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Bacteriologia

Características Gerais das Bactérias

Morfologia - podem ter diferentes formatos

Parede Celular

Estrutura complexa externa à membrana plasmática


Mantém a forma característica da célula
Diferenças procariontes x eucariontes
Protege contra lise osmótica e mecânica
Ausência de membrana nuclear
Formada por monômeros de peptideoglicano
Dna circular sem histonas
estruturada a partir da ligação de dois derivados da
Dna disperso no citoplasma
glicose: n-acetilglicosamina (NAM) e ácido n-
Não possuem citoesqueleto
acetilmurâmico (NAG)
Possuem parede celular
Ribossomo 70s
Síntese de peptideoglicano
Também é composto pelos aminoácidos aminoácidos,
Membrana Plasmática
incluindo L-alanina, D-alanina, ácido D-glutâmico e, ou
Composta por uma camada bilipídica
L-lisina ou uma molécula estruturalmente similar,
Funções
ácido diaminopimélico (DAP).
Compartimentalização
Transporte de substâncias
As cadeias longas de peptideoglicanos são biossinteti-
Secreção
zadas adjacentes entre si, formando uma folha
Atividade bioquímicas e de síntese
circundando a célula.
São reforçadas por hopanóides (análogos do
As cadeias individuais são interligadas por meio de
colesterol)
ligações cruzadas dos aminoácidos
Sistema de transporte ABC
1. Modificação da glicose: uma amina no grupamento
proteína de ligação ao substrato
2 (NAG) ou sofre uma alteração no carbono 3
transportador integrado à membrana
(NAM). NAG e NAM são unidos por ligações β-1,4
proteína que hidrolisa ATP
glicosídica
Transpeptidase associa ao NAM uma cadeia peptídica
2. Transferência de seus precursores para o folheto
externo da membrana célula - bactoprenol, reconhece
UDP e libera UMP.
Flipases - transporte de açúcar para a outra porção
da membrana
D-fosforilase - retira um fosfato do bactoprenol e o
libera

3. Monômeros de dissacarídeos são


unidos por transglicosilação e os peptídeos de uma
cadeia são unidos aos de outra (por pontes de
pentaglicina) pela atuação da transpeptidase PBP,
formando ligações cruzadas. -> quanto maior a
Gram-positivas
quantidade de ligações cruzadas, maior a rigidez.

90% da parede celular é composta por


Obs.: Lisozima - capaz de quebrar ligações B-1,4
peptideoglicano
glicosídicas. Forma poros na membrana - natureza
catiônica
Algumas apresentam ácidos teicóicos e alguns destes
são ligados covalentemente a lipídeos de
membrana, e esses são denominados ácidos
lipoteicoicos.

Os ácidos teicoicos são parcialmente responsáveis


pela carga elétrica negativa geral da superfície
celular.
facilitam a captação de íons carregados
positivamente como Ca2+ e Mg2+
Deleção - sensibilidade a temperatura e agregação
das bactérias

Coloração de Gram

Separa as bactérias em gram-positivas (coradas em


roxo) e gram-negativas (coradas em rosa).
Gram-negativas Glicocálice

A maior parte da parede celular é composta pela Camada adicional exterior a parede celular presente
membrana externa. em algumas bactérias.

Membrana externa - Corresponde a uma segunda Polímero viscoso e gelatinoso, formado


bicamada lipídica. por polissacarídeo, polipeptídeo ou ambos.
Contém polissacarídeos
Polissacarídeos e lipídeos formam um complexo -> Pode se apresentar como camada mucosa ou cálice
LPS
Camada Mucosa
LPS Glicoproteínas associadas fracamente a parede
São reconhecidos por antígenos celular
Partes: o-antigen, outer core, inner core e lipid A Aderência da bactéria a superfícies bióticas e
Antígeno O - inibe fagocitose, proteção contra o abióticas
complemento Prevenção contra o meio externo - principalmente
Lipídeo A - dispara cascata de complemento desidratação
Também são chamados de endotoxinas Bactérias presas - pode formar biofilme

Cápsula
Substância organizada e fortemente aderida à
parede celular
Aderem a superfícies sólidas e aos nutrientes do
meio ambiente
Poder adesivo - fator de virulência
protege as bactérias de serem fagocitadas

Fímbrias
Proteínas filamentosas que se projetam a partir da
superfície da célula.
Capacidade de adesão à superfícies
Superfícies líquidas - formação de películas
Superfícies sólidas - biofilmes

Pili
Parecidos com as fímbrias,são estruturas mais longas.
Podem ser receptores de alguns vírus
Presentas apenas nas bactérias gram-negativas
Facilitam a troca genética entre as células -
conjugação
Impedem a adesão de patógenos
Endospóro
Quando os nutrientes essenciais se esgotam, certas
bactérias gram-positivas formam células
especializadas de “repouso”, denominadas endosporos.

Não apresenta metabolismo, podendo ser reativada


quando as condições ambientais voltam a ser
favoráveis.

Funções:
altamente diferenciadas
Motilidade- Quimiotáxis
extrema resistência - calor, agentes químicos e
Formação de biofilmes
radiação
Secreção de proteínas
permite a sobrevivência em condições adversar
Adesão a célula hospedeira
estágio latente do ciclo de vida bacteriano
Invasão do hospedeiro
são comumente encontrados no solo e na água.
Autoaglutinação
Processo de esporulação
São formados por 3 porções: Filamento, gancho e corpo
Começa quando um nutriente essencial torna-se
basal
limitado.
1. ativação
Filamento: Formado por flagelina (proteína contrátil),
2. germinação
que é secretada pelo sistema de secreção do
3. extrusão
flagelo.

Gancho: une o filamento ao corpo basal. Composto por


Flagelo
um único tipo de proteína e conecta o filamento à
porção motora do flagelo na base.
Apêndices longos e finos constituídos principalmente
por monômeros de flagelina.
Corpo basal: motor + sistema de secreção. A
porção motora do flagelo é ancorada na
São as organelas de locomoção de bactérias, estas
membrana citoplasmática e na parede celular. Varia
estruturas estendem-se desde o citoplasma para o
entre bactérias gram-negativas e gram-positivas.
exterior da célula.

Forma e comprimento - são determinados pela


estrutura da flagelina e direção de rotação do
filamento.

Tipos de flagelo
Monotríquio (um flagelo polarizado)
Lofotriquio (vários flagelos polarizados)
Peritriquio (flagelos ao redor da célula toda)
Anfitriquio (2 flagelos, um em cada polo)
Axial (flagelo envolve a célula toda, dentro do
espaço periplasmático
Motor: formado por um bastão central que passa Ganho e filamento são formado em seguida
por meio de uma série de anéis. Sistema de secreção tipo III - desdobra monômeros
gram-negativas: de flagelina para dentro do canal. Cada mon^mero
Anel L (externo) - ancorado na camada adicionado desloca o próximo para o final do
lipopolissacarídica filamento.
Anel P - ancorado na camada de peptideoglicano. Bomba de secreção - fornece força motriz para
Anel MS - dentro da membrana citoplasmática translocar as flagelinas
Anel C - dentro do citoplasma

gram-positivas
Mais simples - apresentam apenas MS e C

Movimentação do flagelo

Motor do flagelo: constituído pelo rotor e estator.


Rotor - bastão central e anéis
Estator - proteínas Mot

Movimento de rotação -> corpo basal


Motor: formado por um bastão central que passa
Fonte de energia: força próton-motiva
por meio de uma série de anéis.
Movimento de prótons através da membrana
gram-negativas:
Prótons são deslocados a cada rotação flagelar
Anel L (externo) - ancorado na camada
Fluxo de prótons -> forças eletroestáticas sobre as
lipopolissacarídica
cargas nas proteínas do rotor
Anel P - ancorado na camada de peptideoglicano.
Atrações entre cargas positivas e negativas
Anel MS - dentro da membrana citoplasmática
rotacionam o corpo basal conforme os próton
Anel C - dentro do citoplasma
passa entre as proteínas Mot
gram-positivas
Mais simples - apresentam apenas MS e C

Ao redor do anel interior e ancorado na membrana


citoplasmática, está uma série de proteínas
denominadas proteínas Mot.

Fli - conjunto de proteínas, inverte a direção da


rotação dos flagelos em reposta a sinais.

Montagem do flagelo
corpo basal e sistema de exportação são formados
primeiro
Quimiotaxia Quando CheY não está fosforilada, perde a
capacidade de se ligar ao motor flagelar, fazendo
Os procariotos encontram gradientes de agentes com que o flagelo conti-nue rodando no sentido
físicos ou químicos na natureza, tendo desenvolvido anti-horário
mecanismos para responder a esses gradientes,
aproximando-se ou afastando-se do agente. Este tipo CheB-P - metilesterase que medeia a adaptação em
de movimento direcionado é denominado taxia. conjunto com a quimiotaxia metiltransferase CheR
CheZ é uma fosfatase específica que desfosforila CheY-
Ausência do gradiente P, permitindo a terminação rápida do sinal.
Movem-se de maneira aleatória CheA- quinase
Corridas - pra frente de forma aleatória, motor CheW- acpolador entre o receptor e a quinase
flagelar em sentido anti-horário CheY- transmite o sinal aos motores do flagelo
Oscilações - bactéria fica “bamboleando”, sentido CheB e CheR- MCPs- controlam a metilação dos
horário receptores
Após uma oscilação, a direção da próxima corrida é Proteínas sensoriais - MCP (protéinas quimiotáticas
aleatória aceptoras de metil)

Presença do gradiente
na presença de um gradiente químico de um agente
atrativo, esses movimentos aleatórios passam a ser
tendenciosos.
enquanto se movimenta, a célula monitora seu
ambiente, comparando seu estado químico àquele
percebido poucos momentos antes.
células bacterianas respondem a diferenças
temporais

Alteração no sentido da rotação - A quinase, CheA,


fosforila um regulador de resposta, CheY, na sua forma
ativada CheY-P, que se liga a parte basal dos flagelos.

Os agentes atrativos e repelentes são percebidos por


uma série de proteínas de membrana, denominadas
quimiorreceptores - transdução sensorial do flagelo
sinalizam através de CheW para a quimiotaxia
histidina proteína quinase, CheA

Diminuição do gradiente
quimiorreceptores ativam a autofosforilação de
CheA

Estímulo
CheA fosforilada fosforila qualquer um de seus
reguladores de resposta cognatos, CheB e CheY.
CheY-P liga-se ao motor flagelar e promove uma
mudança no sentido de rotação do anti-horário
para o horário -> oscilações
Metabolismo microbiano

Metabolismo varia com o ambiente.

Fatores que influenciam


fixação de CO2
luz solar
oxidação orgânica
oxidação inorgância Tipos de fermentação
homofermentativa - origina um único produto de
Fotoautotróficos fermentação, o ácido láctico.
Fixa carbono e utiliza luz solar heterofermentativa - origina produtos além do
Luz é fonte de energia lactato, principalmente etanol e CO2 .

Quimioautótrofo Vias fermentativas


Energia de fonte inorgânica
Ex.: utilizam nitrato para fixação de CO2 Vía de Embden-Meyerhof-Parnas
enzima chave: Frutose 1,6 difosfato
Fotoheterótrofos G-3-P (intermediário) usado como aceptor de
ausência de luz - fontes carbonadas elétrons
presença de luz - luz como fonte de energia Piruvato: não é formado diretamente
Gera metade do ATP da via glicolítica
Quimioheterótrofo Destinos do piruvato: Lactato (enzima LDH), Etanol
aeróbicos - precisam de O2 (enzima alcool desidorgenase)
anaeróbicos - oxidam compostos orgânicos
Fermentação homolática
Ácido lático é o único produto
Etanol - produto da ação de leveduras
Enzima chave: frutose 1,6 difosfato Aldolase

Via heterolática
Enzima chave: fosfocetolase
Ausência de enzimas da fase preparatória da
glicólise
Primeira fase: igual à fase preparatória das
pentoses fosfato
Produtos: Glyceraldeído-3-fosfato -> ácido lático,
Acetilfosfato -> etanol

Via de Entner-Doudoroff
Enzima chave: KDPG aldolase
Metabolismo Heterotrófico - tipo de fermentação Produtos: ácido piruvico -> etanol, gliceraldeído-3-
fosfato -> etanol
Dependendo do microrganismo, os produtos finais são
diferentes -> enzimas chaves são diferentes
Fermentação mista
Três diferentes ácidos são formados em Fissão binária
quantidades significativas a partir da fermentação as células alongam-se até aproximadamente duas
da glicose ou de outros açúcares – acético, láctico e vezes o seu tamanho original e, então, formam
succínico uma partição que divide a célula em duas células-
São também formadas quantidades variáveis de filhas
etanol, CO2 e H2 . Essa partição é chamada de septo e resulta de uma
invaginação da membrana citoplasmática e da
parede celular de direções opostas; formação do
septo continua até a individualização das duas
células-filhas.

Aceptores finais de elétron


Respiração aeróbia, respiração anaeróbia e
fermentação tem diferentes aceptores finais de
elétrons.

Quando uma célula eventualmente separa-se para


formar duas células, dizemos que ocorreu uma
geração, e o tempo requerido para esse processo é
chamado de tempo de geração.
O tempo de geração em uma dada espécie de
bactéria é altamente variável, sendo dependente
de fatores nutricionais e genéticos e da
temperatura.
Crescimento Bacteriano
Dividissomo
O crescimento é definido como um aumento no número Complexo de proteínas que promovem a geração, tendo
de células. papel de citoesqueleto na divisão.

À medida que as macromoléculas acumulam-se no Proteíns Fts: essenciais para a divisão celular
citoplas-ma de uma célula, elas são agrupadas em FtsZ: crucial no processo de fissão binária
importantes estru-turas, como parede celular,
membrana citoplasmática, flage-los, ribossomos, Formação do dividissomo
complexos enzimáticos e assim por diante, Moléculas de FtsZ se ligam formando um anel ao
eventualmente levando à divisão celular. redor do centro da célula
Anel: plano de divisão da célula
FtsZ se polimerizam para formar o anel, atraindo
outras proteínas como a FtsA e ZipA.
ZipA: âncora que conecta o anel FtsZ à Proteínas Min: garantem a
membrana,estabilização. formação do divisomo somente no
FtsA: proteína relacionada a actina, também atua centro celular, e não nos polos da
recrutando outras proteína dos dividissomo. célula
O divisomo forma-se após três quartos do ciclo de FtsZ: homologa a tubulina, forma
divisão celular terem transcorrido. um anel atraves de sua
FtsL - necessária para a sínte de peptídeo glicano polimerização
ZipA: ancora na membrana o anel
que esta sendo formado
FtsI: forma peptidoglicano
MinC e MinD: atrapalham o
ancoramento, impedindo a
formação do anel durante
processo de replicação.
MinE: se posiciona no centro da
célula afeta MinC e MinD que vão
para a periferia, permitindo o
ancoramento do anel.

Regulação e divisão celular

O anel é formado no espaço entre os nucleoides


duplicados; antes da segregação dos nucleoides, eles
bloqueiam efetivamente a formação do anel FtsZ.

As proteínas MinC, MinD e MinE interagem para guiar


FtsZ à porção central da célula.

MinD - forma uma estrutura em espiral na


superfície interna da membrana citoplasmática e
auxilia o posicionamento de MinC na membrana
citoplasmática. Atua inibindo a divisão celular,
uma vez que evita a formação do anel FtsZ
Min E - também oscila de um polo ao outro e, à
medida que o faz, desloca MinC e MinD.
O centro celular torna-se o local mais permis-sivo
para a ligação de FtsZ
Formação do peptídeoglicano
Transpeptidação: etapa final na síntese da parede
O peptideoglicano pre-existente deve ser cortado celular
temporariamente para permitir que o peptideoglicano forma as ligações peptídicas cruzadas entre os
recém-sintetizado seja inserido durante o processo de resíduos de ácido murâmico em cadeias adjacentes
crescimento. A nova parede celular cresce a partir de de glicano
várias localizações ao longo do comprimento da célula. Ftsl: proteína funciona como uma transpeptidase

A síntese do novo peptideoglicano durante o Ciclos do Crescimento Bacteriano


crescimento envolve a clivagem controlada do
peptideoglicano preexistente, com a inserção Crescimento exponencial: número de células é
simultânea dos precursores de peptideoglicano. duplicado a um intervalo de tempo constante

Bactoprenol: transporta os precursores do Fase lag


peptideoglicano através da membrana citoplasmática, Muito nutriente disponível
tornando-os suficientemente hidrofóbicos para Período de tempo anterior ao crescimento
atravessarem o interior da membrana esponencial
o bactoprenol interage com enzi-mas denominadas
transglicolases, que inserem os precursores no Fase exponencial
ponto de crescimento da parede celular e catalisam a população celular duplica-se a intervalos
a formação da ligação glicosídica. regulares por um período curto ou longo,
porção hidrofóbica: permite que ele passe pela dependendo dos recursos disponíveis e de outros
membrana. fatores.
As taxas de crescimento exponencial variam
Autolisinas: fazem as pequenas aberturas existentes amplamente, sendo influenciadas pelas condições
no peptideoglicano. ambientais (temperatura, composição do meio de
hidrolisa as ligações que conectam a N- cultura), bem como pelas características genéticas
acetilglicosamina e o ácido N-acetilmurâmico no do próprio organismo
esqueleto do peptideoglicano.
Fase estacionária Fatores determinantes para o crescimento bacteriano
Crescimento exponencial cessa - não se observa
aumento ou diminuição líquidos no número de Temperatura
células, portanto a taxa de crescimento da À medida que a temperatura aumenta, as reações
população corresponde a zero químicas e enzimáticas da célula passam a ocorrer
Crescimento torna-se limitado porque ou um com maior velocidade e o crescimento é acelerado.
nutriente essencial no meio de cultura é depletado
ou os produtos de excreção do organismo Para cada organismo temos as temperaturas cardeais:
acumulam-se. temperatura mínima: abaixo dela o crescimento
o metabolismo energético e os processos não é possível
biossintéticos podem continuar em células na fase temperatura ótima: crescimento ocorre
estacionária, mas normalmente a uma taxa muito rapidamente
reduzida temperatura máxima: acima dela o crescimento é
impossível.

Medidas de crescimento bacteriano

Contagem miscroscópicas das células:


amostras secas: podem ser coradas a fim de
aumentar o contraste entre as células e o fundo
amostras líquidas: maras de contagem consistindo
de uma grade quadriculada (grid), onde os
quadrados têm área conhecida marcada sobre a
superfície de uma lâmina de vidro, são utilizadas. Classes térmicas
Câmara de neubauer e citometria de fluxo psicrófilos, com o ponto ótimo situado em baixas
temperatura
Contagem de células viáveis: mesófilos, com o ponto ótimo em temperaturas
célula viável é definida como aquela capaz de medianas;
dividir-se, originando células-filhas termófilos, com o ponto ótimo em altas
procedimento de contagem de células viáveis temperaturas;
pressupõe que cada célula viável é capaz de crescer hipertermófilos, com o ponto ótimo
e dividir-se, originando uma colônia. Assim, o correspondendo a temperaturas muito elevadas
número de colônias e o número de células são
proporcionais.

Espectrofotometria
Quanto maior o número de células presentes ->
maior a quantidade de luz dispersa -> mais turva a
suspensão
Controle do crescimento
Agentes antimicrobianos - Classificação
Métodos físicos
Natureza da síntese
Descontaminação – remover possíveis
Natural - produzidos bactérias e fungos
contaminantes
filamentosos. Geralmente correspondem a
Desinfeção – remover o agende infectante
produtos do metabolismo secundário.
(química)
Sintéticos – compostos químicos.
Esterilização – física – calor, radiação e filtração
Semi-sintéticos - são antibióticos naturais,
modificados pela adição de grupamentos químicos,
Métodos químicos
tornando-os menos suscetíveis à inativação pelos
Agente antimicrobiano é um produto químico natural
microrganismos
ou sintético que mata ou inibe o crescimento de
microrganismos.
Espectro de ação:
Espectro restrito – atuam em um tipo ou grupo
Antibióticos
limitado de bactérias.
fármacos antimicrobianos que matam ou
Espectro ampliado – eficazes contra gram-
controlam o crescimento de microrganismos no
positivos e um significativo número de gram-
hospedeiro
negativas.
toxicidade seletiva: inibem ou matam os patógenos,
Espectro amplo – afetam ampla variedade de
sem afetar adversamente o hospedeiro.
espécies bacterianas.
Agentes bacteriostáticos:
Mecanismos de ação
São geralmente inibidores de algum importante
Inibição da formação da parede celular bacteriana
processo bioquímico, como a síntese proteica, e a
Inibição da fabricação de proteínas
ligação é relativamente fraca; se o agente é
Inibição da multiplicação do DNA (replicação) e da
removido, as células podem retomar seu
formação de RNA (transcrição)
crescimento.
Danos à membrana plasmática
Inibição de reações de vias metabólicas específicas
Agentes Bactericidas
Se ligam fortemente a seus alvos celulares e, por
definição, matam a célula
Interação microorganismo-hospedeiro Podem se comportar como patógenos oportunistas
Situações de desequilíbrio ou ao serem
A microbiota normal desenvolveu uma relação introduzidos em sítios não específicos.
simbiótica com seu hospedeiro mamífero. A microbiota Infecções hospitalares.
contribui para a saúde e o bem-estar do hospedeiro por Microbiota modificada.
meio da geração de produtos microbianos e inibindo o
crescimento de microrganismos perigosos. Em Características do tecido determinam a microbiota
contrapartida, o hospedeiro disponibiliza diversos pH
microambientes que permitem o crescimento umidade
microbiano. presença/ausência de O2
A microbiota normal é, inicialmente, introduzida a seu secreção hormonal
hospedeiro durante o nascimento. É influenciada por
herança genômica e colonização inicial. Microbiota transitória
A microbiota transitória é composta por
Colonização microrganismos não patogênicos ou
Presença permanente ou transitória de qualquer potencialmente patogênicos que residem
microrganismo aderido à pele ou às temporariamente no hospedeiro, permanecendo
mucosas do hospedeiro, sem expressão clínica ou por horas ou dias. Esse delicado equilíbrio entre o
imunológica. organismo e esses microrganismos é fundamental
para a saúde.
A colonização, o crescimento de um microrganismo No entanto, se ocorrerem alterações nesse
após o acesso aos tecidos hospedeiros, inicia-se à equilíbrio, seja devido a fatores ambientais,
medida que os animais são expostos aos medicamentos ou outros fatores, os
microrganismos a partir do nascimento. microrganismos transitórios podem encontrar
A cavidade oral e o trato gastrintestinal adquirem oportunidades para proliferar-se
microrganismos por meio da alimentação e exposição descontroladamente, potencialmente
ao corpo materno. desencadeando doenças

Simbiose: Dois organismos (geralmente de espécies Interação entre organismos


diferentes) vivendo juntos em
íntima associação. Competição: Relação na qual uma espécie compete com
outra no ecossistema por espaço e nutrientes, que pode
Microbiota residente: Microrganismos encontrados ser atingida por diferentes estratégias.
com regularidade em determinada área, quase sempre Produção de substâncias antagonistas
em altos números, ou seja, não produzem Competição propriamente dita;
doença em condições normais.
Consórcio: Coexistência de diferentes populações
Funções: microbianas em comunidades estáveis.
Barreira contra instalação de microrganismos
patogênicos; Teorias 1 º contato com a microbiota
Metabolização de componentes tóxicos
Modulação do sistema imunológico; Ventre estéril: Útero é estéril e o feto desenvolve
Produção de substâncias utilizáveis pelo microbiota através do parto
hospedeiro
Colonização no útero: bebê já nasce com microbiota ao
interagir com a microbiota da placenta
Microbiota da pele São responsáveis pela produção de butirato, um
Vários fatores ambientais e do hospedeiro podem ácido graxo de cadeia curta que tem efeito anti-
influenciar a composição da microbiota normal da inflamatório e protetor da mucosa intestinal.
pele. Por exemplo, o clima pode provocar um Contribuem para a digestão de proteínas e
aumento na temperatura e umidade da pele, gorduras
aumentando a densidade da microbiota. São anaeróbias obrigatórias
Higiene pessoal interfere na microbiota residente;
indivíduos pouco asseados geralmente apresentam Bacteriodetes
maior densidade populacional microbiana na pele São bactérias gram-negativas, que degradam
polissacarídeos complexos e produzem ácidos
Microbiota intestinal graxos de cadeia curta (SCFAS)
Vive em simbiose com o hospedeiro. Funções: São importantes para a manutenção da
Metabolismo e síntese de nutrientes, como integridade da barreira intestinal e para a
vitaminas K e do complexo B, e aminoácidos regulação do sistema imunológico.
essenciais; Contribuem para a digestão de carboidratos
Metabolismo de drogas e toxinas; indigeríveis e a absorção de nutrientes.
Funcionam como barreira protegendo de
microrganismos patogênicos; Actinobactérias
Degradação de polissacarídeos dietéticos São bactérias gram-positivas, que incluem o
indigeríveis em ácidos graxos de cadeia curta gênero Bifidobacterium, que é um dos probióticos
(SCFAs) por enzimas fermentativas. mais conhecidos e estudados.
São importantes para a manutenção da
Enterotipos integridade da barreira intestinal e para a
regulação do sistema imunológico.
Firmicutes
São bactérias gram-positivas, com alta capacidade Proteobactérias:
de fermentação de carboidratos e produção de Proteobactérias: possui 5 subtipos (alfa, beta,
ácidos graxos de cadeia curta gama, delta e epsilon) onde as bactérias que as
Tem forma de cocos ou bastonete compõem possuem estilos de vida diferentes
Formam esporo
Disbiose Patogênese
Quando o ecossistema bacteriano é perturbado,
levando a redução dos benefícios deste órgão Patogênese microbiana é o processo pelo qual os
metabólico, podendo até prejudicar o hospedeiro. microrganismos causam doença. A patogênese
microbiana se inicia com a exposição e aderência dos
Uma alteração na composição da microbiota microrganismos às células hospedeiras seguida pela
intestinal que pode afetar a digestão, o sistema invasão, infecção e, finalmente, a doença.
imunológico e a absorção de nutrientes.
Pode estar associada a diversas doenças, como Definições
diabetes, doenças autoimunes, hipertensão,
depressão e doença de Alzheimer Infecção: : crescimento de microrganismos que não
A disbiose pode ser causada por diversos fatores, estão normalmente presentes dentro do hospedeiro
como dieta inadequada, uso de antibióticos,
estresse, entre outros. Hospedeiro: organismo que abriga um patógeno
O tratamento da disbiose pode incluir mudanças
na dieta, uso de probióticos e prebióticos, além de Patógeno: outro organismo que vive sobre ou dentro do
outras terapias. hospedeiro e provoca a doença

Probióticos e prebióticos Doença: dano ou lesão tecidual que prejudica as


funções do hospedeiro.
Probióticos
Culturas vivas de bactérias intestinais que, quando Patogenicidade: capacidade de um microrganismos de
administradas ao hospedeiro, podem promover fazer alterações fisiológicas no hospedeiro, produzir
benefícios à saúde. uma doença. Relacionada a propriedades únicas de
Sugerido para restauração da microbiota em cada patógeno.
disbiose e manutenção do equilíbrio do microbioma
intestinal Virulência: medida da patogenicidade. Resultado de
Ocupa o tecido do hospedeiro, protegendo da interações patógeno-hospedeiro, uma relação
colonização de patógenos bacterianos dinâmica entre os dois organismos, influenciada pelas
constantes alterações do patógeno do hospedeiro e do
Prebióticos ambiente.
Utilizado seletivamente por microorganismos
hospedeiros conferindo um benefício a saúde. A capacidade de um agente infeccioso em causar
Usualmente utilizados para modular linhagens de efeitos severos ou fatais está associada às suas
Bifidobacterium and Lactobacillus (que propriedades bioquímicas, à produção de toxinas e à
producemácidolácticoeacetato). sua habilidade de multiplicação no organismo
hospedeiro. Essa medida pode ser avaliada utilizando a
Métodos de estudo do microbioma DL50, que representa o número de células necessárias
para provocar a morte de 50% dos animais injetados.
Biomarcadores e metagenõmica - análise de
composição Exposição: patógeno deve encontrar uma porta de
Metabolômica - função Porta de entrada: Rota característica que segue
Metatrasncriptoma e metaproteômica - produtividade uma bactéria para entrar nos tecidos do
organismo.
Agente exógeno: Originários do exterior do
organismo
Agente endógeno: Existem já no organismo Mecanismo: A produção de adesina estimulada por
(microbiota normal). Convertem em oportunistas. contato superficial ocorre em diversas bactérias e pode
ser desencadeada pela detecção de superfície através
Adesão: capacidade de um microrganismo de se ligar a do envelope celular ou de apêndices extracelulares.
uma célula ou superfície.

Acontece por meio da interação entre moléculas de


superfície do patógeno – adesinas ou ligantes – e
receptores complementares da superfície das células
teciduais do hospedeiro.

Adesinas: As adesinas localizam-se no glicocálice ou


em outras estruturas da superfície microbiana, como
pili, fímbrias e flagelos.
constituídas por glicoproteínas ou lipoproteínas
interações: proteína-proteína ou proteína-
carboidrato
Tanto os pili quanto as fímbrias atuam na ligação
às glicoproteínas da superfície da célula
hospedeira, iniciando o processo de aderência. Os
flagelos também podem aumentar a adesão às
células hospedeiras.
Além da aderência, As cápsulas são
particularmente importantes para proteger as
bactérias patogênicas dos mecanismos de defesa
do hospedeiro
Invasão: é a capacidade de um patógeno entrar nas
Receptores do hospedeiro: células ou tecidos hospedeiros, propagar-se e causar
Proteínas de membrana, doença.
Imunoglobulina de superfície
Glicolipídeos e glicoproteínas Na maioria dos casos, as infecções microbianas
Proteínas da matriz extracelular (como iniciam-se a partir de rupturas, ou feridas na pele ou
fibronectina e colágeno) nas membranas mucosas dos tratos respiratório e
digestivo, ou trato geniturinário, superfícies que
são normalmente barreiras microbianas. Em alguns
casos, o crescimento pode também iniciar em
superfícies mucosas intactas, especialmente se a
microbiota normal foi alterada ou eliminada, como,
por exemplo, por terapia antibiótica.

Invasão extracelular: ocorre quando à quebra das


barreiras de um tecido para disseminar-se no
hospedeiro enquanto permanece fora das células
hospedeiras.
Enzimas A infecção requer o crescimento de
quinase: dissolve coágulos de fibrina formados microrganismos após a sua ligação a superfícies.
pelo hospedeiro no local da invasão Isso requer que o meio ambiente do hospedeiro
hialuronidase: degrada ácido hialurônico, um forneça nutrientes adequados para suportar o
polissacarídeo presente particularmente em crescimento.
tecidos conjuntivos
colagenase: rompe a rede de coágulos que sustenta Toxicidade e Invasividade
os tecidos, permitindo a disseminação do patógeno
pelo corpo. Toxicidade: consiste na capacidade de um organismo
coagulase: provoca a deposição de fibrina sobre os causar uma doença, por meio de uma toxina pré-
cocos, protegendo-os da fagocitose. formada que inibe a função ou mata as células
Há também proteases, nucleases e lipases, que hospedeiras.
degradam as proteínas, os ácidos nucleicos e os Efeitos das toxinas pode ser locais ou sistêmicos
lipídeos do hospedeiro, respectivamente
Invasividade: Crescimento adicional no sítio original e
Invasão intracelular: ocorre quando um micróbio em sítios distante.
realmente penetra as células de um tecido hospedeiro.
Dano a célula do hospedeiro
Trigger: células não fagocíticas direto: Multiplicação e o metabolismo do patógeno
A bactéria se fixa à membrana celular e, através da liberação de toxinas
secreção de moléculas, desencadeia a mobilização
dos filamentos de actina que a envolvem e a Toxinas: substância tóxicas produzidas por alguns
internalizam na célula. microrganismos.
Zipper Exotoxinas: são proteínas tóxicas liberadas pela
Liberação de proteínas que interagem com célula do patógeno, à medida que ele cresce. Essas
receptores que levam a alteração no citoesqueleto, toxinas deslocam-se de um sítio de infecção e
intergaindo com túbulos que formam bundles que causam danos em regiões afastadas.
“enrolam” a bactéria. Endotoxinas: são os lipopolissacárides tóxicos
encontrados na maioria das bactérias gram-
negativas. Estas são componentes estruturais da
membrana externa gram-negativa

Infecção: Infecção refere-se a qualquer situação em


que um microrganismo e não um membro da
microbiota local se estabelece e se desenvolve em um
hospedeiro, independente se o hospedeiro encontra-se
prejudicado.
Citoxinas
Também chamadas de toxinas citolíticas, são
proteínas extracelulares solúveis, secretadas,
produzidas por uma variedade de patógenos. As
toxinas citolíticas danificam a membrana
citoplasmática do hospedeiro, provocando lise
e morte celular.

Toxina diftérica - C. diphtheriae


Exotoxina AB
Fator de virulência
Subunidade B, liga-se especificamente a uma
proteína celular de células eucarióticas, o fator de
crescimento epidermal de ligação a heparina. ->
clivagem entre subunidade A e B libera a
subunidade A -> A subunidade A, então, interrompe
a síntese proteica, bloqueando a transferência de
um aminoácido de um RNAt à cadeia polipeptídica
em crescimento.
Toxina Botulínica e Tetânica

As toxinas botulínica e tetânica bloqueiam a liberação


de neurotrans-missores envolvidos no controle
muscular, porém a forma de atuação de cada uma e os
sintomas das doenças são bastante distintos.

Botulínica: A toxina botulínica atua na placa motora


terminal, impedindo a liberação de acetilcolina (A)
pelas vesículas, resultando em uma ausência de
estímulo às fibras musculares, relaxamento
irreversível dos músculos e paralisia flácida.

Hemolisinas ex.: Estreptococus


afeta os esteróis da membrana citoplasmática do
hospedeiro
A a-toxina estafilocóccica provoca a morte de
células nucleadas e lise de eritrócitos.
as subunidades da toxina ligam-se à bicamada
lipídica. Em seguida, as subunidades formam
oligômeros heptaméricos não líticos, agora
associados à membrana. Após a oligomerização,
cada heptâmero sofre alterações conformacionais,
originando poros transmembrânicos. Os poros
liberam o conteúdo citoplasmático e permitem o
influxo de compostos extracelulares, promovendo
a morte da célula
Toxina tetânica: A toxina tetânica liga-se ao Fatores do hospedeiro
interneurônio e impede a liberação de glicina pelas
vesículas, resultando em uma ausência de sinais Resistência inata à infecção
inibidores para os neurônios motores, liberação A presença da microbiota normal é um mecanismo
constante de acetilcolina nas fibras musculares, criticamente importante na resistência à infecção
contração irreversível dos músculos e paralisia patogênica, especialmente na pele e no intestino. A
espástica. O interneurônio inibidor está localizado, na microbiota normal limita os nutrientes
verdade, na medula espinal. microbianos disponíveis e os locais para infecção.

Barreiras físicas e químicas: A integridade estrutural


das superfícies teciduais constitui uma barreira contra
a penetração dos microrganismos.
junções entre as células epiteliais
na pele e nos tecidos mucosos, os patógenos em
potencial devem primeiro aderir à superfície do
tecido
células epiteliais contêm cílios que expulsam
patógenos suspensos e os impedem de aderir aos
tecidos
a resistência à infecção e invasão é reforçada por
peptídeos antibacterianos denominados
defensinas, produzidos na pele, pulmões e
intestino.
As glândulas sebáceas presentes na pele secretam
ácidos graxos e ácido láctico, reduzindo a acidez da
pele a um pH 5, inibindo a colonização de muitas
Toxina colérica bactérias patogênicas
enterotoxina do tipo AB produzida por V. Cholerae
A toxina colérica é uma enterotoxina AB Fatores de risco
termoestável que ativa uma via de segundo idade - muito jovens ou muito idosos
mensageiro, interrompendo o fluxo iônico normal dieta
no intestino, resultando em uma diarreia estresse
potencialmente fatal. comprometimento do hospedeiro - Um hospedeiro
A atividade tóxica encontra-se na cadeia A, que comprometido é aquele no qual um ou mais
atravessa a membrana citoplasmática e ativa a mecanismos de defesa estão inativos e a
adenilato-ciclase, a enzima que converte ATP em probabilidade de infecção é, por esta razão,
adenosina monofosfato cíclico (AMPc). -> Os níveis aumentada
aumentados de AMPc, induzidos pela enterotoxina
colérica, induzem a secreção de íons de cloro e Sobrevivência a defesa do hospedeiro
bicarbonato no lúmen intestinal.
Cápsula Polissacarídica
Evita a fagocitose
Pode aumentar a virulência de certas bactérias
(capacidade de se proliferar em macrófagos)
Componentes da parede celular Formação de Biofilmes
proteína M (medeia a adesão, evita fagocitose e
morte por ação de neutrófilo) Ocorre de maneira contínua, dinâmica e complexa,
ácido micólico (resistente a digestão por fagócitos) dependendo da matriz, meio de cultura, características
intrínsecas das células, moléculas de sinalização,
O resultado da relação bactéria-hospedeiro depende da metabolismo celular e controle genético.
patogenicidade do microrganismo (fatores de
virulência) A colisão aleatória de células com uma superfície
resistência do hospedeiro (mecanismo de defesa) causa uma fixação inicial das células, com a aderência
promovida pela interação entre uma ou mais
Biofilmes estruturas celulares e a superfície.

Aglomerados de bactérias aderidas a uma superfície A adesão de uma célula a uma superfície é um sinal
(biótica ou abiótica) e/ou umas às outras incorporado para a expressão de genes específicos do biofilme.
em uma matriz produzida pelas próprias bactérias. Esses incluem genes codificadores de proteínas que
sintetizam moléculas de sinalização intercelular e
Os biofilmes aprisionam os nutrientes necessários ao produção de polissacarídeos extracelulares que
crescimento microbiano e ajudam a impedir o iniciam a formação da matriz
destacamento das células de superfícies dinâmicas, A modificação do crescimento de planctônico para
como em sistemas de fluxo corrente. biofilme é desencadeado pela síntese de
diguanosina dimérica monofosfato cíclico. a
Matriz: composta por proteínas, polissacarídeos e sinalização c-di-GMP é operada em múltiplos níveis
ácidos nucleicos para modular a expressão de genes e a atividade
fornece proteção enzimática tal como se ligando a reguladores
estratégia de sobrevivência para escapar de transcricionais RNAm.
defesas do hospedeiro
Adesão inicial
Por quê superfícies? As superfícies são importantes Diante de estímulos ambientais, como alteração de pH,
hábitats microbianos, normalmente oferecem maior disponibilidade de nutrientes, temperatura, interações
acesso aos nutrientes, proteção contra predadores e com células imunes do hospedeiro, etc. Os
perturbações físico-químicas, e um local para que microrganismos planctônicos iniciam um processo
as células permaneçam em um hábitat favorável sem reversível de adesão a superfícies. Esse processo
serem removidas. Além disto, o fluxo através da impulsionado por apêndices locomotores (flagelos).
superfície colonizada aumenta o transporte de
nutrientes para a superfície providenciando maiores Ligação semi-irreversível: é impulsionado por uma
recursos do que aqueles disponíveis às células variedade de mecanismos complexos que
planctônicas. envolvem proteínas âncoras de superfície bacteriana e
conjuntos de macromoléculas, como pili.
Proteção contra:
Radiação ultravioleta (UV); Adesão irreversível: produção de uma matriz externa
pH extremo; composta por substâncias poliméricas extracelulares
temperatura extrema; (EPS), como polissacarídeos, DNA extracelular (eDNA),
alta salinidade lipídios e proteínas (limo).
alta pressão; Crescimento exponencial de células e a formação
Desnutrição da matriz, que estimula o processo de
Antibióticos intercomunicação celular, formando as
microcolônias.
Maturação Obtenção de alta densidade de microrganismos
Formação de macrocolônias, a partir da agregação das Troca de genes que podem resultar em amostras
microcolônias, formando torres ou pilares de biofilmes mais virulentas
maduros em forma de cogumelos. Produção de grande concentração de toxina
Muitos pilares de cogumelos juntos resultar em Proteção contra agentes antimicrobianos
uma arquitetura com canais de água entre os Dispersão de agregados de microrganismos para
aglomerados bacterianos outros sítios
Matriz forma canais de água, aumenta a
estabilidade e confere proteção Quorum sensing
Mecanismo pelo qual as bactérias avaliam sua
Biofilmes maduro: Extratificação na atividade densidade populacional.
metabólica, devido às diferentes concentrações de Garante a presença de um número suficiente de
nutrientes e oxigênio células de uma determinada espécie, antes de
As interações sociais em biofilmes envolvem iniciar uma resposta que requer determinada
cooperação ou competição entre células e pode densidade celular para exibir seu efeito.
resultar na remodelação dinâmica da comunidade
de biofilme. Cada espécie que realiza o quorum sensing sintetiza
uma molécula sinalizadora específica, denominada
Dispersão: uma subpopulação bacteriana pode autoindutor.
dispersar do biofilme e colonizar outras regiões.
pode ocorrer antes ou após a maturação Autoindutor: se difunde livremente através do
As condições que desencadeiam o processo de envoltório celular nas duas direções
dispersão envolvem a presença de gradientes o autoindutor se liga a uma proteína ativadora
químicos, como o gradiente de oxigênio, por específica ou a uma cinase sensorial, desen-
exemplo, e concentrações reduzidas de c-di-GMP, cadeando a transcrição de genes específicos
que, em níveis baixos, estimulam a motilidade e
diminuem a adesão. O quorum sensing desencadeia a ex-pressão de um
subgrupo de genes necessários para a formação do
Mecanismos patogênicos biofilme.
Permite adesão a superfícies sólidas Em muitas bactérias a formação do biofilme é
Cooperação aumentando eficiência metabólica da desenca-deada pelo acúmulo do c-di-GMP na célula.
comunidade
Evasão do sistema imunológico Moléculas sinalizadoras
HSL
AIPS - peptídeos autoindutores
AI - autoindutor
DPD

Gram-negativas
o auto indutor acyl-HSL é sintetizado por uma
enzima do tipo LuxI, presente no citoplasma
Assim que a acyl-HSL atingir sua concentração
estimulatória, ela se ligará à proteína LuxR
formando o complexo LuxR-HSL, o qual se acopla a
promotores de genes específicos regulados pelo
Quorum Sensing, ativando a transcrição.
Gram-positiva
O sistema baseado na sinalização peptídica,
encontrado em bactérias Gram-positivas, geralmente Arqueias
envolve a produção de pequenos peptídeos lineares ou
circulares, os quais serão traduzidos posteriormente Extremamente diverso com relação a: morfologia,
em grandes pró-peptídeos dentro das células. fisiologia, reprodução e ecologia.

Os receptores de oligopeptídeos estão ligados a Conhecido por crescer em ambientes que extremos,
membrana bacteriana e a transdução do sinal ocorre como hipersalino, com pH extremo, altas
por meio de cascatas de fosforilação de uma proteína temperaturas, baixa disponibilidade de O2 (mas pode
regulatória tendo como resposta a ligação ao DNA e ser encontrado em temperaturas muita baixas e até
regulação da transcrição dos genes alvos (xyz) tropicais também).

Diferenças entre Archeas e Bactérias

Lipídeos: os lipídeos de arqueias apresentam ligações


éter entre o glicerol e suas cadeias hidrofóbicas
laterais.

Membrana: membrana lipídica em monocamada,


membranas com uma mistura de características de
bicamada e monocamada também são possíveis, com
alguns dos grupos hidrofóbicos opostos
covalentemente ligados e outros não.

Apesar das diferenças químicas entre as membranas


citoplasmáticas de arqueias e organismos em outros
domínios, a construção fundamental da membrana
citoplasmática de arqueias – superfícies hidrofílicas
internas e externas e um interior hidrofóbico – é a
mesma das membranas de bactérias e
eucariotos.
RNA polimerase: As RNA-polimerases de arqueias e pode oxidar ferro
eucariotos são mais similares e estruturalmente mais
complexas do que as de bactérias. Arqueias extremamente halófilas
Organismos que vivem em ambientes com altas
concentrações de sais.
Possuem concentração maior de íons para manter
equilíbrio hídrico
Algumas espécies de haloarqueias são capazes de
realizar a síntese de ATP dirigida pela luz sem a
presença de cloroplasto.
Tem morfologia variada.
Parede celular:
Ausência de peptideoglicanos nas paredes Estabilidade de proteína e DNA
celulares; Composição de amino ácidos similar as bactérias
Ausência de membrana externa mesofílicas mas podem enovelar de forma
Apresentam parede celular contendo: diferente para serem mais estáveis
polissacarídeos, proteínas ou glicoproteínas. Tendem a ter mais chaperonas que reenovelam as
proteínas desnaturadas;
Pseudomureínas: O esqueleto da pseudomureína é DNA-girase única que faz supercoils para
composto por repetições alternadas de N- estabilizar o DNA
acetilglicosamina (também encontrada no Euryarchea tem histonas como nos eucariontes
peptideoglicano) e ácido N-acetiltalosaminurônico. para compactar o DNA e aumentar a temperatura
as ligações glicosídicas entre os derivados de de melting
açúcares serem do tipo b-1,3 O citoplasma tem substancias que inibem dano
Camada S: camada superficial paracristalina. químico ao DNA
Consistem em moléculas entrelaçadas de proteínas
ou glicoproteínas. Atua como barreira seletiva e Resistência a antibióticos
retenção de proteínas. redução da permeabilidade da membrana, seja
Methanosarcina: espessas paredes diminuindo a expressão de porinas ou alterando a
polissacarídicas constituídas por polímeros de conformação dos canais, dificultando assim a
glicose, ácido glicurônico, ácido urônico entrada do antibiótico. Isso pode ser alcançado por
galactosamina e acetato meio da downregulation de porinas ou mutações
que afetam sua regulação.
Flagelos: Diversas espécies de arquea apresentam sistemas de efluxo que bombeiam ativamente o
motilidade flagelar natatória; antibiótico para fora da célula, evitando que ele
São mais delgados atinja seu alvo.
diversas flagelinas com sequências de aminoácidos produzem enzimas que são capazes de degradar
e genes diferentes dos presentes nas bactérias ou inativar o antibiótico.
Halobacterium, ATP alimenta diretamente a O aumento da prevalência de bactérias Gram-
atividade dos flagelos negativas com resistência múltipla a antibióticos
representa um desafio significativo no tratamento
Archeas Metalogênicas de infecções, uma vez que essas estratégias de
produzem metano (CH4) como parte integral de seu resistência podem levar à falha no tratamento com
metabolismo energético (a produção de metano é antibióticos convencionais.
denominada metanogênese). Energia combustível e
aumento do efeito estufa.

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