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Ações de vigilância epidemiológica da leishmaniose visceral


canina no Município de Mairiporã

Natália Barros dos Santos¹ lattes: http://lattes.cnpq.br/0832492241736656, Paulo Sérgio Salzo²


lattes: http://lattes.cnpq.br/4318649185726943
¹Aluna de Graduação da Universidade São Judas Tadeu, São Paulo-SP, Brasil. E-mail: nafero@hotmail.com
²Professor da Universidade São Judas Tadeu, São Paulo-SP, Brasil. E-mail: paulosalzo@hotmail.com
* Autor para correspondência, E-mail: nafero@hotmail.com

Resumo. A Leishmaniose Visceral Americana é uma antropozoonose de grande


importância na saúde pública e têm o cão como principal reservatório no meio urbano e o
homem como principal hospedeiro. O seu agente etiológico é um protozoário do gênero
Leishmania e no Brasil, a principal espécie encontrada é a Leishmania infantum chagasi.
A sua transmissão ocorre comumente por meio da picada de insetos pertencentes à família
dos flebotomíneos. As espécies mais comumente encontradas são: Lutzomya longipalpis,
Lutzomya cruzi, e mais recentemente as espécies de vetores secundários Migonemya
migonei e Pintomyia Fischeri. Este trabalho teve como objetivo descrever e discutir as
ações de vigilância epidemiológica realizadas no município de Mairiporã a partir de um
caso canino autóctone, confirmado através dos exames sorológico e parasitológico. No
levantamento entomológico foram encontrados flebotomíneos das espécies Migonemya
migonei e Pintomyia Fischeri, vetores secundários da Leishmaniose Visceral Americana.
Na investigação de foco a soroprevalência dos animais foi de 5% (5/100), onde 2 dos
animais também apresentaram resultado positivo para Leishmania spp. no exame
parasitológico. Todos os animais sororreagentes apresentaram lesões cutâneas em algum
grau. Como medida de controle da doença foi realizada a eutanásia de um cão errante,
sororreagente e parasitológico positivo para Leishmania spp. A vigilância epidemiológica
da Leishmaniose Visceral é essencial para o controle de casos e transmissão da doença, e
a sua importância é reforçada quando especulamos que a ocorrência de casos caninos
precede a ocorrência de casos humanos.

Palavras-chave: saúde pública, zoonoses, leishmaniose visceral americana, Leishmania


infantum chagasi

Epidemiological surveillance actions of canine visceral


leishmaniasis in the city of Mairiporã
Abstract. American Visceral leishmaniasis is an important anthropozoonosis that affects
public health. In urban areas, the domestic dog is the main reservoir and humans are the
main host. The etiologic agent is a protozoan parasite of the genus Leishmania. In Brazil,
Leishmania infantum chagasi is the most common species. Transmission occurs through
bites of insects belonging to the Phlebotominae sub-family. The most common species
found are: Lutzomya longipalpis, Lutzomya cruzi, and recently the secondary vector
species Migonemya migonei and Pintomyia Fischeri. The object of this paper is to describe
and discuss the epidemiological surveillance actions taken in the city of Mairiporã from an
autochthonous canine case, confirmed by serological and parasitological tests. The
entomological survey found phlebotomines of the species Migonemya migonei and
Pintomyia Fischeri, secondary vectors of American Visceral Leishmaniasis. In the
investigation the seroprevalence of the animals was 5% (5/100), where two of the animals
were also positive for Leishmania spp. in the parasitological examination. All sero-reactive
animals presented skin lesions to some degree. As a disease control measure, a stray dog
that was positive for Leishmania spp. was euthanized. The epidemiological surveillance of
Visceral Leishmaniasis is essential for the control of cases and transmission of the disease,

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and its importance is reinforced when we speculate that the occurrence of canine cases
precedes the occurrence of human cases.
Keywords: public health, zoonoses, american visceral leishmaniasis, Leishmania infantum
chagasi

Introdução

A Leishmaniose Visceral é uma doença parasitária na qual o agente etiológico é um protozoário


do gênero Leishmania. No Brasil, a principal espécie encontrada é a Leishmania infantum chagasi, e a
sua transmissão ocorre comumente por meio da picada de insetos pertencentes à família dos
flebotomíneos, ao gênero Lutzomya e as espécies L. longipalpis e L. cruzi, porém, a partir do ano de
2019 as espécies Migonemya migonei e Pintomyia Fischeri foram consideradas vetores secundários da
doença na região Intermediária de São Paulo e de São José dos Campos (BRASIL, 2006; COSTA, 2011;
RANGEL et al., 2020).
A doença é considerada uma antropozoonose de grande importância na saúde pública e, no meio
urbano o cão é considerado o reservatório de maior importância (SILVA, 2007) enquanto no ambiente
silvestre são as raposas e os marsupiais. O homem e o cão saudáveis se apresentam como os principais
indivíduos suscetíveis a doença (BRASIL, 2006).
A Vigilância Epidemiológica é um dos componentes do Programa de Vigilância e Controle da
Leishmaniose Visceral e compreende a vigilância entomológica, de casos humanos e casos caninos. É
a partir da análise da situação epidemiológica da localidade que são empregadas ações de controle e
prevenção da doença (BRASIL, 2006).
O município de Mairiporã, no Estado de São Paulo, é classificado epidemiologicamente para
Leishmaniose Visceral como Área Silenciosa Receptiva Vulnerável por vetor secundário, uma vez que
foram encontrados exemplares de M. migonei e P. Fischeri na região (RANGEL et al., 2020).
O objetivo deste trabalho foi descrever e discutir as ações de vigilância epidemiológica
empregadas no bairro Luiz Fagundes, em Mairiporã, a partir de um caso canino autóctone reagente no
Teste Rápido para Leishmaniose Visceral Canina (imunocromatografia), no ELISA (ensaio
imunoenzimático) e positivo para Leishmania spp. no exame parasitológico.

Materiais e métodos

Este trabalho foi realizado a partir de ações de vigilância epidemiológica da Leishmaniose


Visceral Canina empregadas no bairro Luiz Fagundes, no município de Mairiporã, situado na Região
Metropolitana de São Paulo, no Estado de São Paulo, entre os meses de agosto e setembro de 2021. O
município de Mairiporã está limitado ao norte pelos municípios de Atibaia e Bom Jesus dos Perdões, ao
leste por Nazaré Paulista, ao sul por Guarulhos e São Paulo e a oeste por Caieiras, Franco da Rocha e
Francisco Morato (Figura 1). A cidade apresenta uma área territorial de 320.697 km² e uma população
estimada em 103.645 habitantes (IBGE, 2021).

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Figura 1 - Mapa da Região Metropolitana de São Paulo, com foco nos Municípios de Mairiporã e municípios limítrofes.

Fonte: Adaptado de São Paulo, 2014.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, os municípios são classificados
epidemiologicamente em três grupos (SÃO PAULO, 2006):

1. Municípios com Transmissão Canina ou Humana.

I. Transmissão Canina, municípios onde tenham sido registrados somente casos autóctones de
transmissão canina.

II. Transmissão Humana, municípios onde tenham sido registrados casos autóctones
independente da transmissão canina.

2. Municípios Silenciosos: onde, para a classificação dos municípios silenciosos serão considerados
dois fatores de risco:

I. Receptividade, tendo a ver com a presença ou não do vetor Lutzomya longipalpis no


município.

II. Vulnerabilidade, tendo a ver com a sua proximidade e/ou importância do fluxo de transporte
e/ou migratório com outros municípios com transmissão de Leishmaniose Visceral Canina
ou humana.

Os municípios silenciosos terão a seguinte classificação:

2.1 Municípios Silenciosos Não Receptivos Não Vulneráveis:


 Não apresentam confirmação de casos autóctones humanos e caninos;
 Sem presença conhecida do vetor;

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Não selecionado pelos valores de distância estimados para caracterizar
vulnerabilidade.
2.2 Municípios Silenciosos Não Receptivos Vulneráveis:
 Não apresentam confirmação de casos autóctones humanos e caninos;
 Sem presença conhecida do vetor;
 Selecionado pelos valores de distância estimados para caracterizar vulnerabilidade.
2.3 Municípios Silenciosos Receptivos Não Vulneráveis:
 Não apresentam confirmação de casos autóctones humanos e caninos;
 Com presença conhecida do vetor;
 Não selecionado pelos valores de distância estimados para caracterizar
vulnerabilidade.
2.4 Municípios Silenciosos Receptivos Vulneráveis:
 Não apresentam confirmação de casos autóctones humanos e caninos;
 Com presença conhecida do vetor;
 Selecionado pelos valores de distância estimados para caracterizar vulnerabilidade.

Em 2020, Rangel et al., citam que a partir de determinações do Ministério da Saúde e da análise
da evolução de cenários epidemiológicos sobre a transmissão da doença no estado de São Paulo, a partir
do ano de 2019 foram considerados além do Lutzomya longipalpis para classificação dos municípios, a
participação secundária de vetores na transmissão da Leishmaniose Visceral. As considerações foram
realizadas somente para duas regiões: Região Intermediária de São Paulo e Região Intermediária de São
José dos Campos. Na Região Intermediária de São Paulo compareceram predominantemente as espécies
Migonemya migonei e Pintomyia Fischeri. Uma vez encontrados exemplares dessas espécies no
município, ele passa a ser considerado receptivo por vetor secundário.

3. Municípios em Investigação:

 Município com caso humano ou canino suspeito, aguardando conclusão de outros


itens da investigação epidemiológica;
 Cão positivo para Leishmania spp. no exame parasitológico direto ou reagente na
sorologia para anticorpos anti-leishmania e aguardando conclusão de outros itens da
investigação epidemiológica.

O município de Mairiporã é classificado epidemiologicamente para Leishmaniose Visceral


como Área Silenciosa Receptiva Vulnerável por vetor secundário (RANGEL et al., 2020), onde, não há
casos confirmados de transmissão humana ou canina de Leishmaniose Visceral, porém a partir de
investigação entomológica foram encontrados exemplares das seguintes espécies de flebotomíneos:
Brumptomyia nitzulescui, Brumptomyia sp, Nyssomyia intermedia, Nyssomyia neivai, Migonemyia
migonei e Pintomyia fischeri, sendo as duas últimas em maior quantidade e as de maior importância
pois são consideradas vetores secundários da Leishmaniose Visceral (RANGEL, et al., 2019).
Ainda, é um município limítrofe e apresenta importante fluxo de transporte e migratório em
relação ao município de Caieiras, onde há transmissão canina da doença.

A partir de um caso canino confirmado, notificado por uma clínica veterinária particular,
residente no bairro Luiz Fagundes, no município de Mairiporã, onde se obteve resultados reagentes no
Teste Rápido para Leishmaniose Visceral Canina (imunocromatografia) e no ELISA (ensaio
imunoenzimático) bem como exame parasitológico de aspirado de linfonodo positivo para Leishmania
spp., foi instituída uma ação para vigilância epidemiológica da doença, sendo iniciada uma investigação
epidemiológica afim de indicar ações de prevenção de acordo com a situação epidemiológica; monitorar
a tendência da endemia considerando a distribuição no tempo e espaço; conhecer a presença, a
distribuição e monitorar a dispersão do vetor; investigar o local provável de infecção; avaliar a
autoctonia referente ao município de residência; determinar a prevalência da doença na área e verificar
a necessidade de reclassificar o município quanto a transmissão de Leishmaniose Visceral, de acordo

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com o que preconiza a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo (SÃO PAULO, 2006). Para tanto,
foram realizadas ações de vigilância dirigidas ao vetor e ao reservatório:

 Ações de vigilância dirigidas ao vetor:


Foi realizado o levantamento entomológico, em caráter de atualização, afim de determinar a
presença do vetor Lutzomya longipalpis na área e atualizar a distribuição dos vetores secundários, uma
vez que a presença dos vetores secundários M. migonei e P. Fischeri na região foi determinada em julho
de 2019, a partir de levantamento entomológico.
Segundo a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, as pesquisas entomológicas são de
responsabilidade do Estado e devem ser realizadas pelos Serviços Regionais (SR) ou pela
Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN) (SÃO PAULO, 2006). Desta forma, técnicos da
SUCEN compareceram até o município para realização de levantamento entomológico. Foram
selecionados então "imóveis de risco" para o levantamento entomológico.
São determinados "imóveis de risco" residências nas seguintes condições: aquelas que
apresentarem amplo peridomicílio não revestidos com piso; presença de vegetação abundante, como
árvores e arbustos; com acúmulo de matéria orgânica no solo; presença de animais domésticos (cães,
galinhas, suínos, etc.); que possam servir de alimento para flebotomíneos (SÃO PAULO, 2006). O
levantamento entomológico teve início no imóvel onde o primeiro animal foi positivado, pois o mesmo
foi considerado área de risco por estar cercado de vegetação na região do peridomicílio. Foi realizada a
instalação de armadilhas de isca luminosa (AIL) do tipo CDC, a aproximadamente 1 metro do solo em
alguns locais com possibilidade de criação de flebotomíneos. Estas armadilhas foram deixadas por um
período de 12 a 16 horas por 3 noites consecutivas.

 Ações de vigilância dirigidas ao reservatório canino:


Foi realizada a busca ativa de cães, sintomáticos ou não, numa área delimitada para investigação
de foco (SÃO PAULO, 2006), afim de triar os animais sororreagentes a partir do Teste Rápido para
Leishmaniose Visceral Canina (imunocromatografia), e realizar a confirmação da positividade desses
animais através do ELISA (ensaio imunoenzimático) de acordo com o preconizado pelo Ministério da
Saúde e pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo (BRASIL, 2019; SÃO PAULO, 2021), e
posteriormente, coletar o material biológico através da punção aspirativa de linfonodo para realização
do exame parasitológico, que é o método de certeza no diagnóstico da Leishmaniose Visceral, se
baseando na demonstração do parasito obtido de material biológico do animal (SÃO PAULO, 2006).

De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, o tratamento de cães pode induzir
resistência dos parasitos, desta forma, é proibido o uso de medicamentos utilizados no tratamento
humano para tratamento canino (SÃO PAULO, 2006).

O Ministério da Saúde e a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo recomendam que a


medida de controle a ser empregada no reservatório canino após a apresentação do resultado
sororreagente e/ou parasitológico positivo é a eutanásia dos animais que apresentarem os dois ou um
desses resultados (BRASIL, 2006; BRASIL, 2016; SÃO PAULO, 2006). O procedimento de eutanásia
deve ser realizado de acordo com a Resolução n.º 714, de 20 de junho de 2002, do Conselho Federal de
Medicina Veterinária, que dispõe sobre os procedimentos e métodos de eutanásia em animais (BRASIL,
2006).

A busca ativa foi realizada em um raio de 200 metros ao redor do animal positivado, obtendo o
material de 100 cães, de acordo com o preconizado pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo
(SÃO PAULO, 2006). Foi coletado em média 2ml de sangue de cada cão para obtenção de 1ml de soro
(SANTA CATARINA, 2018), através de venopunção da veia cefálica, em tubos estéreis com
capacidade para 5ml, contendo ativador de coágulos. Após a coleta, as amostras de sangue foram
centrifugadas para obtenção de soro e posteriormente encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz para
diagnóstico.

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Em todos os animais submetidos a coleta de material foi realizado o exame clínico, observando
a presença de possíveis sinais clínicos indicativos da presença da infecção por Leishmania. Os cães
acometidos pela Leishmaniose Visceral Canina podem ser classificados de acordo com os sinais clínicos
apresentados em três categorias: Cães assintomáticos, aqueles que não apresentam sinais clínicos
sugestivos da infecção por Leishmania; Cães oligossintomáticos, aqueles que apresentam adenopatia
linfóide, pequena perda de peso e pelo opaco; e Cães sintomáticos, aqueles animais que apresentam
todos ou alguns dos sinais clínicos mais comumente encontrados na doença como alterações cutâneas
(alopecia; úlceras e descamação geralmente em focinho, orelhas e extremidades; e hiperqueratose),
esplenomegalia, hemorragia intestinal, onicogrifose, emagrecimento, ceratoconjuntivite, apatia, febre
irregular, paresia dos membros posteriores, caquexia e morte (BRASIL, 2006; SÃO PAULO, 2006).
Entretanto, cães infectados podem permanecer sem sinais clínicos por anos (BRASIL, 2006). Na
anamnese dos animais, constatou-se que a maioria dos animais submetidos a coleta não saíram do
município de Mairiporã nos últimos 12 meses.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, faz parte das ações a serem
desencadeadas sobre o reservatório canino a divulgação sobre a ocorrência da doença a população, bem
como alerta-la sobre os principais sinais clínicos, medidas preventivas, formas de transmissão e
diagnóstico (SÃO PAULO, 2006). Para tanto, foi realizada a confecção de um folheto com informações
gerais sobre a doença para distribuição aos munícipes (Figura 2), principalmente aqueles residentes do
bairro onde foram realizadas as ações de vigilância epidemiológica da Leishmaniose Visceral.

Figura 2 - Folheto informativo sobre Leishmaniose Visceral confeccionada para distribuição aos munícipes.

Fonte: Arquivo pessoal, 2021.

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Resultados

Após as ações de vigilância epidemiológica, foram encontrados achados que corroboram com os
descritos anteriormente pelos autores consultados.

 Levantamento entomológico
No levantamento entomológico, até o presente momento não foram encontrados exemplares de
Lutzomya longipalpis. Os exemplares de flebotomíneos encontrados são das espécies Evandromyia
edwardsi, Brumptomya nitzulescai, Migonemyia migonei e Pintomyia fischeri. Sendo as duas espécies
em negrito consideradas vetores secundários da Leishmaniose Visceral.

 Investigação de foco

Dentre os 100 animais examinados sorologicamente, 5 obtiveram o resultado sororreagente no


Teste Rápido para Leishmaniose Visceral Canina e no ELISA, apresentando uma soroprevalência de
5% (5/100). Os animais sororreagentes para Leishmaniose Visceral nos dois exames citados
anteriormente foram encaminhados para coleta de material para realização de testes parasitológicos para
confirmação da infecção por Leishmania. Foi realizada a coleta de linfonodo (PAAF) mandibular de 3
dos 5 animais sororreagentes, onde 2 deles apresentaram resultado positivo para Leishmania spp. e 1
deles apresentou resultado negativo. Todos os animais que obtiveram o resultado positivo não saíram
do município nos últimos 12 meses.
Durante a busca ativa foram encontrados animais apresentando onicogrifose (Figura 3), lesões
cutâneas (Figura 4), hiperqueratose, dermatites, emagrecimento e caquexia. As alterações cutâneas
foram o sinal clínico mais observado durante a ação.
Todos os animais sororreagentes apresentaram lesões cutâneas (Quadro 1).

Quadro 1 - Distribuição dos sinais clínicos apresentados pelos animais sororreagentes.

Identificação do Sinais Clínicos


Animal
019/21 Lesões cutâneas (úlceras, descamação e alopecia); pelo opaco; onicogrifose; dermatites;
hiperqueratose, caquexia
024/21 Lesões cutâneas (úlceras, descamação e alopecia), pelo opaco

041/21 Lesões cutâneas (alopecia e descamação); pelo opaco, emagrecimento

065/21 Lesões cutâneas (úlceras)

103/21 Lesões cutâneas (alopecia e descamação)

Figura 3 e 4 - Onicogrifose e lesão ulcerativa em articulação apresentadas por animal sororreagente e positivo no exame
parasitológico para Leishmania spp.

Fonte: Arquivo pessoal, 2021.

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o Eutanásia como medida de controle sobre o reservatório canino


Desta forma, um cão errante, SRD, macho, de aproximadamente 7 anos, sororreagente no Teste
Rápido para Leishmaniose Visceral Canina e no ELISA e positivo para Leishmania spp. no exame
parasitológico, foi eutanasiado no Setor de Controle de Zoonoses do município. Portanto, dos 5 cães
sororreagentes encontrados na busca ativa, 1 foi submetido a eutanásia de acordo com o que preconiza
as autoridades sanitárias.
Os outros 4 animais sororreagentes não foram submetidos ao procedimento de eutanásia por
impedimento dos seus tutores. Os proprietários dos animais foram orientados sobre a importância da
utilização de coleiras impregnadas com Deltametrina 4% como medida de proteção individual dos cães
bem como, da importância da observação dos sinais clínicos desses animais e monitorização dos
mesmos pelo setor de controle de zoonoses do município.

Discussão

A Leishmaniose Visceral vem sofrendo um processo de urbanização, pois antes, era uma doença
considerada restrita a áreas rurais e atualmente há casos da doença acontecendo também em centros
urbanos (BARATA et al., 2005; MONTEIRO et al., 2005)
A mudança do perfil epidemiológico da doença se dá, especialmente por mudanças
socioambientais, como o desmatamento, que reduz a disponibilidade de animais silvestres para servir
de fonte de alimentação para os vetores, aproximando as espécies silvestres restantes do meio urbano, e
transforma o cão e o ser humano em uma opção mais acessível para a sua alimentação, fator este que
cria um elo entre o ciclo silvestre e urbano da doença. Ainda, a migração de populações humana e canina
originarias das áreas rurais onde a doença é endêmica, para as periferias das cidades contribui para a
dispersão da doença no meio urbano (BRASIL, 2002).
O bairro Luiz Fagundes é considerado um bairro urbano da cidade de Mairiporã, e a área onde
foram realizadas as ações de vigilância epidemiológica apresenta a possibilidade de crescimento
populacional e imobiliário, pois é um loteamento relativamente novo e circundado por vegetação,
favorecendo a introdução de animais silvestres na proximidade, corroborando com as afirmações sobre
a urbanização da doença apresentadas por Brasil, (2002); Barata et al., (2005) e Monteiro et al., (2005).

A vigilância entomológica da Leishmaniose Visceral faz parte da Vigilância Epidemiológica da


doença e é importante para determinar a presença dos vetores na região e mediante a isso determinar as
ações a serem realizadas.
As espécies de vetores secundários da Leishmaniose Visceral encontradas no levantamento
entomológico no bairro Luiz Fagundes, em Mairiporã, foram encontradas também em outros municípios
pertencentes as Regiões Intermediárias de São Paulo e de São José dos Campos, como Arujá, Osasco,
Taboão da Serra e Guarulhos, sendo este último município limítrofe a Mairiporã. Todos os municípios,
após serem encontrados espécimes de vetores secundários passaram a ser classificados como Municípios
Silenciosos Receptivos Vulneráveis por vetor secundário (Rangel et al., 2020), caracterizando um
problema quando pensamos na distribuição geográfica e no aumento de casos de Leishmaiose Visceral,
pois ao considerar novas espécies como vetores da doença, municípios que antes eram considerados
livres da presença do vetor foram incorporados ao Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose
Visceral.

A vigilância no reservatório canino da Leishmaniose Visceral faz parte da Vigilância


Epidemiológica da doença e é de extrema importância para determinar a presença da infecção no cão e
mediante a isso determinar as ações a serem realizadas.
A busca ativa para investigação do foco demonstra, a partir dos seus achados, que a transmissão
canina está ocorrendo no bairro Luiz Fagundes, uma vez que todos os animais sororreagentes são cães
positivos autóctones. O que é um fator preocupante pois segundo Figueiredo et al., (2010) e Silva et al.,
(2017a) a Leishmaniose Visceral Canina precede ocorrência de casos de Leishmaniose Visceral
Humana.
As manifestações clínicas apresentadas pelos cães sororreagentes nesta investigação são
àquelas comumente encontradas em cães acometidos pela Leishmaniose Visceral e corroboram com os

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achados de Azevedo et al., (2008), que menciona que as manifestações clínicas que mais apareceram
nos animais sororreagentes em seu estudo foram, respectivamente, lesões cutâneas, onicogrifose,
ceratoconjuntivite e alopecia. Ambos os achados concordam com as descrições feitas pelo Ministério
da Saúde e a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, onde indica que alguns dos sinais apresentados
classicamente por animais acometidos pela Leishmaniose Visceral Canina são: lesões cutâneas,
onicogrifose, úlceras, hiperqueratose, entre outros (BRASIL, 2006; SÃO PAULO, 2006).

De acordo com o Ministério da Saúde e a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, a medida
de controle empregada ao reservatório canino é a eutanásia dos animais sororreagentes ou com exame
parasitológico positivo, afim de diminuir a sua circulação e consequentemente a chance de transmissão
da doença (BRASIL, 2006; BRASIL, 2016; SÃO PAULO, 2006).
Costa et al., (2007) afirmam que o risco de transmissão é ainda maior quando pensamos em cães
errantes, pois esses por vagarem pelas ruas da cidade podem se infectar quando em contato com
reservatórios silvestres, e assim, dar início ao ciclo de contágio da doença.
Costa et al., (2020) demonstraram a partir de seu estudo que, em teoria, a eutanásia dos cães
sororreagentes é capaz de controlar a infecção canina por Leishmaniose Visceral quando realizada a
partir de inquéritos sorológicos contínuos.
Porém, na prática, a realização da eutanásia é muito complexa e envolve vários fatores, como
alto custos para a sua realização; questões éticas e de carga emocional para os profissionais; recusa por
parte dos tutores na participação dos próximos inquéritos e na entrega de cães infectados (MACHADO
et al, 2016; SILVA et al., 2017b; WERNECK, 2016; ZUBEN & DONALÍSIO, 2016).
Andrade et al., (2007), realizaram uma pesquisa onde se verificou a porcentagem da reposição
de cães em área endêmica para Leishmaniose Visceral, e o resultado da pesquisa indicou que 45% da
população canina eutanasiada em inquérito sorológico anterior foi reposta. Dessa forma, os autores
concluíram que a eutanásia, ao invés de diminuir a ocorrência da Leishmaniose Visceral Canina, parece
influenciar mais na estrutura da população canina do que no seu tamanho. Ainda, os autores afirmam
que programas de posse responsável com enfoque na qualidade de vida do animal, parecem surtir mais
efeito do que medidas de controle populacional em área endêmica para leishmaniose visceral.
Desta forma, entendemos que embora as autoridades sanitárias orientem e preconizem a
eutanásia como medida de controle sobre o reservatório canino, há divergência entre as opiniões da
classe médica veterinária quanto a sua eficácia no controle da doença.

De acordo com nota técnica assinada pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento
(MAPA), em 2016 foi autorizado o registro do produto Milteforan, a base de Miltefosina, de
propriedade da empresa VIRBAC SAÚDE ANIMAL, que é classificado como um medicamento
antiparasitário, e é indicado para o tratamento da leishmaniose visceral canina. O MAPA ressalta que o
tratamento de cães com leishmaniose visceral não se configura como uma medida de saúde pública
para controle da doença, sendo assim, é uma escolha exclusiva do proprietário do animal tratá-lo com
o medicamento (BRASIL, 2016a). O Milteforan é o único medicamento aprovado pelo MAPA
atualmente para tratamento da leishmaniose visceral canina, e isso se dá pois não é considerado um
medicamento eficaz no tratamento humano da doença.
De acordo com Oliveira et al., 2020, o tratamento com Milteforan além de não promover a
cura parasitológica, somente a cura clínica do animal, é considerado oneroso, dificultando o acesso a
maior parte da população brasileira.

Concluímos então que, a vigilância epidemiológica da Leishmaniose Visceral é essencial para


o controle da ocorrência de casos e transmissão da doença, e os seus componentes, tanto a vigilância
entomológica quanto a vigilância no reservatório canino, devem ocorrer de forma integrada para uma
maior efetividade das ações. A Leishmaniose Visceral é uma doença de grande interesse a saúde pública
e a atuação de clínicas veterinárias particulares na notificação de casos suspeitos da doença é decisiva
para controlar as fontes de infecção da doença.
Além disso, um município Silencioso Receptivo Vulnerável tem a sua classificação
epidemiológica alterada quando atende ao critério de confirmação de pelo menos 3 casos caninos
autóctones positivos para Leishmania spp. na área de investigação, seguindo estas determinações,
espera-se que na próxima atualização o município de Mairiporã se apresente classificado como um
município com transmissão canina.

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Referências bibliográficas

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância


Epidemiológica. Manual de vigilância e controle da leishmaniose visceral. Brasília: Editora do
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Rangel, O., Oliveira, S. S., Hiramoto, R. M., Henriques, L. F., Viviani Junior, A., Tanaguchi, H. H.,
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Planejamento e Avaliação. Instituto Geográfico e Cartográfico. Divisão Municipal do Estado de São
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<http://www.igc.sp.gov.br/produtos/arquivos/IGC_Divisao_Municipal_2014.jpg>. Acesso em: 26-
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São Paulo (Estado). Secretaria de Estado da Saúde. Superintendência de Controle de Endemias - SUCEN
e Coordenadoria de Controle de Doenças - CCD. Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose
Visceral Americana do Estado de São Paulo, 2006. Disponível em:
https://www.saude.sp.gov.br/resources/sucen/homepage/downloads/arquivos-leishmaniose-
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Rangel, O., Sampaio, S. M. P., Henriques, L. F., Morais, G. S. C., Rodas, L. A. C. & Casanova, C.
(2019). Vigilância Entomológica no Programa de Vigilância e Controle de Leishmaniose Visceral
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https://www.saude.sp.gov.br/resources/ccd/homepage/bepa/edicao-2019/edicao_192_-
_dezembro_2.pdf>. Acessado em: 25-10-21.
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SUCEN. Doença: Leishmaniose Visceral, 2021. Disponível em: < http://saude.sp.gov.br/sucen-
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doenças transmissíveis. Manual de vigilância, prevenção e controle de zoonoses. Brasília: Ministério
da Saúde, 2016. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_prevencao_controle_zoonoses.pdf
>. Acessado em: 25-10-21.

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11

Santa Catarina. Secretaria de Estado da Saúde. Superintendência de Vigilância em Saúde. Diretoria de


Vigilância epidemiológica. Gerência de vigilância de zoonoses e entomologia. GUIA DE
ORIENTAÇÃO PARA A VIGILÂNCIA DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA (LVC),
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<http://www.dive.sc.gov.br/conteudos/zoonoses/publicacoes/Guia_Basico_de_Orientacao_LVC_2
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Barata, R. A., Silva, J. C. F., Mayrink, W., Silva, J. C., Prata, A., Lorosa, E. S., Fiúza, J. A., Gonçalves,
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e infecção canina em Montes Claros, Minas Gerais. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina
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eletrônico. LEISHMANIOSES. LEISHMANIOSE VISCERAL NO BRASIL: SITUAÇÃO
ATUAL, PRINCIPAIS ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS, CLÍNICOS E MEDIDAS DE
CONTROLE. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. Disponível em: <
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Figueiredo, F. B., Barbosa-Filho, C. J. L., Schubach, E. Y. P., Pereira, S. A., Nascimento, L. D. &
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Andrade, A. M., Queiroz, L. H., Nunes, G. R., Perri, S. H. V. & Nunes, C. M. (2007). Reposição de cães
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<https://sistema.atenaeditora.com.br/index.php/admin/api/artigoPDF/36903>. Acessado em: 26/10-
21.

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I. Modelo de apresentação de artigo

Ii. Relato de caso

Iii. Revisão de literatura

I. Modelo de apresentação do artigo original


O título (Fonte Times New Roman, estilo negrito, tamanho 16, somente a primeira letra da sentença em
maiúscula, o mais breve possível – máximo 15 palavras)

José Antônio da Silva1 , Carlos Augusto Fonseca2*


Nomes de autores (ex., José Antônio da Silva1). Todos com a primeira letra maiúscula e o número 1, 2, 3,...
sobrescrito. Informar o hiperlink do Orcid (exemplo, https://orcid.org/0000-0003-1058-7020), ou
informar o hiperlink do currículo lattes (exemplo, http://lattes.cnpq.br/5319908010656500).de cada
autor. A quantidade de autores fica a critério do pesquisador.
Afiliações. Filiações dos autores devem estar logo abaixo dos nomes dos autores usando os números 1, 2, 3,... sobrescrito e o
símbolo * para o autor de correspondência. Instituição (Universidade Federal do Paraná), incluindo departamento
(Departamento de Zootecnia), cidade (Curitiba), estado (Paraná) e país (Brasil). Todos com a primeira letra maiúscula e E-
mail eletrônico. (Fonte Times New Roman, estilo Itálico, tamanho 9.)
1
Professor da Universidade Federal do Paraná, Departamento de Zootecnia. Curitiba –PR Brasil. E-mail: contato@pubvet.com.br
2
Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Cidade, Estado e País) – E-mail: exemplo@embrapa.com.br
*Autor para correspondência

Resumo. A palavra resumo em negrito. Fonte New Times Roman, Tamanho 11, Parágrafo
justificado com recuo de 1 cm na direita e 1 cm na esquerda. O resumo consiste não mais
que 2.500 caracteres (caracteres com espaços) em um parágrafo único, com resultados em
forma breve e compreensiva, começando com objetivos e terminando com uma conclusão,
sem referências citadas. Abreviaturas no resumo devem ser definidas na primeira
utilização.
Palavras chave: ordem alfabética, minúsculo, vírgula, sem ponto final

Título em inglês
Abstract. Resumo em inglês. A palavra abstract em negrito.
Keywords: Tradução literária do português

Título em espanhol (Opcional)


Resumen. Resumo em espanhol. A palavra Resumen em negrito
Palabras clave: Tradução literária do português

Introdução
A palavra introdução deve estar em negrito e sem recuo. A introdução não deve exceder 2.000
caracteres (caracteres com espaço) e justifica brevemente a pesquisa, especifica a hipótese a ser testada
e os objetivos. Uma extensa discussão da literatura relevante deve ser incluída na discussão.

Material e métodos
É necessária uma descrição clara ou uma referência específica original para todos os procedimentos
biológico, analítico e estatístico. Todas as modificações de procedimentos devem ser explicadas. Dieta,
dados de atividades experimentais se apropriado, animais (raça, sexo, idade, peso corporal, e condição
corporal [exemplo, com ou sem restrição de alimentação a água]), técnicas cirúrgicas, medidas e
modelos estatísticos devem ser descritos clara e completamente. Informação do fabricante deve ser

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fornecida na primeira menção de cada produto do proprietário utilizado na pesquisa (para detalhes, ver
Produto Comercial). Devem ser usados os métodos estatísticos apropriados, embora a biologia deva ser
usada. Os métodos estatísticos comumente utilizados na ciência animal não precisam ser descritos em
detalhes, mas as adequadas referências devem ser fornecidas. O modelo estatístico, classe, blocos e a
unidade experimental devem ser designados.

Resultados e discussão
Na PUBVET os autores têm a opção de combinar os resultados e discussão em uma única seção.

Resultados
Os resultados são representados na forma de tabela ou figuras quando possível. O texto deve explicar
ou elaborar sobre os dados tabulados, mas números não devem ser repetidos no texto. Dados suficientes,
todos com algum índice de variação incluso (incluindo nível significância, ou seja, P-valor), devem ser
apresentados para permitir aos leitores interpretar os resultados do experimento. Assim, o P-valor
(exemplo, P =0.042 ou P < 0.05) pode ser apresentado, permitindo desse modo que os leitores decidam
o que rejeitar. Outra probabilidade (alfa) os níveis podem ser discutidos se devidamente qualificado para
que o leitor não seja induzido ao erro (exemplo as tendências nos dados).

Discussão
A discussão deve interpretar os resultados claramente e concisa em termo de mecanismos biológicos
e significância e, também deve integrar os resultados da pesquisa como o corpo de literatura publicado
anteriormente para proporcionar ao leitor base para que possa aceitar ou rejeitar as hipóteses testadas.
A seção de discussão independente não deve referir-se nenhum número ou tabela nem deve incluir o P-
valor (a menos que cite o P-valor de outro trabalho). A discussão deve ser consistente com os dados da
pesquisa.

Tabelas e figuras
Tabelas e figuras devem ser incluídas no corpo do texto. Abreviaturas devem ser definidas (ou
redefinida) em cada tabela e figura. As tabelas devem ser criadas usando o recurso de tabelas no Word
MS. Consultar uma edição recente da PUBVET para exemplos de construção de tabela. Quando possível
as tabelas devem ser organizadas para caberem em toda a página (exemplo, retrato layout) sem
ultrapassar as laterais da borda (exemplo, paisagem). Cada coluna deve ter um cabeçalho (exemplo, Dias
de maturação, método de embalagem, valor de P). As unidades devem ser separadas cabeçalhos por uma
vírgula ao invés de ser mostrado em parênteses (exemplo, ABTS, %). Limitar o campo de dados ao
mínimo necessário para a comparação significativa dentro da precisão dos métodos. No corpo das
referências da tabela para as notas de rodapé devem ser numerais. Cada nota deve começar em uma nova
linha. Para indicar diferenças significativas entre as médias dentro de uma linha ou coluna são usadas
letras maiúsculas sobrescritas.

Tabela 1. Exemplo de construção de tabela. Criada usando o recurso de tabelas no Word MS. Exemplo, Efeito do método de
embalagem e tempo de maturação sobre a atividade antioxidante da carne de bovinos terminados em confinamento
Dias de Métodos de embalagens
EPM* P > Valor
maturação Filme Vácuo
1 45,61A 45,61A 1,830 0,765
ABTS1, %

3 48,45A 48,73A 1,891 0,651


7 60,99B 60,72B 1,777 0,554
14 63,86B 68,08B 1,645 0,556
EPM 2,334 2,441
P < Valor 0,001 0,001
*Erro padrão da média.
1
2,2′-azinobis- (3-ethylbenzothiazoline-6-sulfonic acid).
Médias seguidas de letras maiúsculas nas colunas são deferentes (P < 0,05).

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Abreviaturas
Abreviaturas no texto devem ser definidas no primeiro uso. Os autores devem usar o padrão das
abreviaturas internacionais de elementos. Abreviaturas definidas pelo autor devem sempre ser usadas
exceto para começar uma frase. A abreviação definida pelo autor precisa ser redefinida no resumo o
primeiro uso no corpo do artigo, em cada tabela, e em cada figura

Citações no texto
No corpo do manuscrito, os autores referem-se da seguinte forma: (Ferraz & Felício, 2010) ou Ferraz
& Felício (2010). Se a estrutura da frase exige que os nomes dos autores sejam incluídos entre
parênteses, o formato correto é (Ferraz & Felício, 2012a, b). Quando há mais de 2 autores no artigo o
primeiro nome do autor é entre parênteses pela abreviação et al. (Moreira et al., 2004). Os artigos listados
na mesma frase ou parênteses devem estar primeiro em ordem alfabética e ordem cronológica para 2
publicações no mesmo ano. Livros (AOAC, 2005; Van Soest, 1994) e capítulos de livros (Van Soest,
2019) podem ser citados. Todavia, trabalhos publicados em anais, CDs, congressos, revistas de
vulgarização, dissertações e teses devem ser evitados.

Referências bibliográficas
1. Artigos de revista
Ferraz, J. B. S. & Felício, P. E. (2010). Production systems – An example from Brazil. Meat Science,
84, 238-243. Doi https://doi.org/10.1016/j.meatsci.2009.06.006.
Moreira, F. B., Prado, I. N., Cecato, U., Wada, F. Y. & Mizubuti, I. Y. (2004). Forage evaluation,
chemical composition, and in vitro digestibility of continuously grazed star grass. Animal Feed
Science and Technology, 113,239-249. Doi https://doi.org/10.1016/j.anifeedsci.2003.08.009.
2. Livros
AOAC – Association Official Analytical Chemist. (2005). Official Methods of Analysis (18th ed.) edn.
AOAC, Gaitherburg, Maryland, USA.
Van Soest, P. J. (1994). Nutritional ecology of the ruminant. Cornell University Press, Ithaca, NY, USA.
https://doi.org/10.7591/9781501732355.
3. Capítulos de livros
Van Soest, P. J. (2019). Function of the Ruminant Forestomach. In: Van Soest, P. J. (ed.) Nutritional
Ecology of the Ruminant. 230-252. Cornell University Press, Ithaca, NY, USA. Doi:
https://doi.org/10.7591/9781501732355-016.

II. Relato de caso


Deve conter os seguintes elementos:
Título, nome (s) de autor (es), filiação, resumo, palavras chave, introdução, relato do caso clínico,
discussão e conclusão. Os elementos anteriores devem seguir as mesmas normas do artigo original.

III. Revisão
Deve conter os seguintes elementos:
Título, nome(s) de autor (es), filiação, resumo, palavras chave, introdução, subtítulos do tema e
considerações finais. Os manuscritos devem seguir as mesmas normas do artigo original, à excepção de
Material e métodos, Resultados e discussão; no seu lugar, utilize títulos e subtítulos sobre o tema.

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Envio de artigo
O envio de artigos pode ser realizado pelo site http://www.pubvet.com.br/envios ou enviar
diretamente no e-mail contato @pubvet.com.br.
Para enviar o artigo pelo site você deve cadastrar o e-mail no pubvet.com.br/cadastro. Caso já
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Ficou com alguma dúvida?


Entre em contato com nossa equipe no seguinte e-mail: contato@pubvet.com.br.

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São Paulo, 30 de Setembro de 2021.

TERMO DE ACEITE PARA ORIENTAÇÃO DE TCC

Eu, Paulo Sérgio Salzo, docente do curso de Medicina Veterinária, da


Universidade São Judas Tadeu, confirmo o meu aceite em orientar o aluno
Natália Barros dos Santos, RA 81821762, no desenvolvimento do seu trabalho
de conclusão de curso (Relato de Caso Cínico), requisito necessário para
aprovação nas disciplinas de Estágio Supervisionado do Curso de Medicina
Veterinária. Confirmo ainda que estou ciente dos esclarecimentos sobre as
disciplinas Estágio Supervisionado I e Estágio Supervisionado II e Regulamento
de Estágio Supervisionado aprovado pelo colegiado do Curso de Medicina
Veterinária.

Assinatura do Professor Orientador


TERMO DE ENCAMINHAMENTO PARA BANCA DE RCC2 – MEDICINA
VETERINÁRIA USJT

Eu, Paulo Sérgio Salzo, docente do curso de Medicina Veterinária, da


Universidade São Judas Tadeu,confirmo ter orientado e encaminho para
avaliação da banca o(a) aluno(a) Natália Barros dos Santos,RA 81821762,
requisito necessário para aprovação nas disciplinas de Estágio Supervisionado
do Curso de Medicina Veterinária.
Confirmo ainda que estou ciente dos esclarecimentos sobre as disciplinas
Estágio Supervisionado I e Estágio Supervisionado II e Regulamento de
Estágio Supervisionado aprovado pelo colegiado do Curso de Medicina
Veterinária.

São Paulo, 24/11/2021

Assinatura do Professor Orientador

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