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EEB PREFEITO LAURO ZIMMERMANN

ARTES

MILENA SERPA

ALTA RENASCENÇA

GUARAMIRIM
28/05/2021
O termo alta renascença é utilizado para falar sobre os últimos anos do século XV e as três
primeiras décadas do século XVI, ele ocorre durante a idade moderna.
A idade moderna é um período na história ocidental compreendido entre os anos de 1453
com o império Otomano tomando a Constantinopla e de 1789, no início da Revolução
Francesa. No âmbito cultural o Renascimento impulsionou o Humanismo e uma nova relação
entre o ser humano e a religião.
O Renascimento cultural foi um movimento que vigorou entre os séculos XIV e XVI,
influenciando diversos aspectos da sociedade europeia, se constituindo como grande
precursora da Modernidade.

A alta renascença compreende principalmente o apogeu das artes visuais no Renascimento


italiano, iniciada com a obra de Leonardo da Vinci, Última Ceia em Milão e a morte de
Lorenzo de 'Medici em Florença e terminou em 1527 com o saque de Roma pelas tropas do
imperador Carlos V.

O termo foi usado pela primeira vez em alemão (Hochrenaissance) no início do século 19 e
tem suas origens no “High Style” de pintura e escultura descrito por Johann Joachim
Winckelmann. Nos últimos vinte anos, o uso do termo tem sido frequentemente criticado
pelos historiadores da arte acadêmica por simplificar excessivamente os desenvolvimentos
artísticos, ignorando o contexto histórico e focando apenas alguns trabalhos icônicos.

Um dos grandes mestres da alta Renascença foi Michelangelo, ele era um pintor, escultor,
arquiteto e poeta, foi um dos maiores representantes das artes plásticas dessa época.

Nascido em 6 de março de 1475 em Caprese, República de Florença, morto em 18 de


fevereiro de 1564, Roma.

Apesar de ser mais conhecido pela obra no teto da Capela Sistina no Vaticano, ele se
considerava um escultor, porém a prática de diversas artes não era incomum naquele tempo,
porém ele trabalhou em esculturas de mármore durante toda sua vida.
O fato de que era comum trabalhar com vários tipos de artes naquele tempo era devido ao
fato de que todos os artistas eram pensados como desenhistas.

Ele era capaz - e muito reconhecido hoje por isso - de transformar pedra em carne - suas
esculturas - e encher de energia suas pinturas.

Algumas curiosidades sobre Michelangelo:

● Foi o primeiro artista a não colorir ou dourar o mármore, como era de costume,
preferindo-o no seu estado mais puro.
● Esculpia direto no mármore, sem modelo de base.
● Projetou a fachada da Igreja de San Lorenzo que no entanto nunca foi realizada.
● Antes de morrer, queimou grande parte de seus desenhos.
● Está enterrado na Basílica de Santa Croce em Firenze, tumulo desenhado por um dos
seus grandes admiradores, Giorgio Vasari. As três esculturas do túmulo representam
as três artes: pintura, escultura e arquitetura;
● Possui somente 3 esculturas acabadas: David, Pietà e Baco.

A criação de Adão

A obra renascentista intitulada A criação de Adão foi feita por volta de 1511 pelo famoso
artista italiano Michelangelo.

Esse é um trabalho realizado com a técnica do afresco e integra o conjunto de pinturas feitas
no Teto da Capela Sistina, produzidas entre 1508 e 1512 por encomenda do papa Júlio II.

A criação de Adão é a representação da passagem bíblica em que o criador do mundo, Deus,


dá origem à humanidade, simbolizada na figura do primeiro homem, Adão.

Essa foi a primeira obra em que um artista consegue expressar todo o mistério,
espontaneidade e, ao mesmo tempo, força divina no ato da criação.

A criação de Adão localiza-se no sexto trecho da abóboda da Capela Sistina.

A composição transmite harmonia ao criar dois planos que o expectador percorre visualmente
a partir do chão.

Adão, segundo o livro bíblico, foi criado à semelhança de Deus. Na pintura, podemos
constatar tal paridade e simetria.

Os corpos de ambos são exibidos deitados de frente, com o mortal no ambiente terrestre,
inicialmente sozinho; já o ser divino está envolto em um manto e rodeado de anjos.

Adão despertando

Adão é apresentado como um homem que, preguiçosamente, desperta. Ele levanta o tronco
na direção de Deus e apoia o cotovelo em seu joelho, a fim de aproximar-se do gesto divino.
É como se ele acabasse de acordar de um sono profundo, pois podemos perceber seu corpo
relaxado e sua feição acomodada.

A propósito, a figura humana é muito bem representada anatomicamente em Adão, que está
completamente nu e tem os músculos à mostra.
A magnitude do criador
A figura de Deus é manifestada de forma vigorosa. Os longos cabelos grisalhos e barba
volumosa transmitem a ideia de sabedoria.

Sua vestimenta é representada de maneira fluida, o que permite a observação do corpo jovem
e musculoso, como o de Adão. Essa maneira de representação do ser humano, valorizando a
corporeidade, é característica da arte renascentista.

Aqui, o criador tem o corpo envolvido por um manto vermelho, que é inflado pelo vento.
Muitas figuras angelicais o acompanham, e pode-se dizer que a mulher ao seu lado vem a ser
Eva, companheira de Adão, que ainda espera nos céus pelo momento de descer à Terra.

Cérebro humano em manto de Deus

Na década de 90, o pesquisador americano Frank Lynn Meshberger encontrou em A criação


de Adão enorme semelhança entre o desenho da anatomia cerebral e a figura de Deus com
anjos envoltos no manto vermelho.

As imagens são realmente muito similares e, segundo os estudos, Michelangelo representou


inclusive algumas partes internas do órgão, como o lobo frontal, nervo ótico, glândula
pituitária e o cerebelo.

Essa teoria faz sentido, tendo em vista que Michelangelo era profundo conhecedor de
anatomia.

O pensamento que imperava na época, alicerçado pela ideologia humanista e antropocêntrica,


também contribui para que essa hipótese seja verdadeira. Nesse período, o homem passa a ser
visto como o centro do universo.

Michelangelo parece ter feito uma espécie de "homenagem" à racionalidade humana,


representada pelo órgão cerebral.

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