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PARTE I
Não havia nenhum mistério no fato de pegar água com a peneira. Meishu-Sama apenas
explicou um fato natural, de forma extremamente natural. A importância está no fato do Rev.
Shibui Sôssai ter aceito Sua vontade e colocado em prática as palavras de Meishu-Sama, sem
duvidar, por mínimo que seja, seguindo-as obedientemente de forma única e incondicional. Os
membros da “Associação Miroku” gravaram profundamente em seus corações essa postura do
Rev. Shibui Sôssai, que geralmente detestava vangloriar-se, juntamente com a verdadeira
postura de Servir Meishu-Sama. Pudemos aprender a importância do fato dele ter seguido
obedientemente as palavras de Meishu-Sama acreditando ser elas absolutas, evitando julgar
pela razão a possibilidade ou não de obter água com a peneira.
O Rev. Shibui Sôssai era realmente “o Servidor”. O Servir existe para a concretização na
Terra, de um mundo dotado de Verdade, Bem e Belo, que é o ideal de Deus. Ou seja, salvando
as pessoas que sofrem, por exemplo, de doenças através do Johrei, das dedicações físicas,
monetárias, etc.
Enfim, trata-se de uma postura em que deve cultivar as pessoas que estão ligadas a
Obra Divina e professam a fé. Isso não se limita apenas aos integrantes. Os membros em geral
também, sem dúvida, devem se empenhar em “servir” dessa maneira.
Podemos dizer que, no passado, na nossa Igreja, nunca houve uma época como esta
em que o espírito de busca fosse tão intensa como na atualidade: a postura em que devemos
ter como pessoas que professam a fé e o “retorno ao ponto de partida” indagando, uma vez
mais, a forma de professar a fé absoluta em Meishu-Sama.
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Meishu-Sama era muito dedicado à aquisição de obras de belas artes. Parece que houve
ocasiões em que, diante de dificuldades financeiras as coisas não corriam de acordo com o seu
desejo, mas, mesmo assim, quando algum comerciante de obras de arte trazia e oferecia-lhe
uma peça famosa, em consequência do desejo de querer obtê-la a qualquer custo – desejo
esse que Ele já vinha alimentando há algum tempo – resolvia adquiri-la. Dessa maneira,
Meishu-Sama fazia o possível e o impossível para adquirir as obras excelentes e famosas. Isso,
além de impedir que as mesmas fossem vendidas para o exterior, contentavam os amantes de
belas-artes e também as pessoas em geral. No início, quem arranjava essas somas altas era, na
maioria das vezes, o Rev. Shibui Sôssai.
Naquela época, Meishu-Sama ficava, normalmente, no anexo da Sede Provisória do
Bairro de Shimizu, localizado na cidade de Atami. Próximo desse local, Rev. Shibui Sôssai havia
adquirido, já há algum tempo, uma casa que servia como sua residência e ponto de difusão.
Nessas ocasiões, ou seja, quando alguém trazia e oferecia-lhe obras de belas-artes de
seu gosto, por volta das 20 horas, Meishu-Sama mandava chamar o Rev. Shibui Sôssai e
consultava-o, dizendo-lhe:
- Hoje vieram oferecer-me excelente obra de arte, mas...
Se até chegava a chamar o Rev. Shibui Sôssai para consultar-lhe sobre a aquisição de
determinadas obras de arte, podemos imaginar que, sem dúvida, tratava-se de obras de arte
de alto valor. Porém, por mais alto que fosse o valor da obra, o Rev. Shibui Sôssai sempre
procurava atender os pedidos de Meishu-Sama com toda satisfação. Assim, para conseguir a
soma necessária para aquisição de obras, Rev. Shibui Sôssai saía viajando pelo interior e,
infalivelmente, entregava a soma prometida para Meishu-Sama, até a data estabelecida.
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Por ser de noite, Rev. Shibui Sôssai sempre se encontrava já vestido de quimomo, mas
quando era chamado por Meishu-Sama, apresentava-se à sua frente sempre com um avental
de sarja azul-marinho. Sem qualquer distinção de serviço, seja ele oficial ou particular, sempre
ao apresentar-se diante de Meishu-Sama, usava o referido avental a fim de não esquecer e
conservar sempre o espírito de Servir a Meishu-Sama.
A dedicação material oferecida por Rev. Shibui Sôssai a Meishu-Sama era um fato jamais
ocorrido na Igreja e o seu montante era tão grande que nem conseguimos calcular. Por ser o
Rev. Shibui Sôssai uma pessoa que conseguia oferecer o seu Servir de corpo e alma a Meishu-
Sama, praticou com toda alegria, como se tudo aquilo fosse natural, mesmo as dedicações
financeiras e materiais que, como ser humano, achávamos estar fora dos limites.
Por exemplo, no ano de 1952, Meishu-Sama adquiriu por um preço bem alto a obra
“Juka Bijin Zu” (beldades sob a sombra da árvore, importante patrimônio cultural do Japão que
pertence, atualmente, ao Museu de Belas Artes MOA) que estava para ser vendida para o
exterior. E quem assumiu esse Servir também foi o Rev. Shibui Sôssai. Nessa ocasião, o Rev.
Shibui Sôssai não atuava mais na linha de frente de difusão da Igreja, mas só ele conseguia
fazer esse tipo de Servir e mais ninguém. Rev. Shibui Sôssai participou desse Servir vendendo
um terreno de sua propriedade, de 20 mil tsubo (66.200 m2), localizado no sopé do monte ao
oeste do Jardim das Ameixeiras, e entregando essa grande soma nas mãos de Meishu-Sama.
Mesmo em meio a grandes dificuldades, Rev. Shibui Sôssai se empenhava ao máximo
para conseguir obter o que Meishu-Sama solicitava, convicto de que aquilo que Meishu-Sama
necessitava ou desejava era a própria Vontade Divina. Chegava misteriosamente às mãos do
Rev. Shibui Sôssai, patrimônios, riquezas, dinheiro e artigos de valor. Os membros daquela
época afirmam que Rev. Shibui Sôssai era para a nossa Igreja um verdadeiro “Daikoku-Sama”
(um dos sete divindades da fortuna e da felicidade que traz sorte e riqueza).
(Traduzido em 5 a 17/nov/98. Livro: Biografia do Rev. Shibui Sôssai – “O Servidor”, páginas 6 e 7)
O fato a seguir ocorreu entre 1945 a 1949. Naquela época, um dos Servir mais difícil
realizado no Solar da Montanha Preciosa, era a contagem de donativos trazidos do interior. Os
diretores da “Associação Miroku” reuniam-se mensalmente, no último dia do mês, no referido
Solar e cada qual relatava ao Sôssai o resultado de difusão pioneira e depois discutiam sobre o
plano de viagem de difusão do Sôssai para o mês seguinte. E depois, saíam para difusão
pioneira, carregando sacolão, feito especialmente para carregar “Imagens da Luz Divina”, cheio
de Ohikari, Imagens e Caligrafias.
Na volta, traziam mochilas cheias de donativos feitos pelos membros. Por ser uma soma
muito grande, mesmo recebendo o relatório contábil, o responsável da contabilidade não
conseguia contar e tampouco aquele dinheiro todo não cabia no cofre. Por isso, passou a usar
um pequeno aposento localizado nos fundos do Solar da Montanha Preciosa. Ali, o
procedimento era o seguinte: tirando o dinheiro das mochilas, amontoava-o sobre a mesa.
Normalmente, a soma era de mais ou menos 5 a 6 milhões de ienes mas, às vezes, chegava a
ultrapassar os 10 milhões. Em seguida, ordenavam esses dinheiros em maços. Cada maço com
notas de 100 ienes perfaziam tijolos empilhados. Os funcionários da Igreja colocavam esses
maços novamente nas mochilas e entregavam a Meishu-Sama.
Apesar desse trabalho todo, não ocorriam erros na contagem de dinheiro e isso, se
pensarmos baseado no senso comum, era algo realmente enigmático, pois naquela época não
tinha na Igreja profissionais dessa área, como nos dias de hoje.
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Acreditamos que Sôssai possuía firme convicção a ponto de ele mesmo conseguir
oferecer tudo, acreditando firmemente: “Sendo esse o sentimento com que devemos fazer a
gratidão monetária (donativo), Meishu-Sama é a própria personificação do Supremo Deus que
salvará os três mundos: o Divino, o Espiritual e o Material”.
Sôssai apenas comunicava o montante do donativo oferecido pelos membros do interior
e não ficava com nem um centavo sequer.
Meishu-Sama utilizava esses donativos para aquisições de obras de belas artes, de
terrenos para construção dos Solos Sagrados, para construções de edifícios, etc. Para
aquisições ou construções, por exemplo, do anexo da Sede de Associação Miroku, da cidade de
Odawara, da Unidade Século XXI (construção que se localizava onde fica o atual edifício em
frente à estação ferroviária de Atami), do anexo da Sede Provisória do Bairro de Shimizu, do
Solar Daikan (casa onde fica o atual Soreisha, em Hakone), do alojamento destinado aos
membros Kounzan Dôjô (alojamento Monte, Luz e Nuvem), da Sede Provisória do Bairro de
Sakimi, etc.
Na época, Sôssai que já pensava em dar atenção à educação dos filhos dos membros da
Igreja, adquiriu também a Escola de Segundo Grau Normal, na cidade de Odawara. Essa
aquisição ocorreu devido à solicitação de ajuda por parte do Diretor daquela entidade que,
passava por dificuldades econômicas.
Em hipótese alguma Sôssai mostrava o seu aspecto religioso e pensando no futuro da
Igreja participou da administração daquela escola. Porém, quando a administração da escola
começou a melhorar foi surpreendido pela perseguição e, no meio do caminho de sua
concretização, a atividade de educação acabou desmoronando.
Os donativos eram destinados ao uso e à aplicações diversas, mas tudo isso serviu de
importante base para o desenvolvimento da Igreja e também, o seu resultado é que está
servindo como alicerce econômico da atual Igreja.
(Traduzido em 17 a 19/nov/98. Livro: Biografia de Shibui Sôssai – “O Servidor de Deus”, páginas 8 a 10).
O Rev. Shibui Sôssai adquiriu todos os terrenos que Meishu-Sama desejava obter. Em
1948, quando Meishu-Sama adquiriu o Hekiun-Sô (Solar da Nuvem Esmeralda) quem viabilizou
a verba foi o Rev. Shibui Sôssai. Este era o anexo do Santuário..... E na época custou sete
milhões de ienes. No contrato constava um item deveras rigoroso dizendo que o mesmo
caducaria se não fosse pago o valor total, em dinheiro e dentro do prazo de uma semana após
a assinatura do compromisso de compra e venda. Esse ponto deixou Meishu-Sama muito
preocupado. Por várias vezes, Ele frisou sobre isso ao Rev. Shibui Sôssai.
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Como resposta, em apenas três dias, o Rev. Shibui Sôssai entregou a Meishu-Sama, em
Tozan-Sô (Solar da Montanha do Leste) da cidade de Atami, uma mochila grande e cheia de
dinheiro. Meishu-Sama ficou deveras e profundamente emocionado pela sua dedicação rápida,
cheia de amor e sinceridade.
O Sr. Kyuhei Kaneko que, naquela época, Servia próximo de Meishu-Sama reproduziu o
que Ele havia afirmado:
- Sr. Shibui, vou lhe dar o Solar da Montanha do Leste, portanto, venha morar
aqui.
Dessa maneira, Meishu-Sama ofereceu aquele Solar ao Rev. Shibui Sôssai, que na época
Ele usava-a como sua residência. Rev. Shibui Sôssai residia naquela casa, por volta de dois a
três meses, mas depois, devido à inveja das pessoas e por outros motivos, devolveu-a para
Meishu-Sama.
E para conhecermos, principalmente, a postura de dedicação de Rev. Shibui Sôssai, feita
do fundo do coração a Meishu-Sama, o fato relacionado à Sede Provisória do Bairro de Sakimi,
é ilustrativo e muito interessante. Em 1949, a referida Sede localizava-se próximo da estação
ferroviária e do centro da cidade de Atami e ao incluir a montanha que ficava na frente, o
terreno se tornava muito grande. O Rev. Shibui Sôssai tinha a intenção de construir ali, no
futuro, várias instalações da Igreja Miroku, mas resolveu construir de imediato um alojamento e
o local de descanso para os membros da Associação Miroku. Porém, na época, vigorava uma lei
de controle de construção. A mesma não permitia que a construção de uma casa fosse maior
que 100 tsubo (331m2). Então, o Rev. Shibui Sôssai comprou um restaurante na cidade de
Hamamatsu e alegando “transferência de construção”, começou a construir a Sede Provisória
do Bairro de Sakimi. Porém, quando a construção já estava praticamente concluída, Meishu-
Sama disse:
- A Sede Provisória do Bairro de Shimizu já está apertada, por isso,
vamos usar esta casa como local de entrevista.
Não sabemos se Meishu-Sama já vinha alimentando tal desejo, mas essa foi a sua
alegação. As pessoas que ali estavam presentes ficaram perplexos, com aquela inesperada
palavra de Meishu-Sama. No entanto, Rev. Shibui Sôssai aceitou de imediato e de bom grado
as suas palavras e ficou muito feliz pelo fato daquela casa ser utilizada para tal finalidade.
Todos ficaram emocionados pela atitude do Rev. Shibui Sôssai que aceitou as palavras
de Meishu-Sama como Vontade Divina, deixando de lado, por completo, a sua própria vontade.
Todos ficaram emocionados pela atitude do Rev. Shibui Sôssai que aceitou as palavras
de Meishu-Sama como Vontade Divina, deixando de lado, por completo, a sua própria vontade.
Se por ventura, o Rev. Shibui Sôssai tivesse o pensamento de que aquela construção
fosse dele ou da Igreja Miroku, acreditamos que ele não aceitaria as palavras de Meishu-Sama.
Porém, pela renúncia de sua própria vontade é que ele conseguiu oferecer prontamente aquela
construção a Meishu-Sama, em forma de Servir.
Porém, caso sua vontade tivesse prevalecido, ele estaria pensando que tanto a
construção como a Igreja eram suas, e estaria também destruindo o seu próprio sentimento de
dedicação em relação a Meishu-Sama de conseguir oferecer tudo, empenhando-se o máximo. E
nem poderíamos dizer que ele estaria servindo verdadeiramente a Meishu-Sama.
O Rev. Shibui Sôssai teve êxito em confecção de roupas e diversas outras atividades e
conseguiu obter uma imensa fortuna, mas assim que conheceu Meishu-Sama ofereceu tudo em
prol da expansão da Obra Divina.
Ele não permitia o seu próprio luxo, não usava serviços bancários, tais como depósitos
bancários e, em hipótese alguma, acumulava fortuna. Evitava, inclusive, o seguro de vida. Esse
procedimento estendia-se também aos seus familiares. Sem deixar nenhum patrimônio,
ofereceu tudo para a Obra Divina.
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Mesmo quando ele encontrava-se purificando, o seu pensamento estava sempre voltado
para Meishu-Sama. Até mesmo os dedicantes que Serviam junto do Rev. Shibui Sôssai
conseguiam perceber claramente isso. Os dedicantes daquela época, afirmaram unanimemente:
- Esse era o ensinamento ‘sem palavra’ de Rev. Shibui Sôssai.
O fato a seguir ocorreu durante a construção do Solo Sagrado da Terra Celestial, de
Atami, nos últimos anos de vida de Rev. Shibui Sôssai. Meishu-Sama sempre visitava o local da
obra e manifestava agradecimento aos dedicantes pelos seus trabalhos. Mesmo estando
acamado, Rev. Shibui Sôssai percebia a situação real do atraso da construção em relação à
previsão e isso causavam “dores” no seu coração. Ele ficava preocupado e triste, dizendo:
- Isso está acontecendo porque estão faltando fundos para a
construção na Igreja. Se eu fosse saudável poderia fazer alguma
coisa. “É realmente lamentável estar causando preocupações a
Meishu-Sama”.
Porém, obter repentinamente grande soma de dinheiro, não era possível, uma vez que,
naquela época, ele já havia se afastado da frente da difusão. Mas, preocupado com aquela
situação real de dificuldades, ele pegou as caligrafias que havia ganho de Meishu-Sama em
grande quantidade e estavam guardadas sem molduras, em dois armários, ofereceu tudo a
Sede Geral da Igreja sob o título “Oferecimento de Caligrafias”. Ele tinha plena convicção de
que se oferecesse aquelas caligrafias aos membros, com toda certeza Deus permitiria,
infalivelmente, conceder o fundo necessário para concluir aquela obra.
Rev. Shibui Sôssai era uma pessoa que viveu com plena convicção de sempre colocar
em primeiro, Meishu-Sama e o Servir, seja em quaisquer circunstâncias. Pela nobreza do
sentimento sincero do Rev. Shibui Sôssai, os dedicantes da época se sentiam emocionados e
gravaram no fundo de seus corações de que o alicerce da Igreja foi construído dessa forma.
Tudo isso era Obra Divina e significa que o Rev. Shibui Sôssai recebendo o poder e a
inteligência de Meishu-Sama, realizava o Servir de acordo com a Vontade Divina.
(Traduzido em 19/nov a 09/dez/98. Livro: Biografia do Rev. Shibui Sôssai – “O Servidor”, páginas 11 a 14)
O PEQUENO SERVIR
Entretanto, o Servir do Rev. Shibui Sôssai a Meishu-Sama não se limitava aos grandes
que há pouco referimos, tais como: aquisição de terrenos para construção dos Solos Sagrados,
de objetos de artes e de imóveis para instalações em geral.
Por exemplo: mesmo durante o período da Segunda Guerra e após a mesma, quem
tomava providências dos ternos e das camisas que Meishu-Sama usava era o Rev. Shibui
Sôssai. Meishu-Sama gostava de roupas de cores puxadas para o marrom. Um dos servidores
de Meishu-Sama afirmou que o Rev. Shibui Sôssai, sempre ficava muito feliz, como se fosse sua
própria felicidade, quando observava a fisionomia de alegria de Meishu-Sama.
O fato a seguir, ocorreu por volta de 1954. Naquela época, Meishu-Sama morava em
Atami, no Hekiun-Sô (Solar da Nuvem Esmeralda).
Certo dia, por volta das 23 horas, telefonaram daquele Solar para residência do Rev.
Shibui Sôssai:
- Meishu-sama disse que, no jantar de amanhã, deseja comer “karêraisu”, do
Restaurante Nakamuraya, (localizado no Bairro Shinjuku, em Tóquio), por isso,
gostaria que o referido prato, na porção de suas pessoas, fosse entregue aqui,
amanhã até às 18 horas. Diga que é para Okada, da cidade de Atami.
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Nesse dia, o Rev. Shibui Sôssai encontrava-se com a esposa no Hôzan-Sô (Solar da
Montanha Preciosa), no bairro de Kaminoguê (em Tóquio) e ele ficou sabendo pelo telefone
que recebera de sua residência, de Atami, do pedido feito por Meishu-Sama.
Justamente naquele dia, os meios de transporte, como: trem, ônibus, metrô, etc.
estavam paralisados devido à greve geral. Desta feita, se não tomassem providências rápidas,
não seria possível entregar aquele prato dentro do prazo solicitado. A situação era realmente
desesperadora, mas o Rev. Shibui Sôssai disse:
- Já que Meishu-Sama quer comer aquele prato, devemos fazer o
possível e o impossível para que o mesmo chegue a Ele. Eu vou de
táxi até o bairro Shinjuku.
Assim, quatro pessoas, incluindo o Rev. Shibui Sôssai, saíram do bairro Kaminoguê e se
dirigiram para o bairro Shinjuku. À distância entre os dois bairros era mais ou menos grande e
ele sabia que, por causa da greve, o trânsito não estaria normal e que teria que enfrentar
congestionamentos. Porém, nas entrelinhas de suas palavras percebia-se claramente a sua
convicção.
- Se tivermos Makoto (sentimento sincero, de obediência e amor)
seremos infalivelmente, merecedores de graças.
Depois de muito custo, finalmente chegaram ao Restaurante Nakamuraya e, sem
demora, fizeram o pedido ao proprietário:
- Estamos aqui sob as ordens do Sr. Okada, de Atami. Por favor,
prepare karêraisu para duas pessoas, para viagem.
Mas, naquele dia, infelizmente a parte da cozinha que preparava aquele prato estava em
descanso. Mas, ao explicar detalhadamente o motivo ao proprietário e pedindo-lhe
encarecidamente, ele disse:
- Está bem, vou preparar especialmente para os senhores, mas, por favor,
esperem por três horas.
A espera por três horas era longa o que incitava olhar sempre para o relógio e, em
atitude de prece, rogar para que não ocorresse o atraso. O que não era nada fácil era ficar pela
rua, sem nenhum objetivo e à deriva, esperando o tempo passar. Finalmente, a greve
terminou. Dentro do tempo previsto, o karêraisu, aquele prato tão ansiosamente esperado,
ficou pronto. Então, sem demora, uma das pessoas pegou a comida e partiu “voando” com
destino a Atami. As demais observavam a partida do portador, em atitude de prece, desejando
que ele conseguisse chegar em tempo e sem atraso, antes mesmo da hora marcada.
Felizmente, o prato chegou praticamente em cima da hora.
Observando o espírito do Rev. Shibui Sôssai que procurava vencer todas aquelas
situações difíceis para corresponder à vontade de Meishu-Sama e a sua postura de manifestá-lo
pessoalmente, será que seríamos capazes de rir sobre aquela situação dizendo que ele fez tudo
aquilo simplesmente por um prato de carê? Mesmo para servir um simples prato de carê, Rev.
Shibui Sôssai colocava todo o seu sentimento de amor para Servir a meishu-Sama.
Não existia nem melhor e nem pior no Servir a Meishu-Sama, pois qualquer serviço
prestado a Ele, significava Servir a Deus.
(Traduzido de 09 a 10/dez/98. Livro: Biografia do Rev. Shibui Sôssai – “O Servidor”, páginas 15 a 16).
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OFERECER TUDO
Tornar-se ministro integrante, na época em que o Rev. Shibui Sôssai atuava ativamente,
não significava obter um posto na Igreja, mas sim, a permissão de Servir através do desígnio
Divino. Ele sempre ensinava isso às pessoas de convívio ao seu redor.
Os fatos a seguir, se referem àquele período e são assuntos extremamente
interessantes.
O presente fato se relaciona ao Sr. Koji Nakane. Em 1950, quando o Sr. Nakane se
empenhava ao máximo na difusão pioneira, desejando tornar-se ministro integrante, sua mãe
foi acometida, repentinamente, de derrame cerebral e acabou falecendo antes de completar um
dia. Assim sendo, durante a reunião familiar realizada após a cerimônia de enterro, Nakane
sofreu injúrias e sérias críticas a respeito da fé, por parte de seus parentes. Disseram que ele
havia deixado sua mãe morrer sem ao menos submeter ao exame médico e que, mesmo sem
trabalhar, doavam dinheiro e até mesmo o arroz para a Igreja.
Desta feita, sem demora, Nakane procurou o Rev. Shibui Sôssai no Solar da Montanha
Preciosa e, relatando-lhe o fato ocorrido, solicitou a sua orientação, no que se refere ao seu
doravante procedimento. Mas, o Rev. Shibui pediu a ele que primeiramente expusesse o seu
pensamento.
- Fui salvo da tuberculose e na radiografia não mais apareceu a mancha. O
Johrei, além de curar as doenças, dizimam-nas por completo e, livrando as
pessoas de sofrimentos como doença, pobreza e conflito, permite que as
pessoas gozem de alegria, saúde, riqueza e paz. Portanto, gostaria de
continuar servindo, com alegria e ardente desejo, na concretização do ideal de
Meishu-Sama, que é a construção do Paraíso Terrestre – respondeu Nakane.
- Então, venha participar do aprimoramento, mas não precisa trazer
nada, está bem?
Assim, o Rev. Shibui dirigia ao Nakane, palavras calorosas e concedia-lhe apoio e
orientações.
Naquela época, as pessoas só podiam participar do aprimoramento de dez dias, doando
15 quilos de arroz e uma contribuição de 2.000 ienes.
Com o objetivo de solucionar as purificações das pessoas que encaminhamos
é que oferecemos assistências. Quanto maior a dificuldade significa que o
relacionamento entre ambos (NT: do encaminhador e do encaminhado) na vida passada
era mais estreita e nesta vida, nasceram na relação entre mestre e discípulo.
Portanto, podemos observar que tanto a civilidade como a ordem é de fato rigorosos
– ensinou-lhe o Rev. Shibui Sôssai.
Prosseguindo, afirmou: Quem está prestando Servir a Deus hoje, na realidade,
nas vidas passadas, era construtor da Era da Noite, de geração em geração. Ou seja,
no sentido espiritual, atuaram gerando muitas máculas. E, desta vez, ao nascer na
Era do Dia e sendo permitido Servir a Deus, passam a desta vez, ao nascer na Era do
Dia e sendo permitido Servir a Deus, passam a resgatar aquelas máculas, por isso,
ocorrem purificações severas. O sistema está constituído de tal forma que o
indivíduo obtém a elevação espiritual à medida que recebem purificações do seu
espírito e vão solucionando um a um os seus problemas. Por isso, as purificações
são severas, mas quando conseguimos solucioná-las, a nossa alegria também é
proporcionalmente grande. Existem fatos penosos, mas em meio a fatos penosos,
também ocorrem, infalivelmente, fatos felizes. O aprimoramento ocorre em meio a
repetições de fatos penosos e felizes, portanto, empenhe-se firmemente sem que
seja derrotado pelas purificações.
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PARTE II
O poder do Johrei ministrado pelo Rev. Shibui Sôssai era realmente muito forte. A
respeito disso, as pessoas que receberam Johrei do Rev. Shibui tem afirmado unanimemente.
Mesmo sendo doenças graves que os seus discípulos não davam contas, muitas vezes, através
do Johrei ministrado pelo Reverendo Shibui, a cura completa se processava em questão de
alguns segundos ou minutos.
Até o seu encontro com Meishu-Sama, o Rev. Shibui havia ingressado em uma
Associação de Esclarecimentos a fim de buscar a fé. Porém, não se limitava apenas aos
aprimoramentos dessa Associação, diariamente, por iniciativa própria, tomava banho na água
fria, ia descalço fazer suas orações no Santuário e sempre praticava banho na cachoeira. Dessa
maneira, parece que no dia-a-dia ele já procurava o seu próprio desenvolvimento espiritual,
polindo a sua alma. Não resta dúvida de que esses aprimoramentos realizados antes do
ingresso a nossa Igreja, foi para ele amplamente útil nos momentos da prática de Johrei. E não
se limitando a isso, ele manifestava também extraordinário poder, tais como o de ler os
pensamentos das pessoas e o de prever os acontecimentos.
As pessoas sabiam, há muito tempo, que Meishu-Sama havia ministrado Johrei, numa
pessoa enferma em estado grave, emitindo Luz pelas testas. Mas desde a época inicial dos
Tratamentos realizados no Bairro Shinjuku, de Tóquio, também o Rev. Shibui realizava
inúmeras curas, emitindo Luz pelas testas. Esta é uma prática que pode ser feita só pelas
pessoas que estejam manifestando capacidade espiritual de elevado grau.
Dizem que o Rev. Shibui ministrava Johrei pelas testas emitindo Luz só nas
enfermidades em que os locais de ministração de Johrei já eram definidos, tais como nos casos
de problemas graves de visão, de furúnculos, de hemorróidas, etc. O número de episódios
relacionados ao poder de Johrei do Rev. Shibui é muito farto, mas de que forma será que ele
tomava medidas em relação a inúmeros casos? Para isso, é necessário recordarmos cada caso
concretamente.
Entretanto, acredito que não se limitando apenas aos casos, precisamos nos preocupar
também com as orientações dadas pelo Reverendo aos seus discípulos durante a prática de
Johrei. O Rev. Shibui não deixou escrito praticamente nada sobre assuntos relacionados a si
mesmo, por isso, reconhecendo os exemplos vivos como “Palestras sobre Johrei”, sinto que
precisamos aprender, uma vez mais, sobre o Johrei praticado pelo Rev. Shibui.
(Traduzido no dia 21/01/99. Livro: Biografia do Rev. Shibui Sôssai – “O Servidor de Deus”, páginas 26 e 27).
A força de Johrei do Rev. Shibui era tão grande que uma pessoa comum nem
conseguiria imaginar. Era sempre visível a diferença da força de seu Johrei em relação aos
demais discípulos de Meishu-Sama.
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Um membro que passava por uma purificação severa, foi trazida às pressas ao
consultório de Shinjuku. Isso aconteceu já no final do ano de 1944. Nessa época, Meishu-Sama
já havia mudado para cidade de Atami e o Rev. Shibui residia no Solar da Montanha Preciosa,
do bairro Setagaya Kaminogue. Apesar de vários Johrei ministrados com empenho pelos seus
discípulos que residiam no bairro Shinjuku, o resultado não era satisfatório. Assim sendo,
resolveram comunicar o fato ao Rev. Shibui que se encontravam no Solar da Montanha
Preciosa. Depois de explicar o estado do enfermo, o discípulo perguntou:
- Reverendo, como e onde será que devemos ministrar-lhe o Johrei?
Depois de alguns segundos de silêncio, o Rev. Shibui disse apenas:
- Sem se importar com dificuldades traga-o até aqui.
Por se tratar de uma época de guerra, não podiam usar carros livremente.
Com a ajuda e esforço de todos, carregando o enfermo nas costas, finalmente,
conseguiram chegar ao Solar da Montanha Preciosa onde se encontravam o Rev. Shibui. Ele, ao
ver o estado do enfermo, disse:
- É, realmente. Esse é um caso ainda muito difícil para vocês. Àquela hora,
quando vocês me ligaram já sabia o estado do enfermo, por isso, pedi o
impossível para trazê-lo até aqui.
Dizendo assim, ele começou a ministrar Johrei imediatamente. Conseqüentemente, com
um único Johrei a febre cedeu e a doença sarou de forma rápida e por completo.
Só ele, outras pessoas não conseguiam imitar. O próprio Rev. Shibui reconhecia que o
seu Johrei era de grande poder e que o de pessoas normais nem chegava perto.
Essa força que o Rev. Shibui possuía, não se limitava apenas para ministrar Johrei nas
partes enfermas do corpo. Ou seja, o reverendo possuía o poder de captar rapidamente o
sintoma da pessoa enferma que se encontrava no outro lado da linha telefônica e através da
intuição perceber em qual parte do corpo deveria ministrar Johrei e concomitantemente o poder
de tomar decisão precisa em relação ao procedimento para manifestar força intensa no Johrei.
Por isso, felizmente ele conseguia manifestar força intensa no Johrei.
(Traduzido de 21 a 22/jan/99. Livro: Biografia do Rev. Shibui Sôssai – “O Servidor de Deus”, páginas 27 a 29).
A SALVAÇÃO DO DISCÍPULO
O presente é um fato notório que ocorreu logo após o término da Segunda Guerra. O
Rev. Hideyoshi Oonishi que na época era secretário do Rev. Shibui e posteriormente, diretor da
nossa Igreja, certo dia foi acometido de ataque cardíaco no Solar da Montanha Preciosa. Esse
fato consta de forma detalhada no livro intitulado “As recordações do papai”, escrito pelo
primogênito Yoshimaru, filho do Rev. Shibui, portanto vamos apresentar a seguir.
Este é um fato que se sucedeu por volta dos anos de 1946 a 1947. Na época, o Sr.
Oonishi sofria de bronquite crônica e o ataque ocorria anualmente, por uma ou duas vezes.
Nessas ocasiões, geralmente ele ficava acamado por uma semana e, às vezes, até por um mês.
Desta vez também, não podia acompanhar o meu pai, pois havia sofrido ataque e se
encontrava acamado.
Todos os meses meu pai fazia plano de ida às igrejas de acordo com o desejo dos
diretores da Igreja e, baseado no mesmo, realizava difusão por todo o país. Numa dessas
ocasiões, ele já estava regressando, após cumprir suas programações. No caminho de volta,
recebeu um comunicado de Meishu-Sama e, ao invés de voltar para Tóquio, teve que ir
diretamente a Atami.
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Durante essa ausência do reverendo, o Sr. Oonishi que estava acamado foi acometido,
repentinamente, de forte ataque cardíaco, justo no dia em que o reverendo havia programado
para voltar.
Naquela época, os reverendos, diretores da “Associação Miroku”, como disse
anteriormente, cada qual era responsável por uma determinada área de difusão e,
paralelamente a programação de ida à área do meu pai, realizava suas atividades de difusão.
No final do mês, eles retornavam ao Solar da Montanha Preciosa que, na época, era a Sede
Central.
Naquele dia também, eles já haviam terminado suas programações e retornados ao
Solar, antes de meu pai. Assim sendo, ministravam Johrei ao Sr. Oonishi que havia sofrido
ataque cardíaco. Com o Johrei dos diretores, a purificação havia melhorado, mas na parte da
tarde, foi se agravando novamente.
Entretanto, achavam que não haveria problema, pois meu pai, ao voltar de Atami ainda
naquele dia, ministraria Johrei a ele. Porém, a conversa entre Meishu-Sama e meu pai se
estendeu até tarde da noite e ele teve que pernoitar em Atami. Essa comunicação, da alteração
de programação, chegou tarde da noite no Solar. Um dos diretores que estava de plantão e que
recebeu a referida comunicação pelo telefone, ficou indeciso se deveria ou não comunicar o
estado de saúde do Sr. Oonishi. Ele imaginou que aquela mudança repentina da programação
do Reverendo Shibui era para Servir Meishu-Sama, por isso, se comunicasse o estado de saúde
do Sr. Oonishi ao Reverendo, ele ficaria preocupado e poderia atrapalhar o seu Servir a Meishu-
Sama e isso era inadmissível.
E, pelo estado em que se encontrava o enfermo, ele achou que não haveria nenhum
problema em esperar até o retorno do Reverendo; bastaria que passasse o relatório na hora
que ele voltasse. Tomou essa decisão rapidamente e desligou o telefone sem comunicar sobre
o estado de saúde do Sr. Oonishi.
Assim, vários diretores ministravam-lhe Johrei a noite toda sem dormir. Naquela noite, a
atmosfera do Solar da Montanha Preciosa era pesada devido às preocupações em relação ao
estado de saúde do Sr. Oonishi. No entanto, mesmo com o amanhecer do dia, o seu estado de
saúde não apresentou melhoras. Ao contrário, houve o agravamento e não podia mais deixar
naquela situação. Foram tomadas providências imediatas no sentido de solicitar ligação
telefônica para Atami a fim de receber do meu pai, as devidas orientações.
Porém, as condições telefônicas pós-guerra eram tão precárias, inimagináveis nos dias
de hoje. Na época, além dos telefonemas urbanos, usava-se o sistema via telefonista. Ligações
para as cidades de Atami ou de Hakone, quando demorado, levava-se de duas a três horas e
isso era normal.
Quando, finalmente, conseguiu ligação para o Solar da Montanha do Leste, localizado
em Atami, meu pai já havia terminado o seu Servir a Meishu-Sama e já estava a caminho de
volta para Tóquio. Se soubesse o horário que ele havia saído de Atami, obviamente era possível
saber à hora de sua chegada ao Solar da Montanha Preciosa. Mas como não sabia, foi solicitado
imediatamente a um dos servidores para que ele fosse à estação ferroviária buscar o meu pai.
Mesmo chegando a hora prevista, meu pai e sua comitiva não chegavam. Enquanto isso, no
Solar da Montanha Preciosa, os reverendos-diretores continuavam ministrando Johrei ao
enfermo com todo o empenho, mas, no final, entrou em estado grave, a cor de sua fisionomia
começou a ficar escura, como se ele estivesse próximo da morte.
Ao estado dessa ocasião, no livro intitulado “Meishu-Sama e os Precursores” está
registrado:
O seu sofrimento era intenso, a sua fisionomia apresentava pálida, a respiração
ofegante e com dores atrozes contínuos, por isso, alguém disse:
- Ele já está correndo o risco de vida. Vamos chamar a sua esposa!
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Posteriormente, o Sr. Oonishi contou para sua esposa as circunstâncias daquela ocasião:
- Mesmo durante o intenso sofrimento de purificação, eu me encontrava em plena
consciência. Entendia bem tudo aquilo que as pessoas ao redor diziam: “Desta vez,
ele não vai agüentar”, “No estado em que ele se encontra, não se salvará”. Apesar
de pensar que as afirmações eram arbitrárias, imaginava: “Será que desta vez vou
morrer mesmo?”
E, no momento em que o sofrimento prolongava, ocorria o embotamento da
consciência, assim, paralelamente, sentia que o sofrimento ia diminuindo. Então pensava: “Ah,
acho que desta vez já estou morrendo...”
Ao ouvir ao longe a afirmação: “O Reverendo chegou!” Pensei comigo mesmo: “Ah, o
Reverendo voltou!” Naquele instante, senti que havia sido salvo e também senti a minha
consciência voltar. Depois disso, ocorreram os fatos que todos já estão cientes.”
Ele disse que quando pensa no Johrei gratificante do Reverendo, na intensa força do
seu Johrei e na sua atenção e benevolência, as lágrimas rolam pelos olhos.
O seu sentimento caloroso e de preocupação em relação à pessoa que se encontrava
purificando, fez com que ele se esquecesse de tirar os sapatos e ainda, a plena confiança de
que o Johrei de seu Mestre era absoluto, fez ressuscitar a vida que já estava preste a perder.
Creio que essa paixão de fé é que se ligará doravante às atividades de difusão.
- A confiança em relação ao Reverendo Shibui era absoluta. Sinto que não existe
felicidade maior do que a de possuir um Mestre que podemos realmente confiar.
Quão felizes seriam se os casais, entre eles, pudessem confiar dessa forma um ao
outro. Senti que nessa situação, ninguém poderia interferi-los; talvez “nobre” seria o
termo correto, mas na realidade, ainda acho que não seria a palavra adequada.
Assim, recordo-me ainda hoje, a época em que o Sr. Oonishi relatou-me demonstrando
envergonhado.
(Traduzido de 22 a 28/jan/99. Livro: Biografia do Rev. Shibui Sôssai – “O Servidor de Deus”, páginas 29 a 36).
O JOHREI COLETIVO
No que se refere ao Poder de Johrei do Rev. Shibui, não havia ninguém que pudesse ser
comparado a ele. A respeito disso, só há um meio. O de ouvir as palavras das pessoas que
receberam Johrei pessoalmente do reverendo.
As pessoas dizem que, quando recebiam Johrei do Rev. Shibui sentiam-se como que
recebendo uma descarga elétrica. Dizem que só mesmo quem recebeu Johrei do Reverendo e
teve experiência própria, poderá compreender o intenso poder do seu Johrei, com exceção ao
de Meishu-Sama. O corpo da pessoa chegava a tremer, ou sentia uma sensação semelhante ao
de energia elétrica traspassar pelo corpo; as opiniões das pessoas se resumem numa única
frase: “Realmente, nos deixavam surpresos”.
Mesmo em se tratando de Johrei Coletivo, que na época (denominava-se Johrei em fila)
a sua prática ainda era restrita, o poder do Johrei ministrado pelo Rev. Shibui manifestava
resultado satisfatório.
Na época, imediatamente posterior ao do término da Segunda Guerra, havia um Núcleo
de Difusão da Associação Miroku, na Região de Kansai, localizado na cidade de Quioto, no
Distrito Shita Kyoku, Bairro de Kawara-machi, Nanajo, da Rua Uchihama. Nas ocasiões de
realizações de difusão na Região de Kansai, o Rev. Shibui se hospedava nessa casa e orientava
grande número de pessoas.
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Durante a sua estada, os ministros que ali atuavam se mostravam muito atarefados.
Isto porque, o número de pessoas que buscavam Johrei ministrado pelo reverendo, aumentava
muito em relação aos dias normais. Para poder atender aquele grande número de pessoas
enfermas, o reverendo recorria ao Johrei Coletivo. Ainda hoje, a maioria dos membros, daquela
época recordam nitidamente o Johrei Coletivo praticado por ele, naquela época.
O Rev. Shibui ministrava Johrei Coletivo da seguinte maneira: Primeiramente, ele
mandava os membros formarem uma fila no sentido vertical de dez pessoas e depois, na
horizontal, outra de cinco a seis pessoas. Uma vez formado esse bloco, ele se posicionava na
parte da frente e ministrava o Johrei Coletivo. Em seguida, ele próprio entrava dentro do bloco
e ministrava Johrei individualmente a cada pessoa. Dependendo da pessoa, ele ministrava na
parte da frente, em outra, ministrava de lado, em outras ainda, na parte das costas. Assim, o
ângulo de ministração de Johrei Coletivo variava conforme o caso. Mesmo em se tratando de
Johrei Coletivo o método adotado pelo Rev. Shibui era diferenciado de acordo com a pessoa. Os
membros que receberam Johrei naquela época, dizem que sentiram como que um ar quente
traspassava pelo corpo. Assim como no recebimento de Johrei individual de até então, ou seja,
com poder ainda mais surpreendente, concedia de uma só vez a mesma experiência a 50 ou 60
pessoas. É grande o número de membros que, ainda hoje, ficam surpresos ao ouvirem a
grandiosidade do Johrei praticado pelo Rev. Shibui.
Foi através do Johrei Coletivo que o Ministro Tabata..., Responsável da Igreja-Filial
Maruoka, que pertencia a ex-Igreja Komyo, conheceu pela primeira vez o Rev. Shibui e no seu
livro intitulado “Johrei Mandara” ele diz o seguinte sobre o poder do Johrei do Rev. Shibui:
“Você é feliz, não é verdade? Desta vez está prevista a vinda do Rev. Shibui, que ocupa posição
superior àquele ministro, a fim de, especialmente, ministrar Johrei aos ministros da Área de
Chubu. Como se trata de uma chance única, vou pedir por você também. O que acha de fazer
donativo de agradecimento de tal valor? Vou pedir por você, com todo prazer”. Essa pessoa
disse assim unilateralmente e, inclusive fez a apresentação pública sobre a pessoa do Rev.
Shibui e sobre a excelência do seu Johrei.
Segundo essa pessoa, se compararmos, por exemplo, a escavação de um túnel, o Johrei
que temos ministrado no dia a dia, assemelha-se a uma picareta e o do Rev. Shibui, a uma
Shild (vulgo tatuzão). Dizem que, ao receber o seu Johrei uma vez, os trabalhos de “picareta”
realizado no dia a dia, tornam-se mais eficientes. Ouvindo essas explicações um tanto
nebulosas, passa-se pela cabeça o pensamento: “mesmo assim, fica muito caro!”
Finalmente, chegou o dia. De manhã, as pessoas fazem fila na recepção que fica no hall,
para apanhar a senha numerada. Assim que entrei naquela fila, fiquei desconcentrado ao saber
que, além do agradecimento monetário pelo Johrei, precisava oferecer também donativo, que
naquele momento, o meu bolso estava praticamente desprovido. Mas, garimpando os bolsos
consegui dar um jeito reunindo uma pequena quantia; realmente senti um frio na barriga.
O aposento localizado no primeiro andar, que tinha o espaço de dois quartos (com dez
tatami [esteiras] cada um), ou seja, ...m2, estava superlotado. Para um novato como eu,
parecia que todas as pessoas eram magníficas; principalmente, ao ver os movimentos dos
jovens alegres de minha idade que se mostravam já acostumado com os afazeres e, pensar que
eles eram meus veteranos, senti-me pequeno e, ao mesmo tempo, não pude deixar de sentir
alegria no meu coração. Mesmo naquelas condições, felizmente consegui sentar-me na fila da
frente. Quanto tempo será que ficamos esperando naquele auditório completamente lotado
sentados em filas ordenadas tanto no sentido horizontal como na vertical.
O encarregado deu o aviso:
- Por favor, aguarde mais alguns instantes.
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Porém, esse aviso foi repetido várias vezes. O Reverendo, superior do meu ministro, só
se manifestou no auditório, quando as pernas das pessoas já estavam adormecidas. A primeira
impressão que tive do Reverendo Shibui quando ele apareceu vestido de um terno xadrez e
vistoso sobre o seu corpo robusto e com fisionomia sorridente e deveras tranquila mostrando
os seus olhos finos e amáveis, mais rigorosos, foi o clarear instantâneo do aposento.
Inicialmente o encarregado anunciou a programação do dia e, logo depois, a título de adendo
relatou ligeiramente ao Reverendo sobre o aspecto em que fora preparado os envelopes de
donativo e de agradecimento de Johrei. Então, ele disse sorrindo:
- Ah, ah, ah ... Esses montes sobrepostos em dois andares demonstra bom
presságio ... Ah, ah, ah ... Estes podem ser sobrepostos em três andares ...
Ah, ah, ah ...
Assim, pude notar que o seu riso era realmente despreocupado e espontâneo. Os
participantes riram juntos, mas eu não estava em condições de rir.
O Reverendo limpou suas mãos rapidamente com o “oshibori” (lenço de mão
umedecido) e, finalmente, iniciou o Johrei Coletivo. Ao ver, pela primeira vez, a maneira como o
Reverendo ministrava o Johrei, senti que se assemelhava à postura de quem iria arremessar
uma bola. O braço curvado movimentava-se em ritmo amplo e como que acompanhando esse
ritmo uma jovem posicionada na parte lateral e posterior dele, abanava um leque grande
segurando-o com as duas mãos. Olhando de relance aquela cena rara, abaixei rapidamente a
cabeça em sinal de respeito. Naquela época, o Johrei era ministrado na seguinte ordem:
iniciava-se na frente, depois passava para o lado esquerdo, e em seguida nas costas e
finalmente no lado direito da pessoa. As pessoas ficavam de pé e de acordo com o sinal ia
virando e recebendo o Johrei nas quatro partes anteriormente mencionada. Como estava
posicionado na fila da frente, conseguia ver as pontas dos pés das pessoas que se encontravam
no meu lado esquerdo e direito. Assim sendo, inconscientemente comecei a contar o número
de pessoas que se encontravam nos lados. Obviamente, por mais que tentasse não conseguia
contar até o final da fila, portanto, a contagem era aproximada. Depois de contar em sentido
horizontal, agora precisava contar no sentido vertical. Mas, sendo impossível a contagem da
parte posterior, me baseei na imaginação. Se multiplicar o número de pessoas da fila horizontal
com as da fila vertical posso obter o número de pessoas que estão presentes no recinto. Se
multiplicar esse número com a soma do donativo e do agradecimento de Johrei posso saber a
receita de hoje. Assim, comecei a fazer cálculo na minha cabeça: “Quanto será que custa o
Johrei desse Reverendo, por cabeça”. Porém, antes de sair o resultado desse cálculo, o Johrei
do Reverendo chegava em direção da fila que eu me encontrava, então, repentinamente senti
no meu corpo algo semelhante a uma forte pressão de ar, um choque. Então, perdi a firmeza
nas pernas e involuntariamente adiantei meio passo para frente. Imediatamente voltei à
consciência e, de certa forma, tentei refazer a minha postura, mas, acompanhando o
movimento da mão do Reverendo o meu corpo balançava. À distância entre eu e ele era de,
mais ou menos, dois metros.
O vento produzido pelo grande leque abanado pela jovem era direcionado ao Reverendo
e não havia razão para que aquele vento me influenciasse. Ao mesmo tempo em que inspirei o
ar, comecei a sentir calafrio e a transpirar muito. A sensação de choque continuou por mais
alguns momentos, mas, depois cessou.
Não sei até que ponto aquele Johrei manifestou influência como escavadeira, mas no
mínimo, aquelas imaginações “fica muito caro!” ou “por cabeça fica tonto” havia desaparecido
por completo e me dei conta de uma coisa que ainda não havia experimentado: a estupidez de
tentar deduzir através de pouca experiência de vida de um rapaz o “poder do mundo invisível”.
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Para quem o via pela primeira vez e de relance, a saudação do Reverendo, que possuía
uma dignidade humana duas vezes maior que o seu corpo físico e que se harmonizava com o
seu forte poder de Johrei, era de espanto e de grande interesse. O Rev. Massahisa Katsuno,
atual Conselheiro da nossa Igreja, foi uma das pessoas que também experimentou o seu Johrei
Coletivo.
(Traduzido de 31/jan-01/abr/99. Livro: Biografia do Rev. Shibui Sôssai – “O Servidor de Deus”, páginas 36 a 41).
O Rev. Shibui Sôssai ministrava Johrei para salvar não apenas às pessoas vivas. O seu
Johrei objetivava salvar também os espíritos encostados nas pessoas enfermas. Entre as
pessoas que receberam Johrei ministrado por ele, a maioria sofria de purificação de cárie
espinhal.
Esta é a história de um membro que, devido à afinidade divina, passou a Servir na
Igreja. Era um membro que, às vezes, recebia Johrei ministrado cortesmente pelo Rev. Shibui.
A sua duração era, geralmente, bem maior do que os ministrados aos seus superiores e, por
isso, as pessoas ao seu redor sentiam inveja. Ao comunicar esse fato ao Reverendo, ele disse
gentilmente, como que envolvendo em seu manto, com sorriso no rosto:
- Não precisa se preocupar com isso, pois o meu Johrei se destinava não
apenas a você, mas para salvar, especialmente, os espíritos que estavam
encostados em você.
Realmente, ao iniciar o tratamento (Johrei) havia entre os enfermos, aqueles que o
corpo ficavam rígidos como uma imagem feita de pedra, as lágrimas escorriam pelos olhos e
não conseguia sequer falar; pessoas que começavam a chorar num estado e voz indescritíveis,
pessoas que se tornavam violentas, gesticulando as mãos e as pernas e também, pessoas que
se transformavam repentinamente e começavam a falar coisas inesperadas. O Rev. Shibui
falava e repreendia esses espíritos encostados nas pessoas; às vezes ouviam os seus desejos e
sentimentos de mágoas criados por eles durante a vida neste mundo. Dessa maneira, ele
solucionava por completo as enfermidades das pessoas.
Dizem que, casos como esses, na maioria das vezes, tratam-se de encostos de espíritos
dos ancestrais dos enfermos.
Ás vezes, o Rev. Shibui realizava salvação dos espíritos ministrando-lhes Johrei
diretamente, mas geralmente os ancestrais eram salvos através do Servir realizado pelos
próprios membros e, em consequência disso, quem se salvava eram os próprios membros.
A senhora Horigome Etsuko que se tornou discípula do Rev. Shibui, em 1944, após
receber o curso de aprimoramento, no dia 28 de janeiro de 1946, ela sofreu um acidente
ferroviário. O trem da ferrovia Odakyu que ela se encontrava descarrilou e tombou. Apesar de
ser um acidente de grandes proporções em que houve grande número de vítimas e feridos, a
senhora Horigome que havia tomado o referido trem, conseguiu sair completamente ilesa.
No dia seguinte, quando ela foi ao Solar da Montanha Preciosa agradecer a graça
recebida, soube que na hora do acidente o Rev. Shibui também estava voltando da cidade de
Odawara para o Solar da Montanha Preciosa. Na cidade de Oisso, grande número de pessoas
feridas, com ataduras, tomaram o trem. Então, o Reverendo concluiu que havia acontecido um
grave acidente. Posteriormente, ao ver a notícia do acidente no jornal ele ficou deveras
surpreso, pois, nem imaginava que a senhora Horigome se encontrava naquele trem.
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O Rev. Shibui Sôssai era muito rigoroso em relação ao Johrei, mas essa rigorosidade era
acompanhada, ao mesmo tempo, de bondade e considerações em relação aos membros. Por
terem amor é que procuram formar as pessoas com rigor. Portanto, não se deve menosprezar a
rigorosidade e nem a bondade. Por exemplo, muitas vezes, o Rev. Shibui procurava ensinar aos
enfermos o sentimento de gratidão através do seu próprio Johrei.
A seguir, é um fato que ocorreu com a senhora Kazuko Tahara que realizou a atividade
de difusão em Bofu, no estado de Yamaguchi e posteriormente, foi Responsável da Igreja
Shun-ei.
Certo dia, o Rev. Shibui ministrava Johrei às pessoas e quando a senhora Tahara
sentou-se diante dele para recebê-lo, ele ergueu o braço e já perguntou:
- Está melhor?
Como havia apenas iniciado o Johrei, mesmo sendo uma pergunta vindo do Rev.
Shibui, não sabia como responder, por isso, ela disse apenas:
- É, o ombro ainda ...
Então, chamou sua atenção, dizendo:
- Ainda não ministrei no ombro. Sendo indagada, “Está melhor?” Deve
responder “obrigada” com sentimento de gratidão, aí a mácula desaparece
instantaneamente. Enfim, no homem atual falta o sentimento de gratidão.
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O Johrei do Rev. Shibui não se limitava curar apenas as doenças visíveis aos nossos
olhos. Imaginamos que através do método de salvação chamado Johrei, ele procurou transmitir
ao homem a maneira de ser e a simples postura de sentimento no dia-a-dia.
A senhora Kazuko Tahara dedicou no anexo da Igreja Miroku, da cidade de Odawara,
durante 4 anos, a partir de 1948. No início, o Reverendo disse-lhe:
- Se torne hábil em tomar broncas.
Sempre que incorria no fracasso, o Reverendo chamava-a e dava-lhe broncas. Mesmo
não sabendo do que se tratava, ela levava broncas e isso acontecia com frequência. “Mesmo
que o Reverendo havia dito para que se tornasse hábil em tomar broncas, isso é demais. A
excessiva bronca acaba provocando desânimo e perda de vontade” – pensava ela.
Certo dia, na reunião realizada na Sede Provisória do Bairro de Shimizu, em Atami, um
dedicante cometeu erro. Além de cometer o erro, ele começou a dar justificativa de forma
insistente. Então, Meishu-Sama repreendeu-o severamente diante de grande número de
pessoas. A senhora Tahara que presenciou esse fato, disse posteriormente ao Rev. Shibui:
- Por que será que uma pessoa tão importante como o Grão-mestre (Meishu-Sama)
dá bronca daquele jeito?
- Cada pessoa possui várias coisas que tem que ser purificada durante a
vida. Essas coisas serão purificadas de várias formas e, cada vez que isso
acontece suas máculas vão desaparecendo. Mesmo que leve bronca por
motivo desconhecido, através disso as máculas vão sendo resgatadas um a
um. Entretanto, quando a pessoa procurar se justificar, as máculas que
deveriam desaparecer, ao contrário, acabam aumentando. Ciente disso e
sentindo pena daquela pessoa é que o Grão-mestre dá bronca, a fim de
que as máculas sejam eliminadas um a um. E também, para que a pessoa
jamais incorra no mesmo erro ...
Essa foi à explicação dada pelo Reverendo à senhora Tahara. Então, ela sentiu que o
Reverendo estava ensinando gentilmente o verdadeiro sentido da frase: “Se torne hábil em
tomar broncas” e assim ela conseguiu aprender que nas repreensões dadas por Meishu-Sama
ou pelo Rev. Shibui existiam o grande sentimento de misericórdia de salvar as pessoas. A partir
de então, o seu desânimo desapareceu e passou até mesmo a assumir culpas alheias para
receber broncas.
Acreditamos que esse fato demonstra o amor e a bondade do Rev. Shibui em relação às
pequeninas coisas.
O fato a seguir, trata-se de uma experiência vivida pelo senhor Hiroji Kanda, que servia
no anexo da Igreja Odawara, e que passou por uma grande purificação em forma de
“piloroestenose” (estreitamento do orifício que liga o estômago ao duodeno). Devido à
severidade dessa purificação ele pensou que ia morrer e chegou até mesmo a resignar-se.
Porém, certo dedicante, preocupado com seu estado telefonou para o Rev. Shibui que se
encontrava em Tóquio. Então, mesmo estando atarefadíssimo, o Rev. Shibui veio com toda
urgência do Solar da Montanha Preciosa, situado no Bairro Kaminogue, à cidade de Odawara
onde o enfermo se encontrava. Ao chegar, o Reverendo entrou correndo no quarto onde se
encontrava o enfermo e imediatamente começou a ministrar Johrei na região de virilha. Daí,
aquele sofrimento, aquela dor infernal, cessou repentinamente como se fosse um encanto,
seguido de alívio.
Ao receber o referido Johrei, o senhor Kanda disse o seguinte a respeito do Rev. Shibui:
- Não podia deixar de reverenciar o Reverendo como se fosse Deus e Meishu-Sama.
No final, achei que não fazia diferença alguma mesmo que a atuação fosse de
Meishu-Sama ou do Rev. Shibui.
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Certamente, ele deve ter sentido que fora derrubado por alguma força misteriosa.
Mesmo que confiasse no Rev. Shibui com o mesmo sentimento de gratidão oferecido a Meishu-
Sama acho que ele deve ter visto a imagem de Meishu-Sama e do Absoluto Deus atuando por
trás do Reverendo.
Só mesmo quem contatou diretamente com a bondade do Rev. Shibui é que pôde sentir
a gratidão estampada na fisionomia misericordiosa do Reverendo em forma de alegria e de
alívio nos seus olhos vistos nos momentos em que o Reverendo olhava fixo e atentamente o
rosto do enfermo.
(Traduzido de 15 a 18/jan/99. Livro: Biografia do Rev. Shibui Sôssai – “O Servidor de Deus”, páginas 49 a 54)
Quando achava que era necessário, sem distinção de pessoa e mesmo em condições de
impossibilidade, o Reverendo saia correndo atender as pessoas. Por mais que subisse de
posição na Igreja e que, do ponto de vista de membros, parecesse estar sobre as nuvens, ele
era uma pessoa que descia das nuvens para atender o nosso chamado. O Reverendo tratava
com imparcialidade, tanto os fatos importantes como os que consideramos insignificantes. Em
se tratando de salvação de pessoas, ele era indiferente no que diz respeito a diferença sexual:
alta ou baixa. Entretanto, as ações do Reverendo refletiam nas pessoas comuns, como bondade
nunca vista.
O fato a seguir, refere-se à época em que (...) Ishimaru (poeta) era mais jovem.
Casei-me no fina do ano de 1941, logo após o início da Guerra do Pacífico. Por sermos
enfermos fisicamente, mesmo depois de dois anos de casados, ainda não tínhamos sido
agraciados com filhos. Vários médicos disseram sobre dificuldades de termos filhos. Pelo
incentivo do marido, passei a fazer o curso de arranjos florais na casa de um professor, que
ficava nas proximidades da minha casa. Esse professor, além de ensinar-me os arranjos,
ministrava-me Johrei diariamente, na parte da tarde, dizendo:
- Vou lhe fazer um excelente tratamento para que a senhora possa ter
filhos.
Depois de recebê-lo por cerca de um mês, comecei a ter diarréia. Então, sob
recomendações do professor, passei a frequentar o “Centro de Tratamento de Digitopuntura e
Purificação no Estilo Shibui” que ficava localizado próximo a Estação Ferroviária de Shinjuku
(em Tóquio).
A fisionomia sorridente do Reverendo Shibui, tranquilizou-me e me fez tomar decisão de
freqüentar o Centro por um certo período. Resolvi frequentar aquele Centro, por um mês,
diariamente, assim que o meu marido saía para o trabalho. Passado cerca de um mês, deparei-
me repentinamente, que purgava na junta do polegar do meu pé direito. Por mais que
limpasse, o líquido continuava saindo. Então, comuniquei o fato ao Reverendo Shibui e este,
assentido, disse-me:
- Realmente, como eu imaginava. Quando a senhora era criança, os médicos
não lhe disseram que a senhora sofria de fraqueza congênita ou de
tuberculose infantil leve? Mas, ao meu ver, a senhora sofre de uma leve
cárie espinhal. E isso, só mesmo um grande e ilustre médico conseguiria
detectá-la. Entretanto, como já começou a purgar, a melhora será rápida.
Que bom. A senhora já pode tomar banho no “Ofurô*”. Não há mais o que
se preocupar.
Assim, ele explicou de forma detalhada. Por um período de dois a três meses o pus
continuou saindo do dedão do pé. A explicação do Reverendo Shibui que acertou em cheia o
alvo e a sua absoluta confiança dizendo que o problema seria solucionado, deixou-me
realmente num estado de completa tranquilidade.
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Todavia, gostaria de chamar a atenção do outro ponto de vista de Johrei do Rev. Shibui.
O Johrei praticado pelo Reverendo não se limitava simplesmente a ajudar as pessoas. O
Rev. Shibui desejava que juntamente com o método de salvação denominado Johrei, os
Ensinamentos de Meishu-Sama fossem divulgados amplamente e chegassem ao conhecimento
de grande número de pessoas.
Salvar as pessoas através de Johrei é algo muito importante. A realidade é que, muitas
vezes as pessoas limitam-se apenas a isso.
Entretanto, na época, o que mais importava ao Rev. Shibui era levar ao conhecimento
das pessoas que essa atividade significava, na realidade, Servir Meishu-Sama. Assim sendo,
juntamente com a salvação das pessoas através do Johrei, precisava também movimentar as
pessoas. E os membros da Igreja Miroku são os que melhor compreenderam a essência do
desejo do Rev. Shibui. Eles captaram a sua vontade em Servir Meishu-Sama. Para o Rev.
Shibui, o essencial era que as pessoas, tendo-o como modelo, passassem a compreender o seu
pensamento relacionado a Meishu-Sama e que cada qual descobrissem a sua própria afinidade
com Meishu-Sama.
Um fato deveras importante é que o poder do Johrei do Reverendo oferecia esperança
aos membros em geral. Provocava desejo de se aproximar ao nível do Reverendo e se tornar
como ele. Assim, o Johrei do Rev. Shibui tinha o poder de oferecer esse tipo de esperança aos
membros.
O fato a seguir, ocorreu no final do ano de 1947, na ocasião em que o Rev. Shibui havia
se tornado palestrante do curso de Iniciação. No verão desse mesmo ano, o Reverendo havia
recebido o cargo de superintendente da Igreja Kannon do Japão. Nessa ocasião, segundo a
opinião de um dos membros que havia acabado de participar do seu curso disse que o recinto
encontrava-se realmente cheio devido ao número de pessoas que desejavam vê-lo, mesmo que
fosse de relance. Entre os participantes encontrava-se um bonzo que durante a palestra do
Reverendo acabou desmaiando.
Porém, o Reverendo não se mostrou qualquer apavoramento, e dizendo:
- Deixe-o assim, do jeito que está.
E sem interromper a palestra, começou a ministrar-lhe Johrei. À distância entre o
Reverendo e o bonzo que se encontrava caído era de cerca de cinco metros, mas a purificação
cessou em apenas alguns minutos. Os membros ficaram realmente surpresos ao presenciar tal
fato.
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- Fiquei realmente assustado e pensei: “Que coisa extraordinária”. Mas por outro lado
senti também: “Será que aquilo não seria uma farsa?”. Creio que essa seja uma
expressão, sem dúvida, sincera, uma vez que o Johrei do Reverendo havia
apresentado resultado inesperado. Mas como tinha presenciado o fato real com os
próprios olhos, não poderia deixar de reconhecer como verdade.
- Realmente, acho que não houve farsa. Trata-se de um poder espiritual espantoso.
Surpreso, fiquei pensando: “Será que existe uma coisa dessas no mundo?”. Depois
fiquei admirado pelo poder do Johrei do Reverendo e senti profundo desejo de
tornar-me como ele. Uma emoção inexplicável e a sensação por achar maravilhoso
foram fatores determinantes para que eu passasse a me empenhar na difusão, como
ministro integrante.
Assim se expressa o ministro integrante, inicialmente referido como membro.
A alegria de salvar as pessoas e o sentimento de querer se aproximar do Reverendo
Shibui, a fusão desses desejos é que faziam com que os membros passassem a percorrer o
caminho do integrante. O poder de salvar uma única pessoa a movimentar grande número de
membros e, como consequência, a salvação foi se estendendo a grande número de pessoas.
Pensando assim, podemos compreender claramente que o poder do Johrei do Reverendo não
era simplesmente curar doenças.
Também, segundo o Sr. (...) Kawabata que participou do Curso de Iniciação no Distrito
de Mino, no Estado de Guifu, certa pessoa trouxe sua filha, de 3 a 4 anos de idade, que não
conseguia andar por causa da paralisia infantil e solicitou Johrei na região das cadeiras. Depois
de alguns minutos, ele disse:
- Pronto. Agora tente andar!
O pai da menina, com certo receio estendeu sua mão para tentar ajudá-la a ficar de pé.
Mas a menina, ainda meio desequilibrada, levantou-se sozinha e, em seguida, começou a
andar. Para ela, a experiência de andar era a primeira, depois do nascimento.
O Rev. Shibui, com o ar de que aquilo não era nada, esclareceu dizendo:
- O problema dela era pseudoparalisia infantil. Por isso, sua cura foi
simples.
Todavia, os participantes do Curso que presenciaram o referido fato sentiram uma
grande emoção. Se, por ventura, tivesse no recinto, alguém que não conhecesse o Reverendo,
acho que ele imaginaria que aquilo era uma farsa ou algo combinado, mas, sem dúvida, o fato
era pura realidade, um milagre.
O recinto do curso encheu-se de pessoas que passaram a pensar: “Gostaria de ter
também, como o Reverendo, poder de cura”. E assim, ficavam cada vez mais entusiasmados
em desenvolver atividades de difusão, dizendo:
- Vamos conduzir o maior número de pessoas ao Curso de Iniciação.
E, entre as crianças, havia uma que detestava Johrei. Os pais empenhavam-se a fim de
fazer com que ela o recebesse, mas chutava e mordia a mão do ministrante e, de forma
alguma, não deixava as pessoas ministrarem. Os pais, não sabendo mais o que fazer, solicitou
orientação ao Rev. Shibui. Então ele respondeu, simplesmente:
- Traga-a.
Todos os anos, no inverno, essa criança sofria de frieiras e devido ao frio intenso as
suas mãos ficavam toda vermelha e ulcerada. Apresentavam aspectos incômodos em que só de
ver, as pessoas sentiam dó dela.
Observando a criança, o Reverendo disse:
- Querida, o tio quer te cumprimentar, dê-me às mãos.
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Ai, a criança olhou para o rosto do Reverendo e assentiu. O Reverendo tomou com suas
duas mãos, como que envolvendo as mãos ulceradas da criança e, disse-lhe:
- Coitadinha! Mas, vai sarar logo, viu?
Assim dizendo, depois de pegar levemente as mãos da criança, apenas passou sua mão
alisando sua cabeça. Isso aconteceu em alguns segundos apenas. Porém, depois de alguns
dias, as mãos da criança estavam completamente curadas.
Recentemente, depois de passados mais de quarenta anos, ouvi sua mãe dizer que,
desde então, ela jamais teve aquelas purificações. Hoje, a referida criança é mãe de cinco filhos
e recorda com saudade aquela época, dizendo:
- Não me recordo direito o acontecido, mas as mãos grandes e calorosas do
Reverendo, lembro-me direitinho!
A personalidade de uma única pessoa, a do Rev. Shibui fazia emocionar grande número
de pessoas e essa emoção, por sua vez, fazia mover grande número de pessoas. Assim, a
intensa Luz do Johrei, praticado pelo Rev. Shibui iluminava e purificava o local. Será que não
seria isto o desenvolvimento da Obra Divina ideal tão almejado por Meishu-Sama? Acreditamos
que isto, não é senão, a essência das atividades de difusão da nossa Igreja.
(Traduzido de 25/10 a 5/11/99. Livro: Biografia do Rev. Shibui Sôssai – “O Servidor de Deus”, páginas 58 a 62)