentação, sem prejuízo da unidade nuclear do trabalho.” Caso sejam
utilizados apêndices, eles serão “identificados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e
pelos respectivos títulos”.
Finalmente, os anexos, que também são opcionais, são definidos como um “texto ou
documento não elaborado pelo autor, que serve de fundamentação, comprovação e ilustração”.
Caso sejam utilizados, os anexos deverão ser “identificados por letras maiúsculas consecutivas,
travessão e pelos respectivos títulos. Excepcionalmente utilizam-se letras maiúsculas dobradas,
Vale ainda considerar que, embora muitos vejam um TCC como um mero aspecto
burocrático a ser cumprido, vários desses trabalhos podem trazer contribuição efetiva para o
desenvolvimento científico. Ambas as modalidades podem, se bem produzidas, ser publicadas
em periódicos especializados. E um ponto especialmente interessante: em um país de
dimensões geográficas tão extensas como o Brasil, e cujas regiões interioranas são ainda tão
pouco conhecidas, física e sociologicamente falando, trabalhos que apresentem essas realidades
e possíveis intervenções sobre elas são sempre muito bem-vindos.
Um dos grandes desafios para quem se propõe escrever um texto é dar início a ele.
Naturalmente, da mesma forma que não se pode ensinar o que não se sabe, torna-se
complicado, senão impossível, escrever quando não há o que escrever. Partindo-se, no entanto,
do princípio de que há o que escrever, ainda assim a folha em branco (seja ela papel ou a tela de
um computador) costuma mostrar-se desafiadora.
Uma das melhores formas de produzir um texto parece ser a sugerida pelo rei do livro
Alice no país das maravilhas, de Lewis Caroll, ao Coelho Branco, quando indagado por onde
deveria começar a leitura de uma certa carta. O rei, de forma simples, responde: “Comece pelo
começo, vá até o fim e, então, pare”. Simples e objetivamente. Para escrever, basta que se inicie
a escritura. Se não se sabe exatamente como, escreva-se qualquer coisa e continue-se a
escritura. Depois basta, durante a revisão/reescritura, desfazer o início ruim e propor outro
melhor, mais apropriado. Já haverá texto escrito, e a página em branco terá deixado de existir.
A escritura de um texto técnico, científico, desde que, como dito, haja o que escrever, é
muito mais fácil do que a de um texto artístico, literário, que depende de criatividade,
inspiração. O texto científico, basicamente, necessita de conteúdo e forma – uma simples forma.
A disposição do conteúdo é organizacional.
Alguns ensinamentos e metáforas, apesar de conhecidos, são repassados aos outros (aos
alunos, por exemplo) sem serem seguidos por quem os repassa. Não é difícil imaginar que,
quando professores, muitos ora concluintes de um curso de graduação, digam aos seus alunos
que devem organizar suas ideais, seu pensamento, antes de começarem qualquer trabalho. E
utilizem metáforas como, por exemplo, a de a construção de um texto ser semelhante à
construção de um edifício: é preciso planejar sua forma, prever a melhor disposição dos espaços,
calcular sua estrutura, para, só então, dar início à obra. Caso o planejamento arquitetônico e o
cálculo da estrutura não sejam bem feitos, haverá o risco de ter que destruir o já feito e
recomeçar do zero.
Mesmo que não haja prejuízo material significativo quando um texto tem que ser refeito
por falta de planejamento, gasta-se tempo, disposição, paciência. Se o tempo é escasso, cada
reescritura tem o potencial de deixar o autor extremamente nervoso, desesperado, sem saber o
que fazer. Objetivamente falando, a culpa é dele próprio, e de mais ninguém. Se tivesse havido
um planejamento consciente, lógico, provavelmente o trabalho se tornaria mais fácil.
A normatização do trabalho científico
Metodologicamente, a organização das ideias deve seguir uma lógica. Como não se trata
de um texto artístico-literário, a expectativa é a de que o texto científico apresente um
encadeamento das ideias, respeitando-se o princípi fundamental da causa e do efeito. Em outras
palavras, é necessário que uma ideia apresentada esteja posicionada de forma que,
sequencialmente, seja a continuação de sua anterior e permita a construção da seguinte. Dessa
forma, o texto vai-se constituindo em tecitura e, quanto mais bem urdida a trama dessas ideias,
melhor será a textura final.
• Como se diagnosticou o problema? Não basta ter a impressão de que algo está
errado: é preciso comprovar esse fato, mensurando-o. Uma forma de fazer isso seria
aplicar uma atividade de leitura a todos os alunos (da escola ou de uma única turma,
a depender do objetivo do trabalho), com itens em dificuldade gradativa, dos mais
simples aos mais complexos, e, ao final da atividade, avaliar os resultados obtidos,
quantificando-os. Isso permitiria apontar o percentual de alunos que estariam nos
níveis mais elementares, médios e superiores de leitura. Seria possível, a partir desse
diagnóstico, sugerir atividades específicas, por exemplo, para o grupo em condições
mais precárias de leitura. Essa mesma atividade poderia ser utilizada novamente, ao
final da intervenção do estagiário, para avaliar se o trabalho produziu o resultado
esperado: em caso positivo, os alunos que foram mal sucedidos conseguiriam atingir
um nível mais elevado nas competências de leitura.
• Qual o grupo de controle? Se “pelo menos metade dos alunos do ensino médio” não
conseguia entender o que lia, isso significa dizer que a outra metade conseguia. O
trabalho, então, não precisaria ser desenvolvido, rigorosamente, com todos os
alunos, porque, dependendo do nível de dificuldade das atividades, muitos
poderiam se sentir desmotivados, quer por elas serem simples demais, quer por
serem complexas demais, a depender do referencial. O ponto principal seria
transformar a realidade dos alunos que não conseguiam entender o que liam. O
grupo de controle, então, poderia ser estabelecido de uma forma simples: os alunos
que conseguiam ler e, submetidos ao diagnóstico anteriormente descrito,
conseguiriam entender de forma satisfatória o que liam, seriam considerados o
grupo de controle, e os demais alunos, então, deveriam chegar ao nível desses seus
colegas. Caso conseguissem, isso seria um indicativo de que as atividades foram bem
sucedidas.
• Como as atividades foram planejadas? O livro didático, embora muitas vezes alivie a
carga de trabalho do professor, também pode tornar-se senhor das aulas, sendo o
professor um mero reprodutor do que está colocado naquelas páginas. Pela própria
falta de experiência, o estagiário pode não ter selecionado atividades que serviriam
ao seu propósito específico. Qualquer atividade de ensino-aprendizagem deve
obedecer a uma gradação de dificuldade, permitindo que o aprendiz consolide suas
habilidades, e não apenas entre em contato com elas. Nesses casos,
frequentemente é interessante criar as atividades, porque, assim, cada passo pode
ser bem calculado e atender a cada etapa do processo.
• Como as atividades foram aplicadas? Não basta apenas chegar à sala de aula, fazer
uma exposição teórica e aplicar algumas atividades. Inúmeros fatores interferem
nessa dinâmica, desde a atitude do professor/estagiário frente à turma, construindo
uma relação de respeito mútuo, até o nível de dispersão da atenção dos alunos,
causado, por exemplo, por um ventilador barulhento, pelos raios solares entrando
pela janela, pelo horário (próximo ao almoço, quando os alunos estão com fome; ou
A análise parcial desenvolvida para o caso hipotético acima revela, por si mesma, um
encadeamento lógico de ideias. Partiu-se do diagnóstico do problema, passando-se pelo
estabelecimento do grupo de controle, pelo planejamento das atividades, pelo cálculo do tempo
a ser utilizado, pela forma de aplicação das atividades, até chegar à avaliação final dos
resultados obtidos. Considere-se que, do diagnóstico do problema até a forma de aplicação das
atividades, tem-se todo o necessário para construir a seção de um texto científico (que poderá
ser, por exemplo, um artigo de relato de experiência) dedicada à descrição metodológica. Seguir
esses passos é estabelecer o método a ser utilizado. Descrevê-los é redigir a seção
“Metodologia” do TCC. A parte da avaliação dos resultados, provavelmente, será apresentada na
seção “Conclusão”. “Provavelmente”, porque ela pode ser analisada também em uma seção
semelhante a “Discussão dos Resultados”, sendo a conclusão reservada para considerações do
autor sobre o trabalho/experiência como um todo.
É preciso dispender algum tempo antes de iniciar o trabalho para planejá-lo, e esse
planejamento inclui a organização das ideias. Esse tempo dispendido na verdade poupará
esforços futuros. Tudo devidamente planejado e executado, basta o autor do texto escrever,
partindo do início e chegando ao fim.
uma ideia não se constrói do nada: ela é fruto de reflexões produzidas anteriormente por
outros. E esses “outros” precisam ser considerados.
Colhido o material bibliográfico que servirá de base para o texto a ser escrito, o passo
seguinte é organizá-lo de forma sistemática. Ao se realizar essas leituras, uma sugestão é
destacar as partes de interesse e anotar em que ponto do texto que será produzido elas poderão
ser utilizadas. Mais à frente será discutida a importância de construir um roteiro textual. Como
se verá, com um roteiro elaborado, é possível identificar quais ideias constituirão cada parte
textual, e em que sequência. Estabelecida essa sequência, a leitura da bibliografia poderá ser
feita de forma a alocar cada informação teórica em sua respectiva parte no texto a ser gerado.
Dessa forma, passa-se a “ter o que dizer”, sabendo-se onde cada informação será dita.
Todas essas informações teóricas poderão ser apresentadas com palavras próprias, com
paráfrases ou com citações, qualquer dessas formas devidamente referenciada. A forma de fazê-
lo será retomada no capítulo seguinte.
• a pesquisa de campo deve ser muito, muito bem planejada. Como inúmeros outros
fatores passam a interferir na execução da pesquisa (tempo, locomoção, acesso aos
informantes, gastos financeiros etc.), é preciso estabelecer um roteiro de ação,
inclusive prevendo possíveis riscos e formas de solucioná-los;
• o respeito ao informante é condição inquestionável. É sempre importante lembrar
que o informante está disponibilizando seu tempo para o pesquisador. O informante
nunca está errado. O pesquisador nunca pode se indispor com ele. O informante
pode se atrasar, mas o pesquisador, nunca. Em todas as situações posteriores ao
contato com o informante (apresentações acadêmicas, conversas informais etc.),
nunca o pesquisador pode expô-lo ao ridículo, fazendo gracejo de seu modo de falar,
de agir, ou de escrever. A identidade do informante sempre deve ser preservada.
O agrupamento dos dados é apenas a primeira (e mais fácil) parte desse trabalho. Feito
isso, é necessário classificar todas as informações obtidas. Considerando-se o desempenho na
leitura, cada pasta deverá ter seu material classificado, por exemplo, em ordem crescente ou
decrescente de desempenho dos alunos, o que permitirá identificar o percentual deles que se
enquadra no nível 1 de leitura, no nível 2 etc. Como já exposto, essa quantificação é
indispensável, não apenas para ser apresentada no texto escrito como, principalmente, para
permitir a tomada de decisões quanto aos passos seguintes da intervenção junto ao grupo.
Observe-se que, em ambas as tabelas, foram criadas cinco colunas, cada uma delas
atendendo a uma função específica. Na primeira, registraram-se os problemas ortográficos; na
segunda, foi feita a classificação desses problemas; na terceira, estabeleceu-se a codificação dos
problemas; na quarta, indicou-se a forma ortográfica padrão; na quinta, registraram-se as
pronúncias das palavras, como realizadas foneticamente pelos alunos.
itens sequenciais, ao longo da página. Da mesma forma que um gráfico tem por objetivo
permitir uma melhor visualização dos dados, uma tabela também cumpre essa função (além,
claro, da função organizacional das informações).
Deve-se considerar, também, que a simples apresentação dos dados não diz muita coisa
em um trabalho científico: é preciso comentá-los, discuti-los. O pesquisador não deve
simplesmente apresentar uma planilha de dados sem apresentar também suas considerações
sobre eles.
Quando um professor da área de Letras sugere aos seus alunos que, para melhor
organizarem as ideias em um texto é aconselhável dispô-las de uma forma lógica e coerente, de
forma que a apresentação de uma ideia conduza à outra, ele não deve se esquecer de que esse
mesmo conselho se aplica à elaboração de seus próprios trabalhos.
Muitas vezes, as pessoas tendem a pensar que o tempo utilizado na ordenação das
ideias é desperdiçado. Na verdade, se não houver essa ordenação, esse planejamento,
normalmente se gastará mais tempo na elaboração do texto do que se tudo tiver sido planejado.
Pode-se construir um roteiro textual, ou seja, indicar a sequência do que será escrito, com
tópicos e subtópicos. De uma forma geral, esse roteiro tenderá a assumir a caracterização de um
sumário.
O sumário de qualquer trabalho, seja um livro, seja uma tese, seja uma dissertação,
apresenta ao leitor a organização de todo o texto. Num primeiro momento, são indicadas as
partes pré-textuais, seguidas pelas textuais e pelas pós-textuais. Como a expectativa é a de que
a leitura completa da obra permita ao leitor compreender a temática desenvolvida, é natural
que a exposição seja feita apresentando-se as informações de forma gradativa, uma ideia/parte
textual conduzindo ao entendimento da subsequente.
É aconselhável que o roteiro textual seja produzido anteriormente ao início das leituras
teóricas. Essa informação pode parecer um pouco contraditória, uma vez que, normalmente, é a
partir das leituras teóricas que se consolidará a ideia global do trabalho. No entanto, de forma
pragmática, é preciso considerar que, para a elaboração de um TCC, seu autor estará em contato
direto com seu orientador. Juntos, poderão traçar um primeiro roteiro, que poderá ser
modificado conforme a necessidade. Mas é importante haver um esboço inicial para que não se
perca tempo durante a leitura da teoria.
selecionados (por exemplo, com um código ao lado de cada um deles) durante a leitura.
Posteriormente, basta alocar cada um deles nas seções a que são destinados no trabalho.
A) INTRODUÇÃO
• discutir de forma ampla a temática proposta no trabalho
• apresentar o objetivo do trabalho
• sintetizar a metodologia a ser utilizada
B) PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
• apresentar um breve histórico do que já foi desenvolvido sobre a temática
• identificar os teóricos mais expressivos na área
• analisar aspectos da teoria
• analisar a problematização da temática
C) METODOLOGIA
• apresentar a forma de diagnóstico do problema
• apresentar os critérios para estabelecimento dos grupos
• apresentar a forma como as atividades foram planejadas
• apresentar a forma de aplicação das atividades
• apresentar os critérios para avaliação
D) APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
• dados referentes ao primeiro grupo
• dados referentes ao segundo grupo
• dados referentes ao terceiro grupo
E) CONCLUSÃO
• discussão acerca dos resultados obtidos
5.6. A citação
Deduz-se que na “livre pesquisa científica” há o questionamento acerca das informações, acerca
da própria natureza dos fatos. O papel do cientista é, portanto, questionar seus pares e a si
próprio, com vistas a encontrar a “verdade científica”. Aceitar os que as “autoridades invocadas”
postularam, sem questionamento, vai de encontro aos princípios da ciência.
Entenda-se que esse suporte teórico, no entanto, deve ser um embasamento, uma
sustentação para o que se vai postular no trabalho científico. Primeiramente, deve-se entender
que esse novo trabalho que se constrói pertence a um autor (no caso, o concluinte que elabora
seu TCC), e não aos teóricos que o apoiam. Portanto, é necessário que se verifique a autoria de
quem escreve, ou seja, o texto final não poderá ser um apanhado de inúmeras citações de
outros autores. Soa estranho, matematicamente falando, que se perceba, ao folhear um
trabalho, cerca de 50% (às vezes mais) do espaço nas folhas ocupado por citações. A citação
deve ser utilizada como forma de sustentar um ponto de vista, não sendo ela a parte central do
texto.
Quando se faz a leitura teórica, como discutido nas seções anteriores, é frequente que
se encontrem inúmeros trechos muito interessantes e que podem ser muito úteis para a
elaboração do texto final. No entanto, é preciso considerar que nem todos esses trechos
poderão ser utilizados como citações literais (aquelas que são transcritas entre aspas). Deve-se
selecionar os que sejam mais expressivos para serem utilizados como citações literais e as
demais poderão ser parafraseadas (ditas de outra forma), comentadas, sempre, naturalmente,
fazendo-se a devida referência ao seu autor.
Infelizmente, não é incomum que alguns autores, talvez por lerem apenas o resumo de
um artigo, sem se darem o trabalho de verificarem de forma completa as informações, escrevam
que determinado autor, em seu artigo, disse tal coisa, e tal coisa não foi dita. O leitor-cientista,
experiente na prática da leitura e na área temática em questão, pode perceber algo estranho
nas informações apresentadas e, para dirimir suas dúvidas, prefere consultar os textos que
embasaram aquele trabalho. Talvez ele, leitor, tenha se equivocado; talvez não. Caso não tenha
se equivocado, aquele texto, naturalmente, cai em descrédito.
Para evitar problemas desse tipo, uma sugestão é, à medida que o texto seja construído,
e sempre que surgir uma citação, que se redija imediatamente a referência bibliográfica
equivalente na seção apropriada. Utilizando-se um computador, basta trabalhar com dois
arquivos abertos ao mesmo tempo: um, em que se escreve o texto; outro, em que se escrevem
as referências. Dessa forma, minimiza-se consideravelmente a possibilidade de alguma obra não
ser referenciada. Se, como argumento contrário a essa prática, se imaginar que se possa perder
o fluxo do pensamento, esquecendo-se o que se ia escrever, basta, então, destacar a citação em
vermelho para, posteriormente, fazer sua referenciação.
Essas práticas, no entanto, não anulam a necessidade de uma revisão criteriosa do texto
final. No tocante às referências bibliográficas, é necessário que, durante a leitura final (ou pré-
final), confirme-se a inserção de todos os autores citados na seção devida.
contidas não possam ser questionadas. Se assim não fosse, a ciência não teria evoluído. Também
os artigos científicos publicados em periódicos especializados são uma fonte confiável de
pesquisa. Observe-se que, mais recentemente, a maior parte dos periódicos mantém uma
(quando não única) versão digital, disponível na internet. Isso é extremamente interessante no
sentido de divulgação da informação, uma vez que o acesso aos artigos publicados em papel é
difícil, às vezes sendo possível encontrar o periódico apenas em outro país. Portanto, o mito de
que na internet não há fontes confiáveis de pesquisa é falso. O importante é saber que fontes
consultar.
A ABNT desenvolveu uma Norma específica para a elaboração de resumos, a NBR 6028.
Entre as quatro definições que apresenta, três são especificamente necessárias para a
elaboração de um TCC sob a forma de artigo científico ou de relato de experiência:
No entanto, a limitação de tamanho para o resumo, como se verá a seguir, impõe um texto
conciso.
Essa clareza e objetividade podem ser facilitadas pela obediência às “regras gerais de
apresentação”, postuladas por essa mesma NBR 6028. São especialmente interessantes as
seguintes prescrições:
“3.3 O resumo deve ser composto de uma seqüência de frases concisas, afirmativas e
não de enumeração de tópicos. Recomenda-se o uso de parágrafo único.
3.3.1 A primeira frase deve ser significativa, explicando o tema principal do documento.
A seguir, deve-se indicar a informação sobre a categoria do tratamento (memória,
estudo de caso, análise da situação etc.).
3.3.2 Deve-se usar o verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular.”
A primeira frase do resumo deve ser redigida de forma tal que seu conteúdo seja
significativo, ou seja, não pode apresentar informações vagas. É nela que se vai caracterizar o
tema central do trabalho. Logo a seguir, deverá ser definido o tipo de trabalho que está sendo
apresentado: é nesse ponto que se indicará tratar-se de um artigo de pesquisa ou de um artigo
de relato de experiência. Como prescrito, todas as frases deverão ser redigidas com verbos na
voz ativa (por exemplo, “A análise dos dados indica o resultado X.”, e não “Os dados foram
analisados e se obteve o resultado X.”), e deverão, se for o caso, estar na terceira pessoa do
singular (por exemplo, “Foi possível constatar que a redação dos participantes evoluiu do nível
três para o nível quatro.”, e não “Constatamos que a redação dos participantes evolui do nível 3
para o nível quatro.”).
A ABNT NBR 6028 indica que os resumos de artigos de periódicos deverão ter sua
extensão entre 100 e 250 palavras.
Sua divisão em partes, com o propósito de melhor visualizar cada uma delas, pode ser
feita da seguinte forma:
Como primeira frase do resumo, percebe-se que seu conteúdo realmente é significativo.
Observe-se, no entanto, que, ao indicar logo no primeiro momento que se trata de um relato de
experiênca, as autoras inverteram a ordem prescrita, segundo a qual, antes dessa indicação,
deveria ter sido explicado o tema principal do documento.
4ª parte: “Com base nos temas trabalhados nas sessões, foi elaborado um caderno
educativo e a compreensão sobre o conteúdo foi validado com os adolescentes.”
Na quarta parte, foram apresentados dois resultados da intervenção: um, material, que
foi a elaboração de um caderno com conteúdo educativo; outro, imaterial, a apreensão cognitiva
das novas informações pelos adolescentes participantes, por meio de uma validação técnica (no
caso, o leitor que deseje conhecer os meios de validação utilizados deverá buscar essa
informação no corpo do artigo).
O texto foi elaborado em terceira pessoa, mas no entanto, há uma ressalva a fazer: foi
feito uso da voz passiva na terceira e na quarta partes do texto, em construções como “foram
levantadas”, “foram decodificados”, “foi elaborado”. Rigorosamente, esse tipo de construção
deveria ser modificado para a voz ativa.
A NBR 6022 da ABNT indica que a introdução é a “parte inicial do artigo, onde devem
constar a delimitação do assunto tratado, os objetivos da pesquisa e outros elementos
necessários para situar o tema do artigo”. Observe-se que essas informações foram também
apresentadas no resumo, mas de forma concisa. Na introdução, tem-se o espaço para
caracterizar os detalhes relativos a esses itens.
Os objetivos também devem ser apresentados na introdução de forma clara. Por uma
questão de fluência textual, é interessante que eles sejam apresentados sequencialmente (e não
em forma de tópicos), produzindo-se pelo menos um parágrafo com essa finalidade. É
interessante lembrar que a apresentação dos objetivos deve atender também a uma
sequenciação lógica e gradual. Há objetivos que são mais amplos que outros, devendo, portanto,
ser elencados em primeiro lugar. Atingir um objetivo pode depender de, anteriormente, ter sido
atingido outro. Esse outro, portanto, deverá ser apresentando anteriormente àquele.
Cada trabalho apresenta sua especificidade; logo, torna-se difícil prever o que será
exposto em uma introdução. Os “outros elementos necessários para situar o artigo” serão
apresentados de acordo com essa especificidade.
A ABNT estabeleceu a NBR 6024, que trata especificamente da numeração das seções e
subseções de um documento escrito. Essa numeração progressiva tem por objetivo “expor numa
sequência lógica o inter-relacionamento da matéria” e “permitir sua localização”. Entende-se
“seção” como a “parte em que se divide o texto de um documento, que contém as matérias
consideradas afins na exposição ordenada do assunto”, podendo haver uma “seção primária”,
que é a “principal divisão do texto de um documento”, assim como uma seção secundária,
terciária, quaternária, quinária etc., que é a “divisão do texto de uma seção primária, secundária,
terciária, quaternária, respectivamente”.
De acordo com as regras gerais de apresentação, deve-se seguir o indicado abaixo (as
indicações de seção que precedem cada item estão como apresentadas originalmente na NBR
6024):
Dessa forma, uma seção primária será numerada com os algarismos arábicos 1, 2, 3 etc.
Seções secundárias da primeira seção primária serão numeradas 1.1, 1.2, 1.3 etc. Seções
terciárias da primeira seção secundária serão numeradas 1.1.1, 1.1.2, 1.1.3 etc. Seções
quaternárias da primeira seção terciária serão numeradas 1.1.1.1, 1.1.1.2, 1.1.1.3 etc.
Finalmente, seções quinárias da primeira seção quaternária serão numeradas 1.1.1.1.1,
1.1.1.1.2, 1.1.1.1.3 etc. Também se considere que não pode haver subseções inferiores à seção
quinária (o número máximo de subseções não deve, portanto, ultrapassar cinco). Quando for
feita a leitura oral dos números das seções, não se deve pronunciar os pontos.
Quanto ao destaque gráfico que se faz para os títulos das seções (entenda-se: o que ao
longo deste texto tem-se chamado de “subseção” é classificado como seção “secundária”,
“terciária”, “quaternária”, “quinária”), a NBR 6024 estipula o seguinte:
Essa normatização implica dizer que o título da seção primária deverá ser grafado em
negrito; o da seção secundária, em itálico (ou grifando-se a fonte normal, sem destaque algum,
tecnicamente conhecida como “redondo”); o da seção terciária, com caixa alta (letras
maiúsculas ao longo de todas as palavras) ou versalete. A palavra “outro” sugere que sejam
utilizados outros recursos gráficos para caracterizar as seções quarternária e quinária, sem,
contudo, especificar quais sejam eles.
Ou, alternativamente:
Grafado o título da seção, o texto relativo a ela deve ser iniciado em outra linha. E
sempre deve haver um texto relacionado a cada seção.
• se a citação, no corpo do texto sendo produzido, ocupar até três linhas, deverão ser
utilizadas aspas duplas no início e no final do trecho citado;
6
Observe-se que, nesse exemplo, a primeira letra do título, maiúscula, possui um tamanho maior que as
demais, minúsculas.
• caso essa citação ocupe mais de três linhas, ela deverá ser destacada do texto sendo
produzido, iniciada em uma nova linha e toda ela deverá ser recuada “4 cm da
margem esquerda, com letra menor que a do texto utilizado e sem as aspas”;
• as aspas simples serão utilizadas “para indicar citação no interior da citação”. Em
outras palavras, caso o autor da citação tenha utilizado naquele trecho aspas duplas,
essas aspas duplas serão substituídas por aspas simples.
Feita a citação, é preciso referenciar sua autoria. Essa referenciação pode ser feita, toda
ela, entre parênteses, ou apenas parcialmente entre parênteses, dependendo da forma como o
texto será escrito. Devem ser seguidos, para isso, os seguintes princípios:
Nesses exemplos, as citações (indireta e direta) não ocuparam espaço superior a três
linhas. Caso isso acontecesse, a apresentação da citação (direta) seria feita com o recuo de 4 cm
a partir da margem esquerda, como a seguir, com letra menor e sem aspas:
Como se pode perceber no segundo e terceiro exemplos acima, na citação direta deve-
se especificar, após o(s) sobrenome(s) do(s) autor(es), em letras maiúsculas, a data de
publicação da obra, seguida pelo volume (se for o caso), e a página, como no primeiro exemplo a
seguir. No segundo exemplo, percebe-se uma citação direta de uma obra de dois autores.
Observe-se que seus sobrenomes são separados por ponto e vírgula:
Meyer parte de uma passagem da crônica de “14 de maio”, de A Semana: “Houve sol, e
grande sol, naquele domingo de 1888, em que o Senado votou a lei, que a regente
sancionou [...] (ASSIS, 1994, v. 3, p. 583).
“Não se mova, faça de conta que está morta.” (CLARAC; BONNIN, 1985, p. 72).
É possível, também, que se queira fazer algum comentário no interior de uma citação.
Nesse caso, o comentário feito deverá ser destacado por colchetes, no seu início e no seu final.
O mesmo ocorrerá no caso de interpolações ou acréscimos.
Caso se deseje enfatizar ou destacar algum trecho de uma transcrição, isso deverá ser
feito por meio do grifo, do negrito ou do itálico. Nesse caso, se o destaque for feito por quem
cita o texto, após a chamada do autor, seguida da data de publicação da obra e da página
original, deverá ser utilizada a expressão “grifo nosso”, sem aspas. Caso o destaque tenha sido
feito originalmente pelo autor da citação, a expressão deverá ser “grifo do autor”, também sem
aspas, como nos exemplos a seguir:
“[...] para que não tenha lugar a producção de degenerados, quer physicos quer moraes,
misérias, verdadeiras ameaças à sociedade.” (SOUTO, 1916, p. 46, grifo nosso).
“[...] b) desejo de criar uma literatura independente, diversa, de vez que, aparecendo o
classicismo como manifestação de passado colonial [...]” (CANDIDO, 1993, v. 2, p. 12,
grifo do autor).
Caso se deseje citar um trecho de uma obra em língua estrangeira, o autor do texto
sendo elaborado poderá apresentar sua própria tradução para ela. Nesse caso, após a chamada
da citação, deverá ser utilizada a expressão “tradução nossa”, sem aspas, dentro dos parênteses:
“Ao fazê-lo pode estar envolto em culpa, perversão, ódio de si mesmo [...] pode julgar-se
pecador e identificar-se com seu pecado.” (RAHNER, 1962, v. 4, p. 463, tradução nossa).
O novo medicamento estará disponível até o final deste semestre (informação verbal)1.
_________________
Esse mesmo procedimento deverá ser utilizado caso se cite algum trabalho em fase de
elaboração, com a indicação dos dados disponíveis na nota de rodapé, como no exemplo a
seguir:
_________________
1 Poetas rio-grandenses, de autoria de Elvo Clemente, a ser editado pela EDIPUCRS, 2002.
Um ponto muito importante que deve ser considerado: a indicação de edição a ser
realizada nunca poderá apresentar uma data anterior à data de apresentação do trabalho que
está sendo elaborado. No exemplo acima, caso o trabalho em elaboração esteja concluído em
2013, a citação utilizada deve ser referenciada a partir da obra já publicada (uma vez que a
previsão de publicação era para o ano de 2002).
É possível que um mesmo autor tenha diversos documentos citados, tendo sido eles
publicados em um mesmo ano. Nesse caso, as citações “são distinguidas pelo acréscimo de
letras minúsculas, em ordem alfabética, após a data e sem espacejamento, conforme a lisa de
referências”. Como nos exemplos:
(REESIDE, 1927b)
No modelo serial de Gough (1972 apud NARDI, 1993), o ato de ler envolve um
processamento serial que começa com uma fixação ocular sobre o texto, prosseguindo
da esquerda para a direita de forma linear.
No primeiro exemplo, o trecho entre aspas foi produzido originalmente por Vianna
(1986, p. 172), mas foi consultado em Segatto (1995, p. 214-215). Ou seja, quem utilizou essa
transcrição teve acesso apenas à obra de Segatto.
Quanto às notas de rodapé, a NBR 10520, da ABNT, prescreve que “devem ser alinhadas,
a partir da segunda linha da mesma nota, abaixo da primeira letra da primeira palavra, de forma
a destacar o expoente e sem espaço entre elas e com fonte menor”, como a seguir:
_________________
1
Veja-se como exemplo desse tipo de abordagem o estudo de Netzer (1976).
2
Encontramos esse tipo de perspectiva na 2ª parte do verbete referido na nota anterior, em grande parte
do estudo de Rahner (1962).
Os casos comentados nesta seção são aqueles de ocorrência mais comum em artigo
científico ou de relato de experiência. A NBR 10520, da ABNT, no entanto, normatiza alguns
outros casos de citações. Sugere-se, então, sua leitura completa e atenta.
De acordo com a NBR 14724, da ABNT, sempre que uma sigla for “mencionada pela
primeira vez no texto, deve ser indicada entre parênteses, precedida do nome completo”. A
partir de então, utiliza-se apenas a sigla. Como o leitor pode não conhecer o significado de uma
dada sigla, esse procedimento esclarece qualquer dúvida. Por exemplo:
Portanto, caso se deseje utilizar no texto, por exemplo, o mapa político do Brasil,
disponibilizado pelo Atlas Escolar do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
disponível na página virtual do órgão, acima dele deverá aparecer a seguinte informação: “Mapa
1 – Divisão política do Brasil”. Logo após a imagem do mapa, a seguinte informação: Fonte: IBGE.
Disponível em: <
http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/atlasescolar/mapas_pdf/brasil_politico.pdf>. Acesso realizado
em 18/09/2012.
A NBR 14724, da ABNT, especifica que as tabelas devem ser citadas no corpo do texto,
de forma a se localizarem o mais próximo possível do trecho a que fazem referência. A
construção de uma tabela deverá seguir os padrões estabelecidos pelo IBGE (1993).
A NBR 6022, da ABNT, define a conclusão como sendo a “parte final do artigo, na qual se
apresentam as conclusões correspondentes aos objetivos e hipóteses”. Considerando-se que, na
parte introdutória, foram evidenciados os objetivos do trabalho, assim como suas hipóteses, e
ao longo do desenvolvimento foram feitas a apresentação e a análise dos dados, é na conclusão
que o autor discutirá se os objetivos foram atingidos e se as hipóteses foram confirmadas.
Como dito no capítulo anterior, é possível que se estabeleça a discussão dos dados em
uma seção específica do artigo, anterior à conclusão. Também é possível que, na própria
conclusão, se faça essa discussão. O ponto a ser considerado, no entanto, é que, muitas vezes, a
análise dos dados demanda um grande esforço, que se reflete em uma escritura prolongada e
detida, merecedora de uma seção específica. Assim, reservar o espaço da conclusão para o que
normalmente se entende como as “considerações finais” é uma boa opção.
Uma consideração relativa à produção textual que deve ser feita diz respeito à própria
natureza das partes textuais. Uma introdução é considerada uma introdução por suas ideias
serem introdutórias; da mesma forma, uma conclusão só é considerada uma conclusão por
apresentar ideias conclusivas. Por mais óbvias que essas informações sejam, muitos autores as
ignoram, e pensam que o simples fato de introduzir-se a conclusão, por exemplo, com algo do
tipo “conclui-se que” já se está produzindo uma conclusão. Não é o simples uso dessa expressão
ou de uma assemelhada que fará de um parágrafo ou de um bloco de parágrafos um texto
conclusivo, sem considerar que seu uso assume uma caracterização de produção textual
bastante primária. Se se discutem, por exemplo, os resultados do trabalho, evidenciando-se,
com base nesses resultados, ter-se confirmado ou não as hipóteses inicialmente levantadas,
tem-se um texto com caráter conclusivo, independentemente de quais palavras ou expressões
sejam empregadas.
GOMES, L. G. F. F. Novela e sociedade no Brasil. Niterói: EdUFF, 1998. 137 p., 21 cm.
(Coleção Antropologia e Ciência Política, 15). Bibliografia: p. 131-132. ISBN 85-228-0268-8.
O título da obra referenciada deve ser destacado, utilizando-se negrito, grifo ou itálico.
No entanto, o padrão escolhido deverá ser o mesmo “em todas as referências de um mesmo
documento”. Esta indicação, no entanto, “não se aplica às obras sem indicação de autoria, ou de
responsabilidade, cujo elemento de entrada é o próprio título, já destacado pelo uso de letras
maiúsculas na primeira palavra, com exclusão de artigos (definidos e indefinidos) e palavras
monossilábicas.
Tem-se tornado cada vez mais comum a consulta a obras disponíveis online. Quando isso
ocorrer, também serão consideradas
7
Embora a NBR 6023 apresente o elemento “edição” como essencial, não o inclui no exemplo que
apresenta.
Como exemplo8:
ALVES, Castro. Navio negreiro. [S.l.]: Virtual Books, 2000. Disponível em:
<http://www.terra.com.br/virtualbooks/freebook/port/Lport2/navionegreiro.htm>.
Acesso em: 10 jan. 2002, 16:30:30.
Muito comumente, consulta-se apenas uma parte de uma obra, por exemplo, um artigo
publicado em um periódico ou um capítulo de um livro produzido coletivamente (o que significa
que cada capítulo tem seu próprio autor, e a obra foi organizada por outro ou outros autores).
Nesses casos, obrigatoriamente serão indicados o(s) autor(es) da parte consultada e o título da
parte, seguidos da expressão “In:”. Logo após essa expressão, apresenta-se a referência
completa da obra. Atente-se que se deve, ao final da referência, “informar a paginação ou outra
forma de individualizar a parte referenciada”, como nos exemplos a seguir:
ROMANO, Giovanni. Imagens da juventude na era moderna. In: LEVI, G.; SCHMIDT, J.
(Org.). História dos jovens 2. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 7-16.
No segundo exemplo, o tracejado após a expressão “In:” indica que o autor da obra é o
mesmo da parte consultada.
Caso seja consultada apenas parte de uma obra em meio eletrônico, será seguido o
mesmo procedimento acima, acrescentando-se as “informações relativas à descrição física do
meio eletrônico (disquetes, CD-ROM, online etc.)”. Caso se trate de obras consultadas online,
também deverão ser apresentados o endereço eletrônico e a data de acesso, como
anteriormente descrito. Como exemplos:
MORFOLOGIA dos artrópodes. In: ENCICLOPÉDIA multimídia dos seres vivos. [S.l.]:
Planeta DeAgostini, c1998. CD-ROM 9.
Aos periódicos não é atribuída uma autoria específica. Assim, a sua referenciação será
feita com os seguintes elementos essenciais: título, local de publicação, editora, datas de início e
8
A abreviação [S.l.] caracteriza não ter sido possível identificar o local da publicação (sine loco). Caso não
fosse possível identificar a data, seria utilizada [S.d.].
de encerramento da publicação, caso haja. No exemplo abaixo, observe-se que não foi aplicado
negrito ao título do periódico, prescrição já apresentada anteriormente.
DINHEIRO: revista semanal de negócios. São Paulo: Ed. Três, n. 148, 28 jun. 2000. 98 p.
Caso se deseje referenciar um artigo ou uma matéria publicada em uma revista, boletim
etc., o que inclui partes de publicações periódicas (volumes, fascículos, números especiais e
suplementos, com título próprio), comunicações, editorial, entrevistas, recensões, reportagens,
resenhas e outros, serão considerados os seguintes elementos essenciais:
Observe-se que, nos exemplos a seguir, não foi utilizada a expressão “In:”, e o título da
revista foi apresentado em negrito:
Caso o artigo e/ou matéria de revista, boletim etc. estiverem disponíveis em meio
eletrônico, serão seguidas as mesmas normas acima, “acrescidas das informações relativas à
descrição física do meio eletrônico (disquetes, CD-ROM, online etc.)”. Caso a consulta tenha sido
feita online, também se deverá fazer a indicação do endereço eletrônico e da data de acesso:
VIEIRA, Cássio Leite; LOPES, Marcelo. A queda do cometa. Neo Interativa, Rio de Janeiro,
n. 2, inverno 1994. 1 CD-ROM.
SILVA, M. M. L. Crimes da era digital. .Net, Rio de Janeiro, nov. 1998. Seção Ponto de
Vista. Disponível em: <http://www.brazilnet.com.br/contexts/brasilrevistas.htm>.
Acesso em: 28 nov. 1998.
COSTURA x P.U.R. Aldus, São Paulo, ano 1, n. 1, nov. 1997. Encarte técnico, p. 8.
NAVES, P. Lagos andinos dão banho de beleza. Folha de S. Paulo, São Paulo, 28 jun.
1999. Folha Turismo, Caderno 8, p. 13.
Para o caso de artigo e/ou matéria de jornal em meio eletrônico, faz-se a referenciação
como indicado acima, acrescentando-se os dados relativos ao endereço eletrônico e à data de
acesso:
ARRANJO tributário. Diário do Nordeste Online, Fortaleza, 27 nov. 1998. Disponível em:
<http://www.diariodonordeste.com.br>. Acesso em: 28 nov. 1998.
Caso se referencie um evento como um todo em meio eletrônico, faz-se como acima,
indicando-se o endereço eletrônico e a data de acesso:
Para o caso de o documento jurídico ter sido consultado em meio eletrônico, deve-se
proceder à sua descrição física (disquetes, CD-ROM, online etc.). Para consultas online, deve-se
indicar o endereço e a data da consulta:
Para a referenciação de filme, DVD, entre outros, são elementos essenciais: “título,
diretor, produtor, local, produtora, data e especificação do suporte em unidades físicas”. Por
exemplo:
FRAIPONT, E. Amilcar II. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 30 nov. 1998. Caderno 2,
Visuais. p. D2. 1 fotografia, p&b. Foto apresentada no Projeto ABRA/Coca-cola.
GEDDES, Anne. Geddes135.jpg. 2000. Altura: 432 pixels. Largura: 376 pixels. 51 Kb.
Formato JPEG. 1 disquete, 5 ¼ pol.
ALCIONE. Ouro e cobre. São Paulo: RCA Victor, p1988. 1 disco sonoro.
SILVA, Luiz Inácio Lula da. Luiz Inácio Lula da Silva: depoimento [abr. 1991].
Entrevistadores: V. Tremel e M. Garcia. São Paulo: SENAI-SP, 1991. 2 cassetes sonoros.
Entrevista concedida ao Projeto Memória do SENAI-SP.
Em uma nota, a NBR 6023, da ABNT, recomenda que mensagens de correio eletrônico só
devem ser referenciadas se não houver nenhuma outra fonte que permita a referenciação do
assunto em discussão. Isso porque esse tipo de mensagem tem “caráter informal, interpessoal e
efêmero, e desaparecem rapidamente, não sendo recomendável seu uso como fonte científica
ou técnica de pesquisa”.
não”. A recomendação é que seja seguido um mesmo padrão para o caso de abreviação em uma
mesma lista de referências. Ou seja, se se abrevia o nome de um autor, deve-se abreviar o de
todos. Para os nomes de vários autores em uma mesma referência, utiliza-se ponto e vírgula
seguido de espaço para separá-los. Exemplos:
DAMIÃO, Regina Toledo; HENRIQUES, Antonio. Curso de direito jurídico. São Paulo:
Atlas, 1995.
Caso haja mais de três autores, será indicado apenas o primeiro, acrescido da expressão
latina “et al.”. Caso seja necessário certificar a autoria de todos os envolvidos (como em projetos
de pesquisa, entre outros), faculta-se a indicação de todos os nomes. Exemplo:
MARCONDES, E.; LIMA, I. N. de (Coord.). Dietas em pediatria clínica. 4. ed. São Paulo:
Sarvier, 1993.
A entidade pode ter uma denominação genérica (por exemplo, “Secretaria de Estado da
Educação”) ou uma denominação específica. No primeiro caso, seu nome deverá ser antecedido
do nome do órgão superior, ou do nome da jurisdição geográfica a que pertence, como nos
exemplos a seguir:
SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Diretrizes para a política ambiental
do Estado de São Paulo. São Paulo, 1993. 35 p.
No segundo caso (denominação específica), a entrada será feita diretamente pelo seu
nome:
DIAGNÓSTICO do setor editorial brasileiro. São Paulo: Câmara Brasileira do Livro, 1993.
64 p.
PASTRO, Cláudio. Arte sacra: espaço sagrado hoje. São Paulo: Loyola, 1993. 343 p.
Par a edição, caso haja indicação, deve-se utilizar abreviaturas dos numerais ordinais e
da palavra edição:
PEDROSA, Israel. Da cor à cor inexistente. 6. ed. Rio de Janeiro: L. Cristiano, 1995. 219 p.
Caso haja mais de um local para uma só editora, será indicado o primeiro ou mais
destacado. No exemplo abaixo, a obra apresentou a editora Makron Books nas cidades “São
Paulo – Rio de Janeiro – Lisboa – Bogotá – Buenos Aires – Guatemala – México – New York – San
Juan – Santiago etc.”. Referenciou-se o primeiro local:
Caso o documento não indique a cidade, mas ela possa ser identificada, seu nome será
indicado entre colchetes:
LAZZARINI NETO, Sylvio. Cria e recria. [São Paulo]: SDF Editores, 1994. 108 p.
Caso não seja possível determinar o local, deve-se utilizar a abreviação [S.l.] (do latim
sine loco]:
LIMA, M. Tem encontro com Deus: teologia para leigos. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1985.
Caso seja necessário identificar a obra com informações complementares, isso será feito
ao final da referência, sem destaque tiográfico. No primeiro exemplo abaixo, trata-se de uma
obra copiada manualmente; no segundo, “no prelo” indica que a obra já foi enviada para
publicação:
FREYRE, Gilberto. Casa grande & senzala: formação da família brasileira sob regime de
economia patriarcal. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1943. 2 v.
Exitem informações muito importantes que, no entanto, não cabem ao longo das partes
textuais. Imagine-se, por exemplo, que, para se fazer um levantamento das dificuldades de
aprendizagem encontradas em uma determinada comunidade tenham sido aplicados
questionários. O leitor-cientista desejará conhecer as perguntas utilizadas, uma vez que buscará
analisar a sua natureza, a sequência em que elas foram dispostas, a própria lógica norteadora
dos questionários. Apresentar esse(s) questionário(s) no corpo do texto é inviável, porque isso
quebraria o fluxo da escritura, direcionando a atenção do leitor para outro ponto que não é
exatamente necessário naquele ponto do texto. Nessas situações específicas, referencia-se o
anexo e o leitor, caso assim o deseje, direcionará sua atenção para essa parte, durante ou após a
leitura do trecho em questão.
No caso dos artigos de relatos de experiência, é muito comum que seus autores desejem
apresentar fotografias ilustrando aspectos da experiência vivenciada. Se isso for realmente
necessário, é preciso selecionar imagens que sejam significativas, que transmitam uma
mensagem. Embora este não seja o espaço para essa discussão, é preciso considerar que a
imagem em uma fotografia pode apresentar todo um fluxo narrativo, mostrando-se
especialmente expressiva. Deve-se selecionar imagens com boa nitidez (foco nítido), bom
enquadramento, e que não sejam repetitivas. É desnecessário, por exemplo, apresentar várias
fotografias de um mesmo grupo durante a execução de uma atividade, se o objetivo dessa
apresentação é simplesmente documentar a realização da atividade. Seria diferente, no entanto,
se estivesse prevista a evolução na prática de uma técnica de manufatura, por exemplo. Uma
primeira fotografia poderia ilustrar o trabalho produzido por um dos envolvidos antes da
intervenção do pesquisador, e outra retrataria o trabalho após a intervenção (idealmente, de
melhor qualidade que o primeiro). Ou seja, é preciso que a seleção fotográfica transmita uma
informação precisa e significativa. Se assim não for, não vale a pena ser utilizada.
Por mais impessoal que um trabalho dessa natureza possa tentar ser, as conclusões
atingidas sempre serão o resultado da visão de seu autor, dos procedimentos metodológicos
adotados, da forma como a pesquisa foi conduzida. Assim sendo, é necessário – e desejável –
que outros pesquisadores deitem seu olhar sobre esse trabalho, criticando-o, não de forma
negativa, mas procurando evidenciar, se for o caso, o que há de positivo nele e possibilidades de
melhoria. O pesquisador deve estar sempre aberto a críticas: o olhar de outro pesquisador pode
perceber aspectos não abordados originalmente que poderão imprimir um novo rumo àquele
trabalho, fortalecendo-o.
9
No entanto, observe-se que, por princípio, o texto escrito deve ser autossuficiente e, portanto, deve
apresentar todas as informações necessárias ao seu entendimento. Rigorosamente falando, se isso não
ocorrer, será sinal de que o texto não está bem escrito.
Metodologia do Trabalho Científico
que possui, portanto, caráter oficial –, seu autor não estará autorizado a portar o título que
almeja (graduado, mestre, doutor).
No caso das informações de nível teórico, deve-se selecionar aquelas que efetivamente
tenham contribuído para a realização da pesquisa. Muitos conceitos, embora tenham sido
apresentados no texto escrito, poderão não ser mencionados na apresentação oral. Como há um
limite de tempo, é interessante ater-se exclusivamente àquelas informações que de fato
contribuam para a construção do pensamento. Pode-se assumir o referencial dos que estejam
assistindo à apresentação. Talvez ali se encontrem especialistas da área assim como pessoas
iniciadas, mas não especialistas. A seleção das informações a serem apresentadas contemplará
esses dois subgrupos, permitindo que entendam com clareza a evolução do pensamento/aporte
teórico sem, necessariamente, esgotá-lo.
apenas falar. Atualmente, muitos têm utilizado esses recursos visuais como suporte total às suas
apresentações e, caso haja uma queda de energia, por exemplo, não podem fazer coisa alguma.
Naturalmente, algumas imagens – como gráficos e encadeamentos complexos – podem ser
melhor aproveitados visualmente, mas nunca se pode esquecer que o importante em uma
apresentação é o seu conteúdo. A forma física de apresentação desse conteúdo é apenas um
detalhe, apenas um facilitador. Ela não pode ser mais importante do que o próprio conteúdo.
Portanto, para uma apresentação, é importante o apresentador estar prevenido em relação a
quaisquer eventualidades: se houver queda de energia, far-se-á a apresentação utilizando-se
quadro e giz; se não houver quadro e giz, far-se-á uso da linguagem oral, ordenada de forma
extremamente organizada, o que permitirá reter a atenção de todos os interessados.
10
“Fleche” é a grafia que consta no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa para a forma de origem
inglesa “flash”. O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa é o documento oficial brasileiro que
regulamenta a ortografia a ser empregada nas palavras aceitas na norma padrão. Esse Vocabulário tem
força de lei. Caso se tenha alguma dúvida se tal ou qual palavra pode ser utilizada ou não na norma
padrão brasileira, ou como ela deve ser escrita, pode-se consultar diretamente o sítio da Academia
Brasileira de Letras, mais especificamente utilizando o endereço eletrônico
http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23. Por exemplo, as palavras “site” e
“link” não constam (pelo menos ainda) no Vocabulário; portanto, a norma padrão oficialmente ainda não
as reconhece. Por isso, preferiu-se, linhas acima, utilizar-se “sítio” e “endereço eletrônico”,
respectivamente.
Caso se projete uma frase no quadro, pode-se fazer uma atividade de ensino
que solicite a reescritura de trechos. Isso permitirá o desenvolvimento do
senso crítico dos alunos de forma coletiva.
Para a apresentação de um trabalho, talvez seja útil preparar uma versão utilizando-
se esse recurso12, para a eventualidade de a projeção ter que ser feita em um
quadro comum em uma sala de aula;
11
Esse efeito é conseguido da seguinte forma: a) seleciona-se o trecho em sua totalidade; b) modifica-se a
cor da fonte para branco; c) substitui-se a cor do marcador de texto (ícone geralmente ao lado do ícone
em que se especifica a cor da fonte; sua cor padrão é amarelo) para preto.
12
Nesse caso, basta estabelecer a cor de fundo dos eslaides como preto e a cor da fonte como branca.
inconcebível, por exemplo, que se deseje ilustrar alunos em uma sala de aula e a
imagem apresente, deles, apenas as cabeças, todo o restante do espaço sendo
ocupado pelas paredes e pelo teto. Da mesma forma, não se devem apresentar
imagens “tremidas”, com foco mal feito, com qualidade visual ruim.
Não é difícil perceber que o que deve nortear a elaboração de uma apresentação é o
bom senso, acompanhado de alguma noção estética. Nesses casos, menos pode ser mais.
Uma apresentação oral envolve uma série de fatores. O principal deles talvez seja o
próprio apresentador, porque ele é quem dará vida à apresentação. Sua postura pessoal deverá
condizer com a situação em que está envolvido – uma apresentação acadêmica, não a animação
de uma festa.
Muitas vezes, é difícil controlar o nervosismo típico desses contextos. No entanto, deve-
se levar em consideração que, em princípio, o pesquisador é quem melhor conhece seu objeto
de estudo; logo, saberá discorrer sobre ele de forma fluente, bastando, para isso, que seu
pensamento esteja bem organizado. O próprio uso dos eslaides pode ser entendido como um
roteiro para a apresentação, o que já contribuirá significativamente para diminuir a ansiedade.
Nunca é demais lembrar que uma apresentação acadêmica não é uma festa. Nesse
sentido, o que deve chamar a atenção da audiência é o conteúdo do trabalho sendo
apresentado, não as roupas do apresentador, não sua maquiagem.
Um texto não são apenas elementos gráficos dispostos em uma folha: um texto
caracteriza a própria identidade de seu autor.
Por mais forte que essa afirmativa possa parecer, de fato é possível traçar um perfil
psicológico (ainda que parcial) do autor de um texto, mesmo que se trate de um texto de
natureza científica. A forma como as frases são construídas, a organização das ideias, o cuidado
na apresentação dos dados, o esmero com a precisão das informações, além de outros pontos,
contribuem para que o leitor (experiente) perceba a personalidade daquele autor. Não se pode
desconsiderar que um texto mal apresentado – diagramação mal feita, erros de ortografia, de
regência, de concordância, falta de coesão e, principalmente, de coerência entre as informações
– sugere que seu autor é uma pessoa desorganizada, que não respeita seu próprio texto e, por
conseguinte, o leitor.
Idealmente (e esse ideal deve ser perseguido), o texto final deverá refletir harmonia
entre suas partes, com as ideias apresentadas de forma clara, devidamente exploradas em sua
essência. Respeitando-se, naturalmente, os limites de cada etapa acadêmica (muito
provavelmente o nível de discussão verificado em um TCC de graduação não será o mesmo que
o de uma dissertação de mestrado), a discussão deve ser suficientemente aprofundada, para
que o texto não seja superficial em seu conteúdo. As informações devem ser bem selecionadas,
e dispostas de uma forma tal que o raciocínio seja conduzido de forma lógica.
Apesar de isso parecer uma tarefa que demanda muito esforço – e muitas vezes
realmente demanda –, é possível produzir um TCC de muito boa qualidade. O ponto principal
para isso talvez seja uma boa organização do trabalho e de suas partes, cumprindo cada uma
delas com determinação.
Metodologia do Trabalho Científico
No entanto, não é papel do orientador cuidar do orientando como se ele fosse um pré-
escolar. O orientando tem suas responsabilidades – e deve-se considerar que o trabalho em
desenvolvimento pertence ao orientando, não ao orientador. Não cabe ao orientador, portanto,
sempre cobrar o cumprimento das etapas, o estabelecimento de contato. Nunca se deve
esquecer, mais uma vez, que o trabalho sendo desenvolvido é responsabilidade do orientando.
A título de reflexão: como um profissional que atuará como professor da área de Letras
não sabe redigir de forma apropriada, não conhece a própria ortografia de sua língua, da língua
que terá que ensinar em sala de aula? Não se ensina o que não se sabe.
BRASIL. Lei nª 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação sobre
direitos autorais e dá outras providências. Diário Oficil [da] República Federativa do Brasil,
Brasília, DF, 20 fev. 1998. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l9610.htm>. Acesso em: 11 set. 2012.
GARFINKEL, S. L. Wikipedia and the meaning of truth. [S.l.]: MIT, 2008. Disponível em:
<http://www.technologyreview.com/review/411041/wikipedia-and-the-meaning-of-truth/>.
Acesso em: 14 set. 2012.
Considerações finais
HOGA, L. A. K.; ABE, C. T. Relato de experiência sobre o processo educativo para a promoção da
saúde de adolescentes. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo; v. 34, n. 4, p. 401-
6, dez. 2000.
MACHADO DE ASSIS, J. M. Dom Casmurro. V. 1. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992, p. 810.
NÓBREGA, M.; SERRANO, M. A. Modelo de relato de experiência. Disponível em: < http://
www.ead.ufpb.br/file.php/1318/Equipe_TCC/Modelo_de_Relato_de_Experiencia_2012.pdf> .
Acesso em: 26 set. 2012.
PERELMAN, C. Tratado da argumentação: A nova retórica. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
STEIN, C. C. A fonética aplicada ao ensino de língua portuguesa. In: SOUSA, M. E. V.; ASSIS, M. C.
(orgs.) Pesquisa em língua portuguesa: da construção do objeto à perspectiva analítica. João
Pessoa: Editora da UFPB, 2011.
WIKIPEDIA: a enciclopédia livre. Disponível em: <pt.wikipedia.org>. Acesso em: 11 set. 2012.