Você está na página 1de 31

CAPÍTULO I – “O SERVIDOR”

PARTE I

O SENTIDO DE SERVIR A MEISHU-SAMA


O SERVIR REALIZADO DE CORPO E ALMA
E COM ESPÍRITO DE ABNEGAÇÃO

- Tente pegar água com a peneira!


Essa afirmação de Meishu-Sama que se assemelha à pergunta de zen budista, foi feita
alguns dias antes deste gomenkai (encontro), na ocasião da reunião da Suprema Diretoria da
Igreja. Os diretores, mesmo em se tratando da palavra de Meishu-Sama, acharam tratar-se de
uma prática impossível e que posteriormente Meishu-Sama daria algumas explicações sobre
isso.
Esse fato ocorreu por volta do ano de 1947. Meishu-Sama falou sobre isso durante o
encontro da “Associação Miroku” realizado em Tozan-So (Solar da Montanha do Leste, em
Atami). O Sr. Kazuo Ootake assim se referiu recordando aquela época.
Todos os membros que também participavam daquele encontro achavam impossível
pegar a água com a peneira.
Então, Meishu-Sama disse num tom mais alto olhando firmemente nas fisionomias dos
membros:
- Não houve nenhuma pessoa que, obedientemente, colocasse em
prática as minhas palavras, mas, houve uma exceção.
Os senhores acham que é impossível pegar água com a peneira, mas
é possível. Basta colocar a água que conseguiu obter com a peneira,
na vasilha deixada ao seu lado. A quantidade obtida na primeira vez é
muito pouca, mas, ao repetir por 50 ou 100 vezes é possível enchê-la.
E, a única pessoa que colocou isso em prática, foi o Rev. Shibui.

Não havia nenhum mistério no fato de pegar água com a peneira. Meishu-Sama apenas
explicou um fato natural, de forma extremamente natural. A importância está no fato do Rev.
Shibui Sôssai ter aceito Sua vontade e colocado em prática as palavras de Meishu-Sama, sem
duvidar, por mínimo que seja, seguindo-as obedientemente de forma única e incondicional. Os
membros da “Associação Miroku” gravaram profundamente em seus corações essa postura do
Rev. Shibui Sôssai, que geralmente detestava vangloriar-se, juntamente com a verdadeira
postura de Servir Meishu-Sama. Pudemos aprender a importância do fato dele ter seguido
obedientemente as palavras de Meishu-Sama acreditando ser elas absolutas, evitando julgar
pela razão a possibilidade ou não de obter água com a peneira.
O Rev. Shibui Sôssai era realmente “o Servidor”. O Servir existe para a concretização na
Terra, de um mundo dotado de Verdade, Bem e Belo, que é o ideal de Deus. Ou seja, salvando
as pessoas que sofrem, por exemplo, de doenças através do Johrei, das dedicações físicas,
monetárias, etc.
Enfim, trata-se de uma postura em que deve cultivar as pessoas que estão ligadas a
Obra Divina e professam a fé. Isso não se limita apenas aos integrantes. Os membros em geral
também, sem dúvida, devem se empenhar em “servir” dessa maneira.
Podemos dizer que, no passado, na nossa Igreja, nunca houve uma época como esta
em que o espírito de busca fosse tão intensa como na atualidade: a postura em que devemos
ter como pessoas que professam a fé e o “retorno ao ponto de partida” indagando, uma vez
mais, a forma de professar a fé absoluta em Meishu-Sama.
2

Na atualidade, torna-se indispensável saber como os nossos precursores praticavam a


fé, em outras palavras, devemos rever com que postura eles realizavam o Servir. Não seriam
dessa forma que devemos aprender a postura da fé e a forma de Servir?
Ao acompanhar a vida do Rev. Shibui Sôssai podemos observar que realmente ele
Servia Meishu-Sama com espírito de abnegação. Portanto, todos nós devemos seguir o caminho
de “Servir” percorridos pelo Rev. Shibui Sôssai e, baseado nessa realidade, realizar estudos.
O Rev. Shibui Sôssai realizou o seu “Servir” sob ordem de Meishu-Sama, mas esse,
obviamente, era um “Servir” voltado para Deus. É importante pensarmos que a manifestação
do Servir realizado de corpo e alma por Rev. Shibui Sôssai foi deixado como postura exemplar
para que um de nós membros pudéssemos aprender.
A forma de Servir e a postura de dedicação do Rev. Shibui Sôssai a Meishu-Sama era
algo que certamente outras pessoas não conseguiram imitar. Então, com que postura será que
ele servia a Meishu-Sama? Infelizmente, nem Meishu-Sama e nem Rev. Shibui Sôssai estão
mais entre nós.
Cremos que, mesmo no Mundo Espiritual, transcendendo este mundo, Meishu-Sama e
Rev. Shibui Sôssai continuam unidos pelo forte laço e imaginamos que Rev. Shibui Sôssai
continua servindo Meishu-Sama, mas infelizmente, nós que vivemos neste mundo não
conseguimos visualizar essa sua postura, o mínimo que seja.
Através da observação de inúmeras dedicações realizadas por Rev. Shibui Sôssai a
Meishu-Sama neste mundo, apenas podemos imaginar que com certeza, ainda o Rev. Shibui
Sôssai continua prestando Servir a Meishu-Sama no Mundo Espiritual.
(Traduzido em 3 e 4/nov/98. Livro: Biografia do Rev. Shibui Sôssai – “O Servidor”, páginas 3 a 6)

O SERVIR NA AQUISIÇÃO DE OBRAS DE ARTE

Meishu-Sama era muito dedicado à aquisição de obras de belas artes. Parece que houve
ocasiões em que, diante de dificuldades financeiras as coisas não corriam de acordo com o seu
desejo, mas, mesmo assim, quando algum comerciante de obras de arte trazia e oferecia-lhe
uma peça famosa, em consequência do desejo de querer obtê-la a qualquer custo – desejo
esse que Ele já vinha alimentando há algum tempo – resolvia adquiri-la. Dessa maneira,
Meishu-Sama fazia o possível e o impossível para adquirir as obras excelentes e famosas. Isso,
além de impedir que as mesmas fossem vendidas para o exterior, contentavam os amantes de
belas-artes e também as pessoas em geral. No início, quem arranjava essas somas altas era, na
maioria das vezes, o Rev. Shibui Sôssai.
Naquela época, Meishu-Sama ficava, normalmente, no anexo da Sede Provisória do
Bairro de Shimizu, localizado na cidade de Atami. Próximo desse local, Rev. Shibui Sôssai havia
adquirido, já há algum tempo, uma casa que servia como sua residência e ponto de difusão.
Nessas ocasiões, ou seja, quando alguém trazia e oferecia-lhe obras de belas-artes de
seu gosto, por volta das 20 horas, Meishu-Sama mandava chamar o Rev. Shibui Sôssai e
consultava-o, dizendo-lhe:
- Hoje vieram oferecer-me excelente obra de arte, mas...
Se até chegava a chamar o Rev. Shibui Sôssai para consultar-lhe sobre a aquisição de
determinadas obras de arte, podemos imaginar que, sem dúvida, tratava-se de obras de arte
de alto valor. Porém, por mais alto que fosse o valor da obra, o Rev. Shibui Sôssai sempre
procurava atender os pedidos de Meishu-Sama com toda satisfação. Assim, para conseguir a
soma necessária para aquisição de obras, Rev. Shibui Sôssai saía viajando pelo interior e,
infalivelmente, entregava a soma prometida para Meishu-Sama, até a data estabelecida.
3

Por ser de noite, Rev. Shibui Sôssai sempre se encontrava já vestido de quimomo, mas
quando era chamado por Meishu-Sama, apresentava-se à sua frente sempre com um avental
de sarja azul-marinho. Sem qualquer distinção de serviço, seja ele oficial ou particular, sempre
ao apresentar-se diante de Meishu-Sama, usava o referido avental a fim de não esquecer e
conservar sempre o espírito de Servir a Meishu-Sama.
A dedicação material oferecida por Rev. Shibui Sôssai a Meishu-Sama era um fato jamais
ocorrido na Igreja e o seu montante era tão grande que nem conseguimos calcular. Por ser o
Rev. Shibui Sôssai uma pessoa que conseguia oferecer o seu Servir de corpo e alma a Meishu-
Sama, praticou com toda alegria, como se tudo aquilo fosse natural, mesmo as dedicações
financeiras e materiais que, como ser humano, achávamos estar fora dos limites.
Por exemplo, no ano de 1952, Meishu-Sama adquiriu por um preço bem alto a obra
“Juka Bijin Zu” (beldades sob a sombra da árvore, importante patrimônio cultural do Japão que
pertence, atualmente, ao Museu de Belas Artes MOA) que estava para ser vendida para o
exterior. E quem assumiu esse Servir também foi o Rev. Shibui Sôssai. Nessa ocasião, o Rev.
Shibui Sôssai não atuava mais na linha de frente de difusão da Igreja, mas só ele conseguia
fazer esse tipo de Servir e mais ninguém. Rev. Shibui Sôssai participou desse Servir vendendo
um terreno de sua propriedade, de 20 mil tsubo (66.200 m2), localizado no sopé do monte ao
oeste do Jardim das Ameixeiras, e entregando essa grande soma nas mãos de Meishu-Sama.
Mesmo em meio a grandes dificuldades, Rev. Shibui Sôssai se empenhava ao máximo
para conseguir obter o que Meishu-Sama solicitava, convicto de que aquilo que Meishu-Sama
necessitava ou desejava era a própria Vontade Divina. Chegava misteriosamente às mãos do
Rev. Shibui Sôssai, patrimônios, riquezas, dinheiro e artigos de valor. Os membros daquela
época afirmam que Rev. Shibui Sôssai era para a nossa Igreja um verdadeiro “Daikoku-Sama”
(um dos sete divindades da fortuna e da felicidade que traz sorte e riqueza).
(Traduzido em 5 a 17/nov/98. Livro: Biografia do Rev. Shibui Sôssai – “O Servidor”, páginas 6 e 7)

GRATIDÃO MONETÁRIA (DONATIVO)

O fato a seguir ocorreu entre 1945 a 1949. Naquela época, um dos Servir mais difícil
realizado no Solar da Montanha Preciosa, era a contagem de donativos trazidos do interior. Os
diretores da “Associação Miroku” reuniam-se mensalmente, no último dia do mês, no referido
Solar e cada qual relatava ao Sôssai o resultado de difusão pioneira e depois discutiam sobre o
plano de viagem de difusão do Sôssai para o mês seguinte. E depois, saíam para difusão
pioneira, carregando sacolão, feito especialmente para carregar “Imagens da Luz Divina”, cheio
de Ohikari, Imagens e Caligrafias.
Na volta, traziam mochilas cheias de donativos feitos pelos membros. Por ser uma soma
muito grande, mesmo recebendo o relatório contábil, o responsável da contabilidade não
conseguia contar e tampouco aquele dinheiro todo não cabia no cofre. Por isso, passou a usar
um pequeno aposento localizado nos fundos do Solar da Montanha Preciosa. Ali, o
procedimento era o seguinte: tirando o dinheiro das mochilas, amontoava-o sobre a mesa.
Normalmente, a soma era de mais ou menos 5 a 6 milhões de ienes mas, às vezes, chegava a
ultrapassar os 10 milhões. Em seguida, ordenavam esses dinheiros em maços. Cada maço com
notas de 100 ienes perfaziam tijolos empilhados. Os funcionários da Igreja colocavam esses
maços novamente nas mochilas e entregavam a Meishu-Sama.
Apesar desse trabalho todo, não ocorriam erros na contagem de dinheiro e isso, se
pensarmos baseado no senso comum, era algo realmente enigmático, pois naquela época não
tinha na Igreja profissionais dessa área, como nos dias de hoje.
4

Acreditamos que isso ocorria porque os dedicantes, subalternos de Sôssai, se


empenhavam em servir com toda alegria e Makoto (amor e sinceridade) unicamente a Meishu-
Sama.
Certa vez, um membro perguntou ao Shibui Sôssai:
- Com que sentimento devemos oferecer nossa gratidão monetária (donativo) a
Deus?
- Tudo que existe neste mundo pertence a Deus, por isso, o que
conseguiu obter através do trabalho, deve ficar com a parte que for
necessário para si e o restante devolver tudo para Deus; esse é o
procedimento correto – respondeu ele.

Acreditamos que Sôssai possuía firme convicção a ponto de ele mesmo conseguir
oferecer tudo, acreditando firmemente: “Sendo esse o sentimento com que devemos fazer a
gratidão monetária (donativo), Meishu-Sama é a própria personificação do Supremo Deus que
salvará os três mundos: o Divino, o Espiritual e o Material”.
Sôssai apenas comunicava o montante do donativo oferecido pelos membros do interior
e não ficava com nem um centavo sequer.
Meishu-Sama utilizava esses donativos para aquisições de obras de belas artes, de
terrenos para construção dos Solos Sagrados, para construções de edifícios, etc. Para
aquisições ou construções, por exemplo, do anexo da Sede de Associação Miroku, da cidade de
Odawara, da Unidade Século XXI (construção que se localizava onde fica o atual edifício em
frente à estação ferroviária de Atami), do anexo da Sede Provisória do Bairro de Shimizu, do
Solar Daikan (casa onde fica o atual Soreisha, em Hakone), do alojamento destinado aos
membros Kounzan Dôjô (alojamento Monte, Luz e Nuvem), da Sede Provisória do Bairro de
Sakimi, etc.
Na época, Sôssai que já pensava em dar atenção à educação dos filhos dos membros da
Igreja, adquiriu também a Escola de Segundo Grau Normal, na cidade de Odawara. Essa
aquisição ocorreu devido à solicitação de ajuda por parte do Diretor daquela entidade que,
passava por dificuldades econômicas.
Em hipótese alguma Sôssai mostrava o seu aspecto religioso e pensando no futuro da
Igreja participou da administração daquela escola. Porém, quando a administração da escola
começou a melhorar foi surpreendido pela perseguição e, no meio do caminho de sua
concretização, a atividade de educação acabou desmoronando.
Os donativos eram destinados ao uso e à aplicações diversas, mas tudo isso serviu de
importante base para o desenvolvimento da Igreja e também, o seu resultado é que está
servindo como alicerce econômico da atual Igreja.
(Traduzido em 17 a 19/nov/98. Livro: Biografia de Shibui Sôssai – “O Servidor de Deus”, páginas 8 a 10).

PREPARATIVOS PARA ESTABELECIMENTO DA IGREJA

O Rev. Shibui Sôssai adquiriu todos os terrenos que Meishu-Sama desejava obter. Em
1948, quando Meishu-Sama adquiriu o Hekiun-Sô (Solar da Nuvem Esmeralda) quem viabilizou
a verba foi o Rev. Shibui Sôssai. Este era o anexo do Santuário..... E na época custou sete
milhões de ienes. No contrato constava um item deveras rigoroso dizendo que o mesmo
caducaria se não fosse pago o valor total, em dinheiro e dentro do prazo de uma semana após
a assinatura do compromisso de compra e venda. Esse ponto deixou Meishu-Sama muito
preocupado. Por várias vezes, Ele frisou sobre isso ao Rev. Shibui Sôssai.
5

Como resposta, em apenas três dias, o Rev. Shibui Sôssai entregou a Meishu-Sama, em
Tozan-Sô (Solar da Montanha do Leste) da cidade de Atami, uma mochila grande e cheia de
dinheiro. Meishu-Sama ficou deveras e profundamente emocionado pela sua dedicação rápida,
cheia de amor e sinceridade.
O Sr. Kyuhei Kaneko que, naquela época, Servia próximo de Meishu-Sama reproduziu o
que Ele havia afirmado:
- Sr. Shibui, vou lhe dar o Solar da Montanha do Leste, portanto, venha morar
aqui.
Dessa maneira, Meishu-Sama ofereceu aquele Solar ao Rev. Shibui Sôssai, que na época
Ele usava-a como sua residência. Rev. Shibui Sôssai residia naquela casa, por volta de dois a
três meses, mas depois, devido à inveja das pessoas e por outros motivos, devolveu-a para
Meishu-Sama.
E para conhecermos, principalmente, a postura de dedicação de Rev. Shibui Sôssai, feita
do fundo do coração a Meishu-Sama, o fato relacionado à Sede Provisória do Bairro de Sakimi,
é ilustrativo e muito interessante. Em 1949, a referida Sede localizava-se próximo da estação
ferroviária e do centro da cidade de Atami e ao incluir a montanha que ficava na frente, o
terreno se tornava muito grande. O Rev. Shibui Sôssai tinha a intenção de construir ali, no
futuro, várias instalações da Igreja Miroku, mas resolveu construir de imediato um alojamento e
o local de descanso para os membros da Associação Miroku. Porém, na época, vigorava uma lei
de controle de construção. A mesma não permitia que a construção de uma casa fosse maior
que 100 tsubo (331m2). Então, o Rev. Shibui Sôssai comprou um restaurante na cidade de
Hamamatsu e alegando “transferência de construção”, começou a construir a Sede Provisória
do Bairro de Sakimi. Porém, quando a construção já estava praticamente concluída, Meishu-
Sama disse:
- A Sede Provisória do Bairro de Shimizu já está apertada, por isso,
vamos usar esta casa como local de entrevista.
Não sabemos se Meishu-Sama já vinha alimentando tal desejo, mas essa foi a sua
alegação. As pessoas que ali estavam presentes ficaram perplexos, com aquela inesperada
palavra de Meishu-Sama. No entanto, Rev. Shibui Sôssai aceitou de imediato e de bom grado
as suas palavras e ficou muito feliz pelo fato daquela casa ser utilizada para tal finalidade.
Todos ficaram emocionados pela atitude do Rev. Shibui Sôssai que aceitou as palavras
de Meishu-Sama como Vontade Divina, deixando de lado, por completo, a sua própria vontade.
Todos ficaram emocionados pela atitude do Rev. Shibui Sôssai que aceitou as palavras
de Meishu-Sama como Vontade Divina, deixando de lado, por completo, a sua própria vontade.
Se por ventura, o Rev. Shibui Sôssai tivesse o pensamento de que aquela construção
fosse dele ou da Igreja Miroku, acreditamos que ele não aceitaria as palavras de Meishu-Sama.
Porém, pela renúncia de sua própria vontade é que ele conseguiu oferecer prontamente aquela
construção a Meishu-Sama, em forma de Servir.
Porém, caso sua vontade tivesse prevalecido, ele estaria pensando que tanto a
construção como a Igreja eram suas, e estaria também destruindo o seu próprio sentimento de
dedicação em relação a Meishu-Sama de conseguir oferecer tudo, empenhando-se o máximo. E
nem poderíamos dizer que ele estaria servindo verdadeiramente a Meishu-Sama.
O Rev. Shibui Sôssai teve êxito em confecção de roupas e diversas outras atividades e
conseguiu obter uma imensa fortuna, mas assim que conheceu Meishu-Sama ofereceu tudo em
prol da expansão da Obra Divina.
Ele não permitia o seu próprio luxo, não usava serviços bancários, tais como depósitos
bancários e, em hipótese alguma, acumulava fortuna. Evitava, inclusive, o seguro de vida. Esse
procedimento estendia-se também aos seus familiares. Sem deixar nenhum patrimônio,
ofereceu tudo para a Obra Divina.
6

Mesmo quando ele encontrava-se purificando, o seu pensamento estava sempre voltado
para Meishu-Sama. Até mesmo os dedicantes que Serviam junto do Rev. Shibui Sôssai
conseguiam perceber claramente isso. Os dedicantes daquela época, afirmaram unanimemente:
- Esse era o ensinamento ‘sem palavra’ de Rev. Shibui Sôssai.
O fato a seguir ocorreu durante a construção do Solo Sagrado da Terra Celestial, de
Atami, nos últimos anos de vida de Rev. Shibui Sôssai. Meishu-Sama sempre visitava o local da
obra e manifestava agradecimento aos dedicantes pelos seus trabalhos. Mesmo estando
acamado, Rev. Shibui Sôssai percebia a situação real do atraso da construção em relação à
previsão e isso causavam “dores” no seu coração. Ele ficava preocupado e triste, dizendo:
- Isso está acontecendo porque estão faltando fundos para a
construção na Igreja. Se eu fosse saudável poderia fazer alguma
coisa. “É realmente lamentável estar causando preocupações a
Meishu-Sama”.
Porém, obter repentinamente grande soma de dinheiro, não era possível, uma vez que,
naquela época, ele já havia se afastado da frente da difusão. Mas, preocupado com aquela
situação real de dificuldades, ele pegou as caligrafias que havia ganho de Meishu-Sama em
grande quantidade e estavam guardadas sem molduras, em dois armários, ofereceu tudo a
Sede Geral da Igreja sob o título “Oferecimento de Caligrafias”. Ele tinha plena convicção de
que se oferecesse aquelas caligrafias aos membros, com toda certeza Deus permitiria,
infalivelmente, conceder o fundo necessário para concluir aquela obra.
Rev. Shibui Sôssai era uma pessoa que viveu com plena convicção de sempre colocar
em primeiro, Meishu-Sama e o Servir, seja em quaisquer circunstâncias. Pela nobreza do
sentimento sincero do Rev. Shibui Sôssai, os dedicantes da época se sentiam emocionados e
gravaram no fundo de seus corações de que o alicerce da Igreja foi construído dessa forma.
Tudo isso era Obra Divina e significa que o Rev. Shibui Sôssai recebendo o poder e a
inteligência de Meishu-Sama, realizava o Servir de acordo com a Vontade Divina.
(Traduzido em 19/nov a 09/dez/98. Livro: Biografia do Rev. Shibui Sôssai – “O Servidor”, páginas 11 a 14)

O PEQUENO SERVIR

Entretanto, o Servir do Rev. Shibui Sôssai a Meishu-Sama não se limitava aos grandes
que há pouco referimos, tais como: aquisição de terrenos para construção dos Solos Sagrados,
de objetos de artes e de imóveis para instalações em geral.
Por exemplo: mesmo durante o período da Segunda Guerra e após a mesma, quem
tomava providências dos ternos e das camisas que Meishu-Sama usava era o Rev. Shibui
Sôssai. Meishu-Sama gostava de roupas de cores puxadas para o marrom. Um dos servidores
de Meishu-Sama afirmou que o Rev. Shibui Sôssai, sempre ficava muito feliz, como se fosse sua
própria felicidade, quando observava a fisionomia de alegria de Meishu-Sama.
O fato a seguir, ocorreu por volta de 1954. Naquela época, Meishu-Sama morava em
Atami, no Hekiun-Sô (Solar da Nuvem Esmeralda).
Certo dia, por volta das 23 horas, telefonaram daquele Solar para residência do Rev.
Shibui Sôssai:
- Meishu-sama disse que, no jantar de amanhã, deseja comer “karêraisu”, do
Restaurante Nakamuraya, (localizado no Bairro Shinjuku, em Tóquio), por isso,
gostaria que o referido prato, na porção de suas pessoas, fosse entregue aqui,
amanhã até às 18 horas. Diga que é para Okada, da cidade de Atami.
7

Nesse dia, o Rev. Shibui Sôssai encontrava-se com a esposa no Hôzan-Sô (Solar da
Montanha Preciosa), no bairro de Kaminoguê (em Tóquio) e ele ficou sabendo pelo telefone
que recebera de sua residência, de Atami, do pedido feito por Meishu-Sama.
Justamente naquele dia, os meios de transporte, como: trem, ônibus, metrô, etc.
estavam paralisados devido à greve geral. Desta feita, se não tomassem providências rápidas,
não seria possível entregar aquele prato dentro do prazo solicitado. A situação era realmente
desesperadora, mas o Rev. Shibui Sôssai disse:
- Já que Meishu-Sama quer comer aquele prato, devemos fazer o
possível e o impossível para que o mesmo chegue a Ele. Eu vou de
táxi até o bairro Shinjuku.
Assim, quatro pessoas, incluindo o Rev. Shibui Sôssai, saíram do bairro Kaminoguê e se
dirigiram para o bairro Shinjuku. À distância entre os dois bairros era mais ou menos grande e
ele sabia que, por causa da greve, o trânsito não estaria normal e que teria que enfrentar
congestionamentos. Porém, nas entrelinhas de suas palavras percebia-se claramente a sua
convicção.
- Se tivermos Makoto (sentimento sincero, de obediência e amor)
seremos infalivelmente, merecedores de graças.
Depois de muito custo, finalmente chegaram ao Restaurante Nakamuraya e, sem
demora, fizeram o pedido ao proprietário:
- Estamos aqui sob as ordens do Sr. Okada, de Atami. Por favor,
prepare karêraisu para duas pessoas, para viagem.
Mas, naquele dia, infelizmente a parte da cozinha que preparava aquele prato estava em
descanso. Mas, ao explicar detalhadamente o motivo ao proprietário e pedindo-lhe
encarecidamente, ele disse:
- Está bem, vou preparar especialmente para os senhores, mas, por favor,
esperem por três horas.
A espera por três horas era longa o que incitava olhar sempre para o relógio e, em
atitude de prece, rogar para que não ocorresse o atraso. O que não era nada fácil era ficar pela
rua, sem nenhum objetivo e à deriva, esperando o tempo passar. Finalmente, a greve
terminou. Dentro do tempo previsto, o karêraisu, aquele prato tão ansiosamente esperado,
ficou pronto. Então, sem demora, uma das pessoas pegou a comida e partiu “voando” com
destino a Atami. As demais observavam a partida do portador, em atitude de prece, desejando
que ele conseguisse chegar em tempo e sem atraso, antes mesmo da hora marcada.
Felizmente, o prato chegou praticamente em cima da hora.
Observando o espírito do Rev. Shibui Sôssai que procurava vencer todas aquelas
situações difíceis para corresponder à vontade de Meishu-Sama e a sua postura de manifestá-lo
pessoalmente, será que seríamos capazes de rir sobre aquela situação dizendo que ele fez tudo
aquilo simplesmente por um prato de carê? Mesmo para servir um simples prato de carê, Rev.
Shibui Sôssai colocava todo o seu sentimento de amor para Servir a meishu-Sama.
Não existia nem melhor e nem pior no Servir a Meishu-Sama, pois qualquer serviço
prestado a Ele, significava Servir a Deus.
(Traduzido de 09 a 10/dez/98. Livro: Biografia do Rev. Shibui Sôssai – “O Servidor”, páginas 15 a 16).
8

OFERECER TUDO

A decisão do Rev. Shibui Sôssai de oferecer tudo a Meishu-Sama, torna-se evidente


quando observamos o Servir realizado concretamente a Meishu-Sama. No dia-a-dia, o Rev.
Shibui Sôssai dizia que as palavras de Meishu-Sama eram voz de Deus e que sempre, em
qualquer situação, seguia e praticava-as obedientemente. Entretanto, falar é fácil mais agir é
muito difícil. Será que uma pessoa comum conseguiria chegar a esse ponto de conciliar as
palavras e as ações?
A respeito disso, o exemplo típico é o Servir monetário do Rev. Shibui Sôssai. Desde
jovem, ele foi bem sucedido nos negócios e, além do capital, possuía vários terrenos
centralizados na região de Kansai (Quioto e Ossaka). Todos esses patrimônios ele foi doando
sucessivamente a Meishu-Sama. O Rev. Shibui Sôssai seguiu ao pé da letra a frase “oferecer
tudo”. Por exemplo, na época do seu ingresso na Igreja, colocou os seus patrimônios em dia e
ofereceu-os sucessivamente a Meishu-Sama.
Inicialmente, liquidou algumas casas que haviam alugadas localizadas em Kashiwagui,
no bairro Shinjuku e depois, liquidou o terreno projetado para construção do anexo de Namada,
da linha naval expressa para cidade de Oda, e o recurso obtido ele ofereceu a Meishu-Sama.
Também, mesmo em relação às viagens de Meishu-Sama, ele vendia outras casas alugadas e
cobriam as despesas. Por que será que ele conseguia fazer esse tipo de Servir?
Existe a própria palavra do Rev. Shibui Sôssai que nos esclarece o seu pensamento a
respeito da dedicação ou servir monetário. Ele disse o seguinte ao Sr. Sakae Iwamatsu* que
havia ingressado na Igreja, há pouco tempo:
- Atualmente o Sr. não está passando por dificuldades na vida, mas
isso, acho que é graças a herança recebida. Desde que a pessoa
possui esses tipos de bens, Deus não concede benefício monetário.
Esse tipo de herança, geralmente, possui ódio, inveja e ressentimento
das pessoas. Por isso, devemos destiná-las para a Obra Divina de
salvação do mundo ou para atividades puras que contentam as
pessoas. Assim procedendo, jamais Deus deixa essas pessoas
passarem por situações difíceis.
Entretanto, antes de mais nada, devemos estar cientes de que o Rev. Shibui Sôssai não
agia de forma premeditada, pensando apenas no lucro:
- Jamais passarei por dificuldades financeiras se for útil à Obra Divina
oferecendo todos os bens que possuo.
O comportamento de fazer as coisas pensando no retorno, isso não é Servir. O Rev.
Shibui realizava o Servir pensando apenas em ser útil a Meishu-Sama e acreditando n’Ele. Para
o Rev. Shibui Sôssai, Meishu-Sama era uma pessoa que merecia todo o seu Servir mesmo
abandonando todas as suas coisas.
O sentido do Servir que o Rev. Shibui Sôssai oferecia a Meishu-Sama está expressa
claramente nesta frase concisa: “oferecer tudo”. No termo “tudo” obviamente, não existe limite.
Trata-se de uma conduta do Rev. Shibui Sôssai que, como resultado de sua clara
decisão, apostou tudo de si no oferecimento ou não de tudo que possuía para a pessoa que se
devotara. A postura de inúmeros Servir prestado pelo Rev. Shibui Sôssai a Meishu-Sama é para
nós um grande Modelo de Fé.
(*) Falecido – Revmo. Sakae Iwamatsu
(Traduzido de 11 a 14/dez/98. Livro: Biografia do Rev. Shibui Sôssai – “O Servidor”, páginas 16 a 18)
9

NÃO SE PRECIPITE, NÃO SE IRRITE E NÃO SEJA NEGLIGENTE NO SEU TRABALHO

Tornar-se ministro integrante, na época em que o Rev. Shibui Sôssai atuava ativamente,
não significava obter um posto na Igreja, mas sim, a permissão de Servir através do desígnio
Divino. Ele sempre ensinava isso às pessoas de convívio ao seu redor.
Os fatos a seguir, se referem àquele período e são assuntos extremamente
interessantes.
O presente fato se relaciona ao Sr. Koji Nakane. Em 1950, quando o Sr. Nakane se
empenhava ao máximo na difusão pioneira, desejando tornar-se ministro integrante, sua mãe
foi acometida, repentinamente, de derrame cerebral e acabou falecendo antes de completar um
dia. Assim sendo, durante a reunião familiar realizada após a cerimônia de enterro, Nakane
sofreu injúrias e sérias críticas a respeito da fé, por parte de seus parentes. Disseram que ele
havia deixado sua mãe morrer sem ao menos submeter ao exame médico e que, mesmo sem
trabalhar, doavam dinheiro e até mesmo o arroz para a Igreja.
Desta feita, sem demora, Nakane procurou o Rev. Shibui Sôssai no Solar da Montanha
Preciosa e, relatando-lhe o fato ocorrido, solicitou a sua orientação, no que se refere ao seu
doravante procedimento. Mas, o Rev. Shibui pediu a ele que primeiramente expusesse o seu
pensamento.
- Fui salvo da tuberculose e na radiografia não mais apareceu a mancha. O
Johrei, além de curar as doenças, dizimam-nas por completo e, livrando as
pessoas de sofrimentos como doença, pobreza e conflito, permite que as
pessoas gozem de alegria, saúde, riqueza e paz. Portanto, gostaria de
continuar servindo, com alegria e ardente desejo, na concretização do ideal de
Meishu-Sama, que é a construção do Paraíso Terrestre – respondeu Nakane.
- Então, venha participar do aprimoramento, mas não precisa trazer
nada, está bem?
Assim, o Rev. Shibui dirigia ao Nakane, palavras calorosas e concedia-lhe apoio e
orientações.
Naquela época, as pessoas só podiam participar do aprimoramento de dez dias, doando
15 quilos de arroz e uma contribuição de 2.000 ienes.
Com o objetivo de solucionar as purificações das pessoas que encaminhamos
é que oferecemos assistências. Quanto maior a dificuldade significa que o
relacionamento entre ambos (NT: do encaminhador e do encaminhado) na vida passada
era mais estreita e nesta vida, nasceram na relação entre mestre e discípulo.
Portanto, podemos observar que tanto a civilidade como a ordem é de fato rigorosos
– ensinou-lhe o Rev. Shibui Sôssai.
Prosseguindo, afirmou: Quem está prestando Servir a Deus hoje, na realidade,
nas vidas passadas, era construtor da Era da Noite, de geração em geração. Ou seja,
no sentido espiritual, atuaram gerando muitas máculas. E, desta vez, ao nascer na
Era do Dia e sendo permitido Servir a Deus, passam a desta vez, ao nascer na Era do
Dia e sendo permitido Servir a Deus, passam a resgatar aquelas máculas, por isso,
ocorrem purificações severas. O sistema está constituído de tal forma que o
indivíduo obtém a elevação espiritual à medida que recebem purificações do seu
espírito e vão solucionando um a um os seus problemas. Por isso, as purificações
são severas, mas quando conseguimos solucioná-las, a nossa alegria também é
proporcionalmente grande. Existem fatos penosos, mas em meio a fatos penosos,
também ocorrem, infalivelmente, fatos felizes. O aprimoramento ocorre em meio a
repetições de fatos penosos e felizes, portanto, empenhe-se firmemente sem que
seja derrotado pelas purificações.
10

E, quanto mais experiência desse tipo tiver, no futuro, elas se tornarão em


grandes forças. Para tanto, é preciso que pratique os três mandamentos: Não se
precipite, não se irrite e não seja negligente no seu trabalho. Foram essas as palavras
de incentivo do Rev. Shibui ao Nakane.
E disse-lhe, ainda:
- Você disse que os seus parentes disseram que você havia causado
vergonhas aos seus antepassados, mas isso ficará claro quando eles
forem ao Mundo Espiritual. Os antepassados ficam deveras
orgulhosos quando, entre os seus descendentes, surgem pessoas que
se empenham em Servir a Deus. na salvação através da Religião,
existem a amplitude e a profundidade, por isso, empenhe-se
firmemente no Servir aceitando com sentimento de gratidão e se
sentindo orgulho de se tornar “servidor de Deus” (Min. Integrante).
Em suma, o fato de tornar-se “servidor de Deus” não significa estar
escolhendo uma profissão para poder comer. Devido a sua afinidade e
missão é que a pessoa é escolhida e conduzida, como elemento que
se encarrega do Servir na Obra Divina. Por isso, é importante
encararmos os trabalhos penosos, que detestamos fazer e que nos
causam sofrimentos, sem fugirmos dos mesmos.
Assim, colocando-se na posição de Nakame, o Rev. Shibui Sôssai explicou sobre o
Servir, de forma compreensiva.
Nakane tinha o pensamento firme de que para tornar-se “servidor de Deus” (Min.
Integrante), não podia continuar mantendo o espírito de um assalariado.
O fato a seguir, ocorreu na época em que o Nakane havia recebido permissão de se
aprimorar no Solar da Montanha Preciosa. Certo dia, o Rev. Shibui Sôssai e alguns diretores
praticavam Johrei num ambiente de atmosfera apaziguadora. O Nakane, que também estava
presente no recinto, aproveitou a oportunidade e fez a seguinte pergunta, ao Reverendo:
- De que maneira será que posso atrair tanta gente, como acontece na Igreja
Miroku-kai?
Então, o Reverendo Shibui devolveu-lhe uma outra pergunta:
- Como você pensa a respeito de Meishu-Sama?
- Acho que Ele é uma pessoa que, mesmo oferecendo a minha própria vida,
ainda será insuficiente.
Ao ouvir isso, o Rev. Shibui disse, em seguida:
- Se está resoluto a esse ponto, a conversa será mais fácil, mas o que
vem a ser “oferecer a própria vida a Meishu-Sama”?
Nakane se viu em apuros com essa pergunta. Então, o Rev. Shibui transferiu a pergunta
para o Yuzo Okada, que na época era o seu servidor na Igreja Hôssei:
- E o senhor, senhor Okada, o que acha?
- É, às vezes, ao ministrar Johrei numa pessoa que está purificando, temos que
apostar a nossa própria vida. Mas, se empenharmos com sentimento sincero,
apostando a nossa própria vida, podemos salvar a pessoa através do Johrei
fazendo com que aflore nela o sentimento sincero, através do nosso próprio
sentimento sincero, e que ela ofereça esse sentimento a Meishu-Sama. Assim
sendo, a gente fica numa posição nula. Acho que é isso...
O Rev. Shibui concordou com essas palavras do Sr. Okada e prosseguiu:
11

- É verdade. Acho que isso vem a ser “entregar a vida a Meishu-Sama”.


Formar pessoas que oferecem sentimentos sinceros a Meishu-Sama
apostando a sua própria vida. Esse é um ponto muito importante para
os servidores de Deus. Não temos mais nada, além disso. O servidor
de Deus não se pode tornar artesão de Johrei e, tampouco, artesão de
religião. Nós somos o Modelo. Como oferecemos o sentimento sincero
a Meishu-Sama, também formam-se entre os membros, pessoas que
passam a oferecer a Meishu-Sama o sentimento sincero. Por mais
hábil que seja a pessoa na fala, se as suas palavras não estiverem
baseados na prática, as pessoas deixarão de seguir.
Em suma, o servidor de Deus (Min. Integrante) não deve realizar trabalhos e atividades
tal qual um assalariado. Deve formar pessoas que oferecem, sem arrependimento, sentimento
sincero a Meishu-Sama. Achamos que o Rev. Shibui Sôssai queria dizer-nos que isso era o mais
importante.
Finalizando, o Rev. Shibui complementou:
- O que quer que a pessoa esteja fazendo, Deus e Meishu-Sama estão
observando. Eles ficam olhando com toda atenção e só aceitam o
verdadeiro sentimento sincero. Aparentemente, pode parecer que
esteja realizando o Servir de forma mais perfeita, mas se existir o
sentimento de negligência no interior da pessoa, jamais se frutificará.
Entretanto, não devemos nos tornar inflexíveis, pois as pessoas com
quem lidamos também poderão sofrer essa influência.
Raramente o Rev. Shibui explicava dessa maneira, com palavras, sobre o significado do
Servir. Antes, ele manifestava com atitude e, na maioria das vezes, ensinava com sua própria
postura. Já foi dito anteriormente a respeito do Rev. Shibui sobre o seu procedimento de usar
sempre o avental diante de Meishu-Sama.
Esta é a história da senhora Horigome Etsuko.
Ela dizia:
- Acho que todos tiveram a mesma impressão, mas ao relembrar hoje e falando
claramente, o Rev. Shibui não era um bom palestrante. Por exemplo, sobre o
que ele dizia durante a palestra do Culto Mensal nenhuma impressão ficava
gravada em nossos corações. Além disso, o que ele dizia não era coerente.
Mesmo assim, quando terminava sua palestra, os participantes se sentiam:
“Realmente, precisamos Servir”. Isso acontecia, porque o Rev. Shibui era uma
pessoa completamente desinteressada e se entregava no Servir a Deus e
Meishu-Sama.
Entretanto, podemos afirmar que essas palavras da senhora Horigome são
contraditórias. Sendo ele um mau palestrante, como será que conseguia fazer com que as
pessoas se sentissem vontade de Servir?
Segundo a senhora Horigome, o Rev. Shibui jamais usava o terno Kenkin (Donativo ou
contribuição monetária). Mesmo assim, ao ouvir suas palavras, as pessoas sentiam vontade de
oferecer toda a soma que havia na certeira; caso não oferecessem, teriam prejuízos ou
deixariam de realizar algo de suma importância.
Logo após o término da Segunda Guerra era uma época de dificuldades incalculáveis
devido ao grande atraso nos pagamentos de salários. Mesmo assim, era frequente as pessoas
oferecerem tudo como donativo, ficando apenas com o dinheiro de passagem de volta para
casa.
- Na verdade, o que será que foi aquilo.
12

Relembra hoje a senhora Horigome. Consequentemente, o que se pode entender é que


a postura do Rev. Shibui de Servir Meishu-Sama com espírito desinteressado e entrega total de
corpo e alma, sacudia e despertava a alma dos membros. Pois, o seu Servir não era um Servir
incompleto e limitado, mas feita com postura perfeita.
Podemos entender que nas palavras do Rev. Shibui estavam alojadas um poderoso
espírito da palavra que faziam mover as pessoas.
A senhora Horigome que recebeu orientação direta do Rev. Shibui afirmou:
- Sinto que fui orientada através de uma força que se manifestava pelo corpo
todo do Rev. Shibui.
Hoje, mesmo tentando compreender o Rev. Shibui de várias formas, sobrepondo a
nossa interpretação, as inúmeras pessoas que tiveram contato direto com o Rev. Shibui
guardam nas profundezas de seus corações, como experiências de fé, a existência do
Reverendo. Mas, hoje estamos impossibilitados de nos encontrar ou contatar diretamente com
o Reverendo Shibui Sôssai. Assim sendo, ao invés de procurarmos a nossa própria
interpretação, será que antes não seria conveniente estudarmos as suas práticas concretas e
aprendendo de forma precisa, fizéssemos ressurgir em nossos corações a maneira de ser do
Rev. Shibui, que realmente foi uma pessoa praticante? Dessa maneira, será possível
aprendermos o verdadeiro sentido do Servir ensinado pelo Rev. Shibui e, também, ressuscitá-lo
dentro do nosso trabalho de transformação deste mundo em Paraíso.
(Traduzido de 16 a 29/dez/98. Livro: Biografia do Rev. Shibui Sôssai – “O SErvidor de Deus”, páginas 18 a 25)
13

PARTE II

O PODER DO JOHREI MINISTRADO


PELO REV. SHIBUI SÔSSAI

APRENDENDO COM REVERENDO SHIBUI SÔSSAI

O poder do Johrei ministrado pelo Rev. Shibui Sôssai era realmente muito forte. A
respeito disso, as pessoas que receberam Johrei do Rev. Shibui tem afirmado unanimemente.
Mesmo sendo doenças graves que os seus discípulos não davam contas, muitas vezes, através
do Johrei ministrado pelo Reverendo Shibui, a cura completa se processava em questão de
alguns segundos ou minutos.
Até o seu encontro com Meishu-Sama, o Rev. Shibui havia ingressado em uma
Associação de Esclarecimentos a fim de buscar a fé. Porém, não se limitava apenas aos
aprimoramentos dessa Associação, diariamente, por iniciativa própria, tomava banho na água
fria, ia descalço fazer suas orações no Santuário e sempre praticava banho na cachoeira. Dessa
maneira, parece que no dia-a-dia ele já procurava o seu próprio desenvolvimento espiritual,
polindo a sua alma. Não resta dúvida de que esses aprimoramentos realizados antes do
ingresso a nossa Igreja, foi para ele amplamente útil nos momentos da prática de Johrei. E não
se limitando a isso, ele manifestava também extraordinário poder, tais como o de ler os
pensamentos das pessoas e o de prever os acontecimentos.
As pessoas sabiam, há muito tempo, que Meishu-Sama havia ministrado Johrei, numa
pessoa enferma em estado grave, emitindo Luz pelas testas. Mas desde a época inicial dos
Tratamentos realizados no Bairro Shinjuku, de Tóquio, também o Rev. Shibui realizava
inúmeras curas, emitindo Luz pelas testas. Esta é uma prática que pode ser feita só pelas
pessoas que estejam manifestando capacidade espiritual de elevado grau.
Dizem que o Rev. Shibui ministrava Johrei pelas testas emitindo Luz só nas
enfermidades em que os locais de ministração de Johrei já eram definidos, tais como nos casos
de problemas graves de visão, de furúnculos, de hemorróidas, etc. O número de episódios
relacionados ao poder de Johrei do Rev. Shibui é muito farto, mas de que forma será que ele
tomava medidas em relação a inúmeros casos? Para isso, é necessário recordarmos cada caso
concretamente.
Entretanto, acredito que não se limitando apenas aos casos, precisamos nos preocupar
também com as orientações dadas pelo Reverendo aos seus discípulos durante a prática de
Johrei. O Rev. Shibui não deixou escrito praticamente nada sobre assuntos relacionados a si
mesmo, por isso, reconhecendo os exemplos vivos como “Palestras sobre Johrei”, sinto que
precisamos aprender, uma vez mais, sobre o Johrei praticado pelo Rev. Shibui.
(Traduzido no dia 21/01/99. Livro: Biografia do Rev. Shibui Sôssai – “O Servidor de Deus”, páginas 26 e 27).

O DIAGNÓSTICO PELO TELEFONE

A força de Johrei do Rev. Shibui era tão grande que uma pessoa comum nem
conseguiria imaginar. Era sempre visível a diferença da força de seu Johrei em relação aos
demais discípulos de Meishu-Sama.
14

Um membro que passava por uma purificação severa, foi trazida às pressas ao
consultório de Shinjuku. Isso aconteceu já no final do ano de 1944. Nessa época, Meishu-Sama
já havia mudado para cidade de Atami e o Rev. Shibui residia no Solar da Montanha Preciosa,
do bairro Setagaya Kaminogue. Apesar de vários Johrei ministrados com empenho pelos seus
discípulos que residiam no bairro Shinjuku, o resultado não era satisfatório. Assim sendo,
resolveram comunicar o fato ao Rev. Shibui que se encontravam no Solar da Montanha
Preciosa. Depois de explicar o estado do enfermo, o discípulo perguntou:
- Reverendo, como e onde será que devemos ministrar-lhe o Johrei?
Depois de alguns segundos de silêncio, o Rev. Shibui disse apenas:
- Sem se importar com dificuldades traga-o até aqui.
Por se tratar de uma época de guerra, não podiam usar carros livremente.
Com a ajuda e esforço de todos, carregando o enfermo nas costas, finalmente,
conseguiram chegar ao Solar da Montanha Preciosa onde se encontravam o Rev. Shibui. Ele, ao
ver o estado do enfermo, disse:
- É, realmente. Esse é um caso ainda muito difícil para vocês. Àquela hora,
quando vocês me ligaram já sabia o estado do enfermo, por isso, pedi o
impossível para trazê-lo até aqui.
Dizendo assim, ele começou a ministrar Johrei imediatamente. Conseqüentemente, com
um único Johrei a febre cedeu e a doença sarou de forma rápida e por completo.
Só ele, outras pessoas não conseguiam imitar. O próprio Rev. Shibui reconhecia que o
seu Johrei era de grande poder e que o de pessoas normais nem chegava perto.
Essa força que o Rev. Shibui possuía, não se limitava apenas para ministrar Johrei nas
partes enfermas do corpo. Ou seja, o reverendo possuía o poder de captar rapidamente o
sintoma da pessoa enferma que se encontrava no outro lado da linha telefônica e através da
intuição perceber em qual parte do corpo deveria ministrar Johrei e concomitantemente o poder
de tomar decisão precisa em relação ao procedimento para manifestar força intensa no Johrei.
Por isso, felizmente ele conseguia manifestar força intensa no Johrei.
(Traduzido de 21 a 22/jan/99. Livro: Biografia do Rev. Shibui Sôssai – “O Servidor de Deus”, páginas 27 a 29).

A SALVAÇÃO DO DISCÍPULO

O presente é um fato notório que ocorreu logo após o término da Segunda Guerra. O
Rev. Hideyoshi Oonishi que na época era secretário do Rev. Shibui e posteriormente, diretor da
nossa Igreja, certo dia foi acometido de ataque cardíaco no Solar da Montanha Preciosa. Esse
fato consta de forma detalhada no livro intitulado “As recordações do papai”, escrito pelo
primogênito Yoshimaru, filho do Rev. Shibui, portanto vamos apresentar a seguir.
Este é um fato que se sucedeu por volta dos anos de 1946 a 1947. Na época, o Sr.
Oonishi sofria de bronquite crônica e o ataque ocorria anualmente, por uma ou duas vezes.
Nessas ocasiões, geralmente ele ficava acamado por uma semana e, às vezes, até por um mês.
Desta vez também, não podia acompanhar o meu pai, pois havia sofrido ataque e se
encontrava acamado.
Todos os meses meu pai fazia plano de ida às igrejas de acordo com o desejo dos
diretores da Igreja e, baseado no mesmo, realizava difusão por todo o país. Numa dessas
ocasiões, ele já estava regressando, após cumprir suas programações. No caminho de volta,
recebeu um comunicado de Meishu-Sama e, ao invés de voltar para Tóquio, teve que ir
diretamente a Atami.
15

Durante essa ausência do reverendo, o Sr. Oonishi que estava acamado foi acometido,
repentinamente, de forte ataque cardíaco, justo no dia em que o reverendo havia programado
para voltar.
Naquela época, os reverendos, diretores da “Associação Miroku”, como disse
anteriormente, cada qual era responsável por uma determinada área de difusão e,
paralelamente a programação de ida à área do meu pai, realizava suas atividades de difusão.
No final do mês, eles retornavam ao Solar da Montanha Preciosa que, na época, era a Sede
Central.
Naquele dia também, eles já haviam terminado suas programações e retornados ao
Solar, antes de meu pai. Assim sendo, ministravam Johrei ao Sr. Oonishi que havia sofrido
ataque cardíaco. Com o Johrei dos diretores, a purificação havia melhorado, mas na parte da
tarde, foi se agravando novamente.
Entretanto, achavam que não haveria problema, pois meu pai, ao voltar de Atami ainda
naquele dia, ministraria Johrei a ele. Porém, a conversa entre Meishu-Sama e meu pai se
estendeu até tarde da noite e ele teve que pernoitar em Atami. Essa comunicação, da alteração
de programação, chegou tarde da noite no Solar. Um dos diretores que estava de plantão e que
recebeu a referida comunicação pelo telefone, ficou indeciso se deveria ou não comunicar o
estado de saúde do Sr. Oonishi. Ele imaginou que aquela mudança repentina da programação
do Reverendo Shibui era para Servir Meishu-Sama, por isso, se comunicasse o estado de saúde
do Sr. Oonishi ao Reverendo, ele ficaria preocupado e poderia atrapalhar o seu Servir a Meishu-
Sama e isso era inadmissível.
E, pelo estado em que se encontrava o enfermo, ele achou que não haveria nenhum
problema em esperar até o retorno do Reverendo; bastaria que passasse o relatório na hora
que ele voltasse. Tomou essa decisão rapidamente e desligou o telefone sem comunicar sobre
o estado de saúde do Sr. Oonishi.
Assim, vários diretores ministravam-lhe Johrei a noite toda sem dormir. Naquela noite, a
atmosfera do Solar da Montanha Preciosa era pesada devido às preocupações em relação ao
estado de saúde do Sr. Oonishi. No entanto, mesmo com o amanhecer do dia, o seu estado de
saúde não apresentou melhoras. Ao contrário, houve o agravamento e não podia mais deixar
naquela situação. Foram tomadas providências imediatas no sentido de solicitar ligação
telefônica para Atami a fim de receber do meu pai, as devidas orientações.
Porém, as condições telefônicas pós-guerra eram tão precárias, inimagináveis nos dias
de hoje. Na época, além dos telefonemas urbanos, usava-se o sistema via telefonista. Ligações
para as cidades de Atami ou de Hakone, quando demorado, levava-se de duas a três horas e
isso era normal.
Quando, finalmente, conseguiu ligação para o Solar da Montanha do Leste, localizado
em Atami, meu pai já havia terminado o seu Servir a Meishu-Sama e já estava a caminho de
volta para Tóquio. Se soubesse o horário que ele havia saído de Atami, obviamente era possível
saber à hora de sua chegada ao Solar da Montanha Preciosa. Mas como não sabia, foi solicitado
imediatamente a um dos servidores para que ele fosse à estação ferroviária buscar o meu pai.
Mesmo chegando a hora prevista, meu pai e sua comitiva não chegavam. Enquanto isso, no
Solar da Montanha Preciosa, os reverendos-diretores continuavam ministrando Johrei ao
enfermo com todo o empenho, mas, no final, entrou em estado grave, a cor de sua fisionomia
começou a ficar escura, como se ele estivesse próximo da morte.
Ao estado dessa ocasião, no livro intitulado “Meishu-Sama e os Precursores” está
registrado:
O seu sofrimento era intenso, a sua fisionomia apresentava pálida, a respiração
ofegante e com dores atrozes contínuos, por isso, alguém disse:
- Ele já está correndo o risco de vida. Vamos chamar a sua esposa!
16

As pessoas que ministravam Johrei no aposento onde se encontrava o enfermo,


abaixaram suas mãos envolvidas naquela atmosfera de uma situação séria em que as pessoas
diziam:
- Precisamos chamar o médico! A esposa dele ainda não chegou!
Do Solar da Montanha do Leste de Atami recebemos a comunicação de que meu pai iria,
na volta, passar por um outro lugar, mas não sabiam exatamente onde, o que, naquele
momento era o assunto principal. Mesmo assim, revezando, os dedicantes aguardavam na
estação ferroviária a volta do meu pai. Os dedicantes e numerosos membros, juntos, faziam
pedido de prece diante do Altar do Solar da Montanha Preciosa. Entretanto, o seu estado de
saúde foi agravando cada vez mais. A ponto de quem quer que o visse, dizia que já estava em
estado de coma. No recinto do Solar da Montanha Preciosa o clima era tão tenso que as
pessoas tomavam cuidado até mesmo para respirar ou falar alto.
Foi nesse momento que chegou o dedicante, que havia ido buscar o Rev. Shibui na
estação ferroviária. Como que quebrando a tensão que ali reinava, comunicou a volta do meu
pai em tom bem alto que até chegou a ecoar pelo interior do Solar:
- O Reverendo chegou!
Meu pai disse que havia apressado a volta, por ter sentido um pressentimento. Ele disse
que na estação ferroviária, o dedicante que havia ido buscá-lo, tinha contado a respeito do
estado de saúde do Sr. Oonishi, por isso, para percorrer uma distância entre a estação e o
Solar que geralmente ele gasta em torno de 4 a 5 minutos, mesmo com aquele corpo enorme,
ele conseguiu chegar até o hall de entrada do Solar em apenas cerca de dois minutos. Ele se
dirigiu apressadamente ao aposento onde se encontrava o Sr. Oonishi e imediatamente iniciou
o Johrei.
Quase todas as pessoas que estavam naquele momento no Solar, acompanharam o meu
pai ao aposento onde se encontrava o enfermo e ficaram observando o seu Johrei. As pessoas
ao redor sequer perceberam que meu pai havia entrado naquele aposento, sem tirar os
calçados. Apenas observavam atentamente a postura de ministração de Johrei do meu pai e a
fisionomia do Sr. Oonishi.
Então, dentro de dois a três minutos, aquela fisionomia que mostrava tanto sofrimento e
presságio de morte, começou a enrubescer e a respiração curta e ofegante foi se normalizando.
Depois de alguns minutos de Johrei, tanto a cor da fisionomia quanto à respiração já havia
voltado, praticamente, ao normal. A essas alturas o próprio enfermo já conseguia se expressar:
- Estou melhor!
Não sei se o seu desejo era de agradecer o Johrei, mas de repente ele tentou levantar-
se. Então, o meu pai disse-lhe:
- É melhor não se esforçar.
Ao encerrar o Johrei, apalpou levemente o corpo do Sr. Oonishi. As pessoas que se
encontravam ao redor observando com tensão, respiraram aliviados e ficaram admirados pela
postura correta do Sr. Oonishi que apesar de se encontrar em purificação se mostrou cortês.
Entre eles, pegando as mãos uns dos outros, diziam:
- Que bom! Que bom!
As jovens chegaram até a chorar de emoção. A pessoa que estava ao lado do meu pai
mandou que trouxesse jornal velho e tirou os sapatos do meu pai para evitar que sujasse com
terras o tatami (esteiras que se usam no interior de casas japonesas). Foi nesse momento que,
as pessoas ao redor, ficaram sabendo que meu pai havia entrado correndo no aposento, sem
tirar os sapatos.
17

Sem querer, meu pai deixou escapar:


- Se demorasse mais dois ou três minutos, ele corria o risco de vida.
As pessoas que se encontravam ao redor, ao mesmo tempo em que sentiram
tranquilidade, sentiram também emoção pela postura do Reverendo que entrou correndo sem
tirar os calçados. Imaginamos que cada qual ali presente entendeu a importância de salvar as
pessoas. Lembro-me nitidamente que um dedicante jovem limpava cuidadosamente as sujeiras
do corredor, deixadas pelos sapatos, como se aquelas sujeiras fossem algo deveras importante.
O desejo do Reverendo de ministrar Johrei ao Sr. Oonishi o quanto antes, é que, creio
eu, fez com que ele, inconscientemente entrasse ao aposento do enfermo, sem tirar os
calçados. Em condições normais, mesmo que seja em circunstâncias como, por exemplo, na
hora da morte de seus pais, acho que a pessoa jamais entraria no aposento de sapatos. Creio
que poderão compreender através desse fato o quanto o reverendo estava preocupado com o
estado de saúde do Sr. Oonishi.
Assim, o estado de enfermidade do Sr. Oonishi se estabilizou e meu pai se dirigiu para o
seu aposento dizendo que iria voltar mais tarde. Durante o percurso ele disse rindo aos
diretores que o acompanhavam:
- Desse jeito, parece que preciso dar aos senhores, novamente e desde o
início, o “Curso de Iniciação”.
Depois de alguns momentos, ouvia-se do aposento contíguo:
- Será que o nosso Johrei não faz efeito?
- O poder de johrei dos discípulos não chega a ser a metade do Mestre e,
- Consequentemente, o poder do senhor é especial e o nosso é diferente.
Ainda lembro-me bem que ouvi aquelas conversas como base para doravante reflexão.
Naquela noite, meu pai foi ao quarto do Sr. Oonishi, por duas vezes, para ministrar-lhe
Johrei. Acredito que para as pessoas em purificação o período mais difícil é a madrugada. Ao
seu lado, a sua esposa ou o seu acompanhante acaba dormindo, mas, o próprio enfermo não
consegue dormir. Esse é o momento mais difícil e irritante. Justamente nesses períodos mais
difíceis, em plena madrugada e no amanhecer, meu pai foi ministrar-lhe Johrei.
Assim que o reverendo entrou no quarto, o Sr. Oonishi se assustou e tentou acordar a
sua esposa que dormia ao seu lado, mas o meu pai disse-lhe:
- Deixe-a, deixe-a.
E começou a ministrar Johrei ao Sr. Oonishi. Somente meu pai e o Sr. Oonishi e mais
ninguém ficaram sabendo a respeito da prática desse Johrei, realizada naquela noite. No dia
seguinte a esposa ficou sabendo sobre o ocorrido pela boca do próprio marido.
- Quando o meu marido me disse que o Rev. Shibui havia vindo ministrar Johrei em
plena madrugada fiquei realmente envergonhada; se tivesse um buraco queria
esconder-me dentro dele. Fiquei deveras envergonhada e muito sentida, pois sem
perceber a presença do Reverendo, continuava dormindo. Eu que sou esposa dele,
não me atentei em acordar de madrugada para ministrar-lhe Johrei, porém, o
Reverendo que se encontrava cansado pelas viagens realizadas por todo o Japão e,
além do mais, na noite anterior, ficou conversando até tarde da noite com Meishu-
Sama e mesmo assim, gentilmente ele veio ao quarto, por duas vezes, ministrar
Johrei ao meu marido durante a noite...
Assim, derramando as lágrimas, a esposa do Sr. Oonishi contou o fato ocorrido há mais
de vinte anos como se estivesse ocorrendo naquele momento diante de si.
No dia seguinte, o Sr. Oonishi já havia melhorado a ponto de poder receber Johrei
sentado. Depois de alguns dias, ele já se encontrava completamente recuperado e deixou o
Solar da Montanha Preciosa em estado normal de saúde.
18

Posteriormente, o Sr. Oonishi contou para sua esposa as circunstâncias daquela ocasião:
- Mesmo durante o intenso sofrimento de purificação, eu me encontrava em plena
consciência. Entendia bem tudo aquilo que as pessoas ao redor diziam: “Desta vez,
ele não vai agüentar”, “No estado em que ele se encontra, não se salvará”. Apesar
de pensar que as afirmações eram arbitrárias, imaginava: “Será que desta vez vou
morrer mesmo?”
E, no momento em que o sofrimento prolongava, ocorria o embotamento da
consciência, assim, paralelamente, sentia que o sofrimento ia diminuindo. Então pensava: “Ah,
acho que desta vez já estou morrendo...”
Ao ouvir ao longe a afirmação: “O Reverendo chegou!” Pensei comigo mesmo: “Ah, o
Reverendo voltou!” Naquele instante, senti que havia sido salvo e também senti a minha
consciência voltar. Depois disso, ocorreram os fatos que todos já estão cientes.”
Ele disse que quando pensa no Johrei gratificante do Reverendo, na intensa força do
seu Johrei e na sua atenção e benevolência, as lágrimas rolam pelos olhos.
O seu sentimento caloroso e de preocupação em relação à pessoa que se encontrava
purificando, fez com que ele se esquecesse de tirar os sapatos e ainda, a plena confiança de
que o Johrei de seu Mestre era absoluto, fez ressuscitar a vida que já estava preste a perder.
Creio que essa paixão de fé é que se ligará doravante às atividades de difusão.
- A confiança em relação ao Reverendo Shibui era absoluta. Sinto que não existe
felicidade maior do que a de possuir um Mestre que podemos realmente confiar.
Quão felizes seriam se os casais, entre eles, pudessem confiar dessa forma um ao
outro. Senti que nessa situação, ninguém poderia interferi-los; talvez “nobre” seria o
termo correto, mas na realidade, ainda acho que não seria a palavra adequada.
Assim, recordo-me ainda hoje, a época em que o Sr. Oonishi relatou-me demonstrando
envergonhado.
(Traduzido de 22 a 28/jan/99. Livro: Biografia do Rev. Shibui Sôssai – “O Servidor de Deus”, páginas 29 a 36).

O JOHREI COLETIVO

No que se refere ao Poder de Johrei do Rev. Shibui, não havia ninguém que pudesse ser
comparado a ele. A respeito disso, só há um meio. O de ouvir as palavras das pessoas que
receberam Johrei pessoalmente do reverendo.
As pessoas dizem que, quando recebiam Johrei do Rev. Shibui sentiam-se como que
recebendo uma descarga elétrica. Dizem que só mesmo quem recebeu Johrei do Reverendo e
teve experiência própria, poderá compreender o intenso poder do seu Johrei, com exceção ao
de Meishu-Sama. O corpo da pessoa chegava a tremer, ou sentia uma sensação semelhante ao
de energia elétrica traspassar pelo corpo; as opiniões das pessoas se resumem numa única
frase: “Realmente, nos deixavam surpresos”.
Mesmo em se tratando de Johrei Coletivo, que na época (denominava-se Johrei em fila)
a sua prática ainda era restrita, o poder do Johrei ministrado pelo Rev. Shibui manifestava
resultado satisfatório.
Na época, imediatamente posterior ao do término da Segunda Guerra, havia um Núcleo
de Difusão da Associação Miroku, na Região de Kansai, localizado na cidade de Quioto, no
Distrito Shita Kyoku, Bairro de Kawara-machi, Nanajo, da Rua Uchihama. Nas ocasiões de
realizações de difusão na Região de Kansai, o Rev. Shibui se hospedava nessa casa e orientava
grande número de pessoas.
19

Durante a sua estada, os ministros que ali atuavam se mostravam muito atarefados.
Isto porque, o número de pessoas que buscavam Johrei ministrado pelo reverendo, aumentava
muito em relação aos dias normais. Para poder atender aquele grande número de pessoas
enfermas, o reverendo recorria ao Johrei Coletivo. Ainda hoje, a maioria dos membros, daquela
época recordam nitidamente o Johrei Coletivo praticado por ele, naquela época.
O Rev. Shibui ministrava Johrei Coletivo da seguinte maneira: Primeiramente, ele
mandava os membros formarem uma fila no sentido vertical de dez pessoas e depois, na
horizontal, outra de cinco a seis pessoas. Uma vez formado esse bloco, ele se posicionava na
parte da frente e ministrava o Johrei Coletivo. Em seguida, ele próprio entrava dentro do bloco
e ministrava Johrei individualmente a cada pessoa. Dependendo da pessoa, ele ministrava na
parte da frente, em outra, ministrava de lado, em outras ainda, na parte das costas. Assim, o
ângulo de ministração de Johrei Coletivo variava conforme o caso. Mesmo em se tratando de
Johrei Coletivo o método adotado pelo Rev. Shibui era diferenciado de acordo com a pessoa. Os
membros que receberam Johrei naquela época, dizem que sentiram como que um ar quente
traspassava pelo corpo. Assim como no recebimento de Johrei individual de até então, ou seja,
com poder ainda mais surpreendente, concedia de uma só vez a mesma experiência a 50 ou 60
pessoas. É grande o número de membros que, ainda hoje, ficam surpresos ao ouvirem a
grandiosidade do Johrei praticado pelo Rev. Shibui.
Foi através do Johrei Coletivo que o Ministro Tabata..., Responsável da Igreja-Filial
Maruoka, que pertencia a ex-Igreja Komyo, conheceu pela primeira vez o Rev. Shibui e no seu
livro intitulado “Johrei Mandara” ele diz o seguinte sobre o poder do Johrei do Rev. Shibui:
“Você é feliz, não é verdade? Desta vez está prevista a vinda do Rev. Shibui, que ocupa posição
superior àquele ministro, a fim de, especialmente, ministrar Johrei aos ministros da Área de
Chubu. Como se trata de uma chance única, vou pedir por você também. O que acha de fazer
donativo de agradecimento de tal valor? Vou pedir por você, com todo prazer”. Essa pessoa
disse assim unilateralmente e, inclusive fez a apresentação pública sobre a pessoa do Rev.
Shibui e sobre a excelência do seu Johrei.
Segundo essa pessoa, se compararmos, por exemplo, a escavação de um túnel, o Johrei
que temos ministrado no dia a dia, assemelha-se a uma picareta e o do Rev. Shibui, a uma
Shild (vulgo tatuzão). Dizem que, ao receber o seu Johrei uma vez, os trabalhos de “picareta”
realizado no dia a dia, tornam-se mais eficientes. Ouvindo essas explicações um tanto
nebulosas, passa-se pela cabeça o pensamento: “mesmo assim, fica muito caro!”
Finalmente, chegou o dia. De manhã, as pessoas fazem fila na recepção que fica no hall,
para apanhar a senha numerada. Assim que entrei naquela fila, fiquei desconcentrado ao saber
que, além do agradecimento monetário pelo Johrei, precisava oferecer também donativo, que
naquele momento, o meu bolso estava praticamente desprovido. Mas, garimpando os bolsos
consegui dar um jeito reunindo uma pequena quantia; realmente senti um frio na barriga.
O aposento localizado no primeiro andar, que tinha o espaço de dois quartos (com dez
tatami [esteiras] cada um), ou seja, ...m2, estava superlotado. Para um novato como eu,
parecia que todas as pessoas eram magníficas; principalmente, ao ver os movimentos dos
jovens alegres de minha idade que se mostravam já acostumado com os afazeres e, pensar que
eles eram meus veteranos, senti-me pequeno e, ao mesmo tempo, não pude deixar de sentir
alegria no meu coração. Mesmo naquelas condições, felizmente consegui sentar-me na fila da
frente. Quanto tempo será que ficamos esperando naquele auditório completamente lotado
sentados em filas ordenadas tanto no sentido horizontal como na vertical.
O encarregado deu o aviso:
- Por favor, aguarde mais alguns instantes.
20

Porém, esse aviso foi repetido várias vezes. O Reverendo, superior do meu ministro, só
se manifestou no auditório, quando as pernas das pessoas já estavam adormecidas. A primeira
impressão que tive do Reverendo Shibui quando ele apareceu vestido de um terno xadrez e
vistoso sobre o seu corpo robusto e com fisionomia sorridente e deveras tranquila mostrando
os seus olhos finos e amáveis, mais rigorosos, foi o clarear instantâneo do aposento.
Inicialmente o encarregado anunciou a programação do dia e, logo depois, a título de adendo
relatou ligeiramente ao Reverendo sobre o aspecto em que fora preparado os envelopes de
donativo e de agradecimento de Johrei. Então, ele disse sorrindo:
- Ah, ah, ah ... Esses montes sobrepostos em dois andares demonstra bom
presságio ... Ah, ah, ah ... Estes podem ser sobrepostos em três andares ...
Ah, ah, ah ...
Assim, pude notar que o seu riso era realmente despreocupado e espontâneo. Os
participantes riram juntos, mas eu não estava em condições de rir.
O Reverendo limpou suas mãos rapidamente com o “oshibori” (lenço de mão
umedecido) e, finalmente, iniciou o Johrei Coletivo. Ao ver, pela primeira vez, a maneira como o
Reverendo ministrava o Johrei, senti que se assemelhava à postura de quem iria arremessar
uma bola. O braço curvado movimentava-se em ritmo amplo e como que acompanhando esse
ritmo uma jovem posicionada na parte lateral e posterior dele, abanava um leque grande
segurando-o com as duas mãos. Olhando de relance aquela cena rara, abaixei rapidamente a
cabeça em sinal de respeito. Naquela época, o Johrei era ministrado na seguinte ordem:
iniciava-se na frente, depois passava para o lado esquerdo, e em seguida nas costas e
finalmente no lado direito da pessoa. As pessoas ficavam de pé e de acordo com o sinal ia
virando e recebendo o Johrei nas quatro partes anteriormente mencionada. Como estava
posicionado na fila da frente, conseguia ver as pontas dos pés das pessoas que se encontravam
no meu lado esquerdo e direito. Assim sendo, inconscientemente comecei a contar o número
de pessoas que se encontravam nos lados. Obviamente, por mais que tentasse não conseguia
contar até o final da fila, portanto, a contagem era aproximada. Depois de contar em sentido
horizontal, agora precisava contar no sentido vertical. Mas, sendo impossível a contagem da
parte posterior, me baseei na imaginação. Se multiplicar o número de pessoas da fila horizontal
com as da fila vertical posso obter o número de pessoas que estão presentes no recinto. Se
multiplicar esse número com a soma do donativo e do agradecimento de Johrei posso saber a
receita de hoje. Assim, comecei a fazer cálculo na minha cabeça: “Quanto será que custa o
Johrei desse Reverendo, por cabeça”. Porém, antes de sair o resultado desse cálculo, o Johrei
do Reverendo chegava em direção da fila que eu me encontrava, então, repentinamente senti
no meu corpo algo semelhante a uma forte pressão de ar, um choque. Então, perdi a firmeza
nas pernas e involuntariamente adiantei meio passo para frente. Imediatamente voltei à
consciência e, de certa forma, tentei refazer a minha postura, mas, acompanhando o
movimento da mão do Reverendo o meu corpo balançava. À distância entre eu e ele era de,
mais ou menos, dois metros.
O vento produzido pelo grande leque abanado pela jovem era direcionado ao Reverendo
e não havia razão para que aquele vento me influenciasse. Ao mesmo tempo em que inspirei o
ar, comecei a sentir calafrio e a transpirar muito. A sensação de choque continuou por mais
alguns momentos, mas, depois cessou.
Não sei até que ponto aquele Johrei manifestou influência como escavadeira, mas no
mínimo, aquelas imaginações “fica muito caro!” ou “por cabeça fica tonto” havia desaparecido
por completo e me dei conta de uma coisa que ainda não havia experimentado: a estupidez de
tentar deduzir através de pouca experiência de vida de um rapaz o “poder do mundo invisível”.
21

Para quem o via pela primeira vez e de relance, a saudação do Reverendo, que possuía
uma dignidade humana duas vezes maior que o seu corpo físico e que se harmonizava com o
seu forte poder de Johrei, era de espanto e de grande interesse. O Rev. Massahisa Katsuno,
atual Conselheiro da nossa Igreja, foi uma das pessoas que também experimentou o seu Johrei
Coletivo.
(Traduzido de 31/jan-01/abr/99. Livro: Biografia do Rev. Shibui Sôssai – “O Servidor de Deus”, páginas 36 a 41).

JOHREI REALMENTE EFICIENTE

Por outro lado, existe o seguinte testemunho.


Trata-se de impressões de pessoas que diziam que ao receber o Johrei do Rev. Shibui,
durante o seu recebimento, não sentia nada. No entanto, ao receber o Johrei de ministros mais
jovens, sentiam que a atuação era bem maior e mais eficiente em comparação ao Johrei
ministrado pelo Reverendo. Eram poucas, mas às vezes, havia quem afirmasse assim.
Quando um membro disse sobre isso, sinceramente ao Reverendo, ele respondeu-lhe
sorrindo:
- Quando cortamos com uma espada realmente excelente, também nada
sentimos.
Ao receber esse tipo de crítica, geralmente, as pessoas ficam mal humoradas, mas pelo
fato de ter plena convicção do poder que possuía, o Reverendo não se mostrou irritado.
Simplesmente respondeu com toda naturalidade, uma pergunta lógica feita por um membro.
Pela explicação que recebera, o referido membro se sentiu satisfeito, dizendo que o Reverendo
estava com razão.
Acreditamos que o Rev. Shibui desejava que as pessoas compreendessem corretamente
sobre o poder do Johrei através da ministração. Ele não se vangloriava demonstrando
demasiado confiança em si mesmo e tampouco se auto-subestimava. Parece que o Reverendo
tinha a plena consciência do poder que Meishu-Sama havia lhe concedido.
Porém, não se restringindo apenas ao Reverendo. O poder de Johrei que Meishu-Sama
nos concedeu, vem a ser o principal meio de salvação da humanidade. É algo óbvio, mas o
Reverendo enfatizou a importância do Johrei até a sua morte.
O fato a seguir, ocorreu por volta de 1952, quando foi iniciada a difusão da Igreja
Hôssei, tendo como base o Solar da Montanha Preciosa.
Naquele dia, uma senhora tinha vindo a Igreja para receber Johrei, por causa de uma
purificação que havia iniciado naquela manhã. O marido a acompanhava mostrando-se muito
preocupado. Num dado momento, o seu sofrimento se acentuou e, sem poder mais ficar
sentada, acabou se deitando. Dobrando as pernas e encolhida, ficou como um camarão, em
forma curvilínea, e a sua respiração tornou-se ofegante. Assim sendo, uma pessoa que se
encontrava ali, saiu correndo em direção aos fundos, a fim de solicitar ajuda ao Rev. Shibui.
Este, dizendo:
- Deixe-me ver.
Chegou sorrindo ao local onde se encontrava a enferma.
- Ah, isso é agulhada!
E prontamente começou a ministrar-lhe o Johrei. O fato ocorria no salão do Solar da
Montanha Preciosa. As pessoas que se encontravam no recinto, reuniram-se em volta do
Reverendo para vê-lo ministrando Johrei. A curiosidade era tanta que, prendendo até mesmo
suas respirações, observavam entretidas o aspecto de ministração do Reverendo. Logo depois
que o Reverendo apertou a região da virilha com ponta dos dedos, a respiração da enferma foi
se normalizando e logo depois, ela já conseguia ficar deitada em posição normal, ou seja,
virada para cima. O Reverendo continuou apertando as virilhas e a parte posterior do osso
ilíaco com os dedos da mão esquerda e ministrando-lhe Johrei com a mão direita. Ao observar
o aspecto daquela senhora que já conseguia deitar-se virado para cima, era possível notar
22

nitidamente o seu relaxamento gradativo. O enrijecimento do corpo foi se desfazendo e ela já


conseguia ficar deitada, com o corpo esticado. Instantes depois, ela já estava dormindo. Depois
de dormir por apenas uns dez minutos, ela acordou, levantou-se bruscamente e, após
agradecer ao Reverendo, foi embora.
No início, as pessoas que se encontravam no recinto, ficaram boquiabertas, mas depois,
voltando a si, se sentiram admiradas pela grandiosidade do poder de Johrei do Rev. Shibui.
O Rev. Shibui falava frequentemente:
- Quando levanto a mão em direção frontal da cabeça da pessoa que se
encontra em purificação, consigo sentir imediatamente o local, em que
está ocorrendo a purificação nessa pessoa. Assim, concentro-me e,
emitindo a luz espiritual nesse local, na maioria dos casos, a purificação
cessa em três minutos. As dores nas pontas dos dedos dos pés, por
exemplo, cessam se ministrarmos Johrei na parte frontal da cabeça.
Foi exatamente isso que aconteceu, com aquela senhora que referimos há pouco.
Prosseguindo, ele disse:
- Quando a pessoa é acometida de pontadas, de nada adianta se não
conseguirmos salvá-la com o Johrei. Doravante, a Luz se intensificará cada
vez mais e, em consequência disso, em todo o local, vão surgir pessoas
com purificações semelhante ao que vimos hoje. Portanto, precisamos
estar preparados para que, nessa ocasião, possamos estar aptos a salvá-
las.
Assim, o Reverendo insistia em enfatizar a preciosidade e a necessidade da prática do
Johrei.
Ele ensinou-nos:
- De agora em diante, precisamos ministrar Johrei em uma, em duas, em
três pessoas. Pois, não podemos salvar as pessoas através da teoria.
E disse, ainda:
- Precisamos ministrar Johrei firme e assiduamente nas cadeiras e nas
virilhas das pessoas, pois chegará o momento em que, grande número de
pessoas, vão acabar passando para o outro mundo, num piscar de olhos.
Aquela senhora de hoje foi salva porque era agulhada. Entre os males, o
menor.
O Rev. Shibui vinha empenhando-se por muito tempo, referindo sobre a importância de
ministrar Johrei regular e corretamente, a fim de preparar as pessoas para a ocasião da
chegada da época de grande purificação.
Em suas palestras relacionadas ao Johrei, o Reverendo escrevia no quadro negro, em
primeiro lugar, a palavra “KANZEON BOSSATSU” em tamanho bem grande e começava a falar.
O assunto era sobre o Supremo Deus. Dizia que Ele realizava a salvação de um grande número
de pessoas, disfarçado em Bossatsu. E que o poder de salvar grande número de pessoas estava
no Johrei. Portanto, o Johrei era realmente, a ação de Bossatsu. Ele dizia também que esse
poder não era algo teórico e que doravante, seria cada vez mais necessário. Ele falava que a
maioria das pessoas do mundo custava a reconhecer o poder do Johrei e apresentava suas
explicações de forma realmente simples e compreensível com exemplos convincente.
- Os senhores conseguem ver Deus? Não conseguem, não é mesmo? E o ar,
consegue ver? Também, não conseguem, não é verdade? Mas ...
Assim dizendo, apontava para fora da janela e dizia:
- Olhe aquele galho se mexendo. Está se mexendo por causa do ar que está
em movimento.
23

A maioria dos participantes ficavam, profundamente, impressionados com essas simples


explicações do Rev. Shibui. Dizia, ainda:
- A Igreja Messiânica Mundial existe em função dos milagres do Johrei. O
Johrei é nossa atividade única. As pessoas não conseguem compreender
porque lhes apresentam apenas teoria e sermão.
Dessa maneira, o Reverendo ensinava o fio da meada de Ensinamentos profundos de
Meishu-Sama, que se encontram por trás da Providência da Natureza.
(Traduzido de 5/4 a 18/ago/99. Livro: Biografia do Rev. Shibui Sôssai – “O Servidor de Deus”, páginas 41 a 45).

JOHREI OBJETIVANDO SUFRAGAR OS ANTEPASSADOS

O Rev. Shibui Sôssai ministrava Johrei para salvar não apenas às pessoas vivas. O seu
Johrei objetivava salvar também os espíritos encostados nas pessoas enfermas. Entre as
pessoas que receberam Johrei ministrado por ele, a maioria sofria de purificação de cárie
espinhal.
Esta é a história de um membro que, devido à afinidade divina, passou a Servir na
Igreja. Era um membro que, às vezes, recebia Johrei ministrado cortesmente pelo Rev. Shibui.
A sua duração era, geralmente, bem maior do que os ministrados aos seus superiores e, por
isso, as pessoas ao seu redor sentiam inveja. Ao comunicar esse fato ao Reverendo, ele disse
gentilmente, como que envolvendo em seu manto, com sorriso no rosto:
- Não precisa se preocupar com isso, pois o meu Johrei se destinava não
apenas a você, mas para salvar, especialmente, os espíritos que estavam
encostados em você.
Realmente, ao iniciar o tratamento (Johrei) havia entre os enfermos, aqueles que o
corpo ficavam rígidos como uma imagem feita de pedra, as lágrimas escorriam pelos olhos e
não conseguia sequer falar; pessoas que começavam a chorar num estado e voz indescritíveis,
pessoas que se tornavam violentas, gesticulando as mãos e as pernas e também, pessoas que
se transformavam repentinamente e começavam a falar coisas inesperadas. O Rev. Shibui
falava e repreendia esses espíritos encostados nas pessoas; às vezes ouviam os seus desejos e
sentimentos de mágoas criados por eles durante a vida neste mundo. Dessa maneira, ele
solucionava por completo as enfermidades das pessoas.
Dizem que, casos como esses, na maioria das vezes, tratam-se de encostos de espíritos
dos ancestrais dos enfermos.
Ás vezes, o Rev. Shibui realizava salvação dos espíritos ministrando-lhes Johrei
diretamente, mas geralmente os ancestrais eram salvos através do Servir realizado pelos
próprios membros e, em consequência disso, quem se salvava eram os próprios membros.
A senhora Horigome Etsuko que se tornou discípula do Rev. Shibui, em 1944, após
receber o curso de aprimoramento, no dia 28 de janeiro de 1946, ela sofreu um acidente
ferroviário. O trem da ferrovia Odakyu que ela se encontrava descarrilou e tombou. Apesar de
ser um acidente de grandes proporções em que houve grande número de vítimas e feridos, a
senhora Horigome que havia tomado o referido trem, conseguiu sair completamente ilesa.
No dia seguinte, quando ela foi ao Solar da Montanha Preciosa agradecer a graça
recebida, soube que na hora do acidente o Rev. Shibui também estava voltando da cidade de
Odawara para o Solar da Montanha Preciosa. Na cidade de Oisso, grande número de pessoas
feridas, com ataduras, tomaram o trem. Então, o Reverendo concluiu que havia acontecido um
grave acidente. Posteriormente, ao ver a notícia do acidente no jornal ele ficou deveras
surpreso, pois, nem imaginava que a senhora Horigome se encontrava naquele trem.
24

Na ocasião do acidente, a senhora Horigome pensou interiormente: “Sai ilesa e salva


deste acidente porque sou elevada espiritualmente”.
- É, realmente foi bom ter saído ilesa. Venha para cá, pois vou ministrar-lhe
Johrei.
Assim, o Rev. Shibui Sôssai iniciou o Johrei, após ouvir sorridente a conversa da senhora
Horigome. Assim que terminou o Johrei, ela agradeceu ao Reverendo e ia saindo. Então, o Rev.
Shibui chamou-a:
- Senhora Horigome!
Naquele instante, ela sentiu seu corpo enrijecer-se, repentinamente.
Prosseguindo, disse o Reverendo:
- Uma pessoa elevada espiritualmente, não tomaria um trem como esse,
que estava prestes a sofrer acidente.
Na realidade, ela havia apenas pensado e não havia dito nada ao Reverendo. No
entanto, o Reverendo havia lido o seu pensamento.
- Entre as pessoas normais, são poucas as que conseguem visualizar se o
pescoço ou se o braço rolou. Os seus antepassados encontram-se todos no
nível inferior. Por isso, doravante, a senhora precisa empenhar-se em prol
do próximo. Nem pense em tornar-se feliz nesta vida.
Assim, aquela fisionomia sorridente do Reverendo de instante atrás desapareceu,
repentinamente, e com ar de seriedade, ele advertiu à senhora Horigome.
O Rev. Shibui, não só conseguia ver o sentimento da pessoa, mas também visualizar até
mesmo a situação de seus antepassados.
Em relação aos antepassados, o Reverendo explicou da seguinte forma sobre o
significado de oferendas. Naquela época, ao participar do Culto, era costume os membros
oferecerem, além do donativo, as oferendas.
O Reverendo afirmou:
- O donativo é uma oferenda feita pela própria pessoa a Deus. E as demais
oferendas são presentes que oferecemos em nome dos antepassados, a
Deus. Os antepassados têm a permissão de participar dos Cultos
posicionados sobre os ombros de seus descendentes. Por isso, nas
ocasiões de encontros coletivos com Meishu-Sama, a fim de que também
os seus antepassados possam juntos receberem a “Luz”, ao sair de casa, é
melhor ir diante da morada dos ancestrais e convidá-los para irem juntos
ao Culto. Nessa ocasião, seria conveniente levar consigo as oferendas e
entregá-las na recepção da Igreja, dizendo que são presentes para Deus,
por parte dos antepassados. Assim, também os antepassados poderão
oferecer seus presentes a Deus e, em meio à alegria, receberem Luz.
Dizem que o próprio Rev. Shibui ofereceu ao Altar, grande quantidade de produtos
agrícolas especiais, da primeira colheita, as novidades, etc. Dessa maneira, também os
antepassados poderão participar dos Cultos com grande alegria e orgulho.
A nossa civilidade para com Deus, também se torna sufrágios aos antepassados. A
dedicação feita a Meishu-Sama em forma de Servir e as oferendas a Deus resultam em salvação
dos antepassados, ou seja, passam a ser a salvação da própria pessoa que dedica e faz
oferendas.
Há também, a seguinte experiência de fé:
Uma senhora que estava em purificação, foi apresentada ao Rev. Shibui. Então, o
Reverendo disse:
25

- Aquela pessoa, não adianta.


Ao perguntar-lhe o motivo, ele respondeu:
- Aquela pessoa não tem gratidão a Deus, por isso, não adianta. Uma
semana depois, ela veio a falecer. (quanto aos detalhes dessa experiência de fé,
constam no livro “Cem estórias da minha fé”, da autoria do Revmo. Katsuiti
Watanabe).
Segundo a afirmativa dos membros daquela época, quando participavam dos Cultos, no
anexo da Igreja de Odawara, eles sempre levavam presentes oferecidos de coração ao
Reverendo. Nós que vivíamos desprovidos de dinheiro, também presenteávamos à altura,
conforme a nossa possibilidade. Os dedicantes da recepção, gentilmente comunicavam sobre as
oferendas ao Rev. Shibui. Assentindo, ele ouvia atentamente cada comunicado; às vezes, ao
mesmo tempo em que cumprimentava as pessoas, ia separando e colocando as oferendas,
umas nos lado esquerdo e outras no lado direito. As que eram colocadas no lado esquerdo, os
dedicantes levavam logo para os fundos, mas as do lado direito, não.
Ao perguntar-lhe sobre aquele procedimento, o Reverendo respondeu:
- As do lado esquerdo, são oferendas feitas do fundo do coração pelos
membros e as do lado direito, são aquelas feitas por obrigações,
aparências ou passando para frente aquilo que havia ganho de outras
pessoas, portanto, são oferendas destituídas de sentimentos; basta olhar o
conteúdo para se certificar disso.
Ao conhecer a espantosa, aguçada e venerável sensibilidade espiritual do Reverendo,
fiquei emocionado e passei a entender o sentido da frase: “A fé se resume numa única
palavra: Makoto”. Ao mesmo tempo, essas palavras penetraram profundamente no meu
coração. (Um missionário).
(Traduzido de 5 a 13/jan/99. Livro: Biografia do Rev. Shibui Sôssai – “O Servidor de Deus”, páginas 45 a 49).

A FISIONOMIA SEVERA E A FISIONOMIA BONDOSA

O Rev. Shibui Sôssai era muito rigoroso em relação ao Johrei, mas essa rigorosidade era
acompanhada, ao mesmo tempo, de bondade e considerações em relação aos membros. Por
terem amor é que procuram formar as pessoas com rigor. Portanto, não se deve menosprezar a
rigorosidade e nem a bondade. Por exemplo, muitas vezes, o Rev. Shibui procurava ensinar aos
enfermos o sentimento de gratidão através do seu próprio Johrei.
A seguir, é um fato que ocorreu com a senhora Kazuko Tahara que realizou a atividade
de difusão em Bofu, no estado de Yamaguchi e posteriormente, foi Responsável da Igreja
Shun-ei.
Certo dia, o Rev. Shibui ministrava Johrei às pessoas e quando a senhora Tahara
sentou-se diante dele para recebê-lo, ele ergueu o braço e já perguntou:
- Está melhor?
Como havia apenas iniciado o Johrei, mesmo sendo uma pergunta vindo do Rev.
Shibui, não sabia como responder, por isso, ela disse apenas:
- É, o ombro ainda ...
Então, chamou sua atenção, dizendo:
- Ainda não ministrei no ombro. Sendo indagada, “Está melhor?” Deve
responder “obrigada” com sentimento de gratidão, aí a mácula desaparece
instantaneamente. Enfim, no homem atual falta o sentimento de gratidão.
26

O Johrei do Rev. Shibui não se limitava curar apenas as doenças visíveis aos nossos
olhos. Imaginamos que através do método de salvação chamado Johrei, ele procurou transmitir
ao homem a maneira de ser e a simples postura de sentimento no dia-a-dia.
A senhora Kazuko Tahara dedicou no anexo da Igreja Miroku, da cidade de Odawara,
durante 4 anos, a partir de 1948. No início, o Reverendo disse-lhe:
- Se torne hábil em tomar broncas.
Sempre que incorria no fracasso, o Reverendo chamava-a e dava-lhe broncas. Mesmo
não sabendo do que se tratava, ela levava broncas e isso acontecia com frequência. “Mesmo
que o Reverendo havia dito para que se tornasse hábil em tomar broncas, isso é demais. A
excessiva bronca acaba provocando desânimo e perda de vontade” – pensava ela.
Certo dia, na reunião realizada na Sede Provisória do Bairro de Shimizu, em Atami, um
dedicante cometeu erro. Além de cometer o erro, ele começou a dar justificativa de forma
insistente. Então, Meishu-Sama repreendeu-o severamente diante de grande número de
pessoas. A senhora Tahara que presenciou esse fato, disse posteriormente ao Rev. Shibui:
- Por que será que uma pessoa tão importante como o Grão-mestre (Meishu-Sama)
dá bronca daquele jeito?
- Cada pessoa possui várias coisas que tem que ser purificada durante a
vida. Essas coisas serão purificadas de várias formas e, cada vez que isso
acontece suas máculas vão desaparecendo. Mesmo que leve bronca por
motivo desconhecido, através disso as máculas vão sendo resgatadas um a
um. Entretanto, quando a pessoa procurar se justificar, as máculas que
deveriam desaparecer, ao contrário, acabam aumentando. Ciente disso e
sentindo pena daquela pessoa é que o Grão-mestre dá bronca, a fim de
que as máculas sejam eliminadas um a um. E também, para que a pessoa
jamais incorra no mesmo erro ...
Essa foi à explicação dada pelo Reverendo à senhora Tahara. Então, ela sentiu que o
Reverendo estava ensinando gentilmente o verdadeiro sentido da frase: “Se torne hábil em
tomar broncas” e assim ela conseguiu aprender que nas repreensões dadas por Meishu-Sama
ou pelo Rev. Shibui existiam o grande sentimento de misericórdia de salvar as pessoas. A partir
de então, o seu desânimo desapareceu e passou até mesmo a assumir culpas alheias para
receber broncas.
Acreditamos que esse fato demonstra o amor e a bondade do Rev. Shibui em relação às
pequeninas coisas.
O fato a seguir, trata-se de uma experiência vivida pelo senhor Hiroji Kanda, que servia
no anexo da Igreja Odawara, e que passou por uma grande purificação em forma de
“piloroestenose” (estreitamento do orifício que liga o estômago ao duodeno). Devido à
severidade dessa purificação ele pensou que ia morrer e chegou até mesmo a resignar-se.
Porém, certo dedicante, preocupado com seu estado telefonou para o Rev. Shibui que se
encontrava em Tóquio. Então, mesmo estando atarefadíssimo, o Rev. Shibui veio com toda
urgência do Solar da Montanha Preciosa, situado no Bairro Kaminogue, à cidade de Odawara
onde o enfermo se encontrava. Ao chegar, o Reverendo entrou correndo no quarto onde se
encontrava o enfermo e imediatamente começou a ministrar Johrei na região de virilha. Daí,
aquele sofrimento, aquela dor infernal, cessou repentinamente como se fosse um encanto,
seguido de alívio.
Ao receber o referido Johrei, o senhor Kanda disse o seguinte a respeito do Rev. Shibui:
- Não podia deixar de reverenciar o Reverendo como se fosse Deus e Meishu-Sama.
No final, achei que não fazia diferença alguma mesmo que a atuação fosse de
Meishu-Sama ou do Rev. Shibui.
27

Certamente, ele deve ter sentido que fora derrubado por alguma força misteriosa.
Mesmo que confiasse no Rev. Shibui com o mesmo sentimento de gratidão oferecido a Meishu-
Sama acho que ele deve ter visto a imagem de Meishu-Sama e do Absoluto Deus atuando por
trás do Reverendo.
Só mesmo quem contatou diretamente com a bondade do Rev. Shibui é que pôde sentir
a gratidão estampada na fisionomia misericordiosa do Reverendo em forma de alegria e de
alívio nos seus olhos vistos nos momentos em que o Reverendo olhava fixo e atentamente o
rosto do enfermo.
(Traduzido de 15 a 18/jan/99. Livro: Biografia do Rev. Shibui Sôssai – “O Servidor de Deus”, páginas 49 a 54)

O AMOR HUMANO DE SÔSSAI

Quando achava que era necessário, sem distinção de pessoa e mesmo em condições de
impossibilidade, o Reverendo saia correndo atender as pessoas. Por mais que subisse de
posição na Igreja e que, do ponto de vista de membros, parecesse estar sobre as nuvens, ele
era uma pessoa que descia das nuvens para atender o nosso chamado. O Reverendo tratava
com imparcialidade, tanto os fatos importantes como os que consideramos insignificantes. Em
se tratando de salvação de pessoas, ele era indiferente no que diz respeito a diferença sexual:
alta ou baixa. Entretanto, as ações do Reverendo refletiam nas pessoas comuns, como bondade
nunca vista.
O fato a seguir, refere-se à época em que (...) Ishimaru (poeta) era mais jovem.
Casei-me no fina do ano de 1941, logo após o início da Guerra do Pacífico. Por sermos
enfermos fisicamente, mesmo depois de dois anos de casados, ainda não tínhamos sido
agraciados com filhos. Vários médicos disseram sobre dificuldades de termos filhos. Pelo
incentivo do marido, passei a fazer o curso de arranjos florais na casa de um professor, que
ficava nas proximidades da minha casa. Esse professor, além de ensinar-me os arranjos,
ministrava-me Johrei diariamente, na parte da tarde, dizendo:
- Vou lhe fazer um excelente tratamento para que a senhora possa ter
filhos.
Depois de recebê-lo por cerca de um mês, comecei a ter diarréia. Então, sob
recomendações do professor, passei a frequentar o “Centro de Tratamento de Digitopuntura e
Purificação no Estilo Shibui” que ficava localizado próximo a Estação Ferroviária de Shinjuku
(em Tóquio).
A fisionomia sorridente do Reverendo Shibui, tranquilizou-me e me fez tomar decisão de
freqüentar o Centro por um certo período. Resolvi frequentar aquele Centro, por um mês,
diariamente, assim que o meu marido saía para o trabalho. Passado cerca de um mês, deparei-
me repentinamente, que purgava na junta do polegar do meu pé direito. Por mais que
limpasse, o líquido continuava saindo. Então, comuniquei o fato ao Reverendo Shibui e este,
assentido, disse-me:
- Realmente, como eu imaginava. Quando a senhora era criança, os médicos
não lhe disseram que a senhora sofria de fraqueza congênita ou de
tuberculose infantil leve? Mas, ao meu ver, a senhora sofre de uma leve
cárie espinhal. E isso, só mesmo um grande e ilustre médico conseguiria
detectá-la. Entretanto, como já começou a purgar, a melhora será rápida.
Que bom. A senhora já pode tomar banho no “Ofurô*”. Não há mais o que
se preocupar.
Assim, ele explicou de forma detalhada. Por um período de dois a três meses o pus
continuou saindo do dedão do pé. A explicação do Reverendo Shibui que acertou em cheia o
alvo e a sua absoluta confiança dizendo que o problema seria solucionado, deixou-me
realmente num estado de completa tranquilidade.
28

(*) Banho de imersão de estilo japonês


Passado algum tempo, recebi o diagnóstico médico inesperadamente, no qual constava:
“gravidez de três meses”. Porém, ao procurar uma clínica ginecológica para realizar exames e
obter carteirinha de acompanhamento de gravidez, o ginecologista me disse:
- A senhora tem físico fraco e não posso garantir que o seu parto transcorra bem,
portanto, fique em repouso absoluto.
Assim sendo, por um período deixei de ir ao Centro de Tratamento e permaneci em
repouso absoluto, mas aceitando o convite do professor de arranjos florais e indo ao Centro de
Tratamento de Shinjuku, o Reverendo Shibui dirigiu-me palavras com firmeza:
- Soube que o médico disse-lhe que o seu parto seria difícil. Submetendo ao
meu tratamento, não haverá problema. A senhora terá seu filho. Venha
todos os dias, sem se preocupar.
Na realidade, o Reverendo já sabia que chegaria esse dia, por isso, ele havia pedido ao
professor de arranjo floral para que me procurasse. Naquela noite, conversamos e chegamos à
seguinte conclusão: Já que o médico disse que será difícil, vamos deixar nas mãos do
Reverendo Shibui.
Desde então, com a aprovação do meu marido, comecei a frequentar o Centro de
Tratamento de Shinjuku. Posteriormente, ao comunicar o meu retorno à terra natal,
gentilmente ele me deu conselhos, dizendo:
- Estamos realizando Curso de Iniciação. Antes de regressar à sua terra
natal, faça o curso e receba o “Ohikari”.
Assim, tornei-me membro no dia 3 de março de 1944. A outorga do Ohikari foi feita pelo
Reverendo Shibui. Nessa ocasião, o Reverendo dirigiu-se a mim e, como se fosse o meu próprio
pai, ficou deveras contente e sorrindo, disse-me:
- Que bom. Que bom.
Minha primogênita nasceu de parto normal, no Estado de Yamaguchi, forte e saudável,
pesando cerca de 3,750kg. Repentinamente, lembrei-me da fisionomia misericordiosa do
Reverendo Shibui que se encontrava em Tóquio e senti profunda gratidão por ele.
Após a guerra, a referida senhora passou a dedicar na Casa de Difusão Hôfu, do Estado
de Yamaguti. Graças a compreensão dos familiares por parte do marido, ela pode empenhar-se
na ministração do Johrei a grande número de pessoas. Posteriormente ela teve também um
primogênito e no cotidiano, vivia feliz. Porém, quando ele estava com 4 anos de idade, contraiu
sarampo, transmitida de sua irmã e encontrava-se em estado grave. Passou a receber Johrei de
forma intensiva na Casa de Difusão, mas a febre não cedia. Então, o Responsável da Unidade
Ministra Kazuko Tahara entrou em contato com o Rev. Shibui que se encontrava em Atami e
solicitou-lhe um pedido de prece.
- O Rev. Shibui vai fazer prece diante do Altar à meia noite, por isso, não precisa se
preocupar mais.
Essas foram as suas palavras de incentivo, mas para uma mãe jovem e inexperiente o
estado do menino era muito preocupante.
- O Rev. Shibui disse que hoje havia recebido três pedidos de prece de todo o Japão.
Com certeza, o pedido de prece do seu filho será atendido.
Assim explicava a Ministra Tahara com postura calma, mas a jovem mãe continuava
inquieta.
Entretanto, quando o relógio de parede marcou zero hora, a febre da criança começou a
abaixar rapidamente. A sua respiração ofegante e angustiante começou a ceder e voltar ao
estado normal e, cessando também a convulsão, a criança adormeceu calmamente.
29

O restabelecimento do menino foi surpreendente. Soube posteriormente que junto com


o sarampo ele teve também pneumonia e naquelas condições ele estava também sujeito a
contrair meningite. Uma enfermidade tão séria como essa fora curada de forma tão simples,
exatamente no horário prometido, à meia-noite. A jovem mãe ficou deveras emocionada com o
grandioso poder do Pedido de Prece feito pelo Rev. Shibui.
Dias depois, ficamos sabendo que a enfermidade do primogênito tratava-se de uma
grande purificação relacionada com a afinidade da mãe. E essa afinidade fora desfeita através
do Pedido de Prece. Mesmo estando em Yamaguti, local distante de Atami, o Pedido de Prece
feito pelo Rev. Shibui foi atendido. O grande número de membros de todo o Japão que
admirava o Rev. Shibui sentia-se atraídos por essa sua força poderosa, misteriosa e acolhedora.
(Traduzido de 20/08 a 24/10/99. Livro: Biografia do Rev. Shibui Sôssai – “O Servidor de Deus”, páginas 53 a 57)

O CAMINHO DENOMINADO JOHREI

Todavia, gostaria de chamar a atenção do outro ponto de vista de Johrei do Rev. Shibui.
O Johrei praticado pelo Reverendo não se limitava simplesmente a ajudar as pessoas. O
Rev. Shibui desejava que juntamente com o método de salvação denominado Johrei, os
Ensinamentos de Meishu-Sama fossem divulgados amplamente e chegassem ao conhecimento
de grande número de pessoas.
Salvar as pessoas através de Johrei é algo muito importante. A realidade é que, muitas
vezes as pessoas limitam-se apenas a isso.
Entretanto, na época, o que mais importava ao Rev. Shibui era levar ao conhecimento
das pessoas que essa atividade significava, na realidade, Servir Meishu-Sama. Assim sendo,
juntamente com a salvação das pessoas através do Johrei, precisava também movimentar as
pessoas. E os membros da Igreja Miroku são os que melhor compreenderam a essência do
desejo do Rev. Shibui. Eles captaram a sua vontade em Servir Meishu-Sama. Para o Rev.
Shibui, o essencial era que as pessoas, tendo-o como modelo, passassem a compreender o seu
pensamento relacionado a Meishu-Sama e que cada qual descobrissem a sua própria afinidade
com Meishu-Sama.
Um fato deveras importante é que o poder do Johrei do Reverendo oferecia esperança
aos membros em geral. Provocava desejo de se aproximar ao nível do Reverendo e se tornar
como ele. Assim, o Johrei do Rev. Shibui tinha o poder de oferecer esse tipo de esperança aos
membros.
O fato a seguir, ocorreu no final do ano de 1947, na ocasião em que o Rev. Shibui havia
se tornado palestrante do curso de Iniciação. No verão desse mesmo ano, o Reverendo havia
recebido o cargo de superintendente da Igreja Kannon do Japão. Nessa ocasião, segundo a
opinião de um dos membros que havia acabado de participar do seu curso disse que o recinto
encontrava-se realmente cheio devido ao número de pessoas que desejavam vê-lo, mesmo que
fosse de relance. Entre os participantes encontrava-se um bonzo que durante a palestra do
Reverendo acabou desmaiando.
Porém, o Reverendo não se mostrou qualquer apavoramento, e dizendo:
- Deixe-o assim, do jeito que está.
E sem interromper a palestra, começou a ministrar-lhe Johrei. À distância entre o
Reverendo e o bonzo que se encontrava caído era de cerca de cinco metros, mas a purificação
cessou em apenas alguns minutos. Os membros ficaram realmente surpresos ao presenciar tal
fato.
30

- Fiquei realmente assustado e pensei: “Que coisa extraordinária”. Mas por outro lado
senti também: “Será que aquilo não seria uma farsa?”. Creio que essa seja uma
expressão, sem dúvida, sincera, uma vez que o Johrei do Reverendo havia
apresentado resultado inesperado. Mas como tinha presenciado o fato real com os
próprios olhos, não poderia deixar de reconhecer como verdade.
- Realmente, acho que não houve farsa. Trata-se de um poder espiritual espantoso.
Surpreso, fiquei pensando: “Será que existe uma coisa dessas no mundo?”. Depois
fiquei admirado pelo poder do Johrei do Reverendo e senti profundo desejo de
tornar-me como ele. Uma emoção inexplicável e a sensação por achar maravilhoso
foram fatores determinantes para que eu passasse a me empenhar na difusão, como
ministro integrante.
Assim se expressa o ministro integrante, inicialmente referido como membro.
A alegria de salvar as pessoas e o sentimento de querer se aproximar do Reverendo
Shibui, a fusão desses desejos é que faziam com que os membros passassem a percorrer o
caminho do integrante. O poder de salvar uma única pessoa a movimentar grande número de
membros e, como consequência, a salvação foi se estendendo a grande número de pessoas.
Pensando assim, podemos compreender claramente que o poder do Johrei do Reverendo não
era simplesmente curar doenças.
Também, segundo o Sr. (...) Kawabata que participou do Curso de Iniciação no Distrito
de Mino, no Estado de Guifu, certa pessoa trouxe sua filha, de 3 a 4 anos de idade, que não
conseguia andar por causa da paralisia infantil e solicitou Johrei na região das cadeiras. Depois
de alguns minutos, ele disse:
- Pronto. Agora tente andar!
O pai da menina, com certo receio estendeu sua mão para tentar ajudá-la a ficar de pé.
Mas a menina, ainda meio desequilibrada, levantou-se sozinha e, em seguida, começou a
andar. Para ela, a experiência de andar era a primeira, depois do nascimento.
O Rev. Shibui, com o ar de que aquilo não era nada, esclareceu dizendo:
- O problema dela era pseudoparalisia infantil. Por isso, sua cura foi
simples.
Todavia, os participantes do Curso que presenciaram o referido fato sentiram uma
grande emoção. Se, por ventura, tivesse no recinto, alguém que não conhecesse o Reverendo,
acho que ele imaginaria que aquilo era uma farsa ou algo combinado, mas, sem dúvida, o fato
era pura realidade, um milagre.
O recinto do curso encheu-se de pessoas que passaram a pensar: “Gostaria de ter
também, como o Reverendo, poder de cura”. E assim, ficavam cada vez mais entusiasmados
em desenvolver atividades de difusão, dizendo:
- Vamos conduzir o maior número de pessoas ao Curso de Iniciação.
E, entre as crianças, havia uma que detestava Johrei. Os pais empenhavam-se a fim de
fazer com que ela o recebesse, mas chutava e mordia a mão do ministrante e, de forma
alguma, não deixava as pessoas ministrarem. Os pais, não sabendo mais o que fazer, solicitou
orientação ao Rev. Shibui. Então ele respondeu, simplesmente:
- Traga-a.
Todos os anos, no inverno, essa criança sofria de frieiras e devido ao frio intenso as
suas mãos ficavam toda vermelha e ulcerada. Apresentavam aspectos incômodos em que só de
ver, as pessoas sentiam dó dela.
Observando a criança, o Reverendo disse:
- Querida, o tio quer te cumprimentar, dê-me às mãos.
31

Ai, a criança olhou para o rosto do Reverendo e assentiu. O Reverendo tomou com suas
duas mãos, como que envolvendo as mãos ulceradas da criança e, disse-lhe:
- Coitadinha! Mas, vai sarar logo, viu?
Assim dizendo, depois de pegar levemente as mãos da criança, apenas passou sua mão
alisando sua cabeça. Isso aconteceu em alguns segundos apenas. Porém, depois de alguns
dias, as mãos da criança estavam completamente curadas.
Recentemente, depois de passados mais de quarenta anos, ouvi sua mãe dizer que,
desde então, ela jamais teve aquelas purificações. Hoje, a referida criança é mãe de cinco filhos
e recorda com saudade aquela época, dizendo:
- Não me recordo direito o acontecido, mas as mãos grandes e calorosas do
Reverendo, lembro-me direitinho!
A personalidade de uma única pessoa, a do Rev. Shibui fazia emocionar grande número
de pessoas e essa emoção, por sua vez, fazia mover grande número de pessoas. Assim, a
intensa Luz do Johrei, praticado pelo Rev. Shibui iluminava e purificava o local. Será que não
seria isto o desenvolvimento da Obra Divina ideal tão almejado por Meishu-Sama? Acreditamos
que isto, não é senão, a essência das atividades de difusão da nossa Igreja.
(Traduzido de 25/10 a 5/11/99. Livro: Biografia do Rev. Shibui Sôssai – “O Servidor de Deus”, páginas 58 a 62)

Você também pode gostar