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DELEGAÇÃO DE BRAGA DA O.A.

FORMAÇÃO

E-BOOKS
15 de Março - 17H

Direito do
Consumo
ORADORES/ TEMAS:
- VENDA DE COISAS DEFEITUOSAS NO DIREITO CIVIL E NO DIREITO DO
CONSUMIDOR
Professor Doutor PAULO MOTA PINTO, Professor na Faculdade de Direito da Universidade de
Coimbra, Presidente da Direção do Centro de Direito do Consumo (CDC)

- PROTEÇÃO DO CONSUMIDOR NO MERCADO DIGITAL


Professora Doutora SANDRA PASSINHAS, Professora na Faculdade de Direito da Universidade
de Coimbra, Diretora Executiva do CDC

- VINCULAÇÃO DOS INTERMEDIÁRIOS NA VENDA ÀS OBRIGAÇÕES


DECORRENTES DO DL N.º 67/2003
Professora Doutora ANA MAFALDA CASTANHEIRA NEVES MIRANDA BARBOSA, Professora
na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Secretária da Mesa da Assembleia Geral
do CDC

- O CONSUMIDOR E A RESPONSABILIDADE DO PRODUTOR


Professor Doutor JOÃO PINTO MONTEIRO, Professor na Faculdade de Direito da
Universidade de Coimbra

- O DIREITO DE REPARAÇÃO PELO CONSUMIDOR E AS PRÁTICAS


COMERCIAIS ABUSIVAS
Doutor ANTÓNIO BARROSO RODRIGUES, Assistente convidado na Faculdade de Direito da
Universidade de Lisboa

Moderador: Fernando Viana, Diretor Executivo


CIAB // BRAGA
ÍNDICE

DIREITO DO CONSUMO (15.03.2021)

i. “Proteção do Consumidor no Mercado Digital”--------------------------------------------- 4


Dra. Sandra Passinhas

ii. “O Direito de Reparação pelo Consumidor e as Práticas Comerciais Abusivas” ----- 26


Dr. António Barroso Rodrigues
15/03/2021

A protecção do
consumidor no
mercado digital
Sandra Passinhas

NOVA AGENDA DO CONSUMIDOR –


REFORÇAR A RESILIÊNCIA DOS CONSUMIDORES PARA UMA RECUPERAÇÃO
SUSTENTÁVEL (NOV. 2020)

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15/03/2021

• Aumentar a proteção e a resiliência dos consumidores durante e após a pandemia de COVID-19:

Quer se trate de burlas em linha ou de planos de viagem cancelados, a pandemia de COVID-19


afetou muitos aspetos da vida dos consumidores. A Comissão continuará a combater as burlas aos
consumidores, em cooperação com a Rede de Cooperação no domínio da Defesa do Consumidor e
em diálogo com as plataformas e todos os intervenientes pertinentes. Além disso, continuará a
assegurar a proteção dos direitos dos viajantes e passageiros da UE em caso de cancelamento de
viagens. A Comissão analisará o impacto a longo prazo da COVID-19 nos padrões de consumo dos
europeus, como base para futuras iniciativas políticas.

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A Agenda abrange cinco domínios prioritários:

• Transição ecológica;
• Transformação digital,
• Reparação e aplicação dos direitos dos consumidores;
• Necessidades específicas de determinados grupos de consumidores;
e
• Cooperação internacional.

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15/03/2021

• Comissário da Justiça e Consumidores, Didier Reynders:


«Os consumidores europeus estão no centro de uma mudança global e as
suas ações podem fazer uma diferença significativa. Os consumidores devem
ser capazes de fazer escolhas sustentáveis e devem ter garantias de que os
seus direitos serão protegidos em todas as circunstâncias. A nova Agenda
introduz medidas que promoverão uma sociedade digital e ecológica justa,
tendo em conta que o comportamento dos consumidores transcende as
fronteiras dos Estados-Membros individuais”.

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Transformação digital — este processo está a mudar radicalmente a vida dos consumidores, criando novas oportunidades, mas
suscitando igualmente novos desafios. A Comissão pretende combater as práticas comerciais em linha que desrespeitam o direito dos
consumidores a fazer uma escolha informada, que tiram abusivamente partido dos seus preconceitos comportamentais ou que
distorcem os seus processos de tomada de decisão, tais como a utilização de padrões obscuros ou de publicidade oculta. Além disso,
os interesses dos consumidores têm de ser devidamente tidos em conta na definição das regras que regem a economia digital e dos
requisitos aplicáveis à inteligência artificial. A Comissão irá igualmente rever a Diretiva relativa à segurança dos produtos, a fim de
adaptar as atuais regras ao processo de digitalização em curso e ao aumento do número de produtos conectados. De igual modo,
tendo em conta a necessidade de reforçar a proteção dos consumidores no que diz respeito à digitalização dos serviços financeiros de
retalho, serão revistas as diretivas relativas ao crédito ao consumo e à comercialização de serviços financeiros.

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15/03/2021

New Deal for Consumers (Comunicação Abril de 2018) :

• Diretiva 2005/29/CE do Parlamento Europeu e do Conselho,


• Diretiva (UE) 2019/2161 do Parlamento Europeu e do de 11 de Maio de 2005, relativa às práticas comerciais
Conselho de 27 de novembro de 2019 que altera a Diretiva desleais das empresas face aos consumidores no mercado
93/13/CEE do Conselho e as Diretivas 98/6/CE, 2005/29/CE e interno (DL 57/2008, de 26 de março);
2011/83/UE do Parlamento Europeu e do Conselho a fim de
assegurar uma melhor aplicação e a modernização das regras
da União em matéria de defesa dos consumidores • Directiva 2011/83/UE do Parlamento Europeu e do Conselho,
de 25 de Outubro de 2011 , relativa aos direitos dos
consumidores (DL 24/2014, de 14 de fevereiro).

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A busca

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Aditamento ao artigo 7.º da Diretiva 2005/29


• 4-A: No caso de os consumidores terem a possibilidade de procurar produtos oferecidos por
diferentes profissionais ou por consumidores com base numa pesquisa sob a forma de palavra-
chave, frase ou outros dados, independentemente do local onde as transações se venham
finalmente a realizar, são consideradas substanciais as informações gerais, disponibilizadas numa
secção específica da interface em linha que seja direta e facilmente acessível a partir da página
onde os resultados da pesquisa são apresentados, sobre os principais parâmetros que
determinam a classificação dos produtos apresentados ao consumidor em resultado da pesquisa
e a importância relativa desses parâmetros em comparação com outros parâmetros.

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Alteração ao Anexo I da Diretiva 2005/29


O anexo I é alterado do seguinte modo:
• É considerada enganosa em qualquer circunstância:
• 11.A: Fornecer resultados de pesquisa em resposta a uma consulta
em linha do consumidor sem revelar claramente o pagamento de
publicidade ou outro pagamento efetuado especificamente para
obter uma classificação superior dos produtos nos resultados da
pesquisa.
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À Directiva 2011/83 foi aditado o artigo 6.º-A:

1. Antes de o consumidor ficar vinculado por um contrato celebrado à distância ou por qualquer
proposta correspondente, num mercado em linha, o prestador do mercado em linha deve, sem prejuízo da
Diretiva 2005/29/CE, facultar ao consumidor as seguintes informações, de uma forma clara e compreensível e
adequada ao meio de comunicação à distância:

a) informações gerais, disponibilizadas numa secção específica da interface em linha que seja direta e
facilmente acessível a partir da página onde são apresentadas as propostas, sobre os principais parâmetros que
determinam a classificação, na aceção do artigo 2.o, n.o 1, alínea m), da Diretiva 2005/29/CE, das propostas
apresentadas ao consumidor em resultado da pesquisa e a importância relativa desses parâmetros em
comparação com outros parâmetros.

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Quem faz a oferta negocial?

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Acórdão do Tribunal de Justiça (Quinta Secção) de 4 de outubro de 2018, Komisia


za zashtita na potrebitelite contra Evelina Kamenova, no Processo C-105/17

Um consumidor adquiriu um relógio no sítio Internet www.olx.bg, ao abrigo de um contrato de compra e venda celebrado à distância.
Considerando que este relógio não correspondia às características indicadas no anúncio publicado nesse sítio, apresentou uma queixa
junto da CDC, depois de o fornecedor do relógio ter recusado aceitar a sua devolução, mediante reembolso do montante pago.

Após ter efetuado inspeções, a CDC verificou que E. Kamenova, registada no referido sítio sob o pseudónimo «eveto-ZZ», era a
vendedora do relógio. Segundo o administrador do sítio Internet www.olx.bg, o utilizador desse pseudónimo tinha publicado um total
de oito anúncios de venda de diversos produtos nesse sítio, entre os quais o relógio em causa no processo principal.

Resulta da decisão de reenvio que, depois de ter consultado o referido sítio, a CDC verificou que, em 10 de dezembro de 2014,
tinham sido ainda publicados nesse sítio oito anúncios de venda, relativos a diversos produtos, pelo utilizador com o pseudónimo
«eveto-ZZ».

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• 19 Nestas circunstâncias, o Administrativen sad — Varna (Tribunal Administrativo de Varna)


decidiu suspender a instância e submeter ao Tribunal de Justiça a seguinte questão prejudicial:

• «Deve o artigo 2.o, [alíneas b) e d), da Diretiva 2005/29] ser interpretado no sentido de que a
atividade de uma pessoa singular, que está registada num sítio Internet de compra e venda de
produtos e que aí publicou simultaneamente oito anúncios de oferta de venda de diversos
produtos, constitui a atividade de um profissional na aceção da definição legal do artigo 2.o,
alínea b), representa uma prática comercial de uma empresa face aos consumidores, na aceção
do artigo 2.o, alínea d), e é abrangida pelo âmbito de aplicação da diretiva, por força do seu artigo
3.o, n.o 1?»

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• 34 Ora, resulta da jurisprudência do Tribunal de Justiça que, em face de um profissional, o consumidor se encontra numa posição de inferioridade, na
medida em que deve ser reputado economicamente mais fraco e juridicamente menos experiente que o seu cocontratante (Acórdãos de 3 de
outubro de 2013, Zentrale zur Bekämpfung unlauteren Wettbewerbs, C-59/12, EU:C:2013:634, n.o 35, e de 17 de maio de 2018, Karel de Grote —
Hogeschool Katholieke Hogeschool Antwerpen, C-147/16, EU:C:2018:320, n.o 54).

• 35 Daqui resulta que o conceito de «profissional», na aceção do artigo 2.o, alínea b), da Diretiva 2005/29 e do artigo 2.o, n.o 2, da Diretiva 2011/83,
é um conceito funcional que implica apreciar se a relação contratual ou a prática comercial está incluída no âmbito das atividades que uma pessoa
realiza a título profissional (v., por analogia, Acórdão de 17 de maio de 2018, Karel de Grote — Hogeschool Katholieke Hogeschool Antwerpen,
C-147/16, EU:C:2018:320, n.o 55 e jurisprudência referida).

• 36 Por conseguinte, para ser qualificada de «profissional», na aceção do artigo 2.o, alínea b), da Diretiva 2005/29 e do artigo 2.o, n.o 2, da Diretiva
2011/83, é necessário que a pessoa singular ou coletiva em causa atue «no âmbito da sua atividade comercial, industrial, artesanal ou profissional»,
ou em nome ou por conta de um profissional.

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• 37 No que diz respeito à questão de saber se uma pessoa singular como a demandada no processo principal está abrangida pelo conceito de «profissional» na
aceção dessas disposições, importa sublinhar, como salientou o advogado-geral no n.o 50 das suas conclusões, que a qualificação de «profissional» exige uma
«análise casuística». Daqui decorre que o órgão jurisdicional de reenvio deverá analisar, com base em todos os elementos de facto de que dispõe, se uma
pessoa singular como a que está em causa no processo principal, que publicou simultaneamente oito anúncios de venda de bens novos e usados numa
plataforma em linha, atuou «no âmbito da sua atividade comercial, industrial, artesanal ou profissional», ou em nome ou por conta de um profissional.

• 38 Como indicou o advogado-geral no n.o 51 das suas conclusões, no âmbito dessa análise, o órgão jurisdicional de reenvio deverá, em especial, verificar se
a venda na plataforma em linha foi realizada de forma organizada, se essa venda teve fins lucrativos, se o vendedor tem informações e competências técnicas
relativas aos produtos que propõe para venda que o consumidor não tem necessariamente, de forma a colocar-se numa posição mais vantajosa face a esse
consumidor, se o vendedor tem um estatuto jurídico que lhe permite praticar atos comerciais, e em que medida a venda em linha está ligada à atividade
comercial ou profissional do vendedor, se o vendedor é sujeito passivo de IVA, se o vendedor, atuando em nome de um determinado profissional ou por sua
conta, ou por intermédio de outra pessoa que atue em seu nome ou por sua conta, recebeu uma remuneração ou uma participação nos lucros, se o vendedor
compra bens novos ou usados para revenda, conferindo, assim, a esta atividade um caráter de regularidade, uma frequência e/ou simultaneidade em relação
à sua atividade comercial ou profissional, se os produtos à venda são todos do mesmo tipo ou do mesmo valor, nomeadamente, se a proposta está
concentrada num número limitado de produtos.

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• Ao artigo 7.º, n.º 4, da Diretiva 2025/29 foi aditada uma alínea:

• f) para os produtos oferecidos nos mercados em linha, se o terceiro


que oferece os produtos é ou não um profissional, com base nas
declarações prestadas por esse terceiro ao prestador do mercado em
linha.

(No caso de existir um convite a contratar, são consideradas substanciais, se não se puderem depreender do
contexto, as informações seguintes…)

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À Directiva 2011/83 foi aditado o artigo 6.º-A:

• 1. Antes de o consumidor ficar vinculado por um contrato celebrado à distância


ou por qualquer proposta correspondente, num mercado em linha, o prestador
do mercado em linha deve, sem prejuízo da Diretiva 2005/29/CE, facultar ao
consumidor as seguintes informações, de uma forma clara e compreensível e
adequada ao meio de comunicação à distância:

b) o facto de o terceiro que oferece os bens, serviços ou conteúdos digitais ser ou


não um profissional, com base nas declarações prestadas por esse terceiro ao
prestador do mercado em linha;
c) se o terceiro que oferece os bens, serviços ou conteúdos digitais não for um
profissional, que os direitos do consumidor decorrentes do direito da União em
matéria de defesa dos consumidores não se aplicam ao contrato celebrado; (…)
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15/03/2021

A responsabilidade da plataforma

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• DL n.º 7/2004, de 07 de Janeiro (Comércio electrónico no mercado


interno e tratamento de dados pessoais)

• Artigo 12.º
• Os prestadores intermediários de serviços em rede não estão sujeitos
a uma obrigação geral de vigilância sobre as informações que
transmitem ou armazenam ou de investigação de eventuais ilícitos
praticados no seu âmbito.

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15/03/2021

Artigo 13.º Deveres comuns dos prestadores intermediários dos serviços

Cabe aos prestadores intermediários de serviços a obrigação para com as entidades competentes:

a) De informar de imediato quando tiverem conhecimento de actividades ilícitas que se


desenvolvam por via dos serviços que prestam;
b) De satisfazer os pedidos de identificar os destinatários dos serviços com quem tenham acordos
de armazenagem;
c) De cumprir prontamente as determinações destinadas a prevenir ou pôr termo a uma infracção,
nomeadamente no sentido de remover ou impossibilitar o acesso a uma informação;
d) De fornecer listas de titulares de sítios que alberguem, quando lhes for pedido.

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Há limites à oferta negocial?

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15/03/2021

Regulamento (UE) 2018/302 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 28 de fevereiro de


2018, que visa prevenir o bloqueio geográfico injustificado e outras formas de discriminação
baseadas na nacionalidade, no local de residência ou no local de estabelecimento dos
clientes no mercado interno
Artigo 1.º

1. O presente regulamento tem por objetivo contribuir para o correto funcionamento do mercado
interno, evitando o bloqueio geográfico injustificado e outras formas de discriminação baseadas,
direta ou indiretamente, na nacionalidade, no local de residência ou no local de estabelecimento
dos clientes, nomeadamente tornando mais claras certas situações em que uma diferença de
tratamento não pode ser justificada ao abrigo do artigo 20.º, n.º 2, da Diretiva 2006/123/CE.

2. O presente regulamento não se aplica a situações meramente internas, em que todos os


elementos pertinentes de uma transação estão circunscritos num único Estado-Membro.

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A tomada de decisão

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15/03/2021

Ao artigo 7.º da Diretiva 2005/29 é aditado o n.º 6:

Caso um profissional disponibilize o acesso a avaliações de produtos


efetuadas por consumidores, é considerada substancial a informação
sobre se e de que forma esse profissional garante que as avaliações
publicadas são efetuadas por consumidores que efetivamente
utilizaram ou adquiriram o produto.
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O anexo I da Diretiva é alterado do seguinte modo:

23.B Declarar que as avaliações de um produto são apresentadas por


consumidores que o utilizaram ou adquiriram efetivamente, sem
adotar medidas razoáveis e proporcionadas para verificar que essas
avaliações são publicadas por esses consumidores.

Prática comercial desleal enganosa em qualquer circunstância

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15/03/2021

O anexo I é alterado do seguinte modo:

23.C. Apresentar avaliações ou recomendações falsas de consumidores


ou instruir uma terceira pessoa singular ou coletiva para apresentar
avaliações ou recomendações falsas de consumidores, ou apresentar
avaliações do consumidor ou recomendações nas redes sociais
distorcidas, a fim de promover os produtos.

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O pagamento

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15/03/2021

A contraprestação

Artigo 1. Aditado artigo 1.A.


• 1. A presente diretiva aplica-se, nas condições e na medida prevista 1-A. A presente diretiva aplica-se igualmente caso o profissional forneça
nas suas disposições, aos contratos celebrados entre um profissional e ou se comprometa a fornecer conteúdos digitais que não sejam
um consumidor em que o consumidor pague ou se comprometa a fornecidos num suporte material ou um serviço digital ao consumidor e o
pagar o preço. A presente diretiva aplica-se aos contratos de consumidor faculte ou se comprometa a facultar dados pessoais ao
fornecimento de água, gás, eletricidade ou aquecimento urbano, profissional, exceto se os dados pessoais facultados pelo consumidor forem
incluindo por fornecedores públicos, na medida em que estes exclusivamente tratados pelo profissional para o fornecimento de
produtos de base sejam fornecidos com base num contrato conteúdos digitais que não sejam fornecidos num suporte material ou de
um serviço digital, nos termos da presente diretiva, ou para que o
profissional cumpra os requisitos legais a que o profissional esteja sujeito,
e o profissional não proceda ao tratamento desses dados para quaisquer
outros fins.

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Direito de livre resolução do contrato

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15/03/2021

Artigo 13.º do DL 24/2014, de 14 de fevereiro


1- Caso o fornecedor de bens não se ofereça para recolher ele próprio o bem, o consumidor deve no prazo de 14 dias a contar da data
em que tiver comunicado a sua decisão de resolução do contrato nos termos do artigo 10.º, devolver ou entregar o bem ao
fornecedor de bens ou a uma pessoa autorizada para o efeito.
2 - Incumbe ao consumidor suportar o custo da devolução do bem, exceto nos seguintes casos:
a) Quando o fornecedor acordar em suportar esse custo; ou
b) Quando o consumidor não tiver sido previamente informado pelo fornecedor do bem que tem o dever de pagar os custos de
devolução.
3 - O consumidor deve conservar os bens de modo a poder restituí-los nas devidas condições de utilização, no prazo previsto no n.º 1,
ao fornecedor ou à pessoa para tal designada no contrato.
4 - O consumidor não incorre em responsabilidade alguma pelo exercício do direito de livre resolução, salvo o disposto no n.º 3 do
artigo anterior.

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Falta de conformidade

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15/03/2021

Artigo 4.º, n.º 1, DL 67/2003

1.Em caso de falta de conformidade do bem com o contrato, o

consumidor tem direito a que esta seja reposta sem encargos, por meio

de reparação ou de substituição, à redução adequada do preço ou à

resolução do contrato.

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Acórdão do Tribunal de Justiça, de 23 de maio de 2019, no processo


C-52/18, Christian Fülla v. Toolport GmbH
Litígio no processo principal e questões prejudiciais

10 Em 8 de julho de 2015, C. Fülla comprou à Toolport, por telefone, uma tenda de cinco por seis metros.

11 Após a entrega da referida tenda no domicílio de C. Fülla, este último constatou a falta de conformidade da mesma e pediu à
Toolport que procedesse à sua reposição em conformidade, no seu domicílio. Não enviou a tenda para a Toolport nem propôs fazê-lo.
Por seu turno, a Toolport não aceitou as reclamações de C. Fülla sobre a falta de conformidade da referida tenda, considerando-as
infundadas. Ao mesmo tempo, não informou C. Fülla de que era necessário um transporte da tenda até à sede do seu
estabelecimento, e também não lhe propôs adiantar as despesas de transporte.

12 Nessa fase, as partes não discutiram o lugar de reposição da tenda em conformidade. Além disso, o contrato celebrado entre as
partes é omisso a esse respeito.

13 Nestas circunstâncias, C. Fülla pediu a resolução do contrato e o reembolso do preço de compra da referida tenda, em
contrapartida da restituição da mesma.

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15/03/2021

O Amtsgericht Norderstedt (Tribunal de Primeira Instância de Norderstedt) decidiu


suspender a instância e submeter ao Tribunal de Justiça as seguintes questões
prejudiciais:

«1) Deve o artigo 3.o, n.o 3, terceiro parágrafo, da Diretiva [1999/44] ser interpretado no sentido de que é sempre e apenas no lugar em que o bem de
consumo adquirido à distância se encontra que o consumidor o deve colocar à disposição do profissional para que este o possa reparar ou substituir?

2) Em caso de resposta negativa à questão anterior:

Deve o artigo 3.o, n.o 3, terceiro parágrafo, da Diretiva [1999/44] ser interpretado no sentido de que é sempre no lugar da sede do profissional que o
consumidor deve colocar o bem de consumo adquirido à distância à disposição deste para que o possa reparar ou substituir?

3) Em caso de resposta negativa à questão anterior:

Quais os critérios que se podem deduzir do artigo 3.o, n.o 3, terceiro parágrafo, da Diretiva [1999/44] quanto ao modo de determinação do lugar no qual
o consumidor deve colocar à disposição do profissional o bem de consumo adquirido à distância para que o possa reparar ou substituir?

• (…)

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• Pelos fundamentos expostos, o Tribunal de Justiça (Primeira Secção) declara:

• (2) O artigo 3.o, n.os 2 a 4, da Diretiva 1999/44 deve ser interpretado no sentido de que o direito do consumidor a que o bem, adquirido à distância,
seja reposto em conformidade «sem encargos» não abrange a obrigação do vendedor de adiantar as despesas de transporte do bem, para efeitos
dessa reposição em conformidade, para a sede do estabelecimento desse vendedor, a menos que o facto de tal consumidor adiantar essas despesas
constitua um encargo suscetível de o dissuadir de exercer os seus direitos, o que cabe ao órgão jurisdicional nacional verificar.

• 3) As disposições conjugadas do artigo 3.o, n.o 3, e do artigo 3.o, n.o 5, segundo travessão, da Diretiva 1999/44 devem ser interpretadas no sentido
de que, numa situação como a que está em causa no processo principal, o consumidor que informou o vendedor da não conformidade do bem
adquirido à distância, cujo transporte para a sede do estabelecimento do vendedor corre o risco de constituir, para ele, um grave inconveniente e que
pôs esse bem à disposição do vendedor no seu domicílio para ser reposto em conformidade, tem direito à resolução do contrato por falta de uma
solução num prazo razoável, se o vendedor não tiver tomado nenhuma medida adequada para repor a conformidade do referido bem, incluindo a de
informar o consumidor do lugar onde esse mesmo bem deve ser posto à sua disposição para a referida reposição em conformidade. A este respeito,
cabe ao órgão jurisdicional nacional, através de uma interpretação conforme à Diretiva 1999/44, assegurar o direito desse consumidor à resolução do
contrato.

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15/03/2021

Direito de livre resolução e prestação de


serviços

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Artigo 15.º - Prestação de serviços durante o período de livre resolução

1 - Sempre que o consumidor pretenda que a prestação do serviço se inicie durante


o prazo previsto no artigo 10.º, o prestador do serviço deve exigir que o
consumidor apresente um pedido expresso através de suporte duradouro.
2 - Se o consumidor exercer o direito de livre resolução, após ter apresentado o
pedido previsto no número anterior, deve ser pago ao prestador do serviço um
montante proporcional ao que foi efetivamente prestado até ao momento da
comunicação da resolução, em relação ao conjunto das prestações previstas no
contrato.

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15/03/2021

Acórdão do Tribunal de Justiça (Sexta Secção) de 8 de outubro de 2020,


EU contra PE Digital GmbH
• Litígio no processo principal e questões prejudiciais

• 15 Cada aderente beneficia, imediatamente após a sua inscrição, da comunicação automática de uma seleção de propostas de encontros no mesmo Land,
elaborada com base num teste de personalidade de cerca de 30 minutos, relativo às características, hábitos e interesses relevantes em matéria de encontros.
No contexto de uma adesão «premium» de 12 meses, esta seleção corresponde aproximadamente já a metade de todas as propostas de encontros recebidas
pelo aderente no período do contrato celebrado. O algoritmo para o teste de personalidade foi criado e desenvolvido sob a direção de um psicólogo
certificado. Os aderentes «premium» recebem os resultados deste teste realizado por computador, sob a forma de um «relatório pericial de personalidade»
de 50 páginas, que os aderentes «de base» podem adquirir, a título de prestação parcial, mediante pagamento.

• 16 Em 4 de novembro de 2018, EU, enquanto consumidor, celebrou com a PE Digital um contrato de adesão «premium» pelo período de 12 meses, por
um preço de 523,95 euros (a seguir «contrato em causa»). Este preço era superior ao dobro do preço cobrado pela PE Digital a alguns outros dos seus
utilizadores para um contrato com a mesma duração celebrado no mesmo ano. A PE Digital, em conformidade com as exigências do artigo 246a, § 1, n.o 2,
primeira frase, pontos 1 e 3, da Lei Introdutória ao Código Civil, informou EU do seu direito de retratação e esta confirmou à PE Digital que devia começar a
fornecer a prestação prevista no referido contrato antes do termo do prazo de retratação.

• 17 Depois de EU se ter retratado do contrato em causa em 8 de novembro de 2018, a PE Digital faturou-lhe um montante total de 392,96 euros a título de
compensação.

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• Nestas circunstâncias, o Amtsgericht Hamburg (Tribunal de Primeira Instância de Hamburgo) decidiu suspender a instância e submeter ao Tribunal de
Justiça as seguintes questões prejudiciais:
• «1) Deve o artigo 14.o, n.o 3, da Diretiva 2011/83[…], tendo em conta o seu considerando 50, ser interpretado no sentido de que “o montante
proporcional ao que foi fornecido até ao momento em que o consumidor comunicou ao profissional o exercício do direito de retratação, em relação
ao conjunto das prestações previstas no contrato”, a pagar pelo consumidor no caso de um contrato que não prevê uma prestação única[,] mas antes
uma prestação global composta por várias prestações parciais, deve ser calculado meramente pro rata temporis, quando, apesar de o consumidor
pagar pro rata temporis em relação à prestação global, as prestações parciais sejam realizadas em momentos diferentes?
• 2) Deve o artigo 14.o, n.o 3, da Diretiva 2011/83 ser interpretado no sentido de que “o montante proporcional ao que foi fornecido até ao momento
em que o consumidor comunicou ao profissional o exercício do direito de retratação, em relação ao conjunto das prestações previstas no contrato” a
pagar pelo consumidor, também deve ser calculado meramente pro rata temporis, quando uma prestação (parcial), embora realizada de modo
continuado, tenha um valor mais elevado ou mais baixo para o consumidor no início da vigência do contrato?
• 3) Devem o artigo 2.o, [ponto] 11, da Diretiva 2011/83 e o artigo 2.o, [ponto] 1, da Diretiva (UE) 2019/770 do Parlamento Europeu e do Conselho,
de 20 de maio de 2019[, sobre certos aspetos relativos aos contratos de fornecimento de conteúdos e serviços digitais (JO 2019, L 136, p. 1)], ser
interpretados no sentido de que também podem constituir “conteúdo digital”[,] na aceção do artigo 2.o, [ponto] 11, da Diretiva 2011/83 e do artigo
2.o, [ponto] 1, da Diretiva 2019/770, aqueles ficheiros de dados fornecidos como prestação parcial no âmbito de uma prestação global realizada
principalmente como “serviço digital” na aceção do artigo 2.o, [ponto] 2, da Diretiva 2019/770, com a consequência de o profissional poder fazer
cessar o direito de retratação nos termos do artigo 16.o, alínea m), da Diretiva 2011/83, relativamente à prestação parcial, mas o consumidor, no caso
de o profissional não o lograr fazer, poder retratar-se da totalidade do contrato, sem ter, por força do artigo 14.o, n.o 4, alínea b), ii), da Diretiva
2011/83, de pagar qualquer compensação por esta prestação parcial?
• 4) Deve o artigo 14.o, n.o 3, da Diretiva 2011/83, tendo em conta o seu considerando 50, ser interpretado no sentido de que o preço total acordado
contratualmente para uma prestação de serviços é “excessivo” na aceção do artigo 14.o, n.o 3, terceiro período, da Diretiva 2011/83, quando é
significativamente mais elevado do que o preço total acordado com outro consumidor para uma prestação substancialmente equivalente do mesmo
profissional relativa ao mesmo período contratual e sujeita, além disso, às mesmas condições gerais?»

Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 40

20
15/03/2021

Preço????
• 32 À luz das considerações precedentes, há que responder à primeira e segunda questões que o artigo 14.o,
n.o 3, da Diretiva 2011/83 deve ser interpretado no sentido de que, para determinar o montante
proporcional a pagar pelo consumidor ao profissional quando este consumidor tenha solicitado
expressamente o início da execução do contrato celebrado durante o prazo de retratação e se retrata desse
contrato, deve, em princípio, ter-se em conta o preço acordado nesse contrato para o conjunto das
prestações objeto do mesmo contrato e calcular o montante devido pro rata temporis. Só quando o contrato
celebrado prevê expressamente que uma ou várias das prestações são fornecidas integralmente desde o
início da execução do contrato, de maneira distinta, a um preço a pagar separadamente, é que o preço
integral previsto para tal prestação deve ser tido em conta no cálculo do montante devido ao profissional
nos termos do artigo 14.o, n.o 3, da referida diretiva.

Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 41

Resolução de Litígios

Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 42

21
15/03/2021

Artigo 14.º - Direito à proteção jurídica e


direito a uma justiça acessível e pronta
1 - Incumbe aos órgãos e departamentos da Administração Pública promover a criação e apoiar centros de arbitragem com o objetivo
de dirimir os conflitos de consumo.
2 - Os conflitos de consumo de reduzido valor económico estão sujeitos a arbitragem necessária ou mediação quando, por opção
expressa dos consumidores, sejam submetidos à apreciação de tribunal arbitral adstrito aos centros de arbitragem de conflitos de
consumo legalmente autorizados.
3 - Consideram-se conflitos de consumo de reduzido valor económico aqueles cujo valor não exceda a alçada dos tribunais de 1.ª
instância.
4 - Nos conflitos de consumo a que se referem os n.os 2 e 3 deve o consumidor ser notificado, no início do processo, de que pode
fazer-se representar por advogado ou solicitador, sendo que, caso não tenha meios económicos para tal, pode solicitar apoio
judiciário, nos termos da lei que regula o acesso ao direito e aos tribunais.
5 - Nos conflitos de consumo a que se referem os n.os 2 e 3 o consumidor fica dispensado do pagamento prévio de taxa de justiça,
que será apurada a final.

Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 43

Muito obrigada.

• sandrap@fd.uc.pt
• www.sandrapassinhas.eu

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Sandra Passinhas/UC/CDC/2021 44

22
Direito do Consumo
O Direito de reparação pelo consumidor
e as práticas comerciais abusivas
15 de março de 2021

António Barroso Rodrigues


antoniorodrigues@fd.ulisboa.pt
Direito do Consumo

Esquema
O Direito de reparação
pelo consumidor e as
práticas comerciais
abusivas

15 de março
António Barroso Rodrigues

• § 1. Considerações gerais

• § 2. O direito de reparação pelo consumidor

• a) da obsolescência programada à provocada

• b) reação dos sistemas


Direito do Consumo

§ 2. O direito de reparação pelo consumidor


O Direito de reparação
pelo consumidor e as
práticas comerciais
abusivas

15 de março
António Barroso Rodrigues

A) DA OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA À PROVOCADA


Obsolescência:
1.1) quanto ao objeto - objetiva e subjectiva
1.1.1) objetiva direta - antecipação do ciclo de entropia | criação de
impedimentos artificiais ao funcionamento

1.1.2) objectiva indireta – limitação do direito de reparação do produto

1.2) quanto ao momento – programada e provocada


1.2.1) programada [Caso Epson]
1.2.2) provocada – (direta) limitação superveniente da aptidão dos
produtos | (indirecta) recusa de acesso a novas
funcionalidades | alteração dos instrumentos periféricos |
limitação ao direito de reparação
Direito do Consumo

§ 2. O direito de reparação pelo consumidor


O Direito de reparação
pelo consumidor e as
práticas comerciais
abusivas

15 de março
António Barroso Rodrigues

Obsolescência provocada indirecta – massa | remotamente | supervenientemente


Se direta,
V. Caso Batterygate - Autoridade de Concorrência e do Mercado italiana (AGCM) sanciona cada
uma das infrações em cinco milhões de euros. A decisão foi confirmada pelo Tribunal
Administraitvo Regional de Lazio (Roma) em 20-Mai.-2020

Outros exemplos, Alemanha (BGB), França (Code de la consommation), Espanha (Ley General para
la Defesa de los Consumidores), Bélgica (Code de droit économique).

[Art. L.441-2 ] É proibida a prática da obsolescência programada, a qual é definida pela utilização
de técnicas pelas quais o responsável pela colocação de um produto no mercado visa
deliberadamente reduzir o seu tempo de vida a fim de aumentar sua taxa de substituição.
Direito do Consumo

§ 2. O direito de reparação pelo consumidor


O Direito de reparação
pelo consumidor e as
práticas comerciais
abusivas

15 de março
António Barroso Rodrigues

Se direta, [Cont.]

Em Portugal,
• Protecção constitucional (art.º 60.º CRP)
• Grandes opções do plano para 2020 (§ 7.5.)
• Regime da gestão de fluxos específicos de resíduos (55.º/3)
• Projetos lei n.º 37/XIV/1.ª (PCP) , 116/XIV/1.ª (PAN), 119/XIV/1.ª
(BE), 120/XIV/1.ª (PEV)
Direito do Consumo

§ 2. O direito de reparação pelo consumidor


O Direito de reparação
pelo consumidor e as
práticas comerciais
abusivas

15 de março
António Barroso Rodrigues

Obsolescência provocada indirecta

Exemplos de práticas,
(i) tornar as ferramentas e os componentes destinados a reparação
excessivamente onerosos
(ii) restringir totalmente a reparação de determinados componentes
(iii) programar os equipamentos para não aceitar as reparações praticadas
fora de reparadores autorizados
(iv) criar artificialmente a necessidade de recurso a ferramentas
especializadas dificultando a reparação por meios convencionais
(v) recusar a produção ou o fornecimento de componentes que permitam a
reparação dos equipamentos
(vi) remoção dos manuais de reparação e serviços dos equipamento
Direito do Consumo

§ 2. O direito de reparação pelo consumidor


O Direito de reparação
pelo consumidor e as
práticas comerciais
abusivas

15 de março
António Barroso Rodrigues

B) REAÇÃO DOS SISTEMAS

1) União Europeia - com destaque para a (i) [2017] resolução sobre produtos
com uma duração de vida mais longa: vantagens para os consumidores e as
empresas (2016/2272(INI); e (ii) [2020] resolução em vista a um mercado único
mais sustentável para as empresas e os consumidores (2020/2021,INI)

2) França – Lei n.º 2020-105, de 10 de fevereiro de 2020, relativa à luta contra o


desperdício e a economia circular
Art. 3.º - Arrêté de 29 de
dezembro de 2020, relativo aos
métodos de visualização,
sinalização e parâmetros gerais
para o cálculo do índice de
reparabilidade
Direito do Consumo

§ 2. O direito de reparação pelo consumidor


O Direito de reparação
pelo consumidor e as
práticas comerciais
abusivas

15 de março
António Barroso Rodrigues

B) REAÇÃO DOS SISTEMAS

Portugal
1) Diplomas que promovem a transposição de Diretivas
2.1) Lei de defesa do consumidor
2.2) Venda de bens de consumo
2.3) As práticas comerciais desleais
2) Código Civil - o direito de reparação, em particular na compra e venda e
no contrato de empreitada
3) Responsabilidade do produtor
4) Outras vias – responsabilidade civil delitual | penal
Direito do Consumo

Algumas conclusões
O Direito de reparação
pelo consumidor e as
práticas comerciais
abusivas

15 de março
António Barroso Rodrigues

I. Criação de um código do consumidor, ou a integração das


alterações na legislação existente

II. Direito de reparação deve ser assegurado - dentro e fora do


período de garantia (legal ou convencional)
Direito do Consumo

O Direito de reparação pelo consumidor e as 15 de março


práticas comerciais abusivas

António Barroso Rodrigues


antoniorodrigues@fd.ulisboa.pt

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