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PUC Minas – Especialização e Neuropsicologia

Profa. Kátia Tomagnini Passaglio


EXERCÍCIO
COMO ESTOU PENSANDO SOBRE AS BASES NEUROBIOLÓGICAS?

O que fazer? Sua tarefa aqui é identificar quais os processos cognitivos referentes a cada trecho apresentado.
Bom trabalho!

“A base biológica da moléstia mental, por exemplo, é atualmente demonstrável: ninguém em sã consciência pode
assistir à frenética atividade localizada no cérebro de uma pessoa impelida por alguma obsessão ou ver o fraco
brilho de um cérebro deprimido e ainda duvidar de que esses estados são físicos e não alguma inefável enfermidade
da mente. Páginas 8 e 9

1- Memória

“Cada tipo diferente é armazenado e recuperado em um caminho diferente, e dúzias de áreas cerebrais estão
envolvidas numa complexa rede de interações.” Página 316
2- Inteligênia

“Cada cérebro é ímpar, em eterna transformação e primorosamente sensível ao seu ambiente. Seus módulos
são interdependentes e interativos, e suas funções não são rigidamente fixadas.” Página 14
3- Atenção

“De fato, as varreduras mostram que não existe esse tal de centro de da dor. A dor brota principalmente da
ativação de áreas associadas à atenção e à emoção. Ver o que é dor, em termos de atividade neurológica,
torna claro por que a sentimos bem mais quando estamos emocionalmente tensos e por que muitas vezes não
a percebemos – mesmo quando nossos corpos estão consideravelmente feridos – quando coisas mais
prementes existem.” Página 20
4- Organização Espacial

“O córtex parietal começa a funcionar bem cedo, tornando os bebês intuitivamente cientes das qualidades de
localização no mundo. Página 30
5- Organização Espacial

“As funções especializadas, por contraste, tendem a ser lateralizadas. Conseguir localização, por exemplo, é
em grande parte uma atividade do cérebro direito, e se as partes do cérebro que a fazem (hipocampo direito e
córtex parietal direito) estiverem danificadas, uma pessoa pode se descobrir perdida nos locais que, em
tempos passados, eram bem familiares. Um paciente assim não conseguiria sequer encontrar a porta da
frente da própria casa. Sempre que quisesse sair de casa, gastaria até cinco minutos andando de um lado para
outro em sua (relativamente pequena) casa de campo procurando pelo caminho de saída.” Página 69
6- Percepção
“O reconhecimento de rostos não exige pensamento – novamente, assim como toda atividade do cérebro
direito, simplesmente acontece. Se a área do cérebro direito responsável por essa habilidade for perdida, a
única maneira de uma pessoa conseguir reconhecer aqueles que ela conhece é anotar deliberadamente suas
características distintivas e depois comparar as anotações mentais de cada rosto que vê. A técnica é
imperfeita e falha frequentemente, tornando os encontros sociais um pesadelo. Um homem, depois de um
incidente especialmente constrangedor num jantar, pediu insistentemente à esposa que usasse uma fita
vermelha no cabelo quando saíssem, para evitar que ele novamente tentasse levar para casa a mulher
errada.” Página 70
7- Habilidades Visuoconstrutivas

“Uma série de experimentos famosos mostrou que as pessoas dificilmente admitem que tomam decisões
arbitrárias. Em um dos experimentos, por exemplo, uma coleção de meias de nylon foi exposta e um grupo
de mulheres foi convidado a escolher um par. Quando lhes foi perguntado o motivo de sua escolha
particular, todas foram capazes de fornecer motivos detalhados e sensatos, citando ligeiras diferenças em
cor, textura ou qualidade. Na verdade, todas as meias eram idênticas. Os “motivos” delas para as escolher
eram de fato racionalizações elaboradas para explicar um tipo essencialmente inexplicável de
comportamento.” Página 78
8- Tomada de Decisão

“Um experimento típico envolveu N. G., uma dona-de-casa californiana. A mulher foi colocada em frente a
uma tela que tinha um pequeno ponto preto no centro. Foi pedido a ela que fixasse os olhos nesse ponto,
garantindo dessa maneira que as imagens entrando nos seus olhos vindas da lateral fossem enviadas apenas a
um dos hemisférios. O experimentador, então, fez brilhar rapidamente a fotografia de uma xícara à direita do
ponto. A imagem permaneceu na tela durante um intervalo bem curto – cerca de um vigésimo de um
segundo. Isso é apenas o suficiente para que uma imagem seja registrada, mas não é duradouro o bastante
para que uma pessoa desvie os olhos para colocá-la em foco e, assim, enviá-la para ambos os hemisférios.
Portanto, a imagem na tela foi apenas para o hemisfério esquerdo de N. G. e lá parou, porque a rota normal
até seu outro hemisfério – o corpo caloso –foi cortada. Quando lhe perguntaram o que ela tinha visto, N. G.
respondeu bem normalmente: “Uma xícara”.” Página 83
9- Praxia

“As pessoas com a síndrome de Gilles de La Tourette conseguem se sobressair em meio a uma grande
multidão. Elas andam aos trancos, suas faces contorcidas e com uma torrente de barulhos estranhos – sons
agudos, frases desarticuladas ou obscenidades – saindo de suas bocas. Algumas pessoas as encaram
fixamente; as crianças dão risadinhas; ocasionalmente, alguém xinga de volta. A maioria das pessoas adota
uma expressão preocupada e se apressa em abrir caminho.” Página 104
10- Praxia

“Na verdade, exatamente o oposto é verdadeiro. Elliott foi encaminhado ao professor Damasio porque,
depois de sua operação, ele parecia incapaz de funcionar, de maneira eficaz, em praticamente qualquer
competência. Seu QI era o mesmo de antes da operação, a memória era boa e seus poderes de cálculo e
dedução não tinham sido afetados. Ainda assim, ele achava difícil tomar a mais simples decisão ou seguir
qualquer plano simples até uma conclusão proveitosa.” Página 157
11- Tomada de Decisão
“As emoções existem para nos ajudar a manipular, influenciar ou intimidar aqueles que nos cercam – quer o
desejemos conscientemente ou não.” Pagina 163
12- Flexibilidade Cognitiva

“Um estudo por varredura cerebral de 41 assassinos condenados pela justiça (39 homens e duas mulheres)
descobriu que a maioria absoluta apresentava uma menor atividade de um lobo, que, pode prejudicar gravemente a
capacidade de uma pessoa controlar os seus impulsos. O valor de estudos como esses é questionável porque ainda
há muito o que aprender sobre as implicações práticas da disfunção cerebral. Mas eles certamente sugerem que um
cérebro com uma fraca atividade cortical nos lobos é um cérebro que está sujeito mais que o habitual à fúria.”
Página 179

13- Controle Inibitório

“A convicção de estar morta é suficientemente comum para ter um nome: delírio de Cotard, em homenagem a um
psiquiatra francês que coligiu cerca de uma dúzia de casos. A análise moderna desses estudos e de casos mais
recentes, como o de Jennifer, sugere que todos eles têm algum dano cerebral que perturba dando ao mundo de
maneira a dar a ele um ar de irrealidade. Contudo, isso sozinho não explica o delírio deles. Muitas pessoas portam
esse tipo de lesão cerebral, mas bem poucas acham que são cadáveres. Um segundo fator parece ser necessário
para realizar esse delírio particular. Uma coisa que praticamente todos os mortos-vivos têm em comum é um
histórico de depressão grave.” Página 194

14- Sensação e Percepção

“Os cérebros de pessoas deprimidas são geralmente muito menos ativos que o normal – existem simplesmente
menos coisas acontecendo do que deveriam estar. Isso provavelmente explica a sensação geral de lentidão, letargia
e falta de excitação que essas pessoas sentem. As pessoas com depressão apresentam um padrão de atividade
cerebral semelhante ao de esquizofrênicos de sintoma negativo (retraídos e apáticos, em vez de vistosamente
perturbados). Em ambas as afecções, foi constatado que partes neurais eram dramaticamente subativas.” Página
196

15- Sensação e Percepção

“Outras áreas mortas em pessoas deprimidas incluem partes dos lobos parietais e temporais superiores associados a
àquilo que está acontecendo no mundo exterior. Isso sugere que o cérebro deprimido está voltado para dentro,
sintonizado com seus próprios pensamentos e não com aquilo que está acontecendo ao redor dele, o que pode
explicar por que as pessoas deprimidas são menos reativas aos estímulos externos e mais inteiramente absortas em
seus próprios problemas.”

16- Sensação e Percepção

“A partir disso, as áreas sensoriais do cérebro criam uma ideia do que está situado fora, mas não é o produto
acabado do cérebro. O constructo final é investida de significado, os significados que vinculamos (são
geralmente úteis – transformam meros padrões de luz em objetos que podemos usar; pessoas quem podemos
amar; lugares aonde podemos ir. Mas algumas vezes, são enganosos: a poça de água no deserto se revela
uma miragem; o homem com machado no canto escuro, uma simples sombra...” Página 208
17- Habilidades Visuoconstrutivas
“Os estudos de cérebro por técnicas de imagem de um grupo de sinestetas mostraram que, quando eles
ouviram palavras, seu córtex visual se iluminou, adicionalmente à área do cérebro associada com a audição.
As pessoas normais só ativaram a área auditiva. A proximidade da área visual com o córtex auditivo sugere
que, nessas pessoas, a experiência da visão pode ser devida a um efeito secundário indireto – os neurônios
no córtex auditivo excitam seus vizinhos e esses extravasamento cria efeitos visuais.” Página 216
18- Habilidades Visuoconstrutivas

“Nossos cérebros não absorvem informações do meio ambiente e as guardam como uma câmera ou gravador de
fita, para recuperação posterior. Aquilo de que nos lembramos está sendo continuamente modificado por novo
aprendizado, quando as conexões entre as células nervosas nos cérebros são modificadas.” Página 290

19- Memória

“Os segundos idiomas são processados em um setor diferente da área da língua mãe. É por esse motivo que as
pessoas que sofrem lesões bem localizadas por causa de um derrame às vezes perdem sua capacidade de falar sua
língua nativa, retendo ao mesmo tempo a sua capacidade de falar aqueles idiomas que aprenderam quando
adultos.” Página 312

20- Linguagem

”O cérebro humano guarda milhões de impressões, algumas fugazes, outras durante toda a vida. Cada fragmento é
despachado para uma parte diferente da nossa biblioteca interna. Mas, a noite, quando o corpo descansa, esses
fragmentos são tirados para fora, remontados e reprisados.” Página 314

21- Memória

“Essa região do cérebro é o lar da consciência – as terras altas iluminadas onde os produtos das linhas de montagem
subterrâneas do cérebro emergem para um exame minucioso. O autoconhecimento nasce aqui, e as emoções são
transformadas, neste lugar, de sistemas de sobrevivência física em sentimentos subjetivos.” Página 354

22- Sensação e Percepção

“Quando se pede a uma pessoa com compulsão de lavar as mãos para que se imagine em algum lugar
imundo, seu núcleo caudado e córtex frontal orbital disparam continuamente feito loucos. Uma área no meio
do cérebro – o córtex cingulado – também responde intensamente. Essa é a parte do cérebro que registra
emoção consciente, e seu envolvimento demonstra o desconforto emocional gerado pelo TOC.” Página 116
23- Memória

Fonte: CARTER, Rita. O livro de ouro da mente. Rio de Janeiro: Ediouro. 2003.

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