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FARMACOTÉCNICA HOMEOPÁTICA – ARA0722

Aula 5:
Método de Fluxo Contínuo
Profa. Dra. Manoela Kluppel Riekes
manoela.riekes@estacio.br

São José
2023
ÍNDICE
1. Objetivos
2. Dinamizador de fluxo contínuo
3. Calibração do fluxo
4. Técnica de Preparação
5. Referências

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1. OBJETIVOS
 Compreender o funcionamento do dinamizador de fluxo contínuo e em
que situações ele é utilizado;

 Compreender o método de calibração do dinamizador de fluxo


contínuo;

 Compreender os cálculos necessários para preparação a partir


dinamizador de fluxo contínuo;

 Compreender o procedimento padrão para o método de fluxo


contínuo.

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2. DINAMIZADOR DE FLUXO CONTÍNUO
 As altíssimas dinamizações são
praticamente impossíveis de INSUMO
serem preparadas à mão. Para INERTE
tanto, essas potências são
obtidas por meio do
dinamizador de fluxo contínuo.

 O insumo inerte usado nas


preparações intermediárias
obtidas por meio do método
de fluxo contínuo a partir da
potência 30CH é a água
purificada.

 A dispensação do
medicamento homeopático
obtido a partir do método de
fluxo contínuo deve dar-se
somente a partir da 200FC até
a 100.000FC MEDICAMENTO

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2. DINAMIZADOR DE FLUXO CONTÍNUO
 Sistema de alimentação: composto por um funil de separação de fases, que serve de
reservatório do insumo inerte.
 Coluna de vidro: mantém a pressão d’água estável do início ao fim do processo,
garantindo, desse modo, um fluxo contínuo e constante.
 Torneira: permite o escoamento da água do reservatório do insumo inerte para a
câmara de dinamização.
 Válvula: controla o fluxo d’água proveniente do reservatório superior. Ela deve
permitir o escoamento para a câmara de dinamização de volume de insumo inerte
suficiente para preenchê-la ao mesmo tempo em que o motor proporciona cem
rotações.
 Câmara dinamizadora: de vidro termorresistente, para poder ser esterilizado, com
uma entrada superior para o insumo inerte e uma saída lateral para a retirada das
dinamizações.
 Palheta, pá ou hélice de vidro, também termorresistente: promove o
turbilhonamento da diluição.
 Motor: com capacidade suficiente para promover, com a palheta, o tur-bilhonamento
do meio líquido, a fim de liberar energia medicamentosa.
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2. DINAMIZADOR DE FLUXO CONTÍNUO
Pontos importantes para padronização da técnica:
 A entrada do insumo inerte na câmara deve acontecer próxima ao centro do vórtice
do líquido em dinamização. Assim, a água que entra na câmara de dinamização pode
ser turbilhonada antes de ser expulsa.

 A capacidade total da câmara deve ser medida até a altura da saída lateral do líquido,
com o aparelho em funcionamento.

 Cem sucussões correspondem a cem rotações da palheta dinamizadora.

 As partes que entram em contato com o líquido dinamizado (câmara de dinamização


e palheta dinamizadora) devem ser de material termorresistente, para serem
devidamente lavadas em água purificada e, a seguir, esterilizadas, a cada nova
dinamização.

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2. DINAMIZADOR DE FLUXO CONTÍNUO
Pontos importantes para padronização da técnica:
 As partes que entram em contato com o insumo inerte (funil de separação de fases,
coluna de vidro e válvula de regulagem do fluxo) devem ser lavadas em água purificada e
esterilizadas. Os anéis de vedação dessas partes, geralmente feitos de plástico ou de
borracha de qualidade, devem ser lavados em água purificada e deixados imersos por 2
horas em solução de etanol a 77% (v/v) e trocada periodicamente por novos.

 A potência desejada será determinada pelo tempo necessário para sua obtenção. Alcançado o
tempo programado para o término da operação, desligar simultaneamente a entrada de água e
o motor.

 O processo será interrompido sempre duas dinamizações anteriores àquela que se pretende
obter. Fazer mais duas dinamizações manuais de acordo com o método hahnemanniano: a
primeira preparada em etanol a 77% (v/v), para ficar armazenada no estoque e servir como
matriz, e a segunda para atender à prescrição médica.

 As potências que deverão ficar estocadas como matrizes são: 199FC, 499FC, 999FC, 4.999FC,
9.999FC, 49.999FC e 99.999FC, para preparar, respectivamente, as potências 200FC, 500FC,
1MFC, 5MFC, 10MFC, 50MFC e 100MFC.

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3. CALIBRAÇÃO DO FLUXO
Tomando como exemplo um aparelho de fluxo contínuo com uma câmara
de 2 mL de capacidade e com um motor de 3.600 rpm (rotações por minuto):

3.600 rotações ---- 60 segundos


100 rotações -------- x segundos
X = 1,66666 segundos

Portanto, para cada cem rotações temos 1,66666 segundo, ou seja, 2 mL


devem passar pela câmara de dinamização em 1,66666 segundo. Como é
impossível medir 2 mL nesse curto espaço de tempo, deve-se usar um cálice
de 60 mL como padrão:

Para iniciar a calibração, o fluxo deve


2 mL ------------------ 1,666666 segundo
estar montado, o funil deve conter
60 mL ---------------- x segundos água purificada e a câmara de
X = 50 segundos dinamização deve estar vazia

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3. CALIBRAÇÃO DO FLUXO
 Abrir a válvula de controle do fluxo e acionar o motor deixando fluir a água até que a câmara
de dinamização fique totalmente cheia e comece a vazar pela saída lateral através de um dreno
ligado à pia, por exemplo.

 Fechar a válvula de controle do fluxo, esperar o término da saída da água e desligar o motor.

 Trocar o dreno por um cálice de 60 mL, conforme o exemplo dado, para a coleta da água que
sai pela lateral da câmara de dinamização.

 Iniciar o processo, abrindo a válvula de controle do fluxo e ao mesmo tempo acionando o


motor.

 Anotar o tempo necessário para que o nível atinja 60 mL.

 Repetir a operação, regulando a válvula de controle do fluxo até que esse tempo seja de 50
segundos.

 Está pronta a calibração do fluxo de água que entrará na câmara de dinamização. Refazer os
cálculos quando a capacidade da câmara de dinamização e a velocidade do motor forem outras.

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4. TÉCNICA DE PREPARAÇÃO
Tomando por base um aparelho de fluxo contínuo com câmara de
dinamização com capacidade de 2 mL e com motor de 3.600 rpm, teremos o
tempo de 1,6666 para cada dinamização, conforme visto anteriormente.
Para preparar uma 200FC:

Em que,
N = número de dinamizações
FC = potência FC final

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4. TÉCNICA DE PREPARAÇÃO
Assim, para 200FC, teremos:

N = (200FC – 2) – 30CH
N = 198FC – 30CH
N = 168 dinamizações

Se, para cada dinamização, são consumidos 1,66666 segundo (s), teremos: 1,66666 s x
168 dinamizações = 280 s

Para saber o volume de insumo inerte a ser colocado no reservatório de água


purificada, basta multiplicar o fluxo pelo tempo:
V = F xT
V = 60 mL/50 s x 280 s
V = 336 mL

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4. TÉCNICA DE PREPARAÇÃO
Procedimento:
1. Preparar uma 30CH em etanol a 77% (v/v) (ponto de partida para as
dinamizações preparadas pelo método de fluxo contínuo).
2. Encher a câmara de dinamização com a potência 30CH preparada em etanol
a 77% (v/v).
3. Acrescentar quantidade suficiente de água purificada no reservatório superior
e na coluna. Se o volume de solvente para atingir a dinamização desejada for
superior à capacidade do reservatório de água purificada, alimentar o funil de
separação de fases ao longo do processo. Isso pode ser realizado sem
interrupção da dinamização.
4. Acionar simultaneamente a entrada de água e a rotação do motor.
5. Esgotado o tempo previsto para a operação, interromper o processo.
6. Realizar mais duas dinamizações manuais (1/100).

12 https://www.youtube.com/watch?v=Y5Fa9nEuiQw&t=144s
4. TÉCNICA DE PREPARAÇÃO
Procedimento:

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6. REFERÊNCIAS
 Farmacopeia Homeopática Brasileira, 3ª. Ed. , 2011.

 Fontes, O. L. e colaboradores. Farmácia homeopática: Teoria e Prática, 5ª.


Ed., 2018.

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Obrigada pela sua
atenção!
Dúvidas?

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