Você está na página 1de 17

ISSN 1983-9731

Foto: Museu do Carrapato


COMUNICADO
TÉCNICO
Controle do carrapato dos bovinos
(Rhipicephalus microplus) por
167 meio do distanciamento das larvas
na pastagem no bioma Cerrado:
Sistema Lone Tick
Renato Andreotti
Brasília, DF Jacqueline Cavalcante Barros
outubro, 2023 Marcos Valerio Garcia
Namor Pinheiro Zimmermann
Leandra Marla Oshiro
Pâmella Oliveira Duarte
Leandro de Oliveira Souza Higa
Kauê Rodriguez Martins
2

Controle do carrapato dos bovinos


(Rhipicephalus microplus) por meio do
distanciamento das larvas na pastagem
no bioma Cerrado: Sistema Lone Tick1
1
Renato Andreotti, Médico-Veterinário, doutor em Biologia Molecular, pesquisador da Embrapa Gado
de Corte, Campo Grande, MS. Jacqueline Cavalcante Barros, Economista, mestre em Gestão do
Agronegócio, analista da Embrapa Gado de Corte, Campo Grande, MS. Marcos Valerio Garcia, Biólogo,
doutor em Microbiologia Agropecuária, bolsista Embrapa Gado de Corte/Biotick, Campo Grande, MS.
Namor Pinheiro Zimmermann, Médico-Veterinário, doutor em Ciência Animal, professor UFPR – Palotina,
PR. Leandra Marla Oshiro, Médica-Veterinária, doutora em Doenças Infecciosas e Parasitárias, bolsista
CNPq, Campo Grande, MS. Pâmella Oliveira Duarte, Biologa, doutora em Doenças Infecciosas e
Parasitárias, bolsista Embrapa Gado de Corte/Biotick, Campo Grande, MS. Leandro de Oliveira Souza
Higa, Biologo, doutor em Doenças Infecciosas e Parasitárias, bolsista Embrapa Gado de Corte/Biotick,
Campo Grande, MS. Kauê Rodriguez Martins, Biologo, doutor em Doenças Infecciosas e Parasitárias,
bolsista Embrapa Gado de Corte/Biotick, Campo Grande, MS.

Gram-negativa da ordem Rickettsiales,


Introdução Babesia bovis e Babesia bigemina da or-
dem Piroplasmida e pode causar sinais
Rhipicephalus microplus é uma es-
pécie de carrapato que possui somente clínicos como anemia hemolítica, febre,
um hospedeiro na fase parasitária hemoglobinúria e morte (Antunes et al.,
(monóxena), tendo os bovinos como 2017; Homer et al., 2000).
principal hospedeiro; esta espécie tem O nível de infestação de carrapatos
distribuição mundial, ocorrendo entre nos rebanhos varia de acordo com a
os paralelos 32° norte e 32° sul (Nuñes
presença e grau de raças susceptíveis.
et al., 1982). É encontrada em pratica-
Bovinos zebu (Bos indicus) são mais re-
mente todo o território brasileiro, onde
sistentes a R. microplus, sendo animais
sua presença na cadeia produtiva da
pecuária causa um prejuízo estimado rústicos e adaptáveis ao clima do Brasil
em US$ 3,24 bilhões/ano (Grisi et al., central (Hansen 2004; Ribeiro et al.,
2014). Esse carrapato é responsável 2009), enquanto Bos taurus são mais
pela transmissão da tristeza parasitária sensíveis em regiões de clima quente,
bovina (TPB), sendo endêmico no bioma sofrendo estresse calórico e mais para-
Cerrado. sitismo por R. microplus (West 2003).
A TPB é uma doença complexa A resistência aos acaricidas pelos
relacionada a três hemoparasitas: carrapatos de bovino está presente em
Anaplasma marginale, uma bactéria todas as regiões tropicais e sub-tropicais
3

no mundo, onde afeta negativamente a do Sul, Brasil (latitude 20°26’32.60” S e


economia da pecuária. Essa situação longitude 54°43’8.26” W).
é agravada pelo uso inadequado dos
O local onde os animais eram man-
mesmos. Ao lado disso não existem
tidos consistia em uma área de 32
testes disponíveis comercialmente para
hectares dividida em quatro piquetes
avaliação (FAO, 2022).
de 8 hectares com Brachiaria brizanta
Segundo Pereira et al. (2008), o vr. marandu. Os animais receberam sal
Brasil é um dos maiores produtores e mineral e água ad libitum.
exportadores de carne bovina do mun-
do e os rebanhos zebuínos constituem
a sua maioria. Por outro lado, há um Animais e delineamento
grande esforço voltado para o melhora- experimental
mento genético dos rebanhos através da
Foram utilizados 37 bovinos ma-
entrada de novas raças bovinas e seus
chos desmamados e castrados da raça
cruzamentos, gerando animais com
Senepol em fase de recria (idade aproxi-
maior produtividade (Andreotti et al.,
mada de 9 meses e peso médio inicial de
2018). Nesse contexto, a raça Senepol
190,8 kg). Os animais são provenientes
(B. taurus) vem sendo utilizada como
de um sistema de criação tradicional com
opção genética para o desenvolvimento
infestação natural de carrapatos. O local
de cruzamentos na pecuária no bioma
onde os animais foram mantidos ficou
Cerrado (Piña et al., 2021).
sem a presença de bovinos por 85 dias.
O objetivo deste estudo foi avaliar o
O delineamento experimental uti-
controle de carrapatos (R. microplus) em
lizado no estudo classifica-se como
bovinos sensíveis ao carrapato, natural-
experimento antes-depois (Wainer,
mente infestados, com base no tempo de
2011; Cohen, 2018) com dados auto em-
sobrevivência das larvas nas pastagens,
parelhados (Assis et al., 2020) pois as
promovendo um distanciamento entre o
medidas são tomadas em cada unidade
hospedeiro e o parasito e, além disso,
experimental antes da intervenção e de-
avaliar o perfil dos principais patógenos
pois do término da mesma, portanto, as
da TPB no hospedeiro.
medidas individuais tomadas inicialmen-
te servem de controle por si mesmas.
Metodologia Esse desenho experimental atende
aos princípios éticos da CEUA de evitar
a dor e o estresse dos animais, pois o
Local de estudo estudo retrata o cenário a campo onde
O experimento foi conduzido na os bovinos sensíveis ao carrapato, em
Embrapa Gado de Corte, no município de situação convencional no Cerrado, de-
Campo Grande, estado de Mato Grosso vem receber tratamento com acaricidas
4

para não sofrerem com o impacto das iniciando assim a fase não parasitária, que
miíases e o risco de morte pela TPB. A constitui 95% da população de carrapatos
primeira contagem é considerada como no ambiente e é fonte de reinfestação de
controle, refletindo as condições antes animais (Pereira et al., 2008). Em testes
do experimento. em baias foi verificado que é necessário
uma semana para queda de 99% das tele-
O manejo animal seguiu as normas
óginas (período correspondente do 21° ao
publicadas pelo Conselho Nacional de
28° dia) provenientes de larvas que são in-
Controle de Experimentação Animal
festadas no mesmo dia (Pinã et al., 2021).
(CONCEA), e os projetos foram aprova-
Com base nestes dados foi determinado o
dos pelo Comitê de Ética Animal (CEUA
tempo de permanência no piquete de 28
5/2018) da Embrapa Gado de Corte.
dias para a realização da separação entre
o carrapato e o bovino.
Manejo dos animais Cada piquete foi utilizado por 28
O carrapato-do-boi completa a fase dias; portanto, os animais retornaram ao
de vida parasitária no seu hospedeiro em pasto inicial após 84 dias de diferimento
torno de 21 a 28 dias; finalizando com o (tempo de ausência do hospedeiro no
ingurgitamento das fêmeas, que caem pasto piquete) promovendo um vazio
no chão e realizam a postura dos ovos, sanitário para o carrapato (Figura 1).

Figura 1. Sistema Lone Tick. Ciclo de pastejo com 112 dias e 84 dias livres de carrapatos.
5

A cada mudança de pasto após o diagnósticos® (Jaboticabal, SP, Brasil),


período de 28 dias, os animais foram o preparo e os procedimentos seguiram
pesados e realizadas contagens de as recomendações do fabricante.
carrapatos individualmente. Além disso,
amostras biológicas foram coletadas
individualmente para avaliar o perfil e as qPCR
condições clínicas dos agentes de TPB. Para a extração do DNA genômico foi
A primeira contagem de carrapatos foi utilizado um volume de 300 μl de sangue,
realizada antes da entrada do gado no e o protocolo foi realizado conforme mé-
primeiro pasto, como controle. todos descritos por Di Pietro et al. (2011)
O sangue foi coletado em tubos com com modificações de Martins et al.
e sem EDTA para obtenção de soro (2020). As amostras foram quantificadas
sanguíneo; coleta de fezes, avaliações por espectrofotometria em NanoDrop
clínicas. Amostras de sangue de oito (Thermo Fisher Scientific, Waltham, MA,
(21,6%) animais foram selecionadas EUA) com concentração final de 100 ng/
aleatoriamente antes do início do expe- µl e armazenadas em freezer a -80 °C. O
rimento e submetidas ao teste de ELISA equipamento utilizado para PCR em tem-
para avaliação da resposta imune e rea- po real foi o StepOnePlusTM Real-Time
ção em cadeia da polimerase em tempo PCR System (Applied BiosystemsTM).
real (qPCR) para avaliação quantitativa
dos agentes da TPB.
Babesia bigemina qPCR
A quantidade de eritrócitos foi ava-
As amostras para testar B. bigemi-
liada pela técnica de microhematócrito
na foram submetidas à análise qPCR
(Alves et al., 1986), a contagem de ovos
para quantificar o número de cópias
por grama de fezes (EPG) foi determina-
circulantes do gene cBisg. A quantifi-
da de acordo com a técnica descrita por
cação absoluta foi realizada usando
Gordon e Whitlock (1939) para avaliar o
primers (PrimeTime® Std qPCR As-
nível de infestação parasitária intestinal,
say-IDT-Integrated DNA Technologies®)
e a contagem de carrapatos foi realiza-
baseados na sequência B. bigemina
da de acordo com a técnica descrita por
LK054939.1 no GenBank e projetados
Wharton e Utech (1970).
usando o software Primer Quest Tool
(IDT Technologies, Coralville, Iowa,
Teste de ELISA EUA) para cobrir um fragmento de
88 pb do gene cBisg (forward primer
Para detectar a presença de anticor- 5’CGAAGTGCCCAACCATATTA-3’,
pos anti-B. bigemina e anti-A. marginale, probe 5’-/56-FAmQCGAGTGTGT/
foi realizado um ensaio imunoenzimá- Zen/ TATCAGAGTATTAACTGAGGT/
tico indireto (ELISA indireto) utilizando 3IABkFQ/-3’, and reverse primer
o kit comercial da empresa Imunodot 5’TGGTTCCAGGAGATAT-3).
6

A formação do primer-dímero foi de ativação de sonda de hidrolase que


testada na ferramenta Oligo Analyzer incluiu 95°C por 10 min, seguido por 45
(https://www.idtdna.com/pages/tools/ ciclos de desnaturação a 95°C por 45 s
oligoanalyzer). e uma etapa de anelamento/extensão
a 60° C por 1 min. O sinal de reação foi
A especificidade foi testada
registrado durante a etapa de extensão
usando a plataforma NCBI Blast
e os dados foram analisados usando
(https://blast.ncbi.nlm.nih.gov/Blast.
StepOne v2.3. As informações míni-
c g i ? P R O G R A M = b l a s t n & PA G E _
mas para publicação de experimentos
TYPE=BlastSearch&LINK_
quantitativos de PCR em tempo real
LOC=blasthome), limitando as pesquisas
(MIQUE) foram seguidas (Bustin et al.,
de organismos a bovinos, humanos
2009). Usando os resultados do qPCR,
ou babesia. A eficiência da reação foi
o número de moléculas de DNA alvo
calculada conforme descrito por Okino et
em cada reação foi calculado de acor-
al. (2018) com diluições seriadas (1:10)
do com os métodos descritos por Ke et
de 101 a 1010 realizadas para construir
al. (2006).
uma curva padrão com diferentes
concentrações de DNA sintético gBlocks®
Gene Fragments (IDT, Coralville, IA, Anaplasma
EUA) contendo a sequência de B.
bigemina (com base na sequência de 88 marginale qPCR
pb com número de acesso LK054939.1). As sequências de primers e a sonda
Modelos negativos duplicados e controles TaqMan foram desenvolvidas de acor-
negativos foram adicionados em cada do com métodos relatados por Carelli
execução de qPCR. et al. (2007) usando o gene msp1b,
A reação foi projetada para in- que foi produzido pela Integrated DNA
cluir 10 μL por poço, com 5 μL de Technologies (IDT, Coralville, IA, EUA).
TaqMan™ Universal PCR Master Mix A mistura qPCR, calibração da curva e
(ThermoFisher Scientific), 0,5 μL de ciclo foram realizados de acordo com
cada iniciador (10 μM), 3 μL de MiliQ Martins et al. (2020).
H2O e 1 μL de 100 ng/μL de gDNA em
duplicata, e água ultrapura foi usada Análise estatística
em vez de amostras de gDNA para o
controle negativo. Uma curva padrão As análises estatísticas foram realiza-
de cinco pontos (concentrações de 105 das por meio do programa estatístico R
a 1010 gBlocks®) foi usada em triplica- (R Core Team). Os dados de peso, con-
ta como controle interno em cada placa tagem de carrapatos nos animais, nú-
de 96 poços. Para análise das amos- mero de cópias de DNA de A. marginale
tras utilizou-se um sistema de PCR em e B. bigemina e valores de ELISA foram
tempo real StepOnePlus™ com ciclo
7

testados quanto à normalidade usando uma ferramenta importante como opção


um teste de Kolmogorov-Smirnov. para controlar os carrapatos por meio
de uso do controle estratégico com
Para avaliar a correlação entre
base no uso das classes acaricidas
número de carrapatos em relação ao
existentes, como mostrado no Museu
peso do animal, número de cópias de
do Carrapato.
DNA de A. marginale e B. bigemina
em relação ao número de carrapatos, O controle estratégico de carrapatos
utilizou-se o teste não paramétrico de visa reduzir as populações de carra-
Spearman. patos nas pastagens e o controle da
TPB; onde o momento da aplicação
Para comparar o número de cópias
do acaricida é baseado na ocorrência
de DNA de A. marginale e B. bigemina
sazonal de carrapatos com um número
e outras variáveis, foram considerados
sequencial de aplicações para cobrir
os valores de animais selecionados
um período de 105 dias. Os acaricidas
aleatoriamente (n=8). Os resultados
são aplicados em momentos estratégi-
foram considerados significativos
cos do ano final da seca para controlar
quando o valor de p foi igual ou menor
os picos sazonais de abundância de
que 0,05.
carrapatos. Destina-se principalmente
a carrapatos adultos para diminuir os
Resultados e números a níveis em que o dano eco-

discussão nômico seja menor do que o custo de


controle.
Supor que o controle de carrapa-
Controle estratégico tos em bovinos é facilmente realizado
pelo uso de acaricidas comprados,
O controle de carrapatos em bovinos
sem orientação técnica, associado ao
é complexo e depende de muitos fato-
emprego de profissionais com baixa
res relacionados ao gerenciamento do
formação, não só deixa de apresentar
manejo, tais como: orientação técnica
os resultados econômicos esperados
adequada; estratégia do uso da terra no
como acelera o desenvolvimento da
manejo da pecuária; sensibilidade da
resistência aos acaricidas, criando
raça do rebanho bovino a carrapatos;
desequilíbrios ecológicos, deixando
taxa de lotação de bovinos; população
resíduos tóxicos nos produtos de ori-
de carrapatos e dinâmica de aplicação
gem animal e contaminando os consu-
dos acaricidas com base nos fatores am-
midores e trabalhadores. Com o fraco
bientais locais e qualidade da formação
resultado, o produtor perde a confiança
da mão de obra no sistema de produção.
na eficiência dos programas de con-
Apesar dos problemas de resistên- trole dos carrapatos. Portanto, há uma
cia, os acaricidas continuam sendo necessidade urgente de desenvolver
8

abordagens sustentáveis alternativas Produção de carrapatos


para o controle de carrapatos e outros
parasitas, proposta deste trabalho. nos bovinos da
O controle do carrapato precisa ser
raça Senepol
baseado no conceito da relação custo/ Neste trabalho, durante o período de
benefício, ou seja, investir em controle um ano, os animais submetidos em sis-
sempre quando o tratamento realizado tema de campo com 28 dias no pasto e
apresenta um custo menor que os pre- 84 dias de vazio sanitário, apresentaram
juizos causados pelos carrapos – limiar peso inicial médio de 190,8 kg e peso
econômico - gerando um lucro ao siste- final médio de 330 kg, com ganho de
ma de produção. peso médio diário de 0,425 gramas du-
rante o período experimental, dentro do
O efeito econômico direto (sem
esperado pela categoria animal e raça
considerar a morte ou transmissão de
utilizada.
patógenos transmitidos por carrapatos)
pode ser estimado para o carrapato R. Foi observada uma média de 6,3
microplus a partir do conhecimento de carrapatos com intervalo de confiança
que cada carrapato é responsável por (IC) de 95% pela contagem do número
uma perda de 1 g de peso vivo e 1 ml de carrapatos nos animais (Figura 2) e
de leite por dia por bovino (Jonsson, durante o período experimental não fo-
2006). ram observados sinais clínicos de TPB.

Figura 2. Perfil de peso bovino e média mensal de carrapatos no período de um ano.

Senepol é uma raça B. taurus se- Em estudos anteriores na Embrapa


lecionada para produção de carne Gado de Corte, a situação de infestação
utilizada como opção de cruzamento controlada com 15.000 larvas em siste-
no bioma Cerrado, e é descrita como ma de teste de estábulo, a raça Senepol
uma raça que apresenta alta sensibili- produziu uma média de 276 teleóginas
dade aos carrapatos em climas tropicais ingurgitadas ao final da fase parasitária
(Marques, 2003; Piña et al., 2021). (Piña et al., 2021). Vale ressaltar que
9

um único carrapato (fêmea ingurgita- Lembrando que, inicialmente, os


da) é capaz de produzir e dar origem a animais são mantidos no piquete du-
aproximadamente 3.000 larvas, sendo rante 28 dias separando os carrapatos
organismos de grande potencial biótico na fase parasitária dos bovinos, após
(Balashov, 1972; Oliver 1989). 84 dias de vazio sanitário, quando os
animais retornaram ao piquete inicial,
Em condições de campo, conforme
já havia transcorrido tempo suficiente
demonstrado no presente trabalho, le-
para que as larvas morressem no am-
vando em consideração uma média de
biente longe do hospedeiro, não ofere-
6,3 teleóginas por dia, resultaria em uma
cendo oportunidade de novas infesta-
infestação de 18.900 larvas, isso signi-
ções no mesmo nível e retornando ao
fica que proporcionalmente os animais
período de separação entre parasito e
estariam recebendo uma carga de 342
hospedeiro.
larvas viáveis/dia após o vazio sanitário,
que significa uma redução de 98,2% das Portanto, este trabalho mostra com
larvas no pasto – efeito do vazio sanitá- seus resultados uma forma de controle
rio de 84 dias (Figura 3). para a fase de larva do carrapato nas
pastagens, considerando o efeito do
tempo de separação dos carrapatos na
fase parasitária associado ao tempo de
sobrevivência das larvas sem contato
com seu hospedeiro por meio da rotação
do pasto. Essa abordagem leva em con-
sideração vários estudos que relataram
a longevidade das larvas no ambiente,
influenciada pelas condições climáticas,
principalmente pela umidade e tempe-
ratura do solo (Gauss e Furlong 2002;
Figura 3. Larvas do carrapato Rhipicephalus Wilkinson 1957; Labruna 2008; Cruz et
microplus na pastagem esperando o
al., 2020).
hospedeiro.
A experiência de separar o carrapa-
to do hospedeiro, utilizando bovinos da
Neste caso, essas infestações cau- raça Senepol, apesar da sensibildade
sariam prejuízos consideráveis, tendo ao carrapato R. microplus (Piña et al.,
em vista que ultrapassam o limite eco- 2021), mostrou-se capaz de reduzir sig-
nômico de 40 carrapatos descrito por nificativamente a população de larvas
Gonzales (2003) e, lembrando que, no de carrapato na pastagem, sem o uso
Brasil o prejuízo causado pelo carrapato de acaricidas, considerando a primei-
chega a 3,24 bilhões de dólares por ano ra contagem de fêmeas parcialmente
(Grisi et al., 2014).
10

ingurgitadas no início do experimento


(Bonatte Junior et al., 2022).
Perfil da TPB no
Aqui os resultados mostraram que período sazonal
durante o período de um ano os ani-
mais da raça Senepol não apesenta-
ram miíases em condições de campo. Resposta imune para TPB
Vale ressaltar que, com a diminuição Os resultados no desenvolvimento
das infestações de carrapatos, de um dos animais com ganho de peso médio
modo geral, houve um menor risco de diário de 0,425 gramas durante o
miíases, que além de danificar e des- período experimental mostraram bem-
valorizar o couro, também é uma porta estar geral, o que garante organismos
de entrada para infecções secundárias saudáveis aptos a desenvolverem uma
(Reck et al., 2014). resposta imune capaz de fazer frente
O tempo de definição de separa- às adversidades do ambiente.
ção do hospedeiro do carrapato na O número de carrapatos diminuiu
fase de vida parasitária de 28 dias no de uma média inicial de 26,2 carrapa-
piquete, associado ao tempo de vazio tos por animal para 6,3 carrapatos em
sanitário causado pelo diferimento 84 dias, apresentando uma redução
das pastagens de 84 dias, mostrou-se percentual de 75,95% na população
eficaz para o controle do carrapato em de carrapatos, sem o uso de acarici-
bovinos no bioma Cerrado sem o uso das. A diminuição da infestação de
de acaricidas. bovinos por carrapatos não garante a
Levando em conta que no Brasil a erradicação dos agentes da TPB, mas
sazonalidade do carrapato R. micro- mantém os animais com um nível de
plus é bem definida com picos de ge- transmissão baixo.
rações anuais que variam de 3 a 6 por Para verificar esse perfil,
ano (Labruna 2008, Cruz et al., 2020), 21,6% dos animais, selecionados
neste experimento evidenciou-se que aleatoriamente, foram submetidos
é possível interromper essa dinâmica ao teste ELISA para A. marginale e
sem a erradicação total dos carrapatos B. bigemina, mostrando que todos
abaixo do limiar econômico e bene- os animais apresentaram resposta
ficiando a condição da estabilidade sorológica para IgG acima do ponto
enzoótica na região endêmica para os de corte associado a não ocorrência
agentes do TPB. Ao mesmo tempo, ao de sinais clínicos nos bovinos durante
não utilizar acaricidas permite a manu- o período experimental de um ano
tenção de um refúgio de carrapato sem (Figuras 4 e 5).
influência da seleção para a resistên-
cia a acaricidas.
11

Figura 4. Valores médios dos resultados do ELISA para A. marginale em bovinos da raça
Senepol.

Figura 5. Resultados médios de ELISA para B. bigemina em bovinos da raça Senepol.

Houve uma diferença significativa na Número de cópias


contagem de carrapatos entre os meses
(P < 0,01) e uma diferença significativa de DNA para TPB
entre o primeiro mês (dia zero) e os O número médio de cópias de DNA
outros meses (mês 3, p = 0,000; mês de A. marginale e B. bigemina e o núme-
4, p = 0,000; mês 5, p = 0,000; mês 6, ro médio mensal de carrapatos são mos-
p = 0,000; mês 7, p = 0,000; mês 8, p trados nas Figuras 6 e 7 respectivamen-
= 0,000; mês 10, p = 0,000; mês 11, p te. Não houve diferenças significativas
= 0,000 e mês 12, p = 0,040), demons- nas médias mensais para A. marginale
trando uma diminuição no número de e B. bigemina.
carrapatos em relação ao número inicial.
Houve correlação negativa entre o peso
do animal e a contagem de carrapatos
(r= -0,252; p=0,000).
12

Figura 6. Número de cópias de DNA de A. marginale e carrapatos nos animais da raça Senepol.

Figura 7. Número de cópias de DNA de B. bigemina e carrapatos nos animais da raça Senepol.

O número de cópias de DNA, resul- um sistema de rotação de pastagens e


tados de ELISA e número médio de car- observaram supressão, mas não erradi-
rapatos relacionados aos agentes B. bi- cação da população de carrapatos.
gemina e A. marginale não apresentaram
A presença dos mesmos níveis de
resultados estatisticamente significativos.
B. bigemina durante o período mostra
O baixo número de carrapatos nos na Figura 7 que a quantidade média
animais durante o experimento concor- de 6 carrapatos mantém a transmissão
dou com Hernández et al. (2000) que transestadial considerada como uma
usaram um modelo de simulação da di- adaptação específica ao ciclo de vida do
nâmica da população de carrapatos em carrapato (Chauvin et al., 2009).
13

Os resultados do teste qPCR foram (Christensson, 1989). Neste trabalho, a


positivos para todas as amostras de raça Senepol, apesar de ser sensível a
sangue para ambos os hemoparasitos, carrapatos, mostrou que o sistema Lone
mas, em ambos os estudos, não foram Tick mantém uma baixa infestação de
observados casos clínicos nos animais carrapatos e ao mesmo tempo um nível
durante o período experimental. estável de Babesia e anticorpos, mos-
trando uma estabilidade no sistema.
Estudos anteriores na Embrapa Gado
de Corte detectaram B. bigemina em todas Um fator importante, juntamente com
as amostras de sangue no experimento e a manutenção de pequenas populações
não observaram correlação entre o nú- de carrapatos, foi a não necessidade
mero de cópias e o número de carrapatos do uso de acaricidas; embora esses
contados (Martins et al., 2020). tratamentos sejam a principal ferramen-
ta para o controle de carrapatos, eles
Também houve variação no número de
podem deixar resíduos em produtos
cópias de A. marginale, mas não houve
de origem animal, bem como contami-
correlação ou queda acentuada no número
nação ambiental, dos trabalhadores,
de carrapatos. Esse achado pode ser expli-
surgimento de populações resistentes
cado pela capacidade desse hemoparasito
aos mesmos e, finalmente, com perdas
ser transmitido por outros vetores hemató-
econômicas (Grisi et al., 2014; Kunz e
fagos que não carrapatos, como moscas e
Kemp, 1994; Gunasekara et al., 2007;
mosquitos (Aubry e Geale, 2011).
FAO 2004; Higa et al.,2016).
No bioma Cerrado, o período favo-
Dos animais observados foram cole-
rável do carrapato começa com o início
tados sangue e fezes para observações
das chuvas, na primavera, com umidade
laboratoriais. O teste de microhematócri-
e temperatura favoráveis Esse período
to estava dentro dos parâmetros normais
favorece novas gerações de carrapatos
para todos os animais durante o período.
a cada 60 dias aproximadamente com a
O tratamento para endoparasitas foi rea-
elevação do número de carrapatos nos
lizado com Levamisol, 1 mL para cada 20
animais que aumentará a população de
kg de peso vivo (Ripercol L 7,5%; Zoetis®,
larvas no pasto para reinfestação e a
Campinas - SP) quando a contagem de
circulação dos agentes da TPB, gerando
OPG era igual ou superior a 400.
um aumento na transmissão do agente
aos bovinos podendo levar a surtos com Destaca-se também o bom desem-
sintomas e mortalidade. penho do ganho de peso médio diário
de 0,425 gramas durante o período ex-
Esses efeitos recebem influência de
perimental, demonstrando boa eficiência
outros fatores na infecção por Babesia,
dentro da categoria animal desta raça.
tais como: raça, idade, condições
nutricionais e número de parasitas Nas inspeções clínicas os animais
na infecção circulando no hospedeiro não apresentaram sintomas de febre e
14

nenhum sinal clínico relacionado à TPB, Segundo os dados, com uma popu-
como também a ausência de miíases. lação de carrapatos controlada, o inves-
timento em melhorias genéticas poderia
Lembrando que desde o início dos
aumentar a produtividade da cadeia
anos 2000, em consequência das dis-
produtiva do gado, mesmo entre raças
cussões sobre mudanças climáticas no
sensíveis ao carrapato R. microplus, for-
mundo, o Brasil sofreu forte impacto
talecendo a tendência de contar com o
negativo com relação à cadeia produtiva
B. taurus nos rebanhos nacionalmente.
da pecuária brasileira. Critérios ambien-
tais estão sendo gradativamente adicio-
nados às exigências de importação de Conclusão
produtos agrícolas (Ruviaro, 2012).
Os resultados de um ano de avalia-
Neste contexto, a mensuração desses
ção do Sistema Lone Tick permitiram
impactos ambientais no agronegócio por
concluir que, associando um período de
meio da Análise do Ciclo de Vida – ACV é
pastoreio de 28 dias que promove a se-
uma tendência mundial (Claudino, 2013).
paração dos carrapatos na fase de vida
Tendo como base a cadeia produtiva da
parasitária do hospedeiro associado a
carne, a redução da geração de gás car-
um tempo de diferimento de pastagem
bônico – gás de efeito estufa (GEE)- em
com definição de vazio sanitário de 84
algum elo da cadeia reflete diretamente
dias gerou uma redução de 98,2% das
no ACV da carne bovina.
larvas viáveis no pasto e assegura um
Segundo Ruviaro (2012) há alternati- controle do carrapato eficaz nos bovinos
vas para mitigar o GEE na pecuária como no pasto sem o uso de acaricidas.
recuperação de pastagem, plantio direto
Os resultados para TPB durante um
e substituição de insumos com menor ge-
ano de observação apresentaram esta-
ração de CO2, ou seja, a redução do uso
bilidade enzoótica com a presença de
de acaricidas no controle do carrapato
sorologias positivas em todos os animais
afeta diretamente a mensuração da pe-
e circulação sistêmica dos agentes, sem
gada de carbono na produção de carne.
manifestação de sintomas nos animais.
Os resultados do presente estudo Além disso, os animais não apresentaram
mostram que, a partir do conhecimento miíases e o ganho de peso apresentado
da ecologia e da biologia do parasito, foi de acordo com a categoria animal.
é possível controlar populações dessa
Mais estudos são necessários para
espécie de carrapato de forma menos
investigar o uso do Sistema Lone Tick em
impactante atendendo assim à demanda
outros biomas, usando o presente traba-
do mercado internacional, que não seria
lho como base para pesquisas futuras,
possível se o controle químico fosse
inclusive com potencial para o uso em
usado (De Meneghi et al., 2016).
sistemas de controle integrado. Avanços
na criação de raças mais produtivas e
15

técnicas ecologicamente corretas de MÜLLER, R.; NOLAN, T.; PFAFFL, M. W.; SHIPLEY,
G. L.; VANDESOMPELE, J.; WITTWER, C. T. The
controle de carrapatos podem agregar MIQE guidelines: Minimum information for publication
valor à pecuária de corte por meio da of quantitative real-time PCR experiments. Clinical
sustentabilidade. Chemistry, v. 55, p. 611-22. 2009. https://doi.
org/10.1373/clinchem.2008.112797.

Referências
CARELLI, G.; DECARO, N.; LORUSSO, A.;
ELIA, G.; LORUSSO, E.; MARI, V.; CECI, L.;
BUONAVOGLIA, C. Detection and quantification
ALVES, A. J.; SOUZA FILHO, S. D.; OLIVEIRA, of Anaplasma marginale DNA in blood
H. M.; CARVALHO NETO, J. L. Determinação de samples of cattle by real-time PCR. Veterinary
Microhematócritos em Centrífuga Convencional. Microbiology, v. 124, n. 1-2, p. 107-14. 2007.
Revista Brasileira de Análise Clínica, v.18, p. http://dx.doi.org/10.1016/j.vetmic.2007.03.022.
47-48, 1986. CHAUVIN, A.; MOREAU, E.; BONNET, S.;
ANDREOTTI R.; BARROS, J. C.; GARCIA, M. PLANTARD, O.; MALANDRIN, L. Babesia and its
V.; RODRIGUES, V.S.; HIGA, L. O. S.; DUARTE, hosts: Adaptation to long-lasting interactions as a
P.O.; BLECHA, I. M. Z.; BONATTE-JUNIOR, P. way to achieve efficient transmission. Veterinary
Cattle tick infestation in Brangus cattle raised Research, v. 40, p. 37. 2009.
with Nellore in central Brazil. Semina: Ciências CHRISTENSSON, D. A. Inverse age resistance
Agrárias, v.39, p. 1099–113, 2018. to experimental Babesia divergens Infection in
ANTUNES, S.; ROSA, C.; COUTO, J.; Cattle. Acta Veterinaria Scandinavica, v. 30, p.
FERROLHO, J.; DOMINGOS, A. Deciphering 453-464. 1989.
babesia-vector interactions. Frontiers in Cellular CLAUDINO, E. S.; TALAMINI, E. Life Cycle
and Infection Microbiology, v. 7, p. 1–8, 2017 Assessment (LCA) applied to agribusiness: a
ASSIS, J. P. Testes de hipoteses estatisticas / review. Gestão e Controle Ambiental. Revista
Janilson Pinheiro de Assis, Roberto Pequeno de Brasileira Engenharia Agrícola e Ambiente,
Sousa, Paulo Cesar Ferreira Linhares– Mossoro: v. 17 (1). 2013. https://doi.org/10.1590/
EdUFERSA, 2020. 182 p.:Il. Disponível: https:// S1415-43662013000100011.
livraria.ufersa.edu.br/wp-content/uploads/ COHEN, L.; MANION, L.; MORRISON, K.
sites/165/2020/08/testes-de-hipoteses- Research Methods in Education. Abingdon,
estatisticas-edufersa.pdf. Oxon: Routledge. P. 628. 6ª edição. 2018.
AUBRY, P.; GEALE, D. W. A review of bovine CRUZ, B. C.; MENDES, A. F. L.; MACIEL, W. G.;
anaplasmosis. Transboundary and Emerging SANTOS, I. B.; GOMES, L. V. C.; FELIPPELLI,
Disease, v. 58, n. 1, p. 1-30. 2011. http://dx.doi. G.; TEIXEIRA, W. F. P.; FERREIRA, L. L.;
org/10.1111/j.1865-1682.2010. 01173.x SOARES, V. E.; LOPES, W. D. Z.; COSTA,
BALASHOV, Y. S. Bloodsucking ticks (Ixodoidea) A. J.; OLIVEIRA, G. P. Biological parameters
- Vectors of diseases of man and animals. for Rhipicephalus microplus in the field and
Miscellanous Publications Entomological laboratory and estimation of its annual number
Society of America, v. 8, p. 161-376. 1972 of generations in a tropical region. Parasitology
Research, v. 119, p. 2421-2430. 2020.
BONATTE-JUNIOR, P.; BARROS, J. C.;
MACIEL, W. G.; GARCIA, M. V.; HIGA, L. O. S.; DE MENEGHI, D.; STACHURSKI, F.; ADAKAL,
ANDREOTTI, R. Control Strategies for the Tick H. Experiences in tick control by acaricide in the
Rhipicephalus microplus (Canestrini, 1888) traditional cattle sector in Zambia and Burkina Faso:
on Cattle: Economic Evaluation and Report possible environmental and public health implications.
of a Multidrug‑Resistant Strain. Acta Frontiers in Public Health, v. 4, p. 239. 2016.
Parasitologica, v. 67, p. 1564–1572, 2022. DI PIETRO, F.; ORTENZI, F.; TILIO, M.; CONCETTI,
https://doi.org/10.1007/s11686-022-00611-8 1 3. F.; NAPOLIONI, V. Genomic DNA extraction from
BUSTIN, A. S.; BENES, V.; GARSON, E. J.; whole blood stored from 15- to 30-years at −20 °C
HELLEMANS, L.; HUGGETT, J.; KUBISTA, M.; by rapid phenol–chloroform protocol: A useful tool
16

for genetic epidemiology studies. Molecular and of Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Acari:
Cellular Probes, v. 25, n. 1, p. 44-48. 2011. https:// Ixodidae) resistance to different acaricide
doi.org/10.1016/j.mcp.2010.10.003. formulations using samples from Brazilian
properties. Revista Brasileira Parasitologia
FAO. Food and Agriculture Organization. Veterinária, v. 25, p. 163–71. 2016.
Resistance management and integrated parasiste
control in ruminants: guidelines. Roma: Food and HOMER, M. J.; AGUILAR-DELFIN, I.; TELFORD,
Agriculture Organization, Animal Production and S. R.; KRAUSE, P. J.; PERSING, D. H.
Health Division. 2004 Babesiosis. Clinical Microbiology, v. 13, p.
451-469. 2000.
FAO. 2022. Expert consultation on the sustainable
management of parasites in livestock challenged KE, G. M.; CHENG, H. L.; KE, L. Y.; JI, W.
by the global emergence of resistance – Part T.; CHULU, J. L.; LIAO, M. H.; CHANG, T. J.;
1: Current status and management of acaricide LIU, H. J. Development of a quantitative Light
resistance in livestock ticks,9–10 November 2021. Cycler real-time RT-PCR for detection of avian
FAO Animal Production and Health Report No. 17. reovirus. Journal of Virological Methods, v.
Rome. https://doi.org/10.4060/cc2981en 133(1), p. 6-13. 2006. http://dx.doi:10.1016/j.
jviromet.2005.09.011. Epub 2005.
GAUSS, C. L. B.; FURLONG, J. Comportamento
de larvas infestantes de Boophilus microplus em JONSSON, N. The productivity effects of cattle
pastagem de Brachiaria decumbens. Ciência tick (Boophilus microplus) infestation on cattle,
Rural, v. 32, p. 46-472. 2002. with particular reference to Bos indicus cattle
and their crosses. Veterinary Parasitology,
GONZALES, J. C. O controle do carrapato do boi. V. 137, 1-10. 2006. http://dx.doi:10.1016/j.
Passo Fundo: Universidade de Passo Fundo, vetpar.2006.01.010.
RS. 2003
KUNZ, S. E.; KEMP, D. H. Insecticides and
GORDON, H. M.; WHITLOCK, H. V. A new acaricides: resistance and environmental impact.
technique for counting nematode eggs in sheep Revue Scientifique et Technique, v. 13, p. 1249–86.
faeces. Journal of the Council for Scientific 1994. https://doi.org/10.20506/rst.13.4.816.
and Industrial Research, v.12, p. 50–2. 1939.
LABRUNA, M. B. As gerações anuais. In: Pereira,
GRISI, L.; LEITE, R. C.; MARTINS, J. R.; M. C.; Labruna, M. B.; Szabó, M. P. J.; Klafke, G. M.
BARROS, A. T.; ANDREOTTI, R.; CANÇADO, Rhipicephalus (Boophilus) microplus: biologia, controle
P. H.; PÉREZ DE LEÓN, A. A.; PEREIRA, J. B.; e resistência. São Paulo: MedVet, p. 169. 2008.
VILLELA, H. S. Reassessment of the potential
economic impact of cattle parasites in Brazil. MARQUES, D. C. Criação de Bovinos. Belo
Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, Horizonte, CVP. Consultoria Veterinária e
v. 23, p. 150–6. 2014. Publicações, p. 659. 2003.
GUNASEKARA, A. S.; TRUONG, T.; GOH, K. S.; MARTINS, K, R.; GARCIA, M. V.; BONATTE-
SPURLOCK, F.; TJEERDEMA, R. S. Environmental JUNIOR, P.; DUARTE, P. O.; HIGA, L. O.
fate and toxicology of fipronil. Journal of Pesticide S.; CSORDAS, B. G.; ZIMMERMANN, N. P.;
Science, v. 32, p. 189–99. 2007. BARROS, J. C.; ANDREOTTI, R. Correlation
between Rhipicephalus microplus ticks and
HANSEN, P. J. Physiological and cellular Anaplasma marginale infection in various cattle
adaptations of zebu cattle to thermal stress. Animal breeds in Brazil. Experimental and Applied
Reproduction Science. v. 82-83, p. 349–60. 2004. Acarology, v. 81, 1-14. 2020.
HERNÁNDEZ, A. F.; TEEL, P. D.; CORSON, NUÑES, J. L.; MUÑOZ COBENAS, M. E.;
M. S.; GRANT, W.E. Simulation of rotational MOLTEDO, H. L. Boophilus microplus, la
grazing to evaluate integrated pest management garrapata comum del ganado vacuno. Buenos
strategies for Boophilus microplus (Acari: Aires: Hemisfério Sur. 1982.
ixodidae) in Venezuela. Veterinary Parasitology,
v. 92, p. 139-49. 2000. OKINO, C. H.; GIGLIOTI, R.; SILVA, M.;
OLIVEIRA, H. N.; OLIVEIRA, M. C. S.
HIGA, L. O. S.; GARCIA, M. V.; BARROS, J. C.; Comparative evaluation of DNA extraction kit,
KOLLER, W. W.; ANDREOTTI, R. Evaluation matrix sample and qPCR assays for bovine
babesiosis monitoring. Molecular Biology RIBEIRO, A. B.; TINOCO, A. F. F.; LIMA, G. F.
Reports, v. 45, p. 2671–2680, 2018. https://doi. C.; GUILHERMINO, M. M.; RANGEL, A. H. N.
org/10.1007/s11033-018-4436-9. Produção e composição do leite de vacas Gir e
Guzerá nas diferentes ordens de parto. Revista
OLIVER JR, J.H., 1989. Biology and systematics Caatinga, v. 22, p. 46–51. 2009.
of ticks (Acari: Ixodida). Annual Review of
Ecology Systematics, v. 20, p. 397-430. RUVIARO, C. F.; GIANEZINI, M.; BRANDÃO,
F. S.; WINCK, C. A.; DEWES, H. Life cycle
PEREIRA, M. C.; LABRUNA, M. B.; SZABÓ, M. assessment in Brazilian agriculture facing
P. J.; KLAFKE, G. M. Rhipicephalus (Boophilus) worldwide trends. Journal of Cleaner
microplus (biologia, controle e resistência). São Production, v.28, p.9-24. 2012.
Paulo: MedVet. p. 169, 2008.
WAINER, J. Experimento em sistemas
PIÑA, F. T. B.; ZIMMERMANN, N. P.; GARCIA, colaborativos. In: Sistemas Colaborativos,
M.V.; HIGA, L. O. S.; OSHIRO, L. M.; DUARTE, Pimentel, M.; Fuks, H. (Org.) Editora Sociedade
P. O.; BARROS, J. C.; ANDREOTTI, R. Sensitivity Brasileira de Computação/Elsevier. 2011
of Senepol and Caracu breeds to parasitism by Disponível: https://sistemascolaborativos.uniriotec.
Rhipicephalus microplus. Systematic and Applied br/experimento-em-sistemas-colaborativos/.
Acarology, v. 26(5), p. 954–961. 2021. https://doi.
org/10.11158/saa.26.5.10. WEST, J. W. Effects of heat-stress on production
in dairy cattle. Journal of Dairy Science, v.86, p.
R Core Team, 2020. R: A language and 2131–44. 2003.
environment for statistical computing. R
Foundation for Statistical Computing, Vienna, WHARTON, R. H.; UTECH, K. B. W. The relation
Austria. URL https://www.R-project.org/. between engorgement and dropping of Boophilus
microplus (Casnestrini) (Ixodidae) to the
RECK, J.; KLAFKE, G. M.; WEBSTER, A.; assessment of the tick numbers on cattle. Journal
DALL’AGNOL, B.; SCHEFFER, R.; SOUZA, U. of the Australian Entomological Society, v. 9
A.; CORASSSINI, V. B.; VARGAS, R.; SANTOS, (3), p. 171-182. 1970.
J. S.; MARTINS, J. R. First report of fluazuron
resistance in Rhipicephalus microplus: a field tick WILKINSON, P. R. The spelling
population resistant to six classes of acaricides. of pasture in cattle tick control.
Veterinary Parasitology, v. 201, p. 128–36. 2014. Australian Journal Agricultural Research, v.8,
p. 414-423. 1957.

Exemplares desta edição Comitê Local de Publicações


podem ser adquiridos na: da Embrapa Gado de Corte
Embrapa Gado de Corte
Presidente
Av. Rádio Maia, 830
Rodrigo Amorim Barbosa
79106-550, Campo Grande, MS
Fone: (67) 3368-2000 Secretário-Executivo
www.embrapa.br Rodrigo Carvalho Alva
www.embrapa.br/fale-conosco/sac Membros
Alexandre Romeiro de Araújo, Davi José
1ª edição Bungenstab, Fabiane Siqueira, Gilberto
1ª edição (2023): eletrônica Romeiro de Oliveira Menezes, Luiz Orcício
Fialho de Oliveira, Marcelo Castro Pereira,
Mariane de Mendonça Vilela, Marta Pereira
da Silva, Mateus Figueiredo Santos, Vanessa
Felipe de Souza
Supervisão editorial
Rodrigo Carvalho Alva
Revisão de texto
Rodrigo Carvalho Alva
Tratamento das ilustrações
Rodrigo Carvalho Alva
Projeto gráfico da coleção
Carlos Eduardo Felice Barbeiro
Editoração eletrônica
Rodrigo Carvalho Alva
Foto da capa
Renato Andreotti

Você também pode gostar