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Estatísticas Educacionais, Avaliação da

Educação Básica e Posicionamento do


Brasil no Cenário Internacional

Aspectos técnicos

10 min.
Necessidade da TRI

Quando o escore de cada aluno é dado pelo percentual de itens acertados, todas
as questões têm o mesmo valor na composição da nota.

No entanto, um escore de 14 acertos em uma prova de 20 itens fáceis não informa


o mesmo que um escore de 14 acertos em uma prova de 20 itens difíceis.

Além disso, o percentual de acertos não permite comparar as notas dos alunos que
fizeram os exames em anos diferentes se os testes não têm a mesma dificuldade.

A TRI surge para atender a essas necessidades.


A TRI cria possibilidades novas para a análise dos itens do
teste e permite atribuir a todos os alunos proficiência na
mesma escala, apesar de não terem feito os mesmos itens.
Unidade de análise

A unidade de análise na TRI é o


item, não o teste.

Para montar adequadamente


um teste, é preciso conhecer o
comportamento estatístico, ou
seja, a curva de cada item.
Curva do item: exemplo

A curva característica do item


estabelece a relação entre a proficiência
do aluno e a probabilidade de ele
acertar o item.

Dessa forma, todas as curvas


características de itens são crescentes,
ou seja, quanto maior a proficiência do
aluno, maior a chance de acerto do
item.
A curva do item é caracterizada por alguns parâmetros. No
Brasil, usa-se, com mais frequência, o chamado modelo de
três parâmetros, usualmente denominados de a, b e c.
Proficiência do aluno

Definidos os itens do teste e conhecidas as suas curvas, a proficiência de


cada aluno é obtida considerando-se as respostas do aluno a cada item do
teste.

A proficiência do aluno não é equivalente ao percentual de acertos, pois


depende de quais itens o aluno acertou ou errou.

Em um teste de 20 itens, é possível que um aluno que tenha acertado 15


itens tenha proficiência maior do que outro aluno que tenha acertado 17
itens. Basta que o segundo aluno tenha acertado os itens mais fáceis e o
primeiro os itens mais difíceis.
Escala de proficiências
A escala de proficiência na Prova Brasil, originalmente expressa em unidades
de desvios-padrão, é transformada para valores de 0 a 500 pontos.

Como a escala de proficiência é a mesma para as diferentes edições da Prova


Brasil, devido ao processo de equalização entre anos, as variações na
proficiência dos alunos de determinado ano escolar entre as edições
refletem a melhora ou a piora no aprendizado das coortes avaliadas.

Além disso, como a mesma escala é usada para expressar as proficiências


dos alunos dos diferentes anos escolares ou séries, os alunos do 5º ano têm,
tipicamente, proficiências com valores mais baixos do que os alunos do 9º
ano.
Interpretação pedagógica
Uma escala só é útil para finalidade de diagnóstico ou de ação pedagógica se
os seus diferentes pontos tiverem uma interpretação pedagógica.

A interpretação pedagógica consiste em associar cada item usado no teste a


um ponto na mesma escala, utilizada para medir as proficiências dos alunos.

É bastante frequente tomar como ponto de locação de um item a


proficiência em que a probabilidade de acerto do item é 65%.

Os estudantes são capazes de realizar as tarefas implícitas nos itens que


estão localizados em valores menores do que sua proficiência.
Mapa de itens

Fonte: SOARES, 2009.


Mapa de itens

Fonte: OCDE (2016), PISA 2015 Results (Volume I): Excellence and Equity in Education.
Relação proficiência e habilidade – exemplo hipotético
escala habilidades
Identificar recursos prosódicos em texto poético (rimas, ritmo, timbre) e em prosa (parágrafos), do gênero conto de
247
complexidade média.
246 Distinguir a diferença de informação entre textos de mesmo gênero/tema do gênero fábula de complexidade baixa.

235 Analisar o efeito de sentido do recurso morfossintático, em textos de gênero frase de complexidade baixa.

232 Estabelecer relação entre título, subtítulo e texto, do gênero notícia de complexidade baixa.
Distinguir a semelhança de assunto/tema entre textos de gêneros diferentes do gênero fábula de complexidade
229
baixa.
225 Analisar o efeito de sentido do recurso gráfico/visual, em textos do gênero poema de complexidade baixa.

225 Estabelecer relação de causa/consequência entre fatos do texto do gênero notícia de complexidade baixa.
215 Identificar o narrador em textos do gênero conto de complexidade média.
208 Analisar o recurso linguístico que provoca humor, do gênero anedota de complexidade baixa.
Distinguir repetições/substituições de itens lexicais que dão continuidade ao texto, do gênero conto de complexidade
205
baixa.
205 Estabelecer a relação de sentido entre pronomes e seus antecedentes, do gênero conto de complexidade média.
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