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Dispositivos Semicondutores:

TIRISTORES
Controle de Potência em CC e CA

Objetivos
Estudo dosdispositivostiristores SCRe TRIAC;

Estudo dos dispositivos de disparo DIAC, diodo Schockley,


SUSe SBS;

Estudo dos dispositivos para circuitos de disparo pulsados


UJTe PUT,

Estudo dos dispositivos e circuitos especiais de disparo:


transformadores de pulso, acopladores ópticos com
tiristores e circuito integrado TCA785;

Desenvolvimento prático de projetos de circuitos para


controle de potência em CCe CA.

Sobre oAutor

JOSE LUIZANTUNES DE ALMEIDA


Doutor em Engenharia Elétrica (EPUSP), Professor/Coordenador dos
cursos de Tecnologia em Eletrônica Automotiva da Faculdade de
Tecnologia de Sorocaba (FATEC). Proífessor dos cursos de Engenharia da
Universidade de Sorocaba (UNISO).

Os sites ou e-mails eventualmente mencionados neste livro såo ilustrativos,


podendo ser modificados ou exintos a qualquer momento.

Codigo: 2986
SBN 978-85-7144- R.1
Capítulo 1 -INTRODUÇÃO

1.1 O SCR, Rápido e Rasteiro


1.2 0 Gatilho
Exercícios Propostos

Autor- Você sabe o que é um tiristor? Talvez saiba o que é um SCR.


Pois é, às vezes os dois nomes se confundem, pois estão relacionados com

o mesmo componente.
Tiristor éo nome de uma familia de componentes da qual o SCR faz

diodo controlado, muito utilizado em equipamentos de


parte. O SCR é um

controle industrial.

aplicações em diversos
Neste livro são estudados vários tiristores e suas

equipamentos utilizados na indústria.

I1.1 O SCR, Rápido e Rasteiro


O SCR (Silicon Controlled Rectifier ou Retificador Controlado de
Silicio)é um de três terminais, chamados anodo (A), catodo
dispositivo
(K) e gatilho (G), como mostra
a Figura 1.1. Os nomes anodo (positivo)
e catodo (negativo) vieram acompanhando a evolução dos dispositivos
eletrônicos, desde as válvulas, e estão relacionados com o sentido de condução
de corrente no SCR. Já o teminal de gatilho será melhor entendido quando
for explicado o funcionamento detalhado desse dispositivo.

Introdução 1
A (Anodo)

G
(Gatlho)

K (Catodo)

Figura 1.1Simbolo do SCR.


Leitorfa) Parece um diodo, mas tem uma perna a mais!

Na verdade, o SCR é mesmo um diodo, só que controlado. Se forem


aplicadas uma tensão negativa no anodo e uma positiva no catodo, o SCR
não vai conduzir. No circuito da Figura 1.2 a
lâmpada L permanece apagada.
Lámpada(12V/6W)

A()
SCR
TIC 106
12V
G K(+)

1kRax
Figura 1.2-SCR polarizado reversamente.
Leitorla) O que o resistor de lk2 está
fazendo no gatilho?
Autor-Calma, ele é necessário para garantir que o SCR não dispare
quando não quisermos! Deuagar vamos entender. E os valores
nentes já foram colocados dos compo
porque, se você quiser, já pode ir montando
os circuitos
para ganhar conjiança.
No caso da Figura
1.2, o SCR comporta-se como um diodo reversa
mente polarizado, não
conduzindo e deixando a
lâmpada L apagada.
2
E agora, se a fonte de 12V fosse invertida? A lampada acenderia?

A resposta é no! No caso é que aparece a diferença em relação a um


diodo. Mesmo polarizado diretamente, ou seja, anodo positivo em relação
ao catodo. o SCR ainda não conduz. E necessário algo mais!

I1.2 O Gatilho
Esse algo mais é um pulso ou tensão positiva aplicada no gatilho,
contome pode ser visto na Figura 1.3.

Làmpada(12V/6W)

A(+)
10kR SCR
TIC 106
12V CH | K()

1kaR
Figura 1.3-SCR polarizadodiretamente.
Estando a chave CH, aberta, ainda que a fonte de 12V tenha sido
invertida, o SCR bloqueia a condução de corente e a lampada L fica apagada.
Isto é que dá a caracteristica de controle. Quando for desejado, a lâmpada
pode ser acesa, fechando CH1.

Leitor(a) - A lámpada acendeu e afastou as trevas da ignorância.


funciona um SCR!
Agora já sabemos como

Autor Mas,.. ainda não! Falta alguma coisa, muito importante.


Após acender a lâmpada, ou seja, após disparar o SCR, a chave CH,
pode ser aberta sem fazer com que a låmpada se apague.

Esta é uma caracteristica de destaque dos tiristores em geral.

o SCR e,
Ogatilho serve só para disparar
é necessário
posteriormente,
corrente
perde
ele conduz
a

função. Para bloquear o SCR, que a que

Introdução 3
entre anodo e catodo seja anulada. No circuito da Figura 1.3, isso só é possível
se a fonte de 12V for desligada.

Exemplo
O SCR TIC 106B tem as seguintes características básicas:

Tensão de Pico Reversa RRM 200V

Corrente Média (at Tc=80°C) TA= 5A para corrente continua

TIA 3,ZA para senoide retificada


(180° de condução)

Queda de Tensão em Condução VTM 1,7V © InM 5A


Verificar se esse SCR pode ser aplicado nas condições dos circuitos
das Figuras 1.2 e 1.3.
No circuito da Figura 1.2, como não há corrente, a tensão sobre a
lâmpada é nula. Assim, toda a tensão da fonte de 12V aparece como tensão
reversa sobre o SCR. Como o mesmo suporta até 200V de tensão reversa
(RRN não há problema.
Uma lampada de 12V e 6W tem uma corente nominal de:

20,5
No circuito da Figura 1.3, quando o SCR conduz ea làmpada acende,
o SCR apresenta uma queda de tensão de 1,7V (VDesta forma, sobram
10,3V para a làmpada, que terá, portanto, uma corrente menor que 0,5A.
Como o SCR suporta até 5A (Gp, não haverá problema.

Exercícios Propostos
1.1 Quais são as semelhanças e diferenças básicas entre um diodo e
um SCR, quando polarizados direta e reversamente?

1.2 Qual o significado dos parämetros do SCR: VaRMLn VTn?

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Capitulo 2- DIODOS E TRANSISTORES

2.1 Diodo
2.2 Transistor
Exercícios Propostos

Autor Agora que você já sabe como funcionao SCR, deve estar
curioso para saber como ele é por dentro. Para isso vamos ver,
rapidamente, alguns conceitos sobre diodos e transistores. Depois, você
vai ver que existe até um jeito de fazer uma montagem com dois
transistores, funcionando como um SCR.

2.1 Diodo
A Figura 2.1 apresenta um diodo que simboliza as camadas de silício
dos tipos PeN que o compõem.

Diodos e Transistores 5
Lacuna
associada Elétron
ao átomo lons negativos lons posltivos associado
ao átom
de boro (Boro) (Fósforo) de fóstoro

P (Anodo) N (Catodo)
Reglão de carga espacial

Simbolo do diodo

Figura 2.1- Estruturafisica e símbolo do diodo.

A camadaP, chamada anodo (A), é composta de ions de átomos


aceitadores (como o boro, por exemplo), que foram introduzidos na rede de
silicio e aceitaram um elétron, tomando-se ions negativos. Com isso surgiram
as lacunas.

A camada N, chamada catodo (K), é composta de íons de átomos


doadores (como o fóstoro, por exemplo), que foram introduzidos na rede de
silicio e doaram um elétron, tornando-se ions positivos. Com isso surgiram
os elétrons livres.

Na região de junção existe uma camada de íons descobertos, que não


têm associados os portadores livres (elétrons ou lacunas).

Essa região, denominada região de carga espacial (RCE), surgiu


durante a
fomação dajunção. quando lacunas
migraram do lado P para o
lado N e elétrons migraram do lado N para o lado P, provocando
uma
recombinação entre os portadores (cada elétron preenche uma lacuna)
criando uma película de cargas nas bordas da junção.

6
Tal movimentaço ocorreu devido a uma tendência, puramente
estatística, de igualarem-se as
concentrações de partículas, já que existem
mais lacunas no lado P do que no lado N e mais elétrons no lado N do
que no lado P.

Essa pelicula de carga forma uma barreira de potencial, pois os íons


positivos descobertos no ladoN tendem a impedir que lacunas saiam de P
e sigam
para o lado N (cargas de mesmo sinal repelem-se).

O mesmo ocore com elétrons do lado N, que são


para o lado P.
os
impedidos de irem

Assim, no diodo desenergizado, a barreira de cargas impede novos


deslocamentos de portadores, havendo um equilíbrio dinâmico das
concentrações.

Diodo em Polarização Reversa


Quando o diodo é polarizado reversamente, ou seja, no lado P é
colocada uma tensão negativa em relação ao lado N, ocorre uma transição
(aumento) na regio de carga espacial, como na Figura 2.2.

Anodo
Catodo
O

RCE N

(a) Inicio da polarização reversa

Diodos e Transistores 7
Anodo Catodo

Simbolo do diodo

(b) Após a estabilização da polarização reversa


Figura 2.2 - Diodo em polarização reversa.

A Figura 2.2[a) mostra o instante em que é aplicada a tenso reversa.


Essa tensão soma-se à barreira de potencial existente, deixando o lado N mais
positivoe o lado P mais negativo. Assim, aumenta o número de ions
descobertos na região de carga espacial (RCE), cuja largura aumenta (de x
para x).
Neste caso, o diodo não conduz.Existe, no entanto, uma pequena
corente reversa (da ordem de uA nos diodos de baixa corente, chegando à
ordem de mA nos diodos de potëncia). Essa corrente é constituída tanto
por
elétrons, que estão no lado Pe vão para o lado N, como por lacunas, que estão
no lado Ne vão para o lado P.

Leitorfa)- Espere aí! Eu não entendi mais nada! Existem elétrons


no material P e lacunas no material N?

Autor Sim, veja lá.


Em um material semicondutor qualquer, o aumento progressivo da
temperatura pode fazer com que eletrons ganhem energia para libertarem-
-se da órbita dos átomos e passarem a transitar pela rede. No lugar onde eles
estavam ficam lacunas. Esse fenómeno chama-se
geraço térmica, que
provoca o aparecimento de pares elétron-lacuna.

8
Desta forma, no material N, por exemplo, existem lacunas. Como elas
estão em número menor em relação aos elétrons livres, são chamadas de
portadores minoritários. E por isso que a corrente dos diodos polarizados
reversamente é baixa, pois é produzida pelo movimento dos portadores
minoritários. Sendo esse valor quase desprezível, considera-se, no caso ideal,
que o diodo está aberto.

Como os portadores minoritários são produzidos termicamente, a


comente reversa dos diodos depende muito da temperatura.

Diodo em
Polarização Direta
Polarizando o diodo diretamente, ou seja, lado P positivo em relação
ao lado N, haverá um desequilibrio na estrutura existente. A barreira de
potencial é diminuída (de x1 para xa), o que faz com que muitos portadores
possam movimentar-se, como indica a Figura 2.3.

Anodo Catodo
O-
(+)

P RCE N

(a) Inicio da polarização direta

Diodos e Transistores 9
Anodo Catodo
O N
(+)

RCE

(b) Diodo em condução


Figura 2.3-Diodo em polarização direta.

Lacunas do lado P seguem para o lado N e elétrons do lado N seguem


para o lado P. Como esses portadores estão em maior número, a corente
será elevada e apenas limitada pela carga, colocada em série com o diodo.
A queda de tensão V, em um diodo polarizado diretamente varia de 0,5V
a 1,0V, sendo muitas vezes usado o valor de 0,7V como referência. Em circuitos
onde as tensões envolvidas são bem maiores que este valor, pode-se assumir,
por simplicidade, que o diodo está em curto-circuito, ou seja, V, = OV.

Exemplos
Calcular a corrente nos diodos dos circuitos a seguir:

R
5602
12V

10
Como o positivo da bateria está aplicado ao catodo do diodo, a
polarização é reversa. portanto o diodo está aberto e a corrente que passa
por ele é zero.

R
5602

6)12V

O diodo está polarizado diretamente, podendo ser substituído por um


curto-circuito. Portanto, a corrente pode ser calculada como segue:

12= 0,021 21mA


560

c) 12VT R
3302 2202

Como o positivo da bateria está aplicado ao anodo do diodo, ele


conduz. A corente no diodo é, portanto, a soma das correntes dos
resistores R, e R, (lei de Kirchhoff).

12 12 - 55mA
R1 330 36mA e
R2 2200
Portanto:

D =R1 + IR2 = 36 + 55 = 91mA

Diodos e Transistores 11
(2.2 Transistor
Um transistor è um dispositivo de très camadas P-N-P, como indica

a Figura 2.4

Emissor Coletor

BBase
Simbolo do transistor PNP

Figura 2.4-Estrutura simbólica de um transistor PNP.

Autor E parecido com dois diodos de frente. certo? Mas náo e A


24
grande diferença é a largura da região de base. conforme Figura
a

Logo veremos o porqu .

Existem três situações de funcionamento de um transistor em relaça


às polaridades das tensòes das junções J, e J2.

a) J, e Ja Reversamente Polarizadas (Corte)


Nessa situação, os "diodos das duas junções estào reversanente
polanizados, nào havendo,. portanto, fluxo de corente. E dito que o transistor
esta cortadio, pois as correntes são nulas. E como se os teminais estivessem
abertos.

12
b) J e J, Diretamente Polarizadas (Saturação)
Nesse caso, os "diodos" das duas junções estão diretamente
havendo fluxo de corente. Como a queda de tensão entre os terminais é
polarizados,
pequena. os terminais est o praticamente em curto-circuito.

c) J, Diretamente e Jz Reversamente
Polarizadas (Regio Ativa)
Com J, diretamente polarizada, haverá injeço de portadores (lacunas,
neste caso) do emissor para a base (do lado P para o lado N).

A tendéncia seria que os portadores saíssem pelo teminal de base.


Entretanto, a base é estreita e, construtivamente, é teita para apresentar um
caminho mais longo para os portadores injetados. Com isso, as lacunas
caminham pela base e atingem a regiäo próxima de J. Nas proxirmidades da
junçãoJ a polarização reversa criou uma barreira de potencial que éfavorável
às lacunas que vêm do emissor. Isso faz com
que elas sejam "varidas" para
o teminal de coletor.

O efeito transistor ocorre justamente em função de a base ser estreita


e a maioria dos portadores injetados ser "coletada". Assim, vale para as
comentes:

sendo: Ic = corrente de coletor

ECorentede emissor
a = ganho de corente entre coletor e emissor

O ganho de corrente a é sempre menor do que um, entretanto é sempre


muito próximo de um.

Além dessa corrente principal, existe uma corente de fuga, na junção


J2, devido à polarização reversa. Assim, a expresão da corrente deveria ser
modificada para:

eale+ leBo

Diodos e Transistores 13
sendo lceo a corrente de polarização reversa da junção J2, entre base e coletor.

2.5 mostra, esquematicamente, um resumo dos fluxos de


A Figura
corente em um transistor PNP na região ativa.

ale

(1-a)

G
Figura 2.5- Resumo dos fluxos de corrente
CBO

em um transistor PNP na regiäo ativa.

Para expressar a coente de coletor, apenas em função da corrente de


base, será usada a lei de Kirchhoff para as correntes do transistor: "a soma
das correntes que convergem para um nó é nula".

-
Substituindo na expressão da corrente de coletor, tem-se:

lc a.(lc +la)+lcBo
Resolvendo, resulta:

Definindo o ganho de corente entre coletor e base como B:

1-a

14
Assim, a expresso de Ic torna-se:

e B.lg +(B+1).IcBo
Como nomalmente lcBo é desprezível, costuma-se usar somente:

Ic B.lB
Exemplo
Calcular a corrente de coletor do circuito em seguida:

R1ka
Dados do transistor:

Vcc15 -200
100ks2
CBOO
VBs-2V

Figura 2.6-Polarização de transistor PNP.

O transistor está na região ativa, pois a fonte Vp8 coloca o polo negativo
na base N Gjunção base-emissor diretamente polarizada) e a fonte Vcc coloca
o polo negativo no coletor P (junção coletor-base reversamente polarizada).

Como a junção E-B está diretamente polarizada, a queda de tensão


é 0,7V.

Assim:

VEB 0,7V
Usando a lei das malhas na malha de emissor-base, tem-se:

-VEB RB.lg +VBB =0

Diodos e Transistores 15
B VBB- VEB .2-0. 13uA
RB 100k
A comente de coletor será:

Ic = B.Ic = 200.13u = 2.6mA

Para completar, resta ver se a queda de tensão no resistor não leva o


transistor à saturação. Isso é feito calculando o valor de Vec

VEC Re+Vac -0
VEC = Vcc R J V c = 15 1k. 2,6m = 12,4V

O balanço de tensão aparece na Figura 2.7.

C-12,4V)

(-0,7V,
E (OV)

Figura 2.7- Balanço de tensão do transistor PNP.

VEB 0,7v gunção EB polarizada diretamente)

VBC-0,7-(-12,4) =11,7V

O fato de Vac Ser positiva significa que o lado N (base) é mais positivo
que o lado P_coletor), o que mostra que essa junção está polarizada
reversamente. Portanto, o transistor está polarizado na região
ativa
Convém lembrar que essa veriticação foi necessária porque as equações
de corrente só valem para a regiao ativa. Na regi o de saturação, os terminais
estão em curto (tensões nulas) e no corte, os teminais estão abertos (correntes
nulas).

16
Existem também transistores NPN que são, inclusive, mais comuns
por
utilizarem fontes positivas, porém as equações de corrente e os conceitos de
corte e de saturação permanecem válidos.

Exemplo
Resolver o exemplo anterior usando um transistor NPN.

Neste caso, como as fontes são invertidas,


tipos de semicondutores do transistor NPN, os
em função da inversäo dos
sentidos das tensões e
corentes também se invertem, como indica a Figura z.8.

Re1ka Dados do transistor:


2.4v cc1 B=200
100k2 ceo
VBa2V Vo-0,7 1

Figura 2.8-Circuito com transistor NPN.

VBBVBE
100k
13uA

Ic =
B .lg =
200 13u =
2,6 mA

Outra fomma de veriticar se o transistor est na região ativa é analisar


o valor de VO valor de VcE de saturação é cerca de 0,2V para transistores
de sinal 1V para transistores de maior potência.

VcE=15-2,6 m.lk =12,4V= VcE>0,2

Diodos e Transistores 17
Exercícios Propostos

2.1 Calcular a corrente nos diodos:

a) 12V

R,=1ka

b) 12V R=1ka

2.2 Calcular V, no circuito seguinte:

+5
R==ika

ov.

2.3 Mostrar que o circuito do exercício 2.2 é uma porta lógica AND.

18
2.4 Calcular resistor
o
Re para saturaro transistor do circuito a seguir
quando V.=5V.

Vcc 5

Dados do Transistor:
Rp Vs
V.=5V 220k2
p=1100
VCESAT 0,2V

2.5 Mostrar que a união dos circuitos dos exercícios 2.2 e 2.4
menta
imple
unma porta lógica NAND, conforme mostra o circuito seguinte:

+5V +5V

1k2 Re
D
220k Sa
(A) S
- -
Da

Diodos e Transistores 19
Capítulo 3- SCR
3.1 Curva ldeal do SCR
3.2 Curva Real do SCR
3.3 Analogia com Dois
Transistores
3.4 Outros Métodos de Disparo
3.5 Métodos de
do SCR
3.6 O SCR em
Comutação um
de SCR
Corrente Alternada
Exercicios Propostos

Autor Depois de passar por essa onda de lacunas, elétrons e ter


relembrado o diodo e o transistor, uocê está
como funcionam preparado
para ser iniciado no mundo dos tiristores. Neste capítulo você vai conhecer
um SCR por dentro e aprender como dispará-lo e bloqueá-lo para obter
o controle desejado.

3.1 Curva ldeal do SCR

As curvas idealizadas do diodo e do SCR säo mostradas respectivamente


pelas Figuras 3.1a) e 3.1(b).

C o m pulso de gatilho

Sem pulso de gatllhO

VAK
Diodo (b) SCR
(a)
Figura 3.1l -Curvas idealizadas do diodo e do SCR.

SCR 21
Tanto no diodo como no SCR. quando a tensão é negativa (polarizaç
zação
reversa). ocome o bloqueio e a corrente é nula para qualquer tensão.
No diodo. quando a tensão tende a ficar positiva, o diodo entra em
condução ea corente aumenta. O diodo polarizado diretamente é equivalente
a um curto-circuito. sendo a tensão sempre zero e a corrente limitada apenas
pela carga colocada em série.
No SCR. apesar de a tensão ser positiva, ele ainda perrmanece bloqueado
(comente nula). Só quando for aplicado um pulso no gatilho é que o SCR passa
a conduzir comente, comportando-se como um curto-circuito.

Leitorfa) Quer dizer então que, com tensão positiva, depois de


aplicado o pulso, o SCR é igual a um diodo?

Autor E isso ai! A grande vantagem do SCR é que uocè controla o


seu disparo enquanto o diodo conduz logo que a tensão torna-se positiua.

Leitorfa) Se o SCR só dispara com pulso de gatilho, qual deve


ser essa corrente e quanto tempo deve durar o pulso?

Calma!
Autor Primeiramente precisamos entender o processo de
disparo. Depois veremos; tudoa seu tempo!

3.2 Curva Real do SCR

A curva real do SCR é mostrada na Figura 3.2. Na verdade, são várias


curvas que dependem da corrente de gatilho aplicada.

aaaa>0
VAK
a laa la
2D=0
Figura 3.2- Curva real do SCR.

22
Observando a curva real, é possivel distinguir três regiões, sendo de
polarização reversa, de polarização direta em bloqueio e de
polarização direta em condução.

Na região de polarização reversa, para vAK<0, praticamente não há


condução. A corrente, que na curva ideal é nula, neste caso tem um valor muito
baixo, que depende do tipo de SCR. Nos SCRs de baixa corrente, a corrente
reversa é da ordem de dezenas a centenas de uA. Nos de alta corrente, a
comente reversa pode chegar a centenas de mA.

Na região de polarização direta em bloqueio, há várias curvas


parametrizadas pela corrente de gatilho lo. Quando l=0, o SCR permanece
bloqueado, desde que a tensão seja inferior a Vgo breakover voltage ou tensão
de disparo). Quando vaK=VB0, 0 SCR dispara e a corrente cresce, sendo
limitada pela resistència de carga, colocada em série com o SCR.

Esta é a regiäo de polarização direta em condução. Para que o SCR


permaneça em condução, é necessário que a comente de anodo atinja um
valor mínimo de disparo L (latching current ou corrente de disparo). Caso
esse valor não seja atingido, após o disparo, o SCR volta ao estado de bloqueio.

Na Figura 3.2 nota-se que quanto maior o valor da corrente de


tanto tens o VAK necessária para disparar o SCR. Isso
gatilho, menor a
é verdade até o limite de l=loT (gate trigger currernt ou corrente de gatilho
com disparo). A curva correspondente a lar está desenhada tracejada na
Figura 3.2. loT é a minima corente de gatilho
que garante o disparo do
SCR com tensão direta de condução V7. Com ler aplicada é como se o
SCR fosse um diodo.

Na região de polarização direta em condução, a queda de tensão


no SCR é igual a VT. Essa tensão tem um valor tipico de 1,50.

Após o sendo estabelecida a condução ia>l), a corrente


disparo,
de gatilho pode ser removida, que o SCR permanece em condução. O
SCR só volta ao bloqueio se a corrente ia cair abaixo de I_ (holding current
ou corrente de manutenção), ou se vaK<0 (anodo negativo em relação ao

catodo).

SCR 23
3.3 Analogia com Dois Transistores

Um recurso muito utilizado para explicar o processo de disparo do SCR


éa analogia com dois transistores complementares (PNP e NPN). apresentada
na Figura 3.3.

GP G G

N N

(a) Estrutura do SCR (b) Estrutura de dols transistores (c) Conexdo de dois trunsistores
de SCR
Figura 3.3- Analogia entre
estruturas
as
e de dois transistores interligados como SCR.
um

Com VAK0, o SCR est polanizado reversamente. V-se na Figura 3.3


que isso ocorre porque hà duas junções polarizadas reversamente (J,e JJe
uma junço polarizaca diretamente (J,). A corrente é nula em toda a faixa útil
da tensäo reversa.

A Figura 3.4la) mostra a distribuiço de tensóes na polarização reversa

P
N
G G P
N N
(a) Polarização reversa (b) Polarização direta
Figura 3.4- Distribuição das tensões nas junções do SCR.

24
Na polarização reversa, no adianta aplicar pulso de gatilho. Isso
nem é aconselhável. pois faria fhuir uma corrente de fuga de anodo de valor
aproximadamente igual ao da corrente de gatilho, causando urm
superaquecimento da junçào. Como consequência, pode danificar o
componente.

Na polarização direta, é ilustrada


como Figura 3.46), existem
na
duas junçôes polarizadas diretamente (J, e J). Entretanto, ainda nãoé
possível
fluir comente pelo SCR. pois a junção Jz está polarizada reversamente. Há,
apenas. uma corente de fuga de baixo valor.

Se for aplicado pulso de corrente


um no gatilho, os portadores
injetados causarão um fenômeno de avalanche na junção J2, levando o SCR
ao disparo.

Para entender melhor o processo de disparo de um SCR, a analogia com


dois transistores está desenhada na Figura 3.5, incluindo as fontes externas
e detalhando as correntes nos transistores.

CH Carga

G
CH2 B2
Va leelE

Figura 3.5-Analogia com dois transistores


incluindo fontes externas e correntes.

Equacionando as correntes dos transistores a partir da expressão


completa de Ic em função de lg, B e lcBo chega-se à seguinte equação:

A P+1/02a +1Xlcao1+ lcBo2)


1-P1P2

SCR 25
Sendo:

A Corente no
anodo do SCR formado por dois transistores

B ganho de corrente do transistor T


Ba ganho de corrente do transistor T2
CBO Corente de tuga do transistor T

cBO2 Corrente de fuga do transistor T2

Autor Obseruando a expressão de la, vocé, que já conhece bem


o transistor, vai gritar:

Leitor(a)- Isso não é possivel! O B de um transis tor é um número


dá um número muito maior do que
elevado. Assim, o produto B,B,
portanto a subtração no denominador dá negativa, isto é, a corrente l
1,
é negativa.
Autor Mas é aí que está o pulo do gato

O B de um transistor varia com a corente de coletor, da maneira


mos-trada na Figura 3.6.

100 - - - - -.

0,1

I(mA)
,1
110 10 10 10

Figura 3.6-Variação de ß coma corrente de coletor.

26
Assim, de volta à analogia com dois transistores, quando näo há pulso
no gatilho, só flui uma corrente pequena pelo SCR. Isso significa que os
valores de le de T, e T2 são baixos, portanto o produto B.B2 é pequeno e
bem menor do que 1.

Quando for aplicado o pulso no gatilho, após fechar CH2, a corrente


na base de T2 (lB2) aumenta. Isso faz com que lce também aumente
(c2 = B.lg).o mesmo ocorendo com IB Aumentando Ig1, aumenta Ic O
que toma a aumentar lg2 e assim sucessivamente.

Esse processo é uma


realimentação positiva e as correntes vão
aumentando até que os dois transistores saturam.

Ocorendo a saturação, os terminais dos transistores ficam curto-cir-


cuitados e toda a tensão Va da fonte recai sobre a
carga R
Esta analogia é boa também para mostrar como o SCR continua
conduzindo, mesmo sem pulso no gatilho. Após a saturação, a corrente de
um transistor mantm o outro saturado. Assim,
qualquer aumento de corrente
de gatilho não vai alterar as coTentes dos transistores.
Apenas lE2 vai absorver
esse aumento.

Desta foma, a corente de gatilho pode ser retirada sem que o SCR
pare de conduzir.

Desafio 1
A analogia com dois transistores é incrível porque, além de servir para
explicar o funcionamento do SCR, ela funciona!

Para testar seus conhecimentos, pegue uma lämpada de 12V/6W


como carga e monte o circuito da Figura 3.5 com os transistores pares
complementares TIP29 e TIP30. Em seguida, faça os seguintes testes:
a) Feche CH, e, com a chave CH, aberta, meça as tensões e as
correntes nos transistores e na låmpada.
b) Feche a chave CH, e verifique se a lâmpada acende. Em seguida,
meça as tensões e correntes nos transistores e na lämpada.

SCR 27
c) Torne a abrir CH, e verifique que a làmpada permanece acesa. Meça
as tensõese correntes nos transistores e na lâmpada e compare com as
medidas do item (b).

Observação: Os medidores de corrente devem estar conectados


de começar o processo; caso contrário, se a lâmpada acendere for
antes
aberto qualquer terminal de T, eT, a làmpada apaga e os transistores cortam.

3.4 Outros Métodos de Disparo do SCR


Além da aplicação de pulso no gatilho, o SCR pode ser disparado de
outras fomas. Normalmente esses disparos são indesejados, pois em alguns
casos podem destruir o dispositivo.

Disparo por Sobretensão


O aumento da tensão vAK quando o SCR está polarizado diretamente,
retlete automaticamente na junção d, que se encontra polarizada reversa-
mente, pois J, e J, estão polarizadas diretamente, contorme mostrou a
Figura 3.46).
A corrente do SCR é muito pequena formada pelos
e
portadores
minoritários, já que se trata de uma corrente de fuga da junção polarizada
reversamente. Com o aumento de vAk esses portadores são acelerados na
junção Jg, podendo atingir uma energia tão grande que podem provocar o
fenômeno de avalanche.

Esse fenômeno faz com que muitos elétrons


órbitas dos átomos da rede. Estando disponíveis
choquem-se e saiam das
para condução,
esses elétrons
pemitem que a corrente de anodo cresça.

Aumentando a corrente de anodo, estabelece-se


T,e T mantendo
a
realimentação entre
o
SCR disparado.

28
Esse processo de disparo, nem sempre destrutivo, raramente é utilizado
na prática. Para o gatilho aberto, ou seja, la=0, a tensão na qual o SCR passa
ao estado de condução é chamada tensão de breakover
(Vpo).

Disparo por Variação de Tensão (du/dt)


AutorVocê se lembra da característica de um capacitor?
Armazenar carga elétrica, não? Pois é!

Um capacitor ammazena carga elétrica e a corrente que carrega o


capacitor relaciona-se com a tensão pela expressão:

i =cav
At

Ou seja,
para haver variação de tenso no capacitor (Av), em um
intervalo de tempo (At), é necessário circular uma corente i
pelo capacitor.
Quando a variação de tensão e o intervalo de tempo são muito peque-
nos, essa expressão muda
para:

i=CCy

Leitor(a) E o que isso tem a ver com um SCR?


EmSCR polarizado diretamente, a junção J, está reversamente
um

polarizada. Nessa junção, existe carga armazenada, ficando íons positivos de


um lado e íons
negativos do outro. Isso é como um capacitor carregado. Veja
a
representação simbólica na Figura 3.7.

SCR 29
A CH
i=C P
J,

v Go

N
Carga
K

Figura 3.7-Capacitância da junção J2.


Assim, mesmo não havendo pulso no gatilho, fechando a chave CH.
a capacitância da junção J, fará com que circule uma corente de gatilho.
Como a variação é muito grande (de zero para V), a corrente resultante
também será muito grande. Essa corrente pode ser suficiente para estabelecer
o processo de realimentação da analogia com dois transistores, que mant m
T, e T2 saturados, fazendo com que o SCR entre em condução.
Esse disparo, normalmente indesejado, pode ser evitado pela ação de
um circuito de proteção chamado snubber. Esse circuito é formado por um
resistor em série com um capacitor, colocados em paralelo com o SCR, como
na Figura 3.8.

Circuito de proteção
contra dv/dt
(snubber)

Figura 3.8-Proteção contra de/dt.

Disparo por Aumento de Temperatura


Conforme já comentado, a corrente que circula por uma junção
polarizada reversamente è extremamente dependente da temperatura. é
composta por portadores minoritários gerados temicamente.

30
Na expressão da corrente de anodo, na analogia com dois transistores,
aparece um termo ((cBo1t+ero2). Quando houver um aumento considerável na
temperatura. haverá um aumento também em leBoI e lceo2 Isso possibilita
o estabelecimento da realimentação, que faz com que o produto P1B2 tenda
a 1 e leve o SCR ao estado de condução.

Disparo por Luz ou Radiação


A incidencia de energia radiante soba foma de fótons (luz), raios gana,
neutrons. prótons, elétrons ou raios X sobre uma janela adequadamente
colocada no
SCR. pode dispará-lo. A justificativa para disparo é que
esse
radiação incidente provoca o aparecimento de pares elétron-lacuna, que vão
a

aumentar a corente de fuga que já circula pela junção do SCR. Isso faz o
produto B1-B2 tender a 1, estabelecendo a realimentação que mantém o SCR
em condução.

Um dispositivo com esse modo de disparo é chamado LASCR (Light


Activated Silicon Controlled Rectifier). Além do disparo por luz, esse
dispositivo também pode ser acionado pelo gatilho, uma vez que o dispositivo
tem um teminal com essa finalidade.

3.5 Métodos de Comutação de um SCR


Leitorfa)- Depois que o SCR disparou, como é que ele bloqueia?

Bloquear ou comutar um SCR significa cortar a corrente que ele


conduz e impedir que ele retorne à condução. Ou seja, a comutação estará
completa, quando a corente no sentido direto for anulada e a reaplicação
de tensão direta, entre anodo e catodo, não provocar o retorno do SCR ao
estado de condução.

Naturalmente leva um certo tempo para que o SCR possa assumir essa
condição de bloqueio. Isso pode ser explicado, ainda, através da analogia com
dois transistores.

SCR 31
Com o SCR em condução, os dois transistores estão saturados. Desta
foma. haverá muitos portadores amazenados na base de cada um deles. Para
que o SCR bloqueie, é necessário que ambos os transistores cortem.

Para levar um transistor ao corte, e preciso remover toda a carga


amazenada na base. A reaplicação de uma tensão positiva, entre anodo e
catodo, antes de se completar esse processo de descarga dos transistores,
permite que se reinicie o processo de realimentação, que mantém os
transistores saturados e, consequentemente, o SCR em condução.

Existem três formas principais de bloqueio de um SCR, analisadas a


seguir.

Comutação Natural
Quando se reduz a corrente de anodo a um valor abaixo de y, chamada
corente de manutenção (holding current), o SCR é bloqueado.

A comente de manutenção tem um valor baixo, nomalmente cerca de


1000 vezes menor do que a corrente nominal do dispositivo.

Em um
circuito CA,
a comente passa pelo zero em algum ponto do ciclo.
Isso já leva o SCR ao bloqueio.

Exemplo: Bloqueio pelo Zero da Rede


No circuito da Figura 3.9, o SCR atua como chave para ligar e desligar
uma làmpada.

CH127V/100W

Lampada
CH,
Rede
TIC 106
127 Vac 2209|R,
1k

Figura 3.9 -Comutação natural do SCR.

32
Com CH, aberta, mesmo com CH, fechada, o SCR está bloqueado,
pois não há corrente de gatilho.

Fechando CH. pelo resistor R, (2202) circula uma corrente de


gatilho. que é suficiente para disparar o SCR no semiciclo positivo da
tensão da rede.

Quando a tensão da rede passa por zero, a corrente da làmpada


anula-se e o SCR bloqueia. Só haver novo disparo no proximo
semiciclo.

Comutação Forçada
Em circuitos CC. uma vez que a tensão entre anodo e catodo permanece
positiva. deve-se fazer um "truque" para zerar a corente de anodo.

Em vez de aguardar a corente passar por zero (o que não acontece neste
caso). pode-se provocar o bloqueio através dos métodos de comutação
forçada.
Desviando a corrente por um caminho de menor impedância, a
corente que passa pelo SCR vai cair abaixo de I provocando o bloqueio.
Pode-se, também, aplicar tensão reversa nos terminais do SCR,
forçando-o a operar na região de polarização reversa de sua curva
caracteristica. Com isso, a corrente no SCR torna-se baixa e o SCR ficará
bloqueado.
Após o bloqueio é preciso garantir que a tensão não seja reaplicada ao
SCR imediatamente, o que restabeleceria o processo de realimentação
necessário para o disparo do SCR. A tensão reaplicada deve aumentar
segundo um parâmetro dv/dt, definido nas folhas de dados do SCR

Tudo isso ficará mais claro após os exemplos apresentados em seguida.

SCR 33
Exemplo: Bloqueio por Chave
No circuito da Figura 3.10. como se explica o bloqueio do SCR?

CH 12V/6W
Lâmpada
4k70
CH, VTIC 106
12V
/CH,
R1ka
Figura 3.10- Bloqueio do SCR por chave
em um circuito de corrente contínua.

Com todas as chaves abertas o SCR está bloqueado e a lampada


apagada. Fechando CH2, o circuito da làmpada e do SCR estará
energizado. Como não há corente de gatilho, o SCR continuará bloqueado
e a lâmpada apagada.
Quando CH, fechar, vai circular pelo resistor R, (4k70) uma corrente
suficiente para alimentar o gatilho do SCR, que dispara e acende a làm
pada.
Comlâmpada acesa CH, pode ser
a novamente aberta, sem que o
SCR bloqueie e a lâmpada se apague.
Autor - E agora? O que fazer para desligaro SCR?

Leitorla)- Ë jácil! Ë só desligar CH,


Autor Bem, esta não vale. E a alimentação do circuito que está
em jogo. Tente outra... Que tal fechar CH,?
Fechando CH, naturalmente a lâmpada não apaga, pois a chave
curto-circuita o SCR, ficando a làmpada alimentada diretamente pela
tensão da fonte. Como o SCR real não é exatamente um curto-circuito,
toda a corrente da lâmpada passa pela chave CH, e a corrente do SCR cai
a zero. O SCR, então, vai bloquear.

Com o SCR bloqueado, abrindo a chave CH, a lâmpada apaga.


Assim, só será outra vez acesa se CH, for novamente fechada, provocando
a corente de gatilho no
SCR.

34
Exemplo: Bloqueio por Capacitor
O circuito da Figura 3.11 usa um processo de bloqueio por capacitor.

CH, L)12V/6W 12k2R,


12V- VTIC 106
5k62R2
CH2
10ks2|

Figura 3.11-Bloqueio do SCR porcapacitor


em um circuito de corrente contínua.

Com CH, e CH, abertas o SCR está bloqueado, a lâmpada está


apagada e o capacitor descarregado.

Fechando CH,, alimenta-se o circuito de gatilho. O SCR dispara e a

làmpada acende.

Além da corrente da lâmpada, o SCR conduz também a corrente de


contorme ilustra a Figura 3.12.
carga do capacitor C,

12k2R
12V
C=3,3uF

de carga do capacitor.
Figura 3.12-Correntes no SCR em condução
e

com uma constante


Ocapacitor C, carrega-se de forma exponencial
3.13.
de tempo t =R,C1. conforme ilustra a Figura

SCR 35
100%

63%

t=R,C, 107

Figura 3.13-Carga exponencial do capacitor.


Ou seja, passado o períiodo correspondente a constante de
tempo uma
T o capacitor carrega-se, aproximadarmente, com 63% da tensäo final de
12V.

Passadas duas constantes de tempo (t 27), o capacitor carrega-se


=

com cerca de 86% da tensão final. Assim,


após t 107, pode-se considerar
=

o capacitor totalmente carregado.

No caso do circuito da Figura 3.11, 12k


como t =
x 3,3u = 0,04s,
após 0,4s do fechamento de CH,, o capacitor C, já estarátotalmente
carregado. Desta forma, a chave CH, pode ser aberta sem que o SCR
bloqueie e a låmpada apague, mas o circuito estará preparado para o
bloqueio do SCR.

Leitorfa) Como isso é possível?


Na Figura 3.12, pode-se ver que placa do
a
capacitor carregada
negativamente está ligada ao terminal de anodo (A) do SCR.

Quando CH, for fechada, o terminal positivo do capacitor será ater


rado. Como o catodo (K) do SCR também está aterrado,
em paralelo com o SCR
o
capacitor fica
e aplica uma tensão reversa a ele, bloqueando-o,
como mostra a Figura 3.14.

36
L

A- C
CH,

Figura 3.14-Bloqueio do SCR por aplicação


de tensão reversa pelo capacitor.

Desafio 2

O circuito da Figura 3.11 foi modificado, substituindo-se CH2 por


outro SCR, com o circuito de disparo corespondente. A Figura 3.15 exibe
o resultado:

CH L12V/6Ww 12k2 CH2


3,3yuF
12V a,TIC 106 a2TIC 106 5k62R4
5k6
1k2 1ka Rs

Figura 3.15-Circuito alternativo de bloqueio doSCR porcapacitor.

Mostre que o circuito da Figura 3.15tem funcionamento idêntico ao


da Figura 3.11. Comece com todas as chaves abertase em seguida:

a) Feche CH, e veja que a lâmpada acende.

b) Torne a abrir CH, e veja que a lâmpada permanece acesa.

c) Feche CH, e observe que a lâmpada apaga (lembre-se de que,


quando o capacitor estiver carregado com 12V, a corrente que o atravessa
será nula).

SCR 37
Desafio 3
Substitua o resistor de 12ks2 do circuito da Figura 3.15 por uma
anmpada de 12V/6W. igual a L1. Explique por que esse circuito biestável
euma réplica de um flip-flop.

Leitorfa) Se o SCR é um retificador, por que a maioria dos


exemplos dados foi para corrente continua?

Autor. Você tem razão! Vamos ver quais as aplicações do SCR


em corrente alternada.

3.6 O SCR em Corrente Alternada

Exemplo de Aplicação: SCR como Retificador


de Meia-Onda
A Figura 3.16 representa um circuito retificador de meia-onda por
SCR:

127V/100W
Vrede
127V

CH. Caracteristicas do TIC 116B:


D, V 1N4003
ar-20mA@Vax=6,0Vdc
R180 y TIC 116B

R1k

Figura 3. 16- Retificador de meia-onda por SCR.

Naturalmente, com
CH, aberta, a
låmpada estará apagada.

38
Pelas caracteristicas dadas pelo fabricante, o SCR TICi16B precisa
de 20mA de corente de gatilho para disparar garantidamente, quando Vak
for de 6Vcc

A junção gatilho-catodo não deixa de ser um diodo que aparece em


paralelo com o resistor R, (1k2). Desta forma, logo no inicio do sermiciclo
positivo, a junção gatilho-catodo curto-circuita R, e a tensão da rede atinge
um valor suticiente para o disparo do SCR, que conduz e acende a lâm-
pada.

A tensão da rede em que o disparo ocorre pode ser calculada como


segue:

Vr
IoR
IG ede20x103=dVede
180
3,6V

Como as condições de disparo fixam dois valores (VK = 6 e


T 20mA), com certeza, entre 3,6V e 6V, a corrente necessária será
atingida para garantir o disparo do SCR.

Uma vez que o valor de 6V é atingido logo no início do semiciclo


positivo, aproximadamente 2° (dois graus) para tensão eficaz da rede igual
a 127V, praticamente todo o semiciclo positivo é aplicado à lânmpada,
conforme a Figura 3.17.

SCR 39
redo(V
127/2t

180° 360

127/2

v.(V)4
=127/2 t

6t7Condução Bloqueio Condução Bloqueloo


do SCR do SCR do SCR do SCR

Disparo
do SCR

Figura 3. 17- Formas de onda no circuito


retificador de meia-onda com SCR.

No semiciclo negativo, o SCR não conduz e o diodo em série com


o resistor R, (1802), estando reversamente polarizado, evita que circule
corrente no gatilho. Além de desnecessária, essa corrente
dissipação no gatilho.
produziria
Desta forma, a tensão na làmpada estará retificada em meia-onda, ou
seja, ela conduzirá corrente apenas nos semiciclos positivos.

Nesse circuito, qual a real potência fornecida à lâmpada?


Normalmente, com tensão altemada, a potência da lâmpada sena:

40
PL R

Sendo:
Vovalor eficaz da tenso da rede que é aplicada totalmente à lâmpada.

Ra resistència elétrica da lâmpada.


Com apenas meia-onda o quadrado do valor eficaz da tensão aplicada
à carga cai pela metade, portanto a expressão da potência é:

V
PL 2.R
Como a làmpada é de 100W, a potência real fornecida àlâmpada é
de aproximadamente 50W.

Exemplo de Aplicação: Retificador de Onda


Completa com SCR
Para formecer potência total à lâmpada, podem ser utilizados os
circuitos das Figuras 3.18, 3.19 e 3.20.

127V/100w

CH
AD AD
F-2A
Vvede
Di a D R:|1802 TIC 116B
127V 1N4003

Rul 1k2

SCR
Figura 3. 18- Controle liga-desliga
com

em onda completa com carga no lado CC.

SCR 41
AD CH
AD
F=2A 127V/100W
Vrede
L
a Da
IN4003
R18092 VTIC 116B
127V

Figura 3. 19-Controle liga-desliga com SCR


em onda completa com carga no lado CA.

Tanto no circuito da Figura 3.18 como no da Figura 3.19 o SCR atua


como chave. A diferença é que no circuito da Figura 3.19 a corente na
lampada é alternada.

Para controle de comente também possível associar dois


SCRs, como mostra a Figura
alternada,
3.20:

127V/100W 127V/100W
L
CH 1kRa

D 1N4003
Vred Vede TIC 116B 1802 R
27 R|1802 TIC 116B 127V

R,1k

(a) Semiciclo positivo (b) Semiciclo negativo

42
127V/100Wv

R1ka o
TIC 116B
Vrede 1802
127V CH

TIC 116B
R 1k D

(c) Onda completa


Figura 3.20- Controle em onda completa com SCR.

Na Figura 3.20(c), no semiciclo positivo da tensão da rede, Q, estará


bloqueado. Fechada a chave CH, D, conduz e curto-circuita o resistor Rq

Como o diodo D, está reversamente polarizado, ele fica em aberto.


Assim, o circuito reduz-se ao da Figura 3.20(a), que faz com que o SCR
Q dispare no inicio do semiciclo positivo.

Para o semiciclo negativo, Q, estará bloqueado, D, conduzirá curto-


-circuitando R, e D, estará cortado. Assim, o circuito reduz-se ao da Figura
3.20(6), que faz com que o SCR Q, dispare no início do semiciclo negativo.

Desta forma, é possível aplicar todo o ciclo à lâmpada, que


desenvolverá toda potência de 100W.

Leitor(a) - Não existe um circuito mais simples, que permita a

operação em corrente alternada?

Autor Claro que existe! Para isso precisamos aprender como

Junciona um TRIAC. E o que estudaremos


a seguir.

SCR 43
Exercicios Propostos
3.1 Explique de foma objetiva a cuna ideal de um SCR.

3.2 Quais são as très regiões que podem ser destacadas na curva real
de um SCR?

3.3 Qual o significado dos paràmetros do SCR: lor. li. lk. Vre Vso?

3.4 Descreva, de foma objetiva, os vários mtodos de disparo do SCR


que não utilizam corrente de gatilho.

da Figura
3.5 No circuito 3.9. usado para
quando o SCR dispara e quando ele bloqueia?
explicar a comutação natural.

3.6 No circuito da Figura 3.10. usado para explicar a comutação


forcada com bloqueio por chave. qual a função de CH, e em que condiçöes
o SCR dispara e bloqueia?

3.7 No circuito da Figura 3.11, usado para explicar a comutação


forçada com bloqueio por capacitor. de que foma o capacitor atua no SCR?

3.8 No circuito da Figura 3.16 (SCR como retificador de meia-onda.


qual o maior valor de R, que garante o disparo do SCR no semiciclo positivo?

3.9 Desenhe as tormas de onda das tensões na làmpada nos


circuitos
retificadores de onda completa com SCR das Figuras 3.18, 3.19 e 3.20.

44
Capítulo 4- TRIAC

4.1 Características Gerais


4.2 Modos de Disparo do TRIAC
4.3 O TRIAC em Corrente Alternada
Exercicios Propostos

4.1 Características Gerais


Para evitar a necessidade de utilizar dois SCRs em antiparalelo, foi
desenvolvido um dispositivo chamado TRIAC.

O nome vem de TRI (Triode ou Triodo, de três terminais) e AC


(Alternate Current ou Corrente Altemada). Ou seja, o TRIAC é um triodo que
permite o controle de corrente alternada. Sua caracteristica estática e
seu símbolo podem ser vistos na Figura 4.1.

A,(MT,)

Vpo Va
=0
A (MT,)

(b) Simbolo
(a) Caracteristica estática
Figura 4.1 -Curva caracteristica e símbolo do TRIAC.

TRIAC 45
Como pode ser visto na sua curva caracteristica, o TRIAC pode
conduzir nos dois sentidos de polarizaçáo. Ele entra em condução de modo
análogo ao SCR, isto é, quando for ultrapassada a tensão de breakover (V,
sem pulso no gatilho ou quando for aplicada uma coTente de gatilho. Em
condução, o TRIAC apresenta-se quase como um curto-circuitO. A queda
de tensão entre anodo e catodo situa-se entre l e 2V.

Leitorfa)- Mas e o pulso de gatilho? E negativo ou positivo?

Autor- Bem lembrado! Esta é uma grande característica do TRIAC


Veja lá!

Além de conduzir em ambos os sentidos, o TRIAC pode ser disparado


tanto por pulso positivo quarnto por pulso negativo.

Uma visão simplista do TRIAC é a de uma associação em antiparalelo


de dois SCRs. Isso, porém, não consegue explicar por que o TRIAC dispara
com pulso negativo.

A Figura 4.2 mostra a estrutura de um TRIAC, adequada para a


explicação dada a seguir.

O A

N,
P N

PN N,
ZZzLIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIIII

Figura 4.2- Estrutura de um TRIAC.


Como o TRIAC é bidirecional, as palavras anodo e sem
catodo ficar
sentido. Os teminais do TRIAC são chamados anodo 1 (A,), anodo Z
e gatilho (G). A terminologia terminal principal 1 (MT)
principal 2 (MT2) também é utilizada para os anodos.
e
term

46
4.2 Modos de Disparodo TRIAC
Costuma-se dizer que o TRIAC opera em quatro quadrantes.
Tomando se o teminal A, como referência, os quatro quadrantes são definidos
pelas polaridades de A e G, segundo o gráfico e a tabela da Figura 4.3.

Quadrante
AG
>0 0
>0<0
K0<0
IV <0 >0
Figura 4.3-Quadrantes de operaçãodo TRIAC.

A sensibilidade ao disparo varia conforme o quadrante em função das


diferenças nos ganhos de ampliticação em cada caso.

Exemplo
Para observar o disparo do TRIAC nos diversos quadrantes, consi
dera-se o circuito da Figura 4.4.

12V/6W

A
TIC 2268A
V=12V
A 22 470

dos
Figura 4.4-Circuito para verificação
TRIAC.
quadrantes de disparo do
asparo em cada quadrante depende do valor de R, e das carac
teristicas do TRIAC.

TRIAC 47
Em seguida acompanhe as características do TRIAC utilizado:

Tensão da Fonte Tensão de Gate Quadrante IGTM Tipico IGTM Máimo


(mA) (mA) (mA)

+12 +5 +15 +50


+12 5 25 50

-30 -50
+75

Tensão da Fonte| Tensão de Gate | Quadrante


(V) (V)
VGAI Tipico| VGA ()
Máximo
+12 +5 +0,9 +2,5
12 -1,2 2,5
-1,2 -2,5
+1,2

TRMS 8 A O T¢ = 85°C TC = 85°C

R = 102, tplg) z 20us

Tensöes medidas em relação ao teminal A, (MT,)

Leitorla) - Não entendi! Na tabela consta que o valor máximo de

GTM é, por exemplo, de 50mA no quadrante I. Por que foi dito que
essa corrente era minima?

Autor Claro! A dúvida é normal.


valor de GTM O minimo valor de corente que deve ser aplicado
no gatilho para garantir o disparo do TRIAC.

Porém, esse valor varia de uma amostra para outra de TRIACs do


mesmo tipo. Considerando um lote de TRIACs TIC226B, o valor tipico
para IGTMe lbmA (no quadrante ). Pode ser que, neste lote, haja TRIACS
que precisem de 20mA para disparar, entretanto não haverá nenhum que
precise de mais do que 50mA, que éo valor máximo dado pelo fabricante.
Desta fomma, garantindo 5OmA, é certeza de que todos os TRIACs dispararão.

48
Em seguida acompanhe as caracteristicas do TRIAC utilizado:

Tensão da Fonte Tensão de Gate Quadrante lGTM Tipico GTM(mA)


Máximo
() mA mA
12 +50

25 50

2 +75
+

Tensão da Fonte Tensão de Gate Quadrante VGAL Tipico VGAI Máximo


(V (V)

|+12 +5 +0,9 +2,5


-1,2 2.5
+12
-12 1,2 2,5

-12 +5 |+1.2
TRMSSA @
Tc =
85°C TC =
85°C

R 1092, tplg) 2 204s

Tensöes medidas em relação ao terrninal A, MI)

Leitorfa)- Não entendi! Na tabela consta que o valor máximo ae


IGTM é, por exemplo, de 50mA no quadrante I. Por que foi dito que
essa corrente era minima?

Autor Claro! A dúvida é normal.


O valor de GTMèo minimo valor de corrente que deve ser aplicau
no gatiho para garantir o disparo do TRIAC.
do
Porem, esse valor varia de uma amostra para outra de TRIACS
mesmo tipo. Considerando um lote de TRIACs TIC226B, o valor
RIACS
paralcM e 1bmA (no quadrante ). Pode ser que, neste lote, haja
n que
que precisem de 2OmA para disparar, entretanto não haverá nennu
precise de mais do que 50mA, que é o valor máximo dado pelo taorno
rarao
Desta tomma, garantindo 50mA, é certeza de que todos os TRIACs dispa

48
De noO Jalou-se apenas em corrente
Leitorfa) Masque é isso!
o
alternada?
continua'O TRIAC nào é para corrente

Autor Calma, amigofa). Veja os exemplos seguintes.

4.3 O TRIAC em Corrente Alternada

Exemplo de Aplicação: Controle em

Onda Completa com TRIAC

O circuito da Figura 3.20, estudado no Capitulo 3, que utiliza


dois
semiciclos da tensão da
SCRs para o controle da tens o na carga n o s dois
indica a
rede. pode ser implementado utilizando um único TRIAC, como
Figura 4.5.

127V/100W
L
CH
VAIC Rs1002
Vrede
127
.l472 VA 28 B Circuito
snubber
s 0,1uF 1

Figura 4.5-Circuito de controle de onda completa com TRIAC.

O circuito mostra, adicionalmente, o circuito snubber de proteção


contra dv/dt. Normalmente, a ordem de grandeza R, e C. é a apresentacda
no circuito. Quando o fabricante fornece maiores dados, é possivel calcular
o valor de R, e C, por fórmulas Ou gráficos.

50
Exemplo de Aplicação: Controle de Potência
numa Carga
O circuito da Figura 4.6 possui uma chave rotativa CH de três posições:
127V/100W

CH
Vede TIC
1N4O04D,
127V
a,VA2263
472

Figura 4.6- Circuito de controle de potência com TRIAC.

a) Na posição central (O), o circuito de gatilho fica sem tensão. Neste


caso. o TRAC encontra-se bloqueado e a lampada apagada.

b) Mudando a chave para a posição (1), o diodo permite aplicar a


corentede gatilho no semiciclo positivo da rede, entretanto o mesmo diodo
abre o circuito no semiciclo negativo da rede. Assim, a lâmpada é acionada
somente nos semiciclos positivos, funcionando com meia potência.

c) Com a chave na posição (2) haverá corrente de gatilho em ambos


OS semiciclos, aplicando plena potência à lâmpada.

Exercícios Propostos
4.1 Qual a vantagem do TRIAC em relação ao SCR quanto ao sentido
de condução?

4.2 Qual a vantagem do TRIAC em relação ao SCR quanto ao disparo


pelo gatilho?

.3 Esboçar as fomas de onda de tensão na lâmpada do circuito da


gura 4.6 com a chave rotativa nas posições 0, I e Z.

TRIAC 51
Capítulo 5-cONTROLE DE FASE COM SCRS E TRIACs

5.1 Controle de Fase com SCR


5.2 Controle de Fase com TRIAC
Exercícios Propostos

Leitor(a)- Já entendi tudo! Os tiristores SCR e TRIAC são como


chaves que podem ser controladas eletronicamente. Quando há corrente
de gatilho, as chaves fecham, quando não há, as chauves não fecham. Além
disso, tanto o SCR quanto o TRIAC só deixam de conduzir no instante
em que a corrente cai a zero.

Autor- Belo resumo! Mas não é tudo o que o SCR eo TRIAC podem
Jazer. Vejamos o que mais é possivel fazer com o SCR e o TRIAC.

5.1 Controle de Fase com SCR


Com um circuito adequado é possível fazer com que o SCR dispare
em instantes diferentes em relação ao sinal altermado de entrada (tensão da
rede) através do controle de fase, ou seja, é possível controlar a tensão
omecida à carga, portanto controlar a sua potência.

Exemplo de Aplicação: Controle de Fase


numa Carga Resistiva

Na igura 5.1 a carga R está representada por um resistor de 1002

eo SCR escolhido tem la=200A e Vo-0,6V. Calcular os valores do

esstor fixo R, e do potenciómetro R, para disparo do SCR em


1 5 , 30°, 60° e 90° (angulos de disparo em relação å tensao da reae).

Controle de Fase com SCRs e TRIACs 53


R|1002
L
Vrede VTIC 106B
127V

Rax1k2

Figura 5.1 -Controle de fase com SCR.

O circuito gerador-resistor de gatilho pode ser simplificado, utilizando


um circuito equivalente de Thevenin.

|1002
vrede V TIC 106B
127V

Figura 5.2-Circuito do controlador de fase simplificado.

Sendo:

V.
RGK.R
VThR.ck +Rx KTRaK+K
O objetivoé calcular o
valor de R para os diversos ångulos de disparo
desejados.

A corrente de gatilho é dada


por

Th RTh
Substituindo Vme Rnh nesta expressão e isolando R, obtém-se:

54
VreceRGK- 0.6. RGK
R 0.6+RGKG
Como Vrele è o valor da tensão da rede no instante do disparo do
tiristor. para cada ångulo a desejado essa tensão pode ser calculada por:

Vuke Vp. Sen a


em que a tensão de pico da rede é dada por:

v2 127. V2 179,6Vv
V, Veficaz
=
= =

Considerando lg=200A, a equação de R, fica:

R
Vrede
0.6+lk-0,0.
1k.200 R. =1250.V,ede 750

Assim, com os valores de a pode-se calcular Vede e finalmente R,


para os ångulos de disparo desejados, como mostra a tabela seguinte:

a (graus) Vrede (V B(2)


2° 6,3 7.125

15 46,5 57.375
30 89,8 111.500
60° 155,5 193.625
90 179,6 223.750
Desta lorma, pode-se escolher um resistor R, fixo de 6k82 em série
com um potenciómetro R, de 220k2, para formarem R
AS tensões sobre a carga para os diversos ångulos de disparo estäo na

Figura 5.3.

Controle de Fase com SCRs e TRIACs 55


VLA
179,5 179,6

46,5

80 360 180 360

-179,6 179,5

(a) a = 2 (b) a 15

VRLVA
179,6 179,6
155,5 t
89,8

360 6
180 180
360 6

-179,6 -179,6

(c) a 30° (d) a 6 0

VL)A
179,6

360 6
180

-179,6

(e) a - 90

Figura 5.3- Tensões na carga


para os
diversos ángulos de disparo do SCR.

56
Leitor(a)-Queinteressante! Então é por isso que o SCR é chamado
de diodo controlado?

Autor Exatamente
Além de retiticar a tensão de entrada, fica claro, pelo exemplo, que o
SCR pemmite controlar a tensao aplicada à carga, portanto a potència
fomecida a ela.

Exemplo de Aplicação: Tensão Média na Carga

Calcular o valor médio da tenso na carga para os valores de a do


Exemplo de Aplicação anterior.
Ovalor médio para uma senoide retificada em meia-onda, com ângulo
de disparo a, é dado pela expressão:

Vm
Vp (+cosa)

Para este exemplo a equação fica:

Vm 179.6.(1+COSa28,58.(1+cosa)
27T
Com essa express o pode-se montar a seguinte tabela:

a (graus)
2 57,1

15 56,2
30° 53,3

60 42,9

90 28,6

Controle de Fase com SCRs e TRIACs 57


Leitorfa) Por que calcular o valor médio?

Autor E que muitas cargas (como um motor de máquina de

valor da tensão aplicada.


costura) respondem a variações de mdio
Variando o ualor médio da tensão aplicada na carga, varia-se uma

grandeza (velocidade, por exemplo) da carga.

Exemplo de Aplicação: Tensão Eficaz na Carga

Calcular o valor eficaz da tensão aplicada na carga para oS valores


de a do Exemplo de Aplicação anterior.

O valor eficaz para uma senoide retificada em meia-onda, com ångulo


de disparo a, é dado pela expressão:

sen
2a
VeicazVp 4 4
Observação: Nesta expressäo a deve ser dado. em radianos.

Para este exemplo, a expressão fica como segue:

796. _ a sen 2a
Veficaz =

17964 4 8T

Com essa expressão pode-se montar a tabela seguinte:

a (graus) (rad) Velicaz()

2" Tt/90 89,8


15 Tt/12 89,6
30 T/6 88,5

60 Tt/3 80,5
90 Tt/2 63,5

58
Leitorfa)- Por que calcular o valor eficaz?

Autor-A razão é a mesma do caso do ualor médio. Existem cargas,


como uma resistencia
de
aquecimento, cujo desempenho depende do
alor eficaz. Variandoo Ualor eficaz aplicado à resistência, obtém-se uma
uriação da temperatura de um forno ou da temperatura de um liquido.

Exemplo de Aplicação: Potência na Carga


Calcular a potência fomecida à carga para os valores de a do
Exemplo de Aplicação anterior.

A potência dissipada por uma carga resistiva é dada pela expressäo

P Velicaz
R

Para este exemplo a expressão fica:

P-licaz
100

Com essa expressão pode-se montar a tabela seguinte:

raus) Veficaz () P(W)


2 89,8 80,64

15° 89,6 80,28

30 88,5 78,32

60 80,5 64,80

90° 63,5 40,32

ter ficado claro como é possivel


Com todos estes exemplos deve
COntrolar a tensão ou a potência formecida a uma carga.

Controle de Fase com SCRs e TRIACs 59


5.2 Controle de Fase com TRIAC

O TRIAC também pode ser utilizado para controle de tase de tensão


altemada. A única diferença é que o TRIAC conduz corrente em ambos os
sentidos. ou seja. o controle de fase pode ser feito nos semiciclos positivo
e negativo. Por isso, em cada semiciclo deve ser aplicada corrente no gatilho
no instante em que o disparo for desejado.

Exemplo de Aplicação: Controle de Fase


numa Carga Resistiva
ado o circuito seguinte, calcular R, para a = 2°, 15°, 30°, 60° e 90"|
e desenhar as formas de onda da tensão na carga.

1002
R100
VPede TIC
127V
226B
C0,1F
Figura 5.4-Controle de fase com TRIAC

Para garantir disparo


o
qualquer
em quadrante, deve-se garantir
minima corente necessária para o disparo nas piores condições.
a

Considerando ler=75mA e Vor=2,5V, resulta:

Rx Vp.send- VGrR.=
Rx 127/2 sena-2,5
lGT Tbm

R, = 2394,73. sen a - 33,33

60
Para os diversos valores de a pode-se montar a seguinte tabela:

a (graus) |a (graus) B(Q)


2 182" 50,2

15° 195 586,5

30 210 1.164,0

60 240° 2.040,6

90 270 2.361,4

Assim, R, Ppode ser fommado pela associação série de um resistor fixo


R, de 472e um potenciômetro R, de 3k32.

As fomas de onda da tensão na carga estão mostradas na Figura 5.5.

VaL)A
179,6 179,6

6,3
46,5
182
360 6
195
180 S60 15 180° /360
6,3
46,5

179,6 179,6

(a) a = 2 (b) a 1 5

Controle de Fase com SCRs e TRIACs 61


VnL)A
179.6 179,6
155,5
89,8

|210 360 6
240
/360 6
30 180 60 180
89,8
-155,5
-179,6 179,6

(C) a= 30° (d) a= 60°

179,6

270
90 180 360

179,6

(e) a= 90°

Figura 5.5-Formas de onda da tensão na carga.

Exemplo de Aplicação: Tensão Média, Tensão


Eficaz e Potência na Carga

Para os ångulos de disparo do Exemplo de Aplicação anterior, calcuar


os valores médio e eficaz da tenso e a potência na carga.

As tens o eficaz e potência na carga


equaçöes da tensão média,
uma senoide controlada por fase nos dois semiciclos estão mostradas
para
seguir:

62
ehicasVp sen2 P Veicaz
m0
VeficazP*V2 2t 4T RL

Observação
TRIAC, sendo o àngulo de disparo igual nos dois
. Com o
semiciclos, a forma de onda da tensão na carga é simétrica,
portanto seu valor médio é nulo.
Para este exemplo as equações ficam:

V2.,/2-
sen za P=Vehicaz
Veficaz4i.NE2 2
Veficaz127.
4T 100

Assim, pode-se montar a tabela seguinte:

a (graus)a (rad) V. (V) Veficar (V) P (W)

2 TT/90 127,0 161,29


126,8 160,78
15 /12
125,2 156,75
30 T/6

60 Tt3 113,9 129,73

90 Tt2 89,8 80,64

Comparando os resultados obtidos no circuito de controle de fase com

SCRe no circuito de controle de fase com TRIAC, percebe-se que este iltimo
e mais eficiente.

controle TRIAC
NoS exemplos anteriores as cargas são iguais. No
com

elaplicar plena tensão à carga, já que tantoo semiciclo positivo


como

negativo da tensão da rede são utilizados.

Controle de Fase com SCRs e TRIACs 63


Se a carga losse uma làmpada, por exemplo, com SCR, ela nund
unca
estaria acesa com potência mäxima.

Outro fatobastante interessante pode ser observado ao serem comparadas


as tabelas de potência. No controle com SCR, para a =2 lou seja. próximo
de zero). a potència na carga é 80,64W. Na Figura 5.3a) observa-se que
praticamente meia senoide e aplicada a carga.

No controle com TRIAC, para a = 90, a potência na carga também


é 80,64W. Na Figura 5.5le) observa-se que dois trechos de 1/4 de senoide
são aplicados à carga, o que conresponde, também, à meia senoide.

Desta comparação conclui-se que a potência entregue à carga depende


dos trechos de senoide que são aplicadosa ela. Assim, o controle com TRIAC
permite fomecer maior potëncia para a carga. Se houver um circuito que
permita ao àngulo de disparo variar de zero até 180", o controle de potência
com TRIAC será continuo. Neste caso, poder-se-å variar a potência na carga
desde zero até o valor máximo.

Leitorfa)- Muito bom! Agora já sei que posso controlar o instante


em que o SCR e o TRIAC podem disparar, portanto tenho o domínio
completo dos tiristores!

Autor Espere um pouco só! Voc reparou que nos exemplos Uistos
até este momento não foram utilizados ângulos maiores do que 90 no

semiciclo positivo e 270 no semiciclo negativo?

Leitorfa)É mesmo!
Autor E isso que falta explicar.
Nos circuitos estudados até agora, o àngulo de disparo não passa de
o
90 no semiciclo positivo e 270° no semiciclo negativo. Por exemplo,
valores do resistor R, do circuito da Figura 5.1 foram calculados para daro
valor necessário de corente de gatilho no instante desejado da tensão da reae.

A Figura 5.6 ajuda a entender melhor.

64
VPedeA
179,6

89,8

360

179.6

(a) Tensão de disparo

1002
TIC
7 106B
Vrede RTh
89,8V 991,

0,6

(b) Circuito equivalente

Figura 5.6-Detalhe do cálculo do resistor Rx para


a - 30.
a corrente de disparo necessária com

disparo
de tensão da rede é
A Figura5.6la) mostra que no instante a

Ge 89.8. Na Figura 5.6(b) está o circuito equivalente, indicando os valores


ja calculados anteriormente, para o exemplo da Figura 5.1, com a = 30".

O valor da corrente de gatilho é:

lG 0.80-06
991,1
=202uA
ue e à corrente de gatilho necessária para garantir o disparo.

raciocinio para disparo com d =


150", a
usado o mesmo
ensao instantânea da rede serna:

Controle de Fase com SCRse TRIACs 65


127. V2.sen 150° =
89,8V
Vde
Ora. este é o mesmo valor de tensão da rede para a = 30°. Assim, um

valor de R ajustado com esse valor de tensão de rede taria o disparo ocorer

em 30 e não em 150°.

Com esse circuito de disparo é impossivel atingir àngulos maiores do


que 90. A Figura 5.7 ajuda a esclarecer este ponto.

VredoV

89,8-

30 150° 360

Figura 5.7- Detalhe da tensão de disparo para a = 3 0 e a - 150

Assim, o controle sobre a tensão na carga não é ainda completo com


os circuitos de disparo mostrados. O capítulo seguinte traz vários circuitos
de disparo que pemitem variar a de 0 a 180° no semiciclo positivo e de
180° a 360° no semiciclo negativo.

Exercícios Propostos
5.1 Considerando o circuito de controle de fase com SCR da Figura
5.1, em que RGK = 1,5k2, a carga é uma lâmpada de 127V/100WeoSCK
é do tipo TIC116D:

a) Calcular R, para os seguintes ângulos de disparo do SCH:


5, 20°, 45", 60° e 90°.

66
b) Desenhar a forma de onda das tensões na làmpada para cada àngulo
do SCR.
de disparo
c)Calcular a tensão media, a tensão eficaz e a potência na låmpada para

de disparo do SCR.
cada àngulo

Parâmetros do TIC116D

GT 5mA (typ) 20mA (máx)

VGT 1,5 V

5.2 Considerando o circuito de controle de fase com TRIAC da Figura


5.4 em que a carga é uma låmpada de 127V/100We o TRIAC é do tipo
TIC206D:

a) Calcular R, para os seguintes ångulos de disparo do TRIAC: 5, 20',


45. 60° e 90°.

b) Desenhar a foma de onda das tensões na lämpada para cada àngulo


de disparo do TRIAC.
c) Calculara tensão média, a tensão eficaz ea potëncia na låmpada para
cada angulo de disparo do TRIAC.

Parâmetros do TIC206D

oT 10mA

VaT 2,0V

dos circuitos SCR


,.5 Comparar o desempenho das lâmpadas com
e TRIAC dos exercícios anteriores.

Controle de Fase com SCRs e TRIACs 67


Capítulo 6 DISPOSITIVOS DE DISPARO
6.1 Disparo por Rede Defasadora
6.2 DIAC
6.3 Diodo de Quatro Camadas (Schockley)
6.4 SUS Chave Unilateral de Silicio
6.5 SBS Chave Bilateral de Silício
Exercicios Propostos

6.1 Disparo por Rede Defasadora


Uma maneira de resolver o problema de limitação no ângulo de disparo
(a90) é apresentada na Figura 6.1.

arga

V SCR
Rede
Dispositivo
Vçede defasadora
de
disparo

Figura 6.1-Disparo por rede defasadora.

A ideia consiste em atrasar a tensão que vai comandar o disparo o


Desta forma, tensão de disparo ocore mais tarde no semiciclo. A
rstor. a
rigura 6.2 ajuda a entender melhor esse metodo.

Dispositivos de Disparo 69
t e n s a o da rede sendo:

(após a aangulo de disparo norma


rede defasadora) atraso da rede defasadora
0
a
defasagem no disparo
angulo de disparo com rede
detasadora

w
180 180+0

Figura 6.2-Tensão de disparo com rede defasadora.

Pelo gråfico observa-se que o àngulo normal de disparo deveria ser a,


que é menor que 90". Com a rede defasadora esse sinal foi atrasado de um
ângulo , fazendo com que o ångulo de disparo seja a' = a +0, isto é, maior
que 90" em relação à tensão da rede.

Exemplo
Uma torma de obter um circuito de disparo com rede defasadora é
mostrada na Figura 6.3.

Garga

Vrede A SCR
127V Q,

Figura 6.3-Circuito de disparo com rede defasadora.

70
do capacitor, está atrasada em
A tensão de disparo, tomada
da rede por um ängulo . O valor dessa defasagem
relação à tensão
depende do valor da constante de tempo t (R, + R,).C. Variando R,.
=

o àngulo de detasagem oe, portanto, o ângulo a' de


consegue-se variar
disparo do SCR.

que só haverá corrente de gatilho no semiciclo


O diodo D, garante do
da tensão da rede, evitando perdas desnecessárias no gatilho
positivo
SCR quando ele estiver bloqueado.
tensão
O diodo D, conduz no semiciclo negativo carregando C, com
semiciclo positivo, o capacitor comece
negativa. Isso garante que, em cada
a se carregar a partir de uma tens o fixa, mantendo a regularidade
sempre
do disparo.

6.2 DIA4C

Quando o TRIACé usado como dispositivo de controle, éfrequentemente


um DIAC como dispositivo de disparo,
conforme pode ser visto na
utilizado
Figura 6.4.

Carga

TRIAC
DIAC
Vrede
127V

6.4-Circuito de controle com TRIAC


Figura
disparado por DIAC com rede defasadora

Dispositivos de Disparo 71
O DIAC Diode Altermattve Curent) é uma chave bicirecional disparada
DlACS entre 20
por tensão. Normalmente a tensão de disparo dos OCoTe e

40V. A sua curva caracteristica está na Figura 6.5a) e as simbolos mais usuais
na Figura 6.56).

(a) Curva caracteristica

(b) Simbolos
Figura 6.5-Chave bidirecional - DIAC

Com a curva característica do DIAC fica fácil entender o


do circuito da igura 6.4. A rede R, Rz e
funcionamento
C defasa a tensão sobre C.
capacitor carego-se até atingir a tensão V, de disparo do DIAC. Quando isso
ocore, o DIAC
entra em
condução cra caminho de baixa impedan
e um
para o capactor descàregarse sobre o gatilho do TRIAC. A corrente de
descarga do capacitor e suficientemente elevada para conseguir
TRIACS de baixa
dispara
potència, mesmo com valores relativamente baixos
capacitància (por exemplo. 0.1uF).

72
Um inconveniente prático do circuito da Figura 6.4 éo chamado efeito
de histerese que ocore para baixos valores de ângulo de condução e se traduz
por uma descontinuidade de controle. Isso faz com que um pequeno ajuste
em R2. para mais ou para menos, provoque uma variação brusca de tensao
na carga.

No caso de um dimmer (regulador de luminosidade), esse pequeno


ajuste provOcaria uma variaço muito grande na luminosidade da lämpada
de carga. ISso
signilica que, para uma mesma potência na làmpada, o ajuste
do potenciómetro deve ser diterente, dependendo se esteja sendo reduzida
ou aumentada a sua luminosidade.

Oefeito histerese ocorre quando se utiliza apenas um capacitor,


ele não tem tempo hábil para porque
carregar-se após o disparo. Assim, as condições
de carga se alteram de um semiciclo para outro, fazendo com
que no semiciclo
seguinte o capacitor atinja o limiar de disparo num instante diferente em
relaço ao semiciclo anterior.

Esse eteito pode ser corigido circuito de


com um
dupla constante
de tempo, como sera visto a seguir.

Exemplo de Aplicação: Dimmer


A
Figura 6.6 mostra circuito
disparado por DlAC
de um dimmer controlado por TRIAC,
o
rede defasadora de
e com
dupla constante de tempo.
Lampada

100uH
39k
rede
127V 0,1uF
220K2 R VATic 2168
12k
L .
0,1uF 0,01uF

Figura 6.6-Circuitode um dimmer.

Quando C atingir a tensäo de disparo do DIAC. C,descarega-se sobre


epondo parcialmente a carga perdida no disparo do TRIAC. Isso faz com
ue a cada semiciclo, a carga inicial de C, seja sempre a mesma. Assim, o
A C dispara sempre no mesmo ponto da senoide da rede.

Dispositivos de Disparo 73
6.3 Diodo de Quatro Camadas (Schockley)
camadas leve a circuitos de
Embora a utilização do diodo de quatro
interessante apresentar as suas caracteristicas
disparo mais complicados. é

A Figura 6.7 detalha um diodo de quatro camadas.

(a) Estrutura fisica Cireuito equivalente com dois trunsistores () Simbolo

Figura 6.7- Diodo Schockley.


Leitofa) Mas isso é um SCR sem gatilho?
Muito bem! E isso
Autor mesmo.

o diodo Schockley ou de quatro camadas é um SCR sem gatilho


preparado para disparar por tensão. A Figura 6.8 mostra a sua curna
caracteristica.

Figura 6.8-Curva caracteristica do diodo Schockley.

74
Observando a curva caracteristica. fica fácil de entender o uso do diodo
d e quatro camadas em um circuito de disparo com rede defasadora, como
o da Figura 6.9.

Carga

27 R schockley
N

Figura 6.9-Circuito de disparo com diodoSchockley.

Enquanto a tensão no capacitor Vc for menor do que a


tensão Vs de
disparo do diodo Schockley, ele estará cortado e o SCR bloqueado.

Atingido V, o diodo Schockley entra em condução e se transforma em


um caminho de baixa impedäncia para a descarga do capacitor pelo gatilho.
O capacitor provoca um pulso de corrente suficiente para disparar o SCR.

Pelo controle da defasagem entre a tensão da rede e a tensão n0

capacitor pode-se variar o ångulo de disparo do SCR.

(6.4 SUS Chave Unilateral de Silício D


A chave unilateral de silício (SUS- Silicon Unilateral Switch) é uma
versão aperfeiçoada do diodo de quatro camadas. Na verdade, esse dispositivo
eum circuito integrado, sendo intemamente construido com transistores,

diodos e resistores.

Um terceiro terminal de gatilho foi acrescentado para dar maior


flexibilidade na utilização da SUS.
de circuito equivalente de uma SUS
A Figura 6.10 mostra um exemplo
e seu simbolo.

Dispositivos de Disparo 75
R

(a) Circuito equivalente (b) Simbolo


de silicio.
Figura 6.10 -SUS chave unilateral
-

A sua curva caracteristica está ilustrada na Figura 6.11. E possivel


entende-la baseando-se no circuito equivalente da Figura 6.10[a).

Figura 6.11-Curva caracteristica de uma SUS.


a
Tomando como referência o catodo, supondo VA<V2, ou seja,
que
tensão aplicada à SUS é menor do que a tensão zener do diodo intemo.
core
tensão VEBI Serå negativa e o transistor T, estará cortado, provocando o
de Ta. Assim, não há corrente de gatilho ea SUS fica bloqueada.

Aumentando Va, atinge-se um ponto em que háo aumento brisco


comente, em processo semelhante ao disparo por tens o de um SCR Ou
DIAC. Como o transistor T, foi projetado para ter ganho de corrente elevado
a quase totalidade dessa corrente flui pelo coletor.

76
Circulando corrente pelo coletor de T, e estando T2 cortado, circula
corrente por RB, produzindo uma queda de tensão.

de tensão
Quando a
queda em Rg atingir um valor que provoque a
polarização direta da junção emissor-base de T2, este entra em condução.
Conduzindo T2, inicia-se o processo de disparo, que leva T,e T2 àsaturação.
Assim, a SUS passa a conduzir corrente entre anodo e catodo e a tensão entre
esses teminais cai para um valor tipico, em torno de 1,5V.

Leitorfa)-Que novidade existe até aqui? Parece tudo igual ao SCR


ou DIAC

A diferença é que no gráfico da Figura 6.11 o valor de Vs = Vz + VeB1


Portanto, é o diodo zener que define o ponto de disparo da SUS.

Outro fato interessante é que, colocando um diodo zener externo entre


gatilho e catodo, tal que VZext 2 a nova tensão de disparo será
Vs =
Vzex +
VEBI
Ainda, se for conectado um resistor entre anodo e gatilho e outro, de
igual valor, entre gatilho e catodo, a tensão de disparo também diminui.

Exemplo
A Figura 6.12 mostra uma carga controlada por um SCR disparado
por uma SUS.

Carga

D
Ved G
127V

SUS

Figura 6. 12- Circuito de disparo com SUS.

Dispositivos de Disparo 77
O circuito funciona nomalmente no semiciclo positivo, com a SUS
sendo disparada pela tensão do capacitor. Essa tensão e atrasada pela
variação de R. de modo a fixar o àngulo de disparo desejado.

No semiciclo negativo, a corrente circula por C, A-GeR, para garantir


a descarga do capacitor e para que, no próximo semiciclo positivo,
capacitor inicie a sua carga a partir do mesmo valor de tens o. Isso garante
a manutenção do mesmo ângulo de disparo, evitando o eteito de histerese
ja mencionado no caso do DIAC.

6.5 SBS Chave Bilateral de Silicio


A chave bilateral de silicio (SBS Silicon Bilateral Switch) é uma
associação antiparalelo de duas SUS, contome a Figura 6.13(a), e cujo
simbolo está na Figura 6.13(b).

(a) Circuito equivalente (b) Simbolo

Figura 6.13-SBS-chave bilateral de silicio.

Isso faz com SBS possa ser utilizada para o


que a disparo de TRIAC
A Figura 6.14 mostra a curva caracteristica da SBS.

78
V A1A

Figura 6.14- Curva caracteristica de uma SBS.

Tanto a SBS como a SUS são usadas como dispositivos de disparo após
uma rede defasadora. A vantagem da SBSe da SUS é o gatilho, que pode
alterar suas caracteristicas, dando maior flexibilidade à escolha dos compo-
nentes dos circuitos.

Exemplo
A Figura 6.15 apresenta uma carga controlada por um TRIAC
disparado por uma SBS.

Carga

G 3

Vyede
127
SBS

Figura 6. 15-Circuito de disparo com SBS.


V

Dispositivos de Disparo 79
O funcionamento é praticamente o mesmo do cirCuito de disparo com
SUS. Neste caso, não aparece o diodo, pois o controle do disparo é feito
tiristor controlado é um TRIAC.
em ambos os semiciclos, já que o

A função de R, e R, é diminuir a tensão de disparo para minimizar


o eteito de histerese, jå citado.

Exercícios Propostos
6.1 Quais as funções de R2, C, D, e D2 no circuito de disparo com

rede defasadora da Figura 6.3?


do DIAC o efeito histerese no circuito de
6.2 Explique a função e

controle com TRIAC da Figura 6.4.


circuito do dimmer da
6.3 Como o efeito histerese foi corrigido no

Figura 6.6?

6.4 Qual a principal vantagem da SUS e da SBS em relação ao diodo


Schockley?
SBS relação à
6.5 Qual a entre a SUS
principal diferença e a em

aplicação em circuitos de controle com tiristores?

80
O funcionamento é praticamente o mesmo do circuito de disparo com
SUS. diodo, pois do é feito
Neste
ambos
caso,
não aparece o
controle
o

tiristor controlado é
disparo
em os semiciclos, já que o um
TRIAC
A função de R2 e R, é diminuir a tensão de disparo para minimizar
o eteito de histerese, já citado.

Exercícios Propostos
6.1 Quais as funções de R2, C, D, e D, no circuito de disparo com
rede defasadora da Figura 6.3?
6.2 Explique a função do DIAC e o efeito histerese no circuito de
controle com TRIAC da Figura 6.4.

6.3 Como o efeito histerese foi corrigido no circuito do dimmer da


Figura 6.6?

6.4 Qual a principal vantagem da SUS e da SBS em relação ao diodo

Schockley?
à
6.5 Qual a principal diferença entre a SUS e a SBS em relaçãoo
aplicação em circuitos de controle com tiristores?

80
Capítulo 7-CIRCUITOS DE DISPARO PULSADOS cOM UJT E PUT

7.1 Transistor de Unijunção - UJT


7.2 Oscilador de Relaxação com UJT
7.3 Transistor de Unijunção Programável PUT
7.4 Oscilador de Relaxação com PUT
Exercícios Propostos

Leitorla)-Todos os dispositivos de disparo, DIAC, diodo Schockley,


circuito de dis-
SUSe SBS têm a mesma
função? Aúnica variação é no

paro?

Autor Muito bem! E isso mesmo. E por isso que este estudo de
tiristores ainda não terminou. Tem muito circuito de disparo pela frente.

UJT
7.1 Transistor de Uijunção
UJT (Unijunction Transistor ou Transistor de Unijunção),
como o
O
semicondutor de très terminais com
proprio nome diz, é um dispositivo
apenas uma junção PN.

Na verdade, o de unijunção é um dispositivo de disparo,


transistor
como os outros já estudados,
entretanto possui algumas caracteristicas que

o tomam bastante popular. Após a análise


de seu princípio de funcionamento,
essas caracteristicas ficarão claras.

UJT
Princípio de Funcionamento do
símbolo e o circuito equivalente são
A estrutura fisica do UJT, o

mostrados na Figura 7.1.

Circuitos de Disparo
Pulsados com UJT e PUT 81
E
E

(a) Estrutura fisica (b) Simbolo (c) Circuito equivalente

Figura 7.1 Transistor de unijunção- UJT.


A Figura 7.1fa) ilustra a estrutura fisica do UJT, que não é exatamente
a estrutura real, mas serve para explicar como o UJT funciona.

Em uma banra de material Nlevemente dopado, é soldado um temminal


de aluminio, que é um dopante aceitador. Forma-se na região próxima à
junção um material do tipo P de dopagem elevada, chamado de emissor
(E). Os outros dois terminais da bara denominam-se base 1 (B,) e base
2
(B)
Em relação aos terminais B, e B, a bara nada mais é do que uma
simples resistência, cujo valor depende de detalhes construtivos, como do
pagem e dimensões.

A Figura 7.1b) apresenta o simbolo do UJT. A flecha indica o sentido


de condução da junção PN. O circuito equivalente do UJT mostrado na
Figura 7.1c). O diodo representa a junção PN do emissor. A barra é dividida
em duas partes: a primeira parte, rB2 equivale à resistência da parte superior
da barra e a segunda é formada por uma resistência fixa r, e outra variável
r, sendo rp1 =r, +7, Arazão disso fica evidente durante a explicaçãoda cura
caracteristica do UJT

A soma das resistências rBsB1 + Tg2 Coresponde à resistência da barra


entre os teminais B, e Ba.

82
I(7.2 Osciladorde Relaxaçãocom UJT
O circuito tradicional de disparo usando UJT é chamado de oscilador
de relaxação. mostrado na Figura 7.2.

B
VoB UJT
B.

Figura 7.2-Osciladorde relaxação com UJT.

Sem considerar o que acontece com o capacitor, supõe-se que ele esteja
inicialmente descarregado. Pelo circuito equivalente do UJT, entre a base 1
e a base 2 existe um divisor de tensão, conforme pode ser visto na Figura
7.3.

Ve
JRa2
I.(Ra2taa)= 1a2

C B Vx= (Reta1)= Ira

Figura 7.3 -Divisor de tensão entre B1 e B2.

Na prática, utiliza-se Rg2 << Tg2, fazendo com que a queda de tensão
em Rg2 Seja desprezível. O mesmo ocorre em relação a Rgi e rB1. Assim, a
corrente I e a tensão Vg no ponto X valem respectivamente:

Circuitos de Disparo Pulsados com UJT e PUT 83


VBB VBB Vx F8. B
BI + TB2 BB TBB
A relação entre ra e TRBé chamada (le-se "éta"). Este é um paràrnetro

do UJT que. nomalmente, varia entre 0,4 e 0,9. Assim:

A tensão Vx pode ser ainda expressa como uma fração fixa da tensão

da fonte. ou seja:

Vx = n.Vs8

A curva caracteristica do UJT será desenhada em duas etapas


Primeiramente considera-se que a baseBa esteja aberta. Desta foma,
caracteristica entre tenso e corrente no teminal de emissor Eé equivalente
à de um diodo, como na Figura 7.4.

a) Como caracteristica de um diodo b) Como caracteristica do UJT


Figura 7.4- Curva caracteristica do emissor, com base B2 aberta.

A curva foi desenhada na Figura 7.4(a) da forma que geralmente é feita


para diodos.Na Figura 7.46),os
eixos foramtrocados, pois é assim que e
representada como caracteristica de um UJT.

Quando a base B2 estiver conectada, a curva muda para a representada


na Figura 7.5.

84
Vp Tensáo de disparo

Vy Tensáo de vale
p = Corrente de disparo

y Corrente de vale

B20

Resistêncla
Corte negatlva Saturação

Figura 7.5-Curva caracteristica do UJT.

Voltando ao oscilador de relaxação da Figura 7.2, supondo que


tendência é
o

capacitor esteja descarregado antes da ligação da fonte VpB,


a a

de carregar-se exponencialmente até atingir a tensão da fonte, como na Figura


7.6.

Exponencial t= R,C
0,63.Ve

Figura 7.6-Carga exponencial do capacitor.


A constante de tempo t = RT C é, conceitualmente, o tempo após

o capacitor carregou-se com aproximadamente 63% da tensão final.


qual
uando o capacitor começa a carregar-se a partir de zero volt, a tensão no

ligual à tensão em C) é menor do que tensão a no ponto X. Assim,


ernissor
o diodo do emissor está cortado e o UJT bloqueado.

Circuitos de Disparo Pulsados com UJT e PUT 85


O capacitor carrega-se até que o diodo do emissor comece a ficar
polarizado diretamente. Quando isso ocome. a tensão no capacitor está
próxima de Vp. que é a tensão de disparo do UJT.

Quando o diodo emissor conduzir, no instante de disparo, a tensão no


capacitor valerá:

VCT Vp = Vp

A Figura 7.7 mostra o inicio de disparo do UJT.

Figura 7.7 - Inicio de disparo do UJT.

Quando o UJT entra em condução, há uma injeção grande de


portadores do emissor para a barra de material N. Isso faz com que a resistência
da região entre emissor e basel diminua (esta é a parte variável da resistência
TB1 que foi chamada de r,).

Leitorfa) Ei, espere ai! Estou vendo, na Figura ? 7, que rB1 está
em série com o diodo e o
capacitor. Se rBI diminuir muito, a corrente não
Uai aumentar demais?

Autor E quase isso mesmo. Muito bem observado!


Considerando Vp 0, a corrente de inicio de
descarga de C,é dada por:
Vp Vp
TB1 +RB1 +, +RB1

86
Se r, diminuir, a corrente I vai aumentar. E esse efeito que caracteriza
de resistencia negativa na curva do UJT.
a região
Leitorfa) Mas, resistência negativa? Isso existe?

Autor Existe sim.

Em um resistor normal, a lei de Ohm diz que, se a tensão aumentar,


a corrente também aumenta proporcionalmente. A constante de pro
entre tensão e corrente é justamente a resistència ôhmica do
porcionalidade
resistor.

No UJT, quando ele é disparado, o fato de r, diminuir faz com que a


corrente aumente. Como consequência, mais portadores säo injetados e a
resistència diminui ainda mais. A tensão no ponto E diminui (o capacitor se
descarrega), mas a corente aumenta. E por isso que esta é chamada de região
de resistência negativa.

Leitorfa) Até quando vai isso?

A resistência r, diminui até um ponto em que há uma saturação dos


portadores. Já haverá tantos portadores na região de base, que um novo
aumento de portadores não diminuirá mais a resistência. Nesse instante, o
UJT corta e o capacitor para de descarregar-se.

Depois do corte do UJT, para o capacitor, o circuito equivalente ao


oscilador de relaxação é

RT
Diodo
B8 emissor
cortado B

Figura 7.8-Circuito equivalente ao oscilador


de relaxação após o corte do UJT.

Circuitos de Disparo Pulsados com UJT e PUT 87


Assim. o capacitor volta a "enxergar o resistor Ky e a fonte Vn Car.

exponencialmente atë afingir novamente Vp provOcar um novo


rega-se
disparo do UJT.

O circuito é. portanto, oscilatorio, sendo as Tomas de onda de v,.

Vs1e Va mostradas na Figura 7.9.

E
Tensao de disparo
Vet -

1ensao de vale

Tensão no terminal

Ve (usaa para
disparar tiristores)

Tensão continua
em B

s2 T e n s ã o no terminal

821 2

Figura 7.9- Formas de onda do oscilador de relaxação com Uul

88
De 0 até t, o capacitor carrega-se através de Rr, com constante de
tempo t R,C. Em t, o UJT dispara e entre t, et,o capacitor descarrega
se, com uma constante de tempo bem menor do que RT.CT.

Em B, aparece um pulso de tensão, que é nomalmente utilizado para


o disparo de SCRs e TRIACS, confome iustra o circuito da Figura 7.10.

Carga
Ve

VsCR

Figura 7.10- Circuito de disparo deSCRcom UJT.

Projeto de um Oscilador de Relaxação


com UJT
Várias considerações devem ser feitas para projetar um oscilador de
relaxação com UJT. O valor de Rr é definido pela expressão:

Van-VRVaVe
y

Nesta expressão, o termo à direita impõe que o ponto de disparo vai


ser atingido e mesmo ultrapassado. Se for escolhido um valor maior para R7,
UJT näo dispara. Por garantia, pode-se utilizar o parâmetro lp máximo
corrente máxima de disparo) dado pelo fabricante do UJT.

O termo à esquerda da express o impõe que o ponto de operação do


cairá abaixo do ponto de vale. Se fosse escolhido um valor menor para
UUT dispararia apenas uma vez. Por garantia,
TO pode-se utilizar o
parametro Iy minimo (corrente minima de vale) dado pelo fabricante do UJT.

Circuitos de Disparo Pulsados com UJT e PUT 89


Uma outra expressão de interesse, desenvolvida a partir da forma do
onda de saida. é a da frequência de operaçao.

1
RT.CT n1-n
Esta expressão é utilizada para definir o valor de CT a partir do R,
adotado e da trequència desejada.
No projeto, Rg1 sempre tem um valor baixo, da ordem de dezenas ou
centenas de ohm. Seu valor é nomalmente escolhido para não provocar o
disparo quando o capacitor ainda estiver sendo carregado. Isso ocorreria se
a tensão de polarização fosse nmaior ou igual a VcD (esse parâmetro do SCR
detine a maxima tensão de gatilho que garantidamente não vai disparar o
SCR). Assim:

RBI VBB VGD


RB1+RB2 +TBBmin

A fonte de alimentação Vaa deve ter um valor entre 10 e 35V. O menor


valor é deteminado pela amplitude da tensão do pulso desejado na base
do UJT. O maior valor é definido pela máxima dissipação de potència
admitida pelo UJT.

E possivel mostrar que Rg2 melhora a estabilidade témica do UJl.


Alguns fabricantes dão um valor prático para Rg2, Ccomo sendo 15% de gB
Outros definem Raz Com expressões que dependem do tipo de UJT, como
por exemplo:

Ra (para UJT tipo 2N2646 ou 2N2647)


Rg2 VeB
ou

0,40 T9B
Bi (para UJT tipo 2N1671
RBzn Vus n
ou
ZN

90
Leitor(a) Mas é muito complicado! Quantas expressões! Quando
eu vou usá-las?

Autor Calma, vamos ver u m exemplo.

Exemplo de Aplicação: Projeto de um

Oscilador de Relaxação com UJT


Projetar um oscilador de frequência de 500Hz, alimen-
relaxação com
um SCR do
tado por VR= 200, usando o UJT 2N2646. Deseja-se acionar
tipo TIC106 a partir
de um resistor R 272, conforme a Figura 7.11.
=

Carga
20V rede

Rr Ra
SCR
JUJT TIC 106
H2N2646
a270

Figura 7.11 - Oscilador de relaxação com UJT


controlando o disparo de um SCR.

Parâmetros dos dispositivos

UJT 2N2646

0,56 (min) 0,75 (máx

BB 4,7k2 (min) 9,1k2 (máx)

luA (yp) 5A (máx)


4mA (min) 6mA (typ)
SCR TIC106

VGD 0,2V VGT 1V

Circuitos de Disparo Pulsados com UJT e PUT 91


pior cas0:
A tensão continua em RBi sera, no

VB1 VBB.REL
TBB
20x27011V
4,7x103

Leitorfa)- E daí? O que isso significa?

Autor Significa que o SCR não vai disparar antes de aparecer

o pulso de disparo, pois VgVGD


A tensão de disparo Vp do UJT pode ser calculada por:

Vp Vx +V Vp =n, VBB+Vp

Vp =0,66x20+0,7 Vp =
13,9V

Considerando n= 0,66 (médio) e adotando V, = 2V, obtém-se a


inequação que define R:

Vee-Vy RT VBB-Vp
Ip

20-2R.
4m
<20-13,9

4,5k2 RT $1,22M2

Escolhendo KT = l5kS2 (cerca de três vezes maior do que o valor

minimo), para conseguir a frequência de operação desejada, da expressão


da frequência, calcula-se C;

92
CT
RT.f.
1-

1
C T = 124nF
CT
15.10500.n
1-0,66/
Será escolhido C = 15OnF, um valor comercial próximo.

Rge pode ser calculado pela expressão dada pelo fabricante, porém
como neste caso não há restrição de temperatura, será usado Rg2 = 1002.

Exemplo de Aplicação: Oscilador de


Relaxação com UJT Sincronizado com a Rede

O circuito seguinte mostra um oscilador de relaxação com UJT sin-


cronizado com a tensão da rede:

igura
7.12-Oscilador de relaxação com
UJT sincronizado com a rede.
Este circuito
ener é
pode ser dividido em duas partes. A parte à direita do
o circuito do oscilador nomal.

Circuitos de Disparo Pulsados com UJT e PUT 93


O circuito não tem fonte
Leitorfa) Espere aí! Ali não tem V.
de alimentação?
Autor Claro, é o zener que estabiliza a tensao da rede para

alimentar o oscilador. Veja como isso é possivel.

tens o direta
é aplicada uma
No semiciclo negativo da tensão da rede,
7.13 detalha o
ao zener, que funciona como um
diodo normal. A Figura
caso:

D,

diretamente.
Figura 7.13-Condução do diodo Zener polarizado
oscilador?
Isso coloca em curto-circuito o
Leitorfa)
Autor Naturalmente!

da rede, o SCR a ser controlado não


No semiciclo negativo da tensão desnecessária no
deve mesmo conduzir.Assim, para não haver dissipação
se encontra sem
gatilho, o oscilador de relaxação não funciona, já que
alimentação (diodo zener em curto).

de rede atinja a tensão Vz. O


No semiciclo positivo, até que a tensão
o oscilador de relaxação
ftica
diodo zener estará bloqueado. A partir daí
Como a tensão de pico da rede é muito maior
alimentado com VBB =

Vz
isso ocorre logo no inicio do semiciclo positivo.
que Vz
Uma vez alimentado, o circuito oscila normalmente e o primeiro pulso
com ângulo a em relação à tensão da rede) dispara o SCR. Os demais
pulsos säo desnecessários, mas inevitáveis nesse circuito. A Figura 7.14|
exibe as formas de onda de interese.

94
Van=V

Figura 7.14-Disparo sincronizado com a rede no semiciclo positivo.


Como os sinais são repetitivos, ou seja, as condições de carga
Ocorre
repetem-se em todos os semiciclos negativos, o primeiro puls
sempre no mesmo ponto. Com isso o SCR dispara sempre com o

mesmo ångulo a.

Se, antes do circuito, for colocado um retificador de onda completa,


n o mesmo ponto, tambëm no semiciclo
o disparo pode ocorrer sempre
negativo. A Figura 7.15 ilustra as formas de onda resultantes.

VB

u r a 7.15-Disparo sincronizado com a rede nos dois semiciclos.

UJTe PUT 95
Circuitos de Disparo Pulsados
com
7.3 Transistor de Unijunção Programável PUT
OPUT (Programable Unijunction Transistor ou transistor de unijunç
programável) é um dispositivo de quatro camadas, semelhante ao SCRA
diferença é que no PUT o terminal de gatilho situa-se na região N, próxima

ao a n o d .

Princípio de Funcionamento do PUT


A Figura 7.16 ilustra a estrutura fisica simpliticada, o simbolo ea

dois transistores para o PUT.


analogia com

N G

(b)Simbolo (c) Analogia com dois transistores


(a) Estruturafisica simplificada
PUT.
Figura 7.16- Transistor de unijunção programável
-

chamado
Apesar de semelhança física com o SCR, o PUT é
sua
transistor de unijunção por ser utilizado em circuitos, em que poderiam ser
utilizados UJTs convencionais. As caracteristicas elétricas do PUT e do Udi
são semelhantes, mas a tensäo de disparo do PUTé programável. Alem aisso

o PUT é mais rápido e mais sensivel do que o UJT.

Em circuitos de temporizadores, de periodo longo, o desempenho u


PUT é superior, diante da sua menor corrente de pico no disparo.

A Figura 7.17 mostra o circuito de polarização de um PUI.

96
Carga Carga

A
Ro

PL PUT Vs
K

(a) Circuito básico (b) Circuito equivalente

Figura 7.17-Circuito de polarização de um PUT.

Analisando o seu circuito equivalente da Figura 7.17(6) e o circuito

análogo do PUT com dois transistores da Figura 7.16{c), conclui-se que, se

V,<Va, oPUT estará cortado. A razäo é que o transistor T, da analogia estará


Cortado.

Para o circuito equivalente da Figura 7.17(b) valem as expressões:

Ro RB1+Rp2 RB1.Rg2 e
Vs= VBB RB
RB1 +Rp2
Com T cortado, ig = 0 e Vg =
Vs. Como o transistor
T estará sem

corente de base, ele também estará cortado.

Para que o PUT dispare (V=V,), é necessário elevar a tensäo da fonte


de alimentação V até atingir Vs mais a queda de tensão no diodo base-emissor
de T1, ou seja:

Vp VG+Vb =Vp Vs+Vp =

Vp VBB RR1RB1+Vp
+Rg2
e,por analogia com o UJT, for chamada de n a expressão:

Circuitos de Disparo Pulsados com UJT e PUT 97


RB
RB1+Rs2
a tensão de inicio de conduç o do PUT será dada por:

Vp.VBB +VD
Por esta expressão fica claro por que o PUT é chamado de programável.
Enquanto no UJT o parâmetro n é uma caracteristica construtiva, no PUT
ele é fixado por resistores extemos.

Quando T, entra em condução, sua corrente de coletor alimenta a base


de T2. que entra em condução. Com T2 em conduço0, aumenta a corente
de base de T, aumentando a corente de coletor de T e, novamente, a
corente de base de T2.

Trata-se, portanto, de um processo de realimentação da analogia com


dois transistores, que fará T, e T2 saturarem. Como consequênciao PUT
pemanece disparado.

Para o PUT retomar à condição de bloqueio, é necessário tirar os dois


transistores da saturação. Isso só é possivel fazendo a corente de anodo a
cair abaixo de um valor ly, análoga à corrente de manutenção dos SCRs.

A Figura 7.18 mostra a caracteristica estática do PUT.

Figura 7.18-Caracteristica estática do PUT.

98
A semelhança entre as caracteristicas do PUT e do UJT mostra por que

o PUT é considerado um UJT programável. Em um PUT, p lu. Vp e n são


escolha de
definidos pela componentes externos.

( 7.4 Oscilador de Relaxação com PUT


O circuito do oscilador de relaxação com PUT encontra-se na Figura
7.19

Va
R

C VcTVa

PUT.
Figura 7.19-Oscilador de relaxação
com

oscilador com UJT.


O funcionamento desse circuito é análogo ao do
Ao ligar a fonte VBB, estando o capacitor inicialmente descarregado, é apli
Como tensão de anodo é nula
cada ao gatilho a tensão equivalente Vs. a

Cr =0), o PUT fica bloqueado.

capacitor inicia sua carga, tendendo a atingir Vg3. Antes, porém, a

PUT (VCT Vp). Ele


capacitor atinge o valor Vp de disparo do Va
= =

ensao no
a descarga de
Spara, tomando-se um caminho de baixa impedäncia para
Csobre Rs
em que a corrente
urante a descarga do capacitor haverá um ponto volta a
Pelo PUT cairá abaixo de Iy, bloqueando-o. Com isso o capacitor
g a r - s e , atingindo novamente Vp, repetindo o ciclo.

A
frequência de oscilação será:

Circuitos de Disparo Pulsados com UJT e PUT 99


RTCT.In l+ R

A ligação do oscilador de relaxação com PUT ao gatilho de um SCP


está mostrada na Figura 7.20.

Carga
VB8
R

Ro

Figura 7.20-Disparo do SCR por um oscilador de relaxação com PUT.

Exemplo de Aplicação: Projeto de um


Oscilador de Relaxação com PUT
Para o circuito da
Figura 7.21, com V8B =
20, C 0,014F e
-

Rs = 1002, deseja-se calcular os demais componentes para que o circuto


oscile em 120Hz. O PUT a ser utilizado é o 2N6028, que tem as seguintes
caracteristicas:

PUT 2N6028
Vs =10V RG = 10k2
e

0,7pA (typ) 1uA (máx)


, 25A (min) 270uA (typ)
Vs - 10V e
R-IM2
,0,08uA (typ) 0,15uA (máx)
y 18uA (typ) 25uA (máx)

100
20V

R PUT
2N6028

C 0,01uF
R100

Figura 7.21-Oscilador de relaxagão com PUT.


Para o cálculo de R eR parte-se das equações de RgeV, seguintes:

RG Rg1 Re2 e Vs VBB Ra+RgLRg2


RB1 +Rg2
que podem ser reescritas da seguinte foma:

Rgz VBE RG
R32 Vs e RB1 Rg2.RG
-Rg
Adotando-se os parâmetros Vs = 10Ve R, = 10kO, tem-se:

VBB RGKB2 2x10k


0
20k2
BE2 VNs 10
RB2 =

Rgi Rg2.KG
Rp2- KG RB1 20kx10k Ra1 20k2
20k -10k
Com os valores de Rg e Rg, é possivel calcular n e a tensão de disparo
do PUT (V =
VA= Vp)
n= Rg1 20k
20k+20k =0,5
RB1+Kp:
n.VBB +Vp =Vp =0.5x20+0,7 Vp =10,7V

Circuitos de Disparo Pulsados com UJT e PUT 101


A faixa de valores apropriada para o resistor
R, pode ser calculada pela
mesma equação do UJT. Assim, adotando V, = IV, obtem-sea
inequação
que define R:

VBB-VysRT sVaB-

20-1R. 20-10,7_
254 l
760k2 s RT 9,3MS2

Como o CT = 0,01uF (proposto pelo projeto). o valor de R, para a


quëncia desejada é calculado por:

RT
KB1
.C.n Rg2
RT 1,202M
20x103
o.01x10xn 20x10*)
limies
Assim, é possível escolher R, 1,2M2, que está dentro dos
que garantem a oscilação.

Para esboçar as fomas de onda das tensões v Ve v nos temin


do PUT, säo necessários ainda os valores de tensão dos pulsos do cato
o disparo dos tiristores e da tensão
do gatilho
(). utilizados para
quando o PUT está bloqueado:

Tensão dos pulsos do catodo:

Vk =
Vp -

Vy =
Vk =
10,7-1 =» Vk =
9,7V

102
Tensão do gatilho com PUT bloqueado:

Vs = n.VBB- Vg =0,5»x20 Vg =10V

Assim. as fomas de onda das tensões V Ve Vk ficam conforme


a Figura 7.22:

10,7

Vy=1
t(ms)

V9,7

t(ms)

V-10

8,33ms t(ms)

Figura 7.22- Formas de onda no oscilador de relaxação com PUT.

Circuitos de Disparo Pulsados com UJT e PUT 103


Exercícios Propostos
7.1 Dadoo circuito do oscilador de relaxação da Figura 7.2. pede-se:

a) Verificar se o valor de R, é adequado para garantir a oscilação do

circuito.

b) A frequência de oscilação esperada.


Dados do Circuito Parâmetros do UJT
VEBB 2 0 V BB6kS2

R, = 56k2 n = 0,7

C = 0,1uF
1uA
Rg2 1002 ly = 7mAA

RB1202 Vy 1,5V

7.2 Em um oscilador de relaxaçãoa UJT (com n = 0,7), como o da


figura seguinte, o capacitor é caregado a partir de uma tonte de corente de
5mA.

20V

5mA |1002

1uF
200

a) O que acontece com a torma de onda da tensão no capacitor:

b) Qual a frequência de saida?

Observação: Desprezar o tempo de descarga do capacitor.

104
7.3 Dado o circuito da figura seguinte:

Vcc=20OV

A20ka R.J820 Ra10002


T.(B=100)

R.sOka c Ra202

a) Mostre que ele é análogo ao circuito do Exercício Proposto 7.2,


calculando, inclusive, a corente de carga do capacitor.

b) Qual a frequência de oscilação?

7.4 No circuito do oscilador de relaxação com PUT da Figura 7.21,


escolha novos valores para RT e Cr para obtera frequência de oscilaço em
480Hz.
7.5 Detemine n, Vs e Vp para um PUT polarizado com VBB= 24V
e RB1 2.Rg2

Circuitos de Disparo Pulsados com UJT e PUT 105


Capitulo 8- cOMPONENTES E CIRCUITOS ESPECIAIS DE DISPARO

8.1 Isolação dos Pulsos de Disparo


8.2 Transformadores de Pulso
8.3 Acopladores Opticos
8.4 Circuito Integrado TCA 785
Exercícios Propostoos

Leitorfa) Agora que eu já sei tudo sobre SCR, TRIAC, DIAC,


osciladores com UJT etc., a que vem este capitulo

Calma! Há ainda alguns detalhes a estudar, como aa


Autor
maneira de isolar os pulsos de disparo de um tiristor e analisar circuitos

especiais de disparo.

8.1 Isolação dos Pulsos de Disparo

Os SCRs e os TRIACs são dispositivos para controle de potência


tensões e correntes elevadas, quando comparadas comm
que trabalham com

OS circuitos de sinal.

Ou digitais que operam com até


Os circuitos de sinal são analógicos
centenas de miliamperes.
dezenas de volts e atë

Para que os dispositivos de Sinal, utiliz2ados nos circuitos de disparo,


dos circuitos de potência, é
não sejam afetados pelas tensóes e correntes
necessário isolá-los galvanicamente.

O que é
isso?
Leitor(a)

Isolação galuánica significa que não há percurso para a


Autor
corrente de um lado para outro do Circuito.

isso é necessário?
Leitorfa) Por que

Componentes e Circuitos Especiais de Disparo 107


Autor Para evitar que dispositivos sensiveis a tensões elevadas sejam
destruidos. Por exenmplo, se a tensão de ruptura de um transistor de singl
for de 35V. qualquer tensão maior do que esta pode danificá-lo.

Leitora) Eo que garante a isolação da parte de sinal?

Autor Dispositivos como transformadores de pulso e acopladores


ópticos, que serão estudados a seguir.

8.2 Transformadores de Pulso


Os transformadores de pulso são especialmente projetados para
transmitir os pulsos de disparo aos SCRs e TRIACs.

A Figura 8.1 dá um exemplo de utilização do transformador de pulso


num circuito de disparo com UJT.
Carga

Ra2

R:
D: Vw

lsolação galvänica
Figura 8.1-Aplicaçãodo transformadorde pulso.
O projeto dos transformadores de pulso deve atender a algumas
condições, entre as quais a de que o acoplamento entre primário e secunr
dário deve ser o mais perfeito possivel.

Leitorfa) - Por que esta exigência?

E que no disparo a corrente injetada no gatilho propaga-s


transversalmente no material semicondutor do SCR. Durante essa propagaçau
as áreas já atingidas vão se tornando condutoras, deixando circular a coen
de anodo. A Figura 8.2 simboliza a propagação da área condutora.

108
,

K K
(a) Inicio do espalhamento (b) Espalhamento parcial (c) Espalhamento total

Figura 8.2- Espalhamento da área de


condução do SCR durante o disparo.

Se o acoplamento não for adequado, durante o disparo, a área


condutora pode não se espalhar rapidamente, fazerndo com que a corente
de anodo concentre-se toda em uma área pequena. E o que se chama de

ponto quente. Isso tende a queimar o SCR.

Uma outra característica desejada para os transtormadores de pulso é

que a entre os enrolamentos seja elevada (tipicamente da ordem


isolação
de kV) para evitar que tensões desenvolvidas nos enrolamentos, em função
da operação nomal do conversor, posam causar-lhes danos.

As condições de acoplamento e isolação são, portanto, conflitantes


entre si. E necessário, assim, encontrar uma solução de compromisso entre
a isolação requerida e o tempo de subida do pulso de disparo.

Em conversores com mais de um tiristor, os tiistores altermam-se em

condução, isto é, ora conduz um, ora conduz outro. Quando a carga for
Tesistiva, a transição será imediata. Neste caso, não existe problema.

Quando a carga for indutiva, haverá um intervalo entre o instante de


o SCR entrará em condução. Desta
em que realmente
sparo e o momento
Oma, deve-se manter o pulso aplicado por um intervalo de tempo razoável,
condiçoes de disparo no momento
d garantir que o SCR esteja em

adequado.
que tendem a saturar o núcleo do
SSo resulta em pulsos largos,
transformador de pulso.

Componentes e Circuitos Especiais de Disparo 109


Para evitar essa saturação, usa-se um esquema chamado de disparo

transformado em um trem
por pulsos de alta frequência. O pulso largo é
de pulsos de alta frequência, confome ilustrado na Figura 8.3.

VGd

VGP

b) Pulso modulado em alta frequência


(a) Pulso de gatilho desejado

Figura 8.3-Disparo por trem de pulsos de alta frequência.

ou tensão de gatilho desejada. Trata-se de uma


A tensão VGa è o pulso
saturar o transtormmador e distorcer
tensão de baixa frequència, que tenderia a

a tensão aplicada ao gatilho.

A Vo é uma tensão com envoltória Vss e possui alta trequência quando


há necessidade de aplicar pulso no gatilho.

O circuito da Figura 8.4 faz exatamente o desejado no disparo por trem


de pulsos.

110
Figura 8.4-Circuito de disparo por trem de pulsos.

Leitorfa) Que complicado! Como isso funciona?


Autor E simples, veja a explicação.
Conhecido circuito integrado 555, montado na configuração astável
dersinal de alta frequència (5 a 10 kHz) em sua saida (pino 3), cujo valor
e de R, ReC,. Após passar pela porta lógica AND. o sinal é amplificado
rar'sistor e acoplado ao SCR pelo transfomnador de pulso.

Componentes e Circuitos Especiais de Disparo 111


O diodo D, evita que apareçam sobretensões no transistor, quando este
cortar. Nesse instante, a energia armazenada no núcleo do transtormador é

dissipada pelo resistor de 332.


No secundário do transformador, D, retifica os pulsos, impedindo que
seja aplicada tensão negativa ao gatilho do SCR.

8.3 Acopladores Ópticos


Outra maneira de isolar pulsos de disparo é através de acopladores

ópticos.
de um LED (diodo
Basicamente, um acoplador óptico é constituido
fotodetector pode ser
emissor de luz) infravermelho e um fotodetector. O
arranjados num mesmo invólucro.
um transistor ou até um SCR ou TRIAC,
A Figura 8.5 ilustra duas possibilidades.

A
B A

K
K

Transistor como fotodetector (b) SCR como fotodetector


(a)
Figura 8.5-Acopladores ópticos.

O inconveniente acopladores ópticos com transistor é a


em usar

de coletor do
necessidade de uma fonte adicional, para polarizar o circuito
transistore fornecer a corrente de gatilho.

Uma solução interessante é usar acopladores ópticos com tiristores,


como o MOC3011 da Motorola, que usa um TRIAC como fotodetector
apresentado na Figura 8.6.

112
MOC3011

4
2.

Figura 8.6-Circuito integrado MOC3011.


Com o MOC3011 é possível acionar um outro TRIAC diretamente
a

partir de um sistema digital, como se vê na Figura 8.7.


Carga R
PL=100WV
MOC30111
+5V 3002
1802 rede
127V
nt400
AV 2N6342
Yconrohe
1
Figura 8.7-Circuito de disparo c o m MOc3011.
acionar TRIAC Q, o fornecer nível
sistema digital deve
Desejando o
NAND. Assim, o pino 2 do
lógico "1" à entrada de controle da porta
MOC3011 vai para nível lógico "0" e o LED D, fica polarizado
diretamente,
disparando o fotodetector Q2 e, como consequência, o TRIAOC Q.

Exemplo
circuito da 8.7 e dadas
Figura as caracteristicas do
Considerando o

do circuito integrado MOC301:


TRIAC Q, e

a) Verificar se o MOC3011 está sendo usado dentro de seus


parämetros måximos.

tensão da rede no instante de disparo do


b Calcular o valor da
TRIAC Q

Componentes e Circuitos Especlais de Disparo 113


Parâmetros do TRIAC Q
VaT 2V
loT 100mA

Parâmetros do MOc3011

LED

10mA (min) 50mA (máx)


1,3V1OmA
V
TRIAC
VRRM VDRM250V (mín)
Vr 3V(máx) 100mA
6 1,2A (má)

a) No MOc3011, a corrente I, de entrada no pino 1 (anodo do LED)


deve ser inferior a 50mA, para não danificar o dispositivo, e deve ser
superior a 10mA, para garantir o disparo de Q

No caso de se desejar disparar o TRIACQ,, tendo no pino 2 níivel lógico


"0", a corrente vale
A = E-5-13
300
12,3mA
R2
Desta forma, o MOC3011 está protegido e garante o disparo do
TRIAC interno Q

Para verificar se o TRIAC Q, está protegido, consideraremos as piores


sua corrente de anodo (corrente pino 6), a
condições para a
malha: fase da rede R
no
fechando
- R, - Q, neutro da rede, ou seja, V, = 0V (para

Q) e Ver = OV (para 9), apenas para efeito de cálculo.

114
Mas, para isso, é necessário calcular o valor de R:
R =rede1272

100
=161,292
P
Portanto, a corrente máxima no pino 6 será:

Vrede 127 2
R +R180+161.29 0,526A
Isso garante que o 1TRIAC interno não será danificado, pois opera com
corente menor que a máxima pemitida l, =1,2A).

b) A tensão da rede, no instante de disparo, é obtida supondo-se que


T100 mA e VG2V sejam aplicados ao TRIAC Q, (ainda bloqueado)
e considerando-se o pior caso para Qg, isto é, V, = 3V (máx):

IGTeV@)-VarQ)
R +RL

100x10-3ede32
Vrede = 39,13V
180+161,29
Assim, quando a tensão da rede atingir 39,13 V, o TRIAC Q, será
disparado.

(8.4 Circuito Integrado TCA 785

A grande utilização de circuitos tiristorizados, associada à similaridade dos


Circuitos de disparo, deu margem ao aparecimento de circuitos integradoss
de disparo. A finalidade desses circuitos integrados é a de facilitar o projeto
ae circuitos de disparo e tomá-los mais compactos e contiáveis.

Em muitos aparelhos usadosindustrialmente, destaca-se a utilização do


rcuito integrado TCA785 da Siemens, mostrado na Figura 8.8, que será
estudado a seguir.

Componentes e Circuitos Especiais de Disparo 115


Leitorfa) Que complicado! Como isso funciona? E preciso
conhecer tudo o que tem dentro dele?

Autor Não, logo veremos que seu uso é bem simples.

O circuito interno será explicado apenas para fixar o conceito do disparo


Alem disso, o TCA785 funciona ajuda
conhecimento de como o
por pulsos.
a entender os circuitos de disparo e como projetá-los.

A Figura 8.9 mostra uma parte do diagrama de blocos do TCA785.

Detector de
passagem por zeroo

VcCint3,1V
)16

constante

Figura 8.9 -

Detalhe parcial do TCA785.

retificadores controlados, deve ser


Todo circuito de disparo, em

Sincronizado com a rede, ou corerá o disparo aleatório dos tiristores, uma

instante diferente, que não está


Vez que cada pulso será aplicado
num

Telacionado com a tensão da rede.

sincronismo é a passagem da rede


ponto de referência para
Um

Isso ocorre a cada 8,33 ms,


aproximadamente, em redes de 6OHz.
Zero. por zero (bloco DPZ),
de
O ICA785 existe um detector toda passagemvez que a tensão da rede passa por
gera um pulso de sincronismo de sincronismo é no pino 5, como
O.A entrada para a tensão de referência
mostra a Figura 8.10.

Componentes e Circuitos Especiais de Disparo 117


Leitorla) Que complicado! Como isso funciona? Ë preciso
conhecer tudo o que tem dentro dele?

Autor Não, logo veremos que seu uso é bem simples.

Ocircuito intermo será explicado apenas para fixar o conceito do disparo


por pulsos. Além disso, o conhecimento de como o TCA785 funciona ajuda
entender os circuitos de disparoe como projetá-los.

A Figura 8.9 mostra uma parte do diagrama de blocos do TCA785.

Detector de
5DP passagem por ero

V16 ccin3,1V

stante

10
T
Figura 8.9-Detalhe parcial do TCA785.
Todo circuito de disparo, em retificadores controlados, deve ser
sincronizado com a rede, ou ocorerá o disparo aleatório dos tiristores, uma

que cada pulso será aplicado num instante diterente, que não está
vez
relacionado com a tensão da rede.

Um ponto de referència para sincronismo a passagem da rede

pOr zero. Isso ocorre a cada 8,33 ms, aproximadamente, em redes de 60Hz.
No TCA785 existe um detector de passagem por zero (bloco DPZ),
vez a tensao da rede passa por
um pulso de sincronismo toda que
gera
O . A entrada para a tensão de reterënca de sincronismo e no pino 5, como

mostra a Figura 8. 10.

Componentes e Circuitos Especiais de Disparo 117


220k 5)

TCA
785

(1)
(a) Conexão da referência

-0,7

(b) Tensão de referência

Figura 8.10- Referência detector de passagem


para o
por zero.
A fonte de alimentação para os circuitos intermos é de 3,1V, regulada
pelo próprio TCA785, a partir da tensão de alimentação do circuito integrado
(V. Isso permite que o CI possa ser alimentado com diversos niveis de
tensão (8Vs Vs <18V).
A tensão de 3,1V está também disponível externamente (pino 8.
podendo ser filtrada (por Cg, na Figura 8.9) para reduzir a ondulação.

A base de sincronismo é um gerador de rampa, cuja caracteristica


é ajustada por Ra e CR, nos pinos 9 e 10 respectivamente.
Leitorfa) -

O que é gerador de rampa?


O gerador de rampa fomece uma tensão que varia linearmente
com
o tempo (reta). Ou seja, a tensão dobra se o intervalo de tempo dobrar. Em
outras palavras, a tensão cresce proporcionalmente ao aumento do tempo,
como se ve, por exemplo, na Figura 8.11.

118
v(0
0,3

dt

0,2

dv cte

0,1

t(s)
0,1 0,2 0,3

Figura 8.11-Saida de um gerador de rampa


Pelo gráfico da Figura 8.11, quando a variação de tempo for de 0,1s
de tensão será sempre
(por exemplo, de Os a 0,1s ou de 0,2s a 0,3s), a variação
a mesma (0,10).

Um capacitor é regido pela expressão:

c C d y

dt
de tensao e dt uma pequena variaço de
Sendo dv uma pequena vanaçao
tempo.
é havendo variação da
A interpretação da equação do capacitor que,
tempo (dv/dt), haverá corrente circulando pelo capacitor. Alémn
tensão no
aisso, essa corrente será proporcional ao valor do capacitor.

Exemplo
em 0,1ms, a tensão
Se dv- 100mV e dt 0,1ms, isso significa que,
=

100mV. Neste caso, sendo o


nos terminais do capacitor variou de
anterior, a corente pelo
capacitor de IuF, de acordo com a expressão
capacitor será de:
100x10-3 l c = ImA
Ix10-6,
lc C dt lc =

e Circuitos Especiais de Disparo 119


Componentes
De tudo isso conclui se que, se a corrente que Ilui pelo capacitor for
constante. a variação de tensão será proporcional à variação do tempo, ou
seja:

c =

Cd d v =dt
ASsim, com lc Constante, a tensãO aumenta segundo uma reta em
relação ao tempo, como aquela da Figura 8.1

No TCA785 ocore justamente o descrito anteriormente. O capacitor


CR ê caregado linearmente através de uma tonte de corrente constante, cujo
valor pode ser controlado por Rg, segundo a expressão:

VcCint
CK
KR
em que K = 1,1 e VcCnt 3 , 1V.

Os valores mínimo e máximo de lcr, respectivamente, 10uA e 1000uA,


devem ser observados. O mesmo ocore com Ra, que deve estar entre

3k2 e 300ks2.

Finalmente, a tensao VcR da rampa, no capacitor Cg, Cresce linearmente


com o tempo, Confome a equação:

VaRCR
CR
Para o coreto funcionamento do circuito devem ser considerados o
valores minimo e maximo de CR, respectivamente, 500pF e 1uF. Um valo
elevado de Ca tornaria a descarga dele muito lenta, comprometendo o nov
ciclo de carga e, consequentemente, o sincronismo do disparo.

Exemplo
Se Rp = 100ks2 e Ca =0.1uF, tem -se:

120
ICR= Vccint lCR 100%10
3,1x1,1
CR =34.14A
RR 100x103

VcR CRt
VCR = , l x 1 0 - 6

CR 0.1x10-6tVcR =341.t

Leitorfa) Muito bem! Agora que eu já sei como gerar a rampa,


o próximo passo é gerar o pulso de disparo, não é?

Autor Sim, mas vamos deuagar.

A tensão da rampa VcR é Comparada com a tensão de controle Vc no


pino 11 do TCA785, como mostra a Figura 8.12.
Sinal aplicado ao bloco lógico
d e formação de pulsos

(10)
Vo
(11)

Ven
EVortole
Veontro

Figura 8.12-Comparador de disparo do TCA785.

No instante to, correspondente ao àngulo de disparo a em relação ao


Sina da rede, quando as tensões se igualarem (V V), a mudança de
ado na saida V, do bloco Comparador de Disparo indicará ao bloco Lógica
ae
Formação de Pulsos, que um pulso de disparo deve ser acoplado aa
una de suas saídas.
A
da tensão da rampa VCR está limitada a (Vs 2) V, ou seja, 2V abaixo
tensão de alimentação.

Componentes e Circuitos Especiais de Disparo 121


O capacitor continua a se caregar até que, no próximo cruzamento por
zero.o Detector de Passagem por Zero infome o evento ao Registrador
de Sincronismo. Esse registrador gera um pulso de sincronismo que satura
C o m T, saturado o capacitor do pino 10 (Cp) descarrega-se rapidamente,
ficando preparado para o início da próxima rampa. A inlormação de
passagem por zero só é liberada após a descarga de CR. que é monitorada
pelo bloco Az (Monitor de Descarga de C.

Leitorfa) Esse circuito integrado tem mais de uma saída?

O TCA785 possui uma saída Q, (pino 14) e outra Q2 (pino 15)


defasadas em 180°. Enquanto Q, serve para disparar um SCR no semiciclo
positivo. Q pode ser usada para disparar um segundo SCR no semiciclo
negativo. Mas há ainda outras saidas, que logo serão explicadas.

Com as informações dos circuitos anteriores, o bloco Lógica de


Formação dos Pulsos encarega-se de colocar nas saídas a forma de pulso
selecionada. A duração dos pulsos depende de Ci2 e do coeficiente B,
confome a tabela seguinte (em valores aproximados):

12 Aberto
150pF 220pF330pF 680pF 1000pF Curto

B - 620us/nF304s 934s 136us 2054s422us 6204s 180-a

Com o pino 12 aberto, assim que a rampa se igualar àtensão de controle


(pino 11), será acoplado um pulso de duração ß = 30us àsaida Q2 (pino 15).
se a tensäo da rede estiver no semiciclo positivo. Caso a tensão da rede esteja
no semiciclo negativo, o pulso será acoplado à saída Q (pino 14).

Se o pino 12 estiver curto-circuitado à terra, a largura dos pulsos será


fixa, estendendo-se do instante do disparo até o início do próximo semiciclo.
Com isso consegue-se um pulso longo, de duração 180°- a, que é utilizado
para garantir o disparo do tiristor em aplicações com carga indutiva.

Para cada valor de C12 mostrado na tabela, têm-se pulsos com outras
durações, dadas pelo paråmetro .

A Figura 8.13 mostra a tormação dos pulsos em duas opções de


duração.

122
at2

Vcontrole

; +T

301S Com pino 12 aberto,


pulsos de curta duração

Q,4 180-a
Com pino 12 aterrado
pulsos de longa duração

Figura 8. 13 - Formação dos pulsos de disparo.

Componentes e Circuitos Especiais de Disparo 123


ExemploD
Para o TCA785 da Figura 8.14, Rg = 100kS2 e CR = 47nF, com
pino 12 aberto. Desenhar as formas de onda nos pinos 14 el15,
considerando uma tenso de controle Ve 3,5V. =

+15V

(14) L
10k D (11) TCA
785
Ve-3,5 (15)Q2

(10) 9)
100k
Figura 8.14- TCA785 como gerador de pulsos de disparo.
A tensão no capacitor C cresce linearmente
a equação:
com o
tempo, confome

VcR
CR
O periodo da rampa em
C é de
8,33ms (1/2 período de 60 Hz).
Ovalor máximo da tensão em
C será, portanto:

VCRmáx-8,33x103 CRVCRmáax =177234ICR


47x10-9CR

Mas,

RR R 3.111
100-103 cR 34,1uA
Assim:

VCRmáx 177234. cR>VcRmáx =177234x34,1x10-


VCRmáx 6V

124
Como a tensão de controle é Ve = 3,5V, o disparo ocorrerá em:

Vc.C 3,5x47x10-9
34,1x10-6 o 4,82ms
to
CR
Finalmente, as formas de onda nos pinos 14 e 15 são apresentadas
na Figura 8.15:

ede

t(ms)

3,5

t(ms)

30uS
(Pino 15)

t(ms)

(Pino 14)

t(ms)

Figura 8. 15- Formas de onda nas saídas Q1 e Q2 do TCA785.

Componentes e Circuitos Especiais de Disparo 125


O TCA785 tem outras opções para os pulsos de saída. As saidas Q
(pino 4) eQ2 (pino 2) são complementares (com sinal lógico invertido) em
relação às saídasQ, (pino 14) e Q, (pino 15) respectivamente. A Figura 8.16
mostra os pulsos Q1. Q e os seus complementares
e Q2 .

(pino15) 301S

(pino14)

(pino 2)

(pino 4)

8,33ms 8,33ms 8,33

Figura 8. 16- Pulsos nas saídas normais e


complementares.
Q1 e Q2 são saídas em coletor aberto, ou seja, com transistores
internos que recebem sinais nas suas respectivas bases, mas que só conduzirao
quando polarizados corretamente, através dos resistores externos R2 e
K
como no circuito da Figura 8.17.

126
+Vcc

TCA
785 U
LR

Figura 8. 17- Polarização das saidas complementares.

Os valores de R e Ry devem ser corretamente calculados, levando-se


em conta que a corrente máxima de saída nos coletores dos transistores é de
-1UmA.

aterramento do pino 13 resulta em pulsos de longa duração

(180-) nas saidas Q2, de modo


e semelhante ao que
ocorre com
12
pino saídas Q,
o para as e
Q2
Existem, ainda, duas saidas auxiliaresQ (pino 3) e Q, (pino 7), também
em coletor aberto.

A saida Qu é análoga à saida Q1, diferindo apenas pelo fato de que em


Qu a duração do pulso é constante e igual a 180 (8,33ms em 60Hz2).

A saida Qz é igual a uma associação lógica NOR das saidas Q e Q


sendo útil no disparo de TRIACs.

A Figura 8.18 apresenta formas de onda das saídas Qu


as e
Qz

Componentes e Circuitos Especlais de Disparo 127


(pino 1 5)

Q,4
(pino 14)

u
(pino3)

aZA
(pino?7)

a
180
Figura 8. 18 -Saidas auxiliares QUe QZ

Uma opção muito importante no TCA785 é a possibilidade de


bloqueio das saídas. As saídas estarão iberadas apenas se o pino 6 tiver tensão
superior a 4V. Por outro lado, estará garantidoo bloqueio dos pulsos se a
6 for inferior a 2.5V.
tensão no pino

Leitorla) Quando isso é útil?

Quando há defeito em um equipamento que use tiristores, ou no


sistema por ele controlado, é muitas vezesinteressante bloquearo funcionamento
dos tiristores. A ideia é que um alame. que indique uma condição defeituosa.
possa atuar no pino o do ICA/85, evitando causar maiores danos aop

equipamento ou ao sistema.

128
A condição de bloqueio no pino 6 pode ser feita com uma chave de
operação manual, com um contato de relê ou ainda, usando a saída de um
transistor NPN.

Leitorfa) E como o bloqueio funciona?


Autor Vamos ver isso em um exemplo.

Exemplo
A Figura 8.19 mostra um circuito para o bloqueio das saíidas do
TCA785.

Vcc =5V

R (14) BC547
(6) TCA
T85
=125
KBC547 VcEs0,25
+5V (15)

Figura 8.19-Bloqueio do TCA785 com transistor NPN.

sinal de bloqueio, o transistor permanece


Enquanto não chegar nenhum 6 seja de 5V, deixando as saídas
tensão
cortado, fazendo com que a
no pino
sinal de bloqueio, o transistor satura e a
do TCA785 liberadas. Com o
2,5V, bloqueando as saidas do TCA785.
Tensão no pino 6 cai abaixo de

basta calcular Rc e
Rg para que o circuito satistaça essas
Portanto,
condições.
A corente de base sera:

RB Rg

Componentes e Circuitos Especiais de Disparo 129


Para I 10uA. obtèm-se Ry = 430k2. Escolhendo um valor
comercial próximo, R, = 390k2, resulta em l = 1luA.

A corrente de coletor mínima será:

1,38mA
Cminmin BlCmin 125xl 1x100 » lCmin
=

O valor de RCntn para garantir a saturação do transistor e o bloqueio


do TCA785 será:

RCmin Vcc-VCEsal » RCmin 5-0.2 -3RCmin 3.4422


Csat 1.3810
Será escolhido o valor comercial Re = 3k92.

Exercicios Propostos
são os utilizados para isolar partes de sinal e
de
8.1 Quais componentes
potência em circuitos com SCRs e TRIACS?

8.2 Explique a causa de formação de um "ponto quente" no disparo


de um SCR ou TRIAC.

8.3 O que éo sistema de disparo por trem de pulsos de alta frequência


e por que é utilizado?

8.4 Como funciona a isolação de pulsos de disparo por acopladores


ópticos?
8.5 Como funciona ogerador de rampa no TCA785? Que
componente
controla o valor da corrente de carga do capacitor de rampa?

8.6 Por que o capacitor ligado ao pino 10 deve ser descarregado ao


final de um semiciclo? Como isso é feito?

8.7 Por que o TCA785 tem duas saídas Q, e Q2, defasadas de 180°?

130
8.8 Quando
é usado o pino 6 do TCA785? Em
condições normais
de operação. qual e o nivel lógico aplicado a esse pino?

8.9 Projetar um circuito de alimentação Vs para o pino 16 do TCA785,


partir de uma rede de 220v, considerando
a os seguintes paràmetros paraa
o TCA785:

Parâmetros do TCA785

Tensões admissiveis no pino 16 (V 8Vs 18 ()


Carga máxima do TCA785
Snx10OmA()
Consumo máximo intemo do TCA785 = 10mA
Tensão máxima pinos 14 (Q) 15
nos e
(QVs -3 (V)
Corrente máxima dos pulsos de saída 60mA

) 60mA (saidas) + 10mA (consumo intemo) + 30mA (folga)

Esquema básico do circuito de alimentação do TCA785:

D
s S
220V

16
4

TCA 60mA
CTAD2 785

60mA

8.10 O fabricante do TCA785 sugere colocação de diodos a


tparalelo com o pino 5, para limitar o valor da tensão de sincronismo.
em

Con se o valor do resistor de 220kS2, no circuito da Figura 8.10,

Sderando V220V, é adequado para um diodo de sinal 1NGl48, que


em corrente
máxima de 75mA.

Componentes e Circuitos Especiais de Disparo 131


8.11 Calcular o resistor de rampa Rr do pino 9 do TCA785 do
Exercicio Proposto 8.9, dado que a alimentaç o é Vs = 15V e Ca = 47nF.

8.12 Calcular o potenciômetro de reterência Kp e o resistor R, para


servirem de tensão de controle do pino 11 do TCA785 do Exercicio Proposto
8.9, dado que a impedncia de entrada nesse pino é de 15k2, conforme o
circuito apresentado em seguida.

V15V
TCA 785

16 (11)

|15ka

8.13 Seja o circuito de disparo seguinte em que aparece apenas a


conexão do TCA785 com o TRIAC 2N6344.

a) Calcular Rg, sabendo-se que o TRIAC necessita de l=75mA e


VaK=1V para garantiro disparo.
b) Por que as saídas 14 e 15 foram conectadas com diodos?

+15V
Vy

161
TCA D14 TRIAC
785
D15 VA 2N6344
A

8.14 Interligue os circuitos projetados e analisados nos Exercicio


Propostos 8.9 a 8.13, num único circuito integrado TCA785, para controlar
a potência de uma làmpada de 220V/100W.

132
Respostas dos Exercícios Propostos
Capitulo
1.1 As semelhanças básicas são:
Tanto um diodo quanto um SCR funcionam como retificadores,
ou seja. permitem a passagem da corrente elétrica em apenas un
sentido, de anodo para catodo.
Tanto um diodo quanto um SCR pemanecem bloqueados quando
polarizados reversamente, com anodo negativo em relação ao catodo.

As diferenças básicas säão:


Num diodo, quando a tensão de anodo toma-se ligeiramente mais
positiva que a de catodo, ele passa a conduzir. Num SCR, mesmo
com tensão positiva do anodo em relação ao catodo, ele permanece
bloqueado. Para que o SCR conduza, é necessário que, além da
polarizaço direta, seja injetada corente no terminal de gatilho.
Uma vez disparado, o SCR comporta-se como um diodo, podendo
ser retirada a corrente de gatilho.
Num diodo, o bloqueio ocore com tensão reversa. Num SCR, o
bloqueio pode ocorrer tanto com tensão reversa quanto pela queda
da corrente entre anodo e catodo abaiKO de um valor minimo de

manutenção.
1.2 VRRM Tensão Máxima Reversa Repetitiva que pode ser aplicada
entre anodo e catodo sem daniticar o SCR.

pelo
circular SCR
TAV Corrente Média Nominal que pode
sem

danificá-lo. O índice T refere-se ao estado de condução (on state) e oAV refere-

se à média (average). Esse parâmetro está associado à máxima temperatura


de junção.

Terminais do SCR, quando este está no


VIM Tensão Máxima nos

estado de condução.

TM Corente Máxima entre os Terminais do SCR, quando este está


no estado de condução. Esse parmetro também está associado à temperatura
máxima de junção.

Respostas dos Exercícios Propostos 133


Capítulo 2
2.1 Considerando que o diodo polarizado diretamente comporta-se

como um curto-circuito:

a) l 12mA
b) I = 12mA

2.2 Considerando que o diodo polarizado diretamente comporta-se


como um curto-circuito, Vs = OV.

2.3 Toda e z que houver OV (nivel logico 0) em uma das entradas Aou
B (Ou em ambas), pelo menos um diodo conduzirá e a saida será nula (nivel lógico
0). Só quando ambas as entradas forem 5V (nivel lógico 1), os dicodos estarão
cortados, fazendo com que a tensão de saída seja igual à da fonte de alimentação,
isto é, 5V (nível lógico 1). Portanto, a tabela verdade é:

2.4 Rc 2,46k2 (valor calculado) ou Re 2,7k2 (valor comercial


mais próximo que garante a saturação).

2.5 O circuito do exercício 2.4 funciona como uma porta inversora.


Ligado à saida do circuito do exercicio 2.2, que funciona como uma porta
AND, o resultado é uma porta NAND, Cuja tabela verdade é:

A B
S
1

134
Capitulo 3

3.1 Resposta no tópico 3.1


3.2 Polarização reversa, polarização direta em
bloqueio e polarizaçao
direta em condução. Detalhes sobre essas três regiðes, consulte o tópico 3.2.

3.3 Resposta no tópico 3.2.

3.4 Disparos por: sobretensão, variação de tensão (du/dt), aumento


de temperatura e luz ou radiação. Detalhes sobre esses métodos de
disparo
do SCR, veja subtópicos corespondentes no tópico 3.4.

3.5 Disparo: chaves CH, e CH, devem estar fechadas. CH, alimenta
o SCR e o circuito de disparo formado por CH1, D, R, e R2. Quando a tensäao
da rede atinge um determinado valor no semiciclo positivo, ela cria uma
corente em R, suticiente para dispararo SCR.

Bloqueio: com as chaves CH,e CH2 techadas, basta a tensão da rede


passar por 2ero. Outra forma é desligar a chave CH.

3.6 A chave CH,é usada para curto-circuitar o SCR. Como ela se torma
um caminho de menor resistëncia para a corente, toda a corente do circuito

e desviada para ela. Desta forma, a corente do SCR se anula e ele bloqueia.
Portanto, a função de CH, é bloquear o SCR.

O SCR é disparado quando CH, e CH, são fechadas e CH, permanece


aberta. Após o disparo, CH pode ser aberta e, ao desejar-se o bloqueio, CH
eve ser fechada. A lâmpada apaga quando, com o SCR bloqueado, CH,é
aberta.

3.7 O capacitor C, é carregado pelo resistor R, (12k2), ficando com


à polaridade indicada na Figura 3.14. Quando CH, for fechada, o capacitor
aplica uma tensão reversa sobre o SCR, bloqueando-0.

3.80 valor de R, influencia o ponto de disparo do SCR. pois é ele que


imita a corrente de gatilho. Desconsiderada a resistëncia da làmpada, o
Circuito equivalente Thévenin para o gatilho (considerando a tensão da rede
Cm que ocorre o disparo) e o da ligura a seguir:

Respostas dos Exercicios Propostos 135


RnR//R,

V,RR
A corrente de gatilho (desprezando
queda a de tenso no diodo
gatilho-catodo do SCR) vale aproximadamente:

G VThVrede
KTh R1
A corente de gatilho para garantir disparo é
ler=20mA e a pior
o
condição é quando o àngulo de disparo é de 90" (quando a tensão da rede
atinge o valor de pico). Assim:

Vrecie (90) 127/2


GT
RImáx
Rimáx 20x10 Rimáx = 8,98kQ
Qualquer valor de R, acima deste não garante o disparo do SCR.

3.9 Circuito da Figura 3.18:

127/2

a 2

136
Circuito da Figura 3.19:

127/2

A -127/2
2

Circuito da Figura 3.20: forma de onda idêntica à da Figura 3.19.

Capítulo 4
4.1 A vantagem é que o TRIAC permite o controle em ambos os
sentidos de conduç o, sendo mais adequado para o controle de cargas em
corente alternada.

4.2 A vantagem é que o TRIAC pode ser disparado tanto por pulso
positivo quanto negativo. O SCR só pode ser disparado por pulso positivo.

4.3 Chave na posição 0: a lâmpada está apagada e a tensão è sempre


nula.

Chave na posição 1:

127/2

t(ms)
8,33 16,67

Respostas dos Exercicios Propostos 137


Chave na posiçào 2:

V,(V)
127/2

B,33 16,67
t(ms)

127/2

Capítulo 5
5.1 a) Considerando o pior caso para tensão e corrente (VGr-1,5V e
l=20mA). chega-se à seguinte tabela:

a (graus) R2)
5 673,9

20 2.853.7

45 5.976,2

60 7.335,4

90 S.481,2

138
b)

127/2

15,7
360
180 365

,(V)
a=20
127/2 -*****

61,4

360
20 180". 380

127/2 ----

127

360
45° 180 405

V(V)
127/2
a60 - .

155,5

360
420
0 180

Respostas dos Exercícios Propostos


139
=90
127/2 - -

90" 180 450

) Para uma cargaR 161,30 (lampada de 127V/100W), tem-se


a
(graus) V.a V.V) P(W)
5 89,8 57,1 50,0
20° 89,4 55,4 49,6
45 85,6 48,8 45,5
60° 80,5 42,9 40,2
900 63,5 28,6 25,0
O resultado interessante é que 5",
para a =
praticamente 1/2 senoide
é aplicada à lâmpada, portanto a potência desenvolvida pela làmpada
metade da potência nominal (50W).
Com 90°, apenas 1/4 da senoide é
o=
aplicado à lmpada, que dissipa
1/4 da potência nominal (25W).

5.2 a) Considerando Vor-2,0V e


l-10mA, chega-se à
tabela:
seguinte

a (graus) graus) Rx(M)


5 185° 1.365,3

20 200° 5.942.7
45° 225 12.499,6 |
60°
240 15.353,8
90 17.760,0
140
v,()
5
127/2

15,7
|185
5
15,7

1272

_ 20
127 2 -

61,4
200°
20

-61,4

127/2
127/2

127

225
45

127

127/2

60--
127/2--
155,5 f

240
b0

-155,5
-127/2t

Respostas dos Exercicios Propostos 141



127/

90
270A .

-127/2

c)Para uma carga R; = 161,32 (âmpada de 127V/100W), tem-se:

a (graus) a (rad) V. (V) Vefica (V) P (W


5° Tt/36 127,0 100,0
20° t/9 126,4 99,1
45 T/4 121,1 90,9
60° n/3 113,9 80,4
90° t/Z 89,8 50,0
O resultado interessante é que para a = 5° praticamente toda a tensão
da rede é aplicada à låmpada, portanto a potência desenvolvida pela lämpada
é a potência nominal (100W).
Com a = 90°, 2/4 da senoide são aplicados à làmpada, totalizando
1/2 senoide, ou seja, sua potência cai pela metade (50W).
5.3 A faixa de controle de potência da lâmpada será

Com SCR: 25 < P < 50 (W)


Com TRIAC: 50< P<
100 (W)
Assim, com SCR a
làmpada desenvolve, no máximo, meia pote
e não pode ser apagada totalmente, pois o ângulo de disparo, no
Circu
proposto, não ultrapassa 90°.

142
Com TRIAC. para baixos valores le a a làmpada consegue desenvolver
potência. Como também não é possível atingir a > 90°, làmpada
a
plena
ficando minimo meia potência.
apaga totalmente, no com
não se

Capitulo 6
6.1 Resposta no tópico 6.1.

6.2 Resposta no tópico 6.2.


6.3 Veja Exemplo de Aplicação: Dimmer, no item 6.2

6.4 A principal vantagem tanto da SUS quanto da SBS é que, enquanto


tem tensão de disparo fixa, a SUS SBS possuem um
e a
o diodo Schockley
teminal de gatilho adicional. Acrescentando-se componentes externos, como
resistores, ao teminal de gatilho, as caracteristicas de disparo
diodos zener ou
podem ser alteradas.

6.5 A SUS, por ser unilateral, dispara apenas com tensões positivas.
de SCRs.
E adequada, portanto, ao controle de disparo
Já a SBS, sendo bilateral, permite o controle de TRIACs, pois pode
ser disparada tanto por tensão negativa quanto positiva.

Capítulo 7

7.1 a) Pela equação seguinte que determina os limites de RT para o

cometo funcionamento do oscilador de relaxação:

ly Ip
chega-se a: 2,64k2 s RT 5,3MS.

Portanto, R, = 56ks2 garante a oscilação.

b)f=148Hz

Respostas dos Exercicios Propostos 143


7.2 a) Se o capacitor estiver inicialmente descarregado, o UJT estará
bloqueado. O capacitor carrega-se pela fonte de corrente e, até que sua tensão
atinja Vp o UJT pemanece bloqueado.

A equação característica do capacitor é:

c Cav
At

em que Av = v - V o e At = t - t o

Para vo =0V em to = Os (capacitor inicialmente descarregado), chega


se à seguinte equação de carga do capacitor: v = 5000.t.

Esta é a equação de uma reta, ou seja, com a fonte de corrente constante,


o capacitor carrega-se linearmente até atingir a tensão de

disparo V
Vp =

n.VBB + Vp =
14,7V
Assim, o capacitor atinge Vp no instante t = 2,94ms.

Disparado o UJT, o capacitor descarrega-se rapidamente por RB1. Des


2 x 2,94ms
prezando esse tempo de descarga, o UJT volta a disparar em
=
5,88mse assim por diante.
Portanto, a forma de onda da tensão no capacitor será:

Ver T-2,94ms
14,7

t(ms)
2,94 5,88 8,82

b) O periodo de oscilação é T =
2,94ms. A frequência é fe 340Hz.

7.3 a) O circuito equivalente Thévenin na base do transistor bipolare

144
20V

8202
0,7V

Th
CT

sendo: Rth = R1//R2 =142862 e Vh Vcc R=14,3V

Da malha formada por Va R. VEB RE e Vec tira-se a corrente de base


I. Com exceção de ß, essa corrente depende apenas de valores fixos. Porém,
se B varia (com a temperatura, por exemplo), as correntes de base Ia e VEB
compensam essa variação, de foma que a corrente de emissor pemaneça
constante e, como consequência, também a corente de coletor, que é a
corente de carga do capacitor.

Essa parte do circuito funciona como uma fonte de corrente constante.

Calculado IB, chega-se à corrente de coletor Ie=5,15mA, que é a


coTente de carga do capacitor, praticamente igual à da fonte de corente
constante do circuito do Exercício Proposto anterior.

de oscilação é aproximadamente a mesma que a do


b) A frequência
Exercício Proposto anterior, ou seja, 340Hz.

7.4 Mantendo Ra =R = 20k2 e adotando R, = 1,2M2, resulta em

C 2,5nF.
valor comercial de 2,7nF, o resistor deve ser alterado
EScolhendo um

para 1,11M2.

Portanto, pode ser usado um resistor fixo de 1M2 em série com um

mpot de 220k2 para o ajuste fino da frequência de oscilação em 480Hz.

7.5 n = 0,67 V =16V V, = 16,7V

Respostas dos Exercicios Propostos 145


Capitulo 8

8.1 Transformadores de pulsoe acopladores ópticos.

8.2 Resposta no tópico 8.2.


8.3 Resposta no tópico 8.2.

8.4 Resposta no tópico 8.3.

8.5 Resposta no tópico 8.4.

8.6 Resposta no tópico 8.4.

8.7 Resposta no tópico 8.4.

8.8 Resposta no tópico 8.4.


8.9 Considerando que a carga máxima do Cl seja l s = 100mA, e
escolhendo uma tensão de alimentação Vs = 150, pode-se representar o C
como se fosse uma carga resistiva Rc da seguinte forma:

15
Rc VS Kc100x10
R a 150s
ISmáx
Escolhida a tensão de alimentação de 15V, a tensäo zener de DZ, fica
definida em V,=15V. No esquema básico, vê-se que o capacitor s est em
paralelo com o diodo zener. Ele se carrega no semiciclo positivo em direção
à tensão de rede. No entanto, ao atingir a tensão zener, ele pemanece com
Ves=V=15V.
No semiciclo negativo o diodo retificador Ds corta e o capacitor
descarrega-se pelo zener e pela carga Rcr

Se a tensão no capacitor cair a um valor abaixo da tensão zener (por


exemplo, 14,5), o zener corta. O capacitor descarrega-se apenas pelacarg9
como mostra a tigura a seguir:

146
14,5V 15002 (TCA 785)

Escolhendo um valor adequadamente elevado para Cs, por exemplo,


C. =
1000uF, a descarga será pequena. Na pior das hipóteses, durante
um ciclo de 60Hz (período de 16,6ms), o capacitor descarrega-se sobre o
resistor de 1502 (Rc.

A equação de descarga do capacitor é:

RC
Vc =
Vco-e
1502 e Vco =14,5V, a tensão final do
Com 1000uF, R
C =
=

capacitor após 16,6ms será Ves 13V. =

Essa variação de 15 a 13V não afeta a operação do TCA785, pois ele


pode operar entre 8 e 18V.

zener e proporcionar a queda de tensão


O resistor Rs deve proteger o de 1,5W, sua
rede para os 15V de alimentação do CI. Usando
um zener
da

corente máxima será lzsmáx T00mA.

quando não houver


corrente no zener nesse circuito ocorre
A maxima resistëncia de carga
gatilho nas saídas do CI, ou seja, quando
a
de
uso do TCA785
muito elevada. Desprezando a corrente de
consumo
a 1or no zener ocore no
e adotando R. 4k72, a máxima corrente
1OmA) =

pico da tensão da rede, isto é:

220xv2-1563mA (não danifica o diodo zerie


Zsmáx,circ -

4700
63m
da tensao
resistor Rs será no pico
máxima dissipada pelo
da oonCla semiciclo negaivo, po
COn mas como o diodo D. bloqueia o

Considerar PRSmáx COmo:

Exercicios Propostos
147
Respostas dos
4700x(63x10)
PRmas 2
9.33W

Portanto. pode-se utilizar um resistor de 20W.

O diodo D, pode ser o 1N4005 (600V.1A), compativel com a máxima


coTente prevista e com a tensão reversa que aparece nos seus terminais
quando estiver bloqueado (= Vdeipico)+Vcs 220/2 +15 326V).

8.10 A corrente máxima nos diodos será:

p12 Vns2-V = 1,41mA


Rs
Assim. não haverá problema com os diodos 1N4148 nesse valor de
Corente.

8.11 Atensão de rampa é limitada em(Vs-2)V. Deste modo, a máxima


tensão possivel da rampa será 13V. Escolhendo um valor um pouco abaixo
do máximo. por exemplo, V=10V, e tendo que t-8,33 ms (metade do ciclo
de 60Hz). chega-se a R = 60,44k2.

Para limitaro valor mínimo de R, (3k2 < R < 300k2) e pemitir um


ajuste mais fácil do valor de tensão da rampa, é possivel escolher uma
associação série de um potenciómetro de 100k0 com um resistor fixo de
15k2
8.12 Adotando R, 10k2, um valor comercial da mesma ordem de
grandeza de R1. e considerando que a máxima tensäo de controle no pino
11 (VCn=10V) deve ocorer quando Rp tiver valor máximo, tem-se:

Vs x(Rp //R11)Ra =3k2


VCmaxR +(Rp //Rj1
Usando R, = 2k72 (um valor um pouco menor), permite-se que a
tensão de controle no pino 11 seja pouco maior que VCmak garantindo que
1 8 0 ° possa ser obtido.

148
8.13 a) A corrente de gatilho pode ser calculada analisando
de gatilho:
a malha

V14.15 V y - VGK

RG
Assim. o valor máximo de RG pode ser calculado usando lg loT.
=

chegando RCm a 1372, portanto pode ser escolhido um valor comercial


próximo um pouco menor, como Re = 1202.

b) As saidas 14 (Q,) e 15 (Q,) nunca estarão simultaneamente no


mesmo valor. Sendo este o caso de
TRIAC, são necessários pulsos no
um
semiciclo negativo (Q) e no semiciclo positivo (Q) num mesmo
ponto
(terminal de gatilho do TRIAC). Assim, para evitar circulação de corrente
entre ambas as saídas, foram colocados os diodos.
8.14 O circuito completo de controle da potência da
lâmpada usando
o TCA785 fica confome a figura da página seguinte.
Note que foram adicionados quatro
capacitores para evitar problemas
de ruido: (0.22uF / 250V) entre os terminais da
rede, (0,47u) entre Vs e
GND. (2.2uF e 0,1uF) ligando,
respectivamente, o pino 11 a Vs e a GND.
Foram acrescentadas também duas
ligações: pino 6 em Vs (para não
bloquear as saídas) pino
e 13 em Vs (saídas complementares não estão sendo
utilizadas).
Finalmente, ao pino 12 foi acoplado
capacitor C12
um 150 pF, =

definindo a
largura dos pulsos das saidas utilizadas (Q, e Q) em 93us, e um
ndutor L = 15uH foi conectado em série com o tiristor para imitar a taxa
ae
crescimento da corrente anodo-catodo.

Respostas dos Exercicios Propostos 149


A l i m e n t a ç ã o d o TCA 785 (V, = 15V)

N4005
4kz
DZ
220V T
60Hz T5v 0,47 F
0,22F 1000F 2,2F R2k7c
250V

ensão
de
15H Controle
1N4148
150pF
2 10
20100W Carga
120 100k
CR
TCA 785 47nF
A V TRIAC 15ka
2N6344
Gerador
de
Dispositivo 3,1V Rampa
de
Controlee C
220kn
1N4148

I
Referêncla para o Detector
de PasBagom por zero
Bibliografia
LIVROS

ALMEIDA.J.LA. Eletrônica Industrial. São Paulo: Erica, 1991.


BOYLESTAD.R:NASHELSKYL.Disposittvos Eletronicos e Teoria de Circuitos.
5.ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall, 1994.
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Thyristor Projects Using SCRs and TRIACs. Newrnes
MARSTON, R.M. 110
Technical Books, 1975.

MANUAIS

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THE POWER SEMICONDUCTOR DATA
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Information
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THE TCA785
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Componernts 23.
D RATED
P. 1, Issue
4, 1985.
Bauelemernte,
SFOR INDUSTRIAL ELECTRONICS. Siemens AG Bereich
unchen: Siemens AG. (Data Book 1985/86).

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