Você está na página 1de 10

Endereço da página:

https://novaescola.org.br/plano-de-aula/3053/contexto-de-producao-e-composicao-do-artigo-de-divulgacao-cientifica

Planos de aula / Língua Portuguesa / 9º ano / Leitura/Escuta

Contexto de produção e composição do artigo de divulgação científica


Por: Daniel Loureiro Gomes / 27 de Novembro de 2018

Código: LPO9_07SQA01

Sobre o Plano

Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Professor-autor: Daniel Gomes
Mentor: Cristiani Fernandes
Especialista: Isabel Fernandes

Título da aula: Contexto de produção e composição do artigo de divulgação científica

Finalidade da aula: Identificar um texto de divulgação científica a partir da percepção de linguagem específica e defesa de uma tese

Ano: 9º ano do Ensino Fundamental

Gênero: Artigo de divulgação científica/Exposição Oral

Objeto(s) do conhecimento: Reconstrução das condições de produção e recepção dos textos e adequação do texto à construção composicional e ao
estilo de gênero

Prática de linguagem: Leitura

Habilidade(s) da BNCC: EF69LP29

Sobre esta aula: esta é primeira aula de uma sequência de 15 planos de aula com foco no gênero Artigo de divulgação científica e no campo de atuação
Campo das práticas de estudo e pesquisa. A aula faz parte do módulo de Leitura.

Materiais necessários: Recurso de reprodução em áudio, como caixa de som.

Reproduza o podcast de título “Fronteiras da Ciência”, disponível no site: < http://minasfazciencia.com.br/2018/02/06/ouvir-ciencia/>

Informações sobre o gênero: O texto de divulgação científica é destinado à publicização do saber científico em uma linguagem mais didática e informativa.
Agrega características tanto da esfera científica quanto jornalística. Da primeira, herda a impessoalidade, o uso de termos técnicos e a objetividade; já da
segunda, carrega uma linguagem mais simples, elementos informacionais e didáticos, para se adequar a um público mais amplo e que não pertence à
academia científica.

Dificuldades antecipadas: Os alunos tendem a confundir informações com argumentos, não conseguindo observar o mero relato objetivo de um evento
como um ato de linguagem distinto da análise de um evento.

Referências sobre o assunto :

BRANDÃO, Helena Nagamine. Gêneros do discurso na escola: mito, conto, cordel, discurso político, divulgação científica. São Paulo: Cortez, 2000.

FURTADO, Viviane. Gênero artigo de divulgação científica. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/rir/article/view/37109

GIERING, Maria Eduarda. Gênero artigo de divulgação científica para crianças Disponível em:
https://periodicos.ufpe.br/revistas/index.php/INV/article/view/1456

GRILLO, Sheila. Divulgação científica: linguagens, esferas e gêneros. Disponível em:


www.teses.usp.br/teses/disponiveis/.../8/tde.../2013_SheilaVieiraDeCamargoGrillo.pdf

LEIBRUDER. Ana Paula. O discurso de divulgação científica. São PAulo: Cortez, 2000.

Associação Nova Escola © - Todos os direitos reservados.


Plano de aula

Contexto de produção e composição do artigo de divulgação científica

Materiais complementares

Documento
Resolução da atividade - Questionamentos iniciais
Resolução dos questionamentos sugeridos
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/BpxpzEqndCxAD65fTCADkP68WX6hA4XUgsZ3DhmV3QwPV6usZvqtS5r98k9h/resolucao-da-
atividade-questionamentos-iniciais-lpo9-07sqa01.pdf

Documento
Resolução da atividade da introdução
Resolução da atividade proposta na Introdução da aula
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/EReqpqrkU5vY9hHTvwrqT8aJH2X9gRdt9vRTdGstGAAg6tKRf8E7qmXFzFaU/resolucao-da-
atividade-da-introducao-lpo9-07sqa01.pdf

Documento
Atividade para impressão
Textos
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/xaXhCUwgPKFvDvfwpFz7rywn6xvhpernwG5qrQ8Z7JHkZSTzkkajE2pv5n4K/atividade-para-
impressao-lp09-07sqa01.pdf

Documento
Resolução da atividade
Resolução da atividade proposta no Desenvolvimento da aula
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/5ejdEzhfNcqWw5hmSn8bdvpbJnMqMfAytAS9uJPzxAVjbNdwX2mmYwJqkcnN/resolucao-da-
atividade-lpo9-07sqa01.pdf

Associação Nova Escola © - Todos os direitos reservados.


Plano de aula

Contexto de produção e composição do artigo de divulgação científica

Slide 1 Sobre este plano


Este slide não deve ser apresentado para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da aula para que você, professor, possa se planejar.
Sobre esta aula: esta é primeira aula de uma sequência de 15 planos de aula com foco no gênero Artigo de divulgação científica e no campo de
atuação Campo das práticas de estudo e pesquisa. A aula faz parte do módulo de Leitura.
Materiais necessários: Recurso de reprodução em áudio, como caixa de som.
Reproduza o podcast de título “Fronteiras da Ciência”, disponível no site: < http://minasfazciencia.com.br/2018/02/06/ouvir-ciencia/>
Informações sobre o gênero: O texto de divulgação científica é destinado à publicização do saber científico em uma linguagem mais didática e
informativa. Agrega características tanto da esfera científica quanto jornalística. Da primeira, herda a impessoalidade, o uso de termos técnicos e a
objetividade; já da segunda, carrega uma linguagem mais simples, elementos informacionais e didáticos, para se adequar a um público mais amplo e
que não pertence à academia científica.
Dificuldades antecipadas : Os alunos tendem a confundir informações com argumentos, não conseguindo observar o mero relato objetivo de um
evento como um ato de linguagem distinto da análise de um evento.
Referências sobre o assunto:
BRANDÃO, Helena Nagamine. Gêneros do discurso na escola: mito, conto, cordel, discurso político, divulgação científica. São Paulo: Cortez, 2000.
FURTADO, Viviane. Gênero artigo de divulgação científica. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/rir/article/view/37109
GIERING, Maria Eduarda. Gênero artigo de divulgação científica para crianças Disponível em:
https://periodicos.ufpe.br/revistas/index.php/INV/article/view/1456
GRILLO, Sheila. Divulgação científica: linguagens, esferas e gêneros. Disponível em:
www.teses.usp.br/teses/disponiveis/.../8/tde.../2013_SheilaVieiraDeCamargoGrillo.pdf
LEIBRUDER. Ana Paula. O discurso de divulgação científica. São PAulo: Cortez, 2000.

Slide 2 Título da aula


Tempo sugerido : 5 minutos
Orientações: Apresente aos alunos a proposta da aula a partir da possibilidade de eles terem acesso à ciência de uma forma simples. Para isso,
instigue-os a partir dos seguintes questionamentos:
O que você entende por ciência?
Em quais veículos de comunicação você tem acesso mais rápido à ciência?
Isso permitirá que os alunos sejam instigados a pensar de forma mais consciente sobre a ciência e suas formas de apresentação.
Materiais complementares:
Para acessar as respostas sugeridas para estas questões, clique aqui .

Slide 3 Introdução
Tempo sugerido : 15 minutos
Orientações:
Disponibilize para os alunos o podcast Fronteiras da Ciência, sugerido em materiais complementares;
Permita-os ouvir até o 10º minuto e, em seguida, instigue-os a pensar sobre o que foi ouvido a partir das questões sugeridas no slide que deve ser
reproduzido para os estudantes. Caso não haja possibilidade de usar um projetor, escreva as questões no quadro.
Nesse momento, os questionamentos precisam levar o aluno a compreender que o podcast apresentado carrega características do discurso
científico, como a presença do entrevistado, discurso de autoridade e termos técnicos, bem como do discurso jornalístico pelo seu teor
informacional e uma linguagem mais simples que a da ciência.
O ponto mais importante dessa atividade diz respeito à compreensão do aluno quanto ao teor científico do texto, mas produzido em uma linguagem
acessível ao grande público. Considere o fato de que, ao se assemelhar a uma entrevista, o podcast convoca a voz de uma autoridade científica para
discutir sobre um tema, ao mesmo tempo em que permite ao ouvinte tomar conhecimentos sobre o mundo da tecnologia.
Materiais complementares:
Para acessar o podcast, clique aqui .
Para acessar o gabarito da discussão proposta nesta aula, clique aqui .

Slide 4 Desenvolvimento
Tempo sugerido : 23 minutos
Orientações:
Divida a turma em trios e distribua as cópias dos textos em anexo nos materiais complementares.
Peça que os alunos leiam e entrem em consenso sobre qual deles se aproxima mais do podcast que acabaram de ouvir. Essa aproximação deve ser
analisada a partir do conteúdo e da forma de expô-lo, considerando a linguagem mais técnica, a presença de uma autoridade da área e o meio de
divulgação.
Dê a eles 10 minutos para indicar a resposta e, em seguida, discuta um pouco sobre o texto escolhido e a aproximação com o podcast, isso em
virtude do atendimento às características citadas.
Em seguida, focalize o olhar deles para o texto 1 e diga que esse é o que mais se aproxima do podcast ouvido. A partir daí, peça para que anotem as
respostas para as seguintes perguntas:
Que tipo de profissional poderia dar a eles as informações contidas no texto?
Qual o objetivo desse texto ao trazer tais informações?
Quem poderiam ser os leitores desse texto?
Em que lugares da sociedade é provável que ele circule?
5. As respostas dessa atividade serão utilizadas posteriormente no preenchimento do quadro-síntese proposto no fechamento dessa aula.
Materiais complementares:
Para visualizar o arquivo com os textos disponibilizados para impressão, clique aqui.
Para visualizar o gabarito das questões propostas nessa parte da aula, clique aqui .

Associação Nova Escola © - Todos os direitos reservados.


Plano de aula

Contexto de produção e composição do artigo de divulgação científica

Slide 5 Fechamento

Tempo sugerido : 10 minutos


Orientações:
Projete esse slide ou reproduza-o no quadro para que os alunos preencham de acordo com o suas respostas.
Pela tabela, o aluno poderá compreender que o texto em questão pode ser analisado a partir de seu contexto de produção e circulação
(externalidade).
Preencha o quadro de acordo com as respostas e verifique as semelhanças de respostas entre os trios. Além disso, considere mostrar a eles as
semelhanças de respostas para fazê-los entender a percepção coletiva da turma quanto à leitura do texto.
Se houver uma resposta isolada, única, verifique a discrepância desta em relação às demais. Caso esteja errada, mostre no texto de que forma essa
característica não se enquadra na categoria respondida.
Assegure que as respostas dos estudantes não remetam aos trechos já exemplificados no slide anterior.
Ao final, sintetize o conceito de Artigo de Divulgação Científica a partir das considerações construídas pelos próprios alunos, fazendo-os
compreender o contexto de produção, de circulação e a composição do gênero.
Materiais complementares:
Para visualizar um gabarito com algumas respostas possíveis para o quadro, clique aqui .

Apoiador Técnico

Associação Nova Escola © - Todos os direitos reservados.


Resolução dos questionamentos sugeridos no Título da Aula

1. O que você entende por ciência?


a. Espera-se que os alunos entendam que a ciência se caracteriza
como uma forma de saber das coisas, conhecer o mundo a partir
de experimentos, de teorias, de reflexões sobre fenômenos do
mundo. É possível que eles acabem exemplificando em vez de
definir. Caso isso ocorra, apresente a eles a maneira como a ciência
citada analisa o mundo por meio de uma forma de pensar, com
estudos baseados na observação de fenômenos de diversas
naturezas, seja ela a Matemática ou a Geografia, como forma de
citar ciências mais próximas deles, ou até mesmo o estudo sobre a
língua, a partir da Linguística.

2. Em quais veículos de comunicação você tem acesso mais rápido à ciência?


a. Os alunos podem não reconhecer de imediato a presença da
ciência nos meios de comunicação mais comuns, no entanto, é
possível que citem jornais televisivos que falem sobre alguma
descoberta da ciência no âmbito da medicina, da arqueologia, da
astronomia, etc. Além disso, atente para a possível citação a séries,
documentários e filmes em que investigações são apresentadas ao
espectador. O importante é o aluno entender que os programas
são voltados para explicações de fenômenos a partir de um
conjunto de instrumentos capazes de analisá-los.
Resolução da atividade proposta
na Introdução da aula
● Você já ouviu algum tipo de transmissão como essa?
Espera-se que o aluno associe esse tipo de transmissão a um programa
de rádio, com características de uma entrevista.

● O conteúdo abordado se aproxima de algum texto que você


já tenha lido?
Importante permitir que o aluno perceba a semelhança entre o conteúdo
do ​podcast e textos de natureza informativa, especificamente sobre a
temática da tecnologia. Caso seja possível, instigá-los a citar fontes em
que leram sobre o tema.

● Você encontra alguma relação entre o que foi apresentado


e o conhecimento científico?
Nesse momento é importante evidenciar ao aluno a presença de um
estudioso para falar sobre o tema, dando mais veracidade às informações
ditas. Da mesma forma como fazê-lo perceber o uso de termos técnicos,
palavras não usuais no cotidiano, uma vez que fazem parte de um
repertório científico. Além disso, conduza os alunos a perceber o uso de
informações de caráter universal, a construção de um discurso que
permite a universalização do que foi dito, como sendo característica do
discurso científico.

● O que pode aproximar o que você ouviu de um texto jornalístico?


O aluno deve perceber que o ​podcast leva ao ouvinte conhecimentos
incomuns, permite a ele saber de coisas novas e de forma objetiva, sem
uma percepção muito pessoal. Dessa forma, o conteúdo veiculado é
apresentado de forma direta, em uma linguagem simples.

● Então é possível afirmar que esse áudio tem características científicas


e jornalísticas? Por quê?
O aluno deve entender que sim, pois o áudio mostra uma entrevista com
um estudioso que, usando termos técnicos de uma área do
conhecimento, apresenta, de forma objetiva, uma série de informações
sobre um fenômeno tecnológico do qual o ouvinte passa a ter
conhecimentos, por meio de uma séries de explicações em um registro
cotidiano da língua.
TEXTO 1

Mistérios da Deep Web, parte 1:


o que é a Deep Web?
Bem por cima
Expressões como “Deep Web” ou “surfar/navegar na web” vêm da
percepção da internet como um oceano. Os sites que você acessa normalmente
seriam como a ​superfície desse mar. Esses endereços contêm dados
reconhecidos (e catalogados) pelos buscadores, facilitando o acesso de qualquer
usuário. Mas nem o “todo-poderoso” Google encontra 100% do conteúdo da
internet…

Fora do radar
Existem páginas “fechadas” que um mecanismo de busca tradicional não
consegue achar. Elas podem ser, por exemplo, uma área de um site comum
restrita com login e senha. Ou pertencer à rede interna de uma empresa. Ou são
endereços escondidos propositadamente dos buscadores, com endereços
bizarros. Todo esse conteúdo inacessível é a D
​ eep Web​(“internet profunda”).

Uma vastidão oculta


O termo Deep Web foi usado pela primeira vez pelo especialista Michael
Bergman em 2000, quando ele apontou a incapacidade dos motores de busca
de indexar essas páginas. Em geral, esses sites são gerados dinamicamente e
criptografados (ou seja, codificados para gerar maior segurança). Estima-se que
a Deep Web seja 5​ 00 vezes maior​ que a internet catalogada.

Mergulhando com segurança


Como boa parte do conteúdo nessas “profundezas” está encriptado, é
preciso ferramentas diferentes para acessá-lo. Um ​navegador bastante usado
para acessar na Deep Web é o Tor. Sua origem não tem nada de “maligna”: ele
foi desenvolvido nos anos 90 por matemáticos da Marinha norte-americana
para proteger as comunicações de inteligência do país.

Ainda mais escura


A intenção de esconder conteúdos era até positiva: proteger informações
confidenciais, como as de um governo ou de uma empresa. O problema é que
esse anonimato atraiu praticantes de atividades ilegais, como tráfico de drogas e
armas, fraudes e pedofilia. Tudo isso constitui um setor específico e assustador
da Deep Web: a D ​ arknet ​(“rede sombria”).

https://super.abril.com.br/mundo-estranho/misterios-da-deep-web-parte-1-o-que-e-a-deep-web/
TEXTO 2
Garantia de anonimato
para quem navega
Quando navegamos na Internet, deixamos rastros por todos os lados:
cookies, históricos públicos, históricos no servidor/provedor de serviços e outros
mais específicos. Assim, na superfície – na navegação tradicional –, o anonimato
é uma ilusão, pois bastam alguns conhecimentos básicos para rastrear a
navegação de quem quer que seja. A Polícia Federal já utiliza recursos de
rastreamento e consegue “pegar no pulo” alguns pedófilos desavisados. Uma
página ser protegida da indexação dos mecanismos de busca não garante o
anonimato de quem navega.
Para que o usuário fique totalmente anônimo, existe um browser
específico, chamado ​Tor​. Partindo da premissa de uma Internet totalmente livre,
o browser oferece anonimato absoluto, sendo ferramenta essencial de quem
deseja ficar oculto em suas navegações pela deep web.
Por incrível que pareça, é simples assim: basta usar o antivírus no talo,
uma máquina virtual que permita simular outro computador dentro de seu
sistema principal, garantindo mais segurança para os seus dados, o Tor, e
pronto: é só mergulhar no pântano lamacento da deep web.

O que encontro na deep web?


O caminho comum, depois de instalar a máquina virtual, colocar o
antivírus no modo paranóico e instalar o Tor, é acessar a Hidden Wiki, espécie
de Wikipedia do caos: desde os previsíveis documentos secretos dos governos,
tutoriais de invasão de sistemas dos mais variados tipos, senhas de usuários
incautos (de serviços populares como o Facebook) até links para grupos de
estupradores, pedófilos, canibais e usuários de drogas. Tudo de forma natural e
convivendo, harmoniosamente (se é que tal termo cabe aqui), com os demais
conteúdos.
Todos os acessos da deep web passam por aqui, é uma espécie de Google
do submundo. Sem filtros, nem pudores, você acha tudo o que a doentia mente
humana é capaz de conceber, de atos hediondos e macabros a anúncios de
assassinos oferecendo seus serviços e de gente que se oferece para ser
violentada. E quanto mais se explora, mais bizarro é.
TEXTO 3
O ‘hacker’ adolescente que
aterrorizou meio mundo vendendo
ameaças de bomba
A vida não havia sorrido para Michael Ron David. Afligido por um autismo
profundo e com um tumor cerebral diagnosticado, suas palavras estavam
marcadas desde a infância por um defeito na fala. Mesmo assim, tentou tirar
partido do seu destino. Nasceu nos ​Estados Unidos​, mas seus pais o levaram a
Israel quando completou cinco anos. Mudaram-se para Ashkelon, uma cidade
portuária da qual ninguém se recorda, exceto quando nela caem os foguetes
Qassam disparados da vizinha Faixa de Gaza, ou quando os guias turísticos
mencionam a figura bíblica de Sansão.
Kadar não conhecia quase ninguém. Não foi à escola. Livrou-se também
do serviço militar, obrigatório no Estado judeu. Foi educado em casa por seus
pais – um israelense e uma norte-americana, de quem herdou ambos os
passaportes – como se fosse um ser monstruoso que a família queria ocultar.
Passava o dia inteiro com seus computadores. Até que se tornou um
especialista em informática, um ​hacker global, um explorador da ​Deep Web​: as
profundezas da Internet, aonde os buscadores nunca chegam. Foi detido há um
mês, já completados os 18 anos, pela brigada de crimes cibernéticos da polícia
de Israel. O FBI estava nos seus calcanhares havia semanas. Era o principal
suspeito da crescente onda de ameaças feitas contra instituições judaicas nos
EUA desde a chegada de ​Donald Trump​ à Casa Branca.
Resolução da atividade proposta
no Desenvolvimento da aula
● Que tipo de profissional poderia dar a eles as informações
contidas no texto?
Espera-se que o aluno consiga entender que o profissional pertence à área
da ciência, da tecnologia, um estudioso que entenda e conheça sobre esse
fenômeno em virtude do uso de termos técnicos e de sua objetividade ao
tratar do assunto.

● Qual o objetivo desse texto ao trazer tais informações?


Espera-se que o aluno observe o caráter informativo e científico do texto,
uma vez que o conjunto de dados apresentados revela um conhecimento
novo a ele, a partir da voz de um estudioso da área de tecnologia. De forma
mais específica, que se ofereça ao leitor informação sobre o que é a ​deep
web​ e em que ela se diferencia da d
​ ark web​.

● Quem poderiam ser os leitores desse texto?


Tendo em vista o meio de circulação do texto, o site da revista
Superinteressante, é provável entender o leitor curioso por novidades,
alguém que se interesse pelo mundo da tecnologia e dos mistérios que
envolvem o mundo virtual. Esse público pode ser mais comum entre os
jovens e pessoas ligadas ao mundo da informática.

● Em que lugares da sociedade é provável que ele circule?


Comumente, o ambiente virtual é propício para que esse tipo de texto
informativo circule. No entanto, é necessário observar que sua leitura
informativo-científica também circula nos espaços escolares, nas grandes
esferas públicas de leitura, em revistas de caráter científico e em guia de
curiosidades. É importante aqui ampliar as possibilidades do aluno quanto à
percepção desses espaços de interesse pelo tema e pela linguagem dele.

Você também pode gostar