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MODELO (SIMPLES) DE QUEIXA-CRIME

(nos crimes de ação privada)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO (JUIZADO


CRIMINAL*)

TÍCIO, brasileiro, casado, maior,


escriturário, residente e domiciliado na rua Guararapes nº 83, nesta
cidade, vem, respeitosamente, através de sua Advogada e procuradora
no final firmada (mandato com poderes especiais*) oferecer QUEIXA-
CRIME contra* CAIO, brasileiro, solteiro, maior*, bancário, residente
e domiciliado nesta cidade na rua João XXIII, nº 12, expondo, na
oportunidade, os seguintes fatos:

1. Conforme consta do incluso Termo Circunstanciado* e


demais documentos que o acompanham, o querelante* ,
aproximadamente às 22 horas do dia 1º de fevereiro do corrente ano (2
004), estava sentado numa banqueta existente no “Bar Estrela”, sito
nesta cidade, tomando um lanche. Foi daí que, subitamente, surgiu o
querelado* e sentou-se ao lado do querelante, ao mesmo tempo em que
fez um sinal ao garçom José Alex Azevedo, chamando-o;

2. Quando o garçom aproximou-se, o querelado voltou-se


para o querelante e, “animus injuriandi”*, vociferou: “você é um
imbecil, ignorante e caloteiro”. Estas expressões, ofensivas à
dignidade e ao decoro do querelante, foram nitidamente ouvidas pelo
referido garçom e por mais três fregueses do estabelecimento que

1
estavam sentados numa mesa próxima (“infra”, arrolados como
testemunhas);

3. Dito isto o querelado, como na primeira ofensa, sempre


imbuído de dolo de dano direto e intenção de ofender*, dirigiu-se ao
referido garçom, dizendo: “me sirva o lanche em outra mesa que eu
não me sento ao lado de ladrão”.

4. A atitude do querelado mostra-se de todo insólita, surreal,


já que o querelante mal o conhece, nunca conversou com o mesmo,
conhecendo-o apenas de vista. É possível que o seu ofensor estivesse
embriagado, pois só esta circunstância poderia justificar as contumélias
assacadas levianamente contra o ora querelante.

Assim, havendo o querelado injuriado o


querelante com palavras ofensivas à sua dignidade e ao seu decoro, à
sua honra subjetiva portanto, infringiu o mesmo o disposto no artigo 140
“caput” do Código Penal.

No caso, resultou frustrada a tentativa de


composição do dano** (art. 72, Lei nº 9 099/95), não fazendo jus o
querelado, por outro lado, à transação*** a que alude o artigo 76 da
referida lei, já que foi anteriormente condenado, e de forma definitiva,
pela prática de crime, a pena privativa de liberdade (cf. Certidões de
antecedentes em anexo). Tampouco, e pelo mesmo motivo, poderá
beneficiar-se com o “sursis” processual**** (art. 89, lei citada).

Por outro lado, acautelando eventual


argüição de nulidade, requer o querelante seja observado o disposto no
artigo 520*****do Código de Processo Penal. Ato “extremamente formal”
(TARS – Rec.- Rel. Nério Letti –RT 646/323 e RT46/323), nada obstante as
medidas previstas na Lei nº 9099/95, aqui observadas, a oportunidade de
conciliação (ou reconciliação) tem sido considerada condição de
procedibilidade da ação penal nos crimes contra a honra e só após a sua
realização é que pode ser apreciada a admissibilidade da mesma
(TACRIM-SP-Rec.-Rel. San Juan França –RJD 21/372), considerando-se que
a vulneração do artigo 520 do Código de Ritos acarreta a nulidade do
processo: “Nulo é o processo de delito contra a honra quando o
magistrado não observa a providência preliminar de reconciliação das

2
partes”. (TJBA-AP-Rel. Costa Pinto –RT 596/386 e TACRIM-SP –AP – Rel.Ângelo Galluci –
RT 572/358).

(em todas as peças, sempre que houver asteriscos, significará que


haverá necessidade de considerações e esclarecimentos teóricos
sobre o tópico, pela sua importância)

Nestas condições, é oferecida a presente


Queixa-Crime, que, após a realização da providência descrita no
tópico anterior e as diligências previstas no artigo 78 e seguintes da Lei
do Juizado Especial Criminal, espera seja recebida, observando-se, a
partir daí, a 2ª parte do artigo 81 e respectivos incisos da referida lei (rito
sumaríssimo), aguardando-se, a final, a condenação do querelado,
notificando-se as testemunhas do rol abaixo, bem assim o querelante,
ora vítima, para deporem na audiência, sob as penas da lei, em dia e
hora a serem aprazados.

Nestes Termos,
Pede deferimento.

LOCAL E DATA

_____________________________
p.p. ...........................................
ADVOGADA
OAB Nº.............

ROL DE TESTEMUNHAS: 1) NOME, QUALIFICAÇÃO E ENDEREÇO


2) (IDEM)
3) (IDEM)
(OUTRAS EVENTUAIS TSTEMUNHAS)

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