Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FORMAÇÃO
E-BOOKS
15 de Março - 17H
Direito do
Consumo
ORADORES/ TEMAS:
- VENDA DE COISAS DEFEITUOSAS NO DIREITO CIVIL E NO DIREITO DO
CONSUMIDOR
Professor Doutor PAULO MOTA PINTO, Professor na Faculdade de Direito da Universidade de
Coimbra, Presidente da Direção do Centro de Direito do Consumo (CDC)
A protecção do
consumidor no
mercado digital
Sandra Passinhas
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 2
1
15/03/2021
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 3
• Transição ecológica;
• Transformação digital,
• Reparação e aplicação dos direitos dos consumidores;
• Necessidades específicas de determinados grupos de consumidores;
e
• Cooperação internacional.
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 4
2
15/03/2021
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 5
Transformação digital — este processo está a mudar radicalmente a vida dos consumidores, criando novas oportunidades, mas
suscitando igualmente novos desafios. A Comissão pretende combater as práticas comerciais em linha que desrespeitam o direito dos
consumidores a fazer uma escolha informada, que tiram abusivamente partido dos seus preconceitos comportamentais ou que
distorcem os seus processos de tomada de decisão, tais como a utilização de padrões obscuros ou de publicidade oculta. Além disso,
os interesses dos consumidores têm de ser devidamente tidos em conta na definição das regras que regem a economia digital e dos
requisitos aplicáveis à inteligência artificial. A Comissão irá igualmente rever a Diretiva relativa à segurança dos produtos, a fim de
adaptar as atuais regras ao processo de digitalização em curso e ao aumento do número de produtos conectados. De igual modo,
tendo em conta a necessidade de reforçar a proteção dos consumidores no que diz respeito à digitalização dos serviços financeiros de
retalho, serão revistas as diretivas relativas ao crédito ao consumo e à comercialização de serviços financeiros.
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 6
3
15/03/2021
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 7
A busca
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 8
4
15/03/2021
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 9
5
15/03/2021
1. Antes de o consumidor ficar vinculado por um contrato celebrado à distância ou por qualquer
proposta correspondente, num mercado em linha, o prestador do mercado em linha deve, sem prejuízo da
Diretiva 2005/29/CE, facultar ao consumidor as seguintes informações, de uma forma clara e compreensível e
adequada ao meio de comunicação à distância:
a) informações gerais, disponibilizadas numa secção específica da interface em linha que seja direta e
facilmente acessível a partir da página onde são apresentadas as propostas, sobre os principais parâmetros que
determinam a classificação, na aceção do artigo 2.o, n.o 1, alínea m), da Diretiva 2005/29/CE, das propostas
apresentadas ao consumidor em resultado da pesquisa e a importância relativa desses parâmetros em
comparação com outros parâmetros.
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 11
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 12
6
15/03/2021
Um consumidor adquiriu um relógio no sítio Internet www.olx.bg, ao abrigo de um contrato de compra e venda celebrado à distância.
Considerando que este relógio não correspondia às características indicadas no anúncio publicado nesse sítio, apresentou uma queixa
junto da CDC, depois de o fornecedor do relógio ter recusado aceitar a sua devolução, mediante reembolso do montante pago.
Após ter efetuado inspeções, a CDC verificou que E. Kamenova, registada no referido sítio sob o pseudónimo «eveto-ZZ», era a
vendedora do relógio. Segundo o administrador do sítio Internet www.olx.bg, o utilizador desse pseudónimo tinha publicado um total
de oito anúncios de venda de diversos produtos nesse sítio, entre os quais o relógio em causa no processo principal.
Resulta da decisão de reenvio que, depois de ter consultado o referido sítio, a CDC verificou que, em 10 de dezembro de 2014,
tinham sido ainda publicados nesse sítio oito anúncios de venda, relativos a diversos produtos, pelo utilizador com o pseudónimo
«eveto-ZZ».
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 13
• «Deve o artigo 2.o, [alíneas b) e d), da Diretiva 2005/29] ser interpretado no sentido de que a
atividade de uma pessoa singular, que está registada num sítio Internet de compra e venda de
produtos e que aí publicou simultaneamente oito anúncios de oferta de venda de diversos
produtos, constitui a atividade de um profissional na aceção da definição legal do artigo 2.o,
alínea b), representa uma prática comercial de uma empresa face aos consumidores, na aceção
do artigo 2.o, alínea d), e é abrangida pelo âmbito de aplicação da diretiva, por força do seu artigo
3.o, n.o 1?»
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 14
7
15/03/2021
• 34 Ora, resulta da jurisprudência do Tribunal de Justiça que, em face de um profissional, o consumidor se encontra numa posição de inferioridade, na
medida em que deve ser reputado economicamente mais fraco e juridicamente menos experiente que o seu cocontratante (Acórdãos de 3 de
outubro de 2013, Zentrale zur Bekämpfung unlauteren Wettbewerbs, C-59/12, EU:C:2013:634, n.o 35, e de 17 de maio de 2018, Karel de Grote —
Hogeschool Katholieke Hogeschool Antwerpen, C-147/16, EU:C:2018:320, n.o 54).
• 35 Daqui resulta que o conceito de «profissional», na aceção do artigo 2.o, alínea b), da Diretiva 2005/29 e do artigo 2.o, n.o 2, da Diretiva 2011/83,
é um conceito funcional que implica apreciar se a relação contratual ou a prática comercial está incluída no âmbito das atividades que uma pessoa
realiza a título profissional (v., por analogia, Acórdão de 17 de maio de 2018, Karel de Grote — Hogeschool Katholieke Hogeschool Antwerpen,
C-147/16, EU:C:2018:320, n.o 55 e jurisprudência referida).
• 36 Por conseguinte, para ser qualificada de «profissional», na aceção do artigo 2.o, alínea b), da Diretiva 2005/29 e do artigo 2.o, n.o 2, da Diretiva
2011/83, é necessário que a pessoa singular ou coletiva em causa atue «no âmbito da sua atividade comercial, industrial, artesanal ou profissional»,
ou em nome ou por conta de um profissional.
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 15
• 37 No que diz respeito à questão de saber se uma pessoa singular como a demandada no processo principal está abrangida pelo conceito de «profissional» na
aceção dessas disposições, importa sublinhar, como salientou o advogado-geral no n.o 50 das suas conclusões, que a qualificação de «profissional» exige uma
«análise casuística». Daqui decorre que o órgão jurisdicional de reenvio deverá analisar, com base em todos os elementos de facto de que dispõe, se uma
pessoa singular como a que está em causa no processo principal, que publicou simultaneamente oito anúncios de venda de bens novos e usados numa
plataforma em linha, atuou «no âmbito da sua atividade comercial, industrial, artesanal ou profissional», ou em nome ou por conta de um profissional.
• 38 Como indicou o advogado-geral no n.o 51 das suas conclusões, no âmbito dessa análise, o órgão jurisdicional de reenvio deverá, em especial, verificar se
a venda na plataforma em linha foi realizada de forma organizada, se essa venda teve fins lucrativos, se o vendedor tem informações e competências técnicas
relativas aos produtos que propõe para venda que o consumidor não tem necessariamente, de forma a colocar-se numa posição mais vantajosa face a esse
consumidor, se o vendedor tem um estatuto jurídico que lhe permite praticar atos comerciais, e em que medida a venda em linha está ligada à atividade
comercial ou profissional do vendedor, se o vendedor é sujeito passivo de IVA, se o vendedor, atuando em nome de um determinado profissional ou por sua
conta, ou por intermédio de outra pessoa que atue em seu nome ou por sua conta, recebeu uma remuneração ou uma participação nos lucros, se o vendedor
compra bens novos ou usados para revenda, conferindo, assim, a esta atividade um caráter de regularidade, uma frequência e/ou simultaneidade em relação
à sua atividade comercial ou profissional, se os produtos à venda são todos do mesmo tipo ou do mesmo valor, nomeadamente, se a proposta está
concentrada num número limitado de produtos.
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 16
8
15/03/2021
(No caso de existir um convite a contratar, são consideradas substanciais, se não se puderem depreender do
contexto, as informações seguintes…)
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 17
9
15/03/2021
A responsabilidade da plataforma
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 19
• Artigo 12.º
• Os prestadores intermediários de serviços em rede não estão sujeitos
a uma obrigação geral de vigilância sobre as informações que
transmitem ou armazenam ou de investigação de eventuais ilícitos
praticados no seu âmbito.
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 20
10
15/03/2021
Cabe aos prestadores intermediários de serviços a obrigação para com as entidades competentes:
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 21
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 22
11
15/03/2021
1. O presente regulamento tem por objetivo contribuir para o correto funcionamento do mercado
interno, evitando o bloqueio geográfico injustificado e outras formas de discriminação baseadas,
direta ou indiretamente, na nacionalidade, no local de residência ou no local de estabelecimento
dos clientes, nomeadamente tornando mais claras certas situações em que uma diferença de
tratamento não pode ser justificada ao abrigo do artigo 20.º, n.º 2, da Diretiva 2006/123/CE.
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 23
A tomada de decisão
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 24
12
15/03/2021
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 26
13
15/03/2021
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 27
O pagamento
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 28
14
15/03/2021
A contraprestação
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 29
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 30
15
15/03/2021
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 31
Falta de conformidade
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 32
16
15/03/2021
consumidor tem direito a que esta seja reposta sem encargos, por meio
resolução do contrato.
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 33
10 Em 8 de julho de 2015, C. Fülla comprou à Toolport, por telefone, uma tenda de cinco por seis metros.
11 Após a entrega da referida tenda no domicílio de C. Fülla, este último constatou a falta de conformidade da mesma e pediu à
Toolport que procedesse à sua reposição em conformidade, no seu domicílio. Não enviou a tenda para a Toolport nem propôs fazê-lo.
Por seu turno, a Toolport não aceitou as reclamações de C. Fülla sobre a falta de conformidade da referida tenda, considerando-as
infundadas. Ao mesmo tempo, não informou C. Fülla de que era necessário um transporte da tenda até à sede do seu
estabelecimento, e também não lhe propôs adiantar as despesas de transporte.
12 Nessa fase, as partes não discutiram o lugar de reposição da tenda em conformidade. Além disso, o contrato celebrado entre as
partes é omisso a esse respeito.
13 Nestas circunstâncias, C. Fülla pediu a resolução do contrato e o reembolso do preço de compra da referida tenda, em
contrapartida da restituição da mesma.
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 34
17
15/03/2021
«1) Deve o artigo 3.o, n.o 3, terceiro parágrafo, da Diretiva [1999/44] ser interpretado no sentido de que é sempre e apenas no lugar em que o bem de
consumo adquirido à distância se encontra que o consumidor o deve colocar à disposição do profissional para que este o possa reparar ou substituir?
Deve o artigo 3.o, n.o 3, terceiro parágrafo, da Diretiva [1999/44] ser interpretado no sentido de que é sempre no lugar da sede do profissional que o
consumidor deve colocar o bem de consumo adquirido à distância à disposição deste para que o possa reparar ou substituir?
Quais os critérios que se podem deduzir do artigo 3.o, n.o 3, terceiro parágrafo, da Diretiva [1999/44] quanto ao modo de determinação do lugar no qual
o consumidor deve colocar à disposição do profissional o bem de consumo adquirido à distância para que o possa reparar ou substituir?
• (…)
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 35
• (2) O artigo 3.o, n.os 2 a 4, da Diretiva 1999/44 deve ser interpretado no sentido de que o direito do consumidor a que o bem, adquirido à distância,
seja reposto em conformidade «sem encargos» não abrange a obrigação do vendedor de adiantar as despesas de transporte do bem, para efeitos
dessa reposição em conformidade, para a sede do estabelecimento desse vendedor, a menos que o facto de tal consumidor adiantar essas despesas
constitua um encargo suscetível de o dissuadir de exercer os seus direitos, o que cabe ao órgão jurisdicional nacional verificar.
• 3) As disposições conjugadas do artigo 3.o, n.o 3, e do artigo 3.o, n.o 5, segundo travessão, da Diretiva 1999/44 devem ser interpretadas no sentido
de que, numa situação como a que está em causa no processo principal, o consumidor que informou o vendedor da não conformidade do bem
adquirido à distância, cujo transporte para a sede do estabelecimento do vendedor corre o risco de constituir, para ele, um grave inconveniente e que
pôs esse bem à disposição do vendedor no seu domicílio para ser reposto em conformidade, tem direito à resolução do contrato por falta de uma
solução num prazo razoável, se o vendedor não tiver tomado nenhuma medida adequada para repor a conformidade do referido bem, incluindo a de
informar o consumidor do lugar onde esse mesmo bem deve ser posto à sua disposição para a referida reposição em conformidade. A este respeito,
cabe ao órgão jurisdicional nacional, através de uma interpretação conforme à Diretiva 1999/44, assegurar o direito desse consumidor à resolução do
contrato.
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 36
18
15/03/2021
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 37
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 38
19
15/03/2021
• 15 Cada aderente beneficia, imediatamente após a sua inscrição, da comunicação automática de uma seleção de propostas de encontros no mesmo Land,
elaborada com base num teste de personalidade de cerca de 30 minutos, relativo às características, hábitos e interesses relevantes em matéria de encontros.
No contexto de uma adesão «premium» de 12 meses, esta seleção corresponde aproximadamente já a metade de todas as propostas de encontros recebidas
pelo aderente no período do contrato celebrado. O algoritmo para o teste de personalidade foi criado e desenvolvido sob a direção de um psicólogo
certificado. Os aderentes «premium» recebem os resultados deste teste realizado por computador, sob a forma de um «relatório pericial de personalidade»
de 50 páginas, que os aderentes «de base» podem adquirir, a título de prestação parcial, mediante pagamento.
• 16 Em 4 de novembro de 2018, EU, enquanto consumidor, celebrou com a PE Digital um contrato de adesão «premium» pelo período de 12 meses, por
um preço de 523,95 euros (a seguir «contrato em causa»). Este preço era superior ao dobro do preço cobrado pela PE Digital a alguns outros dos seus
utilizadores para um contrato com a mesma duração celebrado no mesmo ano. A PE Digital, em conformidade com as exigências do artigo 246a, § 1, n.o 2,
primeira frase, pontos 1 e 3, da Lei Introdutória ao Código Civil, informou EU do seu direito de retratação e esta confirmou à PE Digital que devia começar a
fornecer a prestação prevista no referido contrato antes do termo do prazo de retratação.
• 17 Depois de EU se ter retratado do contrato em causa em 8 de novembro de 2018, a PE Digital faturou-lhe um montante total de 392,96 euros a título de
compensação.
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 39
• Nestas circunstâncias, o Amtsgericht Hamburg (Tribunal de Primeira Instância de Hamburgo) decidiu suspender a instância e submeter ao Tribunal de
Justiça as seguintes questões prejudiciais:
• «1) Deve o artigo 14.o, n.o 3, da Diretiva 2011/83[…], tendo em conta o seu considerando 50, ser interpretado no sentido de que “o montante
proporcional ao que foi fornecido até ao momento em que o consumidor comunicou ao profissional o exercício do direito de retratação, em relação
ao conjunto das prestações previstas no contrato”, a pagar pelo consumidor no caso de um contrato que não prevê uma prestação única[,] mas antes
uma prestação global composta por várias prestações parciais, deve ser calculado meramente pro rata temporis, quando, apesar de o consumidor
pagar pro rata temporis em relação à prestação global, as prestações parciais sejam realizadas em momentos diferentes?
• 2) Deve o artigo 14.o, n.o 3, da Diretiva 2011/83 ser interpretado no sentido de que “o montante proporcional ao que foi fornecido até ao momento
em que o consumidor comunicou ao profissional o exercício do direito de retratação, em relação ao conjunto das prestações previstas no contrato” a
pagar pelo consumidor, também deve ser calculado meramente pro rata temporis, quando uma prestação (parcial), embora realizada de modo
continuado, tenha um valor mais elevado ou mais baixo para o consumidor no início da vigência do contrato?
• 3) Devem o artigo 2.o, [ponto] 11, da Diretiva 2011/83 e o artigo 2.o, [ponto] 1, da Diretiva (UE) 2019/770 do Parlamento Europeu e do Conselho,
de 20 de maio de 2019[, sobre certos aspetos relativos aos contratos de fornecimento de conteúdos e serviços digitais (JO 2019, L 136, p. 1)], ser
interpretados no sentido de que também podem constituir “conteúdo digital”[,] na aceção do artigo 2.o, [ponto] 11, da Diretiva 2011/83 e do artigo
2.o, [ponto] 1, da Diretiva 2019/770, aqueles ficheiros de dados fornecidos como prestação parcial no âmbito de uma prestação global realizada
principalmente como “serviço digital” na aceção do artigo 2.o, [ponto] 2, da Diretiva 2019/770, com a consequência de o profissional poder fazer
cessar o direito de retratação nos termos do artigo 16.o, alínea m), da Diretiva 2011/83, relativamente à prestação parcial, mas o consumidor, no caso
de o profissional não o lograr fazer, poder retratar-se da totalidade do contrato, sem ter, por força do artigo 14.o, n.o 4, alínea b), ii), da Diretiva
2011/83, de pagar qualquer compensação por esta prestação parcial?
• 4) Deve o artigo 14.o, n.o 3, da Diretiva 2011/83, tendo em conta o seu considerando 50, ser interpretado no sentido de que o preço total acordado
contratualmente para uma prestação de serviços é “excessivo” na aceção do artigo 14.o, n.o 3, terceiro período, da Diretiva 2011/83, quando é
significativamente mais elevado do que o preço total acordado com outro consumidor para uma prestação substancialmente equivalente do mesmo
profissional relativa ao mesmo período contratual e sujeita, além disso, às mesmas condições gerais?»
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 40
20
15/03/2021
Preço????
• 32 À luz das considerações precedentes, há que responder à primeira e segunda questões que o artigo 14.o,
n.o 3, da Diretiva 2011/83 deve ser interpretado no sentido de que, para determinar o montante
proporcional a pagar pelo consumidor ao profissional quando este consumidor tenha solicitado
expressamente o início da execução do contrato celebrado durante o prazo de retratação e se retrata desse
contrato, deve, em princípio, ter-se em conta o preço acordado nesse contrato para o conjunto das
prestações objeto do mesmo contrato e calcular o montante devido pro rata temporis. Só quando o contrato
celebrado prevê expressamente que uma ou várias das prestações são fornecidas integralmente desde o
início da execução do contrato, de maneira distinta, a um preço a pagar separadamente, é que o preço
integral previsto para tal prestação deve ser tido em conta no cálculo do montante devido ao profissional
nos termos do artigo 14.o, n.o 3, da referida diretiva.
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 41
Resolução de Litígios
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 42
21
15/03/2021
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 43
Muito obrigada.
• sandrap@fd.uc.pt
• www.sandrapassinhas.eu
Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 44
22
Direito do Consumo
O Direito de reparação pelo consumidor
e as práticas comerciais abusivas
15 de março de 2021
Esquema
O Direito de reparação
pelo consumidor e as
práticas comerciais
abusivas
15 de março
António Barroso Rodrigues
• § 1. Considerações gerais
15 de março
António Barroso Rodrigues
15 de março
António Barroso Rodrigues
Outros exemplos, Alemanha (BGB), França (Code de la consommation), Espanha (Ley General para
la Defesa de los Consumidores), Bélgica (Code de droit économique).
[Art. L.441-2 ] É proibida a prática da obsolescência programada, a qual é definida pela utilização
de técnicas pelas quais o responsável pela colocação de um produto no mercado visa
deliberadamente reduzir o seu tempo de vida a fim de aumentar sua taxa de substituição.
Direito do Consumo
15 de março
António Barroso Rodrigues
Se direta, [Cont.]
Em Portugal,
• Protecção constitucional (art.º 60.º CRP)
• Grandes opções do plano para 2020 (§ 7.5.)
• Regime da gestão de fluxos específicos de resíduos (55.º/3)
• Projetos lei n.º 37/XIV/1.ª (PCP) , 116/XIV/1.ª (PAN), 119/XIV/1.ª
(BE), 120/XIV/1.ª (PEV)
Direito do Consumo
15 de março
António Barroso Rodrigues
Exemplos de práticas,
(i) tornar as ferramentas e os componentes destinados a reparação
excessivamente onerosos
(ii) restringir totalmente a reparação de determinados componentes
(iii) programar os equipamentos para não aceitar as reparações praticadas
fora de reparadores autorizados
(iv) criar artificialmente a necessidade de recurso a ferramentas
especializadas dificultando a reparação por meios convencionais
(v) recusar a produção ou o fornecimento de componentes que permitam a
reparação dos equipamentos
(vi) remoção dos manuais de reparação e serviços dos equipamento
Direito do Consumo
15 de março
António Barroso Rodrigues
1) União Europeia - com destaque para a (i) [2017] resolução sobre produtos
com uma duração de vida mais longa: vantagens para os consumidores e as
empresas (2016/2272(INI); e (ii) [2020] resolução em vista a um mercado único
mais sustentável para as empresas e os consumidores (2020/2021,INI)
15 de março
António Barroso Rodrigues
Portugal
1) Diplomas que promovem a transposição de Diretivas
2.1) Lei de defesa do consumidor
2.2) Venda de bens de consumo
2.3) As práticas comerciais desleais
2) Código Civil - o direito de reparação, em particular na compra e venda e
no contrato de empreitada
3) Responsabilidade do produtor
4) Outras vias – responsabilidade civil delitual | penal
Direito do Consumo
Algumas conclusões
O Direito de reparação
pelo consumidor e as
práticas comerciais
abusivas
15 de março
António Barroso Rodrigues