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Como funciona o

I Tubo de Venturi

Nos textos anteriores, abordamos o Triângulo de Fogo, os três


elementos necessários para haver a combustão em motores: oxigênio,
combustível e faísca e a relação Estequiométrica ideal para cada tipo
de combustível, ou seja, quanto de oxigênio deve ser misturado para
uma queima perfeita. Neste terceiro texto, mostraremos o que é e
como funciona o Tubo de Venturi, componente do carburador
responsável por realizar a mistura ar-combustível que movimenta o
motor a combustão.

  
   
   
   
   
        
    
          
          

 

 

     

             

Em 1797, o físico italiano Giovanni Battista Venturi demonstrou o


efeito Venturi, ao utilizar o Princípio de Bernoulli e o princípio de
continuidade de massa para explicar que, quando em um sistema
fechado, um determinado fluido em movimento constante e dentro de

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um duto uniforme se comprime momentaneamente ao encontrar uma


zona de estreitamento, nesse ponto, ocorre uma redução de pressão
do fluido e, consequentemente, o aumento da velocidade. Se neste
ponto for introduzido um terceiro duto, será gerada uma sucção do
fluido contido nessa ligação.

O corpo do carburador realiza exatamente esse papel. Externamente,


o corpo tem formato uniforme, mas internamente, apresenta um ressalto,
que diminui a secção, estrangulando a passagem do ar admitido pelo
motor. No ponto de estrangulamento, a velocidade do ar aumenta e
a pressão diminui, resultando na sucção do combustível, que é
vaporizado pelo aumento da velocidade do ar, possibilitando assim
a queima na câmara de combustão, após a compressão da mistura
ar-combustível.

Essa é a alimentação principal de um carburador e ocorre quando o


motor está em carga. Porém, não é a única. Antes dela ainda há a
alimentação da marcha lenta, que funciona com a borboleta
parcialmente fechada. A mistura ar-combustível é injetada no
carburador por meio do giclê da marcha lenta, que recebe combustível
e ar, faz a dosagem da mistura e alimenta o orifício de regulagem da
mistura da marcha lenta.

Ao começar a acelerar o motor, a borboleta abre e entra mais ar, o


que demanda mais combustível. Até um determinado ponto, esse
combustível é fornecido pelo orifício de progressividade, que fica
acima da borboleta. Neste momento, o motor é alimento por dois
canais: os orifícios de marcha lenta e progressividade.

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A alimentação principal tem início a partir do momento que exista um


fluxo de ar considerável passando pelo Venturi, de acordo com o
aumento da aceleração. Tal como descrito anteriormente, o aumento
da velocidade do ar no Venturi gera uma pressão negativa que aspira
o combustível armazenado na cuba.

Muitas vezes, a alimentação principal não é suficiente e, por isso, os


carburadores contam com um sistema de alimentação suplementar,
para evitar sobreaquecimento e detonação (batida de pino) por mistura
pobre. Normalmente isso ocorre após os 2.500 rpm e com a borboleta
totalmente aberta. Nesse ponto, há um grande fluxo de ar na parte
superior do carburador, que gera uma depressão e suga o combustível
da cuba, somando à alimentação principal.

Finalmente, os carburadores contam ainda com um sistema de


aceleração rápida, que entra em ação sempre que a borboleta do
acelerador abre de forma brusca. Nesse momento, entende-se que o
motorista quer mais torque e para isso é preciso enriquecer a mistura.
É nesse ponto que o diafragma entra em operação, acionado pela
borboleta de aceleração, injetando mais combustível pelo tubo de
aceleração rápida. Uma válvula impede que o combustível retorne
para a cuba.

Os carburadores contam também com um sistema de afogador, para


manter o motor funcionando na fase fria, enquanto não atinge a
temperatura ideal de funcionamento. O afogador é acionado pelo
motorista e serve para enriquecer a mistura ar-combustível nesse
momento crítico de funcionamento do motor.

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Ao puxar a alavanca do afogador, a borboleta do afogador é


fechada (localizada na parte superior do carburador) e a borboleta
do acelerador abre minimamente para admitir o oxigênio. Ao dar a
partida, cria-se vácuo na parte superior que faz com que seja sugado
mais combustível, enriquecendo o combustível durante a fase fria de
funcionamento do motor. Ao aquecer, deve-se empurrar a alavanca
do afogador, para que a mistura admitida pelo motor seja adequada,
do contrário continuará rica e o carro não andará de forma correta.

Tipos de carburador
Nem sempre um único Venturi é suficiente para atender a demanda
de torque e potência dos motores. Assim, além dos carburadores
simples, de um único estágio, existem carburadores de duplo estágio,
que apresentam dois venturis. Isso significa que além dos quatro
sistemas de alimentação do primeiro estágio (marcha lenta,
progressividade, principal e suplementar), há ainda mais três sistemas
de alimentação do segundo estágio (progressividade, principal e
suplementar), além da aceleração rápida.

Os carburadores de duplo estágio foram desenvolvidos para otimizar


a mistura em todos os regimes de funcionamento do motor. Os
carburadores de corpo simples têm um único duto cujo diâmetro pode
ser grande demais para as baixas rotações e pequeno para as altas,
comprometendo a homogeneização da mistura em baixas, que resulta
em maior consumo e emissões de gases poluentes. Já na alta, pode
não ser grande o suficiente, o que compromete a potência do motor
pela perda de carga.

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Nos carburadores de duplo estágio, o primeiro atende às demandas


de baixas rotações, com Venturi dimensionado de forma adequada a
este regime. Quando o motor atinge certa rotação, o segundo estágio
entra em funcionamento, acionado por uma borboleta ou dispositivo
pneumático, tornando assim o funcionamento do motor mais regular.

Agora que você já conhece os princípios de funcionamento de um


motor a combustão interna, passaremos a detalhar os tipos de
combustíveis, características, vantagens e desvantagens. No próximo
texto, faremos um panorama da gasolina, do etanol e da tecnologia
Flex Fuel, que possibilita o motor funcionar tanto com gasolina quanto
com etanol, em qualquer proporção de mistura. Até lá!

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