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Dos 114 voluntários contribuintes em responder nossa pesquisa

possuímos representantes das regiões do Brasil, sendo, 90 (79%) do Sudeste,


20 (18%) do Sul, 2 (2%) do Nordeste e 2 pessoas, uma do Leste e outra do
Norte.

Para melhor aproveitamento das respostas utilizamos a demonstração


das tabelas. A tabela 1 presente demonstra que a média de idade foi de 28,3
(DP = 11,6). A maioria da amostra foi de mulheres (77,2%). A participação dos
respondentes foi voluntária.

Tabela 1 – Dados dos gêneros dos participantes do estudo.

Diante a nossa única questão aberta, foi sobre a faixa etária dos
voluntários, onde os mesmos, digitavam sua idade. Nisso obtemos a seguinte
descrição demonstrada na tabela 2. A média se concentra em 63.0.

Tabela 2 – Descrição da faixa etária dos contribuintes.


Os resultados apontaram que o aumento e desenvolvimento de
ansiedade está positivamente e significativamente associada ao período de
pandemia (t = (112) -4,23, p = 0,001).

Tabela 3 – Frequência posterior ao questionamento sobre desenvolvimento da ansiedade.

Os pacientes que responderam ao questionamento sobre o


desenvolvimento da ansiedade, visto assim, como demonstrado na tabela 5,
pode se notar que 19,3% foram diagnosticados por um profissional de saúde e
43,9% se autodiagnosticaram com a doença.

Tabela 4 – Frequência do desenvolvimento da ansiedade durante a época pandêmica.

Tabela 5 – Frequência do desenvolvimento da ansiedade durante a época pandêmica e foram


diagnosticados ou não.
Dito isso, foi conclusivo a média calculada dos voluntários sobre a
desenvoltura da ansiedade perante a pandemia, fazendo assim

Tabela 6 – Média calculada da ansiedade na época pandêmica.

Diante da necessidade de distanciamento para evitar contaminações e


exposição ao vírus durante a pandemia de Covid-19, o processo de Lockdown
surgiu como uma das formas encontradas de prevenção, trazendo consigo o
isolamento em massa e modificando as formas de conexão e comunicação até
então conhecidas. O ser humano, portanto, se viu numa situação atípica, tanto
em zonas rurais quanto em cidades, necessitando adotar um comportamento
de distanciamento entre indivíduo e a sociedade. Segundo o artigo da Beatriz
Schmidt, “Covid-19 Pandemic, Social Isolation, Mental Health Consequences
and Coping Strategies: An Integrative Review”, a pesquisa realizada revela
sintomas moderados a severos de ansiedade, depressão e estresse, em
28,8%, 16,5% e 8,1% dos respondentes foram feitos com a população geral
chinesa referente aos impactos mentais relacionados à pandemia e os
resultados demonstraram grande amplitude na decorrência de sintomas
relacionados à ansiedade e estresse. Considerando a importância do
isolamento social, Pedro Afonso (2020), defende que a falta de contato com
outras pessoas provoca problemas psicológicos, levando ao aumento de
síndromes diagnosticadas e também de novos casos. Seguindo a mesma
abordagem em “Mental health and psychological interventions during the new
coronavírus pandemic”, obtemos as informações sobre a rápida propagação do
vírus ao nível global, assim como a imprecisão sobre o controle da doença e as
suas gravidades, tornando a incerteza um fator importante para o aumento da
ansiedade entre as pessoas que estão em isolamento.

Seguindo as médias calculadas a primeira hipótese do “Processo de


isolamento durante a pandemia acarretou no aumento da ansiedade”, pode ser
considerada correta, tendo abertura para uma margem de erro, devido a
limitação de indivíduos que responderam à pesquisa e aos cálculos para
medição de pontuação da escala de ansiedade DASS-21, utilizamos a
ferramenta do google forms em uma escala de 1 à 5, enquanto o teste é
medido de 0 à 3, por falta de opção na plataforma, consideramos 1 = 0, 2 = 1, 3
= 2, 4 = 2, 5 = 3.

Tabela 7 – Médias calculadas a primeira hipótese “Processo de isolamento durante a


pandemia acarretou no aumento da ansiedade”.

Já na segunda hipótese referente aos efeitos pandêmicos de


adoecimentos e perdas acarretou no aumento da ansiedade, levamos em conta
apenas aqueles indivíduos que informaram ter tido alguma perda próxima (42
pessoas para a medição), mostrou-se também significativamente considerável
para confirmação do aumento do transtorno (t = (40,0) -2,10, p = 0,042).

Tabela 8 – Médias calculadas a segunda hipótese “Efeitos pandêmicos de adoecimentos e


perdas acarretou no aumento da ansiedade”.

No entanto para a confirmação do aumento de ansiedade motivado pelo


adoecimento, realizamos os cálculos com os 112 voluntários, não obtivemos
uma margem significante para a hipótese, como resultado para a outra parte da
segunda hipótese (t = (112) -1,66, p = 0,100).

Tabela 9 – Médias calculadas aumento de ansiedade motivado pelo adoecimento.

Como já abordado anteriormente, 50 dos entrevistados apontam ter


desenvolvido sintomas de ansiedade durante a pandemia e outros 22 já
possuíam o diagnóstico, fazendo uma totalização de 72 pessoas com os
sintomas de ansiedade na pesquisa. Dentre esses, 36 apontam que não
possuíam sintomas de ansiedade antes da pandemia, possibilitando observar o
impacto da doença na saúde mental e física dos participantes. Dentre os 72
entrevistados que indicaram possuir sintomas de ansiedade, 59 se mostravam
ansiosos diante as notícias anunciadas pelos canais de mídia durante a
pandemia e dentre esses, 46 participantes acreditam que o governo brasileiro
não prestou o devido auxílio durante a Covid-19, podendo possuir uma
determinada relação entre as notícias diárias da doença e a forma de
tratamento adotado pelo governo brasileiro.

Já 57 dos 72 participantes que possuem sintomas de ansiedade,


acreditam que possam ter desenvolvido ou agravado sua ansiedade devido ao
distanciamento social recomendado pela OMS, o que reflete a necessidade
humana de se conectarem com outras pessoas e a fragilidade dos vínculos
durante a pandemia. Nesse período, a necessidade de amigos e familiares era
mais acentuada e a falta de pessoas disponíveis para a interação diária ser
percebida pelos resultados do estudo, pois a maioria dos participantes que já
possuíam ou passaram a possuir ansiedade na pandemia, relataram que o
distanciamento social agravou ou gerou os seus sintomas. Em contrapartida,
33 dos participantes informaram que, através do isolamento, tiveram impactos
no seu meio social relacionados a conflitos familiares, e através das respostas,
podemos indagar a dificuldade do convívio entre as famílias que precisavam
passar o isolamento social juntos, convivendo na mesma casa. As questões de
ansiedade podem abranger a dificuldade de mudança e adaptação ao
ambiente, logo, a mudança repentina no dia a dia das famílias apresentou
considerável impacto na saúde mental e física de todos os envolvidos.

Dentre as pessoas entrevistadas que possuem sintomas de ansiedade,


35 afirmaram que passaram pelo luto de algum ente querido ou familiar durante
a pandemia e, dentre elas, 13 pessoas afirmam que perder alguém próximo
afetou sua saúde mental. A perda de pessoas de convivência na pandemia
demonstrou-se um tópico de difícil aceitação para a maioria das pessoas
envolvidas e, por sua vez, o surgimento de pessoas com sintomas de
ansiedade após a Covid-19 se tornou algo de maior amplitude, por decorrência
das dificuldades vividas durante o período.

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