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O Artigo 7.º trata do **direito à proteção da vida, saúde e segurança física**.

Vamos analisar cada


ponto:

1. **Proibição de fornecimento de bens ou serviços com riscos incompatíveis**: Este ponto estabelece
que é proibido fornecer bens ou serviços que, em condições normais ou previsíveis de uso, apresentem
riscos inaceitáveis para a saúde e segurança das pessoas. Em outras palavras, os produtos ou serviços
não devem representar perigos excessivos para os consumidores.

- **Exemplo**: Um fabricante de brinquedos não deve produzir bonecas com peças pequenas que
possam ser engolidas por crianças pequenas, pois isso representaria um risco à saúde delas.

2. **Notificação pelas entidades públicas**: Os serviços da Administração Pública que tenham


conhecimento de bens ou serviços proibidos devem informar as entidades responsáveis pela fiscalização
do mercado. Isso visa garantir que produtos perigosos sejam retirados de circulação.

- **Exemplo**: Se um órgão governamental descobre que um medicamento está sendo


comercializado sem aprovação e representa riscos à saúde, ele deve notificar a agência reguladora para
tomar medidas.

3. **Retirada de bens e serviços perigosos**: Os organismos competentes da Administração Pública


devem apreender e retirar do mercado os produtos ou serviços que representem perigo para a saúde ou
segurança dos consumidores, quando usados em condições normais ou razoavelmente previsíveis.

- **Exemplo**: Se um lote de alimentos é contaminado por uma substância tóxica, as autoridades


devem retirá-lo do mercado para proteger a saúde dos consumidores.

Em resumo, o **Artigo 7.º** visa garantir que os cidadãos tenham acesso a produtos e serviços seguros,
protegendo sua saúde e bem-estar.

Artigo 8
O **Artigo 8.º** estabelece o **direito à formação e à educação para o consumo**. Vamos analisar
cada ponto e fornecer exemplos:

1. **Promoção de uma política educativa para os consumidores**:

- O Estado deve promover a educação dos consumidores, inserindo matérias relacionadas com o
consumo e os direitos dos consumidores nos programas escolares e nas atividades permanentes de
educação.

- **Exemplo**: Nas escolas, os alunos podem aprender sobre seus direitos como consumidores, como
fazer escolhas informadas ao comprar produtos e como evitar práticas comerciais enganosas.

2. **Responsabilidade do Estado e das autarquias locais**:

- O Estado e as autoridades locais devem desenvolver ações e adotar medidas para formar e educar os
consumidores.

- **Exemplos**:

- **Programas de Educação para o Consumo**: O sistema educativo deve implementar programas


específicos de educação para o consumo no ensino básico e secundário. Isso pode incluir aulas sobre
finanças pessoais, direitos do consumidor e tomada de decisões conscientes.

- **Apoio a Iniciativas de Associações de Consumidores**: As associações de consumidores podem


promover workshops, palestras e campanhas de conscientização sobre questões de consumo. O Estado
deve apoiar essas iniciativas.

- **Educação Permanente**: Além da educação formal, é importante oferecer oportunidades


contínuas de aprendizado para os consumidores. Isso pode envolver workshops em comunidades,
seminários online ou materiais educativos.

- **Formação de Formadores e Técnicos Especializados**: Investir na capacitação de professores e


profissionais especializados em questões de consumo é fundamental para disseminar o conhecimento e
a conscientização.

Em resumo, o **Artigo 8.º** visa garantir que os consumidores estejam bem informados, capacitados e
conscientes de seus direitos e responsabilidades no mercado.
Continuando a análise do **Artigo 8.º** sobre o **direito à formação e à educação para o consumo**,
vamos explorar os pontos 3 e 4:

3. **Programas educativos em rádio e televisão**:

- Os programas de caráter educativo transmitidos no serviço público de rádio e televisão devem incluir
espaços dedicados à educação e formação do consumidor.

- **Exemplo**: Um canal de televisão pode ter um programa semanal que explique aos
telespectadores seus direitos como consumidores, como evitar fraudes e como tomar decisões
informadas.

4. **Utilização de meios telemáticos**:

- Além dos meios tradicionais, como rádio e televisão, a formação do consumidor também deve
aproveitar os meios telemáticos, como redes nacionais e mundiais de informação.

- **Exemplo**: Plataformas online, aplicativos móveis e sites informativos podem oferecer cursos,
vídeos e recursos para educar os consumidores sobre seus direitos e práticas de consumo responsável.

Em resumo, o **Artigo 8.º** visa garantir que os consumidores tenham acesso a informações e
educação relevantes para tomar decisões conscientes e proteger seus interesses econômicos e físicos.

Artigo 9

O **Artigo 9.º** trata do **direito à informação em geral** para os consumidores. Vamos analisar cada
ponto e fornecer exemplos:

1. **Ações e medidas para informação ao consumidor**:

- O Estado e as autarquias locais devem desenvolver ações e adotar medidas para informar os
consumidores.

- **Exemplos**:
- **Apoio a ações de informação**: As associações de consumidores promovem campanhas de
conscientização sobre direitos e práticas de consumo. O Estado deve apoiar essas iniciativas.

- **Serviços municipais de informação ao consumidor**: Criação de centros ou serviços locais para


fornecer informações aos consumidores sobre seus direitos e responsabilidades.

- **Conselhos municipais de consumo**: Representação de interesses econômicos e dos


consumidores em órgãos consultivos locais.

- **Bases de dados e arquivos digitais**: Criação de recursos online com informações gerais e
específicas sobre direitos do consumidor.

2. **Espaços reservados em rádio e televisão**:

- Os serviços públicos de rádio e televisão devem dedicar espaços para promover os interesses e
direitos dos consumidores.

- **Exemplo**: Programas de TV que esclarecem os consumidores sobre seus direitos ao comprar


produtos ou contratar serviços.

3. **Informação prestada em todas as línguas nacionais**:

- Os consumidores têm direito a receber informações em todas as línguas nacionais, com destaque
para o português.

- **Exemplo**: Um site governamental sobre direitos do consumidor deve oferecer informações em


várias línguas locais.

4. **Publicidade lícita e respeito aos direitos dos consumidores**:

- A publicidade deve ser legal, claramente identificada e respeitar a verdade e os direitos dos
consumidores.

- **Exemplo**: Anúncios de produtos não devem enganar os consumidores sobre suas características
ou benefícios.

5. **Integração das informações publicitárias nos contratos**:

- As informações objetivas contidas em mensagens publicitárias são consideradas parte dos contratos
celebrados após sua emissão.
- **Exemplo**: Se um anúncio promete entrega rápida de um produto, essa promessa faz parte do
contrato de compra.

Em resumo, o **Artigo 9.º** visa garantir que os consumidores tenham acesso a informações claras,
verdadeiras e relevantes para tomar decisões informadas e proteger seus interesses.

O **Artigo 10

º** trata do **direito à informação em particular** para os consumidores. Vamos analisar cada ponto e
fornecer exemplos:

1. **Informação clara e adequada**:

- Fornecedores de bens ou prestadores de serviços devem informar de forma clara, objetiva e


adequada ao consumidor durante negociações e celebração de contratos.

- **Exemplo**: Um vendedor de eletrônicos deve detalhar as características técnicas, preço, garantias


e prazos de entrega de um smartphone antes de fechar a venda.

2. **Obrigação de informar em toda a cadeia de produção-consumo**:

- Produtores, fabricantes, importadores, distribuidores, embaladores e armazenistas devem habilitar


cada elo da cadeia a informar o próximo até o consumidor final.

- **Exemplo**: O fabricante de alimentos deve fornecer informações sobre a composição e riscos na


embalagem, para que o distribuidor e o varejista também possam repassar esses detalhes ao
consumidor.

3. **Comunicação dos riscos**:

- Os riscos à saúde e segurança de bens ou serviços perigosos devem ser comunicados de forma clara
e completa ao potencial consumidor.

- **Exemplo**: Um produto químico deve ter rótulos que alertem sobre os riscos de manuseio
inadequado.
4. **Direito de retratação por falta de informação adequada**:

- Se houver falta de informação suficiente que comprometa o uso adequado do bem ou serviço, o
consumidor tem o direito de cancelar o contrato dentro de sete dias úteis após a recepção do bem ou
celebração do contrato de prestação de serviços.

- **Exemplo**: Se um serviço de internet não for entregue conforme prometido, o cliente pode
cancelar o contrato.

5. **Responsabilidade por danos causados pela falta de informação**:

- Fornecedores que não cumprirem o dever de informar são responsáveis pelos danos causados aos
consumidores. Outros envolvidos na cadeia de produção também são solidariamente responsáveis.

- **Exemplo**: Se um medicamento não informa sobre possíveis efeitos colaterais, o fabricante e o


distribuidor podem ser responsabilizados por danos ao paciente.

6. **Dever de informar não pode ser negado ou condicionado**:

- O dever de informar não pode ser negado invocando segredo de fabrico não protegido por lei.
Também não pode prejudicar o regime legal das cláusulas contratuais gerais ou outras leis mais
favoráveis ao consumidor.

- **Exemplo**: Um fabricante não pode esconder informações sobre defeitos em um produto


alegando segredo industrial.

Em resumo, o **Artigo 10.º** visa garantir que os consumidores tenham acesso a informações
essenciais para tomar decisões informadas e proteger seus interesses.

O **Artigo 11.º** da legislação moçambicana estabelece os **direitos à proteção dos interesses


económicos** dos consumidores. Vamos analisar os principais pontos desse artigo:

1. **Igualdade Material e Lealdade**:


- Nas relações jurídicas de consumo, é essencial garantir a igualdade material entre as partes
envolvidas. Isso significa que tanto o consumidor quanto o fornecedor ou prestador de serviços devem
ser tratados com equidade.

- A lealdade também é fundamental. Todas as partes devem agir de forma honesta e transparente
durante a formação e a vigência dos contratos.

2. **Prevenção de Abusos em Contratos Pré-Elaborados**:

- Para evitar abusos decorrentes de contratos pré-elaborados, os fornecedores de bens e os


prestadores de serviços têm obrigações específicas:

- **Clareza nas Cláusulas Contratuais Gerais**: As cláusulas contratuais gerais devem ser
apresentadas de forma clara e precisa, em caracteres facilmente legíveis. Isso inclui tanto os contratos
gerais quanto os contratos singulares.

- **Desequilíbrio em Contratos Singulares**: Não devem ser incluídas cláusulas em contratos


singulares que causem significativo desequilíbrio em detrimento do consumidor.

3. **Inobservância e Regime das Cláusulas Contratuais Gerais**:

- A falta de cumprimento das obrigações mencionadas acima está sujeita ao regime das cláusulas
contratuais gerais.

4. **Pagamento e Responsabilidade**:

- O consumidor não é obrigado a pagar por bens ou serviços que não tenha encomendado ou
solicitado, a menos que sejam parte de um contrato válido.

- Além disso, o consumidor não é responsável pelo risco de perecimento ou deterioração desses bens.

5. **Assistência Após a Venda**:

- O consumidor tem direito à assistência após a venda, incluindo o fornecimento de peças e acessórios.
Esse direito se estende pelo período de duração média normal dos produtos fornecidos.

6. **Vedação de Dependência**:
- Fornecedores e prestadores de serviços não podem condicionar o fornecimento de um bem ou a
prestação de um serviço à aquisição ou prestação de outro bem ou serviço.

7. **Direito de Retratação**:

- Nos contratos resultantes da iniciativa do fornecedor ou prestador de serviços fora do


estabelecimento comercial, o consumidor tem o direito de retratação. Isso significa que ele pode desistir
do contrato no prazo de sete dias úteis após a recepção do bem ou serviço, mesmo que já tenha
concluído o contrato de prestação de serviços.

8. **Medidas do Governo**:

- O governo deve adotar medidas adequadas para equilibrar as relações jurídicas relacionadas a bens e
serviços essenciais, como água, energia elétrica, gás, telecomunicações e transportes públicos.

9. **Prevenção de Lesão aos Consumidores**:

- O governo também deve tomar medidas para evitar que os consumidores sejam prejudicados por
métodos de venda que dificultem a avaliação consciente das cláusulas em contratos singulares. Isso
inclui garantir que os consumidores tenham liberdade, esclarecimento e ponderação ao tomar decisões
de vinculação contratual.

Espero que essas informações sejam úteis! Se tiver alguma dúvida específica ou quiser exemplos
adicionais, estou à disposição para ajudar.

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