Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
o 176 — 31-7-1996
c) Promoção de acções de educação permanente o embalador e o armazenista, por forma que cada elo
de formação e sensibilização para os consumi- do ciclo produção-consumo possa encontrar-se habili-
dores em geral; tado a cumprir a sua obrigação de informar o elo ime-
d) Promoção de uma política nacional de formação diato até ao consumidor, destinatário final da infor-
de formadores e de técnicos especializados na mação.
área do consumo. 3 — Os riscos para a saúde e segurança dos consu-
midores que possam resultar da normal utilização de
3 — Os programas de carácter educativo difundidos bens ou serviços perigosos devem ser comunicados, de
no serviço público de rádio e de televisão devem integrar modo claro, completo e adequado, pelo fornecedor ou
espaços destinados à educação e à formação do con- prestador de serviços ao potencial consumidor.
sumidor. 4 — Quando se verifique falta de informação, infor-
4 — Na formação do consumidor devem igualmente mação insuficiente, ilegível ou ambígua que comprometa
ser utilizados meios telemáticos, designadamente atra- a utilização adequada do bem ou do serviço, o con-
vés de redes nacionais e mundiais de informação, esti- sumidor goza do direito de retractação do contrato rela-
mulando-se o recurso a tais meios pelo sector público tivo à sua aquisição ou prestação, no prazo de sete dias
e privado. úteis a contar da data de recepção do bem ou da data
de celebração do contrato de prestação de serviços.
Artigo 7.o 5 — O fornecedor de bens ou o prestador de serviços
Direito à informação em geral que viole o dever de informar responde pelos danos
que causar ao consumidor, sendo solidariamente res-
1 — Incumbe ao Estado, às Regiões Autónomas e ponsáveis os demais intervenientes na cadeia da pro-
às autarquias locais desenvolver acções e adoptar medi- dução à distribuição que hajam igualmente violado o
das tendentes à informação em geral do consumidor, dever de informação.
designadamente através de: 6 — O dever de informar não pode ser denegado ou
a) Apoio às acções de informação promovidas condicionado por invocação de segredo de fabrico não
pelas associações de consumidores; tutelado na lei, nem pode prejudicar o regime jurídico
b) Criação de serviços municipais de informação das cláusulas contratuais gerais ou outra legislação mais
ao consumidor; favorável para o consumidor.
c) Constituição de conselhos municipais de con-
sumo, com a representação, designadamente, de Artigo 9.o
associações de interesses económicos e de inte-
resses dos consumidores; Direito à protecção dos interesses económicos
d) Criação de bases de dados e arquivos digitais 1 — O consumidor tem direito à protecção dos seus
acessíveis, de âmbito nacional, no domínio do interesses económicos, impondo-se nas relações jurídi-
direito do consumo, destinados a difundir infor- cas de consumo a igualdade material dos intervenientes,
mação geral e específica; a lealdade e a boa fé, nos preliminares, na formação
e) Criação de bases de dados e arquivos digitais e ainda na vigência dos contratos.
acessíveis em matéria de direitos do consumi- 2 — Com vista à prevenção de abusos resultantes de
dor, de acesso incondicionado. contratos pré-elaborados, o fornecedor de bens e o pres-
tador de serviços estão obrigados:
2 — O serviço público de rádio e de televisão deve
reservar espaços, em termos que a lei definirá, para a) À redacção clara e precisa, em caracteres facil-
a promoção dos interesses e direitos do consumidor. mente legíveis, das cláusulas contratuais gerais,
3 — A informação ao consumidor é prestada em lín- incluindo as inseridas em contratos singulares;
gua portuguesa. b) À não inclusão de cláusulas em contratos sin-
4 — A publicidade deve ser lícita, inequivocamente gulares que originem significativo desequilíbrio
identificada e respeitar a verdade e os direitos dos em detrimento do consumidor.
consumidores.
5 — As informações concretas e objectivas contidas 3 — A inobservância do disposto no número anterior
nas mensagens publicitárias de determinado bem, ser- fica sujeita ao regime das cláusulas contratuais gerais.
viço ou direito consideram-se integradas no conteúdo 4 — O consumidor não fica obrigado ao pagamento
dos contratos que se venham a celebrar após a sua emis- de bens ou serviços que não tenha prévia e expressa-
são, tendo-se por não escritas as cláusulas contratuais mente encomendado ou solicitado, ou que não constitua
em contrário. cumprimento de contrato válido, não lhe cabendo, do
mesmo modo, o encargo da sua devolução ou compen-
Artigo 8.o sação, nem a responsabilidade pelo risco de perecimento
Direito à informação em particular ou deterioração da coisa.
5 — O consumidor tem direito à assistência após a
1 — O fornecedor de bens ou prestador de serviços venda, com incidência no fornecimento de peças e aces-
deve, tanto nas negociações como na celebração de um sórios, pelo período de duração média normal dos pro-
contrato, informar de forma clara, objectiva e adequada dutos fornecidos.
o consumidor, nomeadamente, sobre características, 6 — É vedado ao fornecedor ou prestador de serviços
composição e preço do bem ou serviço, bem como sobre fazer depender o fornecimento de um bem ou a pres-
o período de vigência do contrato, garantias, prazos de tação de um serviço da aquisição ou da prestação de
entrega e assistência após o negócio jurídico. um outro ou outros.
2 — A obrigação de informar impende também sobre 7 — Sem prejuízo de regimes mais favoráveis nos con-
o produtor, o fabricante, o importador, o distribuidor, tratos que resultem da iniciativa do fornecedor de bens
2186 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 176 — 31-7-1996
a) Solicitar e obter dos fornecedores de bens e O regime de responsabilidade por serviços prestados
prestadores de serviços, bem como das entida- por profissionais liberais será regulado em leis próprias.
des referidas no n.o 2 do artigo 2.o, mediante
pedido fundamentado, as informações, os ele-
mentos e as diligências que entender necessários Artigo 24.o
à salvaguarda dos direitos e interesses dos Norma revogatória
consumidores;
b) Participar na definição do serviço público de 1 — É revogada a Lei n.o 29/81, de 22 de Agosto.
rádio e de televisão em matéria de informação 2 — Consideram-se feitas à presente lei as referências
e educação dos consumidores; à Lei n.o 29/81, de 22 de Agosto.
N.o 176 — 31-7-1996 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 2189
cer do serviço regional de protecção civil e da respectiva Dezembro, é aditado um n.o 3, com a seguinte redacção:
câmara municipal, o qual dará conhecimento posterior «3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior
à Comisssão Nacional de Protecção Civil. o tempo de serviço prestado em regime de substituição
4 — Nas Regiões Autónomas, a responsabilidade ine- em lugares de chefia considera-se, para todos os efeitos
rente à protecção civil no espaço sob jurisdição da auto- legais, designadamente antiguidade, progressão na cate-
ridade marítima cabe a esta autoridade, sem prejuízo goria e promoção, como prestado na categoria corres-
da necessária articulação com o serviço regional de pro- pondente ao cargo exercido naquele regime, quando
tecção civil.» o substituto venha nela a ser provido a título normal
e sem interrupção de funções.»
Aprovada em 20 de Junho de 1996. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 20
de Junho de 1996. — António Manuel de Oliveira Guter-
O Presidente da Assembleia da República, António res — António Luciano Pacheco de Sousa Franco — João
de Almeida Santos. Cardona Gomes Cravinho — Jorge Paulo Sacadura
Almeida Coelho.
Promulgada em 12 de Julho de 1996.
Publique-se. Promulgado em 12 de Julho de 1996.