Brasil Seikyo - Edição 2303 - 12/12/2015 - pág.
D1-D2 - Caderno Nova Revolução Humana
Brasil Seikyo - Caderno Nova Revolução Humana
Capítulo: “Estandarte da Lei”
O presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, começou
a escrever o romance Nova Revolução Humana
em 1993. A obra retrata a história da Soka Gakkai
a partir da sua posse como terceiro presidente,
em 1960, e constitui um guia para
desenvolvimento das atividades pelo kosen-rufu.
O presidente Ikeda aparece no romance como
Shin’ichi Yamamoto e seu pseudônimo, como
autor, é Ho Goku.
Parte 48
Em agosto de 1956, três meses após Sawa
Iwata se encontrar com Josei Toda,
fundou-se a Comunidade Matsuyama,
como parte integrante do Distrito Osaka.
Sawa foi, então, nomeada responsável
pela Divisão Feminina (DF) de comunidade.
Mais ou menos nessa mesma época, seu
médico lhe informara que ela estava
completamente curada da tuberculose. A
alegria por saber disso foi a motivação
para que ela empreendesse esforços ainda
maiores pelo kosen-rufu.
Por não conseguir ganhar o suficiente
costurando, Sawa alugou um imóvel no
centro da cidade e abriu um restaurante
que servia udon. Era bem localizado e,
graças ao seu trabalho árduo, a comida
também era boa; portanto, o restaurante
prosperou. Entretanto, tendo de trabalhar
das 6 horas da manhã à meia-noite, não
tinha muito tempo para as atividades da
Gakkai.
Os associados da comunidade estavam
espalhados por toda a província de Ehime
e ela se perguntava como poderia
o incentivá-los. Esforçava-se o máximo,
inclusive contratando ajudantes para o
restaurante, a fim de ter mais tempo.
Decidira que, por mais atarefada que
estivesse com o trabalho, jamais recuaria
um único passo em suas atividades na
Soka Gakkai.
A determinação de devotar a vida ao
kosen-rufu é essencial. Precisamos tomar
uma firme decisão, pois a partir disso
surgem todos os tipos de soluções
criativas e um caminho para a
concretização que julgávamos impossível
se abre sem falta.
Sawa, com regularidade, enviava cartas
aos membros que moravam longe e ela
não podia visitar pessoalmente. Sempre
que dispunha de algum tempo livre no
restaurante, corria para as atividades e
voltava depressa para o trabalho,
invejando as pessoas que tinham mais
tempo livre para participar delas de manhã
até a noite.
Em outubro de 1957, ela foi nomeada
membro de uma comissão permanente do
Distrito Osaka, além de manter suas
responsabilidades como líder de
comunidade pela DF. Isso significava que
teria de viajar a Osaka com frequência e
ficaria ainda mais sobrecarregada. Foi,
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então, que se deparou com um novo
problema. O proprietário de sua casa
resolvera vender o terreno do imóvel e
solicitou-lhe que o desocupasse. Ela ficou
completamente perdida. Embora o aluguel
fosse baixo, a casa tinha vários cômodos e
um amplo jardim. Além disso, Sawa
oferecia o local para reuniões de palestra.
Aquela casa havia desempenhado papel
relevante para o progresso do kosen-rufu
na comunidade.
Parte 49
Desesperada por ter de mudar dali, Sawa
Iwata buscou orientação do líder da
comunidade de Kansai, Seiichiro Haruki,
que, após escutar a sua história, observou:
– Entendo. Mas ao pensar sobre essa
questão, provavelmente deve sentir
gratidão por ter podido morar tanto tempo
lá por um aluguel tão baixo.
Apesar de Sawa reconhecer plenamente a
sua boa sorte nesse sentido, estava
preocupada.
Haruki sorriu e disse:
– Tudo ficará bem. Se continuar orando
sinceramente, encontrará um caminho
para seguir. Problemas e dificuldades
sempre parecem mais assustadores
quando se está prestes a superá-los.
Quando se escala uma montanha, a subida
final é a mais difícil. Simplesmente
determine, ore e se esforce ao máximo.
Quando chegar ao topo, será maravilhoso!
Isso ocorreu pouco antes de Sawa se
encontrar com Shin’ichi Yamamoto. Haruki
a apresentou a Shin’ichi na sede de Kansai
e ela lhe contou que criou sua filha
sozinha, desafiando problemas de saúde e
financeiros e estava se devotando com
sinceridade ao kosen-rufu na Divisão
Feminina.
Shin’ichi dirigiu-se a ela de maneira
calorosa:
– Por ter encarado e desafiado seu carma,
tem o direito à felicidade. E, por ser
bodisatva da terra, tem a missão de se
tornar feliz. Todos os seus sofrimentos até
agora foram para provar a força do
budismo. Quanto mais profundo o pântano,
maiores as flores de lótus e os frutos. De
modo semelhante, quanto mais difíceis
forem seus problemas, maior a felicidade
que experimentará. A fé na Lei Mística
converte sofrimento em tesouro do
coração. Por meio da prática do Budismo
de Daishonin, podemos transformar o
veneno em remédio. Infalivelmente
chegará o dia em que reconhecerá isso.
Embora ainda esteja atravessando muitas
provações, já começou a trilhar a
grandiosa estrada para a felicidade.
Empenhar-se nas atividades da Gakkai por
desejar a felicidade do próximo significa
trilhar essa estrada. Antes, talvez só se
preocupasse com a sua própria felicidade,
ao passo que agora é capaz de pensar na
felicidade de outras pessoas e sentir o
sabor da alegria e realização de dedicar a
vida ao kosen-rufu. Isso é prova de que
elevou seu estado de vida.
Iwata tinha a sensação de que seu coração
havia se enchido de luz.
Parte 50
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Logo após Sawa Iwata receber incentivos
de Shin’ichi Yamamoto, o proprietário da
casa onde ela morava concordou em lhe
pagar uma indenização por desocupar o
imóvel. Essa quantia foi muito maior do
que ela esperava receber. Para Sawa, esta
foi uma experiência concreta do poder da
recitação do Nam-myoho-renge-kyo.
Como o restaurante especializado em
udon estava indo muito bem, ela
conseguira guardar algum dinheiro. Com
essas economias e mais o montante que
recebera de indenização, pôde comprar
uma casa. Além disso, conseguira um
empréstimo bancário que lhe permitiu
aumentar a área construída, erguendo
inclusive mais um andar.
Ela fechou o restaurante no centro da
cidade e o reabriu numa parte de sua nova
residência. Então, encontrou uma pessoa
que podia cuidar do estabelecimento, o
que significava que poderia realizar
atividades da Soka Gakkai todos os dias,
como desejara havia tanto tempo.
Em 1960, Kimiko, filha de Sawa, concluiu o
ensino médio e começou a trabalhar numa
corretora. Finalmente, a família se via livre
de problemas financeiros. Naquele mesmo
ano, Sawa foi nomeada líder da DF do
Distrito Matsuyama. Dois anos mais tarde,
tornou-se líder da DF da 3ª Região de
Shikoku. Ela prometeu a si mesma:
“Tornei-me saudável e financeiramente
estável para que pudesse trabalhar em
prol do kosen-rufu, para compartilhar
minha experiência de me tornar feliz e
ajudar outras pessoas a serem felizes
também. Portanto, farei tudo o que puder
pelo kosen-rufu”.
Sawa visitava periodicamente as vilas ao
sul da província de Ehime, uma viagem de
ida e volta de sete horas de trem, ônibus e,
então, a pé. Dedicar-se a dialogar com os
outros sobre o budismo proporcionava-lhe
imensa felicidade.
Ela afirmava às pessoas que possuía
muitos tesouros na vida. Shin’ichi havia lhe
dito que tudo o que ela viveu – ter perdido
o marido ainda jovem, suas batalhas contra
a doença, a pobreza, e criar sua filha
sozinha – eram experiências preciosas que
poderia compartilhar com os outros, e
agora sentia isso genuinamente. Aos mais
novos na fé, ela assegurava:
– Aqueles que vivenciaram doenças
podem ajudar outras pessoas que passam
por uma situação similar. Do mesmo modo,
os que conheceram dificuldades
financeiras podem auxiliar outras pessoas
a lidar com a pobreza. Quando
despertamos para a nossa missão como
bodisatvas da terra, podemos fazer uso de
tudo o que nos ocorre na vida.
Parte 51
No outono de 1962, dois anos após ter
assumido como terceiro presidente da
Soka Gakkai, Shin’ichi Yamamoto enviou
para Sawa um álbum de fotografias em
branco. Na folha de rosto, havia escrito:
“Relicário de Felicidade”. Ele desejava que
ela, que experimentara uma série
interminável de adversidades, continuasse
fazendo a felicidade desabrochar em sua
vida, e registrasse isso no álbum de fotos.
E, de fato, ela prosseguiu, demonstrando
provas reais de sua fé como uma
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verdadeira heroína da felicidade.
Ao entregar um ramalhete de flores a
Sawa na cerimônia comemorativa do 18º
aniversário do Distrito Matsuyama em 1978,
Shin’ichi afirmou:
– Você é a “mãe de Ehime”. Por favor,
transmita o espírito de luta sincera, o
espírito de pioneirismo, à próxima geração.
Esse é o papel das mães do kosen-rufu.
Especialmente neste momento em que
estamos instaurando o novo sistema de
distritos, é importante transmitir
minuciosamente esse espírito.
O semblante de Sawa transluzia
determinação.
Também foi entregue um ramalhete de
flores para Yuzo Takeda, o primeiro líder
da Divisão Sênior (DS) do Distrito
Matsuyama.
Depois de perguntar a idade de Yuzo e
descobrir que ele tinha 60 anos, Shin’ichi
disse-lhe imediatamente:
– O futuro está à sua frente. Quando estava
com 70 anos, o Sr. Makiguchi ainda
costumava expressar com frequência:
“Nós, jovens”. A média de expectativa de
vida está aumentando. Portanto, a partir
deste ano, subtrairemos trinta anos de sua
idade. Lutemos juntos como jovens!
Proclamando isso, apertou a mão de Yuzo.
Depois das considerações do
vice-presidente da Soka Gakkai, Hisao
Seki, chegou a vez de Shin’ichi falar. Ele
queria aproveitar a oportunidade para
salientar a importância da forte oração.
No mundo da fé do Budismo Nichiren,
tudo se inicia com a oração diante do
Gohonzon. A oração é parte indispensável
da prática budista, da consolidação da
felicidade e da luta como defensores do
kosen-rufu.
– Nichiren Daishonin declara: “[Ore] com
forte convicção, capaz de produzir fogo
com lenha encharcada ou obter água do
chão ressequido” (CEND, v. I, p. 464). Como
indica a frase, é essencial que avancemos
com firme fé, forte oração e a convicção
inabalável de que nossas orações serão
respondidas.
Parte 52
A fé é uma batalha espiritual contra a
dúvida e a mente hesitante. É a luta para
romper a ilusão e a falta de confiança –
que nos leva a pensar que não podemos
nos tornar felizes ou que somos um caso
perdido. Consiste em fazer o poder da Lei
Mística brotar de dentro de nós e criar uma
convicção absoluta.
Shin’ichi Yamamoto observou:
– A economia passa por um período árduo.
É uma razão ainda maior para
despertarmos uma forte fé e, por mais
difícil que seja a situação, evidenciaremos
provas reais e claras na vida diária, no local
de trabalho e na comunidade. Nichiren
Daishonin escreveu: “Todos os fenômenos
são manifestações da Lei budista” (WND, v.
2, p. 841). Como praticantes do Budismo
Nichiren, temos a missão de comprovar o
benefício de nossa prática budista na
sociedade. Por esse motivo, espero que,
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com base na fé na Lei Mística, cada um
empreenda esforços ainda mais intensos
do que os outros para estudar, trabalhar
com afinco e aplicar a criatividade em suas
respectivas áreas. Também é importante
que se desenvolvam, aprimorem o caráter
e ampliem laços de relacionamento
humano, como merecedores da confiança
dos demais. Seres humanos são
influenciados e inspirados por outros seres
humanos, e seguem aqueles que lhes
pareçam agradáveis, honestos, genuínos e
calorosos. Aqueles que possuem esses
atributos tendem a ser bem-sucedidos nos
negócios, e os outros prontamente ouvem
o que eles têm a dizer sobre o budismo. As
pessoas, porém, não se sentirão atraídas
por aqueles que são desagradáveis,
indelicados, egoístas e frios. Longe de
promover a Lei, o exemplo negativo deles
acabará depreciando a avaliação que as
pessoas fazem desses ensinamentos. Sua
revolução humana e o aprimoramento do
seu caráter constituem a chave de tudo,
tanto no trabalho como no kosen-rufu.
Os tesouros do coração que acumulamos
por meio da prática budista começam a
brilhar em nossa condição de vida e
caráter, e contribuem mais do que
qualquer outro fator para a concretização
do kosen-rufu.
O poeta americano Walt Whitman
(1819–1992) escreveu: “Quanto mais
necessária a reforma, maior a informou-lhe que sairia às 14h23.
personalidade necessária para realizá-la”. 1
Parte 53
Shin’ichi só conseguiu jantar pouco depois
das 20 horas, após o encerramento da
reunião comemorativa do Distrito
Matsuyama. Ele foi fazer sua refeição na
sala da zeladoria e, assim que terminou,
Akie Sasaki, líder da DF da Região de
Shikoku, Yoshie Tabuchi, líder da DF da
província de Ehime, e outros se juntaram a
ele.
Uma das líderes da DF disse-lhe:
– Muito obrigada por se encontrar com
tantos associados de Ehime na reunião de
líderes da província ontem e no gongyo
comemorativo de hoje; eles não cabem em
si de tanta alegria. Mas ainda há muitos
outros de Ehime com os quais gostaria que
se encontrasse. Posso pedir para que
alguns venham se despedir do senhor
amanhã?
No dia seguinte, 19 de janeiro, estava
programada a viagem de Shin’ichi de
Ehime para a província de Kagawa
[também na ilha de Shikoku].
– Conseguiria entrar em contato com
todos a tempo para amanhã? – indagou
Shin’ichi.
– Isto não será problema! – respondeu ela.
Shin’ichi concordou e virou-se para
perguntar ao líder geral da Região de
Shikoku, Kazumasa Morikawa, que hora o
trem partiria no dia seguinte. Morikawa
– Nesse caso, organizemos um gongyokai
para os membros da DF amanhã ao
meio-dia.
As líderes da divisão sorriram felizes.
Embora a agenda de Shin’ichi estivesse
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extremamente apertada, ele aproveitaria o
tempo do almoço para realizar o gongyo
comemorativo.
– Podem permitir também a participação
de integrantes de outras divisões, se
desejarem. Porém, amanhã é quinta-feira
e, portanto, a maioria tem de trabalhar. Não
devem sugerir que peçam dispensa do
trabalho para participar. Se dependesse da
minha vontade eu me encontraria
pessoalmente com todos os nossos
associados. Sou o presidente de todos, e
considero o ato de servir vocês como
minha responsabilidade. Esse é o papel
dos líderes. Eles existem em benefício dos
membros, não o contrário. A Soka Gakkai
entrará em ruína se os líderes se
equivocarem sobre esse ponto.
Parte 54
A Soka Gakkai é um grupo de bodisatvas
da terra que realiza a prática do bodisatva
Jamais Desprezar na era atual. Desse
modo, nosso espírito fundamental se
traduz em fazer tudo o que pudermos para
auxiliar e apoiar o próximo.
No mundo de hoje, há uma crescente
indiferença, o humanismo genuíno caiu no
esquecimento, e predominam relações
baseadas no interesse próprio e no poder.
Isso torna ainda mais crucial a construção
de uma sociedade repleta de calor
humano, pautada pelo respeito, confiança
e apoio mútuos.
Essa é a missão da Soka Gakkai, e os
líderes da organização devem se colocar
na vanguarda desse esforço. Portanto, a
revolução do estado de vida e do caráter
de nossos líderes constitui a maior força
propulsora do kosen-rufu.
No início da manhã do dia 19 de janeiro,
Shin’ichi Yamamoto sentou-se diante de
uma pilha enorme de cartões decorativos
e livros, registrando neles palavras de
incentivo para os membros. Pouco antes
do meio-dia, depois de se reunir no saguão
do Centro Cultural de Ehime com vários
associados, de diferentes segmentos na
sociedade, acompanhados de seus
familiares, ele compareceu ao gongyokai
da DF.
Na ocasião, além dos membros da DF, que
vieram com os filhos, estavam presentes
vários integrantes da Divisão Sênior e
representantes da Divisão dos Jovens (DJ).
( foto na p. D6)
– Sejam bem-vindos! Muito obrigado por
terem comparecido, apesar da agenda
atarefada – cumprimentou Shin’ichi.
Em suas palavras, ele discorreu sobre a
diferença entre ter uma fé similar à água
corrente e uma fé como o fogo ardente.
– A fé como o fogo assemelha-se à chama
que sobe e arde intensamente por curto
tempo. Vivenciamos isso quando temos
uma explosão de entusiasmo e decidimos
orar ou compartilhar o Budismo Nichiren
com mais seriedade. Assim como o fogo,
porém, esse tipo de fé tende a não durar.
Em contraste, a fé semelhante à água
corrente lembra um rio constantemente
seguindo seu curso. O mesmo acontece
com uma pessoa de fé que, mesmo com
ações e senso de missão não tão
chamativos ou extraordinários, possui uma
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determinação insuperável, e que continua
a desafiar a si mesma na fé, prática e
estudo por toda a vida. Por isso, é
importante que mantenhamos uma fé
como a água corrente. Mas de que
maneira podemos conseguir isso?
Praticando o Budismo Nichiren junto à
Gakkai. Quando os seres humanos,
pessoas comuns, ficam totalmente por
conta própria, não são tão fortes. Podem
incorrer em visões egocêntricas, arbitrárias
e parar de empreender esforços para
crescer – ressaltou.
Parte 55
Não pertencer a uma organização pode
parecer significar ter tem mais liberdade e
sermais agradável, mas o verdadeiro
crescimento na fé se dá por meio do
companheirismo, do apoio recíproco entre
“bons amigos” no âmbito da prática
budista, do processo de encorajamento e
inspiração mútuos, e de um estimular o
avanço do outro.
Shin’ichi Yamamoto prosseguiu,
explicando que as reuniões da Gakkai
desempenham papel relevante para ajudar
todos a manter uma fé pura e límpida
como a água corrente. Além disso, falou
sobre a atitude dos líderes. E ao ilustrar
como seria uma boa liderança aos
presentes, acalentava o desejo de que
trabalhassem juntos para construir uma
organização exemplar em Ehime.
– Os membros se esforçam ao máximo
para chegar às reuniões pontualmente.
Entretanto, às vezes podem estar
atarefados no trabalho ou com outros
compromissos e se atrasar. Os líderes
devem levar em conta a situação deles, e
não censurá-los ou repreendê-los. Em vez
disso, devem elogiar e reconhecer os
esforços sinceros e a fé desses membros
que, mesmo atrasados, compareceram à
reunião.
Em seguida, Shin’ichi salientou a
importância de os líderes distinguirem
claramente entre questões pessoais e
organizacionais:
– Ao oferecer orientações individuais sobre
a fé, os líderes devem tomar cuidado para
não se envolver de modo subjetivo nos
assuntos particulares dos membros,
simplesmente por serem associados da
mesma organização. Também não devem
fazer uso abusivo de sua posição de
liderança e solicitar aos membros que
realizem favores pessoais. Esse tipo de
comportamento não só fomenta a
desconfiança no coração daqueles que
estão tentando desenvolver como pessoas
capazes, como também mina a
possibilidade de crescimento deles.
Com a instauração do novo sistema de
distritos, a Soka Gakkai dera uma nova
partida para a segunda etapa do
kosen-rufu. Portanto, Shin’ichi queria
abordar todos os pontos sobre os quais os
membros pudessem nutrir alguma dúvida,
para que conseguissem zarpar rumo ao
futuro com total confiança e segurança.
– Alguns de vocês podem estar se
perguntando como lidar com as diferenças
de opinião que surgem muitas vezes nas
reuniões de planejamento de comunidade
e de distrito – continuou Shin’ichi.
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Todos concordaram meneando a cabeça
com firmeza.
Parte 56
– Quando muitas pessoas se juntam, é
natural que haja discordâncias de opinião –
observou Shin’ichi, sorrindo.
– A Soka Gakkai é um aglomerado de
diversos indivíduos, que formam uma
comunidade harmônica de homens e
mulheres de várias idades, de diferentes
gerações, ocupações, experiências e
procedências. Na verdade, seria estranho
se todos tivessem exatamente a mesma
opinião! – prosseguiu, arrancando risos dos
presentes.
– Mas sempre é possível unir o nosso
espírito se nos basearmos na fé na Lei
Mística e em nosso objetivo maior – o
kosen-rufu. Agindo assim, mesmo que
tenhamos pequenas divergências em
relação a como executar as atividades,
conseguiremos respeitar e aceitar uns aos
outros. Com frequência, nas organizações
da sociedade, ideias divergentes acerca da
melhor forma de realizar algo podem
acarretar antagonismos e até mesmo
rupturas. Na Soka Gakkai, contudo, se nos
fundamentarmos na fé na Lei Mística,
seremos capazes de superar tais
diferenças. Essa é a força da nossa união
de “diferentes em corpo, unos em mente”.
Reagir de maneira emotiva ou com
hostilidade é ser derrotado pela
negatividade. Quando houver algum
problema, devemos sempre nos dirigir ao
Gohonzon, o nosso ponto inicial na fé.
Olhando ao redor da sala, notou uma
mulher que estivera presente numa
reunião informal no dia anterior. Ele se
lembrou de que ela estava muito triste
porque um associado a quem ela
apresentara o Budismo Nichiren parou
praticar e deixou a Soka Gakkai.
Shin’ichi também desejava orientar sobre
essa questão, e disse:
– Há muitos associados na Soka Gakkai e,
naturalmente, alguns podem interromper a
prática. É extremamente difícil continuar
mantendo a prática e o ensinamento
correto nos Últimos Dias da Lei. Nichiren
Daishonin escreveu: “É natural que [o
devoto do Sutra do Lótus] enfrente
adversidades em sua prática, assim como
os ramos do pinheiro são envergados ou
quebrados [pelo vento] (CEND, v. I, p. 492).
Muitos seguidores do próprio Daishonin
também abandonaram a fé. Ele observou
que, no período entre a Perseguição de
Tatsunokuchi e o Exílio em Sado, “999
pessoas de cada 1.000... abandonaram a fé”
(Ibidem, p. 490).
Parte 57
No decorrer do processo de cuidar
daqueles a quem se apresentou o
Budismo Nichiren e de realizar esforços
para promover o desenvolvimento deles
também pode haver ocasiões em que nem
tudo sucede da maneira como
esperávamos.
Shin’ichi sabia perfeitamente como podia
ser difícil auxiliar cada um dos novos
membros a se tornar firme na fé. Por isso,
pretendia assegurar aos associados que,
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se alguém a quem tivessem levado a se

converter ao Budismo Nichiren deixasse a
Soka Gakkai, não deveriam se culpar
desnecessariamente nem se sentir mal por
causa disso.
– Existem casos em que fazemos todo o
possível e nos empenhamos ao máximo, e
mesmo assim a pessoa decide parar de
praticar. Contudo, não é falha da pessoa
que lhe apresentou a prática. Suponhamos
que alguém construa uma ponte que leve
à felicidade e recomende um amigo que a
atravesse. Ele começa, então, a fazer a
travessia só para dar meia-volta na metade
do caminho. A escolha de não tentar e não
cruzar a ponte é do amigo. A decisão é
dele. Sendo assim, não há necessidade de
se sentir desencorajada por tal resultado. O
fato de ter-se dedicado com afinco para
ensinar o Budismo Nichiren a alguém,
movida pelo desejo de cumprir sua missão
como emissária do Buda, ficará gravado
eternamente em sua vida e ocasionará o
florescimento de ilimitados benefícios.
Você, sem dúvida, abriu o caminho para a
própria felicidade. Assim, tenha profunda
convicção disto e intensifique seus
esforços para compartilhar o Budismo de
Daishonin com uma nova perspectiva e
otimismo.
O caminho da felicidade
Da Lei Mística
Conduz à iluminação.
Portanto, escalemos as montanhas dessa
longa jornada,
Convictos de que obtereremos infinitos
benefícios.
Shin’ichi, então, tocou várias músicas ao
piano para os membros.
Depois da reunião, dirigiu-se ao jardim do
Centro Cultural de Ehime e posou para
uma foto comemorativa com integrantes
da comissão de preparativos do evento,
proporcionando incentivos às pessoas que
se encontravam no local até partir de lá
por volta das 13h50.
Parte 58
Shin’ichi Yamamoto embarcou no expresso
limitado Shiokaze nº 2 da Linha Principal
Yosan, saindo da Estação Matsuyama às
14h23 com destino a Takamatsu, na
província de Kagawa, em Shikoku.

Do outro lado da janela do trem, as águas

O propósito do incentivo na fé é retirar o
plácidas do Mar Interior de Seto se
enorme peso que pode estar oprimindo o
estendiam à distância sob o céu nublado.
coração dos membros e possibilitar que
Várias ilhas verdes de diversos tamanhos
aqueles que estão se empenhando de
salpicavam a água; parecia a pintura de
maneira admirável em prol do kosen-rufu
uma linda paisagem.
pratiquem com alegria.

“A próxima é a província de Kagawa!”,

– Encerrando, gostaria de dedicar este
pensou Shin’ichi, com grande expectativa.
poema a todos os meus queridos
“A vida é como um caderno. Ao abrirmos
companheiros de Ehime:
uma nova página a cada dia, temos diante

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de nós uma folha em branco. Prosseguirei recordou-se de um poema que Josei Toda
me empenhando com todas as minhas havia composto:
forças para registrar nessas páginas uma
grandiosa epopeia. Todos os dias, levarei Num momento crucial
incentivo a uma pessoa após outra,
afagando-lhes os ombros, abraçando-as, Não se esqueça
num congraçamento de coração a
coração. Eu as guiarei pela estrada da Da minha determinação
felicidade e trilharei o caminho ao lado
delas. Isto é kosen-rufu. Esta é a minha De seguir na liderança, mostrando o
vida!” caminho,

Ao mesmo tempo, com o início do novo Sustentado o estandarte.

sistema de distrito na segunda etapa do
1. WHITMAN, Walt. Leaves of Grass [Folhas de Relva]. Londres: J. M. Dent and Sons, Ltd.,
kosen-rufu, Shin’ichi esperava que cada 1968. p. 325.

membro renovasse sua determinação e

registrasse um magnífico épico de vitórias
também nas páginas da própria vida.

Ele se pegou mantendo um diálogo com

os companheiros em seu coração: “Estou
apoiando e zelando por todos vocês. Se
forem fracos, tornem-se fortes. Se forem
tímidos, tornem-se bravos. Simplesmente
comecem assim como são. Nada é mais
nobre e inspirador do que ver essas
pessoas corajosas se levantarem hasteado
alto o estandarte da Lei. Todas as histórias
determinantes iniciam-se a partir da
adversidade. Vencer a hesitação é o
primeiro passo para se assumir qualquer
desafio. As dificuldades existem para que
possamos experimentar a verdadeira
alegria. Com convicção e vigor, deem um
intrépido passo à frente. Este é o momento
exato!”

Shin’ichi visualizou a empolgante cena de

valorosos discípulos empenhando-se na
segunda etapa do kosen-rufu, erguendo
altivamente a bandeira de sua missão.
Com o coração repleto de emoção,

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