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O Espaço veio à escola - “ COM A VERDADE ME ENGANAS”

Palestra online, 5 de dezembro, Prof. Ilídio André Costa.

No passado dia 5 de dezembro os alunos dos 7ºs anos do nosso agrupamento, todas as seis
turmas, tiveram a oportunidade de assistir a uma palestra (online) sobre Astros, com o original
(e muito curioso!) nome “Com a verdade me enganas”;

Não houve de facto engano no título da palestra, era mesmo sobre Astros e Astronomia – uma
aprendizagem importante que os alunos iniciam (a sério…) nos 7ºs anos, e que foi promovida
pelo clube Ciência Viva, sob proposta da ESERO (European Space Education Resource Office),
um programa educativo da Agência Espacial Europeia (ESA). Uma outra justificação prende-se
com as comemorações da Semana Mundial do Espaço, que decorrem no período de Outubro a
dezembro;

O objectivo da palestra foi explorar ideias do quotidiano dos alunos (e não só dos alunos…)
sobre a ciência do espaço e que não correspondem bem à verdade. Para se perceber bem o
“problema” que tratou na palestra, à boleia dos astros, tudo tem a ver com a forma como
interpretamos os fenómenos que assistimos à nossa volta. Para todos eles o homem sempre se
interrogou sobre o que está a acontecer e, como somos muito insatisfeitos, queremos sempre
saber como funcionam as coisas. Ou seja, interpretamos o fenómeno e procuramos encontrar
as explicações. E estas nem sempre estão corretas do ponto de vista científico. Lembramos por
exemplo a forma como durante milhares de anos se interpretavam o movimento dos astros
(planetas, estrelas…) que vemos da Terra. Durante muitos séculos o Homem tinha a certeza – e
era o resultado lógico da sua observação, que o nosso planeta seria o centro do universo e que
tudo (até o Sol) rodava à nossa volta, interpretação que só se alterou no final da Idade média,
com a ciência de Galileu (entre outros).

Foi precisamente sobre isto que se falou na palestra, colocarmos em causa algumas das
certezas que temos e afirmações que fazemos que, não poucas vezes, não são verdade ou são
meias mentiras. Na palestra destacaram-se duas, apresentadas com duas questões: qual é o
planeta mais próximo da Terra (com resposta óbvia de qualquer um de nós, é o planeta
Vénus…) e uma segunda sobre a denominação de Planetas gasosos, característica que todos
atribuímos a planetas como Júpiter, Saturno etc….;E neste caso, a resposta que todos damos,
sem pensar muito, é errada. E a questão é precisamente essa, não são bem verdade. Ou, dito
de outra forma, são verdade, mas apenas em situações muito particulares e raras, como por
exemplo a primeira questão do planeta mais próximo de nós – a resposta está certa, mas
numa situação de alinhamento dos 8 planetas, que ocorre apenas uma vez em cada 200 anos.

Por fim, umas notas relativas ao nosso palestrante, que nos conduziu magnificamente nesta
viagem online, o Professor Ilídio André Costa. É licenciado em Biologia-Geologia), mestre em
Ensino da Astronomia e doutorado em Ensino e Divulgação das Ciências, todos pela Faculdade
de Ciências da Universidade do Porto. É professor do ensino básico e secundário, mas nos
últimos anos está destacado no Centro de Astrofísica da Universidade do Porto: Planetário do
Porto - Centro Ciência Viva. Além disso, é autor de livros didácticos de Ciências Naturais e
formador de professores.

Nos últimos anos o Professor Ilídio André tem-se dedicado muito esta actividade relacionada
com a comunicação e a literacia científica de estudantes, professores e público em geral. Com
esta actividade, que é basicamente de educação, pretende melhorar a cultura científica das
pessoas, saberem mais das coisas que nos rodeiam e, muito importante, desenvolverem a
curiosidade e o sentido crítico. A escola é um poderoso meio de democratização do acesso à
ciência, quer para alunos, quer para a restante comunidade escolar, além da relação entre
investigação, comunicação de ciência e ensino das ciências ser praticamente incontornável nos
processos de democratização do acesso à ciência e consequente formação de opinião
informadas;

Numa época em que proliferam notícias falsas e pseudociências – não se pode acreditar em
tudo que se houve e lê, por exemplo na internet, é importante criar mecanismos que
permitam aos cidadãos desenvolver este espírito crítico, terem curiosidade sobre as coisas e
não “acreditarem sem mais em tudo aquilo que vêm ou escutam”. E isto só se consegue com
educação.

Paulo Dias/Cristina Albino

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