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Cap.

13 – Renascimento

Iniciou-se na Itália, visando retorno dos ideais greco-romanos (humanismo).

Arquitetura: bizantino (octogonal), românico (organizados, mas fechados),


gótico (vertical, espaços imensos e entrada da luz do Sol). No renascimento,
buscou-se criar espaços compreensíveis de todos os ângulos visuais, resultado
de uma justa proporção entre todas as partes do edifício a partir do
planejamento matemático. Busca de ordem e disciplina que superassem o ideal
de infinitude do espaço das catedrais góticas.

Santa Maria del Fiore: Inicialmente em espaço octogonal, aberto por conta da
ausência de cúpula, que foi construída a partir de um concurso, no qual Filippo
Brunelleschi venceu, inspirado no panteão, finalizando a obra em 1436.

Pintura: interpretação racional do mundo, com perspectiva, princípios


matemáticos e geométricos e contraste entre claro e escuro (áreas iluminadas
e com sombra, volume dos corpos). Perspectiva + claro-escuro = imitação mais
próxima da realidade. Valorização do estilo pessoal (artista como criador
individual e autônomo, expressando sentimentos e ideias em suas obras,
combinando elementos da linguagem artística com o domínio de técnicas para
a execução).

Pintores se preocupam em dar humanidade ao corpo e à expressões de


personagens sagradas e um ser humano não apenas como um observador do
mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como expressão mais
grandiosa do que o próprio Deus (mundo como realidade compreendida
racionalmente).

Perspectiva: aplicação de leis matemáticas para profundidade. Ponto de fuga


(diferentes posições de espaço e tamanhos proporcionais, dando sensação de
profundidade)
Pintores Renascentistas:

Masaccio: convencer o observador que a cena retratada é real (humanidade no


corpo e em expressões) e afresco com perspectiva (A Santíssima Trindade
com a Virgem, S. João e doadores).

Fra Angelico: pintura impregnada de sentido místico. Ser humano não


demonstra angústia, mas serenidade, por estar submisso à vontade de Deus.
Dimensão religiosa persiste no tema e no modo como os personagens são
pintados. Ex. Maria e o Anjo em planos diferentes e muito grandes em relação
à construção (dimensão além da realidade).

Paolo Uccello: fantasias medievais, recriar mundo mítico de um passado


remoto. Fotografia de um instante, claro-escuro e corpos volumosos.

Piero dela Francesca: cenas em composição geométrica (estruturas poligonais)


e estáticas, não se empenha em transmitir emoções. N. Senhora com o menino
e os santos: ovo de avestruz (segundo a lenda, fecundado com raio de sol,
assim como Maria e o Espírito Santo).

Sandro Botticelli: ritmo suave e gracioso, elementos greco-romanos e cristãos,


por exprimir seu ideal de beleza.

Leonardo da Vinci: pesquisa e trabalho em vários campos. Criou figuras


humanas mais naturais e próximas da realidade.

Monalisa: pele contrasta com roupas escuras, profundidade obtida pelo


sfumato (graduação da nitidez), trazendo mais destaque à figura da mulher.

A Última Ceia: ponto de fuga, profundidade. Sem auréolas. Movimento pela


curiosidade de quem seria o traidor de Cristo. Mistério: Maria Madalena ou
João ao lado de Jesus? Faca de Pedro que ameaça Maria? Judas coberto por
uma sombra?

Virgem dos Rochedos: jogo de luz e sombra, atmosfera que estimula a


imaginação. Fundo com figuras iluminadas. Pirâmide, com vértice em Maria.
Luz incide sobre seu rosto, contrastando com pedras escuras. Menino Jesus:
iluminado, S. João Batista o adora, Maria com mão em sua cabeça e o anjo o
apoiando. Luz que brilha muito além da escuridão dá um ar de profundidade.

Michelangelo – Capela Sistina

Sanzio – harmonia e regularidade de formas e cores, clareza e simplicidade.

Bosch – delírios/sonhos, conflito humano

Bruegel – Realidade de pequenas aldeias


Cap. 14 – Arte Barroca

Contexto: Contrarreforma, normas para a arte nas igrejas (provocar emoção e


induzir fiéis à fé).

Significado: “pérola de forma irregular”. Inicialmente tinha sentido depreciativo,


considerado exagerado, extravagante.

Substituiu a ordem e o equilíbrio expressos no Renascimento por


dramaticidade e desequilíbrio.

Antecedente: Michelangelo - abandono de princípios renascentistas em “O


juízo final”, onde coloca cores de desespero, dor, punição e severidade da
condenação. É a cena de um Cristo que condena seus fiéis utilizando sua
justiça. Jesus está no centro, virado para os condenados de mão levantada. Já
Maria está à direita de Jesus observando os salvos. Também manifestou um
novo estilo no projeto da cúpula da basílica de S. Pedro, que foi alterado em
alguns aspectos após Giacomo assumi-lo depois da morte de Michelangelo,
tornando ela quase barroca.

Características da pintura barroca: disposição das figuras em diagonal, claro-


escuro (intensifica sentimentos). Predomínio da religiosidade, mas cotidiano do
povo e da nobreza também são retratados.

Principais pintores:

Tintoretto – expoente do maneirismo (corpos alongados e distorcidos, jogo de


luz artificial). Temas religiosos, mitológicos e retratos, mas sempre com o corpo
mais expressivo do que o rosto das figuras e grande intensidade de luz e cor.
Para ele, os quadros deveriam ser inicialmente vistos como um conjunto e
depois seus detalhes deveriam ser percebidos.

“Cristo em casa de Marta e Maria” – Composição em diagonal. Em primeiro


plano: Jesus e a segunda mulher. Três figuras com luz intensa e as mais
afastadas em sombra. Após uma visualização geral, o olhar se direciona aos
detalhes das vestes.

Caravaggio – realismo exagerado. Retratava vendedores, músicos ambulantes,


pessoas do povo. Trabalha com a luz artificial, com a iluminação não sendo
resultante do reflexo da luz do Sol, buscando dirigir a atenção do observador.

“O tocador de alaúde” – efemeridade: assim como as flores, frutas, a beleza e a


juventude são passageiros.

“Vocação de S. Mateus” – a luz conduz a observação para as pessoas em volta


da mesa. Plano superior: janela, que separa lado esquerdo, com sombra, do
lado direito, iluminado. Plano inferior: personagens em volta da mesa.
Captação da cena como uma fotografia.
Andrea Pozzo – decoração de igrejas (despertar práticas religiosas dos fiéis),
convidando as pessoas para a santidade. Provoca a ilusão de um espaço que
se abre para o infinito. Ex. “Pintura de N. S. da Porciúncula” e “Fachada da
Igreja de S. Francisco de Assis.”

Frans Hals – luz e sombra. Fortes contrastes no início, com gradação de tons
no meio e equilíbrio de cores no fim. Ex. Banquete dos oficiais da Guarda Civil
de Santo Adriano em Haarlem.

Rembrandt – trabalhar a luz. Chama a atenção pela gradação de claridade e


penumbras. Ex. “A Ronda noturna” e “Os negociantes de tecidos”. Destaque
para “A lição de anatomia do Doutor Tulp” – o observador parece surpreender o
professor e os estudiosos, com clima de descoberta e pesquisa.

Johannes Vermeer – trabalho de tons expostos à claridade. Uso de cores como


azul e amarelo. Ex. “Moça com brinco de pérola”, “A rendeira” e “Mulher lendo
uma carta”.

Peter Paul Rubens – proporções, sensação de movimento, sensualidade e cor.


Cores mais fortes no vestuário. Ex. “O jardim do amor”.

El Greco – verticalidade das figuras e maneirismo.

“O espólio” – linhas verticais nítidas. As lanças e fisionomias agitadas opõem-


se à serenidade de Cristo, cuja túnica vermelha se destaca ante ao cenário
cinzento.

Velázquez – luz para tornar o quadro mais intimista, para o leitor se sentir parte
do momento. Ex. “Velha fritando ovos”

“As meninas”- Velázquez se retrata como se estivesse pintando esse mesmo


quadro no cenário. Primeiro plano: grupo feminino, a princesa e
acompanhantes. Plano do fundo: espelho que reflete Felipe IV e sua esposa,
como se estivessem de costas para o observador e de frente para as pessoas
do cenário.

Escultura: exaltação dos sentimentos, dramaticidade. Baldaquino: primeira obra


plenamente barroca, colunas retorcidas, algo impossível na arte renascentista.
Êxtase de Santa Teresa: dramaticidade no drapeado das vestes. Apolo e
Dafne: transformação de Dafne de humano à árvore, para se proteger de
Apolo. Deve ser vista em 360°.

Arquitetura: triunfo da fé católica (alcançada por sentidos e emoções e


afirmação de seu poder. Abandono do simples e do racional, adotando estilo
rebuscado e com efeitos decorativos. Cuidado paisagístico com jardins
(Versailles) e praças (Vaticano, com obelisco, fonte d’água e forma elíptica).

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