Trabalho Final: Análise da obra “A Última Ceia” de Leonardo Da Vinci.

Discente: Camila Pereira Mendes R.A: 201256789

Docente: Profa. Dra. Paula Ferreira Vermeersch
Matéria: História da Arte, 2° ano- Arquitetura e Urbanismo

Presidente Prudente- 2021

- A Última Ceia de Leonardo da Vinci
A Última Ceia é uma das famosas pinturas de Leonardo Da Vinci, produzida entre 1495 e
1498 em uma das paredes do refeitório do mosteiro de Santa Maria delle Grazie, em Milão
-a pedido de Ludovico Sforza, o Duque de Milão. A pintura representa a última ceia em que
Jesus teve com seus doze apóstolos antes da crucificação, mais especificamente o
momento em que Ele fala que um dos que estão entre ele irá trai-lo, relatado em na Bíblia
no evangelho de João 13:21. Com isso, Leonardo buscou representar, a partir das
expressões e gestos que ele imaginava que os discípulos tiveram ao receber essa notícia
de Cristo.
Em 1652, adicionaram uma porta na parede em que está o mural, a qual acabou cortando
parte da mesa e os pés de Jesus. Já no século XIX, ouve uma inundação provocando a
proliferação de fungos na pintura. Na segunda guerra mundial a pintura sobreviveu a um
bombardeamento que derrubou algumas paredes e o telhado do mosteiro. Esses diversos
acontecimentos fizeram com que a obra se deteriorasse com o tempo, mesmo passando
por algumas obras de restauro ela perdeu boa parte do que foi originalmente pintado por
Leonardo.
Da Vinci além de pintor era um
grande estudioso, adquiriu vários
conhecimentos como matemática,
usos das cores e anatomia do corpo
humano. Esses e outros
conhecimentos proporcionaram que
as obras dele fossem tão realistas.
Levando em consideração a
matemática, ele usou sabiamente a
perspectiva linear, proporcionando A Última Ceia, 1495-1498 (Leonardo Da Vinci)
simetria e ilusão de profundidade a
Tempera sobre emboço, 460 X 880 cm; refeitório do mosteiro de Sta.
obra, mesmo feita em um local reto. Maria dele Grazie, Milão.
O ponto focal está localizado na face
de Jesus fazendo com que ele esteja no centro da pintura, isso traz grande significado a
cena. Ademais, assim como os pintores renascentistas, Da Vinci utilizou o número três
nessa obra, que representava união, equilíbrio, perfeição e a santíssima Trindade. A
representação dele é vista nas três aberturas na parede ao fundo da perspectiva, nos 4
grupos de apóstolos formados pelos gestos e reações e na figura de Cristo representada
dentro de um triangulo- mostra a perfeição e estabilidade de Jesus.
A cena produzida por Leonardo Da Vinci, foi fonte de sua imaginação após estudos das
escrituras sagradas. Com isso, no mural foi representado jesus ao cento da obra e em volta
dEle os doze apóstolos, seis de cada lado de Jesus. Da esquerda para a direita está,
Bartolomeu, Tiago o menor, André, Judas Iscariotes, Pedro, João, Jesus, Tiago o maior,
Tomé Filipe, Mateus, Judas Tadeu e Simão.
Diferentemente das outras pinturas renascentistas, Cristo não possui uma aureola sobre
sua cabeça que representando a santidade. Entretanto, acima de uma das aberturas ao
fundo há uma semicircunferência que segundo os estudiosos tem o mesmo significado da
aureola.
O semblante de Jesus é calmo e sereno comparado as reações dos apóstolos. Sua mão
esquerda aponta para o pão e sua mão direita para o copo com vinho, que representam,
segundo a bíblia, o corpo e o sangue de Cristo. Ademais, a mão direita está posicionada
como se estivesse alcançando o vinho, assim como a mão de judas Iscariotes
representando que logo após ele compartilharia o pão e o vinho mesmo sabendo de sua
traição. Em sua outra mão, Judas empunha um saco de moedas que ganhou com sua
traição, seu braço a puxa para seu corpo como se estivesse escondendo. Assim como o
braço, seu corpo recua para o sentido oposto de cristo. Nele não há gestos ou inquietação,
como sua feição. Mesmo estando em meio aos outros apóstolos, ele parece isolado e sob
uma penumbra.
Posicionados atrás de Judas Iscariotes, estão João e Pedro. João é o apostolo mais
próximo a jesus, em outras pinturas era representado encostado aos ombros de Cristo. Já
na obra de Leonardo é representado com um semblante triste ao receber a notícia da
traição e está distante de Cristo e perto de Pedro, que faz gestos como se estivesse
questionando João - “Ora ali estava, conchegado a Jesus, um dos seus discípulos, aquele
a quem Ele amava. A esse fez Simão Pedro sinal para que indagasse a quem Ele se
referia.” (Joao 13: 23-24)
Na extremidade esquerda da obra, Bartolomeu se levanta da cadeira e segura a mesa com
força aparentando como se estivesse nervoso. Ao seu lado Tiago o menor toca os ombros
de André e Pedro. Já André, levanta suas mãos de modo a representar que não é ele o
traidor.
Na outra extremidade da mesa os semblantes e gestos de Simão Judas, Tadeu e Mateus
dão a entender que questionam entre si quem seria a pessoa a qual Jesus se referia. Ao
lado deles Tomé é retratado com o dedo indicador direito levantado remetendo ao mesmo
dedo que a ele foi ordenado a tocar na ferida de Jesus ao ressuscitar.
Os semblantes e os gestos imaginados e pintados pelo autor é o que dá vida e harmonia a
essa obra. Além disso, a meticulosidade de cada traço e posição dos elementos é o que
faz dela uma grande obra. Segundo Gombrich em seu Livro “A história da Arte”, Leonardo
costumava ficar parado diante a obra observando por horas, antes de cada pincelada.
Pode-se dizer que foi uma inovação para a época, pois se distingue, claramente, das outras
obras que representaram a mesma cena ,e por Leonardo ter representado em uma cena,
alguns relatos da Bíblia.
“... mesmo em sua condição deteriorada, “A Última Ceia” continua sendo um dos grandes
milagres produzidos pelo gênio humano.” (Gombrich E.H, 16° edição)

Referências Bibliográficas:
https://www.youtube.com/watch?v=W-dTJYDbUW0&t=1159s Acessado em: 11 ago. 2021
GOBRICH, E.H. A História da Arte. 16° Edição. Rio de Janeiro: LTC, 2019.
JANSON, H.W; ANTHONY E JANSON. Iniciação à História da Arte. 2° Edição. São Paulo:
Martins Fontes, 1996.
Fonte da imagem:
https://pt.wikipedia.org/wiki/A_%C3%9Altima_Ceia_(Leonardo_da_Vinci)#/media/Ficheiro:
Leonardo_da_Vinci_(1452-1519)_-_The_Last_Supper_(1495-1498).jpg Acessado em: 17
ago. 2021