Você está na página 1de 106

ii

Apostila de Parasitologia: Desvendando o Mundo Pequenino dos Parasitas -


Uma Aventura Microscópica

Desenvolvida por: Beatriz Pereira Gonçalves

Curso: Biomedicina

Instituição: Universidade de Santo Amaro – UNISA

Período: 5º semestre/ Noturno

iii
BEATRIIZ PEREIRA GONÇALVES

DESVENDANDO O MUNDO PEQUENINO DOS PARASITAS - UMA AVENTURA


MICROSCÓPICA

SÃO PAULO
2023

iv
SUMÁRIO

1 CONCEITOS BÁSICOS......................................................................................
1.1 PARASITISMO.................................................................................................
1.2 PARASITA E HOSPEDEIRO............................................................................
1.3 MECANISMOS DE INFECÇÃO........................................................................
1.4 TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO........................................................................
1.5 EXAME COPROPARASITOLÓGICO...............................................................
2 COLETA DE MATERIAL FECAL........................................................................
2.1 FASE PRÉ-ANALÍTICA.....................................................................................
2.2 FASE ANALÍTICA.............................................................................................
2.3 FASE PÓS-ANALÍTICA....................................................................................
3 EXAME MACROSCÓPICO DE FEZES...............................................................
3.1 O QUE ANALISAR NA AMOSTRA...................................................................
3.2 MÉTODOS QUALITATIVOS.............................................................................
3.3 MÉTODOS QUANTITATIVOS..........................................................................
4 ANÁLISES DIGESTÓRIAS MICROSCÓPICAS..................................................
4.1 ORIENTAÇÕES AO PACIENTE.......................................................................
4.2 AFTRIPF (ANÁLISE FUNCIONAL DE TRIPA):................................................
4.3 SGOCULTF (SANGUE OCULTO NAS FEZES):..............................................
4.4 GORDUX (PESQUISA DE GORDURA NAS FEZES):.....................................
4.5 MÉTODOS PAROVS (PESQUISA DE PARASITAS NAS FEZES):.................
4.6 PESQUISA DE SNGUE OCULTO NAS FEZES...............................................
5 AUTOMAÇÃO EM PARASITOLOGIA................................................................
5.1 SISTEMA PICKCELLS......................................................................................
5.2 SISTEMA MAIA................................................................................................
5.3 DAPI (UNICAMP)..............................................................................................
6 TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO..........................................................................
6.1 TÉCNICA DE LUTZ/HOFFMAN, PONS E JANER...........................................
6.2 TÉCNICA DE RITCHIE:....................................................................................
6.3 TÉCNICA DE FAUST........................................................................................
6.4 TÉCNICA DE WILLIS........................................................................................
6.5 TÉCNICA DE SHEATHER................................................................................
6.6 TÉCNICA DE RUGAI........................................................................................
v
6.7 TÉCNICA DE KATO-KATZ...............................................................................
7 IDENTIFICAÇÃO DE HELMINTOS.....................................................................
7.1 ESQUISTOSSOMOSE (SCHISTOSOMA MANSONI)......................................
7.2 TENÍASE (TAENIA SP.)....................................................................................
7.3 CISTICERCOSE (TAENIA SP.)........................................................................
7.4 MÉTODOS DE PREVENÇÃO..........................................................................
8 IDENTIFICAÇÃO DE NEMATÓDEOS INTESTINAIS.........................................
8.1 ASCARIDÍASE (ASCARIS LUMBRICOIDES)...................................................
8.2 TRICURÍASE (TRICHURIS TRICHIURIA)........................................................
8.3 ANCILOSTOMÍASE (ANCYLOSTOMA DUODENALE)....................................
8.4 MEDIDAS PREVENTIVAS................................................................................
9 IDENTIFICAÇÃO DE NEMATÓDEOS INTESTINAIS: ENTEROBÍASE E
ESTRONGILOIDÍASE.........................................................................................
9.1 ENTEROBÍASE (ENTEROBIUS VERMICULARIS)..........................................
9.2 ESTRONGILOIDÍASE (STRONGYLOIDES STERCORALIS):.........................
9.3 MEDIDAS PREVENTIVAS................................................................................
10 IDENTIFICAÇÃO DE NEMATÓDEOS SISTÊMICOS.........................................
10.1 TOXOPLASMOSE (TOXOPLASMA GONDII)..................................................
10.2 FILARIOSES (WUCHERERIA BANCROFTI E DIROFILARIA IMMITIS)..........
MEDIDAS PREVENTIVAS.........................................................................................
11 IDENTIFICAÇÃO DE PROTOZOÁRIOS CAVITÁRIOS......................................
11.1 TRICOMONÍASE (TRICHOMONAS VAGINALIS)............................................
11.2 GIARDÍASE (GIARDIA LAMBLIA)....................................................................
11.3 AMEBÍASE (ENTAMOEBA HISTOLYTICA).....................................................
11.4 MEDIDAS DE PREVENÇÃO............................................................................
12 IDENTIFICAÇÃO DE PROTOZOÁRIOS SISTÊMICOS: LEISHMANIOSE E
DOENÇA DE CHAGAS.......................................................................................
12.1 LEISHMANIOSE (LEISHMANIA SP)................................................................
12.2 DOENÇA DE CHAGAS (TRYPANOSOMA CRUZI).........................................
12.3 MEDIDAS DE PREVENÇÃO............................................................................
13 IDENTIFICAÇÃO DE PROTOZOÁRIOS SISTÊMICOS......................................
13.1 MALÁRIA ( GÊNERO PLASMODIUM).............................................................
13.2 MEDIDAS DE PREVENÇÃO............................................................................
14 IDENTIFICAÇÃO DE ECTOPARASITAS...........................................................
14.1 PEDICULOSE...................................................................................................
vi
14.2 ESCABIOSE (SARCOPTES SCABIEI).............................................................
14.3 MIÍASES...........................................................................................................
14.4 MEDIDAS DE PREVENÇÃO............................................................................
15 GABARITO..........................................................................................................
REFERÊNCIAS....................................................................................................... 103

vii
APRESENTAÇÃO:

Seja bem-vindo(a) à nossa apostila de Parasitologia Clínica! Aqui,


embarcaremos em uma jornada fascinante pelo mundo dos parasitas, explorando
suas características, ciclos de vida, métodos de diagnóstico e muito mais. Esta
apostila foi desenvolvida para auxiliá-lo em seu aprendizado, fornecendo
informações precisas e relevantes sobre os principais tópicos da Parasitologia.

A cada capítulo, mergulharemos em um novo aspecto do estudo dos parasitas,


abordando técnicas de análise, métodos de diagnóstico, identificação de parasitoses
e avaliação parasitológica. Com resumos concisos, introduções elucidativas,
questões desafiadoras e uma linguagem acessível, buscamos tornar seu estudo da
Parasitologia mais interessante e envolvente.

A apostila foi elaborada com base em referências científicas atualizadas e seguindo


um rigoroso padrão de qualidade, visando oferecer a você uma fonte confiável de
conhecimento parasitológico. Estamos felizes em poder compartilhar esse material
com você e esperamos que seja uma ferramenta valiosa em sua jornada acadêmica.

Aproveite cada capítulo, mergulhe no mundo microscópico dos parasitas e desbrave


os segredos que eles guardam. Boa leitura e bons estudos!

viii
ix
1 PARASITOLOGIA: DO MICRO AO MACRO, SEM
PARASITAR O ESTUDO!

x
1 CONCEITOS BÁSICOS

1.1 PARASITISMO

O parasitismo é uma relação simbiótica na qual um organismo chamado


parasita vive em associação íntima com outro organismo chamado hospedeiro,
causando algum tipo de prejuízo ao hospedeiro. O parasita depende do hospedeiro
para sua sobrevivência e reprodução, enquanto o hospedeiro pode sofrer diversos
efeitos negativos, desde leves desconfortos até doenças graves.

1.2 PARASITA E HOSPEDEIRO

O parasita é o organismo que se beneficia da relação de parasitismo,


enquanto o hospedeiro é o organismo que abriga o parasita. O parasita pode ser
classificado em três categorias principais:

 Parasitas endoparasitas: Vivem no interior do corpo do hospedeiro, como


vermes intestinais, protozoários ou bactérias.

 Parasitas ectoparasitas: Vivem na superfície externa do corpo do hospedeiro,


como piolhos, carrapatos ou pulgas.
 Parasitas intracelulares: Vivem dentro das células do hospedeiro, como certos
protozoários e os vírus.

Os parasitas podem pertencer a diferentes reinos, incluindo:


 Reino Animalia: Exemplos incluem vermes parasitas, como a Taenia solium
(solitária) e a Ascaris lumbricoides (lombriga).
 Reino Protista: Exemplos incluem protozoários parasitas, como a Plasmodium
spp. (causador da malária) e a Trypanosoma cruzi (causador da doença de
Chagas).
 Reino Fungi: Exemplo inclui o gênero Candida, que pode causar infecções
oportunistas em humanos.
 Reino Monera: Exemplo inclui as bactérias, como o gênero Salmonella
(causadora da salmonelose).

1.3 MECANISMOS DE INFECÇÃO

Os parasitas podem infectar um hospedeiro de várias maneiras, incluindo:


 Transmissão direta: Contato direto entre o parasita e o hospedeiro, como a
infecção por piolhos.
 Transmissão indireta: Via vetores, como mosquitos que transmitem o parasita
da malária.
 Ingestão: Consumo de alimentos ou água contaminados com parasitas, como
a ingestão de ovos de parasitas presentes em alimentos mal-cozidos.

1.4 TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO


Para detectar a presença de parasitas em um hospedeiro, várias técnicas de
diagnóstico podem ser usadas, tais como:
 Exame microscópico: Observação direta de amostras biológicas, como
sangue, fezes ou tecidos, sob um microscópio para identificar os parasitas.
 Testes imunológicos: Utilização de testes sorológicos para detectar a
presença de anticorpos específicos produzidos pelo hospedeiro em resposta
à infecção parasitária. Esses testes podem incluir ensaios de ELISA (Enzyme-
Linked Immunosorbent Assay) ou testes de imunofluorescência.
 Testes moleculares: Utilização de técnicas de amplificação de ácidos
nucleicos, como a reação em cadeia da polimerase (PCR), para detectar o
material genético do parasita em amostras biológicas. Isso permite uma
identificação precisa do parasita.
 Métodos de cultivo: Alguns parasitas podem ser cultivados em laboratório a
partir de amostras coletadas do hospedeiro, permitindo sua identificação e
estudo.
1.5 EXAME COPROPARASITOLÓGICO

Um exame de fezes, também conhecido como exame coproparasitológico, é


um procedimento laboratorial realizado para avaliar amostras de fezes com o
objetivo de detectar a presença de parasitas, micro-organismos patogênicos,
componentes anormais ou alterações características. É uma análise importante para
o diagnóstico de várias doenças gastrointestinais e parasitárias.
A função principal do exame de fezes é fornecer informações sobre a saúde
do trato gastrointestinal e a presença de infecções parasitárias. Ele pode detectar
parasitas intestinais, como vermes, protozoários e ovos de parasitas, além de
identificar bactérias, vírus e outros micro-organismos que possam estar causando
doenças.
O exame de fezes é realizado por meio da coleta de uma amostra de fezes
do paciente, que é então analisada no laboratório. Durante a análise, são
observadas características como consistência, cor, odor, presença de sangue, muco
ou outros elementos anormais. Além disso, são utilizados métodos laboratoriais
específicos, como o exame direto, técnicas de concentração, cultivo de micro-
organismos ou testes imunológicos, dependendo do objetivo do exame.
Com base nos resultados do exame de fezes, o biomédico pode fornecer
informações importantes para auxiliar no diagnóstico, tratamento e monitoramento
de diversas condições clínicas. Ele pode ajudar a identificar infecções parasitárias,
doenças gastrointestinais, doenças transmitidas por alimentos, inflamações
intestinais, entre outras condições que afetam o trato gastrointestinal. Alguns
exemplos de eames coproparasitológicos são:
1. Exame Protozooparasitológico Fecal: Também conhecido como exame de
fezes, esse teste é realizado para detectar a presença de parasitas
intestinais, especialmente protozoários, nas fezes de um indivíduo. O objetivo
é identificar os cistos, oocistos ou formas parasitárias presentes nas fezes. O
procedimento envolve a coleta de uma amostra de fezes em um recipiente
adequado e sua análise em laboratório.
o Métodos de concentração: Para aumentar a sensibilidade do exame,
técnicas de concentração podem ser utilizadas, como a sedimentação
espontânea, sedimentação por centrifugação, flutuação em soluções
específicas ou utilização de meios de cultura seletivos.
o Principais parasitas detectados: Alguns dos protozoários intestinais
comumente detectados incluem Giardia lamblia, Entamoeba
histolytica/dispar, Cryptosporidium spp., entre outros.

2. Coprocultura: A coprocultura é um método utilizado para identificar e isolar


parasitas intestinais presentes nas fezes. A técnica envolve o cultivo das
fezes em um meio de cultura apropriado que permite o desenvolvimento e a
identificação dos parasitas presentes. A coprocultura é especialmente útil
para identificar helmintos (vermes) intestinais, como lombrigas, ancilóstomos
ou oxiúros.

3. Sangue Oculto nas Fezes: O teste de sangue oculto nas fezes é realizado
para detectar a presença de sangue não visível a olho nu nas fezes, o que
pode indicar uma série de condições, incluindo infecções parasitárias, como a
presença de vermes intestinais ou úlceras no trato gastrointestinal. O teste
envolve a coleta de uma amostra de fezes, geralmente em mais de um dia
consecutivo, e sua análise em laboratório.
QUESTÕES OBJETIVAS
1. Qual é a definição de parasitismo?
a) Um tipo de interação em que ambos os organismos são beneficiados.
b) Um tipo de interação em que um organismo se beneficia às custas de outro
organismo vivo.
c) Um tipo de interação em que um organismo mata outro organismo para se
alimentar.
d) Um tipo de interação em que ambos os organismos são prejudicados.

2. Qual é a diferença entre um parasita e um hospedeiro?


a) Parasita é um organismo que causa doenças, enquanto hospedeiro é um
organismo que abriga o parasita.
b) Parasita é um organismo que se alimenta de outros organismos, enquanto
hospedeiro é um organismo que fornece alimento ao parasita.
c) Parasita é um organismo que vive no meio ambiente, enquanto hospedeiro é
um organismo que vive em comunidades.
d) Parasita é um organismo que se reproduz assexuadamente, enquanto
hospedeiro é um organismo que se reproduz sexualmente.

3. Quais são os mecanismos que levam a uma infecção parasitária?


a) Transmissão por vetor, ingestão de alimentos contaminados e contato direto.
b) Transmissão por vetor, exposição à radiação e poluição ambiental.
c) Inalação de esporos, contato com plantas tóxicas e picadas de artrópodes.
d) Ingestão de medicamentos, contato com animais domésticos e exposição
solar excessiva.

4. Qual é a técnica de diagnóstico que utiliza técnicas de amplificação de ácidos


nucleicos para detectar o material genético do parasita em amostras
biológicas?
a) Hemocultura
b) ELISA
c) PCR
d) Sorologia
5. O ciclo de vida de um parasita pode envolver diferentes estágios e formas.
Considerando os ciclos de vida de alguns parasitas, relacione corretamente
as colunas:
a) Ascaris lumbricoides
b) Plasmodium vivax
c) Schistosoma mansoni
d) Trypanosoma cruzi

( ) Esporozoíto, merozoíto, gametócito


( ) Ovo, larva rabditóide, larva filarióide
( ) Cercária, miracidio, ovo
( ) Tripomastigota metacíclico, tripomastigota sanguíneo, amastigota

Assinale a alternativa que indica a sequência correta da coluna da esquerda para a


coluna da direita:
a) II - I - IV - III
b) I - II - III – IV
c) III - IV - I – II
d) IV - III - II – I

6. As protozooses são doenças causadas por protozoários que podem


apresentar diferentes formas de transmissão. Associe corretamente as
doenças protozoárias às suas respectivas formas de transmissão:
I. Doença de Chagas
II. Leishmaniose tegumentar
III. Leishmaniose visceral
IV. Amebíase

( ) Vetor artrópode
( ) Vetor hematófago
( ) Transmissão fecal-oral
( ) Transmissão por contato direto
Assinale a alternativa que indica a sequência correta da coluna da esquerda para a
coluna da direita:
a) II - I - IV – III
b) b) I - III - II – IV
c) c) III - II - IV - I
d) d) IV - II - III – I

7. A técnica de microscopia é amplamente utilizada na identificação de


parasitas. Identifique a afirmativa correta sobre a utilização do microscópio na
parasitologia:
a) A objetiva de menor aumento (objetiva de 4x) é utilizada para a observação
detalhada das estruturas parasitárias.
b) b) O uso do contraste de fase é recomendado para a visualização de
parasitas corados.
c) c) A iluminação transmitida é utilizada para a observação de parasitas em
preparações úmidas.
d) d) A imersão em óleo de imersão é utilizada apenas em preparações secas
para aumentar a resolução.

8. Durante a coleta de material fecal para análise parasitológica, é importante


seguir as orientações corretas para obter resultados confiáveis. Assinale a
alternativa correta sobre a coleta de material fecal:
a) A coleta de material fecal deve ser feita preferencialmente em frascos de
vidro, evitando o uso de frascos plásticos, para garantir a preservação
adequada dos parasitas.
b) Recomenda-se a coleta de pelo menos três amostras de fezes em dias
diferentes, para aumentar as chances de detecção de parasitas intermitentes.
c) O uso de conservantes, como formalina ou MIF, não é necessário para a
coleta de material fecal, uma vez que os parasitas geralmente são viáveis o
suficiente para serem identificados sem a necessidade de preservação.
d) A técnica de anal swab é o método preferencial para a coleta de material
fecal, pois permite a obtenção de amostras mais representativas e a
preservação adequada dos parasitas.
2 COLETA DE MATERIAL FECAL: DESVENDANDO
OS SEGREDOS DAS FEZES
2 COLETA DE MATERIAL FECAL

A coleta de material fecal é um procedimento realizado para obter uma


amostra das fezes de um indivíduo. Essa amostra é posteriormente utilizada em
exames laboratoriais, como o exame de fezes, para análise e diagnóstico de
diversas condições relacionadas ao trato gastrointestinal e parasitoses. A função
principal da coleta de material fecal é obter uma amostra representativa das fezes do
paciente, que contém informações valiosas sobre o estado de saúde do trato
gastrointestinal, a presença de parasitas, micro-organismos patogênicos, sangue
oculto, entre outros elementos relevantes. A coleta adequada do material fecal é
essencial para garantir a qualidade e confiabilidade dos resultados dos exames.
Geralmente, a coleta é realizada em um recipiente limpo e adequado, fornecido pelo
laboratório, que deve ser manuseado corretamente para evitar contaminação
externa.

2.1 FASE PRÉ-ANALÍTICA

 Orientações de coleta: É importante fornecer orientações claras ao paciente


sobre como coletar o material fecal corretamente. Instruções sobre higiene
pessoal, evitar contaminação com urina ou água do vaso sanitário e uso de
frascos adequados devem ser fornecidas.

 Envio de material para o laboratório: O material fecal deve ser coletado em


um frasco de coleta apropriado e devidamente etiquetado com informações
do paciente, como nome, data e horário da coleta. É essencial garantir a
integridade do frasco e evitar vazamentos durante o transporte para o
laboratório.

 Número de amostras: Dependendo do caso clínico e do tipo de parasita


suspeito, podem ser necessárias amostras únicas ou múltiplas. O médico ou
profissional de saúde fornecerá as orientações específicas quanto ao número
de amostras a serem coletadas.
 Conservantes: Em certos casos, é necessário utilizar conservantes para
preservar o material fecal e manter a viabilidade dos parasitas presentes.
Alguns conservantes comuns incluem:
o Formalina: Usada para fixação e preservação de amostras para análise
microscópica de parasitas.
o MIF (Método de Faust): Solução de éter, água e formalina utilizada
para flutuação de ovos de helmintos.
o Schaudinn: Solução salina com glicerina usada para preservação de
trofozoítos de protozoários.
o PVA (Polyvinyl Alcohol): Fixador utilizado para preservação de
amostras para posterior análise microscópica.
 Técnica de anal swab: A técnica de anal swab envolve a coleta de material
fecal diretamente da região anal, geralmente com o uso de um swab estéril.
Esse método pode ser utilizado em situações especiais, como em crianças ou
pacientes incapazes de realizar a coleta adequada das fezes.

2.2 FASE ANALÍTICA

Algumas amostras podem requerer técnicas de análise especiais, como


concentração ou coloração diferencial, para aumentar a sensibilidade na detecção
de parasitas. Os métodos de análise podem variar de acordo com o parasita
suspeito e a técnica de detecção utilizada. O biomédico responsável pela análise do
material fecal deve seguir boas práticas laboratoriais, como uso de equipamentos de
proteção individual, correta manipulação das amostras e técnicas adequadas de
microscopia. A observação microscópica minuciosa é realizada para identificar a
presença de parasitas, ovos, cistos ou trofozoítos. Os métodos diagnósticos podem
incluir:
 Pesquisa direta de parasitos: Realizada por meio de microscopia, busca-se
identificar a presença de formas parasitárias, como ovos, larvas, cistos ou
trofozoítos.
 Métodos de pesquisa de ovos: Envolve a identificação e contagem de ovos de
helmintos nas amostras fecais, geralmente utilizando técnicas de
sedimentação ou flutuação.
 Métodos automatizados: Em laboratórios mais avançados, podem ser
utilizados métodos automatizados para o processamento e análise das
amostras fecais. Esses métodos incluem o uso de equipamentos
especializados que realizam a detecção e contagem de parasitas de forma
mais eficiente e precisa.

2.3 FASE PÓS-ANALÍTICA

Com base nos resultados da análise, o biomédico responsável elabora o


laudo do exame. No caso de detecção de parasitas, é elaborado um laudo positivo,
indicando a presença e a espécie do parasita identificado. Se não forem
encontrados parasitas, o laudo é considerado negativo/ausente. Os laboratórios de
análises clínicas implementam rigorosos controles de qualidade para garantir a
precisão e confiabilidade dos resultados. Isso inclui a participação em programas de
controle externo de qualidade, calibração regular dos equipamentos, adoção de
procedimentos padronizados e avaliação periódica da competência dos profissionais
envolvidos.
É importante ressaltar que a coleta, análise e interpretação corretas das
amostras fecais são fundamentais para um diagnóstico preciso das infecções
parasitárias. Portanto, é essencial seguir as orientações fornecidas pelos
profissionais de saúde e pelos laboratórios para obter resultados confiáveis e
eficazes no diagnóstico e tratamento das infecções parasitárias.
QUESTÕES OBJETIVAS
1. A fase pré-analítica da coleta de material fecal engloba diversas etapas
importantes. Associe corretamente os itens da coluna A com as descrições da
coluna B:

Coluna A
( ) Orientações de coleta
( ) Envio de material para o laboratório
( ) Número de amostras
( ) Frascos de coleta
( ) Conservantes

Coluna B
( ) Instruções para o paciente sobre a coleta adequada do material fecal.
( ) Procedimentos de embalagem, identificação e envio seguro do material
fecal ao laboratório.
( ) Determinação da quantidade de amostras necessárias para análise.
( ) Recipientes adequados para a coleta de material fecal, como frascos
estéreis e com tampa.
( ) Substâncias utilizadas para preservar e manter a integridade do material
fecal durante o transporte e armazenamento.

Assinale a alternativa que indica a sequência correta da coluna A para a coluna B:

a) 1 - 2 - 3 - 4 - 5
b) 2 - 1 - 4 - 3 - 5
c) 1 - 4 - 3 - 5 - 2
d) 2 - 1 - 3 - 4 - 5
2. Durante a fase analítica da análise de amostras fecais, diferentes técnicas
são utilizadas para identificar parasitas. Associe corretamente os métodos
diagnósticos com as descrições correspondentes:

Coluna A
( ) Pesquisa de ovos por microscopia
( ) Técnica de Kato-Katz
( ) Teste de ELISA
( ) Técnica de Baermann-Moraes
( ) Técnica de concentração por sedimentação

Coluna B
( ) Utiliza a sedimentação do material fecal para concentrar e identificar
larvas de helmintos.
( ) Baseia-se na detecção de anticorpos específicos no soro do paciente
para identificar infecções parasitárias.
( ) Utiliza uma lâmina de microscopia com uma grade para contagem e
identificação de ovos de parasitas.
( ) Utiliza uma malha fina para filtrar e concentrar os ovos de parasitas
presentes no material fecal.
( ) Permite a identificação de larvas de Strongyloides stercoralis presentes
no material fecal.

3. Durante a fase pós-analítica da análise de material fecal, é importante


elaborar corretamente o laudo e realizar o controle de qualidade. Assinale a
alternativa correta sobre essa fase:

a) O laudo deve conter apenas informações sobre a presença ou ausência de


parasitas, sem mencionar outras características, como a carga parasitária.
b) Para amostras únicas, é recomendado emitir o laudo como positivo apenas se
houver a presença de pelo menos dois parasitas diferentes.
c) Em amostras múltiplas, é necessário emitir laudos separados para cada
amostra, mesmo que sejam do mesmo paciente e coletadas em dias
consecutivos.
d) O controle de qualidade no laboratório pode ser feito por meio da participação
em programas externos de avaliação, como os ensaios de proficiência.
4. A téCnica de anal swab é uma opção alternativa para a coleta de material
fecal. Assinale a afirmativa correta sobre essa técnica:

a) O anal swab é utilizado apenas em casos de suspeita de infecção por


parasitas intestinais específicos, como Enterobius vermicularis.
b) Essa técnica consiste na coleta de material fecal diretamente do reto do
paciente utilizando um swab estéril.
c) O anal swab é mais adequado para a detecção de parasitas intestinais em
crianças, mas não é recomendado para adultos.
d) A técnica de anal swab não requer orientações específicas de preparo do
paciente antes da coleta.

QUESTÕES DISSERTATIVAS
1. Explique a importância da fase pré-analítica na coleta de material fecal,
destacando as orientações de coleta, o envio do material para o laboratório, o
número de amostras, os frascos de coleta e os conservantes utilizados.
2. Explique a importância da fase analítica na análise de material fecal,
abordando a análise de coletas especiais, os cuidados do biomédico e a
observação microscópica.
3. Explique a importância da fase pós-analítica na análise de material fecal,
abordando a elaboração de laudos positivos, negativos/ausentes, amostra
única e amostras múltiplas. Além disso, discuta os métodos de controle de
qualidade utilizados no laboratório.
4. Explique o papel dos conservantes utilizados na fase pré-analítica da coleta
de material fecal. Mencione os conservantes mais comuns, como formalina,
MIF, Schaudinn e PVA, e discuta suas funções e aplicações.
5. Explique a técnica de anal swab na coleta de material fecal. Descreva o
procedimento correto para a coleta e mencione as situações em que essa
técnica é recomendada.
3 DE OLHO NAS FEZES: UMA INVESTIGAÇÃO
MACROSCÓPICA DE TIRAR O FÔLEGO
3 EXAME MACROSCÓPICO DE FEZES

O exame macroscópico de fezes desempenha um papel importante na


avaliação inicial de amostras fecais, permitindo a observação de características
visíveis a olho nu. Neste capítulo, abordaremos os principais aspectos a serem
observados no exame macroscópico de fezes, incluindo consistência, cor, odor,
presença de sangue e/ou muco, e a detecção de vermes adultos ou partes deles nas
fezes. Além disso, discutiremos os métodos qualitativos de análise de fezes, como
Lutz/Hoffman, Pons e Janer; Ritchie; Faust; Willis; Sheather; Baerman/Rugai e o
exame direto, bem como o método quantitativo de Kato-Katz.

3.1 O QUE ANALISAR NA AMOSTRA

 Consistência: A consistência das fezes pode variar de acordo com a presença


de água, sendo classificada como dura, pastosa, líquida ou aquosa. A
avaliação da consistência das fezes pode fornecer informações sobre a
função intestinal e auxiliar no diagnóstico de condições como diarreia ou
constipação.

 Cor: A cor das fezes pode variar de acordo com a alimentação, presença de
bile, sangue ou outras substâncias. Fezes normais são geralmente marrons
escuros devido à presença de estercobilina. Alterações na cor, como fezes
amarelas, esbranquiçadas, verdes ou pretas, podem indicar problemas de
saúde, como doenças hepáticas, malabsorção ou sangramento
gastrointestinal.

 Odor: O odor das fezes é influenciado pela composição dos alimentos e pela
atividade bacteriana no trato gastrointestinal. Odores anormais, como um
odor fétido persistente ou um odor particularmente doce, podem indicar
problemas de saúde, como infecções intestinais ou má absorção.

 Presença de sangue e/ou muco: A observação de sangue ou muco nas fezes


pode indicar a presença de inflamação, lesões ou infecções no trato
gastrointestinal. A presença de sangue pode variar de discreta, visível apenas
em testes laboratoriais, até macroscopicamente evidente, resultando em
fezes com coloração vermelha ou preta (melena).

 Presença de vermes adultos ou parte deles nas fezes: A detecção de vermes


adultos ou partes deles nas fezes pode indicar uma infecção parasitária. A
identificação macroscópica de vermes, como lombrigas (Ascaris
lumbricoides), solitárias (Taenia spp.), ancilostomídeos (Ancylostoma spp.) ou
outros, pode ser indicativa da necessidade de exames laboratoriais adicionais
para confirmação e identificação precisa.
3.2 MÉTODOS QUALITATIVOS

1. Lutz/Hoffman, Pons e Janer: Método de sedimentação para pesquisa de ovos


de helmintos, como Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e
ancilostomídeos. Utiliza soluções salinas e a técnica de sedimentação para
concentração dos ovos presentes na amostra.

2. Ritchie: Método de flutuação para pesquisa de ovos de helmintos. Utiliza


solução de sulfato de zinco e centrifugação para separar e concentrar os ovos
presentes nas fezes.

3. Faust: Método de sedimentação para pesquisa de cistos e oocistos de


protozoários, como Giardia lamblia e Cryptosporidium spp. Utiliza soluções de
formol e éter para a concentração dos cistos presentes na amostra.

4. Willis: Método de sedimentação para pesquisa de ovos de Schistosoma


mansoni. Utiliza uma solução de água e detergente para romper as fezes,
permitindo a liberação de ovos, que são concentrados por sedimentação.

5. Sheather: Método de flutuação para pesquisa de ovos de helmintos. Utiliza


uma solução de açúcar ou sal e centrifugação para concentrar os ovos
presentes nas fezes.

6. Baerman/Rugai: Método de sedimentação para pesquisa de larvas de


helmintos, como Strongyloides stercoralis. Utiliza uma suspensão de fezes
em água e uma técnica de sedimentação para concentrar as larvas presentes
na amostra.
7. Exame Direto: Método de observação microscópica direta das fezes, sem a
necessidade de técnicas de concentração. Permite a detecção de parasitas
móveis, como Giardia lamblia ou trofozoítos de Entamoeba histolytica.

3.3 MÉTODOS QUANTITATIVOS

O método quantitativo de Kato-Katz é utilizado para estimar a carga de ovos


de helmintos nas fezes. Consiste na preparação de lâminas de microscopia
contendo uma quantidade conhecida de fezes, que são peneiradas e examinadas
sob o microscópio. Os ovos de helmintos são contados e a carga parasitária é
expressa em ovos por grama de fezes (OPG).

QUESTÕES OBJETIVAS

1. No exame macroscópico de fezes, a cor das fezes é influenciada


principalmente por:
a) Presença de sangue.
b) Presença de muco.
c) Composição dos alimentos.
d) Atividade bacteriana no trato gastrointestinal.

2. Qual método de análise de fezes utiliza solução de sulfato de zinco e


centrifugação para concentração de ovos de helmintos?
a) Lutz/Hoffman, Pons e Janer.
b) Ritchie.
c) Faust.
d) Willis.

3. O método de Kato-Katz é utilizado para:


a) Detecção de parasitas móveis.
b) Concentração de cistos e oocistos de protozoários.
c) Detecção de larvas de helmintos.
d) Estimar a carga de ovos de helmintos nas fezes.

4. O método qualitativo de Baerman/Rugai é indicado para pesquisa de:


a) Ovos de Schistosoma mansoni.
b) Cistos e oocistos de protozoários.
c) Larvas de helmintos.
d) Trofozoítos de Entamoeba histolytica.

5. O exame direto de fezes é utilizado para:


a) Concentração de ovos de helmintos.
b) Detecção de larvas de helmintos.
c) Pesquisa de cistos e oocistos de protozoários.
d) Observação microscópica direta de parasitas móveis.
4 ANÁLISE DE FEZES: A SAGA MICROSCÓPICA DE
UM DETETIVE PARASITOLÓGICO
4 ANÁLISES DIGESTÓRIAS MICROSCÓPICAS

O exame coprológico é realizado para identificar e quantificar a presença de


diferentes elementos nas fezes, como parasitas, células intestinais, fibras
alimentares, leucócitos, entre outros. Esse exame auxilia no diagnóstico de diversas
doenças do trato gastrointestinal.

4.1 ORIENTAÇÕES AO PACIENTE

Informe ao paciente sobre a necessidade de coletar uma amostra de fezes


em um recipiente devidamente limpo e identificado.
Oriente-o a evitar a contaminação da amostra com urina ou água do vaso sanitário.
Instrua-o a não misturar as fezes com papel higiênico, absorventes ou outros
materiais.

4.2 AFTRIPF (ANÁLISE FUNCIONAL DE TRIPA):

Objetivo: Avaliar a digestão e absorção de gorduras e proteínas.


Valores de Referência: Os resultados são interpretados por meio da análise
microscópica das fezes, observando a presença e quantidade de células de gordura
(esteatócitos) e fibras musculares (miofibras).

4.3 SGOCULTF (SANGUE OCULTO NAS FEZES):

Objetivo: Detectar a presença de sangue oculto nas fezes, indicando possíveis


lesões no trato gastrointestinal.

Método: Utiliza-se um teste imunocromatográfico que detecta a presença de


hemoglobina humana nas fezes. O resultado é expresso como positivo ou negativo.
4.4 GORDUX (PESQUISA DE GORDURA NAS FEZES):

Orientações: Recomenda-se uma dieta rica em gorduras nas 48 horas que


antecedem a coleta das fezes.
Método de Coleta: As fezes são coletadas durante 3 dias consecutivos, sendo
necessário utilizar um recipiente adequado para evitar a contaminação.
Precauções: Evitar o uso de laxantes ou medicamentos que afetem a motilidade
intestinal durante o período de coleta.
Métodos: A gordura nas fezes é avaliada por meio da técnica de Sudan III ou Sudan
IV, que coram a gordura presente nas fezes, permitindo sua identificação.
Valores de Referência: Os resultados são interpretados qualitativamente,
classificando-se como normal, discreta, moderada ou acentuada a presença de
gordura nas fezes.

4.5 MÉTODOS PAROVS (PESQUISA DE PARASITAS NAS FEZES):

Objetivo: Identificar a presença de parasitas intestinais nas fezes.


Método: Utiliza-se a técnica de sedimentação espontânea, seguida da análise
microscópica das fezes. Diversos parasitas, como protozoários e helmintos, podem
ser identificados.

4.6 PESQUISA DE SNGUE OCULTO NAS FEZES

Objetivo: Identificar a presença de pequenas quantidades de sangue nas fezes, que


podem indicar lesões no trato gastrointestinal, como úlceras ou tumores.
Método: Utiliza-se um teste imunocromatográfico que detecta a presença de
hemoglobina humana nas fezes. O resultado é expresso como positivo ou negativo.
QUESTÕES OBJETIVAS

1. No exame coprológico qualitativo, a presença de esteatócitos nas fezes


indica:
a) Má absorção de proteínas.
b) Infecção por protozoários.
c) Dieta rica em fibras.
d) Má digestão de gorduras.

2. O teste de pesquisa de sangue oculto nas fezes tem como objetivo detectar:
a) Presença de células tumorais nas fezes.
b) Parasitas intestinais.
c) Presença de sangue visível a olho nu.
d) Pequenas quantidades de sangue nas fezes.

3. O método de pesquisa de gordura nas fezes (Gordux) é realizado para


avaliar:
a) Função hepática.
b) Absorção de carboidratos.
c) Capacidade de secreção pancreática.
d) Digestão e absorção de gorduras.

4. Durante a coleta de material fecal para o exame coprológico, o paciente deve


evitar o uso de:
a) Antibióticos.
b) Laxantes.
c) Anti-inflamatórios.
d) Antifúngicos.

5. O método de análise funcional de tripas (Aftripf) é utilizado para avaliar:


a) Presença de parasitas intestinais.
b) Atividade enzimática do intestino delgado.
c) Capacidade de secreção gástrica.
d) Digestão e absorção de proteínas.
6. Na pesquisa de gordura nas fezes, o método de Sudan III ou Sudan IV é
utilizado para:
a) Colorir e identificar a presença de gordura.
b) Quantificar a concentração de gordura nas fezes.
c) Identificar parasitas intestinais.
d) Avaliar a presença de células inflamatórias.

7. O valor de referência do teste de pesquisa de sangue oculto nas fezes é


expresso como:
a) Positivo ou negativo.
b) Concentração em mg/dL.
c) Número de células por campo microscópico.
d) Porcentagem de gordura nas fezes.

8. O exame coprológico quantitativo de Kato-Katz é utilizado para:


a) Identificar a presença de gordura nas fezes.
b) Avaliar a motilidade intestinal.
c) Quantificar a carga de ovos de helmintos nas fezes.
d) Determinar a concentração de células inflamatórias nas fezes.

9. A técnica de sedimentação espontânea é utilizada no exame coprológico


para:
a) Identificar a presença de protozoários.
b) Quantificar a concentração de células epiteliais nas fezes.
c) Avaliar a presença de células inflamatórias.
d) Concentrar ovos de helmintos nas fezes.

10. Durante o exame coprológico, a presença de células inflamatórias nas fezes


pode indicar:
a) Infecção por parasitas intestinais.
b) Doença inflamatória intestinal.
c) Deficiência enzimática pancreática.
d) Desnutrição crônica.
5 PARASITOLOGIA HIGH-TECH: QUANDO OS
PARASITAS ENCONTRAM A ERA DA AUTOMAÇÃO!
5 AUTOMAÇÃO EM PARASITOLOGIA

A automação desempenha um papel fundamental nas análises clínicas


contemporâneas, proporcionando maior eficiência, precisão e rapidez nos processos
laboratoriais. Com a automação, é possível realizar um maior volume de testes,
reduzir erros humanos, padronizar procedimentos e obter resultados mais
confiáveis. Além disso, a automação permite a integração de sistemas,
armazenamento de dados e geração de relatórios, facilitando o gerenciamento e a
interpretação dos resultados.

5.1 SISTEMA PICKCELLS

O sistema PickCells é uma tecnologia de automação utilizada na análise de


amostras parasitológicas, especialmente para a identificação de protozoários e
helmintos. Ele permite a triagem e classificação automática de parasitas presentes
em amostras fecais. O sistema PickCells utiliza algoritmos avançados de inteligência
artificial para identificar e classificar os parasitas com alta precisão, agilizando o
processo de análise e minimizando o trabalho manual dos profissionais.

5.2 SISTEMA MAIA

O sistema MAIA (Morfologia e Análise de Imagem Assistida por


Computador) é uma ferramenta de automação desenvolvida para a detecção e
análise de ovos de helmintos nas amostras fecais. O sistema MAIA é capaz de
detectar e identificar ovos de helmintos como Ascaris lumbricoides, Trichuris
trichiura, Ancylostoma spp., Necator americanus e Strongyloides stercoralis. O
sistema MAIA utiliza técnicas de processamento de imagem e inteligência artificial
para reconhecer e quantificar os ovos de helmintos, aumentando a eficiência e a
precisão dos resultados.
Após a análise automatizada das amostras pelo sistema MAIA, os resultados
são obtidos quantitativamente, expressando a carga parasitária em ovos por grama
de fezes. Esses resultados são úteis para a avaliação da infecção parasitária e o
monitoramento da eficácia do tratamento.

5.3 DAPI (UNICAMP)

O DAPI (Diamidino-2-fenilindol) é um corante utilizado em parasitologia para


a coloração de DNA e RNA presentes nos parasitas. Ele foi desenvolvido pela
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e é amplamente utilizado em
técnicas de microscopia para a identificação e caracterização de parasitas. O DAPI é
um corante fluorescente que se liga ao DNA dos parasitas, permitindo a visualização
e a análise das estruturas nucleares dos mesmos. Sua utilização contribui para a
identificação precisa e detalhada dos parasitas, auxiliando no diagnóstico e na
pesquisa científica.

QUESTÕES OBJETIVAS
1. A automação desempenha um papel fundamental nas análises clínicas
contemporâneas devido a:
a) Redução da precisão e rapidez nos processos laboratoriais.
b) Aumento dos erros humanos.
c) Padronização dos procedimentos.
d) Diminuição da eficiência nos testes.

2. O sistema PickCells é utilizado para:


a) Identificação de protozoários e helmintos em amostras fecais.
b) Quantificação de células sanguíneas.
c) Detecção de anticorpos em soros.
d) Realização de cultura de microrganismos.

3. O sistema MAIA é capaz de detectar e identificar ovos de quais helmintos nas


amostras fecais?
a) Ascaris lumbricoides e Trichuris trichiura.
b) Plasmodium vivax e Trypanosoma cruzi.
c) Taenia solium e Fasciola hepatica.
d) Giardia lamblia e Entamoeba histolytica.

4. A técnica de análise de imagem assistida por computador no sistema MAIA é


utilizada para:
a) Contagem de células brancas no sangue.
b) Detecção de antígenos virais.
c) Identificação de estruturas nucleares nos parasitas.
d) Avaliação da função renal.

5. O DAPI é um corante utilizado em parasitologia para:


a) Coloração de células de sangue periférico.
b) Detecção de anticorpos em soros.
c) Análise de componentes químicos nas fezes.
d) Coloração de DNA e RNA nos parasitas.

6. A automação em análises clínicas tem contribuído para a padronização e


agilidade dos processos laboratoriais. No contexto da parasitologia, qual é a
principal vantagem da automação na detecção de parasitas em amostras fecais?
a) Redução do tempo de análise.
b) Aumento da sensibilidade diagnóstica.
c) Eliminação da necessidade de preparo de amostras.
d) Maior especificidade na identificação parasitária.

7. O sistema de análise automática de imagens MAIA utiliza um método de


quantificação parasitária em amostras fecais. Qual é a unidade mais comumente
utilizada nesse método?
a) Ovos por grama de fezes (OPG).
b) Células por mililitro de sangue.
c) Microrganismos por centímetro cúbico de urina.
d) Anticorpos por mililitro de soro.
8. O sistema PickCells é uma tecnologia de automação utilizada para identificação
de parasitas em amostras fecais. Qual é o principal objetivo desse sistema?
a) Quantificar a carga parasitária nas amostras fecais.
b) Realizar análise morfológica dos parasitas.
c) Identificar a presença de DNA parasitário nas amostras.
d) Classificar automaticamente os diferentes tipos de parasitas.

9. O DAPI é um corante amplamente utilizado na análise de amostras


parasitológicas. Qual é a característica principal do DAPI?
a) Capacidade de corar DNA e RNA.
b) Especificidade na coloração de estruturas celulares.
c) Habilidade de identificar parasitas em amostras fecais.
d) Sensibilidade para detecção de anticorpos específicos.

10. A automação tem proporcionado avanços significativos no diagnóstico de


infecções parasitárias. Um dos benefícios da automação é a capacidade de
processar um maior número de amostras em um curto período. Qual é o nome dado
a essa característica da automação?
a) Alta sensibilidade.
b) Elevada especificidade.
c) Rapidez analítica.
d) Padronização dos resultados.

QUESTÕES DISSERTATIVAS:
1. Explique a importância da automação no campo de análises clínicas
contemporâneo, destacando seus benefícios e impactos nos processos
laboratoriais.
2. Descreva o funcionamento do sistema PickCells na análise de amostras
parasitológicas, incluindo como ocorre a triagem e classificação automática
de parasitas.
3. Explique o funcionamento do sistema MAIA na detecção de ovos de
helmintos nas amostras fecais, mencionando os helmintos que podem ser
detectados e a forma de análise dos resultados.
4. Discorra sobre o método de análise de gordura fecal utilizando o sistema
DAPI desenvolvido pela Unicamp, incluindo sua aplicação e como o corante é
utilizado na identificação e caracterização de parasitas.
6 DESVENDANDO OS SEGREDOS
PARASITOLÓGICOS: TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS
6 TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO

6.1 TÉCNICA DE LUTZ/HOFFMAN, PONS E JANER

Princípio: Concentração de parasitas através da sedimentação espontânea.


Parasitos alvos: Protozoários, como Giardia intestinalis e Entamoeba histolytica.
Fundamento: A técnica consiste em deixar a amostra fecal em repouso em um tubo
cônico, permitindo que os parasitas se sedimentem no fundo.
Substância Enriquecedora: N/A.

Procedimento Operacional Padrão (P.O.P)


1. Coletar uma amostra fecal fresca em um frasco limpo e seco.
2. Transferir uma pequena quantidade da amostra para um tubo cônico.
3. Adicionar água suficiente para preencher cerca de 3/4 do volume do tubo.
4. Misturar suavemente e deixar a amostra em repouso por aproximadamente
30 minutos.
5. Observar a formação de um sedimento no fundo do tubo.
6. Descartar o sobrenadante cuidadosamente, deixando apenas o sedimento.
7. Colocar uma pequena quantidade do sedimento em uma lâmina de vidro e
cobrir com uma lamínula.
8. Examinar microscopicamente em aumento adequado e identificar os parasitas
alvos.

6.2 TÉCNICA DE RITCHIE:

Princípio: Concentração de parasitas através da sedimentação por centrifugação.


Parasitos alvos: Helmintos e protozoários, como Strongyloides stercoralis e
Cryptosporidium spp.
Fundamento: A técnica envolve a centrifugação da amostra fecal em uma solução
específica para separar os parasitas do material fecal.
Substância Enriquecedora: Solução de sulfato de zinco.

Procedimento Operacional Padrão (P.O.P)


1. Coletar uma amostra fecal fresca em um frasco limpo e seco.
2. Transferir uma pequena quantidade da amostra para um tubo de centrífuga.
3. Adicionar uma solução de sulfato de zinco ao tubo e misturar bem.
4. Centrifugar o tubo em alta velocidade por um tempo determinado.
5. Descartar o sobrenadante cuidadosamente, deixando apenas o sedimento.
6. Colocar uma pequena quantidade do sedimento em uma lâmina de vidro e cobrir
com uma lamínula.
7. Examinar microscopicamente em aumento adequado e identificar os parasitas
alvos.
(Observação: Os procedimentos operacionais podem variar de acordo com os
protocolos do laboratório específico.)

6.3 TÉCNICA DE FAUST

Princípio: Concentração de parasitas através da sedimentação e flutuação.


Parasitos alvos: Helmintos e protozoários, como Taenia spp. e Blastocystis spp.
Fundamento: A técnica utiliza uma solução de sulfato de zinco para separar os
parasitas por sedimentação e flutuação.
Substância Enriquecedora: Solução de sulfato de zinco.

ProcedimentoOperacional Padrão (P.O.P)


1. Coletar uma amostra fecal fresca em um frasco limpo e seco.
2. Transferir uma pequena quantidade da amostra para um tubo de centrífuga.
3. Adicionar uma solução de sulfato de zinco ao tubo e misturar bem.
4. Centrifugar o tubo em baixa velocidade por um tempo determinado.
5. Colocar uma tela de nylon ou gaze sobre um funil de vidro e encaixá-lo em um
béquer.
6. Despejar a suspensão fecal no funil, deixando que a solução escorra para o
béquer.
7. Adicionar mais solução de sulfato de zinco ao funil, permitindo que as formas
parasitárias flutuem.
8. Colher o material flutuante com uma espátula ou pipeta e transferir para uma
lâmina de vidro.
9. Cobrir com uma lamínula e examinar microscopicamente em aumento adequado
para identificar os parasitas alvos.

6.4 TÉCNICA DE WILLIS

Princípio: Concentração de ovos de helmintos através da sedimentação


espontânea.
Parasitos alvos: Helmintos, como Ascaris lumbricoides e Trichuris trichiura.
Fundamento: A técnica envolve a sedimentação da amostra fecal para a detecção e
identificação de ovos de helmintos.
Substância Enriquecedora: N/A.

Procedimento Operacional Padrão (P.O.P)


1. Coletar uma amostra fecal fresca em um frasco limpo e seco.
2. Transferir uma pequena quantidade da amostra para um tubo cônico.3.
3. Adicionar água suficiente para preencher cerca de 3/4 do volume do tubo.
4.Misturar suavemente e deixar a amostra em repouso por aproximadamente 24
horas.
5. Observar a formação de um sedimento no fundo do tubo
6. Descartar o sobrenadante cuidadosamente, deixando apenas o sedimento.
7. Colocar uma pequena quantidade do sedimento em uma lâmina de vidro e cobrir
com uma lamínula.
8. Examinar microscopicamente em aumento adequado e identificar os ovos de
helmintos.

6.5 TÉCNICA DE SHEATHER

Princípio: Utilização de solução de Sheather para flutuação de ovos de helmintos.


Parasitos alvos: Helmintos, como Taenia spp. e Fasciola hepatica.
Fundamento: A técnica envolve o uso de uma solução densa (geralmente uma
solução de açúcar) para flutuar os ovos presentes na amostra fecal, permitindo sua
identificação microscópica.
Substância Enriquecedora: Solução de Sheather.

Procedimento Operacional Padrão (P.O.P)


1. Em um tubo de centrífuga, adicione uma pequena quantidade de fezes
homogeneizadas.
2. Adicione a solução de Sheather até atingir a marca indicada no tubo.
3. Agite vigorosamente para misturar as fezes com a solução.
4. Coloque uma peneira de malha fina sobre um recipiente coletor.
5. Despeje a suspensão de fezes e solução de Sheather na peneira.
6. Agite a peneira suavemente para permitir que os parasitos passem pela malha
enquanto as impurezas ficam retidas.
7. Enxágue a peneira com água corrente para remover resíduos.
8. Transfira o líquido coletado para um tubo de centrífuga limpo.
9. Centrifugue a baixa velocidade por alguns minutos.
10. Descarte o sobrenadante com cuidado, deixando apenas o sedimento no tubo.
11. Faça a análise microscópica do sedimento em busca de parasitos.

6.6 TÉCNICA DE RUGAI

Princípio: Utilização de uma armadilha de evaporação para coletar larvas de


nematóides em solo.
Parasitos alvos: Larvas de nematóides presentes no solo.
Fundamento: A técnica envolve a colocação de solo em uma armadilha de
evaporação, onde as larvas de nematóides presentes no solo migram em direção à
fonte de umidade, facilitando sua coleta e identificação.
Substância Enriquecedora: N/A.

Procedimento Operacional Padrão (P.O.P)


1. Em um tubo de centrífuga, adicione uma pequena quantidade de fezes
homogeneizadas.
2. Adicione a solução de Rugai até atingir a marca indicada no tubo.
3. Agite vigorosamente para misturar as fezes com a solução.
4. Coloque uma peneira de malha fina sobre um recipiente coletor.
5. Despeje a suspensão de fezes e solução de Rugai na peneira.
6. Agite a peneira suavemente para permitir que as larvas de Strongyloides
stercoralis passem pela malha enquanto as impurezas ficam retidas.
7. Enxágue a peneira com água corrente para remover resíduos.
8. Transfira o líquido coletado para um tubo de centrífuga limpo.
9. Centrifugue a baixa velocidade por alguns minutos.
10. Descarte o sobrenadante com cuidado, deixando apenas o sedimento no tubo.
11. Faça a análise microscópica do sedimento em busca de larvas de Strongyloides
stercoralis.

6.7 TÉCNICA DE KATO-KATZ

Princípio: Quantificação de ovos de helmintos por exame microscópico.


Parasitos alvos: Helmintos, como Necator americanus e Schistosoma mansoni.
Fundamento: A técnica utiliza uma lâmina de vidro com uma malha fina para filtrar e
contar os ovos presentes na amostra fecal.
Substância Enriquecedora: N/A.

Procedimento Operacional Padrão (P.O.P)


1. Coletar uma amostra fecal fresca em um frasco limpo e seco.
2. Preencher um molde de Kato-Katz com uma quantidade específica de fezes.
3. Colocar uma lâmina de vidro com uma malha fina sobre o molde e pressionar
suavemente para esmagar as fezes.
4. Remover o molde e deixar a lâmina em repouso por um tempo determinado.
5. Examinar microscopicamente a lâmina em aumento adequado e contar os ovos
de helmintos presentes.
6. Registrar a contagem de ovos e calcular a carga parasitária.

Lembrando que os P.O.Ps podem variar de acordo com os protocolos do laboratório


e é importante seguir as instruções específicas de cada técnica para obter
resultados precisos e confiáveis.
QUESTÕES OBJETIVAS

1. A técnica de Lutz/Hoffman, Pons e Janer é utilizada para a detecção de:


a) Ovos de Taenia solium
b) Oocistos de Giardia lamblia
c) Cistos de Entamoeba histolytica
d) Larvas de Strongyloides stercoralis

2. O método de Ritchie é amplamente utilizado na identificação de:


a) Ovos de Ascaris lumbricoides
b) Trofozoítos de Entamoeba histolytica
c) Cistos de Giardia lamblia
d) Larvas de Ancylostoma duodenale

3. A técnica de Faust é especialmente empregada para a pesquisa de:


a) Trofozoítos de Trichomonas vaginalis
b) Oocistos de Cryptosporidium parvum
c) Larvas de Strongyloides stercoralis
d) Ovos de Ascaris lumbricoides

4. A técnica de Willis é utilizada para a detecção de:


a) Ovos de Trichuris trichiura
b) Cistos de Entamoeba histolytica
c) Trofozoítos de Giardia lamblia
d) Larvas de Ancylostoma duodenale

5. O método de Sheather é frequentemente empregado na pesquisa de:


a) Trofozoítos de Entamoeba histolytica
b) Oocistos de Cryptosporidium parvum
c) Larvas de Strongyloides stercoralis
d) Ovos de Ascaris lumbricoides

QUESTÕES DISSERTATIVAS
1. Qual é o princípio da técnica de Kato-Katz para diagnóstico de parasitos?
2. Qual técnica de diagnóstico é utilizada para a detecção de protozoários como
Giardia intestinalis e Entamoeba histolytica?
3. A técnica de Ritchie é empregada para a detecção de quais parasitos?
4. Qual é o princípio da técnica de Willis?
5. A técnica de Faust é utilizada para a detecção de quais parasitos?
PARASITOSES À VISTA: IDENTIFICAÇÃO
PARASITOLÓGICA COMO UM DETETIVE NA
INVESTIGAÇÃO MICROSCÓPICA
7 IDENTIFICAÇÃO DE HELMINTOS

7.1 ESQUISTOSSOMOSE (SCHISTOSOMA MANSONI)

Morfologia: O Schistosoma mansoni é um trematódeo de corpo achatado e


fusiforme, medindo cerca de 7 a 20 mm de comprimento. Possui uma ventosa oral
no extremo anterior e uma ventosa ventral maior no meio do corpo. A coloração
varia de branca a cinza-avermelhada.

Forma evolutiva: No exame parasitológico de fezes, podem ser encontrados os


ovos do Schistosoma mansoni. Os ovos são ovais, medem aproximadamente 100 a
180 µm de comprimento e possuem uma casca fina e transparente. No interior do
ovo, é possível observar uma estrutura em forma de espinho (espinhulação lateral),
característica do Schistosoma mansoni.

Ciclo Biológico: O ciclo da esquistossomose envolve um hospedeiro intermediário,


que são os caramujos do gênero Biomphalaria, e um hospedeiro definitivo, que são
os seres humanos. Os ovos eliminados nas fezes de indivíduos infectados
contaminam a água, onde eclodem e liberam larvas (cercárias). As cercárias
infectam os caramujos, onde se desenvolvem em formas larvais. Após a liberação
das cercárias pelos caramujos, elas penetram na pele humana ao entrar em contato
com água contaminada, completando o ciclo.

Sinais e Sintomas: Os sinais e sintomas da esquistossomose variam de acordo


com a fase da infecção. Na fase aguda, podem ocorrer febre, calafrios, tosse, dor
abdominal, diarreia e erupções cutâneas. Na fase crônica, a doença pode causar
danos ao fígado, intestino, pulmões e outros órgãos, levando a complicações como
cirrose hepática, hipertensão portal e problemas neurológicos.

Métodos de Diagnóstico: O método mais utilizado para o diagnóstico da


esquistossomose é o exame parasitológico de fezes, que permite a detecção dos
ovos do parasito. Outros métodos, como o exame de sangue (imunológico) e a
biópsia de tecidos, também podem ser utilizados em casos específicos.

7.2 TENÍASE (TAENIA SP.)

Morfologia: A Taenia solium é um cestódeo que apresenta um corpo alongado e


segmentado, conhecido como estrobilo. Cada segmento, chamado de proglote, é
plano e possui órgãos reprodutivos. A cabeça, chamada de escólex, possui quatro
ventosas e um rostelo com ganchos.
Formas evolutivas: No exame parasitológico de fezes, podem ser identificados os
ovos ou proglotes do Taenia solium. Os ovos são ovais, medem cerca de 30 a 40
µm de comprimento e possuem uma casca fina e translúcida. As proglotes, quando
presentes nas fezes, podem variar em tamanho e formato, sendo possível observar
estruturas internas, como os órgãos reprodutivos.

Ciclo Biológico: O ciclo da teníase envolve a ingestão de carne crua ou malcozida


contendo cisticercos (larvas) das tênias. No intestino humano, os cisticercos se
desenvolvem em vermes adultos, que liberam proglotes (segmentos) contendo ovos
nas fezes do indivíduo infectado.
Sinais e Sintomas: Os sintomas da teníase podem variar, sendo que muitas vezes
a infecção é assintomática. No entanto, em alguns casos, podem ocorrer náuseas,
dor abdominal, perda de peso e alterações intestinais.

Métodos de Diagnóstico: O diagnóstico da teníase é realizado por meio da


identificação de ovos ou proglotes nas fezes do indivíduo infectado. Nesse
procedimento, amostras de fezes do paciente são coletadas e examinadas
microscopicamente em busca da presença de ovos do parasita. Também é utilizado
o exame seriado, que consiste na coleta de múltiplas amostras de fezes do paciente
em dias consecutivos. Isso ocorre porque a eliminação de ovos pelos parasitas nem
sempre é constante, e a detecção pode variar de um dia para o outro. O exame
seriado aumenta as chances de detecção do parasita.

7.3 CISTICERCOSE (TAENIA SP.)

Morfologia:A forma adulta do Taenia solium é semelhante à mencionada


anteriormente para a teníase. No entanto, na cisticercose, são encontradas as larvas
do parasita, chamadas de cisticercos. Os cisticercos são vesículas ovaladas,
contendo uma cabeça (escólex) invaginada no seu interior.
Formas evolutivas: No exame parasitológico de fezes, podem ser encontrados os
proglotes grávidos do Taenia solium, que contêm os cisticercos. Os proglotes
grávidos são segmentos maduros do parasita, contendo muitos ovos em seu interior.

Ciclo Biológico: O ciclo da cisticercose envolve a ingestão de ovos da Taenia


solium presentes em alimentos contaminados. Os ovos se desenvolvem em larvas
(oncosferas) que invadem a corrente sanguínea e se disseminam por diferentes
tecidos do corpo, formando os cisticercos.
Sinais e Sintomas: Os sintomas da cisticercose dependem da localização dos
cisticercos no corpo. Quando localizados no sistema nervoso central, podem causar
convulsões, dores de cabeça, alterações neurológicas e outros sintomas
relacionados. Quando localizados em outros tecidos, como músculos ou olhos, os
sintomas podem variar.

Métodos de Diagnóstico: O diagnóstico da cisticercose pode ser feito por meio de


exames de imagem, como a tomografia computadorizada (TC) ou a ressonância
magnética (RM), que permitem visualizar os cisticercos nos diferentes tecidos. Além
disso, exames de sangue específicos podem ser utilizados para detectar anticorpos
contra o parasito.
7.4 MÉTODOS DE PREVENÇÃO

A prevenção da esquistossomose envolve evitar o contato com água contaminada,


como rios ou lagos conhecidos por abrigar os caramujos transmissores. Além disso,
o tratamento adequado da água e o saneamento básico são medidas importantes.
Para a prevenção da teníase, é fundamental o cozimento adequado da carne,
especialmente de porco ou boi, eliminando a possibilidade de ingestão de
cisticercos. No caso da cisticercose, a prevenção está associada à boa higiene
pessoal e ao consumo de alimentos devidamente cozidos e higienizados.
8 IDENTIFICAÇÃO DE NEMATÓDEOS INTESTINAIS

8.1 ASCARIDÍASE (ASCARIS LUMBRICOIDES)

Morfologia: O Ascaris lumbricoides apresenta um corpo cilíndrico e liso, com uma


extremidade afilada anterior e uma extremidade truncada posteriormente. A
coloração pode variar de branco a rosa pálido. Os vermes adultos têm uma forma
assemelhada a uma lombriga, com um tamanho de 15 a 30 cm para os machos e 20
a 35 cm para as fêmeas.

Formas evolutivas: No exame parasitológico de fezes, podem ser identificados os


ovos do Ascaris lumbricoides. Os ovos são ovais, medem aproximadamente 60 a 75
µm de comprimento e possuem uma casca externa espessa, marrom-amarelada e
com uma aparência granular.
Ciclo Biológico: O ciclo de vida do Ascaris lumbricoides inicia-se com a ingestão
dos ovos contendo as larvas infectantes. No intestino delgado, as larvas eclodem e
penetram nas paredes intestinais, alcançando a corrente sanguínea e sendo
transportadas para os pulmões. Após atravessarem as vias respiratórias, as larvas
são deglutidas novamente e se desenvolvem em vermes adultos no intestino
delgado.

Sinais e Sintomas: A infecção por Ascaris lumbricoides pode ser assintomática em


casos leves, mas sintomas como dor abdominal, náuseas, vômitos, diarreia e perda
de peso podem ocorrer em infecções mais intensas.

Métodos de Diagnóstico: O diagnóstico da Ascaridíase é geralmente feito por meio


da identificação de ovos nas fezes através de exames de laboratório, como o exame
parasitológico de fezes (EPF) ou o método de sedimentação espontânea.
8.2 TRICURÍASE (TRICHURIS TRICHIURIA)

Morfologia: O Trichuris trichiura possui um corpo delgado e alongado, com uma


extremidade anterior afilada e uma extremidade posterior mais espessa, conhecida
como "whip" (chicote). A cor dos vermes adultos varia de branco a cinza claro. Os
machos têm um comprimento de 3 a 5 cm, enquanto as fêmeas podem atingir de 3,5
a 5 cm.

Formas evolutivas: No exame parasitológico de fezes, podem ser observados os


ovos do Trichuris trichiura. Os ovos são elipsoides, medem aproximadamente 50 a
55 µm de comprimento e têm uma aparência característica, com extremidades
afiladas e uma depressão em uma das extremidades, conhecida como "polar plug"
ou “bandeja”.
Ciclo Biológico: O ciclo de vida do Trichuris trichiura inicia-se com a ingestão de
ovos contendo larvas infectantes. No intestino delgado, as larvas eclodem e migram
para o intestino grosso, onde se desenvolvem em vermes adultos. As fêmeas
adultas se fixam na mucosa intestinal, liberando os ovos que são eliminados nas
fezes.

Sinais e Sintomas: A infecção por Trichuris trichiura pode variar de assintomática a


sintomas gastrointestinais, como diarreia, dor abdominal, cólicas e anemia em casos
mais intensos.

Métodos de Diagnóstico: O diagnóstico da Tricuríase é realizado por meio da


identificação de ovos nas fezes através de exames laboratoriais, como o exame
parasitológico de fezes (EPF) ou o método de sedimentação espontânea.

8.3 ANCILOSTOMÍASE (ANCYLOSTOMA DUODENALE)

Morfologia: O Ancylostoma duodenale tem um corpo cilíndrico, com uma coloração


branca ou cinza. Os machos medem cerca de 5 a 11 mm de comprimento, enquanto
as fêmeas têm um comprimento de 8 a 13 mm. Os vermes possuem uma boca com
duas placas cortantes, que são usadas para se fixar na mucosa intestinal e se
alimentar do sangue do hospedeiro.

Formas evolutivas: No exame parasitológico de fezes, podem ser encontrados


ovos do Ancylostoma duodenale. Os ovos são ovais, medem cerca de 60 a 75 µm
de comprimento e têm uma casca fina, transparente e com uma aparência granular.
Ciclo Biológico: O ciclo de vida do Ancylostoma duodenale inicia-se com a
penetração das larvas infectantes na pele, geralmente através do contato com solo
contaminado. As larvas alcançam a corrente sanguínea e são transportadas para os
pulmões, onde são expectoradas e deglutidas. No intestino delgado, as larvas se
desenvolvem em vermes adultos, que se fixam na mucosa intestinal e se alimentam
do sangue do hospedeiro.
Sinais e Sintomas: A infecção por Ancylostoma duodenale pode causar sintomas
como anemia, fraqueza, fadiga, dor abdominal e diarreia.

Métodos de Diagnóstico: O diagnóstico da Ancilostomíase é geralmente feito pela


identificação de ovos nas fezes através de exames laboratoriais, como o exame
parasitológico de fezes (EPF) ou o método de sedimentação espontânea.

8.4 MEDIDAS PREVENTIVAS

 Boas práticas de higiene pessoal, como lavagem adequada das mãos antes
das refeições e após o uso do banheiro.
 Consumo de água tratada e alimentos bem cozidos.
 Evitar o contato direto com solo contaminado, especialmente em áreas onde
a infecção é comum.
 Uso adequado de calçados em áreas de risco.
9 IDENTIFICAÇÃO DE NEMATÓDEOS INTESTINAIS: ENTEROBÍASE E
ESTRONGILOIDÍASE

9.1 ENTEROBÍASE (ENTEROBIUS VERMICULARIS)

Morfologia: O Enterobius vermicularis, agente causador da enterobíase, é um


nematódeo de tamanho pequeno, medindo cerca de 1 a 1,3 cm de comprimento. O
verme adulto apresenta um corpo fino e afilado, sendo a extremidade posterior
curvada em direção à cabeça. A fêmea possui uma extremidade posterior alongada
e fina, enquanto o macho tem uma extremidade posterior encurvada com uma
estrutura chamada de bursa.

Formas evolutivas: No exame parasitológico de fezes, podem ser encontrados os


ovos do Enterobius vermicularis. Os ovos são ovais, transparentes e possuem
formato assimétrico, com uma das extremidades achatada. Medem
aproximadamente 50 a 60 µm de comprimento.
Ciclo biológico: O ciclo biológico da enterobíase ocorre de forma direta. As fêmeas
grávidas migram para a região perianal durante a noite e depositam os ovos na pele
ao redor do ânus. Após a deposição dos ovos, as fêmeas morrem. Os ovos são
infectantes e podem ser ingeridos através da contaminação das mãos ou de objetos
contaminados. No intestino, as larvas se desenvolvem até a forma adulta.
9.2 ESTRONGILOIDÍASE (STRONGYLOIDES STERCORALIS):

Morfologia: O Strongyloides stercoralis é um nematódeo de tamanho pequeno,


variando de 2 a 3 mm de comprimento. Possui um corpo cilíndrico e afilado nas
extremidades, com uma boca saliente na extremidade anterior e uma cloaca na
extremidade posterior.

Formas evolutivas: No exame parasitológico de fezes, podem ser encontradas as


larvas rabditoides e filarioides do Strongyloides stercoralis. As larvas rabditoides são
larvas imaturas, medindo cerca de 200 a 300 µm de comprimento, com uma forma
delgada e boca aberta. As larvas filarioides são larvas infectantes, medindo cerca de
500 a 600 µm de comprimento, com um formato mais alongado e boca fechada.

Ciclo biológico: O ciclo biológico do Strongyloides stercoralis envolve duas formas


de reprodução: reprodução assexuada (parasitismo interno) e reprodução sexuada
(parasitismo externo). No parasitismo interno, as fêmeas adultas produzem ovos que
se desenvolvem em larvas rabditoides. Essas larvas são eliminadas nas fezes. No
parasitismo externo, as larvas rabditoides podem se desenvolver em larvas
filarioides infectantes no solo. As larvas filarioides infectantes penetram na pele do
hospedeiro, migrando para os pulmões e depois para o intestino, onde se
desenvolvem em vermes adultos.

Sinais e sintomas: Os sinais e sintomas da enterobíase e estrongiloidíase e


incluem prurido anal intenso, especialmente durante a noite, irritabilidade, irritação
da pele, distúrbios do sono, perda de apetite, náuseas, diarreia, dor abdominal e
perda de peso.

Diagnóstico: O diagnóstico das infecções por Enterobius vermicularis e


Strongyloides stercoralis pode ser realizado por meio de exames parasitológicos de
fezes. Técnicas como o exame direto, sedimentação espontânea, método de
Baermann e cultura de fezes podem ser utilizadas para a detecção dos parasitas.

9.3 MEDIDAS PREVENTIVAS

As medidas de prevenção incluem a manutenção de boas práticas de higiene, como


a lavagem adequada das mãos com água e sabão, especialmente após o uso do
banheiro e antes das refeições. Também é importante evitar o contato direto com
fezes contaminadas, não compartilhar objetos de uso pessoal e promover a
educação sobre a higiene pessoal.
10 IDENTIFICAÇÃO DE NEMATÓDEOS SISTÊMICOS

10.1 TOXOPLASMOSE (TOXOPLASMA GONDII)

Morfologia: O Toxoplasma gondii é um protozoário parasita intracelular, não sendo


um nematódeo. Apresenta forma de taquizoítos (forma rápida e proliferativa) e
bradizoítos (forma lenta e quiescente) durante seu ciclo de vida.

Ciclo biológico: O ciclo biológico do Toxoplasma gondii envolve a fase assexuada


e sexuada. Os felinos são os hospedeiros definitivos, onde ocorre a reprodução
sexuada do parasita. Outros animais, incluindo humanos, são hospedeiros
intermediários, infectados principalmente por meio da ingestão de alimentos
contaminados ou contato com fezes de gatos infectados.

Sinais e sintomas: Os sinais e sintomas da toxoplasmose podem variar, desde uma


infecção assintomática até sintomas semelhantes aos da gripe, como febre, dor de
cabeça, dores musculares, fadiga e aumento dos gânglios linfáticos. Em pessoas
com o sistema imunológico enfraquecido, a toxoplasmose pode causar
complicações graves, afetando o cérebro, olhos e outros órgãos.

Diagnóstico: O diagnóstico da toxoplasmose pode ser realizado por meio de testes


sorológicos, como a detecção de anticorpos específicos (IgM e IgG) no sangue.
Além disso, em casos de infecção ativa, é possível realizar a detecção do parasita
por meio de métodos moleculares, como a reação em cadeia da polimerase (PCR).

10.2 FILARIOSES (WUCHERERIA BANCROFTI E DIROFILARIA IMMITIS)

Morfologia: As filarioses são causadas por diferentes espécies de nematódeos


filarídeos, como o Wuchereria bancrofti e Dirofilaria immitis. Esses parasitas
apresentam um corpo alongado e filiforme.

Ciclo biológico: O ciclo biológico das filarioses envolve a transmissão por meio de
mosquitos vetores. As larvas infectantes, chamadas de microfilárias, são
transmitidas para os seres humanos ou animais quando são picados por mosquitos
infectados. No interior do hospedeiro, as larvas se desenvolvem em vermes adultos.

Sinais e sintomas: Os sinais e sintomas das filarioses podem variar dependendo da


espécie de filária envolvida. Eles podem incluir febre, inflamação dos gânglios
linfáticos, dor, inchaço, fadiga e alterações na pele. Em casos graves, as filarioses
podem causar complicações cardíacas, pulmonares ou renais.

Diagnóstico: O diagnóstico das filarioses pode ser realizado por meio de exames
laboratoriais, como a detecção de microfilárias no sangue, utilizando técnicas de
coloração específicas. Além disso, em casos de suspeita de infecção, podem ser
realizados testes sorológicos para a detecção de anticorpos.

MEDIDAS PREVENTIVAS

As medidas de prevenção da toxoplasmose incluem a lavagem adequada de


frutas, legumes e verduras antes do consumo, o cuidado ao manusear carne crua ou
malcozida, evitar o contato com fezes de gatos e manter uma boa higiene pessoal,
como lavar as mãos após manipular alimentos crus ou entrar em contato com terra.
As medidas de prevenção das filarioses incluem o controle dos mosquitos vetores,
por meio do uso de repelentes, roupas protetoras, mosquiteiros e a eliminação de
possíveis criadouros de mosquitos. Em regiões endêmicas, também podem ser
adotadas medidas de tratamento em massa com medicamentos antifilariais.
11 IDENTIFICAÇÃO DE PROTOZOÁRIOS CAVITÁRIOS

11.1 TRICOMONÍASE (TRICHOMONAS VAGINALIS)

Morfologia: O protozoário Trichomonas vaginalis possui forma flagelada,


apresentando um corpo oval ou piriforme, com quatro flagelos anteriores e um
flagelo posterior. Não possui estruturas de locomoção além dos flagelos.

Ciclo biológico: O ciclo de vida do Trichomonas vaginalis ocorre no trato urogenital


humano. O protozoário é transmitido principalmente por contato sexual
desprotegido. Após a infecção, ele se multiplica e coloniza o trato genital, causando
sintomas como corrimento vaginal anormal nas mulheres e uretrite nos homens.

Sinais e sintomas: Os sinais e sintomas da tricomoníase incluem corrimento


vaginal amarelado ou esverdeado nas mulheres, prurido, irritação e dor durante a
relação sexual. Nos homens, pode causar uretrite com secreção peniana.

Diagnóstico: O diagnóstico da tricomoníase é feito por meio de exames


laboratoriais, como a visualização do protozoário em esfregaço vaginal ou uretral, ou
pela detecção de ácido nucleico do parasito por métodos como a reação em cadeia
da polimerase (PCR).
11.2 GIARDÍASE (GIARDIA LAMBLIA)

Morfologia: O protozoário Giardia intestinalis (também conhecido como Giardia


lamblia) possui uma forma flagelada binucleada, apresentando um corpo em forma
de pera. Possui quatro pares de flagelos anteriores e um disco de adesão ventral.

Formas evolutivas: No exame de fezes, a Giardia intestinalis é identificada


principalmente na forma de cistos, que são resistentes e podem sobreviver em
ambientes externos. Os cistos podem ser observados microscopicamente nas fezes.
Ciclo biológico: O ciclo de vida da Giardia intestinalis ocorre no intestino delgado
humano. Os cistos são ingeridos por via oral, geralmente através de água ou
alimentos contaminados. No intestino delgado, os cistos liberam os trofozoítos, que
se fixam à parede intestinal e se reproduzem por fissão binária.
Sinais e sintomas: A giardíase pode causar diarreia crônica ou intermitente,
flatulência, distensão abdominal, dor abdominal e perda de peso. Alguns pacientes
podem ser assintomáticos.

Diagnóstico: O diagnóstico da giardíase é feito por meio da detecção de cistos ou


trofozoítos nas fezes através de exame microscópico. Também podem ser utilizados
métodos de detecção de antígenos ou ácido nucleico da Giardia intestinalis.

11.3 AMEBÍASE (ENTAMOEBA HISTOLYTICA)

Mofologia: O protozoário Entamoeba histolytica possui forma ameboide,


apresentando um núcleo grande e central, com citoplasma granuloso contendo
pseudópodes.

Formas evolutivas: No exame de fezes, a Entamoeba histolytica é identificada


principalmente na forma de cistos, que são resistentes e podem sobreviver em
ambientes externos. Também podem ser encontrados trofozoítos, que são a forma
ativa do parasito.
Ciclo biológico: O ciclo de vida da Entamoeba histolytica ocorre no intestino
humano. Os cistos são ingeridos por via oral, geralmente através de água ou
alimentos contaminados. No intestino, os cistos liberam trofozoítos que se fixam à
parede intestinal e podem causar inflamação e ulceração.

Sinais e sintomas: A amebíase pode ser assintomática em alguns casos, mas


também pode causar diarreia, cólicas abdominais, fezes com sangue ou muco e dor
abdominal intensa. Em casos mais graves, pode ocorrer formação de abscessos
hepáticos.
Diagnóstico: O diagnóstico da amebíase é feito por meio da detecção de cistos ou
trofozoítos nas fezes através de exame microscópico. Também podem ser utilizados
métodos de detecção de antígenos ou ácido nucleico da Entamoeba histolytica.
11.4 MEDIDAS DE PREVENÇÃO

A prevenção da tricomoníase inclui o uso de preservativo nas relações sexuais, a


redução do número de parceiros sexuais e a higiene adequada da região genital. As
medidas de prevenção da giardíase incluem o consumo de água tratada, higiene
adequada das mãos, especialmente antes das refeições, e cuidados na manipulação
e preparo de alimentos. As medidas de prevenção da amebíase incluem o consumo
de água tratada, higiene adequada das mãos, especialmente após o uso do
banheiro, e cuidados na manipulação e preparo de alimentos.
12 IDENTIFICAÇÃO DE PROTOZOÁRIOS SISTÊMICOS: LEISHMANIOSE E
DOENÇA DE CHAGAS

12.1 LEISHMANIOSE (LEISHMANIA SP)

Morfologia: As leishmanioses são causadas por protozoários do gênero


Leishmania, que pertencem à família Trypanosomatidae. Os parasitas apresentam
forma amastigota intracelular, caracterizada por um corpo oval ou arredondado, com
um núcleo grande e um cinetoplasto posicionado anteriormente.

Ciclo biológico: O ciclo de vida das leishmanias ocorre em dois hospedeiros. No


hospedeiro vertebrado (humano ou animal), os parasitas estão presentes nas formas
amastigotas intracelulares, encontradas principalmente em células fagocíticas do
sistema retículo-endotelial, como macrófagos. No vetor, que são mosquitos
flebotomíneos, ocorre a multiplicação do parasito nas formas promastigotas.
Formas evolutivas: No exame de fezes, não são encontradas formas evolutivas
específicas para a identificação das leishmanias. A detecção e o diagnóstico são
realizados por meio de técnicas como a pesquisa direta do parasito em amostras de
tecido (biópsia), imunofluorescência, PCR e sorologia.

Sinais e sintomas: Os sintomas da leishmaniose variam de acordo com o tipo de


infecção. As formas cutâneas manifestam-se com úlceras cutâneas, enquanto as
formas viscerais apresentam sintomas sistêmicos como febre prolongada,
hepatoesplenomegalia, anemia e perda de peso.
Diagnóstico: O diagnóstico das leishmanioses é realizado por meio de diferentes
métodos, como a pesquisa direta do parasito por meio de biópsias de lesões
cutâneas, aspirado de medula óssea ou linfonodos, cultura em meios específicos,
imunofluorescência, PCR e sorologia.

12.2 DOENÇA DE CHAGAS (TRYPANOSOMA CRUZI)

Morfologia: A doença de Chagas é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi,


também pertencente à família Trypanosomatidae. O parasito apresenta forma de
flagelado, com corpo alongado e um único flagelo.

Ciclo biológico: O ciclo de vida do Trypanosoma cruzi também envolve dois


hospedeiros. No hospedeiro vertebrado (humano ou animal), o parasito está
presente nas formas tripomastigotas, encontradas no sangue, tecidos e células
fagocíticas. No vetor, que são os triatomíneos, ocorre a multiplicação e a
transformação do parasito nas formas epimastigotas e metacíclicas.
Formas evolutivas: No exame de fezes, não são encontradas formas evolutivas
específicas para a identificação do Trypanosoma cruzi. O diagnóstico da doença de
Chagas é realizado por meio de técnicas como a pesquisa direta do parasito no
sangue, por métodos como microscopia, PCR e hemocultura, além da sorologia para
detecção de anticorpos.

Sinais e sintomas: A doença de Chagas pode se manifestar em duas fases: aguda


e crônica. Na fase aguda, os sintomas podem incluir febre, mal-estar, inchaço de
gânglios linfáticos, sintomas cardíacos e digestivos. Na fase crônica, podem ocorrer
alterações cardíacas, digestivas e neurológicas.

Diagnóstico: O diagnóstico da doença de Chagas é realizado por meio de


diferentes métodos, como a pesquisa direta do parasito no sangue, a identificação
do parasito em tecidos por meio de biópsias, PCR e sorologia para detecção de
anticorpos.
12.3 MEDIDAS DE PREVENÇÃO

As medidas de prevenção das leishmanioses incluem o controle do vetor, que


envolve a utilização de repelentes, o uso de mosquiteiros impregnados com
inseticida, a eliminação de focos de reprodução do vetor e a proteção individual
contra picadas de insetos. As medidas de prevenção da doença de Chagas incluem
o controle do vetor, que envolve a eliminação de insetos triatomíneos, a melhoria
das condições de moradia, o uso de telas em janelas e portas, o uso de repelentes e
a proteção contra picadas de insetos.
13 IDENTIFICAÇÃO DE PROTOZOÁRIOS SISTÊMICOS

13.1 MALÁRIA ( GÊNERO PLASMODIUM)

Morfologia: A malária é causada pelo protozoário do gênero Plasmodium, sendo os


principais Plasmodium falciparum, Plasmodium vivax, Plasmodium malariae e
Plasmodium ovale. O parasito apresenta forma de esporozoítos, merozoítos,
trofozoítos, gametócitos e oocinetos, dependendo da fase do ciclo de vida.

Ciclo biológico: O ciclo de vida do Plasmodium ocorre em dois hospedeiros: o


mosquito Anopheles, que atua como vetor, e o humano, que é o hospedeiro
definitivo. No mosquito, ocorre a reprodução sexuada e a formação de esporozoítos.
No humano, ocorre a fase assexuada, com a invasão de hepatócitos pelos
esporozoítos e a subsequente liberação de merozoítos na corrente sanguínea,
causando a infecção.
Sinais e sintomas: Os sinais e sintomas da malária incluem febre, calafrios,
sudorese, dor de cabeça, fadiga, dores musculares e articulares, além de outros
sintomas sistêmicos. A gravidade da doença pode variar de acordo com a espécie
do Plasmodium envolvido.

Diagnóstico: O diagnóstico da malária é realizado por meio da identificação dos


parasitos no sangue periférico, por meio de esfregaços sanguíneos corados, testes
rápidos de imunocromatografia e técnicas moleculares, como a PCR.

13.2 MEDIDAS DE PREVENÇÃO

As medidas de prevenção da toxoplasmose incluem a higiene adequada dos


alimentos, evitando o consumo de carne crua ou mal-cozida, lavagem cuidadosa de
frutas, verduras e utensílios, além de evitar a exposição a fezes de gatos e
manipulação de solo contaminado. As medidas de prevenção da malária incluem o
uso de repelentes, mosquiteiros impregnados com inseticida, medicações
profiláticas para áreas endêmicas, drenagem de áreas de água parada e controle de
vetores.
14 IDENTIFICAÇÃO DE ECTOPARASITAS

14.1 PEDICULOSE

Morfologia: Os piolhos são insetos pequenos e sem asas, que se alimentam de


sangue humano. Existem três tipos principais de piolhos: Pediculus humanus capitis
(piolho de cabeça), Pediculus humanus corporis (piolho de corpo) e Phthirus pubis
(chato ou piolho púbico). Os piolhos adultos possuem corpo achatado, patas
adaptadas para se prenderem aos pelos ou cabelos e aparelho bucal adaptado para
perfurar a pele e se alimentar de sangue.

Ciclo de vida: O ciclo de vida dos piolhos inclui os estágios de ovo (lêndeas), ninfa
e adulto. As lêndeas são os ovos aderidos aos fios de cabelo ou pelos. As ninfas são
as formas imaturas dos piolhos, que se desenvolvem a partir das lêndeas. Os
adultos são os piolhos sexualmente maduros.

Sinais e sintomas: Os sintomas da pediculose incluem coceira intensa no couro


cabeludo ou nas áreas afetadas pelo parasito. A presença de lêndeas e piolhos
adultos também é um sinal característico da infestação.
Diagnóstico: O diagnóstico da pediculose é realizado por meio da identificação
direta dos piolhos ou lêndeas nos cabelos ou pelos afetados. O exame cuidadoso do
couro cabeludo, atrás das orelhas e na região pubiana é essencial para a detecção
dos parasitos.

14.2 ESCABIOSE (SARCOPTES SCABIEI)

Morfologia: A escabiose é causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei, que é um


aracnídeo minúsculo. Os ácaros adultos têm cerca de 0,3 mm de comprimento e
possuem cor branca. Possuem oito pernas e um corpo globoso. As fêmeas escavam
túneis na pele para depositar seus ovos, causando intensa coceira e erupções
cutâneas.

Ciclo de vida: O ciclo de vida do Sarcoptes scabiei inclui as fases de ovo, larva,
ninfas e adultos. As fêmeas escavam túneis na camada externa da pele para
depositar seus ovos. As larvas eclodem dos ovos e se desenvolvem em ninfas, que
passam por várias mudas antes de se tornarem adultos.

Sinais e sintomas: Os sinais e sintomas da escabiose incluem intensa coceira,


especialmente à noite, erupções cutâneas, pápulas, vesículas e lesões escamosas.
As lesões podem ocorrer em várias partes do corpo, incluindo entre os dedos,
pulsos, cotovelos, axilas, genitais e áreas de dobras da pele.
Diagnóstico: O diagnóstico da escabiose é baseado na identificação dos ácaros,
seus ovos ou fezes através de exame dermatológico. Em alguns casos, pode ser
necessário realizar raspagens da pele para a detecção dos ácaros.

14.3 MIÍASES

Morfologia: A miíase é a infestação de tecidos vivos por larvas de moscas. As


larvas são encontradas em diferentes estágios de desenvolvimento e têm
características morfológicas específicas dependendo da espécie de mosca
envolvida.

Ciclo de vida: O ciclo de vida das moscas que causam miíases envolve as fases de
ovo, larva, pupa e adulto. As moscas adultas depositam seus ovos em feridas
abertas, úlceras, orifícios naturais ou áreas com acúmulo de matéria orgânica. As
larvas eclodem dos ovos e se desenvolvem em diferentes estágios, alimentando-se
dos tecidos circundantes até atingirem o estágio de pupa, do qual emergem as
moscas adultas.
Sinais e sintomas: Os sinais e sintomas da miíase incluem a presença de larvas
em feridas ou cavidades corporais, além de dor, inflamação e infecção no local da
infestação.

Diagnóstico: O diagnóstico de miíase é baseado na observação direta das larvas


nos tecidos afetados. O exame clínico cuidadoso e a coleta de informações sobre a
exposição a moscas e condições ambientais são importantes para a identificação
correta.

14.4 MEDIDAS DE PREVENÇÃO

As medidas de prevenção da pediculose incluem evitar o compartilhamento


de itens pessoais, como pentes, escovas, chapéus e roupas, além de manter uma
boa higiene pessoal. As medidas de prevenção da escabiose incluem evitar o
contato próximo com pessoas infectadas, evitar o compartilhamento de roupas,
roupas de cama e objetos pessoais, e manter uma boa higiene pessoal. As medidas
de prevenção da miíase incluem manter uma boa higiene pessoal, evitar o contato
com moscas e controlar a infestação de moscas em áreas habitadas.
QUESTÕES OBJETIVAS

1. A esquistossomose é causada pelo parasito Schistosoma mansoni. Sobre esse


parasito, assinale a alternativa correta:
a) É um nematódeo que possui forma adulta no intestino delgado humano.
b) As formas evolutivas do parasito encontradas no exame de fezes são os ovos não
embrionados.
c) O ciclo biológico do Schistosoma mansoni envolve um hospedeiro intermediário e
um hospedeiro definitivo.
d) A principal medida de prevenção da esquistossomose é a vacinação.

2. A teníase é uma parasitose causada pelo parasito Taenia solium. Sobre esse
parasito, marque a opção correta:
a) O ciclo biológico do Taenia solium envolve somente o homem como hospedeiro.
b) A forma evolutiva encontrada no exame de fezes é o cisto larval.
c) Os sinais e sintomas da teníase incluem diarreia crônica e distensão abdominal.
d) O diagnóstico da teníase é realizado por meio da pesquisa de anticorpos no
sangue.

3. A cisticercose é uma infecção causada pela forma larval da Taenia solium. Sobre
essa parasitose, assinale a alternativa correta:
a) O ciclo biológico da Taenia solium envolve somente o homem como hospedeiro
definitivo.
b) A forma evolutiva encontrada no exame de fezes é o ovo embrionado.
c) Os sinais e sintomas da cisticercose podem variar de acordo com a localização
das larvas no organismo.
d) O diagnóstico da cisticercose é realizado por meio da pesquisa de larvas no
sangue periférico.

4. A ascaridíase é uma parasitose causada pelo parasito Ascaris lumbricoides.


Sobre esse parasito, marque a opção correta:
a) A forma evolutiva encontrada no exame de fezes é o cisto larval.
b) O ciclo biológico do Ascaris lumbricoides envolve somente o homem como
hospedeiro.
c) Os sinais e sintomas da ascaridíase podem incluir dor abdominal e obstrução
intestinal.
d) O diagnóstico da ascaridíase é realizado por meio da pesquisa de anticorpos no
sangue.

5. A tricuríase é uma parasitose causada pelo parasito Trichuris trichiura. Sobre esse
parasito, assinale a alternativa correta:
a) A forma evolutiva encontrada no exame de fezes é o ovo embrionado.
b) O ciclo biológico do Trichuris trichiura envolve somente o homem como
hospedeiro definitivo.
c) Os sinais e sintomas da tricuríase podem incluir anemia e diarreia crônica.
d) O diagnóstico da tricuríase é realizado por meio da pesquisa de larvas no sangue
periférico.

6. A ancilostomíase é uma parasitose causada pelos parasitos Ancylostoma


duodenale e Necator americanus. Sobre esses parasitos, marque a opção correta:
a) A forma evolutiva encontrada no exame de fezes é o cisto larval.
b) O ciclo biológico do Ancylostoma duodenale e Necator americanus envolve
somente o homem como hospedeiro.
c) Os sinais e sintomas da ancilostomíase podem incluir anemia e dor abdominal.
d) O diagnóstico da ancilostomíase é realizado por meio da pesquisa de anticorpos
no sangue.

7. A enterobíase é uma parasitose causada pelo parasito Enterobius vermicularis.


Sobre esse parasito, assinale a alternativa correta:
a) A forma evolutiva encontrada no exame de fezes é o ovo não embrionado.
b) O ciclo biológico do Enterobius vermicularis envolve somente o homem como
hospedeiro definitivo.
c) Os sinais e sintomas da enterobíase podem incluir coceira anal e irritabilidade.
d) O diagnóstico da enterobíase é realizado por meio da pesquisa de larvas no
sangue periférico.
8. A esquistossomose, a teníase e a cisticercose são parasitoses causadas por:
a) Nematoides.
b) Protozoários.
c) Cestoides.
d) Trematódeos.

9. O método de análise mais indicado para o diagnóstico de esquistossomose é:


a) Lutz/Hoffman, Pons e Janer.
b) Ritchie.
c) Faust.
d) Baerman/Rugai.

10. O método de análise mais indicado para o diagnóstico de teníase é:


a) Lutz/Hoffman, Pons e Janer.
b) Ritchie.
c) Faust.
d) Kato-Katz.

11. O método de análise mais indicado para o diagnóstico de cisticercose é:


a) Lutz/Hoffman, Pons e Janer.
b) Ritchie.
c) Faust.
d) Willis.

12. A técnica de Baerman/Rugai é utilizada para a detecção de quais parasitos?


a) Ascaris lumbricoides.
b) Giardia intestinalis.
c) Entamoeba histolytica.
d) Strongyloides stercoralis.
13. A técnica de análise de Willis é utilizada para a detecção de quais parasitos?
a) Ascaris lumbricoides.
b) Giardia intestinalis.
c) Entamoeba histolytica.
d) Trichuris trichiura.

14. A técnica de Faust é utilizada para a detecção de quais parasitos?


a) Ascaris lumbricoides.
b) Giardia intestinalis.
c) Entamoeba histolytica.
d) Trichuris trichiura.

15. A técnica de Kato-Katz é utilizada para a detecção de quais parasitos?


a) Ascaris lumbricoides.
b) Giardia intestinalis.
c) Entamoeba histolytica.
d) Trichuris trichiura.

16. A técnica de Ritchie é utilizada para a detecção de quais parasitos?


a) Ascaris lumbricoides.
b) Giardia intestinalis.
c) Entamoeba histolytica.
d) Strongyloides stercoralis.

17. A técnica de Lutz/Hoffman, Pons e Janer é utilizada para a detecção de quais


parasitos?
a) Ascaris lumbricoides.
b) Giardia intestinalis.
c) Entamoeba histolytica.
d) Schistosoma mansoni.
18. A técnica de exame direto é utilizada para a detecção de quais parasitos?
a) Ascaris lumbricoides.
b) Giardia intestinalis.
c) Entamoeba histolytica.
d) Strongyloides stercoralis.

19. A técnica de Sheather é utilizada para a detecção de quais parasitos?


a) Ascaris lumbricoides.
b) Giardia intestinalis.
c) Entamoeba histolytica.
d) Trichuris trichiura.

20. A técnica de Rugai é utilizada para a detecção de quais parasitos?


a) Ascaris lumbricoides.
b) Giardia intestinalis.
c) Entamoeba histolytica.
d) Strongyloides stercoralis.
GABARITO
15 GABARITO

Capítulo 1
1. B 5. B) I - II - III – IV
2. A 6. C
3. A 7. B
4. C
Capítulo 2
1. B) 2 - 1 - 4 - 3 – 5
2. 2 - 1 - 4 - 3 – 5
3. D
4. B
Dissertativas
1. A fase pré-analítica na coleta de material fecal é crucial para garantir a
qualidade e confiabilidade dos resultados laboratoriais. Durante essa fase, as
orientações de coleta devem ser fornecidas ao paciente, instruindo-o sobre a
forma correta de coletar as fezes e evitar contaminações. O envio adequado
do material fecal para o laboratório é essencial, com a correta identificação e
embalagem para evitar vazamentos e danos durante o transporte. O número
de amostras a serem coletadas deve ser determinado com base na suspeita
clínica e nos requisitos do exame solicitado. Os frascos de coleta devem ser
estéreis e devidamente rotulados. Além disso, em certos casos, a utilização
de conservantes, como formalina, MIF, Schaudinn e PVA, pode ser
necessária para preservar a integridade dos parasitas durante o transporte e
armazenamento das amostras.

2. A fase analítica desempenha um papel fundamental na análise de material


fecal, pois é nessa etapa que ocorre a identificação e análise dos parasitas
presentes na amostra. Durante essa fase, é importante realizar a análise de
coletas especiais, que são amostras que requerem técnicas específicas de
processamento, como a pesquisa de sangue oculto ou a análise de material
fecal de pacientes com diarreia crônica. Cada tipo de coleta especial possui
suas particularidades e requer cuidados adicionais durante a análise. Além
disso, é essencial que o biomédico siga rigorosamente os protocolos de
biossegurança, utilizando equipamentos de proteção individual adequados,
como luvas, avental e óculos de proteção, para evitar contaminação e garantir
sua própria segurança. A manipulação correta das amostras fecais e o uso
adequado dos reagentes são aspectos essenciais para obter resultados
confiáveis. A observação microscópica é uma etapa crucial na fase analítica,
permitindo a visualização dos parasitas presentes na amostra fecal. Durante a
observação microscópica, o biomédico deve estar familiarizado com as
características morfológicas dos diferentes parasitas, como ovos, cistos,
larvas ou formas adultas, para realizar a identificação correta. É importante
realizar a análise com atenção aos detalhes, utilizando a ampliação adequada
e observando diferentes campos microscópicos para aumentar as chances de
detecção de parasitas.

3. A fase pós-analítica é de extrema importância na análise de material fecal,


pois envolve a interpretação dos resultados obtidos e a emissão de laudos
precisos. Durante essa fase, é necessário elaborar corretamente os laudos
positivos, negativos/ausentes, amostra única e amostras múltiplas.
Nos laudos positivos, é essencial relatar a presença de parasitas
identificados, fornecendo informações detalhadas sobre as espécies
encontradas, se possível. Nos laudos negativos/ausentes, é importante
mencionar a ausência de parasitas identificados na amostra analisada,
ressaltando a importância de considerar outros fatores clínicos relevantes.
Para amostras únicas, a emissão do laudo como positivo requer a presença
de pelo menos um parasita identificado. No entanto, é importante lembrar que
a ausência de parasitas identificados em uma única amostra não exclui a
possibilidade de infecção, especialmente em casos de parasitas com ciclos
de eliminação intermitentes.
Em amostras múltiplas, é necessário emitir laudos separados para cada
amostra coletada, mesmo que sejam do mesmo paciente e coletadas em dias
consecutivos. Isso permite avaliar possíveis variações na presença ou
ausência de parasitas ao longo do tempo, fornecendo informações mais
precisas sobre a infecção. Quanto aos métodos de controle de qualidade, no
laboratório, eles desempenham um papel crucial na garantia da precisão e
confiabilidade dos resultados. Entre os métodos utilizados estão a
participação em programas externos de avaliação, como os ensaios de
proficiência, que permitem comparar os resultados obtidos pelo laboratório
com os de outros laboratórios. Além disso, a realização de controles internos,
como o uso de amostras controle positivas e negativas, verificações regulares
do funcionamento do equipamento e monitoramento da competência técnica
dos profissionais, contribui para o controle de qualidade.

4. Os conservantes desempenham um papel importante na fase pré-analítica da


coleta de material fecal, pois ajudam a preservar a integridade dos parasitas
presentes na amostra, evitando sua deterioração e mantendo suas
características morfológicas para posterior análise. A formalina é um
conservante amplamente utilizado devido à sua capacidade de fixação e
preservação dos parasitas. Ela atua no endurecimento das estruturas
parasitárias, como ovos e cistos, evitando sua ruptura durante o
processamento e transporte da amostra. O MIF (Método de Faust) é um
conservante que tem como função preservar as características morfológicas
dos parasitas, principalmente os protozoários. Ele é especialmente indicado
para a pesquisa de parasitas intestinais, como Giardia lamblia e Entamoeba
histolytica, pois mantém a viabilidade e morfologia desses organismos. O
conservante de Schaudinn é utilizado para preservar a integridade dos
parasitas flagelados, como Trichomonas vaginalis. O PVA (Polyvinyl Alcohol)
é um conservante utilizado principalmente para a pesquisa de helmintos,
como ovos de vermes. Ele forma uma matriz gelatinosa em torno dos
parasitas, impedindo sua desintegração e preservando sua estrutura durante
o transporte e armazenamento.

5. A técnica de anal swab é uma alternativa utilizada na coleta de material fecal,


principalmente em casos específicos. Essa técnica consiste na coleta de
amostras diretamente do reto do paciente, utilizando um swab estéril. O
procedimento correto para a coleta de anal swab envolve a introdução
cuidadosa do swab estéril no canal anal, até uma profundidade suficiente
para garantir a obtenção de material fecal. Em seguida, o swab deve ser
retirado, evitando o contato com outras áreas do corpo. A amostra coletada
no swab deve ser transferida para um recipiente adequado, como um frasco
de coleta, e devidamente identificada.

Capítulo 3
1. C
2. B
3. D
4. C
5. D

Capítulo 4 6. A
1. D 7. A
2. D 8. C
3. D 9. D
4. B 10. B
5. D

Capítulo 5
1. C 6. B
2. A 7. A
3. A 8. D
4. C 9. A
5. D 10. C

Questões dissertativas
1. A automação é de extrema importância no campo de análises clínicas
contemporâneo, uma vez que proporciona maior eficiência, precisão e rapidez
nos processos laboratoriais. Com a automação, é possível padronizar os
procedimentos, reduzir erros humanos, processar um maior volume de testes
e obter resultados mais confiáveis. Além disso, a automação permite a
integração de sistemas, armazenamento de dados e geração de relatórios,
facilitando o gerenciamento e a interpretação dos resultados.
2. O sistema PickCells é uma tecnologia de automação utilizada na análise de
amostras parasitológicas. Ele funciona através da triagem e classificação
automática de parasitas presentes em amostras fecais. O sistema utiliza
algoritmos avançados de inteligência artificial para identificar e classificar os
parasitas com alta precisão, agilizando o processo de análise e minimizando
o trabalho manual dos profissionais.
3. O sistema MAIA é capaz de detectar e identificar ovos de helmintos como
Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Ancylostoma spp., Necator
americanus e Strongyloides stercoralis. Ele utiliza técnicas de processamento
de imagem e inteligência artificial para reconhecer e quantificar os ovos de
helmintos presentes nas amostras fecais. Os resultados são obtidos
quantitativamente, expressando a carga parasitária em ovos por grama de
fezes, o que permite avaliar a infecção parasitária e monitorar a eficácia do
tratamento.
4. O método de análise de gordura fecal utilizando o sistema DAPI
desenvolvido pela Unicamp consiste na coloração do DNA e RNA presentes
nos parasitas. O DAPI é um corante fluorescente que se liga ao material
genético, permitindo a visualização e a análise das estruturas nucleares dos
parasitas. Esse método é utilizado para detectar e quantificar a presença de
gordura nas fezes, auxiliando no diagnóstico de distúrbios digestivos e
absorção inadequada de nutrientes.

Capítulo 6
1. D
2. C
3. B
4. A
5. A
Questões dissertativas
1. Contagem de ovos de helmintos por exame microscópico.
2. Técnica de Lutz/Hoffman, Pons e Janer.
3. Helmintos, como Strongyloides stercoralis.
4. Detecção de protozoários através da sedimentação espontânea.
5. Helmintos, como Taenia spp.

Capítulo 7
1. C 12. D
2. B 13. B
3. C 14. C
4. C 15. A
5. A 16. B
6. C 17. D
7. A 18. C
8. D 19. B
9. A 20. D
10. D
11. D
REFERÊNCIAS
1.V Kumar, Abbas Abbas, Aster JC. Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das
Doenças. Elsevier Editora Ltda; 2015.

2.David Pereira Neves. Parasitologia humana. São Paulo: Atheneu; 2012.

3.Federal Fluminense U. Atlas Virtual de Parasitologia [Internet]. Atlas Virtual de


Parasitologia. 2010. Available from: http://atlasparasitologia.sites.uff.br/

4.Hussain Ahmed S. Schistosomiasis (Bilharzia): Background, Pathophysiology, Etiology


[Internet]. Medscape.com. 2019. Available from:
https://emedicine.medscape.com/article/228392-overview

5.Tengsupakul S. Taenia Infection: Background, Pathophysiology, Epidemiology. eMedicine


[Internet]. 2019 Nov 10; Available from: https://emedicine.medscape.com/article/999727-
overview

6.J Zafar M. Neurocysticercosis: Practice Essentials, Background, Pathophysiology.


eMedicine [Internet]. 2019 Dec 11; Available from:
https://emedicine.medscape.com/article/1168656-overview

7.Mahmood Bokhari A. Ascariasis: Background, Pathophysiology, Epidemiology [Internet].


Medscape.com. 2019. Available from: https://emedicine.medscape.com/article/212510-
overview

8.Donkor K. Trichuris Trichiura (Whipworm) Infection (Trichuriasis): Background,


Pathophysiology, Epidemiology. eMedicine [Internet]. 2019 Nov 9; Available from:
https://emedicine.medscape.com/article/788570-overview

9.Scott Smith D. Hookworm Disease: Background, Pathophysiology, Etiology [Internet].


Medscape.com. 2019. Available from: https://emedicine.medscape.com/article/218805-
overview

10.Huh S. Pinworm (Enterobiasis): Background, Pathophysiology and Etiology,


Epidemiology. eMedicine [Internet]. 2019 Nov 11; Available from:
https://emedicine.medscape.com/article/225652-overview
11.Haran Chandrasekar P. Strongyloidiasis: Background, Pathophysiology, Etiology
[Internet]. Medscape.com. 2019. Available from:
https://emedicine.medscape.com/article/229312-overview

12.Hökelek M. Toxoplasmosis: Background, Etiology and Pathophysiology, Epidemiology.


eMedicine [Internet]. 2019 Nov 11; Available from:
https://emedicine.medscape.com/article/229969-overview

13.Stuart Bronze M. Filariasis: Practice Essentials, Background, Pathophysiology [Internet].


Medscape.com. 2019. Available from: https://emedicine.medscape.com/article/217776-
overview

14.Scott Smith D. Trichomoniasis: Background, Pathophysiology, Etiology [Internet].


Medscape.com. 2019. Available from: https://emedicine.medscape.com/article/230617-
overview

15.Nazer H. Giardiasis: Background, Pathophysiology, Etiology [Internet]. Medscape.com.


2019. Available from: https://emedicine.medscape.com/article/176718-overview

16.K Dhawan V. Amebiasis: Background, Pathophysiology, Etiology [Internet].


Medscape.com. 2019. Available from: https://emedicine.medscape.com/article/212029-
overview

17.G Stark C. Leishmaniasis: Practice Essentials, Background, Pathophysiology. eMedicine


[Internet]. 2020 Feb 18; Available from: https://emedicine.medscape.com/article/220298-
overview

18.V Kirchhoff L. Chagas Disease (American Trypanosomiasis): Background,


Pathophysiology, Epidemiology [Internet]. Medscape.com. 2019. Available from:
https://emedicine.medscape.com/article/214581-overview

19.N Bennett W. Malaria: Practice Essentials, Background, Etiology [Internet].


Medscape.com. 2019. Available from: https://emedicine.medscape.com/article/221134-
overview

20.Scott Smith D. Lice Organism-Specific Therapy: Therapeutic Regimens for Head, Body,
and Pubic Lice. eMedicine [Internet]. 2023 Feb 10 [cited 2023 Jun 9]; Available from:
https://emedicine.medscape.com/article/2012115-overview

21.C C Guenther L. Pediculosis and Pthiriasis (Lice Infestation): Background,


Pathophysiology, Etiology. eMedicine [Internet]. 2022 Jan 20; Available from:
https://emedicine.medscape.com/article/225013-overview

22.Lisa Kauffman C. Scabies: Practice Essentials, Background, Pathophysiology. eMedicine


[Internet]. 2020 Oct 13; Available from: https://emedicine.medscape.com/article/1109204-
overview

23.B Blechman A. Myiasis: Background, Pathophysiology, Etiology [Internet].


Medscape.com. 2019. Available from: https://emedicine.medscape.com/article/1491170-
overview

Você também pode gostar