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Manual de

Parasitologia
Veterinária:
Endoparasitas
em Bovinos
Uso exclusivo para médicos veterinários
Manual de Parasitologia Veterinária:
Endoparasitas em Bovinos

A MSD Saúde Animal apresenta ao mercado uma revolução no conceito do


controle de parasitas em ruminantes.
Esta nova abordagem visa pensar estrategicamente as interações entre os
animais, o ambiente e os desafios parasitários, com o objetivo de atender as
necessidades produtivas de um país, tropical como o Brasil.
O conceito de ENDOECTO esta alicerçado didaticamente na localização dos
parasitas nos bovinos. Sendo os endoparasitas relacionados a presença de
parasitas internos como os helmintos em diferentes orgãos e os ectoparasitas a
presença externa com moscas e carrapatos, nos bovinos.
O sinergismo do conhecimento técnico dos parasitas e sua epidemiologia fazem
do programa parasitário MSD Saúde Animal um divisor de águas, pois direciona
produtos e estratégias de controle aos diferentes tipos de parasitas e ao mesmo
tempo leva em consideração a interação entre os tratamentos, pensando em
melhorias de manejo e produtividade. Utilizando ferramentas de medição e
desempenho que permite ao pecuarista mensurar e compreender o desafio
parasitário em função do meio ambiente e da genética de seus animais.
O conceito ENDO ECTO Proteção Parasitária MSD é uma consultoria aos
pecuaristas e veterinários do Brasil que irá transformar o controle parasitário
brasileiro e trará enormes ganhos a pecuária.
Tal desafio é possível porque a MSD Saúde Animal tem em seu DNA a constante
busca por novos produtos e serviços, através da inovação e pesquisa.

Boa leitura!

Daniel Rodrigues Emerson Marques Botelho


Gerente Técnico Gerente Produto

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Para a sustentabilidade fi- problemas sanitários. Dentre


nanceira dos diferentes siste- eles as parasitoses, causadas por
mas de produção de leite e carne helmintos gastrintestinais e pul-
com bovinos e outros ruminan- monares.
tes, os produtores necessitam
adequar-se às exigências do mer-
Nos animais mantidos a pas-
cado e praticar o gerenciamento
to é comum a ocorrência simultâ-
profissional da atividade pecuária
nea desses parasitos, o que torna
com investindo em nutrição, me-
difícil avaliar os efeitos deletérios
lhoria genética e na sanidade do
de uma infecção única. Para que
rebanho, objetivando o aumento
possamos identificar os parasitos
da produtividade do rebanho.
que causam maior impacto sobre
a saúde dos animais em cada si-
As ações de manejo relacio- tuação, faz-se necessário utilizar
nadas com a maior produtividade técnicas de diagnóstico comple-
animal tornam a exploração pecu- mentar para subsidiar a escolha
ária mais intensa com o aumen- das ações adequadas para limitar
to da densidade animal relativa, o impacto da infecção no desem-
levando à maior incidência dos penho produtivo.

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Exames complementares Os testes realizados a


para o diagnóstico das enfermida- campo para o diagnóstico
des parasitárias usualmente não das parasitoses apresentam
são realizados como rotina no mo- alta especificidade com
sensibilidade reduzida,
mento da escolha do tratamento
principalmente nos casos de
que possa ser utilizado nos animais
infecção subclínica ou após a
de um rebanho. fase de maior parasitemia.

A pouca demanda por análises A coleta e a preparação da


era justificada pela pequena dispo- amostra a ser analisada
nibilidade de laboratórios em todo necessitam de atenção
Brasil e também pela eventual de- em relação ao seu preparo
mora no recebimento dos resulta- e conservação, de modo
dos, o que dificultava a aplicação reduzir os resultados falsos.
dos exames. Para preencher essa
lacuna, os pesquisadores e a indús- permite a análise dos resultados
tria se empenharam em desenvol- em conjunto com os fatores condi-
ver tecnologias para a realização de cionantes para o estabelecimento
testes diagnósticos no local onde da infecção, e eventual ocorrência
os animais estão. da doença clínica causa por um ou
mais agentes parasitários que po-
dem ser controlados unicamente
Para aumentar o poder dos tes- ou em conjunto, quando do uso de
tes, a realização destes a campo práticas para o controle integrado
em uma parcela significativa dos de endo e ectoparasitos.
animais da categoria em estudo,

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O controle dessas parasito- Portanto, os sistemas produ-


ses, geralmente, é realizado com tivos modernos que utilizam prá-
aplicação de antiparasitários. A uti- ticas agrícolas capazes de dar su-
lização de medicamentos antipara- porte à criação de animais de alto
sitários sem a correta análise téc- potencial genético e em alta densi-
nica da necessidade de seu uso, dade relativa, exigem de todos os
e também de forma errônea, tem agentes envolvidos um empenho
sido responsável pela crescente adicional para viabilizá-los.
redução da eficácia das drogas an-
tiparasitárias e por consequência
da menor viabilidade econômica
do uso destas.

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Impactos e prejuízos causados


pelos helmintos

• 2 a 10 % de mortalidade (até 30% no RS);

• Redução no ganho de peso;

• Redução na produção de leite;

• Qualidade de carcaça

• Desempenho reprodutivo;

• Interferem na resposta imunológica;

• Interferem no metabolismo protéico, mineral e


vitamínico

• (>%de água no organismo e < depósito de proteína,


Ca e P)

• Anorexia voluntária (parasitária) (Symons, 1985)

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Animais sem vermes

Animais com vermes

verminose

consumo do pasto

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Os principais helmintos encontrados nos bovinos podem ser divididos


em três classes, Nematóides, Cestoides e Trematoides.

Vermes redondos
NEMATÓIDES

Vermes chatos
CESTÓIDES

Vermes foliares
TREMATÓIDES

Distribuição das espécies de helmintos


acordo com os órgãos alvo
Musculatura
Fígado Taenia saginata (cisticercos)
Fasciola hepatica Sarcocystis (sarcocisto)

Olho
Ceco e Cólon Thelazia
Trichuris
Oesophagostomum
Tecido Conjuntivo
Pulmão Onchocerca
Hypoderma (larva)
Dictycaulus viviparus
Intestino Delgado
Trichostrongylus Rúmen Pâncreas
cooperia Eurytrema sp
nematodirus Paramphistomum Abomaso
Bunostomum
Strongyloides Haemonochus
Moniezia Ostertagia Trichostrongylus
Eimeria spp.
Cryptosporidium

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Distribuição das especies de helmintos acordo com os orgões alvo.

ESTOMACAIS
- Haemonchus contortus
- Haemonchus similis
Vermes redondos - Haemonchus placei
- Ostertagia ostertagi
- Ostertagia lyrata
- Trichostrongylus axei

ESTÔMAGO

Delgado
- Trichostrongylus colubriformis
INTESTINAIS - Cooperia oncophora
- Cooperia punctata
- Cooperia pectinata
- Cooperia spatulata
- Bunostomun phlebotomun
Vermes redondos - Nematodirus filicolis
- Strongyloides papillosus
- Neoascaris vitulorum

Grosso
INTESTINOS - Oesophagostomun radiatum
- Trichuris spp

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Delgado Vermes chatos


- Moniezia benedeni

INTESTINO

Pulmonares Vermes redondos


- Dictyocaulus viviparus

PULMÃO

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- Fasciola hepatica

FÍGADO

- Paramphistomun spp

ESTÔMAGO

- Eurytrema sp

PÂNCREAS

Vermes foliares

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CICLO EVOLUTIVO DOS VERMES REDONDOS

O Ciclo destes Nematódeos é considerado direto, ou seja não necessita


da participação de hospedeiros intermidiários.

FASE PARASITÁRIA FASE DE VIDA LIVRE

Fezes Ovos Pastagem

Bovinos Vermes Larvas

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CICLO EVOLUTIVO DOS VERMES REDONDOS


Os fatores que interferem no desenvolvimento, sobrevivência, distribuição e migração das larvas
de vida livre de helmintos no pasto são influenciados diretamente por fatores climáticos como
chuva, temperatura, umidade, pressão barométrica, incidência de luz solar, cobertura de nuvens,
vento, quantidade de vegetação, bem como os efeitos das aves, fungos e mamíferos selvagens.

Temperatura
entre: 25 e 28º

Umidade
relativa > 70%

CICLO EVOLUTIVO DOS VERMES REDONDOS

GÁSTRICOS

Ovos eliminados
nas fezes

Larva de 3º
estágio
infectante

Desenvolvimento dos
ovos nas fezes ou solo

Larva de 2º
estágio no solo Larva de 1º estágio nas
fezes ou solo

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A Haemoncose bovina, é uma patologia causada pela presença de


Haemonchus sp um parasita hematofago que tem como habitat o abomaso.

HAEMONCOSE BOVINO

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Aspectos macroscópicos dos abomasos dos bezerros experimentais.


A - Abomaso de bezerro não infectado; B - Abomaso de bezerro inoculado com Haemon-
chus contortus, notar a mucosa intensamente avermelhada; C - Abomaso de bezerro com
Haemonchus placei.

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Hipobiose

Período em que as larvas de 4º estágio de


nematóides, tem o seu desenvolvimento
interrompido ou inibido na mucosa do trato
gastrintestinal do animal

Larvas hipobióticas na
mucosa (L4), visto em
corte histológico (no
coagulador)

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CICLO EVOLUTIVO DOS VERMES REDONDOS

PULMONARES

Larvas L,
Os ovos são
nos
expectorados dos
fungos
pulmões para a boca
que
e engolidos
crescem
nas fezes

Larvas L,
infestantes numa
gota de orvalho
As larvas ingeridas
penetram no abomoso
e através da linfa vão
para os pulmões

Larvas L
no capim Larvas L no esterco

CICLO EVOLUTIVO STRONGYLOIDES PAPILLOSUS

NEMATÓIDES

Larvas nos
tecidos da
mãe

Fêmeas
partenonéticas
no intestino do
bezerro

Larvas de
3º estágio Ovo

Estágios larvares no campo

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CICLO EVOLUTIVO DOS VERMES CHATOS

Os estágios infectantes livres atacam a aprede intestinal para


alimentação e se transformam em adultos

Os ácaros, contendo
ovos no seu interior, são
ingeridos pelo bovino

Ovos dentro dos


proglotes eliminados
com as fezes

Ácaros ingerem, ovos que se Ovos embrionados e


desenvolvem para larvas proglotes nas fezes

CICLO EVOLUTIVO DE VERMES FOLIARES

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Periodo pré patente

É o periodo em que as fêmeas iniciam a fase de postura, podendo


diferenciar conforme a espécie envolvida.

Estimativa sobre a produção diária de ovos de alguns helmintos

A excreção de ovos é dependente do hospedeiro (idade, estado


imunitário, consistência fecal) e da espécie do parasito em questão.
Assim, enquanto alguns gêneros são muito prolíficos, como é o
caso de Haemonchus spp. (5000-10000 ovos/dia), outros, como
Nematodirus spp., não atingem mais de 50 ovos/dia.

Gênero de helmintos Produção diária de ovos

Haemonchus 5.000 - 10.000

Ostertagia, Trichostrongylus e Cooperia 100 - 200

Strongyloides papillosus 3.000

Nematodirus 50 - 100

Oesophagostomum 3.000

Neoascaris 200.000

Fasciola hepatica 2.000 - 8.000

Fonte: *Ueno, H. Gonçalves, P.C., 1970


** Vários autores

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HELMINTOS ADULTOS DE
Haemonchus sp e Cooperia sp

Fonte: DANIEL RODRIGUES -

MSD Saúde Animal

HAEMONCHUS SP Cooperia sp

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Métodos de diagnóstico

Para se identificar a presença dos helmintos no bovino, necessita-se de


implementação de tecnicas de diagnosticos, as quais podem ser classificas
em: sintomas clínicos; exame de fezes e a Necropsia parasitária.

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EXAME DE FEZES

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EXAME DE FEZES

Método McMaster
Modelo da Câmara de McMaster
- Balança;
- Copo de vidro;
- Proveta;
- Coador ou gaze;
- Bastão de vidro; Vista dorsal
- Pipetas;
- Câmara de McMaster.
Vista Lateral

Solução saturada de NaCI (densidade 1200)


ou semi-saturada (saturada + água = 1:1)

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MÉTODO MCMASTER

- Dois gramas de fezes previamente homogeneizadas;


- Diluir em 28 mL de sol. saturada de NaCl;
- Homogeneizar bem e filtrar (coador);
- Preencher (pipeta) a câmara de McMaster;
- Aguardar pelo menos dois minutos (ovos flutuarem,
todos no mesmo plano)
- Contagens de ovos em microscópio com objetiva de 10X
(focalizar até visualização das linhas na câmara)
- Resultado das duas contagens (uma câmara) X 50=
número de ovos por grama de fezes (OPG)

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Cálculo do OPG

2g de fezes .............30 mL

15mL 15mL 1 g de fezes ............15mL

0,30 mL ...............6 ovos

15 mL ...................X

X = 6 ovos x 0,3/15

X = 6 ovos x 50

= 6 ovos X = 300 OPG de Estrongilídeos

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EXAME DE FEZES

Mini flotac

Fill flotac Mini flotac

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Técnica Mini-FLOTAC - Fezes frescas - Herbívoros


Homogenize cuidadosamente
Adicione 45 ml da solução de a amostra fecal, depois
flotação (diluição 1:10) preencha o coletor cônico (5g
de fezes) do Fill-FLOTAC e
nivele a superfície.

Usando os orfícios de
enchimento, as câmeras
de flotação são
preenchidas com a
suspensão fecal até
Homogenize formar um pequeno
menisco. Para evitar a
formação de bolhas de
ar, as câmeras devem
ser preenchidas com o
aparelho Mini-FLOTAC
em uma inclinação.

Após 10 minutos, a tecla é usada


para girar o disco de leitura no
sentido horário (cerca de 90 °) até
que o disco de leitura pare de
mover de (a) a (b). Remova a
chave. Conecte o adaptador
Microscópio ao microscópio e
coloque o Mini-FLOTAC no
adaptador Microscópio com a
grade governada No. 1 à direita.
Sensibilidade Analítica e Fator de Multiplicação
= 5 EPG, LPG, OPG, CPG
EPG/LPG/OPG/CPG = ovos/larvas/oocistos/cistos por grama de fezes

Mini-FLOTAC MONTAGEM

Coloque o lado inferior Segurando a base, Coloque a chave na A tecla é usada para
do disco de leitura no gire o disco de leitura montagem para que girar o disco de leitura
lado superior da base, no sentido horário até os dois botões no lado no sentido anti-horário
de modo que o o botão do disco de de baixo da chave se (cerca de 90o) até o
pequeno botão do leitura parar o encaixem nos dois disco de leitura não se
disco de leitura entre movimento adicional orifícios do disco de move de (b) para (a).
na ranhura da base. de (a) para (b). leitura.

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Haemonchus sp.

Trichostrongylus sp.

Ostertagia sp.

bunostomum sp.

Cooperia spp.

Oesphagostomum sp.
Família Trichostrongylidae

Moniezia sp. Oocistos de Eimeria

Strongyloides sp. Trichuris sp.

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DIA “ZERO” DIA “14” Teste de Redução de OPG:


DIA ZERO

X
7,14 ou 28 DIAS APÓS
Contagem OPG
(Gordon e Witlock, 1939)

Controle da eficácia do vermífugo:


(Teste de Redução de OPG)

R = [(opg pré-tto) - (opg pós-tto)]


(opg pré-tto)

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Como identificar o gênero de


estrongilídeo presente nos rebanhos?

Oxigênio;
umidade (70%)
Temperatura
(25 a 28 ºC)

Técnica de Coprocultura

COPROCULTURA
Haemonchus sp.
Trichostrongylus sp.
Ostertagia sp.
Bunostomum sp.
Cooperia spp.
Oesphagostomum sp.
Família Trichostrongylidae

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Coprocultura:
Método de Roberts e O´Sullivan

Fezes

Colher diretamente do reto do Acrescentar vermiculite ou serragem, na


animal de 20 a 50gr de fezes proporção aproximada de duas partes
OPG acima 800. Evitar resfriar de vermiculite para uma de fezes;
por mais de 24hs amostras que Misturar as fezes com o vermiculite até
serão utilizadas para cultura. que forme uma mistura homogênea,
acrescentar água, se necessário, para
manter a cultura úmida

H2 O

Recuperam-se as larvas, enchendo-se o Tampá-lo com placa de Petri,


frasco de cultivo com água e tampando-o colocar um barbante entre a
com uma placa de Petri e invertendo-o placa e a borda do frasco para
bruscamente sobre a placa; que haja aeração. Temperatura
Coloca-se água morna (42˚C) na parte ambiente, por 7 a 10 dias,
externa da placa de Petri. Transcorridas 2 umidecer conforme
horas, transfere-se, com auxilio de uma necessidade
pipeta, o conteúdo da placa de Petri para
um tubo de ensaio.
Este tubo pode ser conservado em
geladeira por até 30 dias.

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Principais larvas encontradas


em coproculturas de bovinos

Trichostrongylus sp.
Haemonchus sp.

Cooperia sp.

Oesophagostomum sp. Fonte: Laboratório de


Doenças Parasitárias
(LADOP) – FAMEV/UFU

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Consulte o seu veterinário local para auxiliar no diagnóstico,


tratamento e controle dos parasitos

helmintos Grau de Infestação (opg)


Leve Moderada Pesada
Infecção mista - 200 - 700 700
Haemonchus spp 200 200 - 500 500
Ostertagia spp 150 - 500
Trichostrongylus axei 50 50 - 300 300
Trichostrongylus spp - - 500
Buonostomum spp 20 20 - 100 100
Cooperia spp 500 500 - 3.000 >3.000
Cooperia punctata 50 200 200
Oesophagostomum radiatum 50 - 150 150 - 500 500

Fasciola hepática 10 10 - 25 25 - 50

Fonte: Ueno & Gutierres (1983)

Diferença entre um parasita susceptível


e um resistente

Dose terapêutica causa Dose terapêutica não causa a


a morte e eliminação morte, com pouca eliminação

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Resistência Parasitária

R1. Transmissão R2. Ocorre quando um


genética da perda da maior número de indivíduos
sensibilidade em uma de uma população é capaz de
população, previamente tolerar doses de um composto
sensível a determinada que outra população da
droga. mesma espécie.

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Seleção Química

População inicial Perda da eficácia do População resistente/RMD


tratamento A

SS SS SS
SR RR
SS
SR RR RR
SS SS RS
SS SS RR
RS RR
SS
Tratamento A
Tratamento B
(meses - anos)

SS, Homozigoto suscetível, RR, homozigoto resistente, e SR/RS, Heterozigoto

Fatores predisponentes
à resistência parasitária

- Resistência natural (gene presente)


- Fatores de seleção na população em refugia
1. Curto intervalo entre tratamento
2. Tratamento de todos os animais do rebanho
3. Rápida alternância de grupos químicos
4. Aquisição de animais contaminados parasita RR
5. Estratégias errôneas de manejo

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Alternativa para controle


de cepas resistentes

100 Alternation (a)


90
80
70
Rallele %

60
50
Drug 1
40 Drug 2
30
20
10
0
0 12 34 56 789 10
Years
100 Mixture (b)
90
80
70
Rallele %

60
50 Drug 1 & 2
40
30
20
10
0
0 12 34 56 78 91 0
Years
Barnes e Dobson, 1990

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Pontos importantes para o


Controle da Verminose

Estratégias
Produtos eficientes
de de
Qualidade acordo
com clima e a
região

Helmintos

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Pontos importantes para o


Controle da Verminose

Qualidade dos Como avaliar as


produtos Avermectinas?

Através de um eficiente Pela determinação do


controle de qualidade grau de pureza da
matéria-prima

Estratégias eficientes de acordo


com clima e a região

SANIDADE MANEJO

CONTROLE PRÁTICAS
QUÍMICO DE MANEJO

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Estratégias eficientes de acordo


com clima e a região

Finalidade Meses Pra quê?

Carga
Diminuir o Período Parasitária alta
efeito da seco nos animais
verminose do ano com pastagens
pobres em
nutrientes

ANIMAIS

RESULTADOS:
Minimização do risco de verminoses clínicas
Redução da Mortalidade

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Estratégias eficientes de acordo


com clima e a região

Finalidade Meses Pra quê?

Condições mais
Eliminação de Final período favoráveis ao
elevadas cargas seco e inicio desenvolvimentos
parasitárias nos do período das e a sobrevivência
animais chuvas das larvas na
pastagem

PASTAGEM
RESULTADOS:
Redução das taxas de recontaminação
das pastagens durante os primeiros meses
do período das chuvas

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Associação Ivermectina 2,25%


+ Abamectina 1,25%

Available online at www.sciencedirect.com


Associação
inteligente Veterinary Parasitology 155 (2008) 299 - 307

comprovada pela
Endectocide activity of a new long-action formulation containing
ciência 2.25% ivermectin + 1,25% abamectin in cattle

Abamectina é mais eficaz


contra nematóides gastrintestinais
e pulmonares

Ivermectina é mais eficaz contra


ectoparasitas (carrapato e Bernes)

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Qual a importância do desenvolvimento


da associação Ivermectina + Abamectina?

Concentrações
superiores em relação
aos endectocidas
tradicionais

Abamectina 1,25%

Ivermectina 2,25%

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Associação Ivermectina 2,25%


+ Abamectina 1,25%
Ganho de peso vivo de bovinos, da raça Canchin, pertencentes
aos grupos controle e tratados com endectocidas. São João da
Boa Vista, SP, Brasil. CPPA/FCAV/UNESP

Ganho de peso vivo médio (kg)/Dias Pós-tratamento


Grupo
-30 a zero zero a 60 zero a 120

IVERMECTINA 2,25% + 3,40A 37,90A 52,97A


ABAMECTINA 1,25%

DORAMECTINA 1,0% ** 3,47A 29,27B 40,43B

MOXIDECTINA 1,0% ** 3,90A 28,33B 40,57B


Beneficio
para o CONTROLE 3,20A
15,60 C
21,63C

Pecuarista
1
Médias seguidas por pelo menos uma letra em comum, na coluna,
não diferem entre si pela estimativa de contraste (P>0,05)

AVOTAN

RAPIDEZ NA
ABSORÇÃO
URA
RD
GO

RAPIDEZ NA
DISTRIBUIÇÃO dias de ação

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Intramuscular e subcutânea

AVOTAN
Concentrações plamáticas (quantidade de
abamectina no sangue)

AVOTAN® L.A. SC

AVOTAN® L.A. IM

33 42
Dias após a aplicação

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Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v. 57, n.2, p.186-190, 2005


Resistência de Cooperia spp e Haemonchus spp.
às avermectinas em bovinos de corte
[Resistance of cooperia spp and Haemonchus spp. to
avermectins in beef cattle]
V.B. Rangel1. R.C. Leite2. P.R. Oliveira2, E.J. Santos Jr1

AVOTAN

Contagem média de ovos por gramas de fezes (OPG), inicial e final, e


taxa de redução de acordo com os tratamentos

OPG
Tratamento
Inicial Final Redução (%)

T1 Controle 1.371 1.200 -


T2 Ivermectina 1% 1.177 1.215 -1,3

T3 Ivermectina LA 1% 1.233 973 18,9


T4 Doramectina 1% 1.046 592 50,6
T5 Controle 985 631 -
T6 Moxidectina 1% 547 0 100,0
T7 Abamectina LA 1% 1.175 6 99,0

46
Uso exclusivo para médicos veterinários
Manual de Parasitologia Veterinária:
Endoparasitas em Bovinos

Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v. 57, n.2, p.186-190, 2005


Resistência de Cooperia spp e Haemonchus spp.
às avermectinas em bovinos de corte
[Resistance of cooperia spp and Haemonchus spp. to
avermectins in beef cattle]
V.B. Rangel . R.C. Leite2. P.R. Oliveira2, E.J. Santos Jr1
1

AVOTAN

Gênero de larvas de helmintons (%) em coproculturas realizadas antes e


após o tratamento de bovinos de corte naturalmente infectados

Inicial Final
Tratamento
Coop Haem Oesop Total Coop Haem Oesop

T1 Controle 45 40 15 100 65 35 100


-
T2 Ivermectina 1% 56 44 0 100 25 75 100
-1,3
T3 Ivermectina LA 1% 43 57 0 100 28 72 100
18,9
T4 Doramectina 1% 35 65 0 100 85 15 100
50,6
T5 Controle 66 19 15 100 47 53 100
T6 Moxidectina 1% 68 32 0 100 0 0 0
T7 Abamectina LA 1% 77 23 0 100 0 0 0
Coop.: Cooperia; Haem: Haemonchus; Oesop.: Oesophagostomum.

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Uso exclusivo para médicos veterinários
Manual de Parasitologia Veterinária:
Endoparasitas em Bovinos

PANACUR 10%

Composição:

cada 100 ml contém:


Fenbendazole ............................ 10,0 g

Dosagem:
- Vermes redondos gastrintestinais: 1 ml para 20 Kg de peso
- Vermes redondos pulmonares: 1 ml para 15 Kg de peso
- Vermes chatos - tênias: 1 ml para 10 Kg de peso

AÇÃO TRIPLA CUIDADOS E


COMPROVADA PRECAUÇÕES

Elimina vermes adultos Período de carência


Elimina larvas pós-tratamento:
Elimina ovos
Leite: 5 dias.
Carne: 11 dias.
AMPLO ESPECTRO Apresentação
DE AÇÃO
Frasco plástico de 1 L.

Elimina vermes redondos


(Gastrintestinais,
Indicações:
pulmonares) Espécies: Bovinos,
Elimina vermes chatos Ovinos, Caprinos
(Tênias “Moniezia spp”)

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Uso exclusivo para médicos veterinários
Manual de Parasitologia Veterinária:
Endoparasitas em Bovinos

Neste estudo a combinação de dois grupos químicos diferentes


posibilitou a melhoria do resultado de eficácia em helmintos multidroga
resistentes.

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Manual de Parasitologia Veterinária:
Endoparasitas em Bovinos

Referências Bibliograficas

Cooperia punctata: Effect on cattle productivity?


Veterinary Parasitology 183 (2012) 284– 291.

Hakaru Ueno, Manual para diagnóstico das Helmintoses de Ruminantes 1998.

Heckler, R. P. EPIDEMIOLOGIA E CONTROLE ESTRATÉGICO DA VERMINOSE EM


BOVINOS DE CORTE. TESE DE DOUTORADO UFMS, 2015

F.C. Favero et al., Experimental infection of calves with Haemonchus placei or Haemonchus
contortus: Assessment of clinical, hematological and biochemical parameters and
histopathological characteristics of abomasums. Experimental Parasitology 170 (2016) 125
– 134.

F. Ramos et al., Anthelmintic resistance in gastrointestinal nematodes of beef cattle in the


state of Rio Grande do Sul, Brazil. International Journal for Parasitology: Drugs and Drug
Resistance. 6 (2016) 93 - 101

SANTOS, et al., NEMATÓDEOS GASTRINTESTINAIS DE BOVINOS – REVISÃO, REVISTA


CIENTÍFICA DE MEDICINA VETERINÁRIA , 2015.

V.B. Rangel. R.C. Leite. P.R. Oliveira, E.J. Santos Jr. Resistance of cooperia spp and
Haemonchus spp. to avermectins in beef cattle. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v. 57, n.2,
p.186-190, 2005

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Uso exclusivo para médicos veterinários
Tristeza Parasitária Bovina
A CIÊNCIA PARA ANIMAIS MAIS SAUDÁVEIS

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