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Alterações Emocionais em Gestantes

em Período de Pandemia (COVID-19)

Rafaela de Almeida Schiavo

Jéssica Caroline Barbosa de Castro

Editora MaterOnline, Agudos

2020
Agradecimentos
Agradeço todas as gestantes que participaram desta pesquisa.

Agradeço as psicólogas alunas do Instituto MaterOnline que gentilmente auxiliaram


nesta pesquisa, aplicando os instrumentos em gestantes e atendendo aquelas que
precisaram de um acolhimento.

Os agradecimentos vão para: Carine Melo Oliveira; Ana Carolina Lucena de Souza
Moreno; Thanandra Taíza Pereira Dias ; Tatiana Pepe Faria, Mariane de Paula, Lourena
Manzini Maciel V. Real, Jéssica Yohana Gribler, Jéssica de Castro Barbosa, Gislaine Apa-
recida Marquesone, Danielle Marinho Veigas Emílio, Dafne Rosane Oliveira, Ariádna
Brandão Gomes Perim.
Resumo
Introdução: O período perinatal é um momento potencial de risco para altera-
ções emocionais maternas. O objetivo deste estudo foi avaliar e comparar alterações
emocionais em gestantes no terceiro trimestre em momento e não momento de CO-
VID-19. Métodos: Participaram da pesquisa 160 gestantes, 80 no Grupo 1 (época de
COVID-19) e 80 no Grupo 2 (época anterior ao COVID-19). Avaliou-se ansiedade, es-
tresse e depressão por meio dos instrumentos IDATE; ISSL e BDI. Resultados: Há dife-
renças significativas entre a manifestação de estresse e depressão nos grupos 1 e 2.
Discussão: O Grupo 1 apresentou maior frequência de alterações emocionais significa-
tivas, indicando que em época de pandemia os riscos para saúde mental materna são
ainda maiores do que em época de não pandemia. Conclusão: Psicólogos precisam
voltar sua atenção e capacitação para atendimento psicológico às gestantes seja de
forma online ou presencial.

Palavras-Chave: Covid-19; Gestação; Estresse; Ansiedade; Depressão


Abstract
Introduction: The perinatal period is a potential risk moment for maternal emotio-
nal changes. The aim of this study was to evaluate and compare emotional changes
in pregnant women in the third trimester at the time and at the time of COVID-19.
Methods: The research comprehended160 pregnant women: 80 in Group 1 (time of
COVID-19) and 80 in Group 2 (time before COVID-19). Stress, depression and anxiety
using instruments, STAI, ISSL and BDI. Results: The results indicate that there is a diffe-
rence between the manifestation of stress and depression in groups 1 and 2. Discus-
sion: Group 1 shows a higher frequency of emotional changes, what indicates that in
the pandemic period, the risks to maternal mental health are still greater than in no
pandemic time. Conclusion: The conclusion was that psychologists should turn greater
attention to pregnant women to provide them psychological assistance either online
or in person.

Key Words: Covid-19; Pregnancy; Stress; Anxiety; Depression


Resumen
Introducción: El período perinatal es un momento potencial de riesgo para los cam-
bios emocionales maternos. El objetivo de este estudio fue evaluar y comparar los
cambios emocionales en mujeres embarazadas en el tercer trimestre en el momento
y en el momento de COVID-19. Métodos: 160 mujeres embarazadas participaron en la
investigación, 80 en el Grupo 1 (tiempo de COVID-19) y 80 en el Grupo 2 (tiempo antes
de COVID-19). Han sido utilizados los instrumentos IDATE; ISSL y BDI para avaliar. Re-
sultados: Hay una diferencia entre la manifestación de estrés y depresión en los grupos
1 y 2. Discusión: El grupo 1 mostró una mayor frecuencia de cambios emocionales, lo
que indica que período pandémico los riesgos para la salud mental materna son aún
mayores que en ese momento no pandémica. Conclusión: Los psicólogos deben estar
muy atentos a las mujeres embarazadas y brindarles asistencia psicológica sea online
o en persona.

Palabras Clave: Covid-19; Embarazo; Estrés; Ansiedade; Depresión


Alterações Emocionais em Gestantes em Período de Pandemia (COVID-19)

Sumário

Introdução 09
Metodologia 12
Resultados 18
Discussão dos Resultados 24
Conclusão 27
Referências Bibliográficas 30

08 Rafaela de Almeida Schiavo & Jéssica Caroline Barbosa de Castro


Alterações Emocionais em Gestantes em Período de Pandemia (COVID-19)

Introdução

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Alterações Emocionais em Gestantes em Período de Pandemia (COVID-19)

Alteração emocional materna durante o período de gravidez é muito frequente e


apresenta prevalência alta no Brasil (Silva e cols., 2010; Faisal-Cury, Araya, Zugaib &
Menezes, 2010; Rodrigues & Schiavo, 2011; Schiavo, Rodrigues & Perosa, 2018; Schia-
vo & Perosa, 2020). Mais da metade das gestantes apresentam sintomas de estresse
(Rodrigues & Schiavo, 2011), 36% apresentam sintomas de alta ansiedade (Schiavo e
cols, 2018) e 22% sintomas de depressão (Schiavo & Perosa, 2020).

Silva e cols. (2010) realizaram um estudo transversal com 1267 gestantes brasileiras
usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) para verificar a prevalência de Transtorno
Mental Comum (TMC), que trata de alterações emocionais que não chegam ao nível
psiquiátrico. Os resultados indicaram que a prevalência de TMC em gestantes foi de
41%. Já Faisal-Cury e cols. (2010) investigaram 831 gestantes brasileiras usuárias do
SUS e encontraram 34% de prevalência de TMC entre elas.

Um estudo realizado com 120 gestantes adolescentes brasileiras utilizando a Escala


Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HAD) e a Escala de Ideação Suicida de Beck,
indicou que 23% das participantes apresentaram ansiedade, 21% depressão e 17%
ideação suicida. Observou-se também, a associação da ideação suicida com depressão
(Freitas & Botega, 2002).

Heron, O’Connor, Evans, Golding & Glover (2004) encontraram dados indicando
que a ansiedade no período gestacional pode ser também um indicativo do apareci-
mento de ansiedade no período pós-natal ou, até mesmo, do aparecimento de de-
pressão pós-parto. O mesmo pode ocorrer quando a gestante apresenta estresse na
gestação (Rodrigues & Schiavo, 2011) e depressão no período pré-natal (Schiavo &
Perosa, 2020).

Tempos de Pandemia COVID-19

Em 2020 a saúde mental de milhares de pessoas está sendo impactada por causa
da pandemia gerada pelo COVID-19 (Schmidt, Crepaldi, Bolze, Neiva-Silva & Demene-
ch., 2020). Infelizmente, a saúde mental é negligenciada e a negligência pode impactar
negativamente uma vez que, o adoecimento mental pode se estender para além do
período de pandemia (Ornell, Schuch, Sordi & Kessler, 2020).

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Um estudo realizado na China com 1210 entrevistados identificou que 53.8% dos
entrevistados apresentaram alterações emocionais significativas, 16.5% apresentaram
sintomas depressivos, 28.8% sintomas de ansiedade e 8.1% de estresse (Wang e cols.,
2020).

Apesar de gestantes não pertencerem ao grupo de maior risco pela contaminação


de COVID-19 (Rasmussen, Smulian, Lednicky, Wen & Jamieson, 2020; Chen e cols.,
2020; Liu e cols., 2020), essas pertencem à um grupo de risco para desenvolver al-
teração emocional significativa no período da gestação (Rodrigues & Schiavo, 2011;
Schiavo e cols., 2018; Schiavo & Perosa, 2020).

Acredita-se que o momento de pandemia é potencial gerador de risco para o au-


mento da prevalência de alterações emocionais significativas em gestantes por diver-
sos motivos como isolamento social, a falta de informação correta sobre as vias de
contaminação, a ameaça do desemprego e a violência doméstica entre outros.

Desta forma, este estudo pretende avaliar sintomas de ansiedade estado, estresse
e depressão em gestantes do terceiro trimestre que estão vivenciando o momento
de pandemia COVID-19 e compará-los aos resultados já obtidos de pesquisa anterior
realizada entre os anos de 2012 a 2014 quando gestantes foram avaliadas, medindo o
seu nível de ansiedade, estresse e depressão no terceiro trimestre.

A hipótese é de que em momento de pandemia o nível de ansiedade estado, es-


tresse e depressão estão mais elevados em gestantes no terceiro trimestre, quando
comparadas às gestantes que não vivenciavam esse momento.

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Metodologia

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Participaram deste estudo 160 gestantes no terceiro trimestre, 80 fizeram parte do


Grupo 1: Gestantes cujos os dados foram coletados entre maio e junho de 2020 e 80
fizeram parte do Grupo 2: Gestantes cujo os dados já foram coletados entre os anos
de 2012 e 2014.

A amostra do Grupo 2 foi obtida de um banco de dados de 320 gestantes que par-
ticiparam de uma pesquisa maior entre os anos de 2012 e 2014. Buscou-se selecio-
nar as gestantes desse banco de dados com características de idade igual e situação
marital semelhante - vive ou não vive com parceiro (a) - para comparar os resultados.
Tentou-se equiparar outras variáveis sociodemográficas como paridade, escolaridade
e renda. Entretanto, isso não foi possível, pois teste estatístico mostrou que há diferen-
ça entre os grupos para essas variáveis.

Local: As gestantes do Grupo 1 participaram da pesquisa respondendo aos instru-


mentos de forma online por meio de videoconferência, seguindo as recomendações
de isolamento social em período da pandemia, ou presencial quando foi possível em
hospitais ou Unidades Básicas de Saúde em que o atendimento presencial era neces-
sário.

As gestantes do Grupo 2 foram identificadas e convidadas para participar da pes-


quisa quando em sala de espera para passar por consulta pré-natal em Unidades Bási-
cas de Saúde em cidades do interior paulista.

Material

a) Entrevista Inicial

Para obter informações foi aplicado um questionário com 11 questões, sendo cinco
questões referentes aos dados sociodemográficos (idade, estado civil, escolaridade,
renda familiar, número de filhos), três questões referentes aos antecedentes clínicos
(saúde e saúde mental anterior à gestação, saúde durante a gestação) e duas questões
referentes à gestação (ameaça de aborto da gestação atual e abortamento anterior).
Também foi perguntado às gestantes se ela e o parceiro desejaram (ou não) o bebê.

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b) Inventário de Ansiedade Traço/Estado (IDATE)

Em 1970, Spielberger, Gorsuch e Lushene elaboraram o Inventário de Ansiedade


Traço/Estado (IDATE) de auto aplicação para jovens e adultos, traduzido e adaptado
para o português por Biaggio e Natalício (1979). É um instrumento composto de duas
escalas para avaliar Ansiedade/estado (A-Estado) e Ansiedade/traço (A-Traço). A partir
de 20 ítens, o indivíduo deve avaliar a si mesmo, em uma escala de quatro pontos. Os
escores brutos devem ser transformados em escores normalizados (escore T). Para
este estudo, optou-se por utilizar somente a escala para medir Ansiedade Estado, que
se refere a como a pessoa se sente no momento e não no cotidiano. Como indicativo
de sintomas de ansiedade estado em nível clínico, foi utilizado o critério de corte de
escore igual ou acima do percentil 75, já utilizado em outros estudos (Schiavo e cols.,
2018; Perosa, Canavez, Silveira, Padovani & Peraçoli., 2009).

Em relação à suas qualidades psicométricas, Schiavo e cols. (2018) encontraram um


Alfa de Cronbach de 0,67 para ansiedade estado e 0,63 para ansiedade traço indican-
do que os índices de consistência para a versão em português do IDATE aplicado em
gestantes, foram de moderado a bom.

c) Inventário de Sintomas de Estresse de Lipp (ISSL)

O Inventário de Sintomas de Stress de Lipp (ISSL) para adultos acima de 15 anos


(LIPP, 2000), é composto por três quadros, cada um avaliando possível presença de
sintomas de estresse, em três momentos (quadro 1: 24 horas; quadro 2: uma semana
e quadro 3: um mês). Cada quadro é composto por Sintomas Físicos (F) e Sintomas Psi-
cológicos (P). Após a tabulação dos dados, deve-se obter seis escores: três físicos (F) e
três psicológicos (P). Em seguida, somam-se os escores P + F por quadro, de modo que
se tenham três escores, um para cada quadro do inventário. Se, nas últimas 24 horas,
P1+F1 > 6; na última semana, P2+F2 > 3 ou nos últimos 30 dias P3+F3> 8, pode-se con-
cluir que a pessoa tem estresse, naquele momento e em que fase do mesmo a pessoa
se encontra, se na fase de Alerta, fase de Resistência, fase de Quase exaustão ou fase
de Exaustão. A confiabilidade do teste foi dada pelo coeficiente Alfa de 0,91;

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d) Inventário de Depressão (BDI - Beck Depression Inventory)

O BDI, criado em 1961 por Beck, Ward, Mendelson, Mock e Erbaugh e revisado por
Beck, Rush, Shaw e Emery entre 1979/1982, foi traduzido e adaptado para o Brasil
por Cunha (2001). É uma escala de autoavaliação de manifestações comportamen-
tais de depressão, sem finalidade diagnóstica. Este instrumento é composto por 21
categorias de sintomas e atitudes, com quatro afirmações, cada uma, refletindo um
grau crescente de severidade de depressão (de 0 a 3). Obtém-se o escore total do BDI
somando os escores correspondentes às alternativas assinaladas nos 21 itens (Cunha,
2001). Como ponto de corte, foi utilizado o escore superior a 18, critério sugerido por
Oliver; Simmons (1984, citado por Cunha, 2001) para pacientes não diagnosticados
com transtornos psiquiátricos. A consistência interna do BDI foi de 0,84 e a correlação
entre teste e reteste foi de 0,95 (p < 0,001) (Cunha, 2001).

Procedimento de Coleta de dados

O recrutamento das participantes do Grupo 1 formaram uma amostra de conve-


niência, onde as gestantes foram identificadas por Psicólogas que acompanham ges-
tantes em hospitais, Unidades Básicas de Saúde ou atendimento clínico em diversas
localidades do Brasil.

As psicólogas que se colocarem à disposição para coleta de dados receberam ins-


truções e orientação sobre como aplicar e corrigir os instrumentos. As psicólogas com
acesso às gestantes realizaram o convite e aquelas gestantes que aceitaram participar
da pesquisa responderam aos instrumentos. As psicólogas com acesso direto às ges-
tantes por frequentarem o serviço de saúde, aplicaram os instrumentos de forma pre-
sencial, e aquelas psicólogas que não tiveram acesso às gestantes de forma presencial
aplicaram os instrumentos via videoconferência mediante agendamento.

Para padronizar a aplicação do instrumento, todas as psicólogas colaboradoras do


estudo leram em voz alta a pergunta para a gestante e ofereceram as opções de res-
posta. A gestante em voz alta anunciava a alternativa que ela se identificava melhor e
a psicóloga então anotava no caderno de resposta de cada instrumento.

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Ao concluir a aplicação dos questionários, as psicólogas realizaram a correção dos


instrumentos e informaram a participante dos resultados. Gestantes que apresenta-
ram alterações emocionais significativas e que não estavam recebendo atendimento
psicológico foram convidadas a recebê-lo caso desejassem atendimento psicológico
online e gratuito, que foi oferecido por voluntárias, psicólogas perinatal.

Grupo 2 ocorreu em Unidades Básicas de Saúde em três cidades do interior pau-


lista. A pesquisadora, primeira autora deste estudo, se dirigia a todas as gestantes
que estavam no terceiro trimestre e que aguardavam na sala de espera para serem
atendidas pelo obstetra e fazia o convite para participação da pesquisa, informando
que deveriam responder a instrumentos que avaliariam sintomas de ansiedade, es-
tresse e depressão. As gestantes que aceitaram participar, após assinarem o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido, em ambiente reservado, na unidade de saúde,
responderam aos instrumentos. Todas as gestantes eram informadas sobre os resulta-
dos dos instrumentos: as que pontuavam para sintomas de ansiedade, estresse e/ou
depressão foram orientadas a procurar por atendimento psicológico clínico especiali-
zado e a pesquisadora entregava para estas gestantes o telefone e endereço do local
para busca desse atendimento.

Critérios de Inclusão: Gestantes no terceiro trimestre.

Critério de Exclusão: Ter antecedentes psiquiátricos e Gestação de alto risco.

Procedimentos de Análise dos dados

Os dados foram analisados usando o programa Statistical Package for the Social
Sciences (SPSS, versão 21.0; Chicago INc II, USA), realizando-se análises estatísticas
descritivas e inferenciais.

A análise descritiva foi realizada em termos de medianas, valores máximo e míni-


mo, para as variáveis numéricas. As variáveis categóricas foram analisadas por meio
de frequência e porcentagem. Para análise estatística inferencial de diferenças (entre)
grupo quanto a pontuação nos instrumentos de ansiedade e depressão foi utilizado o
Teste de Manny-Whitiney e para análise de diferenças entre os grupos em relação às

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que apresentavam sintomas de ansiedade, estresse e /ou depressão foi utilizado o tes-
te de Qui-Quadrado de aderência, adotando-se p < 0.05 como nível crítico. Antes de
proceder à análise estatística inferencial, foi aplicado o teste de Kolmogorov-Smirnov
para testar a normalidade das variáveis, que indicou que a distribuição da amostra é
diferente da distribuição normal.

Procedimento ético

Aprovação do Comitê de Ética da Faculdade de Medicina de Botucatu para a inves-


tigação com o Grupo 1 (época de COVID-19) CAAE: 37711020.6.0000.5411 e a Apro-
vação do Comitê de Ética da investigação com o Grupo 2 (época de não COVID-19) foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de Botucatu
UNESP (processo nº 4166-2012).

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Resultados

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Observa-se na Tabela 1 que viver junto com o parceiro foi à única característica se-
melhante entre os grupos; as demais características indicam que o grupo menos favo-
recido nas questões sociodemográficas foi o de gestantes em época de não COVID-19.

Tabela 1. Caracterização da amostra

Características Maternas Grupo 1 Grupo 2

Grupo 1 (n=80) Grupo 2 (n=80)

Frequ. % Frequ. %

Paridade (primigestas) 53 66 28 35

Vive junto com parceiro(a) 70 87 69 86

Acima 9 anos de Escolaridade 73 91 47 59

Renda Familiar acima de


57 71 13 16
3 salários

Gestação Desejada 66 82 49 61

Freq. Frequência; % Porcentagem. Fonte: Autoria própria

Nota-se na tabela 2 que a alteração emocional mais frequente em mulheres no ter-


ceiro trimestre de gestação independentemente de estar ou não em período de COVID

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é o estresse e a de menor frequência são os sintomas de depressão. Nota-se também


que as fases de quase exaustão e exaustão são mais frequentes no grupo de gestantes
em época de COVID-19.

Tabela 2. Prevalência de alterações emocionais em gestantes no


terceiro trimestre em época de COVID-19 (grupo 0) e não COVID-19
(grupo 1) (N=160)

Saúde Emocional Materna Grupo 1 Grupo 2

Grupo 1 (n=80) Grupo 2 (n=80)

Frequ. % Frequ. %

Sintomas de Alta Ansiedade 29 36 26 32


Estado

Sintomas de Estresse 61 76 49 61

Estresse em fase de quase 13 16 3 4


exaustão e exaustão

Sintomas de depressão 23 29 14 17

Freq. Frequência; % Porcentagem. Fonte: Autoria própria

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Nota-se na Tabela 3 que a média de score obtido na escala de ansiedade se manteve


o mesmo para gestantes em época ou não de COVID-19, já para os sintomas de depres-
são é possível observar que a média de score obtido da aplicação da escala foi maior
para o grupo de gestantes em época de COVID-19.

Tabela 3. Média da pontuação nos instrumentos de ansiedade e de-


pressão em gestantes no terceiro trimestre em época de COVID-19
(grupo 0) e não COVID-19 (grupo 1) (N=160)

Saúde Grupo 1 Grupo 2


Emocional
Materna Grupo 1 (n=80) Grupo 2 (n=80)

DP Min Max DP Min Max

Ansiedade 43,7 11,60 25 75 43,5 10,36 23 70


Estado
5 5 6 8

Depressão 14,0 8,541 0 40 11,5 9,429 0 40

1 5

X: média; DP: Desvio Padrão; Min: valor mínimo; Max: valor máximo. Fonte: Autoria própria

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Observa-se na tabela 4 que não há diferença significativa entre o nível de ansiedade


de gestantes em período ou não de COVID-19, mas há diferença significativa no nível
de sintomas de depressão: a tabela 3 permite inferir que o grupo de gestantes em épo-
ca de COVID-19 é o mais afetado.

Tabela 4. Diferença do score de ansiedade estado e de depressão


entre gestantes no terceiro trimestre em época de COVID-19 (grupo
0) e não COVID-19 (grupo 1) (N=160)

Saúde
Emocional U Z p-valor
Materna

312 -0,2 0,790


Ansiedade
Estado
2 7

Depressão 253 -2,2 0,024

7 6

U: Teste Mann-Whitney; Z: medida do tamanho do efeito; p-valor do teste Mann-Whitney.


Fonte: Autoria própria

Observa-se na Tabela 5 que há diferença significativa entre os grupos quanto ao


estresse em fase de quase exaustão e exaustão e os sintomas de depressão, onde ges-
tantes que foram avaliadas em época de COVID-19 apresentaram-se mais afetadas em
sua saúde emocional.

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Tabela 5. Diferença entre a presença de sintomas de ansiedade, es-


tresse e depressão entre gestantes no terceiro trimestre em época
de COVID-19 (grupo 1) e não COVID-19 (grupo 2)

Frequência Frequência
Saúde Emocional
Esperada Observada
Materna

p-
G1 G2 X² GL valor

Sintomas de Alta 27,5 29 26 0,16 1 0,686


Ansiedade Estado
4

Sintomas de Estresse 55 61 49 1,3 1 0,253

Estresse em fase de quase 8 13 3 6,25 1 0,012


exaustão e exaustão

Sintomas de depressão 18,5 23 14 2,18 1 0,139

X²: valor do Qui-quadrado; GL: Grau de Liberdade; p-valor: teste Qui-quadrado de aderência
Fonte: Autoria própria

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Discussão dos
Resultados

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O estudo buscou comparar alterações emocionais significativas entre gestantes no


terceiro trimestre de gravidez em período e não período de COVID-19. Os dados en-
contrados indicam que a hipótese de que os sintomas de estresse e depressão em ges-
tantes do Grupo 1 estão mais frequentes quando comparados às gestantes do Grupo
2 é verdadeira. Entretanto, a hipótese de que a ansiedade entre esses grupos também
seria diferente não foi observada nesta amostra.

Os grupos apresentaram características sociodemográficas diferentes como parida-


de, escolaridade, renda e desejo pela gestação, sendo que o Grupo 2 apresentou mais
características de risco para alterações emocionais significativas do que o Grupo 1.

O Grupo 2 teve maior participação de multigestas. Para Schiavo e cols., (2018) ges-
tantes que já são mães de mais de um filho nascido são mais propensas a apresentar
alterações emocionais significativas; também foi observado no Grupo 2 um número
menor de participantes com nove anos ou mais de escolaridade e com renda familiar
menor que três salários, o que também é considerado fator de risco para alterações
emocionais significativas na gestação (Koleva, Stuart, O’Hara & Bowman-Reif, 2011;
Pereira & Lovisi, 2008; Beretta e cols., 2008; Stein e cols., 2008). Tanto no Grupo 1
como no 2 a maioria das participantes desejaram a gestação, entretanto notou-se uma
frequência maior de gravidez desejada para o Grupo 1. O não desejo pela gestação é
considerado fator de risco para alterações emocionais significativas (Schiavo e cols.,
2018).

Os resultados revelaram que a prevalência de sintomas de ansiedade bem como a


pontuação média obtida na escala em momento ou não de COVID-19 foi semelhante
para ambos os grupos, indicando que gestantes em período de COVID-19 não estão
mais ansiosas no final da gestação do que em época anterior à pandemia. A prevalên-
cia encontrada nesse estudo de gestantes no terceiro trimestre que responderam ao
instrumento em período de COVID-19 é bem semelhante também à encontrada em
outro estudo realizado com uma amostra de 479 gestantes no terceiro trimestre, em
período anterior a pandemia (Schiavo e cols., 2018).

Em relação à presença de sintomas de estresse no terceiro trimestre, notou-se que


apesar do Grupo 1 apresenta maior prevalência que o Grupo 2, ainda assim não há

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muita diferenças entre os grupos. A prevalência apresentada no Grupo 1 é bem seme-


lhante à prevalência apresentada em outros estudos anteriores à pandemia referente
ao estresse na gestação (Rodrigues & Schiavo, 2011; Segato, Andrade, Vasconcellos,
Matias & Rolim, 2009).

Já em relação à fase do estresse às fases de quase exaustão e exaustão são conside-


radas altas para um organismo, deixando mais vulnerável à adoecimentos físicos e psí-
quicos (Lipp, 2000). Em um estudo conduzido por Rodrigues e Schiavo (2011) com 98
gestantes no terceiro trimestre, identificaram que 27% apresentavam estresse em fase
de quase exaustão e exaustão e, apesar da prevalência do Grupo 1 deste estudo ser
inferior ao do estudo citado em época anterior à pandemia, a prevalência do Grupo 1
foi muito maior que a encontrada para o Grupo 2 da amostra deste estudo, indicando
que o Grupo 1 foi mais afetado: gestantes em época de pandemia se mostraram com
estresse mais elevado do que gestantes em época anterior ao COVID-19.

A prevalência de sintomas de depressão na gestação e a pontuação média na escala


foi maior para o Grupo 1 indicando que existe diferença significativa entres os grupos.
Um estudo realizado em época de não COVID-19, conduzido com 139 gestantes do
terceiro trimestre, indicou que 22% delas apresentavam sintomas de depressão no
final da gestação (Schiavo & Perosa, 2020). Desta forma, a prevalência encontrada nes-
ta amostra do Grupo 1 também foi bem superior ao resultado encontrado em outro
estudo, indicando que gestantes em período de COVID-19 são mais vulneráveis para
maior pontuação na escala de depressão.

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Conclusão

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Conclui-se que apesar do Grupo 2 apresentar mais características sociodemográ-


ficas de risco para alterações emocionais significativas, foi o grupo de gestantes no
terceiro trimestre que responderam aos instrumentos em época de COVID-19 e que
se mostraram mais vulneráveis às alterações emocionais significativas, indicando a ne-
cessidade de cuidados psicológicos para essa população.

A recomendação em época de pandemia é que os atendimentos psicológicos acon-


teçam via online (Jiang e cols., 2020; Wang e cols., 2020; Xiao, 2020) ou quando com-
provadamente necessário pode ocorrer presencial (CFP, 2020). Existe uma técnica de
atendimento a grupo de gestantes para evitar que alterações emocionais se cronifi-
quem ou apareçam no pós-parto chamada Pré-Natal Psicológico, em que já foi de-
monstrada sua eficácia nos estudos de Arrais; Araújo e Schiavo (2018) e Arrais; Araújo
e Schiavo (2019). Desta forma, é preciso testar também a eficácia dessa técnica de
PNP no modelo online de atendimento, como recurso para prevenção das alterações
emocionais significativas.

Receber informações precisas sobre as formas de prevenção e tratamento podem


diminuir os níveis de ansiedade, estresse e depressão (Wang e cols., 2020). As infor-
mações podem também ser passadas por meio de cartilhas e outros materiais infor-
mativos (Wang e cols., 2020; Weide, Vicentini, Araujo, Machado & Enumo, 2020), bem
como o acolhimento pode ocorrer por meio de ligações e plataformas de atendimento
psicológico online (Jiang e cols., 2020; Zhou, 2020).

Este estudo teve algumas limitações como o número pequeno de participantes no


Grupo 1 que foi base para a organização do Grupo 2. Outra limitação, foi o fato de não
ter conseguido deixar os grupos com características sociodemográficas e de aplicação
dos instrumentos de forma igual para um melhor controle das variáveis entre grupos.

O número de estressores para gestantes tem aumentado nos últimos dias. Recen-
temente, uma pesquisa foi publicada indicando que gestantes Brasileiras apresentam
maiores condições de risco para mortalidade materna por COVID-19, considerando
que o número total de mortes maternas registradas no mundo até o dia 18 de junho
de 2020 foi de 160 mortes, e 124 delas aconteceu só no Brasil (Takemoto e cols., 2020).

28 Rafaela de Almeida Schiavo & Jéssica Caroline Barbosa de Castro


Alterações Emocionais em Gestantes em Período de Pandemia (COVID-19)

Dessa forma, é urgente que profissionais da saúde em especial o psicólogo, voltem


sua atenção para a população de gestantes que em épocas de não pandemia já é um
grupo considerado de risco para alterações emocionais significativas e agora, nesse
novo momento que estamos enfrentando se torna ainda mais importante o serviço
deste profissional.

29 Rafaela de Almeida Schiavo & Jéssica Caroline Barbosa de Castro


Alterações Emocionais em Gestantes em Período de Pandemia (COVID-19)

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