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Língua Portuguesa

Profª Síndea Botelho


ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS Revisando os conceitos aprendidos, tomemos a
forma verbal "ENTERRÁVAMOS" e analisemos seus
 Principais elementos estruturais das elementos mórficos constitutivos:
palavras:
___(6)____
Radical: é o elemento morfêmico básico que contém EN TERR Á VA MOS
o significado da palavra. (1) (2) (3) (4) (5)
(7)
Ex.: PEDRa, PEDReira, aPEDRejar.
1) EN: PREFIXO
Note que, a partir do radical, podemos reconhecer 2) TERR: RAIZ (radical sem os afixos)
palavras cognatas, ou seja, da mesma família 3) A: VOGAL TEMÁTICA (elemento que aparece
etimológica, como terra, terrinha, terroso, terreno, após o radical, permitindo que este receba as
aterrar, soterrar, subterrâneo; novo, nova, inovar, desinências; no caso dos verbos, indica a
renovação, novidade, noviço, etc. conjugação)
4) VA: DESINÊNCIA MODO-TEMPORAL (elemento
1.Afixos: elementos de significação secundária que que indica a flexão verbal de tempo e modo)
se juntam ao radical para a formação de novas 5) MOS: DESINÊNCIA NÚMERO-PESSOAL
palavras derivadas. Podem ser, portanto: (elemento que indica a flexão verbal de número e
pessoa)
a) prefixos: Elementos colocados antes do radical. 6) ENTERR: RADICAL (elemento significativo
Ex.: IN + feliz = infeliz; PRÉ + história = pré- básico da palavra)
história; DES + ligar = desligar 7) ENTERRA: TEMA (radical + vogal temática)

b) sufixos: Elementos colocados depois do radical. DICA – Memorize as desinências modo-temporal


Ex.: feliz + MENTE = felizmente; pedra + EIRA = abaixo:
pedreira; casa + INHA = casinha; menino + ICE =
meninice. Note que, nos exemplos anteriores,
TEMPO E MODO DMT
houve a eliminação da vogal final "a" de pedra e
Pretérito Imperfeito do Indicativo VA – A
de casa, bem como do “o” de menino. Portanto,
Pretérito mais – que - perfeito do RA – RE
tais elementos mórficos eliminados são vogais
Indicativo
temáticas nominais.
Futuro do Presente do Indicativo RE – RA
2.Desinências: elementos que se colocam na parte Futuro do Pretérito do Indicativo RIA – RIE
final da palavra. Função: indicar as variações de Presente do Subjuntivo E–A
forma das palavras. As desinências podem ser: Pretérito Imperfeito do Subjuntivo SSE
nominais (indicando: masculino, feminino, singular, Futuro do Subjuntivo R
plural) e verbais: (indicando: número, pessoa, tempo,
modo). Ex.: meninA (a: des, nom. de gênero);  Palavras primitivas, derivadas e
cantaMOS (mos: des. verbal). compostas

3.Vogais temáticas: nos verbos, são vogais que Primitivas: aquelas que não se originam de outra
indicam a que conjugação eles pertencem. palavra. Ex.: dente, pé, deus, bom, ar.
ª
A ( 1 conjugação). Ex.: cantAr Derivadas: aquelas que se formam a partir de
ª
E (2 conjugação). Ex.: bebEr outra já existente. Ex.: dentista, pedestre,
ª
I (3 conjugação). Ex.: partIr endeusar, bondade, aéreo

4.Tema: é o radical acrescido da vogal temática, Compostas: aquelas formadas por duas (ou
pronto para receber uma desinência ou um sufixo. mais) palavras já existentes.
Ex.: CANTAmos Ex.: planalto (plano + alto), pé-de-moleque.

5.Vogais e consoantes de ligação: são fonemas /  Principais processos de formação de


letras que se intercalam a certos elementos mórficos palavras
a fim de facilitar a pronúncia da palavra, dando-lhe
mais eufonia. Ex.: gasômetro (gás + metro); paulada 1.Derivação
(pau + ada); cafeicultura (café + cultura); chaleira
(chá + eira); pezinho (pé + inho); pobretão (pobre + prefixal: prefixo + radical. Ex.:
ão)... relembrar (re+lembrar), compor
(com+pôr)
sufixal: radical + sufixo. Ex.: noviço
(novo + iço), ponteiro (ponta+eiro).

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Prefixal e Sufixal: prefixo + radical + Primitivo: é o substantivo que não nasce de
sufixo. Ex.: deslealdade outra palavra. Ex.: mar
parassíntese: prefixo + radical +
sufixo. Ex.: desfolhar (des+folha+ar), Derivado: é o que se forma a partir de outra
anoitecer (a+noite+ecer), repatriar palavra. Ex.: maré
regressiva: forma substantiva por meio
da substituição da terminação do verbo Simples: aquele formado de um só radical. Ex.:
pelas desinências A, E , O. chuva
Ex.: ataque, choro, luta
imprópria: mudança da classe Composto: aquele formado por mais de um
gramatical da palavra. radical. Ex.: guarda-chuva
Ex.: Ele já esperava ouvir um não.
(advérbio usado como substantivo) Coletivo: indica uma reunião, uma coleção de
seres de uma mesma espécie. Ex.: rebanho
(ovelhas), constelação (estrelas), acervo (obras
de arte), armada (navios de guerra), esquadrilha
2.Composição
(aviões), tropa (soldados), etc.

por justaposição, sem perda de  Flexões / variações do substantivo


fonema(s) Ex.: pontapé (ponta + pé),
couve-flor, guarda-roupa, mandachuva. Gêneros masculino : gato , homem
feminino: gata, mulher
por aglutinação: com perda de
fonema(s).Ex.: planalto (plano+alto), Atenção: alguns substantivos têm um único gênero:
aguardente (água+ardente), vinagre são os substantivos uniformes.
(vinum+acre), outrora (outra+hora)
1.sobrecomuns (a criança = menino ou menina)
2.epicenos (jacaré macho / jacaré fêmea)
3.comuns de dois gêneros (o/a artista. o/a cliente)
CLASSES GRAMATICAIS
Números singular: pedra, mar
Substantivo, plural: pedras, mares
Palavras Artigo, Adjetivo,
variáveis Numeral, Pronome, aumentativo analítico (casa enorme)
Verbo, aumentativo sintético (casarão)
Graus diminutivo analítico (casa pequena)
Advérbio, diminutivo sintético (casinha / casebre)
Palavras Preposição, Conjunção,
invariáveis Interjeição Observações importantes sobre os gêneros dos
substantivos
SUBSTANTIVOS
Alguns substantivos mudam de sentido com a
Substantivos são palavras variáveis que mudança de gênero. Ex.: o cabeça = o chefe / a
denominam os seres em geral. Ex.: menino, livro, cabeça = a parte do corpo; o capital = o dinheiro / a
árvore, amor, alegria... capital = a cidade principal; o crisma = o óleo santo /
a crisma = cerimônia religiosa; o grama = a unidade
 Classificação dos substantivos de massa / a grama = a relva; o lotação = o transporte
/ a lotação = a capacidade do veículo; o moral =
Comum: designa seres de uma mesma espécie. estado de espírito / a moral = a ética; etc
Ex.: cachorro.
São masculinas as formas: o lança-perfume, o
Próprio: indica determinado ser de uma espécie. champanha, o guaraná, o dó, o apêndice (porém, a
Ex.: Maria apendicite), o clã, o eclipse, o tomate, etc.
Concreto: indica os nomes de lugares, pessoas, São femininas as formas: a omoplata, a
animais e coisas. Ex.: casa comichão, a derme, a gênese, a libido, a alface, a
couve, a sentinela, a cal, a dinamite, a faringe, etc.
Abstrato: indica seres que dependem de outro
para existir, ou seja, seres sem existência São masculinos ou femininos: o / a avestruz, o /
própria. Ex.: vida a diabete(s), o / a laringe, o / a personagem, o / a
usucapião* (*prefira-se a forma feminina), etc.

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reforço - reforços; rogo - rogos; socorro - socorros;
Observações importantes sobre o plural dos tijolo - tijolos; toco - tocos; troco - trocos; etc.
substantivos
Muitos outros substantivos, conservam no plural o
Substantivos terminados em –ÃO formam o plural de "o" fechado do singular. Ex.: acordos, adornos,
três diferentes modos, ou seja, almoços, arrotos, bodas, bojos, bolos, bolsos, brotos,
cachorros, choros, cocos, confortos, dorsos,
1. plural em –ÕES: Este é o caso da maioria deles. encostos, engodos, esboços, esgotos, esposos,
Ex.: ação – ações; botão – botões; canção – canções; estojos, ferrolhos, forros, globos, gostos, gozos,
coração – corações; mamão – mamões; vulcão – iodos, molhos, morros, namoros, pescoços, pilotos,
vulcões; etc. Incluem-se nesta regra todos os piolhos, polvos, potros, rebocos, repolhos, rolos,
aumentativos. Ex.: amigalhão - amigalhões; chapelão rostos, sopros, subornos, topos, transtornos, etc.
- chapelões; rapagão - rapagões; bobalhão -
bobalhões; narigão - narigões; pobretão - pobretões; Substantivos que só se empregam no plural:
etc.
condolências – matinas – primícias – anais – núpcias
2. plural em –ÃES: alemão – alemães; capelão – – arredores – óculos – belas - artes – férias – olheiras
capelães; charlatão – charlatães; pão – pães; capitão – cãs – fezes – pêsames – etc.
– capitães; escrivão – escrivães; tabelião – tabeliães;
cão – cães; catalão – catalães; tabelião – tabeliães ; Substantivos com sentidos diferentes no singular
sacristão – sacristães (ou sacristãos); e no plural:
guardião – guardiães (ou guardiões); etc.
copa (ramagem, parte da casa) – copas (naipe de
3. plural em –ÃOS: cidadão – cidadãos; chão – baralho); costa (litoral) – costas (dorso); honorário
chãos; vão – vãos; bênção – bênçãos; órgão – (honorífico) adj. – honorários (remuneração);
órgãos; cortesão – cortesãos; irmão – irmãos; grão – vencimento (fim de vigência) – vencimentos (salário)
grãos; sótão – sótãos; cristão – cristãos; pagão –
pagãos; mão – mãos; acórdão – acórdãos; órfão – REGRAS DE FORMAÇÃO DO PLURAL DOS
órfãos; demão – demãos; artesão (artífice) – SUBSTANTIVOS COMPOSTOS:
artesãos; etc.
1. Os dois elementos vão para o plural quando
4. Há substantivos em "-ÃO" que apresentam forem formados por:
oscilações de plural; alguns, com mais de uma
forma admissível. Nota-se, porém, uma tendência A. Substantivo + Substantivo
pelo maior uso da forma em "-ões": ancião – anciões Ex.: banho-maria – banhos-marias
– anciães – anciãos; sultão – sultões – sultães – tenente-coronel – tenentes-coronéis
sultãos (preferida); alazão – alazões – alazães;
charlatão – charlatões – charlatães; cirurgião – B. Substantivo + Adjetivo
cirurgiões – cirurgiães; anão – anões – anãos; Ex.: cartão postal – cartões-postais
corrimão – corrimões – corrimãos; verão – verões – obra-prima – obras-primas
verãos; vilão – vilões – vilãos; refrão – refrães –
refrãos C. Adjetivo + substantivo
Ex.: alto-relevo – altos-relevos
Nos diminutivos formados com -zinho e -zito, tanto livre-pensador – livres-pensadores
o substantivo como o sufixo recebem o plural,
desaparecendo, porém, o -s do plural do substantivo D. Numeral + Substantivo
primitivo. Ex.: fogão - fogões - fogõezinhos; cão - Ex.: sexta-feira – sextas-feiras
cães – cãezitos; animal - animais - animaizinhos; anel primeiro-ministro – primeiros-ministros
- anéis - aneizinhos; etc.
2. Só a primeira palavra vai para o plural:
Plural com metafonia
A) Quando as duas palavras são ligadas por
Alguns substantivos, quando colocados no plural, preposição
sofrem uma mudança no timbre da vogal tônica, ou Ex.: pé-de-moleque – pés-de-moleque
seja, o som "ô" (fechado) do singular passa a "ó" pão-de-ló – pães-de-ló
(aberto) no plural. Ex.: caroço - caroços; contorno -
contornos; corpo - corpos; corvo - corvos; despojo - OBS.: Quando se tratar de substantivos
despojos; destroço - destroços; esforço - esforços; compostos já começados pela preposição "sem",
fogo - fogos; forno - fornos; fosso - fossos; imposto - todos os elementos ficam invariáveis no plural.
impostos; jogo - jogos; miolo - miolos; olho - olhos; Ex.; os sem-terra, os sem-trabalho, os sem-teto,
osso - ossos; ovo - ovos; poço - poços; porco - etc.
porcos; porto - portos; posto - postos; povo - povos;

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B) Quando a segunda palavra limita ou 2. Artigos indefinidos – um, uma, uns, umas –
determina a primeira quando se referem a um ser qualquer dentre
Ex.: salário-família – salários-família outros da mesma espécie: Comprei um livro hoje
peixe-espada – peixes-espada cedo.

OBS.: Nesse casso, admite-se também a - O fato de o artigo preceder o substantivo não
variação dos dois elementos: salários- significa, necessariamente, que ele deva sempre
famílias; peixes-espadas. ocorrer em posição imediatamente anterior. Às
vezes, entre o artigo e o substantivo ao qual ele
3. Só a última palavra vai para o plural: se refere, aparece(m) outra(s) palavra(s) de
outra(s) classe(s) morfológicas. Ex.: Ele é um
A) Quando as palavras forem ligadas sem bom e leal amigo em quem posso sempre confiar
hífen (as palavras "bom" e "leal" são adjetivos, "e" é
Ex.: pontapé – pontapés conjunção).
girassol – girassóis
- Os artigos podem combinar-se com preposições.
B) Quando se tratar de Verbo + Substantivo Algumas das possíveis combinações são:
Ex.: guarda-roupa – guarda-roupas
beija-flor – beija-flores em + o(s) = no(s) => Ex.: Ele confia no(s) político(s).
em + a(s) = na(s) => Ex.: O menino pensa na(s)
OBS.: Em palavras como guarda-civil, prova(s) que precisa fazer.
guarda-noturno, guarda-marinha e outras, o de + o(s) = do(s) => Ex.: Ela é a mãe do(s)
elemento “guarda” não é verbo, e sim menino(s).
substantivo (vigia, sentinela). Daí, o plural de por + a(s) = pela(s) => Ex.: Foi representado pela(s)
tais palavras apresentar a flexão desse procuradora(s) [A rigor:“per” + la(s)]
elemento: guardas-civis, guardas-noturnos, em + um = num => Ex.: Moramos num país de
guardas-marinha(s), etc. muitos problemas.

C) Com palavras repetidas ou onomatopaicas Obs.: Não poderá haver combinação de preposição
Ex.: tico-tico – tico-ticos com artigo quando este for determinante do núcleo de
bem-te-vi – bem-te-vis um sujeito de um verbo no infinitivo pessoal. Ex.: Está
na hora de o médico telefonar (e não “... do médico
D) Quando a primeira palavra for invariável telefonar”). Diríamos, por exemplo, “Está na hora de
Ex.: abaixo-assinado – abaixo-assinados tu telefonares”, “... de nós telefonarmos”, etc.
sempre-viva – sempre-vivas
DICA – Substantivação
E) Quando a primeira palavra for forma
reduzida (grão, grã, bel) Qualquer palavra à qual antepusermos um artigo
Ex.: grão-duque – grão-duques passará a ter a função morfológica de um substantivo.
bel-prazer – bel-prazeres Ex.: "Ela gostaria de ouvir um sim como resposta". A
palavra "sim", pela anteposição do artigo "um", deixou
4. As duas palavras ficam invariáveis: de ser um advérbio para ser um substantivo.

A) Com Verbo + Advérbio ADJETIVOS


Ex.: o bota-fora – os bota-fora
Definição: Palavras variáveis que modificam o
B) Com Verbo + Substantivo no plural substantivo, indicando qualidade, caráter, modo de
Ex.: o saca-rolhas – os saca-rolhas ser ou estado: Ex.: pessoa bondosa; linda cidade.

ARTIGOS Como se pode ver pelos exemplos acima, o


adjetivo pode vir antes ou depois do substantivo.
Definição: Palavras variáveis que precedem o Pode, também, acontecer de, entre o substantivo e o
substantivo, indicando-lhe o gênero e o número. adjetivo, haver outra(s) palavra(s). Ex.: A menina
Dividem-se em: anda muito triste ultimamente.

1. Artigos definidos – o, a, os, as – quando se Divisão dos adjetivos:


aplicam a um ser determinado dentre outros da
mesma espécie. Ex.: Já comprei o livro a) Adjetivos explicativos: Aqueles que expressam
(determinado livro, tanto conhecido pelo emissor, a qualidade essencial do ser (substantivo). Ex.:
quanto pelo receptor da mensagem). pedra dura, gelo frio, leite branco, etc.

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b) Adjetivos restritivos: Aqueles que expressam Assim como os substantivos, os adjetivos
qualidade, propriedade ou estado acidental do ser flexionam-se (ou variam) em gênero, número e grau.
(substantivo) Ex.: leite gelado, gelo pesado, pedra Como há muita semelhança das regras de flexão
interessante, bela garota, etc. entre os substantivos e adjetivos, seremos mais
sintéticos neste capítulo.
DICA
Gênero
1.Substantivação do adjetivo
Quanto ao gênero, os adjetivos podem ser:
Pela anteposição do artigo, ou de outro
determinante, o adjetivo passa à função morfológica 1.Uniformes: Adjetivos que apresentam a mesma
de substantivo. Ex.: Ele doou tudo aos pobres. forma, tanto para o masculino, quanto para o
feminino. Ex.: Um menino feliz; uma menina feliz. Um
2.Adjetivação do substantivo: assunto interessante; uma conversa interessante.

Do mesmo modo que um adjetivo pode se 2.Biformes: Aqueles que apresentam formas
transformar em substantivo, este pode, também, diferentes, uma para o masculino, outra para o
passar à função morfológica de adjetivo. Ex.: “Ë feminino. Ex.: O menino é bonito; a menina é bonita
preferível um cachorro amigo a um amigo
cachorro”. Em “cachorro amigo” da frase anterior, o Número
termo “cachorro” é substantivo e “amigo”, adjetivo; em
“amigo cachorro”, o inverso se verifica. Dependendo do substantivo que o adjetivo
qualifica, este pode ir para o singular ou para o
3.Posição e mudança de sentido do adjetivo: plural, ou seja, o adjetivo concorda com o substantivo
a que se refere. Quanto às terminações, as regras de
Pela mudança de posição do adjetivo, às vezes o formação do plural dos adjetivos são as mesmas
sentido da frase é alterado. Ex.: Um amigo velho (= usadas nos substantivos. Ex.: lição fácil – lições
de idade avançada) e um velho amigo (= conhecido fáceis; profissional capaz – profissionais capazes; etc.
há muito tempo).
Observe, também, que a anteposição do adjetivo REGRAS DE FORMAÇÃO DO PLURAL DOS
ao substantivo faz com que aquele adquira valor ADJETIVOS COMPOSTOS:
conotativo e subjetivo. Compare este outro exemplo:
“Pobre mulher rica” X “Rica mulher pobre”. Na Os adjetivos compostos só recebem o plural no
primeira expressão, a mulher, objetivamente, tem último elemento da composição e somente se esse
riqueza, mas inspira compaixão, pois o adjetivo último elemento for adjetivo.
“pobre” ganha valor conotativo; na segunda, o oposto
se verifica: ela não tem recursos econômicos (“pobre” Ex.: vestido verde-claro – vestidos verde-claros
posposto ao substantivo indica valor denotativo), (claro é adjetivo)
porém é “rica” em valores subjetivos, portanto Porém: casaco amarelo-canário – casacos
conotativos (“rica” significando “valores morais”, amarelo-canário (canário é subst. e não adj.)
“felicidade”, etc.)
EXCEÇÕES: Apenas três são as exceções da regra
Locução adjetiva: acima:

A locução adjetiva é uma expressão (normalmente Ex.:surdo-mudo: menino surdo-mudo –


começada por uma preposição) que exerce função de meninos surdos-mudos (ambos vão para o plural)
adjetivo, isto é, caracteriza o substantivo. Ex.: mesa
de vidro, sorvete de morango, beco sem saída, azul-marinho: calça azul-marinho – calças
corpos do céu (neste caso, inclusive, é possível, até, azul-marinho (apesar de marinho ser adj.,
transformar a locução adjetiva em um único adjetivo ambos ficam invariáveis
=> corpos celestes).
azul-celeste: roupa azul-celeste – roupas
Adjetivos pátrios azul-celeste (também invariável, contrariando
a regra).
Adjetivos pátrios ou gentílicos são aqueles que se
referem a continentes, países, regiões, estados, Grau
cidades, províncias, vilas, povoados: americano,
brasileiro, amazonense, amazônico, macaense, O grau dos adjetivos expressa a intensidade da
coimbrão, minhoto, etc. qualidade ou da característica dos substantivos aos
quais se referem. Dividem-se e subdividem-se do
FLEXÕES DOS ADJETIVOS seguinte modo:

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1. Grau comparativo: 2. Ordinais: São aqueles que indicam ordem ou
série: primeiro, segundo, décimo, undécimo,
I. Igualdade. Ex.: Ele é tão inteligente quanto vigésimo, octogésimo, nonagésimo, etc.
Maria.
3. Multiplicativos: São aqueles que designam
II. Inferioridade. Ex.: Ele é menos inteligente quantidade multiplicativa: duplo, triplo, quíntuplo,
(do) que Maria sêxtuplo, décuplo, etc.

III. Superioridade: 4. Fracionários: São aqueles que designam


quantidade fracionária: meio, terço, sexto,
a) analítico: Ele é mais inteligente (do) que vigésimo, etc.
Maria.
b) sintético: Ele é melhor (em vez de "mais Observações importantes:
bom") que Maria (formas sintéticas:
melhor, pior, maior, menor, etc.) Na leitura e na escrita dos cardinais, é necessária
a intercalação da conjunção aditiva "e" entre as
2. Grau superlativo: centenas e dezenas, assim como entre as dezenas e
as unidades. Ex.: 7.583.678 = sete milhões
A) Relativo: quinhentos e oitenta e três mil seiscentos e setenta e
oito. Para números redondos como "7.500.000", a
I. Superioridade conjunção "e" também é usada após milhares,
milhões, etc. (sete milhões e quinhentos mil). Note
a) analítico: Ele é o mais inteligente dos que não há uso de vírgula.
alunos.
b) sintético: Ele é o melhor (pior, maior, etc.) Na designação de papas, reis, séculos e de partes
de todos em que se divide uma obra, usam-se os ordinais até
décimo; daí por diante, usa-se o cardinal, sempre
II. Inferioridade: Ex.: Ele é o menos inteligente que o numeral vier após o substantivo. Ex.:
da classe
João Paulo II (segundo) João XXIII (vinte e três)
B) Absoluto: D. João VI (sexto) Bento XVI (dezesseis)
D. Pedro I (primeiro) Luís XV (quinze)
a) analítico: Ele é muito inteligente. Século VIII (oitavo) Século XXI (vinte e um)
Canto X (décimo) Capítulo XXX (trinta)
b) sintético: Ele é inteligentíssimo
Entretanto, na numeração de artigos de leis,
 Superlativos sintéticos de forma erudita: decretos, portarias, etc., usam-se os ordinais apenas
até nono (e não décimo), e o cardinal de dez em
amargo – amaríssimo; áspero – aspérrimo; célebre – diante. Ex.: Artigo 1º (primeiro); Artigo 9º (nono);
celebérrimo; íntegro – integérrimo; livre - libérrimo; Artigo 10 (dez); Artigo 23 (vinte e três), etc.
magro – macérrimo; pobre – paupérrimo; magnífico –
magnificentíssimo; sábio – sapientíssimo; manso – Quando o numeral antecede o substantivo, usam-
mansuetíssimo; sábio – sapientíssimo; cristão – se sempre os ordinais. Ex.: o primeiro capítulo, o
cristianíssimo; cruel - crudelíssimo; fiel – fidelíssimo; décimo quinto capítulo, o terceiro século, o vigésimo
miserável - miserabilíssimo; doce – dulcíssimo; frio – primeiro século, etc.
frigidíssimo; benéfico – beneficentíssimo; preguiçoso
– pigérrimo; etc.
PRONOMES

NUMERAIS Pronomes são palavras variáveis que podem


substituir ou acompanhar um substantivo (ou um
Definição: Palavras variáveis que indicam uma sintagma nominal), definindo-lhe os limites de
quantidade exata de pessoas ou coisas, ou lugar que significação.
elas ocupam numa série.
Ex.: Minha amiga agora tem um carro, mas não o
Dividem-se os numerais em: trouxe, porque ele ainda está na agência em que ela
o comprou.
1. Cardinais: São aqueles que designam
quantidade absoluta: três, quatro, cinco, nove, minha: pronome que acompanha o substantivo
setenta e sete, um milhão, etc. "amiga" (pron. adjetivo)

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o e ele: pronomes que substituem o substantivo Excelência não pode (em vez de "podeis")
"carro" (pron. substantivos) esperar que seu (e não "vosso") discurso surta
efeito entre as camadas mais humildes da
ela: pronome que substitui o substantivo "amiga" população.
(pron. substantivo)
2
OBS. : A forma "Vossa" do pronome de
que: pronome que substitui o substantivo “agência” tratamento é usada quando se fala com a pessoa.
(pron. substantivo) Ao se falar sobre a pessoa, deve-se usar "Sua".
Ex.: Ela me perguntou se Sua Excelência, o
IMPORTANTE! Governador, já havia chegado (falando-se sobre o
Quando um pronome é empregado junto a um governador). Bom dia, Deputado, Vossa
substantivo, ele é chamado de pronome adjetivo; Excelência deseja alguma coisa? (falando-se com
quando aparece isolado, substituindo o substantivo, o deputado)
ele é chamado de pronome substantivo.
Pronomes reflexivos
 Classificação dos pronomes
 As formas me, te, se, nos e vos podem ser
1. PRONOMES PESSOAIS: são aqueles que usadas como pronomes reflexivos, isto é, podem
substituem os nomes e representam as três pessoas indicar que a ação foi praticada pelo sujeito e ao
gramaticais. mesmo tempo refletida nele próprio. Ex.: Eu me
cortei. Ela se matou. Etc.
a
1 pess.: eu, nós
a
- pessoais gramaticais 2 pess.: tu, vós, você (s) Obs.: Às vezes essas mesmas formas (me, te,
3ª pess.: ele(a), eles(as) se, nos e vos) são usadas por mera exigência do
verbo, sem indicar qualquer reflexividade. Trata-
Pronomes Pronomes pessoais caso oblíquo se dos verbos pronominais. Ex.: Ele se queixou
pessoais átonos tônicos de uma dor estranha na perna (o verbo é
caso reto (s/ preposição) (c/ preposição) "queixar-se"). Eu me incomodo de vê-la assim
eu me mim (verbo "incomodar-se"). Note que sintaticamente
sing tu te ti esses pronomes, nesses casos, não têm qualquer
ele(a) se, o, a, lhe si, ele, ela função.
nós nos nós
plur vós vos vós  As formas si e consigo são sempre reflexivas.
eles(as) se, os, as, lhes si, eles, elas Ex.: Ele só pensa em si (= pensa nele mesmo).
Ela trouxe consigo (= com ela própria) o livro que
Fazem, também, parte desta classificação de havia me prometido. Logo, frases do tipo "Quero
pronomes pessoais, os pronomes de tratamento falar consigo, meu amigo." estão erradas.
cerimoniosos, como os que seguem abaixo:
Pronomes reflexivos recíprocos
 Vossa Santidade (V.S.) - para o Papa
 Vossa Majestade (V.M.), Vossas Majestades São aqueles pronomes pessoais que, além da
(VV.MM.) - para reis ou rainhas reflexividade, expressam também reciprocidade,
 Vossa Alteza (V.A.), Vossas Altezas (VV.AA.) - troca. É o caso das formas nos, vos e se no sentido
para príncipes ou princesas de um ao outro ou uns aos outros. Ex.: Ivo e Isabel
 Vossa Eminência (V.Em.ª), Vossas Eminências se amam (um ao outro). Nós todos nos conhecemos
as
(V.Em. ) - para cardeais (uns aos outros) muito bem.
 Vossa Magnificência (V.Mag.ª), Vossas
as Atente para o fato de que os pronomes eu e tu só
Magnificências (V.Mag. ) - para reitores de
podem funcionar como sujeito, enquanto mim e ti
universidades
funcionam apenas como complemento. Daí, frases

ma
Vossa Reverendíssima (V.Rev. ), Vossas
mas como "Ela comprou um sanduíche para mim comer"
Reverendíssimas (V.Rev. ) - para sacerdotes
estarem erradas. O certo seria "Ela comprou um
 Vossa Excelência (V.Ex.ª), Vossas Excelências sanduíche para eu comer (...para tu comeres, para
as
(V.Ex. ) - para altas autoridades nós comermos, para vós comerdes, etc.)". Poder-se-
 Vossa Senhoria (V.S.ª), Vossas Senhorias ia, por outro lado, dizer "Ela comprou um sanduíche
as
(V.S. ) - para qualquer pessoa de cerimônia, para mim.", pois, no caso, mim é complemento.
principalmente na linguagem comercial Outros exemplos: "Entre mim e ti não há segredos".
1 "Eu e tu sabemos demais."
OBS. : Assim como o pronome "você", os
pronomes de tratamento cerimoniosos, embora 2. PRONOMES POSSESSIVOS: São aqueles que se
se refiram à 2ª pessoa, exigem o verbo e as referem às pessoas do discurso, relacionando-as ao
demais concordâncias na 3ª pessoa. Ex.: Vossa

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que lhes cabe ou pertence. Os pronomes possessivos  Para fazer referência a dois elementos já citados
relacionam-se diretamente aos pronomes pessoais: na frase, usamos este(s) / esta(s) para indicar o
último elemento, e aquele(s) / aquela(s) para
indicar o primeiro elemento. Ex.: Arnaldo e Célia
Singular

a
1 pessoa: meu, minha, meus, minhas são bons advogados, mas esta é mais dedicada
a
2 pessoa: teu, tua, teus, tuas que aquele. (esta => Célia / aquele => Arnaldo).
a
3 pessoa: seu, sua, seus, suas
a
1 pessoa: nosso, nossa, nossos, nossas  Observe que em relação a tempo, as formas
Plural

a
2 pessoa: vosso, vossa, vossos, vossas este, esta, etc. são usadas em relação ao
a período em curso, que ainda não terminou. Ex.:
3 pessoa: seu, sua, seus, suas
Este ano (e não “Esse ano”) tem sido difícil para
a nossa economia. No ano passado, viajei a
As formas seu, sua, seus e suas, se não usadas Londres e nesse mesmo ano conheci Maria. As
com cuidado, podem gerar frases ambíguas. Ex.: formas este, esta, etc. podem também ser
Paulo, Maria convidou sua mãe para a festa? No usadas para um tempo muito próximo. Ex.: Nesta
caso, a expressão grifada pode se referir à mãe de próxima sexta-feira (sexta da mesma semana em
Paulo, ou à de Maria. Por isso, é comum o uso de que se fala), precisamos ter concluído o trabalho.
"dele(s)" e "dela(s)". Para tempos mais remotos, usamos aquele,
aquela: Foi em 1973 e eu havia passado no
OBS.: As formas possessivas podem Vestibular. Naquele mesmo ano, comecei a
eventualmente ser substituídas por formas de trabalhar oficialmente.
pronomes oblíquos com função possessiva. Ex.:
A graxa sujou-me as mãos (me = minhas) Pronomes demonstrativos
Variáveis
3. PRONOMES DEMONSTRATIVOS: São Invariáveis
masculinos femininos
determinantes que situam seres ou objetos em
relação às pessoas do discurso: este(s), esta(s), isto este; estes esta; estas isto
(próximo ao falante), esse(s), essa(s), isso (próximo esse; esses essa; essas isso
ao ouvinte), aquele(s), aquela(s), aquilo (distante de aquele; aqueles aquela; aquelas aquilo
ambos).
4. PRONOMES INDEFINIDOS: São aqueles
OBS.: Podem também funcionar como pronomes que se aplicam à 3ª pessoa gramatical quando é vago
demonstrativos as formas o(s), a(s), ou indeterminado o sentido desta.
mesmo(a)(s), próprio(a)(s), tal, tais,
semelhante(s) em frases como: "Não Variáveis Invariáveis
compreendi o que ele disse (= ...aquilo que ele algum(uns); alguma(s) alguém
disse)" "Tais assuntos devem ser evitados (= nenhum(uns); nenhuma(s) ninguém
esses assuntos)" O padre mesmo falou várias todo(s); toda(s) tudo
vezes sobre o assunto." "Jamais ouvira outro(s); outra(s) outrem
semelhante asneira." muito(s); muita(s) nada
pouco(s); pouca(s) cada
Atente para o emprego dos demonstrativos na certo(s); certa(s) algo
redação de textos ou na oralidade formal: tanto(s); tanta(s)
quanto(s); quanta(s)
 Este(s), esta(s) e isto são usados para indicar qualquer; quaisquer
algo que vai ser falado ou escrito. Ex.: "Ela me
deu este conselho: esqueça o que aconteceu". Alguns pronomes indefinidos sempre funcionam
como pronomes substantivos: alguém, ninguém,
 Para indicar algo que já foi falado ou escrito, algo, outrem, quem, tudo, nada, etc.; outros, podem
usamos esse(s), essa(s) ou isso. Ex.: "Esqueça, aparecer como pronomes adjetivos ou substantivos:
meu amigo, o que aconteceu; foi isso que ela me algum, nenhum, qualquer, qual, um todo, nenhum,
aconselhou." pouco, outro, demais, tal, que, quanto, vários, etc.

 Quando enumeramos itens, entretanto, as formas Locuções pronominais: São expressões formadas
este(s) ou esta(s) devem ser usadas para a por mais de uma palavra que funcionam como
referência ao último elemento mencionado. Ex.: pronomes indefinidos: qualquer um, um ou outro,
Trouxe tudo que havia prometido, isto é (e não cada um, seja quem for, etc. Ex.: Seja qual for a
"isso é", pois ainda vai ser falado), o livro, a resposta, não mudarei de ideia.
caneta, o dinheiro; este (último), deixado por
Maria na sexta-feira. 5. PRONOMES INTERROGATIVOS: São os
pronomes indefinidos que, quem, qual, quais,

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quanto(s) e quanta(s) quando usados em Dentro de um texto são usadas palavras que
perguntas diretas ou indiretas. Ex.: - Quem foi ao se relacionam para dar sentido a ele. Esta relação
baile com ela? (pergunta direta). - Gostaria de entre as palavras que é feita através de preposições,
saber quem foi ao baile com ela. (pergunta conjunções, pronomes, advérbios e locuções verbais
indireta) é chamada de coesão textual, a qual trata a
articulação entre as partes do texto. É a articulação
6. PRONOMES RELATIVOS: São pronomes que entre as palavras, períodos e parágrafos.
relacionam ou representam nomes já
mencionados anteriormente, substituindo-os na Falar em coesão é falar em endófora e exófora.
oração seguinte.
Endófora: Expressão que faz referência a algo que
Variáveis Invariáveis está dentro do texto.
Masculino feminino Ex.: Eu vi o João hoje. Ele estava sentado lá na
o qual; os quais; a qual; as quais que praça.
cujo; cujos cuja; cujas quem Ele é uma expressão endófora porque está se
quanto; quantos quanta; quantas onde referindo a outra parte do texto.

Exófora: Expressão que faz referência a algo que


 A forma "que" funciona como pronome relativo está fora do texto, ou seja, não está no mesmo texto.
quando substituível por o qual, a qual, os quais, Ex.: Você vai se arrepender de ter
as quais. feito aquilo. Aquilo é uma expressão exófora, porque
está se referindo a algo que está fora do texto.
 A forma "quanto", na função de pronome relativo
aparece precedida de um pronome indefinido: Existem vários elementos (coesão) que ajudam para
(tudo) quanto, (o) quanto, (todos) quanto, etc. ter uma coesão textual. Vejamos as relações que
Ex.: Ele viu tudo quanto lhe interessou. podem estabelecer, considerando a existência de
dois tipos de coesão: a referencial e a sequencial.
 Como pronome relativo, "quem" se refere sempre
a pessoas, e vem precedido de preposição. Ex.:  Coesão Referencial - permite a recuperação de
Ele é o rapaz a quem ela deu o livro. termos do texto e ocorre por meio de dois
processos:
 O pronome relativo "cujo" (e suas flexões) em
geral é usado entre dois substantivos, 1.substituição: quando uma palavra é retomada ou
estabelecendo entre eles uma relação de posse. precedida por um elemento gramatical (pronomes,
Ex.: Visitei a casa cujo dono se transferiu para o advérbios, numerais e verbos).
exterior. (cujo dono = dono da qual) “Mas para que preciso de relações? Eu já conheço
toda França sem isso”. (O termo relações é
 Note que é errado usar o artigo depois do relativo recuperado pelo pronome demonstrativo isso).
"cujo" (e suas variações). Não se deve dizer, por
exemplo, "a casa cujo o dono se transferiu", e 2.reiteração – quando expressões do texto são
sim, "...cujo dono se transferiu". repetidas pelo uso:

 O relativo "onde" equivale a "em que" ou "no 2.1 - da mesma expressão: “Ó solidão do boi no
qual": Gosto da cidade onde moro. As possíveis campo/Ó solidão do homem na rua!”
variações seriam: "Gosto da cidade em que 2.2 - de sinônimos: “Que falta eu sinto de um
moro" ou "Gosto da cidade na qual moro". Note bem./Que falta me faz um xodó.”
que a regência, nesses casos, deve ser
respeitada. Por exemplo, quem confia, confia em;  Alcançamos a coesão referencial utilizando
daí, "as pessoas em que confio", "as pessoas expressões que retomam ou antecipam nossas
nas quais confio (nas = em as)", “a menina a ideias (anáfora ou catáfora):
cujo pai me referi” (quem se refere, refere-se a),
etc. Onde: indica a noção de "lugar" e pode substituir
outras palavras.
São Paulo é uma cidade onde a poluição atinge
DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO níveis muito altos. [No caso, "onde" retoma a palavra
TEXTUAL "cidade".]

Você deve ter percebido que ao longo da Cujo: pode estabelecer uma relação de posse entre
explicação dos pronomes houve destaque em dois substantivos.
amarelo. Foi exatamente para indicar aqueles que Raul Pompeia é um escritor cujas obras lemos com
são mais usados como elemento de coesão. prazer.

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Que: pode substituir (e evitar a repetição de) palavras que cada um deles é empregado, há uma retomada
ou de uma oração inteira. ao tema central e faz com que ele progrida no texto.
Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil, o que
permitiu aos portugueses ampliarem seu império
marítimo.

Esse (a), isso: podem conectar duas frases,


apontando para uma ideia que já foi mencionada no
texto.
O presidente de uma ONG tem inúmeras funções a
cumprir. Essas responsabilidades, no entanto, podem
ser divididas com outros membros da diretoria.

Este (a), isto: podem conectar duas frases,


apontando para uma ideia que será mencionada no
texto.
O que me fascina em Machado de Assis é isto: sua
ironia.

 Coesão Sequencial - faz o texto progredir sem a


retomada de itens, e pode ser obtida através de
dois processos:

1.sequenciação temporal: ocorre por:

1.1 - emprego de partículas temporais: “Que falta


eu sinto de um bem hoje”.

1.2 - correlação de tempos verbais: “Basta que em


redor delas se arme o silêncio/Bastaria que em
redor delas se armasse o silêncio”.

2.sequenciação por conexão ocorre no emprego de


preposição e locuções prepositivas: “O jovem se
sente só, apesar da agitação dos grandes centros”.

2.1 - conjunções e locuções conjuntivas: “A


criatura leva a vida assim tão só porque não tem
alguém”.

 Contiguidade: termos pertencentes a um mesmo


campo semântico.

ABAURRE, Maria Luiza & ABAURE, Maria Bernadete. Produção de


texto: interlocução e gêneros. São Paulo: Moderna, 2007.

Os substantivos destacados criam, no texto,


um campo semântico relacionado a rio. À proporção

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