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JULIANA OLIVEIRA GOMES e MAKILIM NUNES BAPTISTA

foram encontradas diferenças significativas apenas em relação à medida de Concentração do Teste


de Atenção Dividida [F(2, 212)=3,370; p=0,036). Por meio da prova de Tukey, foram diferenciadas
as classes D, C2 e C1 das classes B1, A2 e A1, não tendo sido encontradas diferenças em relação à
classe B2.
Os participantes com atividade laboral apresentaram média de 116,06 pontos na Escala de
Depressão (DP=42,59), enquanto os que não trabalhavam no momento da aplicação apresentaram
média de 103,03 pontos (DP=44,35). Esta diferença de média mostrou-se significativa para a EDEP
(p ≤ 0,05) e também para a medida de Velocidade com Qualidade no Teste de Atenção Dividida
(p ≤ 0,05). Aqueles que afirmaram possuir familiares diagnosticados com depressão, embora em
menor número (n=82), apresentaram média de 91,20 pontos na EDEP (DP=50,36), sendo
significativamente mais altas em relação aos participantes que não relataram possuir parentes
depressivos, que tiveram média de 75,06 (DP=40,36) pontos (t=-2,45; p=0,015).
Embora somente nove participantes relataram ter passado por avaliação psicológica,
recebendo diagnóstico de depressão, por meio da análise de variância percebeu-se que este grupo
se diferenciou significativamente em relação aos demais participantes, que não passaram por avaliação
psicológica, ou a fizeram, não recebendo diagnóstico de depressão ou ainda recebendo diagnóstico
de outra doença. A prova de Tukey constatou a existência destes dois grupos [F(3, 212)=9,463;
p=0,000).
No que se refere à medida de sustentação, gerada pelo Teste de Atenção Sustentada, foi
realizada diferença de média por meio da ANOVA, pois nesta medida são gerados, ao todo, cinco
grupos, relativos aos que a sustentação diminuiu muito, diminuiu, aumentou muito, aumentou e
não sofreu alterações. Neste estudo, foram gerados três grupos, em que a sustentação diminuiu,
aumentou e não mudou. Estes grupos, porém, não se diferenciaram no resultado da EDEP [F(2,
212)=1,094; p=0,337].

DISCUS SÃO
DISCUSSÃO

Primeiramente, faz-se interessante salientar que são poucas as pesquisas no cenário brasileiro
que se propuseram a investigar a relação entre os construtos analisados neste trabalho, isto é, a
depressão e atenção (Baptista, Lima et al., 2006; Porto et al., 2002). No cenário internacional, pesquisas
que demonstram alterações significativas no padrão da atenção em depressivos são um pouco mais
freqüentes (Álvarez, 2008; Gallardo et al., 1999; Karparova et al., 2007; Lahr, Beblo e Hartje, 2007;
Levin et al., 2007; Ravnkilde et al., 2002; Stordal et al., 2004), quando comparadas com a produção
nacional (Porto et al., 2002).
O objetivo principal desta pesquisa foi avaliar a associação entre a Escala de Depressão
(EDEP) com medidas de atenção dividida e sustentada. Os resultados das correlações demonstraram
que as associações entre as variáveis pesquisadas não corroboraram os resultados da bibliografia
consultada, não tendo sido encontrados valores significativos (APA, 2002; Baptista, Lima et al., 2006;
Baptista, Baptista e Oliveira, 2004; Brundtland, 2000; Khandolwal et al., 2001; Porto et al., 2002;
Ravnkilde et al., 2002; Rozenthal, Laks e Engelhardt, 2004). Todavia, de maneira geral, analisando-se

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